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Construção Civil

ENCARREGADO
UNIDADE 3 – Parte I
Objectivos
No final desta unidade deverá ser capaz de:

• Reconhecer a importância da análise de solos, as suas principais


técnicas e formas de aplicação;
• Destacar a terraplenagem como técnica fundamental no contexto
da movimentação de terras;
• Reconhecer as técnicas específicas para a movimentação de
terras para infra-estruturas;
• Reconhecer os equipamentos principais, relacionando o seu uso
com as situações de movimentação de terras;
• Determinar a utilização dos equipamentos adequados a cada
situação de movimentação de terras;
• Identificar os ciclos de trabalho, destacando as precauções
devidas na sua realização;
• Perceber a importância da compactação de terras na sua
movimentação.
ÍNDICE
Trabalhos de demolição

Movimentação de Terras

Terraplenagens

Entivações

Equipamentos

Transporte

Ciclos de trabalho

Compactação de solos
Construção Civil
ENCARREGADO
Trabalhos de demolição
Introdução
Entende-se por demolição, o desfazer de uma determinada
construção apeando os materiais constituintes da mesma.
Ao contrário do que possa, em princípio, parecer, os trabalhos de
demolição apresenta grandes dificuldades e riscos. De facto, demolir
uma construção e ao mesmo tempo garantir a integridade de
construções vizinhas e a segurança do pessoal que executa esse
trabalho, implica o permanente domínio do processo de demolição.
Os acidentes que ocorrem nas demolições em geral resultam de não
ter prevalecido em determinado instante o domínio, e não se ter
sabido controlar a massa de construção a demolir. Por isso, este
trabalho requer um grupo atento, prudente, disciplinado, que observe
e acate as determinações dos responsáveis, encarregados de escolher
o método de demolição mais de acordo com a natureza da construção
a demolir.
Este tipo de trabalho requer muita prudência e disciplina.
Introdução
A escolha do método de demolição deverá estar de acordo com a
natureza e tipo de demolição a executar.
De uma forma geral as demolições podem ser de dois tipos:

Demolição Demolição
parcial Total
Demolição parcial
Este tipo de demolição surge quando se
pretende introduzir alterações em edifícios já
construídos.
Neste caso as demolições e as reconstruções
podem ser indicadas tanto em desenhos que
evidenciam o estado original da construção,
como em novos desenhos que realçam o novo
estado da construção. Para facilitar a
compreensão e o processo de execução, é de
uso corrente assinalar as alterações previstas
em novos desenhos de edificações
transformadas, representando as partes a
demolir com traço amarelo, e a construir com
traço a encarnado.
Apresenta-se na (fig.1), uma planta de um
projeto de alterações, com vermelhos e
amarelos.
Demolição total
Este tipo de demolição surge quando um determinado edifício chega
ao fim da sua vida útil, não se tornando viável a sua recuperação, ou
apresente um avançado estado de degradação. A demolição total
pode também ocorrer quando se verifica que um determinado edifício
ameaçam ruir, tenha sofrido um incêndio, ou violam preceitos
expressos do Regulamento Geral de Edificações Urbanas.
Processos de demolição
A escolha do processo ou processos de demolição, a empregar deve,
pois, basear-se num conjunto de factores que têm a ver com as
características da construção a demolir, na vontade ou não de
recuperar o mais possível os materiais demolidos e no tempo
disponível para a execução da obra.

Duma forma geral as demolições podem ser agrupadas em três


grandes grupos:

Demolição
Demolição Demolição
por
manual mecânica
implosão
Demolição manual
Este método desfaz a construção por ação
directa dos trabalhadores na sua forma
tradicional e é sem dúvida, o método que
permite, entre todos, a mais vasta
recuperação de materiais demolidos, uma vez
que o seu processo de atuação conduz a
pequenos desmoronamentos sucessivos que
danificam menos esses materiais e, ao
mesmo tempo, possibilitam a sua separação
à medida que vão sendo demolidos. A
sequência da demolição deverá seguir a
ordem inversa seguida no processo de
construção.
O principal inconveniente é a utilização de
mão-de-obra excessiva e de uma forma
geral, inserida em condições de trabalho
bastante incómodas (fig.2).
Demolição manual
Para além disto, a problemática aumenta quando se trata de grandes
volumes de construção ou se está perante materiais muito resistentes
como, por exemplo, o betão armado e o pré-esforçado.
A maior parte das vezes a demolição manual é o único método
possível a adotar, pois os edifícios com muita altura não são
alcançáveis por processos mecânicos e a vizinhança da construção a
demolir nem sempre permite o uso de explosivos em condições de
segurança.
Demolição manual
Para que os materiais possam ser reciclados, é fundamental que se
proceda à sua separação seletiva, em função das suas diferentes
características, natureza e potencialidades.
A triagem, separação e limpeza dos materiais demolidos poderão ser
feitas mais eficazmente caso a demolição seja efetuada elemento a
elemento, com equipamento manual, pequenos martelos saneador
demolidores, melhorando substancialmente o rendimento.
Este tipo de demolição seletiva é mais lenta e onerosa, os ganhos
estão normalmente mais a jusante, pelo que deverão ser
desenvolvidos esforços para encorajar os trabalhadores a evitar a
colocação incorrecta de materiais nos contentores e, assim,
contaminarem o volume de reciclagem.
É, pois imprescindível a consciencialização dos operários no sentido
de entenderem a importância e os benefícios que podem resultar
para todos nós. É necessário que compreendam que o trabalho que
executam não é trabalho adicional, mas sim de grande utilidade.
Demolição manual
A demolição seletiva é em geral mais cara 10 a 20% que a demolição
tradicional. A demolição seletiva é uma atividade demorada, com
grande incorporação de mão-de-obra, que só será rentável se houver
mercado para os produtos de demolição e o custo de material levado
a vazadouro for suficientemente elevado.
Em suma, uma das mais importantes vantagens da demolição
manual consiste na separação cuidada de todas as categorias de
materiais. A separação na origem é fundamental, tendo em vista a
recuperação de materiais para utilização como matéria primas ou
secundárias.
Demolição mecânica
Considera-se demolição mecânica quando esta é totalmente efetuada
á custa de máquinas não portáteis e pode ser efetuada utilizando
vários métodos e equipamentos.
A demolição mecânica tem como vantagem apenas a rapidez de
execução do trabalho e só deve ser utilizada quando não há
construções vizinhas, suscetíveis de serem atingidas.
Neste tipo de demolição, o aproveitamento de materiais recuperados
poderá ser mínimo.
Demolição por implosão
Este tipo de demolição também conhecido por queda controlada
consiste em fazer rebentar a construção pela criação de uma fonte de
energia súbita e violenta.
O seu manuseamento é extremamente perigoso e só deve ser feito
por pessoal habilitado. Nas obras de demolição o seu emprego é
reservado aos casos em que a situação permite recorrer a ela sem
pôr em risco construções vizinhas ou pessoais.
A demolição por queda controlada ou implosão deverá ser feita
apenas á estrutura do edifício sujeito à demolição. Esta solução
conduz a uma solução de compromisso, que permite recuperar algum
“tempo perdido” em relação à demolição tradicional.
A recuperação dos materiais demolidos por este
processo é imprevisível..
Resumo
Em geral, nas grandes demolições emprega-se mais de um método
de demolição, quando não todos. É vulgar que algumas partes da
construção, sejam demolidos pelo método manual, utilizando-se os
meios mecânicos quando a demolição se encontra a nineis mais
baixos e mais acessíveis para estes tipos de equipamento.
A decisão sobre o processo, ou processos, a empregar, deve, pois,
basear-se num conjunto de fatores que têm a ver com as
características da construção a demolir, com as construções e o meio
que o rodeia, a vontade ou não de recuperar o mais possível dos
materiais demolidos, o tempo disponível para a execução do trabalho,
etc. Só a ponderação de todos estes fatores conduzirá à decisão final,
que muitas vezes não é a desejável, mas a viável.
Plano de Segurança
A escolha do processo ou processos de demolição permite estabelecer
um Plano de Segurança definido por fases e por medidas a tomar
tendo em vista assegurar a estabilidade dos diversos elementos
durante a demolição.
A demolição deverá ser dirigida por um técnico devidamente
habilitado, responsável pela aplicação das medidas necessárias á
natureza dos trabalhos e à proteção e segurança de pessoas e bens,
quer se trate dos trabalhadores que do público.
Deverá estudar-se a segurança dos locais de trabalho de forma a
prever medidas de proteção coletivas ou individuais.
Antes de dar início a qualquer trabalho de demolição, deve
estabelecer-se uma ordem aos trabalhos e só deverão iniciar-se
depois de se assegurar que as instalações de energia elétrica, gás,
água, telefones foram cortados, certificar-se que no caso de haver
depósitos de água apoiados na estrutura os mesmos foram
esvaziados.
Verificação da existência ou não de linhas aéreas de energia elétrica
ou telefones na vizinhança da demolição e se estão sinalizadas e
protegidas de acordo com a normalização das entidades
exploradoras.
Plano de Segurança
A área circundante do local da demolição deverá estar devidamente
vedada e sinalizada. Antes de começar a demolição propriamente dita
deverá proceder-se à retirada dos elementos frágeis como vidros
portas janelas, tubagens etc.
Deverá proceder-se ao escoramento dos elementos de construção
que possam cair antes do previsto pelo plano de demolição.

São exemplo disto o aparecimento de


elementos construtivos sustidos através de
um equilíbrio feito por contrapesos e cujo
desconhecimento pode dar à demolição uma
ordem de derrubamento errada, levando a
desmoronar prematuramente algumas partes
do edifício (fig. 5).
Plano de Segurança
Deverá também ter-se em conta outros pontos sensíveis como por
exemplo, abóbadas arcos cornijas caleiras, sacadas, etc. Este
escoramento, deve apoiar-se na base firme da construção e montado
a partir daí para a plataforma superior.
As construções vizinhas também devem ser escoradas, no caso da
sua estabilidade ficar comprometida.
O eventual fornecimento de água e energia elétrica, durante os
trabalhos de demolição, deverão ser feitos por forma a evitar a
passagem de cabos ou condutas pelas zonas de queda de materiais.
Processos demolição manual
O método de demolição manual e como já foi referida anteriormente
desfaz a construção por ação directa dos trabalhadores na sua forma
tradicional, a demolição efetua-se andar por andar e de cima para
baixo, utilizando utensílios manuais.
Sempre que os trabalhadores tiverem de atuar em locais que
apresentem riscos de queda, devem esses locais dispor de proteções
coletivas, como guarda-corpos (fig.6).
Processos demolição manual
Quando se trata de aberturas nos pavimentos deverão ser colocados,
estrados de proteção. Sendo impossível fazer esta instalação, ou
tratando-se de trabalhos excecionais, de duração curta que tiram
sentido à instalação de proteções coletivas e atendendo que na
demolição manual os riscos mais frequentes estão relacionados com a
possibilidade de queda dos trabalhadores, deverá utilizar-se
proteções individuais como capacete protetor, botas de segurança,
luvas de proteção, cintos de segurança e arneses de proteção, (fig.7).
Processos demolição manual
Para garantir a fácil evacuação não deverá obstruir-se as escadas
existentes na construção desde que estas estejam em condições de
estabilidade compatíveis com o uso que se lhes vai dar ou mesmo
proceder ao seu reforço.
As escadas devem ser as últimas peças a demolirem cada piso, uma
vês que são necessárias à circulação do pessoal.
Como foi referido anteriormente o processo de demolição manual é
aquele que utiliza utensílios manuais, como picarectas, alavancas,
marrectas, pás, martelos demolidores.
A utilização de martelos demolidores e saneadores melhoram
substancialmente o rendimento.
Este tipo de equipamento é utilizado perante materiais muito
resistentes como, por exemplo, o betão armado e o pré-esforçado.
Processos demolição manual
Durante a execução dos trabalhos devem fazer-se todos os possíveis
para que todos os componentes de um grupo de trabalho atuem
sempre ao mesmo nível. Os trabalhos a decorrer em pisos diferentes
pode fazer correr riscos aos trabalhadores que se situem em planos
inferiores.
Numa demolição, os primeiros elementos a demolir são os
suportados, e só depois os suportantes.
É imprescindível que a remoção de um elemento suportante só se
faça depois de removidos os correspondentes elementos suportados.
Esta ordem tem de ser rigorosamente observada.
As vezes é fácil, no meio de uma estrutura complexa, perder o
sentido desta realidade e demolir, por exemplo, os apoios da própria
peça que suporta o trabalhador. Ou então porque uma peça
aparentemente saudável se encontra corroída no seu interior, dar-se
o seu desmoronamento antes da altura prevista.
Há muitas outras precauções que devem ser constantemente
observadas numa demolição manual.
Processos demolição manual
Duas delas dizem respeito ao próprio trabalhador, que não deve
nunca frequentar o local da demolição sem capacete de proteção e
não deve usar roupa larga, suscetível de ficar presa em saliências,
ganchos, ferros, etc.
O acesso aos postos de trabalho deve ser vigiado. Um posto de
trabalho não deve ser alcançado percorrendo traves, tetos falsos, ou
quaisquer outros elementos de resistência duvidosa.
Processos demolição manual
Quando se trata de retirar as telhas, as folhas de zinco ou as placas
de fibrocimento de uma cobertura, há que tomar precauções
especiais. São materiais frágeis que não devem, nunca servir de
apoio ao trabalhador, o acesso deve fazer-se por uma parede lateral,
directamente à cumeeira, e progredir da cumeeira para a base do
telhado apoiando-se o trabalhador em escadas, como mostra a
fig.10. Deve retirar-se o material da cobertura progressivamente, e
de ambos os lados, para evitar desequilíbrios.
Processos demolição manual
O material retirado da cobertura não deve ser empilhado sobre a
própria cobertura, havendo que descê-los à medida que for
levantado. Um trabalhador nunca deve apoiar-se directamente numa
parede que não tenha, pelo menos, 0,35 m de espessura. E se a
parede tiver essa espessura não deve trabalhar a mais de 6,00 m do
solo. Mesmo nestas circunstâncias deve ser usado um arnês de
segurança que vai sendo preso aos elementos da construção mais
próximos e com resistência suficiente para serem utilizados com esse
fim. A figura mostra uma situação resolvida com cinto de segurança.
Processos demolição manual
Os pavimentos, em edifícios a demolir, nem sempre estão em
condições de aguentar pesos que ultrapassem o dos próprios
trabalhadores que efetuam a demolição.
Os materiais devem ir sendo retirados à medida que são demolidos.
No entanto, se for absolutamente necessário acumular algum entulho
nos pavimentos, e estes não oferecerem garantias de resistência a
um tal peso, deve proceder-se ao seu escoramento prévio, de baixo
para cima, e desde o piso térreo.
Processos demolição manual
Não iniciar o escoramento nesse piso equivale, como é óbvio, a pôr
em perigo de desmoronamento prematuro da estrutura.
Na demolição de abóbadas e arcos como o ponto central é a chave da
estabilidade da abóbada ou de um arco o seu escoramento a fazer-
se, deve iniciar-se sobre esse ponto.
Quanto à demolição de abobadas múltiplas apoiadas umas nas
outras. Um trabalho deste tipo faz-se sempre escorando as abóbadas
que não estejam a ser demolidas, até à final, que em geral acaba por
desabar um tanto descontroladamente.
A demolição de uma abóbada deverá fazer-se do centro para as
extremidades, seguindo uma trajetória em espiral.
Estruturas metálicas e betão
Qualquer que seja o processo utilizado na demolição, é vulgar ter de
empregar-se o maçarico para cortar e libertar por completo as
armaduras.
Quando se trata da demolição de estruturas metálicas terá de fazer-
se a sua “desmontagem” em pedaços facilmente transportáveis.
O corte destas estruturas também é feito a maçarico mas a ordem
por que se efetua o trabalho passa a ser muito importante, pois deve
assegurar a estabilidade da estrutura em todas as fases da sua
demolição.
Estruturas metálicas e betão
No que se refere à demolição de estruturas de betão armado, há que não perder de
vista várias regras, durante a demolição:
1. A demolição de uma peça betonada só deve ser levada a cabo depois de se saber quais
são os seus apoios. Numa laje de quatro apoios haverá que tomar precauções especiais
e efetuar o trabalho prevendo a eventualidade de desabamentos prematuros.
2. Demolir um edifício depois de um incêndio também pode conduzir a erros na avaliação
da sua resistência, devido a deformações elásticas que nessa ocasião a sua estrutura
sofre, podendo esta ter-se encurvado e mantido em tal posição devido a um obstáculo
que, uma vez removido, conduz a movimentos violentos no sentido de recuperar a
posição inicial, com inevitável desmoronamento de parte da construção.
3. Deverá também, levar-se em conta o facto, de ser vulgar, nessas circunstâncias, que
haja betão desligado das armaduras pela exposição ao calor e as lajes e as vigas,
aparentemente intactas, terem perdido a anterior resistência, deixando de poder
aguentar com pesos, inclusive o dos trabalhadores.
4. Se a estrutura for em betão pré-esforçado, o problema tem de ser estudado com
antecedência por técnicos responsáveis. O corte de uma armadura neste tipo de betão,
pode modificar por completo as condições de estabilidade e de resistência de uma
peça. Uma peça fortemente comprimida pode, pela quebra de um dos seus ferros da
armadura, sofrer uma descontração brusca e provocar uma destruição brusca e
provocar uma destruição imediata em toda a sua extensão.
5. Finalmente a demolição de betões celulares por terem menor resistência que o betão
normal, ainda que não difiram muito na aparência exterior. Deve ser previamente
referenciado aos trabalhadores saberem que as peças de betão celular irão opor uma
resistência à demolição menor do que poderia, em princípio, avaliar-se.
Demolição máquinas portáteis
A utilização de máquinas portáteis numa demolição manual deverá
ser devidamente ponderada por razões de segurança. Haverá que
avaliar se a superfície de apoio aguentam com o seu peso e o dos
trabalhadores.
Em caso de dúvida, não devem ser usadas, a não ser que possam ser
construídos andaimes que lhes sirvam de apoio ou seja possível
efetuar um escoramento eficiente dessas mesmas superfícies (fig.13).
Martelo percursor
Este tipo de equipamento pode ser acionado eletricamente ou por ar
comprimido.
Os martelos acionados por ar comprimido produzido em compressor,
devem instalar-se em zonas pouco afetadas por poeiras. Devem
dispor de um interruptor que permita liga-lo e desliga-lo facilmente.
É conveniente utilizar estes equipamentos em locais protegidos, o
trabalhador deve usar um arnês de segurança para não ser
eventualmente empurrado pela força do ar comprimido e correr o
risco de uma queda em altura.
Martelo percursor
Haverá que verificar se as ligações estão bem ajustadas, devendo
eliminar-se as mangueiras flexíveis que apresentem um duvidoso
estado de conservação.
Por razões de segurança antes de adaptar uma mangueira ao
martelo, deve ser purgado com uma passagem de ar comprimido,
tendo o cuidado de assegurar que não será ninguém atingido pela
trajetória do fluido.
Maçaricos de corte
A utilização de maçaricos exige pessoal qualificado para o efeito, pois
o oxigénio e o acetileno que os alimentam podem fazer o trabalhador
correr alguns riscos.
O oxigénio é um comburente excecional, que provoca a combustão
das substâncias carburantes, especialmente dos corpos gordos.
As garrafas com oxigénio sob pressão não devem sofrer choques e
devem ser manuseadas com cuidado, evitando-se também, que
fiquem próximas de fontes de calor.
Quanto ao acetileno, é um gás combustível com alto poder calorífico,
obtido pela reação da água com o carboneto de cálcio. Conserva-se
em garrafas depois de dissolvido em acetona que impregna uma
substância porosa existente no interior da garrafa.
Maçaricos de corte
As garrafas de acetileno não devem ficar expostas ao sol nem a
outras fontes de calor, nem sofrer choques. Devem ser vigiadas todas
as eventualidades de fuga porque a mistura de acetileno com o ar é
explosiva.
Enquanto decorre os trabalhos de corte com maçarico, deve haver à
mão extintor de incêndios.
Do que acima se disse é de concluir que estas garrafas, numa
demolição, devem ser instalada em locais onde não possam ser
atingidas por desmoronamentos.
As tubagens não devem ser muito longas, para estarem
permanentemente sobre observação.
Demolição Mecânica
A demolição mecânica é sempre mais rápida do que os processos
manuais. Pode ser efetuada por diversos métodos.

Demolidor
Por tração; hidráulico ou
pneumático.

Por
Com bola;
compressão;
Demolição por tração
Este tipo de demolição é conseguido utilizando bulldozers ou outro
tipo de equipamento capaz de fazer tração por meio de cabos.
As zonas a demolir devem possibilitar a boa aderência de um cabo
metálico (fig.15).
Demolição por tração
Quando necessário, faz-se previamente um roço horizontal para
garantir a fixação dos cabos.
A tração provocada pela máquina origina o desmoronamento.
Neste tipo de demolição corre-se o risco dos cabos poderem partir-se
e chicotear fortemente quaisquer corpos que encontrem, é
imprescindível que não haja ninguém na zona possível de ser atingida
pela chicotada do cabo sob tracção. Nunca deve permitir-se também,
que trabalhadores passem por cima de um cabo tenso, por razões
idênticas.
A demolição por tração é sempre uma operação muito perigosa e
deve evitar-se que o cabo não deve ser puxado obliquamente, em
relação ao eixo longitudinal da máquina, sobe pena de criar tensões
desiguais nos seus ramos.
Nos ângulos agressivos deve proteger-se o cabo com pedaços de
madeira para evitar que ele “serra” a construção a demolir.
Demolição por compressão
Este tipo de demolição faz-se com recurso a pás mecânicas e tratores
de rastos que arremetem de encontro à construção empurrando-a ou
fazendo-a desmoronar-se à custa de pancadas fortes. Este processo
tem como limite o alcance do braço da máquina, isto é altura da
construção não deve ser maior do que o comprimento do braço da
máquina medido na sua projeção horizontal , e deve ter um limita
máximo de altura de 7,00 m. Este tipo de demolição não deve ser
aplicado a construções velhas, cuja falta de solidez provoque
desmoronamentos prematuros
Demolição por bola
É efetuada normalmente com o auxílio de uma grua móvel que tem
suspenso na extremidade do braço um cabo com uma esfera metálica
de grande peso, a qual atua por movimento pendular ou queda
vertical.
Demolição por bola
O peso da bola varia com a natureza da obra a demolir, mas
sobretudo as capacidades da máquina. Em geral tem entre 500 a
2000 kg.
Para evitar que a grua se volte ao contrário, o peso da bola
terá de ser compatível com a capacidade da máquina. Na
prática deve ser, no máximo, metade da carga nominal
expressa na grua para uma determinada inclinação do braço.
Neste tipo de demolição o aproveitamento de materiais recuperados é
mínimo. Só deve utilizar-se, portanto, nos casos em que não estar
em causa este aproveitamento e apenas a rapidez da execução do
trabalho.
As gruas torre não devem ser utilizadas nestas demolições, uma vez
que o seu braço é permanentemente horizontal e o movimento a dar
à esfera, pendular, pode comprometer a sua estabilidade.
Demolição por bola
Este método, executado embora com gruas apropriadas,
restringe sempre a atuação do manobrador e conduz a
desmoronamentos imprevisíveis, só devendo empregar-se
quando não há construções vizinhas, suscetíveis de serem
atingidas.
Por outro lado, dá origem a uma difícil desobstrução de entulho, uma
vez que
os desmoronamentos não obedecem a nenhuma ordem precisa e
mistura todos os materiais.
A função das gruas torre, nestes trabalhos, deve limitar-se ao
levantamento e à deslocação das partes demolidas, uma vez que a
sua estabilidade é incompatível com os esforços de tração,
compressão e pendular que são pedidos às máquinas durante uma
demolição.
Martelo hidráulico/pneumático
É muito utilizado na demolição de grandes estruturas de betão,
normalmente montadas em braços de pás escavadoras hidráulicas ou
escavadoras de braço telescópico, a onde podem ser adaptadas
mandíbulas.
Uma escavadora equipada com braço telescópico e um martelo
hidráulico pode efetuar demolições a grandes alturas, e usar de forma
alternativa mandíbulas (fig.18).
Demolição por expansão
A demolição por expansão consiste em fazer rebentar as alvenarias e
os betões pela criação de uma fonte de energia súbita e violenta.
O manuseamento de explosivos é extremamente perigoso e só deve
ser feito por pessoal habilitado. Nas obras de demolição, o seu
emprego é reservado aos casos em que a situação permita recorrer a
ele sem pôr em risco construções vizinhas ou pessoas.
O explosivo mais utilizado em demolições é a dinamite, composto
principalmente por nitroglicerina. No entanto, também se usam muito
os explosivos nitratos, compostos essencialmente por nitrato de
amoníaco.
Demolição por expansão
A aceitar os resultados de uma estatística francesa, os acidentes
ligados ao emprego de explosivos dão-se:
Demolição por expansão
Os acidentes durante o transporte devem-se sobretudo à inclusão, na
mesma caixa, do explosivo e do detonador. O seu transporte deve
fazer-se em caixas separadas, sendo essencial que a caixa dos
detonadores tenha uma grande resistência aos choques.
Os acidentes durante a montagem, que são os mais frequentes, têm
várias causas:
• Perfuração e montagem em simultâneo;
• Detonação prematura;
• Mina não explodida.

Os acidentes durante a explosão dão-se por falta de vigilância,


relativamente à possibilidade das pessoas serem atingidas
com a projeção de materiais desagregados. Evitam-se com a
evacuação rigorosa de pessoas de toda a zona considerada
perigosa.
Demolição por expansão
Rebentador hidráulico
Este processo de rebentamento pode ser efetuado por diversos
métodos, sendo uma das variantes o ”roc-jack,” que aciona com uma
bomba a óleo dois pistões de um cilindro.
Estes mecanismos têm a vantagem de poderem ser utilizados em
qualquer lugar, sem ruído, vibrações, poeiras, nem projeções violenta
de materiais.

