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ARQUITETURA E URBANISMO
Tomo 15
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Material Específico – Arquitetura e Urbanismo – Tomo 15 – CQA/UNIP
ARQUITETURA
TOMO 15
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Questão 1
Questão 1.1
Leia o texto a seguir.
O projeto de paisagismo deve fazer uso do jogo de dissimular e mostrar certos elementos, fazendo
com que os percursos sejam marcados por prazerosas descobertas. A modelagem espacial,
diversificada por meio dos volumes vegetais e construídos, é a base de um bom projeto paisagístico.
É por esse percurso que teremos sensações diferenciadas, incluindo a sensação de beleza.
ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: SECA, 2006 (com adaptações).
1. Introdução teórica
Projetos paisagísticos
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As relações espaciais são criadas usando esse método. Se, por exemplo, for necessário
criar um espaço com bastante fluidez para o pedestre, mas com caminhos cobertos e
delimitados em alguns trechos, basta utilizarmos elementos tipológicos que construam esse
ambiente.
Em seguida, esses elementos são substituídos por plantas que exercerão fisicamente
aquela finalidade espacial inicialmente definida: árvores cobrirão os caminhos, mas permitirão
a fluidez espacial desejada, enquanto arbustos poderão delimitar o espaço tal como pensado
no projeto inicialmente.
Uma das vantagens desse método é que a vegetação pode ser escolhida depois de o
projeto ter sido elaborado espacialmente, o que dá liberdade na etapa executiva do projeto
de paisagismo. Isso permite, por exemplo, que escolhamos as espécies mais adequadas ao
tipo de solo encontrado no local do projeto ou as espécies disponíveis na região.
O projeto paisagístico pode criar relações interessantes com o espaço urbano em que
ele está inserido, principalmente quando utiliza o método descrito.
Um projeto de uma praça, por exemplo, não precisa se limitar a um espaço de
observação e admiração de espécies vegetais, lagos e rochas. Ele pode ser criado de maneira
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I - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A afirmativa descreve, ainda que de maneira bastante resumida, um dos
principais métodos de projeto de paisagismo usado desde meados do século XX.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Trata-se de uma solução projetual comum quando se pretende ampliar
sensações espaciais sem desrespeitar a propriedade dos imóveis. Um exemplo disso são as
superquadras no Plano Piloto de Brasília: a permeabilidade urbana e as sensações de
amplitude espacial são muito fortes, mas sem que a propriedade privada dos imóveis seja
desrespeitada.
Alternativa correta: E.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 2
Questão 2.2
O relevo natural e suas características particulares são norteadores nos projetos de
arquitetura. O estudo topográfico é uma etapa fundamental à concepção das construções. É
importante respeitar o relevo natural do terreno e, quando necessárias alterações, deve-se
optar por soluções mais econômicas e sustentáveis.
A imagem a seguir apresenta um loteamento, com área total de cerca de 500.000m 2, que
possui 386 lotes com cerca de 1.600m2 cada.
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1. Introdução teórica
Topografia
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I - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Em um loteamento, as áreas com maior declividade devem realmente ser
evitadas para construção civil, pois, em geral, tendem a tornar a obra mais cara, por causa
das fundações e do risco de deslizamentos de terra. No desenho do enunciado, essas áreas
podem ser identificadas como aquelas onde as curvas de nível estão bem próximas entre si.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. No desenho do loteamento mostrado no enunciado, fica claro onde estão os
córregos, com sua topografia específica, e percebemos que estão circundados por vegetação,
como a legislação ambiental exige.
Alternativa correta: C.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 3
Questão 3.3
Leia o texto a seguir.
Como a maioria dos vanguardistas, Herbert Bayer pratica fotografia, montagem e desenho, mas
também decoração e arquitetura. Seus projetos de estandes, quiosques e pavilhões representam a
materialização de uma lógica rigorosa, em que coloca as bases de uma signalética sóbria aliada a
códigos de cores.
WEILL, A. O design gráfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (com adaptações).
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1. Introdução teórica
Escola de Bauhaus
A Bauhaus foi uma escola de ensino técnico, criada em Weimar, na Alemanha, e que
funcionou entre 1919 e 1933 (nesse período, ela mudou-se para a cidade de Dessau). Surgiu
no contexto de desenvolvimento industrial, perseguido pela Alemanha desde o século XIX.
