Tecnicas de Construcao Apostila Unibta 2024 456p

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Aula 1.

1
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Gestão preliminar do canteiro de obras


_1.1_
Apresentação
A construção de uma obra desde o zero, junto com seu canteiro de obras, é um desafio e tanto. Um
canteiro de obras limpo e organizado contribui com o meio ambiente, aumenta a eficácia e a
produtividade da obra e diminui os acidentes de trabalho. Além disso, também gera conforto e
segurança aos trabalhadores.

Existem três tipos de canteiros de obras: restritos, amplos, e longos e estreitos. Há elementos
essenciais e normatizados para as áreas de vivência, que propiciam condições de trabalho
adequadas e um ambiente de trabalho mais agradável.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá elementos essenciais para organizar um canteiro
de obras e compreender melhor seu funcionamento. Entenda a importância da boa administração
dos materiais e equipamentos presentes na obra, que devem ser estocados em locais adequados
para evitar desperdícios, movimentações desnecessárias e assegurar a segurança dos
trabalhadores.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os diferentes tipos de canteiros de obras e seus componentes.


• Organizar os diversos projetos constituintes da obra.
• Definir processos de administração de materiais e de equipamentos em canteiros de obras.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções - Erros no conteúdo; - Precisei


pesquisar mais; - Conteúdo Livro difícil. Mais: Erro no Vídeo, imagem ruim cortada, video
muito curto.
_1.1_ Desafio

Para a elaboração e execução de projetos de construção civil, deve-se lidar com diversos projetos
na mesma obra. O gestor da obra deverá conhecer os diferentes tipos de projetos para que ela
tenha um bom andamento e também as etapas e momentos em que cada projeto é utilizado. Para
isso, a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é uma excelente ferramenta de organização. A EAP
possibilita o desmembramento de todas as atividades da obra, permitindo que o gestor tenha uma
visão geral da construção, das partes constituintes do projeto e se todas as exigências do cliente
estão sendo atendidas.

Imagine que você é gestor de obras e seu futuro vizinho contrata seus serviços para construir a
nova casa. A casa terá um andar, vigas e pilares em concreto armado, paredes de alvenaria e
telhado. O cliente quer que o telhado seja impermeabilizado.

Quais projetos você deverá providenciar para a elaboração da obra? Elabore uma EAP com as
etapas essenciais da obra, no formato que desejar.

elm = img da p.22 de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6198906/mod_resource/


content/0/Gerenciamento%20de%20Projetos-1sem2021.pdf

Padrão de resposta esperado


Para construir uma obra, se necessita essencialmente do projeto de aprovação
legal de construção, com carimbo da Prefeitura, permitindo a sua execução. O
projeto arquitetônico, o projeto de fundações, o projeto estrutural, o
projeto de instalações elétricas e o projeto de instalações sanitárias (ou
hidrossanitárias) são os elementos básicos necessários para a elaboração de
um projeto.
A EAP pode apresentar três formatos: em árvore, analítico ou mapa mental.
Todos estão corretos. Além disso, a maneira como cada pessoa elabora sua
EAP pode variar. O mais importante é que todas as etapas e elementos da
obra estejam presentes na estrutura. Veja, a seguir, uma possível EAP da
obra em formato de árvore.
_1.1_ Infográfico

A administração dos materiais e equipamentos de um canteiro de obras está diretamente ligada a


como estes são estocados e de que maneira o layout do canteiro de obra é planejado.

Veja, no Infográfico, algumas dicas e elementos essenciais do layout de um canteiro de obras.

LAVOUT DA OBRA: OOUE FAZER


COM OS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS?
Durante a execução de uma obra, diversos materiais e equipamentos passam pelo
canteiro de obras; por isso, é importante a elaboração de um layout organizado.
Aqui, você verá os elementos essenciais do canteiro de obras de um prédio e dicas
para a administração dos materiais e equ ipamentos da obra.

1. Prédio 2. Elevador de carga 3. Caminhão 4. Área de manobra para caminhões

5. ÁREAS DE ARMAZENAMENTO

Devem ser armazenados em local coberto ou tapado com lona impermeável. As


baias de armazenamento têm, tipicamente, três lados e cerca de 1,20 metros de
altura, com largura de, no mínimo, 3 metros. Devem est ar sobre laje ou piso
cim entado. Quando não houver piso, a opção é desprezar os últimos 15
centímetros de estoque. Deve-se garantir a boa drenagem do local.

CIMENTO Deve ser armazenado em local coberto ou tapado com lona


impermeável. Para evitar o cantata dos sacos com umidade,
é importante fazer a pilha em cima de estrados e manter
uma distância entre as pilhas e paredes ou teto. A pilhas
devem ter, no máximo, 10 sacos, mas para regiões mu ito
quentes aconselha-se pilhas de somente 5 sacos.
Devem ser armazenados em local coberto ou tapado com
AGREGADOS lona impermeável. As baias de armazenamento têm,
tipicamente, três lados e cerca de 1,20 metros de altura,
com largura de, no mínimo, 3 metros. Devem estar sobr
laje ou piso cimentado. Quando não houver piso, a opção é
desprezar os últimos 15 centímetros de estoque. Deve-se
garantir a boa drenagem do local.

BLOCOS ETIJOLOS Devem estar em local nivelado, com zona coberta ou


tapa d os com lona impermeável. A separação dos blocos e
tijolos por tipo é essencia l e as pilhas devem ter altura
máxima de 1,40 metros. Devem estar próximos do transporte
vertical da obra e seu transporte é facilitado com o uso de
pallet s ou carrinhos porta - blocos.

AÇOS EARMADURAS

TUBOS DE PVC Devem estar preferencialmente no almoxarifado, em


lugares sem exposição ao sol ou cobertos com lona.
É importante a separação e identificação por diâmetros.
Em lugares com pouco espaço, podem est ar localizados
em paredes cobertas e com ganchos.

São destinadas à alimentação, higiene pessoal, descanso,


6. ÁREAS DE VIVÊNCIA lazer, convivência e procedimentos ambulatoriais, e
devem ficar fisicamente separadas das áreas operacionais.
Dependendo do número de trabalhadores e se há
t raba lhadores alojados na obra, podem conter: instalações
sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições,
cozinha, lavanderia, área de lazer e ambulatório.

Deve-se executar o contrapiso antes de alocar qualquer ]


7. VIAS DE CIRCULAÇÃO estoque, facilitando a circulação de pessoas e evitando a tr1
perda de materiais, a redução da produtividade e acidentes
de trabalho. O trajeto de caminhões deve ser em solo
estável; é comum encontrarmos canteiros com uma camada
de brita nesses trechos. É muit o importante assegurar a
drenagem de todas as vias e de toda a obra. Além disso,
deve-se pensar na interferência de elementos da obra, como
escoramentos e sacadas, na circulação de pessoas e veículos.
8. POSTO DE PRODUÇÃO DE Aqui, se localiza a betoneira e os materiais para fazer o
ARGAMASSA ECONCRETO concreto. O melhor é que se localize próximo ao elevador
de carga, para que o acesso a outros pavimentos seja
facilitado. Ela deve estar sob área coberta, podendo
loca lizar-se no pavimento térreo, abaixo da obra, ou em
área com telhado construído especialmente para isso.

9. DISPOSIÇÃO DE ENTULHO Deve ser feita em caçamba de entulho ou baia de


armazenamento. É muito comum a utilização de tubos
coletores e caçambas de entulho. Deve estar em um
lugar acessível para os caminhões tele - entulho.
_1.1_ Conteúdo do livro

A gestão de canteiros de obras envolve muitos aspectos, como: entender os tipos de canteiros de
obra para poder administrá-los melhor, entender as partes contituintes de um canteiro de obras,
lidar com diversos tipos de projetos, normas, estocar materiais e equipamentos com segurança,
entre muitas outras coisas.

No capítulo Gestão priliminar do canteiro de obras, da obra Gestão de obras, aprenda mais sobre
todos esses aspectos em um canteiro de obras.
~UMÁRIQ]
Introdução à gestão de obras ....................................................................... 11
Conceitos de gestão e plancjamento de o bras...........................- ...................................................... 12
Principais etapas do gercnciamcnto de obras .................................................................................... 14
Papel e responsabilidades dos stakeho/ders ....................... ··-· ...................................................... 19

Gestão preliminar do canteiro de obras ................................................... 25


Tipos de canteiros de obras e seus componcn tcs.............- ............................................................. 26
Projetos constituintes da obra ....................................................................................................................... 30
Adm inistração de materiais e de equipamentos cm canteiros de o bras ........................... 36

Documentos e contratos de obras ..............................................................43


Documentos para licenciamento de obras ...........................................................................................44
Contratos com clientes e fornecedorcs ....................................-............................................................. 48
Tipos de relatórios de obras ............................................................................................................................ 53

Produtividade da obra ..................................................................................... 63


Aspectos que impactam na produlividade ..........................................................................................63
Indicadores de produtividade ...............................................................·-···················································· 67
Obstáculos e erros na gestão de obras .................................................................................................... 71

Orçamento e controle...................................................................................... 77
Quantificação e critérios de medição de recursos............................................................................ 77
Pacotes de contratação ...................................................................................................................................... 84
Planos de contratação de recursos ............................................................................................................. 87

Planejamento e controle de obras .............................................................. 93


Planejamenlo estratégico, lático e operacional ................................................................................. 93
Cronograma físico e o diário de obra ..................................................... ········- ······ ............................. 99
Reunião de microciclos de planejamento............................................................................................ 103

Viabilidade econômica de uma obra ....................................................... 109


Cronograma fi nancciro.....................................................................................................................................109
MatriL de controles financciros.............................................................·- ············- ············- ························ 114
Análise econômica e mercadológica ...................................................................................................... 118

Riscos na gestão de obras ............................................................................ 123


Matriz de riscos e de controles financei ros .......................................................................................... 121\
Leis de trabalho e relações de t rabalho lerceiriLadas ...................................................................129
Controle de ai Lcraçõcs de projclos........................................................................................................... 136
Gestão preliminar
do canteiro de obras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os diferentes tipos de canteiros de obras e seus componentes.


„„ Organizar os diversos projetos constituintes da obra.
„„ Definir processos de administração de materiais e de equipamentos
em canteiros de obras.

Introdução
Quando você imagina um canteiro de obras, no que você pensa? Um
canteiro de obras é tipicamente imaginado como algo desorganizado
e bagunçado, mas ele deve ser encarado como o cartão de visitas de
uma construção. Imagine a impressão do seu cliente ou do seu chefe
em ver o canteiro de obras, do qual você é responsável, ajeitado e bem
estruturado. Isso trará uma ótima primeira impressão sobre a obra e
melhorará seu relacionamento com eles. Além disso, um canteiro de
obras limpo e organizado facilita muito a execução da obra, deixando-
-a mais dinâmica e em harmonia com o meio ambiente local. Acima
de tudo, sua organização é primordial no aumento da eficiência e da
produtividade da obra, diminuindo, consequentemente, o número de
acidentes de trabalho.
Neste capítulo, você vai aprender pontos essenciais para uma boa
gestão de canteiro de obra. Primeiramente, você vai saber o que é um
canteiro de obras e identificar os tipos de canteiros existentes e suas
características. Em seguida, você vai ver que existem muitos projetos
dentro da mesma obra e que é essencial conhecê-los e compatibilizá-los.
Você conhecerá também uma maneira simples e muito útil de observar
2 Gestão preliminar do canteiro de obras

os projetos que serão executados na sua obra, a estrutura analítica do


projeto (EAP). Por último, você vai entender as principais medidas de ad-
ministração e organização dos materiais e equipamentos em um canteiro
de obras. Vai aprender as localizações mais indicadas para cada tipo de
material e equipamento, a melhor maneira de estocá-lo, as medidas de
segurança para evitar acidentes e a importância do planejamento do
layout de um canteiro obras.

Tipos de canteiros de obras e seus componentes


Antes de começar a entender os tipos de canteiro de obras existentes, você já
se perguntou o que é um canteiro de obras? A norma da Associação Brasileira
de Normas Técnicas NBR 12284 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obra
define canteiro de obras como áreas destinadas à execução e ao apoio dos
trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e
áreas de vivência (ASSOCIAÇÃO..., 1991). Você pode entender o canteiro de
obra como o local que gera uma determinada construção. Ele nada mais é do
que uma fábrica, trabalhando para construir seu produto final: a obra.
Segundo Illingworth (2000), os canteiros de obra podem ser classificados
em três diferentes tipos, descritos a seguir.

„„ Restritos: é quando a construção ocupa todo o terreno, ou boa parte


dele, e a obra tem acessos restritos. Exemplos desse tipo de canteiros
são obras em áreas centrais de grandes cidades, ampliações e reformas.
„„ Amplos: é quando a construção ocupa uma parcela relativamente pe-
quena do terreno da obra. Nos canteiros amplos, há disponibilidade
de acesso de veículos e há espaço para o armazenamento de materiais
e o alojamento de pessoas. Alguns exemplos desse tipo de canteiro
são construções de conjuntos habitacionais horizontais, de plantas
industriais, de barragens, de usinas hidrelétricas e outras construções
de grande porte.
„„ Longos e estreitos: são canteiros restringidos por uma de suas dimen-
sões, com o acesso limitado a poucos pontos do terreno. Exemplos de
canteiros longos e estreitos são rodovias, estradas de ferro, redes de
gás e petróleo e algumas construções de prédios em terrenos estreitos.
Gestão preliminar do canteiro de obras 3

Veja a seguir duas dicas para o planejamento de canteiros restritos fornecidas por
Illingworth (2000).
„„ Começar pela fronteira mais difícil: executar os serviços das divisas mais problemá-
ticas antes do resto da obra evita que se tenha que acessar essa divisa nas fases
posteriores de execução da obra, em que outros fatores podem dificultar o acesso.
„„ Criar espaços utilizáveis no térreo o quanto antes: em obras com nível subterrâneo
ocupando quase todo terreno da obra, o ideal é concluir o nível térreo o mais cedo
possível para poder montar seu canteiro de obras permanente.

A NBR 12284 ainda define duas áreas principais do canteiro de obras: as áreas
operacionais e as áreas de vivência (ASSOCIAÇÃO..., 1991). Os componentes
das duas áreas e a especificação de cada uma delas serão descritos a seguir.

„„ Áreas operacionais: são aquelas em que se desenvolvem as atividades


de trabalho ligadas diretamente à produção.
„„ Áreas de vivência: são aquelas destinadas a suprir as necessidades
básicas humanas de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer,
convivência e procedimentos ambulatoriais, devendo ficar fisicamente
separadas das áreas operacionais.

Componentes de áreas da operação:

a) Escritórios:
■■ Gerente do contrato
■■ Administração contractual
■■ Custos e orçamentos (novos serviços)
■■ Planejamento
■■ Produção
■■ Qualidade
■■ Segurança do trabalho
■■ Meio ambiente
b) Áreas de apoio à produção
■■ Mestre de obras
■■ Almoxarifado (obra, escritório, EPI)
■■ Laboratório de qualidade
■■ Central de armação
4 Gestão preliminar do canteiro de obras

■■ Área de carga e descarga


c) Áreas de apoio à produção especial
■■ Central de solda
■■ Área de carga e descarga / armazenagem de pré-moldado
■■ Central de concreto
■■ Pátio de manutenção de equipamentos
■■ Balança
■■ Central de andaimes
■■ Central de esquadrias

Componentes das áreas de vivência:

a) Áreas comuns:
■■ Instalações sanitárias
■■ Vestiários
■■ Refeitório/cozinha
■■ Alojamento (em alguns casos)
■■ Ambulatório
■■ Lavanderia
■■ Área de treinamento
b) Geral
■■ Guarita
■■ Estacionamento
■■ Vias de acesso
■■ Coleta seletiva (classes A, B, C e D)

A organização do canteiro de obras deve estar de acordo com as normas


vigentes, em que se destaca a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) — Con-
dições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Essa norma
torna obrigatória a elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) para estabelecimentos
com mais de 20 trabalhadores, exigindo o cumprimento da NR-18 e de outros
dispositivos de segurança. São detalhadas a seguir algumas das exigências da
NR-18 sobre as áreas de vivência do canteiro de obras. A NR-18 destaca que
os canteiros devem dispor dos seguintes itens (BRASIL, 2015):

„„ Instalações sanitárias: deve conter lavatório, vaso sanitário e mictório,


na proporção de 1 para cada grupo de 20 trabalhadores, e chuveiro na
proporção de 1 para cada 10 trabalhadores.
Gestão preliminar do canteiro de obras 5

„„ Vestiário: todo canteiro de obra deve ter vestiário para a troca de roupa
dos trabalhadores que não residem no local. A localização do vestiário
deve ser próxima aos alojamentos ou à entrada da obra e não ter acesso
direto com o local de refeições.
„„ Alojamento: devem ter camas com lençol, travesseiro, fronha e cobertor
quando necessário. É proibido o uso de três ou mais camas na mesma
vertical. A cama superior do beliche deve ter proteção lateral e escada.
Devem ter armários duplos individuais. É proibido cozinhar ou aquecer
comida dentro dos alojamentos. É obrigatório o fornecimento de água
potável, filtrada e fresca, por meio de bebedouros de jato inclinado ou
similar, na proporção de 1 para 25 trabalhadores.
„„ Local de refeições: é obrigatório nos canteiros de obras, independente-
mente do número de trabalhadores. Deve ter um local exclusivo para o
aquecimento de refeições, dotado de equipamento adequado. É proibido
preparar ou aquecer refeições fora do local de refeições. É obrigatório,
nesse local, o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, por meio
de bebedouros de jato inclinado ou similar, sendo proibida a utilização
de copos coletivos.
„„ Cozinha: é obrigatória quando houver preparo de refeições na obra.
É obrigatório ter pia para lavar alimentos e utensílios, ter ventilação,
dispor de recipiente para coleta de lixo com tampa, ter equipamento
de refrigeração e ficar adjacente ao local de refeições. É obrigatório
o uso de aventais e gorros para as pessoas que trabalham na cozinha.
„„ Lavanderia: deve ter tanques individuais ou coletivos em número
adequado. A empresa pode contratar serviço terceirizado para atender
a este item.
„„ Área de lazer: devem ser previstos lugares para a recreação dos tra-
balhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para
este fim.
„„ Ambulatório: obrigatório quando houver mais de 50 trabalhadores.

A NR-18 destaca que a presença de alojamento, lavanderia e área de lazer é obrigatória


para obras em que houver trabalhadores alojados. As áreas de vivência devem ser
mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
6 Gestão preliminar do canteiro de obras

A necessidade de um canteiro de obras limpo e organizado vai além das


recomendações da NR-18. O canteiro deve apresentar um layout e uma logística
funcional, que estejam de acordo com as normas, com as necessidades de
armazenamento e estoque de materiais e com a necessidade de movimentação
vertical e horizontal de pessoas, materiais e equipamentos.
O layout e a logística do canteiro de obras definem a disposição de pessoas,
equipamentos e materiais no terreno, buscando um arranjo eficiente que re-
duza o máximo possível as movimentações na obra. As atividades principais
da logística dizem respeito ao transporte, ao processamento de pedidos e ao
gerenciamento de estoque, enquanto as atividades secundárias envolvem
manuseio de materiais, armazenagem, compras e sistema de informação. O
layout deve ser pensado em todas as fases da obra de maneira estratégica e
levando em conta as atividades da logística. Com isso, o tempo de trabalho
das pessoas é melhor aproveitado, o manuseio desnecessário dos equipamentos
diminui, evitando acidentes de trabalho, e a produtividade da obra aumenta.
Um elemento facilitador muito utilizado em obras é o barracão de obra.
O barracão pode ser utilizado para diversas funções, como para banheiros,
vestiários, escritório e estoque de materiais e equipamentos, por exemplo. O
barracão pode ser construído na própria obra ou, de maneira prática, alugado
na forma de containers.
A compreensão das partes constituintes e das normas que regem a monta-
gem do canteiro de obras é essencial para desenvolver um bom planejamento
para a obra. O bom planejamento do canteiro de obras possibilita que o espaço
físico da obra seja melhor utilizado, de maneira eficiente e segura, minimizando
movimentações e facilitando tarefas. Ter um canteiro de obra otimizado, limpo
e organizado significa que o trabalho do gestor será facilitado e os problemas
serão reduzidos.

Projetos constituintes da obra


Seria ótimo se existisse somente um projeto para a obra inteira. Você já se
perguntou quantos projetos diferentes existem em uma mesma obra? Como
gestor, quais projetos você deverá contratar para que sua obra seja bem execu-
tada? Quanto mais completos forem os projetos da obra, menos improvisos e
imprevistos ocorrerão, facilitando muito seu sucesso. Por outro lado, projetos
excessivamente detalhados podem ser um desperdício de tempo e dinheiro.
Então, quais são os projetos mais importantes para uma obra?
Gestão preliminar do canteiro de obras 7

Claro que o conjunto de projetos vai depender do tipo de obra. De modo


geral, para a construção de prédios e casas, destacam-se os seguintes projetos.

„„ Projeto de aprovação legal de construção: é o projeto que será ca-


rimbado pela prefeitura da cidade, dando o alvará de construção ou a
permissão para a execução da obra. Esse documento é necessário tanto
para obras particulares como para obras públicas e é necessário, muitas
vezes, para buscar financiamento em bancos. Cada cidade tem seu pró-
prio Plano Diretor, que estabelece algumas regras para as construções
com o objetivo de urbanizar a cidade de forma organizada. Por exemplo,
algumas áreas da cidade são destinadas a casas, não podendo ter prédios,
indústrias ou comércios. O Plano Diretor estabelece também quanto da
área do terreno poderá ser ocupada pela construção, a distância lateral
entre as edificações, quanto do terreno deverá permanecer permeável,
índices de iluminação e de ventilação, entre outros fatores. Algumas
aprovações de projetos estipulam prazos de validade para o documento
e outras simplesmente aprovam o início da obra, aspecto que varia de
cidade para cidade.
„„ Projeto arquitetônico: é o projeto de criação estética da obra, em que se
poderá ver qual o produto final da obra. O projeto deve estar de acordo
com o Plano Diretor da cidade. Esse projeto apresentará os desenhos
de fachada da construção e divisões de espaços interiores, mas um
bom projeto irá muito além disso. Um bom projeto arquitetônico tem
detalhes sobre os materiais utilizados no interior da construção, como
pisos, pedras, cerâmicas, rodapés, pontos de iluminação, assim como
suas especificações e marcas aconselhadas. Ele deve andar junto com
o projeto estrutural, para que a estrutura desejada possa ser dimensio-
nada pelo engenheiro estrutural e não cause um aumento excessivo
de gastos. O projeto também deve ser compatibilizado com o projeto
elétrico, hidráulico e outros possíveis projetos existentes na obra. Nesse
projeto, pode-se ainda encontrar o projeto de jardins, iluminação externa,
irrigação, design interno da obra, entre outros elementos estéticos da
obra, conforme solicitado e contratado.
„„ Projeto estrutural: projeto que dimensionará e detalhará a estrutura
para que ela resista aos esforços a que será submetida e atenda às
condições mínimas de conforto. Ele dependerá do método construtivo
utilizado, tipicamente de concreto armado, estrutura metálica, alvenaria
ou madeira. Ele levará em consideração fatores como clima, ação do
8 Gestão preliminar do canteiro de obras

vento e cargas permanentes e acidentais. Nele constarão as dimensões e a


localização de vigas, pilares, paredes, lajes e outros elementos estruturais
da obra. Além disso, o projeto estrutural detalha as especificações de
resistência mínima dos elementos estruturais, como do concreto, das
armaduras ou da madeira.
„„ Projeto geotécnico e de fundações: projeto em que você encontrará
as especificações para a construção das fundações que sustentarão
todas as cargas da estrutura da obra, que serão transferidas para o
solo. Um problema neste projeto pode colocar em risco toda a estrutura
construída acima dele. É importante que o projeto das fundações da
obra seja baseado em sondagens geotécnicas do solo onde a obra está
sendo construída. Ele especificará o tipo de fundação utilizada, se será
superficial ou profunda, as suas dimensões, o nível de assentamento,
o tipo de material utilizado e o detalhamento. O projeto ainda pode
ter especificações de técnicas de melhoramento ou reforço de solos.
„„ Projeto hidráulico: também chamado de projeto hidrossanitário, este
projeto especifica a passagem das tubulações de água, a posições e os
diâmetros dos canos, os registros e a posição da caixa d’água. Deve
levar em consideração a pressão mínima para correto funcionamento
de registros e chuveiros. O projeto pode ter especificação sobre coleta,
reservação e distribuição de água. Geralmente o projeto hidráulico
contempla sistemas de água fria e quente, esgoto, drenagem de águas
pluviais, assim como sua ligação com o sistema público.
„„ Projeto elétrico: projeto que determina como são os circuitos elétricos
e seus componentes em uma obra, como tomadas, interruptores, lu-
minárias, ar-condicionado, entre outros. O projeto também especifica
o quadro de distribuição de energia, seus disjuntores, os dispositivos
de proteção, a ligação com a rede pública de energia e o sistema de
proteção contra descargas elétricas naturais (como para-raios). Deve-se
ressaltar que as ligações provisórias utilizadas durante a execução da
obra também devem ser dimensionadas adequadamente, levando em
conta a segurança dos trabalhadores que irão utilizá-las.
„„ Projeto de prevenção contra incêndio (PPCI): é uma exigência legal
para instalações comerciais, industriais, de diversões públicas e edi-
fícios residenciais multifamiliares. As residências familiares únicas
não necessitam de PPCI. O projeto visa a amenizar os danos causados
por incêndios e proteger a integridade física das pessoas e deve ser
submetido e aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
Gestão preliminar do canteiro de obras 9

De acordo com a complexidade e o tipo da obra, outros projetos podem ser


necessários. Alguns exemplos são projeto de terraplanagem, pavimentação,
acústica, instalações de gás, estacionamento, sinalização, alarme, fôrmas,
drenagem, ar-condicionado, entre muitos outros. Veja no Quadro 1 os pro-
jetos básicos para a construção de estradas, pontes e barragens. Devem ser
incluídas análises de sismicidade quando a obra estiver suscetível a sismos.
Além disso, a necessidade de análise dos impactos ambientais e o projeto de
medidas mitigadoras também devem ser avaliados para cada obra.

Quadro 1. Estudos e projetos necessários para construção de estradas, pontes e barragens

Estrada Ponte Barragem

Estudos geotécnicos Estudos geotécnicos Estudos geotécnicos


e geológicos e geológicos e geológicos
Estudos hidrológicos Estudos hidrológicos Estudos hidrológicos
e hidráulicos e hidráulicos e hidráulicos
Estudos topográficos Estudos topográficos Estudos topográficos
Estudos de tráfego Estudos de tráfego Estudos de agregados
Estudos de traçado Estudos de traçado (barragem de terra)
Projeto geométrico e Projeto geométrico e Projeto geotécnico
de terraplanagem de terraplanagem da barragem
Projeto de pavimentação Projeto arquitetônico (barragem de terra)
Projeto elétrico Projeto estrutural Projeto estrutural
Projeto de drenagem Projeto de fundações (barragem de concreto)
Projeto de Projeto elétrico Projeto do reservatório
desapropriação Projeto de elementos Projeto do vertedouro
Projeto de interseções, de segurança Projeto de acessibilidade
retornos e acessos Projeto de drenagem Projeto das áreas
Projeto de sinalização Projeto de de operação
Projeto de elementos pavimentação Projeto elétrico
de segurança Projeto de sinalização

É importante garantir a compatibilização entre os projetos. As tubulações


do projeto hidráulico podem passar no mesmo lugar de circuitos elétricos, ou de
uma parte importante da estrutura e das armaduras. Verificar se um projeto está
interferindo no outro evita imprevistos durante a execução da obra. Por isso, é
muito importante que os projetistas das diferentes áreas se comuniquem entre
10 Gestão preliminar do canteiro de obras

si, sincronizando seus trabalhos e evitando alterações e retrabalhos futuros. O


ideal é que os projetos cheguem ao encarregado da obra sem interferências,
mas a complexidade e a diversidade de projetos de uma obra fazem com que
alguns pontos passem despercebidos até para projetistas muito experientes. A
compatibilização de projetos compromete desde o projetista até o trabalhador
da obra, pois pode gerar retrabalho para todas as partes, e por isso deve ser
encarado como responsabilidade de todos.
Mesmo buscando uma boa compatibilização de projetos, é comum durante
a fase de projeto e de construção de uma obra que os projetos originais sofram
alterações. Isso faz com que as plantas sejam revistas e os projetos tenham
diversas versões, buscando sempre manter a planta atualizada. Durante a fase
de projeto é muito importante que as versões finais dos projetos sejam apro-
vadas, assinadas e carimbadas pelos seus responsáveis técnicos. A confusão
das diversas versões dos projetos, sem oficialização da versão final, pode
acarretar grandes prejuízos na execução da obra. Por isso, o executor da obra
deve ter certeza de que está com a versão final dos projetos em mãos. Cabe
ressaltar que essa validação da versão final do projeto é inclusive utilizada,
muitas vezes, como fator obrigatório para concorrer a licitações para execução
de obras públicas. Isso garante que o executor trabalhará com a versão final
do projeto durante a obra.
A atualização e a organização das versões do projeto também são essenciais
durante a execução obra. A revisão final, que representa como a obra foi real-
mente construída, é chamada de As Built, em português “Como Construído”.
O As Built não deve mais sofrer alterações e é a versão do projeto que deve
ser averbada no órgão de registro da cidade, devidamente acompanhada da
documentação técnica do responsável pelo projeto. Assim, na hora de fazer
uma nova obra do terreno, o responsável da obra poderá consultar o As Built
e verificar quais tipos de interferência poderá encontrar no projeto.
Entretanto, como organizar conjuntamente todos os projetos de uma obra?
Para facilitar a identificação das atividades que constituem a obra, Mattos
(2010) aconselha a elaboração da EAP. Trata-se da estrutura hierárquica das
atividades da obra, que são decompostas progressivamente em atividades
menores e mais fáceis de manejar. A EAP pode ser feita em três formas,
conforme se vê na Figura 1.
Gestão preliminar do canteiro de obras 11

a) b)

Casa
Casa
Fundação
Escavação
Sapatas
Estrutura
Fundação

Estrutura

Acabamento
Alvenaria
Telhado
Instalações
Acabamento
Esquadrias
Revestimento
Revestimento
Escavação
Sapatas

Alvenaria

Telhado

Instalações

Esquadrias

Pintura
Pintura

Alvenaria
c) Estrutura Telhado
Escavação Instalações
Fundação
Sapatas CASA Esquadrias
Acabamento Revestimento
Pintura

Figura 1. Três formatos da EAP: (a) árvore, (b) analítico e (c) mapa mental.
Fonte: Mattos (2010).

Pode-se dizer que o sistema de árvore é o mais fácil de se entender, pois


o processo de decomposição em etapas se assemelha muito ao de uma árvore
genealógica familiar, com os mais velhos em blocos nos níveis superiores e
seus filhos nos níveis inferiores. A estrutura analítica é a mais utilizada pelos
softwares de planejamento. A estrutura de mapa mental é similar à estrutura
de árvore, porém sem blocos e distribuída radialmente com uma ideia central.
A EAP deve ser feita com especial atenção, pois se alguma atividade for
esquecida, todo o planejamento da obra deverá ser reformulado e isso poderá
atrasar a obra, levando à elaboração de projetos de última hora. Mattos (2010)
ressalta que o desmembramento das atividades da obra não é uma tarefa fácil
e deve ter a colaboração de todas as pessoas envolvidas no projeto. A elabo-
ração da EAP exige um entendimento aprofundado da metodologia utilizada
no projeto para possibilitar a transformação de tarefas maiores em pacotes de
tarefas menores e de fácil compreensão.
12 Gestão preliminar do canteiro de obras

Até onde você deve decompor sua EAP? Detalhar demais as atividades pode ser
desperdício de tempo e de dinheiro, além de poder deixar sua EAP confusa. Por
exemplo, não é preciso detalhar o posicionamento de cada tijolo de uma parede.
Para ajudar, Mattos (2010) destaca o tempo mínimo de um dia e o tempo máximo de
10 dias. Ou seja, se a atividade durar menos de um dia, ela é pequena demais para
constar em sua EAP, e se a atividade durar mais de 10 dias, ela deve ser decomposta
em atividades menores.

Administração de materiais e de equipamentos


em canteiros de obras
Durante uma obra, muitos materiais e equipamentos passam pelo canteiro.
Você já se perguntou qual é a melhor forma de organizá-los para facilitar o
andamento da obra, mantê-la limpa e diminuir desperdícios? Isso está direta-
mente ligado ao planejamento do layout da obra e sua logística, que definirá
estratégias para a movimentação e o armazenamento por meio da elaboração
de um arranjo físico para o canteiro.
Para começar, deve-se selecionar e classificar os materiais quanto ao seu
tempo de aplicabilidade na obra, conforme a necessidade de cada. Um exemplo
é dividi-los em três tipos: tipo 1, que serão adquiridos somente uma vez durante
a obra, como elevador, betoneira, louças, caixa d’água, entre outros; o tipo
2, de materiais recebidos em um determinado período diversas vezes, como
tijolos, concreto, armaduras, entre outros; e tipo 3, para materiais adquiridos
toda a semana. Os materiais podem mudar de categoria dependendo das ne-
cessidades de cada obra. Deve-se elaborar o planejamento de entrada e saída
dos equipamentos da obra, evitando custos desnecessários e desocupando
espaços no canteiro de obras.
Para melhor administrar a movimentação e o armazenamento de materiais
e equipamentos na obra, Saurin e Formoso (2006) definem algumas diretri-
zes que estão divididas em nove grupos. Essas diretrizes serão analisadas
posteriormente. São elas:

„„ Dimensionamento das instalações.


Gestão preliminar do canteiro de obras 13

„„ Definição do layout das áreas de armazenamento.


„„ Posto de produção de argamassa e concreto.
„„ Vias de circulação.
„„ Disposição do entulho.
„„ Armazenamento de cimento e agregados.
„„ Armazenamento de blocos e tijolos.
„„ Armazenamento de aço e armaduras.
„„ Armazenamento de tubos de PVC.

O dimensionamento de instalações de movimentação e armazenamento


usualmente adotadas para canteiros de obras de prédios, conforme Saurin e
Formoso (2006), é apresentado no Quadro 2. Esse quadro destaca algumas
das instalações mais importantes dos canteiros de obra.

Quadro 2. Dimensões usuais de instalações em canteiros de obra

Instalação Dimensões usuais

Elevador de carga 1,80 m × 2,30 m

Baias de agregados Largura: igual ou maior à caçamba do caminhão


Altura e comprimento: suficientes para o estoque
Usualmente: 3,00 m × 3,00 m × 0,80 m

Estoques de cimento Estimadas com base no planejamento


Saco de cimento: 0,70 m × 0,45 m × 0,11 m
Altura máxima da pilha: 10 sacos

Estoque de blocos Estimadas com base no planejamento


Saco de cimento: 0,70 m × 0,45 m × 0,11 m
Altura máxima da pilha: 10 sacos

Caçamba tele-entulho 1,60 m × 2,65 m

Bancada de fôrmas Um pouco maiores do que a maior


viga ou pilar a ser executado

Portão de veículos Altura e largura que permitam a passagem


do maior veículo que entrará na obra
Usualmente: 4,00 m × 4,50 m (largura x altura)

Fonte: Adaptado de Saurin e Formoso (2006).


14 Gestão preliminar do canteiro de obras

Para a definição do layout das áreas de armazenamento, aconselha-se


tentar armazenar todos os materiais possíveis no subsolo. Essa medida libera
o pavimento térreo para instalações provisórias, favorece a limpeza das áreas
de vivência, protege os materiais armazenados de intempéries e facilita a cir-
culação de materiais e trabalhadores, já que o subsolo é geralmente uma área
desobstruída. O descarregamento de material pode ser feito por meio de uma
abertura na laje do subsolo ou na parede do subsolo, com utilização opcional
de rampas. Em razão da forma e do volume de alguns materiais, como telas
de aço e blocos de alvenaria, aconselha-se o planejamento de entregas do
material conforme a obra for executada, com entrega diretamente no local de
uso por meio de pallets, para reduzir a necessidade de estoque desses materiais.
Quando as áreas de armazenamento não podem ser no subsolo, aconselha-se
que ela seja próxima ao descarregamento do material pelos caminhões, para
minimizar movimentações, e em área coberta.
O posto de produção de argamassa e concreto define a localização da
betoneira e dos materiais utilizados para fazer o concreto. Aconselha-se que o
posto se situe próximo do elevador de carga, cuidando para evitar o cruzamento
de fluxos. O posto deve estar em um local coberto, podendo ser sob a própria
construção ou sob um telhado construído para esse fim.

Uma dica para manter o canteiro de obras limpo e organizado é envolver toda a
equipe por meio de treinamento, recompensas e conscientização. Para a implantação
de um programa de qualidade existe o programa 5S, que incentiva a prática de cinco
sensos nas pessoas.
„„ Descarte (seiri): identificar objetos e materiais desnecessários e descartá-los,
liberando espaços no canteiro.
„„ Ordem (seiton): estabelecer o lugar certo para os objetos ou materiais, por meio
de sinalizações, diminuindo o tempo de busca.
„„ Limpeza (seiso): a limpeza deixa o ambiente mais agradável para se trabalhar e
melhora a imagem da empresa.
„„ Asseio (seiketsu): busca conscientizar a equipe quanto à necessidade de higiene
individual e de condições de trabalho satisfatórias quanto a ruído, temperatura e
iluminação, por exemplo.
„„ Disciplina (shitsuke): incentivar responsabilidade e iniciativa nos trabalhadores,
por exemplo, com o incentivo da utilização dos equipamentos de proteção indi-
vidual (EPI).
Gestão preliminar do canteiro de obras 15

As vias de circulação de pessoas e equipamentos deve constar no layout


do canteiro de obras. Deve-se executar o contrapiso antes de alocar qualquer
estoque, com objetivo de facilitar a circulação e evitar perdas de materiais,
redução de produtividade e acidentes de trabalho. O trajeto de caminhões deve
ser em solo estável, se necessário, com uma camada de brita. A drenagem das
vias de pessoas e veículos deve ser adequada. Deve-se verificar se a interfe-
rência de escoramentos e sacadas na circulação de pessoas e veículos, para
evitar soluções improvisadas de alteração de layout durante a obra.
O entulho, apesar de indesejado, existe em todas obras. A disposição de
entulho deve ser feita em local específico para esse fim, com caçamba ou baia
de armazenamento. A descarga pode ser feita por meio de tubos coletores,
evitando, assim, o desperdício de material e mão de obra. A caçamba ou baia
de armazenamento de entulho deve estar localizada próximo ao local de des-
carte de material ou abaixo do tubo coletor e deve ser um lugar acessível ao
caminhão de coleta. É desejável separar os depósitos de entulho para materiais
e lixo orgânico, possibilitando também a separação de entulho reaproveitável.
A Figura 2 apresenta um uso comum de caçamba e tubo coletor para descarga
de entulho.

Figura 2. Tubo coletor de entulho e caçamba e conexão para descarte por andares.
Fonte: Rita Romanyshyn/Shutterstock.com.
16 Gestão preliminar do canteiro de obras

Algumas recomendações sobre o armazenamento de cimento e agrega-


dos em canteiros de obra são descritas por Bonin et al. (1993). Um resumo é
apresentado no Quadro 3, para cimento e agregados separadamente.

Quadro 3. Recomendações para armazenamento de cimento e agregados

Cimento Agregados

Manter estoques em locais abrigados ou cobri-los com lona impermeável

Pilhas de sacos distanciadas 0,30 Baias com no mínimo três lados


m de paredes e 0,50 m do teto, e cerca de 1,20 m de altura
para evitar contato com umidade
e permitir a circulação de ar

Pilhas de no máximo 10 sacos Pilhas de no máximo 1,50 m de altura

Obras com grandes estoques: utilizar Largura das baias de no mínimo 3 m


sacos mais velhos antes dos novos

Localizar sobre um estrado para evitar Estocar sobre lajes ou piso


a ascensão de umidade do piso cimentado (ou desprezar
últimos 15 cm de estoque)

Regiões muito quentes: empilhar no Providenciar boa drenagem


máximo cinco sacos, evitar lonas de para a baia de estoque
cor preta e afastar as pilhas em 0,50 m

Fonte: Adaptado de Bonin et al. (1993).

Para o armazenamento de blocos e tijolos, destaca-se os seguintes as-


pectos: local de estoque deve estar nivelado e limpo; separar blocos e tijolos
por tipos; altura máxima de 1,40 m, para evitar que os trabalhadores ergam
os braços demasiadamente; estoque localizado em zona coberta ou cobri-lo
com lona impermeável; aconselha-se marcar no solo a zona delimitada para
o estoque; o descarregamento desses materiais deve ser feito o mais próximo
possível da zona de uso ou do equipamento de transporte vertical de materiais;
utilizar pallets para sua movimentação ou carrinhos porta-blocos.
O armazenamento de aço e armaduras depende da agressividade do
meio em que a obra se encontra, conforme destaca Bonin et al. (1993). Em
meios fortemente agressivos, por exemplo, em regiões perto do mar ou
Gestão preliminar do canteiro de obras 17

industriais, deve-se armazenar o aço e as armaduras pelo menor tempo


possível, manter os estoques cobertos e abrigados em galpões. Para meios
medianamente e fracamente agressivos, como em regiões com umidade
do ar alta e média, recomenda-se cobrir o estoque com lonas plásticas. Os
seguintes cuidados são recomendados para todos os meios: barras separadas
e identificadas por diâmetro; deve-se ter mais atenção com aços já cortados
ou dobrados, em razão do rompimento da película protetora das barras; em
obras com pouco espaço, pode-se estocar as barras em ganchos nas paredes;
proteger as pontas horizontais e verticais de vergalhões para evitar acidentes
de trabalho.
Para o armazenamento de tubos de PVC, algumas dicas são: armazenar
preferencialmente no almoxarifado, ou então em lugares sem exposição direta
ao sol ou cobertos com lona; separar e identificar por bitolas; e, para obras
com pouco espaço, podem ser armazenados em ganchos na parede.
Lembre-se que a utilização de barracões de obra pode ser muito útil para a
estocagem de materiais. O barracão é um ambiente protegido de intempéries,
coberto e com piso. Além dessa dica, é sempre bom lembrar que q limpeza
do canteiro de obras é essencial para o aumento da eficiência da obra e para
que o ambiente de trabalho seja mais agradável.

A NR-18 destaca, nos itens 18.14 — Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas


e 18.24 — Armazenagem e Estocagem de Materiais, alguns aspectos essenciais que
devem ser cumpridos para garantir a segurança das pessoas e o correto armazenamento
e transporte de materiais no canteiro de obras.

Como você pode perceber, a criação de um layout adequado para todos


os materiais que passarão na obra não é fácil, porém existem muitas dicas e
recomendações que facilitam a tarefa. É sempre desejável que vários membros
da equipe opinem sobre o layout do canteiro de obras, em especial os próprios
trabalhadores da obra. Deve-se buscar a minimização de deslocamentos e evitar
o desperdício de materiais, sempre priorizando a segurança dos trabalhadores.
Mas, lembre-se: o layout de um canteiro está sempre se modificando em função
das suas necessidades e do desenvolvimento da obra.
18 Gestão preliminar do canteiro de obras

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12284:1991. Áreas de vivência


em canteiros de obras – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1991.
BONIN, L.C. et al. Manual de referência técnica para estruturas de concreto armado con-
vencionais. Porto Alegre: Sinduscon/RS, 1993.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora NR 18. Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Brasília, DF, 2015. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-re-
gulamentadoras/norma-regulamentadora-n-18-condicoes-e-meio-ambiente-de-­
trabalho-na-industria-da-construcao>. Acesso em: 22 out. 2018.
ILLINGWORTH, J. R. Construction: Methods and Planning. 2. ed. London: CRC Press, 2000.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.
OLIVEIRA, C. F. Canteiro de obra: componentes. 20 abr. 2016. Disponível em: <https://
pt.slideshare.net/CarolinaFerreiradeOl/aula-1-componentes-de-canteiro-de-obra>.
Acesso em: 22 out. 2018.
SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos.
Porto Alegre: ANTAC, 2006. (Recomendações técnicas HABITARE, 3).
_1.1_ Dica do professor
Vídeo 360o de um canteiro de obra

Faça um passeio virtual em um canteiro de obra por meio de um vídeo 360o. Aprenda sobre tipos
de canteiros e elaboração de layouts. Use o mouse para navegar pelo vídeo.

https://www.imeplayer.com/embed/363636538

acesso só via ava 3min

video mal gravado só mostra o zoom da


obra. Péssimo!
_1.1_ Exercícios

1) Existem três tipos de canteiros de obra, conforme a ocupação da construção no terreno e a


acessibilidade: restritos, amplos, e longos e estreitos. Indique qual das opções abaixo mais se
encaixa em um canteiro de obras amplo.

A) Canteiro de obras em um terreno de 20 X 60 metros, com acesso em somente um dos lados e


terreno da construção ocupando uma área de 10 x 40 metros.

B) Prédio construído no centro de São Paulo, com 40 andares, em um terreno de 25 X 30


metros, com área ocupada pela construção de 20 x 25 metros.

C) Casa construída em um terreno de 10 metros quadrados, com três andares, com acesso por
dois lados, ocupando a totalidade do terreno.

D) Prédio residencial construído no meio de um terreno de 30 X 40 metros, com área da


construção de 10 X 10 metros e acesso por três lados.

E) Canteiro de obras e um conjunto habitacional de casas geminadas, em um terreno de 30 X 50


metros, com a construção ocupando 80% da área do terreno e com acesso pela parte frontal
da obra.
2) Você é gestor da obra de um complexo habitacional com 2 torres de 15 andares cada. A
construção conta com 45 trabalhadores e, como localiza-se longe da cidade, 35
trabalhadores estão alojados na obra. A comida é encomendada pronta e chega em
recipientes individuais, todos os dias, para os trabalhadores em seu ambiente de trabalho.
Quais são os elementos essenciais do seu canteiro de obras?

A) Instalações sanitárias, vestiário, alojamento, cozinha, lavanderia, área de lazer.

B) Instalações sanitárias, alojamento, local de refeições, área de lazer, ambulatório.

C) Instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, lavanderia, área de lazer.

D) Instalações sanitárias, vestiário, alojamento, cozinha, lavanderia, área de lazer, ambulatório.

E) Instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, área de lazer, ambulatório.


3) Você é dono de uma construtora e seu novo cliente quer o projeto de uma casa de dois
andares, com residência no andar de cima e comércio no andar de baixo. Você pede ao seu
engenheiro que elabore todos os projetos necessários para a obra, para que, em seguida,
você possa pedir o projeto de aprovação legal na Prefeitura da sua cidade. Um mês depois,
seu engenheiro entrega os seguintes projetos: estrutural, de fundações, arquitetônico,
elétrico e hidrossanitário. Logo você percebe que um projeto essencial está faltando. Qual
projeto faltou o engenheiro entregar?

A) Projeto de compatibilização de instalações elétricas e hidrossanitárias.

B) Projeto de viabilidade da obra.

C) Projeto do planejamento e cronograma da obra.

D) Projeto de sondagens geotécnicas.

E) Projeto de prevenção contra incêndio.


4) Você é o encarregado de uma obra e seu chefe lhe pede para elaborar um relatório sobre os
componentes de operação da obra, para saber se eles estão funcionando de maneira eficaz.
Quais componentes estarão presentes em seu relatório?

A) Escritório de administração e escritório de segurança do trabalho da obra, escritório de


qualidade, almoxarifado geral, ambulatório, central de solda e central de esquadrias.

B) Escritório de administração da obra, escritório de segurança do trabalho da obra,


almoxarifado geral, área de carga e descarga de materiais e pátio de manutenção de
equipamentos.

C) Escritório de administração da obra, escritório de segurança do trabalho da obra, instalações


sanitárias, almoxarifado geral, laboratório de qualidade e local de armazenamento de peças
pré-moldadas.

D) Escritório de administração da obra, escritório de segurança do trabalho da obra,


almoxarifado geral, almoxarifado de equipamentos de proteção individual e refeitório.

E) Escritório de administração da obra, escritório de segurança do trabalho da obra, cozinha,


almoxarifado geral, almoxarifado de equipamentos de proteção individual e central de
concreto.
5) Você é gestor de uma obra que está recomeçando, depois de algum tempo parada, devido à
falta de verba para comprar materiais. Localizada em Balneário Camboriú, no litoral de Santa
Catarina, as fundações foram executadas e agora começará a construção do pavimento
térreo. Os trabalhadores retomarão os trabalhos em 10 dias. Porém, você já começou a
organização dos trabalhos e do canteiro, e amanhã receberá carregamentos de agregados,
sacos de cimento e armaduras. Seu chefe indica que todos os materiais que chegarem neste
período deverão ser armazenados juntos, no mesmo lugar, para que ele possa verificar
alguns dias depois. Qual a opção mais adequada para estocagem neste momento?

A) Dentro do galpão da obra, que conta com piso e telhado, cobrindo os materiais com lona
impermeável e mantendo-os longe das paredes. Os sacos de cimento em cima de estrados.

B) Nas áreas externas que tiverem piso, cobrindo com lona impermeável, o mais próximo
possível das zonas em que serão utilizadas na obra. Os sacos de cimento em cima de estrados.

C) Abaixo das áreas externas destinadas para a armazenagem de materiais, com piso e telhado.
Os sacos de cimento em cima de pallets.

D) Abaixo das áreas externas destinadas à armazenagem de materiais, com piso, telhado e
cobrindo os materiais com lona impermeável. Os sacos de cimento em cima de pallets.

E) Dentro do galpão da obra, que conta com piso e telhado, mantendo os materiais longe das
paredes, o mais próximo possível da porta, para facilitar sua retirada posteriormente. Os sacos
de cimento em cima de pallets.

elm = acho que as opções foram mal redigidas e, da forma apresentada, A e E são opções
viáveis.
_1.1_ Na prática

Existem três tipos de canteiros de obras, classificados conforme a ocupação da construção no


terreno de obras e das vias de acesso do terreno: restritos, amplos, e longos e estreitos.

Veja a seguir, Na Prática, um pouco mais sobre esses canteiros de obras e seu layout.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

ESTUDO DE CASO

Catarina é gestora de três construções na sua cidade. Cada uma apresenta um


tipo de canteiro de obras diferente.

OBRA 1: Prédio no centro


da cidade. OBRA 2: Casa de fazenda.

A construção ocupa uma pequena parte do


terreno, há diversos acessos e a gestora
tem um canteiro de obras amplo e cheio de
espaço.

OBRA 3: Nova rodovia de


asfalto, ligando zonas
rurais à cidade.

O canteiro é longo e estreito, e a gestora precisa lidar com o acesso


limitado a uma das dimensões da rodovia.

Veja como Catarina aconselha a começar o desenho do layout do canteiro de


obras:
1 Pegue papel e caneta.
2 Desenhe seu terreno e local da construção.
3 Adicione o local de entrada e saída dos veículos.
4 Defina a área de estoque de materiais.
5 Defina a área de descarregamento dos materiais.
6 Defina o local do barracão.
7 Defina o local das demais instalações da obra.

DICAS
Evite colocar o estoque muito longe da construção.
Os locais de trânsito não podem possuir materiais e equipamentos.
Lembre-se de qeu o canteiro de obras mudará durante o andamento da obra.
_1.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Autodesk - o que é BIM?


Neste vídeo rápido, entenda o poder da ferramenta BIM para a compatibilização dos diversos
projetos constituintes de uma obra de construção civil.

https://www.youtube.com/embed/yAV73NqZD9w

2min

Planejamento de Canteiros de Obra e Gestão de Processos


https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/projeto-e-implantacao-de-canteiro-
de-obras/apostila-habitare

pdf 112p

Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos / Tarcisio Abreu Saurin [e]


Carlos Torres Formoso. — Porto Alegre : ANTAC, 2006. —(Recomendações Técnicas
HABITARE, v. 3)

Como criar uma estrutura analítica de projeto? Confira 6 dicas.


Veja, neste artigo, seis dicas para elaborar uma Estrutura Analítica de Projeto (EAP) completa e de
qualidade para sua obra.

https://artia.com/blog/como-criar-uma-estrutura-analitica-de-projeto/

pág internet artigo curto.

Compatibilização de projetos
A compatibilização de projetos na gestão de um canteiro de obras é essencial. O estudo dos
projetos constituintes da construção antes de executá-la antecipa problemas e faz com que o
gestor ganhe tempo e evite gastos inesperados durante a obra.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
c911a8ef613b6fa4c1bf0fd890c5629a

vídeo ~5min, tipo dica do professor...


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
ABNT NBR 12284:1991. Áreas de vivência em canteiros de obras – Procedimento.
ARTIA. Como criar uma estrutura analítica de projeto. Disponível em:
https://artia.com/blog/como-criar-uma-estrutura-analitica-de-projeto/. Acesso em:
10 set. 2018.
BONIN, L. C. et al. Manual de referência técnica para estruturas de concreto
armado convencionais. Sinduscon/RS: Programa de qualidade e produtividade na
construção civil/RS, 1993.
ILLINGWORTH, J.R. Construction: methods and planning. London: E&FN Spon,
1993.
MASSA CINZENTA. Compartilhar projetos reduz custo da obra em até 10%.
Disponível em: http://www.cimentoitambe.com.br/compatibilizar-projetos-reduzcusto-da-obra-
em-ate-10/ Acesso em: 10 set. 2018.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010. 420p.
NORMA REGULAMENTADORA NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na
indústria da construção.
PRA CONSTRUIR. Canteiro de obras: o que é e como organizar. Disponível em:
https://blogpraconstruir.com.br/etapas-da-construcao/canteiro-de-obras. Acesso
em: 21 nov. 2018.
SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de
processos. Recomendações técnicas HABITARE, v. 3. Porto Alegre: ANTAC, 2006.
112p.
SLIDESHARE. Canteiro de obras. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/CarolinaFerreiradeOl/aula-1-componentes-de-canteiro-deobra. Acesso
em: 21 nov. 2018.
TÉCHNE. Tecnologia: desperdício mínimo. Disponível em:
http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/113/artigo286066-1.aspx. Acesso em:
10 set. 2018.
YOUTUBE. Autodesk: o que é BIM? Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=yAV73NqZD9w. Acesso em: 10 set. 2018.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2018.
Aula 1.2
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Serviços preliminares e instalações provisórias


_1.2_
Apresentação

A logística nos canteiros de obras é um tema relevante para a gestão de qualquer tipo de
construção. Porém, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas atividades prévias,
comumente necessárias, estarão a cargo do engenheiro de obras.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer tais atividades, que são usualmente
denominadas "Serviços Preliminares" e envolvem, dentre outros serviços, a verificação da
disponibilidade de instalações provisórias, as demolições (quando existem construções
remanescentes no local em que será construído o edifício), a retirada de entulho e, também, o
movimento de terra necessário para a obtenção do nível de terreno desejado para o edifício.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os serviços necessários para a implantação de um canteiro de obras.


• Relacionar as instalações provisórias indispensáveis para a execução de uma obra.
• Dimensionar equipamentos e instalações provisórias que compõem o leiaute de um canteiro
de obras.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo muito curto.
_1.2_ Desafio

Você pretende usar um sistema de roldanas (conforme ilustração) para içar materiais em uma obra
residencial com três pavimentos.

Ficará encarregado desse serviço um servente, um único homem, que pesa aproximadamente 90
kg. Sabendo que o peso seguro e recomendável para uma pessoa levantar equivale a 1/3 de sua
massa corporal, e que um tijolo de 6 furos padrão (9 x 14 x 19 cm) pesa em média 2 kg.

PERGUNTA

Quantos tijolos seu servente


é capaz de içar de um única
vez?

elm = 60 tijolos (o desenho


apresentado induz erro ao posicionar
1/3 de massa corporal no local dos
tijolos; deveria estar junto à força
P, onde a pessoa faz força).
_1.2_ Infográfico

Logo após estarem os projetos prontos e a construção licenciada, os serviços preliminares são um
conjunto de atividades e providências tomadas como preparação para o início da obra, tais como:
demolições, sondagens, movimentação de terra, drenagens, contenções, etc.

Com o terreno pronto, iniciam-se as instalações provisórias (montagem do canteiro de obras),


indispensáveis para o início do empreendimento. Essas instalações incluem, por exemplo: entrada
de energia e água, demolições, barracões, sanitários, vistoria das edificações vizinhas, rebaixamento
de lençol freático, etc.

elm = figura bem poluída, congestionada! O texto acima é melhor que o infográfico!

SERVIÇOS PRELIMINARES
(capinar tapumar demolir terraplanar)

INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
(canteiro de obras)

* Dependendo das condições originais do lote, a ordem de execução das


etapas pode variar ou algumas etapas até podem ser desnecessárias.
_1.2_ Conteúdo do livro

Antes mesmo da implantação do canteiro de obras, vários serviços são necessários para o início de
uma construção. O "start" da obra compreende a mobilização de pessoas, máquinas, equipamentos
e ferramentas, seguido da construção das instalações provisórias do canteiro de obras, tais como
escritórios, oficinas, dormitórios, refeitórios, banheiros, almoxarifados e locais de estocagem de
materiais em geral.

Leia os tópicos do capítulo Serviços preliminares e instalações provisórias. Inicie seus estudos no
tópico Serviços preliminares e instalações provisórias seguindo até Transporte vertical de materiais.
1SUMÁRIO 1
!unidade 1
l
Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13
Vinicius Simionato

Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14


Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificações de maquinário e materiais para diferentes
tipos de obras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra .................................................................................... 27


André Luís Abitante

L Fasesdeumaobra ..................................................................................................................................... ~

Serviços pre liminares e instalações provisó rias ............................ .46


André Luís Abitante

Serviços preliminares ............................................................................................................................... 47


Instalações provisórias............................................................................................................................. 50

Locação da obra ........................................................................................57


André Luís Abitante

Locação da obra .......................................................................................................................................... 57


Equipamentos e ferramentas ···················································································-·······················58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquina s e equipamentos ................. 67


André Luís Abitante

Obras de terraplenagem ....................................................................................................................... 67


Escavação de valas para drenas e fundações .......................................................................... 72
Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concretagem : materiais ..........................................................................80


Alessandra Martins Cunha

Concreto........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86
Aditivos ............................................................................................................................................................. 87

Concret agem: dimensionamento e efeitos .....................................92


Alessandra Martins Cunha

Dosagem de concreto.............................................................................................................................92
Dosagem ou traço do concreto ........................................................................................................ 94
Dosagem..........................................................................................................................................................96
Efeitos .............................................................................................................................................................. 108
1 Concretagem: cura e contro le t ecnológ ico ................................... 117 1
Vinicius Simionato
Cuidados no [processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122
Controle da resistência do concreto: testes de compressão ........................................ 124

Formas: confecção e colocação ........................................................130


André Luís Abitante
Formas: con fecção e colocação ....................................................................................................... 131
Tipos de formas .........................................................................................................................................135
Sistemas especiais de formas.............................................................................................................153
L Materiais utilizados para formas ......................................................................................................155 1

Unidade2

Alvenaria: vedação e estrutural .......................................................... 161


André Luís Abitante
Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162
Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvenaria: materiais ...............................................................................173


André Luís Abitante
Alvenaria ......................................................................................................................................................... 173
Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174
Alvenarias de blocos artificiais ......................................................................................................... 176
Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179 1

!Alvena ria: t écnicas construtivas ........................................................ 1831


André Luís Abitante
Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183
Técnicas de execução de uma alvenaria.................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revesti mentos: t ipos ............................................................................. 206


Ronei Tiago Stein
Revestimentos ........................................................................................................................................... 206
Revestimentos cerâmicos ...................................................................................................................210
L Principais propriedades dos refratários cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: técnicas construtivas ..............................................218


Ronei Tiago Stein
Argamassas para revestimento ..................................................................................................... 218
Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220
Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavi mentação: pavimentos flexível e rígido................................. 233


Lélis Espartel

Função d e um pavimento .................................................................................................................233


As camadas do pavimento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento rígido ......................................................................................238

Pavimentação: materiais...................................................................... 243


Lélis Esparte/
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ................................................................................................................................... 246

Material para base, sub-base e reforço do subleito...........................................................248

1 Pavimentação: técnicas construtivas .............................................. 2s61


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257
Técnicas executivas de revest·mentos.......................................................................................260
L Maqu inári o ...................................................................................................................................................265 1

1 Pavimentação: controle de defeitos ................................................ 27 2 1

Lélis Esparte/
Processos de degradação .................................................................................................................. 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Aval iação estrutural................................................................................................................................. 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Impermeabilização: materiais ............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
lmpeirmeabilização: concei tos e im portância .......................................................................28 6
Principais locais e usos de impermeabilizantes ...................................................................289
L_!rincipais materiais im permeabilizantes ..................................................................................290 1

l 1mpermeabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção......................................................29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil ização .............................................................305

Esquadrias ..................................................................................................313
Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações......................................................................313

L Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315


Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
1 Unidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros....................................................................................................................................... 327
Principais características do vidro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de t intas e acabamento ......................................................................................................... 340
Apl icação da tinta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e coberturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
L Coberturas ...................................................................................................................................................345 I
Obras de infraestrutura
[ uNIDAD~ e obras civis
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as diferenças entre projetos de obras de infraestrutura


e obras civis.
• Indicar as p rincipais etapas de elaboração de um projeto de
infraestrutura.
• Identificar as diferenças nas especificações de maquinário e materiais
para diferentes tipos de obras.

Introdução
Quando você pensa em uma obra de engenharia civi l, provavelmente a
prim eira coisa que lhe vem à cabeça é uma casa ou um edifício. Apesar de
correta, essa imagem é um tanto quanto simplista e desconsidera todos
os outros demais projetos pelos quais um engenheiro civil é responsável.
Casas, prédios e habitações em geral constituem a área conhecida como
obras civis. Existem, ainda, as construções chamadas de obras ou projetos
de infraestrutura . Elas envolvem elementos como rodovias, barragens,
sistem as de t ransmissão de energia, tratamento de esgoto, enfim, os
serviços necessários para q ue um a cidade ofereça todas as suas funcio-
nalidades e para que seus cidadãos tenham uma boa qualidade de vida.
Neste texto, você será apresentado aos diferentes tipos de obras de
infraestrut ura. Também entenderá algumas das particularidades das
etapas de concepção, projeto, execução e utilização de infraestruturas.
Além disso, conhecerá os equipamentos, máquinas e materiais comu-
mente utilizados nesses t ipos de obras.

Diferenças entre projetos de obras de


infraestrutura e obras civis

Como você já aprendeu, o bras de infraestrutura são aquelas que melhoram


a lg um serviço para a população. Assim, se pode dizer que elas possuem
também um caráter social, cujo objetivo é trazer mais qualidade de vida para
os cidadãos. Você pode, portanto, classificar essas obras de acordo com sua


função, conforme a Figura 1:

l
Obras de infraestrutura de transportes compreendem rodovias, pontes,
viadutos, aeroportos, corredores de ônibus, ferrovias, portos e todas as
instalações necessárias para o transporte de pessoas e cargas.
~

• Obras de urbanização compreendem a execução de ruas, praças, cal-


çadas, espaços verdes e demais elementos necessários para servi r a
espaços urbanos e comunidades.
....... Obras de construção
-
Obras civis Obras de infraestrutura

1
....___ -
Edificações habitacionais In fraestrutura de transportes

1
....___ Comercia l - Obras de urbanização

1
....___ Industrial - Sistemas de água e esgoto

1
....___ Cultural e esportiva - Sistemas de energia

- Assistência médica
e social, etc.
- Movimentações de terra
(minas. contenções, etc.)

1 Figura 1. 1ipos de obras de construção: obras de infraestrutura e civis. 1

fll Os sistemas de água e esgoto são infraestruturas que envolvem desde 1

a coleta de água, seu tratamento para consumo humano, a rede de


distribuição para que esta chegue em todos pontos de demanda, o
armazenamento onde necessário, a posterior coleta do esgoto, o dire-
cionamento para as centrais de tratamento, o processo de tratamento
e, por fim, o seu correto despejo.
• Já os sistemas de energia buscam a geração de energia nos mais diferen-
tes formatos (hidroelétrica, termelétrica, eólica, solar, etc.). Envolvem
centrais de adequação de tensão e linhas de distribuição para que a
energia chegue até o consumidor final.
• As obras de movimentações de terra podem servir de apoio para outras
infraestruturas, como a construção de uma barragem de solo para uma
hidroelétrica e a contenção de uma encosta para construção de uma
rodovia. Podem envolver ainda diversas outras situações em que o relevo
original deva ser adaptado para alguma necessidade.
L _J
Obras de infraestrutura, de maneira geral, são obras de grande porte que
envolvem di ferentes tipos de profissionais por longos períodos de tempo.
O gerenciamento das atividades e de sua inter-relação é complexo e requer
profiss ionais experientes e qualificados. Outro aspecto característico das
obras de infraestrutura é o seu custo elevado. Conforme o tipo de obra, as
características da região, a extensão e outros fatores, esse tipo de obra pode
chegar a ter um orçamento de bilhões de reais.
Fique atento

O porte, o praLo, o custo e a diversidade de agentes envolvidos reforçam a importância


do gcrenciamento de uma obra desde a sua concepção (estudos e projetos), passando
pela etapa de obra (construção e fiscaliLação), até a sua utiliLação (operação e análises).

Assim, de maneira geral, obras de infraestrutura diferem das obras de


construção civil por seu impacto social, seu custo elevado, seu longo prazo
de execução e sua grande interferência no meio ambiente. Buscando abranger
todas essas esferas, existe o conceito de tripé da sustentabilidade: ambiental,
social e econômica. Nessa metodologia de análise, se deve avaliar um pro-
jeto com base nesses três quesitos, buscando a melhor solução para todos os
envolvidos nele.

Indicar as principais etapas de elaboração de


um projeto de infraestrutura

Você deve imaginar que os estudos para implementação de uma obra de


infraestrutura começam muito antes do início da construção em si. Como
são obras de grande porte, seu impacto (tanto na fase de construção quanto
na fase de utilização) influenciará a vida de muitas pessoas, além de todo o
meio ambiente ao seu redor. Por isso, diversos estudos devem ser realizados
para avaliar os benefícios e prejuízos causados pela obra. Esse conjunto de
estudos compreende o Estudo de Impactos Ambientais e Relatórios de Impactos
Ambientais, comumente conhecido como ElA!RlMA. Nele se encontram
identificados e avaliados de forma imparcial e meramente técnica os impactos
que um determinado projeto poderá causar no ambiente, assim como medidas
mitigadoras. Esse relatório deve ser elaborado por profissionais qualificados
nas diversas áreas de abrangência do projeto: engenheiros civis e ambientais,
agrônomos, geólogos, sociólogos, biólogos, economistas, entre outros.
Cada obra de infraestrutura terá suas particularidades no processo que
inicia na concepção do empreendimento e termina na sua utilização pela
sociedade. Do ponto de vista ambiental, você deve seguir os procedimentos
de elaboração do EIA/RIMA. De uma maneira sintética, se pode apresentá-los
a partir das seguintes etapas:

• Diagnóstico da á r ea de influência: caracterizar a situação ambiental


da área, antes da execução do projeto, nos meios:
• Físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o
regime hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas;
• Biológico: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da
qualidade ambiental - de valor científico e econômico, raras e ameaçadas
de extinção - e as áreas de preservação permanente;
• Socioeconó mico: o uso e a ocupação do solo, os usos da água e a
socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos,
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre
a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
• Análise dos impactos ambientais: identificação, previsão da magni-
tude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes.
Aqui, se deve discriminar os impactos positivos e negativos (benéficos
e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,
temporários e permanentes. Também se deve definir seu grau de re-
versibilidade, suas propriedades cumulativas e sinérgicas, bem como
a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
• Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos: utili-
zação de métodos construtivos e materiais com menor impacto, equi-
pamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, reapro-
veitamento destes e de materiais utilizados na construção e operação.
• Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento:
avaliação dos impactos positivos e negativos, util izando indicadores
para monitoramento dos parâmetros acompanhados.

Os estudos elaborados para a confecção do EIA/RIMA devem nortear as


obtenções das licenças ambientais necessárias para o projeto:

• liminares
Licença Prévia (LP): é necessário solicitá-la na fase de estudos pre-
do projeto. É ela que atestará a viabilidade ambiental do
empreendimento, sua localização e concepção. Ela ainda definirá as
medidas a serem tomadas para mitigar ou compensar os impactos nega-
ti vos do projeto, assim como as medidas potencializadoras dos impactos
positivos. É também um compromisso assumido pelo empreendedor de
que seguirá o projeto de acordo com os requisitos determinados pelo
órgão ambiental.

• Licença de Instalação (LI): é concedida após as condicionantes da LP


terem sido executadas. Essa licença autoriza o empreendedor a iniciar
as obras de instalação do empreendimento. A emissão da LI é uma
confirmação do órgão ambiental para com o empreendedor de que as
especificações constantes nos planos, programas e projetos ambientais
apresentados atendem aos padrões de qualidade ambiental estabelecidos
em normas ambientais vigentes. Ou seja, é autorizada a execução da
obra e suas instalações, porém o seu funcionamento ainda dependerá
da próxima licença.
• Licença de Operação (LO): por fim, essa licença autoriza o funciona-
menta do empreendimento, aprovando a forma proposta de convívio do
empreendimento com o meio ambiente e estabelecendo condicionantes
para a continuidade da operação. Essa licença não tem caráter defini-
tivo e, portanto, é sujeita à renovação com possíveis condicionantes,
cujo cumprimento é de caráter obrigatório, sob pena de suspensão ou
cancelamento da operação.

Fique atento

A ordem das licenças ambientais e suas funções são conteúdos que caem com fre-
quência cm concursos públicos, por isso merecem atenção!
1 Além dos estudos ambientais, os projetos específicos de cada infraestrutura 1

passam por diversas etapas, se mostrando assim muito mais complexos que
a execução de uma simples residência. Como exemplo, você pode considerar
o guia elaborado pelo DNER, chamado Diretrizes Básicas Para Elaboração
de Projetos Rodoviários (DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS
DE RODAGEM, I 999), cujo objetivo é nortear a elaboração de projetos de
rodovias no Brasil. Segundo ele, compõem as etapas (atividades) de um projeto
viário: (i) estudos de tráfego, (ii) estudos geológicos, (iii) estudos hidrológicos,
(iv) estudos de traçado, (v) projeto geométrico, (vi) projeto de terraplenagem,
(vii) projeto de drenagem, (viii) projeto de pavimentação, (ix) projeto de
interseções, retornos e acessos, (x) projeto de obras de arte especiais, (xi)
projeto de sinalização, (xii) projeto de paisagismo, (xiii) orçamento da obra,
(xiv) plano de execução da obra, (xv) componente ambiental, entre demais
1 estudos e projetos. _J
Saiba mais

Para saber mais sobre o processo, leia o Lexto "Diretrizes Bósicas Poro Elaboração de
ProjetosRodoviórios·(DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM, 1999).

Você pode ver, assim, a complexidade que um projeto de in fraes trutura


implica. Ele demanda profissionais com conhecimentos específicos em várias
áreas. Também exige pessoas capazes de administrar as diferentes demandas,
gerir e compatibilizar as informações das diferentes áreas.
Uma obra de infraestrutma também tem grande impacto do ponto de visto
econômico para a região e até mesmo para o país. Estudos apontam a relação
direta entre investimentos e infraestrutura e o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) de um país. Países que investem mais em infraestrutura ge-
ralmente possuem uma elevada taxa de crescimento do PIB . Como exemplo,
você pode avaliar a situação dos países do BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia)
nos últimos anos (FAY; MORRISON, 2005). China e Índia seguem investindo
significativamente em infraestrutura, o que suporta o desenvolvimento eco-
nômico do País. Por outro lado, Brasil e Rússia diminuíram os investimentos
em obras de infraestrutura nos últimos anos, o que acabou sendo mais um
1 d~~ motivos que levaram os países a crises econômicas. _J
1 Dessa forma, é fundamental uma análise econômica da função. O estudo de 1
viabilidade econômica tem por objetivo fazer uma análise dos investimentos
necessários e dos benefícios provenientes da utilização da infraestrutura.
É um elemento fundamental para a aprovação do projeto como um todo, e
para a aprovação de financiamento para a obtenção de recursos de capital de
terceiros. Como você já viu anteriormente, obras de infraestrutura são aquelas
que melhoram algum serviço para a população. Sendo assim, se pode dizer que
elas possuem também um caráter social, cujo objetivo é trazer mais qualidade
1 de vida para os cidadãos. _J
Saiba mais

Para saber mais sobre a importância das infraestruturas de transportes na economia


de um país, leia o texto "[conomio e p/anejamento dos Transportes· (SENN/\, 201'1).
Diferen~as nas especificações de maquinário e
materiais para diferentes tipos de obras

Você já aprendeu que há muita complexidade envolvida na execução de obras


de infraestrutura. Elas demandam equipamentos e máquinas mais elaboradas
do que as utilizadas nas obras tradicionais de construção civil.

1 A ma ior necessidade de movimentação de terra faz com que sejam utili- '
[ zadas máquinas como: ,

[ • Caçambas

Figural. 1
Fonte: SofiaV/Shunerstock.co~

• Retroescavadeiras

Figura3. 1
Fonte: SofiaV/Shutterstock.corn J

[ • Compactadores de solo

Figura 4.
Fonte: BlueRin~Media/Shutterstock.corn

Para o problema de serviços em altura, se podem utiliza r sistemas de mon-


tagem de andaimes (Figura5) ou equipamentos conhecidos como plataformas
de trabalho em altura (Figura 6).

lfiQura 5. Figura 6.
~te: Susse n/Shutterstock.com 1 Fonte: VECTORWORKS_ENTERPRISE/Shutterstock.corn 1
j outro diferencial das obras de infraestrutura é o tamanho de suas estruturas 1

de concreto. Em barragens, pontes ou viadutos, você pode encontrar elementos


de concreto armado com d imensões maiores que dois ou três metros. Isso
implica maiores cargas a serem suportadas pelas formas e sistemas de escora-
mento enquanto o concreto estiver fresco. Formas metálicas são uma solução
para essa situação, podendo ser utilizadas para diversas peças, ou embutidas
1 no próprio elemento estrutural, possuindo assim também função de armadura. 1

1Figura1J

É comum também a utilização de elementos pré-fabricados, em que as


peças são concretadas em uma usina de concretagem. Depois que estivere m
com a resistência necessária, são transportadas e instaladas no local necessário.