Rebentador carbónico
Trata-se também de um cilindro introduzido num orifício, mas este
cheio de gás carbónico liquefeito e com uma das extremidades por
uma membrana de aço. Na outra extremidade há uma cápsula que,
ao ser aquecido, provoca expansão violenta do gás dentro do tubo, a
rutura da membrana de aço e a fragmentação dos materiais onde o
cilindro foi colocado.
Recolha e Transporte
Na demolição de paredes exteriores, em edifícios de muitos andares,
devem ser instaladas plataformas de descarga para evitar que os
materiais caiam para zonas inferiores, com eventual danos de
pessoas e veículos.
Estas plataformas deverão ser executadas com peças bastante
resistentes e o seu bordo exterior deve estar, pelo menos, 0,15 m
mais elevado do que a interior. A figura (fig.19) mostra uma solução
mais elaborada para reter os materiais durante a queda.
Recolha e Transporte
A evacuação dos detritos provenientes das demolições deverá ser
feita por meio de troços de tubagem, caleiras ou tapetes rolantes
com diâmetros significativos tendo na base um dispositivo de
retenção suficiente para deter a corrente dos materiais.
É aconselhável que estas caleiras ou tubagens não sejam constituídas
por troços retos e verticais e junto da extremidade de descarga deva
haver barreiras amovíveis, por forma, a amortecer a queda dos
materiais demolidos.
Recolha e Transporte
A recolha dos materiais provenientes de demolições é feito em
contentores de 4 a 6 m3 que em alguns casos podem atingir 13 m3,
de acordo com a quantidade a recolher e o acesso ao local de
produção. O transporte dos contentores é feito numa viatura
devidamente equipada para o efeito.
Recolha e Transporte
Quando do existem várias equipas de demolição e a quantidade de
material demolido é grande, a evacuação destes detritos pode ser
efetuada directamente para camiões, por forma, a rentabilizar ao
máximo este tipo de operação.
Toda a carga transportada não deve ultrapassar o contorno exterior
do veículo e deve ser coberta e solidamente amarrada até ao lugar de
destino.
Recolha e Transporte
A cobertura do material proveniente da demolição, para além de
evitar a levantar de poeiras durante o tempo seco, no Inverno pode
ter alguma importância. Esta deve-se ao facto de a quantidade de
água poder absorver o material transportado e ocasionar o aumento
de peso e do teor em água, tendo em vista a sua aplicação em obras
de aterro. Deve de igual forma, precaver-se a eventualidade de fazer
os camiões circularem em pavimentos cuja resistência não suporte a
carga resultante desse trabalho.
Recolha e Transporte
Quando se trata de contentores específicos para o efeito o seu
transporte é efectuado em viaturas específicas, devidamente
equipadas, tendo em conta as características locais, como por
exemplo, as zonas de difícil acesso.
Toda a carga que possa ultrapassar o contorno exterior do veículo
deve ser solidamente amarrada. Os cabos ou as cordas devem fixar a
carga de forma a impedir, no entanto, que esse contorno exterior
seja excessivamente ultrapassado, por razões de segurança.
Reciclagem dos materiais
A quantidade de resíduos que são produzidos, tanto na demolição de
edifícios, como ao subprodutos das construções novas, deverá ser
encarado com muita preocupação e é urgente encontrar soluções
para a resolução deste problema, especialmente nos grandes centros
urbanos.
Após a segunda Guerra Mundial, alguns países, por motivo de força
maior, tiveram de lidar com grandes volumes de entulhos. Porém em
Portugal, a situação tem sido um pouco diferente e até há bem pouco
tempo, a demolição de um edifício, eram considerada um processo
pouco técnico em que interessava, sobretudo a rapidez.
Reciclagem dos materiais
O prazo de execução da obra é sem dúvida, um fator a ter em conta
como condicionante nos critérios de escolha do processo de
demolição. A grande pressão no cumprimento dos prazos e o
aumento gradual do nível de produtividade contribuem para défices
de preparação da demolição.
Deverá haver preocupações suplementares com os materiais
demolidos, deve basear-se num conjunto de fatores que têm a ver
com as características das construções a demolir, com a quantidade e
qualidade dos resíduos produzidos.
Os critérios a utilizar na elaboração do plano de demolição
previamente estabelecido, deve definir claramente uma ordem de
trabalhos e ao mesmo tempo referir preocupações de consciência
ambiental, passando pela caracterização dos materiais a demolir,
pela sua seleção e classificação.
Reciclagem dos materiais
Torna-se, igualmente importante, o estudo pormenorizado de todos
os materiais constituintes da obra a demolir bem como da sua
quantificação. É assim possível determinar o volume que envolve a
demolição e ao mesmo tempo, estudar de forma mais ou menos
precisa a respetiva reciclagem.
É do domínio geral que não existe uma caracterização exaustiva dos
materiais provenientes das demolições devido às dificuldades técnicas
para caracterizar os diferentes tipos de materiais.
No entanto a sua valorização só é possível se for feito o
encaminhamento dos diversos materiais para um destino final
adequado, por forma, a ser possível a sua reutilização como material
reciclado.
Neste sentido, foi atribuída uma classificação aos resíduos de
construção e demolição em Portugal e na Comunidade Europeia. Esta
classificação está directamente relacionada com as atividades do
sector da construção civil, nomeadamente, ações como novas
construções, restauro e reabilitação às quais está associada a
produção de resíduos.
Dada a variedade de materiais, bem como a diversidade de
atividades do sector da construção civil, a composição fazem destes
materiais verdadeiramente heterogéneo.
Reciclagem dos materiais
Os materiais apresentam uma composição variável, em que a maior
percentagem é, ou poderá vir a ser, reutilizável ou reciclável. No
entanto, a sua valorização só é possível se for feito o
encaminhamento dos diversos materiais para um destinado final
adequado, após um tratamento prévio.
Utilizando as experiências de outros países, torna-se urgente avançar
com uma gestão e seleção adequada, tendo por objetivo a possível
valorização pela reutilização. Esta será, sem dúvida a forma de obter
materiais capazes de serem utilizados na execução de obras de
aterro.
Quiz

Autoavaliação

Unidade 1

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Construção Civil
ENCARREGADO
Movimentação de Terras
Movimentação de terras
No final deste capítulo saberá:
1. Obter uma noção geral sobre o processo de movimentação de
terras
2. Diferenciar os dois tipos fundamentais de movimentação de
terras, identificando acções comuns aos dois tipos
3. Valorizar a segurança como requisito para a movimentação de
terras
4. Identificar os processos prévios à movimentação de terras
5. Reconhecer a análise do solo como pré-requisito para a
movimentação de terras, diferenciando os tipos principais de
métodos para este fim
Introdução
Entende-se por movimentação de terras aqueles trabalhos
relacionados com a modificação do relevo de um terreno.
Esta modificação de níveis dos solos realiza-se pela execução de
desmonte ou escavação, carregamento, transporte e aterro ou
execução de terraplenagens.
Os trabalhos de movimentação de terras, devem ser executados de
acordo com o estabelecido em projeto.
As informações em projeto, por vezes apresentam algumas
dificuldades de previsão das quantidades exatas de cada tipo de
terreno e das condições de execução.
Um dos fatores a ter em conta na movimentação de terras é quando
estes trabalhos se desenvolvem em terrenos com relevos muito
acidentados ou de grande inclinação, ou escavações junto de
construções que obrigam à adoção de medidas especiais de
segurança.
De uma forma geral as movimentações de terras agrupam-se em
grandes dois grupos:
- Terraplenagens
- Movimentação de terras para Infraestruturas
Introdução

Movimentação de
terras
Movimentação
Terraplenagem de terras para
infra-estruturas
Consiste no conjunto de operações de
escavação, carga, transporte,
Compreendem todas as operações
descarga, compactação e
necessárias à execução de fundações
acabamento. Tem como finalidade
para edifícios e outras obras enterradas
alterar a configuração topográfica de um
como caves, depósitos e valas para
terreno, criando uma plataforma de
cabos e canalizações
sustentação para o desenvolvimento de
obras.
Introdução
Quer se trate de uma terraplenagem, ou de uma movimentação de
terras para infraestruturas, o primeiro trabalho a executar é a
decapagem que consiste em retirar toda a vegetação, arbustos,
árvores, raízes, ervas, que existem na zona da obra para a partir daí
se proceder à marcação do terreno por meio de estacas de referência
com as cotas de trabalho, devidamente referenciadas.
A terra vegetal proveniente deste trabalho deve ser devidamente
armazenada, para depois ser colocada sobre taludes para possibilitar
o desenvolvimento da vegetação e contribuir para a sua estabilização
ou para colocação em zonas de ajardinamento.
Nos trabalhos relacionados com a movimentação de terras é muito
importante conhecer as propriedades dos terrenos a onde vão ser
executados os trabalhos.
Introdução
FAQ Interaction
Quer se trate de uma terraplenagem, ou de uma movimentação de
terras para infraestruturas, o primeiro trabalho a executar é a
decapagem que consiste em retirar toda a vegetação, arbustos,
árvores, raízes, ervas, que existem na zona da obra para a partir daí
se proceder à marcação do terreno por meio de estacas de referência
com as cotas de trabalho, devidamente referenciadas.
A terra vegetal proveniente deste trabalho deve ser devidamente
armazenada, para depois ser colocada sobre taludes para possibilitar
o desenvolvimento da vegetação e contribuir para a sua estabilização
ou para colocação em zonas de ajardinamento.
Nos trabalhos relacionados com a movimentação de terras é muito
importante conhecer as propriedades dos terrenos a onde vão ser
executados os trabalhos.

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Análise dos solos
Antes do início da movimentação de terras (por terraplenagem ou
para infra-estruturas) é fundamental a realização de um estudo e
avaliação das características fundamentais do terreno que permitirão
adequar técnicas e equipamentos (manuais ou mecânicos)
necessários aos processos subsequentes.

A maior ou menor facilidade (coeficiente de dificuldade) que


um solo apresenta ao ser escavado está directamente
relacionada com a sua coesão (propriedade do solo de resistir
a um esforço de corte) e com os factores potencialmente
geradores de instabilidade no terreno, nomeadamente:

• Pontos de inflexão;
• Traçado previsto;
• Sobrecargas ocasionais e vibrações;
• Escavações anteriores e aterros próximos;
• Água e lençóis de água
• Coincidência de infra-estruturas existentes com o traçado
a seguir.
Análise dos solos

FACTORES PRINCIPAIS DE INSTABILIDADE NA COESÃO DO SOLO

Agua Num solo totalmente impregnado de água ou


completamente seco a coesão tende a desaparecer.
A coesão varia consoante o grau de humidade
presente.
Consistência do solo A maior ou menor densidade e consistência do solo
Quantidade de ar entre os grãos são determinantes na estabilidade da estrutura a
edificar.

OUTROS FACTORES
Pontos de inflexão
Ângulo da vala
Traçado previsto
Proximidade de outras construções (árvores, iluminação pública etc.)
Escavações Anteriores e Aterros próximos
Pode haver fragilização por proximidade entre outras perfurações existentes.
Sobrecargas ocasionais e vibrações
Amontoamento de Terras
Outros Factores
Água e lençóis de água
Existência
Localização
Profundidade
Coincidência do Traçado
Canalizações (esgotos, gás, electricidade, telefones, etc.)
Características dos solos
Entende-se por terreno como a designação aplicável tanto a solos
como a rochas, distinguindo-se as primeiras das segundas porque se
desagregam quando agitadas em água durante um certo período de
tempo.
Torna-se necessário conhecer as características dos solos e das
rochas, para trabalhos de movimentação de terras e pode ser feito de
acordo com vários critérios.
Aos diversos tipos de rochas e de solos correspondem materiais com
características muito diferentes, nomeadamente em relação à sua
deformabilidade e à resistência, que são propriedades que muito
interessam aos trabalhos de movimentação de terras.
As prospeções e sondagens têm grande importância para o
conhecimento dos solos até profundidades apreciáveis, com
equipamentos de prospeção apropriados (sondas).
Características dos solos
É possível conhecer o terreno onde vão decorrer os trabalhos de
movimentação através de referências geológicas, mas é a extracção
de amostras representativas para exame e ensaios que permite uma
análise detalhada e possibilita uma planificação efectiva dos
trabalhos. Assim, as prospecções e sondagens têm uma importância
fulcral para o conhecimento dos solos; são realizadas com
equipamentos de prospecção (fig.1) apropriados, as sondas, que
atingem grandes profundidades e permitem o reconhecimento
geológico e geotécnico pela recolha de amostras do solo.
O exemplo da figura é um equipamento de sondagens pelo método
de perfuração integral da amostra e pode atingir comprimentos de
perfuração até 800 metros.
Características dos solos
A amostra depois de recolhida, é analisada para determinar as
características dos solos e a sua estrutura. Esta análise baseia
decisões da movimentação de terras, porque resulta na visualização
do estado mais provável do arranjo das partículas e do
comportamento do solo face à movimentação.

Uma classificação correcta dos materiais constituintes do solo


é um passo importante em qualquer trabalho de
movimentação de terras, porque dá origem às primeiras
sugestões para as experiências e ensaios que deverão ser
executados antes, durante e após os trabalhos de
movimentação de terras.

Sendo a composição granulométrica uma característica muito


importante, por ser directamente observável e determinável de forma
credível na determinação e classificação do tamanho das partículas,
foram desenvolvidos vários sistemas de classificação de solos, que
serão explorados seguidamente.
Características dos solos
As amostras são colocadas em caixas apropriadas, com a indicação
das alturas correspondentes à extração. O reconhecimento geológico
e geotécnico tem a função de se poder observar os terrenos visando
a determinação das características das massas minerais a explorar,
aspetos estruturais, do sistema de compartimentação e fracturação
das rochas.
O conhecimento do tipo de terreno pode ser obtido parcialmente
através de referências geológicas, mas fundamentalmente através da
extração, de amostras para exame e ensaio, que se julguem
representativas do terreno aonde vão decorrer os trabalhos.
O conhecimento ao ser utilizado, tem por fim a visualização do estado
mais provável do arranjo das partículas e do comportamento dos
solos.
Uma classificação correcta dos materiais constituintes do solo é um
passo importante em qualquer trabalho de movimentação de terras,
porque dá origem ás primeiras sugestões para as experiências e
ensaios que deverão ser executadas antes, durante e após a
execução dos trabalhos de movimentação de terras.
Desenvolveram-se vários sistemas de classificação de solos, cada um
deles com certas vantagens e desvantagens para um determinado
fim.
Características dos solos
Peneiros ASTM de malha quadrada
Neste sistema de classificação a determinação da granulometria é
definida através da peneiração de amostras de solos previamente
secas. Ou seja, fazendo passar uma amostra seca do solo por uma
série de peneiros de malha quadrada (fig.3) e classificando o solo
com base nas dimensões das partículas que o constituem.
Na passagem do solo pelos peneiros são registadas as proporções do
solo retidas em cada um, de acordo com as dimensões representadas
no Quadro 2.1.
Características dos solos
Na passagem do solo pelos peneiros são registadas as proporções do
solo retidas em cada um, de acordo com as dimensões representadas
no Quadro 2.1.

Nº do
3˝ 2˝ 1˝½ 1˝ 3/4˝ 3/8˝ 4 10 20 40 60 140 200
peneiro
Malha
(mm) 75,0 50,0 37,5 25,0 19,0 9,5 4,75 2,00 0,850 0,425 0,250 0,106 0,075

A técnica de preparação por via seca de amostras para ensaio


de identificação está descrita na Especificação E-195 – solos
do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (adiante
designado de LNEC) e determina a classificação dos solos com
base nas dimensões das partículas que os constituem,
conforme se apresenta a seguir.
Classificação de Solos
• Argila inferior a 0,002 mm
• Silte entre 0,002 e 0.06 mm
• Areia fina entre 0,06 e 0,2 mm
• Areia média entre 0,2 e 0,6 mm
• Areia grossa entre 0,6 e 2 mm
• Seixo entre 2 e 60 mm
Características dos solos
O resultado de uma análise granulométrica é, normalmente,
representado através de um gráfico da distribuição das dimensões
das partículas.
A vantagem deste gráfico é que permite a classificação do solo pela
visualização das curvas que representam a uniformidade dos seus
grãos; os solos com graduação uniforme são representados por
curvas que se aproximam de verticais; os solos graduados
apresentam curvas em forma de “S” que se desenvolvem ao longo
dos ciclos na escala logarítmica.
Diagrama triangular
A classificação dos solos com base nas dimensões das partículas que
os constituem, pode ser feita através de um diagrama em forma de
triângulo que indica que tipos de constituintes predominam no solo.
Este sistema é frequente nas obras de aterro. Para compreendermos
melhor o sistema apresentaremos um exemplo com a classificação do
solo segundo a sua predominância
Exemplo
Depois de analisar um determinado solo chegou-se às seguintes
percentagens:
- Areia 45%
- Silte 30%
- Argila 35%

Conclui-se que o solo em análise do diagrama triangular é uma areia


argilosa.
Ensaio de dispersão
É um ensaio expedito e útil para a distinguir tipos de solo e estimar,
de modo genérico, as proporções de areia, silte e argila numa
amostra. Neste ensaio, dispersa-se em água uma pequena
quantidade de solo num balão de vidro ou num tubo de ensaio, deixa-
se em repouso para que as partículas assentem. As partículas mais
grosseiras caem em primeiro lugar e as mais finas ficam em
suspensão.

O ensaio permite classificar as areias, que assentam ao fim de


30 a 60 segundos e as partículas de dimensão silte, que levam
15 a 60 min. As partículas mais finas, as argilas, ficam em
suspensão pelo menos algumas horas ou até alguns dias,
dependendo da sua espessura.
Classificação dos terrenos
Para a classificação dos terrenos deverá ser usada a Especificação
LNEC – E 217. Esta especificação classifica cada tipo de terreno, bem
como dos meios de escavação adequados como se indica a seguir em
algumas notas extraídas da referida especificação.
• Rochas duras e sãs: rochas ígneas e algumas metamórficas, em
estado são.
• Rochas pouco duras ou mediamente alteradas:
• Rochas brandas ou muito alteradas:
• Solos incoerentes:
• Areias e misturas areia-seixo, bem graduadas e compactas:
• Areia e misturas areia-seixo, bem graduadas mas soltas:
• Areias uniformes compactas:
Volume dos solos
O volume dos solos é variável conforme o maior ou menor grau da
sua compactação. De uma forma geral, podemos classificar o solo
pelo volume em três grupos, correspondentes às situações em que
encontre, como se pode observar na tabela abaixo.

Classes de volumes
Volume em bancada (Vb) Volume solto (Vs) Volume compactado (Vc)
•Aplica-se aos solos no seu •Refere-se a solos escavados •Relativo aos solos depois de
estado natural ”in situ” compactados.

Os solos aumentam de volume (empolam) quando são


escavados e diminuem de volume (contraem) quando são
compactados. Para calcular a relação entre o volume solto e o
volume em bancada do solo aplica-se o factor de
empolamento (Fe) e o Factor de compactação (Fc).

Factor de Factor de
empolamento (Fe) compactação (Fc).

Fe = Vs / Vb Fc = Vc / Vs
Volume dos solos
Durante um ciclo de trabalho, podemos prever a evolução do volume
do solo, a sua quantidade e o seu peso constante, como,
esquematicamente, se representa na figura 6.

Na tabela seguinte podemos verificar a variação do Empolamento e


da Compactação dos solos comportamento em função dos materiais
constituintes.
Volume dos solos
Empolamento Redução por efeito de boa
Tipos de terras (aumento de volume) compactação
% %

Vegetal ligeira 25 a 30 ≈30


Vegetal com pedras 18 a 25 ≈25
Areia seca ou com pouca humidade 12 a 14 11
Areia húmida 14 12
Areia seca 30 a 40 20
Argila húmida 35 a 45 22
Escória 21 a 25 20
Grés 51 a 57 25
Terra argilosa com seixo 30 a 40 15
Burgau seco ou húmido 12 a 14 11
Cascão calcário 40 a 45 15
Cascalho cristalino 63 a 70 20
Pedra bem fraturada com fogo 62 a 68 25
Xisto e rocha branda 61 a 66 25
Ardósia 55 a 65 30
Antracite 30 a 40 -
Terra vegetal com raízes 25 a 45 -

Notas: O empolamento considera-se na relação entre o volume medido no


maciço ou bancada e o volume aparente a baldear ou transportar. - A redução por
compactação obtém-se na relação entre o volume aparente transporte e o
volume obtido no aterro.

Seguidamente apresentamos alguns exemplos:


Volume dos solos
FAQ Interaction
Empolamento Redução por efeito de boa
Tipos de terras (aumento de compactação
volume) %
%

Vegetal ligeira 25 a 30 ≈30


Vegetal com pedras 18 a 25 ≈25
Areia seca ou com pouca humidade 12 a 14 11
Areia húmida 14 12
Areia seca 30 a 40 20
Argila húmida 35 a 45 22
Escória 21 a 25 20
Grés 51 a 57 25
Terra argilosa com seixo 30 a 40 15
Burgau seco ou húmido 12 a 14 11
Cascão calcário 40 a 45 15
Cascalho cristalino 63 a 70 20
Pedra bem fracturada com fogo 62 a 68 25
Xisto e rocha branda 61 a 66 25
Ardósia 55 a 65 30
Antracite 30 a 40 -
Terra vegetal com raízes 25 a 45 -

Notas: O empolamento considera-se na relação entre o volume medido no maciço ou bancada e o


volume aparente a baldear ou transportar. - A redução por compactação obtém-se na relação entre o
volume aparente transporte e o volume obtido no aterro.

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Seguidamente apresentamos Interaction
exemplos: button to edit this interaction
Classes de Escavação
A resistência à escavação oferecida pelos diversos tipos de solos é variável conforme a
maior ou menor dificuldade oferecida ao arranque e desprendimento. Podem assim
definir-se diferentes classes de escavação, de acordo com a mesma Especificação LNEC
– E 217.
Os diferentes tipos de solos sujeitos a escavação, deverão ser indicados claramente na
elaboração de qualquer medição de projeto, especialmente no caso das escavações com
condições especiais de execução.
Classe A – Terreno cujo desmonte só é possível por meio de guilho, martelo
pneumático ou explosivos: rochas duras e são, rochas pouco duras ou medianamente
alteradas e, eventualmente, solos coerentes rijos.
Classe B – Terrenos cuja escavação pode ser executada com picarecta ou com meios
mecânicos: rochas brandas ou muito alteradas, solos coerentes rijos, solos coerentes
muito duros e, eventualmente solos coerentes duros e misturas areia-seixo bem
graduadas e compactas.
Classe C - Terrenos que podem ser escavados à picarecta, à enxada ou por meios
mecânicos: solos coerentes duros, solos coerentes de consistência média,
areias e misturas areia-seixo bem graduadas e compactas e, eventualmente, areias
uniformes compactas, turfas e depósitos turfosos, aterros e entulhos.
Classe D – Terrenos facilmente escavados à pá, à enxada ou por meios mecânicos:
areis e misturas areia-seixo bem graduadas mas soltas, areias uniformes compactas,
areias, solos coerentes moles, solos coerentes muito moles, lodos, turfas e depósitos
turfosos, aterros e entulhos.
Classes de Escavação
 Rochas duras e sãs
 Rochas pouco duras ou medianamente alteradas.
 Eventualmente, solos coerentes rijos.
Classe
O desmonte (escavação), neste tipo de terrenos só é possível por meio de:
A - Guilho
- Martelo pneumático
- Explosivos
 Rochas brandas ou muito alteradas
 Solos coerentes rijos
 Solos coerentes muito duros
Classe  Eventualmente solos coerentes duros Misturas areia-seixo bem graduadas e compactas
B A escavação neste tipo de terrenos só pode ser executada com:
- Picarecta
- Meios mecânicos
 Solos coerentes duros
 Solos coerentes de consistência média.
 Areias e misturas areia-seixo bem graduadas e compactas
Classe  Eventualmente areias uniformes compactas, turfas e depósitos turfosos, aterros e entulhos.
C Podem ser escavados com recurso a:
- Picarecta
- Enxada
- Meios mecânicos
 Areias e misturas
 Areia-seixo bem graduadas mas soltas
 Areias uniformes compactas
 Areias
Classe  Solos coerentes moles, solos coerentes muito moles, lodos, turfas e depósitos turfosos, aterros e entulhos
D
São facilmente escavados através de:
- Pá
- Enxada
- Meios mecânicos
Volume dos solos - Resumo
O volume de solos é variável conforme o maior ou menor grau de
compactação que ele apresenta.
Definem-se por isso três classes de volumes, correspondentes a
situações diferentes em que o solo se encontre:
∙ Volume em bancada (Vb) – aplica-se aos solos no seu estado
natural ”in situ”
∙ Volume solto (Vs) - refere-se a solos escavados
∙ Volume compactado (Vc) – relativo aos solos depois de
compactados.

Os solos aumentam de volume (empolam) quando são escavados e


diminuem de volume (contraem) quando são compactados. Designa-
se por fator de empolamento (Fe) a relação entre o volume de solo
solto e o volume em bancada do mesmo solo.
Fe = Vs / Vb
Fator de compactação será:

Fc = Vc / Vs
Volume dos solos - Resumo
De forma idêntica se poderia definir um fator de compactação.
“Proctor” concluiu que praticamente cada solo tem um teor de
humidade ótimo para o qual atinge a máxima compacidade. Daqui é
fácil concluir que a que é possível obter com uma compactação
adequada.
Na escavação manual é preciso levar em conta a distribuição dos
trabalhadores pela frente de escavação, pois a proximidade excessiva
entre eles pode dar origem a perigo profissional de, nos movimentos
normais do trabalho na execução de tarefas não coordenadas, atingir
outro trabalhador em serviço. A legislação em vigor acautela este
perigo determinando que os trabalhadores de uma frente de
escavação guardem entre si, um afastamento mínimo de 3,60m.
Nas escavações mecânicas, deve-se ter em conta as normas
estabelecidas pela máquina utilizada. Há, no entanto, que observar
normas de carácter geral a respeitar para permitir a optimização da
máquina, a protecção do condutor manobrador, dos demais
trabalhadores e do meio circundante.
Volume dos solos - Resumo

NORMAS PARA ESCAVAÇÃO MECÂNICA


A escolha da máquina deve estar adequada ao género de escavação a
que se destina.
O condutor manobrador da máquina deve ser informado sobre as
características do terreno e os limites de carga e de trabalho da
máquina
Deve ser guardada uma distância da vala para haver espaço para
travagem e manobras seguras com a máquina
Pelo estudo dos acidentes que ocorrem em escavações, verifica-se
que a sua gravidade é maior nas escavações mais estreitas. Tendo
em vista esta circunstância, devem observar-se larguras mínimas
para a escavação, consoante a profundidade que atingem:

LARGURA PROFUNDIDADE
0,6 m 1,5 m
0,7 m 2,00 m
0,9 m 3,00 m
1,2 m 4,00 m
1,3 m 4.5 m
Construção Civil
ENCARREGADO
Terraplenagens
Introdução
A terraplenagem consiste no conjunto de operações de escavação; carga;
transporte; descarga; compactação e acabamento executados, tendo a finalidade
de passar um terreno, no seu estado original (natural ou não), para uma nova
configuração topográfica e, posteriormente, criar uma plataforma de sustentação para
o desenvolvimento de obras em terrenos. As operações de terraplenagens abrangem,
geralmente, grandes superfícies em terrenos a céu aberto.
Para descobrir materiais aproveitáveis para colocação em aterro e determinar
inclinação máxima dos taludes, além da análise do solo referida no capítulo anterior, a
terraplenagem exige a observação das condicionantes locais que podem interferir na
sua realização, sendo as principais apresentadas a seguir.

Perturbações Marcas de Deslocamentos Nível de águas Afloramento de


aparentes cheias de terras no subsolo rocha

A recolha destes dados pode ser feita através da recolha global de informação e da
análise de estudos, fotografias, mapas e outras referências geográficas, topográficas ou
geológicas.
Decapagem
O local destinado aos trabalhos de terraplanagem deve ser
previamente decapado, isto é, deve ser removida a terra vegetal ou
arável existente. Em geral, é decapada uma camada com pouca
espessura e que poderá rondar os 25 cm de altura. Esta terra vegetal
apresenta, em muitos casos, um elevado teor de matéria orgânica,
que poderá ser aplicada imediatamente, ou armazenada em locais
apropriados (para posterior aplicação em zonas ajardinadas ou para a
protecção de taludes).
As terras resultantes da decapagem, dadas as suas características,
não podem ser utilizadas na realização de aterros.

Os taludes são planos que acompanham uma vala, uma


escarpa ou uma escavação; estas zonas são muitas vezes
cobertas de vegetação que previne o seu desmoronamento.
Escavação
As escavações são, normalmente, executadas por desmontes
sucessivos de cerca de 0,40 m de profundidade.
Os trabalhos de escavação englobam a escavação; baldeação; carga;
transporte e descarga (fig.1). Inclui-se também nos trabalhos de
escavação a regularização das superfícies que dela resultam.

As escavações não devem ser levadas abaixo das cotas indicadas nos
desenhos de projecto, salvo em circunstâncias especiais surgidas
durante o período de construção, tais como a presença de rochas de
grande porte, ou materiais impróprios cuja remoção seja necessária.
Todo o material removido abaixo da cota de projecto, deve ser
sempre substituído por um outro material, com as características de
base de granulometria extensa, satisfazendo a Especificação LNEC E
241 (especificação que indica os materiais a utilizar na execução de
aterros em estradas, incluindo a camada superior de solo que servirá
de leito do pavimentos) e devidamente compactados.
Escavação
As escavações não devem ser levadas abaixo das cotas indicadas nos
desenhos de projecto, salvo em circunstâncias especiais surgidas
durante o período de construção, tais como a presença de rochas de
grande porte, ou materiais impróprios cuja remoção seja necessária.
Todo o material removido abaixo da cota de projecto, deve ser
sempre substituído por um outro material, com as características de
base de granulometria extensa, satisfazendo a Especificação LNEC E
241 (especificação que indica os materiais a utilizar na execução de
aterros em estradas, incluindo a camada superior de solo que servirá
de leito do pavimentos) e devidamente compactados.
O material escavado, cuja aplicação não seja prevista no projecto,
deve ser transportado para locais indicados no mesmo ou, na falta da
indicação, para locais onde não prejudique o prosseguimento dos
trabalhos.
É muito importante que enquanto decorrem os trabalhos de
movimentação de terras sejam executados os trabalhos relacionados
com obras de arte como sejam: muros de suporte; aquedutos;
pontões; pontes sumidouros; sarjetas; colectores etc. O
inconveniente das obras de arte serem feitas antes das
terraplenagens é a dificuldade que criam para as máquinas na zona
circundante, diminuindo a produtividade nesta zona do terreno.
Aterro
Os aterros podem ser efectuados com materiais escavados na própria
obra, de depósito ou de empréstimo e contemplam as seguintes
fases:
1. Espalhamento;
2. Rega;
3. Compactação.
O material de aterro pode conter pedras ou calhaus, desde que a sua
quantidade não prejudique a utilização das técnicas correntes de
construção e controle; estes elementos devem ser bem distribuídos
por toda a camada. É necessário evitar pedras ou calhaus com mais
de 7 cm de diâmetro nos 30 cm na camada superior.
Os solos e a localização das zonas de empréstimo, quando não
estiverem expressamente indicados no projecto, deverão ser
submetidos à aprovação, sendo que é proibido escavar a uma
distância inferior a 15 m da base dos taludes dos aterros previstos.
Aterro
FAQ Interaction
Os aterros podem ser efectuados com materiais escavados na própria
obra, de depósito ou de empréstimo e contemplam as seguintes
fases:
1. Espalhamento;
2. Rega;
3. Compactação.
O material de aterro pode conter pedras ou calhaus, desde que a sua
quantidade não prejudique a utilização das técnicas correntes de
construção e controle; estes elementos devem ser bem distribuídos
por toda a camada. É necessário evitar pedras ou calhaus com mais
de 7 cm de diâmetro nos 30 cm na camada superior.
Os solos e a localização das zonas de empréstimo, quando não
estiverem expressamente indicados no projecto, deverão ser
submetidos à aprovação, sendo que é proibido escavar a uma
distância inferior a 15 m da base dos taludes dos aterros previstos.

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Aterro
A aplicação de solos no aterro deve ser feita de modo a impedir o
ulterior arrastamento do solo das camadas superiores; devendo-se
considerar uma ordem de qualidade crescente a partir da base.
Geralmente, a base do aterro é feita com o material com rocha,
enchendo-se os vazios com material mais fino e compactando-se o
conjunto com aplicação de solos com granulometria adequada sobre a
camada de rocha.
Os 60 cm superiores do aterro deverão ser constituídos por solos
compactados por camadas.
Cada camada de aterro deve ser bem limpa de raízes e devidamente
compactada antes da aplicação da camada seguinte. Para evitar o
acumular de água, faz-se a colocação das camadas sucessivas
segundo planos paralelos ao da plataforma acabada.
A camada superior (leito do pavimento) deve ser formada por solos
granulares seleccionados. A espessura desta camada, após
compactação, será fixada em função da relação da natureza do
tráfego previsto para o leito do pavimento.
Natureza do tráfego Espessura (cm)
Leve 15 a 30
Médio 30 a 45
Pesado 45 a 60
Aterro
Nos casos de acumulação de águas, é necessário assentar tubos de
drenagem em zonas de aterro. Nestas situações, o aterro deverá ser
previamente construído até 30 cm acima da geratriz superior dos
tubos, só então se efectuando a escavação da caixa para o seu
assentamento.
Os aterros junto de aquedutos ou de outras estruturas devem ser
cuidadosamente executados, e compactados para que se atinja a
baridade especificada para o conjunto do aterro.
Nas situações em que os solos escavados sejam directamente
colocados em aterro, dever-se-á optimizar todo o processo, exigindo,
na fase de escavação, a execução do aterro com os mesmos critérios
de controlo de compactação e execução de taludes.
Aterro experimental
Os aterros experimentais são uma das formas mais eficazes de
garantir uma correcta execução de um aterro através de uma
utilização dos recursos optimizada.
A execução de aterros experimentais com os solos que se vão utilizar
no aterro definitivo possibilita:
1. Um melhor aproveitamento do equipamento de compactação
disponível
2. Determinar os valores mais convenientes para o número de
passagens dos cilindros;
3. Estimar o teor em água do solo
4. Estimar a espessura de camadas necessárias.