Apesar de ela se assemelhar a outras escolas do gênero, que também tinham a
finalidade de criar mão de obra especializada na produção de objetos industriais, a Bauhaus
tinha uma perspectiva de ensino bastante diferente. Ela baseava-se em uma definição utópica,
definida pela frase “A construção do futuro”, e a sua pedagogia pretendia combinar todas as
artes em um ideal único.
Naquela época, havia ainda uma clara separação entre a atividade do artista, sem
caráter industrial ou comercial, e a do artesão, que era o oposto disso. Ainda não havia a
profissão do designer industrial, hoje já consolidada em todos os países que passaram por
algum processo de industrialização. A proposta do fundador da Bauhaus, o arquiteto Walter
Gropius, era unir o artista e o artesão, o que requeria uma pedagogia adequada.
Para atingir esse objetivo, foram desenvolvidos novos métodos de ensino. Gropius
acreditava que a base para qualquer arte estava no artesanato e propôs converter
gradualmente a escola em um grande workshop. Uma das consequências dessa pedagogia é
que tanto artistas quanto artesãos dirigiram aulas e atividades práticas na Bauhaus. Um dos
objetivos era remover qualquer separação entre as artes puras e as artes aplicadas. É
importante destacar que o significado de artesão usado na escola não é o mesmo que vemos
atualmente. Naquela época, o artesão era a pessoa capaz de produzir um tipo de bem de alta
qualidade, inicialmente à mão e em escala bem reduzida, e, depois, industrialmente, em
grandes escalas. O artesão citado na Bauhaus corresponderia aproximadamente a um técnico
muito habilidoso, com conhecimento suficiente para criar produtos que pudessem ser feitos
na indústria.
A composição do corpo pedagógico foi muito influenciada pelo fato de que os artistas
chamados para lecionar na escola eram todos de vanguarda. Isso gerou um conteúdo
pedagógico e uma linha de desenvolvimento conceitual vinculados a características
profundamente modernas.
O interesse na indústria e na tecnologia começa a ganhar espaço na Bauhaus em 1923.
A partir desse momento, o slogan da escola passa a ser “arte e tecnologia: uma nova unidade”.
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não há elementos formais orgânicos nessa proposta de quiosque.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A tipografia aplicada ao trabalho não é rebuscada: é baseada em formas
limpas, típicas da Bauhaus.
C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A alternativa representa um resumo de algumas das principais características
formais da Bauhaus, e que aparecem nessa proposta de quiosque.
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D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não há formas orgânicas nem figurativas nessa proposta de quiosque. A
única concessão feita no projeto, e necessária, é a inclusão de uma escala humana.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não são usadas formas clássicas nem historicistas nesse projeto.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 4
Questão 4.4
Entre os prédios que formaram o Parque Olímpico para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em
2016, constava a Arena do Futuro, com área construída de 24.214m². A Arena foi concebida
como uma arquitetura flexível que teve por princípio o reaproveitamento das suas estruturas
e demais componentes para a criação de quatro escolas públicas municipais.
Por meio de estudos preliminares, evidenciou-se a viabilidade de sua conversão, após o
evento, em um doador de materiais. Excluindo-se os elementos de fundação, pinturas e
acabamentos, e, ainda, considerando as diferenças evidentes entre a morfologia estrutural e
a geometria funcional de uma arena e das edificações de escolas, todo o projeto procurou
uma maior aderência entre elementos e componentes, de modo a atender melhor ambas as
funções e os usos.
Disponível em <https://au.pini.com.br/2016/02/arena-do-futuro-no-rio-de-janeiro-de-rioprojetos-2016>.
Acesso em 22 jun. 2019 (com adaptações).
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1. Introdução teórica
A questão aborda dois temas arquitetônicos que são, ao mesmo tempo, muito atuais e
estão sendo desenvolvidos desde o século XIX: a flexibilidade e a modularidade dos espaços.
É necessário lembrar que esses conceitos contêm alguns interesses que se modificaram ao
longo do tempo e que aparecem no enunciado da questão.
Esses conceitos surgiram no século XIX, após a Revolução Industrial, inicialmente em
espaços industriais e posteriormente em construções muito específicas, destinadas às famosas
exposições universais, feiras onde vários países expunham seus melhores produtos.