Figura 8.
Fonte: Dr Aja Kumar Sin h/Shutterstock.com
d) Licenciar, exclusivamente,
Exercícios
estabelecimentos destinados
1. Estudos moslram que os problemas a produzir materiais nucleares
da infracsLruLUra do Brasil: ou a utiliLar energia nuclear.
a) Dependem de investimcnlos e) Ser uma fase preliminar do
fciLos pela própria população. planejamento da atividade,
b) EsLão relacionados à falla contendo requisitos básicos
de recursos do governo a serem atendidos nas fases
devido ao pequeno valor de localiLação, instalação e
cobrado nos impostos. operação, observando os
e) Encarecem os produtos planos municipais, estaduais
brasileiros cm relação aos e federais de uso do solo.
fabricados em ouLros países e
dificultam a competitividade 3. São características de obras
de produtos para exporlação. de infraestrutura:
d) Estão diminuindo, uma a) Não dependerem da aprovação
vez que o investimenlo de projetos e serem de
em infraestrutura no Brasil curto prazo de execução.
está acima do necessário e b) NecessiLarem de alco
continua aumentando. investimento, sendo
e) Podem enriquecer a economia este exclusivamente de
e melhorar o crescimento partes particulares.
social da população. e) Dependerem apenas de
licença para instalação da
2. A fase denominada Licença Prévia
obra. Uma veL que esta é
(LP) se caracLeriza por:
iniciada, o empreendimento
a) AuLorizar o início da implantação
pode ser operado por
da construção, de acordo com
tempo indeterminado.
as especificações constanLes
no projeto executivo d) Possuírem alto investimento,
aprovado segundo os planos longo prazo de duração
municipais, csLaduais e e envolverem projetos
fedcrais de uso do solo. em diferentes áreas.
e) Serem implemenLadas
b) AuLorizar o início da operação
independentemente dos
da atividade licenciada, de
impactos ambientais.
acordo com o escabclecimento
das diretriLes prévias acerca
do uso do solo nos âmbitos
municipal, estadual e federal.
e) Ser uma fase preliminar de
levantamento de documentação
e cadastro junto aos órgãos
municipais, estaduais e
federais, se preocupando,
principalmente, cm autorizar o
início de operação da atividade
licenciada e, quando necessário,
da quebra do sigilo industrial.
4. Devem constar no
5. É um elemento de infraestrutura
EINRIMA: pública de sistema de água e esgoto:
a) Todos os projetos executivos
a) Uma represa utilizada
do empreendimento. exclusivamente para geração
b) Todas as licenças prévias, de de energia hidrclétrica.
instalação e operação aprovadas. b) Os caminhões de coleta de lixo.
e) Orçamento detalhado e estudo e) Uma rodovia para
de viabilidade cconômica. transporte de dejetos.
d) CaractcriLação da situação d) Uma estação de tratamento
ambiental da área antes da de esgoto sanitário.
implantação da construção, e) As tubulações existentes na
nos meios físico, biológico parte interna de um edifício.
e sociocconômico.
e) Detalhamento preciso
de todos os custos das
medidas mitigadoras dos
impactos negativos.

Referências

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Diretrizes básicas para


elaboração de pro1e1os rodoviários. Rio de Janeiro: DNER. 1999.
FAY, M.; MORRISON, M. lnfrastructure in Latin America and the Caribbean: rcccnt dc-
vclopmcnts and kcy challcngcs. Washing Lon: World Bank, 2005. v. 1. Disponível cm:
<https://opcnknowlcdgc.worldbank.org/bitstrcam/handlc/10986/7179/378990LAC
OinfrlOlOFFICIALOUSEOONLYl.pdf?scqucncc=l>. Acesso cm: 06 mar. 2017.

SENNA. LA D. S. Economia eplanejamentodos transportes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.


Fases de uma obra

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

~
• Relacionar as etapas de projeto e execução de uma obra.
• Construir cronogramas físico-financeiros.
• Expressar itens básicos de orçam entação de obras civis.
----~

Introdução
A indústria da construção civil usa um conjunto de atividades que visa a
realização de obras de acordo com as necessidades de moradia, trabalho
e desenvolvimento do homem moderno, utilizando ou adaptando-se
aos recursos naturais e tecnologias disponíveis.
Nos dias de hoje, para construir (ou reformar) é fundamental que
o profissional responsável pela obra conheça todas as etapas para sua
execução, desde a contratação dos projetos arquitctônicos at é a limpeza
final. Assim, uma construção é comumcnte dividida em três grandes
fases: trabalhos preliminares, execução e acabamento; podendo estas ser
subdivididas cm mais de 27 etapas distintas, dependendo da natureza
dos materiais empregados e a final idade da obra.
Pensando na sustentabilidade, o pós-obra impõe-se, e há profissionais
que dividem as construções em: planejamento (o quê, por quê e como
fazer), produção (quando e com o quê fazer), funcionamento e manu-
tenção (operação e uso do produto final).

Fases de uma obra

A classificação geral das construções pode ser dividida quanto à natureza dos
mate riais e/ou quanto à finalidade da obra.

a) Quanto à natureza dos materiais:


• Obras de alvena ria: são edificações norma is de peque na a ltu ra:
pontes, túneis, muros de arrimo, barragens e ca nais.
• Obras de madeira: casas prov isórias, cober turas, estruturas pa ra
telhados e pontes.
• Obras de concreto: são aquelas nas quais se emprega o concreto como
único material: pontes, estrut uras de edifícios, pistas de aeroportos.
• Obras metá licas: estruturas de certos edifí cios, pontes e estr uturas
de telhados.
• Obras mistas: q uando se uti liza mais de um dos materiais já citados.
• Obras de te rra: túne is subte rrâneos, estradas, barragens, terrapla-
nagem, poços, cavas e galerias de minas.

A natureza dos materiai s e mpregados, aliad o às téc nicas construtivas ,


podem a inda subdividir as obras em:
Artesanais: uti liza mé todos e processos empíricos e intuitivos. Comum
nas construções rurais, com técnicas e arquitetura nativas.
1 Tradicionais: impera nas áreas urbanas, utilizando métodos e processos 1

da construção civil normalizada.


Tradicionais evoluídas: aprimorada pela racionalização, padronização e
modulação, com maior grau de normalização.
Industrializadas: é o estágio mais avançado da "tradicional evoluída'',
1 caracteriza-se pela montagem de componentes pré-fabricados. _J
1 b) Quanto à finalidade da obra:
• Residencial.
• Comercial.
• Mista.
• Industrial.
• Prestação de serviços.
• Silos e armazéns.
• Ginásios esportivos, auditórios.
• Cinemas e teatros.
• Templos e igrejas.
L • Hospitais.

Todo tipo de obra, independentemente da natureza dos materiais, técnicas


construtivas e finalidade, envolve as mesmas três grandes fases, desde sua
idealização até a "chave em mãos'', sendo elas: (a) trabalhos preliminares (pla-
nejamento e projeto); (b) trabalhos de execução e (c) trabalhos de acabamento.
Estes trabalhos, por sua vez, podem ser subdivididos em até (ou mais de)
27 etapas: serviços técnicos e administrativos preliminares; limpeza do ter-
reno/ instalação e locação da obra; serviços em terra e rocha; infraestrutura;
supraestrutura; alvenaria; isolamento térmico e acústico; impermeabilização;
cobertura; esgotamento pluvial; instalações hidráulicas; esgoto sanitário;
aparelhos e metais sanitários; instalações elétricas; telefone externo/ interno;
antenas; instalações especiais; serralheria; marcenaria; revestimento de pare-
des· revestimento de pisos· ferragens· vidros· pintura· acabamento· paisagismo·
lim~eza. ' ' ' ' ' ' 1

Saiba mais

Estas 27 etapas (ou mais) faLcm parte do conteúdo programático das disciplinas de
Constru ão Civil na maioria dos cursos de radua ão cm En cnharia Civil e Arquitetura.

Trabalhos preliminares

Esta é fa se de definição de objetivos, e laboração dos estudos de viabilidade,


desenvolvimento dos projetos, estabelecimento das atividades necessárias ao
empreendimento, sua sequênc ia , simultaneidade e/ou interdependência, com
o auxílio de técnicas de planejamento.

a) Programa de necessidades: condições econômicas e de real necessidade


do proprietário (quantidade de cômodos, garagens etc.);
b) Estudo e escolha do local da construção: inclu i anál ise do Cód igo
de Obras e Lei de Uso e Ocupação do Solo do município, para colher
informações sobre as possibilidades de construir determinado tipo de
estabelecimento (habitacional, comercial, etc.) no local escolhido. Pode
na prática envolver duas situações:
• Escolher um terreno para um determinado projeto.
• Escolher um projeto para um terreno já adquirido.
• Check list para escolha de um bom terreno: condições e resistência
do solo (seco e que não exija solução cara para as fundações), recuo
de al inhamento e ajardi namento (dimensões de acordo com o que se
pretende construir), conformação topográfica (pouca ou nenhuma
exigência de movimento de terra), condições de abastecimento de
água e energia elétrica.
c) Elaboração do anteprojeto: tantos quantos forem necessários.
d) Estudo do projeto arquitetônico: altura, iluminação, ventilação e
comunicação.
e) Elaboração do projeto arquitetônico.
t) Projeto estrutural.
g) Projeto das instalações elétricas.
h) Projeto das instalações sanitárias.
i) Projeto das instalações hidráulicas.
j) Projeto das instalações mecâ nicas.
k) Projeto das instalações telefônicas.
1) Licenciamento da obra: Série de providências a serem tomadas antes
e durante a construção junto a órgãos públicos, como Prefeitura (Se-
cretarias de Urbanismo e Meio Ambiente), Concessionária de energia
1
elétrica, Companhia de água e esgotos, Corpo de bombeiros, CREA, etc.
m) Orçamento d e custos.
n) C ronograma de execução.
o) Sondagem para as fundações: Pesquisa da qualidade e características
do solo, conhecimento da constituição de suas camadas e respectivas
profundidades, com vistas a aplicação e distribuição das cargas do
ed ifício a construi r. Comumente entrega-se este serviço a uma empresa
especializada e acompanha-se os trabalhos com a orientação de um
engenheiro de estruturas. O serviço de SPT (Standard Penetratíon
Test) é a perfuração do solo por percussão e circulação de água, com
retirada de amostras de solo em uma p equena cápsula metálica. De
acordo com a quantidade de golpes necessários para a perfuração, feita
com a queda padronizada de um determinado peso sobre uma haste
metálica, estima-se a resistência das diferentes camadas de solo naquele
local (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR
8036: 1983).
p) Projeto das fundações.
q) Topografia e terraplanagem: conhecimento de perfis longitud inais e 1
transversais do terreno, para realização de movimento de terra, quando
necessário.
r) Instalação do canteiro de obras.
s) Locação da obra. _J
1 Estudo dos projetos 1

Fique atento

Projeto é o conjunto de todos os elemenLos necessários à execução de uma obra.

1 Parte gráfica

Compõe-se de desenhos, através de projeções horizontais e verticais, obede-


cendo às escalas convenientes.

a) Projeto arquitetônico: as chamadas plantas, subd ividem-se conforme


a seguir.
• Planta de situação (escala usual 1:500): é a planta que estabelece
a posição em relação às divisas do terreno e ao alinhamento das
vias públicas. Nela devem constar nomes das ruas que compõem o
quarteirão, distância do terreno até a esquina mais próxima, orien-
tação solar, orientação magnética e dimensões. Por parte dos órgãos
competentes devem ser fornecidos: taxa de ocupação, índice de
aproveitamento, alinhamento, recuos, bem como outras informações
L a respeito do terreno. _J
• Planta de localização (escala usual 1:200): identifica a posição da obra
no terreno. Serve para implantar o projeto. Esta planta é enviada à
prefeitura a fim de receber aprovação. Posteriormente é encaminhada
à obra. Nela devem constar todas as cotas do terreno, atentando para
que não haja erros na soma.

Fique atento

As plantas de situação e localização são fcilas, geralmente, na mesma prancha,


e no caso de uso de escalas maiores, pode-se faLer a siluação e a localiLação num
mesmo desenho.

• Plantas baixas (escala usual 1:50) : é a projeção horizontal da seçã


reta, passando acima do peitoril das janelas, para que fiquem repre
sentados todos os vãos. Os vãos situados acima deste plano deverã
ser representados por linha tracejada. Devem constar nesta planta
nomes das peças e áreas em m2, espessura das paredes (internas
externas), portas, janelas, janelas altas, largura e posição dos vãos
aparelhos sanitários, canalizações, chaminés e revestimentos do
pisos. Na mesma prancha devem constar detalhes de algu m element
de difícil visualização, para clarear a sua execução, bem como toda
as cotas necessárias para que este obj eti vo seja a lcançado. Em u
edifício cada pavimento deve ser representado por uma planta baixa
a não ser em caso de haver av imento ti o.
j-Planta do telhado (escala usual 1:200): representa o traçado das 1

linhas componentes do telhado e a projeção horizontal das formas


dos planos inclinados (águas). O sentido do caimento destas águas é
indicado por uma seta. Esta planta pode ser separada ou em conjunto
L com a planta de localização. _J
lb) Cortes ou seção transversal (escala usual 1:50): é a projeção vertical 1

obtida por planos verticais que interceptam as paredes, portas e janelas,


permitindo maiores informações para a execução da obra. São apre-
sentados no mínimo dois cortes. O primeiro, no sentido longitudinal
(maior dimensão da ed ificação), o outro no sentido transversal. Nestes
cortes são colocadas apenas as dimensões verticais Uamais as dimensões
horizontais). A fim de mostrar maior número de detalhes, os cortes
podem ser feitos mudando a direção do plano de seção, indicando a
troca de direção. São mostrados nos cortes: detalhamento do telhado,
alicerces, vergas, peitoril, detalhes dos banheiros, escadas e espessura
L das lajes, revestimentos. _J
Saiba mais

• Verga - distância da parte superior da janela até o forro.


• Peitoril - distância do piso até a parte inferior dajanela.

c) Elevações ou Fachadas (escala usual 1:50 ou 1:100): são as proje-


ções verticais das fachadas ou faces externas dos edifícios. O ideal é
representar as quatro fachadas (principalmente quando houver muitos
detalhes arquitetônicos a serem mostrados). As elevações não necessitam
de grandes detalhes, mas sim elementos importantes como o perfil
do terre no e dos telhados, disposições de portas e janelas, altura dos
pavimentos, corpos salientes que compõem a edificação e elementos
decorativos, mostrando como a obra deverá ficar após a sua conclusão.
d) Detalhes de Execução: são plantas de de te rminados detalhes da edifi-
cação de difícil visualização. São feitos em escala ampliada de acordo
com a necessidade (1 :20, 1:25). Exemplo: detalhe de esquadrias, detalhe
de escadas, detalhe de obras especiais, como: churrasqueiras, chaminés,
dutos, platibandas, encaixes etc.

1 Parte escrita

A parte escrita é a complementação da parte gráfica. Consta de Memorial


Descritivo, Especificações Técnicas, Caderno de Encargos, Orçamento e
1 Cronograma. _J
a) Memorial Descritivo: é um memorial resumido dos fin s a que se destina
a obra, bem como cálculos e dados essenciais a uma boa construção. Eis
alguns itens importantes que devem constar no Memorial Descritivo:
• Finalidade da obra.
• Área do terreno.
• Instalação da obra.
• Número de pavimentos.
• Tipos de pavimentos.
• Tipo e estilo da obra.
• Área de cada pavimento e compartimento.
• Proprietário.
• Projeto e execução.
• Locali zação do te rre no.
• Descrição do i:>rojeto arquitetônico.
1 b) Especificações técnicas para materiais e serviços: definem a maneira
como será executado cada serviço e quais os materiais util izados. São
levados em consideração:
• Tipo de fundação e profundidade.
• Alvenaria (tipo de tijolo ou bloco a ser utilizado, tipo de argamassa
e traço).
• Cobertura do prédio (madeiramente e tipo de telha).
'----r--
• Forro (tipo de material utili zado - laje de concreto armado ou pré-
-laje, ou forro de madeira).
• Revestimento de banheiros e cozinha (azulejos, cerâmicas, indicando
dimensões e a ltura do revestimento).
• Revestimento das paredes de quartos e salas.
• Pi sos.
• Laj es (pré-fabricadas ou moldadas no local).
• Esquadrias de banheiros e dormitórios (tipo de madeira, aço e
alumínio).
• Instalações hidráulicas.
• Instalações elétricas.
• Fechamento do terreno (muros ou grades, indicando sua altura).

Fique atento

Devem ser entregues, geralmente, três vias destas especificações à prefeitura.

c) Caderno de encargos: serve para várias obras de um determinado


padrão. É um documento no qual estão englobadas todas as condições
que deverão ser obedecidas na execução de uma obra, relativas a mate-
riais, mão de obra, e também as normas às quais as firmas empreite iras
devem se sujeitar quando participam de uma concorrência.
d) Orçamento: tem por obj etivo estudar um c usto prév io para a obra,
sendo os principais tipos:
• Orçamento sumário: é um orçamento rápido e abreviado, que dá
uma ide ia do valor aproximado do custo da construção. Calcula-se
L o custo da obra da seguinte maneira:
1 C = (AxP)
Onde:
A =área da obra (m 2)
P =preço por m2 , baseado no CUB.
CUB =Custo Unitário Básico da construção.
Pode ser usado ainda para avaliação de imóveis e taxações de impostos
1 prediais. _J
j- Orçamento detalhado: é o método mais preciso para determinação do 1

custo da obra, considerando todos os gastos necessários, como por


exemplo: aquisição e administração dos materiais; salários (mão de
obra); impostos; taxas (água, luz, telefone); leis sociais (94 % sobre a
mão de obra); desgaste das ferramentas; lucros. Na elaboração deste
orçamento, devem-se atender os seguintes itens:
Cálculo de detalhes métricos (este cálculo é baseado nos projetos).
Cálculo dos preços unitários (custo dos elementos que entram
na composição de uma unidade de serviço, como por exemplo,
material e mão de obra).
Operações aritméticas finais (são cálculos de volume, área ou
metro linear, partindo da medida de cada elemento que figura no
L projeto). _J
e) Cronograma: o cronograma tem como objetivo principal o controle da
execução de uma obra, para que se tenha um maior rendimento com
uma maior perfe ição. A execução pode ser controlada diariamente,
comparando-se o cronograma estimado com o executado, podendo -
-se verificar a d iferença entre a previsão e a execução. O cronograma
permite:
• Visualização do serviço em prazo pré-determinado.
• Investigar causas nos atrasos de execução, tomando providências
adequadas.
• Prevenir a contratação de operários.
• Prevenir a aquisição de equipamentos suplementares.

Pode-se e laborar três tipos de cronogramas:

• Físico: no qua l é estabelecida a duração de cada etapa.


• Financeiro: no qual se estabelece o custo de cada etapa.
• Físico-financeiro: no qual se estabelece a duração e o custo de cada etapa,
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-

MOOa.o DESCRITIVO MORÃO

As especificações abaixo discriminadas serão as que determinarão os materiais a empregar


e regerão a execução dos principais serviços e acabamentos da obra supra.
O- TERRENO:

1 - SERVIÇOS INICWS:

1.1 - Projeto

1.2 - Limpeza e instalação

13 - Movimento de terra

2 - FUNDAÇÕES:

2.1- Alicerce

2.2-Cinta

23 - Impermeabilizações
3-PAim>ES:
3.1 -Externas

3.2 - Internas

4- ESTRUTURAS:

5-COBERIURA:

5.1 - Estrutura

5.2 - Cobertura

6- INSTALAÇÃO El.áRICA:

7 - INSTALAÇÕES HIDRO, SANJTÃRIA EGÃS:


7.1 - Hidráulica

7.2-Esgoto

7.3 -Aparelhos e metais

7.4-Gás

8- PAVIMENl'OS:
8.1 - Contrapiso

8.2 - Salas e quartos

8.3 - Áreas de serviço, cozinha e banhos

9- ESQUAORIAS.!

9.1 - Externas

9.2 - Internas

9.3 - Ferragens

10-REVESTIMENTOS:

10.1 - Externos

10.2 - Internos

11-FORROS:
12 - V1DROS:

13 - PINTURA:

13.1 - Paredes

13.2 - l:squadrias

14 - COMPLEMENTAÇÕES EOUTROS:

15 -ADMJNISTRAÇÃO:

Local e data: Proprietário: Resp. técnicoO:


1Figura1. Modelo de Memorial Descritivo.!

Quad ro 1. Modelo de planilha orçamentária.

1
orçamen t opadrao
-
1
QI
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O. Terreno

1. Serviços iniciais

1.1. Projeto

1.2. Limpeza e instalação

~3. Mov. Terra


- ~
1.4. SUBTOTAL

2. Fundações

2.1. Alicerces

2.2. Cinla

2.3. Impermeabilização

2.4. SUBTOTAL

3. Paredes

3.1. Externas

3.2. Internas
3.3. SUBTOTAL

4. Eslrutura

5. Cobertura
- - -- ------ -
5.1. Estrutura

5.2. Cobertura

5.3. SUBTOTAL

6. Instalação elétrica

7. lnst. H. S. e gás

7.1. Hidráulica

7.2. Esgoto

7.3. Apar. e metais

7.4. Gás
7.5. SUBTOTAL

8. Pavimentações
1

8.1. Contrapiso

8.2. Salas e quartos

8.3. A. S. Cozinha e banho

8.4. Outros

8.5. SUBTOTAL

9. Esquadrias

9.1. Externas

9.2. Internas

9.3. Ferragens

9.4. SUBTOTAL

1O. Revestimentos

10.1. Emb. e reboco

10.2. Azulejos

10.3. Outros

l 10.4. SUBTOTAL
11. Forros
------------------

12. Vidros
1

13. Pinturas

13.1. Paredes

13.2. Esquadrias

13.3. SUBTOTAL

14. Complementações

15. Administração
1

TOTAL GERAL

LOCAL E DATA: PROPRIETÁRIO: RESPONSÁVEL

L TÉCNICO:
Quadro 2. Modelo de cronograma físico-financeiro.

Cronograma padrão

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1-

o Terreno RS o
-
%

1 Serviços RS 1
- iniciais
%

2 Fundações RS 2
-
%

3 Paredes RS 3
-
%

4 Estrutura RS 4

~
%

Cobertura RS 5
-
%

6 Instalação RS 6
- elétrica
%

7 Instalações RS 7
- hidrossanitária
%
e gás

8 Pavimentação RS 8
-
%

9 Esquadrias RS 9
-
%

10 Revestimentos RS 10
-
%

,_
11 Forros RS 11

,_
12 Vidros RS 12

13 Pinturas RS 13
,_
%
1'I Compie- RS 1'I
- mentaçõcs
%

15 Administração RS 15
-
%

16 TOTAIS RS 16
-
%

Trabalhos de execução

Trabalho de execução é a construção propriamente d ita, o andamento dos


processos com a uxílio da técnica construtiva e apoio de um sistema de su-
primento. Inclui:

• Previsão das necessidades e distribuição de recursos (financeiros, ma-


teriais, mão de obra, equipamentos) - cronograma físico/financeiro.
• Plano financeiro (desembolso), plano de compras, plano de abastecimento.
• layout do canteiro de obras: arranjo flsico de postos de trabalho, ma-
quinas e equipa mentos, depósitos, alojamentos, escritório da obra.
• Detalhamento dos processos construtivos, com projeto de construções
auxiliares (técnica construtiva).
• Elaboração de sistemas de controle.
• Abertura de valas para as fundações.
• Execução das fundações.
• Execução da estrutura de concreto armado.
• Execução das obras de alvenaria.
• Execução da cobertura.
• Execução das tubulações elétricas e telefônicas.
L• Execução da rede de esgoto etc.

Trabalhos de acabamento
Finalização da obra propriamente dita:

• Salpique.
• Revest ime nto (reboco e emboço).
• Revestimentos especiais: pastilhas, mármore e azulejos.
• Colocação dos marcos.
• Colocação das esquadrias.
• Colocação dos vidros (quando o piso for de madeira).
• Colocação dos pisos.
• Execução da fiação e colocação de aparelhos.
• Pintura.
• Metais e aparelhos sanitários.
• Arremates.
• Limpeza.
• Habite-se.
Exercícios
3. Ao documento em que se rcgistram,
pela ordem de sucessão cm que são
1. O memorial descritivo de um projeto 1
executados, os serviços necessários
paisagístico, obrigatoriamente,
à realização da construção e os
deverá conter:
respectivos prazos, denomina-se:
a) Relação do número de
a) Diário de obra.
funcionários que irão trabalhar
b) Cronograma físico-financeiro
cm cada etapa da obra, inclusive
e) Gráfico de Gantt.
do setor administrativo.
d) Plancjamcnto.
b) Relatório dos órgãos
e) Cronograma físico.
fiscalizadores, o qual será
anexado ao projeto paisagístico. 4 . A camada de argamassa executada
e) Descrição da farma de
sobre uma base, que pode ser
pagamento de todas as a parte de baixo de uma laje
obras que serão efetuadas.
de piso pré-fabricada ou uma
d) Relação contendo, pelo menos,
parede, é denominada:
três empresas que forneccrão
a) acabamento.
as mudas e sementes.
b) contrapiso.
e) Descrição da forma de
e) fundação.
ocupação do terreno.
d) pavimento.
2. Em relação à parte gráfica e) concreto.
de um projeto, a planta
de locação/ localização
s. Em relação aos conceitos
envolvidos na elaboração de um
serve, comumente:
orçamento de obras, assinale a
a) como ponto de partida
alternativa correta.
para a marcação da
construção no terreno. a) Custos diretos são aqueles cm

b) para estabelecer a posição cm que é necessário estipu lar um


relação às divisas do terreno e ao fator de rateio para que sejam

alinhamento das vias públ icas. apropriados aos serviços.


e) como projeção vertical, b) Devem ser incluídas no título
obtida por planos verticais Mdesmobilização" de um
que intcrceptam as paredes, orçamento as despesas com
portas e janelas, permitindo locação, fechamento, tapumes,
maiores informações para demolições e relocações.
a execução da obra. e) /\admin istração do canteiro
d) como projeções verticais de obras e as despesas
das fachadas ou faces decorrentes da administração
externas dos edifícios. da empresa faLcm parte dos
e) como projeção horiLontal custos diretos de uma obra.
da seção reta, passando
d) Como regra, orçam-se os
acima do peitoril das preços na construção civil
janelas, para que fiquem por serviço, determinando-os
representados todos os vãos. segundo a produção de
composições unitárias.
e) Em um solo, caso seja
necessário escavar 1 m' do
terreno, deve-se orçar, no
item referente à escavação
do material, o va lor 1,'1 m'.
Referência

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNl~AS. ABNTNBR 8036-1983. Programação


de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios -
Procedimento. Rio de Janeiro, 1983.

Leituras recomendadas

ALBUQUERQUE, A Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.

BAUD, G. Manual de pequenas construções. [S. .): Hemus, 2002.

BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2000. V. 1e li.
CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Engenharia e Arquitetura,
1988. V. 1e li.

CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.

PIANCA, J B. Manual do construtor. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.


Serviços preliminares e
instalações provisórias
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os serviços necessários para a implantação de um canteiro


de obras.
 Relacionar as instalações provisórias indispensáveis para a execução
de uma obra.
 Dimensionar equipamentos e instalações provisórias que compõem
o layout de um canteiro de obras.

Introdução
Você já sabe que toda construção tem seu início propriamente dito
com a implantação do canteiro de obras. Essa implantação requer um
projeto específico, que deve ser cuidadosamente elaborado a partir das
necessidades da obra e das condições do local. A logística nos canteiros de
obras é um tema relevante para a gestão de qualquer tipo de construção.
Porém, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas
atividades prévias, comumente necessárias, estarão a cargo do enge-
nheiro de obras. Neste capítulo, você vai conhecer tais atividades, que
são usualmente denominadas “serviços preliminares” e envolvem, dentre
outros serviços, a verificação da disponibilidade de instalações provisórias,
as demolições (quando existem construções remanescentes no local
em que será construído o edifício), a retirada de entulho e, também,
o movimento de terra necessário para a obtenção do nível de terreno
desejado para o edifício.
Serviços preliminares e instalações provisórias 47

Serviços preliminares
Uma vez escolhido e adquirido o terreno, realizadas as sondagens e o levanta-
mento topográfico (planialtimétrico), aprovados e licenciados junto aos órgãos
públicos os projetos arquitetônicos e concluído o projeto executivo, chega a
hora de iniciar a obra propriamente dita, por meio dos serviços preliminares
(por exemplo: limpeza, topografia, terraplenagem e locação) e da montagem
do canteiro de obras (por exemplo: instalação de gruas, banheiros, depósitos,
refeitórios, escritório, etc.).
Você vai ver agora mais detalhes sobre cada uma dessas etapas.

Limpeza do terreno
Nem sempre é possível adequar o projeto ao que existe de natural e belo no local
da construção (por exemplo, a vegetação). Começamos uma obra comumente
ao definirmos uma das seguintes etapas:
Capina : Quando a vegetação é rasteira e com pequenos arbustos, trata-se
de serviço braçal que usa, no máximo, uma enxada. Pode envolver a remoção
de pequenas rochas e casas de cupim, etc.
Roçamento: Quando, além da vegetação rasteira, houver árvores de pe-
queno porte, que poderão ser cortadas com foice ou facão.
Destocamento: Quando houver árvores de grande porte, necessitando
desgalhar, cortar ou serrar o tronco. Este serviço pode ser feito com máquina
ou manualmente. Os serviços serão executados de modo a não deixar raízes
ou tocos de árvore que possam dificultar os trabalhos. Todo o material vege-
tal, assim como o entulho, terá de ser removido do canteiro de obras. Certos
cortes de árvores obrigam a obtenção de licença ambiental junto aos órgãos
municipais, estaduais, ou ao IBAMA.

Levantamento topográfico e nivelamento


de lotes urbanos
O levantamento topográfico geralmente é apresentado por meio de desenhos
de planta com curvas de nível e de perfis. Ele deve retratar a conformação
da superfície do terreno, bem como as dimensões dos lotes, com a precisão
necessária e suficiente, proporcionando dados confiáveis que, interpretados e
manipulados corretamente, vão contribuir para o desenvolvimento do projeto
arquitetônico e de implantação (MILITO, 2009).
48 Construção civil

Os projetos são elaborados para um determinado terreno, portanto, é ne-


cessário ter as medidas corretas, pois nem sempre as medidas indicadas na
escritura conferem com as medidas reais. Os terrenos urbanos geralmente são
de pequena área, possibilitando a sua medição sem aparelhos ou processos
próprios da topografia, desde que tenhamos boas referências (casa vizinha,
esquina, piquetes, etc.). No entanto, principalmente sem referências, o levan-
tamento deve ser executado por profissional de topografia.
Para nivelamento ou levantamentos altimétricos simples, o método da
mangueira é um dos mais utilizados. Fundamentado no princípio dos vasos
comunicantes, é o método que os pedreiros utilizam para nivelar praticamente
todas as construções, desde a marcação da obra até o nivelamento dos pisos,
batentes, azulejos, etc. Os equipamentos necessários são apenas uma man-
gueira, duas balizas e uma trena. A mangueira deve ter pequeno diâmetro
(ordem de ∅ 1/4” ou 5/16”), para obter maior sensibilidade, parede espessa
para evitar dobras, e ser transparente. Para uma boa marcação, ela precisa
estar posicionada entre as balizas, sem dobras ou bolhas no seu interior. A
água deve ser colocada lentamente, para evitar a formação de bolhas.

Figura 1. Processo da mangueira de nível.


Fonte: Milito (2009, p. 11).

Para facilitar a medição, partimos com o nível d’água em uma determinada


altura “h” em uma das balizas, que será descontada da medida encontrada
na segunda baliza. Fazemos isso para não precisarmos colocar o nível d’água
direto no ponto zero (próximo do terreno), o que dificultaria a leitura e não
nos forneceria uma boa medição. Podemos utilizar a técnica em terrenos tanto
com aclive como em declive.
Serviços preliminares e instalações provisórias

Tapume (cerca da obra)


A respeito do tapume, você deve respeitar o código de obras do município e
as normas de segurança do trabalho quanto:

 à segurança;
 à altura mínima: 2,20m (NR 18);
 ao alinhamento do terreno.

O tapume deve ainda ser durável e de bom aspecto visual. São muito
utilizadas chapas de madeira compensada (espessura 10 mm) ou telhas tra-
pezoidais. Na maioria das cidades, é possível utilizar até 2/3 da largura do
passeio público para o canteiro de obras.

Demolição
O serviço de demolição pode surgir no caso de antigas construções existentes
no terreno. Inclui a demolição de fundações, muros divisórios, redes de abas-
tecimento de água e energia elétrica, redes de esgoto, telefone, etc., incluindo
a remoção e o transporte e a deposição dos resíduos. Algumas recomendações
gerais (ver ABNT NBR 5682:1977) são listadas a seguir:

 Faça a regularização da demolição junto à prefeitura local.


 Tome cuidados para evitar danos a terceiros – providencie vistorias nas
edificações vizinhas antes de iniciar a demolição.
 Preste atenção com o reaproveitamento dos materiais, não somente por
questões ecológicas, mas principalmente porque eles podem servir para
outra construção (janelas, portas, maçanetas, pisos, vidros, calhas, etc.)
ou para as instalações provisórias da nova obra.

Você deve ter percebido que dois serviços preliminares indispensáveis, a terraplenagem
e a locação da obra, não foram demonstrados aqui, no entanto, dada a sua importância,
estes serviços serão abordados em capítulos separadamente.
50 Construção civil

Instalações provisórias

Canteiro de obras
O canteiro de obras é representado pela disposição dos materiais e equipamen-
tos que serão utilizados, de tal maneira que facilitem o transporte (de material)
e o trânsito de veículos, máquinas e funcionários, evitando desperdício de
matéria-prima e de tempo.
Os limites do canteiro são definidos por uma cerca que deve envolver o
local – o tapume, ou mesmo uma cerca de tela, ou ainda muros provisórios – e
isolar toda a área da obra, evitando a presença de pessoas estranhas no seu
interior. A firma construtora é responsável por qualquer pessoa que esteja
dentro do canteiro de obras, portanto, todos, até os visitantes ocasionais,
devem usar EPIs, como capacete.
O dimensionamento do canteiro compreende o estudo geral do volume
da obra, o tempo de obra e a distância de centros urbanos. Este estudo é
dividido como segue: 1) área disponível para as instalações; 2) número de
empresas empreiteiras previstas; 3) máquinas e equipamentos necessários;
4) serviços a serem executados; 5) materiais a serem utilizados; e 6) prazos
a serem atendidos.
Deve-se ainda solicitar a ligação de energia elétrica e água por meio de
projetos elaborados por profissionais especializados, conforme as normas
técnicas e prescrições das concessionárias locais.
Na ligação de água, é construído o abrigo para o cavalete e o respectivo
hidrômetro. A água deve estar disponível em abundância, pois seu uso é in-
tensivo, não somente para a preparação de materiais no canteiro, mas também
para a higiene dos trabalhadores. Não existindo água, devemos providenciar
a abertura de um poço, tomando os seguintes cuidados:

 deve estar o mais distante possível dos alicerces;


 deve estar o mais distante possível de fossas sépticas e de poços negros
(nunca a menos de 15 metros deles);
 o local deve ser de pouco trânsito, ou seja, no fundo da obra, deixando-se
a frente para a construção posterior da fossa séptica.

As instalações elétricas nos canteiros de obras são realizadas para ligar os


equipamentos e iluminar o local da construção, sendo desfeitas após o término
dos serviços. No entanto, lembre-se sempre de que elas precisam ser feitas de
forma correta, para que sejam seguras a todos.
Serviços preliminares e instalações provisórias 51

Composição básica do canteiro de obras


Os principais elementos de um canteiro de obras são descritos a seguir.
Galpão/barracão: serve como depósito de cimento, cal hidratada, ferra-
mentas e equipamentos, materiais elétricos, hidrossanitários e de revestimento
(almoxarifado); vestiários, escritório, refeitório, sanitários, etc., e, se necessário,
alojamento. Pode ser desdobrado em vários galpões se a obra for de maior porte.
Devemos fazer, no mínimo, um barracão de madeira – chapas compensadas,
pontaletes de eucalipto ou caibros 8 x 8, e telhas de fibrocimento, de prefe-
rência com piso cimentado, sendo desmontável para reutilização – ou ainda
contêineres metálicos que são facilmente transportados para as obras com o
auxílio de um caminhão munck. Ambos devem ser ventilados e iluminados.
Central de concreto: está caindo em desuso devido à popularização do
concreto usinado. Sua localização é condicionada às distâncias horizontais
e verticais de transporte e/ou aos depósitos de agregados e cimento. Essa
central deve comportar:

 depósitos de areia; de brita; e de cimento;


 betoneiras – as de 300 litros são as mais comuns, com capacidade de
produção limitada (mistura um traço de concreto de um saco de cimento
por vez). Muito usadas em obras menores, como pequenos prédios e
residências e para a fabricação de argamassa. Com capacidade de 500
litros, possuem carregador automático e medidor de água (mistura traço
de concreto de até dois sacos de cimento por vez);
 transporte vertical;
 água e luz.

Telheiro para ferreiro e telheiro para carpinteiro: os depósitos de


madeira e barras de aço devem estar próximos das bancadas de fabricação de
formas e armaduras, e localizados próximos aos equipamentos de transporte
vertical. No caso de transporte com grua, sua área de serviço deve abranger
esses depósitos. Os dois telheiros devem ser separados, constituídos de uma
água, com ponto de energia, nas dimensões de 6 x 2 m, contendo:

 Oficina de armaduras: bancadas de madeira para retificação, corte e


dobra das barras de aço, com chapas e pinos metálicos; ferramentas e
equipamentos elétricos de corte e dobra de armadura.
52 Construção civil

 Oficina de formas: a instalação básica é composta de mesa com serra


circular, mesa com serra de fita e bancada de madeira para a confecção
das formas.

Instalação sanitária provisória: utilizada em obras de maior porte, esta


instalação deve ser feita fora do barracão.
Instalação de água e energia: veja o exemplo da Figura 2.

Figura 2. Exemplo de layout para canteiro de obras de porte pequeno e médio.


Fonte: Cardão (1988).

Transporte vertical de materiais


Normalmente posicionado junto à central de concretagem, os tipos (equipa-
mentos) de transporte vertical mais comuns são:
Pás: em madeira, atinge altura de, no máximo, 3,0 m (um pavimento).
Desvantagens: utiliza dois operários; proporciona baixo rendimento; é perigoso.
Roldana: talhas exponenciais, atinge altura de, no máximo, 6,0 m (entre
1 e 2 pavimentos). Utilizada para volumes pequenos a serem transportados.
Passa a oferecer vantagens somente com mais de uma roldana.
Plano inclinado (rampa): com altura atingida de um pavimento, é ideal
para residências, onde é o meio de transporte mais utilizado, desde que haja
espaço suficiente disponível. É composto por uma estrutura de madeira ou
metálica, sobre a qual se apoia uma plataforma de tábuas ou chapas de com-
Serviços preliminares e instalações provisórias 53

pensado, com ripas antiderrapantes. Devemos ter o cuidado de deixar um


“trilho” sem as ripas antiderrapantes, onde possa passar a roda do carrinho
de mão. Permite o acesso de operários transportando material (carrinho de
mão, padiolas, formas). A declividade/inclinação não deve ultrapassar 20%.
A opção em esteira rolante é usada somente em caso de grandes distâncias,
principalmente para o transporte de minerais e agregados.

Figura 3. Sistema de roldanas e plano inclinado.


Fonte: Cardão (1988).

Guincho: atinge a altura de 12,0 m com relativa facilidade (4 pavimentos


é o máximo recomendável). Transporta entre 200 e 300 kg, dependendo da
espessura do cabo de aço, da potência do motor, etc. É muito utilizado em
obras de médio porte, pois, ao comparar o custo com a eficiência, é um dos
melhores equipamentos. O guincho de coluna é indicado para pequenas obras
e pequena altura de transporte (máximo 3 pavimentos).
Elevador: altura ilimitada. Composto de uma torre de madeira ou metálica,
fixa na estrutura da obra, e de uma plataforma móvel, sustentada por cabo de
aço e tracionada por motor guincho. O controle de altura é feito por comunica-
ção verbal (rádio ou tubo de PVC) ou pela comparação de marcas no cabo de
aço com marcas na torre. Monta-se a torre à medida que a obra for aumentando
em altura. Pode carregar “qualquer coisa”: concreto (dois carrinhos por vez),
argamassa, telhas, tijolos, mas nunca operários. O elevador fica na obra até a
fase de acabamento, sendo retirado quando se faz o revestimento da fachada
à qual ele está preso. É comum sua instalação em um futuro poço de luz.
Grua: altura ilimitada. É o meio de transporte mais eficiente, pois é com-
pleto: faz transporte horizontal e vertical. É composto por uma torre metálica
com uma lança horizontal, que gira 360 graus. Na lança corre um cabo de
aço onde se pode pendurar um gancho, ou uma plataforma, ou uma caçamba,
dependendo do tipo de carga a ser transportada. Proporciona rendimento exce-
lente, mas tem como desvantagens o custo elevado de aquisição e a exigência
de um operador treinado.
54 Construção civil

Figura 4. Exemplos de grua e elevador.


Fonte: Cardão (1988).
Serviços preliminares e instalações provisórias 55

1. Em um canteiro de obras: a) Os tapumes devem ter


a) São permitidas a entrada e a altura mínima de 2,2 m em
permanência de trabalhadores relação ao nível do terreno.
que não sejam compatíveis b) Em edifícios com mais
com a fase da obra. de dois pavimentos, é
b) É permitida a entrada rápida facultativa a construção de
de trabalhadores que não galerias para o tráfego de
estejam assegurados. pedestres sobre o passeio.
c) São proibidas a entrada c) As bordas da galeria para
e a permanência de pedestres devem possuir
quaisquer trabalhadores, tapumes com altura mínima
independentemente de 2,0 m e inclinação de 45°.
da fase da obra. d) Não é obrigatória a instalação de
d) É proibida a entrada de tapume em todo o perímetro da
trabalhadores que não obra, apenas na testada do lote.
estejam assegurados, mas é e) As galerias para o tráfego de
permitida a permanência de pedestres devem ter altura
trabalhadores que não sejam livre mínima de 2,5 m.
compatíveis com a fase da obra. 4. Em um canteiro de obras, são
e) São proibidas a entrada e a elementos ligados à produção
permanência de trabalhadores e ao apoio administrativo,
que não estejam assegurados respectivamente:
e que não sejam compatíveis a) A manutenção de equipamentos
com a fase da obra. e a garagem de veículos pesados.
2. Os canteiros de obras devem dispor b) A central de concreto e a
obrigatoriamente de: manutenção de equipamentos.
a) Instalações sanitárias. c) A central de concreto e
b) Sala de jogos. o escritório técnico.
c) Lavanderia. d) A sala de treinamento e a central
d) Ambulatório. de produção de formas.
e) Alojamento. e) A área de lazer de operários e
3. A instalação de tapumes é a central de pré-moldados.
obrigatória em atividades de 5. Precisamos produzir 600.000 m3
construção, para impedir o acesso de concreto para a construção
de pessoas estranhas ao serviço. de uma barragem no prazo de 3
Sobre a instalação de tapumes e (três) anos. Para isso, as centrais de
serviços decorrentes: concreto deverão produzir durante
2.676,63 h/ano. A alternativa que
56 Construção civil

especifica a capacidade da central a) 45 m3/h.


de concreto que deverá ser utilizada b) 30 m3/h.
na obra é (caso não encontre valor c) 130 m3/h.
igual à capacidade disponível no d) 100 m3/h.
mercado, considere a de valor e) 80 m3/h.
imediatamente superior):

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5682:1977. Contratação,


execução e supervisão de demolições. Rio de Janeiro: ABNT, 1977.
CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Engenharia e
Arquitetura, 1988. v. I e II.
MILITO, J. A. Técnicas de construção civil. Campinas: PUC Campinas, 2009. Apostila.

Leituras recomendadas
ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.
BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2000. vol. I e II.
CARICCHIO, L. M. Construção civil, Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.
PIANCA, J. B. Manual do construtor, 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.
_1.2_ Dica do professor
Você sabia que a indústria da construção civil é considerada nômade? O conhecimento do novo
local da obra, as dificuldades de acesso e a distância em relação ao escritório da construtora são
fatores que devem ser estudados para o sucesso de um novo empreendimento. A cada obra a
executar, pessoas, equipamentos, máquinas e materiais precisam ser deslocados.

Dependendo da dimensão do projeto, o tempo de construção pode ser longo, medido em anos.
Assista ao vídeo e confira por onde iniciar e como definir o leiaute de um canteiro de obras!

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5908f47200b3da41c141c36dad9ff3df

5min
_1.2_ Exercícios

1) Em um canteiro de obras:

A) São permitidas a entrada e a permanência de trabalhadores que não sejam compatíveis com a
fase da obra.

B) É permitida a entrada rápida de trabalhadores que não estejam assegurados.

C) São proibidas a entrada e a permanência de quaisquer trabalhadores, independentemente da


fase da obra.

D) É proibida a entrada de trabalhadores que não estejam assegurados, mas é permitida a


permanência de trabalhadores que não sejam compatíveis com a fase da obra.

E) São proibidas a entrada e a permanência de trabalhadores que não estejam assegurados e que
não sejam compatíveis com a fase da obra.
2) Os canteiros de obras devem dispor obrigatoriamente de:

A) Instalações sanitárias.

B) Sala de jogos.

C) Lavanderia.

D) Ambulatório.

E) Alojamento.
3) A instalação de tapumes é obrigatória em atividades de construção, para impedir o acesso de
pessoas estranhas ao serviço. Sobre a instalação de tapumes e serviços decorrentes:

A) Os tapumes devem ter altura mínima de 2,2 m em relação ao nível do terreno.

B) Em edifícios com mais de dois pavimentos, é facultativa a construção de galerias para o


tráfego de pedestres sobre o passeio.

C) As bordas da galeria para pedestres devem possuir tapumes com altura mínima de 2,0 m e
inclinação de 45°.

D) Não é obrigatória a instalação de tapume em todo o perímetro da obra, apenas na testada do


lote.

E) As galerias para o tráfego de pedestres devem ter altura livre mínima de 2,5 m.
4) Em um canteiro de obras, são elementos ligados à produção e ao apoio administrativo,
respectivamente:

A) A manutenção de equipamentos e a garagem de veículos pesados.

B) A central de concreto e a manutenção de equipamentos.

C) A central de concreto e o escritório técnico.

D) A sala de treinamento e a central de produção de fôrmas.

E) A área de lazer de operários e a central de pré-moldados.


5) Precisa-se produzir 600.000 m3 de concreto para a construção de uma barragem no prazo
de 3 (três) anos. Para isso, as centrais de concreto deverão produzir durante 2.676,63 h/ano.
A alternativa que especifica a capacidade da central de concreto que deverá ser utilizada na
obra é (caso não encontre valor igual à capacidade disponível no mercado, considere a de
valor imediatamente superior):

A) 45 m3/h.

B) 30 m3/h.

C) 130 m3/h.

D) 100 m3/h.

E) 80 m3/h.
_1.2_ Na prática
O canteiro de obras tem dimensões variáveis em função do porte da obra e do espaço disponível
para instalação. Nos centros urbanos, os estabelecimentos comerciais próximos geralmente são
utilizados como ponto de apoio, fornecendo alimentação e até sanitários. Mas isso somente
funciona para uma pequena quantidade de funcionários e por um curto período de tempo.
Geralmente, é recomendável que sejam feitas as instalações provisórias.

O canteiro de obras deve ser projetado com a finalidade de atender às necessidades inerentes à
edificação e aos trabalhadores. Ele deve ser dividido em setores. Mas quais são as condições
mínimas necessárias para que uma equipe possa realizar as suas atividades diariamente?

Hoje existem normas e leis que regulamentam as instalações provisórias - da ABNT (NB 1367 e
NBR 12284) e do Ministério do Trabalho (NR 18) -, bem como balizam o projeto e o
dimensionamento dos canteiros de obras.

A figura apresenta um exemplo de dimensionamento dos sanitários conforme a NR 18.

ATÉ 10 TRABALHADORES

Para cada grupo de até 10 trabalhadores, é obrigatório:


01 chuveiro 01 vaso sanitário 01 lavatório 01 mictório

ATÉ 20 TRABALHADORES

Para cada grupo de até 20 trabalhadores, é obrigatório:


02 chuveiros 01 vaso sanitário 01 lavatório 01 mictório

ATÉ 50 TRABALHADORES

Para cada grupo de até 50 trabalhadores, é obrigatório:


05 chuveiros 03 vasos sanitários 03 lavatórios 03 mictórios

* A partir de 50 trabalhadores no canteiro, a NR 18 exige a instalação de


um ambulatório junto à obra.
_1.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

NR 18
https://youtu.be/ATGBGiPYbh0

11min vídeo da Fundacentro ~2010 sobre melhoras no trabalho com a NR18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ALBUQUERQUE, Alexandre. Construções Civis. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
1957.
BAUD, Gerard. Manual de pequenas construções. Curitiba: Editora Hemus, 2002.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das Pequenas Construções. Vol. I e II. 8. ed. São
Paulo: Editora Blucher, 2000.
CARDÃO, Celso. Técnica da Construção Civil. Vol. I e II. 8. ed. Belo Horizonte: Edições
Engenharia e Arquitetura, 1988.
CARICCHIO, Leonardo M. Construção Civil. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Olímpia, 1955.
CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
MILITO, José Antonio de. Apostila da disciplina de Técnicas de Construção Civil e
Construção de Edifícios. Campinas: PUC, s.a.
PIANCA, João Baptista. Manual do Construto. 15. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2017.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
André Luís Abitante
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Aula 2.1
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Terraplenagem: movimentos de terra e


equipamentos
_2.1_
Apresentação
A construção de uma estrada de rodagem se dá em duas fases distintas: implantação da
infraestrutura e implantação da superestrutura. Na primeira, executam-se os serviços de
terraplenagem, em estreita obediência ao projeto, ou seja, movimentação de terras visando
conformar a região ao longo da qual se desenvolverá a futura rodovia, construção dos dispositivos
de drenagem (incorporados à infraestrutura e fora dos limites do corpo estradal), abertura de
túneis, construção de pontes, viadutos, etc. Na segunda fase, procede-se com a pavimentação, os
elementos (camadas) componentes da superestrutura da estrada, em cada trecho, conforme
especificado no projeto.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a estimar e compensar os volumes de corte e
aterro, executar o diagrama de massas, calcular as distâncias de transporte e conhecerá os
implementos e as máquinas mais utilizados na execução dos serviços de terraplenagem.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar e compensar os volumes de corte e de aterro.


• Calcular as distâncias médias de transporte.
• Relacionar os equipamentos necessários para serviços de terraplenagem rodoviária.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo conteúdo ruim. Vídeo muito curto.
_2.1_ Desafio
Você, como Engenheiro Rodoviário, em um projeto com 75 estacas e estaqueamento de 20 m, para
ajustar a compensação de volumes e distâncias de transporte, não abriu mão do Diagrama de
Bruckner — ferramenta que mais facilita esse tipo de análise. Sobre o diagrama elaborado por você,
foram traçadas três linhas de compensação, conforme anexo.

Com base no seu diagrama e nessas linhas de compensação indicadas, estime os seguintes dados
(em m3 ou m):

1) A distância média de transporte característica do projeto.


2) O volume de empréstimo.
3) O volume de bota-fora.
4) O volume do maior corte.
5) O volume do maior aterro.
elm = Escala ruim de ler.
1 DMT não sei.
2 emprést ~30 mil m3
3 bota-fora ~25 mil m3
4 > corte ~20 mil m3
5 > aterro ~40 mil m3

elm = Pela Padrão de resposta, o gráfico estava defeituso, prov. faltou 1 linha de
compensação e as ordenadas mal posicionadas...

elm = Mentor: Sobre o Desafio da Aula 2.1 (Terraplanagem), favor confirmar que:
A) No diagrama mostrado faltou uma linha de compensação e as ordenadas estão mal
posicionadas (ver figura abaixo).
B) A resposta padrão do item 4 a linha azul claro mostrada no diagrama deveria incluir o
trecho entre -5 e 0 das ordenadas,
Lista de Exercícios Rodov ias 1- Engenharia Civil - Ij u í - Unijuí

Professor José Antonio S. Echeverria

Semestre: 112020

Lista 02

1. O que se ente nde por fator de homogeneização?


O fator de homogeneização é apl icado sobre o volume de aterro, ele é a relação entre o volume de
material no corte de origem, e o volume de aterro compactado resultante. Sua utilização serve como fator
de segurança, de modo a compensar as pe rdas que ocorrem durante o transporte de solos e possíveis
excessos na compactação dos mesmos.
2. Pa ra a realização do projeto detalhado de terraplenagem no intervalo entre as estacas O e 75,
lançou-se mão do Diagrama de Brückner abaixo esquematizado. Com base nesse diagrama, indique:
a) o volume do empréstimo, em m3; 5000m3
b) o volume do bota-fora, em m3; Qm3
c) o volume do mai or corte, em m3; 20000m3
d) o volume do maior aterro, em m3; 35000m3
e) a DMT do volume compensado entre a estaca 37 e 55. 300m
35
30

25

~ 20

~ 15

.
"e
o
>
10

s
o
-s
·10 ...._

3 . Num co rte executado em material argiloso, foram obti das as três seções transversais, di1stantes 20
metros uma da outra. Calculadas as áreas, respectivamente obteve -se, 51 = 12sm2, S2 = 257m2 e
S3=80m2. Dê posse das áreas destas 3 seções, marque a alternativa com o volum e total d e material
escavado some nte nestas seções:
(A) 7.190m3 (B) 14.380m3 (C) 6.160m3 (D) 9 .240m3 (E) 4 . 799,333m3

4 . Num co rte executado em material argiloso, foram obti das as três seções transversais, dista ntes 20
metros uma da outra. Dê posse das áreas destas 3 seções, calcule o volum e total de ma terial escavado
e ntre a estaca 1 e 3.

ESTACA 1 ESTACA2
ESfACA 3
Solução:

.,, _ 22 ml-46
"1-~ - ")
m:.,o
.- -
- 680 ,.,1
,,

V =Vi +V~ =680 m!-860 m: = 1540 111 1

5 . Com base na Tabela de Bruckner, apresentada a seguir, solicita-se que seja informado qual o volume a

_ ==_-- - ---·,
ser at errado de ma t er ial de 1ª catego ria, exat amen te entre as estacas 109 a té a estaca 117, em m3.
Dem onstr e como obteve o va lor.
_._(..,
ar
mim
..
ÃllLU ( • '>
Ar.coa. CGlrft
.. DBTMaA
( 9) COll1W
.._ ,...,
IATaM.
,...
2.00

...,
109 5,26 7,38 3,DO 11,41 10,00 30,00 114,to 30,00 551,22

+9 2.80 1,52 2.,27 4,80 9 ,13 4,50 20,10 43,S4 20,10 534,58

110 4,4$ 7Pt 5,50 573,41

11 1 6,03 1G,41 10,00 104,1 171,31

112 6,42 12,45 10,00 12.4,!fO 802,81

113 S.&4 15,08 10,00 150,llO 153,41

11 4 11,116 18,311 10,00 1113,00 l .Ul,41


llS 8,02 0.52 0,87 17,1111 10,00 178,111) 1.313,21

116 5,07 uo 1.158 13,09 2,55 10,00 130,80 25,50 25,50 1.411,61
11 7 2.4 2,42 3.39 1,41 5,'17 10,00 74,10 50,70 50,70 1.442.61

43,34+25, 50+50,70 = 119,54 m3

6 . Para a realização do projet o det alhad o de t erraplenagem no i ntervalo entre as est acas O e 30, lançou -
se mão do Diagrama de Br ückner abaixo esquem atiza do, em conjunt o com o pe1f il longitudi nal. Com base
no diagrama e no pe1f il, indique :

TERRDIO
e, ~
/ GREIDE

~ ~~~
I~
~
I '
1\ i\
~ K ~ '
". ., . ;- - _,. . . " . '. - \- ~ ....
" " l/. -
1- ~ _,..."
Lf
' 1/
' 1/
' V
1
' I
5 10 15 20

a) Qu antos m3 se rão transpo rta dos do Cl para o Al ;


b) Volume do Aterro A2;
c) Mom ento de transporte t otal ;
Obs.: esta cas com 20m de dist ância entre si .
Ordenada Gráfico de Bruckn er - " volumes acumulados (1 0 3 m 3)"
,...-~
~- -~.,....~~~ ~o
So/11cào:
--~(-7t'--
7'_c.:,.'~~
..::::.,_ 1 GREmE

"" ~ ~~/ 0\
I"\.
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2 o ~T"ii-tT"ii-tT"i-+rl-+t-t-lrt-t-t-t-++-1-t~l-t-Hri
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~ ~ l-+-l-'l-11-+-1-+-il-+-#-t-t-++-t-t-+~t-t-t--ll-1-1-1-+-l-+-H
~ -61-+-l-.J\11-+-1-+-il-l<J'.l-t-t-++-t-t-+-!i.1-1-t-ll-1-1-1-+-l-+-l-I
~ ~ f-++-l-'t-+-t-t-+.~-+-+-f-++-1-1-1-~-4-/-l-"-+--l-l-+-l-t-t
.71-1-+-+-!l'<+-l-+.1'-+-l-+-!-++-+-!-++-l-l-+-+-l-l-+-+-l-l-!-I
.gLL.L.ILL-1'..l"""-.LlLL.L.l....LL.J.....LL.J....LL.l...LL.l.L.ILL.L.ILJ
• • 10

b) 800m3

21'""1''"1"'T""il'"'T"T".....................- .....,....,.............l""T................................~

~ 1t-++t1-+-t++-l-t-tt-lllf-+t\t-t-l-+~-t-tt+-lf-+tt~ '
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• • 10 ,, 20 21 ...,...- )O

1Mr• V1•0,+v,•o,+v1•or-v••o,;-v..,-o.., • 6000•1 2-<1ooo•s-<1ooo•s,~2000•4•2000 • 10


Mr• 1.66*105 m3.d.am
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O " Emptd'no
-1 ' I
. 2 1- ~ -----~~ .. ---- '- ~ .....

5 10 15 20 25 30
-D.·tJ- - o.-a.•- f STACAS
7. Num serviço de te rraplenagem em m aterial de 1 a catego ria, entre as estacas 1 e 4, de um certo
proj eto, são apresenta das as seções transve rsais com suas respectivas áreas (Ac = área de co rte;
Aat=área de aterro ) . As estacas estã o afasta das 20m uma da outra. Com base nas áreas das seções
transversais apresent adas, calcule o volume de m aterial a ser escavado (corte) entre as estacas 1 a 4 .

Ac=49m 2
Ac=50m 2

8.80

u.o
ESTACA 1 'ESTACA?

Ac=83m 2
25
11=3.8 2.50
14.0
1
ESTA CA3
ESTACA4

V1- 2 = 50+49 = 99/2"'20 =990 m 3


V2-3=49+83=132/2*20=1320 m3
V3-4=83+27=110/2*20=1100 m 3

V escavado=990+1320+ 1100 = 3410 m 3

8 . Com suas palavras defin a:


a- o qu e significa aterro corrigi do numa tabela de cálculo do diagrama de Bruckn er; Aterro co rrigi do são as
áreas de aterro medi das n as seções e multiplicadas pelo fator de homogeneização.
b - quais as funções do com pr iment o de transição (ls), numa curva horizo ntal ci1rcu lar com transição. Ls é
o compri ment o do trecho de t ransição da curva. Um dos motivos de usar a curva de transição é ev itar o
i mpacto pelo apareciment o brusco de uma força tra nsversal, ou sej a, diminuindo a aceleraçã o centrípet a
na curva de for ma gradativa, para que haja mais conforto e segurança.

9 . Para a realização do projeto detalhad o de t erraplenagem no intervalo entre as estacas O e 55, lançou -
se mão do Diagr·ama de Brückner abaixo esquematizado. Com base nesse diagra ma, indiqiue :

4S
40
JS

..
E 30
õ 2S
..
!!
E
20

1 IS
10
s
o
o s 10 IS 20 lS 30 3S ao 4S so ss 60
fst.lC.lS

- 4 5 BSC CARGA E TRANSP MAT l ' CAT C/ESClWADBIRA 50<DMT< 200mc11 m• 6,35
5 6 IESc CARGA E TRJ\NSP MAT 1 · CAT C/ESCAVADEIRA 200<DMT<•400mcs m• 6,74
6 7 ~ç CARGA l:l Tl\ANS E' MAT 1 - CAT C/~SCAVAOl:llRA 4 00<Di'IT<=600111C5 m• 7 ,6'7
7 8 IRSC CARGA E Tl!ANSP MAT l" C/liSCAVADBIJU. 600cOl'IT.- BOOmes
CAT m• 8,12
8 9 BSC CARGA E TP.Jl.NSP MAT 1 · CAT C/ESCAVADBIRA 800<DMT<=l.OOOmcs m• 8,57

75 136 COMPAC"l'AÇÃO A'l"F!RROS 95' P.N. ... 2 , 51


76
77
150
151
COMPACTAÇÃO A':"E!RROS 100\ P . I .
COMPACTAÇÃO A7ERROS 100, P.N. ...
m• 3,67
2 ,89
a) Trace a(s) linha(s) de compensação objetivando maior abrangência dos serviços compensados de
cortes e aterros;
b) Com base no item a), qual o volume de bota-fora, em m 3 ; O m3
c) Com base no item a), qual o volume do maior aterro, em m 3; 15 m 3
d) indicar a DMT aproximada (em m) para cada onda de Bruckner, com base no item a);
DMT 01 = 200m
DMT 0 2 = 200m

e) Considerando os preços unitários a seguir, informe o valor desta obra de t erraplenagem considerando
apenas os custos de escavação, carga, transporte e compactação.
Obs.: estacas com 20m de distância ent re si.

Onda 1:

DMT = 200 m
Escavação/Carga/Transporte = 15000m 3'" R$6,35/m 3= R$ 9 5.250,00
Compactação {95% PN) = 15000m3* R$2,51/m3=R$ 37.650,00

Onda 2 :
DMT = 200 m
Escavação/Carga/Transporte = 10.000m 3"' R$6,35/m 3= R$ 63.500,00
Compactação {95% PN) = 10.000m3'"' R$2,51/m3=R$ 25.100,00

Bota-Fora:
DMT = 1000 m (considerei qualquer valor de DMT para o bota -fora)
Escavação/ Carga/Transporte =40.000 m3* R$8,57/ m3=R$ 342.800,00

Total:
R$ 564.300,00

10. Com suas palavras responda:


a- Cite dois tipos de tinta que podem ser utilizados em sinalização horizontal; TINTA ACRÍLICA À
BASE D'ÁGUA; TI NTA ACRÍLICA À BASE DE SOLVENTE E TINTA TERMOPLÁSTICA.
b- I nforme a que material é at ribuída a refletividade existente em sinalização horizontal de
rodovias; ESFERAS DE VIDRO
c- Comen te como são definidos os pontos de proibição de ultrapassagem em rodovias. A
proibição de ult ra passagem numa rodovia deve ocorrer a partir do pont o em que se constata dist ância de
visibilidade menor ou igual a indicada, em função da velocidade regulamentada. Ent re dois t rechos de
proibição de ult rapassagem deve haver uma distância mínima igual à distância de visibilidade, caso
contrário, as linhas referent es a cada trecho devem ser unidas.

11. Um engenheiro fo i contratado para real izar a quantificação de um serviço de aterro entre
apenas as estacas 104+ 17m a 108+ 11 de um determinado trecho de obra. Sabe-se que a obra será
executada em terreno plano que possui cota de 8,00m em relação ao nível do mar em toda a área. A
altura do aterro no eixo da seção transversal é informada na planilha apresentada a seguir. Sabe-se que a
plataforma de terraplenagem na sua parte superior será plana (sem caimentos laterais) com largura de
12m. Os taludes de aterro serão rea lizados com inclinação de 1: 1,5 (V:H) .
Planilha Cálculo Volume Aterro 1 •1
Es taca Otst (m) Cota Vermelha (m) Área da Seção (m') Soma das Áreas (m') SemK\stânaa (m: Volume (m') Volume Acumulado (m'~
104•17 0,00
105 1,50
108 5.00
107 7,00
108 2,00
108•11 0,00

0.000

• Cota vermelha = dilerença de nível entre o nível do terreno


e a r.ota dê terraolanMem no eíxo c:Ja ~edlo

Calcu le as áreas da seção t ra nsversal de cada estaca em função da alt u ra do ater ro; o volume de aterro a
ser realizad o e a est aca do cent ro de massa dest e volume.
volume
Est aca Dist (m) área de seção soma das áreas semi dist volume
acumulado
104+17 o o o o o o
105 3 21,375 21,375 1,5 32,0625 32,0625
106 20 97,5 118,875 10 1188,75 1220,8125
107 20 157,5 255 10 2550 3770,8125
108 20 30 187,5 10 1875 5645,8125
108+11 11 o 30 5,5 165 5810,8125

12. No dia grama de Bruckner apresent ad o a seguir, considerando a linha de com pensação apresent ada,
calcule:
a) Qual o volume de bot a-fora, em m 3 ? 40000 m3
b) Qual volume de emprést imo, em m 3 ? O m3
c) Em qual segmento ocorre o m aior co rt e ? Maior co rte: entre as est acas O e 15 = 35000m3
E onde ocorre o mai or at erro? Maior at erro: entre as estacas 15 e 26 = 25 000m3

d) Qual a DMT ponderad a do p rojet o ent re as est acas O a 60, desconsiderando bota -fora e empréstimos.

DMT 0 1= 100 m; Vl= 10000m3


DMT 02 = 240 m; V2 = 15000m3
DMT 03 = 100 m; V3 = 10000m3

DMT PONDERADA = (100* 10000)+( 240 *1 5000) + ( 100*10000)/10000+ 15000+ 10000


DMT PONDERADA = 160 m

E, considerando dmt de 300m p ara o bota -for a e em préstimo?


DMT PONDERADA = ( 100* 10000) + (240* 15000) + (100 *1 0000) + ( 300* 40000) + ( 300 * 0)/ 10000 +
15000 + 10000 + 40000 + o
DMT PONDERADA = 234,67 m

e) Em quais estacas ocorrem pontos de passa gem de corte para aterro? 15, 26, 40 e 45

Obs.: esta cas com 20m de distância ent re si .

45

40

ss
... 30
:
ô• 2S
::.
~ 20
..,;
> 15

10

s
o
o 5 W ~ 20 25 ~ 35 ~ 45 !O 55 ~

CJ'toi;.o.J.
14. No diagrama de Bruckner apresentad o a seguir, considerando a linha de com pensação apresentada,
calcule:
a) Trace uma linha de com pen sação para proporci onar compensação em co rtes e aterros, de
forma a minimizar em préstimos e bota -fora em t oda extensão;
Com base na linha de compe nsação t r açada in forme :
b) Qual o volume de bot a-fora, em m3 ; 15000m3
c) Qual volume de emprésti mo, em m 3 ; 50 00m 3
d) Consi derando os preços unit ários a seguir, informe o valor desta obra de terraplenagem considerando
apenas os custos de escavaçã o, ca rga, transporte e compactação.
Obs.: esta cas com 20m de distância entre si .
DMT para bota -fora e para em préstimo considerar igual a 700 m .

4 s BSC CARGA B TRANSP MAT 1 • m• 6 , 35


s 6 BBC CARGA E TRANSI' llAT 1 • CAT C/BSCAVADEIRA 200<DMT,-4QOmco m• 6 , ?4

6 7 BSC CARGA E TRANSP MAT 1 • CAT C/ESCAVADEIRA ~OO<DMT<=600mcs m• 7, 67


7 9 ESC CARCA E TRANSP MAT l' CAT C/ESCAVADEIRA 600<DMT<•800mcs m• 9,12
8 9 BSC CARGA E TRl\NSP HAT t • CAT C/ESCAVADEIRA 800<DM'l'<•l .000mcs m• 8 , 57
75 116 C'Qo!Pi\CTl\ÇÀO ATERROS 95\ P.N. •• 2,51
7,
77
150
151
C'Qo!Pi\CTAÇÀO
COMPACTAÇÃO
llT!RROS lOOt i:>.I.
ATrnos l OOt P.N. ...•• 3,67
2,89

45

40

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o 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Estaco>

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o 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
tstac•s

On cJa 1 :
DMT = 140 m

Escavação/Carga/Transporte= 5000m 3* RS6, 35/ m 3=R$ 31.750,00

Compact ação {95% PN) = 5000m3* R$2, 51/m3= RS 12 .550, 00


Onda 2:

DMT = 200 m

Escavação/Carga/Transporte= 15.000m3* R$6,35/m3=R$ 95.250,00

Compact ação (95% PN) = 15.000m3* R$2,5 1/m3=R$ 37.650,00

Onda 3 :

DMT = 100 m

Escavação/Carga/Transporte = 10.000m3"' R$6,35/m3=R$ 63.500,00

Compactação (95% PN) = 10.000m3"' R$2,5 1/m3=R$ 25.100,00

Bota- Fora:

DMT = 700 m

Escavação/Carga/Transporte = 15.000 m3* RS8,12/m3=R$ 121.800,00

Emprésti mo:

DMT = 700 m

Escavação/Carga/Transporte = 5.000m 3 * RS8,12/m 3=RS 40.600,00

Compactação (95% PN) = 5.000m3* RS2,51/m3 = R$ 12.550,00

~ai: 1
~40.75~
15. Com suas palavras respon da:
A - Em que situações é utilizada sinalização vertical de cor de fundo marrom? ATRATIVOS TURÍSTICOS
B - Informe a que material é atribuída a refletividade existente em sinalização horizont al de rodovias;
ESFERAS DE VIDRO
C - Cite pelo menos dois tipos de tinta util izados em sinalização horizontal.
TINTA ACRÍLICA À BASE D'ÁGUA; TINTA ACRÍLICA À BASE DE SOLVENTE; TINTA TERMOPLÁSTICA
D -Comente como são definidos os pontos de proibição de ultrapassagem em rodovias, na fase de
projeto.
A proibição de ultrapassagem numa rodovia deve ocorrer a partir do ponto em que se constata
distância de v isibil idade menor ou igual a indicada, em f unção da velocidade
regulamentada.
Entre dois trechos de proibição de ultrapassagem deve haver uma distância mínima igual à distância
de visibilidade. caso contrário as linhas referentes a cada trecho devem ser unidas.
E- Explique ou cit e as diferenças de mat eriais de 1a, 2ª e 3ª categoria quando nos referimos aos serviços
de terraplenagem?
Classificação de solos para terraplenagem:
- Em função da dificuldade de escavação;
- 3 Categorias;
- Custo é função da compacidade do material.

*Materi al 1 ª categoria
Solos, diâmetro máx 15 cm;
Equipamentos simples : trator de esteiras, escavadeiras, scrapers.

*Material 2ª categoria
Resistência ao desmonte inferior a rocha não alterada; rochas em processo
adiantado de cimentação ou de intemperização
Equipamentos combinados de maior porte com utilização de escarificador .
"'Mat eri al 3ª categoria
Rochas, blocos d iâmetro médio superior a l m ou volume super ior a 2m3;
Emprego contínuo de explosivos.

16. Desenho 3 seções tran sversais de t erraplenagem, sendo uma de at erro, outra de co rte e um a
m ista. Nas seções identi fiq ue os elementos de drenagem superficial, os caim entos tra nsversais,

terreno natural, pista e acostamen to, e os taludes. O aluno deve propor valores usuais para as
larguras e caimentos.

ATERRO

-
CSCALA f 100

CORTE
-.

MISTA

C.BCA~ 1'fOO - - - - - - - - - - - - -

~ Num corte execrutado em ma t erial argiloso, foram obtidas as qua tro seções transver sais, distantes 20
m etros uma da ou tra. Dê posse das áreas de corte apresentadas abaixo, nas 4 seções, calcule o vol ume
total de material escavado entre a estaca O e 5, part indo do pressuposta que as estac.as O e 5 poss.uem
área de corte nulas. Informe também a posição da estaca do centro de massa (gravidade) deste corte.
1
• • 4.1

ESTACA 1 ESTACA3
ESTACA :?

ESTACA4

18. Para a rea lização do projeto detalhado de terraplenagem no intervalo entre as estacas O e 40, lançou-
se mão do Diagrama de Brückner abaixo esquematizado. Com base nesse diagrama, indique:
Obs.: estacas com 20m de distância entre si.

35

30

10

:L o s 10
_,
15 20
Estacas
..--
2S 30
_,
35
-i
40

a) o volume do bota-fora, em m 3 ; Sm3


b} o volume do maior corte, em m 3 ; 25m 3
c) o volume do empréstimo, em m 3 ; OmJ
d} indicar a OMT aproximada (em m) para cada volume compensado e a OMT geral (ponderada) dos
volumes compensados ( ex cetu a ndo os e m préstimos e bota-for as)
DMT 0 1 = 200m;
DMT 0 2 = 80m;
DMT 03 = 120m;

DMT PONDERADA =(200* 10000)+(80* 10000) + ( 120" 10000)/ 10000+10000+ 10000


OMT PONDERADA = 133,33 m

e) Considerando a lista de preços unitários do DAER a seguir, e utilizando DMT d e 1.0 0 0 metros par a
e mpréstim os e bota-for as, APRESENTE o valor da obra de terraplenagem.

4 s BSC CAJ':GA B ~RANSP MA'I' l " CAT C/l!SCAVADEIRA 50<DMT<-200r>es n' 6,3S
BSC CARGA B ".'RAllSP MA'l 1 · CAT C/RSCAVAI>El!IA 200·DMr•· 4 0~me~ n• 6,74
!>

6 ,
6
BSC CARCA B '.:RAJISP l'.AT i • CAT C/CSCAVAOEIRA 400<0f'fi'<-600mcs r.i • 7,(,7
7 e BSC CARCA B 7RAllSP MAT i · CAT C/&SCAVAOEIRA 600<0f'fi'<•800mco m• 8,12
a
75
76
9 BSC CAP.CA E 7RAllSP 1'.AT i • CllT C/aSCAVADSIAA aOO<Df'fi'<•l. OOOr>es
136 COMPACTACÀO ATlt'UtOS 95\ P.N.
150 COMPACTP.ÇAO AT1!1lROS 100" P.I.
......
m• 8,57
2,51
3,67
77 151 COMPACTAÇÃO ATl!RROS 100\ P.N. 111' 2, 89

Onda 1:
DMT = 200 m
Escavação/ Carga/ Transporte = 10.000m3* R$6,35/ m3= R$ 63.500,00
Compactação (95% PN ) = 10.000m3* R$2,51/m 3= R$ 25.100,00
Onda 2 :
DMT = 80 m

Escavação/Ca rga/Transporte = 10.000m3* R$6,35/ m3= R$ 63.500,00


Compactação (95% PN) = 10.000m3* R$2,5 1/m 3= R$ 25.100,00

Onda 3:
DMT = 120 m

Escavação/ Carga/Transporte = 10.000m3* R$6,35/ m3= R$ 63.500,00


Compactação (95% PN) = 10.000m 3* R$2,5 1/m 3= R$ 25.100,00

Bota-Fora:

DMT = 1000 m

Escavação/Carga/Transporte =5.000 m 3 * RS8,57/m 3 =RS 42.850,00

Total:
R$ 308.650,00

19. Em poucas e breves palavras descreva o que é:


a - Material de 3ª c<itegoria em terraplanagem:
Rochas, blocos diâmetro médio superior a lm ou volume superior a 2m 3 ;
Emprego contínuo de explosivos.
b- Ponto de Passagem em terraplenagem; Pontos onde muda de corte para aterro e vice -versa.
c- De que cor é a sinalização vertical para alerta de obras na v ia de tráfego? LARANJA
d - Superelevação; Inclinação transversal necessária nas curvas a fim de combater a força centrífuga
desenvolvida nos veículos e dificultar a terraplanagem. Ela é função do raio de curvatura e da velocidade
dos veículos.

e- Compensação lateral no Diagrama de 6ruckner; Volumes compensados lateralmente (não suj eitos a
transporte longitudinal)
f- Distância Média de Transporte - DMT; Distância de transporte de um corte para a compensação de um
aterro.