Os aterros experimentais são, especialmente, recomendados quando


há dúvidas sobre a eficácia dos métodos de compactação propostos.
Etapas Aterro Experimental
1ª Etapa
• Selecciona-se no local uma área de terreno homogéneo que permita a
delimitação de três faixas com 20 m de comprimento e 5,00 m de largura,
e remove-se o solo orgânico superficial.
2ª Etapa
• Coloca-se uma camada de solo em cada faixa com três espessuras
diferentes (por exemplo 15, 20 e 30 cm)
3ª Etapa
• Compacta-se o solo com o equipamento que será utilizado no aterro e
determina-se a baridade seca após o número suficiente de passagens.
4ª Etapa
• Repetem-se as operações anteriores, utilizando sucessivamente o solo
com o teor em água óptimo e com um teor em água intermédio
5ª Etapa
• Com os resultados obtidos traçam-se gráficos, em presença dos quais se
decidirá a melhor forma de compactação.
Aterro experimental
A determinação da baridade seca deve ser feita após 4 e 8
passagens; excepto no caso de cilindros de pé de carneiro (adiante
conhecerá em detalhe estes equipamentos de compactação), em que
as determinações se fazem ao fim de 4,8 e 16 passagens.
O teor em água natural do solo deve ser próximo do teor óptimo, ou
seja igual ao teor natural, sendo recomendável não ultrapassar uma
diferença de 3% (superior ou inferior ao teor óptimo).
Taludes
Nas escavações a céu aberto ou quando estas são muito
profundas há que considerar o talude natural do terreno
a escavar.
A escavação em taludes, deve ser adaptada à
estabilidade do terreno. Considera-se a inclinação
natural dos taludes, o ângulo que faz em relação a um
plano horizontal.
Na figura podemos observar a representação da
inclinação natural dos taludes em relação a um plano
horizontal – o ângulo do talude natural dos solos.
Como se vê no quadro o ângulo varia com a natureza do
terreno.
A inclinação dos taludes num determinado terreno,
deverá, assim, ser adequada à natureza e estabilidade
do mesmo. Em terrenos não coerentes ou
desmoronáveis o declive a utilizar será de 1:1; para
terrenos relativamente coerentes o declive será de 1:2;
e para terrenos coerentes ou compactos a inclinação do
talude será 1:3.
Taludes
A inclinação dos taludes naturais, num determinado terreno, pode ser
desfavoravelmente influenciada por certos factores externos, como
sejam:
1. Infiltrações de água no seu interior;
2. Infiltrações de água pluviais;
3. Efeito das trepidações provocadas pelas máquinas ou pelos
veículos;
4. Cargas situadas na proximidade da escavação.
Durante a escavação os anteriores factores têm que ser examinados
e considerados no sentido de serem atribuídas as inclinações
adequadas.
Nas áreas a proteger com vegetação, é conveniente escarificar o solo
a fim de assegurar a ligação com o solo orgânico, normalmente, com
uma espessura mínima de 10 cm; pode-se, ainda, regular o solo e
colocar um cilindro leve (massa por metro linear compreendida entre
40 e 150 kg) com uma passagem única. Em taludes de inclinação
superior a 1:4 o solo orgânico pode ser apenas batido a maço.
Nas escavações em taludes de grandes dimensões e quando os
aterros são transportados por camiões é necessária a existência de
plataformas com largura suficiente de forma a possibilitar a circulação
de veículos sem comprometer a estabilidade do conjunto.
Regularização de taludes
Os taludes, como as demais áreas, devem ser convenientemente
regularizados; no acabamento da plataforma não se deverá exceder,
em nenhum ponto, 1,5 cm abaixo ou acima dos planos que definem
a superfície projectada.
Colocação espalhamento solos
O espalhamento do solo deve ser feito com uma motoniveladora ou
um equipamento similar, de forma que a superfície fique
aproximadamente paralela à superfície final do pavimento; quando se
utilize o mesmo solo na sub-base ou na base do pavimento e nas
bermas, a sua colocação deve ser simultânea. Numa construção que
preveja a mistura de solos, deverá ser sempre colocado em primeiro
lugar, o solo em maior percentagem.
Quando o projecto prever uma espessura para a camada compactada
igual ou inferior a 15 cm (20 cm no caso de sub-base) o material
deve ser espalhado e compactado numa só camada. Se a espessura
prevista, depois da compactação for superior a 15 cm (20 cm no caso
de sub-base) o material deve ser espalhado e compactado em duas
ou mais camadas com a mesma espessura.
Em nenhum caso a espessura de uma camada deverá ser inferior a 8
cm.
No caso de se obterem espessuras inferiores às do projecto, não será
permitido a construção de camadas delgadas para atingir a espessura
projectada; mas aceita-se a construção de uma camada suplementar
com, pelo menos, 8 cm de espessura.
Rega e mistura húmida
Imediatamente a seguir à desagregação ou mistura dos solos,
proceder-se-á à determinação do teor em água, a fim de ser
calculada a quantidade de água a incorporar por rega para atingir o
teor óptimo no que se refere ao ensaio de compactação pesada (que
conhecerá em detalhe mais adiante).
Os cálculos devem ser feitos para trechos de 50 a 100 m, de acordo
com a capacidade dos carros-tanques.
Terminada a mistura húmida, deverá dar-se à superfície a forma final
com a motoniveladora, devendo então o teor em água ficar
compreendido, entre 0,9 e 1,1 vezes o teor óptimo no que diz
respeito ao ensaio de compactação pesada.
Se o solo for humedecido por chuvas antes da sua compactação,
tornando o seu teor em água seja superior a 1,1 vezes o teor óptimo,
deverá ser feita nova homogeneização com equipamento de mistura,
para alcançar mais rapidamente aquele teor em água.
Compactação
Os valores mínimos da compactação relativa a respeitar na execução
de aterros e no leito de pavimentos, são apresentados em função da
classificação dos solos, sendo utilizada a Especificação E 240 – 1970
LNEC. No quadro seguinte verifica-se que, para cada classe de solo, é
atribuída uma compactação relativa mínima em função da execução
de aterros e de leitos de pavimentos.
A compactação relativa final, no que refere ao ensaio de compactação
pesada, deve ser superior ao valor especificado para solos do mesmo
tipo utilizados no leito do pavimento, em toda a área e espessura
tratada.
Nas áreas de escavação, o terreno deve ser compactado até atingir
95% de compactação relativa na camada superior de 30 cm. A cada
camada segue-se uma compactação. O processo é executado para
que o material das camadas superiores não penetre nas camadas
inferiores.
Compactação
Na escolha do equipamento a empregar e no estabelecimento do plano de
compactação, deverão ter-se em conta os tipos de solo, sendo que para cada tipo é
mais indicado determinado equipamento, como se demonstra na tabela:

Tipos de Solo Equipamentos


Arenosos soltos (especialmente em aterros Equipamento -cilindros vibradores
com elevada percentagem de pedra)

Pedra britada areias ou seixos Cilindros de rasto liso de três eixos


mecanicamente estáveis.
Maioria dos solos (com excepção das areias Cilindros de pneus
soltas)
Solos plásticos (mais argilosos) Cilindros de pés de carneiro

O plano de compactação poderá prever o emprego coordenado de vários


destes cilindros. O cilindramento final da camada superior deve ser feito com
cilindros de rasto liso de 8 a 14 toneladas ou cilindro de pneus.
A compactação deve ser iniciada pelas faixas laterais e prosseguir
gradualmente até ao centro; nos trechos em curva deve ser iniciada pela faixa
interior desta. Durante as operações de compactação deverão ser feitas as
passagens necessárias com motoniveladora para manter a superfície com a
forma final.
Acabamento
O acabamento de uma superfície deve considerar o conjunto
das seguintes características:

A superfície deve ficar:

1. Dura;
2. Uniforme;
3. Isenta de Fendas, Ondulações e Material solto;
4. Ajustada aos perfis longitudinais e transversais
estabelecidos;
5. Sem depressões superiores a 0,50 cm nas camadas de
desgaste ou 1 cm nas bases e sub-bases (medidas com
uma régua de 4 m).
Juntas de construção
O trabalho deve ser conduzido de modo a evitar, tanto quanto
possível, juntas de construção localizadas quer
longitudinal, quer transversalmente. Recomenda-se que, no
fim de cada dia de trabalho, fique por completar uma faixa de
material com cerca de 0,50 m de largura, ao longo do contorno
que separa a área construída daquela em que vão prosseguir
os trabalhos. O remate da camada, no sentido transversal,
será feito em bisel compactado; caso seja necessário, a parte
em bisel será escarificada. Desta forma ao material não
compactado ligar-se-á o novo material a aplicar, sendo a
compactação dos ambos feita ao mesmo tempo, depois de
homogeneizada a mistura dos dois materiais e corrigido o teor
de água. A ligação do novo material a aplicar deve ser feita de
modo a evitar heterogeneidade.
Construção Civil
ENCARREGADO
Movimentação de terras para infra-estruturas
Introdução
Considera-se movimentação de terras para infra-estruturas o
conjunto das operações necessárias à execução de fundações
para edifícios e outras obras enterradas como caves,
depósitos, abertura de valas para cabos e canalizações
enterradas. Os projectos para esta movimentação ao nível
urbano são complexos, pois têm de considerar os seguintes
elementos:

• Equipamento a usar;
• Normas de segurança a implementar;
• Salubridade dos agentes envolvidos;
• Funcionalidade;
• Factores económicos;
• Factores de protecção ambiental.

A regulamentação técnica será certamente um dos


factores mais importantes a ter em conta em obras de
infra-estruturas, permitindo reduzir as dificuldades,
estabelecendo parâmetros objectivos e fornecendo
bases para a execução de obras de infra-estruturas.
Introdução
A movimentação de terras para a implantação de edifícios
requer uma escolha cuidada dos equipamentos a utilizar, pois
podem apenas ser necessárias operações de corte, aterro ou
situações mistas em pequena quantidade e com limitações e
contenção da vizinhança.

Antes de execução de qualquer trabalho de


movimentação de terras para infra-estruturas é preciso
analisar o estado e a natureza do terreno (solo e
subsolo), a impermeabilidade, e a composição geológica
para identificar o tipo de terreno e planear a execução
dos trabalhos de modo seguro para as pessoas e as
estruturas circundantes e obter soluções com um
mínimo custo e um máximo benefício. Actualmente, com
programas e cálculos informáticos podemos conseguir
traçados de arruamentos, com uma grande economia em
volumes de terras a movimentar, tornando-as mais
económicas e facilitando o estudo de drenagens de
águas e estabilidade de taludes etc.
Introdução
Os níveis de água no subsolo e o aforamento de rochas
também devem ser analisados quando as escavações
necessárias envolvem trabalhos de fundações de edifícios,
sobretudo para assentamento de canalizações de água,
esgotos, electricidade gás, etc. Esta análise facilita a execução
e diminui os riscos de desmoronamento.
Igualmente, a tensão de contacto deve ser medida com
ensaios de placa na base da sapata (fundação), no fundo de
pequena escavação; a placa de ensaio, em geral metálica,
redonda ou quadrada e de diâmetro ou lado não inferior a 20
cm., apoia a estrutura da carga que é movida por um macaco
hidráulico que faz a carga e descarga entre os patamares.
Introdução
As obras de infra-estruturas podem ser executadas a céu
aberto ou no subsolo. As escavações a céu aberto, são
efectuadas a todo o comprimento e largura da obra a executar
e a profundidades bem definidas. Tendo por base o
comprimento, largura e profundidade, sendo a medida na
vertical a partir do nível do terreno existente no início da
escavação:

Largura não superior a 2,0 metros e profundidade variável.


Valas

Largura não superior a 2 metros e profundidade superior a 1 metro;


Sulcos ou
trincheiras largura superior a 2 metros e profundidade superior a metade da largura.

Comprimento e largura sensivelmente iguais, e profundidade superior a 1


Sulcos.
metro e a metade da largura.

As escavações em galerias e túneis, efectuadas no subsolo


requerem a utilização de de escoramentos à medida que a
escavação vai avançando.
Valas
Nos trabalhos relacionados com escavação em abertura de
valas devem ser tomadas as medidas necessárias para garantir
a segurança dos operários, os quais, antes de iniciar os
trabalhos de escavação, devem conhecer o traçado de todas as
canalizações de águas, esgotos, cabos eléctricos ou telefónicos
gás, etc. e os perigos associados.
Tomadas as medidas de segurança e reconhecimento do
terreno, procede-se a marcação do terreno com os pontos de
referência altimétrica para dar sequência à implantação da vala
e retirada da terra vegetal.
A escavação de uma vala deve ser executada no sentido
longitudinal, a montante e a partir do ponto mais baixo,
evitando depósitos laterais ao longo do bordo da mesma para
que não surjam sobrecargas perigosas na área da vala.
Valas
Actualmente as escavações são realizadas recorrendo a meios
mecânicos, sendo no entanto necessário proceder a
determinados trabalhos de ajustamento de forma manual
como sejam, a preparação do leito das tubagens. Por razões
de segurança não deverão ser colocados no fundo de valas
motores de explosão. No caso de ser necessário o recurso
àqueles equipamentos, devem ser utilizados escapes para os
gases tóxicos. Um factor muito importante na abertura de
valas consiste em procurar que a largura da vala seja
dimensionada de acordo com a sua profundidade e com a
dimensão da tubagem a aplicar. Assim, recomendam-se como
mínimos os valores apresentados no quadro 1 para a relação
profundidade / largura:

Profundidade (m) Largura mínima livre (m)

1,00 -
1,50 0,60
 1,5m  2,00 0,70
2m  3,00 0,90
3,m 4,00 1,20
 4,00 1,30
Valas
Também o diâmetro da tubagem a instalar condiciona a
largura das valas temos:
• Tubagem até 50 cm a distância mínima da tubagem à
parede da vala 15 cm.
• Tubagem com 0,60 a 100 cm a distância mínima da
tubagem à parede da vala 20 cm.
• Mais de 100 cm distância mínima da tubagem à parede da
vala 25 cm

Existem vários tipos de valas consoante as condições do


terreno; profundidade a atingir o fim a que se destina. As mais
conhecidas são a em U e a em V.
Valas
As valas em U destinam-se às situações nas quais se pretende a
execução de uma vala pequena e pouco profunda em terrenos dentro
ou fora dos centros urbanos. A sua configuração pode assumir uma
das anteriores formas

As valas em V destinam-se às situações nas quais se pretende a


execução de uma vala grande e profunda em terrenos fora dos
centros urbanos. Neste caso, os declives dos taludes são escolhidos
conforme a natureza e a constituição do terreno. Considera-se um
trabalho perigoso e deverá estabelecer-se inclinações de acordo com
o ângulo de talude natural. Estas valas podem assumir uma de três
configurações.
Valas
A abertura de valas por meios mecânicos só permite ficar
sem escoramento durante pouco tempo de modo a
garantir a segurança. Também por segurança deverá
manter-se suficientemente afastado do trabalho de
escavação o trabalhos de entivação (a estudar mais
adiante), de forma a possibilitar à máquina movimentos
compatíveis com o alcance do braço.
Será, certamente, um bom processo de execução o
que prevê uma “zona de escavação”, livre de
qualquer obstáculo, e uma outra “zona de entivação
em curso” que sucede à “zona já escavada”
Fenómenos de colapso
FAQ Interaction
Durante o processo de escavação de valas ou trincheiras podem ocorrer
desmoronamentos. Estes fenómenos de colapso podem surgir devido a diversos
factores, relacionados com as características do terreno e com os métodos escolhidos
na realização da escavação, como por exemplo, a existência de água no solo; a
evaporação da humidade, a inclinação do terreno; a proximidade de outras valas.
Exemplos de fenómenos de colapso
Exemplo Causas
Queda do solo coeso devido à Os solos retraem quando perdem água (evaporação da humidade)
perda de humidade após abertura provocando a retracção do terreno e criando zonas de clivagem
de vala
Deslize de terrenos argilosos A presença de água no solo poderá fragilizar os terrenos argilosos
levando ao seu deslizamento por perda de consistência.
Erupção da areia pelo fundo A existência de pressões interiores poderá originar afloramentos de
areias ou águas.
Deslizamento ao longo da zona de A inclinação demasiado acentuada do terreno poderá levar à queda do
estratificação inclinada material localizado na zona superior da vala.
Abertura de vala ao lado de uma Valas demasiado próximos poderão colapsar quando o terreno não está
vala recente devidamente consolidado.
Em solos com características de terrenos heterogéneas (estratificação
Queda por clivagem com diferentes durezas) poderá ocorrer desagregação de rochas.

De modo a evitar desmoronamentos é importante garantir as medidas de segurança


adequadas a cada situação, bem como cumprir as indicações de projecto e dos técnicos
relativamente ao trabalho em causa e às características dos terrenos envolvidos. Uma
técnicas de prevenção destas situações é o recurso a entivações, como se passa a
explicar. Click the Interaction button to edit this interaction
Construção Civil
ENCARREGADO
Entivações
Entivações
As entivações são obras auxiliares que têm como grande função
assegurar a completa segurança dos operários durante a execução
dos trabalhos que decorrem em valas e trincheiras. Entivar uma
escavação consiste em interpor uma estrutura resistente, calculada
de forma a suportar os impulsos do terreno e a tornar possível o
trabalho de escavação sem perigo de desmoronamento.
Conforme a natureza dos solos e a profundidade a que este vai ser
escavado, os elementos que formam a entivação podem ser mais ou
menos afastados entre si, ter maior ou menor secção, de modo a
responderem ao valor máximo do impulso dos solos a que vão ficar
sujeitos.
Entivações
A entivação é recomendada nos trabalhos a executar em valas como
medida preventiva.

Esta recomendação está estabelecida pelo Regulamento de


Segurança no Trabalho da Construção Civil, sendo obrigatório entivar
todas as valas com profundidade igual ou superior a 1,20 metros.

A legislação portuguesa prevê o uso da entivação em madeira até à


profundidade de 3,00 m de escavação e em estacas prancha
metálicas para profundidades superiores a 5,00 m; até 1,20 m de
profundidade dispensa a entivação para qualquer terreno (Quadro 4).
Entivações
Para ilustrar, a figura 2 mostra de forma esquemática a entivação de madeira composta
por prumos, cintas e entroncas com dimensões pré–estabelecidas de acordo com o quadro
anterior. No estudo do dimensionamento da entivação é necessário observar vários
factores que podem ser determinantes para a segurança da obra, como a proximidade de
edifícios que possam transmitir cargas apreciáveis, o depósito de materiais ao longo da
vala que possam originar sobrecargas e a existência de trânsito circundante nas
imediações da obra.
Entivação de Madeira
Na entivação em madeira, nos terrenos pouco coesos, embora a legislação portuguesa
refira apenas, como solução, as estroncas de madeira esquadriada, é vulgar o uso de
estroncas cilíndricas (feitas a partir de troncos) com a mesma resistência à compressão.
As madeiras para estroncas cilíndricas devem ser descascadas, uma vez que os troncos
com casca podem encobrir defeitos ou pontos fracos na estrutura da madeira que a
tornem incompatível com o esforço exigido. As estruturas de madeira cilíndrica devem
variar, em diâmetro, de acordo com o seu comprimento e com o impulso que a suportar.
O comprimento das estroncas deve ser de no máximo 20 vezes o seu diâmetro; o
esforço à compressão varia de 20 a 35 kg/cm2 e a excentricidade das cargas não deve
exceder ao máximo ¼ do comprimento por metro de estronca.
Neste tipo de entivação as estroncas de madeira são apertadas por cunhas. Noutros
casos são cortadas com comprimento ligeiramente maior do que o vão útil, entre prumos
e colocadas de forma inclinada para ficarem horizontais pela percussão e ganharem,
assim, a pressão necessária para manter as cintas e os prumos na posição adequada. As
cabeças das estroncas necessitam aderir às cintas ou aos prumos (quando não existam
cintas), por isso há uma superfície de topo em forma plana e perpendicular ao eixo da
estronca para garantir aderência.
Quando o terreno tiver uma coesão média, e não for atravessado por canalizações, a
entivação pode ser feita depois da vala aberta e com razoável profundidade. Nestas
condições há que deixar o espaço suficiente para as máquinas trabalharem na escavação
mecânica ou, no caso da escavação manual, permitir os movimentos do trabalhador que
abre a vala.
Entivações pré-executadas
Também se poderá fazer a entivação a partir de painéis já
executados fora das zonas escavadas, sustentando-se as tábuas de
entivação através de uma estrutura metálica de largura regulável por
intermédio de parafusos. A entivação é descida sucessivamente, em
pequenos conjuntos (fig.4).
Este tipo de entivação deve ser colocado no fundo da vala com o
auxílio de equipamentos mecânicos. A escavação deverá ter uma
pequena folga em relação à largura total do conjunto previamente
montado.
Depois de assente no solo no fundo da vala, o seu aperto, de
encontro as paredes escavadas, é conseguido através da manobra
dos parafusos da estrutura metálica.
Entivações pré-executadas
No caso da escavação mecânica, um bom processo de execução será
o que prevê uma “zona de escavação” livre de obstáculos, uma “zona
já entivada” e outra “zona de entivação em curso”, afastada do
trabalho de escavação para possibilitar o movimento amplo da
máquina.
A entivação pode ser montada fora da vala a entivar, sustendo as
suas tábuas por uma estrutura metálica de largura regulável por
parafusos. A entivação é descida com o auxílio de uma máquina, em
pequenos conjuntos sucessivos de movimentos, numa escavação com
uma pequena folga na largura que permita a entivação penetrar;
quando a entivação assenta no fundo da vala, os parafusos são
apertados de encontro às paredes escavadas e, depois de colocadas
as estroncas definitivas, é retirada a estrutura metálica
Como já foi referido, a entivação com profundidades superiores a
5,00 m deverá ser feita utilizando estacas pranchas metálicas,
embora, possamos, recorrer a elementos metálicos quaisquer que
sejam as profundidades previstas. Neste processo de entivação os
cuidados são idênticos aos de uma entivação da madeira. Mas, uma
entivação metálica, em contacto com solo húmido, conduz
eletricidade, deve haver, portanto , uma preocupação em afastar
todos os aparelhos sob tensão, especialmente, quando a escavação
atravessa ou segue cabos elétricos.
Entivações pré-fabricadas
As entivações pré-fabricadas (fig.5) são feitas em madeira ou aço e
são designadas por estacas-pranchas com dimensões variadas.
Em paredes entivadas de maior dimensão são cravados reforços
intermédios, que podem atingir grandes profundidades, assegurando
a execução de trabalhos em segurança no interior das valas como a
montagem de armaduras; betonagens etc.
Construção Civil
ENCARREGADO
Equipamentos
Equipamentos
No final deste capítulo deverá ser capaz de:

• Reconhecer os equipamentos principais, relacionando o seu uso


com as respetivas funcionalidades na movimentação de terras
• Determinar a utilização dos transportes adequados a cada
situação de movimentação de terras
• Identificar os ciclos de trabalho, destacando as precauções
devidas na sua realização;
• Perceber a importância da compactação de terras.
Introdução
Grande parte do sucesso de qualquer trabalho de terraplenagem ou
movimentação de terras para infraestruturas depende, cada vez
mais, do domínio das características equipamentos e da sua correcta
seleção e utilização, de forma a maximizar a sua produtividade. Neste
contexto, os equipamentos a utilizar devem resultar sempre na
redução da fadiga humana; na rápida execução, na perfeição e
regularidade e na redução dos custos.
Para se compreender os princípios do desempenho de qualquer
máquina de movimentação de terras é essencial que se conheçam as
máquinas fisicamente; as suas aplicações principais e respetivas
limitações e se leve em conta as principais operações envolvidas nos
trabalhos de movimentação de terras (escavação, transporte, aterro
e compactação) e outras operações relacionadas (carga,
regularização e saneamento.)
A escolha dos equipamentos a utilizar depende de vários fatores: o
tipo de obra; a natureza dos materiais a movimentar; a distância de
transporte; a eficiência dos manobradores e a qualidade dos
equipamentos.
Introdução
Ao selecionar uma máquina para uma operação de escavação, deve-
se ter em consideração o seu diagrama, com o fim de avaliar a
profundidade que a máquina permite, bem como a sua capacidade de
carga, caso contrário podemos ter dificuldades na sua utilização
numa operação de carregamento, e correr riscos de segurança. A
altura da caixa do camião a carregar deve ser sempre inferior à
máxima elevação do balde, para proporcionar ao operador um
carregamento em boas condições e em segurança.
Existem vários tipos de equipamentos sendo os principais na
movimentação de terras: tratores de rastos ou rodas, scraperes,
motorscraper, pás carregadoras, escavadoras, retroescavadoras,
valadoras e motoniveladoras.
Tratores de rastos (ou rodas)
Este tipo de equipamento escava e transporta os produtos escavados
a pequenas distâncias (fig.1); são máquinas com grande capacidade
de nivelamento e corte de terreno.
A escavação é feita por uma lâmina frontal que pode baixar até 30
cm abaixo do nível do terreno, acumulando, na deslocação, o
material resultante do corte com a aresta inferior da lâmina. A lâmina
frontal pode subir até cerca de 1,00 m acima do nível do terreno. A
máquina pode vir equipada com o Ripper ou Escarificador, acionados
por motores hidráulicos.
Tratores de rastos ou rodas
Uma vez que têm lagartas contínuas, a superfície de contacto com o
solo confere-lhe grande aderência e capacidade de força. Dispõem de
um motor de grande potência e têm poder de tração, aproveitando
para remover o terreno através do corte produzido pela lâmina
frontal. Esta lâmina, muito robusta e de perfil ligeiramente côncavo,
permite a retenção do terreno escavado durante o percurso de
transporte entre os locais de escavação e de depósito, para posterior
carregamento e transporte.
A força de empuxe (empurrar e puxar) exerce-se sobre a lâmina
através de dois braços. Os movimentos verticais da lâmina são feitos
por dois macacos hidráulicos fixos na estrutura superior do trator. A
lâmina possui um bordo cortante, e é considerada peça de consumo
dado sofrer enorme desgaste (fig. 2).
Tratores de rastos ou rodas
Existem vários tipos de lâminas adequadas às diferentes de condições
de trabalho realizado e naturezas dos solos.
O Ripper ou Escarificador também é considerada uma peça de
desgaste. O bico, de aço duro em forma de luva, pode ser substituído
e trabalha como um ou mais escarificadores tendo a grande
finalidade de desagregar terrenos duros ou rochas brandas (fig. 3).
Tratores de rastos ou rodas
Recentemente, apareceu no mercado um novo modelo de tratores de
rastos, em termos de fabricação e inovação tecnológica, que
representa a mais avançada técnica. Tratam-se de máquinas com
duas rodas motoras elevadas dando aos rastos uma configuração
triangular, diminuindo assim o desgaste destes órgãos de tração.
Tratores de rastos ou rodas
Principais vantagens
Têm maior força de tração. Deslocam-se com facilidade sobre
superfícies lamacentas ou rochosas. Podem operar sobre superfícies
onde a utilização de pneus não é recomendável pelos danos que
causariam. Podem vencer maiores inclinações no terreno onde se
deslocam.

Principais funções
As principais funções dos tratores de rastos em terraplenagem são
escavar, transportar; escarificar materiais duros; empurrar
motoscrapers durante a carga, desbravar e desmatar terrenos, puxar
scrapers, rebocar compactadores. No transporte de terras, a distância
máxima em que devem ser utilizados, varia consoante as dimensões
da máquina, mas duma forma geral aconselha-se que seja entre os
60 e os 90 metros.
Dozer
FAQ Interaction
Os Dozers são tractores equipados com uma peça de ataque
constituída por uma chapa frontal (lâmina) para corte e arraste de
terras e que podem operar de quatro formas diferentes, e assim,
cada uma delas é conhecida por um nome específico (Quadro 1).