Nas construções destinadas a abrigar a produção industrial, o conceito de flexibilidade
estava associado à necessidade de fazer constantes mudanças internas nos edifícios que os
fabricantes usavam, como inserção de maquinário novo, mudanças no sistema produtivo,
inserção de novas tecnologias etc. Já nas construções destinadas às exposições universais –
os pavilhões –, a regra era fazer projetos modulados, o mais fácil e rápido possível de serem
executados e desmontados (as feiras sempre eram temporárias) e com espaços abertos
capazes de receberem os mais variados produtos para exibição, com grande número de
visitantes. O primeiro desses pavilhões foi o Palácio de Cristal, construído para a Exposição
Universal de 1850, em Londres, Inglaterra. Em seguida à exposição, ele foi desmontado e
remontado em outro lugar. A famosa Torre Eiffel, em Paris, França, é um exemplo da aplicação
desses conceitos. Ela foi projetada para ser um objeto de exposição e deveria ter sido
desmontada ao fim da feira universal realizada em 1899. Mas, como se sabe, seu sucesso foi
tamanho que nunca foi desmontada. As outras construções gigantescas dessa exposição
foram rapidamente desmontadas.
A partir de meados do século XX, com o surgimento de preocupações mais sérias com
o meio ambiente nos Estados Unidos e na Europa, que se espalharam rapidamente para outros
países industrializados, os conceitos de flexibilidade e de modularidade agregam outros
interesses, somando-se aos que eles já carregavam.
Assim, se anteriormente esses conceitos estavam vinculados a uma noção de eficiência
e funcionalidade, agora eles estão aplicados com uma perspectiva ambientalista.
O conceito de flexibilidade que está associado à arquitetura não se restringe apenas às
possibilidades de mudanças de uso ou de organização espacial interna. Hoje, ele está
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ou utilizar seus elementos construtivos para executar outros projetos. A maioria dos edifícios
não é pensada dessa maneira. Uma vez demolidos, o máximo que se pode fazer é reciclar
uma parte do entulho gerado.
O conceito de modularidade também tem limites, pois o uso de materiais pré-fabricados
e que podem ser desmontados não significa necessariamente que, assim que a edificação for
demolida, esses elementos construtivos poderão ser utilizados em outro projeto.
Com a aplicação desses conceitos atualizados, criam-se janelas de oportunidades que
fazem com que, assim que uma edificação se torne obsoleta ou que precise ser reformulada,
isso seja feito com o menor dano possível ao meio ambiente.
I - Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O enunciado afirma que a Arena foi projetada para que, quando fosse
desmontada, seus elementos construtivos fossem utilizados para construir escolas municipais.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A aplicação desses conceitos é essencial para a desmontagem fácil e rápida
de uma obra. Elementos construtivos pré-fabricados são desenhados para serem montados.
A desmontagem é uma etapa a mais, que precisa ser planejada desde o início, mas, uma vez
incorporada ao projeto, torna tudo mais fácil.
Alternativa correta: D.
3. Indicações bibliográficas
● HEYWOOD, H. 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético.
Barcelona: Gustavo Gili, 2015.
● McHARG, I. L. Design with nature. Nova York: Wiley, 1995.
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Questão 5
Questão 5.5
A possibilidade de remoção ou relocação de elementos divisórios entre cômodos de uma
edificação é um dos fatores mais importantes de um projeto, no tocante à perspectiva de
flexibilidade espacial. Essas possibilidades de manipulação estão intimamente relacionadas
aos sistemas estrutural e construtivo da obra.
Considerando o contexto apresentado, avalie as afirmativas a seguir.
I. Em obras com estrutura independente, as divisórias em alvenaria de tijolos podem ser
removidas sem acarretar problemas estruturais.
II. As obras em alvenaria estrutural, ainda que possam ficar mais baratas do que aquelas
em alvenaria convencional, enrijecem o projeto na perspectiva da flexibilidade espacial
interna.
III. As divisórias em drywall podem ser removidas sem acarretar problemas estruturais,
mas sua remoção configura-se uma operação mais trabalhosa que a demolição de uma
alvenaria de tijolos.
IV. As obras em Light Steel Frame (LSF) caracterizam-se pela industrialização e por
utilizarem mão de obra mais especializada do que as obras em alvenaria convencional.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e III.
B. II e III.
C. II e IV.
D. I, II e IV.
E. I, III e IV.
1. Introdução teórica
Sistemas construtivos
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Figura 1. Construção feita com estrutura independente, em concreto armado. O fechamento dos espaços é feito
posteriormente.
Disponível em <https://pixabay.com/pt/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=
image&utm_content=3231242>. Acesso em 19 jan. 2022.
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Esse sistema permite muita flexibilidade na organização dos espaços internos, mesmo
depois de a obra estar pronta.
