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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB


FACULDADE DE CIÊNCIAS DA
EDUCAÇÃO E SAÚDE – FACES

BEATRIZ AKIE TAYAMICHI SATO


CARLOS EDUARDO GOMES VIEIRA
ESTHER VALENTINA CARVALHO BARBOSA
ISABELE ABDALA GRACINDO
JOÃO PAULO SACAKURA MARQUES LIMA
MARIA JÚLIA BOUEZ ABRAHIM LOPES

PROJETO DE EXTENSÃO

DOAÇÃO DE SANGUE CANINA

BRASÍLIA - DF
2023
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BEATRIZ AKIE TAYAMICHI SATO


CARLOS EDUARDO GOMES VIEIRA
ESTHER VALENTINA CARVALHO BARBOSA
ISABELE ABDALA GRACINDO
JOÃO PAULO SACAKURA MARQUES LIMA
MARIA JÚLIA BOUEZ ABRAHIM LOPES

DOAÇÃO DE SANGUE CANINA

Trabalho apresentado à disciplina de


Projeto Integrador III com a
finalidade de avaliar o desempenho
dos alunos durante o quarto
semestre do curso de medicina
veterinária.

Professor: Dra.
Francislete Rodrigues
Melo

BRASÍLIA - DF
2023
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RESUMO

Neste projeto, foi explorada a crescente relação entre animais de estimação e


seres humanos, impulsionando a indústria de produtos para pets. As origens das
transfusões de sangue no século XVII foram investigadas, assim como a justificativa
para terapias com hemocomponentes em animais enfermos.

O objetivo central foi realizar uma revisão bibliográfica sobre doação e


transfusão sanguínea em cães, gerando materiais de conscientização para
frequentadores de parques pets. No referencial teórico, foi abordada a complexidade
do sangue, composto por células e plasma, destacando a importância da terapia
transfusional em situações críticas.

A metodologia incluiu revisão bibliográfica, visita a uma clínica veterinária,


seminários, divulgação em parques, redes sociais e pet shop. Os resultados
compreenderam apresentações detalhadas, distribuição de materiais informativos,
divulgação em redes sociais e visitas a clínicas de coleta, evidenciando práticas
éticas.

Em conclusão, a abordagem multidisciplinar adotada contribuiu


significativamente para a conscientização e participação ativa da comunidade na
promoção da saúde animal, destacando a importância da doação de sangue canina.
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ABSTRACT

In this project, we explored the growing relationship between pets and


humans, driving the pet products industry. The origins of blood transfusions in the
17th century were investigated, along with the justification for therapies involving
blood components in sick animals.

The main objective was to conduct a literature review on blood donation and
transfusion in dogs, creating awareness materials for pet park visitors. In the
theoretical framework, the complexity of blood, composed of cells and plasma, was
discussed, emphasizing the importance of transfusion therapy in critical situations.

The methodology involved literature review, a visit to a veterinary clinic,


seminars, park, social media, and pet shop outreach. The results encompassed
detailed presentations, distribution of informative materials, social media promotion,
and visits to collection clinics, highlighting ethical practices.

In conclusion, the adopted multidisciplinary approach significantly contributed


to raising awareness and active community participation in promoting animal health,
emphasizing the importance of canine blood donation.
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SUMÁRIO

DOAÇÃO DE SANGUE CANINA ..................................................................1

INTRODUÇÃO...............................................................................................4

REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................6

METODOLOGIA .......................................................................................... 17

RESULTADOS ESPERADOS .................................................................... 18

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 19
6

SUMÁRIO DE IMAGENS

Figura 1: Coleta de sangue da Lola ............................................................14

Figura 2: Entrega de panfletos ...................................................................19

Figura 3: Post no instagram .......................................................................20

Figura 4: Lola esperando a coleta na baia .................................................21

Figura 5: Teste 4DX e bioquímico .............................................................. 21

Figura 6: Coleta de exame bioquímico ....................................................... 21

Figura 7: Centrifugação do sangue coletado..........................................23


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INTRODUÇÃO

A relação entre animais e seres humanos tem despertado o interesse de


veterinários e do público em geral. A crescente quantidade de animais de estimação
que compartilham os lares humanos está transformando a maneira como as pessoas
percebem os animais, resultando no crescimento da indústria de produtos e serviços
para pets. CASTILHO; CORTEZ, 2008).