20. Um engenheiro está desenvolvendo um projeto de terraplenagem de um t recho de uma rodovia


federal, compreend ido entre as estacas 0 + 0,00 e 21+0,00, conforme as ordenadas do diagrama de
Bruckner e os volumes do m aterial no seu estad o natural, apresentados a seguir.
Foram lançadas duas linhas de compensação: a prim eira, entre as estacas 3 + 0,00 e 7+10,00, na
ordenada 2.400m3; e a segunda na ordenada 3 .800m3, entr e as estacas 12+0,00 e a 16 + 0,00. O
engenheiro civil sabe que para fi ns de atendimento a legislação ambienta l, é necessário real izar a
recomposição da área de um empréstimo local izado na estaca 8+ 15,00 a 250m do eixo da rodovia, o que
r equer um volume de 8.500m 3 . O engenheiro civil necessita, então, calcular o v olum e de bota -fora
compreendido ent re as est acas 0+0,00 e 21+0, 00, para v erifi ca r se ele será suficiente para a
recomposição ambiental já mencionada .
Na situação descrita, o volume em m 3, de bota-fora dev erá ser igual a :
a- 2.400 b- 3 .800 c- 6 .200 d- 10 .200 e- 16 .600

7SOO

5000

·2500

·5000

·7SOO
o s 10 1S 20

1 2400+ 7800 = 10.200 m3 I


_2.1_ Infográfico

Você sabia que a superfície do terreno natural é inadequada ao tráfego de veículos?

Para que seja possível o desenvolvimento de boas velocidades, boa visibilidade a distância,
condicionar a drenagem e aumentar a resistência à carga dos veículos, ou melhor, proporcionar
condições geométricas compatíveis com o volume e tipo dos veículos que irão utilizar a rodovia, a
terraplenagem é essencial. Essa etapa, uma das mais representativas na composição de custos da
rodovia, visa conformar o terreno existente aos gabaritos definidos em projeto, englobando
serviços de corte (escavação de materiais) e de aterro (deposição e compactação de materiais
escavados). A conjugação desses dois serviços caracteriza um projeto otimizado, por isso, é preciso
ter o menor movimento de terra possível e, principalmente, utilizar todo material proveniente de
corte em aterros próximos.

(1) O movimento de terras deve ser


mínimo.

(2) O material de corte,


preferencialmente, deve ser todo
aproveitado em aterro (caso o material
seja adequado para tal).

(3) As distâncias de transporte devem


ser as menores possíveis.

(4) Os aterros devem ficar o mais


próximo possível da área (seção) de
corte.


Movimento Custo de
de terra implantação
MAIOR MAIOR
_2.1_ Conteúdo do livro
Na obra em questão, o autor aborda as técnicas tradicionais para a estimativa dos volumes de corte
e aterro, a compensação do material, as distâncias de transporte e os equipamentos utilizados na
execução, itens que representam uma grande fatia do orçamento de uma estrada de rodagem.

Para melhor compreensão, acompanhe o trecho Terraplenagem: movimentos de terra e


equipamentos, material que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.

elm - ver também


NotAulaPt_Civ_Terraplenagem_Campiteli_Estrategia_2017_123p.pdf
SUMÁRIO

1Unidade1

Noções sobre classificação funcional e técnica de vias............... 13


Classificações funcionais.............................·-························································································ 13
Classificações técnicas............................................................................................................................. 19
Relação entre classificação funcional e técnica ..................................................................... 21
Outras classificaçõcs.................................................................................................................................22

Classificação das rodovias brasileiras .................................................26


Classificação pol ítico-administrativa...·-······-················································································ 26
Nomenclatura e classificação geográfica ...................................................................................30
Est abelecimento da quilometragem das rodovias...............................................................34

!unidade 2

Conceitos gerais, considerações teóricas e práticas


para os projetos ......................................................................................... 39
As quatro fases de uma obra rodoviária ......................................................................................40

Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias ..........49


Procedimentos e características de um levantamento ai ti métrico ........................... 50

Levantamento planialtimétrico ..--··-······--··--············--····-·--···-········--···--········--············..···--····· 55


Principais acidentes geográficos naturais.............·-······························-···································57

Escolha do traçado de rodovias ...........................................................63


O t raçado final e suas respectivas etapas de trabalho ....................................................... 64
Condicionantes políticos e geográficos ......................................................................................65
L Projeto da exploração.............................................................................................................................. 10

Unidade 3

Geometria horizontal - curvas circulares simples e


de transição ................................................................................................. 81
Curvas horizontais circulares simples e curvas horizontais

com transição...·-··································-·····-··························································-······························82
Determinação dos elementos para projeto de curvas circulares ................................ 86
L Curvas horizontais de transição ........................................................................................................90
Superelevação e superla rgura ........................................................... 104
A necessidade da superelevação e superlargura em
projetos de estrada. ............................... 104
Superelevação ................................................ 10 5
Superlargura ......................................................................... .................................................121

Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais ............................... 133


Elementos básicos das curvas de concordância vertical ...............................................13 3
Rampas em rodovias ........................................... ......... 134
Curvas verticais ...................................... .......139

Seções transversais: elementos e dim ensões,


distribuição de superlevação .............................................................153
Seções transversais: elementos, dimensões e distribuição
de superelevação ................................................................................................. ....... 154
Características técnicas .................................................................... .......... 155
Dimensões padrão ......................................................... ................................................ 158

Interseções ................................................................................................ 163


Tipos de manobras e conflitos............................................................................·-···············-········ 163
Interseções em nível .............................................................................................................................. 165
Interseção em desnível ou interconexão ......... ·········-··························································1 71

Unidade4

Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos .......... 183


A necessidade da terraplanagem para a engenharia rodoviária ............................. 18'1
Cálculo dos volumes ............................................................................................................................. 184

Compensação de volumes ································-····································································-········187


Diagrama de massas.............................................................................................................................. 189
Equipamentos de terraplenagem................................................................................................. 196

Drenagem superficial ........................................................................... 201


A importância da drenagem superficial em obras rodoviárias.................................. 201

Drenagem superficial ·················-······································································································· 202


Drenagem para transposição de talvegues ........................................................................... 213

Drenagem subterrânea .........................................................................218


Importância da drenagem profunda em obras rodoviárias .........................................218
Classificação dos drenos .....................................................................................................................221

Dispositivos drenantes p rofundos.................................·-················· ···········-··············-··········222


Drenagem subsuperficial ................................................................................................................. 226

Erosão: causas, mecanismos para ocorrência e


alternativas para controle ................................................................... 231
Conceitos sobre erosão interna e superficial....................................................................... 231

Medidas preventivas à formação ou evolução de processos


erosivos internos ....................................................................................................................... ........ 24 O
UNIDADE 4
Terraplenagem,
movimentos de terra
e equipamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar e compensar os volumes de corte e aterro.


 Calcular as distâncias médias de transporte.
 Relacionar os equipamentos necessários para serviços de terraple-
nagem rodoviária.

Introdução
A construção de uma estrada de rodagem se dá em duas fases distin-
tas: implantação da infraestrutura e implantação da superestrutura. Na
primeira, executam-se os serviços de terraplenagem, em estreita obe-
diência ao projeto, ou seja, movimentação de terras visando conformar
a região ao longo da qual se desenvolverá a futura rodovia, construção
dos dispositivos de drenagem (incorporados à infraestrutura e fora dos
limites do corpo estradal), abertura de túneis, construção de pontes e
viadutos, etc. Na segunda fase, procede-se a pavimentação, os elementos
(camadas) componentes da superestrutura da estrada, em cada trecho,
conforme especificado no projeto.
Neste capítulo, você verá como estimar e compensar os volumes de
corte e aterro, executar o diagrama de massas, calcular as distâncias de
transporte e conhecer os implementos e máquinas mais utilizados na
execução dos serviços de terraplenagem.
184 Estradas

A necessidade da terraplanagem para a


engenharia rodoviária
A superfície do terreno natural é, muitas vezes, inadequada ao tráfego de
veículos. Quando existem irregularidades (ondulações do relevo) não é pos-
sível circular com segurança devido a impedimentos de visibilidade e por não
apresentar condições de drenagem.
A Engenharia Rodoviária faz uso de atividades de terraplenagem para
conformar o terreno aos usos necessários pelas atividades e desenvolvimento
do homem e da sociedade:

 Limpeza do terreno (desmatar, destocar e limpar a faixa de trabalho);


 Escavação e desmonte, muitas vezes envolvendo grandes quantidades
de solo natural e rocha;
 Transporte destes materiais, do local de origem, até um local de destino;
 Colocação e espalhamento no local do destino;
 Compactação do material quando necessário.

Segundo Pontes Filho (1998), o custo do movimento de terra é, na maioria


dos projetos, significativo em relação ao custo total da estrada, sendo, portanto,
um item importante a ser analisado. Quando os materiais provenientes de corte
tiverem condições de serem usados em aterros nas redondezas, dizemos que
há equilíbrio entre volumes de cortes e aterros, minimizando empréstimos e/
ou bota-foras, e reduzindo os custos de terraplenagem.
Quanto mais ondulado ou montanhoso é o terreno natural, mais signifi-
cativo é o custo de terraplenagem. Pontes Filho (1998) indica que o estudo da
movimentação de terras engloba tanto o cálculo de volumes a mover como
os princípios técnicos para execução dos trabalhos.

Cálculo dos volumes


Para o cálculo do volume de terra, Pontes Filho (1998) sugere supor a existên-
cia de um determinado sólido geométrico cujo volume pode ser facilmente
calculado. Este volume é proveniente de uma série de prismoides (sólidos
geométricos limitados nos extremos por faces paralelas e lateralmente por
superfícies planas). Os volumes propriamente ditos são calculados pelas se-
ções transversais, aplicando-se o conceito de área média ou semidistância,
ou seja, as fórmulas supõem seções planas (em sequência) paralelas entre si,
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 185

espaçadas por uma mesma distância. Na realidade, conforme apresentado na


Figura 1, as faces paralelas correspondem às seções transversais extremas,
e as superfícies planas laterais correspondem à plataforma da estrada, os
taludes e a superfície do terreno natural. A seção transversal, por sua vez, é
o polígono formado pela plataforma, pela linha natural do terreno, e pelos
taludes (rampas de corte e/ou saias de aterro).

Figura 1. Prismoide formado em um tramo de rodovia (em corte).


Fonte: Carciente (1985).

A cada estaca tem-se uma seção transversal específica, ou seja, quanto


menor o estaqueamento utilizado, maior a precisão na estimativa dos volumes.
Da Figura 1, Pontes Filho (1998) deduz a seguinte fórmula para cálculo do
volume:

V = (L / 6) × [A1 + (4 × Am) + A2]

Onde:

 A1 e A2 = áreas das seções transversais extremas (nas estacas);


 Am = área da seção transversal no ponto médio;
 L = distância entre A1 e A2 (geralmente o estaqueamento).

Quando as seções extremas são relativamente parecidas, pode-se simplificar


a equação acima substituindo a área média (Am) por (A1 + A2)/2, o que nos dá:

V = (L/2) × (A1 + A2)


Estaqueamento

Conforme Lcc (2002), para caracterizar cm projeto a geometria dos elementos


que constituem a rodovia (tangentes e curvas), deve-se marcar pontos sucessivos
ao longo do eixo, que servirão, inclusive, para fins de posterior materialização
da rodovia cm campo.
Esses pontos são denominados de estacas, marcados a cada 20,0 m ou 50,0
m de distância, dependendo do nível de precisão que se desejar, a partir da
origem do projeto, e numerados sequencialmente, processo conhecido como
estaqueamento do eixo. Segundo Lcc (2002), o ponto de origem constitui a
estaca O (zero), geralmente representada por estaca zero = Ponto de Partida
(O = PP); os demais pontos, equidistantes de 20,00 m (ou 50,0 m), constituem
as estacas inteiras, sendo denominadas por "estaca I'', "estaca 2'', "estaca 3"
assim sucessivamente. Qualquer ponto ao longo do eixo pode ser referenciado
a esse cstaqucamento, sendo nomeado pela estaca inteira imediatamente
anterior à sua posição, acrescida da distância (cm metros - precisão de 0,01
m) entre a estaca inteira e o ponto considerado.
Ao longo das tangentes (trechos retos) a marcação e nomeação das estacas

~
não apresenta dificuldade alguma. Nas curvaturas ocorre uma pequena perda
precisão, já que as distâncias são tomadas ao longo de segmentos retos (de
a estaca à outra) através de recursos comuns da topografia, mas na realidade
tais comprimentos correspondem a arcos de curvas.
Para rcfercnciamcnto dos trechos curvos do eixo, o DNER (BRASIL, 1999)
pede que se marque, além dos pontos correspondentes às estacas inteiras,
pontos para estacas intermediárias, melhorando a precisão da caracteriza-
ção. Conforme Lce (2002), o uso de estacas intermediárias é recomendado
também nos casos de trechos retos cm regiões muito acidentadas, onde haja
necessidade de maior precisão, principalmente cm função dos volumes de
tcrraplcnagem envolvidos.
O projeto e a locação de curvas por estacas inteiras correspondem à matc- 1
rialização de pontos por meio de cordas com 20,0 m. Para evitar erros signifi-
cativos entre os comprimentos dessas cordas e seus arcos, o DNER (BRASIL,
1999) recomenda a caracterização (com cordas de 20,0 m) somente para curvas
com raios s uperiores a 600,0 m. Trechos curvos com raios entre 100,0 me
600,0 m, devem ser marcados com pontos distantes 10,0 m entre si. Nesses
casos, são marcados (nos trechos curvos) os pontos correspondentes às estacas
inteiras mais os pontos correspondentes às estacas fracionárias múltiplas de
10,0 m. Com raios de curva inferiores a 100,0 m, os comprimentos máximos
de corda devem ser de 5,0 m, sendo caracterizados os pontos correspondentes
às estacas inteiras e às estacas fracionárias múltiplas de 5,0 m. _J
Segundo Lec (2002), outra forma de notação para refercnciamcnto de pontos
ao longo do eixo é a denominada notação quilométrica, cuja posição de um
ponto é indicada pela sua distância à origem, número inteiro de quilômctros,
acrescido da fração, cm metros, com a precisão convencional de 0,01 m.
Por exemplo, considerando que uma cabeceira de viaduto estivesse pro-
j etada a 7.362,70 m de distância da origem. Pelo método convencional de
estaqueamcnto, no projeto e locação da rodovia, a cabeceira localizar-se-ia na
estaca "368 + 2,7 m". Utilizando a notação qui lométrica, a cabeceira estaria
localizada no " km7 + 362,70 m".
186 Estradas

Cálculo das áreas das seções transversais


Dependendo do terreno natural e do grau de precisão necessário, vários métodos
matemáticos e geométricos podem ser aplicados.

 Seções transversais em terreno relativamente plano: para o cálculo da


área de seções transversais, puramente em corte ou em aterro, teremos
sempre as figuras geométricas de retângulos e triângulos. Pontes Filho
(1998) apresenta a seguinte fórmula para este caso, ilustrado na Figura 2.
A = b × h + 2 × [(nh × h)/2]
A = h × (b + nh)

Figura 2. Área de uma seção transversal em terreno plano.


Fonte: Pontes Filho (1998).

 Seções transversais mistas: neste caso, também se divide a seção em


figuras geométricas conhecidas, como triângulos ou trapézios, conforme
ilustrado na Figura 3.

Figura 3. Área de uma seção transversal mista.


Fonte: Pontes Filho (1998).
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 187

Método analítico: baseado na fórmula de Gauss considera-se um polígono e


suas coordenadas dos vértices: (x1, y1), (x2, y2)... (xn, y n), conforme Figura 4.
A área pode ser calculada da seguinte maneira:
x1 x2 x3 ... xn x1
1
A=
2 y1 y2 y3 ... yn y1

Desenvolvendo o apresentado:

A = 1/2 × [(x1 × y2 + x2 × y3 + ... + xn × y1)


– (x2 × y1 + x3 × y2 + ... + x1 × y n)]

Na forma geral:

n
A=
1
2 ∑i=l
yn (xn+1 – xn-1)

Este método é geralmente usado pelos softwares de Desenho Auxiliado


por Computador (CAD).

Figura 4. Método analítico para cálculo de áreas.


Fonte: Pontes Filho (1998).

Compensação de volumes
O aproveitamento dos cortes para realização de aterros denomina-se com-
pensação de volumes. Na prática, muitas vezes, o volume de corte pode ser
188 Estradas

maior que o de aterro, e este material têm de ser descartado, transportado e


depositado em local apropriado, respeitando, sobretudo, o meio ambiente.
Essa operação é chamada tecnicamente de bota-fora.
Podem ocorrer casos em que o material escavado é insuficiente para a
construção dos aterros necessários, exigindo-se escavações complementares.
O local desta escavação é escolhido por questões econômicas, técnicas e am-
bientais. Essa operação de escavação (complementar) e transporte é chamada
de empréstimo.
Podem existir até mesmo situações em que o material disponível de corte
está a uma distância tal que o custo de transporte inviabiliza economicamente
o seu uso em determinada área que necessita de aterro, sendo preferível fazer
um bota-fora do corte que está longe e em seguida um empréstimo de uma
região mais próxima.
Quando é possível a compensação de volumes na mesma seção ou seg-
mento, denomina-se de compensação transversal ou compensação lateral
(Figura 5a). Nestes casos, com distância média de transporte de até 150,0 m,
o equipamento mais adequado é o trator de esteira.

Figura 5. Compensação de volumes.

Se numa mesma seção ou segmento houver mais volume de corte do que de


aterro (Figura 5b), impossibilitando seu uso, este volume maior é denominado
volume excedente e deverá ser usado para compensação longitudinal.
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 189

Diagrama de massas
A análise e definição de toda esta distribuição e compensação dos volumes
escavados é extremamente facilitada pelo diagrama de massas ou Diagrama
de Bruckner.
Esta distribuição, segundo Pontes Filho (1998), corresponde em definir
a origem e o destino dos solos e rochas, objeto das operações de terraplena-
gem, com indicação de seus volumes, classificações e distâncias médias de
transporte. Após calculadas as áreas das seções transversais e os volumes dos
prismoides, pode-se preparar uma planilha de volumes acumulados (apresen-
tada na Tabela 1), que servirá como base para desenho do diagrama.

Tabela 1. Cálculo de volume e ordenadas de Bruckner.

10
(coord.de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Bruckner)

Estaca Áreas Área Vo- Com- Volume


(m2) acumu- lume pen- acumula-
lada estre- sação do (m3)
(m2) perfis lateral
(m3) (m3)
Corte Aterro Corte Aterro d/2 (m) Corte Aterro
0 0 69,538 0 69,538 25 0
1 0 114,546 0 184,084 25 0 460,1 5752,625 -5752,625
2 0 245,581 0 429,665 25 0 9003,15 11253,969 -17006,594
3 125,768 0 125,768 429,665 25 3144,2 6139,525 7674,406 -21536,800
4 234,0 0 359,768 429,665 25 8994,2 0 0,000 -12542,600

(-) aterro
(+) corte
Coluna 1: estacas dos pontos onde foram levantadas as seções transversas. Normalmente são as
estacas inteiras do traçado. Estacas fracionárias são utilizadas nos pontos de passagem (PP).
Coluna 2: área de corte, medidas nas seções.
Coluna 3: áreas de aterro, medidas nas seções.
Coluna 4: soma das áreas de corte de duas seções consecutivas na coluna 2.
Coluna 5: soma das áreas de aterro de duas seções consecutivas na coluna 3.
Coluna 6: semidistância entre seções consecutivas (metade do valor da estaca adotada).
Coluna 7: volumes de corte entre seções consecutivas.
Coluna 8: volumes de corte entre seções consecutivas.
Coluna 9: volumes compensados lateralmente (não sujeitos a transporte longitudinal).
Coluna 10: volumes acumulados, obtidos pela soma algébrica acumulada dos volumes obtidos nas
colunas 7 e 8. Os volumes acumulados são colocados como ordenadas ao final da estaca.

Fonte: Adaptada de Pontes Filho (1998).


190 Estradas

Para construção do diagrama, que é um gráfico bidimensional (x e y),


segundo as orientações de Pontes Filho (1998), primeiramente calculam-se
as “ordenadas de Bruckner”, que correspondem aos volumes de cortes (con-
siderado positivo) e aterros (negativos). A somatória dos volumes é feita a
partir de uma ordenada inicial arbitrária, suficientemente grande, para evitar
o aparecimento de ordenadas negativas. Em seções mistas, a compensação
lateral é obtida automaticamente ao calcular as ordenadas de Bruckner, pois
considera-se corte e aterro em cada seção, ou seja, o acréscimo ou decréscimo
nas ordenadas é dado pela diferença entre os dois volumes considerados. A
compensação lateral é dada pelo menor dos dois volumes, e o volume disponível
para compensação longitudinal, que afeta as ordenadas, é dado pela diferença
de volumes (corte e aterro).
No eixo das abscissas (“x”) é colocado o estaqueamento, conforme ilustra
a Figura 6, já no eixo das ordenadas (“y”) são colocados, acumuladamente, os
volumes calculados seção a seção, em escala adequada, e de preferência sobre
(imediatamente acima) uma cópia do perfil longitudinal do projeto. Os pontos
assim marcados, unidos por uma linha curva, formam o Diagrama de Bruckner.

Figura 6. Perfil longitudinal e diagrama de massas.


Fonte: Carciente (1985).
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 191

Fator de homogeneização de volumes


Pontes Filho (1988) conceitua o fator de homogeneização (Fh) como a relação
entre o volume de material no corte de origem, e o volume de aterro com-
pactado resultante, sendo este estimado na fase de anteprojeto. Um fator Fh
equivalente a 1,4, por exemplo, indica que será necessário escavar cerca de
1,4 m3 em corte para obter-se 1,0 m3 de aterro final.
O fator de homogeneização pode ser calculado pela seguinte fórmula:

Fh = γs comp. / γs corte

Onde:

 γs comp. = massa específica aparente seca após a compactação no aterro;


 γs corte = massa específica aparente seca do material no corte de origem.

O fator de homogeneização é aplicado sobre os volumes de aterro como


um multiplicador, conforme ilustra a Figura 7. Pontes Filho (1998) recomenda
utilizar na prática um fator de segurança de 5%, para compensar as perdas
que ocorrem durante o transporte ou até mesmos excessos cometidos na
compactação. Na Figura 5 (planilha de volumes), pode-se criar uma coluna
entre as colunas “3” e “4”, já com os valores de aterro corrigidos (Fh × coluna
3), ou corrigir os valores ao final.

Fh = 1,05 × (γs comp. / γs corte)

Figura 7. Expansão e contração de solos durante a terraplenagem.


Fonte: Pontes Filho (1988).

Características do diagrama de massas


Conforme ilustrado na Tabela 1, Pontes Filho (1988) destaca doze propriedades
dos diagramas:
192 Estradas

1. O diagrama de massas não é um perfil e sua forma não tem nenhuma


relação com a topografia do terreno.
2. Inclinações muito elevadas das linhas indicam grandes movimentos
de terra.
3. Todo trecho ascendente corresponde a um trecho de corte ou predomi-
nância de corte em seções mistas.
4. Todo trecho descendente corresponde a um trecho de aterro ou predo-
minância de aterro em seções mistas.
5. A diferença entre as ordenadas de dois pontos do diagrama mede o
volume de terra entre esses pontos.
6. Os pontos extremos correspondem aos pontos de passagem (veja Figura 8).

Figura 8. Determinação dos pontos de passagem.


Fonte: Pontes Filho (1988).

Para determinação do ponto de passagem (PP) entre duas seções utiliza-se


a seguinte fórmula:
d1 / d2 = ha / hc
d1 / (d1 + d2) = ha / (ha + hc)
d1 = d × [ha / (ha + hc)]

 Pontos de máximo (mudança de declividade da linha) correspondem à


passagem de corte para aterro.
 Pontos de mínimo (mudança de declividade da linha) correspondem à
passagem de aterro para corte.
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 193

 Qualquer horizontal traçada sobre o diagrama determina trechos de


volumes compensados. Estas horizontais são chamadas linhas de com-
pensação ou linha de terra. Para medir-se o volume devemos verificar
a diferença entre as ordenadas do ponto máximo e mínimo do trecho
compensado e a linha horizontal de compensação.
 A posição da onda do diagrama em relação à linha de compensação
indica a direção do movimento de terra: ondas positivas (acima da linha
de compensação) indicam transporte no sentido do estaqueamento;
ondas negativas (abaixo da linha de compensação) indicam transporte
no sentido contrário ao estaqueamento da estrada.
 A área compreendida entre a curva de Bruckner e a linha de compen-
sação mede o momento de transporte da distribuição considerada.
 A distância média de transporte (d m) de cada distribuição, conforme
ilustrado na Figura 9, pode ser considerada como a base de um retân-
gulo de área equivalente à do segmento compensado e de altura igual
à máxima ordenada deste segmento.

Figura 9. Onda de Bruckner.


Fonte: Pontes Filho (1988).

Momento de transporte
Pontes Filho (1988) define momento de transporte como o produto dos volumes
transportados pelas distâncias médias de transporte, ou seja:

M = V × dm

Onde:

 M = momento de transporte, em m3/dam ou m3/km;


 V = volume natural do solo, em m3;
 dm = distância média de transporte, em dam ou km.
194 Estradas

Em uma obra de estradas, as distâncias de transporte de solo entre uma


seção (ou região) de corte e um local de aterro, variam muito a cada viagem,
sendo por isso determinado uma distância média, equivalente à distância entre
os centros de gravidade dos trechos de corte e aterros compensados.
A distância média de transporte global é fundamental para estimar o
custo da obra, e você já sabe, um projeto de rodovia racional deve indicar a
melhor distribuição de terras, ou seja, a menor distância média de transporte
e, consequentemente, o menor custo das operações de terraplenagem.
Para esta estimativa de distância média, é amplamente utilizado o método
do Diagrama de Bruckner. Pontes Filho (1998) recomenda que, à meia altura
da onda de Bruckner, seja traçada uma horizontal, cuja distância entre os
pontos de interseção desta reta com o diagrama (medida na escala horizontal
do projeto), representa a distância média de transporte. O momento de trans-
porte, ilustrado na Figura 10, será a área da onda de Bruckner, que nada mais
é que o produto da altura da onda (V) pela distância média de transporte (d m).

Figura 10. Momento de transporte.


Fonte: Pontes Filho (1988).

Diagrama unifilar
Para facilitar a construção da rodovia, é recomendável a elaboração de um
diagrama unifilar, um croqui linear (veja exemplo na Figura 11) contendo os
pontos notáveis interferentes e sua posição relativa (estaca), como as áreas
de descarga de materiais de corte, as jazidas, os bota-foras, enfim, todas as
áreas cadastradas, inclusive as áreas legalmente protegidas, transposições de
áreas urbanas, rios, riachos e eventuais mananciais, objeto de captação para
consumo humano e execução dos trabalhos.
Li no 504/08 Li no 348/2005 Li no 617/09
ASV no 233/08 Travessia Contratação de obras
Processo licitatório Construtora 1 Construtora 2 Construtora 3 Construtora 4 Republicação do edital Travessia
(trecho até Marabá) Li no 469/07
ASV no 386/09
RLi no 401/106 Li no 702/10 Li no 702/106
ASV no 427/10 ASV no 433/10 ASV no 433/10

Li no 727/106
ASV no 467/10

Rurópolis
Placas
Uruará
Medicilândia
Altamira
Km 619,5
Km 579,5
Anapú
Pacajá
Novo
repartimento
Itupiranga
Marabá

para obra
Divisa TO/PA

cm 9,00

Trechos liberados
cm 50,50
cm 15,40
cm 11,70

Km 984
Km 894,22
Km 811,10
Km 728,00
Km 688,00
Km 676,00
Km 643,60
Km 633,60
Km 612,00
Km 493,60
Km 408,60
Km 388,60
Km 368,60
Km 283,60
Km 178,60
Km 134,90
Ponte sobre o Rio Araguaia

Lote único
Lote 03 Lote 2 Lote 1 84,4 km Lote 4 Lote 3 Lote 2 Lote 01 43,70 km 114,4 km
89,78 km 83,12 km 83,10 km 150,00 km 105,00 km 105,00 km 105,00 km

Liberado
Pendente licença de instalação
Trecho pavimentado

Figura 11. Diagrama unifilar da BR-XYZ/PA.


Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos
195
196 Estradas

Equipamentos de terraplenagem
Uma vez elaborados todos os projetos necessários à implantação de uma
estrada de rodagem, passa-se à etapa de construção propriamente dita. Em
obras rodoviárias, máquinas e equipamentos pesados são fundamentais para
execução dos serviços.
A escolha dos equipamentos é influenciada por três tipos de fatores: naturais
(topografia, tipo de solo, etc.), de projeto (volumes de distâncias de transportes),
e econômicos. Esses equipamentos, por sua vez, podem ser subdivididos em
dois grandes grupos: implementos e máquinas.
Os implementos são conjuntos que completam uma máquina para a execu-
ção de um serviço específico: lâmina, escarificador (desagregador de solos e
outros materiais, usado também para remover raízes de árvores), riper, caçamba
especial, guincho, guindaste, destocador (stumper), derrubador de árvores,
destocador de árvores, rolo cortante, corrente de limpeza, ancinho (separador
de terra, raízes e pedras), arado de discos, garfos, grades, etc.
As máquinas representam conjuntos integrados de peças, órgãos, ins-
trumentos e implementos, capazes de executar ou possibilitar a execução
de serviços. Em obras rodoviárias, segundo a Norma Técnica ABNT 1968
/ P-TB-51 (Classificação e terminologia de máquinas rodoviárias) e NBR
6142 / 1980 (Equipamentos e máquinas de terraplenagem) (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1968, 1980), as principais são:

 Tratores: máquinas capazes de gerar o esforço necessário para tracionar


ou empurrar a maioria dos equipamentos usados na terraplenagem.
Podem ser de esteiras ou de rodas (de um ou dois eixos).
 Escavotransportadores (scraper): caçamba montada sobre um ou
dois eixos, com pneus de baixa pressão, rebocada por uma unidade
de tração. É subdividido em: “de carregamento por empuxo” (motos-
craper convencional e de dois eixos) e “auto-carregável” (com tração
auxiliadora e com elevador automático). Em geral, chamado somente
por scraper, designando especificamente a caçamba (subdividida em
“rebocável” e “motoscraper”).
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 197

Motoscraper: scraper rebocado por trator de pneus (de um ou dois eixos); o “autocarregá-
vel”, com tração nas quatro rodas, normalmente não precisa do “pusher” durante a carga.

 Escavadeiras: sobre esteiras, rodas ou chassi de caminhão, tem estru-


tura giratória (o que a difere do trator), permitindo trabalhar em áreas
restritas, com pequeno espaço para manobras. As principais são:
 Pá mecânica (shovel): composta de uma lança e um braço acoplado,
ambos articulados, possuindo na extremidade do braço uma caçamba
com o fundo móvel para a escavação em qualquer tipo de solo (exceto
rocha) em cortes altos.
 Caçamba de arrasto (dragline): composta de uma lança articulada e
cabos acoplados, possuindo em sua extremidade uma caçamba para a
escavação “por arrasto” (do ponto mais baixo, para cima). É usada na
dragagem de rios e canais; também indicada na formação de depósitos.
 Caçamba de mandíbula (clamshell): composta de uma lança articulada
e cabos acoplados, possuindo em sua extremidade uma caçamba para
a escavação “pela ação do peso da caçamba” de material (preferen-
cialmente solto).
 Pá invertida (retroescavadeira): composta de uma lança segmentada
e um braço acoplado, ambos articulados, possuindo na extremidade do
braço uma caçamba para a escavação “de cima para baixo”, da posição
inicial em direção à escavadeira durante a escavação, levantando a
caçamba na vertical, e efetuando o giro (na horizontal) até a posição
onde se está a unidade de transporte.
 Escavocarregadores frontais ou escavoempurradores: correspondem
ao trator de rodas ou esteira adaptado com o implemento de uma lâmina
à frente do trator que o transforma numa unidade capaz de escavar
e empurrar a terra. Os tratores de lâmina denominam-se bulldozer,
angledozer ou pusher (para empurrar o scraper), dependendo do im-
plemento instalado.
 Escavoelevadores: com ou sem autopropulsão (para montagem em
outro equipamento). Sobre esteiras ou pneus, possuem uma caçamba
frontal articulada para permitir sua elevação na escavação em geral,
carga, transporte a curta distância e descarga de solos e outros mate-
198 Estradas

riais. São muito utilizadas em centrais de concreto e usinas de asfalto


abastecendo silos.
 Motoniveladoras: máquinas autopropelidas, dotadas de uma lâmina
de comprimento maior que a altura, e componentes que a sustentam
e a posicionam de várias maneiras, permitindo seu uso para diversas
finalidades (espalhamento de material, acabamento e nivelamento de
superfícies e taludes, execução de taludes de pequena altura e valetas
de pequena profundidade). São equipadas com escarificador na frente
da lâmina, para o afrouxamento de solos de maior compacidade.
 Valetadeiras: máquinas usadas para a abertura de valas (seção retangu-
lar, em geral). Possuem elementos (caçambas denominadas alcatruzes)
para a escavação contínua do material na medida em que se deslocam,
os quais são elevados por uma esteira/correia transportadora e descar-
regados paralelamente à vala.
 Unidades de transporte: podem ser rebocados (vagões e reboques e
semirreboques) ou autopropelidos (caminhões, carro-pipa ou tanque e
comboio para lubrificação).
 Compactadores: os populares rolos, com ou sem vibração (autopro-
pelidos ou rebocados) e por impacto.
■ Rolos lisos: constituídos por um, dois ou três cilindros em série; são
usados em qualquer tipo de solo (tanto na construção da infra como
na superestrutura), porém com baixa produtividade.
■ Rolos de patas (pé-de-carneiro): constituídos por um (central) ou
dois (laterais) cilindros em série, em cuja superfície existe ressaltos
de seção retangular (25 a 50 cm2), circular ou elíptica para aumentar
a profundidade de compactação; são usados em solos coesivos, com
boa produtividade (bastam 10 a 12 passadas para compactar camadas
de até 20 cm de espessura).
■ Rolos de pneus: constituídos por um ou mais “conjuntos de pneus”,
os quais penetram no solo em forma de cunha; são usados em solos
soltos/não coesivos (com 6 a 8 passadas para compactar camadas
de até 10 cm de espessura).
Terraplenagem, movimentos de terra e equipamentos 199

1. Em um serviço de terraplenagem de rodovia foi necessário material de


empréstimo, cujo volume total foi obtido em quatro jazidas, conforme tabela
anexa. De acordo com as informações apresentadas, pode-se afirmar:

Distância média de
Jazida Material (m3) transporte (km)

J1 1.500 10

J2 2.500 8

J3 4.500 9

J4 3.500 5

a) O momento de transporte é 3. Na execução de um aterro de base


maior que 96.000 m3/km. para rodovia foram necessários
b) O momento de transporte é 200 m3 de solo, sendo que na
equivalente a 93.000 m3/km jazida foram escavados 220 m3 de
c) O momento de transporte é material. Podemos concluir que
equivalente a 96.000 m3/km. o fator de homogeneização do
d) O momento de transporte é solo é de:
menor que 90.000 m3/km. a) 0,91%
e) A distância média de transporte b) 1,3%
deste serviço é de 8 km. c) 30%
2. A construção de uma plataforma d) 1,2%
para estrada de rodagem consiste e) 1,1%
resumidamente no espalhamento, 4. Em terraplenagem, as máquinas
homogeneização, umidificação denominadas motoscraper,
e compactação do solo, até motoniveladora e rolo pé-
que se atinja uma densidade de-carneiro são utilizadas,
aparentemente seca. Para estes respectivamente, nos
serviços são utilizados vários serviços de:
equipamentos, entre eles: a) Escavação, espalhamento
a) Caminhão pipa. e compactação.
b) Clamshell. b) Compactação,
c) Valetadeira. espalhamento e tração.
d) Dragline. c) Tração, escavação e nivelamento.
e) Retroescavadeira. d) Tração, elevação e nivelamento.
200 Estradas

e) Transporte, compactação
e nivelamento.
5. Num trecho de rodovia, entre duas
estacas consecutivas (ilustrado na
figura anexa), foi executado um
corte que apresentou três seções
transversais (duas extremas e a seção Fonte: Carciente (1985).
média) com as seguintes áreas: S1 a) 3.820 m3
= 257 m2, S2 = 80 m2 e S3 = 125 m2. b) 2.500 m3
O volume de material escavado c) 3.500 m3
neste trecho foi equivalente a: d) 2.340 m3
e) 2.000 m3

AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND TRANSPORTATION OFFICIALS. A


policy on geometric design of highways and streets. Washington, DC: AASHTD, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma brasileira ABNT TB 94: 1968:
Classificação e terminologia de máquinas rodoviárias: equipamentos e máquinas
para compactação. São Paulo: ABNT, 1968. Cancelada em 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma brasileira NBR 6142 11/1980:
equipamentos e máquinas de terraplenagem. São Paulo: ABNT, 1980. Cancelada
em 1997.
CARCIENTE, J. Carreteras. Ed. Vegas, 2a. edição, 1985.
LEE, H. S. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002.
PONTES FILHO, G. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Carlos, SP: Univer-
sidade de São Paulo, 1998.

LivrPt_Civ_Estradas_Projeto_Pontes_Filho_1998_227p_ocr
_2.1_ Dica do professor

Você sabia que o projeto geométrico (horizontal e vertical) da rodovia possui interligação direta
com o projeto de terraplenagem?

Assista ao vídeo e confira os procedimentos para otimização do projeto e execução dos serviços de
terraplenagem para estradas.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
b495e116b30261022ab4ae7bf72f1f87

3min
_2.1_ Exercícios

Em um serviço de terraplenagem de rodovia, foi necessário material de empréstimo, cujo


1) volume total foi obtido em quatro jazidas, conforme tabela anexa. Conforme informações
apresentadas, pode-se afirmar:

MATERIAL DISTÂNCIA MÉDIA


JAZIDA
(m3) DE TRANSPORTE (km)

J1 1.500 10

J2 2.500 8

J3 4.500 9

J4 3.500 5

A) a) O momento de transporte é maior que 96.000 m3.km.

B) b) O momento de transporte é equivalente a 93.000 m3.km.

C) c) O momento de transporte é equivalente a 96.000 m3.km.

D) d) O momento de transporte é menor que 90.000 m3.km.

E) e) A distância média de transporte desse serviço é de 8 km.


A construção de uma plataforma para estrada de rodagem consiste resumidamente no
2) espalhamento, homogeneização, umidificação e compactação do solo, até que se atinja uma
densidade aparentemente seca. Para esses serviços são utilizados vários equipamentos,
entre eles:

A) a) Caminhão pipa.

B) b) Clamshell.

C) c) Valetadeira.

D) d) Dragline.

E) e) Retroescavadeira.
Na execução de um aterro de base para rodovia, foram necessários 200 m3 de solo, sendo
3) que na jazida foram escavados 220 m3 de material. Dito isso, podemos concluir que o fator
de homogeneização do solo é de:

A) a) 0,91.

B) b) 1,3.

C) c) 30%.

D) d) 1,2.

E) e) 1,1.
Em terraplenagem, as máquinas denominadas motoscraper, motoniveladora e rolo pé-de-
4) carneiro são utilizadas, respectivamente, nos serviços de:

A) a) Escavação, espalhamento e compactação.

B) b) Compactação, espalhamento e tração.

C) c) Tração, escavação e nivelamento.

D) d) Tração, elevação e nivelamento.

E) e) Transporte, compactação e nivelamento.


Num trecho de rodovia, entre duas estacas consecutivas (ilustrado na figura anexa), foi
5) executado um corte que apresentou três seções transversais (duas extremas e a seção
média) com as seguintes áreas: S1 = 257 m2, S2 = 80 m2 e S3 = 125 m2. O volume de
material escavado nesse trecho foi equivalente a:

A) a) 3.820 m3.

B) b) 2.500 m3.

C) c) 3.500 m3.

D) d) 2.340 m3.

E) e) 2.000 m3.
_2.1_ Na prática

Você sabia que o projeto geométrico e o projeto de terraplenagem estão intimamente ligados?

Sobras excessivas de material de corte, a falta de material para execução da diretriz definida ou até
mesmo longas distâncias de transporte são motivações para alterações no traçado da estrada. Na
prática, o custo de terraplenagem é significativo em qualquer obra rodoviária.

Acompanhe a planilha orçamentária e confira a quantidade de custos.


_2.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Novidades tecnológicas na terraplenagem.


https://youtu.be/h5B7aALJG9Y

5min Crea-Minas Canal 8 years ago

Etapas de construtivas de uma rodovia.


https://youtu.be/NdDKIvijkh8

10min

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ABITANTE, André Luís. Estradas. – Porto Alegre: SAGAH, 2017.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2017.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
André Luís Abitante
Gerente de Produção
Daiana Garibaldi da Rocha
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Aula 2.2
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Locação da obra
_2.2_
Apresentação
Você sabia que o projeto de locação de precisão é essencial para a qualidade do produto final?
Erros naturais, instrumentais e pessoais no processo geram falhas na sua execução, alterando suas
dimensões e fomentando o aumento e o desperdício dos materiais empregados e do tempo
necessário para a resolução, a correção de erros e a reconstrução de alguma etapa.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender que a execução da locação sempre deve ser
realizada na presença do engenheiro, com o maior rigor possível e utilizando equipamentos e
técnicas que garantam o perfeito controle do serviço. Deve-se dar preferência a equipamentos
eletrônicos (teodolitos, níveis a laser) e materiais de boa qualidade (tábuas, pontaletes, marcos,
tintas), já que esse é o ponto de partida da obra e que definirá todo o controle do processo de
edificação.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar projetos/plantas, equipamentos, ferramentas e materiais necessários para a locação


de uma obra.
• Relacionar os métodos e os processos de locação de obras.
• Expressar o método ideal para o tamanho da obra e para as fundações a executar.

lm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo


Livro difícil. Vídeo muito curto.
_2.2_ Desafio

Você foi encarregado de comprar a madeira necessária para a execução da locação da construção
da obra de um edifício cujo pavimento térreo possui 70m2 (retângulo de 7m x 10m). Sabendo que o
terreno é plano, a estrutura do prédio será em concreto armado e as fundações serão indiretas por
estacas, qual processo de locação você recomenda e quanta madeira considera necessário comprar
- prezando sempre pela economia (sem haver desperdício de material)?

elm = 17 tábuas 20cm x 2,5cm x 3m e 21 pontaletes de 3" x 3" x 2m


_2.2_ Infográfico

Você sabia que o gabarito (também chamado de tapume ou tabeira) é uma estrutura que deve
acompanhar as futuras paredes? Essa estrutura (provisória) serve como referência às etapas iniciais
da obra, tais como abertura e execução dos alicerces, nivelamento das paredes e definição do piso
da edificação.

Após a execução do respaldo dos alicerces, o gabarito pode até ser desmontado. O gabarito é a
materialização de um sistema de coordenadas - duas planas e uma altimétrica - em relação a um
ponto de referência, tomado sobre o alinhamento mestre. Confira no Infográfico!
_2.2_ Conteúdo do livro

No trecho do capítulo a seguir, o autor aborda a locação da obra como um todo, incluindo a planta
de locação, os materiais e equipamentos, o alinhamento mestre, os métodos de alinhamento e os
processos de locação. Leia os tópicos do capítulo Construção Civil: Locação de Obras. Inicie seus
estudos no tópico Locação de obras seguindo até Locação de fundações e pilares.
l suMÁRIO 1
!unidade 1
l
Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13
Vinicius Simionato
Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis ............................ 14
Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificações de maquiná rio e materiais para diferentes
tipos de obras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra .................................................................................... 27


André Luís Abitante
L Fasesdeumaobra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e inst alações provisórias .............................46


André Luís Abitante
Serviços preliminares ...............................................................................................................................47
Instalações provisórias............................................................................................................................. 50

Locação da obra ........................................................................................ 57


André Luís Abitante
Locação da obra .......................................................................................................................................... 57
Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................ 58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquinas e eq uipamentos ................. 67 1

André Luís Abitante


Obras de terraplenagem ....................................................................................................................... 67
Escavação de valas para drenos e fundações .......................................................................... 72
Esgotamento das águas ......................................................................................................................... ~

Concretagem: materiais..........................................................................80
Alessandra Martins Cunha

Concreto....-..................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86
Aditivos ............................................................................................................................................................. 87

Concretagem: d imen sionamento e efeitos ..................................... 92


Alessandra Martins Cunha
Dosagem de concreto............................................................................................................................. 92
Dosagem ou traço do concreto........................................................................................................ 94
Dosagem .......................................................................................................................................................... 96
Efeitos .............................................................................................................................................................. 108
1 Concret agem: cura e controle tecnológico ................................... 117 1
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) . .................... 122
Controle da resistência do concreto: testes de compressão ........................................ 124

Formas: confecção e co locação ........................................................ 130


André Luís Abitante

Formas: con fecção e colocação ...................................................................................................... 131


Tipos de formas .........................................................................................................................................135
Sistemas especiais de formas............................................................................................................153
L Materi ais utilizados para formas ......................................................................................................155 1

Unidade 2

Alvenaria: vedação e estrutural .......................................................... 161


André Luís Abitante

Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162


Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvenaria: materia is ............................................................................... 173


André Luís Abitante

Alvenaria ......................................................................................................................................................... 173


Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174
Alvenarias de blocos artificiais ......................................................................................................... 176
Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179

!Alvenaria: técnicas construtivas ........................................................ 1s3 l


André Luís Abitante

Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183


Técnicas de execução de uma alvenaria.................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revestime ntos: tipos ............................................................................. 206

:::: -.: :::::·:-. :::·:.::·-.:·:::::: -.: ::::


Ronei Tiago Stein

::~:::: ::~::: ~~~~·~;~~~·: : ~~i


L Principais propriedades dos refratári os cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: t écnicas construtivas ..............................................218


Ronei Tiago Stein

Argamassas para revestimento .......................................................................................................218


Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220
Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavimentos flexível e rígido................................. 233


Lélis Espartel
Função de um pavimento ................................................................................................................. 233
As camadas do pavimento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento rígido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais ...................................................................... 243


Lélis Esparte/
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ...................................................................................................................................246
Material para base, sub-base e reforço do subleito........................................................... 248

1 Pavim entação: técnicas construtivas .............................................. 2561


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257

L
1
Técnicas executivas de revestimentos....................................................................................... 260
Maqu inári o ...................................................................................................................................................265

Pavim entação: controle de defeitos ................................................. 2721


1

Lélis Esparte/
Processos de degradação ................................................................................................................... 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Aval iação estrutural................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Imperm eabilização: materiais ............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e importância ....................................................................... 28 6
1 Principais locais e usos de impermeabilizantes ................................................................... 289
L_Principais materiais iml])ermeabilizantes .................................................................................. 290 1

l 1mperm eabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção...................................................... 29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil ização ............................................................. 305

Esquad rias ..................................................................................................313


Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações...................................................................... 313
Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315
L Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
Wnidade4

Vid ros ........................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros ....................................................................................................................................... 327
Principais características do vidro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................. 338
Tipos de tintas e acabamento ......................................................................................................... 340
Apl icação da t inta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhad os e cobe rturas ........................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
L Coberturas ...................................................................................................................................................345 I
Locação da obra
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os projetos/plantas, equipamentos e ferramentas neces-


sários para a locação de uma obra.
 Relacionar os métodos e processos de locação de obras.
 Expressar o método ideal para o tamanho da obra e para as fundações
a executar.

Introdução
Um projeto de locação de precisão é essencial para a qualidade do pro-
duto final. Erros naturais, instrumentais e pessoais no processo geram
falhas na execução do projeto, alterando suas dimensões, fomentando
o aumento e desperdício não somente dos materiais empregados, mas
também de tempo para a resolução, correção de erros e reconstrução
de alguma etapa. A execução da locação, sempre realizada na presença
do engenheiro, deve ser feita com o maior rigor possível, utilizando
equipamentos e técnicas que garantam o perfeito controle do serviço.
Dê preferência a equipamentos eletrônicos (teodolitos, níveis a laser) e
materiais de boa qualidade (tábuas, pontaletes, marcos, tintas...), já que
este é o ponto de partida da obra e que definirá todo o controle do
processo de edificação.

Locação da obra
Definimos locação da obra o serviço que consiste na primeira etapa de
transposição do projeto para o terreno, marcando a exata posição do prédio
(paredes, fundações e pilares), transportando as dimensões desenhadas no
projeto arquitetônico em escala reduzida para a escala natural (1:1).
58 Construção civil

Para locação da obra, são necessárias as seguintes plantas/projetos:

 Planta de localização/locação
 Projeto de fundações
 Projeto de fôrmas
 Plantas baixas

Você vai ver agora mais detalhes sobre os equipamentos e as ferramentas


necessários para realizar seu trabalho.

Equipamentos e ferramentas
Os equipamentos que você vai precisar para a execução do trabalho, além da
disponibilidade de um carpinteiro, são:

 Trena
 Teodolito
 Nível de mão
 Prumo
 Esquadro
 Fio de náilon
 Guias (15 x 2,5 x 5,10 – tábua)
 Mangueira d’água (nível de mangueira)
 Pontaletes (eucalipto)
 Pregos
 Martelo e serrote
 Pincel (e tinta) ou caneta

Agora, você vai saber um pouco mais sobre o que é o alinhamento-mestre


e para que serve.

Alinhamento-mestre
Definimos como alinhamento-mestre um alinhamento de preferência pree-
xistente e de conhecimento público, muitas vezes cotado pelas companhias
de saneamento e energia e/ou prefeituras locais, para que um de seus pontos
sirva também como nível de referência (RN).
Locação da obra 59

Exemplos que devem ser escolhidos para alinhamento-mestre são os


seguintes:

 Meio-fio (mais usado)


 Eixo da rua
 Muros
 Alinhamento dos postes
 Alinhamento de redes de água e/ou esgoto, etc.

A partir do alinhamento-mestre, podemos elaborar métodos de alinhamento,


que são mostrados a seguir.

Métodos de alinhamento
A partir do alinhamento-mestre, é indispensável saber traçar perpendiculares
sobre o terreno, pois é por meio delas que marcamos os alinhamentos das
paredes externas da construção, determinando, assim, o esquadro. Isso serve
de referência para locar todas as demais estruturas, bem como confirmar a
perfeita locação da obra no que se refere aos eixos das paredes (internas),
pilares, sapatas, blocos e estacas.
Há três métodos de alinhamento: o método do esquadro, o método do
triângulo retângulo e o método do teodolito. Vamos ver mais detalhes sobre
cada um deles agora:

a) Método do esquadro: é utilizado para obras de pequeno porte e apre-


senta baixa precisão. Nele, usamos um esquadro metálico (geralmente
0,60 x 0,80 x 1,00 m) para verificar o ângulo reto, que deve ficar tan-
genciando as linhas sem tocá-las. Quando as linhas ficarem paralelas
ao esquadro, garantimos o ângulo reto.
b) Método do triângulo retângulo: é utilizado para obras de médio porte
e apresenta média precisão. Consiste em formar um triângulo com as
linhas dispostas perpendicularmente, cujos lados meçam 3,0, 4,0 e 5,0
m (triângulo de Pitágoras), fazendo coincidir o lado do ângulo reto com
o alinhamento da base.
c) Método do teodolito: é normalmente utilizado para obras de grande
porte e oferece altíssima precisão. Também devemos utilizá-lo para
obras em terreno inclinado e em obras em que o contorno do terreno
seja irregular.
60 Construção civil

Figura 1. Definição dos alinhamentos.


Fonte: Cardão (1988).

Processos de locação
Nos casos de obras de pequeno porte, podemos efetuar a locação da obra com
métodos simples, sem o auxílio de aparelhos que nos garantam certa precisão.
No entanto, em caso de obras de grande área (m 2), os métodos descritos a
seguir poderão acumular erros de alinhamento. Assim, torna-se conveniente
o auxílio da topografia, conforme visto anteriormente.
Devemos locar a obra utilizando os eixos, para evitar o acúmulo de erros
provenientes das variações de espessuras das paredes. Em obras de pequeno
porte, ainda é usual o pedreiro marcar a construção utilizando as espessuras
das paredes. No projeto de arquitetura, consideramos as paredes externas com
25 cm e as internas com 15 cm. Na verdade, as paredes externas possuem
medidas em torno de 26 a 27 cm, e as internas de 14 a 14,5 cm. De fato, é
difícil desenhá-las a pena nas escalas usuais de desenho 1:100 ou 1:50, daí
a adoção de medidas arredondadas que acumulam erros. Hoje, os softwares
específicos facilitaram muito essa tarefa.

Processo dos piquetes


O processo dos piquetes é muito utilizado em obras de pequeno porte, e a
sequência de sua execução é a seguinte:

 Colocamos os piquetes nos eixos das paredes.


 Ligamos os piquetes com fio de náilon ou arame queimado.
Locação da obra 61

 Marcamos (com pá de corte) as valas de fundação.


 Abrimos a vala, retirando-se assim os piquetes.
 Executamos as fundações.

Figura 2. Processo de locação com piquetes.


Fonte: Cardão (1988).

Processo dos cavaletes


O processo dos cavaletes é empregado para obras de pequeno e médio porte,
quando for utilizada fundação direta contínua (sapata corrida).
Fixamos os alinhamentos com pregos cravados em cavaletes. Os cavaletes
são constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre
elas. Esse processo não oferece grande segurança, devido ao fácil deslocamento
dos cavaletes com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc.
Depois de distribuir os cavaletes, previamente alinhados conforme o projeto,
esticamos linhas para determinar o alinhamento do alicerce e, em seguida,
iniciamos a abertura das valas. Os cavaletes devem ficar afastados em 1,50
m das futuras paredes da obra, para ter o espaço necessário para a colocação
da terra quando da abertura das valas. A interseção dos fios deve acontecer
na mesma altura (nivelados).
62 Construção civil

Figura 3. Processo de locação com cavaletes.


Fonte: Cardão (1988).

Processo dos tapumes (ou gabarito ou


tabeira ou tábua corrida)
O processo dos tapumes (também conhecido como gabarito ou tabeira ou ainda
tábua corrida) serve para a locação de qualquer tipo de obra, de quaisquer
dimensões e com qualquer tipo de fundação. Ele permite refazer o processo
de locação quantas vezes forem necessárias. Sua única desvantagem é o maior
custo para a sua confecção.
Os tapumes são constituídos por pontaletes (3” x 3” ou 3” x 4”) cravados
no solo (cerca de 50 cm) e por uma travessa ou guia (geralmente de 15 ou 20
cm), que ficará em volta de toda a construção, entre 0,8 e 1,0 m do nível do
terreno. As travessas devem ser niveladas. Além disso, o conjunto precisa ser
rígido para não permitir deslocamento, ficando a uma distância entre si de 1,50
a 1,20 m das paredes da futura construção. Em caso de divisa, a guia tem de ser
pregada na parede da obra vizinha (com tapumes, eles precisam ser colocados
no terreno vizinho). Determinamos os alinhamentos utilizando pregos fincados
nas tábuas, com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da
construção, todos identificados com letras e algarismos respectivos pintados
na face vertical interna das tábuas. Nos pregos amarramos e esticamos linhas
ou arames, cada qual de um nome interligado ao de mesmo nome da tábua
oposta. Em cada linha ou arame está materializado um eixo da construção.
Locação da obra 63

Os pontaletes do gabarito podem ser mais altos, sendo aproveitados para futuros
andaimes.

Figura 4. Processo de locação com tapumes.


Fonte: Cardão (1988).

Locação de fundações (e pilares)


Observe que, com o auxílio do gabarito, inicialmente sempre devemos locar as
fundações profundas do tipo estacas, tubulões ou fundações que necessitam
de equipamentos mecânicos para a sua execução. Caso contrário, podemos
iniciar a locação das obras pelo projeto de forma da fundação (“paredes”).
Quando as fundações são profundas (estacas ou tubulões), inicialmente
serão feitas as locações destas estruturas, visto que qualquer marcação das
“paredes” será desmarcada pelo deslocamento de equipamentos mecânicos.
Fazemos o posicionamento das estacas/tubulões conforme a planta de
locação fornecida pelo cálculo estrutural. Esticamos dois fios de arame per-
64 Construção civil

pendiculares, correspondentes a um determinado pilar (fundação), amarrados


em quatro pregos do gabarito. A locação das fundações/pilares é definida pela
projeção do cruzamento das linhas. Transferimos esta interseção ao terreno,
utilizando um prumo de centro. No ponto marcado pelo prumo, cravamos uma
estaca de madeira (piquete), com dimensões 2,5 x 2,5 x 15,0 cm, indicando a
posição correta do eixo do pilar/estaca/tubulão. Repetimos a operação para
os diferentes pilares da obra, de acordo com a planta de locação, cada vez
que for necessária a abertura de cava de fundação, concretagem da fundação,
confecção de formas, etc.
Após a execução das fundações e com a saída dos equipamentos e a limpeza
do local, podemos efetuar, com o auxílio do projeto estrutural de formas, a
locação das “paredes”.
Locação da obra 65

1. No caso de obras de grande Para a fase de locação da obra, é


área (m2), erros acumulados de indispensável o emprego da(o)
alinhamento podem acarretar __________________.
perda de tempo e dinheiro, sendo a) Concreto.
conveniente, portanto, o auxílio b) Instalação elétrica provisória.
da topografia. Para esse tipo de c) Topografia.
obra, que tem muitos elementos d) Canteiro mobilizado.
(fundações, paredes, etc.), qual é o e) Entrada de água provisória.
processo ideal de locação? 4. Locar ou marcar a obra é uma
a) Processo dos cavaletes. das etapas de maior importância
b) Processo dos piquetes. da construção. Sobre essa etapa,
c) Processo dos perfis metálicos. assinale a alternativa que apresenta a
d) Processo dos tapumes (ou afirmação verdadeira.
gabaritos ou tábuas corridas). a) A demarcação dos pontos
e) Locação com auxílio das que definem o edifício no
construções vizinhas. terreno é feita a partir de
2. Durante a fase de “levantamento”, um referencial previamente
colhemos informações in loco para definido, considerando-se
uso na fase de projeto. No momento três coordenadas, sendo duas
de passar o que está no projeto planimétricas e uma altimétrica.
para o terreno, com frequência b) Para a locação da obra, são
são encontradas dificuldades na necessários somente os projetos
implementação, principalmente de estrutura e de arquitetura.
devido a erros de levantamento, que c) A locação da obra deve ser
muitas vezes fornecem, por exemplo, realizada somente após a
um formato de terreno que não movimentação de terra e a
coincide com a forma real. A etapa execução das fundações.
referida, que apresenta dificuldades d) As tábuas que compõem os
de implementação, é: quadros de madeira (gabaritos)
a) Medição de obra. só precisam ser niveladas nos
b) Locação de obras. casos em que o terreno possui
c) Locação de estacas. desnível superior a um metro.
d) Levantamento altimétrico. e) O gabarito somente poderá
e) Levantamento planimétrico. ser desmontado após a
3. Assinale a alternativa que completa execução da totalidade da
a frase. estrutura de concreto.
66 Construção civil

5. Quais equipamentos são c) Colher de pedreiro, trena de


considerados de grande importância plástico e régua metálica.
para a locação de uma obra? d) Régua metálica, teodolito
a) Colher de pedreiro, óculos e trena de plástico.
de proteção, protetor e) Teodolito, nível de
auricular e luvas. mangueira, trena metálica,
b) Trena de plástico, capacete, linha de náilon e prumo.
cimento e calculadora digital.

Referência

CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Engenharia e


Arquitetura, 1988. v. I e II.

Leituras recomendadas
ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.
BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2000. vol. I e II.
CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.
MILITO, J. A. Técnicas de construção civil. Campinas: PUC Campinas, 2009. Apostila.
PIANCA, J. B. Manual do construtor. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.
_2.2_ Dica do professor

Você sabia que a fase de locação da obra é tão importante que requer também um projeto? Esse
projeto tem por objetivo definir as escavações e a posição das fundações. A planta de locação faz
parte do conjunto de informações que compõe o projeto arquitetônico, além das plantas estrutural,
hidráulica, elétrica, etc.

Para evitar erros é necessário identificar adequadamente cada gabarito e fazer sempre a
conferência de distâncias entre eixos de paredes e/ou de pilares. Assista ao vídeo e confira como
executar esse serviço com precisão!
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
dc1f316de3424430d9c151cd32b53098

4min
_2.2_ Exercícios

No caso de obras de grande área (m2), erros acumulados de alinhamento podem acarretar
1) perda de tempo e dinheiro, sendo conveniente, portanto, o auxílio da topografia. Para esse
tipo de obra, que tem muitos elementos (fundações, paredes, etc.), qual é o processo ideal de
locação?

A) a) Processo dos cavaletes.

B) b) Processo dos piquetes.

C) c) Processo dos perfis metálicos.

D) d) Processo dos tapumes (ou gabaritos ou tábuas corridas).

E) e) Locação com auxílio das construções vizinhas.


Durante a fase de "levantamento", colhemos informações in loco para uso na fase de projeto.
2) No momento de passar o que está no projeto para o terreno, frequentemente são
encontradas dificuldades na implementação, principalmente devido a erros de
levantamento, que muitas vezes fornecem, por exemplo, um formato de terreno que não
coincide com a forma real.

A etapa referida, que apresenta dificuldades de implementação, é:

A) a) Medição de obra.

B) b) Locação de obras.

C) c) Locação de estacas.

D) d) Levantamento altimétrico.

E) e) Levantamento planimétrico.
Para a fase de locação da obra, é indispensável o emprego da(o) __________________.
3)
Assinale a alternativa que completa a frase.

A) a) Concreto.

B) b) Instalação elétrica provisória.

C) c) Topografia.

D) d) Canteiro mobilizado.

E) e) Entrada de água provisória.


Locar ou marcar a obra é uma das etapas de maior importância da construção. Sobre essa
4) etapa, assinale a alternativa que apresenta a afirmação verdadeira.

A) a) A demarcação dos pontos que definem o edifício no terreno é feita a partir de um


referencial previamente definido, considerando-se três coordenadas, sendo duas
planimétricas e uma altimétrica.

B) b) Para a locação da obra, são necessários somente os projetos de estrutura e de arquitetura.

C) c) A locação da obra deve ser realizada somente após a movimentação de terra e a execução
das fundações.

D) d) As tábuas que compõem os quadros de madeira (gabaritos) só precisam ser niveladas nos
casos em que o terreno possui desnível superior a um metro.

E) e) O gabarito somente poderá ser desmontado após a execução da totalidade da estrutura de


concreto.
Quais equipamentos são considerados de grande importância para a locação de uma obra?
5)
A) a) Colher de pedreiro, óculos de proteção, protetor auricular e luvas.

B) b) Trena de plástico, capacete, cimento e calculadora digital.

C) c) Colher de pedreiro, trena de plástico e régua metálica.

D) d) Régua metálica, teodolito e trena de plástico.

E) e) Teodolito, nível de mangueira, trena metálica, linha de náilon e prumo.


_2.2_ Na prática

Os eixos das paredes de um projeto serão sua referência:

Tratam-se de linhas imaginárias, existentes em todas as paredes, quaisquer que sejam suas
dimensões. Essas linhas de traçado serão substituídas pelas do pedreiro, fixadas no gabarito - uma
estrutura de madeira montada em volta da futura obra.

Na primeira etapa, o cruzamento dessas linhas definirá o posicionamento das fundações e, a partir
delas, a largura das valas. Considerando que qualquer projeto tem várias paredes paralelas,
qualquer dimensão que não seja acumulativa, demarcada erradamente, propagará esse erro para as
paredes subsequentes.
Essas falhas aparecem somente após a execução dos alicerces, quando é possível detectar
visualmente essas irregularidades. Na prática, uma atitude importante consiste em não cotar entre
os eixos, mas sempre de forma acumulada.
Para marcar as cotas (acumuladas) no gabarito é aconselhável fazer uso de tinta ou caneta hidrocor
(essas de ponta porosa), para que fiquem bem visíveis e fáceis de se conferir ao término do trabalho
ou quando necessário.
_2.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Fundação - veja como fazer o gabarito, sapata e baldrame ou


alicerce de uma casa
https://youtu.be/K_LCJkLZx4s

17min

Como fazer um Orçamento de Obras: O Passo a Passo Completo

https://www.escolaengenharia.com.br/orcamento-de-obras/

artigo pág internet - copiado no fim da apostila

Locação de Obra: O que é e Como fazer passo a passo


https://www.escolaengenharia.com.br/locacao-de-obra/

artigo pág internet

elm = extra na prática

https://www.youtube.com/watch?v=TxCGVYmuTNM

1h23min

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ALBUQUERQUE, Alexandre. Construções Civis. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
1957.
BAUD, Gerard. Manual de pequenas construções. Curitiba: Editora Hemus, 2002.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das Pequenas Construções. Vol. I e II. 8. ed. São
Paulo: Editora Blucher, 2000.
CARDÃO, Celso. Técnica da Construção Civil. Vol. I e II. 8. ed. Belo Horizonte: Edições
Engenharia e Arquitetura, 1988.
CARICCHIO, Leonardo M. Construção Civil. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Olímpia, 1955.
CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
MILITO, José Antonio de. Apostila da disciplina de Técnicas de Construção Civil e
Construção de Edifícios. Campinas: PUC, s.a.
PIANCA, João Baptista. Manual do Construto. 15. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1978

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
André Luís Abitante
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
https://www.escolaengenharia.com.br/orcamento-de-obras/

Como fazer um Orçamento de Obras: O Passo a Passo Completo


Confira o passo a passo como fazer orçamento de obras para qualquer edificação. Conheça as definições de
custos diretos, indiretos e composição de custos.

Por Caio Pereira • Atualizado em 10 de abril de 2019

O orçamento de obra é um dos processos mais importantes de toda a etapa de


construção. Este documento define o quanto será gasto na execução de uma edificação

e ajuda tanto o proprietário da obra quanto o construtor a manter um controle de gastos


mais eficiente.

Quando um orçamento é mal feito, pode causar problemas futuros como a falta de

dinheiro para terminar os serviços planejados e o prolongamento dos prazos de


execução.

Neste artigo, iremos descrever todo o processo de como fazer um orçamento de

obras de edificações, explicando os principais conceitos e definições.

O que é orçamento de obra?


Um orçamento de obra é a determinação dos gastos para a execução de um projeto,

desde a sua concepção até a assistência técnica após a entrega do empreendimento,


conforme um plano previamente estabelecido.

Não se deve confundir orçamento com orçamentação. Orçamentação é o processo de

elaboração do resultado final de custos de uma obra. O orçamento é justamente esse


resultado, ou seja, é o produto final da orçamentação.

Uma das principais razoes de sucesso de uma obra é a finalização de suas atividades
dentro do prazo e com o custo dentro do planejado.

Porém, é muito comum de se encontrar obras não finalizadas ou mal acabadas devido a

não previsão de alguns gastos significativos no orçamento.

Em geral, um orçamento é estipulado somando-se os custos diretos, custos indiretos,


impostos e o lucro esperado pelo construtor.

No decorrer deste artigo, iremos descrever o que cada um desses termos significam.
Classificações do orçamento
De acordo com as fases do projeto, pode-se alterar o orçamento conforme a definição
de seu escopo e detalhamento.

Geralmente, dependendo em que fase se encontra o projeto, o orçamento pode ser


classificado em estimativa de custo, orçamento preliminar e orçamento analítico ou

detalhado.

Estimativa de Custos

A estimativa de custos é, como o próprio nome já diz, uma avaliação aproximada do

custo do projeto baseando-se em projetos anteriores realizados na mesma região da

edificação ou em tabelas desenvolvidas por empresas privadas ou públicas.

Este tipo de orçamento serve apenas como base para ter uma ideia de quanto será
gasto. O grau de certeza é muito baixo nesse caso.

Para obras de edificações, o indicador mais utilizado é o CUB (Custo Unitário Básico)

resultante de uma pesquisa mensal pelo SINDUSCON de cada estado. Ele representa o

valor médio por metro quadrado de cada estado obtido por meio de coleta dos valores

praticados pelas construtoras.

Os custos no CUB estão divididos em:

Tipo de construção: Residencial, comercial, galpão industrial ou casa popular

Número de pavimentos: 1, 4, 8, 12 ou 16 pavimentos

Número de quartos: 2 ou 3 quartos

Padrão de acabamento: Baixo, normal ou alto

É importante ressaltar que o CUB não é uma ferramenta precisa para a realização de
um orçamento. Ele não contempla custos com projetos, fundações, valor do terreno,

paisagismo, elevadores, ar-condicionado, impostos, lucro, dentre outros.


Orçamento preliminar

No orçamento preliminar o grau de detalhamento já um pouco maior do que na

estimativa de custo. Nessa fase do orçamento já são estimados as quantidades e os

custos de pequenos pacotes de trabalho.

Dessa forma, já pode-se estimar as espessuras das lajes de concreto, da quantidade de

aço e de forma por m3 de concreto, dentre outros.

Por exemplo: fazendo-se um orçamento analítico de um prédio de 10 pavimentos, pode-

se ter uma noção aproximada de quantidades de concreto, madeira, tijolos, blocos, etc,
que serão utilizados na construção e assim estimar os custos para a compra de material
e mão de obra que serão precisas para a execução dos serviços.

Orçamento analítico

O orçamento analítico é a maneira mais detalhada e precisa de se conhecer os custos

envolvidos na construção de uma edificação.

Neste tipo de orçamento, faz-se o uso de composições de custos de cada serviço que

será utilizado na obra discriminando as quantidades de materiais, equipamentos e mão


de obra por meio dos projetos detalhados.

É necessário conhecer os custos diretos (materiais, equipamentos e mão de obra) e

também os custos indiretos (custos com o escritório central, salários administrativos,


impostos, lucros, etc).

O orçamento analítico é o mais preciso desses três tipos de orçamento e é o mais


utilizado quando se tem um escopo bem desenvolvido e aprovado pelos interessados na

obra.

Custos Diretos e Custos Indiretos


Custos Diretos

Os custos diretos de uma obra se referem aos custos que estão diretamente

relacionados com o serviço a ser executado. São custos diretos os gastos com os

materiais, equipamentos e mão de obra.


Para a determinação dos custos diretos é realizado uma composição de custos em que
é mostrado todas as quantidades e índices de insumos e mão de obra.

Existem algumas tabelas de composição de custos prontas, realizadas por empresas

públicas e privadas para estabelecer um padrão dos serviços levantados em obras.


Como exemplos, podemos citar o SINAPI, realizado pela Caixa Econômica Federal e

IBGE, e a TCPO, mantida pela editora Pini.

DICA: Os encargos de profissionais que trabalham diretamente na execução são

considerados como custos diretos.

Custos Indiretos

Os custos indiretos são aqueles que não estão necessariamente relacionados com os

serviços executados em campo.

Por exemplo, o presidente da empresa não está diretamente ligado aos serviços de

obra. Porém, ele recebe o seu salário e este deve ser previsto em orçamento.

Os custos indiretos são os gastos com a administração central da empresa ou escritório

central, custos com despesas administrativas, com taxas de seguro e riscos.

Composição de custos
Como dito anteriormente, a composição de custos é uma ferramenta que contém
todos os levantamentos de insumos e mão de obra que será gasto para um determinado

serviço na obra.

Devem ser abordados os insumos que incidem sobre algum serviço com suas
quantidades, índices, custos unitários e custos totais.

Dessa forma, fica mais fácil a obtenção de um valor mais exato para a realização de
alguma etapa da obra.
Exemplo de composição de custos

A seguir iremos mostrar como fazer uma composição de custos de 1 m2 de execução

de alvenaria de vedação com bloco cerâmico de 14 x 19 x 39 cm com furos na vertical.

Logo, a espessura da parede será de 14 cm e as juntas de argamassa mista de 10mm

com traço 1:2:9 (cimento, cal hidratada e areia).

Composição de custo de alvenaria de bloco cerâmico

Passo 1: Calcular a quantidade de tijolos por metro quadrado

Deve-se calcular a quantidade de blocos por metro quadrado de parede executada.

Para isso, devemos considerar a área de cada bloco e a espessura das juntas de

argamassa.

Veja aqui como calcular a quantidade de tijolos.

Pode-se utilizar a equação abaixo para determinar esse número de blocos por m2:

Fórmula para cálculo de tijolo

Portanto, para esse caso teremos:

n = 1/[(0,39 + 0,010)x(0,19 + 0,010)] = 12,5 unidades de tijolos por metro quadrado.


Usaremos 13 unidades.

Passo 2: Calcular o volume de argamassa por metro quadrado que será utilizada

Agora, deve-se calcular o volume de argamassa por meio da espessura que será
realizada. Neste caso, de 10mm.

Fórmula para cálculo de argamassa em uma alvenaria


Logo, tem-se:

v = [1 – 12,5 x (0,39 x 0,19)] x 0,14 = 0,01032 m3 de argamassa por m2 de alvenaria

Como a argamassa do exemplo será de cimento, cal hidratada e areia média, deve-se
obter a quantidade de cada um desses insumos.

Para a fabricação de 1m3 de argamassa, tem-se:

Cimento: 130 kg

Cal hidratada: 282 kg

Areia média: 1,22 m3

Servente: 10 horas

Portanto, para a execução de 1 m2 de alvenaria, precisa-se de:

Cimento: 130 kg/m3 x 0,01032 m3 = 1,34 kg

Cal hidratada: 282 kg/m3 x 0,01032 m3 = 2,91 kg

Areia média: 1,22 m3/m3 x 0,01032 m3 = 0,0126 m3

Servente: 10 horas/m3 x 0,01032 m3 = 0,10325 h

Passo 3: Calcular as produtividades da mão de obra

Para este passo, o ideal é você ter um índice real coletado junto à sua própria equipe.

A produtividade da mão de obra é a quantidade de serviço executado em um


determinado intervalo de tempo. Normalmente, é expresso em horas.

Quanto maior a produtividade, maior será a quantidade executada por algum

profissional.

No caso desse exemplo, iremos utilizar uma equipe de 1 pedreiro e 1 servente que
consome 0,80 h cada um para a execução de 1 m2 de alvenaria.

Portanto:
Pedreiro: 0,80 h

Servente: 0,80 h

Passo 4: Montar a planilha de composição de custo

Com todos os dados previamente calculados e conferidos, pode-se prosseguir para a

montagem da tabela e a definição do custo do metro quadrado do serviço.

Para isso, irei utilizar valores de custo que servirão para ilustrar o exemplo.

Índice Custo Unitário Custo Total


Insumo Unidade
(unid/m2) (R$) (R$)

Bloco
unid 13 2,80 36,40
cerâmico

Cimento Kg 1,34 0,40 0,54

Cal hidratada Kg 2,91 0,45 1,31

Areia média m3 0,0126 80,00 1,01

Pedreiro h 0,80 13,25 10,60

Servente h 0,9032 9,95 8,99

Valor Total 58,85

Obs: Não foram considerados perdas e desperdícios de materiais durante o

levantamento.

Passo 5: Calcular o custo para a execução de um serviço

Após montar a composição de custo para um determinado tipo de serviço, estamos

aptos a saber quanto iremos gastar para executar qualquer quantidade dessa mesma
atividade.

Se quisermos saber quanto custa para executar 50 m2 de alvenaria de bloco de


cerâmico com furos na vertical, dimensões de 14 x 19 x 39cm e argamassa de cimento,

cal hidratada e areia, traço 1:2:9, basta multiplicar a quantidade de metros quadrados
pelo custo total por metro quadrado.