A estrutura autoportante, também chamada de alvenaria autoportante ou alvenaria
estrutural, é aquela em que os elementos de vedação compõem a própria estrutura do projeto.
Portanto, não há separação entre os principais elementos construtivos do projeto
(principalmente as paredes) e a sua estrutura: eles são um só (figura 2). Portanto, é
obrigatório que o material usado seja estrutural. Por isso, há uma limitação do que pode ser
usado para fazer essas obras: alvenaria estrutural (o mais comum são os blocos de concreto,
mas há outras alvenarias estruturais), concreto armado, madeira estrutural (mais conhecida
como CLT ou Madeira Laminada Cruzada).
Figura 2. Construção com estrutura autoportante, neste caso alvenaria estrutural. As paredes externas e internas são a
estrutura principal do edifício.
Disponível em <https://axialengenharia.eng.br/wp-content/uploads/2017/05/Alvenaria-estrutural-fachada.jpg>. Acesso em
19 jan. 2022.
Nesse tipo de obra, é muito difícil, e na maioria das vezes impossível, fazer alterações
no projeto depois de executado, pois as paredes são a estrutura da construção.
Como dito anteriormente, esses conceitos não são exclusivos em um projeto, e é muito
comum que ambos sejam aplicados em uma mesma obra. Outro ponto importante é que os
dois sistemas podem ser materializados com materiais diferentes, como, por exemplo, a
estrutura autoportante. Apesar de também ser muito conhecida como alvenaria estrutural,
indicando que ela é feita com blocos, existe a estrutura autoportante feita em concreto armado
e até mesmo em madeira.
Há, ainda, um sistema citado no enunciado que fica no limite entre esses sistemas, o
Light Steel Frame (LSF), conhecido no Brasil como Steel Frame. É um sistema construtivo que
também pode ser usado estruturalmente para edificações com até dois pavimentos,
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dispensando outros elementos estruturais. Ele é formado por uma malha de perfis metálicos
(em geral, de aço galvanizado), que depois é fechada com placas, que podem ser de gesso
acartonado, derivados de madeira ou placas cimentícias. A parte estrutural é suportada pelos
perfis metálicos, e as placas são somente para vedação (ver figura 3). Ela não é chamada de
estrutura independente porque os perfis metálicos são muitos e também fazem parte da
vedação.
Figura 3. Construção em Light Steel Frame. Os perfis metálicos vistos na imagem são a estrutura da edificação, que
depois serão fechados com placas.
Disponível em <https://atosarquitetura.com.br/wp-content/uploads/2016/07/n12.jpg>. Acesso em 19 jan. 2022.
I - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Quando a estrutura de uma edificação é independente, as divisórias não são
necessárias para a estabilidade da construção e, portanto, podem ser removidas sem
problemas.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A alvenaria estrutural impede a flexibilidade das divisões internas do projeto,
pois essas mesmas divisões são necessárias para a estabilidade construtiva da obra.
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IV - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A construção em Light Steel Frame exige mão de obra treinada
especificamente para manipular esse sistema construtivo, pois há poucas pessoas no Brasil
que conhecem esse sistema. Já a construção com alvenaria convencional é muito mais
conhecida e utilizada no país, mas infelizmente praticada, muitas vezes, por construtores
pouco treinados.
Alternativa correta: D.
3. Indicação bibliográfica
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Questão 6
Questão 6.6
Considerando a relação entre os efeitos do clima e a morfologia urbana e sua implicação no
conforto ambiental, é correto afirmar que
A. a forma e a altura das edificações, ao projetarem sombra sobre os espaços urbanos,
acarretam a diminuição da umidade do ar.
B. o espaço construído contribui para a criação de microclimas diferenciados em relação ao
clima regional.
C. o aumento da ventilação natural decorre do aumento da rugosidade da superfície
terrestre.
D. a poluição atmosférica tende a aumentar a radiação solar direta e diminuir a difusa.
E. a verticalização é incompatível com a manutenção da ventilação em áreas urbanas.
1. Introdução teórica
Conforto ambiental
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Construções. Os edifícios, por menores que sejam, em conjunto criam um ambiente bem
diferente daquele encontrado na natureza. Construções criam sombras sólidas, bastante
distintas daquelas criadas por copas de árvores. Esse tipo de sombra interfere diretamente
na temperatura diurna da superfície urbana. Edifícios também interferem na ventilação.