As primeiras transfusões de sangue com base em experimentos em animais


são relatadas no século XVII no ano de 1665, realizados pelo médico britânico
Richard Lower, Oxford. As transfusões da época eram heterólogas, ou seja, com
sangue de animais de espécies diferentes. O médico do rei Luís XIV defendia que,
ao contrário do sangue humano, o de animais estaria menos contaminado de vícios
e paixões.

A terapia com o uso de hemocomponentes oferece aos animais criticamente


enfermos o aumento na capacidade de transporte de oxigênio, melhora na
hemostasia, corrige a hipoproteinemia e hipovolemia, além de reposição de
imunidade passiva em neonatos que não receberam colostro (KRISTENSEN;
FELDMAN, 1995).

Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica
sobre a doação e transfusão sanguínea em cães e gerar material físico e digital de
panfletos que serão apresentados à frequentadores de parques pets. Além disso,
visa também conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue
animal
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REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 SISTEMA SANGUÍNEO

O sangue é considerado a principal via responsável por transportar os


metabólitos necessários para a sobrevivência de um sistema orgânico complexo. É
constituído pelas hemácias ou eritrócitos, leucócitos ou glóbulos brancos, plaquetas,
classificadas não como células, mas sim como fragmento celular de megacariócitos
e plasma. As hemácias, juntamente dos leucócitos, são consideradas a parte celular
do sangue, e por isso apresentam maior densidade em relação ao todo, sendo
responsáveis pela função essencial de transportar oxigênio por entre os tecidos.
(Babo, 1998)

Os leucócitos, também conhecidos como “células – brancas”, são os grandes


responsáveis pela defesa imunológica do indivíduo, realizando o reconhecimento de
partículas estranhas ao organismo, como patógenos e antígenos. Tais células são
produzidas através do processo de hematopoiese na medula óssea do organismo, e
posteriormente são levadas via corrente sanguínea para determinados órgãos –
sítio, como timo e baço, responsáveis por realizar a maturação dessas células e
armazená-las. As plaquetas, conforme descrito acima, não se trata de um grupo
celular, mas sim de fragmentos de células. São importantes para o processo de
coagulação sanguínea, sobretudo em casos em que ocorrem lesão ou injúria
tecidual importante, com consequente rompimento de vasos sanguíneos e
extravasamento de sangue para o ambiente extravascular. (Apicella, 2009)

O plasma corresponde à parte não celular do conteúdo sanguíneo total, e


representa a maior parte da composição sanguínea. É formado majoritariamente por
água, seguido por gases, íons e moléculas orgânicas como aminoácidos, proteínas
(Albuminas, globulinas, fibrinogênio, transferrina), glicose, ácidos graxos de cadeia
curta e resíduos nitrogenados. A albumina ajuda na manutenção da pressão
osmótica do sangue, atuando diretamente na retenção de água no meio
intravascular, impedindo a passagem excessiva de água para os tecidos. Além
disso, é a principal molécula envolvida no processo de transporte de fármacos. As
imunoglobulinas, que podem ser do tipo alfa, beta e gama, são consideradas as
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“proteínas de defesa”, conhecidas como “anticorpos” e atuando diretamente na


atuação e formação da resposta imune do indivíduo. As lipoproteínas são oriundas
do metabolismo de lipídeos – HDL (High density lipoprotein) e LDL (Low density
lipoprotein) – enquanto a protrombina e fibrinogênio estão ligados à cascata de
coagulação sanguínea. (Barreto, 2009).