50 m2 x R$ 58,85 = R$ 2.942,50
Aula 3.1
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Alvenaria: Técnicas construtivas


_3.1_
Apresentação
Tendo em vista a necessidade de minimizar o efeito de trocas térmicas, de garantir a massa
suficiente para o isolamento acústico e, simultaneamente, permitir a execução dos pormenores
construtivos para a correta adequação ao sistema estrutural optado para um edifício, deve-se,
inicialmente, definir a técnica construtiva e não apenas a escolha do tipo de bloco que será usado
na fase de construção das alvenarias.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender que uma técnica construtiva racionalizada
baseia-se em uma família de diferentes tipologias, procedimentos e dimensões de blocos, que no
seu todo se tornam essenciais para o adequado desempenho em utilização de paredes e de prazos
de execução, representando o caminho para a obtenção da qualidade.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Relacionar as etapas de execução de paredes em alvenaria.


• Expressar as técnicas para a obtenção das espessuras necessárias de paredes.
• Dimensionar estruturas complementares para o reforço na alvenaria.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo muito curto.
_3.1_ Desafio

Você vai construir uma viga para o apoio de uma tesoura de cobertura (conforme esquema
anexado), que irá descarregar em duas paredes de tijolos 06 furos. A tesoura de cobertura pesará
em torno de 3,0 toneladas, e o tijolo que compõe a parede tem resistência equivalente a 2,0
kgf/cm2.

As paredes irão suportar as estruturas em questão? Faça a verificação quanto ao esmagamento e,


caso a alvenaria não suporte, indique e dimensione uma solução para o problema.

elm = parede resiste, mas com baixo coef de segurança (só 1,07).

elm = ERR +parcela


peso próprio da
parede? E da viga?
elm = O peso próprio da parede deveria
ser considerado de alguma forma?

elm = Mentor: No Desafio da Aula 3.1 (Alvenaria): O peso próprio da parede deveria entrar
de alguma forma na verificação da resistência da parede? Como seria?
_3.1_ Infográfico
Você sabia que é importante o pedreiro manter prumo e nível perfeitos na disposição das diversas
fiadas?

Calcular as fiadas e montar uma régua fazem com que o prumo se torne quase "automático", mas
A
ainda é recomendado conferi-lo a cada duas ou três fiadas, no caso de tijolo comum, ou a cada
fiada, no caso de peças maiores, como tijolo baiano ou bloco de concreto.

B Deve-se iniciar com a marcação da parede no plano horizontal - a primeira fiada -, seguida da
marcação no plano vertical, com o levantamento dos cantos.

C As juntas devem ser desencontradas e no formato de amarração escolhido para cada parede.

D A espessura ideal da junta é de 1 cm, mas é aceitável que ela fique com até 1,5 cm. Variações
devem ocorrer única e exclusivamente para ajustar a quantidade de fiadas à cota de respaldo da
parede, ou para compensar eventuais diferenças nas medidas dos tijolos, mas sempre mantendo o
nível e o prumo.

D
A

C
B
_3.1_ Conteúdo do livro

Você já sabe que as paredes são constituídas por tijolos, blocos de concreto ou até mesmo pedras
naturais unidas com argamassa. As alvenarias com pedra natural são um caso à parte, pois têm
técnicas executivas próprias e que variam dependendo da finalidade da parede ou do muro e do
tipo de pedra. No trecho do capítulo a seguir, o autor aborda dicas que servem para as alvenarias
feitas com tijolo comum, laminado, blocos de concreto e de solo-cimento, ou seja, elementos
construtivos com dimensões predeterminadas e constantes.

Aprofunde seu conhecimento com o capítulo Alvenaria: técnicas construtivas, da obra Construção
Civil.
l suMÁRIO 1

!unidade 1
l
Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 113
Vinicius Simionato

Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14


Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificações de maquinário e materiais para diferentes
tiposdeobras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra ....................................................................................27


André Luís Abitante
L Fasesdeumaob ra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisó rias .............................46


André Luís Abitante

Serviços preliminares ............................................................................................................................... 47


Instalações provisó rias.............................................................................................................................50

Locação da o bra ........................................................................................ 57


André Luís Abitante

Locação da obra ..........................................................................................................................................57


Equipamentos e fe rramentas ............................................................................................................ 58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquinas e eq uipamentos ................. 67


André Luís Abitante

Obras de terraplenagem .......................................................................................................................67


Escavação d e valas para drenos e fundações ..........................................................................72

Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concretagem: materiais .......................................................................... 80


Alessandra Martins Cunha

Co ncreto ........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86

Aditivos ............................................................................................................................................................. 87

Concret agem: d im ensionamento e efeitos .....................................92


Alessandra Martins Cunha

Dosagem de concreto ............................................................................................................................. 92

Dosagem o u t raço do concreto ........................................................................................................ 94


Dosagem ..........................................................................................................................................................96
Efeito s.............................................................................................................................................................. 108
1 Concretagem: cura e contro le t ecnológico ................................... 11 7 1
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122
Controle da resistência do concreto: testes de compressão ........................................ 124

Formas: confecção e colocação ........................................................130


André Luís Abitante
Formas: confecção e colocação ...................................................................................................... 131
Tipos de formas ......................................................................................................................................... 135
Sistemas especiais de formas............................................................................................................ 153
Materiais utilizados para formas ...................................................................................................... 155 1

Unidade 2

Alvenaria: vedação e estrutura l .......................................................... 161


André Luís Abitante

Alvenaria........................................................................................................................................................ 162
Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvena ria: materiais ...............................................................................173


André Luís Abitante

Alvenaria......................................................................................................................................................... 173
Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174
Alvenarias de blocos artificiais......................................................................................................... 176
Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179

1 Alvenaria: t écnicas construt ivas ........................................................ 1831


André Luís Abitante

Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183


Técnicas de execução de uma alvenaria.................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revestimentos: tipos ............................................................................. 206

::::·.: :::::·:.:::·:.::··.:·::::::·.: ::::


Ronei Tiago Stein

::~:::: ::~::: ~~~~·~;~~~·:: ~~i


l Principais propriedades dos refratários cerâmicos .............................................................2~

Revest imentos: t écnicas construt ivas ..............................................218


Roneí Tiago Stein

Argamassas para revestimento ....................................................................................................... 218


Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220
Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavimentos flexível e rígido ................................. 233


Lélis Espartel
função de um pavimento .................................................................................................................233
As camadas do pavimento fl exível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento ríg ido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais ...................................................................... 243


Lélis Esparte/
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ...................................................................................................................................246

Material para base, sub-base e reforço do subleito...........................................................248

1 Pavimentação: técnicas construtivas .............................................. 2s61


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257
Técnicas executivas de revestimentos .......................................................................................260
L Maqu inári o ...................................................................................................................................................265 1

1 Pavimentação: controle de defeitos ................................................ 27 2 1

Lélis Esparte/
Processos de degradação .................................................................................................................. 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Ava ~iação estrutural................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Imperm eabilização: materiais............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e im portância ........................................................................28 6
Principais locais e usos de impermeabilizantes ...................................................................289
L_!rincipais materiais impermeabilizantes ...................................................................................290 1

l 1mpermeabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção......................................................29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil iz.ação .............................................................305

Esquad rias..................................................................................................313
Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações......................................................................313

L Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315


Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
IUnidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros....................................................................................................................................... 327
Principais características do vidro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de t intas e acabamento ......................................................................................................... 340
Apl icação da tinta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e coberturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
l _ :oberturas ...................................................................................................................................................345 I
[ UNIDADE E
Alvenaria: vedação
e estrutural

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Relacionar as diferenças entre alvenaria de vedação e alvenaria


estrutural.
• Identificar a alvenaria adequada para cada situação/ obra.
• Dimensionar a espessura de paredes em alvenaria autoportante.

Introdução - - - - - - - - - - - - -
A alvenaria é um elemento construtivo fundamental no projeto estrutural
de uma edificação. Uma boa alvenaria complementa o bom desen-
volvimento das demais etapas construtivas, além de contribuir com a
segurança da obra.
Neste texto, você vai aprender sobre os tipos de alvenaria: estrutural e
vedação. Você vai ver que a principal diferença entre elas é que a alvena-
ria estrutural (que utiliza bloco estrutural adequado, tijolo estrutural, tijolo
de concreto, bloco de concreto e etc.) serve como a própria estrutura da
obra, podendo dispensar totalmente o uso de concreto armado (pilares
e vigas); e, já a alvenaria de vedação (técnica tradicional) suporta apenas
o seu próprio peso, por isso necessita de vigas e pilares (em concreto
armado ou estrutura metálica) para dar sustentação.
Além disso, você vai compreender que um tipo de alvenaria não
substitui o outro, pois cada um exerce uma função diferente.

r Alvenaria

Atualmente, a alvenaria é entendida como um conjunto maciço, coeso e rígido,


de pedras (naturais), tijolos ou blocos (elementos de alvenaria) unidos entre
si de modo estável, pela combinação de juntas e interposição de argamassa
Uunta tomada), ou somente pela combinação de juntas (junta seca), em fiadas
horizontais que se sobrepõem uma sobre as outras.
A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos elementos cons-
trutivos (paredes, abóbadas, sapatas, etc.) e pode ter função estrutural, de
vedação (paredes externas) ou divisão de ambientes (paredes internas). __J
1 Quando a alvenaria é dimensionada e empregada na construção para resistir 1

cargas, ela é chamada alvenaria resistente ou estrutural (autoportante), pois


além do seu peso próprio, ela pode suportar esforços verticais (como peso das
lajes, telhados, pavimento superior, etc.) e horizontais (por exemplo, empuxo
de terra e vento). Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas
1 verticais além de seu peso próprio é denominada alvenaria de vedação. _J

Fique atento

As paredes (alvenarias) de modo geral, devem possuir as seguintes características


técnicas, segundo a ABNT NBR 15575-4:2013 (Desempenho das edificações - sistemas
de vedações verticais):
Resistência mecânica - aos movimentos térmicos e à pressão do vento.
• Isolamento térmico e acúst ico.
• Resistência ao fogo.
• Estanqueidade - impedir às infiltrações de água pluvial, a migração de vapor de
água e regulagem da condensação.
• Durabilidade.
• Segurança para usuários e ocupantes - resist ir a impactos.
• Servir de base ou substrato para revestimentos em geral.

1 Os desempenhos estabelecidos para os sistemas de vedação vertical em 1

uma edificação, devem envolver o conjunto de paredes e esquadr ias (portas,


j anelas e fachadas). A norma supracitada, por exemplo, apresenta os níveis
internos de variação de tempe-ratura obrigatórios de acordo com cada região
1 climática brasileira. _J
W venaria convencional (vedação}
l
O chamado edifício convencional tem sua estrutura formada por um pórtico
espacial de concreto armado. Nestes, em geral, as alvenarias são feitas de
tijolos cerâmicos furados, hoje tanto na horizontal como vertical, mas pode-
-se usar tijolos cerâmicos maciços ou blocos vazados de concreto. Não há
grandes preocupações com um controle sobre as características mecânicas dos
tijolos e blocos de concreto, como também sobre a resistência da argamassa
Ide assentamento. _J
1 Como as alvenarias não possuem função estrutural, elas podem ser cortadas 1

à vontade para passagem de tubulações hidráulicas e eletrodutos. O usuário


pode trocar portas e janelas de lugar (o que ocorre com frequência). O pedreiro,
inclusive, corta (quebra) os tijolos para complementar as fiadas (usa pedaços
de tijolos). Erros de prumo e alinhamento horizontal (barrigas) das paredes são
aceitáveis, quando se pode corrigir depois com reboco (grandes espessuras de
argamassa podem ser necessárias). Muitas vezes, o canteiro de obras apresenta
1 congestionamento de entulho, desorganização e/ou falta de limpeza da obr~
Vantagens do edifício convencional:

• Grande flexibilidade arquitetônica.


• Não há necessidade de grande controle sobre a qualidade dos materiais
e da mão de obra na execução das paredes.
• O desenvolvimento da tecnologia do concreto permite constru ir edifícios
muito altos, com grandes balanços e estrutura esbelta.

Desvantagens do edifício convencional:

• Desperdício de material: devido ao "faz e quebra", aos enchimentos de


paredes para corrigir desaprumas, etc.
• Maior custo em mão de obra: deve-se executar a estrutura de concreto
armado e, depois, as paredes.
• O custo total da obra convencional pode chegar a 25% acima do custo
de um edificio executado com alvenaria estrutural, depende do número
de pavimentos da edificação.

W venaria estrutural
l
Alguns elementos estruturais de concreto armado são indispensáveis, como
llajes, escadas e fundações. _J
1 As paredes são os principais elementos estruturais responsáveis por trans- 1

ferir as cargas verticais e as ações horizontais para as fundações, por isto não
podem ser cortadas para passagem de tubulações - são admitidos apenas
pequenos cortes com muita restrição. Os eletrodutos são encaixados dentro
dos furos dos blocos e, as tubulações hidráulicas, são colocadas em blocos
!especiais ou shajts. _J
Fique atento

• Deve haver um rigoroso controle da resistência e das dimensões dos blocos, os


quais podem ser cerâmicos ou de concreto.
• A qualidade da argamassa de assentamento é determ inada em ensaios d e prismas
(normalmente, dois blocos unidos com a argamassa).
• Pode-se ensaiar, também, pequenas paredes.
• Especial atenção é dada ao pru mo e alinhamento horizontal das paredes.
• Caso o desaprumo ou "em barrigamento" sejam grandes, a parede d eve ser de-
molida e refeita.
• Os blocos não podem ser q uebra dos ou cortados p elo ped reiro, exigindo, que
o projeto seja modulado de forma a se obter um número inteiro de b locos (ma is
meio bloco).
• Alguns blocos vêm de fábrica fu rados na horizontal p ara permitir a passagem de
elementos e instalações, o que diminui levemente sua resistência.
• O usuário não pode t rocar portas e janelas de lugar, muito menos demolir paredes.
O projeto pode prever que algumas paredes não tenham função estrutu ral.
Essas paredes podem ser cortadas para colocação de eletrodutos e tubulações
hidráu licas (denominadas de "paredes hidráulicas"). As paredes hidráulicas
podem ser executadas com tijolos cerâmicos comuns ou com blocos de concreto
não estrutural (de menor resistência). Deve-se ter cuidado de evitar que as lajes
se apoiem nelas, deixando um espaço vazio entre a laje e o topo da parede.
Vantagens do edifício de alvenaria estrutural:

• Menor desperdício de material e de mão de obra.


• Redução do tempo de execução, com redução de custo.
• Canteiro de obras limpo e com grande controle de todas as etapas da
execução.
• Ideal para construções de baixa renda, condomínios residenciais de
pequena altura (4 a 5 andares). _J
I• Também indicado para edifícios mais altos: 10, 15 até 20 andares, desde 1
que haja materiais adequados e mão de obra qualificada.

Desvantagens do edifício de alvenaria estrutural:

• Exigência de controle rigoroso em todas as etapas da construção (fis-


calização intensa).
• Exigência de mão de obra mais qualificada. Em geral, é necessário dar
treinamento aos operários.
• A construção deve ser modulada, o que limita o projeto arquitetônico
quanto às dimensões dos vãos e o posicionamento das paredes.
• Há certa limitação quanto à altura do edifício.
J
L
1 Os componentes da alvenaria estrutural diferem sensivelmente à alvenaria 1

convencional, principalmente quando utilizado internamente nos blocos,


reforços estruturais pontuais:

• Bloco: componente básico da alvenaria (cerâmico ou de concreto).


• Junta de argamassa: utilizada na ligação dos blocos.
• Graute: microconcreto (feito com agregados graúdos de pequeno diâme-
tro) e autoadensável (grande fluidez, não precisa de vibração); utilizado
para preenchimento de espaços vazios de blocos com a finalidade de
solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente;
• Armaduras: aço para concreto armado CA e aços para concreto pro-
L tendido CP (nas alvenarias protendidas). _J
Dimensionamento de um prédio não
estruturado

O dimensionamento de um prédio não estruturado tem por objetivo maior


verificar as espessuras das paredes e o tipo de tijolo (ou bloco) a ser utilizado
na execução das paredes internas e externas, tomando como base as paredes
internas e externas mais solicitadas. Também devem ser analisadas, de modo
separado, as paredes da caixa da escada, pois normalmente é sobre elas que
se apoia o reservatório superior.
O número máximo (recomendado) de pavimentos para prédios não estru-
turados é de 5 pavimentos, utilizando-se tijolos maciços (bloco convencional).

lffJ Fique atento

Pavimentos diferentes podem ser feitos com tijolos diferentes, mas nunca se deve
m isturar t ijolos em um único pavimento (ex. paredes internas com um tipo de tijolo
e paredes externas com outro).

Para o dimensionamento de prédios não estruturados, considera-se que a


tensão admissível para tijolos maciços é de 6,0 kg/cm2 e para blocos ce râmicos
vazados é de 2,0 kg/cm2. Também faz parte do dimensionamento de prédios
não estruturados, o cálculo das vigas de cintamento, vergas, coxins, além, é
claro, das lajes, vigas e fundações.

Roteiro de cálculo para alvenaria autoportante

1. Paredes mais solicitadas: verificar qual a parede (externa ou interna)


é mais solicitada. Isto se faz pela área de contribuição das lajes sobre
as paredes (ver Figura 1) - determinando a área de um trapézio ou tri-
ângu lo.Verifica-se também qual o maior lado do trapézio ou triângu lo
escolhido (L). _J
2. Car ga do telha do: se for o pavimento superior, considerar a carga do 1

telhado, que pode ser diretamente distribuída na laje de forro. Pode-se


adotar: qtcJhado= 180 kg/m 2 .
3. Car ga aciden tal: verificar a carga acidental a que está submetida
à laje considerada, conforme ABNT NBR 6118:2003 e ABNT NBR
6120:1980 (NB 05).
4. Carga de r evestimento: verificar se há revestimento na laje. Pode-se
adotar: qrevestimento= 70 kg/m2 . _J
1
1
5. Reação d a laje (R . ): calcular a reação da laje sobre a parede, que é
~laje
dada pela fórmula a seguir.

L ~aje = o:: cargas x área da figura) / maior lado J


6. Reação da viga de cintamento superior <RvcJ : calcular a reação da
viga de cintamento superior com a fórmula abaixo.

R vcs= base x altura x peso específico do concreto


Obs.: peso específico do concreto = 2.500 kg/m 3.

., ,, ,
.· '
' ..

,,

Pan:de mais Soli;itada da


dR f-_ Rtfa:
R

Pattde F.xltrM mai,; Solicilrula


QrxAa
R L1
----=-P.:m . ': IoJroia mais Solidt~
:::=.-ede

Figura 1. Metodolog ia para cálcu lo de alvenaria autoportant e, definição da parede mais l


solicitada.
Fonte: Saurin (2001, p. 120).

7. Reação da Parede (Rpared e'\: calcular a reação da parede- considerando


o ponto mais desfavorável (pé da parede). Obs.: deve ser considerado o
peso da parede dado pela ABNT NBR 6120:1980 (NB 05), considerando
o maior peso para a maior espessura a ser adotada.

Rparede = peso próprio x pé direito

8. Espessura da parede (e): fazer o somatório de todas as reações, sendo


que a espessura da parede é dada por:

e = somatório das reações / tensão admissível da alvenaria


1
9. Dimensionar a parede a cada pavimento, sempre somando as reações
dos pavimentos anteriores. Não esquecer que, para paredes internas, a
composição de cargas leva em consideração duas lajes.
10. Fundação direta contínua: dimensionar a fundação direta contínua,
se for o caso, considerando:

J
• A sorna das reações de todos os pavi mentos
• A reação da viga de cintamento inferior
L • O peso próprio da fundação.

~e atento
O peso próprio da fu ndação pode ser considerado, para efeitos do seu dimensiona-
mento, como 15% de todo o peso que age sobre ela. Deve-se adotar uma alt ura para
a fundação de acordo com sondagem e calcular a largura (1), que é dada pela fórmula:
1 = Reação tota l /Tensão admissível do solo

11. Paredes da caixa da escada: considerar a carga do reservatório (200


litros de água/pessoa/dia, ou outra carga dada pelo projeto de instala-
ções hidrossanitárias), mais a reação das paredes do reservatório, da
laje de fundo e da laje de tampa, caso este se apoiar sobre a caixa da
escadaria. Considerar a carga acidental para escadas dada pela ABNT
NBR 6120:1980 (NB 05).

~ Saibamais
Em algumas situações, quando o reservatório superior for projetado sobre estas paredes,
é recomendável que a torre da escadaria, seja estruturada com maior espessura das
paredes.

Exercícios
1. Analise as seguintes informações
sobre duas construções, 1 e li: a) li é uma obra em
1. Tem estrutura formada alvenaria de vedação.
por um pórt ico espacial b) 1 é uma obra em
em perfis metálicos. alvenaria estrutural.
li. Tem paredes concretadas e) 1 e li são obras de
internamente, no alinhamento alvenaria de vedação.
de fu ros verticais, em d) 1 é uma obra para alvenaria de
pontos estratégicos, com vedação e li, alvenaria estrut ural.
instalação de armadura. e) 1e li são obras em
Pode-se concluir que: alvenaria estrutural.
2 . Um projeto de alvenaria 4 . O uso do sistema construtivo em 1
estrutural deve contemplar a alvenaria estrutural se mostra
modulação das paredes. Sobre bastante adequado para a produção
isto é correto afirmar: de conjuntos habitacionais no Brasil,
a) Um projeto de modulação, país com alto déficit de moradias,
basicamente, deve incluir principalmente devido:
uma planta das fiadas e as a) À rapidez na execução

elevações das paredes. e aparência final.


b) A escolha do tipo de bloco b) À segurança estrutural

a utilizar é tomada apenas


e aparência final.
e) À rapidez na execução e
pela disponibilidade
estanqueidade da obra.
no mercado local.
d) Ao custo final menor e
e) A escolha do tipo de bloco
segurança estrutural.
a utilizar é tomada em
e) À rapidez de execução, facilidade
cima da modulação. construtiva e custo final menor.
d) Modular uma alvenaria é projetar
'5:-Nos edifícios em alvenaria estrutural, 1

vãos em "unidades modulares",


considere a opção correta
que são definidas apenas
(possível):
pelas medidas dos blocos: a) As paredes portantes podem
comprimento, altura e espessu ra.

J
ser removidas sem necessidade
e) Não é necessário planta das de cu idados especiais.
fiadas, elevações das paredes, b) Uma das funções do
nem a locação das esquadrias. grauteamento é proporcionar a
separação "armadura x alvenaria".
~Em relação à resistência d~s e) Em projetos de alvenaria
blocos cerâmicos para alvenaria estrutural não existem vigas
em geral, qual opção abaixo e pilares de concreto armado
apresenta os blocos em ordem ou perfis metálicos.
crescente de resistência: d) Uma das principais vantagens

a) Vedação maciço, vedação é a redução no uso de


concreto e armadura, porém,
furado na horizontal e
aumenta-se o gasto com o uso
estrutural furado na vertical.
de madeira para as fôrmas.
b) Vedação furado na horizontal,
e) As lajes não necessitam
estrutural furado na vertical e de nenhum escoramento
vedação furado na vertical. durante a execução.
e) Vedação furado na vertical, 1
vedação furado na horizontal e
estrutural furado na vertical.
d) Vedação furado na horizontal,
vedação maciço, e estrutu ral
furado na vertical.
e) Estrutural furado na vertical,
vedação maciço, vedação
furado na horizontal.
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6778:2003. Projeto de


estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMASTÉCNICAS.ABNTNBR6720:7980. Cargas para o


cálcu lo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCN ICAS. ABNTNBR 75575-4:2073. Desempe-


nho de edificações habitacionais. Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e
externas. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

SAURIN, P. Apostila da disciplina de construção civil/. Santa Maria: UFSM, Departamento


de Estru turas e Construção Civil, 2001.

Leituras recomendadas

ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNTNBR 74327:7999. Paredes de


alvenaria estrutural - Determinação da resistência ao cisalhamento. Rio de Janeiro:
ABNT, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCN ICAS. ABNT NBR 75270-2:2005. Compo-


nentes cerâmicos. Parte 2: Blocos cerâmicos pa ra alvenaria estrutural - Term in ologia
e requ isitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 75270-3:2005. Compo-


nentes cerâm icos. Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação
- Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCN ICAS. ABNTNBR 75872-7:2070. Alvenaria


estrutura l - Blocos cerâm icos. Parte 1: Projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 75872-2:2070. Alvenaria


estrutural - Blocos cerâmicos. Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro:
ABNT, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNTNBR 75967-7:2077. Alvenaria


estrutura l - Blocos de concreto. Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 75967-2:2077. Alvenaria


estrutural - Blocos de concreto. Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de
Janeiro:ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASI LEIRA DENORMAS TÉCNICAS. ABNTNBR 6460:7983. Tijolo maciço


cerâm ico para alvenaria - Verificação da resistência à compressão. Rio de Janeiro:
ABNT, 1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. ABNTNBR6467:7983. Bloco cerâmico
para alvenaria - Verificação da resistência à compressão. Rio de Janeiro: ABNT, 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNTNBR 77 77:1992. Bloco Cerâmico


para Alvenaria: Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASI LEI RA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7784:7992. Blocos vazados
de concreto simples para alvenaria - Determinação da resistência à compressão. Rio
de Janeiro: ABNT, 1992.
AZEREDO, H. A. O edifício até sua cobertura. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1997.

BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.


l
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções Vai. I e li. 8.ª ed. São Paulo: Editora
Edgard Bluücher,. São Paulo, 2000. v. /e li.

CARDÃO, C. Técnica da construção civil- Vol. I e li. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Enge-
nharia e Arquitetura, 1988. v. 1 e li.

CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.

MILITO, J. A. de. Apostila da disciplina de técnicas de construção civis e construção de


edifícios. Campinas: PUC, [2008].

PIANCA, J. B. Manual do construtor. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.

Alvenaria: materiais

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Diferenciar blocos naturais de artificiais.


• Relacionar os materiais necessários para a execução das alvenarias.
• Identificar o bloco ideal para alvenaria de vedação e/ou estrutural.

Introdução
A qualidade de uma obra é totalmente dependente da qualidade dos
materiais empregados. Os principais insumos constituintes das alvenarias
são: os tijolos ou blocos, a argamassa e o graute (no caso de alvenaria
estrutural). São muitos os materiais existentes para a produção de tijolos
e blocos, comumente denominados componentes da alvenaria. Os mais
comuns e utilizados são as cerâmicas e os concretos, cada um deles com
suas características e finalidades próprias.
Neste capítulo você vai entender que um elemento tão versátil como
a alvenaria precisa atender a várias situações, sem descuidar dos itens
básicos: resistência mecânica, peso, absorção de umidade, características
de isolamento e condução térmica, tipo de superfície e sua compatibi-
lidade com o acabamento previsto, seja este pintura, revestimento com
argamassa ou placas de algum material.
Alvenaria

A alvenaria é um conjunto de pedras ou blocos artificiais que são travados


entre si, formando uma estrutura rígida.
No início, para a construção de paredes e edificações, os blocos eram
realmente apenas travados entre si; mais tarde, surgiu o barro como o primeiro
elemento de ligação a ser usado. Na metade do século XX, era utilizada a
argamassa de cal e areia. Atualmente é empregada a argamassa de cimento, cal
e areia. Em substituição à cal, podem ser utilizados produtos químicos (fartos
no mercado). Os aditivos ajudam a melhorar as propriedades da argamassa,
como a trabalhabilidade, porém, o custo e o consumo de cimento são maiores.
A argamassa de cal tem de ser preparada com antecedência, pois deve
ser realizada a queima da cal. Caso contrário, continuam ocorrendo reações
químicas (liberando calor) após a aplicação da argamassa. Já foram feitas
experiências sobre a possibilidade da utilização de arenito em vez da cal na
argamassa, mas ainda não existe consenso a respeito da proporção de arenito
a ser utilizada na mistura.
Quanto à natureza dos materiais empregados, as alvenarias se classificam
da seguinte maneira: 1
• Alvenaria de blocos naturais: utiliza blocos encontrados na natureza,
como basaho, granito, arenito, etc.
• Alvenaria de blocos artificiais: utiliza blocos produzidos a partir de
processos industriais, como tijolo de barro, solo-cimento, blocos de
concreto, tijolos sílico-calcários, placas pré-moldadas, etc.

L Você vai ver agora mais detalhes sobre cada uma dessas classificações.

Alvenarias de blocos naturais

As alvenar ias de blocos naturais possuem as seguintes características e


particularidades:

• Material: blocos de basalto, granito e arenito.


• Dimensões dos blocos: geralmente de 25 x 25 x 30 cm.
• Peso de um bloco: varia de 45 a 50 kg, pois o material tem elevado
peso específico.
• Custo dos blocos: equivalente ao preço dos tijolos maciços comuns.
• A rgamassa: é preciso ter muito cuidado na dosagem de cimento e areia,
pois ela deverá ser compatível com o tamanho do bloco, para que não
haja fuga da argamassa. A argamassa deve ser firme, sem muita águ a,
de tal maneira que se coloque o bloco sobre ela e este se amolde sobre
a argamassa. Geralmente o traço é de 1:3 de cimento (e cal) e areia.

J
Consumo de argamassa: 50 l/m 2 •
Consumo de blocos: 14 a 16 blocos/m2 •
Peso dos blocos: 700 kg/m2 •
• Juntas: as juntas de argamassa entre os blocos deverão ter uma es-
pessura de aproximadamente 2,5 cm. Quanto menor a junta, melhor.
• Amarração entre as fiadas: fiadas são camadas de tijolos ou pedras.
As fiadas sucessivas deverão ter as juntas desencontradas. A primeira
fiada deve ser bem nivelada.
• Transporte de blocos: é feito com carrinho de mão, padiola ou planos
inclinados.
• Emprego das alvenarias de blocos naturais: paredes em subsolos,
muro de divisa, muro de arrimo, fundações isoladas e continuas, paredes
à v ista (os blocos devem ser todos do mesmo tamanho, e emparelhados
com talhadeira nas 6 faces). _J
• Vantagens: possuem grande resistência, maior durabilidade e grande
impermeabilidade e, especificamente no caso de muro de arrimo, têm
como grande vantagem o elevado peso próprio.
• Desvantagem: possui excesso de peso, tornando a mão de obra muito
onerosa. _J
~Saibamais

Além dos itens q ue você leu acima, existe a chamada experiência. Você deve-se
ter conhecimento de qual é a dimensão, posição que melhor se encaixa o bloco na
camada, em função de seu peso.

1 Vamos fazer agora uma comparação entre a alvenaria de blocos naturais 1

(granito ou basalto) e os tijolos maciços. Os custos do bloco se assemelham com


os do tijolo maciço. Quanto ao consumo de argamassa, podemos dizer que esse
aspecto é semelhante em ambos os tipos. Já a mão de obra para o transporte
de blocos é maior do que a necessária para o transporte de tijolos maciços. As
vantagens dos blocos são o melhor isolamento térmico e acústico e a maior
resistência e durabilidade. Um bloco corresponde a até 10 tijolos maciços.
Existe ainda o tijolo de barro cru, também conhecido como "Adobe'', que
foi muito utilizado na antiguidade, mas hoje praticamente caiu em desuso,
pois precisa de cuidados especiais para resistir às intempéries.

Alvenarias de blocos artificiais

Tijolos e blocos cerâmicos

O tijolo maciço é muito usado na execução de muros e alvenarias portantes.


Não devemos empregá-lo para a execução de fundações devido ao fator
durabilidade (ele pode deteriorar com a umidade do solo).
Dimensões: 5,5 x 11 x 23 cm
Peso: 2,4 a 2,5 kg/bloco
Consumo: paredes de 25 cm = 120/m2/ paredes de 15 cm = 60/m 2 •
Os blocos cerâmicos podem ser de vários tipos, mas os mais comumente
encontrados são os de 4 furos (11 x 11 x 23 cm), 2 furos (11 x 5,5 x 23 cm), 6
furos (11 x 15 x 23 cm), 8 furos (11x 22 x 23 cm), todos com furos redondos ou
quadrados na horizontal. Os de 10 furos (11x23 x 27 cm) são pouco usados.
Fique atento

Quanto aos blocos cerâmicos, a altura é sempre padrão, 11 cm. Mais recentemente vêm
se po pu larizando os b locos cerâm icos com f uros vertica is para alvenaria d e vedação
e estrut u ral nas espessuras de 11,5 cm, 14 cm e 19 cm, com com primentos variados e
altura padrão de 19 cm. Neste caso, mesmo normatizados, é recomendável conferir
1 os pesos e as resistências dos blocos com o fabricante.

Os tijolos prensados são de custo mais elevado devido ao processo de


fabricação (extrusão a vácuo), produzindo um material sem poros. Os tijolos
prensados especiais, também conhecidos como tijolos de 21 furos, de diâmetro
menor e localizados transversalmente, possuem um melhor acabamento, não
apresentando trincas. As suas dimensões são semelhantes às do tijolo maciço
comum. São muito utilizados em paredes de tijolos à vista, onde se deseja
urna parede lisa, sem revestimento, com perfeito padrão de acabamento. Suas
dimensões são: 5,5 x 11 x 23 cm.
Os tijolos refratários possuem a capacidade de resistir às altas tempe-
raturas, refletindo o calor. Compostos de terra refratária e caulim, que são
prensados e queimados, sua cor característica é branca. Para o assentamento
destes tijolos, deve-se utilizar argamassa refratária, com cimento e areia
queimada. Seu uso se justifica em chaminés, fornos de autoclave, lareiras,
churrasqueiras e fornos de siderúrgicas. Suas dimensões são: 6,0 x 12 x 24 cm.

Tijolos e blocos de outros materiais

O tijolo de solo cimento tem na sua composição cimento e argila mais silte,
ou cimento e argila mais arenito, com traço de 1:15, sendo prensado e curado
por 3 dias. O seu custo é menor do que o do tijolo de barro comum, visto que
não necessita da queima e da secagem, e o material utilizado normalmente é
do próprio solo que existe no local da obra (portanto, não há custos). Como
argamassa de assentamento usa-se também de solo-cimento. Suas dimensões
são de 5,5 x 11 x 23 cm. _J
~ Fique atento

Antes da produção do tijolo, verifique em laboratório a exist ência de argila expansiva.


1 Caso esta for encontrada, não utilizar este material.

Os blocos de isopor são uma tecnologia relativamente nova para alvenarias


leves e de pequeno custo, onde são executadas formas de isopor, posteriormente
preenchidas com argamassa. Após é executado um revestimento de argamassa,
interna e externa. Atenção: utiliza-se um adesivo antes do revestimento da
1 parede.
Os blocos de concreto estão disponíveis em vários tipos, de vedação e
estruturais, inclusive com formatos especiais: 14 x 20 x 30 cm (para parede
de 15 cm); 19 x 20 x 30 cm (para parede de 20 cm); 24 x 20 x 30 cm (para
parede de 25 cm). Estes blocos apresentam 2 furos verticais que, para cantos
de paredes, podem funcionar como pilaretes, recebendo armadura e sendo
preenchidos com argamassa, graute ou concreto com pedrisco. Entre algumas
de suas características, os blocos de concreto:

• são assentados com argamassa de cimento e areia (1:3);


• dispensam o emboço (primeira camada de regularização);
• não devem ser molhados no assentamento (mancham);
• recebem argamassa somente nas laterais (mínima) - somente para
aderência.

Fique atento

Na última fiada, podem ser colocados blocos especiais que já servem de forma para a
viga de cintamento (seção U, veja a Hgura 1). Pesos de blocos e resistência, principal-
mente para alvenaria estrutural, devem ser confirmados junto aos fabricantes. Existem
também blocos especiais que já servem de apoio para lajes e como painel lateral, de
modo que a laje não fique em contato com o ambiente (seção "J", veja a Figura 1).

1 O concreto celular é um bloco "aerado". Devido ao baixo peso e à facili-


dade de manuseio, é uti lizado não só para o fechamento de vãos, mas também
como enchimento de lajes. É feito com uma mistura de cimento e materiais
silicosos, em especial o silicato de cálcio. Também é conhecido como "Pumex".
O tijolo de sílica-calcário é constituído por restos de calcário (de jazidas)
mais areia (sílica). São moldados e queimados, possuem cor branca e são
econômicos junto a regiões que têm os materiais disponíveis.
O tijolo de vidro é oco, com paredes de 8,0 mm de espessura, formados por
6 lâminas de vidro. Custam em torno de 20 vezes o preço de um tijolo comum.
Suas dimensões são: 20 x 20 x 14 cm; o assentamento é feito com massa de
v idraceiro e, quanto à utilização, como são tijolos translúcidos, podem ser
usados em locais onde se deseja uma iluminação fixa, por exemplo, onde não
há espaço para um poço de luz. Servem também como elementos decorativos.
Qualidades que os tijolos devem apresentar

Para verificar se um tijolo cerâmico está bem queimado, o som produzido pela
batida de um martelo deve ser cheio, metálico. Visualmente falando, devemos
atentar, conforme recomenda a ABNT NBR 15270:2005:

• à ausência de fissuras - resistência adequada;


• à uniformidade da cor;
• às faces paralelas, planas e lisas;
• às arestas vivas;
• à capacidade de ser cortado onde foi batido com a colher de pedreiro,
por exemplo, não se quebrando em vários pedaços.
• à homogeneidade em toda a massa - baixa absorção de água.
• à uniformidade de dimensões - individualmente aceitam-se variações
de +/- 5 mm, porém, em uma amostra de um lote, a média de variação
deve ficar em +/- 3 mm.

Fique atento

Na obra, os tijolos preferencialmente devem ser cortados com disco de corte. Reco-
menda-se que para uma mesma obra, os tijolos e blocos sejam adquiridos de uma
mesma fábrica (para a alvenaria de tijolos à vista, eles devem ser de uma mesma
"queimada").

Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado

O tijolo maciço apresenta maior resistência, mas maior peso. Ele proporciona
menor rendimento e necessita de mais argamassa.
O bloco vazado possui menor peso e resistência inferior ao tijolo maciço.
Seu manuseio é mais fácil. Este tipo de bloco possui secagem e queima mais
rápidas, deixando sua superfície mais regular. As camadas internas de ar
ainda proporcionam melhor isolamento térmico e acústico, além de dificultar
a entrada de umidade. Veja na Figura 1 as dimensões, os tipos de blocos e
alguns detalhes construtivos de alvenaria.

Blo u · ca ~ rú o~ Vazad

..~ 00
n
lo01 o
" l2..2.I u a º
li li
ºI
.. 1º º
ººº n

Ob -= todo o 1ijolo aeima ttm coq.rim nta iA.tJa.I a 1.3 em


Tijolo fit. Vidra'.

íljolo Bloco De Vidro Transparente 19x19x8 Tradestar

loco

IFlgura 1. Tijo los e blocos artificiais.


~nte: Saurin (2001, p. 88).

1. Um t ijolo maciço pesa cm média 12. Aponte a opção que apresenta


2,5 kg/bloco e, em uma parede blocos em ordem decrescente
de 15 cm de espessura, são de dimensões ext ernas:
consumidos 60 blocos/m 2 • Em uma
a) Tijolo maciço, bloco 6 furos,
alvenaria de vedação, conforme bloco estrutural em concreto.
a figura a segui r, ela representa
b) Bloco estrut ural em concreto,
um valor de carga distribuída,
tijolo maciço, bloco 6 furos.
em kg/m, no mínimo igual a:
e) Bloco estrutural em concreto,
bloco 6 furos, tijolo maciço.
d) Tijolo maciço, tijolo 21 furos,
bloco estrutural em concreto.
e) Bloco 8 furos, bloco 6 furos,
bloco estrutural em concreto.

Fonte: bigyuthana/ Shuttcrstock.com


a) 3901
b) 2340
e) 936
d) 400
e) 350
3. Aponte a opção que indica as 4. Em um bloco cerâmico para
características geométricas dos alvenaria de vedação, é permitida
blocos cerâmicos de vedação por norma uma variação
exigidas pela ABNT NBR nas suas dimensões de:
15270-1:2005. a) A tolerância dimensional
a) Planeza das faces e índice individual é de± 15 mm.
de absorção de água. b) A tolerância dimensional
b) Desvio relativo ao esquadro individual é de± 8 mm.
e à massa seca. e) A tolerância dimensional
e) Resistência à compressão individual é de± 3 mm.
individual e área externa. d) A tolerância dimensional

d) [ndice de absorção de água individual é de± 5 mm.


e) A tolerância dimensional
e dimensões das faces.
e) Dimensões e planeza individual é de± 10 mm.
das faces e esquadro. 1 s. Qual é o tipo de bloco produzido
pelo seguinte processo: mistura
de aglomerante hidráulico com
solo comum, controle de umidade,
prensagem cm máquina manual:
a) Solo-calcário.
b) Solo-cimento.
e) Concreto celular.
d) Sílica-calcário.
e) Solo-gipsito.

p Referências

!ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS.ABNTNBR 15270-1:2005. Componen-


tes cerâmicos. Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia
e requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 15270-2:2005. Compo-


nentes cerâmicos. Pa rte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia
e requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 15270-3:2005. Compo-


nentes cerâmicos. Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação
- Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

SAURIN, P. Apostila da Disciplina de Construção Civil 1. Santa Maria: UFSM, Departamento


Ide Estruturas e Construção Civil. 2001.

1 Leituras recomendadas

ALBUQUERQUE, A Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.

BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.

BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Pau lo: Edgard Blücher,
2000. V. 1 e li.

CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Engenharia e


Arquitet ura, 1988. v. I e li.

CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.

~ANCA, J. B. Manual do construtor 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.


Alvenaria: técnicas
construtivas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Relacionar as etapas de execução de paredes em alvenaria.


 Expressar as técnicas para a obtenção das espessuras de paredes
necessárias.
 Dimensionar estruturas complementares para reforço na alvenaria.

Introdução
Tendo em conta a necessidade de minimizar o efeito de trocas térmicas,
de garantir a massa suficiente para isolamento acústico e simultaneamente
permitir a execução de pormenores construtivos que permitam a correta
adequação ao sistema estrutural escolhido para um edifício, inicialmente
devemos definir a técnica construtiva e não apenas a escolha do tipo de
bloco que será usado na fase de construção das alvenarias.
Uma técnica construtiva racionalizada baseia-se em uma família de
diferentes tipologias, procedimentos e dimensões de blocos, que, no
seu todo, se tornam essenciais para o adequado desempenho em utili-
zação de paredes e de prazos de execução, literalmente representando
o caminho para obtenção da qualidade.

Paredes em alvenaria: etapas


A construção de parede em alvenaria é feita basicamente em três etapas: a
marcação, a elevação e o encunhamento. Já as paredes podem ser classifi-
cadas de acordo com a forma de colocação dos tijolos, que são: de cutelo, de
meio tijolo, de um tijolo, de um tijolo e meio, de dois tijolos e oca. A técnica
construtiva é fundamental no desempenho da estrutura.
184 Construção civil

Tipos de alvenaria segundo sua construção


Você vai ver agora mais detalhes sobre a classificação dos tipos de alvenaria
segundo sua construção.

Parede de 10 cm ou parede de cutelo

Este tipo de parede é empregado na subdivisão de compartimentos onde as


vezes não é necessário levar a parede até o teto, como banheiros coletivos
(ginásios de esportes, lojas, fábricas etc.), armários, entre outros. São paredes
com altura em torno de 2,5 m, podendo até encostar na base superior, porém
com função apenas de vedação. É comum não serem feitas fundações para
paredes de 10 cm. São utilizados tijolos maciços ou de 21 furos, todos de cutelo.
Veja no Quadro 1 algumas especificações e na Figura 1 os detalhamentos
desse tipo de parede.
Alvenaria: técnicas construtivas 185

Quadro 1. Características das paredes de 10 cm ou de cutelo.

Largura nominal 10 cm
da parede

Largura real da parede Varia conforme o revestimento utilizado.


Revestimento de argamassa:
acrescenta 1,5 cm (de cada lado)
Revestimento de azulejos: 2,5 cm.

Argamassa 1:5, 1:6, 1:8 – de cimento e areia, sendo que


não há preocupação com a resistência da
argamassa e, sim, com a sua aderência, utilizando
plastificantes (naturais como a cal – com traço
1:2:8 ou 1:2:9 de cimento, cal e areia) ou um
plastificante químico, como a “alvenarite”.

Quantidade de material Estimada em torno de 36 tijolos/m2,


com juntas de argamassa de 1,0 cm de
espessura (6,0 l/m2 de argamassa).
No cálculo da quantidade total de tijolos,
os vãos com menos de 2,5 m2 não são
descontados. Acrescenta-se ainda 5%
a mais de tijolos devido à quebra.

Peso Parede sem revestimento:


tijolo maciço = 120 kg/m2;
bloco vazado = 97 kg/m2.
Parede revestida em um lado:
tijolo maciço = 158 kg/m2;
bloco vazado = 135 kg/m2.
Parede revestida nos dois lados:
tijolo maciço = 196 kg/m2;
bloco vazado = 173 kg/m2.

Obs.: As juntas verticais devem ser desencontradas. Para paredes de mais de


3,0 m de comprimento, é necessário fazer uma amarração intermediária.
186 Construção civil

Figura 1. Detalhes construtivos das paredes de 10 cm de espessura.


Fonte: Saurin (2001).

Parede de 15 cm – ou meio tijolo – ou frontal

É utilizada em paredes internas em geral, com função de vedação ou estrutural,


devendo, neste último caso, ser feita de material resistente (maciço, 2 furos
ou 21 furos). Os blocos utilizados são os tijolos de 4, 6 ou 8 furos, de cutelo,
tijolo maciço ou tipo maciço de 2, 18 e 21 furos, desde que todos tenham
aproximadamente 11 cm de largura. Veja no Quadro 2 algumas especificações
e na Figura 2 os detalhamentos desse tipo de parede.
Alvenaria: técnicas construtivas 187

Quadro 2. Características das paredes de 15 cm (meio tijolo ou frontal).

Largura nominal da parede 15 cm

Largura real da parede Varia conforme o


revestimento utilizado

Argamassa Pode ser de 1:2:9 (cimento, cal e


areia) ou fazemos uma mistura de
cal e areia (1:5), chamada massa
branca. Depois, misturamos com
o cimento na proporção de 1:8.
Para tijolos maciços à vista, usamos
o traço de 1:6 a 1:8 de cimento
e areia mais plastificante.

Quantidade de material Varia com o tipo de tijolo utilizado:


maciço, 21 furos ou 2
furos = 60 tijolos/m2;
4 furos = 36 tijolos/m2;
6 furos = 26 tijolos/m2;
8 furos = 18 tijolos/m2.
Consome cerca de 21 l/
m2 de argamassa.

Peso Parede sem revestimento:


tijolo maciço = 205 kg/m2;
bloco vazado = 170 kg/m2.
Parede revestida em um lado:
tijolo maciço = 234 kg/m2;
bloco vazado = 198 kg/m2.
Parede revestida nos dois lados:
tijolo maciço = 262 kg/m2;
bloco vazado = 226 kg/m2.
188 Construção civil

Figura 2. Detalhes construtivos das paredes de 15 cm de espessura.


Fonte: Saurin (2001).

Figura 1 = Figura 2 = Figura 3!

Parede de 20 cm

Utilizada em paredes internas em geral ou paredes externas com restrições.


Os tijolos utilizados são os de 6 furos com dimensão de 15 cm na horizontal,
podendo-se também fazer uma composição com um tijolo maciço de cutelo e
dois tijolos deitados, conforme a Figura 3. Veja no Quadro 3 algumas carac-
terísticas das paredes de 20 cm.
Alvenaria: técnicas construtivas 189

Quadro 3. Características das paredes de 20 cm.

Largura nominal da parede 20 cm

Largura real Variável conforme o


revestimento utilizado.

Argamassa 1:5 a 1:7 de cimento e areia


mais alvenarite. Traço 1:8 de
cimento mais massa branca.

Função Vedação ou estrutural

Quantidade de material 6 furos = 36 tijolos/m2;


maciço = 90 tijolos/m2.
Consome de argamassa
cerca de 32 l/m2.

Figura 3. Paredes de 20 cm de espessura.


Fonte: Saurin (2001).

Figura 1 = Figura 2 = Figura 3!


190 Construção civil

Parede de 25 cm ou parede de um tijolo

Pode ser portante ou somente de vedação, normalmente usada como parede


externa. Os tijolos empregados são o maciço, 8 furos (deitado), 21 furos. Veja
no Quadro 4 algumas características e na Figura 4 os detalhamentos desse
tipo de parede, no qual é possível ter vários tipos de composição de tijolos,
por exemplo:
Uma parede tipo tição, que utiliza os tijolos maciços na sua maior dimen-
são no sentido da largura da parede. É o tipo indicado para paredes sujeitas
a empuxo.
Uma parede tipo placa, na qual são utilizados dois tijolos maciços, um
ao lado do outro, para dar a largura nominal da parede. Este tipo é utilizado
em alvenarias de tijolos à vista.
Uma disposição mista, que consiste na mistura das duas anteriores. Cada
camada é uma camada das anteriores, colocada de forma alternada, propor-
cionando uma boa amarração.

Quadro 4. Características das paredes de 25 cm ou de um tijolo .

Argamassa 1:5 cal e areia;


1:8 cimento e massa branca;
1:6 cimento e areia mais alvenarite;
1:2:9 cimento, cal e areia.
Consumo de aproximadamente 52 l/m2

Quantidade de material 8 furos = 36 tijolos/m2;


maciço = 120 tijolos/m2.

Peso Parede sem revestimento:


tijolo maciço = 325 kg/m2;
bloco vazado = 267 kg/m2.
Parede revestida em um lado:
tijolo maciço = 363 kg/m2;
bloco vazado = 305 kg/m2.
Parede revestida em dois lados:
tijolo maciço = 392 kg/m2;
bloco vazado = 333 kg/m2.
Alvenaria: técnicas construtivas 191

Figura 4. Detalhes construtivos de paredes de 25 cm de espessura.


Fonte: Saurin (2001). Figura 4 = Figura 5 = Figura 6 !

Paredes com maior largura

Para obter paredes com maior largura, fazemos uma composição de duas ou
mais paredes (veja a Figura 5).

 Argamassa: mesma das anteriores;


 Peso: somatório dos pesos das anteriores;
 Consumo: somatório dos consumos das anteriores.
192 Construção civil

Figura 5. Exemplos de paredes de maior largura.


Fonte: Saurin (2001).
Figura 4 = Figura 5 = Figura 6 !

Paredes especiais

Estão nesta classificação as paredes que devem possuir isolamento térmico,


acústico, etc., por exemplo, as paredes de salas de aula. São feitas duas paredes
separadas por um pequeno espaço (5,0 cm) que, dependendo da finalidade da
parede, pode ficar vazio ou ser preenchido com lã de vidro, isopor, etc. Veja
na Figura 6 os detalhamentos desse tipo de parede.
Alvenaria: técnicas construtivas 193

Figura 6. Exemplos de paredes especiais.


Fonte: Saurin (2001).
Figura 4 = Figura 5 = Figura 6 !

Paredes de tijolos à vista

Como o próprio nome indica, nas paredes de tijolos à vista o tipo de tijolo
utilizado é o maciço, desde que seja selecionado, ou prensado, ou de 21 furos
(tijolos mais caros). A disposição dos tijolos deve ser feita em placas, com
dois tijolos colocados paralelos. Para a amarração destes tijolos, a cada duas
fiadas coloca-se um ferro na argamassa de assentamento. Quando utilizar ferro
argamassado, tome cuidado de não colocar cal na argamassa.

 Argamassa: traço 1:6 ou 1:5, adicionando ainda um plastificante quí-


mico. No caso de o tijolo ser vitrificado, deve-se usar “Sika 1” e, para
paredes com tijolos de 21 furos, a argamassa precisa ser mais seca do
que o habitual.
194 Construção civil

 Juntas: são função da altura a ser vencida. As espessuras usuais são:


■ Juntas verticais – de 6 a 9 mm;
■ Juntas horizontais – de 7 a 10 mm.

A espessura das juntas em paredes à vista também está relacionada com a


estética, podendo ser um pouco maiores. Para determinar a espessura da junta,
arbitramos um valor qualquer (junta horizontal, por exemplo) e somamos com
a altura do tijolo. Dividimos o pé-direito pelo valor encontrado (tijolo + junta)
e verificamos se o número encontrado (número de camadas) é inteiro. Caso
isso não ocorra, mudamos a espessura da junta até conseguir um número de
fiadas inteiro. Por exemplo: para a marcação das fiadas, fazemos um gabarito
com duas réguas verticais, marcando nelas a altura das fiadas, e esticamos
uma linha entre as réguas, de fiada em fiada.

 Função: podem ser de vedação ou portantes de carga, funcionando


muito bem para esta última finalidade.
 Proteção: os melhores elementos de proteção são os silicones, que
devem ser renovados a cada dois anos. Lembre-se de que o silicone
deve cobrir o tijolo e a argamassa.
 Acabamento: pode ser feito com pintura em verniz ou tinta PVA, sendo
que, no último caso, não é necessário o uso de silicone.
 Limpeza: deve ser feita com esponja, para retirar as manchas de arga-
massa dos tijolos. Também pode ser utilizada uma solução de 1:7 (1:10)
de ácido muriático e água.
 Cavar as juntas: usamos um taco de madeira para empurrar a argamassa
para dentro, ou limpamos com gabarito. Também é possível deixar a
argamassa nivelada com o tijolo, somente limpando com esponja para
retirar o excesso.

Para paredes de tijolos à vista, não devem ser usados andaimes que “furem” a parede,
pois não é possível retocar após a retirada do andaime. Utilize andaimes metálicos ou
andaimes com duas fileiras de pontaletes.
Alvenaria: técnicas construtivas 195

Paredes divisórias

Os materiais mais utilizados nestas paredes são: aglomerados; vidro; tela


argamassada; lambri; plástico; madeira; e fibra de madeira aglomerada com
cimento.
As paredes divisórias mais usadas são em forma de painéis de 8,0 x 2,10
m, que podem ser lisos, com iluminação e com ventilação. Seu custo é 7 a 8
vezes superior ao da alvenaria comum, porém possuem uma série de vantagens:

 são leves;
 podem ser facilmente montadas e desmontadas;
 possuem pequena espessura;
 não são inflamáveis;
 são decorativas.

Estuque: malhas de aço de 4,2 mm, com 40,0 cm de lado, recobertas com tela deployé.
Depois de feito isso, lança-se argamassa e desempena-se. Esta parede fica com 3,5 a
4 cm de espessura.

Técnicas de execução de uma alvenaria

Definição do alinhamento da parede


O alinhamento em geral é determinado pelos pilares. Em edifícios residen-
ciais, o alinhamento é feito pela face externa do pilar, isto é, externamente, a
parede deve coincidir com o pilar. O alinhamento precisa considerar também
a ocupação interna ou externa do edifício, bem como a divisa (em uma obra
na divisa, a marcação deve ser sempre na face externa).
Alvenaria a tição: alvenaria em que o tijolo é assentado de modo que seu
comprimento passa a ser a largura da parede. Uso com tijolos com furos não é
196
adequado: resultaria parede vazada; furos dos tijolos nas faces da parede (a
não ser que esse seja o objetivo). Por isso, usado com tijolos maciços.

Marcação inicial das paredes


Para a marcação inicial das paredes, no plano horizontal, que deve ocorrer
após a impermeabilização da viga (quando esta fica em contato com o solo),
fazemos a primeira fiada. No caso de uso de tijolos maciços, é recomendada
a disposição tipo tição para paredes externas, e a disposição tipo placa para
paredes internas. A argamassa aconselhada é com traço 1:5 (cimento e areia).

Salpique ou chapisco
A argamassa fluida de cimento e areia (1:5 ou 1:6) será lançada no pilar onde
a alvenaria deve encostar.

Esperas
Em prédios estruturados, para a amarração das paredes, devem ser deixadas
esperas de ferro nos pilares a cada 3 ou 4 fiadas de tijolos da alvenaria. A bitola
das esperas pode ser de 4,2 ou 5,0 mm, e a distância entre elas de 35 a 40 cm.

Execução da alvenaria (elevação)


Feita a marcação (primeira fiada), o levantamento da alvenaria inicia pelos
cantos, ou junto aos pilares, em uma média de 5 a 6 fiadas. Estes cantos
precisam ser prumados. A partir do levantamento dos cantos, colocamos um
fio de nylon amarrado em ambas as extremidades, para o nivelamento das
camadas, executando-as em seguida. É recomendável verificar o nivelamento
e o prumo a cada 3 fiadas levantadas (veja a Figura 7).
Alvenaria: técnicas construtivas 197

Figura 7. Início de execução de paredes.


Fonte: Milito ([2000?])

A parede deve ser levantada até uns 20,0 cm antes da viga (em prédios
estruturados). Deixamos, então, curar por 7 dias, para depois fazer o encunha-
mento. O encunhamento serve para evitar o surgimento de fissuras na ligação
da alvenaria com a estrutura, e é executado com tijolos maciços inclinados,
assentados com argamassa de cimento e areia (1:5). A argamassa é colocada
apenas entre os tijolos encunhados, e não entre os tijolos e a alvenaria, nem
entre os tijolos encunhados e a viga.
No caso de paredes de maior largura, colocamos duas camadas de tijolos
encunhados, paralelas entre si. Caso não queiramos fazer o encunhamento,
deixamos 2,0 ou 3,0 cm entre a alvenaria e a viga e preenchemos este espaço
com argamassa com expansor.

Em prédios não estruturados, não se deve fazer o encunhamento.


198 Construção civil

Sistemas de distribuição de carga sobre a


alvenaria

Coxim
Também chamado travesseiro, o coxim é uma pequena viga colocada na
alvenaria de prédios não estruturados para diminuir as tensões que atuam
nesta alvenaria, causadas, por exemplo, por uma tesoura de telhado. Os coxins
podem ser de madeira ou de concreto.
Por exemplo: carga de uma viga descarregando sobre uma parede de um
prédio não estruturado (veja Figuras 8 e 9):
σ=R/A
Onde:
R = reação de apoio da viga sobre a parede;
A = área de contato da viga apoiada sobre a parede;
σ = tensão provocada pela viga sobre a parede.
Se a tensão “T” calculada for maior que a tensão admissível da alvenaria,
poderá ocorrer o esmagamento da parede. A solução para que não ocorra o
esmagamento é colocar um pilar para apoiar a viga ou aumentar a área de
contato da viga com a alvenaria por meio de um coxim (viga curta).
Alvenaria: técnicas construtivas 199

Figura 8. Verificação de paredes em alvenaria quanto ao esmagamento.


Fonte: Saurin (2001).
200 Construção civil

Figura 9. Cálculo de um coxim para evitar o esmagamento de parede em alvenaria.


Fonte: Saurin (2001).
Alvenaria: técnicas construtivas 201

Vergas
São elementos estruturais utilizados para resistir às cargas provenientes das
laterais de portas e janelas. Existem vergas superiores e inferiores. Conforme
o tipo de material, temos (veja a Figura 10):

 Vergas em ferro argamassado: usamos duas barras de 6,3 mm, em


argamassa de cimento e areia (1:5). Esta argamassa não deve ter cal, pois
ela ataca o aço. As barras são colocadas entre a primeira e a segunda
camadas de tijolos, ultrapassando a lateral do vão em, no mínimo, 20
cm de cada lado. Este sistema só é válido para vãos menores que 2,0
m. Para a verga inferior, que evita o surgimento de trincas, devemos
colocar duas barras de 4,6 mm entre a penúltima e a última camada de
tijolos. Na soleira, a verga deve ser colocada de forma saliente, para a
água não penetrar na residência.
 Verga em concreto: empregada para vãos maiores que 2,0 m. Na verga
superior usamos duas barras de 10 mm, o que equivale à viga de cinta-
mento superior. Para vergas inferiores, usamos duas barras de 5 mm.
Para o dimensionamento de uma verga de concreto, a tratamos como uma
viga biapoiada. A altura máxima para uma verga é de 1/7 do pé-direito.
 Verga de madeira: é usada em obras de madeira.
 Vergas metálicas: são usadas quando, em reformas de obras, for ne-
cessário abrir um vão (porta, janela). São constituídas por um perfil
de aço, que deve ultrapassar em 20 cm o vão.
 Verga em arco: no caso de janelas e portas em arco, as vergas poderão
ser feitas com tijolo de cutelo e duas barras de aço de 6,3 mm acima
deles, quando o vão não ultrapassar 3 m. Quando o vão ultrapassar 3
m, a verga é feita em concreto armado, tratada como uma viga de seção
variável, que é dimensionada pela menor seção.
202 Construção civil

Figura 10. Vergas para alvenaria.


Fonte: Saurin (2001).

Particularidades em muros

Em muros de arrimo, caso o empuxo que atua na alvenaria (de pedra, geral-
mente) seja maior que a resistência desta alvenaria, devemos ter reforços ao
(veja a Figura 11):

 Fazer vigas intermediárias: com quatro barras de 12,5 mm localizadas


a 1/3 da altura do muro.
 Fazer duas paredes de pedra até 1/3 da altura do muro, onde temos o
maior empuxo.
Alvenaria: técnicas construtivas 203

 Intercalar pilares de vigas de cintamento, o que é feito deixando os vãos


para os pilares quando da execução de camadas horizontais. Ao atingir
a altura da viga, colocamos a armadura e concretamos.

Figura 11. Particularidades em muros de arrimo em alvenaria.


Fonte: Saurin (2001).
204 Construção civil

1. As alvenarias possuem espessuras alguns dias antes do fechamento


variáveis. O posicionamento com tijolos inclinados ou cortados
dos tijolos ou blocos é um item em diagonal. Esse procedimento é
de projeto que influencia no denominado:
desempenho da edificação e no a) Emboço.
isolamento térmico e acústico, b) Encunhamento.
por exemplo. Quando a alvenaria c) Cisalhamento.
é erguida tendo tijolo maciço no d) Escantilhão.
sentido de sua menor espessura, ela e) Chapisco.
é denominada alvenaria de: 4. Durante o levantamento de
a) Meio tijolo. alvenaria, para atenuar as tensões
b) Um tijolo. que ficarão concentradas nos
c) Cutelo. contornos dos vãos de portas e
d) Um tijolo e meio. janelas, devido à descontinuidade
e) Oca. da parede, é necessária a execução
2. Durante o levantamento, de elementos estruturais específicos.
devemos aferir o nivelamento O elemento localizado acima dos
e o prumo de uma parede vãos é denominado:
em blocos cerâmicos: a) Marco.
a) Somente se houver um b) Caixilho.
embarrigamento ou c) Esquadria.
desnivelamento visível. d) Verga.
b) Ao levantar 1,0 m a parede. e) Contramarco.
c) Somente na última fiada. 5. A elevação de paredes
d) A cada fiada executada. em alvenaria deve:
e) A cada 3 fiadas executadas. a) Iniciar no meio do vão em
3. Em alvenaria de vedação direção aos cantos.
(preenchimento dos vãos das b) Iniciar do lado direito
estruturas de concreto armado) para o esquerdo.
um procedimento padrão deve ser c) Iniciar do lado esquerdo
efetuado para evitar o surgimento para o direito.
de fissuras entre a parede e a viga d) Iniciar dos cantos, ou junto aos
que fica imediatamente acima. pilares, em direção ao centro.
O levantamento da parede é e) Iniciar pelos cantos, toda
interrompido a cerca de 20 cm altura do pé-direito, e depois
do respaldo, e deixa-se curar por seguir em direção ao centro.
Alvenaria: técnicas construtivas 205

MILITO, J. A. Apostila da disciplina de Técnicas de Construção Civis e Construção de Edi-


fícios. Campinas: PUC, [2000?].
SAURIN, P. Apostila da Disciplina de Construção Civil I. Santa Maria: UFSM, Departamento
de Estruturas e Construção Civil. 2001.

Leituras recomendadas
ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.
BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2000. v. I e II.
CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Engenharia e
Arquitetura, 1988. v. I e II.
CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.
PIANCA, J. B. Manual do construtor. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.
_3.1_ Dica do professor
Qualquer pessoa, por mais leiga que seja, quando pensa em construir logo imagina as paredes.
Nada mais natural, pois as paredes estão entre os itens mais visíveis e tratam-se verdadeiramente
de um dos símbolos de uma casa, pela sua solidez e sensação de proteção. Contudo, está cada vez
mais difícil, tanto nos grandes centros quanto no interior, encontrar mão de obra com
conhecimento e paciência para executar uma alvenaria como ela deve ser.

Cabe aos arquitetos e engenheiros zelar para que não se perca essa arte tão importante à qualidade
e à estética das obras, treinando seus trabalhadores e exigindo que se utilize as boas práticas.

Assista ao vídeo e confira como deve ser levantada uma parede em alvenaria!

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a433641d9ecb9c7ade89ed9665536674

5min [VIDEO TRANSCRIPT] 3.1 ALVENARIA TÉCNICAS


CONSTRUTIVAS

Uma técnica construtiva racionalizada baseia-se numa família de diferentes


tipologias, procedimentos e dimensões de blocos, que se tornam essenciais para
adequado desempenho e utilização de paredes e de prazo de execução e obtenção da
qualidade.

A construção de parede em
alvenaria é basicamente feita
em três etapas: a marcação, a
elevação e o encunhamento.
Paredes são classificadas de
acordo com a forma de colocação
dos tijolos e sua espessura
final.

Parede de 10 cm ou de cutelo: paredes com


altura em torno de 2,5 m e com função apenas
de vedação. É muito usada na subdivisão de
compartimentos, onde, às vezes, não é
necessário levar a parede até o teto, em
banheiros coletivos, armários entre outros.
São utilizados tijolos maciços ou de 21
furos, todos de cutelo.

Parede de 15 cm ou Meio Tijolo: muito


utilizado em paredes internas em geral com
função de vedação ou estrutural. No caso
estrutural, deve ser feita de material
resistente como o tijolo maciço, de 2 furos
ou de 21 furos. Pode-se usar ainda blocos ou
tijolos de 4, de 6 ou de 8 furos de cutelo
com aproximadamente 11 cm de largura.
Paredes de 20 cm: utilizado em paredes
internas em geral ou paredes externas com
restrições. Tijolos usados: de seis furos,
com dimensão de 15 cm na horizontal,
podendo-se fazer uma composição com 1
tijolo maciço de cutelo e 2 tijolos
deitados.

Parede de 25 cm ou de um tijolo: pode ser


portante ou somente de vedação.
Normalmente usado como parede externa.
Tijolos utilizados: maciço, de 8 furos
deitados ou de 21 furos. Nesse tipo de
parede, podem-se ter vários tipos de
composição de tijolos:

> Parade tipo Tição: utiliza os tijolos


maciços na sua maior dimensão no sentido
da largura da parede é o tipo indicado
para paredes sujeitas a empuxo.

> Parade tipo Placa: utiliza dois


tijolos maciços um ao lado do outro
para dar a largura nominal da parede.
Esse tipo é muito utilizado em
alvenarias e tijolos à vista.

> Parede tipo Mista: mistura das duas


anteriores cada camada ou fiada é uma
camada das anteriores alternadas,
proporcionando boa amarração.

> Paredes Especiais: são paredes que


devem possuir isolamento térmico,
acústico etc. Exemplo: paredes de sala de
aula feitas com duas paredes separadas
por um pequeno espaço 5 cm que dependendo
da finalidade da parede pode ficar vazio
ou ser preenchido com lã de vidro, isopor
etc.

> Parede de Tijolos à Vista: utiliza o tijolo


maciço desde que selecionado ou prensado ou de
21 furos (tijolos mais caros). A disposição
dos tijolos deve ser feita em placas com dois
tijolos colocados paralelos. Amarração dos
tijolos: a cada duas fiadas, coloca-se uma
barrinha de aço na argamassa de assentamento.
Atentar para quando utilizar ferro
argamassado, não colocar cal na argamassa.
Essa técnica não permite o uso de andaimes
apoiados nas paredes.
> Paredes divisórias: paredes de aglomerados,
de vidro, de lambri e de madeira. tem custo
maior que da alvenaria comum, porém possui
uma série de características: são leves,
podem ser facilmente montadas e desmontadas,
possuem pequenas espessuras, não são
inflamáveis e são decorativas.

Estruturas de reforço são indispensáveis para a durabilidade e desempenho da


alvenaria: coxins e vergas.

O coxim também chamado de travesseiro é uma pequena viga colocada na alvenaria de


prédios não estruturados para diminuir as tensões que atuam nessa alvenaria
causadas, por exemplo, por uma tesoura de telhado. Podem ser de madeira ou de
concreto. Coxim é executado sempre que a tensão a descarregar na parede for maior
que a tensão admissível da alvenaria para evitar o esmagamento.

As vergas são elementos


estruturais vigotas utilizados
para resistir às cargas
provenientes das laterais de
portas e janelas. Existem vergas
superiores e inferiores. São
classificadas em função do tipo
de material:

>Vergas em ferro argamassado: usam-se duas barras de aço em


argamassa de cimento e areia (sem cal) ultrapassando a
lateral do vão em, no mínimo, 20 cm para cada lado. Válida
para vãos menores que 2 metros.
> Verga em concreto: utilizada para vãos maiores que 2
metros. Dimensionamento: tratada como uma viga biapoiada.
Altura máxima: um sétimo do pé direito.
> Verga de madeira: usada em obras de madeira.
> Vergas metálicas: usadas principalmente em reformas, quando
for necessário abrir um vão (uma porta ou uma janela). São
constituídos por um perfil de aço que deve ultrapassar em 20
cm o vão.
> Verga em arco: utiliza-se em janelas e portas em arcos. As
vergas podem ser feitas com tijolo de cutelo e duas barras de
aço de 6,3 mm acima deles, quando o vão não ultrapassar 3
metros.
_3.1_ Exercícios

1) As alvenarias possuem espessuras variáveis, e o posicionamento dos tijolos ou blocos é item


do projeto que influencia no desempenho da edificação e no isolamento térmico e acústico,
por exemplo. Quando a alvenaria é erguida tendo tijolo maciço no sentido de sua menor
espessura, denomina-se alvenaria de:

A) Meio tijolo.

B) Um tijolo.

C) Cutelo.

D) Um tijolo e meio.

E) Oca.
2) Durante o levantamento, devemos aferir o nivelamento e o prumo de uma parede em blocos
cerâmicos:

A) Somente se houver um embarrigamento ou desnivelamento visível.

B) Ao levantar 1,0 m a parede.

C) Somente na última fiada.

D) A cada fiada executada.

E) A cada 3 fiadas executadas.


3) Em alvenaria de vedação (preenchimento dos vãos das estruturas de concreto armado), um
procedimento padrão deve ser efetuado para evitar o surgimento de fissuras entre a parede
e a viga que fica imediatamente acima. O levantamento da parede é interrompido a cerca de
20 cm do respaldo, e deixa-se curar por alguns dias antes do fechamento com tijolos
inclinados ou cortados na diagonal. Esse procedimento é denominado:

A) Emboço.

B) Encunhamento.

C) Cisalhamento.

D) Escantilhão.

E) Chapisco.
4) Durante o levantamento de alvenaria, para atenuar as tensões que ficarão concentradas nos
contornos dos vãos de portas e janelas devido à descontinuidade da parede, é necessária a
execução de elementos estruturais específicos. O elemento localizado acima dos vãos é
denominado de:

A) Marco.

B) Caixilho.

C) Esquadria.

D) Verga.

E) Contramarco.
5) A elevação de paredes em alvenaria deve:

A) Iniciar no meio do vão em direção aos cantos.

B) Iniciar do lado direito para o lado esquerdo.

C) Iniciar do lado esquerdo para o lado direito.

D) Iniciar dos cantos, ou junto ao pilares, em direção ao centro.

E) Iniciar pelos cantos, em toda a altura do pé-direito, e depois seguir em direção ao centro.
_3.1_ Na prática

Além de tudo que foi visto, as boas práticas da engenharia recomendam mais algumas regras
importantes, mas que, infelizmente, nem sempre são seguidas:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

MOLHE OS TIJOLOS

Os tijolos devem ser molhados


pouco antes do assentamento. Isso
aumenta a aderência pela
eliminação da camada de pó e
diminui a absorção da umidade da
argamassa.

PREENCHA OS VAZIOS

Vazios maiores que 4 cm devem ser previamente


preenchidos com cacos de tijolos. Não é
recomendado o uso de apenas argamassa, pois,
além de mais caro, esse tipo de enchimento
torna-se um possível ponto de trinca por ter
resistência e coeficiente de dilatação
diferentes do restante da parede.

NÃO CORTE TIJOLO PARA FORMAR ESPESSURA DA PAREDE!

Jamais cortar tijolo para formar espessura da


parede, ou seja, a espessura da parede deve ser
função direta das dimensões do tijolo, e não o
contrário.

LEVANTE SIMULTANEAMENTE AS PAREDE APOIADAS EM


VIGAS.

Paredes apoiadas em vigas contínuas devem ser


levantadas simultaneamente, ou seja, durante a
execução não devem ter diferença de altura
superior a 1 metro.

NÃO DISPENSE O ENCUNHAMENTO

Em alvenaria de vedação, jamais


dispensar o encunhamento.
CUIDE O COMPRIMENTO DAS PAREDES DE
"MEIO TIJOLO"

Paredes de "meio tijolo" devem ter


comprimento máximo de 5 metros. Caso o pano
seja maior, prever um ou mais colunas de
amarração.

EVITE TRINCAS A 45O NOS CANTOS

Vãos de portas e janelas devem ter uma


verga em cima e os peitoris das janelas
devem ter contravergas para eviar trincas
a 45O, que comumente aparecem nos cantos.

CONSTRUA UMA VIGOTA DE CONCRETO ARMADO

No caso de laje de concreto armado apoiada em


alvenaria, deverá ser construída no respaldo,
juntamente com a laje, uma vigota de concreto
armado com seção mínima de 11 x 11 cm, para a
distribuição uniforme da carga e vibrações.

APOIE CARGAS CONCENTRADAS NAS PAREDES


EM COXINS DE CONCRETO ARMADO.

Cargas concentradas nas paredes devem


se apoiar em coxins de concreto
armado.
No caso de tesoura em madeira do
telhado ou viga de assoalho, esse
apoio pode ser feito com um pedaço da
própria madeira ou de uma viga de
madeira dura.
_3.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Execução de alvenaria de vedação: etapas de levantamento


https://www.guiadaengenharia.com/execucao-alvenaria/

página internet

Minha primeira parede Drywall - Como fazer uma divisória


https://youtu.be/TrNf_MOxjEg

12 min

drywall = gesso acartonado

Manual de reforço das estruturas de concreto armado com fibra


de carbono
https://www.viapol.com.br/media/97576/manual-fibra-de-carbono.pdf

pdf 120p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ALBUQUERQUE, Alexandre. Construções Civis. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
1957.
BAUD, Gerard. Manual de pequenas construções. Curitiba: Editora Hemus, 2002.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das Pequenas Construções. Vol. I e II. 8. ed. São
Paulo: Editora Blucher, 2000.
CARDÃO, Celso. Técnica da Construção Civil. Vol. I e II. 8. ed. Belo Horizonte: Edições
Engenharia e Arquitetura, 1988.
CARICCHIO, Leonardo M. Construção Civil. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Olímpia, 1955.
CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
MILITO, José Antonio de. Apostila da disciplina de Técnicas de Construção Civil e
Construção de Edifícios. Campinas: PUC, s.a.
PIANCA, João Baptista. Manual do Construto. 15. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.
SAURIN, Pedro. Departamento de Estruturas e Construção Civil. Apostila da Disciplina de
Construção Civil I. UFSM, 2001.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
André Luís Abitante
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Aula 3.2
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Revestimentos: técnicas construtivas


_3.2_
Apresentação
Os revestimentos são utilizados visando basicamente a proteção e o acabamento de superfícies.
Mas existem alguns cuidados em se tratando do assentamento dos revestimentos cerâmicos. É
comum ocorrer perdas em função da estocagem e do armazenamento incorretos dos materiais, da
falta de paginação que prejudica o corte das peças ou até mesmo do assentamento incorreto,
sendo necessário refazer o serviço.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar algumas técnicas de aplicação dos
revestimentos cerâmicos que auxiliam o correto assentamento das peças, a fim de evitar gastos
desnecessários e incômodos futuros.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os principais tipos de argamassas e juntas para revestimentos.