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Trator de rodas
Os tratores de rodas podem acoplar equipamentos dozer para serem
utilizados com o mesmo fim. Estes tratores atingem maior
velocidade, com menor consumo de combustível e podem ser
transportados para o local sem recurso a equipamento de transporte
auxiliar. São adequados, em muitas situações, para o arraste de
terras em distâncias até 150 metros.
Podem deslocar-se sobre superfícies acabadas sem as danificar, e
são, normalmente, utilizados em trabalhos como desbravamento de
terrenos; aberturas de estradas; empilhamento de terra e aterro de
valas e trincheiras em zonas com pavimentos já executados e que
não podem ser danificados pelos rastos.
Scraper
Este equipamento é também muito utilizado na escavação e
transporte de terras. É constituído por uma caixa aberta e que pode
baixar e levantar, tendo na parte inferior da mesma uma lâmina para
corte do solo.
Com o movimento do scraper rebocado por um trator de rastos, o
material escavado vai entrando na caixa (fig.6). Tem como grande
inconveniente a ocupação em permanência de um trator de rastos.
A capacidade deste equipamento é variável consoante o fabricante e
estão em grande parte a ser substituídos pelos scrapers com tração
própria – os Motorscrapers.
Motorscraper
Estes equipamentos são constituídos por um trator dianteiro de duas
rodas ligadas por meio de articulação ao scraper. O taipal da caixa do
scraper é suscetível de movimento vertical e denomina-se por
avental, o taipal suscetível de movimento horizontal e denomina-se
por ejetor.
O Scraper escava; carrega; transporta e espalha os terrenos,
dispondo de uma grande capacidade de carga e transporte. Quando
em movimento baixa-se a caixa; regula-se a penetração do seu
bordo cortante e levanta-se o avental, de modo a promover uma
abertura de acordo com a natureza do material a escavar ou a
carregar, que entra na caixa, sobe e espalha-se.
Motorscraper
À medida que a caixa se vai enchendo de material, este deve ser
levantado assim que estiver carregada. Nesta sequência dá-se o
aumento da resistência ao movimento da máquina, bem como a
diminuição da aderência das rodas do trator ao solo, que deixa de ser
suficiente para promover aquele movimento, levando as rodas a
patinar. Por esta razão deve ser usado um trator de rastos,
normalmente, para empurrar o scraper durante a operação de carga
(fig.8). Uma vez carregada a unidade, levanta-se a caixa e fecha-se o
avental, iniciando-se nesta altura a viagem para o aterro. A descarga
é sempre feita com a unidade em movimento.
Deverá ter-se em atenção que estas máquinas, não devendo ser
consideradas “mistas”, são o resultado de um compromisso entre as
máquinas de carga e transporte, produzindo melhores resultados
económicos do que com as máquinas especiais para a carga ou para
o transporte (em especial em distâncias maiores).
Motorscraper
As boas características das Motor Scraper para a carga e para o transporte de terras
dão-lhes uma clara vantagem, em muitas obras; a sua capacidade em depositar as
suas cargas em camadas de espessura uniformes facilita as operações subsequentes no
aterro, espalhamento e compactação.
A limitada profundidade de corte feita pela lâmina do scraper (cerca de 30 cm), não
permite uma satisfatória mistura de solos. Assim, estes equipamentos não são
eficientes em solos estratificados que têm que ser misturados com materiais
provenientes de várias e diferentes camadas. Também se desaconselham estas
máquinas para proceder ao carregamento de material pedregoso.
Recentemente surgiram no mercado equipamentos deste tipo, com locomoção dupla ou
duplo trator, um à frente e outro atrás, designados por Twin (Fig.9.). Estes
equipamentos são utilizados para transporte entre 300 e 1000 metros, no caso de
percursos em terrenos compactados Existem também modelos sobre rastos utilizados,
normalmente, em pisos moles e adversos para distâncias entre 50 e 300 metros de
distância.
Pás carregadoras
Este equipamento permite a carga de grandes quantidades de
material com movimentos operativos que reduzem drasticamente o
trabalho manual dos operários.
Os baldes destes equipamentos são normalmente muito robustos,
tendo, em alguns casos, o fundo revestido com chapas anti desgaste
e equipados com resguardo integral para trabalhos em rocha.
Tal como na comparação do trator de rodas com o de rastos, as pás
carregadoras diferem entre si, principalmente, pela estrutura inferior,
mas são semelhantes em relação aos sistemas de elevação e de
basculamento do balde
Pás carregadoras de rodas
A pá carregadora de rodas (fig. 10) é um equipamento que permite a
carga de grandes quantidades de material com movimentos operativo
rápidos e é mais utilizada do que a operada sobre rastos (lagartas).
De fácil manuseio e grande mobilidade, adaptam-se muito bem a
uma variedade de utilizações.
Uma vez que o seu balde tem um movimento de elevação e outro de
rotação vertical, mais amplo, é permitido um maior alcance no
carregamento de camiões ou outros veículos de transporte. Estas
máquinas são também designadas por escavadoras frontais.
Pás carregadoras de rodas
Tratando-se de uma pá carregadora frontal, os órgãos de trabalho
reduzem-se ao balde que carrega o material e é elevado até à altura
conveniente de carga. Em certas tarefas a segurança no seu emprego
é duvidosa e, nestas circunstâncias deve ser substituída por outra
máquina com o centro de gravidade mais baixo como por exemplo as
pás carregadoras de rastos.
Existem vários tipos de pás carregadoras de rodas destacando-se, no
entanto, dois deles como os mais importantes, como se demonstra no
quadro 2. Se compararmos os dois tipos de chassis verificamos que a
maior de articulação é uma vantagem quando a máquina trabalha em
superfície plana, sendo que a estabilidade é a principal vantagem da
pá com chassis rígido.
Pás carregadoras de rodas

Pá carregadora de rodas Chassis Pá carregadora de rodas Chassis


articulado Rígido
• É composta por dois semi-chassis ligados por um •Neste tipo de carregadoras o chassis é idêntico ao
eixo de articulação vertical (“pivot”) com ângulo de um camião, no que diz respeito à orientação da
máximo de articulação indicado nas folhas de máquina durante a deslocação, através da
especificação técnica. modificação do plano de rodagem do conjunto de
•A direcção de deslocação da carregadora é rodas da rectaguarda.
conseguida por meio de macacos hidráulicos que •O comportamento deste tipo de equipamento,
orientam o semi-chassis correspondente ao balde durante o trabalho, nas mudanças de sentido é
de carga. análogo ao de um veículo vulgar onde existe um
•A carregadora apresenta um raio de viragem que veio de direcção e um veio com rodas motoras.
depende da distância entre eixos.
•Normalmente, a plataforma do operador situa-se
na metade traseira, porque estando sentado nela
e olhando em frente, controla perfeitamente os
movimentos da máquina; um manobrador
experiente, conseguem-se obter cargas unitárias
mais volumosas.
Pás carregadoras de rastos
Como se evidenciou anteriormente, em certas tarefas a segurança no
emprego de pás carregadoras de rodas é duvidosa e nestas
circunstâncias devem ser substituídas por outra máquina com o
centro de gravidade mais baixo como é o caso das pás carregadoras
de rastos que podem estar equipadas com escarificador ou riper,
dado o poder de tração conferido pelas lagartas na superfície de
contacto com o terreno.
As pás carregadoras de rastos (fig.11) apresentam algumas
vantagens relativamente às de rodas, em particular, na
movimentação de materiais muito abrasivos, pois danificam
rapidamente os pneus (estão, por exemplo, especialmente aptas para
trabalhos em pedreiras).
Apesar de apresentarem menor rendimento, têm a vantagem de
oferecer maior estabilidade nos locais com inclinações bastante
acentuadas.
Escavadoras
Este equipamento é muito utilizado em trabalhos de escavação;
desaterros; abertura de valas, podendo ser usado também para
carregar terras em veículos de transporte ou depositá-las de forma
amontoada.
Podem também ser utilizadas na exploração de pedreiras consoante o
modelo. Estes equipamentos caracterizam-se pela sua versatilidade.
O corpo móvel em torno de um eixo vertical, apoiado sobre a base,
com rotação de 360º, permite-lhe trabalhar em zonas apertadas.
As escavadoras de uma forma geral podem ser classificadas em dois
grupos; escavadoras de cabos e escavadoras hidráulicas.
Escavadora de cabos
A escavadora de cabos, com a adaptação de balde de
colher, (fig.12), é muito utilizada em trabalhos de
escavação de qualquer tipo de solo existente em
bancadas. O seu modo de operação necessita de uma
superfície vertical contra a qual a escavação se
processa.
É de todas as máquinas de carregamento a que
maior força possui nos dentes do balde; possui
capacidade de carregar camiões com eficiência e
rapidez, conseguindo em apenas quatro ciclos uma
de carga de 320 toneladas. Já nos anos de 1950
eram fabricadas escavadoras com peso operativo de
80 toneladas.
Caracteriza-se, fundamentalmente, por um balde que
é lançado através de um cabo de suspensão apoiado
numa lança manobrada através de um segundo cabo
de arraste, que serve para recolher o balde. A sua
eficácia relaciona-se com a força se que aplica ao
balde.
Escavadora de cabos
Atualmente este tipo de equipamento continua a ser utilizado na exploração mineira a
céu aberto.
Outro tipo de escavadora com cabo é a Draga de cabos (Dragline); idêntica à anterior,
tem um segundo cabo para recolher o balde, que carrega por raspagem sobre o
material a escavar e um terceiro para a basculação do balde. Esta máquina é
especialmente concebida para operações de grande raio de operação. Atualmente
existem equipamentos no mercado capazes de manusear grandes cargas e com lanças
de comprimento que podem atingir os 110 metros, operando de forma suave e precisa.
Os draglines podem ser montados num chassis de rastos ou de rodas, e equipados com
uma lança em treliça (fig.13).
Escavadora Hidráulica
Estas máquinas versáteis permitem uma rotação de 360º sobre e
estrutura de locomoção e dispõem de uma lança articulada e
comandos hidráulicos, são ideias para escavações profundas e para o
carregamento de materiais em camiões. São muito utilizadas na
movimentação de terras em trabalhos de infraestruturas, na abertura
de valas porque permitem a incorporação de baldes com a largura da
vala que se pretende abrir. para a colocação de tubagem para
esgotos
O mercado apresenta diversos tipos de escavadoras hidráulicas com
capacidades muito variáveis. Assim sendo, alguns dos critérios
utilizados para a sua seleção são a capacidade dos baldes e a
profundidade da escavação a atingir.
As escavadoras hidráulicas podem ser de dois tipos principais no que
se refere à mobilidade: chassis sobre lagartas e sobre rodas; ambas
possuem vantagens que determinam a escolha do tipo mais
adequado ao trabalho a realizar.
Escavadoras hidráulicas

Escavadora de chassis Escavadora de chassis de


sobre lagartas rodas
• Estabilidade - centro de gravidade • Economia de combustíveis;
mais baixo; • Mobilidade e facilidade de manobra;
• Maior força de tracção • Baixo ruído,
• Melhor capacidade para se deslocar • Fácil transporte
em superfícies lamacentas e • Produtividade em distâncias
rugosas; consideráveis
• Poder de operação em superfícies • Pode deslocar-se sobre superfícies
rochosas; acabadas sem as danificar
• Capacidade de vencer maiores • Pode atingir velocidades de
inclinações do terreno deslocação até 35 km/h
Baldes
Na maioria dos casos, os baldes são utilizados na abertura de valas,
mas podem ser usados em escavações frontais, como por exemplo
em bancada. O balde é um componente muito importante neste tipo
de equipamento, classificando-se de acordo com a montagem na
extremidade da lança e o sentido do seu movimento; deve ser
selecionado de modo a adaptar-se às condições dos solos
encontrados. De modo geral são usados baldes largos em solos de
fácil escavação, e estreitos em matérias duras, ou seja, em solos de
rocha dura.
Baldes
Outro fator a ter em conta, é o raio das pontas do balde. Os baldes
com o raio das pontas mais longos são geralmente são mais usados e
adequados a terrenos mais fáceis de penetrar. Para material duro
deve ser escolhido um balde mais estreito, com raio das pontas curto,
conforme apresentado na fig.2.45.
Baldes
Quando se pretende efetuar operações de elevação de cargas ou a colocação de
tubagem dento de valas deve verificar-se se os baldes estão equipados com
dispositivos apropriados para o efeito
Outros fatores a ter em conta são a capacidade da escavadora, o tipo de solo e a
largura e profundidade da vala onde vão ser efetuados os trabalhos.
O dispositivo deve opor-se ao desengate acidental. Deverá também verificar-se se a
máquina a utilizar se encontra dentro da capacidade de carga definida e se estão
respeitadas as condições de segurança. Em algumas situações, os requisitos de
elevação podem ser críticos ao ponto de determinarem o tamanho da escavadora
selecionada para o trabalho.
Martelos hidráulicos
As escavadoras hidráulicas podem também ser equipadas com
martelo hidráulico, permitindo a realização de uma grande variedade
de trabalhos e redução de custos.
São muito utilizadas em:
• Trabalhos de demolições;
• Escavações primárias em rocha;
• Indústria mineira;
• Exploração directa de pedreiras.

O martelo demolidor não é um acessório permanente, podendo ser


retirado e substituído por outro qualquer dispositivo com relativa
facilidade.
Acessórios especiais
De uma forma geral, quase todas as máquinas escavadoras podem
ser equipadas com vários tipos de baldes e acessórios conforme o
trabalho a executar, não só para o transporte e movimentação de
terrenos, como também para trabalhos de demolição e reciclagem de
materiais. Estes baldes e acessórios são, normalmente, de rápida e
fácil aplicação.
À direita e em cima exemplificamos um Balde de duas valas
accionado por hidráulicos e abaixo podemos ver a draga de
mandíbulas.
Acessórios especiais
Para os trabalhos de demolição, normalmente para o corte de
estruturas de betão e metálicas, as escavadoras hidráulicas podem
ser equipadas com maxilas facilmente adaptáveis, designando-se por
tesouras ”pulverizers” (esmagadoras).
As tesouras esmagadoras são capazes de desmembrar estruturas de
betão armado, reduzindo os escombros a fragmentos de tamanho
diminuto.
Braço telescópico
As escavadora hidráulica de Braço telescópico são
escavadoras de longo alcance, projetadas especialmente
para os trabalhos que exigem uma capacidade de alcance
além dos limites das escavadoras normais
É especialmente usado com acessórios de mandíbulas;
tesouras esmagadoras; grabos ou draga de
mandíbulas; lanças térmicas para corte de betão e
estruturas metálicas (Fig.).
Estes braços, hidraulicamente extensíveis entre as
articulações típicas, permitem aumentar o seu alcance com
prejuízo para a sua capacidade de carga.
No entanto, uma máquina equipada com este arranjo de
braço telescópico pode ser convertida numa escavadora
normal convencional, bastando para isso substituir o braço
telescópico por um braço padrão.
Retroescavadora
A retroescavadora, também conhecida por conjunto industrial, é
normalmente constituída por uma estrutura central rígida automóvel,
equipada com um balde frontal, sendo a retroescavadora de pequena
a media dimensão, equipada sobre pneus.
Estas máquinas, muito versáteis, prestam-se à escavação de volumes
apreciáveis em terrenos de média consistência.
Apresentam-se no mercado diversos tipos, com capacidades muito
variadas, fundamentalmente, pela capacidade do balde que suportam
e também pela profundidade de escavação que atingem.
As mais avançadas possuem meios de posicionamento e cumprem
satisfatoriamente todo o tipo de pequenos trabalhos de
carregamento/escavação e abertura de valas; instalação de cabos e
canalizações de águas, esgotos e oleodutos (infraestruturas).
Rectroescavadora
Todos os equipamentos de trabalho da máquina são comandados a
partir da cabine, podendo aqueles ser:
- Balde de carga;
- Balde retroescavadora;
- Lâmina Dozer.
Equipamentos
O balde de carga, também designado por pá
carregadora frontal, é utilizado para materiais soltos, e
é aplicável a uma versão normal de uma máquina
universal, conforme é conhecida, devido ao tipo de
trabalhos em que pode ser utilizada.
A aresta de contacto com o terreno é equipada com
dentes para evitar o desgaste da mesma. Uma vez que
os dentes sofrem um acentuado desgaste, estão
preparados para serem substituídos periodicamente.
O balde retroescavadora, com menores dimensões, é
posicionado na rectaguarda da máquina e é muito
utilizado na abertura de valas para a colocação de
tubagens para as redes de águas, esgotos e instalação
de cabos elétricos telefones etc.
Equipamentos
Quando equipados com dispositivo próprio podem elevar cargas;
porta-paletes; adaptação para martelos demolidores; vibradores etc.
Os baldes disponíveis para estas máquinas têm dimensões e
capacidades variáveis conforme o são indicadas pelos fabricantes,
bem como a sua produção e características.
A lâmina dozer é uma máquina versátil, pode substituir o balde
frontal e ter a possibilidade de, em alguns casos ser utilizada como
Bulldozer para pequenos trabalhos de corte e transporte de solos
pouco coesos a pequenas distâncias
Miniescavadora
Este equipamento, também conhecido por carregadora compacta,
possui grande mobilidade, possibilitando uma grande capacidade de
manobra em locais com escassez de espaço. Dispõe de uma grande
flexibilidade em todos os sentidos de aplicação, podendo apresentar-
se com as versões de rodas e de rastos.
Pode ser aplicado a este equipamento, para as mais variadas
aplicações na industria da construção civil, um número considerável
de acessórios.
As mini escavadoras foram inicialmente concebidas para funcionarem
no interior de galerias ou minas, por serem de pequenas dimensões e
por poderem ser equipadas com uma pá carregadora frontal, que
pode ser elevada por cima da cabine do operador para descarregar
atrás da própria máquina, sem que esta tenha que inverter a sua
posição.
Miniescavadora
As carregadoras compactas com rodas conseguem bons desempenhos
em quase todos os terrenos. As de rastos, por seu lado, são
especialmente apropriadas para locais onde seja necessário exercer
uma pressão mínima sobre o solo, mantendo, contudo, um poder de
tração elevado.
Dada a sua versatilidade, são muito utilizadas na abertura de
fundações em edifícios.
Podem não só ser utilizadas como abre valas, tendo o balde
normalmente com a largura das valas a abrir; como também
funcionado como uma mini escavadora hidráulicas; e com martelos
demolidores e perfuradores e outros acessórios, tal como as
máquinas de maior porte.
Valadoras
São máquinas especialmente preparadas para proceder à abertura de valas a
grande profundidade. São escavadoras contínuas, com ferramentas
dimensionadas para a abertura de valas no solo, estando o equipamento de
escavação sincronizado com o tapete transportador interno e com a velocidade de
avanço da máquina.
Este tapete de descarga transporta os solos escavados para um dos lados da
máquina, podendo este material escavado vir a ser utilizado para enchimento
posterior da vala.
Valadoras
As valadoras de grande dimensão combinam a alta potência e peso
que possuem, para atingirem uma performance superior de
escavação. O peso mantém a valadora estável e no traçado certo; a
potência gera a força necessária para a abertura da vala.
A lança de escavação suporta a corrente e os bicos, para efetuar o
processo de corte e escavação.
A lança é ajustável para diferentes profundidades, podendo, em
qualquer momento, ser modificada para aumentar ou diminuir a
largura e a profundidade da vala conforme o trabalho desejado.
As valadoras executam a escavação de forma ininterrupta, não
havendo necessidade de proceder a manobras de posicionamento, tal
como acontece com as escavadoras. Estas máquinas estão equipadas
com transportadores que permitem, em simultâneo, proceder ao seu
carregamento.
Motoniveladora
As motoniveladoras são máquinas utilizadas para nivelar terrenos, e
proceder ao corte de pequenas elevações transportando a terra para
pequenas depressões que se seguem.
São muito utilizadas em reconstrução de estradas, como operações
de retificação dos pavimentos de caminhos agrícolas, e proceder ao
espalhamento e nivelamento de materiais na construção de estradas.
São consideradas, fundamentalmente, como um veículo de
movimentação de terras, equipadas com um chassis longo, no qual se
encontra montado o equipamento de trabalho constituído por uma
lâmina intermédia, que pode rodar 360º no plano horizontal e
inclinar-se até atingir a posição vertical.
Entre a lâmina e as rodas dianteiras vem montado um
escarificador, ou riper de dentes intercalados. Atrás, pode,
também, ser adaptado um pequeno riper semelhante ao dos
pequenos tratores.
Motoniveladora
As motoniveladoras caracterizam-se por um conjunto de quatro rodas
tratoras, situadas na rectaguarda, onde se localiza o motor, e uma
estrutura em ponte e um conjunto de duas rodas dianteiras
direcionais que desempenham as funções orientadoras da máquina.
As motoniveladoras desempenham um papel muito importante na
manutenção de estradas, para reduzir a resistência ao rolamento e
melhorar a adesão ao solo, efetuando o saneamento destas estradas,
isto é, retirando a camada superficial de lama, encontrando-se assim
um piso mais seco e duro, propício ao trânsito de máquinas
equipadas com pneus.
Este tipo de operação assume grande importância uma vez que
permite que outras máquinas possam operar de forma satisfatória.
Por ser muito versátil e capaz de executar diversas tarefas, pode, por
isso, oferecer mais dificuldades ao operador.
Características estruturais
As motoniveladoras são equipadas com motor diesel e transmissão
hidráulica, montada na rectaguarda, zona menos sujeita a vibrações,
onde também se localiza a cabine do operador.
O eixo dianteiro é constituído de tal forma que este oscila através de
uma cavilha central quando uma das rodas entra num buraco, ou
caminha por cima de um obstáculo. O chassis não é sujeito a
oscilação lateral, mas sim, a um ligeiro movimento vertical (o
movimento na lamina é cerca de um quarto do verificado no chassis).
Características estruturais
As rodas dianteiras de uma motoniveladora quando acionado um
mecanismo, tendem a escorregar lateralmente quando em deslocação
para a frente, para permitir a atuação da lâmina sobre a superfície de
trabalho.
As duas rodas traseiras de cada lado da máquina estão dispostas em
tandem no eixo traseiro, desta forma, elas oscilam e atuam em
conjunto, ou com tração individual. Quando uma roda entra num
buraco da estrada, o descaimento resultante do eixo traseiro é
metade da profundidade do buraco.
Características estruturais
O sistema tandem não se encontra aplicado em motoniveladoras de
pequena dimensão. Por vezes as motoniveladoras também estão
equipadas com apenas uma roda traseira de cada lado; este sistema
permite que as rodas tenham um contacto correto com o solo mesmo
quando uma delas cai num buraco.
As quatro rodas traseiras estão ligadas por uma caixa tandem que é
suportada no seu centro pelo eixo traseiro. A rotação deste eixo
traseiro é transmitida a cada uma das rodas motrizes por meio de
correntes.
Motoniveladoras
FAQ Interaction
Principais operações efetuadas Motoniveladoras
Os trabalhos efetuados pelas motoniveladoras são bastante
diversificados e de forma sumária são as operações de acabamento;
de mistura e arrasto e de remoção.

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Construção Civil
ENCARREGADO
Transporte
Objectivos
No final deste capítulo deverá ser capaz de:
1. Reconhecer os equipamentos de transporte principais,
relacionando o seu uso com as situações de movimentação de
2. Determinar a utilização dos transportes adequados a cada
situação de movimentação de terras
Equipamentos de transporte
Como vimos anteriormente, os tratores de rastos ou de rodas, as
pás carregadoras e os Scrapers têm a capacidade de fazer o
transporte de materiais.
É muito importante a escolha do equipamento a utilizar e depende,
fundamentalmente, do seu tipo de material e da distância de
transporte.
No entanto, há outros fatores a ter em conta na escolha do
equipamento a utilizar, como as cotas de trabalho; a quantidade a
transportar e o equipamento disponível.
Para curtas distâncias poderão ser utilizados os Scrapers, rebocados
com Trator de Rastos e para longas distâncias os Motorscraper, e os
camiões de todo o terreno, Dumpers carregados por escavadoras ou
pás carregadoras.
Camião de estaleiro
Este tipo de equipamento é utilizado para o transporte de materiais
para médias ou longas distâncias, podendo circular em estrada e
sobre terra batida.
São muito utilizados nos estaleiros das obras, quer pela sua
versatilidade e capacidade de transportar qualquer tipo de materiais,
quer pela sua velocidade de circulação (Fig.1).
Podem transportar materiais embalados; madeiras; elementos pré-
fabricados e cofragens, como também, proceder ao transporte de
materiais a granel; produtos de escavação agregados britados e
inertes para a fabricação de betão. Dão também um contributo muito
importante nos trabalhos relacionados com a montagem e
desmontagem dos estaleiros para a execução das obras.
Normalmente a caixa é basculante, facilitando a operação de
descarga; existem básculas traseiras e bilaterais.
Camião de estaleiro
Os reboques aumentam a capacidade de carga das camionetas, sem
grande perda de velocidade, mas com bastante perda de capacidade
de manobra.
A classificação destas máquinas pode ser feita em função da
capacidade de carga, quer em volume, quer em peso, e/ou da sua
potência.
A produção depende da capacidade da carga que pode transportar e
naturalmente do número de viagens por hora. A capacidade de carga
pode ser estabelecida com base nas especificações do fabricante
Camiões de todo o terreno
Camiões de todo o terreno ou dumpers articulados
São unidades muito robustas, com grande mobilidade e com báscula
que lhes permite uma descarga mais rápida, apropriadas para resistir
aos grandes impactos de carga como os que são produzidos pelas
grandes unidades carregadoras. Estes camiões são equipados com
transmissões e suspensões próprias para a sua função.
A caixa de carga é desenhada de forma a constituir uma estrutura
que facilite a carga. A distância entre eixos é pequena, de modo a
facilitar as manobras de viagem e a sua velocidade mais elevada.
No transporte em grandes distâncias, em caminhos tratados e
conservados, apresenta muitas vantagens, pois permite maior
velocidade e, consequentemente, obter um maior rendimento e maior
economia.
Uma das formas de otimizar a movimentação de terras com estes
equipamentos, consiste em procurar uma relação inteira entre a
capacidade da caixa e o balde do equipamento de carga (capacidade
do balde) de modo que este possa ser carregado com um certo
número de baldes completamente cheios. Esta concordância é tanto
mais importante quanto menor for o número de baldes por veículo de
carga.
Camiões de todo o terreno
Estes camiões possuem uma grande mobilidade através do sistema
de articulação do trator em relação à caixa. Adaptam-se
perfeitamente a todas as condições de terreno e são ideais para o
transporte de material em obras com grandes volumes a movimentar
(fig.2c); fazem excelente combinação com pás carregadoras e
escavadoras.
Camiões de grande tonelagem
Camiões de grande tonelagem, fora de estrada
São unidades preparadas para resistir a grandes impactos, e muito
utilizadas no transporte de rochas de grande dimensão. São
frequentemente usadas em pedreiras e em grandes obras de
engenharia como as obras de proteção costeira.
Estas máquinas podem vir equipadas com sensores de pressão nos
apoios e um micro processador integral para determinar indicadores
úteis como:
• Peso da carga útil;
• Segmentos de tempo de ciclos;
• Intervalos de espera;
• Tempo e a data de cada ciclo.
Construção Civil
ENCARREGADO
Ciclos de Trabalho
Objectivos
No final deste capítulo deverá ser capaz de:

1. Reconhecer um ciclo de trabalho, as respetivas etapas no


contexto dos processos de movimentação de terras;
2. Determinar as precauções adequadas para otimizar o ciclo de
trabalho;
3. Identificar os ciclos de trabalho, destacando as precauções
devidas na sua realização;
4. Calcular e dimensionar as etapas de um ciclo de trabalho.
Introdução
Durante uma jornada de trabalho de movimentação de terras,
executam-se conjuntos de operações que se repetem
sucessivamente, e que se designam por ciclos de trabalho.
O conhecimento da produção real que uma empresa obtém para as
suas máquinas, permite-lhe calcular a duração e o custo previsíveis
para um determinado trabalho.
Um dos principais fatores para um bom rendimento é a velocidade a
que se processam todas as operações, nomeadamente durante a fase
de transporte, que é habitualmente a mais demorada.
Assim, é importante escolher o tipo de máquina cujo tipo de tração
seja o mais adequado ao trabalho a realizar.
Introdução
A velocidade de funcionamento de uma máquina pode ser afetada por
uma ou por várias das seguintes:

Resistência ao rolamento:

• Dificuldade que a máquina tem em se movimentar sobre um determinado


terreno. A resistência ao rolamento aumenta em terrenos moles. As
máquinas de rastos são mais adequadas a terrenos moles e as de pneus a
terrenos duros.

Subida de declives

• afeta de forma igual os dois tipos de tração das máquinas, mas as de


rastos vencem melhor esta dificuldade, porque costumam ser mais
potentes.

Altitude

• Diminui a potência dos motores. Nada tem a ver com o tipo de tração da
máquina, mas sim com o funcionamento interno dos motores.

Aderência ao solo

• Diminui na presença de água e afeta, em particular, as máquinas de pneus.


Etapas
São 6 as etapas parciais que constituem um ciclo de trabalho;
1. Carga;
2. Manobra de posicionamento na obra;
3. Condução da carga;
4. Manobras de posicionamento para descarga;
5. Descarga;
6. Condução sem carga.
Etapas
O método de cálculo da duração do ciclo de trabalho consiste em
considerar as diferentes etapas referidas e estimar, para cada uma, a
respetiva duração. A soma destes tempos parciais dá-nos o tempo
total necessário à realização de um ciclo completo.
Quando se justifique, pode estudar-se em pormenor cada uma das
referidas etapas, para determinar, com razoável aproximação, a
duração provável de cada uma.
Ao estipular-se a duração de cada etapa do ciclo, dever-se-á
considerar possíveis perdas de ritmo, que, frequentemente, ocorrem
devidas a diversos fatores, como por exemplo:
• Demoras prolongadas em determinadas zonas críticas do
trajeto;
• Tempos para serviço de manutenção durante o turno
normal de trabalho;
• Conversações com o encarregado.
Dimensionamento e Gestão
Como vimos anteriormente, as máquinas de pneus são, em geral, mais rápidas do que
as de rastos, pelo que é errado supor que o emprego de máquinas de rastos é sempre
preferível, por vencerem melhor às dificuldades apontadas. Deve-se, então, escolher a
máquina adaptada às condições concrectas de cada trabalho, procurando otimizar o seu
desempenho. Para reduzir a resistência ao rolamento, procede-se à manutenção
preventiva dos caminhos de circulação, nivelando-os e limitando-os de lamas, ou
mesmo cobrindo-os com cascalho.
Deve-se, também, procurar um trajeto que seja o mais horizontal possível para evitar
subidas, eventualmente contornando a elevação do terreno, em vez de a subir e tornar
a descer pelo lado oposto. Pode-se aproveitar o auxílio da força da gravidade,
procurando executar as tarefas encosta abaixo, em vez de encosta acima. Os ganhos
com estas precauções simples podem atingir os 50% e os 75%.
A dimensão e tipo do balde a empregar na máquina também influenciam os
rendimentos. Para materiais soltos e leves usam-se baldes de maiores dimensões do
que os usados para materiais compactos e densos.
Para obtenção de bom rendimento na realização de um trabalho de escavação, é
importante escolher adequadamente o equipamento a utilizar, colocando-se, em geral,
duas questões essenciais:

Qual a capacidade da carregadora?


Qual a quantidade de veículos de transporte?
Dimensionamento e Gestão
Não sendo fácil dar uma resposta exata a estas perguntas, existem,
no entanto, regras importantes que nos podem ajudar.

Capacidade da carregadora Número de veículos de transporte

Deve existir uma relação entre a capacidade do balde e a do O cálculo do nº de veículos de transporte deve efetuar-se de
veículo, de modo que este possa ser carregado com um certo modo a obter-se um fluxo de trabalho ininterrupto, sem
número de baldes completamente cheios. tempos de espera, quer para os veículos, quer para a
Esta concordância é tanto mais importante quanto menor for o carregadora.
numero de baldes por veículo.
Na prática, é normal verificar-se uma sobrecapacidade (quer
Notando que o primeiro balde requer menor tempo de carga de veículos quer da carregadora)
do que os seguintes (já que a carregadora prepara o trabalho
ao mesmo tempo que o veículo de transporte toma posição No caso de excesso de capacidade dos veículos de transporte,
para ser carregado) pode estabelecer-se que: verifica-se que, por não haver então razão para os operadores
Se o único trabalho da carregadora é carregar o veículo de conduzirem de forma eficiente (pois iriam ficar em fila de
transporte, então a capacidade do balde deve ser tal que espera junto à carregadora), o seu ritmo de trabalho diminui,
encha o veículo em 2 ou 3 vezes. afetando todo o rendimento do sistema.