“O sangue é responsável, em média, por 8,5% e 6,5% do peso corporal de um


cão e um gato, respectivamente”. Como dito anteriormente, a volemia de cães e
gatos tendem a diferir entre si, sendo a dos felinos por volta de 60 – 70 mL/kg,
enquanto nos cães encontra-se 80 – 90 mL/kg, o que faz com que o volume de
fluídos utilizados de forma terapêutica, como cristalóides e hemoderivados utilizados
na hemoterapia transfusional, seja diferente nessas duas espécies. No entanto, é
importante salientar que essa volemia pode variar em função de alguns fatores,
como por exemplo, o nível de ingestão e consumo diário de água, perda de líquidos
corporais – sangue em situações de hemorragia ou água em estado de desidratação
importante -, produção de água metabólica etc. (Barreto, 2009).

Retornando para a composição celular do sangue, muitas dessas células


apresentam período de vida curto e programado, e devido à essa condição,
diariamente células consideradas como “velhas e obsoletas” são retiradas da
circulação, enquanto novas células são produzidas de maneira constante a partir do
processo de hematopoiese por meio dos órgãos linfáticos primários, como a medula
óssea, por exemplo.

1.2 TERAPIA TRANSFUSIONAL

Não é segredo que a terapia transfusional sanguínea vem se tornando cada


vez mais recorrente e necessária na rotina da maioria das clínicas e hospitais
veterinários, sendo, em muitos casos, um método terapêutico de urgência ou
emergência, a depender da condição clínica do animal. Muito dessa necessidade
vem em decorrência das mais adversas situações com as quais o médico veterinário
se depara no ambiente clínico - hospitalar, desde quadros de anemia e
trombocitopenia de foco infeccioso, até quadros de hemorragias severas cursando
com choque hipovolêmico importante, principalmente em casos de trauma, como por
10

exemplo atropelamentos e lesão corporal, que configuram sério risco de vida para o
animal.

A transfusão sanguínea pode ser definida como uma técnica terapêutica que
se utiliza de sangue total ou hemoderivados obtidos a partir de processo de
centrifugação e separação dos hemocomponentes, visando restabelecer alguma
condição deletéria na qual o animal se encontra, independente da causa base,
sendo as principais: quadros de anemia não regenerativa, hemólise, trombocitopenia
– redução no número total de plaquetas circulante -, e hemorragias, principalmente.
É recomendada em situações em que se observa a presença de sinais clínicos que
indiquem distúrbios sanguíneos decorrentes de diminuição de volemia ou anemia,
como por exemplo, mucosas pálidas, hipotermia, pressão arterial baixa, taquicardia,
taquipneia compensatória à má oxigenação tecidual, histórico de hemorragia e
tempo de preenchimento capilar (TPC) aumentado. Em outras palavras, a terapia
transfusional é considerada uma forma de transplante, aonde o próprio sangue de
um animal doador será transplantado no animal receptor, visando reestabelecer os
níveis fisiológicos de hematócrito, plaquetas, proteínas séricas e leucócitos,
aumentar a capacidade de transporte de oxigênio, e atuar na expansão do volume
sanguíneo circulante total. (Babo, 1998).

Importante salientar que a hemoterapia não deve ser encarada como uma
forma de tratamento, mas sim como uma ação emergencial que visa garantir maior
tempo de sobrevida ao paciente, possibilitando assim, uma abordagem cirúrgica
mais segura, caso necessário, além de dar tempo ao médico veterinário responsável
de obter um diagnóstico confiável, com um bom tratamento aliado. (Apicella, 2009).

1.3 TIPOS SANGUÍNEOS

1.3.1 Classificação dos Tipos Sanguíneos em Cães:

A classificação dos tipos sanguíneos em cães é uma área crucial para


compreender a complexidade e a importância da compatibilidade sanguínea. Os
cães apresentam Dog Erythrocyte Antigens (DEA), que consistem em oito antígenos
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diferentes, denominados DEA 1.1, DEA 1.2, DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 7 e
DEA 8 (Kristensen e Feldman, 1997).