• Relacionar os cuidados necessários para a compra e o armazenamento dos revestimentos
cerâmicos.
• Reconhecer as técnicas de aplicação tanto horizontal quanto vertical dos revestimentos.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo muito curto.
_3.2_ Desafio

A etapa de revestimento é fundamental em uma obra, pois além de prevenir infiltrações, favorece o
embelezamento da edificação. Em se tratando de revestimentos cerâmicos, existe uma vasta gama
de materiais, com diferentes texturas, formatos e cores.

Você, como engenheiro/arquiteto responsável por uma obra, terá que mediar as exigências do
cliente com as propriedades corretas das cerâmicas para cada ambiente da obra, a fim de evitar
equívocos que possam trazer transtornos futuros.

Descreva os cuidados necessários para o assentamento correto de um piso cerâmico, abordando os


seguintes critérios:

1. Apresentar fotografias (ao menos duas) do local antes e depois da colocação do revestimento
cerâmico no piso. Não necessariamente a colocação das peças cerâmicas precisa estar concluída.

2. Como será feita a paginação das peças cerâmicas?

3. Quais propriedades foram levadas em conta na escolha do piso cerâmico?

4. Qual o tamanho das peças cerâmicas e qual o espaçamento das juntas?

O objetivo final é a elaboração de um relatório básico, relatando como ocorreu o assentamento das
peças cerâmicas.

elm = A monografia sugerida no Saiba + atende boa parte do Desafio:


"ESTUDO DE CASO DE PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADA DE UM EDIFÍCIO EM
BRASÍLIA-DF - GUSTAVO BIZINOTO DE ALMEIDA OLIVEIRA - 2013 - 89p"
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6347/1/20881450.pdf
E o vídeo da Cerbras sobre procedimentos de assentamentos de cerâmicas atende outra
parte do Desafio:
https://youtu.be/bodY2AlaAbY

Padrão de resposta esperado

A obra escolhida consiste em um sobrado de aproximadamente 55 m2.


A escolha da paginação foi por juntas contínuas. Essa escolha levou em
consideração o tamanho do local, por ser um sobrado de 55 m2. Sendo assim,
não ocorreram muitos cortes nas peças cerâmicas. As peças que tiveram sobras
foram utilizadas no revestimento da escada.

Na obra em questão, optou-se por utilizar o mesmo piso em todo o sobrado,


incluindo banheiros, cozinha e área de serviço. Porque a área construída é
pequena, esteticamente não ficaria bonito colocar vários tipos de pisos.

Nesse caso, optou-se por um piso na cor branco fosco e que apresentasse
certa rugosidade, a fim de se evitar escorregões nas áreas úmidas, mas que
ao mesmo tempo não apresentasse tanta rugosidade a ponto de dificultar a
limpeza.

O piso escolhido possui classificação A, apresentando resistência química e


física a manchas. Em relação à resistência à abrasão, o piso em questão
apresenta PEI 4, sendo a cerâmica utilizável em todas as dependências
residenciais e em pequenos ambientes comerciais que não tenham portas
externas.

O tamanho das peças cerâmicas é de 45x45 cm e o tamanho das juntas é de 5


mm. Esse espaçamento foi realizado de acordo com as especificações do
fabricante da cerâmica, que solicitava um espaçamento entre 2 a 8 mm.
_3.2_ Infográfico
O Infográfico a seguir apresenta um esquema referente ao revestimento de cerâmicas. Desde a
compra dos materiais até a etapa final - ou seja, o rejunte das peças -, devem ser tomados alguns
cuidados a fim de evitar problemas futuros.
elm = copiado apenas texto (infográfico mais polui que melhora as informações).

COMPRA DE MATERIAIS

piso, argamassa de assentamento, argamassa para rejunte, etc.

Cuidados:
> Armazenagem em local seco e limpo.
> Capacidade de empilhamento de caixas / sacos de cimento de acordo
com o fabricante.

REVESTIMENTO

VERTICAL:
> Chapisco
> Emboço
> Reboco

HORIZONTAL:
> Contrapiso
> Camada de regularização

Assentamento de revestimento cerâmico

Cuidados:
> Paginação
> Colagem simples ou dupla
> Tipo de argamassa
> Tamanho das juntas
_3.2_ Conteúdo do livro
Neste capítulo, você vai estudar as diferentes técnicas construtivas referentes aos revestimentos
cerâmicos. Existe uma variedade imensa de fabricantes e produtos cerâmicos, e nem sempre o
preço baixo é sinônimo de economia. A uniformidade das placas cerâmicas deve ser um fator
relevante na escolha.

Para evitar perdas, adotar a forma adequada de armazenar esses materiais antes do início do
assentamento também é fundamental. Tanto em revestimentos verticais quanto horizontais, a
colocação das peças exige alguns cuidados, que vão desde a preparação da base até o
assentamento propriamente dito. Leia do tópico Argamassas para revestimento até o tópico
Revestimento na horizontal.
lsuMÁRIO 1

!unidade 1

Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13


Vinicius Simionato

Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14


Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificações de maquinário e materiais para diferentes
tipos de obras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra ....................................................................................27


André Luís Abitante

L Fasesdeumaobra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisórias ............................. 46


André Luís Abitante

Serviços preliminares ...............................................................................................................................47


Instalações provisórias.............................................................................................................................50

Locação da obra ........................................................................................ 57


André Luís Abita nte

Locação da obra..........................................................................................................................................57
Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquinas e equipamentos .................67


André Luís Abitante

Obras de terraplenagem ....................................................................................................................... 67


Escavação de valas para drenos e fundações .......................................................................... 72

Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concretagem: materiais ..........................................................................80


A lessan dra Martins Cunha

Concreto........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86

Aditivos .............................................................................................................................................................87

Concretagem: dimensionamento e efeitos ..................................... 92


A lessan dra Martins Cunh a

Dosagem de concreto............................................................................................................................. 92

Dosagem ou traço do concreto ........................................................................................................ 94


Dosagem.......................................................................................................................................................... 96
Efeitos.............................................................................................................................................................. 108
1 Concretagem: cura e contro le t ecnoló gico ................................... 1~
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da t rabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122
Controle da resistência do concreto: testes de compressão ........................................ 124

Formas: confecção e colocação ........................................................130


André Luís Abitante

Formas: con fecção e colocação ...................................................................................................... 131


Tipos de formas .........................................................................................................................................135
Sistemas especiais de formas............................................................................................................153
Materiais utilizados para formas ......................................................................................................155 1

Unidade 2

Alvenaria: vedação e estrutural .......................................................... 161


André Luís Abitante

Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162


Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvenaria: materiais ...............................................................................173


André Luís Abitante

Alvenaria.........................................................................................................................................................173
Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174
Alvenarias de blocos arti ficiais.........................................................................................................17 6
Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179

!Alvenaria: t écn icas construtivas........................................................ 1831


André Luís Abitante

Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183


Técnicas de execução de uma alvenaria.................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revestimentos: t ipos ............................................................................. 206


Ronei Tiago Stein
Revestimentos ........................................................................................................................................... 206
Revestimentos cerâmicos ...................................................................................................................210
L Principais propriedades dos refratári os cerâmicos .............................................................2~

Revesti mentos: técnicas construtivas ..............................................218


Ronei Tiag o Stein

Argamassas para revestimento ....................................................................................................... 218


Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220
Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavime ntos flexível e rígido................................. 233


Lélis Espartel
Função de um pavimento ................................................................................................................. 233
As camadas do pavimento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento rígido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais ...................................................................... 243


Lélis Espartel
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ...................................................................................................................................246
Material para base, sub-base e reforço do subleito........................................................... 248

1 Pavim entação: técnicas construt ivas .............................................. 2s61


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257
Técnicas executivas de revestimentos.......................................................................................260
L Maqu inári o ...................................................................................................................................................265 1

1 Pavim entação: controle de defeitos ................................................. 2721


Lélis Esparte/
Processos de degradação ................................................................................................................... 273
Tipos de defeitos....................................................................................................................................... 275
Avaliação estrutural ................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ....................................................................................................................... 2 81

Im perm eabilização: mat eriais............................................................. 28 6


Ronei Tiago Stein
Imperm eabilização: conceitos e im portância .......................................................................28 6
Principais locais e usos de impermeabilizantes ....................................................................289
l _ !rincipais materiais imperm eabilizantes .................................................................................. 290 1

l 1mperm eabilização: t écnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção......................................................29 8
Projeto d e impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes d o sistema d e impermeabilização .............................................................305

Esquad rias ..................................................................................................313


Caroline Schneider Lucio
A importância d as esquadrias nas edificações......................................................................313
Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315
L Materi ais mais utilizados para esquadrias................................................................................ 3~
1 Unidade4

·v idros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros ....................................................................................................................................... 327
Principais características do vidro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de tintas e acabamento .......................................................................................................... 340
Apl icação da t inta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e cobe rturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
L Coberturas ...................................................................................................................................................345 I
'Revestimentos: tipos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprend izados:

• Indica r os grupos de revestimentos e suas definições.


• Identifica r os principais revestimentos cerâm icos e sua classificação.
• Reconhecer as principais propriedades q uanto ao uso dos revesti-
mentos cerâm icos.
L _J
Introdução - - - - - - - - - - - - - - - . J
Os revestimentos se dividem em argamassados e não argamassados.
Neste último grupo, uma vasta gama de materiais pode ser incluída,
sendo os revestimentos cerâmicos os de uso mais comum. Pisos, azulejos
e porcelanatos são as classificações dos revesti mentos cerâmicos. Você
precisa identificar as pro priedades deles no momento da compra, para
evitar p roblemas e incômodos futuros.

!Revestimentos

Revestimentos são usados na aplicação de materiais para proteção e acabamento


sobre a vedação ou a estrutura de uma edificação. Ou seja, eles são a camada
externa que cobre a alvenaria. Nas edificações, há três tipos de revestimentos:
revestimento de paredes, revestimento de pisos e revestimento de tetos ou
forros. Os revestimentos têm por finalidade:

• Regularizar a superfície;
• Proteger contra intempéries;
• Aumentar a resistência;
• Atender a propósitos estéticos e de acabamento.

Os revestimentos são classificados de acordo com o material utilizado, po-


l_c!<:ndo ser revesti'._"entos argamassados e não. argamassados. ~s revestimentos 1
1argamassados sao os proce 1mentos tra 1c10na1s .a ap 1caçao de argamassas
sobre as alvenarias e estruturas. Eles atuam como camada de proteção contra a
infiltração de águas de chuvas ou simplesmente como acabamento. Dividem-se
1 em três camadas: chapisco, emboço e reboco. _J
1 Já os revestimentos não argamassados são revestimentos de pared~
constituídos por elementos naturais ou artificiais, assentados sobre emboço
de regularização, com argamassa colante ou estruturas especiais de fixação.
Esses produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação específicos,
segundo as características de seus elementos. Entre os mais utilizados estão:

• Revestimento cerâmico;
• Revestimento de pastilhas de porcelana;
• Revestimento de pedras naturais;
• Revestimento de mármores e granitos polidos;
• Revestimento de madeira.

O revestimento tradicional de paredes internas possui cinco camadas


tradicionais. A seguir, você pode conhecer quais são elas:

1. Substrato ou base (revestimento argamassado): é o componente de


sustentação dos revestimentos (estrutura - parede, muro), podendo ser
construído de tijolos, blocos de cimento ou pedras, de acordo com as
exigências da obra e do proprietário.
2. Chapisco (revestimento argamassado): camada aplicada diretamente
sobre a base, a fim de aumentar a aderência e a uniformidade da camada
seguinte.
3. Emboço (revestimento argamassado): camada intermediária que ajuda
a cobrir irregularidades da mistura, visando ao recebimento de outra
camada de reboco ou de revestimento decorativo, podendo ser feita
de cal, cimento ou gesso. Ou seja, é a parede final propriamente dita.

1 A utilização das camadas quatro e cinco vai depender da necessidade d~


obra e do gosto do proprietário. Em locais úmidos, como banheiros e cozinhas,
é fundamental a colocação de revestimentos cerâmicos nas paredes, a fim de
evitar infiltrações e patologias futuras na edificação.

4. Argamassa colante (revestimento não argamassado): de acordo com a


ABNT NBR 13755:1996, é uma mistura constituída de aglomerantes
hidráulicos, agregados minerais e aditivos. Possibilita, quando prepa-
rada em obra com ad ição exclusiva de água, a formação de uma pasta
viscosa, plástica e aderente.
5. Revestimentos cerâmicos (revestimento não argamassado): segundo
a ABNT NBR 13816:1997, placas cerâmicas para revestimento são
definidas como material composto de argila e outras matérias-primas
inorgânicas, geralmente utilizadas para revestir pisos e paredes. São
conformadas por extrusão ou por prensagem, podendo também ser
L conformadas por outros processos.

1 Na Figura l você pode ver, de forma ilustrativa, as etapas do revestimento


tradicional utilizado em paredes.
-r Tijolo/Bloco
Chapisco ]
Emboço
Reboco

Argamassa j
Colante
Revestimento
ceramico

@ g ura 1. Camadas do sistema de revestimento em pared~

Fique atento

Os revestimentos t raba lham com um sistema composto de diversas camadas e pro-


dutos. Eles dependem um do outro para produzir um resu ltado satisfatório.

ffipos de materiais para revestimentos

Após a conclusão da terceira etapa de execução dos revestimentos, você pode


aplicar diferentes materiais sobre a superfície, a fim de melhorar a aparência
ou o acabamento. Existem várias opções de revestimentos na construção civil.
A seguir, você pode conhecer alguns deles:

• Pedras: são rochas preparadas para a construção civil, sendo muito


utilizadas no revestimento de calçadas e paredes. Como exemplos, você
pode considerar a pedra miracema, as placas drenantes, o calcário, o
basalto, os arenitos, entre outras.
• Pedras de mármore ou granito: são algumas das pedras mais co-
nhecidas e utilizadas como piso, revestimentos de parede, soleiras,
pingadeiras, tampos de pias (cozinha, banheiro, lavanderia), entre outros.
• Pedras artificiais: existem no mercado algumas pedras com misturas
de outros materiais, como o marmoglass (pó de mármore e vidro), o
nanoglass (pó de mármore e vidro, porém com nanotecnologia) e o
silestone (pó de quartzo com aditivos).
• Argamassa de revestimento: muito usada como massa corrida, a fim
de nivelar superfícies.
• Pisos laminados e vinílicos.
• Vidros.
• Gesso: pode ser aplicado em divisórias, ornamentos, forros, paredes,
detalhes construtivos, entre outros.
• Papel de parede.
• Tintas.
• Madeiras: possuem diversas aplicabilidades, sendo consideradas
L um material nobre. _J
• Laminado plástico: apl icado em móveis, paredes, detal hes, divisórias,
portas de sanitários, entre outros.
• Refratários cerâmicos: existem várias variações, de acordo com
quei ma, composição, compactação, tipo de esmalte, acabamento e
tipo de junta.

~Fique atento

A escolha do melhor tipo de revestimento deve levar em consideração, além do gosto


pessoal do proprietário do imóvel, o custo-benefício, o fator estético e, principalmente,
o desempenho técnico necessário para cada local.

~ique atento

No Brasil, seja pela abundância de matérias-primas ou pela herança cultural portuguesa,


que legou ao País o gosto por azulejos, o uso de revestimentos cerâmicos se tornou
um costume corrente. O Brasil é um dos grandes p rotagonistas internacionais do setor
de revestimentos cerâmicos, ocupando, em 2015, a segunda colocação no ranking
mundial de produção e consumo, com exportação para mais de 110 países cm todos
os continentes. Isso se deve principalmente à qual idade dos materiais e à sua estét ica.
Se no passado as placas cerâmicas estavam restritas às áreas úmidas de uma cons-
trução, atualmente são encontradas nos mais diferentes ambientes, como residências,
escritórios, indústrias e áreas externas, incluindo amplas fachadas. O mercado oferece
uma imensa variedade de formatos, cores, texturas e acabamentos superficiais.

!Revestimentos cerâmicos

Agora você irá conhecer com maior ênfase os revestimentos cerâmicos. Eles
são o tipo de revestimento mais utilizado, sendo seu uso bastante difundido.
Isso ocorre principalmente pelas seguintes características:

• Durabilidade; a maior parte dos revestimentos cerâmicos possui alta


resistência à degradação das placas cerâmicas contra a ação de agentes
agressivos ambientais (chuva, vento, calor);
• Facilidade de limpeza e higienização;
• Impermeabilidade (quando bem instalados) devido à sua baixa porosi-
dade, impedindo a formação de patogenias na edificação; _J
• Manutenção da aparência do material mesmo após muito te mpo de uso
(se o material for de boa qualidade);
• Conforto térmico e acústico (apresentados por algumas cerâmicas);
• Segurança contra o fogo.
• Valorização económica; de acordo com o tipo de cerâmica utilizada,
se pode valorizar ou não o imóvel. 1
Os revestimentos cerâmicos são produtos industrializados cujo processo de [
fabricação é bastante controlado. Exigem grande atenção quanto à composição
da massa, que utiliza argi las, filitos, talcos, feldspatos (grês) e areias (quartzo),
até a c lassificação final do material. E les se caracterizam por elementos
cerâmicos, de grande variedade de cores, sendo brilhantes ou acetinados, de
diversos padrões, lisos ou decorados; de alta vitrificação, ou seja, de grande
coesão (resistência à compressão e à abrasão).

História dos revestimentos cerâmicos

As primeiras cerâmicas para revestimento arquitetônico surgiram por volta


de 500 a.C., permanecendo por vários séculos como materiais de uso restrito
à alta sociedade devido ao seu alto custo. Na Figura 2, você pode ver um
exemplo de uma igreja coberta por azulejos, insta lados pelos portugueses na
época do descobrimento do Brasil. A perfeição das cerâmicas e os cuidados
1 na instalação impressionam ainda nos dias atuais. _j

- -

1 A partir de 1950, ocorreram maiores avanços no processo de produção 1


dos ceramistas italia nos. Atualme nte, a a lta competitividade nos mercados
consumidores de revestimentos cerâmicos, tanto no Brasil quanto no mercado
externo, vem exigindo dos fabricantes maiores qualidade e durabilidade dos
'--
seus produtos. _J
Classificações dos revestimentos cerâmicos
l
Entre as principais classificações de revestimentos cerâmicos, você encontra:

• Pisos: podem ser usados tanto internamente como externamente. A fim


de evitar problemas, a escolha do tipo de cerâmica que será uti lizada
deve levar em conta resistência à abrasão (relacionada ao tráfego de
pessoas/carros), resistência à ruptura, carga a que o piso será submetido,
possibilidade de impacto, coeficiente de atrito (em função do escorrega-
mento do chão) e, por fim, resistência a manchas e facilidade de limpeza. 1
• Azulejos: compreendem o fornecimento e o assentamento de azulejos,
cerâmicas, ladrilhos, pastilhas de porcelana e p laquetas de laminados
cerâmicos para compor os revestimentos de paredes. Podem ser utili-
zados tanto internamente como externamente.
• Porcclanato: caracterizados pelo seu modo de produção, podem ser
usados tanto interna quanto externamente. A lguns são adequados para
áreas de alto tráfego, enquanto outros são usados em lojas, esc ritórios
e residências. Seu uso é versátil, podendo revestir bancadas de ba-
nheiros e cozi nhas, por exemplo. Suas características principais são:
uniformidade de coloração, alta resistência à abrasão física e química e
massa homogênea. Podem ser classificados como polido (ou porcelanato
técnico), acetinado e esmaltado.
• Porcclanato polido: é o tipo mais comum desse revestimento. Esse
modelo de revest imento é caracterizado por seu brilho intenso.
• Porcelanato acetinado: possui acabamento com menos brilho, sendo l
menos cansativo à vista, deixando o ambiente aconchegante. É ideal
para salas e quartos.
• Porcelanato esmaltado: tipo de porcelanato que recebe uma camada
de esmalte (tinta) por c ima do revestimento. Apresenta textura lisa,
brilhante ou mate. _J
/Pri~ci~ais propriedades dos refratários 1
1ceram1cos
Quando você for escolher revestimentos cerâmicos, precisa ficar atento a
alguns detalhes das propriedades das peças. Toda cerâmica é classificada
segundo uma escala de resistência à abrasão. Essa escala define a resistência
1 que a cerâmica oferece ao desgaste provocado pelo tráfego de pessoas.

Fique atento

Produtos cerâmicos devem atender às prescrições estabelecidas pela norma técnica


ABNT NBR 13818:1997. que fixa, entre outros itens, as ca racteríst icas exigíveis pa ra fabri-
cação, marcação e declarações em catálogos de placas cerâmicas para revestimento.

A seguir, você pode ver a definição das classes de resistência à abrasão de I l


produtos cerâmicos que devem ser observadas no ato da compra. Essa classifi-
cação foi feita pelo PEI (Porcelain Enamel Institute), instituto que regulamenta
as normas para a classificação da resistência à abrasão da superfície.

• PEI O- o produto é recomendado som ente para uso em paredes;


• PEI 1 - o produto pode ser utilizado em banheiros residenciais que
não tenham porta externa, com mov imento baixo de pessoas e sem
sujeira abrasiva;
• PEI 2 - o produto pode ser utilizado em banheiros e dormitórios resi-
denciais que não tenham porta externa nem sujeira abrasiva e onde há
movimento moderado d~essoas;
I • PEI 3 - o produto pode ser utilizado em todas as dependências resi- I
denciais sem portas externas;
• PEI 4 - o produto pode ser utilizado em todas as dependências residen-
ciais e pequenos ambientes comerciais que não tenham portas externas,
como: salas comerciais de shoppings ou galerias. Pode ter porta externa,
porém com pouca sujeira abrasiva;
• PEI 5 - o produto pode ser utilizado em todas as dependências residen-
ciais, comerciais e em algumas dependências industriais.

A ABNT NBR 13818:1997 classifica ainda os revestimentos cerâmicos de


acordo com suas classes de uso. Ela recomenda o local de uso de cada produto
levando em consideração não só a resistência à abrasão, como também a
resistência química e física do esmalte. Assim, os revestimentos podem ser
de três classes:

• Classe A- alta
• Classe B - média
• Classe C - baixa

A absorção de água é uma propriedade da placa cerâmica e está diretamente


relacionada com a porosidade da peça. Outras características, como resistência
mecânica, resistência ao impacto, resistência ao gelo e resistência química,
1 estão associadas com a absorção de água. _J
Outra propriedade importante é relacionada à aderência. Ela indica se os
revestimentos cerâmicos se mantêm fixos ao substrato, pois surgem várias
tensões normais e tangenciais no contato da base com o revestimento. Para que
o revestimento cerâmico fique fixo à base, ele depende de vários fatores: as
propriedades da argamassa, os procedimentos de sua execução, a sua natureza,
as propriedades da base e a limpeza da superfície.

Fique atento

Você deve analisar cada uma das propriedades dos revestimentos cerâmicos de acordo
com a realidade do local onde serão instaladas. Para não haver problemas futuros,
também é imprescindível consultar as marcas disponíveis no mercado (verificar se
possuem credibilidade) e analisar as classes, no rótulo do produto.

Exemplo

Na hora de escolher o tipo de revestimento cerâmico, surgem várias dúvidas. A seguir,


seguem alguns cuidados que você deve ter na compra e na escolha desses materiais.
• Defina o local de aplicação, pois cerâmicas para parede apresentam resistência
menor do que cerâmicas para piso.
• Se o t ráfego de pessoas for intenso, opte por um piso mais resistente à abrasão.
• Escolha o piso certo para cada ambiente: De uma forma geral, a garagem e o
banheiro, por exemplo, precisam de pisos diferentes, pois recebem impactos
diferentes. O que não quer dizer que um piso seja melhor do que o outro, e sim
ma is adequado para determinado ambiente.
• Confira se o produto é de qualidade: resistência a impactos, lascamentos, manchas,
uniformidade no tamanho das peças e resistência a manchas de água são alguns
dos fat o res que fazem a diferença.
• Pesquise sobre o fabricante: saber a procedência do piso é essencial pa ra reco-
nhecer suas p ropriedades. Conheça sua política de qualidade e busque indicação
de outros clientes.
• Leve em consideração os cuidados com o piso: a durabil idade do produt o também
depende dos cuidados que serão t idos com ele. Por isso, na hora de escolher o
tipo ideal, é p reciso pensar nos detalhes e saber, por exemplo, se móveis serão
arrast ados, ou como será feita a limpeza.
• Pense na limpeza e manutenção: pisos com textura lisa ou com menos ranhuras
são mais fáceis de limpar.
• Pense na decoração: o piso precisa ser um aliado na decoração. De forma geral, a
preferência é por cores mais claras e neutras. Eles podem ser foscos, esmaltados,
lisos ou com ranhuras.
• Analise a luminosidade do ambiente: em ambientes mais escuros, por exemplo,
você pode usar pisos em tons mais claros para melhorar a iluminação.
• Saiba qua l é a PEI do p iso: todas as cerâmicas de qualidade devem ter a PEI g ravada
na embalagem ind icando o local de uso.

Exercícios
l 3. Lembre-se das normas para a
1. Entre as alternat ivas abaixo, qual é
classificação da resist ência à
considerada material argamassado?
abrasão da superfície e responda:
a) Madeira.
para que os revestimentos
b) Azulejos.
de PEI 3 são indicados?
e) Porcclanato esmaltado.
a) Uso em paredes.
d) Chapisco.
b) Pod em ser ut ilizados em
e) Papel de pa rede.
banhei ros residenciais que
2 . Qual das alternativas a seguir não tenham porta externa
est á corret a a respeito do nem sujeira abrasiva e onde há
revestimento cerâm ico? movimento baixo de pessoas.
a) Os azu lej os são indicados e) Podem ser utilizados em todas
t anto para uso no p iso as dependências residenciais,
como nas paredes. comerciais e em algumas
b) Os porcelanatos, por serem dependências industriais.
um material novo no mercado, d) Podem ser ut ilizados em todas
devem ser evitados. as dependências residenciais
e) A resistência à abrasão dos sem portas externas.
revestimentos usados em p isos e) Podem ser utilizados cm todas
é de fundamenta l import ância. as dependências residenciais e
d) Revestimentos de classe pequenos ambientes comerciais
e são os mais indicados que não tenham portas
para evitar problemas de externas, como: salas comerciais
manchas no revestimento. de shoppings ou galerias.

e) Um exemplo de revest imento


não argamassado é o emboço.
4. Entre as características a seguir, 5 . Sobre as propriedades das cerâmicas,
assinale a que está correta a respeito qual das alternativas abaixo apresenta
dos revestimentos cerâmicos. uma informação verdadeira?
a) Não são recomendados a) A resistência química e física
para pessoas alérgicas. está relacionada diretamente
b) Garantem conforto com o desgaste das cerâmicas
térmico e acústico. e o aparecimento de manchas.
e) Têm durabilidade baixa. b) A absorção de água está
d) São inseguros ao fogo. relacionada com a qualidade do
e) Após algum tempo, normalmente material que fica preso na base.
aparecem manchas devido e) A aderência é a rugosidade
às intempéries ambientais. da cerâmica.
d) A resistência à abrasão se refere
à umidade da placa cerâmica,
normalmente causada pelo
fluxo intenso de pessoas.
e) A resistência química e física não
é uma propriedade relevante
nos revestimentos cerâmicos.

1 Referências 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS.ABNTNBR 13755:1996. Revestimento


de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 13816:1997 Placas cerâ-


micas para revestimento - Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS.ABNTNBR 13818:1991 Placas cerâmi-


cas para revestimento- Especificações e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.

REBELO, C. R. Projeto e execução de revestimento cerâmico interno. 2010. 55 f. Trabalho


de Conclusão de Curso (Especialização cm Engenharia Civil) - Universidade Federal
de Minas Gerais, Minas Gerais, 2010.

1 Leituras recomendadas 1
BAUER, L. A. Materiais de construção. 5. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

FERRARI, K. R. et ai. Transformação das matérias-primas do suporte durante a queima


de revestimentos cerâmicos. Revista Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 53-58,
mar./abr. 2000.
Revestimentos: técnicas
construtivas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os principais tipos de argamassas e juntas para revestimentos.


 Atentar para os cuidados necessários na compra dos revestimentos
cerâmicos e no armazenamento dos mesmos.
 Reconhecer as técnicas de aplicação dos revestimentos tanto hori-
zontais quanto verticais.

Introdução
Você já deve saber que os revestimentos são utilizados visando basica-
mente à proteção e ao acabamento de superfícies. Mas existem alguns
cuidados necessários para o assentamento dos revestimentos cerâmicos.
É comum ocorrerem perdas, seja pela estocagem e pelo armazenamento
incorreto dos materiais, seja pela falta de paginação. Assim, podem haver
perdas excessivas devido ao corte de peças, ou até mesmo pelo assen-
tamento incorreto, sendo necessário refazer o serviço.

Argamassas para revestimento


Como você já sabe, os diferentes tipos de revestimentos são utilizados na cons-
trução civil visando basicamente à proteção e ao acabamento de superfícies,
tanto verticais como horizontais, de uma edifi cação ou obra de engenharia.
Ao tratar dos revestimentos na construção civil, é imprescindível que você
considere o revestimento de argamassa. Segundo a ABNT NBR
13529:2013, ele consiste no cobrimento de uma superfície com uma ou
mais camadas superpostas de argamassa, aptas a receber acabamento
decorativo ou a se constituir em acabamento final.
Revestimentos: técnicas construtivas 219

A argamassa é uma mistura de cimento, areia e água. Existem diferentes


tipos, com variação principalmente no consumo desses três elementos, os quais
alteram a aderência e a retenção de água. Com relação à argamassa colante
industrializada, se deve respeitar o local e o tipo de argamassa. Observe:

 AC-I: é uma argamassa resistente a solicitações mecânicas típicas


de revestimentos internos, com exceção daquelas aplicadas em áreas
especiais, como saunas, churrasqueiras, estufas e outras.
 AC-II: pode ser utilizada tanto em ambientes internos quanto em
ambientes externos. As suas propriedades permitem o uso em áreas
externas, pois têm a capacidade de absorver as variações de tempera-
tura, umidade e ação do vento dos revestimentos cerâmicos e de pisos.
Desse modo, pode ser utilizada para revestimento externo de paredes
e fachadas, pisos em áreas externas, assentamento de revestimento de
piscinas de água fria e pisos cerâmicos industriais ou de área pública.
 ACIII: é indicada para condições de altas exigências, como revesti-
mentos de saunas, piscinas, estufas, assentamento de revestimentos
cerâmicos em fachadas; enfim, locais onde o risco de queda por peças
é maior.

As argamassas para rejuntamento possuem a finalidade de preencher as


juntas entre placas cerâmicas, visando a proporcionar um melhor acabamento
ao sistema cerâmico. A seguir, você pode conhecer os tipos mais comuns de
juntas:

 Estrutural: é o espaço regular entre estruturas, cuja função é aliviar


tensões provocadas pela movimentação do concreto.
 De assentamento: a junta de assentamento é utilizada no espaço regular
existente entre duas placas cerâmicas. As juntas entre peças absorvem
parte das deformações do revestimento cerâmico. Permitem também que
as diferenças dimensionais entre peças ou placas sejam compensadas.
Além disso, facilitam eventuais trocas de placas cerâmicas, evitando que
outras sejam danificadas. Para as juntas de assentamento, se utilizam
espaçadores de plástico, pregos ou palitos.
 De movimentação: é o espaço regular que define divisões da superfície
revestida com placas cerâmicas. Sua função é permitir o alívio de tensões
originadas pela movimentação da base onde é aplicado o revestimento
ou pela própria expansão das placas cerâmicas. Em se tratando de piso
e paredes internas, a junta de movimentação deve ser usada a cada
220 Construção civil

32 m² ou quando uma das dimensões for maior que 8 m. Já para pisos


externos, deve ser utilizada a cada 20 m² ou quando uma das dimensões
for maior que 4 m. Já para paredes externas, se deve utilizar a junta a
cada 3 m na horizontal e a cada 6 m na vertical.
 De dessolidarização: utilizada em mudanças de planos (quinas de
paredes tanto internas quanto externas) e perímetro das áreas reves-
tidas. É o espaço regular, cuja função é subdividir o revestimento do
piso para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do
próprio revestimento.

Cuidados prévios necessários


A seguir, você pode observar alguns cuidados necessários antes do início do
assentamento de pisos cerâmicos, azulejos e porcelanatos.

Cuidados com os materiais


A escolha do revestimento cerâmico, além de considerar beleza, conforto,
praticidade e propriedades que garantam a qualidade, deve envolver os se-
guintes cuidados:

1. Sempre deve haver uma sobra dos revestimentos cerâmicos. É impres-


cindível que se tenha no mínimo 5% de peças reservas. Essa sobra é
necessária pois é muito comum ocorrerem trocas e reparos de cerâmicas,
tanto ao longo da obra como na manutenção com o passar do tempo.
2. Todas as peças cerâmicas devem ser compradas de uma única vez, pois
existem variações das peças de acordo com cada lote de fabricação,
principalmente na tonalidade de cores. Em obras maiores, como prédios,
as compras podem ser divididas por apartamentos ou andares, mas é
imprescindível não misturar os lotes.
3. É fundamental ler as recomendações dos fabricantes dos materiais a
serem usados, pois existe uma vasta gama de produtos no mercado. É
necessário saber para quais ambientes o produto é indicado (interno/
externo) e quais as recomendações para seu uso. Por exemplo, ambientes
expostos a altas temperaturas exigem argamassas mais resistentes,
rejuntes especiais e de espessuras maiores do que os usados em ambien-
tes internos, uma vez que ocorre uma maior dilatação térmica desses
materiais naqueles locais.
Revestimentos: técnicas construtivas 221

4. O local e a forma com que os materiais ficarão estocados devem ser


considerados. As embalagens das cerâmicas (normalmente há cinco
peças em cada caixa) precisam estar íntegras. Caso contrário, se corre
o risco de danificar as mesmas (ocorrer arranhões ou lascar a peça)
ou até mesmo de haver quebra total das cerâmicas. Deve-se planejar
onde as embalagens serão armazenadas, a fim de evitar ter que realocá-
-las antes do uso, prejudicando o andamento da obra e a logística de
funcionamento.

Caso seja necessário fazer o empilhamento de caixas, se deve ler no rótulo de cada
cerâmica a capacidade máxima, para evitar quebras. As argamassas, por sua vez, devem
ficar armazenadas em local seco.

Condições para o início do serviço


Antes do início do assentamento das peças cerâmicas, é preciso haver a pa-
ginação. Ou seja, é necessário analisar e estudar como será o padrão ou o
desenho do piso cerâmico. A partir daí, se deve definir como será a instalação
e o assentamento. Caso não haja um projeto de paginação, você deve conversar
com o profissional que fará o serviço, explicando os detalhes. Se necessário,
você pode fazer um desenho de como deverá ficar a colocação, após concluída.
A paginação deve levar em conta:

 As dimensões de cada peça de revestimento, evitando excessos de cortes


das peças e consequentes perdas na hora da instalação.
 Distribuição dos cortes que deverão ser feitos nas peças. As inteiriças
devem ficar nos espaços de circulação mais intensa, enquanto as cor-
tadas ficam reservadas para embaixo de móveis e cantos.
 Tipo do piso e seu rodapé, ajudando a corrigir defeitos nas juntas das
paredes com o chão.
 Pisos com padrões e detalhes, pois demandam um planejamento mais
minucioso para evitar a desvalorização do desenho que formam e que
está cheio de potencial decorativo.
222 Construção civil

De acordo com a Norma ABNT NBR 8214:1983, a qual trata sobre o


assentamento de azulejos, a disposição de assentamento indicada pode ser
em diagonal (A), com junta a prumo (B) ou em amarração (C). Você pode
observar isso na Figura. 1.

Figura 1. Disposição de assentamento dos azulejos.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1983).

Já para os pisos cerâmicos, de acordo com a Norma ABNT NBR


13753:2015, a disposição de assentamento indicada é apresentada na Figura
2.

Figura 2. Disposição de assentamento de pisos com placas cerâmicas.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
Revestimentos: técnicas construtivas 223

Após estar com a paginação concluída, e para garantir a total segurança


no assentamento dos revestimentos cerâmicos, você deve:

 Conferir se os pontos de água e esgoto não apresentam nenhum


vazamento.
 Verificar se as caixas de luz já estão em suas posições corretas. De pre-
ferência, a enfiação ou o arame guia (conduítes entupidos ou avariados
provocam retrabalhos custosos) deve ter sido passado.
 Testar o sistema de impermeabilização, principalmente em ralos, cantos
e quinas.

No assentamento, você deve observar a execução de juntas entre as peças, de acordo


com a Norma ABNT NBR 8214:1983. Ela estabelece as dimensões mínimas de acordo
com as dimensões das peças cerâmicas utilizadas. Essas juntas se fazem necessárias para
impedir a propagação de tensões entre as peças. Elas também favorecem os ajustes no
perfeito alinhamento, a fim de que compensem eventuais diferenças de dimensões.
No caso de porcelanatos, se recomenda rejunte à base de resina para garantir o
preenchimento das juntas. As Tabelas 1 e 2, a seguir, estabelecem o mínimo necessário
de espaçamento de junta.
224 Construção civil

Tabela 1. Dimensão indicada das juntas para azulejos e ladrilhos.

Dimensão indicada
Material cerâmico Dimensão para juntas (mm)

Azulejos 15x15 1,5

15x20 2,0

Ladrilhos 7,5x15 2,0

15x15 2,0

15x20 2,0

20x20 2,0

20x30 3,0 a 5,0

30x30 3,0 a 5,0

20x40 5,0 a 10,0

Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1983).

Tabela 2. Dimensão indicada das juntas para porcelanatos.

Porcelanato
Junta mínima (mm)

Tipo de rejunte Não retificado Retificado

À base de material cimentício 6 4

À base de resina 4 2

Fonte: Gail Arquitetura em Cerâmica (2017).

Cuidados no assentamento de revestimentos


cerâmicos
A seguir, você conhecerá algumas técnicas construtivas para o assentamento
de revestimentos na vertical e na horizontal.
Revestimentos: técnicas construtivas 225

Revestimentos na vertical
Os revestimentos na vertical, como paredes, envolvem algumas etapas bási-
cas. Após o término da base, a primeira etapa de revestimento é o chapisco,
entendido como uma fase de preparação da base a fim de torná-la mais rugosa
e homogênea à absorção de água. Observe os tipos de chapiscos mais comuns
a seguir. Na Figura 3, você pode ver estas técnicas ilustradas.

 Tradicional: consiste no lançamento vigoroso de uma argamassa fluida


sobre a base, utilizando-se uma colher de pedreiro. Essa argamassa
fluida é produzida com cimento e areia grossa em proporções que
variam de 1:3 a 1:5.
 Industrializado: aplicado sobre a base, sendo feito com uma argamassa
industrializada específica para esse fim. É necessário acrescentar so-
mente água. Sua aplicabilidade deve ser feita com auxílio de desem-
penadeira denteada.
 Rolado: obtido por meio da mistura de cimento e areia, com adição de
água e aditivo, usualmente de base PVA, sendo seu uso principalmente
interno. Pode ser aplicado tanto na estrutura como na alvenaria, com
auxílio de um rolo para textura acrílica.

Figura 3. Tipos de chapiscos mais utilizados: tradicional (A), industrializado (B) e rolado (C).
Fonte: Adaptada de Comunidade da Construção (2017).

Após a etapa de chapisco estar concluída, se inicia o emboço. Essa é a


camada de argamassa aplicada visando ao acabamento final. Em seguida,
se realiza o reboco. Ele nada mais é do que uma fina camada de argamassa
aplicada sobre o emboço.
226 Construção civil

O reboco pode ser a camada final ou, se necessário, algum outro revestimento cerâmico
poderá ser aplicado. Porém, se deve esperar sete dias após a execução do reboco/
emboço para o assentamento dos azulejos na parede, pois esse é o tempo de cura
da massa.

Revestimento na horizontal
A seguir você irá conhecer algumas técnicas construtivas para revestimentos na
horizontal, como nos pisos. Esses são compostos basicamente por contrapiso,
camada de regularização e piso cerâmico, conforme você pode ver na Figura 4.

Figura 4. Etapas dos revestimentos horizontais.


Fonte: Faz Fácil Reforma e Construção (2017).

O contrapiso é uma camada de argamassa lançada sobre uma base (laje


estrutural ou lastro de concreto) para regularização. A espessura varia de 2 a
8 cm, dependendo da função. A seguir, observe alguns cuidados necessários
na execução do contrapiso:

 Verificar os níveis: banheiros devem estar em nível inferior ao dos


demais ambientes (Exemplo: 1 cm mais baixo).
Revestimentos: técnicas construtivas 227

 Conferir se há caimentos d’água: se empoçar água, se deve consertar


antes de executar o piso.
 Esperar o contrapiso secar: o ideal é colocar o revestimento cerâmico
14 dias após a finalização do contrapiso. Isso garante que ele estará
endurecido e não vai sofrer deslocamentos ou retrações.
 Verificar se o contrapiso não está solto: por meio de batidas, se pode
ouvir se não há sons de cavidades ocas (verificação acústica).
 Verificar os detalhes para colocação de soleiras: as soleiras geralmente
possuem espessura maior que o piso, por isso é necessário fazer um
rebaixamento onde serão colocadas.

Se for necessário, deve haver a impermeabilização do contrapiso.

A camada de regularização é empregada quando a base se apresentar


irregular, de maneira que não possa atender aos limites para a espessura da
camada de assentamento. Ela também é usada quando houver necessidade de
corrigir a declividade da base para atingir o caimento especificado para o piso.
Após os revestimentos horizontais e verticais estarem concluídos, se inicia
o assentamento das peças cerâmicas. As técnicas para assentamento de ambas
são similares. A seguir, você pode observar alguns cuidados necessários, de
acordo com Gail Arquitetura em Cerâmico (2017).

 Preparar a argamassa com misturador mecânico limpo, adicionando


água na quantidade recomendada na embalagem do produto, até que
seja verificada homogeneidade da mistura. A quantidade de argamassa
a ser preparada deve ser suficiente para um período de trabalho de no
máximo 30 minutos.
 Caso o ambiente esteja excessivamente seco e quente, umedecer a
superfície do contrapiso ou parede, com o auxílio de uma brocha, tendo
o cuidado de não molhar demasiadamente e nem deixar saturada.
228 Construção civil

Existem duas técnicas para a aplicação da cerâmica: colagem simples (a argamassa é


aplicada apenas na placa cerâmica) e dupla colagem (a argamassa é aplicada tanto
na placa cerâmica como no substrato). A Norma ABNT NBR 13753:2015 ressalta que
é obrigatória a aplicação de dupla colagem quando o revestimento tiver garras em
seu tardoz (verso) com profundidade acima de 1 mm e quando o revestimento tiver
uma área superior a 900 cm2. A Figura 5 mostra o sistema de dupla colagem.

Figura 5. Técnica de aplicação dupla colagem.


Fonte: Gail Arquitetura em Cerâmica (2017).

 Assentar as placas cerâmicas com argamassa colante a no máximo 1 m²,


evitando a secagem superficial da argamassa, a formação de pele ou a
existência de “espaços ocos”, prejudicando a aderência e diminuindo a
resistência mecânica. Recomenda-se utilizar um martelete de borracha
para auxiliar o assentamento das placas cerâmicas.
 Remover todos os excessos de argamassa de assentamento que tenham
ficado entre as placas cerâmicas no mesmo dia ou logo no dia seguinte.
Nunca deixar para retirar essa argamassa depois que ela tiver secado
Revestimentos: técnicas construtivas 229

ou endurecido completamente. Para a aplicação do rejunte, as juntas


precisam estar sem sujeiras e limpas da argamassa colante. É comum
ocorrer ruptura e descolamento de rejunte quando as juntas ficam rasas
ou com pouca profundidade.
 Esperar, como é recomendável, 72 horas para a secagem da argamassa
de assentamento. Só depois iniciar o rejuntamento e liberar o tráfego
de pessoas. Esse prazo pode ser menor se for usada argamassa especial
de pega rápida.
 Respeitar as juntas de dilatação/movimentação ou programadas já
existentes.
 Antes de começar o rejuntamento, verificar se há placas cerâmicas mal
assentadas. Com auxílio de um cabo de martelo, se pode bater sobre as
placas. Um som cavo (oco) é sinal de falta de argamassa ou má com-
pactação. Nesse caso, as placas devem ser substituídas imediatamente.

Avaliar o alinhamento das peças cerâmicas é fundamental. Os critérios de aceitação


são muito relativos e variam de acordo com o material. Para um porcelanato retificado
com rejunte de 2 mm, por exemplo, distorções acima de 1 mm já são perceptíveis.
Em contrapartida, em cerâmicas com rejunte de 5 mm, distorções maiores 2 ou 3 mm
podem passar despercebidas. Você deve sempre levar em conta a qualidade das peças.
Também precisa desconfiar de cerâmicas muito baratas ou porcelanatos importados,
pois as peças acabam vindo com tamanhos diferentes.
Observe se existem peças fora do plano de aplicação do revestimento. Uma técnica
simples e eficaz é passar um objeto (como um cartão de crédito) nas juntas e perceber
se ele enrosca por conta do desnivelamento das peças.
230 Construção civil

1. Entre as alternativas a seguir, qual acidentes que possam ocorrer,


está correta com relação às juntas e como trocas e reparos das peças.
suas diferentes tipologias? b) É fundamental comprar os
a) A junta estrutural possui a revestimentos cerâmicos em
função de aliviar as cargas lojas ou fornecedores diferentes,
provocadas pela movimentação pois há uma grande variação
das peças cerâmicas. de preço entre as empresas.
b) A junta de assentamento possui c) É fundamental ler as
a função de permitir o alívio recomendações dos
de tensões originadas pela fabricantes dos materiais a
movimentação da base onde serem usados, pois existe
é aplicado o revestimento uma vasta gama de produtos
ou pela própria expansão no mercado e é necessário
das placas cerâmicas. saber para quais ambientes
c) A junta de dessolidarização não cada um deles é indicado.
deve ser utilizada em mudanças d) É imprescindível que o local
de planos (quinas de paredes onde os materiais ficarão
tanto internas quanto externas) e estocados até o início das
perímetro das áreas revestidas. obras seja limpo e seco. A fim
d) Em pisos e paredes internas, a de facilitar a retirada deles e
junta de movimentação deve ser organizar melhor os espaços,
usada a cada 32 m2 ou quando se deve sempre empilhar
uma das dimensões for maior as caixas com cerâmicas.
que 8 m. Já para pisos externos, e) Em obras de grande porte, após
ela deve ser utilizada a cada a compra dos revestimentos
20 m2 ou quando uma das cerâmicos, a construtora deve
dimensões for maior que 4 m. exigir a entrega em um único
e) Não há necessidade de se adotar frete da empresa fornecedora.
juntas de dilatação em paredes 3. Referente à paginação dos
externas, pois os azulejos revestimentos cerâmicos,
apresentam alta resistência indique a alternativa correta.
em comparação aos pisos. a) A ABNT NBR 8214:1983 comenta
2. Qual alternativa traz sobre os tipos de pisos e a
informações corretas sobre os disposição do assentamento.
cuidados necessários com os b) O tamanho da peça não interfere
materiais antes do início do na escolha da paginação.
assentamento das cerâmicas? c) Deve-se necessariamente evitar
a) Deve-se prever a compra de duas peças cerâmicas que apresentem
peças a mais dos revestimentos desenhos ou imagens.
cerâmicos. Isso se deve a
Revestimentos: técnicas construtivas 231

d) Possui a função de prever limpo, adicionando água na


os cortes nas peças. quantidade recomendada na
e) Caso não haja um projeto de embalagem do produto.
paginação, se deve sempre b) Existem duas técnicas de
verificar o rótulo do revestimento aplicação da cerâmica, a
cerâmico escolhido, pois ele simples colagem e a dupla
apresenta detalhadamente colagem. Mas, de acordo com
uma prévia de como ficará a ABNT NBR 13753:1996, se
o piso após concluído. deve sempre optar pela dupla
4. Deve ser aplicada sobre a base, colagem, pois ela garante
sendo feita com uma argamassa muito mais segurança à obra.
industrializada específica para esse c) As placas cerâmicas com
fim, à qual é necessário acrescentar argamassa colante devem ser
somente água. A que essa assentadas no máximo de 3 m2.
afirmação se refere? d) É indicado aplicar o rejunte,
a) Chapisco tradicional. mesmo que as juntas estejam
b) Chapisco industrializado. sujas com argamassa de
c) Chapisco rolado. assentamento, pois dessa
d) Emboço. forma irá ocorrer economia
e) Reboco. da argamassa de rejunte.
5. Marque a alternativa correta sobre e) Caso se verifique a ocorrência
as técnicas de aplicação dos de placas cerâmicas mal
revestimentos cerâmicos. assentadas, não há problemas,
a) A argamassa deve ser pois a argamassa de rejunte
preparada com auxílio irá resolver o problema.
de misturador mecânico
232 Construção civil

Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 8214:1983. Assentamento de


azulejos – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13529:2013. Revestimento
de paredes e tetos de argamassa inorgânica. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13753:2015. Revestimento
de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO. Revestimento de argamassa. [S.l.]: Comunidade da
Construção, 2017. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/
sistemas-construtivos/4/ caracteristicas/o-sistema/61/caracteristicas.html>. Acesso:
24 fev. 2017.
FAZ FÁCIL REFORMA E CONSTRUÇÃO. Como fazer o contrapiso! Mais sobre o assenta-
mento do piso! [S.l.]: Faz Fácil Reforma e Construção, 2017. Disponível em: http://www.
fazfacil.com.br/reforma-construcao/ como-fazer-contrapiso/2/. Acesso: 24 fev. 2017.
GAIL ARQUITETURA EM CERÂMICA. Manual de execução: pisos. Guarulhos: Gail Ar-
quitetura em Cerâmica, 2017. Disponível em: <http://www.gail.com.br/site/uploads/
catalogos/GAIL_Manual_tecnico_execucao_pisos.pdf>. Acesso: 24 fev. 2017.
_3.2_ Dica do professor

Realizar o correto assentamento dos revestimentos cerâmicos e adquirir produtos de qualidade são
fundamentais para se evitar patologias. Vejamos as principais patologias associadas aos
revestimentos cerâmicos.

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4min
[VIDEO TRANSCRIPT] 3.2 PATOLOGIAS NOS REVESTIMENTOS
CERÂMICOS

Iremos estudar sobre algumas patologias


causadas nos revestimentos cerâmicos.
Dentre essas patologias, iremos abordar
quatro tipos: Destacamento de placas;
Formação de trincas, gretamento e
fissuras; Eflorescências; Deterioração
das juntas.

Destacamento de Placas: são caracterizados pela


perda de aderência das placas cerâmicas do substrato
ou da argamassa colante quando as tensões surgidas
nos revestimentos cerâmicos ultrapassam a capacidade
de aderência das ligações entre a placa cerâmica e
argamassa colante ou emboço.
Devido à probabilidade de acidentes envolvendo
usuários e os custos para seu reparo, esta patologia
é considerada a mais séria e a mais custosa para seu
reparo.
Causas: Instabilidade do suporte devido à acomodação
do edifício como um todo; Ausência de detalhes
construtivos como contravergas e vergas; Problemas
da argamassa colante; Assentamento sobre superfície
contaminada ou suja; Imperícia ou negligência da mão
de obra na execução ou controle dos serviços.

Trincas, Gretamento e Fissuras: patologias que


aparecem por causa da perda de integridade da
superfície da placa cerâmica, que pode ficar
limitada a um defeito estético, no caso de
gretamento, ou pode evoluir para um destacamento, no
caso de trincas.
O gretamento é uma série de aberturas inferiores a
um milímetro e que ocorre na superfície esmaltada
das placas, dando a ela uma aparência de teia de
aranha.
Causas: Dilatação e retração das placas cerâmicas;
Deformação estrutural excessiva; Ausência de
detalhes construtivos; Retração da argamassa de
fixação.
Essas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e
últimos andares do edifício, geralmente pela falta
de especificação de juntas e de movimentação e
detalhes construtivos adequados.
Eflorescência: surgimento na superfície do
revestimento de depósitos cristalinos de cor
esbranquiçada, comprometendo a aparência do
revestimento.
Precauções: Reduzir o consumo de cimento
Portland na argamassa de emboço ou usar um
cimento com baixo teor de álcalis; Utilizar
placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja,
queimadas em altas temperaturas; Garantir o
tempo necessário para secagem de todas as
camadas anteriores à execução do revestimento
cerâmico.

Deterioração das Juntas: patologia que afeta


diretamente as argamassas de preenchimento das
juntas do assentamento (rejuntes) e juntas de
movimentação, comprometendo o desempenho do
revestimento cerâmico como um todo, já que
esses componentes são responsáveis pela
estanqueidade do revestimento cerâmico e pela
capacidade de absorver deformações.
Precauções: Controle da execução do
rejuntamento e preenchimento das juntas de
movimentação; Escolha de materiais de
preenchimento que atendam aos requisitos de
projeto.
_3.2_ Exercícios

1) Dentre as alternativas a seguir, qual está correta em se tratando de juntas e suas diferentes
tipologias?

A) A junta estrutural possui a função de aliviar as cargas provocadas pela movimentação das
peças cerâmicas.

B) A junta de assentamento possui a função de permitir o alívio de tensões originadas pela


movimentação da base onde é aplicado o revestimento ou pela própria expansão das placas
cerâmicas.

C) A junta de dessolidarização não deve ser utilizada em mudanças de planos (quinas de paredes
tanto internas quanto externas) e perímetro das áreas revestidas.

D) Em se tratando de piso e parede internos, a junta de movimentação deve ser usada a cada 32
m2 ou quando uma das dimensões for maior que 8 m. Já para pisos externos, a junta deve ser
utilizada a cada 20 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 4 m.

E) Não há necessidade de se adotar juntas de dilatação em paredes externas, pois os azulejos


apresentam alta resistência em comparação aos pisos.
2) Qual alternativa está correta em relação aos cuidados necessários com os materiais antes do
início do assentamento das cerâmicas?

A) Deve-se prever a compra de duas peças a mais dos revestimentos cerâmicos, pensando-se
nos acidentes que possam ocorrer, como trocas e reparos das peças.

B) É fundamental comprar os revestimentos cerâmicos em lojas diferentes ou fornecedores


diferentes, pois há uma grande variação de preço entre as empresas.

C) É fundamental ler as recomendações dos fabricantes dos materiais a serem usados, pois
existe uma vasta gama de produtos no mercado e é necessário saber para quais ambientes o
produto é indicado.

D) É imprescindível que o local onde os materiais ficam estocados até o início das obras seja
limpo e seco. A fim de facilitar a retirada desses materias e organizar melhor os espaços,
deve-se sempre empilhar as caixas com cerâmicas.

E) Em obras de grande porte, após a compra dos revestimentos cerâmicos, a construtora deve
exigir a entrega em um único frete à empresa fornecedora.
3) Referente à paginação dos revestimentos cerâmicos, indique a alternativa correta.

A) A NBR 8214 (ABNT, 1983) comenta sobre os tipos de pisos e a disposição do assentamento.

B) O tamanho da peça não interfere na escolha da paginação.

C) Deve-se evitar peças cerâmicas que apresentam desenhos ou imagens.

D) Possui a função de prever os cortes nas peças.

E) Caso não haja um projeto de paginação, deve-se sempre verificar o rótulo do revestimento
cerâmico escolhido, pois ele apresenta detalhadamente como ficará o piso após concluído.
4) Deve ser aplicada sobre a base e feita com uma argamassa industrializada específica para
esse fim, sendo necessário acrescentar somente água.
Essa afirmação se refere:

A) Ao chapisco tradicional.

B) Ao chapisco industrializado.

C) Ao chapisco rolado.

D) Ao emboço.

E) Ao reboco.
5) Marque a alternativa correta em se tratando das técnicas de aplicação dos revestimentos
cerâmicos.

A) A argamassa deve ser preparada com o auxílio de misturador mecânico limpo, adicionando
água na quantidade recomendada na embalagem do produto.

B) Existem duas técnicas de aplicação da cerâmica, a simples colagem e a dupla colagem. Mas,
de acordo com a NBR 13753 (ABNT, 1996), deve-se sempre optar pela dupla colagem, pois
garante mais segurança à obra.

C) As placas cerâmicas com argamassa colante devem ser assentadas no máximo a cada 3 m2.

D) É indicado aplicar o rejunte, mesmo que as juntas estejam sujas com argamassa de
assentamento, pois dessa forma irá ocorrer economia da argamassa de rejunte.

E) Caso se verifique a ocorrência de placas cerâmicas mal assentadas, não há problemas, pois a
argamassa de rejunte irá resolver o problema.
_3.2_ Na prática
Em se tratando do assentamento de revestimentos cerâmicos, deve-se tomar algumas precauções.
A seguir, são apresentados alguns cuidados necessários nas diferentes etapas de assentamento.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

1 ANTES DE COMEÇAR

> Ao receber as placas cerâmicas, verifique se todas as embalagens


contêm o mesmo código de tonalidade e o mesmo tamanho / bitola.

2 EM SE TRATANDO DA BASE OU DO CONTRAPISO

> Verifique se a base está alinhada, plana, no prumo, com a superfície


áspera, limpa e isenta de graxa, cera, etc.
> Uma vez curada, se a base for nova, o emboço ou o contrapiso deve
ter cura mínima de 14 dias e, no caso do concreto, 28 dias.
> Livre de fonte de umidade.
> Base impermeabilizada, quando necessário, como em box de banheiro,
áreas externas e piscinas.

3 O ASSENTAMENTO

> Utilizar profissionais qualificados para a obra.


> A junta de assentamento é sempre necessária. Siga as orientações
dos fabricantes.
> Execute primeiro o assentamento das paredes e depois o piso.
> O piso da argamassa colante exige procedimentos. Siga as
orientações dos fabricantes.
> Proteja o serviço executado durante a realização da obra e a
finalização.
> Após o assentamento, aguarde 3 dias a iniciar o processo de
rejuntamento.
> Utilize produtos apropriados para a limpeza de resíduos. Nunca use
esponja de aço e/ou ácidos.
_3.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Estudo de caso de patologias em revestimento cerâmico em


fachada de um edifício em Brasília-DF
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:afIjMK38zBsJ:https://
repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6347/1/20881450.pdf+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

pág web monografia 90p, mas não aparece figuras...

elm = mas a monografia é boa: baixar pdf 89p em


https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6347/1/20881450.pdf

Cerbras | Assentamento de revestimentos cerâmicos


https://youtu.be/bodY2AlaAbY

8min

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Análise crítica das novas normas técnicas de revestimentos


cerâmicos
https://www.ceramicaindustrial.org.br/article/587657057f8c9d6e028b461f/pdf/
ci-5-3-587657057f8c9d6e028b461f.pdf

artigo pdf 3p

Análise Crítica das Novas Normas Técnicas de Revestimentos Cerâmicos Capítulo Terceiro: O
Fundamental das Normas NBR sobre Argamassa Colante.
Corpo Técnico da Cerâmica Porto Ferreira.
Cerâmica Industrial, 5 (3) Maio/Junho, 2000.
Neste trabalho faz-se uma breve resenha da matéria toda mas pondo em relevo e discutindo
as controvérsias remanescentes e dando grande ênfase à conceituação.
Aula 4.1
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Impermeabilização: Técnicas construtivas


_4.1_
Apresentação
Os sistemas de impermeabilização possuem função principal de proteger a edificação, aumentando
o tempo de vida útil da construção, visando a salubridade dos ambientes e melhorando a qualidade
de vidas dos usuários. É uma etapa da construção civil de grande relevância, mas em muitos casos,
é deixada de lado por motivos de contenção de gastos e até mesmo de desinformação, resultando
na umidade e no aparecimento de patologias de impermeabilização.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os tipos de umidade e de infiltração presentes
em uma construção e como a elaboração de um projeto adequado de impermeabilização, pode
apresentar vantagens na prevenção de patologias causadas pela infiltração de água.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os principais tipos de umidade nas construções, nas infiltrações e suas


consequências.
• Identificar as vantagens e as dificuldades no projeto de impermeabilização e seus principais
componentes.
• Indicar alguns detalhes e técnicas construtivas que devem ser levadas em conta na
impermeabilização.
_4.1_ Desafio

Selecione uma edificação real, mas que necessariamente deverá apresentar problemas na laje ou na
marquise, devido algum problema de infiltração de água, seja pelo projeto de impermeabilização
falho, erro na aplicação do produto de impermeabilização ou a inexistência/manutenção de
impermeabilização.

Em seguida, realize um pequeno relatório técnico, contendo:

1. Uma fotografia geral da edificação escolhida.


2. Fotografias demostrando os problemas oriundos da impermeabilização falha.
3. As patogenias que estão sendo causadas na edificação pela infiltração da água.

O objetivo final é a realização de um relatório básico, relatando a origem da infiltração da água, o


produto que será adotado para conter a infiltração e a técnica de aplicabilidade.

elm = https://dfo.ufsc.br/files/2011/12/RELATORIO_NDI_V03.pdf
Levantamento técnico para mapear e estabelecer um plano de reforma para estas patologias
encontradas, garantindo a segurança, o uso e a qualidade das atividades desenvolvidas nos
limites da edificação.
O relatório destina-se ao esclarecimento através da definição exata das patologias e os
locais exatos a serem considerados e corrigidos garantindo a integridade da edificação.
Atentados a estes pré-requisitos básicos, segue o levantamento detalhado das patologias.
Métodos utilizados para levantamento técnico/norteador;
• Vistoria “in loco” das patologias;
• Conhecimento das necessidades físicas dos servidores/usuários;
• Medição dos problemas encontrados;
• Imagens das patologias e suas localizações em planta baixa;
• Sugestões para soluções imediatas aos problemas;
• Quantitativo patológico;
• Planilha base para orçamento.

Padrão de resposta esperado


RELATÓRIO
Para a realização deste relatório, escolheu-se uma obra composta por 33
sobrados. Porém, a construção de parte destes sobrados está parada por cerca
de 1 ano. Como mostrado na figura 1.
Percebe-se que nas obras que estão paradas, estão ocorrendo infiltrações na
marquise. Como mostrado nas figura 2.

Entre as patologias ocasionadas pela infiltração da água, estão:


> Manchas no reboco devido à saturação de água;
> Mofo, causado pelo desenvolvimento de fungos, ocasionando o apodrecimento
do reboco.

Origem da infiltração da água, o produto que será adotado para conter a


infiltração e a técnica de aplicabilidade.

Na figura 1 (A), percebe-se que sobre a marquise existe um telhado, o qual a


protege de infiltrações. Na construção parada - figura 1 (B), a construtora
não colocou este telhado, estando a marquise exposta diretamente à umidade
atmosférica, fazendo com que a água (oriunda principalmente da chuva) acabe
percolando sobre ela.

Mesmo que o telhado proteja a marquise contra a umidade, por questão de


segurança, seria interessante aplicar algum impermeabilizante. Neste caso,
um impermeabilizante rígido pode ser utilizado, pois não ocorre variação
térmica significativa (o telhado protege a marquise).

O produto aplicado pode ser uma argamassa impermeabilizante, sendo a técnica


de aplicação apresentada a seguir:
> Realizar o preparo da base, como, por exemplo, alinhar o caimento para a
água escoar nos pontos certos;
> Realizar a limpeza na marquise, retirando quaisquer detritos, poeiras,
óleos e graxas;
> Seguir a orientação dos fabricantes quanto a itens como consumo, modo de
aplicação, quantidade e intervalo entre demãos.
_4.1_ Infográfico

O Infográfico a seguir apresenta um esquema de como a umidade pode estar presente em uma
construção e as consequências dela. Tem como resolver este problema? Confira!

Umidade atmosférica e umidade do solo


elm = ilustração
Infiltrações na construção: mal elaborada,
Sob pressão atmoférica deletada. Texto
fraco copiado.
Percolação
Capilaridade
Condensação

Consequências

Manchas
Mofo
Oxidação
Corrosão

Solução: Projeto de impermeabilização adequado


_4.1_ Conteúdo do livro
Em se tratando de impermeabilização de ambientes, não se devem medir esforços. Na maioria das
vezes, os investimentos em impermeabilizantes são bem menores comparados a outras etapas da
construção. Mas, se não for bem feita, acabam provocando incômodos ao proprietário,
principalmente em se tratando da questão financeira.

Para isto, o projeto de impermeabilização contribui para o entendimento de pontos que podem vir
a sofrer infiltrações, e como estes podem ser remediados, através de produtos específicos para
cada local.
lsuMÁRIO 1

!unidade 1

Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13


Vinicius Simionato

Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14

Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16


Diferenças nas especificações de maquinário e materiais para diferentes
tipos de obras ......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra ....................................................................................27


André Luís Abitante
L Fases de uma obra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisórias .............................46


André Luís Abitante

Serviços preliminares ...............................................................................................................................47


1nsta1 ações provisórias.............................................................................................................................50

Locação da ob ra ........................................................................................57
André Luís Abitante

Locação da o bra ..........................................................................................................................................57


Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquinas e equipamentos ................. 67


André Luís Abitante

Obras de terraplenag em ....................................................................................................................... 67


Escavação de valas para d renos e fun dações .......................................................................... 72

Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Co ncretagem: materiais .......................................................................... 80


Alessandra Martins Cunha

Concreto........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86

Aditivos ............................................................................................................................................................. 87

Concretagem: dimensionamento e efeitos ..................................... 92


Alessandra Martins Cunha

Dosagem d e concreto.............................................................................................................................92

Dosagem o u traço do concreto ........................................................................................................ 94


Dosagem..........................................................................................................................................................96
Efeitos .............................................................................................................................................................. 108
1 Concret agem: cura e contro le t ecnológico ................................... 11 1 I
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122
Controle da resistência do concreto: testes de com pressão ........................................ 124

Alvenaria: vedação e estrutural .......................................................... 161


André Luís Abitante
Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162
Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvenaria: materiais ............................................................................... 173


André Luís Abitante
Alvenaria .........................................................................................................................................................173
Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174

Alvenarias de blocos artificiais .........................................................................................................176


Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179

!Alvena ria: t écnicas construt ivas ........................................................ 1831


André Luís Abitante
Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183
Técnicas de execução de uma alvenaria .................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revesti mentos: tipos ............................................................................. 206

:::: -.: :::::·:-. :::·:.::·-.:·:::::: -.: ::::


Ronei Tiago Stein

::~:::: ::~::: ~~~~·~;~~~·: : ~~i


L Principais propri edades dos refratári os cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: técnicas construtivas .............................................. 218


Ronei Tiago Stein
Argamassas para revestimento .......................................................................................................218

Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220


Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavimentos flexível e rígido................................. 233


Lélis Espartel
Função d e um pavimento ................................................................................................................. 233
As camadas do pav imento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento ríg ido .....................................................................................238

Pavimentação: mat eriais...................................................................... 243


Lélis Esparte/
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ...................................................................................................................................246

Material para base, sub-base e reforço do subleito...........................................................248

1 Pavimentação: técnicas construtivas .............................................. 2561


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257

L
1
Técnicas executivas de revestimentos .......................................................................................260
Maqu inári o ...................................................................................................................................................265

Pavimentação: controle de defeitos ................................................ 2721


1

Lélis Espartel
Processos de degradação .................................................................................................................. 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Aval iação estrutural................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Imperm eabilização: materiais ............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e im portância .......................................................................28 6
1 Principais locais e usos de impermeabilizantes ...................................................................289
L rincipais materiais impermeabilizantes .................................................................................. 290 1

l 1mpermeabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção......................................................29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
DiAculdades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil ização .............................................................305

Esquad rias..................................................................................................313
Caro/;ne Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações..................................................... 313
Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315
L Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
1 Unidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros ...................................................................................................................................... 327
Principais características do vidro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................ 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de tintas e acabamento ......................................................................................................... 340
Apl icação da tinta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e cobe rtu1


ras .......................................................................... 345
Caroline Schneider Lucio
l _ :oberturas ...................................................................................................................................................345 I
1m permeabilização:
materiais

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar o conceito e histórico da impermeabilização.


• Analisar os tipos de impermeabilizantes.
• Identificar os locais e necessidades do uso de impermeabilizantes.

Introdução _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___,
A vida útil de uma construção está relacionada diretamente com a imper-
meabilização, que visa a criar uma barrei ra física para impedir a ação das
intempéries (chuva, sol, vento, etc) e evitar infiltrações, que podem causar
desde danos mais leves, como manchas de bolor e soltura de azulejos,
até danos mais graves, como a corrosão das armaduras. A escolha correta
do impermeabilizante depende do local em que ele será ut ilizado e das
necessidades da construção (local), a fim de garantir a maior salubridade
dos ambientes e melhorar a qualidade de vida dos usuários.
_J
!Impermeabilização: conceitos e importância l
As fissuras e trincas são os principais problemas causados nas edificações,
dev ido ao efeito térmico (no verão, ocorre a expansão da estrutura, e, no
inverno, a sua retração). A aplicação de impermeabilizantes para proteger as
ed ificações não é algo novo, pois, segundo registros históricos, j á era uti lizada
nas civilizações egípcia, grega e romana.
Os primeiros materiais impermeabilizantes adotados pelo homem foram os
betuminosos, ou seja, associados aos hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto
de carbono, são divididos em duas categorias: asfaltos ou alcatrões. Estes
produtos fora m mu ito util izados nos banhos romanos e na proteção de estacas
de madeira, devido às seguintes características:


são aglomerantes;
são hidrófugos (evitam a passagem da água);
1
• são quimicamente inertes;
• possuem sensibilidade à temperatura (facilitando a aplicação);
• mel horam a estanqueidade da construção (trincas, fissuras).

Em território nacional, o óleo de ba leia foi uma das primeiras impermeabi-


lizações uti lizadas na mistura das argamassas para o assentamento de tijolos e
revestimentos das paredes das obras. Mas foi com o avanço do desenvolv imento
industrial (Revolução Industrial), no início do século XX, que surgiram novos
estudos e materiais impe rmeabi lizantes no me rcado, garantindo não só a
impermeabilidade, mas também a elasticidade e extensibilidade dos materiad
A impermeabilização é um sistema responsável por estancar a ág ua (ou
outro fluido) que advém de falhas estruturais ou de deficiências técnicas de
preparo e de execução da obra. Essa é uma etapa fundamental da obra, mas
que muitas vezes acaba sendo deixada de lado pela contenção de gastos (pois
não é algo visível ao final da obra) e também pela desinformação do proprie-
tário ou pedreiro. Na maioria dos casos, as construtoras dedicam atenção aos
problemas de impermeabilização somente ao final da obra, quando já pode
ser tarde dema is.
Vamos considerar a impermeabilização como se fosse um "envelope" da
edificação, ou seja, é o sistema construtivo que protege a construção contra as
condições do meio onde ela está edificada, visando basicamente a três aspectos:

• durabilidade da edificação;
• conforto e saúd e do usuário;
• proteção contra o meio ambiente.

1 Os custos com o reparo das patologias de impermeabilização podem ser


até 15 vezes maiores do que o previsto no projeto e executado durante a obra
como medida de prevenção. A vida útil de uma edificação depende direta-
mente de um sistema de impermeabilização eficiente. Vej a na Figura 1 um
exemplo clássico dos incômodos causados em uma edificação devido a uma
1 impermeabilização falha.

Figura 1. Aparecimento de manchas e bolores devido à passagem da umidade na edificação.


Fonte: Katata I Shutterstock.com

A implantação de um s istema de impermeabilização na edificação re-


presenta em média de 1 a 3 % do va lor total da obra, considerando projeto,
consultoria, fiscalização, execução e materiais. Sem dúvida, a execução da
impermeabilização du rante a obra é mais fácil e econômica em comparação
com a execução depois da obra concluída. Nesse caso, a impermeabilização
pode corresponder a 25% do custo total da obra, dependendo do tipo de reves-
timento fi na l empregado, incluindo todos os custos diretos e indiretos, além
dos transtornos, que não são pequenos.
Quanto às normas que tratam sobre a impermeabilização em edificações,
há a ABNT NBR 9575:20 10, a qua l estabelece as exigências e recomendações
relativas à seleção e ao projeto de impermeabilização. Esta norma descreve os
requ is itos mínimos de proteção da construção contra a passagem de flu idos,
bem como os requisitos de salubridade, segurança e conforto do usuário.
J
~ Fique atento

De início o problema da infiltração pode parecer algo irrelevante, que não afetará a
edificação. No entanto, isso não é tão simples, e fica ainda mais grave se não for tratado.
Diagnosticamos o problema no momento de aplicação das instalações, quando encon-
tramos alguma falha na instalação, ou então no processo de impermeabilização, que
é de extrema importância para evitar infiltrações no local. Inicialmente, as infiltrações
provocam danos na pintura, no reboco ou no gesso. Mas, se não forem tratadas, com
o passar do tempo ocasionam danos ainda maiores, como a corrosão na estrutura
metálica, conforme a figura a seguir:

Problemas de infiltração no reboco (A) e nas estruturas metálicas (B).


Fonte: Instituto Brasileiro de Impermeabilização (2017).

!Principais locais e usos de impermeabilizantes l


Os impermeabilizantes são usados em praticamente todas as partes da constru-
ção. Existem no mercado diversas opções de produtos e fabrkantes espalhados
por todo território nacional. A escolha destes varia com as diferentes neces-
sidades na construção estabelecidas pelo cliente/proprietário (INSTITUTO
BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO, 201 7).
Veja a seguir alguns exemplos dos principais locais onde os impermeabi-
lizantes são utilizados.

• subsolos;
• playground;
• lajes internas de cozinha, área de serviço, banheiros... ;
• lajes superiores e perma nentes;
• caixa de água/cisterna, piscina, calhas, banheiras;
• terraços e marquises;
• áreas frias, como p iso de banheiro, cozinha, área de serviço;
• cobert uras, terraços de lajes planas, rampas.