Se a carregadora tem outras tarefas complementares, como Deve-se sobredimencionar a carregadora, evitando-se filas de
sejam abrir fundações, nivelar o solo, ou outras, o volume do camiões ou dumpers e estando sempre o primeiro balde
balde pode ser menor, devendo no entanto o veículo ficar pronto para o carregamento do próximo veículo.
carregado com 3 a 6 baldes.
O nº de veículos deve ser tal que não origine filas no local de
carga e congestionamentos em locais críticos do percurso

O nº de veículos de trabalho pode ser alterado com facilidade


durante o curso dos trabalhos, conforme se verifique
necessidade de reduzir ou aumentar.
Exemplo
Dados
• Ciclo da carregadora 0,60 min.
• nº de baldes por carga 4
• Posicionamento p/ carga 0,50 min.
• Condução c/ carga 3,00 min.
• Descarga 0,60 min.
• Retorno s/ carga 2,10 min.
Considerando que a manobra de posicionamento no sítio de carga é feita em simultâneo com o
enchimento do 1º balde.
( c ) Ciclo de carga 4 x 0,60min = 2,40 min
v ) Ciclo do veículo 2,40min + 3,00min + 0,60min + 2,10min = 8,10 min.
v/c (Ciclo de carga/ Ciclo do veículo) 8,10min / 2,40min = 3,375 camiões

Conclusão
Durante um ciclo do veículo, a carregadora executa 3 ciclos de carga, logo são necessários 3
veículos de transporte.
Tempo morto da carregadora : 0,375min x 2,40min = 0,90 min.
Idem, por ciclo de carga 0,90min/ 3 camiões = 0,30 min
A folga é de 0,30 min. = 18 segundos
Construção Civil
ENCARREGADO
Compactação dos solos
Objectivos
No final deste capítulo deverá ser capaz de:

1. Reconhecer o processo de compactação como forma de melhorar


as características do terreno;
2. Identificar os fatores que influenciam a compactação;
3. Aplicar especificações e normas à compactação;
4. Reconhecer testes de controlo da compactação;
5. Apreender as técnicas principais de compactação dos solos.
Introdução
A compactação é um processo artificial de melhoria das características do terreno
através da diminuição de vazios (ou espaços vazios), conduzindo a um aumento do peso
volúmico (ou densidade) e consolidação (diminuição progressiva da porosidade) do solo
por força da ação mecânica.
As finalidades da compactação dos solos são as seguintes:
1. Melhorar as propriedades do terreno;
2. Aumentar a sua resistência e capacidade de carga;
3. Reduzir a compressibilidade do solo;
4. Diminuir a aptidão do terreno para absorver a água.
Este processo pressupõe a alteração da estrutura dum solo; as partículas sofrem
rearranjos e encaixes pelo contacto; há expulsão de ar dos poros e a diminuição do
índice de vazios, resultando daqui um aumento da densidade do solo.
Uma compactação eficaz pode aumentar de 5 a 10 vezes a capacidade resistente à
carga de um solo, pelo aumento da coesão e ângulo de atrito interno e da baridade,
quando obtida através do uso de equipamento de compactação. Num aterro bem
compactado serão mínimos os assentamentos posteriores.
A compactação do solo permite levar os terrenos a condições em que será menor a
tendência para posteriores mudanças do teor de água, e a diminuição da porosidade
aumenta a resistência ao desgaste dos elementos constituintes do aterro.
Fatores condicionantes
Factores que influenciam a compactação dos solos
Existem três condições fundamentais a considerar na execução e
compactação dos solos:
1. Teor em água;
2. Energia de compactação;
3. Tipo de solo.

A capacidade de melhor ou pior compactar um determinado solo vai


depender da forma como se controla a interação entre os três
anteriores fatores.
Teor em água
Quando se compacta um solo com uma determinada energia para
diversos teores em água, obtém-se uma curva de baridade seca em
que o teor ótimo em água para a granulometria contínua é de 6%. O
sucesso da compactação para este teor em água vai agora depender
da intensidade ou energia de compactação e do próprio material.
Para uma certa energia de compactação existe um determinado teor
em água em função de cada tipo de solo – Teor ótimo em água com o
qual se obtém a baridade seca máxima.
Tal significa que, para uma dada energia de compactação, e para um
dado teor em água atinge-se o valor máximo do peso volúmico.
Nunca se poderá obter elevados pesos volúmicos nos solos a
compactar com elevados teores em água, mesmo recorrendo a
grandes energias de compactação, ou elevado número de passagem
com um compactador.
O teor ótimo de água corresponde à maior eficiência na compactação
com o equipamento adequado, isto é, ao peso volúmico máximo. A
água tem a capacidade de lubrificar e atuar sobre as partículas,
diminuindo as forças de atrito interno. Esta diminuição facilita muito a
referida compactação.
Teor em água
Quando o espalhamento dos materiais transportados demora algum
tempo (no Verão) é necessário aumentar o teor em água através de
rega e de equipamento para homogeneização do material. Se, por
outro lado, o teor em água é excessivo (no Inverno), os solos têm de
ser desventrados e arejados, recorrendo a escarificadores ou outras
máquinas para espalhamento do terreno.
Quando se aumenta o teor em água em alguns solos, sobretudo os
solos argilosos, estes tendem a aumentar o seu volume. Se estes
solos estiverem confinados, podem desenvolver-se altas pressões de
expansão. A compactação melhora a resistência dos solos
expansivos, mas não o estabiliza porque, em contacto com a água,
pode expandir-se e diminuir a resistência da compactação.
Energia de compactação
Quando se aumenta a intensidade da compactação, obtém-se um
aumento de baridade seca máxima e uma diminuição do teor ótimo
em água. Acima do teor ótimo, quando há pouco ar no solo, o
aumento de energia de compactação tem pouco ou nenhum efeito
sobre a baridade seca; abaixo do teor ótimo, quando há bastante ar
no solo, o efeito de um aumento de energia de compactação é
apreciável.
A compactação nunca deve ser inferior aos valores estipulados no
projeto que, normalmente, são superiores a 90% da compacidade
relativa. De uma forma geral, quando se trata das últimas camadas,
os valores deverão ser superiores a 95%.
Tipo de solo e Ensaios
O tipo de solo contribui para a eficácia de uma compactação. A
máxima baridade seca que se pode alcançar com um solo, quer em
ensaios de laboratório, quer em obra, depende principalmente do tipo
de solo e varia desde um valor de cerca de 2,25 g/cm3 até cerca de
1,4 g/cm3
Para determinar a capacidade de compactação deve-se proceder a
ensaios de compactação em laboratório no sentido de determinar
qual o teor em água para o solo, no sentido deste, compactado em
obra com uma energia equivalente, adquira a baridade seca máxima.
Seguidamente apresenta-se dois tipos de ensaios utilizados
frequentemente, o Ensaio Proctor e Ensaio CBR (Califórnia Bearing
Ratio).
Ensaio de compactação
Ensaio de compactação Proctor
Este ensaio obedece à Especificação E 197 – 1966 e fixa o modo de
determinar a relação entre o teor em água e a baridade seca dos
solos.
Além de outras aplicações o ensaio de compactação permite fixar um
termo de comparação para o controlo da baridade e da humidade no
campo.
Os principais ensaios de compactação compreendem os ensaios de
compactação:
• Leve em molde pequeno;
• Pesada em molde pequeno;
• Leve em molde pesado;
• Pesada em molde grande.
O ensaio “ compactação pesada em molde grande” é o mais usual e
destina-se a determinar a respetiva baridade seca máxima e o teor
em água ótimo; os resultados do ensaio determinam a curva de
compactação do solo, aplicando uma energia de compactação
normalizada a diversos provetes do solo,com diferentes teores em
água e relacionando-as às baridades secas obtidas.
Ensaio de compactação
Califórnia Bearing Ratio
Este ensaio consiste em medir a força necessária para que um pistão
normalizado penetre no solo até uma determinada profundidade, com
uma velocidade constante. É utilizado em trabalhos de controlo de
compactação e em estudos de avaliação da aptidão de um solo à
circulação de veículos, mas sobretudo em estudos de
dimensionamento de pavimentos; ensaio descrito na especificação E-
189 – Solos.
O ensaio pode ser realizado «insitu» usados principalmente para o
controlo da construção e para verificação da plataforma; em
circunstâncias especiais utilizando-se também para o
dimensionamento de pavimentos ou em laboratório sobre provetes
compactados.
Espessura das camadas
A espessura da camada é outro fator muito importante a ter em
conta bem como a influência da resistência de suporte do aterro.
A capacidade de suporte da fundação do aterro e a da camada ou
camadas situadas imediatamente por baixo de uma que se pretende
compactar têm muita influência nos resultados da compactação.
Abaixo representa-se a estrutura dos pavimentos utilizados na
ampliação do terminal de Alverca, onde os valores do CBR eram de
6%
Espessura das camadas
As camadas inferiores deverão ser capazes de servir de suporte
suficiente para a compactação da camada que lhe sucede.
No entanto podem ocorrer vários casos: a espessura total do que
realmente se está a compactar, pode ser muito elevada, fazendo com
que o rendimento aparente seja muito baixo; o material inferior ainda
que perfeitamente compactado, pode não chegar a ter a capacidade
de suporte necessário para conseguir a desejável compactação do
material superior; o material inferior pode não ser compatível como
ocorre, por exemplo, em certos solos muito plásticos com elevado
teor em água, que atuam como autênticos colchões, moldando-se à
passagem dos compactadores e voltando à sua posição original, após
a passagem dos cilindros.
Espessura das camadas
Deverá exigir-se a cada camada um peso volúmico aparente cada vez
maior, deixando que as camadas inferiores tenham resistências ainda
compatíveis com as exigências mínimas para o material de aterro.
A escolha da capacidade do cilindro é muito importante para se fazer
sentir o efeito da compactação.
Neste caso, existe um bom ponto de comparação entre duas
máquinas. Não obstante, larguras excessivas podem apresentar
problemas de transporte, sendo conveniente que a largura total da
máquina não ultrapasse os 2,50 metros, que é a largura máxima
normalmente utilizada para poder circular por estradas abertas ao
tráfego, sem necessitar de autorizações especiais.
Conclui-se que a tomada de decisão por métodos e materiais de
compactação e o grau de eficácia da mesma estão relacionados com
o teor em água, a energia de compactação, o tipo de solo ou
natureza dos materiais e a espessura da camada de aterro a utilizar.
Classificação francesa
Normalmente a carga linear dá-se em kg/cm ou (kgf/cm) e de acordo
com estes valores existe uma classificação francesa de
compactadores em cinco categorias.
Os compactadores de menos de 15 kg/cm consideram-se como
pequenas máquinas, a que se aplicam critérios de classificação
diferentes. Pode afirmar-se que, quanto maior é a carga linear maior
é a eficácia da compactação. Também para cilindros com maior carga
linear consegue-se uma maior espessura (penetração) da camada a
compactar.
Os equipamentos mais utilizados na compactação de obras de aterro,
de volumes médios a altos, encontram-se situados entre V2 e V3,
sendo as categorias V4 e V5 adequadas para grandes obras e
grandes rendimentos e a categoria V1, próprio para pequenas obras,
cujo rendimento não desempenhe um papel de demasiada
importância.
Técnicas de compactação
As técnicas de compactação enquadram-se, geralmente, numa das
grandes categorias estática e por vibração:

Estática Vibração

Para ilustrar a compactação estática


A compactação por vibração é uma
basta considerar um certo peso colocado
técnica recente; é um método que tem
num solo de terra solta. O terreno
uma ótima relação com os parâmetros
imediatamente será compactado pela
construtivos e, em solos incoerentes,
pressão estática e vertical do peso e a
garante a compactação de modo eficaz
área de compactação pode ser
e, profundidades maiores do que a
aumentada se o peso for deslocado;
compactação estática. As ondas
uma extensão desta analogia é o
provocadas pela vibração, ao serem
cilindro estático. Entrectanto, a
refletidas ajudam na compactação das
compactação estática atinge uma baixa
zonas profundas sujeitas ao peso do
profundidade através da pressão do
material que exerce a carga sobre elas.
cilindro.
Compactadores
São equipamentos em que as rodas foram substituídas por rolos
compactadores e têm como finalidade compactar os solos,
aumentando a sua capacidade de resistência à carga; estabilidade e
impermeabilidade, minimizando o risco de abatimento.
Atendendo ao facto da compactação ser eficaz em todos os materiais
de estrutura granular e ser largamente utilizada para melhorar a
qualidade geral dos materiais em obras de aterro, esta tarefa é,
desde há muito, conhecida e efetuada pelo homem. Os rolos
compactadores terão surgido no início da era moderna, e o seu uso
consistia em fazer passar um rolo de massa de grande peso,
normalmente cilindros arrastados por animais sobre o solo (Fig. 2).
Compactadores
A capacidade de resistência à carga com uma compactação eficaz
pode aumentar de 5 a 10 vezes a capacidade de resistência à carga
de um solo, permitindo que as obras de aterro se comportem de
forma eficiente. Por exemplo, os alicerces de um edifício aumentam
consideravelmente a sua resistência ao peso permanente de um
edifício de muitos pisos.
Apesar de não existir uma classificação unificada, os compactadores
podem ser classificados em dois grandes grupos, os compactadores
estáticos e vibratórios, sendo que em cada grupo podemos encontrar
os pequenos e os grandes.

Compactadores
Compactadores estáticos Compactadores vibratórios
• Pequenos compactadores • Pequenos compactadores
• Grandes compactadores • Grandes compactadores
Compactadores estáticos
A compactação efetuada por um cilindro estático consiste em colocar
um determinado peso sobre o solo que se encontra imediatamente
por baixo do rolo, que será compactado pela força estática e vertical
deste peso.
Um fator limitativo dos cilindros estáticos é a profundidade à qual a
compactação conseguida é efetiva. A capacidade de ação de um
compactador estático limita-se a uma pequena camada superficial; só
se podem alcançar maiores profundidades aumentando o peso do
cilindro.
Compactadores estáticos
Cilindros de rolo liso
Os compactadores estáticos de rolo liso têm sido totalmente
desprezados e praticamente já não são fabricados devido ao
aparecimento dos compactadores vibradores que superam
largamente os estáticos em rendimento.
Cilindro estático com rodas pneumáticas
Possui de 7 a 11 rodas e o esforço de compactação pode ser variado,
usando lastro de areia ou água. O seu peso pode variar entre 10 e 35
toneladas
A sua principal finalidade baseia-se nas elevadas cargas por
unidade de superfície que transmite ao solo provocando a sua
deformação plástica. Tem a grande vantagem de não promover o
esmagamento do material, conservando a sua granulometria.
O seu efeito de compactação é eficaz unicamente numa zona
superficial pequena com baixa penetração (escassos centímetros).
Dá bom acabamento aos pavimentos das estradas e é ligeiramente
mais rápido do que os cilindros de rolos metálicos.
Compactadores estáticos
Cilindro estático de pés de carneiro
É normalmente constituído por quatro rolos de pés de carneiro com
direção por articulação e é aconselhado para a compactação de solos
argilosos e arenosos. Em geral é usado a velocidades superiores às
dos cilindros vibratórios. O seu peso pode variar entre 15 a 30
toneladas.
Os cilindros desta máquina são metálicos e ocos, enchendo-se de
água; areia ou outro tipo de material. A sua superfície é constituída
por saliências com o objetivo de esmagar o solo que se pretende
compactar através de impacto.
A energia de impacto aumenta com a velocidade no instante do
choque.
Embora sejam eficazes, os compactadores estáticos de pés de
carneiro estão a ser substituídos pelos homónimos vibradores pois
estes têm a vantagem de superar a ação do impacto por uma
vibração muito mais potente.
Compactadores vibradores
A compactação por vibração é muito recente datando-se a sua
origem na segunda guerra mundial. Os diversos tipos de
compactadores de grande porte podem, de uma forma geral,
incorporar, no seu interior, uma massa excêntrica que gira a
uma frequência determinada, produzindo uma força centrífuga
que provoca uma determinada vibração. Estas máquinas têm a
possibilidade de substituir o rolo de acordo com o terreno a
compactar. Existem cilindros vibradores de 1 ou de 2 rolos
Cilindros vibradores de dois rolos
Estes cilindros têm normalmente vibração e tração nos dois rolos
e direção por articulação. Este tipo de cilindros apresenta-se no
mercado com capacidades compreendidas entre 2 e 15
toneladas.
São normalmente usados em solos, sobretudo nas bases e sub-
bases de estradas e, também para asfaltos.
Compactadores vibradores
Cilindro vibrador de um rolo (monorolo)
Estes cilindros vêm equipados com pneus de tração e um rolo
vibrante. Existem versões especiais com rolo de pés de carneiro que
são muito eficazes em terrenos argilosos.
A gama de pesos destes cilindros está compreendida entre as 3 e as
17 toneladas. Usam-se para solos de terra e pedra.
Recentemente surgiram no mercado cilindros vibradores que dispõem
de dispositivos que permitem avaliar a capacidade de resistência dos
solos compactados pelo efeito da compactação.
Os referidos aparelhos têm dado um grande contributo aos
operadores dos equipamentos na localização de pontos fracos das
zonas compactadas. Permitem, igualmente, evitar passagens
desnecessárias de cilindros, tornando assim mais eficiente o processo
de compactação, pela rapidez e pela economia que pode
proporcionar.
Compactadores vibradores
Cilindros rebocados
Os cilindros referidos anteriormente eram equipados com meios de
locomoção próprios (autónomos com motor). O mesmo resultado nos
trabalhos a realizar pode ser obtido por cilindros rebocáveis por
tratores.
Para além dos compactadores demonstrados anteriormente, é
possível o uso de outros denominados “ ligeiros”, utilizados em zonas
inacessíveis aos cilindros. Existem 2 tipos, o compactador apiloador
(sapo) e a placa vibratória.
Compactadores Ligeiros
Compactador apiloador
Estes equipamentos substituíram o maço manual. O seu
motor interno atua sobre um pistão que eleva a massa
com um eixo montado numa chapa espessa na base.
A cada explosão, o pistão eleva-se arrastando o
conjunto, que cai por gravidade. É muito utilizado na
compactação de valas e em recantos.
Placas vibratórias
Este equipamento tem uma chapa espessa que passa
sobre a superfície a compactar. Atua por um motor
ligado a uma massa excêntrica que lhe confere a
vibração necessária à compactação. É utilizado na
compactação de valas, pavimentos e calçadas.
Tanque de rega com aspersor
Um equipamento auxiliar na compactação é o tanque de
rega com aspersor montado sobre reboque ou em
camiões cisterna. É um depósito regador equipado com
aspersor e alimentado por tubo de Ø 20 mm uma
pressão de 2 kg/cm2. A sua utilidade é evidenciada nas
situações de baixa do grau de humidade dos solos.
Escolha do equipamento
A eficiente escolha do equipamento de compactação, relativamente
aos materiais a compactar, requer cuidados muito especiais sendo
que uma má escolha pode trazer inúmeros problemas de falta de
eficácia e até de segurança imediata e/ou futura.
Escolha de Compactadores
1. A compactação de terrenos arenosos é mais eficiente com cilindros
vibradores, adequados a qualquer solo, mesmo que o material de
aterro contenha elevada percentagem de rocha.
2. Os cilindros de rolos lisos oferecem bons resultados na compactação
de pedra britada; areias ou de seixos mecanicamente estáveis.
3. Os cilindros de pneus são apropriados para a compactação da
maioria dos solos, com exceção das areias soltas.
4. Os cilindros de pés de carneiro são aconselhados para compactação
de solos plásticos, nomeadamente nos mais argilosos.
5. A compactação final da camada superior deve ser feita com cilindros
de rolos lisos de 8 a 14 toneladas, ou com cilindros de pneus.
6. As zonas inacessíveis aos cilindros devem ser compactadas com
placas vibratórias ou com apiloadores.
7. Podem-se utilizar diversos tipos de cilindros no mesmo trabalho.
8. A circulação do transporte de terras deve ser controlada para
proporcionar uma compactação uniforme sob os rodados sem abrir
trilhos ou regueiras no aterro.
Controlo da compactação
Um solo é tanto mais resistente quanto mais compacto for, mas só conservará uma
dada compacidade obtida por compactação ou por consolidação se, em obra, se
mantiver sob uma pressão que impeça a sua expansão.
Se a pressão a que o solo está submetido é inferior à pressão de expansão, ele expande
até que encontre uma pressão de reação que o equilibre. Em solos pouco expansivos há
perdas de resistência pequenas e sem significado no comportamento da obra.
Quando o estado de compacidade que dá origem a posterior expansão é obtido por
compactação, diz-se que o solo foi sobre-compactado. Nos terrenos «in-situ» pode
ocorrer um fenómeno análogo que é a expansão por descompressão devida a uma
escavação.
Alguns solos mal graduados e com elementos arredondados conservam mal a
compactação à superfície; as areias limpas, solos mal graduados e de grãos
arredondados facilitam a descompactação à superfície. A utilização dessas areias só é
possível através, seria da aplicação de camadas estáveis, compactadas por vibração.
O controlo de compactação permite determinar se os solos estão ou não nas condições
pretendidas. O método de controlo mais corrente consiste na comparação das baridades
secas obtidas na obra com a determinada no ensaio de compactação, dado haver uma
correlação muito estreita entre a resistência e a baridade.
Controlo da compactação
Atualmente estão a ser desenvolvidos sistemas de controlo de
compactação que contribuirão para o aumento considerável da
performance e qualidade da compactação.
A base do sistema de medição é a relação entre a aceleração e a
rigidez do solo sujeito à compactação progressiva, e permite a análise
directa do comportamento dinâmico do rolo em relação ao estado de
compactação do solo.
As passagens do rolo são reduzidas ao mínimo. Os pontos “macios”
podem ser identificados e tratados de imediato com a mínima
interferência no trabalho, e a uniformidade da compactação é
aumentada a um nível impossível de alcançar segundo os métodos de
testes tradicionais.
Métodos de controlo
Métodos de controlo da baridade seca
Com o controlo da compactação em obra, pretende-se assegurar as
características mínimas de resistência, deformabilidade e
permeabilidade.
Em geral as grandezas controladas são a compactação relativa e o
afastamento do teor em água relativamente ao ótimo, tomando-se
como termos de comparação os ensaios de compactação
normalizados.
Entre os diferentes métodos de controlo da baridade seca, para
posterior cálculo da compactação relativa, consideram-se os
seguintes métodos baseados na determinação do peso e do volume
de uma amostra, o método do extrator e o método da garrafa de
areia.
Existe, ainda, outro método para a avaliação de compactação que
consiste na introdução de água num balão de borracha previamente
colocado no interior do furo do qual foi retirada a amostra de solo a
pesar; a quantidade de água empregue determina o volume exato da
amostra no seu estado natural.
Métodos de controlo
Método do extractor
O método do extractor ou do anel volumétrico é um
ensaio rápido, embora só utilizado em solos finos
argilosos. Crava-se um cilindro de dimensões conhecidas
no terreno, seguidamente retira-se o solo em volta deste
e extrai-se cuidadosamente o cilindro com a amostra.
Colhe-se de seguida uma quantidade de solo para
determinar o teor em água (NP-84).
Método da garrafa de areia
Este método consiste na determinação do peso e do
volume de uma amostra. (Especificação E204-1967) –
Determinação da Baridade Seca «in situ» pelo método da
garrafa de areia grande, sendo a uniforme seca e limpa
de grão redondo, com dimensão inferior ao peneiro ASTM
de malha de 2,00 mm (nº10) de abertura e retida no
peneiro de 0,841 mm (nº20).
Pretende-se com este ensaio a determinação do peso
volúmico do solo compactado. Para isso retira-se o
material extraído de um poço em forma de cilindro de
fundo arredondado com diâmetro e profundidade de 0,20
cm e determina-se o seu volume enchendo-se com areia
calibrada, de peso e volume conhecidos.
Ensaio Macro
Como o ensaio pelo método da garrafa de areia apenas atinge a
profundidade de cerca de 20 cm, torna-se necessário um ensaio
“macro” com a profundidade do poço próxima da espessura da
camada. O ensaio “macro” consiste na abertura de um poço (Figura
4) com um volume dependente da granulometria do material do
aterro. Tem a finalidade de determinar de forma aproximada do
estado de compactação dos materiais utilizados no aterro
experimental e expressa-se por:
Um dos grandes
V = 5 Dmáx Em que: V =Volume mínimo do poço, em m3 inconvenientes
deste ensaio é a
Dmax = Máxima Dimensão (Determinada pela medição através da adesão da folha
folha de polietileno a revestir as paredes do poço) de polietileno
(nem sempre
adere totalmente
às paredes
irregulares do
poço). Nos casos
de baixa adesão
da folha, adota-
se um fator de
cerca de 5% na
redução do
volume do poço.
O material deve
ser pesado logo
após a sua
retirada do poço.
Preparação do poço para o ensaio Medição do volume do poço
Outros métodos
Existem outros métodos de controlo, alternativas aos métodos
clássicos, mas mais expeditos. Os métodos recentes, têm por
base os “isótopos radioativos”. Por exemplo o método do gama
densímetro (troxler) utiliza um equipamento, designado
aparelho nuclear ou troxler que mede os pesos volúmicos
médios a qualquer profundidade (fig.5).
A maior vantagem deste método é a rapidez de execução do
ensaio e de obtenção dos resultados. Nos aparelhos mais
modernos, munidos de um micro processador, podem-se obter
os resultados de um ensaio completo em menos de 5 minutos.
Pode ser precioso no controlo permanente da compactação sem
ser necessário aguardar pelos resultados laboratoriais e, desta
forma, manter o curso da obra a um bom ritmo de execução.
Outros métodos
Uma vantagem complementar dos gama densímetros é poderem
determinar o teor em água. Quando um feixe de neutrões rápido
atravessa um solo, a perda de energia dos neutrões é máxima ao
chocar com os átomos de hidrogénio, o que permite determinar a
quantidade de água. O maior inconveniente deste aparelho é a
utilização de isótopos radioativos que, mesmo usando um nível de
radiações baixo, está sujeito, na maioria dos países, a normas muito
restritas de transporte, armazenamento e utilização (fig.2.86).
No caso da medição do teor em água, alguns autores têm
manifestado reservas elativamente à interferência de certos
elementos químicos, como o cloro ou algumas terras raras que
podem afetar ou despistar os neutrões de forma similar ao
hidrogénio.
Terrameter
Registo de compactação com utilização do Terrameter
Existem no mercado cilindros vibradores que dispõem de dispositivos
que permitem avaliar a capacidade de registo dos solos compactados
pelo efeito da compactação.
Os referidos aparelhos têm dado um grande contributo aos
operadores dos equipamentos, nomeadamente na localização de
pontos fracos da zona compactada. Além disso, permite evitar
passagens desnecessárias dos cilindros, tornando, assim, mais
eficiente o processo de compactação, não só pela rapidez como pela
economia pela rápida solução de problemas.
A utilização deste equipamento permite o registo em todas as
camadas do aterro, indicando-se os valores máximos, mínimo e
médio da compactação; os valores de frequência da vibração em Hz;
a velocidade média em km/hora e o comprimento da pista sujeita a
ensaio. O registo permite verificar a homogeneidade do aterro,
mesmo utilizando uma velocidade de compactação demasiado baixa,
de 1,0 km/hora (7).
Terrameter
Na figura 8, está representado de forma esquemática o equipamento
que permite o registo de compactação terrameter. Como se referiu, o
cilindro é equipado com um dispositivo que permite medir a reação
dinâmica do mesmo durante a fase de compactação e, desse modo,
avaliar a eficácia do próprio cilindro.
Terrameter
Este equipamento permite, ainda, indicar de um modo imediato
quando se atingiu o ponto máximo da compactação e o tempo limite
de utilização do cilindro.
A medição da compactação do Terrameter tem por base a interação
entre a aceleração do cilindro e a alteração de rigidez do solo sujeito
à progressiva compactação. O registo é feito com base nos sinais de
aceleração registados pela unidade; um computador regista a
informação transmitida pelo sensor. A partir do valor registado num
mostrador análogo calcula-se o valor de referência e produz-se um
gráfico para exame dos resultados obtidos e medição das
características físicas ou mecânicas do solo compactado.
A frequência de ensaios será a fixada no caderno de encargos das
obras, ou os impostos pela fiscalização; existem, entrectanto,
parâmetros definidos nas recomendações do LNEC – Ensaios para
Controlo de Terraplenagens - António Gomes Correia – 1980.
Construção Civil
ENCARREGADO
UNIDADE 3 – Parte II
ÍNDICE

Aritmética e Geometria

Desenho

Materiais de Construção

Técnica e Prática Construtiva


Construção Civil
ENCARREGADO
Aritmética e Geometria
Introdução
Na construção encontramos muitas vezes frases como: os estuques
devem ser planos, as paredes rectas e verticais, os terraços devem
ter inclinações suficientes para escoar a água sem serem tão
acentuadas que tornem incómodo o andar sobre eles, as vigas não
podem ser mais pequenas do que a separação entre as paredes onde
se apoiam, os edifícios devem ser construídos com as formas
previstas no projeto, a quantidade de betão que devemos pedir ou
preparar para encher um alicerce deve ser igual ao volume da
escavação, antes de revestir um pavimento devemos avaliar a
superfície a cobrir para saber o número de mosaicos de que
necessitamos e quanto nos vão custar ...
Quer dizer, estamos continuamente a falar de formas, volumes,
distâncias..., que são a matéria estudada na Geometria.
Nesta Unidade Didática vamos tratar dois temas diferentes: um de
carácter geral (aplicável a muitas coisas): as unidades de
comprimento do Sistema Internacional, e outro mais concreto: a
geometria elementar, que trata da linha, do ângulo, da circunferência
e demais figuras geométricas básicas.
Tanto as equivalências e transformações de unidades de
comprimento como os conceitos e fundamentos da geometria
elementar devem ficar muito claros, já que têm aplicação constante
na vida quotidiana e, logicamente, no desenrolar deste Curso.
Sistema Internacional
Unidades de comprimento do Sistema Internacional
O Sistema Internacional (abreviado para SI) é o conjunto de
unidades de pesos e medidas estabelecidas internacionalmente a
partir do metro.
O metro é a unidade de medida fundamental e existem dele várias
definições. A mais exata (e complexa) diz que o comprimento do
metro é 1 650 763, 73 vezes o comprimento de onda, no vazio, de
uma certa radiação luminosa do átomo de kripton 86. Trata-se de
uma definição francamente complicada e "artificial", embora seja a
oficial desde 1959. A definição mais popular e simples, mas menos
exata, diz que o metro é a décima-milionésima parte do quadrante de
um meridiano terrestre. Os meridianos são as linhas que rodeiam a
Terra passando pelos dois polos. Um quadrante de meridiano é a
quarta parte (1/4) de um meridiano; e uma décima-milionésima
parte é 1110 000 000. Esta última definição foi a oficial até 1959,
mas ainda continua a ser utilizada.
As demais unidades oficiais do SI, não só de comprimento, mas
também de superfície, volume, capacidade e peso, foram
estabelecidas a partir do metro.
Sistema Internacional
O símbolo do metro é m. Algumas vezes emprega-se a abreviatura
ml (de metro linear) como símbolo do metro, mas é incorreto.