Quanto mais altos, maior o desvio da circulação de ventos, com a possibilidade de mudança
de direção e de aumento da velocidade com que o ar circula na superfície urbana. Quanto
maior a densidade de construções, maior o obstáculo para a ventilação natural. Um
exemplo desse efeito são os paredões de prédios construídos na orla de cidades litorâneas,
que impedem que os ventos penetrem no interior da cidade. A consequência é o aumento
das temperaturas diurna e noturna nesses espaços urbanos.
Pavimentação. A substituição do solo com vegetação por pisos construídos (ruas,
calçadas, prédios, pontes, viadutos etc.) cria um ambiente que acumula muita energia
gerada pela radiação solar. Durante o dia, esses elementos construídos pelo homem
acumulam energia térmica, que é emitida para o ambiente à noite, aumentando a
temperatura da cidade.
A partir dessas alterações microclimáticas geradas pela urbanização, ocorre a formação
do fenômeno denominado de “ilhas de calor urbanas”. Elas surgem porque, como explicado
anteriormente, os espaços urbanos têm uma dinâmica climática muito diferente daquela
encontrada no ambiente rural e no ambiente natural. A diferença principal está no
resfriamento, dificultado pela maneira como as estruturas urbanas se comportam em relação
à temperatura.
É importante entendermos que a aplicação dos conhecimentos de climatologia urbana
no planejamento do espaço urbano é relevante para tentarmos reduzir os efeitos negativos
decorrentes dessas alterações microclimáticas. Morar nas cidades, apesar das enormes
facilidades, tem consequências no ambiente que afetam diretamente nossa qualidade de vida.
A energia acumulada pelas estruturas urbanas durante o dia é dissipada principalmente à
noite, favorecendo o aquecimento noturno da atmosfera próxima à superfície. Esse tipo de
ambiente, aliado às poluições atmosférica, sonora e visual e ao estresse cotidiano causado
por questões individuais (trabalho, transporte, problemas pessoais etc.), pode estar
contribuindo para reduzir a expectativa de vida na cidade.
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A alternativa é incorreta porque, quando há sombra, a umidade é preservada,
ao contrário de locais onde o sol incide diretamente.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Essa é uma definição muito importante e já amplamente comprovada:
quando um agrupamento humano constrói seus espaços e suas edificações, criam-se
diferenças em relação ao clima regional. E essas diferenças acentuam-se à medida que esses
agrupamentos aumentam em tamanho e em densidade construtiva.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Quanto maior for a rugosidade da superfície terrestre, menor será a
ventilação natural, pois ela encontrará mais resistência para fluir.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Poluição atmosférica maior significa que há maior quantidade de partículas
sólidas e de gases no ar que cobre as cidades e, portanto, os raios solares terão maior
dificuldade em atravessar essa massa densa. Nessa situação, prevalece a iluminação solar
difusa, pois os raios solares incidem nas partículas que compõem a poluição e mudam sua
direção.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Apesar de edifícios mais altos interferirem na ventilação nas cidades,
principalmente em áreas urbanas mais densas, não é verdade que a verticalização seja
incompatível com a manutenção da ventilação em áreas urbanas. É possível manter a
ventilação urbana mesmo quando são construídos edifícios altos e, em alguns casos, é até
possível estimular o aumento de ventilação usando o corpo desses edifícios como direcionador
dos ventos.
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3. Indicações bibliográficas
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Questão 7
Questão 7.7
Leia o texto e as figuras a seguir.
Em 2006, um arquiteto britânico venceu um concurso de projetos que previa a construção de um hotel
no local que havia abrigado uma pedreira, então abandonada, em Xangai, na China. Inaugurado em
2018, o Shimao Wonderland Intercontinental Hotel foi construído com a proposta de alterar o mínimo
possível a paisagem local, no sentido de que não poderia ser muito alto, para que não bloqueasse a
visão dos parques da região. A solução do arquiteto foi inverter o sentido do prédio, propondo um
arranha-céu de cabeça para baixo.
A estrutura de 62000 m2 de área interior é constituída por 16 pisos localizados abaixo do nível do solo,
dois pisos acima do solo e dois pisos subaquáticos. Uma cascata de vidro escorre pela fachada,
dividindo o prédio ao meio.
Disponível em <https://hoteliernews.com.br/noticias/inovador-intercontinental-shanghai-wonderland-abre-no- final-do-ano-
80789>. Acesso em 14 jun. 2019 (com adaptações).
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1. Introdução teórica
Projeto arquitetônico
Figura 1. Vista da pedreira desativada onde foi inserido o projeto do hotel. Em destaque a área em que o prédio foi
localizado.