Entre esses antígenos, o DEA 1.1 é considerado o mais significativo e reativo,


desempenhando um papel crucial na determinação da compatibilidade sanguínea.
Transfusões incompatíveis entre DEA 1.1 e DEA 1.2 podem levar à destruição das
células transfundidas e à sensibilização do sistema imunológico do animal, o que
pode resultar em reações adversas em transfusões posteriores (Taffarel e Cunha,
2003).

É importante ressaltar que, diferentemente de algumas outras espécies, é


menos comum que os cães desenvolvam isoanticorpos naturais contra antígenos
eritrocitários. Geralmente, eles não produzem anticorpos contra os antígenos
presentes em seus próprios eritrócitos, a menos que sejam induzidos por
transfusões anteriores, gestação ou imunização (Taffarel e Cunha, 2003).

A identificação correta dos tipos sanguíneos é crucial para realizar


transfusões de sangue seguras e eficazes em cães. Embora uma primeira
transfusão incompatível possa não ser perigosa, ela pode sensibilizar o animal,
aumentando a probabilidade de reações graves em transfusões subsequentes
(Boothe, 2003).

Além disso, vale ressaltar que a isoeritrólise neonatal, embora mais comum
em gatos do que em cães, ainda pode ser uma preocupação. Em cães, essa
condição pode ocorrer em filhotes nascidos de uma cadela que tenha recebido uma
transfusão de sangue incompatível, levando a sintomas semelhantes aos
observados em gatos afetados por essa condição (Lubas, 1996).
12

Portanto, a compreensão detalhada dos antígenos eritrocitários caninos é


essencial para garantir a segurança e a eficácia das transfusões sanguíneas em
cães. Minimizar os riscos de reações adversas e complicações potenciais é
fundamental para o bem-estar e a saúde desses animais.

1.4 PROCESSO DE COLETA

A coleta de sangue para doação em cães é um procedimento sensível que


demanda atenção e precauções específicas para assegurar o bem-estar do doador e
a qualidade do sangue obtido. Geralmente realizada na veia jugular, com o animal
em decúbito lateral, é aconselhável que este permaneça em jejum por pelo menos
12 horas antes da doação. Durante a coleta, é crucial monitorar o estado do doador,
observando a coloração das mucosas, pulso e frequência respiratória para identificar
quaisquer sinais de desconforto ou alterações em sua saúde Ceroni (2008).

Figura 1: Coleta de sangue da Lola

Para garantir a homogeneização da bolsa de sangue e evitar a formação de


coágulos, é necessário cuidado constante durante o processo. A doação, que dura
entre 5 a 15 minutos, deve respeitar esse intervalo para evitar desconforto excessivo
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ao doador. O sangue total é coletado em bolsas contendo CPDA-1 como


anticoagulante, seguindo uma proporção específica para preservar a qualidade do
sangue coletado. Babo (1998)

A utilização de uma agulha de grosso calibre, conectada a um equipo e à


bolsa plástica à vácuo, é padrão no procedimento. Após a doação, é necessário
aplicar pressão no local da venipunção por 2 a 5 minutos para acelerar o processo
de coagulação. A observação do animal por 15 a 30 minutos quanto a sinais de
fraqueza, mucosas pálidas e pulso fraco é fundamental, podendo indicar hipotensão.
Caso necessário, a soroterapia com solução salina ou cristaloides é realizada para
repor o volume doado, evitando hemodiluição imediata. Ceroni (2008)

Recomenda-se aos proprietários que evitem exercícios físicos intensos com o


animal por alguns dias e incentivem a ingestão de ração industrializada e água após
a doação para uma recuperação adequada. Esses cuidados visam não apenas a
saúde imediata do doador, mas também a qualidade do sangue coletado,
contribuindo para o sucesso da terapia transfusional e para a promoção da saúde
animal, conforme orientações de Gonzáles, Ceroni (2008) e Babo (1998).