O metro (m) é a unidade fundamental de comprimento.


Habitualmente define-se como a décima-milionésima parte do
quadrante de um meridiano terrestre.
Conceito de comprimento
Antes de conhecer as unidades de comprimento, temos de definir o
que entendemos por comprimento. De uma forma simples, podemos
dizer que o comprimento é a medida da extensão de qualquer objeto.
Num objeto de três dimensões, como um tijolo por exemplo, o
comprimento é a medida maior; a dimensão mediana é a largura, e a
mais pequena é a grossura ou altura.
O comprimento é sempre linear, isto é, mede-se sobre uma linha; daí
que se considere o "metro linear" como sinónimo de metro.
Unidades de comprimento
Dissemos já que o metro (m) é a unidade fundamental de
comprimento; mas falamos constantemente de unidades, no plural.
Por que é que existe mais do que uma unidade? Não nos bastava
medir todos os comprimentos em metros? A verdade é que não seria
cómodo empregar somente o metro.
Imaginemos que queremos medir o comprimento de um tijolo. A
unidade metro resultaria um pouco grande (cabem vários tijolos num
metro) e teríamos de recorrer a números decimais em vez de
números inteiros, que são sempre mais cómodos de manusear.
Imaginemos igualmente que queremos exprimir o comprimento total
das estradas nacionais e regionais do país. Utilizar o metro como
unidade também seria incómodo, já que o número resultante seria
muito grande e, como tal, difícil de manusear.
O primeiro problema soluciona-se com os submúltiplos (unidades
mais pequenas do que o metro) e o segundo com os múltiplos
(unidades maiores do que o metro).
A passagem de umas unidades para as outras efetua-se de dez em
dez, isto é, para passar de uma para outra superior multiplica-se por
dez, e para passar de uma para outra inferior divide-se por dez.
Os submúltiplos do metro
As principais unidades menores do que o metro (submúltiplos) são:
• O decímetro, que é a décima parte do metro. O metro tem 10
decímetros.
• O centímetro, que é a centésima parte do metro. O metro tem 100
centímetros.
• O milímetro, que é a milésima parte do metro. O metro tem 1000
milímetros.
Para obter os decímetros divide-se o metro em dez partes. Depois,
para obter os centímetros divide-se cada decímetro em dez partes.
Finalmente, para obter os milímetros divide-se cada centímetro
noutras dez partes.
Dividimos sucessivamente por dez: 1/10 metros é igual a 1
decímetro, 1/10 decímetros é igual 1 centímetro, e 1/10 centímetros
é igual a 1 milímetro.
Portanto, 1 centímetro é igual a 1/100 metros e 1 milímetro é igual a
1/1000 metros.
1 decímetro = 1/10 metros = 0,1 metros
1 centímetro = 1/10 decímetros = 1/100 metros = 0,01 metros
1 milímetro = 1/10 centímetros = 1/1000 metros = 0,001 metros
Os submúltiplos do metro
A figura 1 mostra a relação gráfica entre decímetros,
centímetros e milímetros: 1 decímetro são 10
centímetros, e como 1 centímetro é igual a 10
milímetros, então 1 decímetro é igual a 100
milímetros.
Para maior comodidade ao empregar estas unidades,
em vez de escrever o seu nome, podemos utilizar os
seus símbolos, que são os seguintes:
dm: decímetro
cm: centímetro
mm: milímetro
Estes símbolos escrevem-se sem o ponto no final,
como o m.
Exemplos: 38 dm, 135 cm, 86 mm.
De todos estes submúltiplos, o que mais se utiliza em
construção é o centímetro.
Os submúltiplos do metro
O quadro da figura 2 recolhe as conversões do metro para os seus
submúltiplos.

Por exemplo:
• para passar de dm para m divide-se por 10, isto é, /10.
• para passar de m para cm multiplica-se por 100, isto é, x100.
• para passar de cm param divide-se por 100, isto é, 1100.
• para passar de m para mm multiplica-se por 1000, isto é, x1000.

Os principais submúltiplos do metro são o decímetro (dm), o


centímetro (cm) e o milímetro (mm).
Os múltiplos do metro
As principais unidades maiores do que o metro (múltiplos) são:
• O decâmetro, que é dez vezes um metro.
• O hectómetro, que é cem vezes um metro.
• O quilómetro, que é mil vezes um metro.
Para obter o decâmetro multiplica-se o metro por dez. Depois, para
obter o hectómetro multiplicam-se os decâmetros por dez.
Finalmente, para obter o quilómetro multiplicam-se os hectómetros
por dez.
Multiplicámos sucessivamente por dez: 1x10 metros é igual a 1
decâmetro, 1x10 decâmetros é igual 1 hectómetro, e 1x10
hectómetros é igual a 1 quilómetro.
1 decâmetro = 1x10 metros = 10 metros
1 hectómetro = 1x10 decâmetros = 100 metros
1 quilómetro = 1x10 hectómetros = 1000 metros
Os símbolos destes múltiplos são: dam: decâmetro; hm: hectómetro;
km: quilómetro.
Os múltiplos do metro
Antigamente escreviam-se estes símbolos com a inicial em
maiúsculas: Dm (decâmetro), Hm (hectómetro) e Km (quilómetro),
formas que ainda se continuam a utilizar (embora se considerem
incorrectas). No símbolo do decâmetro colocou-se um a (dam) para
que não se confundisse com o decímetro (dm). De todos estes
múltiplos, o que mais se utiliza em construção é o quilómetro. O
quadro da figura 3 recolhe as conversões do metro para os seus
múltiplos (recorde que a barra / indica que se divide e o x indica que
se multiplica).

Por exemplo:
• para passar de m para dam divide-se por 10, isto é, /10.
• para passar de hm para multiplica-se por 100, isto é, x100.
• para passar de m para km divide-se por 1000, isto é, /1000.
• para passar de km para m multiplica-se por 1000, isto é, x1000.

Os principais múltiplos do metro são o decâmetro (dam), o


hectómetro (hm) e o quilómetro (km).
Quiz

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Unidade 1

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O ponto
O ponto define-se como o lugar onde se cruzam duas linhas. Embora
seja costume desenhá-las como uma pequena mancha mais ou
menos circular, a forma realmente válida de os representar é
mediante dois traços que se cruzam, formando uma pequena cruz.
Também de uma forma geral, os pontos devem ser acompanhados de
uma letra, quase sempre maiúscula, para distingui-los uns dos
outros.
Assim, diremos o ponto P, o ponto M, o ponto C, etc.
A linha e o segmento
Se colocássemos vários pontos tocando-se uns aos outros, teríamos
uma linha. Em geometria define-se a linha como uma sucessão
ilimitada de pontos. Existem dois tipos fundamentais de linhas:
• recta: os pontos que formam a linha seguem uma única direção. O
bordo de uma régua, a intersecção de duas paredes ou um cordel
esticado são exemplos de linhas rectas.
• Curva: os pontos que formam a linha mudam constantemente de
direção. O bordo de uma guitarra, o movimento de uma serpente ou
o contorno de uma roda são exemplos de linhas curvas.
Além destes dois tipos fundamentais, existem outros que resultam da
combinação destes. Destacamos entre eles a linha quebrada, que é a
sucessão de várias linhas rectas, cada uma delas com uma direção
diferente (por exemplo, uma linha em ziguezague), e a linha mista,
que é formada por uma parte recta e uma curva (por exemplo, uma
foice).
Se tomarmos uma linha recta e assinalarmos nela dois pontos
separados, a porção de recta que existe entre os ditos pontos é um
segmento. Assim, pois, chamamos segmento à porção de linha recta
compreendida entre dois pontos. Estes dois pontos são os limites ou
extremos do segmento.
A linha e o segmento
As rectas, por definição, são ilimitadas, isto é, não têm princípio nem
fim. Pegue numa régua e numa folha de papel e desenhe uma recta.
Na realidade desenhou uma porção de linha recta ou, como acabámos
de ver, desenhou um segmento, com dois limites ou extremos, os
quais estão mais ou menos afastados consoante o tamanho da régua.
Portanto, uma recta não tem medida; o que se "mede" numa recta é
um segmento. Quando vulgarmente se diz que uma recta mede
11cm, o que mede 11cm é na realidade um segmento.
A porção de recta que tem um limite concreto num dos extremos mas
é ilimitada no outro denomina-se semirecta. Toda a recta possui duas
semirectas, uma para cada lado do ponto que se tome como
referência (fig. 5).

O ponto P (origem) divide a recta em duas semirectas sr e sr‘. O dito


ponto é a origem de ambas as semirectas .
A linha e o segmento
Na prática, não se costuma ter em conta a diferença entre recta e
segmento, embora, como vimos, sejam conceitos diferentes. Algo de
semelhante acontece com os conceitos de circunferência e círculo,
como veremos mais adiante.
Os segmentos nomeiam-se consoante as letras dos pontos que os
delimitam, como por exemplo, o segmento AB da figura 6.
Igualmente, se unirmos com uma recta os pontos P e C da figura 4
obteremos o segmento PC.

O segmento AB é a porção de recta limitada pelos dois pontos A e B.


A linha e o segmento
Dissemos que os segmentos "medem". O facto de um segmento
medir significa que possui um comprimento expresso numa
determinada unidade. No caso anterior, o segmento teria 11 cm de
comprimento, onde a unidade de medida era o centímetro. Uma
porção do segmento que corresponda à unidade com a qual se mede
denomina-se segmento-unidade. Se a unidade de medida tomada é o
centímetro, o segmento-unidade será um segmento que mede 1 cm.
Portanto, um segmento de 11 cm será formado por 11 segmentos-
unidades (fig. 7).

Segmentos-unidades de 1 cm num segmento de 11 cm.


A linha e o segmento
A distância entre dois pontos é o comprimento do segmento
compreendido entre eles. Assim, a distância entre os pontos A e B do
nosso exemplo é de 5 cm.

O ponto é o lugar no qual se cruzam duas linhas. A linha é


uma sucessão ilimitada de pontos. A recta e a curva são os
dois tipos mais importantes de linhas. Um segmento é uma
porção de linha recta compreendida entre dois pontos.
Soma e subtracção
Somar dois segmentos é adicionar um segmento a outro. O resultado
da soma de dois segmentos dados é o segmento que se obtém
colocando um a seguir ao outro. O comprimento do segmento soma é
a soma dos comprimentos dos dois segmentos.
Na figura da esquerda, o segmento AD é a soma do AB mais o CD.
Subtrair dois segmentos é retirar ao maior o comprimento do menor,
isto é, "cortar" num extremo um troço igual ao segmento menor. Na
figura da direita, o segmento DB é a subtracção do AB pelo CD.
Produto
Produto de um segmento por um número
O produto de um segmento por um número qualquer é outro
segmento que tem como comprimento o resultado da multiplicação
do dito número pelo comprimento do segmento original.
O produto do nosso segmento de 11 cm por 3, por exemplo, será
igual a outro segmento com 33 cm (11 x 3). Se o desenharmos, o
resultado será colocar tantos segmentos, uns a seguir aos outros,
quantos o número indicar. Ou seja, desenhar 3 segmentos com 11
cm uns a seguir aos outros.
O plano
Da mesma forma que uma linha é uma sucessão ilimitada de pontos
colocados uns a seguir aos outros, um plano é uma sucessão ilimitada
de linhas colocadas umas ao lado das outras. Portanto, os planos
também são ilimitados, embora para os podermos representar os
desenhemos como se tivessem limites, isto é, como se fossem
superfícies planas e fechadas, limitadas por rectas (segmentos) ou
curvas.
Uma folha é um exemplo de plano limitado por rectas; uma face de
uma moeda é um exemplo de plano limitado por curvas; a face das
palas de um automóvel é um exemplo de plano limitado por rectas e
curvas.
Se a intersecção de duas linhas determina um ponto, a intersecção de
dois planos determina uma linha.

Um plano é uma sucessão ilimitada de linhas colocadas umas


junto às outras.
Rectas
Perpendicularidade e paralelismo entre rectas
Vimos os conceitos das figuras geométricas mais simples:
o ponto, a linha e o plano. Entre umas e outras existem
diversas relações. Destas, interessam-nos duas que se dão
entre linhas rectas: a perpendicularidade e o paralelismo.
Duas rectas são perpendiculares entre si quando se cortam
formando quatro ângulos retos, isto é, de 90 graus (dos
ângulos falaremos proximamente).
Dois segmentos serão perpendiculares se pertencerem a
rectas perpendiculares. Na figura 10, os segmentos AB e
CD são perpendiculares entre si (pertencem às rectas
perpendiculares r e r').
Mediatriz
Chamamos mediatriz de um segmento à recta
perpendicular ao mesmo que passa pelo seu ponto médio
(m na figura 11). Na figura 11: A recta m é a mediatriz do
segmento AB.
O ponto médio de um segmento é aquele que o divide em
duas partes iguais (P na figura 12). Todo o ponto médio é a
intersecção de um segmento com a sua mediatriz.

Na figura acima o ponto P é o ponto médio do segmento


AB.
Perpendicularidade de rectas
Um ponto qualquer da mediatriz de um segmento está à mesma
distância de cada um dos dois extremos do mesmo. Só possuem esta
propriedade os pontos da mediatriz.
No nosso caso, e em particular nos edifícios e na construção,
encontramos muitos exemplos de linhas perpendiculares: os dois
bordos contíguos de uma porta; uma parede em relação ao
pavimento, dois lados contíguos de um ladrilho; etc.
Um exemplo muito claro é o de um pavimento realizado com ladrilhos
em xadrez.
Paralelismo entre duas rectas
Quando a distância entre duas rectas é sempre a mesma em todos os
seus pontos diz-se que são paralelas.
Dois segmentos são paralelos quando pertencem a rectas paralelas.
Os segmentos AB e CD da figura 13 são paralelos entre si (pertencem
às rectas paralelas r e r') .

Na figura 13 os segmentos AB e CD são paralelos entre si: pertencem


às rectas paralelas r e r‘.
Paralelismo entre duas rectas
Como no caso das linhas perpendiculares, também encontramos à
nossa volta muitos exemplos de linhas paralelas: os lados opostos
das portas; a intersecção de uma parede com o teto em relação à
intersecção da mesma parede com o pavimento; as linhas de um
texto impresso (como este que está agora a ler); etc.
De duas ou mais rectas que não são perpendiculares nem paralelas
entre si diz-se que são oblíquas. As rectas oblíquas são convergentes,
já que acabam sempre por se cortar num ponto (não se cortam
formando ângulos retos).

As rectas perpendiculares cortam-se formando quatro ângulos


retos. As rectas paralelas nunca se cortam, já que entre elas
existe sempre a mesma distância.
Ângulos
Um ângulo é a porção de plano limitado por duas semirectas
que têm a mesma origem. Cada uma das duas semirectas é
um lado do ângulo. A origem comum a ambas as semirectas é
o vértice. O valor ou medida do ângulo será a abertura ou
separação que existe entre os dois lados. Quanto maior for
esta abertura maior será o valor ou medida do ângulo.
Na figura vemos os elementos que formam um ângulo: lados
(A e B), vértice (O) e a abertura do ângulo (a), que
corresponde ao valor ou medida do ângulo.
Geralmente, as aberturas dos ângulos representam-se com
letras gregas: alfa (α), beta (β). gama (γ), etc. (também nós
assim o faremos daqui para diante).
Para nomear um ângulo podem escrever-se as letras dos seus
lados e o vértice (por exemplo, ângulo AOB) ou a letra da sua
abertura (ângulo α, ângulo β, ângulo γ, etc.).
Ângulos
À semirecta que passa pelo vértice do ângulo e o divide em
dois ângulos iguais chama-se bissetriz.
Na figura 15 a bissetriz b divide o ângulo AOB em dois ângulos
iguais, de aberturas α e β.
À semelhança dos segmentos, os ângulos possuem uma
medida ou valor determinado. O que se mede num ângulo é a
sua abertura que, como dissemos, se representa com letras
gregas (α, β, γ, etc.).
À semelhança dos segmentos, que se medem em unidades
concrectas, também os ângulos possuem as suas próprias
unidades de medida, a principal das quais é o grau, que se
representa com um pequeno círculo em forma de expoente
escrito exatamente a seguir ao valor numérico da medida (por
exemplo: 40 graus é 40°, 80 graus é 80°, 120 graus é 120°,
etc.).

Um ângulo é a separação ou abertura entre duas


semirectas (lados) com uma origem comum (vértice).
Valor ou medida dos ângulos
Mas que representam estes valores numéricos dos graus? Em
que se baseiam?
Encontramos a resposta numa figura geométrica que conheceremos
melhor no próximo capítulo: a circunferência.
Assim, um grau é cada uma das 360 partes iguais em que se
divide uma circunferência.
O motivo pelo qual se determinou que fossem 360 as partes não nos
interessa.
O importante é saber que uma circunferência tem 360°. Obviamente,
meia circunferência terá 180° e uma quarta parte da circunferência
90°.
Para medir os ângulos utiliza-se um instrumento denominado
transferidor, do qual falaremos na lição de Desenho desta Unidade.

Os ângulos medem-se em graus. Se dividirmos uma


circunferência em 360 partes iguais, cada uma destas partes é
um grau.
Tipos de ângulos
Os ângulos recebem nomes típicos consoante seja a sua abertura.
Assim, de menor para maior abertura, encontramos os seguintes
tipos:
• Agudos (fig. 16a). Ângulos de abertura inferior a 90º, isto é,
menores do que 1/4 de circunferência.

• Retos (fig. 16b). Ângulos de abertura igual a 90°, isto é, iguais a


114 de circunferência.

• Obtusos (fig. 16c). Ângulos de abertura superior a 90° e inferior a


180°, isto é, maiores do que 1/4 de circunferência e menores do
que 1/2 circunferência.
Tipos de ângulos
Um ângulo de abertura igual a 180°, isto é, igual a meia
circunferência, denomina-se ângulo raso. Os ângulos superiores a
180º denominam-se convexos. Os inferiores a 180° (agudos, retos e
obtusos) conhecem-se pelo nome de côncavos (fig. 17).
Tipos de ângulos
O ângulo reto, como vimos num subcapítulo anterior, é aquele que é
formado por duas rectas perpendiculares entre si. As rectas dos
ângulos agudos e obtusos são oblíquas. Duas rectas paralelas,
logicamente, nunca formam um ângulo, já que não podem ter
qualquer ponto em comum. Dois segmentos formam o mesmo ângulo
que as rectas às quais pertencem.

Os ângulos podem ser agudos, retos ou obtusos. Os inferiores


a 180° são côncavos, os superiores são convexos. Um ângulo
de 180° é um ângulo raso.
Somas e subtrações
O resultado da soma de dois ângulos é o ângulo que se obtém
colocando os dois de modo a que fiquem em contacto num dos lados
e com o vértice em comum. A sua medida será a soma dos valores
dos dois ângulos (fig. 18a).
Somas e subtrações
Subtrair um ângulo a outro é realizar a operação inversa à soma, isto
é, retirar ao ângulo maior um bocado igual ao menor. A sua medida
será a subtração dos valores dos dois ângulos (fig. 18b).
Circunferências e arcos
Todos nós já sabemos alguma coisa a respeito da circunferência, que
é outra figura geométrica fundamental. A definição mais generalizada
diz que uma circunferência é uma linha curva fechada que tem todos
os seus pontos à mesma distância de um ponto interior chamado
centro.
Se traçarmos um segmento que una um ponto qualquer de uma
circunferência ao seu centro teremos um raio. Numa circunferência
qualquer existem infinitos raios, todos eles com a mesma medida
(em unidades de comprimento).
Se prolongarmos o raio até voltar a tocar na circunferência na parte
oposta, obteremos um diâmetro. Portanto, o diâmetro é o segmento
que, passando pelo centro, une dois pontos opostos da circunferência.
A sua medida será o dobro do valor do raio.
Elementos da circunferência
Qualquer segmento que una dois pontos da circunferência sem passar
pelo centro denomina-se corda.
A figura 19 mostra uma circunferência com exemplos dos seus
principais elementos: c) uma corda, r) um raio e d) um diâmetro.

Uma circunferência é uma linha curva fechada em que todos


os pontos estão equidistantes de um ponto central. O
segmento que une o centro a qualquer ponto da circunferência
denomina-se raio. O segmento que une dois pontos opostos
da circunferência, passando pelo centro, denomina-se
diâmetro.
Perímetro da circunferência
Sabemos que uma circunferência se divide em graus, mas na
realidade não se mede em graus, já que todas têm 360°, e sim em
unidades de comprimento, como as rectas. Para isso achamos o
comprimento da circunferência, ou perímetro.
Trata-se, do ponto de vista prático, de medir o comprimento da
circunferência como se se tratasse de uma linha recta. Isto entende-
se facilmente se imaginar que possui um arco de arame; corta-o e
estica as duas pontas até ficar totalmente reto. Ao medir então o
arame, o valor obtido será o comprimento que, inicialmente, teria o
arco.
Mas para medir o comprimento de uma circunferência não é
necessário "cortá-la" e convertê-la em linha recta, pois existe uma
fórmula simples que nos dá este valor. Necessitamos unicamente de
conhecer dois dados: por um lado, quanto mede o raio, e o valor da
relação que existe entre o dito raio e o comprimento que se procura.
A relação que acabámos de escrever tem um valor constante que se
conhece como número pi (número ϖ). Trata-se de um número
decimal irracional, isto é, que possui uma quantidade indeterminada
de decimais. Para os cálculos pode tomar-se o valor 3,1416.
Perímetro da circunferência
Conhecendo os dois dados: o valor do raio (r) e o valor de pi (ϖ),
para calcular o perímetro (P) da circunferência multiplica-se 2 por pi
e pelo raio, isto é:
P = 2 x ϖ x r = 2 x 3,1416 x r.
Se conhecermos o diâmetro (d), poderemos calcular o perímetro da
circunferência pois sabemos que o diâmetro é igual a duas vezes o
raio (2 x r) . Neste caso a fórmula transforma-se em:
P = ϖ x d = 3,1416 x d
Na primeira fórmula, podemos multiplicar primeiro o raio por 2
(obtemos o diâmetro) e depois multiplicar este resultado pelo valor
de pi; ou então multiplicamos primeiro 2 por pi (dá 6,2832) e depois
o valor achado é multiplicado pelo raio.
Vejamos um exemplo. Uma circunferência tem 8 cm de raio. O seu
perímetro será:
P = 2 x ϖ x r = 2 x 3,1416 x 8 = 50,2656 cm.
Perímetro da circunferência
Calcule agora o perímetro de outra circunferência sabendo que o seu
raio é de 317 cm.
Se conhecermos o perímetro da circunferência, para calcular o seu
raio basta dividi-lo por dois vezes pi, isto é:
r = P / (2 x ϖ)
RESUMO: O perímetro de uma circunferência acha-se multiplicando 2
pelo número pi (ϖ = 3,1416) e pelo raio.
Arco de circunferência
Chamamos arco de circunferência à porção da circunferência
compreendida entre dois pontos quaisquer da mesma. O centro do
arco e o raio serão os mesmos que os da circunferência onde estão
contidos.
Os dois pontos do arco unem-se mediante uma corda. Os dois raios
principais do arco são os que unem cada um dos extremos do arco ao
centro. A mediatriz da corda passa sempre pelo centro do arco.
Na figura 20 temos os elementos de um arco de circunferência: O)
centro do arco e da circunferência; A e B) extremos do arco; c) corda
do arco AB; r) raio; P) ponto médio do arco AB; P') ponto médio da
corda c; f) flecha do arco AB.
O arco AB da figura 20 tem como centro O e como raio r. A recta e
divide o arco em duas partes iguais e pode considerar-se como a
bissetriz do ângulo AOB ou como a mediatriz da corda c. O segmento
que une os pontos P e P' chama-se flecha (f).

O arco de uma circunferência é a porção de circunferência que


existe entre dois pontos da mesma. A união destes dois
pontos determina a corda do arco.
Relações de circunferências
Sabemos já como podem ser as rectas entre si (perpendiculares,
paralelas ou oblíquas). Agora vamos ver como podem ser as
circunferências entre si e como podem ser as rectas relacionadas com
as circunferências.
Relações de circunferências
Duas circunferências podem ser entre si
• Exteriores: se não possuem qualquer ponto em comum e uma está
totalmente fora da outra (a).
• Interiores: se não possuem qualquer ponto em comum e uma está
totalmente dentro da outra (b). A de fora é a excrita e a de dentro é
a inscrita.
• Tangentes: se possuem um ponto em comum, sejam elas
exteriores (d) ou interiores (e).
• Secantes: se possuem dois pontos em comum (f).
Relações de circunferências
As circunferências concêntricas (c) são um tipo especial de
circunferência interior. Duas circunferências interiores são
concêntricas se tiverem o mesmo centro.
Duas ou mais circunferências com um mesmo centro serão
concêntricas. Todas as que possuam centros diferentes são
excêntricas. Todas as circunferências tangentes, todas as secantes e
todas as exteriores são excêntricas. Também são excêntricas todas
as circunferências interiores que não sejam concêntricas .
Alguns exemplos destes tipos de circunferências são: as rodas de
uma bicicleta são circunferências exteriores, as circunferências de um
alvo de tiro são concêntricas, os bordos de duas rodas dentadas de
um motor são tangentes, os cinco anéis do símbolo olímpico são
secantes, etc.

Duas circunferências podem ser entre si: exteriores, interiores


excêntricas, interiores concêntricas, tangentes exteriores,
tangentes interiores e secantes.
Rectas e circunferências
Em geral são iguais ou similares a algumas estabelecidas
anteriormente. Assim, uma recta e uma circunferência podem ser,
uma em relação à outra (fig. 22):
• Exteriores: se não possuem qualquer ponto em comum (a).
• Tangentes: se possuem um ponto em comum (b).
• Secantes: se possuem dois pontos em comum (e).
Figura 22: Posições relativas de uma recta e uma circunferência: a)
exteriores; b) tangentes; c) secantes.
Sabemos que uma recta é, por definição, ilimitada; por isso, não
pode haver uma recta que seja interior a uma circunferência.
Também não podem existir rectas tangentes interiores a uma
circunferência.
Estes três tipos de relações também podem estabelecer-se entre
rectas e arcos, com as mesmas definições.