Salgado (2014) recomenda alguns cuidados sobre as diferentes aplicações


dos produtos, de acordo com as suas peculiaridades e propriedades. Por exem-
plo, caso haja dúvidas, entre sempre em contato com o fabricante. Outra dica
é ler sempre e atentamente as dosagens e os procedimentos a serem aplicados,
pois é comum haver diferenças entre produtos similares. A lém disso, considere 1

que existem materiais de impermeabilização que não podem ser aplicados 1


em superfíc ies úmidas. Por fi m, seja criterioso na escolha do fabricante e do
sistema de impermeabilização, pois não existe meia impermeabilização: ou
ela é bem executada ou ela não existe. _J
fPrincipais materiais impermeabilizantes
Quando levamos em conta os materiais de impermeabilização d isponíveis
hoje no mercado, os classificamos de acordo com sua fl exibilidade, sendo
então d iv ididos em rígidos, semiflexíveis ou flexíveis (SALGADO, 2014). A
especificação de um produto para outro varia, entre outros fatores, de acordo
com a solicitação imposta pela água na parte que necessita ser impermeabi-
lizada, a tendência dessa área à movimentação, s ua exposição a intempéries,
1 tamanho e interface com os outros sistemas construtivos. _J
l1mpermeabilizantes rígidos 1
Os impermeabilizantes rígidos não apresentam a propriedade de trabalharem
com a estrutura principal da edificação porque possuem módulo de elasticidade
próximo ao da argamassa ou do concreto. São aditivos que preenchem os poros,
atuando no sistema capilar, impedindo a infiltração da água, diminuindo a
porosidade e aumentando a estanqueidade. Seu uso é indicado em locais mais
estáveis da edificação e onde a luz solar não incide diretamente, por exemplo:

• impermeabilização de vigas baldrames;


• revestimentos em piscinas, caixas d'água e reservatórios;
• tratamento de s ubsolos, t úneis;
L• banheiros e lavabos. _J
Os fabricantes de impermeabilizantes rígidos devem segu ir algumas
normas, como a ABNT N BR 11905:2015, que fixa as condições mínimas
exigíveis para argamassas poliméricas industrializadas a serem utilizadas em
impermeabilização, e a ABNT N BR 16072:2012, que estabelece os requisitos
mín imos para argamassa impermeável dosada e preparada na obra e composta
de cimento Portland, areia, aditivo impermeabilizante e água, a ser utilizada
em fundações, cortinas, subsolos, reservatórios sob o solo, piscinas sob o solo,
poços de e levador e outras estruturas equivalentes não sujeitas à fissuração.
Veja na Tabela 1 alguns exemplos de impermeabilizantes rígidos disponíveis
no mercado e suas características.
1
_J
1 Tabela 1. Principais produtos, caracterização e aplicabilidade de impermeabilizante rí- 1
gidos

1 Produto Características Aplicabilidade


~
Cristalizantes O produto é aplicado Áreas úmidas,
diretamente sobre a estrutura reservatórios
a ser impermeabilizada e, ao enterrados, piscinas,
entrar em contato com a água de entre outros.
infiltração, cristaliza-se e preenche
os poros do concreto, criando
uma barreira impermeável.

Cimento Revestimento impermeabilizante Reservatórios


pol imérico semiflexível, aplicado com trincha enterrados, floreiras,
ou broxa. t um sistema composto poço de elevadores,
em pó com fibras e componente muro de arrimo.
líquido, formando uma pasta
cimentícea resistente à umidade.
1
Argamassa São argamassas de cimento e Baldrames, piscinas,
impermeável areia, que adquirem propriedades subsolos, pisos
impermeáveis com a mistu ra de em cantata com
aditivos que repelem a água. Não o solo, argamassa
recomendável aplicar em locais de assentamento
com trincas ou fissurações. de alvenaria.

Argamassa Argamassa industrializada, sendo Pisos frios, piscinas


polimérica encontrada no mercado na versão ou reservatórios
bicomponente. Deve ser m isturada e enterrados,
homogeneizada antes da aplicação. baldrames.

1 Epóxi Produto impermeável à água e Tubos metálicos,


ao vapor, com elevada resistência tanques de produtos
mecânica e química. Indicado para químicos.
a impermeabilização e proteção
anticorrosiva de estruturas de
concreto, metálicas e argamassas.

Fonte: Adaptado de íerreira (2012).

r Veja na Figura 2 alguns exemplos de como os produtos mencionados na l


!Tabela 1 são utilizados na prática.

J Epóxi

1 Figura 2. Exemplos práticos do uso de impermeabilizantes rígidos.

Impermeabilizantes flexíveis

Devido a sua flexibilidade e plastic idade, os impermeabilizantes flexíveis


servem para suportar a variação térmica sem sofrer infiltrações. Como estes
materiais recebem adição de polímeros, elastômeros, entre outros, é possível
alterar as características elásticas do produto (SALGADO, 2014).
Basicamente, existem dois tipos de impermeabilizantes flexíveis: o sistema
flexível moldado no local e o sistema flexível pré-fabricado. Na primeira clas-
sificação, os exemplos são as membranas asfálticas e acrílicas e as argamassas
poliméricas. Já o sistema flexível pré-fabricado apresenta como exemplos as
mantas asfálticas.
Quanto à aplicabilidade desses materiais, seu uso é indicado para estruturas
com:

• muita movime ntação;


• forte exposição solar;
• vibrações e variações térmicas, como:
• lajes de cobertura;
• terraços;
• calhas de concreto;
• reservatórios elevados;
• áreas frias, como banheiros, lavabos, cozinhas (vai de pender da
situação). _J
Entre os impermeabilizantes flexíveis mais utilizados destacam-se a manta
asfáltica, as membranas moldadas no local (asfálticas ou acrílicas) e as
membranas sintéticas. A aplicação das mantas asfálticas se dá com o auxílio
de maçarico. Já as membranas moldadas no local são aplicadas com rolos de
pintura, broxas ou vassouras especiais, no caso de asfalto a quente.
Por fim, as membranas sintéticas são utilizadas na construção civil, em
obras subterrâneas e na impermeabilização hidráulica. São encontradas em
materiais de PEAD, PVC, TPO, EPDM, entre outros, e são assentadas com
rolos. São muito resistentes aos raios ultravioleta e a ataques químicos. Veja
1 na Figura 3 alguns exemplos práticos do uso de impermeabilizantes flex íveis. !

Memb1·anas sintttlcas

Figura 3. Exemplos práticos do uso de impermeabilizante flexíveis.


1 Quanto às normas que regem a aplicabi lidade e os impermeabilizantes 1

flexíveis, destacam-se:

• ABNT NBR 9952:2014 - Manta asfáltica para impermeabilização;


• ABNTNBR 13724:2008 Membrana as fáltica para impermeabili zação
com estrutura aplicada a quente;
• ABNT NBR 9685:2005 Emulsão asfáltica pa ra impe rmeabilização;
• ABNT N BR 15487:2007 - Membrana de pol iuretano para impermea-
bilização;
• ABNT N BR 15414:2006 - Membrana de poliuretano com asfalto para
impermeabi lização.

j Impermeabilizantes semiflexíveis
l
Algumas referências bibliográficas, e mesmo a indústria, costumam apresentar
uma terceira classificação dos impermeabilizantes: os semiflexíveis. Embora
esta classificação não esteja contemplada em normas brasileiras, são produ-
tos com características intermediárias. Em outras palavras, eles irão variar
conforme sua composição, estando mais próximos dos impermeabilizantes
mais rígidos ou flexíveis.
Salgado (2014) ressalta que estes revestimentos impermeabilizantes são
constituídos por materiais que possuem dilatação e flexibilidade e trabalham
com a estrutura, podendo absorver pequenas movimentações ou acomodações
dela e suportar pressões negativas e positivas. Na categoria, entram as arga-
massas poliméricas formuladas com resinas termoplásticas, que conferem mais
elasticidade ao cimento. Elas se apresentam prontas para uso e devem ser bem
misturadas antes da aplicação. Em se tratando da aplicabilidade, destacam-se
a impermeabi lização de superfícies de concreto, argamassa, alvenaria e aço
~e pequenas lajes e terraços. _J

Quando o aço de elementos estruturais sofre corrosão, devido a vários fatores, entre
estes a impermeabilização falha, ocorre um aumento no volume de até 8 vezes na
parte afetada da armadura. As consequências deste aumento de volume são tensões,
fazendo com que o concreto não resista, provocando fissuras, trincas e até o despla-
queamento do concreto. (MARCELLI, 2007). Veja na figura a seguir um exemplo de
como o aço é afetado quando exposto diretamente às intempéries ambientais (chuva/
umidade, sol, vento).

Aumento do volume do aço devido às intempéries ambientais.


Fonte: Instituto Brasileiro de lmpermeabiliLação (2017).
Exercícios 1

4 . Adquirem propriedades
1. Dos impermeabilizantes citados a
impermeáveis com a mistura de
seguir, qual é considerado do tipo
aditivos que repelem a água. Não
flex1vel?
é recomendável a aplicação em
a) Cristalizante.
locais com trincas ou fissurações.
b) Manta asfáltica.
Essas afirmações referem se a
e) Epóxi.
qual tipo de produto?
d ) Argamassa impermeável.
a) Epóxi.
e) Cimento polimérico. elm = acho
b ) Cimento polimérico. que a b c d
e) Argamassa impermeável. e corretas,
2. Assinale a alternativa correta sobre todos imperm
os impermeabilizantes. d) Argamassa polimérica rígidos.
a) O custo dos impermeabilizantes e) Cristalizantes.
costumam consumir
5. Os impermeabiliLantes
uma enorme parcela do
rígidos devem ser utilizados
orçamento da obra.
principalmente?
b) Devem ser aplicados
a) Em superfícies onde há
periodicamente em todos
grande movimentação
os tipos de edificações.
de veiculas pesados.
e) O óleo de baleia ainda é
b ) Para vedar fissuras e trincas.
utilizado na impermeabilização
e) Em locais onde não há
de edificações.
d ) Deixam o interior da edificação incidência da luz solar.
d ) Principalmente em piscinas, pois
mais fria, provocando um
desconforto térmico. somente com epóxi é possível
prevenir contra infiltrações.
e) Previnem contra patologias
que possam ocorrer. e) Em locais onde há grandes
variações térmicas.
3. Quais cuidados deve-se levar
em consideração ao utilizar um
impermeabilizante?
a) Sempre escolha os produtos
mais baratos, afinal, todos
possuem a mesma finalidade.
b) Limpe sempre toda a superfície,
verificando se ela está seca.
e) Em caso de dúvidas na
aplicabilidade do produto,
deve-se entrar em contato
com o mestre de obras
responsável pela construção.
d ) As dosagens são iguais,
independentemente das marcas
que se encontram no mercado.
e) Os procedimentos de
aplicabilidade não são
importantes, o que importa
e a correta dosa em.
1 Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 9685:2005. Emulsão


asfáltica para impermeabilização. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEI RA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 75474:2006. Membrana
de poliuretano com asfalto para impermeabilização. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 754812001 Membrana


de poliuretano para impermeabilização Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS Tt CNICAS. ABNT NBR 73124:2008. Membrana
asfáltica para impermeabilização com estrutura aplicada a quente. Rio de Janeiro:
ABNT, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEI RA DE NORMAS TtCNICAS. ABNTNBR 9575:2070. lmpermeabi-


lização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNT NBR 76072:2072. Argamassa
impermeável. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS Tt CNICAS.ABNTNBR 9952:2074. Manta asfáltica
para impermeabilização. Rio de Janeiro ABNT, 201 4.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TtCNICAS. ABNTNBR 77905:2075. Sistema de
impermeabilização composto por cimento impermeabilizante e polímeros - Espe-
cificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

FERREIRA, R. Conhecendo os impermeabilizantes. 2012. Disponível em: <http://equi-


pedeobra.pini.eom.br/construcao-reforma/ 44/conhecendo-os-impermeabilizantes-
-vej a-quais- sao-os- sistennas-de-245388-1.aspx>. Acesso em: 08 fev 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO. Site. São Paulo: IBI, 2017. Disponível
em : <http://www.ibibrasi l.org.br/ index.php>. Acesso em: 08 fev. 2017.

MARCELLI, M. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos e prejuízos


em obras. São Paulo: Pini, 2007.

SALGADO, J. Técnicos epráticos construtivas para edificações. 3. ed. São Paulo: t rica, 201 4.
Impermeabilização:
técnicas construtivas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer os principais tipos de umidade nas construções, infiltra-


ções e suas consequências.
„„ Saber identificar as vantagens e dificuldades do projeto de imperme-
abilização, e seus principais componentes.
„„ Apresentar alguns detalhes e técnicas construtivas que devem ser
levadas em conta na impermeabilização.

Introdução
Quando o assunto é impermeabilização de ambientes, não se deve medir
esforços. Na maior parte das situações, os investimentos em imperme-
abilizantes são bem menores comparados a outras etapas da constru-
ção. Mas, se a impermeabilização não for bem executada, incômodos
(principalmente financeiros) serão gerados ao proprietário. Para isso, o
projeto de impermeabilização contribui para o entendimento de pontos
que podem vir a sofrer infiltrações, e como eles podem ser remediados
utilizando produtos específicos para cada local.

Mecanismos de atuação da umidade na


construção
A ABNT NBR 9575:2010 define sistema de impermeabilização como o “[...]
conjunto de produtos e serviços [...] destinado a conferir estanqueidade a uma
construção.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010,
p. 6). Você deve estar se perguntando: o que é estanqueidade? Para responder
essa pergunta, a mesma Norma define: estanqueidade é a “[...] propriedade de
um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir a penetração
Impermeabilização: técnicas construtivas 299

ou passagem de fluidos através de si.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS, 2010, p. 4).
Na maioria das vezes, este fluido que a ABNT NBR9575:2010 descreve
é a própria água. No Brasil, que é um país com clima tropical na maior parte
do seu território, é comum o aparecimento de patologias nas construções.
Em locais com maior índice pluviométrico, a conservação das edificações se
torna mais difícil, devido à ocorrência de intemperismo, que pode ser tanto
físico como químico.
Diversas técnicas de impermeabilização vêm sendo desenvolvidas, de modo
a evitar ou minimizar as agressões e a deterioração ocasionadas pela água
nas edificações. Porém, essas técnicas variam de acordo com o conhecimento
das causas da umidade que ocorre na edificação. Veja a seguir as principais
formas de umidade presentes em uma construção:

„„ Umidade da atmosfera: chuva e outras intempéries, como granizo,


neve, vento.
„„ Umidade do solo: oriunda do lençol freático, de vazamentos de tubula-
ções (subterrâneas, internas ou superficiais) e umidade natural do solo.
„„ Umidade vinda de outras obras vizinhas: decorre do desnível com
outras obras ou com o arruamento, da drenagem superficial inadequada
ou de estruturas muito próximas, não permitindo a circulação do ar.
„„ Umidade vinda da construção: vazamentos, infiltrações, falta de ven-
tilação, falta de insolação, capilaridade dos materiais e falhas de projeto.

Os tipos de infiltrações encontradas em uma edificação são:


Água sob pressão hidrostática: ocorre devido à pressão exercida por
um determinado volume de água confinada e permeia através de fissuras,
trincas e rachaduras das estruturas e dos materiais (Figura 1). É encontrada
de duas formas: água sob pressão negativa (confinada ou não, com pressão
superior a 1 kPa, de forma inversa à impermeabilização), ou água sob pressão
positiva (confinada ou não, com pressão superior a 1 kPa, de forma direta
à impermeabilização).
300 Construção civil

Figura 1. Efeito da água sob pressão hidrostática em uma piscina, por exemplo.
Fonte: Casa d’água (2017).

Percolação: água que atua sobre superfícies, não exercendo pressão hi-
drostática superior a 1 kPa. Ou seja, obedece a lei da gravidade, escorrendo
sobre as superfícies em direção determinada (Figura 2). É muito comum o
aparecimento em paredes e beldrames (caso não ocorra impermeabilização).
Capilaridade: ocorre através dos poros dos materiais, pela ação da cha-
mada tensão superficial, em que a situação mais característica é a presença de
umidade do solo que se eleva no material, em geral de 70 a 80 cm, conforme
mostrado na Figura 2.

Figura 2. Exemplificação da capilaridade ocorrente em um muro.


Fonte: Adaptado de Casa d’água (2017).
Impermeabilização: técnicas construtivas 301

Condensação: o vapor de água presente no ambiente se condensa sobre


a superfície de um elemento construtivo, ou seja, ocorre o esfriamento de
vapores ou de certo teor de umidade existente no ambiente.

Entre os problemas ocasionados pela umidade em uma obra estão as mani-


festações patológicas, que diminuem a vida útil da construção. Se não tratadas
adequadamente, elas poderão causar danos mais graves à edificação, como a
corrosão das armaduras estruturais. Veja no Quadro 1 as principais patologias
causadas pela infiltração.

Quadro 1. Principais patologias causadas pela infiltração.

Patologia Causa/Efeito – Infiltração

Goteiras, manchas em paredes, gesso Devido à saturação de água

Mofo Devido ao desenvolvimento


de fungos, ocasionando o
apodrecimento de madeiras e a
desagregação de revestimentos

Oxidação Devido à reação química


que ocorre nos metais

Eflorescência (formação Devido à formação de sais


principalmente de manchas brancas) solúveis que se depositam na
superfície dos materiais

Criptoflorescência (similar Aumento do volume da


à eflorescência, porém há a parede ou estrutura resulta na
formação de cristais no interior desagregação dos materiais
da parede ou estrutura)

Condensação Devido ao agrupamento de


moléculas de água causado pelo
resfriamento do ambiente

Ação de congelamento e Congelamento da umidade


descongelamento (ocorre nos poros dos materiais
principalmente nos Estados
do Sul do Brasil)

Deterioração Devido à presença constante de


umidade sobre materiais ou estruturas
302 Construção civil

Projeto de impermeabilização
Atualmente, com a expansão da concorrência, exigência e fiscalização das
obras, visando a melhorar a sua qualidade, há uma maior preocupação das
construtoras quanto à qualidade dos serviços executados. Investir em um
sistema de impermeabilização já no início da obra é primordial, pois seu custo
é estimado entre 1 e 3% do valor total da obra.
No entanto, a não execução ou a execução falha do sistema de impermeabi-
lização após a obra estar concluída pode gerar grandes prejuízos financeiros,
dependendo do tipo de dano causado na obra e das patologias resultantes. Estes
valores estão relacionados à manutenção necessária na edificação (compra de
materiais, mão de obra, insumos, maquinários) a fim de sanar os problemas
de infiltração, e isso sem garantia alguma, pois, em muitas situações, essa
manutenção não conseguirá resolvê-los. Os problemas secundários causados
pela impermeabilização também precisam ser levados em conta, como a de-
preciação do imóvel e os transtornos ocasionados por patologias na edificação
(mudança do imóvel, enfermidades, tempo gasto para resolver o problema,
brigas na justiça, entre outros).
A ABNT NBR 16636-2:2017 fixa as condições exigíveis para a elaboração de
projetos de arquitetura para a construção de edificações. Esta mesma norma
ressalta que todo profissional responsável técnico de uma obra deverá fazer
um projeto específico de impermeabilização, detalhando e especificando
produtos e serviços.
O projeto de impermeabilização apresenta, além dos ganhos econômicos,
outras vantagens, entre elas a unificação dos demais orçamentos (hidráulico,
elétrico, etc.); a compatibilidade entre todos os projetos de uma obra (arquite-
tônico, estrutural, elétrico, hidráulico, etc.); a facilidade na fiscalização antes,
durante e depois da obra; a oportunidade de prever ou antecipar problemas que
possam vir a ocorrer ao longo da obra; a possibilidade de prevenir patologias
ou a escolha de um sistema de impermeabilização falho.
A unificação e a compatibilidade dos orçamentos e projetos deve ocorrer
para permitir que erros sejam verificados nesses projetos. Como cada uma des-
tas etapas é realizada por diferentes profissionais é necessária uma integração,
para que todos os profissionais envolvidos consigam entender o que se passa
em cada uma delas. Por exemplo, ao elaborar o projeto de impermeabilização,
é possível, sem ser esta a intenção, perceber que a tubulação de esgoto não
terá caimento suficiente, o que poderia gerar incômodos ao futuro morador/
proprietário. É fundamental analisar cada projeto da obra, verificando os
pontos necessários para a implantação de impermeabilizantes.
Impermeabilização: técnicas construtivas 303

O projeto de impermeabilização deve ser elaborado logo após a finalização


do projeto arquitetônico, respeitando sempre os itens descritos na ABNT NBR
9575:2010. Você vai ver agora alguns desses itens:

1. As definições usadas no decorrer do projeto, visando a não deixar


dúvidas para o executante do sistema de impermeabilização, como
materiais, cuidados, espessuras, entre outras.
2. A classificação do tipo de impermeabilizante que será utilizado (rígido
ou flexível).
3. Os substratos utilizados, de forma a não sofrer interferências que possam
comprometer o desempenho do impermeabilizante, por exemplo: regula-
rização mal executada, fissuração do substrato, falhas de concretagem,
sujeiras, resíduos de desmoldantes (óleos, graxas), ralos e tubulações
mal chumbadas ou sujas, detalhes construtivos que dificultam a im-
permeabilização, etc.
4. A necessidade de serviços auxiliares e complementares, apresentados em
um cronograma para que as empresas ou os profissionais terceirizados
estejam cientes do andamento da obra.
5. Quais os tipos de impermeabilizantes usados para os diferentes tipos
de umidades, como percolação, condensação, umidade do solo, e contra
fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral.

A total integração aos demais projetos da edificação (hidráulico, elétrico,


paisagístico) é fundamental, pois a impermeabilização necessita ser estudada
e compatibilizada com todos os componentes de uma construção, de forma a
não sofrer ou ocasionar interferências futuras.

Dificuldades encontradas no projeto de


impermeabilização
Mesmo que a prática de impermeabilização das edificações esteja começando
a se difundir, ainda há um grande caminho a ser percorrido. Atualmente
muitas construtoras optam por terceirizar o sistema de impermeabilização,
o que acaba provocando falhas. As empresas responsáveis pela impermea-
bilização, em muitos casos, tomam par do processo apenas no momento da
execução do material impermeabilizante. Com isso, o executor não se envolve
na execução de outros componentes do sistema, importantes no sucesso da
impermeabilização.
304 Construção civil

Existem ainda situações em que a empresa impermeabilizadora apenas


orienta o que deve ser feito nos serviços preliminares, e, após a execução
da impermeabilização, se isenta dos serviços posteriores. Entre as grandes
dificuldades relatadas pelas construtoras estão:

1. Falta de empresas ou profissionais: este item apresenta dois problemas.


Apesar da disponibilidade de uma boa tecnologia e de produtos de
impermeabilização com bons materiais e bons aplicadores, as gran-
des reclamações se devem ao despreparo dos engenheiros/arquitetos,
que ou não sabem escolher bons serviços e bons profissionais, ou não
possuem conhecimento suficiente sobre a área. A segunda é quando as
empresas ou os profissionais que realizam o sistema de impermeabili-
zação não demonstram qualidade ou conhecimento técnico suficiente
para a prestação desses serviços. Quando uma construtora contrata
esses serviços, é comum a confecção de um contrato de prestação de
serviços. Nesse contrato, é colocada uma data de validade do sistema
de impermeabilização, normalmente inferior àquela fornecida pelo
próprio fabricante do produto. Digamos que esta data de validade seja
de 5 anos após o término do serviço, e que as primeiras patogenias na
construção ocorrem após 10 anos. Neste caso, quem será o responsável
pela resolução do problema é o engenheiro responsável da obra, e não
a empresa que realizou a impermeabilização (a não ser que isso esteja
previsto no contrato).
2. Falta de informação: a desinformação a respeito das técnicas e dos
materiais de impermeabilização, aprofundada pelo grande dinamismo
do setor (muitos materiais novos são lançados a cada ano), é responsável
por diversos problemas, que acabam muitas vezes gerando insucesso
de impermeabilização.
3. Falta de normalização: muitos dos sistemas encontrados no mercado
ainda não são abrangidos pela normalização brasileira, assim, o meio
técnico fica sem parâmetros para avaliar os novos sistemas e diferenciar,
no mercado, os produtos de grande potencial de outros sem qualquer
consistência técnica.
Impermeabilização: técnicas construtivas 305

Existem no mercado nacional diferentes produtos e marcas, então, entre os cuidados,


você deve analisar se eles são normalizados e se apresentam variações na qualidade,
no desempenho, nas origens e nos métodos de aplicação. Cada uma destas carac-
terísticas é fundamental, a fim de prevenir: a degradação química ao meio em que
estão expostos; a baixa resistência a cargas atuantes; a não resistência às variações
térmicas. Você também deve observar se os produtos são de difícil aplicabilidade, se
eles são normalizados, se possuem baixa resistência mecânica e se são cancerígenos
(lembre-se de que não devem ser utilizados em reservatórios de água).

Componentes do sistema de impermeabilização


O sistema de impermeabilização é separado em diferentes grupos, que podem
diferenciar-se entre uma série de sistemas utilizados. Você vai ver agora uma
descrição de quatro componentes: base e camada de regularização; camada
impermeável; camada de proteção mecânica; e detalhes construtivos.

Base e camada de regularização


Conforme já mencionado, é pelo estudo da estrutura que necessita ser im-
permeabilizada que conseguimos determinar o sistema mais adequado de
impermeabilização. Tanto a base como a camada de regularização vão ditar
algumas das exigências mais importantes dos sistemas, a partir do seu grau
de fissuração e deformabilidade (devido às cargas e à movimentação).
O objetivo da camada de regularização é, como o próprio nome indica,
regularizar o substrato a ser impermeabilizado, de maneira a proporcionar uma
superfície uniforme, com apoio adequado à camada impermeável. A ABNT
NBR 9575:2010 ressalta que a superfície a ser impermeabilizada deve estar
isenta de protuberâncias e ter resistência e textura compatíveis com o sistema
de impermeabilização a ser empregado.
306 Construção civil

Camada impermeável
Segundo a ABNT NBR 9575:2010, a camada impermeável é descrita como
o estrato que promove uma barreira à passagem de fluidos. Essa barreira irá
apresentar diferentes classificações, de acordo com o material e o sistema
impermeabilizante escolhido.

Proteção mecânica
A função da camada de proteção mecânica é absorver e dissipar os esforços
tanto estáticos como dinâmicos atuantes sobre a camada impermeável, a fim
de protegê-la, conforme a ABNT NBR 9575:2010. Segundo Cruz (2003), a
proteção mecânica pode ser encontrada em três segmentos: a proteção mecâ-
nica intermediária, que deve ser de, no mínimo, 1,0 cm, visando a auxiliar na
camada de distribuição de esforços e no amortecimento das cargas na imper-
meabilização; a proteção mecânica final para solicitações leves e normais,
com espessura de, no mínimo, 3,0 cm, que é utilizada para distribuir sobre a
impermeabilização dos carregamentos normais; e a proteção em superfície
vertical, que protege a impermeabilização do impacto, do intemperismo e da
abrasão, atuando como camada intermediária quando forem previstos, sobre
ela, revestimentos de acabamento.

Detalhes e técnicas construtivas na impermeabilização


A deficiência na execução dos detalhes construtivos é a principal causa de
patologias e problemas relacionados com a impermeabilização nas edificações.
Apesar de não constituírem um grupo isolado do sistema de impermeabili-
zação, os detalhes construtivos não são menos importantes do que os demais
componentes do sistema.
Veja no Quadro 2 os locais de maior necessidade de uso de impermeabi-
lizantes, e de cuidados na sua aplicação, são:
Impermeabilização: técnicas construtivas 307

Quadro 2. Locais que requerem o uso de impermeabilizantes.

„„ Telhados, coberturas e lajes planas, rampas


„„ Marquises, terraços e áreas descobertas
„„ Calhas de escoamento de águas pluviais
„„ Caixas d’água, piscinas e tubulações industriais
„„ Em áreas frias (pisos de banheiros, cozinhas e áreas de serviço)
„„ Paredes onde a água escorre e recebem chuva de vento
„„ Esquadrias e peitoris de janelas
„„ Soleiras de portas que abrem para fora
„„ Lajes permanentes e rodapés de cobertura
„„ Lajes superiores e pisos de casas de máquinas
„„ Água contida no terreno, que sobe por capilaridade ou infiltra-se em solos
abaixo do nível freático, entre outros.

Quanto aos detalhes construtivos em um projeto de impermeabilização, você


precisa tomar os seguintes cuidados, de acordo com a ABNT NBR 9575:2010.

„„ A inclinação do substrato das áreas horizontais, deve ser de, no mínimo,


1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas, é
permitido o mínimo de 0,5%.
„„ Os coletores precisam ter um diâmetro que garanta a manutenção da
seção nominal dos tubos prevista no projeto hidráulico após a execução
da impermeabilização. O diâmetro normal mínimo é 75 mm. Os co-
letores têm de ser rigidamente fixados à estrutura. Este procedimento
também deve ser aplicado para coletores que atravessam vigas invertidas.
„„ Nos planos verticais deve ser previsto um encaixe para embutir a imper-
meabilização, para o sistema que assim o exigir, a uma altura mínima
de 20 cm acima do nível do piso acabado, ou 10 cm do nível máximo
que a água pode atingir.
„„ Nos locais limites entre áreas externas impermeabilizadas e internas,
deve haver diferença de cota de, no mínimo, 6 cm, e ser prevista a
execução de barreira física no limite da linha interna dos contramarcos,
caixilhos e batentes, para a perfeita ancoragem da impermeabilização,
com declividade para a área externa.
„„ As tubulações hidráulicas, elétricas, de gás, entre outras, que passam
paralelamente sobre a laje, devem ser executadas sobre a impermeabili-
zação e nunca sob ela. As tubulações aparentes precisam ser executadas,
no mínimo, 10 cm acima do nível do piso acabado, depois de terminada
a impermeabilização e seus complementos.
308 Construção civil

„„ Quando houver tubulações embutidas na alvenaria, deve ser prevista a


proteção adequada para a fixação da impermeabilização.
„„ As tubulações externas às paredes devem ser afastadas entre elas ou
dos planos verticais, no mínimo, 10 cm.
„„ Todo encontro entre planos verticais e horizontais deve possuir detalhes
específicos da impermeabilização.
„„ Os planos verticais a serem impermeabilizados devem ser executados
com elementos rigidamente solidarizados às estruturas, até a cota final
de arremate de impermeabilização, prevendo-se os reforços necessários.
„„ A impermeabilização deve ser executada em todas as áreas sob en-
chimentos. Recomenda-se executá-la sobre o enchimento. Devem ser
previstos, em ambos os níveis, pontos de escoamento de fluidos.
„„ As arestas e os cantos vivos das áreas a serem impermeabilizadas devem
ser arredondadas sempre que a impermeabilização assim o requerer.
„„ As proteções mecânicas, bem como os pisos posteriormente, devem
possuir juntas de retração e trabalho térmico preenchidos com materiais
deformáveis, principalmente no encontro de diferentes planos.
„„ As juntas de dilatação devem ser divisores de água, com cotas mais
elevadas no nivelamento do caimento, bem como se deve prever de-
talhamento específico, principalmente quanto ao rebatimento de sua
abertura na proteção mecânica e pisos posteriores.
„„ Todas as áreas onde houver desvão devem receber impermeabilização
na laje superior e recomenda-se também na laje inferior.

Veja no Quadro 3 os principais locais onde as patologias surgem e os


materiais que devem ser utilizados para evitar danos mais graves.
Impermeabilização: técnicas construtivas 309

Quadro 3. Principais impermeabilizantes que devem ser utilizados de acordo com os lo-
cais de infiltração (patologias).

Local do
problema Tipo de solução Materiais

Estruturas Através do lado „„ Argamassa polimérica +


enterradas interno argamassa com aditivo
hidrófugo

Através do lado „„ Mantas asfálticas + Dreno


externo „„ Membranas acrílicas ou asfálticas
+ Dreno
„„ Membranas de cimento a base
de polímeros + Dreno

Fundações Alvenaria de „„ Cristalizantes


tijolos maciços

Alvenaria de „„ Argamassa polimérica +


tijolos furados argamassa com aditivo
hidrófugo

Boxes de Reimpermeabilização „„ Membranas acrílicas ou asfálticas


banheiro total „„ Mantas asfálticas
„„ Argamassa polimérica com tela
de poliéster

Lajes de Reimpermeabilização „„ Áreas com muitas interferências


cobertura total – Membranas
„„ Áreas sem interferências –
Mantas asfálticas

Reimpermeabilização „„ Utilização do mesmo sistema do


localizada existente no local

Reservatórios Reservatórios elevados „„ Membranas acrílicas


„„ Membranas de cimento a base
de polímeros
„„ Mantas de PVC

Reservatórios „„ Argamassa polimérica


enterrados „„ Membranas acrílicas
„„ Membranas de cimento a base
de polímeros
„„ Mantas de PVC

Fonte: Portal Metálica Construção Civil (2017).


310 Construção civil

Antes de aplicar algum impermeabilizante, entre em contato com o fabri-


cante e verifique se o produto escolhido é, de fato, a melhor opção para a sua
realidade. É fundamental ler atentamente o rótulo do produto, para realizar a
correta aplicação e diluição (se este for o caso).

Caso a construtora em que você trabalhe opte por terceirizar a etapa de impermeabili-
zação da obra, é necessário fixar alguns critérios para a contratação do serviço. Procure
o maior número de referências de obras anteriores. Certifique-se de que a empresa
possua um responsável técnico, e, de preferência, esteja associada ao IBI (Instituto
Brasileiro de Impermeabilização). Além disso, exija produtos de qualidade e que sejam
indicados ou avalizados pelo fabricante. Quanto aos fornecedores, veja algumas dicas:
„„ Peça aos fabricantes catálogos técnicos e indicação de instaladores.
„„ Consulte fabricantes que oferecem suporte técnico sem custo extra.
„„ Cheque se a empresa possui mão de obra qualificada e se tem experiência.
„„ Tenha em mãos uma proposta técnico-comercial clara, que discrimine a metodo-
logia executiva e a tecnologia a ser empregada.
Sobre o contrato de prestação de serviço, o cliente deve exigir a fiscalização da exe-
cução de todas as etapas dos serviços (preparação, regularização, ensaios de produtos,
a impermeabilização em si, ensaios hidráulicos, proteções mecânicas e revestimentos).
312 Construção civil

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9575:2010. Impermeabi-


lização – seleção e projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16636-2:2017. Rio de
Janeiro: ABNT, 2017.

CASA D’ÁGUA. Impermeabilização. São Paulo: Casa d’água, SP. 2017. Disponível em:
<http://www.casadagua.com/wp-content/uploads/2014/02/PALESTRA-SISTEMAS--
DE-IMPERMEABILIZAcaO.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2017.
CRUZ, J. H. P. Manifestações patológicas de impermeabilização com uso de sistema não
aderido com mantas asfálticas: avaliação com auxílio de sistema multimídia. 2003.
168f. Monografia (Pós-Graduação Especialização em Engenharia Civil) – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
PORTAL METÁLICA CONSTRUÇÃO CIVIL. Sistema de impermeabilização na construção
civil. [S.l.]: Portal Metálica Construção Civil, 2017. Disponível em: <http://wwwo.metalica.
com.br/ sistemas-de-impermeabilizacao-na-construcao-civil>. Acesso em: 16 fev. 2017.

Leitura recomendada

SALGADO, J. Técnicas e práticas construtivas para edificações. 3. ed. São Paulo: Érica, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16636-1: 2017. Elaboração


e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e
urbanísticos Parte 1: Diretrizes e terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16636-3: 2020.


Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos
arquitetônicos e urbanísticos Parte 3: Projeto urbanístico. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16636-4: 2023.


Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos
arquitetônicos e urbanísticos Parte 4: Projeto de arquitetura paisagística. Rio de Janeiro:
ABNT, 2023.
_4.1_ Dica do professor
Neste vídeo, você vai conhecer melhor os tipos de patologias causadas em uma construção,
originadas por um sistema de impermeabilização falho.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
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4min
_4.1_ Exercícios
Entre os principais problemas na elaboração do projeto de impermeabilização, tem-se:
1)
A) a) Custo elevado.

B) b) Falta de fiscalização pelos órgãos competentes.

C) c) Disponibilidade de produtos no mercado.

D) d) Produtos que não são normalizados.

E) e) Falta de engenheiros no mercado de trabalho.

a) Custo elevado.
Mesmo que os custos fossem elevados,
essa não seria uma problemática em se
tratando de problemas de infiltração.

b) Falta de fiscalização pelos órgãos


competentes.
Normalmente o projeto de infiltração
é uma forma de prevenir contra
patogenias, não sendo exigido sua
apresentação em órgãos de
fiscalização.

c) Disponibilidade de produtos no
mercado.
O problema é quanto à qualidade de
alguns produtos, e não com a
disponibilidade.

GAB d) Produtos que não são


normalizados.
Existem diversos produtos no mercado
que prometem uma impermeabilização de
qualidade, mas não estão cadastrados
nos órgãos competentes. Sendo assim,
não foram feitos ensaios e testes que
comprovem esta eficiência, colocando
em risco a qualidade da obra.

e) Falta de engenheiros no mercado de


trabalho.
Falta conhecimento perante os
engenheiros e os profissionais que
realizam a impermeabilização.
Diversas são as técnicas construtivas para aplicação de impermeabilizantes. Qual das
2) técnicas apresentadas a seguir está de acordo?

A) a) Encontros entre planos verticais e horizontais não necessitam de detalhes específicos, o


importante mesmo é aplicar um impermeabilizante que esteja normatizado.

B) b) O diâmetro normal mínimo para coletores deve ser de 45mm.

C) c) Não poderá haver tubulações embutidas na alvenaria, pois estas interferem na eficiência
dos impermeabilizantes.

D) d) As tubulações externas às paredes podem estar encostadas, não havendo prejuízos na


eficiência do impermeabilizante.

E) e) Calhas e áreas internas devem apresentar inclinação mínima de 0,5%.

a) Encontros entre planos verticais e


horizontais não necessitam de detalhes
específicos, o importante mesmo é
aplicar um impermeabilizante que esteja
normatizado.
É fundamental que o produto seja
normatizado e esteja devidamente
cadastrado nos órgãos competentes, mas
o encontro entre planos verticais e
horizontais deve possuir detalhes
específicos da impermeabilização,
visando a funcionalidade dela.

b) O diâmetro normal mínimo para


coletores deve ser de 45mm.
Os coletores devem ter diâmetro que
garanta a manutenção da seção nominal
dos tubos prevista no projeto
hidráulico após a execução da
impermeabilização, sendo o diâmetro
normal mínimo de 75mm.

c) Não poderá haver tubulações


embutidas na alvenaria, pois estas
interferem na eficiência dos
impermeabilizantes.
Quando houver tubulações embutidas na
alvenaria, deve ser prevista proteção
adequada para a fixação da
impermeabilização.

d) As tubulações externas às paredes


podem estar encostadas, não havendo
prejuízos na eficiência do
impermeabilizante.
As tubulações externas às paredes devem
ser afastadas entre elas ou dos planos
verticais no mínimo 16cm.

GAB e) Calhas e áreas internas devem


apresentar inclinação mínima de 0,5%.
De acordo com a NBR 9575 (ABNT, 2010),
este é o caimento mínimo exigido para
áreas internas e calhas.
São necessariamente, nesta ordem, formas de umidade e de infiltração em construções:
3)
A) a) Atmosférica e água sob pressão hidrostática.

B) b) Capilaridade e percolação.

C) c) Condensação e atmosférica.

D) d) Percolação e capilaridade.

E) e) Umidade do solo e atmosférica.


GAB a) Atmosférica e água sob pressão
hidrostática.
Um exemplo de água de umidade
atmosférica é a chuva, já a pressão
hidrostática é uma forma de
infiltração muito comum nas obras,
permeando através de fissuras e
trincas.

b) Capilaridade e percolação.
Ambas são formas de infiltração na
construção.

c) Condensação e atmosférica.
A ordem esta trocada, pois condensação
é uma forma de infiltração e
atmosférico é uma forma de umidade.

d) Percolação e capilaridade.
Ambas são formas de infiltração na
construção.

e) Umidade do solo e atmosférica.


Ambas são formas de umidade na
construção.
A superfície a ser impermeabilizada deve estar isenta de protuberâncias e com resistência e
4) textura compatíveis como sistema de impermeabilização a ser empregado. Essa descrição se
refere a?

A) a) Camada impermeável.

B) b) Detalhes construtivos.

C) c) Base e camada de regularização.

D) d) Camada de proteção mecânica.

E) e) Manta asfáltica.

a) Camada impermeável.
Segundo a NBR 9575/2010, a camada
impermeável é descrita como o
estrato que promove uma barreira à
passagem de fluidos.

b) Detalhes construtivos.
A não preocupação com os detalhes
construtivos são os maiores
causadores de patologias e problemas
relacionados com a impermeabilização
nas edificações.

GAB c) Base e camada de


regularização.
Tanto a base como a camada de
regularização, irão determinar
algumas das mais importantes
exigências dos sistemas, a partir do
seu grau de fissuração e
deformabilidade (devido às cargas e
às movimentações).

d) Camada de proteção mecânica.


A camada de proteção mecânica possui
a função de absorver e dissipar,
tanto os esforços estáticos como
dinâmicos, atuantes sobre a camada
impermeável, a fim de protegê-la
(NBR 9575/2010).

e) Manta asfáltica.
É considerada um exemplo de
impermeabilizante flexível.
Pode-se dizer que o principal objetivo do projeto de impermeabilização consiste?
5)
A) a) Aumentar os custos da obra.

B) b) Se preocupar para que a infiltração não provoque patogenias nas armaduras ou que ele
seja falho.

C) c) Terceirizar a impermeabilização, pois caso ocorra algum problema no futuro, os


responsáveis serão eles.

D) d) Atender a Norma ABNT NBR 9575/2010.

E) e) Aumentar o custo benefício da edificação após concluída.

a) Aumentar os custos da obra.


O projeto evita exatamente que no futuro ocorram gastos desnecessários.

GAB b) Se preocupar para que a infiltração não provoque patogenias nas armaduras ou que ele
seja falho.
Pois a falha na impermeabilização prova sérios danos a construção, como compra de novos
materiais, contratação de mão de obra, ocasionando em gastos financeiros elevados.

c) Terceirizar a impermeabilização, pois caso ocorra algum problema no futuro, os


responsáveis serão eles.
A terceirização do sistema de impermeabilização é opcional da construtora/cliente, mas a
responsabilidade será sempre do responsável técnico pela edificação.

d) Atender a Norma ABNT NBR 9575/2010.


Esta normativa serve apenas como forma de instruir na elaboração do projeto de
impermeabilização.

e) Aumentar o custo benefício da edificação após concluída.


Pode ser uma consequência de um bom projeto de impermeabilização, mas não é caracterizado
como um objetivo geral do projeto.
_4.1_ Na prática

Em se tratando de impermeabilização de construções, são vários os cuidados necessários, a fim de


garantir a eficiência do sistema e evitar danos e prejuízos. Observe os equívocos de maior
ocorrência, seja no projeto, seja escolha do material, seja na aplicação dos produtos.

QUALIDADE NA EXECUÇÃO

▪ Falta de argamassa de regularização;


▪ Não arredondamento dos cantos e arestas;
▪ Umidade sobre a base;
▪ Sujeira sobre a base;
▪ Falta de berço para quando utilizado mantas;
▪ Falhas em emendas;
▪ Mau uso do maçarico ao aquecer mantas;
▪ Perfuração de mantas durante a aplicação.

FALHAS BÁSICAS

▪ Ausência de projeto;
▪ Detalhes;
▪ Dimensionamento;
▪ Escolha de materiais ou sistema

FALHAS DE DETALHES

▪ Juntas;
▪ Não execução de rodapé de impermeabilização 20cm acima do piso acabado;
▪ Não consideração da argamassa de regularização para a previsão da cota de passagem de água
por vigas invertidas;
▪ Falta de proteção da base de platibandas;
▪ Falta de proteção mecânica;
▪ Erros de projeção em outras partes do edifício:
- Rede pluvial mal projetada ou executada;
- Falta de desnível na soleira.

QUALIDADE DOS MATERIAIS

▪ Materiais não normalizados;


▪ Materiais adulterados: ausência de controle de qualidade;
▪ Adulteração por parte do fornecedor ou do aplicador.

FALHAS NA UTILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO

▪ Perfuração da impermeabilização sem qualquer reparo, após a instalação de antenas, varais,


etc;

▪ Danos causados à impermeabilização por ocasião de troca de pisos.


_4.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Impermeabilização - PGM 12 (Parte 1)


https://youtu.be/_UcD0KseXIQ

10min

Impermeabilização - PGM 12 (Parte 2)


https://youtu.be/uGsl7xaF_Ac

8min

Impermeabilização - PGM 12 (Parte 3)


https://youtu.be/78VvR66lfEU

9min

Processo integrado de projeto, aquisição e execução de sistemas


de impermeabilização em edifícios residenciais
https://seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/article/view/38902/27146

artigo pdf 19p

Locais com maior incidência de falhas de impermeabilização


em edifícios residenciais na cidade de Criciúma/SC
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/2964/1/Franciele Burato - Prof Jakson Fábio.pdf

pdf 17p
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9575. Impermeabilização – seleção
e projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 13532. Elaboração de projetos de
edificações Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
AEI. Impermeabilização na construção civil, Rio de Janeiro, 17 jul. 2015. Disponível em:
http://aei.org.br/impermeabilizacao-na-construcao-civil/. Acesso em: 13 fev. 2017.
APOLINÁRIO, M. S. Danos causados por falhas na impermeabilização da infraestrutura de
edificações térreas residenciais privativas unifamiliares com área até oitenta metros
quadrados. Revista Especialize, revista on-line, IPOG. Jan. de 2013.
CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
CRUZ, J. H. P. Manifestações patológicas de impermeabilização com uso de sistema não
aderido com mantas asfálticas: avaliação com auxílio de sistema multimídia. 2003. 168f.
Monografia (Pós-graduação em Engenharia Civil); Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Rio Grande do Sul, 2003).
RIGHI, Geovane. V. Estudo dos Sistemas de Impermeabilização: Patologias, Prevenções e
Correções; Análise de Casos. 2009. 94 f.
SALGADO, J. Técnicas e Práticas Construtivas para Edificações, 3. ed. São Paulo:
Érica,2014.
STORTE, Marcos. Manifestações Patológicas na Impermeabilização de Estruturas de
Concreto em Saneamento. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura, São
Paulo, 18 nov. 2011. Disponível em:
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=20&Cod=703. Acesso em: 13 fev. 2017.
VALLE, Juliana B S. Patologia das alvenarias. 2008. 72f. Monografia. Disponível em:
http://pos.demc.ufmg.br/novocecc/trabalhos/pg1/Patologia%20das%20alvenarias.pdf.
Acesso em: 13 fev. 2017.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2017.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
Ronei Stein
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Núcleo de Projetos
Fernanda Osório
Luciana Bolzan
Aula 4.2
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Telhados e coberturas
_4.2_
Apresentação
Todos os elementos de uma construção são indispensáveis. Se um deles falta/falha, a edificação
fica comprometida. O que dizer então de sua cobertura? A edificação estaria sujeita a chuvas e a
invasões, sem falar de luz, calor, insetos. Chamamos a parte superior de uma edificação de
cobertura. Esta parte pode ser plana, curva/esférica ou inclinada. Como exemplos, temos a laje
(para coberturas planas), as abóbadas (para coberturas esféricas) e o telhado (para cobertura
inclinada).

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender que, em engenharia civil, telhado e cobertura
são coisas diferentes, embora, muitas vezes, sejam tratadas como sinônimos, ou seja: telhado é uma
categoria de cobertura.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir as funções e o tipo de cobertura.


• Identificar os elementos de um telhado.
• Reconhecer as estruturas de um telhado.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo Livro
difícil. Vídeo muito curto. Vídeo conteúdo ruim. Erros no conteúdo. Links saiba mais não
abrem.
_4.2_
Desafio
Um engenheiro trabalhar em outro país é algo muito comum hoje em dia. Especialmente na área de
engenharia e tecnologia, são muitos os países que, inclusive, incentivam a entrada de estrangeiros.
Aproveitando essa oportunidade, suponha que, após a conclusão do curso de engenharia, você se
aventura a trabalhar no Canadá.

O Canadá é um país bem receptivo aos brasileiros. Mas, embora os profissionais sejam bem aceitos,
devemos estar atentos às peculiaridades de cada cultura. Outro aspecto, na área construtiva, é
conhecer o tipo de terreno local, bem como os fatores climáticos. Como sabemos, o clima
canadense é extremamente diferente do clima do Brasil, a começar pela neve e pelas temperaturas
negativas.

Então, seu projeto de uma residência, por exemplo, teria que ter algumas características diferentes
do que se fosse ser executado aqui no Brasil. Desconsiderando o padrão arquitetônico dos países,
descreva as características construtivas de coberturas que se diferem entre as construções do
Canadá em relação às utilizadas no Brasil.

elm = Excertos de "ESTUDO E ADEQUAÇÃO DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DO MODELO CANADENSE DE


CONSTRUÇÃO EM WOOD FRAME PARA O BRASIL" por TAIARA APARECIDA ZAPARTE (monografia 2014)
http://riut.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/14399/2/PB_COECI_2014_2_9.pdf
"O sistema Wood Frame de Construção é definido, segundo Molina e Calil Junior (2010), como
um sistema construtivo industrializado, durável, estruturado em perfis de madeira
reflorestada tratada, formando painéis de pisos, paredes e telhado que são combinados e/ou
revestidos com outros materiais, com a finalidade de aumentar o conforto térmico e
acústico, além de proteger a edificação das intempéries e também contra o fogo.
No Canadá esta tecnologia é utilizada em mais de 95% das casas construídas, tal dado, tem
como uma das razões as grandes vantagens oferecidas por esse método (CALIL JUNIOR, MOLINA;
2010)."
"2.7 SISTEMA DE COBERTURA
No Canadá, a maioria das casas é feitas com treliças em madeira préfabricadas e possuem um
espaço no sótão ventilado para remover a umidade. Também, possuem barreiras de ar e de
vapor para evitar o acumulo de umidade na estrutura do telhado. A inclinação é outro fator
de grande importância, telhados íngremes tendem a verter a água melhor do que coberturas
planas ou de baixa inclinação.
Existem inclinações mínimas permitidas para cada tipo de material de cobertura, indicadas
pelo fabricante, para reduzir o risco da entrada de água. As dimensões de vigas do telhado
são determinadas conforme as cargas que precisam suportar.
Os telhados das casas com o sistema wood frame segue uma sequência que começa na fabricação
das treliças em madeira ou na vigotas do telhado de baixa inclinação, seguida da instalação
da base (geralmente com painéis OSB ou chapas de madeira compensada) que irá receber a
barreira de umidade e por fim, a cobertura (telha)."
"No Canadá a mais utilizada para telhados inclinados é as telhas de asfalto (telhas
shingle)."
"A telha shingle é uma manta de impermeabilização composta por fibra de vidro saturada em
asfalto e grânulos cerâmicos que, depois de instalada, veda totalmente a superfície do
telhado"
"Sobre as treliças ou vigas do telhado é aplicada uma subcobertura com chapas de madeira
compensada ou OBS, para proporcionar uma base que irá receber a cobertura, assim como
contraventar a estrutura do telhado."
"A proteção do beiral é feita através da instalação de uma membrana ao longo da borda do
teto, para evitar que a água entre no telhado... Essa membrana protetora é muito
interessante para climas muito frios onde ocorre a queda de neve. As perdas de calor
através do isolamento do teto combinado com a exposição ao sol pode fornecer calor
suficiente para derreter a neve de um telhado, mas não dos beirais salientes. Gerando gelo
e uma infiltração indesejável, que pode ser evitada com o uso dessa membrana protetora."
Padrão de resposta esperado

Como no Canadá há neve, o telhado deve:

> Possuir uma inclinação mais acentuada, de modo a não acumular neve. O
acúmulo de neve resulta em peso extra no telhado, podendo danificar sua
estrutura.

> A cobertura do telhado deve formar uma superfície mais lisa, assim não
acumula neve em possíveis frestas, resultando em infiltração.

> Ainda é importante destacar que o telhado deverá apresentar camadas de


isolação térmica, de modo a preservar a temperatura interna da casa.

> Uma laje não seria adequada, pois esse tipo de cobertura não apresenta boa
isolação e, obviamente, o fato de ser plana resultaria em um acúmulo de neve
e em posterior infiltração.
_4.2_ Infográfico

No infográfico a seguir, clique nos componentes do telhado para entender as funções exercidas por
cada um deles. Lembre-se que um telhado é um tipo de cobertura.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

5 ESPIGÃO =
Aresta
inclinada
delimitada
pelo encontro
de duas
águas, que
formam ângulo
saliente, sendo um divisor
de águas; aresta inclinada
da intersecção de duas águas
adjacentes.

1 ÁGUA = Cada plano do telhado é chamado de


6 BEIRAL =
água.
Projeção do
telhado
2 RUFO = Peça para fora
complementar de do
arremate entre o alinhamento
telhado e uma da parede.
parede.

7 CALHA ou
ALGEROZ =
3 RINCÃO / ÁGUA FURTADA
Composto por
= Aresta inclinada
um cano
delimitada pelo encontro
entrecortado
entre duas águas, um
ao longo do
captador de águas
beiral.
(também conhecido como
água furtada).

4 VÉRTICE = Ponto de
encontro da linha de
cumeeira com uma linha de
espigão.
1 CUMEEIRA = Aresta horizontal
delimitada pelo encontro entre
duas águas geralmente localizada
na parte mais alta do telhado.

2 FIADA = Sequência de telhas na


direção de sua largura.

3 TESOURAS = Estruturas planas verticais que recebem


cargas paralelamente ao seu plano, transmitindo-as aos
seus apoios.

elm = neste telhado, a trama não é "convencional",


veja: o provável caibro está na horizontal e a
provável ripa inclinada...

4 CAIBROS = Inclinados, sendo que seu


declive determina o caimento do telhado e a
bitola do caibro varia com o espaçamento das
terças, com o tipo de madeira e da telha.

5 RIPAS = Última parte da trama e são


pregadas perpendicularmente aos caibros.
_4.2_ Conteúdo do livro

Coberturas e telhados não são coisas diferentes, entretanto não são sinônimos. Telhados são um
tipo de cobertura, ao passo que esta se define por ser a parte superior de uma construção. A
cobertura é feita de materiais e métodos diversos, cada um com seus prós e contras. A escolha de
um ou de outro varia de acordo com a aplicação, com o gosto do cliente e com as condições locais
– clima, cultura e condição socioeconômica. Os telhados, como o tipo mais comum de cobertura,
merecem um olhar especial.

Acompanhe a leitura do capítulo que faz parte do livro "Construção civil" e conheça seus elemento
e tipos e suas características.
elm = é cap do livro Sagah usado em aulas
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! anteriores (nada de interativo...)
l sUMÁRIO 1

!unidade 1
l
Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13
Vinicius Simionato
Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14

Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16


Diferenças nas especificações de maquiná rio e materiais para diferentes
tipos de obras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra .................................................................................... 27


André Luís Abitante
L Fases de uma obra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisórias .............................46


André Luís Abitante

Serviços preliminares ............................................................................................................................... 47


Instalações provisórias...............................................................................................-............................50

Locação da ob ra ........................................................................................ 57
André Luís Abitante

Locação da obra ..........................................................................................................................................57


Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................ 58
Processos de locação ...............................................................................................................................60

Obras de terraplenagem: máquinas e equipamentos .................67


André Luís Abitante
Obras de terraplenagem .......................................................................................................................67
Escavação de valas para drenos e fundações ..........................................................................72

Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concretagem: materiais ..........................................................................80


Alessandra Martins Cunha

Concreto ........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86

Aditivos ............................................................................................................................................................. 87

Concretagem: d im ensionamento e efeitos .....................................92


Alessandra Martins Cunha

Dosagem de concreto .........................·-································································································· 92


Dosagem ou traço do concreto ........................................................................................................ 94
Dosagem..........................................................................................................................................................96

Efeitos ................................·-··························································································································· 108


1 Concret agem: cura e controle t ecnológico ................................... 117 1
Vinicius Sim;onato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122

Controle da resistência do concreto: testes de compressão ........................................ 124

Formas: confecção e colocação ........................................................ 130


André Luís Abitante
Formas: confecção e colocação ...................................................................................................... 131

Tipos de formas .........................................................................................................................................135


Sistemas especiais de formas............................................................................................................153

L Materi ais utilizados para formas ......................................................................................................155 1

Unidade 2

Alvena ria: vedação e est rutura l .......................................................... 161


André Luís Abitante

Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162


Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvena ria: materiais ............................................................................... 173


André Luís Abitante

Alvenaria ......................................................................................................................................................... 173


Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174

Alvenaria s de blocos artificiais ......................................................................................................... 176


Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ............................................................... 179

!Alvena ria: t écnicas construtivas ........................................................ 1831


André Luís Abitante

Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183


Técnicas de execução d e uma alvenaria .................................................................................. 195
Sistemas d e d istribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revest imentos: t ipos ............................................................................. 206


Ronei Tiago Stein
Revestimentos ........................................................................................................................................... 206
Revestimentos cerâmicos ...................................................................................................................210

L Principais propri ed ades dos refratári os cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: técnicas construt ivas ..............................................218


Ronei Tiago Stein

Argamassas para revestimento .......................................................................................................218

Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220


Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavime ntos flexível e rígido................................. 233


Lélis Espartel
Funçáo de um pavimento ................................................................................................................. 233
As camadas do pavimento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexível x pavimento rígido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais ...................................................................... 243


Lélis Espartel
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ...................................................................................................................................246
Material para base, sub-base e reforço do subleito........................................................... 248

1 Pavimentação: técnicas construtivas .............................................. 2561


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257

L
1
Técnicas executivas de revestimentos....................................................................................... 260
Maqu inári o ...................................................................................................................................................265

Pavimentação: controle de defeitos ................................................ 2721


1

Lélis Esparte/
Processos de degradação ................................................................................................................... 273
Tipos de defeitos....................................................................................................................................... 275
Aval iação estrutural................................................................................................................................. 278
Técnicas de restauraçáo ....................................................................................................................... 2 81

Impermeabilização: materiais ............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e importância .......................................................................28 6
1 Principais locais e usos de impermeabilizantes ................................................................... 289
L_! rincipais materiais impermeabilizantes .................................................................................. 290 1

l 1m perm eabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuaçáo da umidade na construção ...................................................... 29 8
Projeto de impermeabilizaçáo........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilizaçáo .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil izaçáo ............................................................. 305

Esquad rias ..................................................................................................313


Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas ed ificações ...................................................................... 313
1 Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315
L Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
IUnidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O que são vidros........................................................................................................................................ 327
Principais características do vidro .................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de t intas e acabamento .......................................................................................................... 340
Apl icação da t inta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e cobe rturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
l _ :oberturas ...................................................................................................................................................345 I
1
Telhados e coberturas

Objetivos de aprendizagem
Ao fi nal d este texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Defi nir as funções e t ipo de cobertura.


• Ident ificar os elementos de um telhado.
• Conhecer as estruturas de um telhado.
L
Introdução
Todos os elementos de uma construção são indispensáveis: se um deles
falta/fa lha, a edificação fica comprometida. O que dizer então de sua
cobertura? A edificação estaria sujeita a chuvas e invasões, sem falar de
luz, calor, insetos. Assim, neste capítulo, você vai estudar o que chamamos
de cobertura, isto é, a parte superior de uma edificação. Esta parte pode
ser plana, curva/esférica ou inclinada.
Como exemplos temos a laje (para coberturas p lanas), as abóbadas
(para coberturas esféricas). Como cobertura inclinada temos o telhado.
Embora tratemos os termos telhado e cobe rtura muitas vezes como
sinônimos, em Engenharia civil eles são coisas diferentes: telhado é uma
categoria de cobertura.

Coberturas

A fu nção básica das coberturas é proteger as atividades humanas e o interior das


edificações contra a chuva, o vento, o calor, o frio, as poeiras e os gases do meio
ambiente (MENEGUETTI, 2001). As cobertu ras são classificadas segundo os
sistemas construtivos e materiais uti lizados. Logo, temos os seguintes tipos:

• Coberturas minerai s
• Coberturas vegetais rústicas (sapé)
• Coberturas vegetais beneficiadas
• Coberturas com membranas
• Coberturas em malhas metálicas
• Coberturas t ipo cascas
• Terraços e telhados
• Lajes de cobertura (que devem ser impermeabilizadas com declividade
menor ou igual a 5%). _J
A cobertura, o telhado e a telha são termos com origens e usos milena-
res. Os termos cobertura e telhado são empregados tanto na linguagem de
leigos quanto na literatura técnica brasi leira, o que ocasiona a existência de
diversos significados, que representam uma tipologia ou técnica construtiva
(MENEGUETTI, 200 1).
Meneguetti (2001) afirma que as características estruturais e geométricas
das telhas permitem um menor comprimento dos apoios, a diminuição do
comprimento das juntas entre as telhas e a redução do número de componentes
para manuseio. Os materiais mais empregados na composição da trama são
(por ordem de utilização): a madeira, o aço e o concreto.

Elementos de cobertura

As telhas são importantes elementos de cobertura e são divididas em dois


grandes tipos: as telhas de encaixe e as telhas de fixação. Vamos ver agora
alguns exemplos de cada um deles.

As telhas de cerâmica (por encaixe) possuem diversos tamanhos, o que 1

elm = v. tb. tipos


dificulta a sua especificação e a sua modulação. Essa desuniformidade oca- de telhas em artigo
sionou a padronização de apenas alguns tipos de produtos, estabelecendo um copiado no fim
único comprimento de telha e galga. Essa ação facilitou o intercâmbio de telhas desta aula.
e o controle da oferta de produtos (MENEGUETTI, 2001). Elas podem ser do
modelo colonial, francesa, pau lista ou plan, portuguesa, romana e termoplan.
As telhas de concreto (por encaixe) são produzidas por extru são de ar-
gamassa, cimento e areia. Podem ser encontradas em diversos modelos e são
produzidas por diversos fabricantes. São dotadas de saliências e reentrâncias,
nervuras e apoios para obter uma melhor est:anqueidade.
As telhas de resina polimérica (por encaixe) são produzidas por resinas
poliméricas e possuem formas e utilização semelhantes às telhas por encaixe
de cerâmica. Entretanto, chegam a pesar até nove vezes menos do que as telhas
cerâmicas, e sua resistência ao impacto é maior. Esse tipo de telha não possui
1 boa condutividade térmica. _J
1 As telhas de fibrocimento (por fixação), muito populares em construçõeS,l
são fabricadas em diversas ondulações e espessuras, e, dependendo de suas
características específicas, possuem resistência e durabilidade variáveis.
As telhas metálicas são compostas de ligas metálicas (aço, alumínio e
cobre). A superfície lisa e sua fácil usinagem permitem o uso de pequenas
declividades (considerando as sobrecargas de lâminas d'água e a instabilidade
que o acúmulo de água pode causar na telha e m edidas construtivas que
garantam a estanqueidade).
As telhas de plástico possuem diferentes conformações (opacas ou trans-
lúcidas), com as mais variadas finalidades (iluminação, proteção). Podem ser
agrupadas em quatro classes: P.V.C (policloreto de vinila); P.M.M.A (polimetil-
-metaacrilato); P.R.F.V. (poliéster reforçado com fibras de vidro); P.C. (poli-
1 carbonato) (MENEGUETTI, 2001). _j
Existem também as coberturas descontínuas de placas, que são placas de
sobreposição que normalmente são encontradas no tipo germânico ou telhas
Shingle. Já as placas com matajuntas são exemplos de materiais que formam
superfícies com fixação por meio de perfis matajuntas, como o vidro, o poli-
carbonato alveola r e o acrílico.
elm = Telhas SHINGLE
têm alta resistência,
longa vida útil e
diversos padrões e
cores. Sua composição
em asfalto e fibra de
vidro impede danos
significativos mesmo
em contato com ventos
e chuvas intensas,
além de ajudar a reter
o calor (nos meses
mais frios) e a deixar
a temperatura mais
fresca (nos dias de
verão). O granulado
mineral, que recobre a
telha, garante a
proteção contra a ação
dos raios solares,
aumentando ainda mais
a sua durabilidade.

Figura 1. Ilustração das telhas: (1) telha de policarbonato; (2) telha cerâmica; (3) telha Shingle;
(4) telha de concreto.
Fonte: Rubens (1994).

~ueatento

Ao definir o t ipo de cobertura ut ilizada na construção, precisamos observar quais são


as estruturas que cada cobertura deve possuir, bem como o seu d imensionamento.

Elementos de um telhado

Os principais elementos de um telhado são detalhados a seguir. Começamos


com a superfície de cobertura, que é uma superfície geometricamente p lana
ou mais complexa (cilíndrica, cúbica ou geometricamente não definível) que
resulta exposta aos agentes atmosféricos. O outro elemento é a água, que
consiste na superfície de cobertura plana inclinada (as normas de telhas de
fibrocimento adotam o termo ra mpa para designá-la). Já o beiral é a parte
do telhado fora do alinhamento da parede. Quanto ao vértice, o definimos
como o ponto de encontro da linha de cumeeira com uma lin ha de espigão.
A cumeeira é a aresta horizontal delimitada pelo encontro entre duas águas,
geralmente localizada na parte mais alta do telhado; é a linha de intersecção de
~as superfícies de cobertura com inclinação de sentido oposto e divergen~
1 Por sua vez, o espigão é a aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas 1
águas, que formam um â ngulo saliente, sendo um divisor de águas; é a aresta
inclinada da intersecção de duas águas adjacentes. Definimos como r incão
a a resta inclinada delimitada pelo encontro entre duas águas, que forma um
diedro côncavo, sendo um captador de água também denominado água furtada
(INSTIT UTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 1988). O r ufo é a linha
de intersecção da superfície de cobertura com outra superfície vertical. Já a
inclinação, expressa em percentuais, equivale à tangente trigonométrica do
ângulo de inclinação entre o desnível compreendido entre a cumeeira (ou rufo)
e a linha do beiral e a distância em projeção horizontal entre estas duas linhas. !
As peças complementares são o conjunto de peças que permite a solução 1

de detalhes do telhado (cumeeiras, rufos e beira is). Por fim, as mansardas


são o telhado que se sobressai em relação à cobertura inicial, normalmente
sendo executadas em edificações de alto padrão, com os mesmos elementos
e funções da cobertura.
Veja alguns desses elementos na Figura 2.

vértice

osp l gOo

be 1 ra I

ioctin o

Figura 2. Term inologia geométrica de cobert uras.


Fonte: Mcncguctti (2001).

Estruturas de um telhado

Os principais elementos estruturais de um telhado são as teso uras, as terças,


os caibros as ri as e as emendas. _J
As tesouras são muito eficientes para vencer vãos sem apoios intermediários
para a estrutura do telhado, pois são estruturas planas verticais que recebem
cargas paralelamente ao seu plano, transmitindo-as aos seus apoios.
As terças apoiam-se sobre as tesouras consecutivas ou pontaletes, e suas
bitolas dependem do espaço entre elas (vão livre entre tesouras), do tipo de
madeira e da telha empregada.
Os caibros são colocados em direção perpendicular às terças, portanto,
paralela às tesouras. São inclinados, sendo que seu declive determina o cai-
mento do telhado. A bitola do caibro varia com o espaçamento das terças e
1 com o tipo de madeira e da telha.
T

.. ..·
. ..
..
.. .'·
7
1Fl9ura 3. Elemento de sustentação (neste caso, tesoura) e da trama (terças, caibros e ripas).
~nte: Assede Assed (1988).

As ripas são a última parte da trama e são pregadas perpendicularmente


aos caibros. O espaçamento entre as ripas depende da telha utilizada. Para a
colocação das ripas, é necessário que se tenha na obra algumas telhas para
medir a sua galga. E las são colocadas do beiral para a cumeeira, iniciando-se
com duas ripas ou sobre testeira.
As ligações e as emendas são necessárias para a construção das estruturas
de telhado. As emendas das terças devem estar sobre os apoios.
O telhado pode ser construído sem o u so de tesouras, mas, para isso,
devemos apoiar as terças em estruturas de concre to ou em pontaletes. O
pontalete trabalha à compressão e é fixado em um berço de madeira apoiado
na laje, que recebe uma carga distribuída. Já nas lajes maciças, onde tudo é
calculado, podemos apoiar em qualquer ponto. Entretanto, nas lajes pré, não
1 devemos apoiar sobre elas, mas, sim, na direção das paredes. _J
A lgumas considerações importantes são a distância dos pontaletes (que 1

deve ser igual à das tesouras); a distância entre as terças deve ser igu al à dis-
tância delas qua ndo apoiadas nas tesou ras; e o acrésci mo, aos pontaletes, de
berços de, no mínimo, 40 cm (p ara distribuir melhor os esforços) e de mãos
fra ncesas (nas duas direções do pontalete) ou tirantes chumbados nas lajes
(para dar estabilidade ao conjunto). _J
Uma alternativa ao usual processo construtivo empregando madeira na
estrutura são as estruturas metálicas ou de concreto. A utilização de estru-
tura metálica em edificações industriais e galpões tornou-se muito comum.
São usadas treliças planas (feitas em aço) ou treliças espaciais, compostas
de elementos tubulares, em aço ou alumínio, sendo que já são adotadas em
construções residenciais, e, dessa forma, faci litam o processo de produção,
reduzem o tempo de execução, melhoram o aspecto do canteiro e evitam
desperdícios.

Exemplo

Para mais um exemplo de estruturas de telhado, veja o artigo Estrutura para telhados:
1 análise técnica de soluções (FLACH, 2012).

Exercícios
3. Podemos dizer que uma
1. Qual dos elementos de telhado vantagem da laje em re lação ao
a seguir imp ermeabiliza telhado é:
o vértice: a) Oferece mais segurança

a) Rincão contra invasões


b) Água b) Uma laje oferece melhor
e) Cumeeira proteção contra infiltração
e) Uma laje é mais leve, exigindo
d) Beiral
menos da estrutura e íundação
e) Rufo
d) A laje aumenta a altu ra
total da cons trução
2. Na composição do telhado, a e) Uma laje é mais rápida
íunção dos condu tores é: de ser executada
a) ConduLir uma possível
4 . Rincão é:
descarga atmosférica, isto
a) O elemento que íaz a
é, agem como para-ra ios
impermeabilização da
b) Realizar o suporte da camada
intersecção de águas
impermeabiliLante do te lhado no ponto superior
e) ConduLir a água da chuva b) O elemento que íaL a intersecção
de maneira apropriada das águas de um telhado íora do
d) ConduLir as trocas de calor do vértice, is to é, na parte iníerior
telhado, mantendo ambiente e) O elemento que íaz a intersecção
com temperatura agradável da água do telhado com a parede
e) RealiLar a impermeabiliLação d) A projeção do telhado para
do telhado além da linha da parede
e) O suporte do telhado

5 . Qual dos tipos de coberturas


de telhados a seguir apresen ta
melhor isolação térmica:
a) Pedras
b) Palha
e) Telhas de fibrocimen lo
d) Madeira
e) Metal - telhas de zinco
1 Referências 1
ASSED, J. A.; ASSED, P. C. Construção civil: metodologia construtiva. Rio de Janeiro:
LTC, 1988.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Cobertura com estrutura de madeira e


telhados com telhas cerâmicas: manual de execução. São Paulo: IPT, Divisão de Edi-
ficações, 1988.
MENEGUETTI, M. P. M. Z. Telhados de aço: alguns aspec tos construtivos. São Paulo:
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2001.

FLACH, R. S. Estruturas para telhados: análise técnica de soluções. 2012. 81 f. Monografia


(Graduação em Engenharia Civil) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

RUBENS, P. Cada telhado tem a telha que merece. Arquitetura e Construção, ano 10,
n. 7, p. 42-49, 1994.

Leituras recomendadas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS.ABNTNBR 7196:1983. Folha de telha


ondulada de fibrocimento - procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1983.

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Constru-


ção Civil. Notas de aula da disciplina Tecnologia da Consuução de Edifícios - PCC 2436.
São Paulo: Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2002.

MOLITERNO, A. Caderno de projetos de telhados em esuutura de madeira. São Paulo:


Edgard Blücher, 1981.
_4.2_ Dica do professor

Na Dica do professor, apresentamos, de maneira ilustrada, os tipos e as funções de coberturas.


Além disso, disponibilizamos uma comparação entre os dois principais tipos de coberturas: a laje e o
telhado.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9942561bd745c688b9acd3ef4380695b

3min
_4.2_ Exercícios

1) Qual das alternativas a seguir contém um elemento de telhado que impermeabiliza o


vértice?

A) Rincão.

B) Água.

C) Cumeeira.

D) Beiral.

E) Rufo.

A. Rincão.
União de duas águas, faz escoamento da
água da chuva.

B. Água.
Denomina cada plano do telhado.

GAB C. Cumeeira.
Telha que faz a impermeabilização no
encontro superior das águas do telhado
- vértice.

D. Beiral.
Projeção do telhado para além da linha
da parede.

E. Rufo.
Elemento de vedação entre a água do
telhado e a parede.
2) Na composição do telhado, qual é a função dos condutores?

A) Conduzir uma possível descarga atmosférica, isto é, eles agem como para-raios.

B) Realizam o suporte da camada impermeabilizante do telhado.

C) Conduzir a água da chuva de maneira apropriada.

D) Conduzir as trocas de calor do telhado, mantendo ambiente com temperatura agradável.

E) Realizam a impermeabilização do telhado.

A. Conduzir uma possível descarga atmosférica, isto é, eles agem como para-
raios.
Essa função é desempenhada pelo Sistema de Proteção de Descargas
Atmosféricas (SPDA).

B. Realizam o suporte da camada impermeabilizante do telhado.


O suporte é feito pela estrutura do telhado, que pode ser de madeira, de
metal, entre outros.

GAB C. Conduzir a água da chuva de maneira apropriada.


Esta é a função dos condutores.

D. Conduzir as trocas de calor do telhado, mantendo ambiente com


temperatura agradável.
É usual que o telhado possua isolação térmica, feita por mantas isolantes,
para melhorar o conforto térmico da construção.

E. Realizam a impermeabilização do telhado.


A impermeabilização de um telhado é feita pelas telhas, que podem ser de
barro, de fibrocimento, de metal, etc.
3) O que podemos dizer ser uma vantagem da laje em relação ao telhado?

A) Oferece mais segurança contra invasões.

B) Uma laje oferece melhor proteção contra infiltração.

C) Uma laje é mais leve, exigindo menos da estrutura e fundação.

D) A laje aumenta a altura total da construção.

E) Uma laje é mais rápida de ser executada.

GAB A. Oferece mais segurança contra invasões.


É correto dizer que é menos provável a invasão por meio de uma laje do que
por um telhado.

B. Uma laje oferece melhor proteção contra infiltração.


O telhado atua melhor contra a infiltração, por sua declividade, por
exemplo.

C. Uma laje é mais leve, exigindo menos da estrutura e fundação.


O telhado é mais leve do que a laje.

D. A laje aumenta a altura total da construção.


O telhado, por sua declividade, aumenta a altura total da construção.

E. Uma laje é mais rápida de ser executada.


O telhado é mais rápido, pois a laje exige uma pré-estrutura de suporte
para o concreto, e ainda necessita de um tempo para secagem e cura do
concreto.
4) O que é rincão?

A) Elemento que faz a impermeabilização da intersecção de águas no ponto superior.

B) Elemento que faz a intersecção das águas de um telhado fora do vértice, isto é, na parte
inferior.

C) Elemento que faz a intersecção da água do telhado com a parede.

D) Projeção do telhado para além da linha da parede.

E) Refere-se ao suporte do telhado.

A. Elemento que faz a impermeabilização da intersecção de águas no ponto


superior.
Essa é a definição de cumeeira.

GAB B. Elemento que faz a intersecção das águas de um telhado fora do


vértice, isto é, na parte inferior.
Este item descreve um rincão.

C. Elemento que faz a intersecção da água do telhado com a parede.


Essa é a função exercida pelo rufo.

D. Projeção do telhado para além da linha da parede.


Esse item descreve um beiral.

E. Refere-se ao suporte do telhado.


O suporte é feito pelas vigas e por outros elementos que compõem o suporte.
5) Qual dos tipos de coberturas de telhados apresenta melhor isolação térmica?

A) Pedras.

B) Palha.

C) Telhas de fibrocimento.