1.5 TIPOS DE BOLSAS

Para pacientes com sangramentos crônicos como anemia sem perda de


volume sanguíneo, o concentrado de hemácias é um tratamento recomendado.
Níveis de hemoglobina abaixo de 7g/dL normalmente indicam a necessidade de
transfusão de hemácias. (KRISTENSEN; FELDMAN, 1995)

Nos casos em que há problemas cardíacos e renais, o concentrado de


glóbulos vermelhos é uma alternativa favorável ao sangue total. Cobre a mesma
quantidade de glóbulos vermelhos em volume reduzido, revelando-se benéfico. A
quantidade real de glóbulos vermelhos contida na bolsa varia entre 250 e 300ml,
com a classificação do hematócrito variando entre 55 e 80%, à medida que fatores,
14

como a solução conservante da bolsa, o volume do plasma e os detalhes do doador


entram em jogo.

O concentrado de plaquetas é feito centrifugando o plasma que está junto


com as plaquetas (KRISTENSEN; FELDMAN, 1995). A bolsa de concentrado de
plaquetas tem 50 a 70ml e dura até 5 dias e deve ser homogeneizada
constantemente (ABRAMS-OGG, 2000).

1.6 REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

As reações transfusionais são efeitos adversos a transfusão sanguínea devido


a incompatibilidade com hemocomponentes transfusionados, normalmente ocorre
devido a falha na tipagem sanguínea, o teste de compatibilidade é necessário para
evitar possíveis reações, observa-se como controle das reações a administração de
anti-histamínicos, adrenalina e corticoides, a se analisar a necessidade de acordo
com os tipos e níveis de reação (HOHENHAUS, 1992).
Tais reações podem ser sub classificadas em reações agudo-imediatas, por
apresentarem sintomatologia logo após a transfusão, observando alguns relatos em
até 48 horas do procedimento. Já as reações consideradas tardias podem ocorrer
entre 3 e 5 dias da transfusão, além da classificação em hemolíticas e não
hemolíticas, imunológicas e não imunológicas (STONE; COTTER, 1992).

A reação hemolítica aguda imediata, é caracterizada por hipertermia,


hemoglobinúria, taquicardia, hemólise (destruição de hemácias), sialorréia, melena,
sinais de choque, ocasionadas por uma não identificação e reconhecimento pelo
corpo, gerando uma resposta e hipersensibilizarão do sistema imune
(HOHENHAUS, 2000).

As reações não imunes imediatas são sobrecarga circulatória, causada, em


sua maioria, por um volume, velocidade e temperatura exagerada no momento da
transfusão. (LEITÃO, 2009)
15

A análise sobre a demanda do animal que necessita de doação é


fundamental, para se evitar uma possível reação por hipersensibilidade do sistema
imune, além da identificação dos sintomas de uma possível reação e a
administração de fármacos para mitigar os riscos de piora no quadro do paciente
(GOMES, 2008).
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METODOLOGIA

O trabalho trata-se de um projeto baseado em revisão bibliográfica feito por


meio de pesquisas nas plataformas Pubmed e Scielo, além de uma visitação no
centro de hemoterapia OHV acompanhado do médico veterinário responsável.

Para a pesquisa foram selecionadas publicações bibliográficas dos anos de


1992 a 2008 e foram usadas as palavras-chave transfusão sanguínea, sangue,
hemoterapia, tanto na língua portuguesa, quanto na língua inglesa.