Uma recta e uma circunferência podem ser entre si:


exteriores, tangentes e secantes.
Exercícios resolvidos
Quantos metros existem em 80 cm?
Trata-se de passar de cm para m. Para tal, devemos dividir por 100.
Assim pois: 80/100=0,8m.
Exercícios resolvidos
Temos de levantar uma parede de 2 m e 16 cm com tijolos de
55 mm (mais 5 mm com a camada de argamassa). De quantos
tijolos necessitamos?
Sempre que se nos deparem problemas deste tipo, a primeira coisa a
fazer é converter as diferentes unidades a uma mesma unidade.
Neste caso, passaremos tudo a centímetros: 55 mm de cada tijolo
mais 5 mm de argamassa é igual a 60 mm, ou seja, 6 cm (divide-se
por 10); 2 metros da parede mais 16 cm são 200 cm (multiplica-se
os 2 metros por 100) mais 16, ou seja, 216 cm. Portanto, a altura a
alcançar é de 216 cm, de 6 em 6 cm com os tijolos. Basta dividir
216/6 e temos que são precisos 36 tijolos.
Exercícios resolvidos
Quantos quilómetros são 40 hectómetros?
Trata-se de converter hm em km. Para tal, basta dividir por 10.
Portanto, 40/10 = 4 km.
Exercícios resolvidos
Quantos milímetros são 12 hectómetros?
Temos de fazer duas conversões: primeiro temos de converter os hm
em m, e depois os m em mm.
Para converter os hm em m multiplica-se por 100; portanto, 12 x 100
= 1 200 m. Para converter os m em mm temos de multiplicar por 1
000, donde 1 200 x 1 000 = 1 200 000 mm.
Este é um exemplo que mostra a utilidade de empregar a unidade
apropriada em cada caso: se pretendêssemos medir distâncias de
vários hectómetros ou quilómetros em milímetros obteríamos valores
demasiado altos, incómodos de trabalhar.
Exercícios resolvidos
Quantos quilómetros são 6 centímetros?
Quando se trata de converter mm ou cm em hm ou km, os valores
resultantes são ainda mais incómodos, devido à grande quantidade
de decimais que podem aparecer. Neste caso, convertem-se
primeiro os cm em m, dividindo por 100, isto é, 6/100=0,06 m; e
depois os m em km, dividindo por 1 000, isto é, 0,06/1
000=0,00006 km, o que é um valor difícil de imaginar e nada
prático.
Exercícios resolvidos
Para elevar material até uma obra, colocámos uma roldana a 18
metros de altura a contar da rua. Tendo em conta que: 1º)
necessitamos de um metro adicional de corda para atar a carga;
2º) o outro extremo da corda tem de ficar ao nível do solo; 3º) a
roldana tem um raio de 25 cm. Que comprimento total deve ter
a corda a empregar (fig. 23)?
A medida total estabelece-se com a carga apoiada no solo. Pelo
lado da carga temos 18 m de corda até à roldana mais 1 m para
atar a dita carga. No total, 19 m. Pelo outro lado, temos os 18 m
de corda. Assim pois, necessitamos de 19 + 18 = 37m.
Só falta saber a quantidade de corda que rodeará a roldana, que
forma uma semicircunferência (meia circunferência).
O resultado será o perímetro da circunferência dividido por 2, isto
é, (2 x ϖ x r)/2 = (2 x 3,1416 x 25)/2 = 157,08/2= 78,54 cm; que
convertidos em metros são 78,54/100 ou 0,7854m.
Assim pois, o comprimento de toda a corda será de 37,785 m.
Uma quantidade como a obtida deverá ser arredondada, para cima,
nas unidades, obtendo-se assim 38 metros de corda. Deste modo,
asseguramo-nos de que não nos faltará corda: sempre será melhor
que nos sobre um pouco do que nos falte corda.
Exercícios resolvidos
Imaginemos que desejamos fabricar uma roda para medir distâncias,
com um dispositivo "conta-metros", que marca os metros que se vão
percorrendo. O problema é fazer a roda com um raio adequado para
que cada volta da mesma corresponda a 1m de distância.
Para construir a roda, sabemos que o perímetro da sua circunferência
deverá ser de 1m. A fórmula a aplicar é: r = P / (2 x ϖ).
Neste caso, interessa aproximar ao máximo o número pi. O ideal é
fazer os cálculos com uma calculadora científica que possua a tecla n.
Assim, r = 1/6,2831853m = 0,1591549m. Para facilitar o trabalho é
melhor fazer a conversão em centímetros, multiplicando o valor por
100, o que nos dá 15,9155 cm. Os aparelhos para fabricar agora a
roda deveriam ser de grande precisão, já que teriam de trabalhar
com várias decimais.
Outra solução seria aproximar o raio a uma quantidade facilmente
mensurável e descontar ou adicionar depois a margem de erro
resultante. Por exemplo, se tomarmos 15,9 cm de raio, o
comprimento da circunferência será 2 x ϖ x r ou 99,9026 cm, que
podemos arredondar para 99,9 cm.
Exercícios resolvidos
Deveria ser 100 (recorde que 100 cm = 1 m), mas existe um erro por
defeito de pouco mais de 1 mm. Assim pois, por cada metro medido
(por cada volta da roda) é necessário somar um milímetro para
compensar essa deficiência.
Por exemplo, se a medição feita for igual a 68 m (a roda deu 68
voltas), é necessário somar 68 mm, que correspondem a 0,068 m,
pelo que a medida real é 68 + 0,068 = 68,068 m. Obviamente que
quanto maior for a distância medida, maior será a margem de erro a
somar.
Se tomarmos ϖ igual a 3,1416, o perímetro da circunferência dará
99,90288, valor que também se pode arredondar para 99,9.
Exercícios resolvidos
Um problema de desenho pede-nos que tracemos a mediatriz
de um arco. Isto está correto? Porquê?
Não está correto, já que a mediatriz é a recta perpendicular a um
segmento, e um arco não é um segmento. Por outro lado, seria
correto se nos pedissem a mediatriz da corda do arco, já que a corda,
sim, é um segmento.
O mesmo aconteceria se nos pedissem que desenhássemos a
bissetriz de um arco. O que poderíamos desenhar é a bissetriz do
ângulo formado pelos raios que unem os extremos do arco ao centro.
Se bem que na realidade os arcos não possuam bissetriz ou
mediatriz, num arco qualquer a mediatriz da sua corda coincide com
a bissetriz do ângulo dos seus raios extremos.
Exercícios resolvidos
Na figura 24, o ponto marcado com a letra e é o centro de
uma circunferência e a recta marcada com a letra b é a
bissetriz do ângulo formado pelas semirectas d e e. Indicar,
sem fazer medições sobre o desenho, que pontos, de entre
os marcados com os números 1 a 6, estão situados à
mesma distância em relação ao ponto C e são
simultaneamente equidistantes às rectas d e e. Porquê?
Sabemos que os pontos de uma circunferência distam do
centro um comprimento igual (raio). Portanto, os pontos que
estão à mesma medida em relação a C são todos menos o 1,
que não faz parte da circunferência. Os pontos 2,3,4,5 e 6
cumprem a primeira condição.
Também sabemos que os pontos da bissetriz de um ângulo
equidistam (estão à mesma distância) dos lados do ângulo.
Se b é a bissetriz do ângulo formado por d e e, qualquer
ponto de b equidistará de d e e. Os pontos 1,3 e 6 são os que
cumprem a segunda condição.
Os pontos que cumprem as duas condições são: o 3 e o 6.
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Unidade 1

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Construção Civil
ENCARREGADO
Desenho
Desenho
Saber desenhar não parece, em princípio, algo de imprescindível para
um encarregado de construção civil; mas trata-se de uma atividade
necessária para a sua completa formação, sobretudo no que se refere
ao desenho técnico, o qual será tratado neste Curso.
O objetivo final da disciplina de Desenho é de entrar no desenho
como matéria que lhe permita representar tudo o que o rodeia. Com
as lições de Desenho aprenderá a traçar algumas construções
geométricas que lhe serão úteis, não só para desenhar mas também,
entre outras coisas, para compreender o que está desenhado nos
planos e plantas de construção, de modo a saber materializar na obra
os pontos e linhas que lhe servirão de guia na sua construção.
Introdução
Esta primeira lição de Desenho é dedicada exclusivamente ao
material e utensílios de desenho.
Em primeiro lugar veremos o que podemos considerar como material
geral de desenho, com temas como os tipos de lápis ou de papel, e
depois passaremos a descrever os instrumentos que são específicos
do desenho técnico, desde o estilógrafo ao compasso. Nesta segunda
parte, veremos algumas aplicações dos instrumentos explicados, para
lhe dar a conhecer exemplos de como se utilizam.
Trata-se, em conjunto, de uma lição simples e de conteúdos que,
embora sejam introdutórios, não deixam de ter interesse.
É importante conhecer e saber utilizar correctamente os utensílios de
desenho.
Lápis
O instrumento básico para desenhar é o lápis.
Um lápis é um utensílio de madeira com uma barra de grafite (mina)
no seu interior. A grafite é um mineral de cor cinzenta escura ou
preta, com um brilho submetálico ou metálico, de pouca dureza (é
macio), que suja os dedos e deixa um rasto típico sobre o papel.
No fabrico de minas para os lápis, a grafite mistura-se com um pouco
de argila, o que contribui para elevar a sua dureza e a aclarar a cor.
Quanto maior é a proporção de argila, mais dura é a mina e mais
clara a cor cinzenta do traço. A mina de grafite sem argila deixa um
traço praticamente negro e é muito macia.
O resultado final, quanto à intensidade da cor, dependerá também da
pressão que exercer no traçado. Quanto mais força fizer, mais negro
será o traço e mais forte a marca sobre o papel.
Os lápis agrupam-se consoante a dureza das suas minas.
Lápis
Nos lápis de menor qualidade, a diferenciação é feita com números:
1) macios;
2) médios;
3) duros;
4) muito duros.
O 1 corresponde ao 2B da figura 1, o 2 ao HB, o 3 ao H e o 4 ao 3H.
O tipo mais habitual e de uso mais generalizado é o HB ou 2.
Borracha
A borracha é o complemento do lápis. Como "nada é perfeito", a
borracha permitir-nos-á emendar os erros cometidos ao traçar os
riscos.
O tipo de borracha mais comum e utilizado é o denominado de miga
de pão (macia e com diversas cores), que certamente já utilizou
alguma vez. Para o desenho técnico existem outros tipos mais
especializados. Quanto mais duro for o lápis, mais dura deverá ser a
borracha (as mais duras são as de tinta).

O lápis e a borracha são dois utensílios fundamentais em


qualquer tipo de desenho. O lápis mais habitual, de carácter
semiduro, é o que se designa com o código HB (ou 2). A
borracha mais comum é a de miga de pão.
Papel
Para desenho artístico existem muitos tipos de papel, que em geral
não servem para desenho técnico, já que costumam ser demasiado
macios e porosos. Dado que a última finalidade do desenho técnico é
a sua apresentação a tinta, o papel a utilizar deve ter uma
porosidade baixa e uniforme. O tipo ideal para estes fins é o papel
vegetal, que se destaca pela sua dureza e transparência. Entre os
papéis brancos, não transparentes e lisos, está o conhecido como
marca maior (não é nome de marca).
O papel vegetal apresenta-se em diversos formatos normalizados
(Norma DIN, de origem alemã). As dimensões do formato DIN A-4
são as mais parecidas com as de uma folha. O DIN A-3 é o dobro da
A-4, o DIN A-2 é o dobro da A-3, e o DIN A-1 é o dobro da A-2. As
dimensões de cada um destes formatos são:
• DIN A-4: 21,0 X 29,7 cm
• DIN A-3: 29, 7 X 42,0 cm
• DIN A-2: 42,0 X 59,4 cm
• DIN A-1: 59,4 x 84,1 cm

O formato de papel mais utilizado é o conhecido como DIN A-4


Estilógrafo
O principal instrumento para o desenho técnico a tinta é o estilógrafo
(vulgarmente conhecido por caneta de tinta-da-china), que substituiu
as antigas canetas de aparo. A saída da tinta é capilar, através de um
fino tubo de aço, e a sua afluência é constante, já que possui
incorporado um depósito que faz parte do corpo da caneta. Uma vez
consumida a tinta, basta retirar o depósito e colocar outro.
Estes utensílios permitem trabalhos muito limpos (é difícil fazer
borrões), com uma grande variedade de espessuras de traços,
conforme a ponta da caneta. As grossuras medem-se em mm
consoante o diâmetro interior do capilar por onde sai a tinta. Os mais
finos são de O, 1 e 0,2 mm. Os mais grossos variam consoante a
marca (chegam a existir de 1,8 e 2 mm).
Régua
Trata-se de um instrumento plano, com dois bordos retos: um
costuma possuir um rebordo para facilitar o desenho a tinta-da-
china; o outro é o que forma a régua propriamente dita, para traçar
rectas com ou sem medidas, ou para medir separações entre pontos
ou comprimentos de segmentos. Este segundo bordo possui uma
escala graduada em centímetros e em milímetros.
Também existem réguas sem o primeiro rebordo.
A principal aplicação das réguas é na medição de distâncias ou
comprimentos em desenho. Existem réguas desde 10 cm até 1 m, se
bem que as mais utilizadas sejam as de 30, 40 e 50 cm.
Habitualmente são de plástico transparente, incolores ou coloridas,
embora também existam as metálicas e as de madeira.
Régua
Exemplos das principais utilizações da régua:
Já dissemos que as duas funções das réguas são o traçado de rectas,
com ou sem medidas concrectas, e a medição de distâncias
(comprimentos de segmentos ou separações de pontos).
O traçado de uma recta entre dois pontos quaisquer, sem uma
medida concrecta, é uma função tão habitual como simples. Basta
colocar a régua de forma a que o seu bordo permita traçar a recta
entre ambos os pontos (fig. 2).

Figura 2: Traçado de uma recta entre dois pontos dados com o auxílio
de uma régua.
Régua
A medição de uma distância é também uma operação muito simples,
seja ela a da separação entre dois pontos, ou do comprimento de um
segmento. Coloca-se simplesmente o bordo graduado da régua sobre
eles, de modo a que o traço do 0 da escala coincida com um dos
pontos, ou com o início do segmento. O outro ponto, ou o final do
segmento, coincidirá ou ficará próximo de outro traço da escala:
Se a sua posição coincide com algum dos traços da escala que está
acompanhado de um número, este indica-nos a distância em cm.
- Se fica entre duas linhas com números, devemos tomar o menor e
contar os traços pequenos (mm) da escala que existem desde o
número até ao ponto. Para nos ajudar a contar, o traço do quinto mm
costuma ser um pouco maior. Leremos a distância como os cm
indicados pelo número e acrescentando tantos mm quantas as linhas
pequenas que separam o número do ponto.
- Se fica entre dois traços curtos, os mm não serão inteiros mas sim
decimais, e devemos aproximá-los "a olho", consoante se aproximem
mais de um traço, ou do centro que existe entre ambos. Existem
réguas que também marcam os meios mm, permitindo assim uma
melhor aproximação.
Esquadro de 45º e 60º
Além da régua, existem outros dois instrumentos que também se
podem empregar no traçado de rectas, se bem que as suas
principais aplicações sejam outras (como veremos mais adiante):
são o esquadro de 45° e o esquadro de 60°.
Trata-se de utensílios que se costumam confundir. Ambos têm a
forma de um triângulo, mas existem diferenças entre os seus
lados e entre os seus ângulos
Em relação aos seus lados:
• O esquadro de 45° tem dois lados iguais e um diferente
(maior).
• O esquadro de 60° tem os três lados diferentes. O comprimento
do maior é o dobro do menor.
Em relação aos ângulos:
• • O esquadro de 45° tem dois ângulos iguais, de 45°, e um de
90°.
• • O esquadro de 60º tem três ângulos diferentes, um de 30°,
um de 60° e um de 90°. Os materiais com os quais se fabricam
os esquadros são os mesmos das réguas (sobretudo o plástico).
Podem ter uma escala graduada (no esquadro de 60° ela
aparece no lado mediano e no esquadro de 45º aparece num
dos lados iguais) e ter um rebordo (nos dois lados que não
apresentam escala graduada).
Principais utilizações
Se bem que ambos os instrumentos sirvam para traçar rectas e medir
distâncias, as suas principais utilizações centram-se no traçado de
alguns ângulos e no traçado de paralelas e perpendiculares. Num e
noutro caso, não se costuma trabalhar somente com o esquadro, mas
sim ajudado pela régua.
Para a medição de ângulos basearemos as nossas explicações apenas
nos ângulos que existem em cada um dos esquadros. Se o ângulo é
de 30° ou de 60°, utilizaremos o esquadro de 60°; se o ângulo é de
45 º utilizaremos o esquadro de 45º; e se o ângulo é de 90 º
podemos utilizar indiferentemente qualquer um dos esquadros.
Principais utilizações
A figura 5 ilustra um modo de traçar um ângulo de 30°. Partimos de
uma recta dada (1). Colocamos o bordo do lado maior do esquadro
sobre a dita recta (2). Apoiamos o bordo graduado de uma régua no
lado mediano do esquadro (3). Com os dedos polegar e indicador
pressionamos a régua, para que esta não se mova, e retiramos o
esquadro (4). Pegamos num lápis e traçamos o outro lado do ângulo
(5). Retiramos a régua e temos finalmente duas rectas que formam
entre si um ângulo de 30° (6).
Principais utilizações
O processo é igual para qualquer outro dos ângulos mencionados. Em
vez de utilizar uma régua, podemos empregar igualmente outro
esquadro.
O traçado de ângulos de 90° é equivalente ao traçado de rectas
perpendiculares. Neste caso, pode usar-se um esquadro de 45° ou de
60° para o ângulo de 90º, seguindo o mesmo processo.
Em relação ao traçado de rectas paralelas, seguidamente ilustra-se o
processo geral a seguir.
Principais utilizações
Coloca-se o bordo do lado médio do esquadro a coincidir com a recta
dada (1). No lado mais pequeno do esquadro apoia-se uma régua
(2). Pressionando com os dedos polegar e indicador sobre a régua,
desloca-se o esquadro, deslizando pelo seu lado menor (3).
Pressionamos agora o esquadro e retiramos a régua. Já se pode
traçar a recta (4). Deslizando o esquadro para cima ou para baixo
podemos obter muitas paralelas. É necessário ter cuidado para não
mover a régua.
À semelhança dos anteriores, podemos empregar um esquadro de
45° ou de 60° em vez da régua. Assim, colocando o 0 da escala
graduada na primeira recta, poderemos desenhar uma paralela à
recta a uma determinada distância.
Transferidor
Acabámos de ver que o esquadro de 45° e o esquadro de 60° nos
servem para traçar determinados ângulos. Contudo, o
instrumento que realmente se emprega para a sua medição e
traçado é o transferidor.
Trata-se de um utensílio de plástico, semicircular (também
existem transferidores completamente circulares) e com uma
escala graduada no seu bordo, que não marca comprimentos (em
cm ou mm) e sim ângulos (em graus).
Transferidor
Exemplos da utilização do transferidor:
As duas principais utilizações do transferidor são a medição de
ângulos já traçados e traçar ângulos pré-determinados.
Para medir um ângulo já traçado colocamos o transferidor de
modo que o seu centro coincida com o vértice do ângulo e a
indicação “0“ com um dos lados do ângulo. Procuramos então no
rebordo graduado o ponto no qual passa o outro lado, e
observamos que valor marca (em graus). O método de leitura é
igual ao de uma régua.
Alguns transferidores têm duas escalas no seu bordo, uma
gravada mais para o exterior (mais próxima do bordo) e outra
interior. Uma vai de 0° a 180° e a outra vai de 180° a 0°. Temos
de assegurar-nos de que empregamos a mesma escala.
Transferidor
Por exemplo, se colocamos o 0 da escala exterior sobre um lado do
ângulo, devemos ler o valor do ângulo também na escala exterior. O
ângulo obtuso da figura 7 tem um valor de 127° (medido na escala
interior).

Figura 7: Medição de um ângulo com um transferidor. Neste


exemplo, o ângulo é obtuso e mede 127º.
Se queremos traçar um ângulo qualquer, por exemplo de 73°,
primeiro determinamos o ponto que fará de vértice, e a partir dele
traçamos um dos lados. Depois, como anteriormente, colocamos o
centro do transferidor no vértice e o 0 no lado traçado. Procuramos
no bordo graduado o traço de 73° e marcamo-lo no papel. Retiramos
o transferidor e, finalmente, traçamos o lado que falta a partir do
vértice até à marca que acabámos de fazer, prolongando ou
encurtando este último lado se for necessário.
Compasso
Até aqui vimos os instrumentos para o traçado e medição de rectas,
segmentos e ângulos. Falta-nos ver aquele que corresponde ao
traçado de circunferências, mais conhecido pelo nome de compasso.
Trata-se de duas barras de metal unidas num extremo, com um
dispositivo que permite abri-las ou fechá-las, o qual funciona também
como pega para o traçado de circunferências. Um dos extremos livres
possui uma ponta metálica e o outro uma mina de lápis. A ponta
metálica é cravada no papel e serve de ponto de apoio, para depois
traçar a circunferência com a outra ponta. O ponto de apoio será o
centro da circunferência.
Para abrir ou fechar o compasso não é necessário forçar as barras de
metal. Alguns compassos, de maior precisão, abrem-se mediante um
pequeno parafuso. É muito importante que uma vez aberto se
mantenha firme enquanto se traça a circunferência, pois caso
contrário a exatidão da figura não será total.
A mina de lápis deve estar bem afiada para que o traço seja fino e
constante. Além disso, é necessário tomar cuidado para que a ponta
metálica não se dobre ou parta, devido a queda ou golpe.
Um tipo de compasso de maior precisão é o usado para pequenas
circunferências, o qual possui um parafuso a unir as duas barras de
metal do compasso que permite graduar a abertura com precisão.
Compasso
Exemplos de utilização do compasso
Embora o compasso sirva também para medir distâncias, como
veremos nos exercícios resolvidos, a sua principal utilização é para
traçar circunferências.
O caso mais comum é o de traçar uma circunferência conhecendo a
medida do raio. Por exemplo, para traçar uma circunferência com 4
cm de raio, colocamos o compasso sobre a escala graduada de uma
régua e abrimo-lo de forma a que uma das suas pontas coincida com
o 0 e a outra com o 4. Depois cravamos a ponta metálica no papel e,
segurando o compasso na vertical, fazemo-lo rodar de modo a que a
ponta com a mina vá traçando a circunferência.
Se tivermos um ponto dado, que tomamos como centro, marcamos a
partir deste, com uma régua, os 4 cm, fazendo depois uma marca no
papel. Em seguida cravamos a ponta metálica no centro e abrimos o
compasso até chegar à marca, a partir da qual traçamos a
circunferência.

Os principais instrumentos para o desenho técnico são o


estilógrafo, a régua, o esquadro de 45° e o de 60°, o
transferidor e o compasso.
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Unidade 1

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Construção Civil
ENCARREGADO
Materiais de construção: argamassas
Introdução
Se misturarmos inertes com um aglomerante e água obteremos uma
pasta trabalhável que podemos manusear facilmente e dar-lhe forma.
Se a mantivermos nesta forma até que ganhe presa (se torne sólida),
podemos obter um elemento da forma e dimensões que quisermos.
Se o inerte empregado for areia, e o aglomerante cimento, cal, cal
misturada com cimento, ou gesso, dizemos que o produto obtido é
uma argamassa. Se o aglomerante for cimento e o inerte uma
mistura de areia e brita, dizemos que é um betão.
As argamassas de cimento, de cal, ou de cimento e cal empregam-se
especialmente na construção de obras de alvenaria para unir as peças
que as compõem (por exemplo, numa parede de tijolos, para os unir
entre si). Também se usam para rebocar e para fixar muitos outros
elementos. As argamassas de gesso empregam-se somente para
estucar. Em Portugal são bastante usadas no revestimento de
paredes e tetos interiores.
Para assimilar melhor esta lição dedicada às argamassas, assim como
as futuras que tratam do betão, é conveniente ter presente o que
aprendeu na lição de Materiais de Construção (a partir de agora,
Materiais) da Unidade Didáctica 2, relativa aos materiais
aglomerantes.
Conceito de argamassa
Uma argamassa é uma mistura de areia com um aglomerante (cal,
gesso, cimento) e água.
As argamassas empregam-se para rebocar as paredes e para unir as
peças, como os tijolos, blocos de betão, ou pedras, que compõem
uma obra, assim como para pavimentar e para colocar azulejos.
Como veremos, as argamassas e o seu manuseamento apresentam
características muito semelhantes aos betões (que veremos nas
próximas próximas lições), especialmente a argamassa de cimento,
se bem que nesta, pela sua menor responsabilidade estrutural,
possamos relaxar um pouco nas suas prescrições em relação ao
betão. Nos betões, pelo contrário, temos de cumprir
escrupulosamente as indicações, como, por exemplo, a de nunca
adicionar água para o tornar mais trabalhável.
As argamassas classificam-se principalmente pela sua resistência e
pelo aglomerante nelas utilizado (argamassas de cal, argamassas de
cimento, etc.), mas também se podem classificar por outras
propriedades, como, por exemplo, pelos aditivos que incorporam,
pelo seu comportamento perante o calor, etc.

Uma argamassa é uma mistura de areia com um aglomerante


(cal, cimento ou gesso) e água.
Propriedades das argamassas
Resistência: À semelhança do betão, a resistência de uma
argamassa é a sua capacidade de suportar cargas sem se danificar.
As argamassas geralmente utilizadas nas obras de edifícios possuem
uma resistência menor do que a maioria dos betões correntes.
As argamassas de cimento são, em geral, mais resistentes do que as
de cal.
Aderência: É a propriedade da argamassa de aderir à superfície à
qual vai ser aplicada. Em geral, melhora se a base (a superfície à
qual vai ser aplicada) está húmida.
Plasticidade: É a propriedade de um material de poder ser
facilmente moldado e conservar a forma adquirida. Quando uma
argamassa é muito plástica dizemos que é gorda, e se é pouco
plástica dizemos que é magra. Em geral, uma maior proporção de
aglomerante e um menor grão da areia proporcionam uma maior
plasticidade. Também, como veremos, as argamassas de cal são mais
plásticas do que as de cimento.
Propriedades das argamassas
Durabilidade: Sabemos já que a durabilidade é a propriedade de um
material resistir à passagem do tempo. Neste aspeto remetemo-nos
ao que vem dito na lição de Materiais, onde falaremos do betão, já
que os problemas que ambos os materiais apresentam são
semelhantes.
Dosificação dos componentes: Nas argamassas com um só
aglomerante, a dosificação indica-se com dois números separados por
um sinal de dois pontos (:). O primeiro número corresponde às
partes em volume do aglomerante e o segundo indica as partes de
areia, isto é: cimento:areia, cal:areia ou gesso:areia
Por exemplo, uma argamassa de cal de dosificação 1:3 teria três
partes de areia por cada parte de cal; uma argamassa de cimento
1:8 teria oito partes de areia por cada parte de cimento.
As argamassas com dois aglomerantes (cal e cimento) chamam-se
bastardas. Nelas indica-se a dosificação mediante três números em
vez de dois: cimento:cal:areia.
Por exemplo, uma argamassa de dosificação 1:1:7 possui uma parte
de cimento, uma de cal e sete de areia.

As principais propriedades de uma argamassa são a


resistência, a aderência, a plasticidade, a durabilidade e a
dosificação.
Tipos de argamassas
Na tabela da figura 1 pode ver as quantidades necessárias para
preparar diversas argamassas, consoante o tipo e a dosificação.
Recorde que esta última é sempre em volume (com as medidas em
litros).
Tipos de argamassas
No que se refere à densidade, falaremos mais aprofundadamente
numa próxima unidade; recorde que é o quociente da massa dividido
pelo volume.
Para saber o volume, divide-se a massa pela densidade; portanto, se
a quantidade de um material se exprime em quilogramas (unidades
de massa), para saber quantos litros (unidades de volume) são,
basta dividir a quantidade de quilogramas pela densidade do
material em questão.
Argamassas de cal
Podem ser de cal aérea ou de cal hidráulica.
A sua presa é lenta e a sua resistência é menor do que a da
argamassa de cimento, mas são mais trabalháveis. Além disso, como
a cal é mais barata do que o cimento, também são mais económicas.
Empregam-se para rebocar, para construir obras de alvenaria e para
unir elementos numa obra (telhas, etc.).
As argamassas de cal aérea, se forem conservadas em condições
adequadas, podem empregar-se por tempo ilimitado.
Argamassas de cimento
Geralmente empregam-se os cimentos dos tipos I e II, mas também
se podem empregar os demais tipos. Em qualquer caso,
recomendam-se somente as categorias de cimento menos
resistentes. As argamassas de cimento aluminoso (tipo VI) só se
empregam para produzir argamassas refratárias e para tapar fugas
de água, aproveitando a sua presa rápida (mais rápida ainda se
misturada com cimento portland).
A sua resistência é maior do que a das argamassas de cal e endurece
antes, mas são menos trabalháveis.
O seu uso é muito parecido com o das argamassas de cal, com o
pormenor de que nas obras de edifícios de blocos de betão se
emprega sempre a argamassa de cimento, por ter mais parecença
com os demais materiais.
Só pode usar-se nas duas horas seguintes à sua mistura, devendo
excluir-se a sua utilização passado este tempo (já que começa a fazer
presa). Se antes das duas horas perder a sua plasticidade devido à
secagem, pode-se compensar adicionando água.
Argamassas bastardas
Por este nome conhecemos as argamassas nas quais se usa como
aglomerante o cimento e a cal misturados.
As suas características (incluindo o custo) são intermédias entre as
argamassas de cal e as de cimento, tendo uma plasticidade e
resistência mais parecida com a de um ou outro tipo consoante a
proporção de cal e cimento. Assim, por exemplo, se existe muita cal e
pouco cimento, parecer-se-á mais com uma argamassa de cal do que
com uma argamassa de cimento.
Chamamos argamassas de cimento atenuado às argamassas
bastardas que só possuem uma pequena quantidade de cal, em
relação à maior quantidade de cimento. Têm a vantagem, sobre as
de cimento, de levarem mais tempo a fazer presa, evitando assim
fendilhações por retração, possuírem maior plasticidade, serem mais
compactas e melhorarem a aderência da argamassa ao tijolo; tudo
isto com uma resistência muito similar às argamassas de cimento.
As argamassas de cal e cimento são aquelas na qual a quantidade de
cal é semelhante ou superior à de cimento. Têm uma resistência
superior e uma presa mais rápida do que as argamassas de cal, sem
serem muito mais caras.
Argamassas de gesso
São as feitas com gesso e areia, às quais por vezes se adiciona um
pouco de cal. Empregam-se especialmente para estucar. Devem
usar-se imediatamente depois de serem misturadas (amassadas)
para evitar que façam presa.
Argamassas de cimento cola
O cimento cola é uma mistura já preparada de cimento portland e
resinas artificiais.
As argamassas deste material preparam-se amassando o cimento
cola com areia muito fina e água. São argamassas finas, muito
trabalháveis, de grande aderência. Permitem juntas (separações
entre os elementos que se unem) muito delgadas, até 2 mm. A
dosificação mais habitual é a de uma parte de cimento para uma de
areia fina (1:1).
Necessitam de pouca água e fazem presa com rapidez e empregam-
se especialmente na colocação de azulejos e tijoleiras.
Argamassas especiais
Existe uma gama de argamassas com propriedades especiais, de
entre as quais destacamos as seguintes:

Argamassas ignífugas

• São argamassas empregues para proteger do fogo o elemento que


está coberto por elas, tendo a sua principal aplicação na proteção de
estruturas metálicas.

Argamassas refratárias

• São as capazes de resistir a grandes temperaturas ou fogo direto


sem perder a sua resistência. Empregam-se na construção de
fornos e lareiras, combinadas com tijolos refratários. reparam-se
empregando cimento aluminoso e areia refratária.

Argamassas isolantes

• São argamassas muito ligeiras sem resistência mecânica. Fabricam-


se empregando inertes leves.