D) Madeira.

E) Metal - telhas de zinco.

https://suadecoracao.com/como-fazer-telhado-de-palha/
1. Por que construir um telhado de palha? Conheça as vantagens desse estilo de cobertura
Antes de começar a falar sobre o processo de construção, é importante entendermos por que
escolher um telhado de palha. A primeira vantagem é a estética: o telhado de palha traz um
charme rústico e natural para qualquer construção. Além disso, a palha é um material
renovável e biodegradável, o que significa que sua produção não agride o meio ambiente.
Outra vantagem é o isolamento térmico e acústico proporcionado pela palha. Ela é capaz de
manter a temperatura interna da construção mais estável, além de reduzir os ruídos
externos. E por fim, a palha é resistente e durável, desde que seja bem instalada e receba
os cuidados necessários.

A. Pedras.
Uma cobertura mineral pode ser composta por pedras. Pedras são difíceis de
aquecer e de resfriar. Assim, em um dia quente, a casa ficaria quente à
noite, e vice-versa.

B. Palha.
Geralmente podemos observar este tipo de cobertura em construções nas matas.
Como o ar circula entre as palhas, elas não conservam bem a temperatura
interna.

C. Telhas de fibrocimento.
Essas telhas são, com certeza, as mais práticas. E ainda apresentam boa
resistência. Porém deixam muito a desejar em relação ao conforto térmico.

GAB D. Madeira.
Telhados de madeira são bastante usuais em locais onde se deseja maior
isolação térmica.

E. Metal - telhas de zinco.


O metal é um bom dissipador de calor, por isso ele não conserva a temperatura
interna diferente da externa.
_4.2_ Na prática
A construção da cobertura de uma edificação começa desde a fundação. Cada elemento deve estar
preparado para que a estrutura seja devidamente montada. Por exemplo, se a cobertura for uma
laje, a estrutura deve ser dimensionada para suportar mais peso do que se fosse um telhado.

Por isso, vale a pena pesquisar e se apropriar das técnicas de execução na construção de telhados,
que são as coberturas mais largamente utilizadas. O engenheiro, como responsável técnico de
construções, deve conhecer os elementos de estrutura o telhado, bem como a preparação das
demais partes da construções responsável por sustentá-lo.

Os telhados, como dissemos, são estruturas relativamente leves, então, como eles não “saem
voando” com as ventanias comuns no Brasil?

As mudanças climáticas
devem estar inclusas na
elaboração do projeto,
em alguns lugares, por
exemplo, tem chovido
mais, há mais vento,
etc. Veja o que pode
acontecer:

É importante estudar estruturas de sustentação de telhados e os métodos de fixação de telhas. Os


padrões de desempenho necessários estão dispostos na NBR 15575. Esta norma é relativamente
nova, de 2013. O item 5 dessa normatização trata exatamente deste assunto.
_4.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Projeto Série 100% Seguro


Telhados e Coberturas - Parte 3
https://youtu.be/-2SOoFiDrdc 5min

SESI Jun 21, 2013 O trabalho em alturas é sempre perigoso, por isso vale a pena ver mais
algumas recomendações fundamentais para trabalhar nos telhados.
Use o equipamento de proteção individual e não faça o que não sabe, pois cada atividade
exige um treinamento específico.
O cansaço no final do expediente é o motivo de muitos acidentes de trabalho, daí a
importância da supervisão. Quanto menos horas-extras, maior a segurança. Os mestres e
encarregados devem verificar as condições da equipe no início e no fim da jornada e redobrar
a atenção e o controle em dias específicos.
Mesmo que você esteja acostumado com o perigo nas alturas, não se descuide. Trabalhe
concentrado, com responsabilidade, disciplina, prudência e foco. Não brinque com os colegas
e esteja sempre disposto a aprender. Compreenda bem as instruções antes de começar o
serviço. Faça movimentos rápidos e precisos.

NBR 15575
http://site.abece.com.br/index.php/guia-orientativo-de-atendimento-a-abnt-nbr-155752013

https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_da_Norma_de_Desempenho_2013.pdf

pdf 311p

A norma NBR 15575 foi redigida segundo modelos internacionais de normalização de desempenho.
Ou seja, para cada necessidade do usuário e condição de exposição, aparece a sequência de
Requisitos de Desempenho, Critérios
de Desempenho e respectivos Métodos de Avaliação. O conjunto normativo compreende seis
partes:
Parte 1: Requisitos gerais;
Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;
Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;
Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;
Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; e
Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.
Cada parte da norma foi organizada por elementos da construção, percorrendo uma sequência de
exigências relativas à segurança (desempenho mecânico, segurança contra incêndio, segurança
no uso e operação), habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico e acústico, desempenho
lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil)
e sustentabilidade (durabilidade, manutenibilidade e adequação ambiental).
O presente guia foi organizado por disciplinas. O documento tem como foco subsidiar o
entendimento e decisões de fornecedores, projetistas, construtoras e usuários. Via de regra
não são detalhados os respectivos métodos de avaliação, envolvendo às vezes modelos
numéricos relativamente complexos, detalhados métodos de ensaios laboratoriais etc. Todavia,
para os leitores que julgarem necessário conhecer detalhes dos métodos de avaliação, ou
mesmo confrontar-se com o texto completo da ABNT, após o título de cada exigência de
desempenho, reportam-se os itens correspondentes das diferentes partes da norma NBR 15575.
https://fernandadecarvalho.com/tipos-de-telhas/

Conheça os Tipos de Telhas

Há muitos tipos de telhas no mercado, e saber as


diferenças entre elas é essencial para escolher a
mais adequada para a sua construção. Os
diferentes tipos de telhas possuem características
especificas no que se referem a material, cor,
inclinação, isolamento térmico e durabilidade.

Principais tipos de telhas:

1. Cerâmica:

Também conhecidas por telhas de barro, são as


mais comuns no Brasil. São fáceis de encontrar e
há uma grande diversidade de formatos e
modelos.

Vantagens: proporciona isolamento térmico, são


fáceis de limpar e possuem manutenção barata.

Desvantagens: são pesadas, em torno de 40


quilos por metro quadrado, e por isso precisam de
um engradamento resistente e bem feito.

2. Esmaltada:

São outros tipos de telhas cerâmicas com um


acabamento diferente, uma camada de cor. Esse
banho garante mais durabilidade e resistência ao
material.

Vantagens: deixa a cerâmica mais impermeável, diminuindo a possibilidade de infiltração e o


surgimento de fungo e mofo.

3. Concreto:

São compostas por uma mistura de cimento e


areia, são duráveis e proporcionam conforto
térmico. Podem ser encontradas em diferentes
modelos, formatos e uma variedade de cores.
Vantagens: o consumo é de 10 a15 unidades por metro quadrado.
Desvantagens: são mais pesadas, sendo necessário uma estrutura reforçada para sustentá-
las. Possuem baixa resistência ao vento.

4. Vidro:

Garante iluminação no interior dos ambientes da casa,


e pode ser usada tanto sozinha quanto combinada
com outros tipos de telhas.
Desvantagem: são frágeis e podem trincar com
facilidade.

5. Translúcida (Fibra de vidro):

É uma opção mais barata que a telha de vidro. As telhas


translúcidas são feitas de fibra de vidro e são encontradas
nos modelos transparentes ou translúcidas, podendo ser
coloridas ou não.

Vantagens: são leves, flexíveis, fáceis de manusear e


bastante resistentes.

6. Fibrocimento:

Esse tipo de telha surgiu no mercado com o objetivo de


substituir as antigas telhas de amianto, que deixaram de
ser vendidas devido o seu alto risco à saúde.

Vantagens: são leves, duráveis, baratas e resistentes e


não precisam de uma estrutura de sustentação
reforçada.

Desvantagens: elas absorvem calor com muita facilidade


e podem deixar o ambiente interno quente.
7. Calhetão:

São feitas com material de fibrocimento, mas ao


invés de serem onduladas elas possuem um formato
mais alongado e diferente. Por esse motivo, esses
tipos de telhas são usadas em grandes vãos livres
como, por exemplo, estacionamentos, galpões
industriais e espaços comerciais.

8. Fotovoltaica:

Esse tipo de telha é formado por uma estrutura cerâmica


anexada a células fotovoltaicas, os fios passam por baixo do
telhado até se conectarem a um conversor. O objetivo é
economizar energia sem abrir mão da beleza do projeto.

9. PET:

São telhas ecológicas, feitas a partir de materiais


reciclados. São resistentes, leves e não precisam de
estrutura reforçada para suportar o peso. É possível
encontrá-las em modelos parecidos com as telhas
cerâmicas e de concreto, em diversas cores e
translúcidas.

Vantagens: suportam altas temperaturas e não são porosas, diminuindo a propagação de mofo ou
fungo.

10. PVC:

As telhas de PVC são resistentes ao fogo e


mudanças climáticas. São leves, versáteis, fáceis de
limpar e de instalar. Vendidas em placas moldadas
em modelos ondulados ou em estilo colonial, em
diversas cores e transparentes.

Desvantagem: não são bons isolantes térmicos ou


acústicos, podendo deixar o ambiente interno quente.

Vantagem: ao final de sua vida útil é possível reciclar e transformar em uma nova telha.
11. Policarbonato:

Suas principais características são resistência e


transparência, além de serem maleáveis, leves e
resistentes ao fogo.

Vantagem: eficiente proteção térmica e proteção anti-UV,


com filtro que evita a passagem de raios ultravioletas.

12. Metálica:

Podem ser feitas de aço, alumínio, cobre ou de


uma liga de metais. São resistentes, duráveis e
leves e encontradas em folhas. São mais
utilizadas em construções comerciais ou
industriais.

13. Galvanizada (telha de zinco):

São chamadas assim pois em sua estrutura são


revestidas por uma liga de alumínio e zinco,
tornando-as resistentes a possíveis corrosões e
alterações climáticas.

Desvantagens: não apresentam um bom


isolamento térmico e fazem muito barulho em
dias de chuva.
14. Fibra vegetal:

Criada a partir de fibra de celulose, que é extraída


de papel reciclado, e em seguida recebe
pigmentos, resultando em modelos de diferentes
cores. Por fim, é coberta por uma resina especial,
que vai garantir proteção à peça. É uma opção
para substituir as antigas telhas de amianto.

Vantagem: é ecologicamente sustentável e


resistente as intempéries climáticas.

15. Termoacústica:

Conhecidas como telhas sanduíches, pois são


compostas por duas telhas de aço, ou de
fibrocimento, preenchidas por um material isolante
térmico como poliuretano, isopor, lã de vidro ou lã
de rocha. É possível encontrar nas cores cinza,
azul e vermelho.

Vantagem: grande isolante térmico e acústico,


proporcionando um ambiente silencioso e com
temperaturas agradáveis.

16. Gravilhada:

Esse é um tipo de telha metálica, revestida por uma


camada de rocha moída com acabamento cerâmico.
Elas proporcionam conforto térmico e são
visualmente parecidas com telhas de cerâmica ou
concreto. As telhas gravilhadas são parafusadas,
portanto fáceis de instalar e não precisam de
estrutura reforçada.

Vantagens: não absorvem umidade, não irradiam


calor e são resistentes as intempéries climáticas.

Desvantagem: o custo, que é mais alto que as opções


de cerâmica e concreto.
Aula C.1
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

_C.1_ Pinturas

Apresentação
A princípio, esse tema - a pintura - pode parecer puramente estético. Mas a pintura possui,
principalmente, o caráter de proteção do substrato, ou seja, a camada exposta da construção.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender que sem a tinta, a alvenaria, o metal e/ou a
madeira estariam muito mais expostos às intempéries, à umidade e a tantos outros agressores. A
qualidade da pintura aplicada reflete o cuidado e o capricho que o profissional teve na obra como
um todo.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os sistemas de pintura.


• Identificar os principais tipos de tinta e acabamentos.
• Analisar a aplicação das tintas nos principais materiais utilizados na construção.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo muito curto. Erros no exercícios.
_C.1_ Desafio
Você é o engenheiro responsável pela obra e chegou a hora de definir quais tintas, acabamentos e
sistemas de pintura serão escolhidos. Nesse momento, o proprietário da obra chega, questiona
você sobre os acabamentos que devem ser feitos, pois está com problemas de orçamento, e você
deve explicar a importância da pintura.

Quais serão seus argumentos?

elm = Excerto de https://www.aecweb.com.br/revista/materias/patologias-da-pintura-saiba-


evita-las/6272
[Revestir paredes com uma camada de tinta, além de transformar visualmente o ambiente,
proporciona uma série de benefícios, como resistência, durabilidade, valorização e higiene.
Contudo, é necessário conhecer o produto que será utilizado para que a solução não vire um
problema, já que existe uma tinta diferente para cada tipo de superfície. A arquiteta
Adriana de Andrade Freire explica que o preparo da superfície a ser pintada e a
especificação do tipo adequado de tinta são as etapas que necessitam de mais atenção, a fim
de evitar transtornos no futuro. “Também é necessário cuidado no momento de dissolver o
produto. Se todas as recomendações do fabricante forem seguidas, é mais difícil que ocorram
patologias como descascamento, mofo e bolhas”]

Padrão de resposta esperado

A pintura, além da função estética, possui uma finalidade muito mais


importante, que é a proteção do substrato. O substrato protegido fica menos
vulnerável a agentes agressores, como umidade, fungos e outras substâncias.
Isso se reflete na durabilidade do material, seja argamassa, madeira ou
metal.

A pintura adequada também se reflete em uma melhor higienização do local,


pois a sujeira e os microorganismos não atingem o substrato, ficando na
película formada pela pintura, que é mais facilmente lavável. Assim, evita-
se, ainda, a proliferação de microorganismos que possam prejudicar a saúde
das pessoas que ficam no local.
_C.1_ Infográfico

No Infográfico estão resumidos os tipos de tinta e suas aplicações e o esquema básico de pintura:
primer, 1ª demão e 2ª demão. Cabe salientar que o emprego do primer varia de acordo com a
superfície e o acabamento desejado, e que o primer pode ser uma massa niveladora, um selador,
entre outros.

ESQUEMA PADRÃO PARA A REALIZAÇÃO DE PINTURAS:

TIPO DE TINTA APLICAÇÃO


Látex Em alvenarias, para ambientes internos
Acrílica Em alvenarias, para ambientes internos e externos
Esmalte sintético Em metais e madeiras, para ambientes internos e externos
Epóxi Em alvenarias, para ambientes com muita umidade
Super lavável Em alvenarias, em locais internos e externos expostos
a muita sujeira.
_C.1_ Conteúdo do livro

O capítulo Pinturas apresenta os principais aspectos dos sistemas de pintura, os tipos e as


aplicações de tintas e, claro, a importância da pintura em construções. Também traz a dica de
procurar informações com fornecedores/fabricantes de tintas. As tecnologias evoluem muito
depressa! E um bom profissional procura estar por dentro das novidades.
l suMÁRIO 1

!unidade 1

Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13


Vinicius Simionato
Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14
Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificaçóes de maquiná rio e materiais para diferentes
tipos de obras .......................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra ....................................................................................27


André Luís Abitante
L Fasesdeumaobra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisó rias .............................46


André Luís Abitante
Serviços preliminares ............................................................................................................................... 47
Instalações provisórias............................................................................................................................. 50

Locação da obra ........................................................................................57


André Luís Abitante
Locação da obra .......................................................................................................................................... 57
Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................ 58
Processos de locação ..........................................................................................................................-...60

Obras de terraplenagem: máquinas e equipamentos ................. 67


André Luís Abitante
Obras de terraplenagem ....................................................................................................................... 67
Escavação de valas para drenos e fundações .......................................................................... 72
Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concretagem: materiais ..........................................................................80


Alessandra Martins Cunha
Concreto........................................................................................................................................................... 80
Água .................................................................................................................................................................... 86

Aditivos ·················································································-··········································································87

Concretagem: d imensionamento e efeitos .....................................92


Alessandra Martins Cunha
Dosagem de concreto.............................................................................................................................92
Dosagem ou traço do concreto........................................................................................................ 94
Dosagem ..........................................................................................................................................................96
Efeitos .............................................................................................................................................................. 108
1 Concret agem: cura e contro le t ecnológico ................................... 11 7 I
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122

Controle da resistência do concreto: testes de compressáo ........................................ 124

Form as: confecção e colocação ........................................................ 130


André Luís Abitante
Formas: con fecção e colocação ...................................................................................................... 131
Tipos de formas .........................................................................................................................................135
Sistemas especiais de formas............................................................................................................153

Materi ais utilizados para formas ......................................................................................................155 1

Unidade 2

Alvena ria: vedação e estrutural ..........................................................161


André Luís Abitante
Alvenaria........................................................................................................................................................ 162
Dimensionamento de um prédio não estrutu rado .......................................................... 165

Alvenaria: m ate ria is ............................................................................... 173


André Luís Abitante
Alvenaria .........................................................................................................................................................173
Alvenarias de blocos naturais ...........................................................................................................174

Alvenarias de blocos artificiais .........................................................................................................176


Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ...............................................................179

!Alvena ria: t écnicas construt ivas ........................................................ 1s3l


André Luís Abitante
Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183
Técnicas de execução de uma alvenaria .................................................................................. 195
Sistemas de distribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revesti mentos: tipos ............................................................................. 206

:::: -.:.:::::·:-.::·:.::·-.: ·:::::: -.:.::::


Ronei Tiago Stein

::~:::: ::~::: ~~~~·~;~~~·:: ~~i


L Principais propriedades dos refratários cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: técnicas construtivas ..............................................218


Ronei Tiago Stein
Argamassas para revestimento ........................... ..........................................................................218

Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220


Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavimentos flexível e rígido ................................. 233


Lélis Espartel

runção de um pavimento ................................................................................................................. 233


As camadas do pavimento fl exível .............................................................................................. 235
Pavimento fl exível x pavimento ríg ido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais...................................................................... 243


Lélis Esparte/
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes as fá lti cos ................................................................................................................................... 246

Material para base, sub-base e reforço do subleito........................................................... 248

1 Pavim entação: técnicas construt ivas .............................................. 2s61


Lélis Esparte/
Execução das camadas inferiores ................................................................................................. 257

L
1
Técnicas executivas de revestimentos ....................................................................................... 260
Maqu inári o ...................................................................................................................................................265

Pavim entação: cont role de def eitos................................................ 2721


1

Lélis Esparte/
Processos de degradação .................................................................................................................. 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Aval iação estrutural................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Imperm eabilização: materiais............................................................. 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e importância ....................................................................... 28 6
1 Principais locais e usos de impermeabilizantes ...................................................................289
L rincipais materiais impermeabilizantes .................................................................................. 290 1

l 1mperm eabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção ...................................................... 29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .................................... 303
Componentes do sistema de impermeabil ização .............................................................305

Esquadrias ..................................................................................................313
Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações ...................................................................... 313

L Tipos de esquadrias ................................................................................................................................315


Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
Wnidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O q ue são vidros....................................................................................................................................... 327
Principais características do vid ro ................................................................................................. 333

Pinturas ...................................................................................................... 337


Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de p intura................................................................................................................................ 338
Tipos de t intas e acabamento ......................................................................................................... 340
Apl icação da t inta e de materiais utilizados
na construção ....................................................................................................................................... 341

Telhados e cobe rturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
L Coberturas ...................................................................................................................................................345 I
Pinturas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Conhecer os sistemas de pintura.


„„ Identificar os principais tipos de tinta e acabamentos.
„„ Analisar a aplicação das tintas nos principais materiais utilizados na
construção.

Introdução
Neste capítulo será abordado um tema que, a princípio, parece puramente
estético: a pintura. Além da estética, a pintura possui, principalmente, o
caráter de proteção do substrato, ou seja, a camada exposta da construção.
Sem a tinta, a alvenaria, o metal e/ou a madeira estariam muito mais
expostos às intempéries, umidade e tantos outros agressores. A qualidade
da pintura aplicada reflete o cuidado e capricho que o profissional teve
na obra como um todo.

Pintura
Para conhecer o sistema de pintura, primeiramente deve-se saber que pintura é
uma camada de recobrimento de uma superfície (veja a Figura 1), com funções
protetora e decorativa, obtida pela aplicação de tintas e vernizes, através de
técnicas específicas. Deste modo, a pintura faz a edificação adquirir maior
durabilidade (BRITZ, 2007).
338 Construção civil

Figura 1. Representação das camadas no substrato.

As tintas são constituídas basicamente de pigmentos, resinas, solventes e


aditivos (CORAL, [2010?]), e podem ser classificadas em:

„ seladores/ fundos preparadores;


„ massas;
„ primers;
„ esmaltes;
„ tintas de acabamento;
„ vernizes;
„ e silicone.

Para saber mais sobre os materiais constituintes, leia o texto Materiais constituintes em
vernizes e esmaltes (AZEREDO JR., 2004).

Sistemas de pintura
A degradação dos revestimentos de parede, mesmo quando superficial, afeta a
aparência dos edifícios (VEIGA, 2002), contudo, é importante considerar sua
função tanto no aspecto decorativo como no aspecto de proteção e observando
Pinturas 339

este contexto torna-se relevante considerar sua característica psicológica,


pois influencia no comportamento humano e no conforto do ambiente, daí a
necessidade de critérios bem definidos na escolha de cores e do tipo de tinta
utilizada nos sistemas de pintura. (FREIRE, 2006).
Os sistemas de pintura podem ser classificados como (AZEREDO JR.,
2004):

„„ Pintura arquitetônica: tem a função decorativa, embora também


protetora e deve ser considerada no processo de planejamento da edi-
ficação, levando em consideração suas características e especificações.
„„ Pintura de manutenção: são aquelas aplicadas primeiramente para
proteção e incluem uma série de recobrimentos aplicados sobre metais,
concreto, etc.
„„ Pintura de comunicação visual: sua finalidade é a de identificação,
advertência e delimitação de áreas.

Os principais sistemas de pintura empregados na construção imobiliária são


baseados nas resinas PVAs, acrílicas e alquídicas, e na construção industrial
empregam-se sistemas de pintura formulados a partir de diversas resinas como
de epóxi, de poliéster e de borracha clorada.
Os constituintes dos sistemas de pintura são:

„„ Tinta de fundo (primer): substância líquida, constituída por resinas,


solventes (ou água), pigmentos e aditivos, inicialmente aplicado sobre
um substrato, com a função de preparar a base para receber a massa e
ou a tinta de acabamento.
„„ Massa de nivelamento: substância pastosa, constituída por resinas
solventes (ou água) e cargas inertes, aplicado sobre a superfície já
preparada com o fundo, com a função de corrigir irregularidades e
proporcionar superfície com textura lisa.
„„ Tinta de acabamento: substância líquida, constituída de resinas, sol-
ventes (ou água), pigmentos e aditivos, a qual, depois de ser aplicada e
secar, converte-se em película sólida, aderente e flexível, com a função
de acabamento final da pintura.
„„ Verniz: substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos,
depois da aplicação, sofre um processo de cura, converte-se em uma
película transparente, aderente e flexível com a função de beleza e
proteção.
340 Construção civil

O aparecimento de manchas de mofo, são características de um grupo de seres vivos


que se proliferam em condições de clima favorável, como em ambientes úmidos, mal
ventilados ou mal iluminados. Nestes casos, recomenda-se lavar toda a área afetada
com escova de nylon ou pano e uma solução de água e hipoclorito de sódio (cloro).

Tipos de tintas e acabamento


Os principais tipos de tintas e acabamentos são especificados abaixo:

„„ Látex (PVA): é uma tinta à base de água, não lavável, de secagem


rápida e média cobertura.
„„ Acrílica: tinta à base d’água, com excelente lavabilidade e cobertura.
„„ Esmaltes sintéticos: ótimo acabamento, resistência a intempéries; boa
espalhabilidade e ótima resistência ao mofo.
„„ Texturas: tinta à base d’água, com efeito de textura em alto relevo.
„„ Tinta à óleo: possui ótima resistência a intempéries; é de fácil aplicação,
e possui boa cobertura e flexibilidade.
„„ À base de cal: é mais econômica, possui superfície fosca e lisa, e
mistura-se à água.
„„ À base de epóxi: possui alta resistência à abrasão e a agentes químicos
e é sensível a raios UV.

As condições ideais para a escolha da tinta é a facilidade na aplicação, rápida secagem,


boa aderência e durabilidade e resistência após a aplicação.
Pinturas 341

Aplicação da tinta e de materiais utilizados


na construção
Em alvenaria, concreto, argamassa e gesso são utilizadas pinturas per-
meáveis ao vapor d’agua, como emulsões à base de resinas PVA, acrílicas
ou estireno-acrílicas, tintas à base de cimento ou de cal (caiação). Também
podem ser utilizadas tintas impermeáveis ao vapor d’agua como alquídicas
(esmaltes sintéticos), epóxi, borracha clorada e vernizes alquídicos, acrílicos
ou poliuretânicos.
Já em pinturas em madeira utiliza-se tintas alquídicas (esmalte a óleo,
esmalte sintético), esmaltes acrílicos (base d’água) e vernizes (alquídicos,
poliuretânicos).

A madeira deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou
outros contaminantes e também receber tratamento bactericida e fungicida (fundo
preservativo).
Madeiras resinosas ou áreas que contenham “nós” devem ser seladas com verniz. É
importante selar a parte traseira e os cantos da madeira antes de instalá-la, para evitar
a penetração de umidade por esse lado. O cuidado com a vedação de furos, frestas,
junções é necessária para prevenir infiltrações de água da chuva.

Para pintura de metais, aplica-se tintas alquídicas (esmaltes sintéticos) e


epoxidícas (de borracha clorada, de poliester). Este tipo de material é muito
vulnerável à corrosão.
O processo de preparo depende do tipo e concentração dos contaminantes
e as exigências específicas de cada tipo de tinta. Alguns tipos de tinta têm
uma boa aderência somente quando a superfície é preparada com jateamento
abrasivo, que produz um perfil rugoso adequado para a perfeita ancoragem
do revestimento (FREIRE, 2006).
342 Construção civil

Devem ser removidos todos os contaminantes que possam interferir na aderência


máxima do revestimento, inclusive a ferrugem através de lixamento manual com
lixa de ferro. Os óleos e graxas devem ser removidos através da fricção com estopa
embebida em solventes. O lixamento mecânico com lixadeira elétrica ou por processos
químicos também é utilizado, atentando-se para a eliminação total do produto após
a remoção da oxidação (FREIRE, 2006).

As superfícies galvanizadas que receberam um tratamento químico através


da aplicação de uma camada de zinco eletrodepositada, necessita de um fundo
aderente (primer para galvanizados ou wash primer).
Pinturas e acabamentos texturizados, devem possuir uma espessura
< 1,0 mm, ou seja, < 1 kg/m², aplicada a rolo ou com desempenadeira, para
efeito texturado, dando textura rugosa a fim de disfarçar pequenas imperfeições
da base. Caso a espessura seja de 2 a 3 mm consumo de 2 a 5 kg/m², aplicado
com revólver e desempenadeira.

Nos acabamentos texturizados usa-se base acrílica ou estireno-acrílica e aplica-se o


fundo selador específico.

Para garantir boa aderência do acabamento a ser aplicado, qualquer que


seja o sistema adotado, massa PVA, acrílica ou esmalte ou a óleo, é fundamen-
tal, após o lixamento, a máxima remoção do pó residual produzido. Limpar
completamente o recinto, a fim de evitar o pó, para que não haja impregnação
da tinta; O uso da escova é importante para não danificar o fundo nivelador,
os quais dependem do tipo de superfície a ser pintada. Em seguida, deve ser
aplicado um selador tipo incolor, (selador PVA, selador acrílico) que penetrará
e selará a massa. Acabamentos à base de água devem ser diluídos, como
regra, de 50 a 100% por volume. Acabamentos à óleo ou sintéticos devem ser
Pinturas 343

diluídos na condição máxima recomendada, conforme o método de aplicação


e solvente (FREIRE, 2006).

Para você ver mais um sobre Pinturas em alvenaria leia Patologia em paredes de alvenaria
e entenda como trabalhar em paredes com defeitos. (SILVA; ABRANTES, 2007).

AZEREDO JR., H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.
BRITZ, A. A. Diretrizes para especificação de pinturas externas texturizadas acrílicas em
substrato de argamassa. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
CORAL. Manual de Orientação para pintura imobiliária e especificação técnica de produtos.
São Paulo: Tintas Coral S/A, [2010?].
FREIRE, A. A. O uso das tintas na construção civil. 2006. Monografia (Especialização em
Construção Civil) – Escola de engenharia da UFMG, Belo Horizonte, 2006.
VEIGA, Maria do Rosário. Intervenções em revestimentos antigos: conservar, substituir
ou...destruir. [S.l.: s.n.], 2002. Disponível em: <http://conservarcal.lnec.pt/pdfs/RV-
-Patorreb_2006.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2017.
SILVA, J. M.; ABRANTES, V. Patologia em paredes de alvenaria: causas e soluções. In:
LOURENÇO, P. B. et al. (Org.). Seminário sobre paredes de alvenaria. [S.l.: s.n.], 2007. p. 65-84.

Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11702:2010. Tintas para
edificações não industriais. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13245:2011. Execução de
pinturas em edificações não industriais. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
_C.1_ Dica do professor

A seguir, uma breve apresentação sobre alguns tipos de tinta e sistemas de pintura. Vale lembrar
que o conhecimento se aprimora e modifica constantemente, e um bom profissional está sempre de
olho nas novidades de sua área.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
c22eaba9ed77effb694c0f78aa3c2cd5

4min
_C.1_ Exercícios

1) O item que melhor descreve a função da pintura é:

A) Estética.

B) Proteção do substrato e estética.

C) Proteção do substrato, estética e higiene.

D) Proteção do substrato, estética, higiene e "disfarça" imperfeições.

E) Estética e higiene.

A. Estética.
A estética é uma das funções da pintura, mas existem outras funções.

B. Proteção do substrato e estética.


A pintura, além de embelezar, oferece proteção ao substrato contra agentes
agressores, mas existem outras funções.

C. Proteção do substrato, estética e higiene.


A pintura, além de embelezar, oferece proteção ao substrato contra agentes
agressores e permite uma melhor higienização do local, evitando o contágio
do substrato por patologias de pintura, mas não apenas isso.

GAB D. Proteção do substrato, estética, higiene e "disfarça" imperfeições.


Uma boa pintura é capaz de ocultar pequenas imperfeições deixadas no
substrato. Além disso, tem por funções embelezar, oferecer proteção ao
substrato contra agentes agressores e permitir uma melhor higienização do
local, evitando o contágio do substrato por patologias de pintura.

E. Estética e higiene.
Tem por funções embelezar e permitir uma melhor higienização do local, mas
possui outras funções.
2) Qual dessas é uma característica da tinta à base de água:

A) Solúvel em tíner.

B) Secagem lenta.

C) Pode ser lavada.

D) Baixa durabilidade.

E) Pode ser utilizada apenas em ambientes internos.

A. Solúvel em tíner.
A tinta a óleo é solúvel em tíner.

B. Secagem lenta.
A tinta a óleo possui secagem lenta, por ser mais densa.

GAB C. Pode ser lavada.


A tinta à base de água pode ser lavada sem riscos.

D. Baixa durabilidade.
A tinta à base de água possui boa durabilidade e resistência a rachaduras.

E. Pode ser utilizada apenas em ambientes internos.


A tinta à base de água pode ser utilizada em ambientes externos e internos.
https://www.cec.com.br/blog/principais-tintas-conheca-6-tipos-e-suas-aplicacoes?
postId=1004
Principais tintas: conheça 6 tipos e suas aplicações

1. Tinta látex PVA


Feita à base de água, a tinta látex é uma das opções mais comuns e pode ser facilmente
encontrada em qualquer loja do segmento.
É uma tinta de fácil aplicação, possui secagem rápida e oferece um ótimo acabamento. No
entanto, ela não apresenta resistência aos raios solares e a umidade e, por isso, é
indicada apenas para ambientes internos e áreas secas que não necessitam de manutenção
constante. Sua limpeza deve ser feita apenas com um pano úmido.
Por possuir um acabamento fosco, ela não é recomendada para cobrir pinturas com aspecto
brilhante, já que o resultado pode não ser nada satisfatório.

2. Tinta acrílica
Com características semelhantes ao látex, a tinta acrílica também é solúvel em água e seca
rapidamente. A diferença, no entanto, está em sua composição: suas resinas acrílicas
conferem alta impermeabilidade ao produto, tornando-o mais resistente e especialmente
indicado para ambientes externos e áreas molhadas, como a cozinha e o banheiro.
Diferente do látex, ela pode ser lavada até mesmo com água em abundância.
É possível encontrar tintas acrílicas com três tipos de acabamentos: fosco, acetinado e
semibrilho. O primeiro não é tão resistente à lavagens, mas, em compensação, destaca menos
as imperfeições da parede. As outras duas, porém, são mais resistentes e oferecem um
resultado mais fino; no entanto, destacam bastante as irregularidades da superfície.

3. Tinta epóxi
Versátil, a tinta epóxi pode ser encontrada tanto em versões solúveis em água quanto em
solventes. Possui um acabamento brilhante e oferece uma grande resistência, não somente à
umidade, mas também às intempéries e à abrasão de produtos químicos.
Por ser muito resistente, esse é o tipo de tinta ideal para aplicações em áreas molhadas e
até inundadas, como piscinas e caixas d’água, podendo ser uma excelente possibilidade para
banheiros, boxes, cozinhas e lavanderias.

4. Tinta esmalte
Ao contrário das opções anteriores, a tinta esmalte é feita à base de óleo e não é solúvel
em água, portanto, é preciso ter mais cuidado com a sua aplicação.
Por ser muito resistente, ela é uma ótima opção para pintar superfícies de ferro ou
madeira.
Possui um acabamento brilhante e acetinado, embora também seja possível encontrá-la na
versão fosca. Não é indicada para o uso direto na parede, porque, dependendo da aplicação,
podem surgir bolhas ou descascar facilmente.
Por ser uma tinta à base de óleo, ela apresenta uma secagem mais demorada e pode exalar um
odor mais forte.

5. Tinta superlavável
As tintas superlávaveis possuem acabamento fosco e, como o próprio nome sugere, oferecem
grande resistência à limpezas.
Podem ser aplicadas tanto em ambientes internos como externos – incluindo áreas molhadas.
São muito indicadas para locais com alto tráfego de pessoas e quartos de crianças.

6. Verniz
O verniz nada mais é do que uma película protetora que serve para proteger as superfícies
de madeira da absorção de água, criando uma camada hidrorepelente e tornando-a muito mais
resistente e durável.
É indicada para móveis, janelas, portas, pisos e qualquer superfície de madeira que esteja
em áreas externas ou ambientes úmidos e molhados.
Pode ser à base de solvente ou de água, além de contar com acabamentos incolores ou
pigmentados.
3) Qual das alternativas apresenta uma característica da tinta à base de óleo:

A) Cobertura deficiente.

B) Solúvel em tíner.

C) Pode ser aplicada apenas em ambientes externos.

D) Indicada para paredes.

E) Menor tempo de secagem.

https://www.montana.com.br/thinner-ou-aguarras-qual-a-diferenca/
>>> O que é e para que serve o thinner?
Basicamente, o thinner é um diluente com alto poder de absorção, indicado no momento da
limpeza. Sendo assim, ele realiza a diluição e a remoção de substâncias nas superfícies nas
quais for aplicado.
Além do Thinner de Limpeza, que pode ser indicado para limpar máquinas, pistolas e
ferramentas utilizadas na pintura, existe também o Thinner de Diluição, para diluição de
seladoras para madeira, primer universal, esmaltes sintéticos e laca a base de
nitrocelulose.
Fique atento pois o thinner é um produto que pode apresentar diferentes composições. Por
essa razão, na hora de adquirir o produto é importante avaliar bem suas indicações de uso e
definir se realmente é indicado para a sua necessidade (limpeza ou diluição).
>>> Quando e por que utilizar aguarrás?
Assim como o thinner, a aguarrás é um tipo de solvente amplamente utilizado na pintura
porque facilita a diluição, a formulação e a fabricação de tintas, solventes, vernizes e
esmaltes.
A Aguarrás Especial evita que a tinta, o esmalte e demais substâncias percam o brilho e a
qualidade. Além disso, é indicada no tratamento da madeira e na limpeza das peças, uma vez
que facilita a remoção do pós após o lixamento/corte, pintura ou aplicação de verniz.
Em resumo, é possível dizer que a aguarrás dilui as substâncias, mas evita que elas percam a
qualidade e o brilho, ao contrário do que acontece com a utilização do thinner.
>>> E qual a diferença entre eles?
O thinner tem alto poder de absorção e possibilita a alteração das substâncias,
especialmente produtos de limpeza.
A aguarrás é um tipo de solvente que tem a finalidade de diluir tintas e esmaltes sem deixar
que esses produtos percam sua qualidade e brilho. Assim como o thinner, pode ser utilizada
na limpeza de maquinários e também ferramentas.

A. Cobertura deficiente.
A cobertura dessa tinta é muito boa desde a primeira demão.

GAB B. Solúvel em tíner.


A tinta a óleo é solúvel em solventes derivados do petróleo, como o tíner.

C. Pode ser aplicada apenas em ambientes externos.


A tinta a óleo é utilizada em ambientes externos e internos.

D. Indicada para paredes.


Essa aplicação pode causar o surgimento de bolhas na pintura.

E. Menor tempo de secagem.


A tinta a óleo, por ser mais espessa, tende a demorar mais para a secagem
total
4) Qual das alternativas apresenta a verdadeira diferença entre as propriedades do verniz e da
tinta:

A) O verniz só pode ser aplicado em madeiras, já a tinta em qualquer material.

B) A tinta só pode ser aplicada em madeiras, já o verniz em qualquer material.

C) O verniz funciona como um brilho extra para a tinta.

D) Na verdade, tinta e verniz são exatamente a mesma coisa.

E) A tinta possui pigmento, cobrindo o substrato, já o verniz não possui pigmento (podendo ser
transparente), deixando o substrato aparente.

A. O verniz só pode ser aplicado em madeiras, já a tinta em qualquer


material.
O verniz pode ser aplicado em qualquer material.

B. A tinta só pode ser aplicada em madeiras, já o verniz em qualquer


material.
A tinta pode ser aplicada em qualquer material.

C. O verniz funciona como um brilho extra para a tinta.


Embora o verniz ofereça brilho a uma peça, isso não caracteriza uma
diferença entre as propriedades do verniz e da tinta.

D. Na verdade, tinta e verniz são exatamente a mesma coisa.


Tinta e verniz são materiais distintos.

GAB E. A tinta possui pigmento, cobrindo o substrato, já o verniz não possui


pigmento (podendo ser transparente), deixando o substrato aparente.
A diferença é essa: a tinta possui pigmento, o verniz é transparente.
5) Qual a verdadeira vantagem de se pintar uma esquadria:

A) Impermeabiliza, prevenindo as ações de intempéries e umidade.

B) Dar acabamento ao material.

C) Facilitar a higienização.

D) Facilitar a manutenção da esquadria.

E) Embelezar a esquadria.

elm = acho todas corretas... Abaixo argumento para Alumínio, para ferro, madeira e outros
deve ser mais importante ainda...

https://afeal.com.br/rev/imprensa/noticias/anodizados-ou-pintados-qual-a-importancia-do-
tratamento-de-superficie-da-sua-esquadria
Anodizados ou pintados? Qual a importância do tratamento de superfície da sua esquadria?
O tratamento de superfície, tanto a anodização como a pintura, é essencial para proteger as
esquadrias de alumínio, aumentando sua vida útil e garantindo maior durabilidade,
especialmente considerando-se intempéries climáticas – chuvas, incidência de raios solares,
calor, frio e umidade. As camadas protetoras, medidas em mícron (unidade que representa a
milionésima parte do metro), podem variar de acordo com às situações às quais o produto
estará exposto. As intempéries de cada região e a espessura da camada anódica são temas
contemplados pela Tabela 1 da Norma ABNT NBR 12609.

GAB A. Impermeabiliza, prevenindo as ações de intempéries e umidade.


A principal função é essa, pois a pintura prolonga a vida útil da esquadria,
prevenindo sua substituição precoce.

B. Dar acabamento ao material.


Embora as esquadrias fiquem melhor apresentadas com pintura, essa não é sua
principal função.

C. Facilitar a higienização.
Embora a pintura facilite a lavagem das esquadrias, essa não é sua principal
função.

D. Facilitar a manutenção da esquadria.


A pintura não facilita as possíveis manutenções. Isso é uma característica
do estilo da esquadria.

E. Embelezar a esquadria.
O embelezamento é um item importante, mas é secundário se comparado à
proteção da esquadria aos agressores (umidade, calor, etc.).
_C.1_ Na prática

Há um ditado que diz: "não se começa uma casa pelo telhado". Por isso, também a pintura necessita
de cuidados anteriores. A superfície a ser pintada deve ter o acabamento condizente com a técnica
de pintura a ser aplicada, bem como não deve apresentar umidade, infiltrações, corrosão (em caso
de metais) ou apodrecimento (em caso de madeiras).

O engenheiro, muitas vezes, atua supervisionando os estágios da construção. Cabe a ele saber
identificar e, se necessário, indicar a correção das superfícies.

Os problemas mais comuns afetando paredes, teto e pisos são:

Porosidade Esfarelamento Umidade


_C.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Como preparar parede para pintura


https://youtu.be/2GHQx4SstH4

10min

elm = Passar espátula ,Lixa grossa 36 , Passar vassoura de pelo (tirar pó) , Massa corrida
(2 ou + demãos - até ficar bem liso ; 3 a 4 horas entre demãos) , Lixa vermelha 120 , Lixa
220 p/ ficar bem lisa, = pronto para aplicar tinta!

Patologias da pintura: saiba evitá-las


https://www.aecweb.com.br/revista/materias/patologias-da-pintura-saiba-evita-las/6272

pág internet - copiado conteúdo no fim desta apostila.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


CORAL. Resina acrílica. Disponível em: https://www.coral.com.br/pt/produtos/
resinaacrilica. Acesso em: 13 fev. 2017.
CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
FAZFÁCIL. Tintas: ferramentas para pintar. Disponível em:
http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/tintas-ferramentas-para-pintar/. Acesso
em: 13 fev. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA - IBDA. Fórum da
Construção. Revestimentos, Tintas e Vernizes. Disponível em:
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=5&Cod=1704. Acesso em: 13 fev.
2017.
LD PINTURAS. Qual a função do selador acrílico. Disponível em:
http://www.ldpinturas.com.br/qual_a_funcao_do_selador-acrilico.html. Acesso em: 13 fev.
2017.
LEROY MERLIN. Conheça os diferentes tipos de tintas e suas aplicações. Disponível em:
http://www.leroymerlin.com.br/dicas/conheca-os-diferentes-tipos-de-tintas-e-
suasaplicacoes. Acesso em: 13 fev. 2017.
3M. Preparação da superfície para pintura. Disponível em:
http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/AplicacoesIndustriais/Home/ProdutosSo
lucoes/LixasAbrasivos/PolimentoIndustrial/PreparacaoPintura/?MDR=true. Acesso em: 13
fev. 2017.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi
Professor(a)
Caroline Schneider
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Patologias da pintura: saiba evitá-las
aecweb.com.br/revista/materias/patologias-da-pintura-saiba-evita-las/6272

Eflorescência, descascamento, saponificação e desagregamento das tintas são


problemas facilmente prevenidos. Limpar a superfície de forma adequada, diluir, aplicar
e armazenar a tinta corretamente são procedimentos simples e eficazes

Publicado em: 22/11/2012Atualizado em: 23/10/2023 Texto:


Redação AECweb/e-Construmarket

Revestir paredes com uma camada de tinta, além de transformar visualmente o


ambiente, proporciona uma série de benefícios, como resistência, durabilidade,
valorização e higiene. Contudo, é necessário conhecer o produto que será utilizado
para que a solução não vire um problema, já que existe uma tinta diferente para cada
tipo de superfície. A arquiteta Adriana de Andrade Freire explica que o preparo da
superfície a ser pintada e a especificação do tipo adequado de tinta são as etapas que
necessitam de mais atenção, a fim de evitar transtornos no futuro. “Também é
necessário cuidado no momento de dissolver o produto. Se todas as recomendações do
fabricante forem seguidas, é mais difícil que ocorram patologias como descascamento,
mofo e bolhas”, comenta, definindo essas e outras ‘doenças’, causas e soluções.
Veja também: Tinta Sherwin Williams Procraft - preço

Patologias

Eflorescência são manchas esbranquiçadas que surgem na superfície pintada.


Esse problema acontece quando a tinta é aplicada sobre o reboco
úmido. A liberação de vapor deposita materiais alcalinos na
parede, o que causa as manchas.

Saponificação é o estágio seguinte da eflorescência. Se as manchas não forem


tratadas, a superfície começa a apresentar aspecto pegajoso, o
que provoca o retardamento da secagem dos esmaltes.

Descascamento placas de tinta que se soltam da parede. Acontece quando a


de alvenaria superfície a ser pintada está empoeirada ou com partes soltas,
tais como: caiação e reboco novo não lixado.

Mofo surgimento de manchas escurecidas e que exalam fortes odores.


Aparece em ambientes úmidos ou com frequentes mudanças de
temperatura. Outro fator que pode contribuir para a proliferação
dos fungos é a pouca iluminação, pois favorece o
desenvolvimento dos micro-organismos causadores do problema.
Bolhas podem aparecer bolhas sobre a superfície pintada quando se
utiliza massa corrida em ambientes externos, o que proporciona a
absorção de umidade. Repinturas sobre paredes onde não se
tenha extraído toda a poeira ou reaplicação de uma tinta sobre
outra de má qualidade sem as devidas preparações também são
fatores que podem influenciar no aparecimento das bolhas.

Enrugamento a pintura apresenta aspecto enrugado devido a uma aplicação


excessiva do produto, seja em uma ou em sucessivas demãos,
em que a primeira não foi convenientemente seca. A superfície
também pode ficar enrugada quando a secagem é feita sob
intensa incidência do sol.

Crateras o surgimento de crateras pode acontecer devido à presença de


óleo, graxa ou água na superfície. Também ocorre quando a tinta
é diluída com materiais não recomendados como gasolina ou
querosene.

Desagregamento destruição da pintura, que se esfarela e se destaca da superfície


juntamente com partes do reboco. Este problema ocorre quando a
tinta é aplicada antes da cura do reboco.

Causas

De acordo com Adriana, os fatores que estão diretamente relacionados às patologias


das tintas vão desde a escolha do produto e a preparação da superfície até as
condições climáticas. Antes de começar a pintura, é necessário pesquisar qual a tinta
mais adequada para a situação, pois no mercado existem produtos específicos para
cada ambiente e superfície. Optar por uma tinta inadequada pode comprometer todo o
trabalho. “A ausência de preparação da superfície ou sua realização de maneira
insuficiente fará com que a pintura apresente pulverulência, contaminações, sujeiras,
bolor, materiais soltos e substrato poroso”, diz a arquiteta.

Também ocorrem problemas em tintas aplicadas em paredes instáveis, como quando a


argamassa ou o concreto ainda não curaram ou se a superfície está deteriorada ou
friável. Para pintar um reboco novo, deve-se aguardar cerca de 28 dias para a cura.

Condições meteorológicas inadequadas como a exposição excessiva ao sol, a umidade


e ventos fortes, também são fatores que influenciam no resultado final da pintura. “Por
exemplo, após período chuvoso, é necessário aguardar pelo menos três dias de
estiagem para que a umidade absorvida pela alvenaria evapore”, ensina a arquiteta. Já
a incidência da luz solar na parede pode fazer com que o solvente evapore
rapidamente, antes do necessário para a tinta curar.Adriana também chama a atenção
para as especificações do fabricante. Diluição excessiva da tinta ou formulação
inadequada também são causas comuns de problemas.
Como evitar

Além desses cuidados, também é necessária atenção com as tintas. “Ao abrir a lata, é
indicado homogeneizar a tinta com uma espátula retangular – objetos cilíndricos não
têm a mesma eficácia. Atentar também para o uso de material limpo, pois há risco de
contaminação com a utilização de equipamentos sujos”, disserta a arquiteta, que alerta:
“a tinta deve ser diluída de acordo com o indicado na embalagem do produto”. Diluição
em excesso pode fazer com que cores intensas criem manchas esbranquiçadas e
escorrimento da tinta, entre outros problemas. Por outro lado, se a diluição for
insuficiente, além de tornar a aplicação pesada, haverá a perda no alastramento da
tinta, deixando-a com aspecto de casca de laranja.

O excedente de tinta deve ser mantido dentro da lata, que precisa ser bem fechada
para evitar contaminação. Merece atenção especial a pintura de superfície horizontal ou
um pouco inclinada, pois nelas é comum o depósito de partículas em suspensão, o que
prejudica o resultado final.

Quando a tinta for aplicada em paredes já pintadas anteriormente, e que estão em boas
condições, é necessário limpar bem a superfície, lixar e só depois passar a nova demão
de tinta. Caso a parede apresente más condições, a tinta antiga deve ser
completamente removida e, a seguir, proceder como se fosse uma superfície nova.

“Paredes mofadas precisam ser cuidadosamente limpas, o que envolve a escovação da


superfície, seguida por banho com uma solução de água potável e sanitária, deixando
agir por 30 minutos. Depois, é preciso enxaguar a região com água potável, aguardar a
secagem completa para, então, iniciar a pintura”, informa.
Aula C.2
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Vidros
_C.2_
Apresentação
Esta unidade de ensino irá trabalhar sobre o vidro. Produto praticamente insubstituível pode ser
considerado um dos materiais de construção mais importantes. A propriedade de proteger e ao
mesmo tempo permitir a passagem da luz, faz com que poucos materiais possam competir com ele.
Dominado pelo homem há milhares de anos, o vidro já pode ser considerado um produto
relativamente barato de acordo com seu benefício. Dificilmente conheceremos material a substitui-
lo tão cedo.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar o que é o vidro.


• Identificar os tipos de vidros disponíveis.
• Definir as características principais do vidro.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; -


Conteúdo Livro difícil. Vídeo não funciona. Erros no exercícios. Links não abrem.
_C.2_ Desafio

Se você fosse o engenheiro responsável pelo fechamento de uma cobertura de uma praça de
alimentação e existissem exigências para não utilizar-se o vidro, quais os outros materiais
poderiam ser cogitados?

elm = Excertos de https://www.leroymerlin.com.br/dicas/telha-transparente


"Coberturas transparentes e translúcidas
As coberturas transparentes, ou telhas de policarbonato, também são boas opções para salas
e cômodos externos. Se a opção for por uma cobertura transparente, é importante levar em
conta que ela não retém a luz, ou seja, passa praticamente 100% através da superfície.
Com relação a aparência, são mais bonitos que os translúcidos, já que têm uma aparência
mais cristalina. Claro, precisa caprichar na limpeza para que esse tipo de cobertura se
mantenha assim.
Cobertura de policarbonato traz luminosidade e integra o ambiente à natureza.
Se usadas na garagem, as coberturas de policarbonato dão charme extra à entrada da casa.
Já nos materiais translúcidos, a luz não passa por eles com tanta facilidade como nos
transparentes, e eles têm uma aparência mais opaca.
Geralmente as telhas translúcidas deixam entrar 70% de luz externa. Existem telhas
translúcidas fabricadas em policarbonato, polipropileno e vidro.
Tipos de telha transparente e translúcida
Telhados com transparência podem ser construídos com telhas de policarbonato,
polipropileno, PVC, fibra de vidro ou vidro.
As telhas de policarbonato possuem alta transparência, são bem resistentes a impactos e à
variação de temperaturas e suportam até queda de galhos de árvores. O material é uma
alternativa mais barata e 80% mais leve que a telha de vidro, possui proteção UV - o que
evita amarelar - e oferece bom isolamento térmico.
As telhas de polipropileno possuem proteção UV, são bem leves, mas menos resistentes do
que as de policarbonato, podendo trincar mais facilmente e causar infiltração. E dor de
cabeça, claro. Elas são fabricadas com uma resina plástica e deixam passar até 70% da luz
natural.
As telhas de PVC são as mais baratas, mas sabe aquele ditado “o barato pode sair caro”?
Pois é. Elas são bem populares e barateiam o seu projeto de cobertura, mas apresentam
algumas desvantagens: não oferecem bom isolamento acústico, esquentam, amarelam e são bem
menos resistente.
As telhas de vidro são muito resistentes, também permitem a entrada de luz solar e podem
ser usadas em ambientes externos. Requer cuidado se você quiser usá-las em grandes
coberturas. A desvantagem é que o vidro retém calor, e cria a sensação de desconforto
térmico. Se você usar apenas como um ponto de entrada de luz, não chega a ser um problema.
Mas para cobertura total do ambiente, só se você morar em região de clima frio. Afinal,
ninguém quer viver em uma estufa, não é mesmo?
Formatos de telhas transparentes
Quando você for escolher as telhas transparentes ou translúcidas, é fundamental que elas
tenham o mesmo formato das outras utilizadas na construção do seu telhado. Isso fará com
que o encaixe entre elas seja perfeito, evitando vazamento. Isso porque existem vários
formatos de telhas: romana, portuguesa, americana, italiana, americana piso, plan mineira
capa/canal."

Padrão de resposta esperado

Acrílico e policarbonato.
_C.2_ Infográfico

Com o infográfico entenda a evolução do vidro:

elm = ilustração péssima bagunçada, copiado apenas o conteúdo escrito ordenadamente...

VIDROS - Histórico
Fenícios? Egípcios? 3000 a.C. (antes de Cristo ou antes da Era Comum AEC)
Conhecido desde 1500 a.C. (antes de Cristo ou antes da Era Comum AEC)
Contribuição Romana 100 a.C.
Século VI vidro colorido
500 e 600 d.C (depois de Cristo ou Era Comum EC)- fabricação do vidro plano
Séculos XIII e XVI - Vidro cristal
Século XVII - Vidros escoados
Século XVIII - Vidros planos transparentes
1827 - Produção em escala
1917 - Cominação contínua
1952 - Processo float
Desde o século XIX - insubstituíveis

elm = https://www.blindex.com.br/sobre-a-blindex/historia-do-vidro/o-que-e-vidro-float
O sistema float surgiu por volta dos anos 1950, na Grã-Bretanha. O processo inovador, criado
por sir Alastair Pilkington, tinha por base fazer o vidro (ou sua massa), ainda não
derretido, flutuar em estanho derretido. Depois, o vidro ganha a espessura desejada, é
recozido, resfriado e recortado.
soprojetos.com.br/blog/tipos-de-vidros

Tipos de vidros, e suas características. Qual o ideal?

Vidro Comum

É aquele vidro usado em janelas de alumínio ou em copos de vidro.


Quando se quebra, cai em pedaços cortantes que podem machucar você.
Não é recomendado para lugares onde o impacto possa ser grande nele.

Vidro temperado

Por causa do seu processo de fabricação, ele é mais resistente que os vidros
comuns, e quando se estilhaça, ele cai em pequenos cacos sem pontas para
não machucar tanto.

Também, é utilizado em box de banheiro. (Blindex é o nome do fabricante


mais conhecido, por isso é popularmente chamado de blindex).

Ele não se quebra facilmente e suporta uma carga regular de peso, mas se for
exigido demais, se fragmenta por completo.

Vidro laminado

É um vidro, que por ser unido a uma cola, quando se estilhaça não se
espalha. São duas placas de vidro unidas por essa cola, que evitam que eles
se espalhem. Muito utilizado em para-brisas do carro.

Vidro laminado e temperado

É a junção do vidro laminado com o vidro temperado, ele a segurança do


laminado e da resistência do temperado, basicamente um vidro de segurança.

É ótimo para ser usado em escadas ou passarelas de vidro, também sendo útil
para uma piscina de vidro!

Vidro Blindado

É um vidro que foi criado recentemente, com o intuito de proteger as pessoas da


falta de segurança das cidades, e o constante índice de assaltos de casa ou
vandalismo.

Ele já é uma opção muito aceita pelos construtores pelo seu material que
consegue suportar até um projétil, pelo fato de ter uma composição feita para
suportar grandes impactos.

Vidro colorido

Bonito para fins decorativos, vem substituindo a cerâmica e as pastilhas. Deixam o


ambiente mais bonito e colorido, muito usado em móveis, quartos e etc.

Esses tipos de vidro tem suas próprias funções, portanto, recomendamos que você
compre o vidro de uso específico para o que desejar.
_C.2_ Conteúdo do livro

Para aprofundar ainda mais seu conhecimento, acompanhe o capítulo Vidros do livro Materiais de
Construção que norteia as discussões presentes nesta Unidade.
SUMÁRIO

Unidade 1

Pedras naturais como material de construção ....................... 1


André Luís Abitante

Os minerais e suas propriedades ........................................................................................l


Propriedades das pedras naturais ......................................................................................4
Pedras naturais ...............................................................................................................................6
Aplicação de pedras naturais ................................................................................................?

Materiais cerâmicos: propriedades.......................................... 27


André Luís Abitante

Argila para cerâmicas ..............................................................................................................27


Obtenção das cerâmicas e suas características ...................................................... 35
Tijolos e telhas..............................................................................................................................37
Azulejos e aíins ............................................................................................................................ 39

Vidros ................................................................................................. 43
André Luís Abitante

O vidro fabricado no Brasil................................................................................................... 43

L Classificação e tipos de vidros ...........................................................................................46


Características do material ...................................................................................................48

r Unidade 2

Materiais metálicos: ferrosos e não ferrosos ........................ 57


Ederval de Souza Lisboa

Origem dos metais ................................................................................................................... 57


Estruturas cristalinas.................................................................................................................60
Propriedades dos metais ...................................................................................................... 61

Gesso.................................................................................................. 69
André Luís Abitante

Conceito de aglomerantes ..................................................................................................69


Produção do gesso ..................................................................................................................71
Características fundamentais do gesso .......................................................................73
Gesso como material de construção............................................................................. 75
Unidade 3

Polímeros........................................................................................... 81
André Luís Abitante

O que são polímeros? .............................................................................................................81


Fabricação de plásticos .........................................................................................................84
Principais usos do polímero ................................................................................................ 86

Tintas .................................................................................................. 93
André Luís Abitante

Tintas para con strução civil ................................................................................................. 93


Sistemas de pin turas usuais................................................................................................. 96
Tintas comerciais para con strução civil .................................................................... 100

Unidade 4

Materiais betuminosos .............................................................. 105


André Luís Abitante

Materiais betu minosos (e aglomerantes) ................................................................ 105


CAP (cimento asfáltico de petróleo) ............................................................................110
Ensaios com CAP ...................................................................................................................... 113
Ensaios com asfaltos diluídos:.......................................................................................... 114
Ensaios com emulsões asfálticas: .................................................................................. 114

Materiais natu rais: pedras em geral, madeira,


terra e materiais alternativos ....................................................117
André Luís Abitante

Materiais naturais ..................................................................................................................... 117


Materiais naturais básicos e alternativos ................................................................... 119
Desafios da construção com materiais naturais ................................................... 132
Vidros
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar o que é o vidro.


 Identificar os tipos de vidros disponíveis.
 Definir as características principais do vidro.

Introdução
Neste capítulo você vai conhecer mais sobre o vidro. Produto pratica-
mente insubstituível e considerado um dos materiais de construção mais
importantes. A propriedade de proteger, e ao mesmo tempo permitir a
passagem da luz, faz com que poucos materiais possam competir com
ele. Utilizado pelo homem há milhares de anos, o vidro já pode ser con-
siderado um produto relativamente barato de acordo com seu benefício.
Dificilmente conheceremos algum outro material que possa substituí-lo.

O vidro fabricado no Brasil


O vidro é um material muito antigo. As primeiras evidências do uso desse
material foram os amuletos e pequenos objetos de vidro encontrados em se-
pulturas egípcias, datadas de 7000 a.C. (VERÇOSA, 2000). Por volta de 1300
d.C. partiam de Murano todos os produtos fabricados pelos mestres vidreiros
e comprados à preço de ouro por toda Europa.
A partir do século XX as pesquisas tecnológicas permitiram desenvolver
novos produtos e a indústria deixou de ser artesanal. Neste período, o uso
do vidro na construção civil cresceu rapidamente, principalmente pela sua
transparência, que proporciona luz e sol no interior das habitações e locais de
trabalho, bem como visão para o exterior, decoração, divisões internas, entre
outros Mais especificamente, os vidros passaram a ser utilizadas em boxes,
prédios com fachada cortina, etc., o que se deve basicamente à redução de
custo do produto.
44 Materiais de construção

O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida por meio do


resfriamento de uma massa em fusão; suas principais qualidades são a transparência
e a rigidez.

No Brasil a produção iniciou-se no século XX com a Fundação das In-


dustriais Nacionais da Santa Marina, que produziu vidros planos de 1906 até
1924. Na década de 1940, com a interrupção de importações por causa da
Segunda Guerra Mundial, formou-se um consórcio (Santa Marina e a PPG
norte-americana), chamado de Indústria Paulista de Vidros Planos, e, poste-
riormente, de Vidrobrás. Esta indústria não tinha competidores de mercado até
1962, quando a Providro iniciou suas atividades. Na década de 1960 a francesa
Saint Gobain adquiriu a Santa Marina, e, no mesmo período, a multinacional
Pilkington se estabeleceu.
Na década de 1980 uma nova tecnologia desenvolvida pela Pilkington, a
float, foi introduzida, formando uma joint-venture entre a Pilkington e a Saint-
-Gobain, que deu origem à CEBRACE - Companhia Brasileira de Cristal. As
grandes vantagens qualitativas do produto fabricado com a nova tecnologia
permitiam diferenciá-lo dos demais, definindo o segmento específico de
vidro plano flotado.
No início da década de 1990, o vidro estirado deixou de ser produzido e,
então, a indústria do país passou a produzir apenas dois tipos de vidro plano
em sua forma básica: o liso flotado ( float) e o impresso.

O vidro diferencia-se de outros materiais por várias características, como por exemplo:
não é poroso nem absorvente (impermeabilizante), é ótimo isolante (elétrico e térmico),
já que possui baixo índice de dilatação e condutividade, alta durabilidade, transparência,
rigidez (duro) e 100% reciclável. À primeira vista, o vidro parece ser sólido, mas sua
estrutura interna (observada através do raio x), apresenta um arranjo de um líquido;
no entanto, um líquido abaixo de seu ponto de congelamento.
Vidros 45

Produção e utilização
Inicialmente, na indústria primária, a base tratava-se de uma massa sílica
(SiO2) cuja composição era 72% de areia com função vitrificante. Hoje a
matéria-prima para produção do vidro pode ser preparada a partir da fusão
de diversos insumos básicos, como por exemplo: barrilha (óxido de sódio
- Na2CO3 - 60%), areia (quartzo quase puro - 5 a 12%), calcário (CaO - 5 a
15%) e feldspato (R 2O·Al2O3·6SiO2 - 7 a 18%). As matérias-primas do vidro
são fontes não renováveis, porém, são materiais abundantes, cujo processo de
fabricação é altamente consumidor de energia e emissor de CO2. A reciclagem
é um fator importante a considerar, pois a fusão de cacos é feita a temperaturas
mais baixas, o que gera economia de combustível e vantagens ambientais,
além do reaproveitamento, pois parte da barrilha é importada devido à sua
escassez no Brasil.
As etapas do processo produtivo resumem-se, em geral, a quatro operações
básicas: fusão (de 1600º a 1800ºC), conformação ou moldagem, recozimento
e resfriamento (têmpera) ou acabamento. Do resfriamento da matéria-prima
fundida até o produto final, diferentes tecnologias são envolvidas.
No caso do vidro plano, a tecnologia float é a mais fabricada atualmente.
Essa tecnologia consiste basicamente no escoamento da mistura vitrificável
derretida sobre uma base de estanho líquido, em atmosfera controlada. O vidro
forma uma camada contínua que flutua sobre o banho, à temperatura aproxi-
mada de 1100oC e tempo suficiente para que as irregularidades desapareçam
e as superfícies fiquem planas e paralelas, esfriando ao longo deste processo.
Este vidro é ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, pois não
apresenta distorção óptica, e possui alta transmissão de luz.
Os vidros impressos são os lisos, com o trabalho final antes do resfriamento
total. Outros trabalhos e tratamentos são utilizados para resultar em maior
resistência, curvatura, refletividade, etc. A etapa do recozimento, por exemplo,
tem finalidade de reduzir a tensão interna, recozendo todos os objetos de vidro,
seja os que foram fabricados mecanicamente, seja os fabricados manualmente.
O recozimento envolve, resumidamente, duas operações:

a) Manutenção da massa de vidro acima da temperatura crítica durante


um tempo suficientemente dilatado para que as tensões internas sejam
reduzidas graças ao escoamento plástico, ficando abaixo de um máximo
predeterminado.
b) Resfriamento da massa até a temperatura ambiente, com lentidão su-
ficiente para manter a tensão abaixo desse máximo. O forno de reco-
46 Materiais de construção

zimento é uma câmara aquecida, em que a taxa de resfriamento pode


ser controlada.

Todos os tipos de vidro recozido devem sofrer algumas operações de


acabamento que, embora sejam relativamente simples, são muito importantes.
Essas operações incluem a limpeza, o esmerilhamento, a lapidação, o des-
polimento, o esmaltamento, a graduação e a calibração. Embora nem todas
essas operações sejam necessárias para todos os vidros, uma ou mais de uma
sempre serão necessárias.

Veja neste link como se fabrica o vidro float: http://www.youtube.com/


watch?v=KiSYdFXPJgc.

link idem no Saiba +

Classificação e tipos de vidros


Quanto à sua composição química os vidros são classificados da seguinte
maneira:

 Sílica vítrea: Areia de sílica pura; temperaturas maiores que 1725°C;


baixo coeficiente de expansão térmico (estabilidade dimensional);
resistência a choque térmico. Utilizada na produção de fibras óticas,
espelhos astronômicos, janelas de veículos espaciais.
 Sodo-cálcicos: 8 a 12% em peso de óxido de cálcio e de 12 a 17% de
óxido alcalino (principalmente óxido de sódio) e pequena quantidade
de alumina (0,6 a 2,5%) para incrementar durabilidade química. São
utilizados em embalagens em geral, como garrafas, potes e frascos;
janelas, bulbos e tubos de lâmpadas. O vidro plano é utilizado nas
indústrias automobilística, construção civil e de eletrodomésticos.
 Vidros ao chumbo: Sílica e óxido de chumbo; maior índice de refração,
incrementando seu brilho. Vidro nobre aplicado em taças e copos (de
cristal) e peças artesanais. São aplicados na indústria eletro-eletrônica
e ótica.
Vidros 47

 Boro-silicato: Sílica e óxido de boro; alta resistência ao choque térmico;


alta resistência a ataques químicos. Casos como Pyrex, Marinex, em
utensílios de cozinha e laboratórios de química.
 Aluminoborossilicato: Sílica, óxido de boro e alumina (Al2O3), podem
ser aquecidos a temperaturas superiores, sem deformação, comparativa-
mente a vidros sodo-cálcicos ou à maioria dos boro-silicatos. Utilizados
em tubos de combustão, fibras de vidro, vidros com alta resistência
química e vitrocerâmicos.
 Vitrocerâmicas: O termo vitrocerâmica refere-se à combinação do vidro
com lítio, silício, alumínio e óxidos que produzem uma variedade de
materiais com interessantes propriedades termomecânicas. Possuem
maior resistência que os vidros comuns, uma baixa condutividade elé-
trica e quase nenhuma dilatação térmica, baixa condutividade térmica e
resistência a choque térmico. Associado à reciclagem de resíduos: cinzas
volantes, escória, areia de fundição. Peças de altas temperaturas e na
produção de esmaltes para revestimento de edifícios, pisos, mármores.

Já pela sua utilização, o vidro enquadra-se em quatro grandes campos:

1. Vidro oco: para garrafas, frascos, etc.


2. Vidro plano: janelas, portas, divisões, automotivos.
3. Vidros finos: lâmpadas, aparelhos eletrônicos, tubos de televisão, etc.
4. Vidros curvos: usados, sobretudo na indústria automobilística e de
construção civil.

Entre os vidros planos e curvos, o mercado consumidor pode ser esquematizado da


seguinte forma: 60% na construção civil, 39% na indústria automobilística e 1% na
indústria mobiliária.

O material vidro está na construção sobre diversas formas: em janelas,


portas, na forma de blocos, chapas planas, chapas curvas− como elemento
decorativo (espelhos, vidros impressos), divisórias, etc. Os vidros modelados
podem apresentar formas de telhas curvas e francesas, ladrilhos quadriculados
para piso de tijolos, dentre outros.
48 Materiais de construção

O vidro apresenta uma grande variedade de tipos, comuns ou de qualidade


superior, incolores ou coloridos, com desenhos ou padrões de superfície,
termorrefletores ou espelhados. Conforme a ABNT NBR NM 293:2004, os
vidros são classificados da seguinte forma:

a) Quanto ao tipo: recozido, de segurança temperado, de segurança lami-


nado, termoabsorvente, termorrefletor, composto, duplo ou insulado;
b) Quanto à forma: plano, plano de segurança, curvo, endurecido, perfilado
e ondulado;
c) Quanto à transparência: transparente, translúcido e opaco;
d) Quanto à coloração: incolor e colorido;
e) Quanto ao acabamento de superfície: liso, polido, float, impresso,
impresso antirreflexo, serigrafado, fosco, espelhado (metalizado ou
refletivo), de baixa emissividade (low E), gravado e esmaltado;
f) Quanto à colocação: caixilhos, autoportantes e mistos.

O assentamento dos vidros em esquadrias é sempre feito com auxílio de massa


vulgarmente chamada “massa de vidraceiro”. As massas de vidraceiro se resumem
basicamente em duas, a primeira composta de óleo de linhaça em gesso, podendo
ter aditivos, que endurece por oxidação lenta, tendo elasticidade praticamente nula.
A segunda é constituída de óleo e cargas diversas, dependendo do fabricante, tendo
comportamento diverso.

Características do material
Veja nos tópicos a seguir como os vidros são divididos para a construção civil.

Vidros incolores, coloridos e termorrefletores


O vidro incolor é aquele completamente transparente, sem cores.
Os vidros coloridos (termoabsorventes), além do aspecto estético, po-
dem reduzir o consumo energético de uma construção. São produzidos pela
Vidros 49

introdução de óxidos metálicos na massa de vidro. São produzidas as cores


verde, azul, cinza e bronze. Além disso, eles reduzem a transmitância solar
e aumenta a absorção pelo vidro, resultando, assim, na redução do ganho de
calor direto e no ofuscamento no interior.
Os vidros termorrefletores são fabricados a partir da aplicação de uma
camada de metal ou óxido metálico (prata, ouro, cobre etc.), na sua superfí-
cie (em um dos lados). Essa camada deve ser suficientemente fina para ser
transparente, a fim de se obter a reflexão da luz.

O objetivo de um projeto eficiente de uma construção é balancear o fluxo de calor e


luz, para reduzir o consumo de energia paga. Isto significa absorver calor nos locais de
clima frio ou bloqueá-lo nos locais quentes. A escolha do vidro adequado minimizará
o consumo de energia elétrica para iluminação e refrigeração.

Com os dados da construção (localização, finalidade, cores, etc.) você pode


selecionar a melhor opção. Como exemplo, em locais quentes a solução mais
econômica para o envidraçamento poderá ser um vidro termo absorvente, que
deixará passar menor quantidade de calor, reduzindo assim o investimento
na aquisição de sistemas de ar condicionado. Nos locais mais frios a solução
mais econômica deverá ser o emprego de vidros incolores que deixarão passar
o máximo de calor e de luz.

Vidros impressos ou fantasia


Os vidros impressos, ou fantasia, são vidros translúcidos, com figuras ou
desenhos em uma ou ambas as faces. Este material proporciona diferentes
graus de privacidade.
Alguns tipos e espessuras podem ser temperados, aumentando a resistência
mecânica; há tipos que também podem receber um tratamento especial à base
de ácidos, jatos de areia ou esmalte (conhecidos como gravados ou esmaltados).
As variedades mais comuns dos vidros impressos são o canelado, pontilhado,
martelado, miniboreal, bolinha, jacarezinho, etc.
50 Materiais de construção

Os vidros impressos são indicados para locais onde se deseja obter luminosidade sem
comprometer a privacidade. Facilidade de manutenção e limpeza também deve ser
observado na escolha do acabamento.

Os vidros lisos e fantasias, chamados comuns, são aplicados nas esquadrias


de madeira, aço ou alumínio através de baguete de fixação com gaxetas de
neoprene ou através de massa de vidraceiro. A finalidade da gaxeta ou da
massa é dar estanqueidade e eliminar vibrações.

Vidros de segurança
O vidro é chamado de segurança quando sua tecnologia de fabricação ou sua
montagem permite reduzir a probabilidade dos acidentes por choques, por
deformação ou por incêndio.
Os vidros de segurança são os de resistência mecânica e características
de segurança superiores aos vidros convencionais. Este tipo de vidro é
indicado para áreas de maior risco de acidentes (portas de vidro, laterais
de vidro que possam ser confundidas com portas, janelas baixas, sacadas,
envidraçamento nos banheiros e piscinas, claraboias e envidraçamento em
grandes alturas).
A diferença fundamental entre o vidro de segurança e o vidro comum é que,
ao ser fraturado, o vidro de segurança produz fragmentos menos suscetíveis
de causar ferimentos graves do que o vidro comum.
Os tipos básicos de vidros de segurança são o temperado, o laminado e
o aramado.

 Vidro temperado ̶ tem este nome em analogia ao aço temperado; ambos


têm sua resistência aumentada pela têmpera, um processo (térmico)
que consiste em aquecer o material a uma temperatura crítica e depois
resfriá-lo rapidamente. Não suporta o impacto de balas. São aplicados
diretamente nas alvenarias através de buchas de náilon, trilhos etc. É
muito utilizado em boxes, tampos de mesas e divisórias.
 Vidro laminado ̶ consiste em duas ou mais lâminas de vidro fortemente
interligadas sob calor e pressão, por uma ou mais camadas de Polivinil
Vidros 51

Butiral (PVB), ou outra resina plástica. São usados em automóveis,


fachadas e sacadas, janelas de carros blindados, aeronaves etc.

Figura 1. Vidros de segurança.


Fonte: Morrowind / Shutterstock.com.

Os vidros temperados e laminados não devem e não podem sofrer operações de


corte, lixamento ou outros nas obras e necessitam ser especificados exatamente nas
dimensões de utilização.

 Vidro aramado ̶ É um vidro impresso translúcido incolor, no qual é


incorporada uma rede metálica de malha quadrada, com 12,5 mm de
lado. A principal característica desse vidro é sua resistência ao fogo,
sendo considerado um material antichama. Além disso, ele reduz o
risco de acidentes, pois, caso quebre, não estilhaça, e os fragmentos
52 Materiais de construção

mantêm-se presos à tela metálica. Utilizado em portas corta-fogo, jane-


las, dutos de ventilação e passagens para saídas de incêndio, sacadas,
divisórias e coberturas.

Figura 2. Vidro aramado.


Fonte: Paket / Shutterstock.com.