Disponível em <http://cdn.luxuo.com/2012/04/Construction-Intercontinental-Shimao-Shanghai- Wonderland-.jpg>. Acesso em 05 fev.
2023.
A ideia de “encaixar” um edifício em uma pedreira tem uma série de atrativos, como:
a reconversão de um ambiente inóspito e que está em desuso (figura 1);
a ideia de construir um edifício alto, mas que não interfere na paisagem pré-existente;
o conceito de um edifício que depois de pronto passa a ter sua própria paisagem (formada
pelas paredes da pedreira).
Temos como resultado uma arquitetura inusitada, ainda que já conhecida. O Estádio
Municipal de Braga, projetado por Eduardo Souto de Moura, é um exemplo de projeto com
implantação semelhante.
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Mas há alguns problemas, como a limpeza e a manutenção da água que forma o lago
artificial no fundo da pedreira, as dificuldades técnicas, o custo de construção (o edifício
demorou muitos anos para ficar pronto) e o fato de que quase metade da fachada do hotel
está voltada para uma parede de pedra, o que limita a ventilação e a iluminação naturais. Na
figura 2, podemos visualizar esse problema: a face do hotel voltada para o lago é onde fica a
maioria dos quartos, sabiamente posicionados aí pelo autor do projeto, ao passo que as
demais instalações e os demais ambientes ficam voltados para a parte interna do edifício.
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I - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto da alternativa esclarece por que ela está correta, pois mudar o uso
de um espaço, sem que ele seja destruído, é considerado uma reconversão. O espaço da
pedreira não foi substituído por outro, apenas seu uso foi modificado.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O posicionamento de fachadas de vidro invariavelmente amplia e otimiza a
iluminação interna de um projeto, que é o que acontece na proposta arquitetônica do hotel.
Alternativa correta: C.
3. Indicação bibliográfica
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Questão 8
Questão 8.8
A cobertura da quadra de tênis do Clube Pinheiros, em São Paulo, inaugurada em 2014, foi a
primeira obra de pequeno porte a usar a membrana de Politetrafluoretileno (PTFE) no Brasil.
A membrana foi utilizada como fechamento na nova edificação, que abriga duas quadras, o
que lhe conferiu maior luminosidade e leveza, além de integrá-la ao conjunto arquitetônico.
Para sustentá-la, foram utilizadas 6 peças de uma estrutura metálica, de 40 metros de
extensão, espaçadas entre si a cada 7,5 metros, que se apoiam sobre os pilares do subsolo.
O sistema adotado é recomendável para estruturas que precisam vencer grandes vãos, mas,
também, precisam solicitar o mínimo de esforço das fundações.
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1. Introdução teórica
Sistemas estruturais
Para realizar a cobertura de quadras de tênis no Clube Pinheiros, em São Paulo, foi
projetada e executada uma estrutura metálica com tubos de aço, formada por seis pórticos
espaciais treliçados e transversais de 40 metros de vão livre (figura 1).
Figura 1. Imagem da estrutura, ainda sem a cobertura em PTFE, das quadras de tênis, com os pórticos treliçados
paralelos já instalados.
Disponível em <http://2.bp.blogspot.com/-VMa8irIqhSE/UywdWYFPibI/ AAAAAAAAEjg/SfE0GLXsa-8/s1600/Marco14.jpg>. Acesso em 01
fev. 2023.
1.1. Pórticos
Os pórticos são um tipo de estrutura que permite vencer grandes vãos e cobrir extensas
áreas com sistemas construtivos leves. Em geral, eles são posicionados transversalmente em
relação à maior extensão do ambiente que se pretende cobrir (figura 2). Os pórticos também
são posicionados longitudinalmente, mas somente em casos muito específicos, como alguns
hangares para abrigar aeronaves. Posicionar os pórticos transversalmente tem a grande
vantagem de usar o vão menor para cobrir a mesma área.
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Os pórticos podem ter até três articulações ao longo de sua forma (figura 3). Assim
temos os tipos listados abaixo.
Pórticos biengastados: não têm nenhuma articulação.
Pórticos biarticulados: têm apoios articulados, ou seja, flexíveis ou rotulados.
Pórticos triarticulados: têm articulações nos seus apoios e no meio de suas seções.
Há estruturas utilizadas com a mesma finalidade dos pórticos, mas que têm
comportamento estrutural e geometria bem diferentes: são os arcos. Para diferenciá-las, basta
observarmos que o arco, como o próprio nome diz, tem um desenho específico, retirado de
um trecho de um círculo ou de uma elipse (ver comparação na figura 4).