O projeto também inclui confecção e distribuição de folder informativo nos


Parques com o objetivo de informar e conscientizar os tutores de cães sobre a
importância da doação sanguínea

Realizamos um seminário em sala de aula que abordou de forma abrangente


o processo de doação de sangue de cães, incluindo uma demonstração prática por
vídeo com a participação ativa dos membros do grupo. Além disso, promovemos a
conscientização por meio de uma divulgação estratégica em parques frequentados
por donos de cães, inclusive os donos de cães de porte grande, incentivando a
participação ativa e oferecendo esclarecimentos sobre a doação de sangue canina.
Utilizamos também as redes sociais, especialmente o Instagram, como uma
ferramenta eficaz de divulgação, alcançando uma ampla audiência por meio de
publicações e stories informativos.

Adicionalmente, a visita de saída de campo a clínica de coleta de sangue para


doações caninas permitiu uma compreensão mais aprofundada do processo de
doação, com o procedimento sendo realizado em três cadelas de porte grande, Meg,
Maya e Lola, todas demonstrando um comportamento exemplar durante todo o
processo. Essas atividades foram fundamentais para ampliar o conhecimento e o
engajamento da comunidade em relação à importância da doação de sangue canina
e à promoção de cuidados de saúde animal adequados.
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1.1 SEMINÁRIO EM SALA

Apresentação detalhada feita no dia 11 de setembro de 2023, com duração


total de 45 minutos para todos os alunos e a professora da matéria de Projeto
Integrador III, sobre o processo de doação de sangue de cães, abordando os
requisitos de elegibilidade, os benefícios para os receptores e a importância de um
banco de sangue canino bem gerenciado.

Demonstração prática com a participação ativa dos membros do grupo,


mostrando os procedimentos de triagem, coleta e armazenamento, enfatizando a
importância do manejo seguro e ético durante todo o processo.

O seminário teve como foco a conscientização sobre a importância da doação


de sangue canina, destacando como essa prática pode salvar vidas e ajudar no
tratamento de diversas condições médicas em animais de estimação.

1.1 DIVULGAÇÃO EM PARQUES

Distribuição de 150 folders informativos em parques frequentados por tutores


de cães de porte grande, oferecendo orientações adicionais sobre os benefícios da
doação de sangue e os locais onde o procedimento pode ser realizado de forma
segura e confiável.
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Figura 2: Entrega de panfleto em parques

Abordagem direta às pessoas que passeavam com seus cães, incentivando


uma discussão mais aprofundada sobre a importância da conscientização sobre
doação de sangue canina e esclarecendo possíveis preocupações ou dúvidas dos
tutores de animais de estimação.

Incentivo à participação e esclarecimento de dúvidas relacionadas ao


processo de doação, ressaltando a simplicidade do procedimento e os potenciais
benefícios para a saúde geral dos cães.
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1.3 DIVULGAÇÃO EM REDES SOCIAIS


Utilização do Instagram como uma plataforma interativa para compartilhar
informações educacionais sobre doação de sangue canina, incluindo vídeos curtos e
conteúdo gráfico envolvente para promover o engajamento do público e a
conscientização contínua.

Figura 3 : Post no story do instagram

Alcance significativo por meio do perfil @esthervpets, destacando a


importância de promover uma comunidade de cuidados responsáveis para animais
de estimação e incentivando uma discussão aberta sobre práticas de saúde animal e
doação de sangue.

1.4 SAÍDA DE CAMPO À CLÍNICA OHV

No dia 22 de agosto de 2023, visitamos o banco de sangue e centro de


Nefrologia veterinário, OHV One Health Veterinary Nefro – Brasília, localizado no
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Núcleo Bandeirante. Chegamos por volta das 9:00 da manhã, sendo recebidos pelo
médico veterinário e proprietário da clínica, Anilton, que explicou detalhadamente o
processo de doação de sangue e apresentou a clínica, abordando os diferentes tipos
sanguíneos dos cães.

Posteriormente, fomos guiados pelo médico veterinário Lucas Araujo, que


mostrou as instalações, incluindo laboratório, salas de atendimento, área de
recepção para animais doadores, e a sala de coleta de sangue. Na clínica, eles
buscam os doadores em suas casas, se preferido pelos tutores, proporcionando um
ambiente confortável com baias e fornecendo água para os cães. O médico
veterinário Arthur Nery, com a assistência do Dr. Lucas Araujo, iniciou o processo de
doação, coletando amostras de sangue das três cadelas presentes naquele dia:
Lola, Maya e Maggie.