As argamassas mais empregues são as de cimento e as bastardas (de


cal e cimento).
Preparação de argamassas
É recomendável que a mistura (o amassar) das argamassas se efetue
numa betoneira embora se possa também fazer à mão, sobre uma
superfície impermeável e limpa.
Para misturar à mão, juntar-se-á primeiro o aglomerante em pó (por
exemplo, o cimento ou a cal) com a areia amassando no mínimo três
vezes. Nessa altura, abre-se uma cova no centro da mistura e deita-
se nela a água, misturando sempre até que a massa apresente um
aspeto uniforme. Caso se use cal em pasta como aglomerante, esta
pode ser adicionada sobre a areia ou sobre a mistura.
Se a mistura for feita com uma betoneira, o tempo de amassadura
será calculado em função do volume de amassadura e das dimensões
do tambor da máquina continuando até que a massa apresente um
aspeto uniforme. Na betoneira, tal como quando preparamos um
betão, primeiro introduzimos uma parte de água e depois vamos
colocando o aglomerante e a areia simultaneamente, para finalizar
incorporando lentamente a restante água.
Figura 5: Processo de preparação de uma argamassa de cimento com
uma betoneira: a) coloca-se a água; b) com a pá adiciona-se a
mistura de cimento e areia; c) despeja-se o resto da água; d) quando
a pasta estiver uniforme, vaza-se a argamassa da betoneira.
Preparação de argamassas
Processo de preparação de uma argamassa de cimento com uma
betoneira: a) coloca-se a água; b) com a pá adiciona-se a mistura de
cimento e areia; c) despeja-se o resto da água; d) quando a pasta
estiver uniforme, vaza-se a argamassa da betoneira.
Preparação de argamassas
Nas argamassas bastardas, introduz-se primeiro na
betoneira uma parte da água e em seguida a cal e o
cimento até formar uma pasta, para adicionar depois a areia
e, finalmente, a restante água.
Também se utiliza a argamassa seca, que é uma mistura já
preparada de aglomerante e areia, à qual só falta adicionar
a água para a poder empregar.
Vende-se em sacos ou a granel, e armazena-se em silos. A
quantidade de água de amassadura será a indicada pelo
fabricante. Em muitos casos, os silos incorporam na sua
boca de saída uma máquina que junta a água fazendo a
mistura, obtendo-se assim a argamassa já preparada.
Figura 6: Silo com misturadora para obter a argamassa já
preparada.
Se não vamos utilizá-la imediatamente, devemos proteger a
argamassa de uma evaporação excessiva (que a secaria) e
do frio. Uma vez amassada, pode regular-se a consistência
voltando a misturar com mais água, se bem que devamos
ter em conta que adicionar mais água faz baixar a sua
resistência.
Preparação de argamassas
A areia para a preparação de argamassas não deverá ter grãos de
forma muito plana ou alongada. A que tem partículas de forma
arredondada (areia de rio) produz uma argamassa mais trabalhável,
enquanto as angulosas e rugosas proporcionam argamassas mais
resistentes.
Na argamassa, como no betão, podemos empregar aditivos, sendo os
mais habituais os rectardadores e os aceleradores de presa, os
plastificantes ou os fluidificantes e os arejadores. As questões
relativas a estes aditivos serão vistas mais adiante, quando tratarmos
dos betões.

É recomendável misturar as argamassas numa betoneira, se


bem que também se possa fazê-lo à mão. As argamassas de
cimento devem ser empregues nas duas horas seguintes à
mistura, para evitar que façam presa.
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Unidade 1

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Construção Civil
ENCARREGADO
Técnica e prática construtiva
Introdução
Observemos o edifício em que estamos (no caso de estarmos num
edifício) e vejamos o que existe nele: nós, outras pessoas, móveis,
eletrodomésticos, etc. Tudo isto pesa e o edifício deve ser capaz de
suportar estes pesos sem se quebrar, nem rachar, nem inclinar-se.
Além destes, o edifício deve aguentar também o seu próprio peso
(que costuma ser muito grande), o peso da neve que se pode
acumular sobre a cobertura, a força do vento sobre a fachada, etc.
Todos estes pesos devem ser suportados pela estrutura do edifício,
que é a parte resistente do mesmo, composta por pilares, paredes,
vigas, ferros, etc. Mas, e a estrutura? Como é que se sustenta a
estrutura? A resposta está nas fundações, que é o tema exposto
nesta lição.
Também falaremos dos muros de suporte, que são os muros que se
levantam essencialmente para suportar as forças laterais do terreno.
As fundações
Finalizados os movimentos de terras, e o consequente transporte das
terras extraídas, o terreno escolhido para fazer o edifício está pronto
para os primeiros trabalhos próprios da construção.
Estes primeiros trabalhos são os da fundação, isto é, a construção de
alicerces, nos quais assentará a dita obra, cuja colocação deverá ser
precedida por um traçado conveniente.
Uma fundação é a base natural ou artificial que fica sob a terra e
sobre a qual descansa um edifício ou construção, com a missão de
transmitir ao terreno o peso ou a carga deste.
Existem muitas maneiras de fazer as fundações de um edifício e isto
deve-se à consistência do terreno, aos materiais, às ferramentas e
máquinas utilizadas, ao que se deseja construir, ao custo da obra e
ao tempo de que se dispõe para realizá-la. A maior ou menor
consistência do terreno é o factor técnico mais importante.
Se pegarmos num prego e tentarmos cravá-lo num solo natural pela
sua ponta afiada, será com muito menos esforço do que se tentarmos
cravá-lo pela sua cabeça (parte mais larga do prego), pois o solo
resistirá mais. Além disso, verificamos que no início será mais fácil do
que no final.
As fundações
O que acabamos de dizer dá-nos uma ideia de dois modos de como
podemos apoiar um edifício no solo e transmitir as suas cargas
(forças e pesos). Podemos utilizar um elemento que seja como a
cabeça do prego, repartindo o esforço sobre uma superfície maior de
terreno, ou então introduzir nele qualquer coisa que distribua o
esforço pelas diferentes profundidades do solo. A primeira ideia leva-
nos às fundações superficiais e a segunda às fundações profundas,
que são os dois grandes grupos de fundações.
Voltando ao prego, uma vez apoiado no solo (de qualquer um dos
modos), vemos que quanto mais força fizermos, mais se enterra. Se
em vez do prego tivermos uma fundação, e sobre ela formos
construindo um edifício, o peso que tem de suportar vai aumentando
à medida que vamos edificando, e a fundação pode afundar-se mais
ou menos consoante aumente este peso. Este afundamento,
denominado assentamento, se for excessivo (normalmente excessivo
significa da ordem de alguns cm) e variar entre diferentes pontos da
fundação, pode provocar movimentos de uma parte do edifício em
relação às outras (o que causará rachas) ou deixará "folgada" uma
parte (podendo a estrutura ser insuficiente para aguentá-la). Por
isso, além de transmitir adequadamente as cargas, uma fundação
deve ser capaz de evitar os assentamentos ou conseguir que estes
sejam bastante reduzidos de modo a não serem prejudiciais.
As fundações
Já dissemos anteriormente que qualquer fundação deve ser precedida
de um traçado. O traçado de uma fundação consiste, em linhas
gerais, em marcar no terreno os limites que esta terá, como passo
prévio para a sua escavação, seguindo as plantas e planos e as
condições previstas no projeto da obra.
Numa futura unidade será explicado detalhadamente; aqui vamos
tratar unicamente a construção das fundações em si.
Consistência do terreno
Sabemos já que o principal fator técnico para determinar o tipo de
fundação a realizar numa obra é a consistência do terreno. Todo este
trabalho compete aos encarregados de elaborar o projeto, mas é
interessante conhecer alguns aspetos.
Provavelmente já teve ocasião de observar algum corte num terreno
(quando se está a abrir uma nova estrada, por exemplo). A ideia
mais importante é que os terrenos são formados por camadas ou por
depósitos de diferentes materiais. Nesta altura já conhece os
principais tipos de rochas. A argila ou o calcário, geralmente,
apresentam-se no terreno formando camadas; o granito apresenta-se
formando depósitos. A espessura das camadas e o tamanho dos
depósitos pode ser muito variável. Se já observou na televisão, ou
em alguma fotografia, o extraordinário Grande Canyon do Colorado
(nos Estados Unidos), pôde ver um dos lugares do mundo onde se
melhor observa as camadas de diversas espessuras e diversos
materiais. Normalmente, as camadas ou depósitos estão dispostas
consoante a sua antiguidade: em baixo as mais antigas e em cima as
mais novas, depositadas cada uma delas em sucessivas Eras
Geológicas (repare que estamos a falar de milhões de anos). Nos
terrenos planos, os materiais mais compactos, duros e tenazes são os
que se encontram mais abaixo, e os menos consistentes encontram-
se mais à superfície.
Consistência do terreno
Um exemplo da disposição normal poderia ser a formada pelo
granito, arenitos, calcário e as argilas. O granito, mais ou menos
profundo, é o material mais antigo (da Era Primária, por exemplo), os
arenitos e os calcários aparecem em cima (geralmente são da Era
Secundária), e as argilas aparecem em cima de tudo (da Era
Terciária). Pode ainda haver uma camada em cima das argilas (da
Era Quaternária, a atual), com siltes (argilas muito finas) ou areias.
As sucessões de camadas nem sempre são as mesmas. Pode dar-se o
caso de que existam outras camadas ou depósitos de outros
materiais (água, sal, gesso, petróleo, etc.), ou então que não exista
qualquer das camadas referidas. Por exemplo, um terreno com
granito, uma fina camada de argila e outra, mais ou menos espessa,
de areia; ou então, granito com areia em cima; ou calcário com argila
por cima; ou arenitos com argilas; ou arenito com areia; etc.
As fundações efectuam-se nas partes mais superficiais dos terrenos:
• Se a camada superficial é consistente e espessa (de vários
metros), como por exemplo, de argilas compactas, a fundação a
realizar poderá ser superficial.
• Se a camada superficial não é consistente, como por exemplo, se
é de areia, a fundação deverá ser profunda (tanto mais profunda
quanto mais espessa for a camada de material não consistente).
Consistência do terreno
Neste último caso, deverá procurar-se uma camada ou depósito mais
profundo que seja consistente (uma camada rochosa, seja ela de
calcário, de arenito, de granito, ou de qualquer outra rocha compacta
e tenaz).

O tipo de fundação a realizar numa obra depende muito da


consistência do terreno: para a superfície compacta,
fundações superficiais; para a superfície solta ou pouco
compacta, fundações profundas.
As fundações superficiais
A sua função é distribuir a força que lhes transmitem os elementos
que nelas se apoiam sobre uma superfície de terreno suficientemente
grande para que possa resistir às cargas.
Como acabámos de ver, são as fundações que se empregam quando
a camada mais superficial do terreno possui a necessária consistência
para resistir a grandes cargas; ou então em terrenos menos
consistentes, se os pesos a transmitir forem pequenos. Os solos de
argilas compactas são ideais para as fundações superficiais.
Na figura 1 aparece uma retroescavadora carregadora abrindo uma
vala para uma fundação superficial num terreno argiloso.
Sapatas isoladas
Se o elemento que apoiamos é um pilar, podemos empregar
este tipo de fundação. Consiste numa peça de betão que
amplia a superfície do pilar, de modo a que o solo possa resistir
à carga (fig. 2), como a cabeça do prego que mencionámos
anteriormente.
Se a sapata é muito grossa pode ser construída em betão em
massa (ou seja, sem armadura), mas se forem mais delgadas
devem possuir armadura pelo menos próximo da face inferior
(as razões da necessidade e colocação da armadura serão
vistas numa das lições dedicadas ao betão armado, numa
próxima unidade). No caso de se usarem armaduras é
importante colocá-las no interior da sapata, separadas um
mínimo de 5 ou 1 O cm do bordo ou fundo da sapata, para que
o betão as proteja da corrosão. A separação necessária,
chamada camada de recobrimento, depende principalmente do
tipo de betão e da natureza do terreno (pelas substâncias
corrosivas que pode haver nele).
As sapatas de betão em massa, ou sapatas maciças, podem ser
construídas, se as cargas que devem suportar forem reduzidas,
aligeirando o betão com pedras grandes, obtendo-se assim o
chamado betão ciclópico.
Sapatas combinadas
Se precisamos de construir duas sapatas muito próximas, podemos
uni-las executando uma sapata de maior tamanho, da qual se elevam
os dois pilares. Obtém-se assim uma sapata combinada (fig. 3).
Sapatas excêntricas
Quando for possível, construiremos a sapata de modo a que o pilar se
apoie no seu centro (sapata centralizada), mas em alguns casos não
é possível fazê-lo: por exemplo, quando o pilar é construído junto das
fachadas da casa e, portanto, para realizar uma sapata centrada,
parte dela teria de ficar fora do nosso terreno. Num caso destes,
devemos construir uma sapata excêntrica, na qual o pilar se vai
apoiar num extremo (fig. 4).
Sapatas excêntricas
Nas sapatas excêntricas, a excentricidade do pilar pode provocar uma
inclinação na sapata (fig. 5). Para evitar isto, podemos fixá-la a outra
sapata de dois modos (fig. 6):
• Construindo uma sapata combinada em vez de duas isoladas (A).

• Construindo uma viga (viga de equilíbrio) entre as duas sapatas


que impeça o inclinar da sapata excêntrica (B).
Sapatas em zonas sísmicas
Em alguns casos, especialmente em zonas sísmicas, constroem-se
vigas que unem todas as sapatas, de modo a dar maior rigidez ao
conjunto. Embora estas vigas tenham uma função diferente, a sua
forma é muito parecida com a das vigas de equilíbrio.
A forma da sapata costuma ser quadrada, rectangular ou circular,
consoante a natureza dos esforços que deva suportar e o tipo de
maquinaria empregue na escavação.
Sapatas fundações contínuas
Quando o elemento que transmite as cargas às fundações é uma
parede (que é o mais habitual, especialmente em pequenas
edificações e em edifícios antigos), costuma-se fazer uma fundação
com uma sapata do mesmo comprimento da parede (fig. 7). Estas
sapatas dão lugar às fundações contínuas ou corridas.

Se a parede é de tijolos, construímos sobre a fundação uma


vergôntea, que é um murete de tijolos mais largo do que a parede,
para nivelar perfeitamente a base da parede e repartir a sua carga
sobre uma superfície maior da fundação.

O tipo de fundação superficial mais habitual em edifícios de


estrutura à base de pilares é a sapata isolada, enquanto, se a
estrutura é à base de paredes, se utiliza a sapata contínua.
Ensoleiramento geral
No caso de termos solos com pouca resistência e cargas grandes,
pode ser útil tentarmos fazer fundações com sapatas, embora estas
tenham de ser tão grandes que ocupam a maior parte do solo e que,
inclusivamente, cheguem a unir-se. Nestes casos pode-se tornar
conveniente realizar um ensoleiramento geral (fig. 8), que consiste
numa laje de betão armado estendida sob toda a superfície do
edifício, como se fosse uma única sapata gigante para todo o edifício.
Ensoleiramento geral
Uma das vantagens dos ensoleiramentos gerais é que, devido a todos
os elementos da estrutura possuírem uma fundação comum, se
evitam os assentamentos diferenciais (que uns elementos assentem
mais do que outros), o que poderia provocar tensões, rachas e
movimentos no edifício.
Frequentemente, para dar maior rigidez à laje, executam-se umas
nervuras que unem as bases dos pilares ou das paredes. Obtemos
assim uma laje nervurada. Em alguns casos, para evitar a rutura da
laje por punçoamento (que os pilares façam de punção sobre a laje e
a atravessem, constroem-se uns capitéis na base dos pilares,
recebendo o conjunto então o nome de laje fungiforme.
Execução fundações superficiais
A primeira coisa que devemos saber em qualquer fundação (e, em
geral, em qualquer obra) é onde a vamos construir, ou seja, onde
devemos traçar a fundação (os detalhes do traçado serão vistos
noutra unidade). O resultado do traçado serão umas marcas feitas
com gesso, com cordéis, com estacas, ou com qualquer outro
sistema, que marcam no terreno os limites das fundações previstas
nas plantas e planos.
O processo da execução das fundações superficiais que vamos
descrever aparece resumido de seguida.
Execução fundações superficiais

Execução de uma sapata de betão


armado:
1) terreno original;
2) escavação;
3) nivelamento e aperfeiçoamento;
4) colocação de uma camada de limpeza;
5) colocação das armaduras [a: calços];
6) betonagem [b: armadura de espera].
Execução fundações superficiais
A primeira operação é, obviamente, a escavação do buraco ou vala
que a fundação ocupará. Já aprofundámos isto na Unidade Didáctica
1. Atualmente, a escavação realiza-se quase sempre à máquina, já
que se for realizada à mão se torna muito lenta, pesada e cara em
mão-de-obra; reserva-se esta para casos especiais de pequenas
valas em lugares dificilmente acessíveis para as máquinas, ou lugares
em que se necessita de uma grande precisão pela proximidade de
tubagens de gás ou eletricidade, que há que contornar.
Execução fundações superficiais
A escavação conclui-se com o nivelamento do fundo e o
aperfeiçoamento das paredes, que devem ficar verticais e lisas . É
importante, nestas operações, limpar a terra solta que possa ficar nas
fundações, de modo a permitir que o alicerce assente sobre o terreno
compacto e inalterado.
Para acabar a preparação, colocamos no fundo uma camada de
poucos centímetros de betão de baixa resistência (camada de
limpeza) que nos permitirá terminar o nivelamento e evitar que se
sujem as armaduras ou se misture o betão da sapata com a terra do
fundo da vala.
Poderia parecer que o facto de a fundação se apoiar sobre uma
camada de baixa resistência iria baixar a capacidade de resistência de
toda a fundação, já que ela se poderia quebrar por esta camada. Isto
não acontece, já que é precisamente a fundação que serve para
repartir a carga que vem dos pilares ou das paredes, de modo que se
o solo consegue resistir, a camada de limpeza também conseguirá.
Depois da colocação da camada de limpeza, procede-se à colocação
das armaduras, deixando os recobrimentos necessários, tanto entre a
armadura e as paredes, como entre a armadura e o fundo. Para
conseguir separar a armadura do fundo, colocamos uns calços ou
separadores de qualquer material que não seja prejudicial para a
armadura ou para o betão e que não absorva água.
Execução fundações superficiais
Atualmente são muito utilizados uns separadores de plástico em
forma de disco com um buraco no centro para deixar passar a
armadura.
Quando, sobre as fundações, se vai apoiar um elemento de betão
armado (por exemplo, um pilar), deixa-se um prolongamento da
armadura (armadura de espera) para a poder ligar à armadura do
pilar. Para garantir a verticalidade desta armadura, fixa-se na sua
posição pela parte superior, mediante travessões de madeira ou outro
sistema de análoga eficácia.
Finalmente, efetua-se a colocação do betão propriamente dito, que
consiste em verter o betão na vala até cobri-la totalmente. Os
aspetos da betonagem serão tratados nas lições dedicadas ao
betão.
As fundações profundas
Os solos profundos costumam ser mais resistentes do que os
superficiais, devido a estarem mais compactados (pelo peso dos
terrenos que existem por cima) e por estarem menos expostos aos
agentes atmosféricos. Além do mais, sob o nível do solo encontra-se,
a maior ou menor profundidade, uma camada rochosa, ainda mais
resistente (recorde o que foi explicado quando falámos da
consistência dos terrenos).
Nos terrenos com camadas superficiais pouco consistentes será
conveniente proceder a uma fundação profunda, que permita apoiar o
edifício sobre camadas mais consistentes do solo ou, inclusivamente,
chegar até à rocha.
Os dois tipos mais habituais destas fundações são as estacas e as
paredes moldadas.
As fundações profundas utilizam-se sobretudo se a camada superficial
do solo é arenosa.
Estacas
Uma estaca consiste basicamente num pilar enterrado no solo.
Variam muito nos materiais, no modo de trabalhar e no processo de
construção.
As estacas podem ser executadas de dois modos: pré-fabricadas e
moldadas in situ.
Estacas pré-fabricadas
São as estacas que se fabricam numa fábrica (o construtor compra-as
já feitas) e na obra são enterradas no solo. Para esta operação
utiliza-se um bate-estacas, máquina que deixa cair sobre o extremo
superior das estacas, quando estas estão colocadas na vertical, um
pilão como se fosse um martelo. Também se podem introduzir no
solo mediante macacos hidráulicos, que proporcionam uma força
mais constante e sem ruído de pancadas contra a cabeça da estaca.
Se a estaca é muito grande, fabrica-se por peças, e quando se cravou
uma no solo, adiciona-se a outra e continua-se o processo de
cravação.
As estacas pré-fabricadas podem ser de diferentes materiais:
• De madeira. Atualmente caíram muito em desuso, empregando-se
somente em algumas aplicações muito especiais.
• De aço. Fabricam-se com perfis laminados em forma de H (duplo T)
ou de forma quadrangular ou redonda (tubo quadrado ou redondo)
que, uma vez colocada no solo, se pode preencher com betão. É
cravada no solo por peças: quando uma peça se introduziu até à sua
cabeça, esta fica a rasar o solo; nesta altura, solda-se a esta uma
nova estaca e continua-se a cravar até ter o comprimento pretendido.
O aço da estaca deve ser resistente à corrosão ou possuir uma
cobertura betuminosa superficial de proteção.
Estacas pré-fabricadas
Usam-se em fundações não demasiado profundas, já que apresentam
o inconveniente de arquear se o seu comprimento final é excessivo
ou têm de suportar uma carga excessiva.
• De betão armado. É o tipo mais comum. Podem ser maciças ou
ocas. Têm o mesmo inconveniente que as de aço em relação ao
arquear. Há ainda o perigo de, devido ao transporte ou devido ao
processo de cravação no solo, formarem no seu interior rochas que
permitam o acesso da água ou humidade corrosiva até às armaduras.
Estacas moldadas in situ
Estas estacas são de betão armado e executam-se na própria obra,
seguindo um processo parecido com o das fundações superficiais.
Consoante o método de fabricação, podem ser cravadas por
percussão ou escavadas por rotação.
• As cravadas por percussão (ou de perfuração) são as que se vão
cravando no terreno à medida que se vão construindo. Este método é
de execução rápida, mas apresenta o inconveniente do ruído que se
produz ao cravar as estacas. Por outro lado, possui a vantagem de
que a todo o momento podemos saber a resistência do terreno,
devido à maior ou menor facilidade com que se cravam as estacas.
• As escavadas por rotação são as mais utilizadas, já que quase não
provocam ruídos ou vibrações. O primeiro passo consiste em realizar
a perfuração sempre com meios mecânicos. A sua forma será a da
estaca: um grande cilindro, que pode ter ou não a base alargada. A
forma cilíndrica é dada por uma broca giratória. Se o solo é muito
brando, é necessário proteger o buraco, antes de o terminar, através
de tubo de aço para evitar que se desmorone. Este tubo (encamisar)
pode ser cravado no solo antes de escavar, e depois escavar o seu
interior, ou então ser introduzido na escavação à medida que se vai
progredindo. Uma vez realizada a escavação, introduzem-se as
armaduras e o betão.
Estacas moldadas in situ
As estacas escavadas por rotação possuem, entre outras, as
vantagens de: 1) serem mais rugosas que as pré-fabricadas cravadas
(aumentando assim a sua aderência ao solo); 2) poder alargar-se o
seu extremo inferior para melhorar a sua capacidade; 3)
necessitarem de maquinaria mais simples; e 4) poderem ser
construídas com um diâmetro maior (para que cada uma aguente
mais e assim se poder construir uma menor quantidade de estacas
para suportar a mesma carga).
Por outro lado, é mais difícil controlar a sua qualidade (porque se
pode misturar a terra dos bordos com o betão, as armaduras podem
ficar mal colocadas, etc.). Nas pré-fabricadas, a elaboração na oficina
permite um controlo muito mais apertado dos materiais e do
processo de fabricação.
Estacas moldadas in situ
Habitualmente, as estacas constroem-se em grupos. Quando o grupo
inteiro está colocado, unem-se as suas cabeças mediante uma
espécie de cabeço de amarração, que servirá de união entre as
mesmas estacas e entre as estacas e a estrutura do edifício. No caso
de estacas de betão armado, pode melhorar-se esta união se a
armadura da estaca penetrar no cabeço (fig. 10).

Figura 10: Fundação mediante estacas: a) camada resistente ou rocha; b) camada


pouco resistente; c) estaca; d) cabeço de amarração.
Estacas moldadas in situ
Nas estacas metálicas, deixam-se as cabeças das mesmas embebidas
no betão do cabeço. O cabeço da figura 10 é para quatro estacas
(duas à frente e duas atrás), mas também existem para cinco, seis,
sete ou mais estacas. No de quatro, a separação entre os centros das
estacas é de 1,2 metros e o comprimento total do cabeço é um pouco
superior a 2 metros.

As estacas são o tipo de fundação mais importante nos


terrenos pouco consistentes. Podem ser pré-fabricadas ou
moldadas in situ. Tanto num caso como noutro, as mais
utilizadas são as de betão armado.
Paredes moldadas
Se uma estaca é como um pilar enterrado, uma parede moldada é
uma parede de betão armado enterrada no solo.
Como em qualquer obra, antes da execução é necessário traçar a
fundação, que neste caso se realiza construindo uns pequenos
muretes nos bordos que servirão de guia à escavadora e para evitar
que a vala se desmorone.
A escavação é uma vala profunda que se realiza sempre por meios
mecânicos e que, normalmente, não necessita de escoramento para
evitar que se desmorone. Uma vez terminada a vala, procede-se à
colocação das armaduras e do betão: Termina-se a parede com a
construção de uma viga na sua parte superior (viga de coroamento)
que serve de fixação e de união com a estrutura.
Uma aplicação frequente das paredes moldadas é nos edifícios com
um número importante de pisos subterrâneos, nos quais se constrói
uma parede subterrânea à volta do edifício antes de escavar as
caves, servindo a parede para evitar os desmoronamentos na
escavação, a qual se realiza depois.
Condições essenciais
Entre outras, as condições gerais que uma boa fundação deve reunir
são as seguintes:
1. Possuir a espessura necessária para suportar a carga consoante o
tipo de terreno.
2. Distribuir uniformemente as cargas para assim assegurar a
estabilidade do edifício, isto é, evitar os assentamentos
diferenciais.
3. Ser impermeável, para evitar futuras infiltrações e humidades.
4. Possuir uma boa construção, com uma mão-de-obra qualificada e
utilizando materiais adequados e de qualidade.
Os muros de suporte
Os muros de suporte são paredes destinadas a conter solos, outros
sólidos, ou líquidos. Aqui trataremos, principalmente, os muros de
suporte de terras.
Muros de gravidade
São muros muito maciços que conseguem manter a estabilidade
graças ao seu próprio volume e peso (fig. 11). Constroem-se de
pedra, tijolo ou betão em massa. Devido ao seu grande volume, não
se costumam empregar para alturas superiores a 2 m (para alturas
maiores é mais económico o emprego de muros de flexão).
A sua principal vantagem em relação aos outros tipos de muros de
suporte é que se podem construir com materiais de menor preço (o
betão em massa, por exemplo, é mais barato do que o betão armado,
já que poupamos nas armaduras), se bem que nos muros de
gravidade empreguemos uma maior quantidade de material para dar
peso ao muro.
Se forem construídos em betão, é necessário ter em conta que este
material sofre pequenas variações de volume (como veremos
amplamente nas lições dedicadas ao betão) que podem criar tensões
se não se colocarem as juntas de dilatação necessárias para permitir
os movimentos que estas variações de volume produzem.
Muros de flexão ou ligeiros
São muros em que a estabilidade é confiada à resistência do material
utilizado (fig. 12). Constroem-se em betão armado ou, menos
habitualmente, empregando chapa ondulada de aço ou elementos
pré-fabricados de betão. Requerem muito menos material do que um
muro de gravidade.
Estes muros são encastrados numa sapata que se pode situar à
frente ou atrás. Podem possuir contrafortes ou serem escorados ao
material.
Nos casos em que o muro e a sapata poderiam deslizar devido à força
da terra contida, constrói-se por baixo da sapata uma saliência,
chamada tacão, que atua como um freio, impedindo o deslizamento.
Como muro de suporte ligeiro podem também empregar-se umas
paredes formadas por estacas pré-fabricadas e cravadas muito
juntas. Estas estacas têm formas planas e fixam-se umas às outras
por diversos sistemas, que dependem da estaca, já que se
comercializam muitos tipos de estacas pré-fabricadas que se unem
por sistemas diferentes.
Outro tipo de muros ligeiros são as paredes moldadas, que já vimos
ao tratar das fundações.
Muros de flexão ou ligeiros

Os muros de suporte podem ser de gravidade, nos quais a


resistência provém do próprio peso e volume do muro, ou de
flexão, nos quais a resistência é devida ao material utilizado
(são ligeiros).
Drenagens
Se as terras contidas pelo muro acumulam água (por exemplo,
procedente da chuva), esta produz vários efeitos:
• Faz com que a terra contida pese mais. Se passar para o solo
sobre o qual apoia o muro, pode torná-lo mais brando (consoante
o tipo de solo e a quantidade de água), prejudicando a
estabilidade da totalidade do muro.
• Pode filtrar-se pelo muro, prejudicando o betão e as armaduras e
fazendo aparecer humidade na outra face do muro.
O conjunto de elementos que instalamos com a finalidade de eliminar
a água sobrante é conhecido pelo nome de drenagem.
Em pequenos muros pode ser suficiente para a drenagem o deixar
algumas aberturas no próprio muro, mas em muros maiores e em
terrenos permeáveis (que deixam passar a água e que podem
acumulá-la, como é o caso dos terrenos arenosos), pode ser
necessário recolhê-la para a evacuar para um sitio adequado. Drenar
através do muro não é possível em certos muros de suporte, como
por exemplo os que limitam uma cave, já que se deixássemos
aberturas para a drenagem, a água iria passar directamente para o
interior da cave.
Drenagens
Os elementos drenantes (elementos que produzem a drenagem)
podem ser:
• Lineares. São elementos que se colocam horizontalmente na parte
baixa do exterior do muro, recolhendo a água que é filtrada pelo
terreno. Podem ser tubos perfurados pela parte superior (para que a
água possa combinação de ambos os sistemas.
• Superficiais. São elementos que se colocam em toda a extensão do
exterior da parede e que recolhem a água transportando-a para um
drenante linear (um tubo) situado no seu extremo inferior. Podem ser
camadas de material filtrante (brita, por exemplo) ou camadas de um
material poroso.
RESUMO: O objetivo da drenagem é a evacuação da água que pode
acumular-se atrás do muro. Os elementos drenantes podem ser
lineares ou superficiais.
Segurança nas fundações
Vamos agora conhecer alguns riscos e trataremos de diversas
medidas de segurança que é importante ter em conta e praticar
durante a construção das fundações e dos muros de suporte. Tudo
isto sem excluir a existência de outros riscos e proteções que não
mencionaremos e que são próprios de cada obra e momento, ou
então que são ditados pela nossa própria experiência e sentido
comum.
Nunca nos devemos esquecer dos princípios gerais de segurança tais
como cuidar da segurança pessoal (por exemplo, numa obra, colocar
sempre o capacete) e prestar atenção ao nosso trabalho e ao que se
passa à nossa volta.
Segurança na escavação
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Segurança nas armaduras
Os riscos característicos desta fase serão vistos nas lições dedicadas
ao betão armado. Em jeito de resumo, dois riscos comuns são:
1. Os cortes nas mãos ao manusear as armaduras.
2. Os golpes pelas máquinas empregues para a colocação do betão.

Devem ser tomadas ainda as seguintes duas precauções:


1. Manipular sempre as armaduras com luvas resistentes.
2. Delimitar a área de trabalho da maquinaria em funcionamento e
não entrar nela.
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