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O apoio é o ponto em que a estrutura entra em contato com as suas fundações ou com
o local onde ela se apoia (há estruturas que se apoiam em outras estruturas, como os
balanços). Ele pode ser flexível ou engastado.
No apoio flexível, também chamado de rotulado, a estrutura pode movimentar-se
(geralmente é uma rotação) sobre ele. A vantagem desse tipo de apoio é que a maioria das
deformações que a estrutura possa vir a sofrer não transmitirá esforços para o elemento que
recebe todo o peso dela.
O apoio engastado, ao contrário, não tem movimento, e a estrutura fica rigidamente
conectada ao seu suporte. Esse tipo de apoio permite a transmissão de momento da estrutura
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para a sua fundação ou para a outra estrutura que a suporta. No entanto, ela tem as vantagens
de ser bem mais barata, fácil de executar e adequada à maioria das construções, em
comparação ao apoio flexível.
A articulação é o ponto de contato entre as seções que compõem uma estrutura. Um
pórtico, por exemplo, pode ser composto por duas ou mais seções estruturais, como citado
anteriormente, e o contato entre elas pode ser feito com articulações (em um pórtico, o apoio
flexível é considerado uma articulação). A vantagem do uso de articulações em pórticos é que
isso permite certa movimentação da estrutura sem que ela entre em colapso.
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. As imagens no enunciado mostram uma sequência de pórticos transversais,
feitos em treliça. O desenho em elevação do pórtico revela que há somente duas articulações,
situadas nos pontos de apoio.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Apesar de todas as outras informações estarem corretas, no desenho em
elevação do pórtico não aparecem três articulações, apenas duas.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O sistema construtivo do pórtico não é de alma cheia, é de treliça, como
vemos nas imagens no enunciado.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Podemos ver claramente que a treliça utilizada na cobertura é plana, ou seja,
não se desenvolve em várias direções. Portanto, não é espacial nem muito menos engastada.
Veja, na figura 7, um exemplo de cobertura com treliça espacial.
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E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Apesar de o pórtico usado na cobertura das quadras ter desenho arredondado
nos cantos, isso não o configura como arco. Veja a explicação na introdução teórica da
questão.
3. Indicação bibliográfica
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Questão 9
Questão 9.9
Leia o texto e as figuras a seguir.
Nas Termas de Vals, projeto de Peter Zumthor, atingem-se efeitos máximos de percepção do espaço
interior, definido pelas várias texturas de pedra, pelos efeitos de luz natural e artificial e pelas vistas
para uma paisagem singular. Isso acontece quando se entra em um edifício que, inicialmente, parece
fundir-se com o solo, escavado na matéria, revelando-se um volume independente e aberto para o
contexto, em ressonância com o entorno. Os volumes expressam uma modulação neoplasticista,
seguindo uma linha de arquitetura abstrata da região do Ticino, e nos interiores experimenta-se uma
atmosfera especial feita de luz, água, vapor, além da experimentação das texturas, dos sons, das
temperaturas e dos odores.
Montaner, J. M. Do diagrama às experiências, rumo a uma arquitetura de ação. São Paulo: Gustavo Gili, 2017 (com
adaptações).
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1. Introdução teórica
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I - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A afirmativa resume o que diz o texto no enunciado, que é a preocupação do
autor do projeto com a percepção do espaço, dos materiais, da luz etc.
II - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. É necessário lermos com cuidado a afirmativa, pois, apesar de correta, ela
subentende que o leitor compreende que uma técnica construtiva só pode existir a partir da
escolha de materiais construtivos. E, nesse caso, a técnica construtiva aplica os materiais
escolhidos para gerar uma obra claramente inserida em um contexto específico, definido pelo
relevo e pelas tradições arquitetônicas da região.
IV - Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. De acordo com o texto do enunciado, esse é o interesse central do projeto.
Alternativa correta: D.
3. Indicação bibliográfica
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Questão 10
Questão 10.10
Leia o texto a seguir.