Figura 4: Teste 4DX, Leishmaniose e bioquímico Figura 5: Lola esperando a coleta na baia

O sangue foi avaliado no laboratório, onde realizamos os exames:


hemograma, bioquímico (creatinina, ureia, fosfatase alcalina, alanina
aminotransferase), teste de Leishmaniose e teste 4DX (erlichia, anaplasma,
dirofilaria e borrelia). Após os resultados estarem em ordem, recebemos autorização
para a coleta do sangue para as bolsas. Em um consultório específico para esse
procedimento, é feita a contenção do cão. Alguns animais precisam de mais
atenção, enquanto outros já estão acostumados, o que facilita a retirada do sangue.
A quantidade de sangue retirada varia de acordo com o peso do animal e o processo
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dura de 10 a 15 minutos. Durante todo o procedimento, a bolsa precisa permanecer


em movimento para evitar a coagulação do sangue.

Figura 6: Realização de exame bioquímico

Quando as bolsas estão cheias, são enviadas para outro laboratório onde é
feita a separação do concentrado de hemácias, plaquetas e plasma. Testamos o
sangue de cada bolsa para determinar o tipo sanguíneo e colocamos uma etiqueta
com informações sobre o sangue e sua validade. Cada bolsa é etiquetada e
armazenada adequadamente, podendo ser congelada, resfriada ou mantida em
temperatura ambiente. Após esse processo, aguardam até que algum animal precise
de uma bolsa e é enviada rapidamente para o local.
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Figura 7: centrifugação do sangue coletado

1.5 DIVULGAÇÃO DE PANFLETOS NO PET SHOP

Estratégia de divulgação adotada por meio da distribuição de panfletos


informativos no renomado Pet Shop Pegada Animal, localizado no Guará 2,
alcançando proprietários de animais de estimação que frequentam regularmente o
estabelecimento.

Ênfase nas informações pertinentes sobre a importância da doação de


sangue canina, juntamente com diretrizes claras sobre como os donos de animais de
estimação podem se envolver no processo de doação, promovendo a
conscientização e a participação ativa da comunidade local.

Incentivo à interação direta com os clientes do pet shop, oferecendo


orientações personalizadas e respondendo a possíveis dúvidas, a fim de promover
uma compreensão mais abrangente e envolvente sobre os benefícios da doação de
sangue canina e o impacto positivo nas comunidades de cuidados de saúde animal.
23

RESULTADOS ESPERADOS

O vigente projeto gere uma conscientização crescente sobre a importância da


doação de sangue canina, tanto entre os tutores de animais de estimação quanto na
comunidade em geral. Espera-se, como reflexo desse entendimento, um
engajamento ativo da comunidade, evidenciado pela participação em eventos de
divulgação, distribuição de panfletos e interação nas redes sociais. A disseminação
efetiva de informações contribuirá para a mudança de mentalidade em relação à
doação de sangue por parte dos tutores de animais.

Como resultado direto do projeto, prevê-se um aumento na participação em


doações de sangue canina, com mais proprietários de animais reconhecendo a
importância desse ato para a saúde geral dos cães. Além disso, antecipa-se uma
contribuição significativa para a ampliação do banco de sangue veterinário,
resultando em uma reserva mais substancial de sangue canino para atender às
necessidades emergenciais e terapêuticas.

O projeto também visa proporcionar uma compreensão aprofundada da


comunidade em relação ao processo de doação de sangue canina. Isso inclui
destacar não apenas a importância desse ato altruístico, mas também os
procedimentos éticos envolvidos e os cuidados necessários tanto para os doadores
quanto para os animais receptores.
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REFERÊNCIAS

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