A proposta dos projetistas previa a construção de um estádio bastante convencional, com as típicas
arquibancadas situadas atrás das traves e aberto à paisagem do entorno. “No princípio, pensei em
situar o estádio onde estava previsto, mas depois comecei a inspecionar o lugar e dei-me conta de que
era muito mais interessante transladar o estádio para a parte alta da montanha, aproximando-o de
uma pedreira abandonada. Na realidade, os cortes da pedra da pedreira sugeriram-me conferir uma
continuidade entre a pedra e o concreto. Era como pensar em tirar a pedra e colocá-la sob uma nova
forma. Era necessário entender onde começava o artefato e onde acabava a natureza. Durante um
ano trabalhamos exclusivamente na escavação da pedra. Ao projetar o estádio, trabalhava em negativo
e, ao mesmo tempo, calculava e preparava os pormenores necessários para o corte correto da pedra.
Queria criar um efeito de continuidade entre a pedreira e as tribunas e, por isso, pensei em construir
as arquibancadas com pedra, mas rapidamente tive que renunciar à ideia. Então, afastei o estádio da
pedreira e situei os restaurantes e as salas da imprensa, para os 2.000 jornalistas, entre uma das
tribunas e a parede de pedra. Em princípio, uma cobertura única deveria cobrir todo o estádio, mas,
durante o projeto, optei por uma cobertura autônoma para cada uma das tribunas”.
Moura, E. S. Conversas com estudantes. Barcelona: GG, 2008 (com adaptações).
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1. Introdução teórica
Escola do Porto
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baseado na introdução dos conceitos da arquitetura moderna, difundidos ao longo dos anos
1920 e 1930 na Europa e no Brasil.
Esses conceitos modernos são bem diferentes daqueles descritos no texto de Souto de
Moura e nas proposições do enunciado. Para explicar essa discrepância, é necessário
entendermos que a Escola do Porto nunca foi um movimento conceitualmente estático. Ao
mesmo tempo em que a arquitetura em Portugal era renovada entre as décadas de 1950 e
1960, com a realização de projetos de caráter modernista e com muita influência da
arquitetura moderna feita no Brasil, começa uma mudança de rumo na Escola do Porto. Em
pouco tempo, principalmente pelas mãos de jovens arquitetos nos anos 1960 e 1970, como
Álvaro Vieira Siza, Eduardo Souto de Moura e outros, a Escola modifica-se e caminha em outra
direção. Ela torna-se contemporânea, distanciando-se de várias das premissas modernistas.
Alguns autores procuram classificar a Escola do Porto como pós-moderna ou como parte do
regionalismo crítico, mas o que importa é que os arquitetos desse movimento se distanciaram
das principais características da arquitetura moderna.
Podemos resumir os conceitos que caracterizaram essa mudança de base teórica, e
que ainda estão presentes na arquitetura portuguesa praticada atualmente, nos projetos feitos
pelos arquitetos que se formaram na linha da Escola do Porto, da seguinte maneira (sem
ordem de preferência):
● profunda preocupação com uma interpretação das características construtivas e culturais
locais;
● utilização, sempre que possível e adequada, de técnicas e/ou materiais construtivos locais;
● preocupação em adequar o projeto às condições topográficas do local, evitando grandes
interferências no relevo;
● uso de formas, cores, texturas e elementos plásticos extraídos da cultura construtiva local;
● aplicação de formas e espaços mais livres, evitando usar geometrias rígidas, repetidas ou
muito duras;
● definição do projeto baseada em escalas menores, com volumes separados, mas
articulados entre si, evitando gerar volumes grandes que se destaquem do entorno;
● capacidade de fazer projetos em locais com construções antigas, mantendo um diálogo
com o passado, sem necessariamente copiá-las;
● uso de novas tecnologias construtivas, buscando equilibrar sua presença no projeto com
os outros elementos citados anteriormente.
Um exemplo prático da aplicação dessas premissas é a Casa de Chá Boa Nova (1958-
1963), situada em Matosinhos, Portugal (figura 1).
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Figura 1. Casa de Chá Boa Nova (1958-1963), Matosinhos, Portugal. O projeto feito por Álvaro Siza foi pensado como
parte da paisagem.
Disponível em <https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/06/60/77/42/boa-nova-tea-house-casa.jpg>. Acesso em 12 mai. 2023.
A primeira asserção está correta porque descreve as principais características dos conceitos
usados na Escola do Porto. A segunda asserção descreve resumidamente a aplicação desses
conceitos no projeto do estádio feito por Souto de Moura. Dessa maneira, a primeira asserção
é justificada pela segunda.
Alternativa correta: A.
3. Indicações bibliográficas
● FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes,
1997.
● MOURA, E. S. Conversas com estudantes. Barcelona: Gustavo Gili, 2008.
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ÍNDICE REMISSIVO
Questão 2 Topografia.
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