Novas tecnologias
A partir dos vidros citados, novas tecnologias surgiram nos últimos anos,
principalmente:

 Vidro duplo ou insulado ̶ É composto por duas ou mais lâminas de


vidros, separadas por um gás inerte (ar desidratado até gases nobres,
como argônio). As bordas de vidro são hermeticamente fechadas
com materiais que suportam altas e baixas temperaturas e resistem
à radiação ultravioleta. Sistema com isolamento acústico e térmico
muito superior aos vidros comuns; efeito antiembaçamento e segu-
rança (quando composto com laminado duplo ou múltiplo). Reduzem
as perdas de calor (películas de baixa emissividade), permitindo uma
Vidros 53

maior regulação da luz natural e a redução dos ruídos provenientes


do exterior da habitação. O vidro duplo também aumenta a eficiência
energética da habitação, dado que permite reduzir o consumo de
energia no que toca a climatização. Aplicados em fachadas, cober-
turas, portas, janelas e também em refrigeradores, fogões, veículos
e aeronaves.
 Vidro de baixa emissividade (low-e) ̶ Vidros com películas (óxidos
metálicos) de baixa emissividade que reduzem a transferência de calor.
Superwindows (super janelas): Combinação de múltiplas camadas de
películas e vidros reduzindo muito a transferência de calor. Aplicação
em locais com clima muito frio, para que o calor seja mantido dentro
do recinto.
 Materiais cromogênicos ̶ A propriedade básica desses materiais é
exibir uma alteração em suas características óticas, a partir da variação
do campo elétrico, carga, intensidade da luz ou temperatura. Podem ser
classificados como envidraçamentos passivos ou ativos.
 Passivos ̶ Quando respondem à diferença de temperatura (termocrômi-
cos) ou presença de luz (fotocrômicos). Os fotocrômicos mudam suas
propriedades óticas tornando-se escuros quando expostos à radiação
ultravioleta, mas revertem à sua cor original na ausência da luz. Os
termocrômicos, quando submetidos a uma temperatura maior que a
do ambiente, tornam-se opacos (não permite passagem da luz) através
das reações químicas termicamente induzidas. Reversível quando a
temperatura cai.
 Ativos ̶ Quando passíveis de sofrerem interferência do usuário na
aplicação de uma voltagem (cristais líquidos ou eletrocrômicos), assim
como as smart windows (janelas inteligentes). Com aplicação da volta-
gem, ocorre alinhamento das moléculas, permitindo a transmissão da
luz, enquanto o campo elétrico é aplicado o vidro mantém-se incolor
e transparente. Não são indicados para uso em fachadas, pois não po-
dem ser submetidos a temperaturas superiores a 40oC. No interior das
edificações, são muito utilizados para recintos que exigem privacidade
como unidades de terapia intensiva de hospitais, escritórios, consultórios
médicos. Os eletrocrômicos são considerados os mais promissores em
termos de aplicação para grandes áreas envidraçadas na construção
civil. As janelas eletrocrômicas são sistemas constituídos de camadas
de filmes finos (cinco filmes finos prensados entre dois substratos de
vidro) que mudam a sua coloração conforme a aplicação de potencial
elétrico nos seus condutores eletrônicos.
54 Materiais de construção

Manutenção
A manutenção dos vidros é simples, bastando sua limpeza com água e produtos
apropriados (não alcalinos) disponíveis no mercado. Deve-se ter um cuidado
especial em relação às vedações, sejam de massa ou de elastômeros, pois seu
não funcionamento comprometerá a esquadria, causando a perda da imper-
meabilidade, vibrações e até mesmo a quebra do vidro. As massas devem ser
repintadas regularmente e os elastômeros substituídos quando apresentarem
problemas, sendo a inspeção somente visual.

Os vidros mais utilizados na construção civil são os lisos, de diversas espessuras (2,
3, 4, 5, 6, 8 e 10 mm), os impressos ou fantasia (canelado, pontilhado, etc.) além dos
temperados.

Estocagem
A estocagem no canteiro de obras, ainda que por pouco tempo, deve obedecer
a condições pouco severas, evitando-se poeira, umidade, sol e projeções de
cimento ou outros materiais que possam manchar, incrustar ou riscar. A
umidade pode causar a irisação das chapas (manchas). Devem ser empilhados
inclinados a 6% em relação à horizontal e com espessura máxima de 5,0 cm.

1. O vidro: d) quanto mais rápido for resfriado


a) é um material homogêneo. maior será sua densidade.
b) orgânico. e) é um material cristalino.
c) formada pela fusão de 2. O recozimento do vidro:
uma massa resfriada. a) é usado quando inexistem
tensões internas.
Vidros 55

b) quando resfriado lentamente 4. Qual dos processos abaixo


da origem ao vidro temperado. não é utilizado para modificar
c) quando resfriado rapidamente o vidro?
da origem ao vidro recozido. a) Esmerilhagem.
d) só é utilizado para o vidro cristal. b) Gravação.
e) gera alívio de tensões. c) Queima.
3. Qual dos tipos abaixo não é d) Furação.
um vidro? e) Têmpera.
a) Sodacálcico. 5. Qual dos tipos abaixo não é
b) Borosilicato. um modelo de vidro?
c) Ao chumbo. a) Float.
d) Quartzitos. b) Acrílico.
e) Alumínio borosilicato. c) Laminado.
d) Aramado.
e) Cromogênico.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM 293:2004. Terminolo-


gia de vidros planos e dos componentes acessórios a sua aplicação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2004.
VERÇOSA, E. Materiais de construção. Porto Alegre: UFRGS, 2000.

Leituras recomendadas
ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO. São Paulo: Abril, 1985-
ASSOCIAÇÃO TÉCNICA BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS AUTOMÁTICAS DE VIDRO. Site.
São Paulo: ABIVIDRO, c2016. Disponível em: <www.abividro.org.br>. Acesso em: 27
nov. 2016.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. São Paulo: Pini, 1995.
FINESTRA/BRASIL. São Paulo: Arco Editorial, 1995-
ISAIA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciências e engenharia de materiais.
São Paulo: IBRACON, 2007.
PETRUCCI, E. G. R. Materiais de construção. Porto Alegre: Globo, 1975.
56 Materiais de construção

PIANCA, J. B. Manual do construtor. 3. ed. Porto Alegre: Globo. 1974. 5 v.


SAINT GOBAIN. Manual do vidro 2000. São Paulo: Saint Gobain, 2000. Disponível em:
<www.saint-gobain.com.br>. Acesso em: 27 nov. 2016.
TÉCHNE: REVISTA DE TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÃO. São Paulo: Pini, 1992-
WIGGINTON, M. Glass in architecture. London: Phaidon, 1996.
_C.2_ Dica do professor

Aprenda mais com a dica do professor:

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
eabc26e0ada3bcc459b386f59689c910
_C.2_ Exercícios

1) O vidro:

A) É um material homogêneo.

B) Orgânico.

C) Formada pela fusão de uma massa resfriada.

D) Quanto mais rápido for resfriado maior será sua densidade.

E) É um material cristalino.

GAB A. É um material homogêneo.


Composto por sílica e outros elementos em menor quantidade.

B. Orgânico.
É inorgânico.

C. Formada pela fusão de uma massa resfriada.


Formada pelo resfriamento de uma massa em fusão.

D. Quanto mais rápido for resfriado maior será sua densidade.


Menor será a densidade.

E. É um material cristalino.
Apresenta aumento contínuo da viscosidade sem cristalizar.
2) O recozimento do vidro:

A) É usado quando inexistem tensões internas.

B) Quando resfriado lentamente da origem ao vidro temperado.

C) Quando resfriado rapidamente da origem ao vidro recozido.

D) Só é utilizado para o vidro cristal.

E) Gera alívio de tensões.

A. É usado quando inexistem tensões internas.


É usado quando existe.

B. Quando resfriado lentamente da origem ao vidro temperado.


Vidro recozido.

C. Quando resfriado rapidamente da origem ao vidro recozido.


Vidro temperado.

D. Só é utilizado para o vidro cristal.


Vidro de sílica pura.

GAB E. Gera alívio de tensões.


Foram originadas do resfriamento rápido da superfície do vidro.
3) Qual dos tipos abaixo não é um vidro:

A) Soda-cálcico.

B) Boro-silicato.

C) Ao chumbo.

D) Quartzitos.

E) Alumínio borosilicato.

https://
www.marmorariadalsasso.com.br/afinal-
o-que-e-quartzito/
>> O Que é Quartzito?
Muito abundante no Brasil, o
Quartzito é uma Rocha Natural
Metamórfica composta por mais de 75%
de quartzo e outros elementos como:
moscovita, biotita, sericita,
turmalina e dumortierita. Sua
composição o torna uma material muito
duro, atingindo 7 pontos na Escala
Mohs; onde 10 está o Diamante, 6 à 7
estão os Granitos e 3 à 4 os
Mármores. Devido a isso, é uma rocha
de alto custo produtivo e
consequentemente seu valor comercial
é mais expressivo que os valores
médios de materiais convencionais,
como os Mármores e os Granitos.
>> Qual a diferença de Quartzito,
Quartzo e Superfície de Quartzo?
Quartzo: é um dos Minerais mais
abundante da Terra. Geralmente
associado aos feldspatos e micas. É
constituinte essencial de Granito,
Arenito, Quartzitos e Superfícies de
Quartzo;
Quartzito: Rocha Natural Metamórfica
composta por mais de 75% de quartzo e
outros elementos como moscovita,
biotita, sericita, turmalina e
dumortierita;
Superfície de Quartzo: popularmente
conhecida apenas por “Quartzo”, é uma
Rocha Industrializada composta por
mais de 90% de Quartzo Natural, além
de Resina e Pigmento.

A. Soda-cálcico.
Vidro de carros.

B. Boro-silicato. GAB D. Quartzitos.


Utensílios domésticos. Tipo de rocha.

C. Ao chumbo. E. Alumínio borosilicato.


Vidro cristal. Frasco.
4) Qual dos processos abaixo não é utilizado para modificar o vidro:

A) Esmerilhagem.

B) Gravação.

C) Queima.

D) Furação.

E) Têmpera.

A. Esmerilhagem.
Uso de esmeril.

B. Gravação.
Usando-se ferramentas abrasivas pode-se desenhar sobre o vidro.

GAB C. Queima.
Processo utilizado para materiais cerâmicos.

D. Furação.
Executada antes da têmpera.

E. Têmpera.
Tratamento térmico que aumenta a resistência do vidro.
5) Qual dos tipos abaixo não é um modelo de vidro:

A) Float.

B) Acrílico.

C) Laminado.

D) Aramado.

E) Cromogênico.

A. Float.
Vidro comum.

GAB B. Acrílico.
Polímero.

C. Laminado.
Películas de PVB entre vidros comuns.

D. Aramado.
Telas de aço no interior do vidro.

E. Cromogênico.
Modifica sua aparência.
_C.2_ Na prática

O vidro é e será por muitos anos insubstituível. A modificação de algumas de suas propriedades
que tem ocorrido em uma velocidade significativa. Atualmente os vidros laminados têm sido
vastamente utilizados. Alguns deles tem películas que podem refletir a quase totalidade da energia
térmica que passa pelas janelas advinda do sol. O vidro, por alguns anos, foi considerado um vilão
da eficiência energética, pois exigia edifício quase que totalmente climatizados. Hoje consegue-se
construir grandes panos de vidro em edifícios com ótima eficiência energética, fruto da evolução da
indústria.

elm = imagem irrelevante, sem info. Deletada.


_C.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Materiais de construção Civil - Vidros


https://youtu.be/WzQ8c0HlU-I

3min - elm = Trabalho escolar fraco... não explica nada...

Como se fabrica o vidro float


https://youtu.be/KiSYdFXPJgc

8min = Discovery channel - Pilkington fabricante de vidro na Inglaterra.

Catálogo ABNT
https://www.abntcatalogo.com.br/

site de normas ABNT ?!

elm = normas pagas e caras! Indicação genérica, sequer especifica norma de vidros...

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ISAIA, Geraldo C.; BATTAGIN Inês L da S.; e HELENE Paulo. Materiais de Construção Civil e
Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais - 2 volumes, Ibracon: São Paulo. 2011.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Alessandro Graeff Goldoni
Gerente
Rodrigo Severo
Aula C.3
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Esquadrias
_C.3_
Apresentação
Esquadrias são elementos utilizados para preencher uma abertura de uma parede. Por meio delas, é
possível controlar a passagem de agentes, ou seja: luz, calor, insetos, etc. Esquadrias possuem uma
importância tão grande para a construção que são consideradas um subsistema seu. E o custo delas
frente ao total da construção pode chegar a valores bem altos. Por isso, cabe ao profissional valer-
se dos conhecimentos sobre as técnicas de implementação de esquadrias, os materiais de
confecção e suas várias formas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender a importância de conhecer o local onde está
sendo construído o prédio, o estilo, o espaço disponível e, claro, o gosto do cliente, fatores
essenciais para um projeto adequado.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer a importância das esquadrias nas edificações.


• Identificar os tipos de esquadrias.
• Indicar os materiais que são utilizados para a confecção de esquadrias.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais;


- Conteúdo Livro difícil. Vídeo muito curto. Links não abrem.
_C.3_ Desafio

Você está elaborando um projeto para um cliente e se depara com o dilema da escolha do material
das esquadrias. Fazendo uma análise detalhada do local onde se encontra a construção, você
percebe que o ambiente não oferece fatores que possam prejudicar o bom funcionamento de
qualquer material que componha as esquadrias.

Dessa forma, sempre é bom consultar o gosto/a preferência do cliente. Você deverá elaborar um
material resumo para apresentar ao cliente, mostrando a ele as vantagens e as desvantagens de
alguns tipos de esquadrias. Assim, você poderá prestar um atendimento mais eficaz, produzindo um
orçamento inteligente.

Preencha a tabela de modo a relacionar as vantagens e as desvantagens de esquadrias


confeccionadas em diferentes materiais. Considere, para a tabela, esquadrias feitas em madeira,
em alumínio e em PVC.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/
sagah/9480db36-1241-4f68-b02f-d9e7cee4d12b/
cce815a5-9271-44c1-847a-1d364fec2f34.pdf

elm = De: https://pkodobrasil.com.br/blog/5-opcoes-de-materiais-para-esquadrias-portas-e-janelas/


As esquadrias são as molduras de janelas, portas, portões e venezianas que apresentam como função
garantir tanto a ventilação do espaço, como a vedação dos ambientes – protegendo contra água e
ventos, reduzindo o ruído externo, controlando a passagem de luz e temperatura, e proporcionando
privacidade às áreas internas.
As peças podem ser fabricadas de diversos materiais de acordo com a demanda do projeto, o local, a
estética, o orçamento e a durabilidade desejada.
Quando falamos de estética, é porque antes de dar “cara” ao planejamento, será preciso escolher as
janelas e portas que serão usadas na obra ou reforma. Além dos papéis técnicos como ventilação e
insolação, as esquadrias podem contribuir ao cômodo como elementos decorativos. Assim sendo, há
fatores primordiais como o material, abertura, o uso e o visual que estas irão proporcionar para a
obra – unindo funcionalidade, resistência e custo-benefício.
O utensílio pode ser adquirido pronto, em lojas de materiais de construção ou desenvolvidos sob
medida por profissionais especializados no segmento. As matérias-primas disponíveis no mercado são o
aço, a madeira, o alumínio, o PVC ou o vidro. A seguir falaremos de cada especificação. Mas, já
adiantando, se a escolha for por esquadrias fabricadas em madeira, é importante priorizar as de
reflorestamento.
O ponto inicial a ser considerado é o estilo de esquadria. Será levado em consideração questões como
o uso e o desempenho esperado. Uma questão a sempre se ter atenção em condomínios, por conta das
fachadas uniformes em prédios, na troca de janelas em apartamentos é obrigatório acompanhar o manual
técnico da construtora e verificar as regras de condomínio, pois muitas vezes é proibido se
distinguir do padrão.
Já em reformas de casas, o fundamental é optar por um modelo que combine com a arquitetura, cor e
acabamento das portas e janelas.
Abaixo, veremos as características de cada um dos cinco materiais de esquadrias utilizados na
construção civil.
Materiais de esquadrias: 1. Esquadrias de Aço 2. Esquadrias de Alumínio 3. Esquadrias de PVC 4.
Esquadrias de Madeira 5. Esquadrias de Vidro.
Para a escolha desses materiais, é preciso ficar atento às condições únicas dos ambientes. Em locais
externos, por exemplo, será essencial utilizar opções mais resistentes às mudanças de clima e à
umidade. Esquadrias de madeira expostas ao sol e chuva tendem a estufar ou manchar, mas há saídas,
como a madeira maciça que apresenta durabilidade a longo prazo.
Esquadrias de aço
Versáteis, as esquadrias de aço ou ferro são as mais tradicionais. O modelo registra um bom preço no
mercado e aceita diversos sistemas de abertura. Podem ser usadas prontas ou confeccionadas sob
medida, conforme dito na introdução.
Porém, como desvantagem, apresenta baixa resistência à oxidação e enferrujam com facilidade, o que
demanda maior atenção à manutenção. Por conta dessa característica, não são indicadas em áreas
litorâneas.
Esquadrias de alumínio
Costumam registrar um preço superior em comparação a anterior, mas também demandam menos manutenção.
As esquadrias de alumínio são resistentes e duráveis (ótimas alternativas para áreas externas) e são
encontradas em diversas cores.
Como contrapartida aos benefícios, o baixo isolamento termoacústico pode ser um incômodo no conforto
da casa – o que pode ser resolvido com o emprego de vidros duplos e perfis maiores que melhoram a
performance.
Esquadrias de PVC
“O PVC, por ser um produto mais dinâmico, torna-se mais atual que as demais esquadrias e consegue em
menor tempo se adequar a novos métodos construtivos”, introduz Ronnie Girardi, da Belvedere
Esquadrias.
O material ganha espaço no mercado por conta de sua alta resistência, durabilidade e por não
necessitar de muita manutenção. As peças são, internamente, estruturadas em aço e produzidas em
diferentes tons – podem até mesmo simularum efeito madeira. Ele é considerado mais caro e, por conta
disso, menos acessível.
“O PVC, sem dúvidas, é o melhor produto para atenuação acústica e conforto térmico. Esse benefício
vem desde sua composição, já que é um produto isolante ao contrário do alumínio que são condutores.
Além disso, possui câmaras internas que atenuam ainda mais as ondas sonoras e retém o calor. Um teste
simples para sua eficácia é colocar um perfil de alumínio ao sol e fazer o mesmo com o perfil de pvc
e, em seguida, colocar a mão. O PVC foi criado para ter toda a eficiência”, explica em seguida.
Esquadrias de madeira
Sofisticadas e versáteis, as opções de madeira dão um toque muito elegante às edificações e asseguram
conforto térmico e acústico. Como ponto negativo, assim como o ferro, necessitam de manutenção
periódica. Além disso, aplicação rotineira devernizes e cuidados contra cupins.
“Essa esquadria é um produto que quando bem produzida passa a ter baixa manutenção. No entanto, não é
indicada para locais com umidade. Também deve ser exigida madeiras de alta densidade, o que fará toda
diferença na qualidade do produto”, aconselha Ronnie.
Esquadrias de vidro
O vidro irá depender de sua maior resistência. O mais indicado são perfis metálicos mais finos e que
integram ambientes internos e externos sem muitas interferências visuais. Sua perda é por não compor
todos os sistemas de abertura, pois são mais frágeis a impactos.
Porém o vidro temperado pode ser usado em caixilharia, o que significa que a chapa é envolvida em
seus quatro lados por perfis de alumínio ou PVC, como diz Girardi: “Ele torna-se bastante seguro com
a junção dos materiais. Outra opção bacana são os laminados temperados que são bem eficientes”.
Limpeza e manutenção
É importante passar para o cliente que cada material precisa de um produto específico para sua
limpeza – o melhor caminho é consultar com o fabricante as orientações sobre cada processo.
As fabricadas em aço, por exemplo, necessitam de prevenção para evitar o aparecimento de ferrugem, e
para as de madeira é essencial que recebam acabamento adequado para suportar os efeitos do clima.
Tipos de aberturas
Outro cuidado diz respeito aos tamanhos dos vãos e as escolhas de abertura, que devem ser bem
calculados e executados para evitar a entrada do frio ou a baixa iluminação. “Para as aberturas o
indicado é sempre o bem projetado, o melhor conselho nestes casos é uma conversa com o arquiteto”,
garante Ronnie.
Além do material, as esquadrias apresentam as seguintes alternativas de sistemas de abertura: 1. De
correr horizontal; 2. De correr vertical; 3. Pivotantes em torno de um eixo vertical; 4. Pivotantes
em torno de um eixo horizontal com uma única lâmina; 5. Pivotantes em torno de um eixo horizontal com
várias lâminas (basculantes); 6. Camarão.
Instalação
Na instalação, é extremamente necessário seguir as instruções dos manuais de orientação dos produtos
caso as peças sejam compradas prontas. Isso, claro, além de contratar um profissional que tome todos
os cuidados para a colocação correta. “O indicado é sempre instalar as esquadrias após os vãos
estarem arrematados e pintados, salvando de eventuais problemas como arranhões, manchas ou mais
danificações”, esclarece o entrevistado.
Ou seja, as portas e as janelas só devem ser instaladas quando toda a parte de alvenaria estiver
pronta. Assim evitando entortar ou prejudicar o funcionamento da abertura. Também é importante, como
profissional, instruir as demais equipes que não se deve assentar tijolos diretamente sobre o
utensílio, colocar calços no meio de sua base ou forçar os perfis.
Durante a instalação, é o momento onde devem ser consideradas as dimensões com folgas nos vãos, o
nivelamento, o alinhamento das superfícies, preservando o seu bom funcionamento.
Em casos de armazenamento, caso a esquadria não seja inserida de imediato, deve ser guardada longe de
ambientes úmidose de produtos químicos, como ácidos, solventes, materiais como cal e cimento. Também
não é uma possibilidade empilhá-las, pois pode ocorrer danificações.
Padrão de resposta esperado

Material Vantagens Desvantagens

• Sensível ao clima
• Versatilidade, por ser de fácil
manuseio; • Pintura periódica
Madeira • Montagem personalizada • Propaga chamas
em caso de incêndio
• Resistente a arrombamentos
• Difícil instalação

• Resistente a arrombamentos
• Custo mais elevado
• Não propaga chamas
Alumínio • Exige manutenção periódica
• Dispensa pintura
nos acabamentos
• Não enferruja

• Durabilidade
• Design atual • Custo mais elevado
PVC
• Ótima vedação térmica • Mais frágil a arrombamentos
• Não propaga chamas
_C.3_ Infográfico

Materiais, formas e modelos são basicamente o que diferencia as esquadrias, mas alguns critérios
são primordiais na utilização em uma construção.

elm = ilustração confusa, copiado somente o texto!

CONSTRUÇÃO

Planejamento Construtivo

Elementos Construtivos

Esquadrias:
> Portões
> Janelas
> Portas

Escolha do material:
> Resistência
> Investimento
> Manutenção
_C.3_ Conteúdo do livro

O engenheiro é um profissional que deve estar em constante aprimoramento, visto que as normas
e tecnologias estão em constante adaptação às novas realidades. Na proposta de leitura do capítulo
a seguir, você vai saber um pouco sobre esquadrias, sua definição aplicação e tipos.

Um engenheiro deve conhecer que tipos de esquadrias tem à sua disposição para o projeto. Elas
variam de acordo com vários fatores, padrão estético, robustez, resistência a agressores climáticos,
modos de abertura, entre outros. Tomando posse do conhecimento das esquadrias existentes, fica
mais fácil adaptar os projetos às situações específicas de condições locais, sejam climáticas,
culturais ou econômicas.
l suMÁRIO 1

!unidade 1

Obras de infraestrutura e obras civis ................................................. 13


Vinicius Simionato
Diferenças entre projetos de obras de infraestrutura e obras civis............................ 14
Indicar as principais etapas de elaboração de um projeto de infraestrutura ...... 16
Diferenças nas especificações de maquinário e materiais para diferentes
tipos de obras ........................................................................................................................................... 19

Fases de uma obra ....................................................................................27


André Luís Abitante
L Fases de uma obra ..................................................................................................................................... ~

Serviços preliminares e instalações provisórias .............................46


André Luís Abitante
Serviços preliminares ............................................................................................................................... 47
Instalações provisórias............................................................................................................................. 50

Locação da obra ........................................................................................57


André Luís Abitante
Locação da obra .......................................................................................................................................... 57
Equipamentos e ferramentas ............................................................................................................ 58
Processos de locação ..........................................................................................................................-...60

Obras de terraplenagem: máquinas e equipamentos................. 67


André Luís Abitante
Obras de terraplenagem ....................................................................................................................... 67
Escavação de valas para drenos e fundações .......................................................................... 72
Esgotamento das águas ......................................................................................................................... 76

Concret agem: mat eriais ..........................................................................80


Alessandra Martins Cunha
Concreto........................................................................................................................................................... 80
Agua .................................................................................................................................................................... 86
Aditivos .............................................................................................................................................................87

Concretagem: dimensiona mento e efeitos .....................................92


Alessandra Martins Cunha
Dosagem de concreto.............................................................................................................................92
Dosagem ou traço do concreto........................................................................................................ 94
Dosagem ..........................................................................................................................................................96
Efeitos .............................................................................................................................................................. 108
1 Concret agem : cura e control e t ecnológico ................................... 11 7 1
Vinicius Simionato
Cuidados no processo de cura do concreto ........................................................................... 117
Concreto fresco: controle da trabalhabilidade (teste de slump) ............................... 122

Controle da resistência do concreto: testes de com pressáo ........................................ 124

Fo rmas: confecção e colocação ........................................................130


André Luís Abitante
Formas: con fecção e colocação ...................................................................................................... 131

Tipos de formas .........................................................................................................................................135


Sistemas especiais de formas............................................................................................................153

Materi ais utilizad os para formas ......................................................................................................155 1

Unidade 2

Alvenaria: vedação e estrutural .......................................................... 161


André Luís Abitante
Alvenaria ........................................................................................................................................................ 162
Dimensionamento de um prédio não estruturado .......................................................... 165

Alvenaria: materiais ............................................................................... 173


André Luís Abitante
Alvenaria ......................................................................................................................................................... 173
Alvenarias de blocos naturais ........................................................................................................... 174

Alvenarias de blocos art ificia is .........................................................................................................176


Comparação entre tijolo maciço e bloco vazado ...............................................................179

1 Alvenaria: t écnicas construt ivas ........................................................ 1831


André Luís Abitante
Paredes em alvenaria: etapas........................................................................................................... 183
Técnicas de execução d e uma alvenaria .................................................................................. 195
Sistemas d e d istribuição de carga sobre a alvenaria ........................................................ 198

Revesti mentos: tipos ............................................................................. 206

::::·.: :::::·:.:::·:.::··.:·::::::·.: ::::


Ronei Tiago Stein

::~:::: ::~::: ~~~~·~;~~~·: : ~~i


l Principais propri ed ades dos refratári os cerâmicos .............................................................2~

Revestimentos: técnicas construtivas ..............................................218


Ronei Tiago Stein
Argamassas para revestimento .....................................................................................................218

Cuidados prévios necessários ........................................................................................................ 220


Cuidados no assentamento de revestimentos cerâmicos ............................................ 2 24
Unidade 3

Pavimentação: pavimentos flexível e rígido................................. 233


Lélis Esparte/
runção de um pavimento ................................................................................................................. 233
As camadas do pavimento flexível .............................................................................................. 235
Pavimento flexíve l x pavimento rígido ...................................................................................... 238

Pavimentação: materiais ...................................................................... 243


Lélis Espartel
Agregado ...................................................................................................................................................... 243
Ligantes asfálticos ................................................................................................................................... 246
Material para base, sub-base e reforço do subleito........................................................... 248

1 Pavimentação: técnicas construtivas .............................................. 2561


Lélis Esparte/
Execução ::las camadas inferiores ................................................................................................. 257
Técnicas executivas de revestimentos ....................................................................................... 260
L Maqu inári 0 ................................................................................................................................................... 265 1

1 Pavimentação: controle de defeitos ................................................ 27 2


Lélis Esparte/
Processos de degradação .................................................................................................................. 273
Tipos de defeitos...................................................................................................................................... 275
Avaliação estrutural................................................................................................................................ 278
Técnicas de restauração ...................................................................................................................... 2 81

Impermeabilização: materiais ............................................................ 28 6


Ronei Tiago Stein
Impermeabilização: conceitos e importância ....................................................................... 28 6
Principais locais e usos de im permeabilizantes ...................................................................289
l _ :rincipais m ateriais im permeabilizantes .................................................................................. 290

l 1mpermeabilização: técnicas construtivas .................................... 298 1

Ronei Tiago Stein


Mecanismos de atuação da umidade na construção ...................................................... 29 8
Projeto de impermeabilização........................................................................................................ 3 02
Dificuldades encontradas no projeto de impermeabilização .......................... 303
Componentes do sistema de impermeabil ização ............................................................. 305

Esquad rias..................................................................................................313
Caroline Schneider Lucio
A importância das esquadrias nas edificações ...................................................................... 313
1 Tipos de esquadrias ............................................................................................................................... .315
L Materiais mais util izados para esquadrias................................................................................ 3~
IUnidade4

Vidros .......................................................................................................... 327


Caroline Schneider Lucio
O q ue são vidros....................................................................................................................................... 327
Principais características do vid ro .................................................................................................. 333

Pinturas...................................................................................................... 337
Caroline Schneider Lucio
Pintura ............................................................................................................................................................. 337
Sistemas de pintura ................................................................................................................................ 338
Tipos de t intas e acabamento .......................................................................................................... 340
Apl icação da t inta e de materiais utilizados
na construção ........................................................................................................................................ 341

Telhados e coberturas .......................................................................... 345


Caroline Schneider Lucio
l _ :oberturas ...................................................................................................................................................345 I
Esquadrias
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer a importância das esquadrias nas edificações.


„„ Identificar os tipos de esquadrias.
„„ Conhecer os materiais que são utilizados para a confecção de
esquadrias.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as esquadrias, que são elementos utiliza-
dos para preencher uma abertura de uma parede. Através delas é possível
controlar a passagem de agentes, ou seja, a luz, o calor, insetos, etc.
As esquadrias possuem uma importância tão grande para a cons-
trução que são consideradas um subsistema dela, com seu custo em
comparação ao total da obra, podendo chegar a valores bem altos.
Por isso, cabe ao profissional valer-se dos conhecimentos sobre as
técnicas de implementação de esquadrias e sobre os materiais de con-
fecção e suas várias formas. Conhecer o local onde está sendo construído
o prédio, o estilo, o espaço disponível e, claro, o gosto do cliente, são
essenciais para um projeto adequado.

A importância das esquadrias nas edificações


As esquadrias são elementos de grande importância nas edificações. Elas
são elementos de vedação, utilizados no controle de fechamento ou abertura
de vãos. As esquadrias são inseridas nos projetos de edifício para promover
a passagem de ar (ventilação) e/ou luminosidade. Também são uma barreira
contra a passagem de agentes (umidade, estanqueidade acústica, poeira, vento,
insetos, calor, visão, chuva, etc.) ou de indivíduos indesejáveis.
314 Construção civil

São denominadas esquadrias:

„„ as janelas,
„„ as portas,
„„ outros (telas, brises, portões, gradis, etc.).

A determinação das aberturas de uma edificação começa na etapa de


projeto, com a escolha do estilo, da posição solar, da quantidade e do dimen-
sionamento. Com a escolha da esquadria, é possível projetar uma edificação
desde o estilo mais clássico até o mais moderno, visto que as esquadrias
também exercem uma função estética nas fachadas das edificações comerciais
e residenciais.
A posição solar e o direcionamento do vento devem ser considerados na
hora de escolher o local para a inserção das esquadrias. Essa consideração
promove o melhor aproveitamento da luminosidade proveniente da luz solar,
bem como do vento para a ventilação dos ambientes, beneficiando os ocupantes
da edificação com a economia de energia elétrica, entre outras vantagens.

Figura 1. Representação de um guarda-corpo.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008).

No caso de portas e janelas não térreas, elas devem possuir guarda-corpos,


conforme ilustra a Figura 1. No caso de guarda-corpos (do tipo gradil), o
espaçamento entre perfis verticais (vão luz) não deve ser superior a 0,11 m. A
configuração do guarda-corpo precisa prever um componente de fechamento
posicionado no lado interno.
As esquadrias externas devem atender as especificações constantes da
ABNT NBR 10821:2011:
Esquadrias 315

„„ Desempenho acústico
„„ Penetração de ar
„„ Estanqueidade à água
„„ Resistência a cargas uniformemente distribuídas
„„ Resistência às operações de manuseio

Os projetos de edificações têm de considerar sua função: edificação resi-


dencial ou edificação comercial. Os projetos residenciais são subdivididos em
dois tipos: as construções unifamiliares e as multifamiliares. As construções
multifamiliares e comerciais, e suas esquadrias, têm de ser projetadas de acordo
com as regras específicas de segurança, buscando facilitar a evacuação em
caso de urgência. Estas questões, portanto, devem ser avaliadas na etapa de
projeto, a fim de evitar problemas futuros.

Para projetos de construções comerciais, é importantíssimo atentar para a acessibilidade,


pois todas as edificações precisam estar adequadas para o livre acesso das pessoas com
necessidades especiais. O dimensionamento de portas, corredores, acessos, rampas,
etc., precisa estar de acordo com a ABNT NBR 9050:2015.

Tipos de esquadrias
A seguir você vai ver os principais tipos de esquadrias:

Portas
As portas guarnecem os vãos destinados à passagem de indivíduos e objetos.
São muitos os tipos de portas existentes no mercado. Veja na Figura 2 alguns
exemplos de portas vistas em planta baixa.
316 Construção civil

Figura 2. Representação das portas em planta baixa: (1) de abrir/pivotante; (2) de correr
(externa/interna); (3) pivotante (eixo central); (4) sanfonada; e (5) pantográfica/camarão.

As portas possuem medidas padrão. Sua altura deve ser a partir de 210
cm, e as larguras variam em função do local de posicionamento da porta nas
edificações.
Nas edificações comerciais, por exemplo, deve ser levado em consideração
o número de saídas (portas) e o dimensionamento delas para fins de evacuação
da edificação. É importante consultar a Resolução Técnica CBMRS n° 11 do
Corpo de Bombeiros – Saídas de emergência (RIO GRANDE DO SUL, 2015),
bem como as demais NBRs citadas nessa resolução.
As portas também devem atender a ABNT NBR 9077:2011 para a sua
distribuição, buscando atender a distância a percorrer até a saída de emergência.
As portas são compostas dos seguintes elementos (ver Figura 3):

„„ Guarnição – é responsável por esconder o rejunte entre a parede de


alvenaria e a madeira do batente.
„„ Batente – são perfis regulares, presos junto à abertura na parede e
permitem a fixação da folha. São compostos de dois montantes e uma
travessa, têm espessura em torno de 4,5 cm e largura variando com o
tipo da parede.
„„ Folha – é uma chapa responsável pela vedação da parede, quando a porta
está fechada, podendo ser lisa, vazada, maciça, oca, etc. É colocada no
batente por intermédio de dobradiças ou pinos.
Esquadrias 317

„„ Caixilho – é o engradado ou armação com um rebaixo em todo o seu


perímetro, onde são encaixadas e presas (para sustentação) as placas de
vidro ou outro material translúcido ou transparente de janelas, portas,
etc.

Figura 3. Representação em planta dos elementos das portas.

Os batentes são fixados conforme o tipo de parede, o tipo de porta ou


janela e o tipo de batente, onde deve-se atentar às dimensões e ao alinhamento
(prumos). Os batentes podem ser fixos por pregos ou parafusos, chumbando-os
na alvenaria. A espuma de poliuretano expansiva ajuda no enquadramento
do batente no vão, onde, ao fixar, deixa-se uma folga de aproximadamente 1
cm para possibilitar a colocação da espuma. A espuma poderá ser colocada
em faixas de 30 cm, em torno do batente, com o auxílio de um aplicador em
6 pontos. Não é necessário alisar a espuma, e deve-se deixar secar durante 1
hora para, posteriormente, cortar e dar acabamento.

Janelas
As janelas possuem funções estéticas, de luminosidade, ventilação, segurança,
isolamento térmico e isolamento acústico. Seus principais elementos são o
batente, a guarnição, o caixilho (vidro) e o contramarco. Veja na Figura 4
representações de diferentes tipos de janelas em planta baixa.
318 Construção civil

Figura 4. Representação das janelas: (1) janela de correr; (2) janela guilhotina; (3) janela de folha fixa;
(4) janela de abrir de eixo vertical, com folha dupla ou simples; (5) janela projetante e de tombar; (6)
janela projetante deslizante; (7) janela projetante pivotante; e (8) janela basculante.

Cada configuração de abertura e funcionamento das janelas possui van-


tagens e desvantagens, conforme você vai ver a seguir.

Janelas de correr
Formadas por uma ou várias folhas que podem ser movimentadas por desli-
zamento horizontal no plano da janela. As principais vantagens das janelas de
correr são: permitem a ventilação de fácil regulagem; as folhas não se mexem
sob a ação do vento; elas não ocupam áreas externas ou internas, favorecendo
o uso de telas, grades ou persianas; são simples de manobrar; possuem baixa
manutenção; e é possível realizar folhas de grandes dimensões.

Janelas guilhotina
São formadas por uma ou várias folhas, que podem ser movimentadas por
deslizamento vertical, no plano da janela. Suas principais vantagens são a
ventilação razoavelmente regulável e a posição não incômoda na área interna
ou externa, mesmo sob a ação do vento.
Esquadrias 319

Janelas de folha fixa


Estas janelas não possuem movimento, pois o vidro é fixo. São indicadas
somente para iluminação.

Janelas de abrir de eixo vertical, com folha dupla ou


simples
São formadas por uma ou mais folhas, que podem ser movimentadas com
rotação em torno de eixos verticais fixos, coincidentes com as laterais da folha.
Podem ser classificadas em janelas de abrir para o lado de dentro ou para o
lado de fora da edificação. Suas vantagens em relação aos outros tipos citados
são a abertura completa do vão, o que facilita a limpeza externa; o fato de não
incomodarem nas operações de manobra; e a boa estanqueidade ao ar e à água.

Janelas projetantes e de tombar


São formadas por uma ou mais folhas que podem ser movimentadas por
rotação em torno de um eixo horizontal fixo, situado na extremidade superior
(projetante) ou inferior (de tombar) da folha. O movimento de abertura da
folha pode ser para o lado de dentro ou para o lado de fora da edificação. A
projetante possibilita boa ventilação nas áreas interiores, permite debruçar-
-se no vão aberto e promove boa estanqueidade ao ar e à água. A janela de
tombar oferece boa ventilação, boa estanqueidade ao ar e à água, além da
facilidade de limpeza.

Janelas projetantes deslizantes


Também são formadas por uma ou mais folhas, que podem ser movimentadas
em torno de um eixo horizontal, com translação simultânea desse eixo. Suas
vantagens são as mesmas das janelas projetantes: com braço de articulação
adequado, podem abrir em um ângulo de até 90°, melhorando a ventilação e
as condições de limpeza.

Janelas pivotantes verticais


As janelas pivotantes verticais são constituídas por uma ou várias folhas, que
podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo vertical e
não coincidente com as laterais das folhas. Permitem a abertura de grandes
320 Construção civil

dimensões com um único vidro; são fáceis de limpar; possuem graduação da


ventilação; e possibilitam se debruçar no vão.

Janelas basculantes
Possuem eixo de rotação horizontal, centrado ou excêntrico que não coincide
com as extremidades superior ou inferior da janela. É muito empregada em
cozinhas, banheiros, áreas de serviço, armazéns e escolas. Possuem regulagem
da ventilação e podem ser abertas sem entrada de água em chuvas fracas. São
de fácil limpeza e recomendadas para paredes internas. Podem ser instaladas
em divisórias ou corredores porque têm pequena projeção para ambos os lados,
sem prejuízo das áreas próximas.

Janelas sanfonas ou camarão


Formadas por duas ou mais folhas articuladas entre si que, ao se abrirem,
dobram-se uma sobre as outras, por deslizamento horizontal ou vertical de
seus eixos de rotação. No caso da janela sanfona de eixo vertical, as vantagens
podem ser semelhantes às da janela de abrir. Já a de eixo horizontal pode
apresentar vantagens parecidas com as da projetante.

Para saber mais sobre a distribuição de portas (saídas de emergência) em edificações


comerciais, leia a Resolução Técnica CBMRS n° 11 – Corpo de Bombeiros (RIO GRANDE
DO SUL, 2015).

Materiais mais utilizados para esquadrias


Os materiais mais comuns para a produção de esquadrias são: madeira, alu-
mínio, aço (ferro) e PVC. Você vai ver a seguir algumas características das
esquadrias produzidas em cada um destes materiais.
Esquadrias 321

Madeira
As esquadrias de madeira destacam-se pelo requinte e pela nobreza, pois nelas
são utilizadas madeiras nobres com alto valor agregado. A madeira escolhida
deve possuir uma maior resistência a intempéries, ou seja, suportar sol, chuva
e umidade (SANTOS; DUARTE, 2013). As esquadrias de madeira também
proporcionam um excelente isolamento acústico.
Para manter a qualidade, deve-se utilizar madeira devidamente seca. Se a
madeira não se encontrar nessa condição, podem ocorrer deformidades e alte-
rações de dimensionamento. A utilização da madeira seca elimina problemas
durante a instalação e principalmente durante a utilização.
A madeira entregue na obra não possui qualquer proteção superficial, por
isso, após sua instalação, deve ser feita uma pintura ou envernizamento. Além
disso, as esquadrias de madeira exigem manutenção periódica para manter a
qualidade das esquadrias.

Alumínio
As esquadrias de alumínio possuem maior valor agregado, e são empregadas
quando há a necessidade de grande resistência. Possuem grandes vantagens
em relação aos demais tipos de esquadrias, pois não oxidam, não necessitam
de pintura, não perdem o brilho e não alteram sua estrutura com variações
dimensionais (SANTOS, 2004).
De acordo com a ABNT NBR 12609:2012, ABNT NBR 12613:2006 e
ABNT NBR 14125:2016, os perfis de alumínio devem ser protegidos por
anodização ou pintura. A anodização é a formação de camada uniforme
de óxido de alumínio na superfície do alumínio, visando a proteger contra
corrosão, ar salino, fumaça industrial, etc. A pintura eletrostática refere-se à
aplicação de uma tinta em pó, utilizada para uma pintura resistente utilizando
princípios eletrostáticos. Sua utilização, além da proteção, visa a uma cobertura
uniforme e de qualidade.

Aço
As esquadrias de aço, popularmente conhecidas como “esquadrias de ferro”,
são muito comuns nas construções em bairros de baixa renda, pois possuem
menor valor agregado. De acordo com a ABNT NBR 10821:2011, com relação
às esquadrias de aço carbono ou liga aço-cobre, se não forem galvanizados, os
perfis devem receber pintura ou tratamento que assegure a proteção contra a
322 Construção civil

corrosão durante sua vida útil, prevendo-se manutenção. A mesma norma cita
que, para esquadrias de aço inoxidável, não é necessária proteção adicional
na superfície.

Como principais características destacam-se a grande sensibilidade à corrosão,


além da boa condução térmica (HUTH, 2007).

PVC
As esquadrias de PVC são feitas de material plástico e aditivos que garantem
uma maior estabilidade térmica e resistência ao intemperismo. O tipo de
PVC é diferente do usado em tubos e forros, pois os perfis são obtidos pelo
processo de extrusão, e a mistura de materiais é o que vai garantir a qualidade
da esquadria.
Atualmente, estão disponíveis no mercado em poucas cores. Porém, as
esquadrias em PVC vêm ganhando bastante espaço nas edificações devido
às suas características de boa resistência à oscilação de temperatura, a in-
tempéries, à UR. Apresentam bom desempenho em regiões litorâneas, não
necessitam pinturas, não mancham ou perdem o brilho e são de fácil limpeza.
Elas são fornecidas prontas para colocação em obra e são autoextinguíveis
(não propagam chamas). Possuem ainda baixo coeficiente de transmissão de
calor e permitem a utilização de vidros duplos (HUTH, 2007).

Para exemplos de como é feita a instalação das esquadrias com detalhes, leia o trabalho
Instalação de esquadrias de alumínio: prática e inovação (LIZUCA, 2001).
324 Construção civil

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10821:2011. Esquadrias


externas para edificações – Parte 2: Requisitos e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12609:2012. Tratamento
de superfície do alumínio e suas ligas. Anodização para fins arquitetônicos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12613:2006. Alumínio e
suas ligas – Tratamento de superfície. Determinação da selagem de camadas anódicas.
Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14125:2016. Alumínio e
suas ligas – Tratamento de superfície – Revestimento orgânico para fins arquitetô-
nicos – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14718:2008. Guarda-corpos
para edificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050:2015. Acessibilidade
a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9077:2001. Saídas de
emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
HUTH, P. Análise da relação custo-benefício de esquadrias externas para edificações
residenciais com diferentes materiais. 2007. Monografia (Graduação em Engenharia
Civil) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2007.
LIZUCA, M. T. Instalação de esquadrias de alumínio: prática e inovação. 2001. Dissertação
(Mestrado Profissional em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Mackenzie, São Paulo, 2001.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Segurança Pública. Comando do Corpo de
Bombeiros Militar do RS. Divisão Técnica de Prevenção de Incêndio e Investigação.
Resolução Técnica CBMRS n° 11: Parte 01 Saídas de Emergência 2015. Porto Alegre: Se-
cretaria da Segurança Pública, 2015. Disponível em: <http://www.cbm.rs.gov.br/
wp-content/ uploads/2016/09/RTCBMRS-N%C2%BA-11-PARTE-01-2015-SA%C3%
8DDAS-DE-EMERG%C3%8ANCIA.pdf>. Acesso: 07 fev. 2017
SANTOS, J. A.; DUARTE, C. Degradação e proteção superficial da madeira em exterior.
Corrosão e Proteção de. Materiais, Lisboa, v. 32, n. 1, p. 10-18, mar. 2013.
SANTOS, W. B. D. A iInovação do PVC em janelas: estudo comparativo entre PVC e alu-
mínio, segundo as normas técnicas. 2004. Monografia (Graduação em Engenhariaeiro
Civil) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2004.
Esquadrias 325

Leitura recomendada
DECORFACIL. Modelos e tipos de janela. [S.l.]: Decorfácil, 2015. Disponível em <http://
www.decorfacil.com/ modelos-e-tipos-de-janelas/>. Acesso em: 05 jan. 2017.
_C.3_ Dica do professor

Na Dica do professor a seguir, é dado um resumo sobre as esquadrias mais comuns, seus materiais
de fabricação e alguns de seus diversos formatos, bem como sobre os elementos que as compõem.
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4min
_C.3_ Exercícios

1) Selecione a alternativa que mais se encaixa com relação aos padrões necessários para uma
esquadria ideal em uma construção.

A) Estética.

B) Material utilizado.

C) Praticidade de instalação e manutenção.

D) Todas as alternativas estão corretas.

E) Isolação acústica.

A. Estética.
Embora pareça menos relevante, a estética é caráter fundamental na
elaboração de um projeto.

B. Material utilizado.
Dependendo do local a ser construído o prédio, a posição, entre outros
aspectos, as esquadrias tendem a sofrer um desgaste mais rápido. Isso
resultaria em uma substituição precoce.

C. Praticidade de instalação e manutenção.


Uma boa esquadria deve permitir fácil instalação e manutenção, pois poupa
tempo de mão de obra e custo com materiais.

GAB D. Todas as alternativas estão corretas.

Todos são essenciais, assim como outros aspectos.

E. Isolação acústica.
É fundamental que o interior de um edifício seja minimamente influenciado
por sons externos, especialmente quando o imóvel for em um grande centro
urbano.
2) Qual desses elementos é relativo ao suporte dos vidros de uma esquadria?

A) Contramarco.

B) Batente.

C) Caixilho.

D) Guarnição.

E) Componente de fixação.

A. Contramarco.
Esse elemento dá a forma geométrica da esquadria, onde os demais elementos
dela são fixados.

B. Batente.
Esse elemento delimita o movimento/a posição dos caixilhos.

GAB C. Caixilho.
O caixilho é um elemento que compõe a esquadria, onde ficam dispostos os
seus vidros.

D. Guarnição.
A guarnição é o acabamento da esquadria. Esconde imperfeições do contramarco
com a abertura.

E. Componente de fixação.
Esse elemento fixa o contramarco à parede.
3) Qual é a função da guarnição?

A) Promover isolamento acústico.

B) Proporcionar isolamento térmico.

C) Fixar a esquadria na abertura.

D) Dar suporte aos vidros da esquadria.

E) Dar acabamento à instalação da esquadria, ocultando possíveis imperfeições.

A. Promover isolamento acústico.


O isolamento acústico depende do material e da maneira como foi feita a
esquadria.

B. Proporcionar isolamento térmico.


O isolamento térmico provém da natureza do material da esquadria e da sua
confecção.

C. Fixar a esquadria na abertura.


A fixação é feita por meio do contramarco em conjunto com os elementos de
fixação (grampas, chumbadores e parafusos).

D. Dar suporte aos vidros da esquadria.


Essa é a função dos caixilhos.

GAB E. Dar acabamento à instalação da esquadria, ocultando possíveis


imperfeições.
Esta é a função da guarnição.
4) Considere um apartamento no segundo andar, onde haverá uma substituição das esquadrias.
Esse apartamento se localiza em uma região bastante movimentada da cidade. A posição da
construção torna o apartamento muito sujeito à ação da umidade e de chuvas. Qual seria o
material mais adequado, de acordo com a aplicação, a estética e o custo-benefício para a
confecção das janelas desse apartamento?

A) PVC e/ou alumínio.

B) Madeira.

C) Ferro.

D) Vidro.

E) Vidro blindado.

GAB A. PVC e/ou alumínio.


Esta seria a melhor opção, pois PVC e alumínio são resistentes à umidade e
chuva, não havendo oxidação. Por se tratar de um andar alto e de um local
bem movimentado, a possibilidade de invasões é quase nula, não sendo
necessária uma esquadria muito resistente.

B. Madeira.
Com a incidência de chuva e umidade, a madeira torna-se um material muito
vulnerável. A repintura da esquadria seria constante.

C. Ferro.
A incidência de chuvas e umidade provocaria rápida corrosão no ferro,
exigindo repintura constante.

D. Vidro.
O vidro não ofereceria uma boa isolação acústica para abafar os sons da rua
movimentada. E, além disso, estaria sujeito a arremesso de pedras e outros
objetos que podem danificar a esquadria.

E. Vidro blindado.
O vidro forneceria uma ótima luminosidade e seria seguro por ser blindado.
Porém, os custos de fabricação e instalação iriam reduzir consideravelmente
o custo-benefício dessa opção.
5) Quais são materiais de fabricação de esquadrias?

A) OSB.

B) Somente PVC.

C) Madeira, PVC, alumínio e ferro.

D) MDF.

E) Somente vidro.

A. OSB.
O OSB é um painel de madeira reconstituída, que é muito utilizado em
móveis, isolamento acústico, porém não é utilizado para esquadrias.

B. Somente PVC.
Em situações nas quais a resistência mecânica possa ser menor, as
esquadrias podem ser confeccionadas em PVC.

GAB C. Madeira, PVC, alumínio e ferro.


Esses são materiais que unem as características das esquadrias como boa
resistência.

D. MDF.
O MDF é muito sensível à umidade, por isso não é aconselhável seu uso em
esquadrias.

E. Somente vidro.
O vidro é um elemento da esquadrias, porém não é o único. Para sua
utilização, é necessária a utilização de uma estrutura metálica, por
exemplo.
_C.3_ Na prática

Escolher as esquadrias erradas para um projeto, além de diminuir a atratividade estética do edifício,
pode acarretar custos extras com manutenção e substituição. Você, engenheiro, deve analisar bem
o local onde será feita a construção e/ou a reforma.

Devem ser observados itens como: a precipitação (chuva) local, se fica próximo de mar, de rio ou de
lagoa, a umidade média e, claro, o que será feito dentro da construção, visto que os agressores das
esquadrias podem vir de dentro. Vale a pena conferir as indicações de esquadrias para aplicações
específicas, isso irá garantir um projeto satisfatório.

elm = figura irrelevante, deletada. Copiado o texto.

Relembrando, quando vamos escolher uma esquadria, devemos observar:

> Local da construção


> Aplicação da construção
> Estética
> Custo-benefício
> Gosto do cliente
_C.3_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

5 OPÇÕES DE MATERIAIS PARA ESQUADRIAS, PORTAS E


JANELAS
https://pkodobrasil.com.br/blog/5-opcoes-de-materiais-para-esquadrias-portas-e-janelas/

pág internet

NBR 10821
https://www.anavidro.com.br/abnt-nbr-10821-esquadrias-externas-para-edificacoes/

elm = Ver pdf:


normAbnt_10821_1_2017_Esquadrias_Terminologia_19p_www
normAbnt_10821_2_2017_Esquadrias_Requisitos_27p_www

Conheça a importância das esquadrias e quais tipos podem ser


usados na sua casa
https://construtorarivello.com.br/conheca-a-importancia-das-esquadrias-e-quais-
tipos-podem-ser-usados-na-sua-casa/

pág internet

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


CUNHA, A. M. et al. Construção civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
IBDA. Quais são as diferenças entre os vários tipos de esquadrias? Disponível em: http://
www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=43&Cod=1383. Acesso em: 13
mar. 2017.
SITE. Dica da Arquiteta. Disponível em: http://www.dicadaarquiteta.com.br/2015/09/
vocesabe-escolher-esquadria-ideal-para.html. Acesso em: 13 mar. 2017.
SITE. Esquadrias de PVC. Esquadrias de PVC, alumínio ou madeira: veja os prós e contras.
Disponível em: http://www.squadrapvc.com.br/noticias/esquadrias-de-pvc-aluminio-
oumadeira-veja-os-pros-e-contras/. Acesso em: 13 mar. 2016.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Shanna Lucchesi Professor(a)
Caroline Schneider Gerente
Unidade de Negócios Rodrigo
Severo
Aula C.3
TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO - C (2024.ABR)
1.1 - Gestão preliminar do canteiro de obras
1.2 - Serviços preliminares e instalações provisórias
2.1 - Terraplenagem: movimentos de terra e equipamentos
2.2 - Locação da obra
3.1 - Alvenaria: Técnicas construtivas
3.2 - Revestimentos: técnicas construtivas
4.1 - Impermeabilização: Técnicas construtivas
4.2 - Telhados e coberturas
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Pinturas
__ C.2 Vidros
__ C.3 Esquadrias
__ C.4 Qualidade e desempenho na construção

Qualidade e desempenho na construção


_C.4_
Apresentação
A construção civil é caracterizada pela unicidade dos seus produtos: ainda que um mesmo edifício
seja construído mais de uma vez, ele seguirá sendo um produto único, visto que há variações em
materiais, solo e mão de obra, por exemplo, variando por regiões.

Nesse cenário, a qualidade do produto final e a sua durabilidade irão depender muito da etapa de
planejamento realizada no decorrer de todo o empreendimento, o que torna essa etapa
fundamental para o sucesso da construção.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a importância da qualidade de uma construção
e a sua relação com o planejamento estratégico do empreendimento. Você vai ver também
questões sobre gerenciamento dos processos, estudando a construção e instalação de um canteiro
de obras, e a qualidade relacionada ao produto final.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Expressar o significado de desempenho na construção.


• Diferenciar os tipos de preocupação com gestão na construção.
• Identificar a importância do planejamento na qualidade dos produtos e serviços.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil. Vídeo muito curto. Erros no conteúdo.
_C.4_ Desafio
A qualidade de uma construção está diretamente relacionada à qualidade dos materiais e serviços
empregados nela. Para garantir a qualidade dos materiais, a sua especificação deve ser bem
detalhada na fase de projetos (detalhamento do projeto).

É na etapa de projetos que os engenheiros irão definir os materiais e métodos construtivos que
devem ser empregados em cada situação, de acordo com a utilização de cada estrutura.

Considerando a etapa de projetos de detalhamento de engenharia, analise a situação proposta.

Um dos grandes desafios da construção civil é identificar as necessidades


dos usuários de cada edificação para, com base nelas, prosseguir com todas
as etapas do processo construtivo.

Devido à unicidade de cada construção e à complexidade das construções, o


setor da construção civil contém diferentes níveis atrelados a materiais e
serviços. Esses detalhes são especificados durante a fase de projeto.

Nesse contexto, imagine que você irá participar de uma reunião com a equipe
responsável por elaborar o manual de qualidade de uma obra de um estádio de
futebol.

Focando a importância da qualidade dos materiais e o bom andamento do projeto de engenharia,


que etapas você pode apresentar na reunião como sugestões para serem seguidas?

elm = Excerto do infográfico: "A partir das informações elaboradas na fase de projetos
(engenharia), é realizado o planejamento da construção. O planejamento deve englobar todo o
ciclo de vida do empreendimento, desde o projeto, a fabricação, a produção até as etapas de
uso e manutenção."

Padrão de resposta esperado

Em relação à qualidade dos materiais, quatro etapas são primordiais:

1 – Etapa de projeto, com a especificação dos materiais. É nessa etapa que


ocorre a escolha do material e todo o projeto é realizado com base nas
propriedades do material especificado.

2 – Etapa de compra do material, que deve ocorrer de acordo com o


especificado no projeto. Nessa etapa, não se pode observar apenas o preço e,
sim, considerar as propriedades especificadas.

3 – Etapa de recebimento, com a necessidade de inspeção do material e juntada


do material comprovatório do que está sendo recebido.

4 – Etapa de aplicação, em que todas as diretrizes de projeto e diretrizes do


fabricante devem ser garantidas.
_C.4_ Infográfico
O setor da construção civil é apontado como um setor com produtividade relativamente baixa.
Parte dessa baixa produtividade é associada às atividades de cunho manual, quase artesanais, que
caracterizam o setor. De forma amenizar os impactos relativos ao processo construtivo, um bom
planejamento torna-se fator essencial e, para isso, conhecer as etapas da construção associadas ao
prazo de cada uma delas irá determinar a qualidade e durabilidade daquela construção.

A partir das informações elaboradas na fase de projetos (engenharia), é realizado o planejamento da


construção. O planejamento deve englobar todo o ciclo de vida do empreendimento, desde o
projeto, a fabricação, a produção até as etapas de uso e manutenção.

Neste Infográfico, observe as etapas que podem ser associadas a uma construção, do projeto até o
uso e manutenção.

ETAPAS ASSOCIADAS À CONSTRUÇÃO

Pode ser observado que o desempenho da construção está diretamente ligado


ao planejamento e às especificações de projeto. São essas especificações
que irão nortear toda a etapa de planejamento das edificações.
_C.4_ Conteúdo do livro

Os projetos da construção civil são caracterizados pela unicidade dos seus produtos. E, para
produtos únicos, a tarefa de gerenciar o projeto deve ser ainda mais assertiva. Nesse contexto, as
ferramentas de controle da qualidade na construção civil devem focar os principais processos
relacionados ao planejamento, desenvolvimento, verificações e ajustes das atividades de forma a
garantir o desempenho da edificação conforme o projeto.

No capítulo Qualidade e desempenho na construção, base teórica desta Unidade de


Aprendizagem, você vai ver o conceito de qualidade e sua relação com o planejamento estratégico.
Vai entender como se dá o gerenciamento de processos com foco na construção e instalação de
um canteiro de obras, e a responsabilidade dos profissionais de engenharia e arquitetura em etapas
diversas da construção.
SUMÁR~
Unidade 1

Ciência dos materiais .......................................................................................13


Edir dos Santos Alves
Contextualização....................................................................................................................................................13
Ciência dos materiais ...........................................................................................................................................14
Engenharia de materiais .................................................................................................................................... 16
Materiais de construção ..................................................................................................................................... 19

Qualidade e desempenho na const rução ............................................... 23


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Qualidade .................................................................................................................................................................. 23
Gerenciamento de processos ........................................................................................................................24
Princípios básicos para elaboração de um layout adequado de canteiro........................ 26
Qualidade nas obras de construção civil ................................................................................................ 27 1
!Aglomerantes .................................................................................................... 3Ql
Edir dos Santos Alves
Conceitos.................................................................................................................................................................... 30
Tipos de cimento....................................................................................................................................................32
Ensaios de cimento ...............................................................................................................................................33
Processo de fabricação do cimento Portland ..................................................................................... 38

Agregados........................................................................................................... 45
Edir dos Santos Alves

LII;~~~f~~:;;,~Lad~s ~ ~
!Adit ivos e adições ............................................................................................ 54
;
Edir dos Santos Alves
Contextualização................................................................................................................................................... 54
Aditivos e adições ..................................................................................................................................................55
Tipos de aditivos.................................................................................................................................................... 57
Aplicações dos aditivos ......................................................................................................................................61

Unidade 2

Normalização da construção ....................................................................... 65


Edir dos Santos Alves
ContextualiLação sobre normalização .................................................................................................... 65
Uso de normas na construção civil............................................................................................................ 66
Auditorias comumente empregadas ....................................................................................................... 68
Benefícios da normalização na construção ..........................................................................................70

Ped ras naturais para co nstrução ................................................................. 75


Edir dos Santos Alves
Fundamentos sobre pedras naturais .........................................................................................................75
Exploração e caracterização de rochas para construção civil.................................................. 78
Principais aplicações das rochas na construção civil .....................................................................~
Argamassas ......................................................................................................... 9)1
Edir dos Santos Alves
Contextualização....................................................................................................................................................93
Conceitos importantes sobre argamassas ............................................................................................ 94
Classificação das argamassas..........................................................................................................................97
Propriedades das argamassas ....................................................................................................................... 99

Proj eto e meio ambiente ............................................................................. 104


Edir dos Santos Alves
Contextualização................................................................................................................................................. 104
Ciclo de vida ........................................................................................................................................................... 106
Projetos qualificantes........................................................................................................................................ 108
Materiais ecoamigáveis .................................................................................................................................... 1~

Madeiras .............................................................................................................. 116 I


Edir dos Santos Alves
Estru turas em madeira...................................................................................................................................... 116
Tipos de madeiras................................................................................................................................................ 119
Principais aplicações das madeiras ........................................................................................................ 1~

r Unidade 3

Concreto leve ................................................................................................... 125


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Poliestireno expandido (EPS) ....................................................................................................................... 125
Concreto leve com EPS .................................................................................................................................... 126
Processo de preparação e mistura do concreto leve de EPS .................................................. 130

Concretagem e cura do concreto ............................................................. 135


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Concretagem ......................................................................................................................................................... 135
Cura ............................................................................................................................................................................. 143

Água e cu ra do concreto.............................................................................. 147


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Fator A/C ................................................................................................................................................................... 147
Teste de Slump ..................................................................................................................................................... 149
Cura .............................................................................................................................................................................. 151 1

1 Resistência do concreto ............................................................................... 155 1

Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo


Carac terísticas ....................................................................................................................................................... 155
Corpos de prova .................................................................................................................................................. 156
Cá lculo da resistência ....................................................................................................................................... 158
Ensaios de resistência à compressão ...................................................................................................... 159
Ensaio de prova de carga da estrutura .................................................................................................. 162

Dosagem de conc reto .................................................................................. 165


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Concreto ................................................................................................................................................................... 165
Traço ............................................................................................................................................................................166
Dosagem racional do concreto ................................................................................................................. 173
ILJnidade4

Controle tecnológ ico do concreto ............................................................ 179


Ederval de Souza Lisboa
Fatores que influenciam a qualidade do concreto ........................................................................ 180
Cuidados no armazenamento dos materiais componentes do concreto...................... 182
Ensaio de compressão ..................................................................................................................................... 186

Concretos especiais ....................................................................................... 191


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Evolução do concreto ..................................................................................................................................... 19 1
L Características do concreto especial ..................................................................................................... 19-=--i

1 Conformidade e qualidade ......................................................................... 199


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Conformidade e qualidade ........................................................................................................................... 199
Coleta da amostra de concreto ............................................................................................................... 200
Moldagem do corpo de prova .................................................................................................................. 200

Outras propriedades do concreto ............................................................ 206


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Propriedades do concreto.............................................................................................................................206
Estrutura interna do concreto .....................................................................................................................209
L Tipos de deformaçóes .....................................................................................................................................209

Retração e fissuração no concreto ........................................................... 2161


Gustavo Henrique Alves Gomes de Melo
Fissuração ................................................................................................................................................................. 216
Por que você deve se preocupar com as fissuras no concreto? .......................................... 217
Assentamento do concreto ......................................................................................................................... 218
Deformaçóes no concreto ............................................................................................................................ 219
Fissuração por retração hidráulica ........................................................................................................... 224
Avaliação da tendência de fissura do concreto por efeito da retração térmica ......... 224
Como prevenir a fissuração? .......................................................................................................................225
Qualidade e desempenho
na construção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„„ Expressar o significado de desempenho na construção.
„„ Diferenciar os tipos de preocupação com gestão na construção.
„„ Identificar a importância do planejamento na qualidade dos pro-
dutos e serviços.

Introdução
Neste texto, você vai aprender conceitos de qualidade e desempe-
nho na construção. Qualquer atividade da Engenharia estará sujeita
à interferência de problemas e defeitos relacionados com a quali-
dade dos materiais de construção. Cabe a você buscar informação
sobre os principais aspectos que influenciam no desempenho dos
materiais.

Qualidade
A qualidade de uma construção deve-se a um bom planejamento estratégico.
Este é um processo gerencial que permite estabelecer um direcionamento a
ser seguido durante a obra, com o objetivo de aprimorar a relação entre a
construção e seu ambiente.
O planejamento consiste em uma estrutura lógica de tarefas a serem exe-
cutadas (interdependências, durações mínimas e máximas da execução total
planejada):
Previsão: relação das tarefas.
Programa: interdependências das tarefas e dos prazos.
Execução: verificação dos prazos e atenção para não haver atrasos.
Coordenação: recebimento de informações e ordenação das tarefas.
Controle: conferência da execução das tarefas; introduz ou retira serviços.
24 Materiais de construção: concreto e argamassa

Figura 1.
Fonte: Laufer e Tucker (1987).

Gerenciamento de processos
O gerenciamento de processos é primordial para a qualidade na construção
civil. Para que as construtoras obtenham o máximo desempenho da gestão da
qualidade, o primeiro passo é fazer um mapeamento metódico dos principais
processos que serão necessários em determinada construção.

Construção e instalação de um canteiro de obras


Após inúmeras análises de cálculos, projetos construtivos, viabilização da
construção, entre outros, a qualidade executiva de um bom empreendimento
deve atingir todas as etapas da obra, iniciando-se no planejamento e na cor-
reta instalação do canteiro de obras.
A instalação do canteiro de obras compreende a racionalização de onde
serão colocados todos os componentes, como barracão, bancada do armador,
formas, betoneira, areia, pedra, ferro, materiais, entulho, etc., sendo uma área
de trabalho fixa e temporária. Recursos dentro de um canteiro de obras:
Qualidade e desempenho na construção 25

Figura 2.

Figura 3. Exemplo da disposição de um canteiro de obras.

Armador Areia Brita 1 Brita 2 Saibro Carpinteiro


lavada

Betoneira
Tapume

Local
ocal daa construção
Lo co
onsttruçção

Elevador

Portaria
Encar. Engo Depósito Almoxa- Vest.
de cimento rifado
Portão de acesso
26 Materiais de construção: concreto e argamassa

Princípios básicos para elaboração


de um layout adequado de canteiro
„„ Economia de movimento

Diminuir os deslocamentos dos operários no transporte de materiais, má-


quinas e equipamentos.

„„ Fluxo progressivo

Direcionar o fluxo de produção sempre no sentido do produto acabado.

„„ Flexibilidade

Propiciar ao conjunto produtivo opções e facilidades de mudanças poste-


riores à implantação do projeto de layout.

„„ Integração

Integrar células produtivas no sentido do inter-relacionamento, tornando-


-as parte do mesmo organismo.

„„ Uso do espaço cúbico

Conhecer as necessidades de espaço nos vários planos e usar, caso neces-


sário, superposições de planos de trabalho.

„„ Satisfação e segurança

Motivar os operários e melhorar as condições de higiene e segurança do


trabalho.
Qualidade e desempenho na construção 27

Figura 4. Disposição inadequada.

Qualidade nas obras de construção civil


Na indústria da construção civil, o produto final (seja uma reforma, ampliação
ou uma nova edificação) terá no seu usuário peça fundamental de avaliação
da sua aplicabilidade e qualidade.
As edificações e as obras de engenharia e arquitetura, com as mais di-
versas funções e portes, estão obrigatoriamente presentes no cotidiano das
pessoas. Como exemplo, pode-se citar as casas, os edifícios, as escolas, as
estações de ônibus ou metrô, as vias de acesso, os locais de trabalho, os locais
de diversão (cinemas, teatros, parques), as barragens, as hidrelétricas gera-
doras de energia, etc.
Esta introdução serve para chamar atenção para a enorme responsabili-
dade dos profissionais de engenharia e arquitetura, uma vez que eles são res-
ponsáveis pelos projetos das edificações e pela análise das etapas envolvidas
neste complexo sistema: a) da fundação à superestrutura, incluindo as veda-
ções, os revestimentos, as instalações prediais; b) o conhecimento do solo
onde será executada a obra; c) o comportamento dos materiais a serem utili-
zados nas diversas etapas, os quais devem ser analisados pelo profissional de
forma interativa, pois é preciso prever como cada material irá se comportar
na presença de outro, bem como diante das diversas condições climáticas (p.
ex., ação do sol, chuva, vento) e da utilização da edificação quando concluída.
28 Materiais de construção: concreto e argamassa

1. Qual dos itens abaixo NÃO faz parte d) NBR ISO 9000.
das boas práticas durante o planeja- e) CONAMA 307.
mento de um projeto? 4. Em que momento NÃO se deve
a) Despreocupação com custo. decidir sobre a qualidade das cons-
b) Agregar “valor”. truções?
c) Verificar compatibilidade. a) Na redação de documentos
d) Simular opções. técnicos.
e) Testar alternativas. b) No campo.
2. Qual dos itens abaixo NÃO é definido c) Após a entrega da obra.
pelas normas? d) No treinamento de qualificação
a) Padrões a serem utilizados. de mão de obra.
b) Requisitos. e) Na exigência de certificados.
c) Ensaios. 5. Qual dos itens abaixo NÃO deve ser
d) Qualidade. usado para medir o nível de satis-
e) Custo. fação dos usuários?
3. Qual dos itens abaixo NÃO trata de a) Ensaios.
assuntos relacionados com gestão da b) Intuição.
construção e gestão ambiental? c) Modelos matemáticos.
a) PBPQ-H. d) Julgamento teórico.
b) NR -18. e) Inspeções posteriores à cons-
c) NBR ISO 1400. trução.
Qualidade e desempenho na construção 29

Referência

LAUFER, A.; TUCKER, R. L. Is construction planning really doing its job ? A critical exami-
nation of focus, role and process. Construction Management and Economics, London, n.
5, p. 243-266, 1987.

Leituras recomendadas
ADESSE, E.; MELHADO, S. B. A coordenação de projetos externa em empresas cons-
trutoras e incorporadoras de pequeno e médio portes. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 3., 2003. Anais... São Carlos: SIBRAGEC, 2003.

AGYOPAN, V. et al. Alternativas para redução do desperdício de materiais nos canteiros de


obras. São Paulo: [s.n.], 1998.

CALLEGARI, S.; BARTH, F. Análise da compatibilização de projetos em um edifício resi-


dencial multifamiliar em Florianópolis. In: ENCONTRO TECNOLÓGICO DA ENGENHA-
RIA CIVIL E ARQUITETURA, 6., 2007. Anais... Maringá: [s.n.], 2007.

COLOMBO, C. R.; BAZZO, W. A. Desperdício na construção civil e a questão habitacional:


um enfoque CTS. [S.l.: OEI, 2001]. Disponível em: <http://www.oei.es/salactsi/colom-
bobazzo.htm>. Acesso em: 19 jul. 2016.

CORRÊA, C. V.; ANDERY, P. R. P. Dificuldades para a implementação de projetos para a


produção de alvenaria: um estudo de caso. Gestão e Tecnologia de Projetos, São Carlos,
v. 1, n. 1, p. 104-125, 2006.

FERREIRA, R. C.; SANTOS, E. T. Características da representação 2D e suas limitações na


etapa de compatibilização de projeto. Gestão e Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 2,
n. 2, p. 36-52, 2007.

FORMOSO, C. T. et al. As perdas na construção civil: conceitos, classificações e o seu papel


na melhoria do setor. Porto Alegre: UFRGS, 1996.
_C.4_ Dica do professor

A qualidade dos projetos é determinante para o sucesso dos empreendimentos. A utilidade dos
projetos e serviços será norteada por normas que irão definir os requisitos a serem seguidos, tanto
para os materiais quanto para os serviços.

Nesse contexto, um sistema de gestão deve estar relacionado à construção, de forma a associar as
normas relativas à construção com as normas que tratam de fatores externos, tais como
responsabilidade social e ambiental, e conforto e segurança de todos os envolvidos no
empreendimento.

Veja, nesta Dica do Professor, a exposição de alguns pontos relacionados ao desempenho das
construções, associados a materiais e serviços, em situações diversas de projetos.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
b45664c8225e50bf603150552d18b6c5

6min
_C.4_ Exercícios

1) Uma das etapas do planejamento de uma construção é a etapa de projeto de engenharia.


Nessa etapa, são definidos os pré-requisitos dos materiais e serviços, definições
fundamentais para garantir a satisfação do cliente final.

Em relação à etapa de projeto de engenharia, analise os itens a seguir e os associe às


respectivas informações nas colunas.

I. Custo

II. Valor

III. Compatibilidade

IV. Alternativas

( ) Verificação de inconsistências entre projetos.

( ) Atendimento às necessidades com o menor gasto.

( ) Análise de diferentes sistemas para a tomada de decisão.

( ) Reflexo da satisfação do cliente quanto ao produto.

Assinale a alternativa que contém a ordem correta de associação.

A) III, I, IV, II.

B) IV, I, III, II.

C) I, IV, II, III.

D) II, I, III, IV.

E) I, II, IV, III.

GAB A. III, I, IV, II.


Custo diz respeito ao atendimento às necessidades com o menor gasto.
Valor é o reflexo da satisfação do cliente quanto ao produto.
Compatibilidade é uma etapa de verificação de inconsistências entre
projetos.
Alternativas diz respeito à análise de diferentes sistemas para a tomada
de decisão.
2) O setor da construção civil é caracterizado pela ampla quantidade de materiais e serviços
envolvidos em uma única edificação. Para garantir a durabilidade da construção e, ainda,
considerar fatores como meio ambiente e segurança, há normas que devem ser seguidas
durante o projeto e execução das edificações.

Com base nesse contexto, analise os itens a seguir.

I. Requisitos

II. Ensaios

III. Custo

Assinale a alternativa que contém os itens que são definidos por normas.

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) I e III.

E) I e II.

GAB E. I e II.
As normas definem os requisitos que devem ser seguidos no momento da
elaboração do projeto, além de definir os ensaios que devem ser realizados
para testar o desempenho do que foi executado.
O custo da edificação depende do mercado e não é definido por normas.
3) Normas e regulamentos são criados para garantir o cumprimento de requisitos de projetos
relacionados à qualidade dos materiais e serviços e, ainda, regular condições de operação
que garantam a manutenção de premissas de áreas envolvidas ou afetadas pelas
construções.

Associe cada norma ou regulamento a seguir com a sua definição.

I. NR-18
II. NBR ISO 1400
III. Conama 307
IV. PBPQ-H

( ) Série de normas que regulamentam as condições de segurança em canteiros de obras.


( ) Resolução que estabelece critérios para a gestão de resíduos na construção.
( ) Norma que regulamenta as condições de segurança em canteiros de obras.
( ) Programa brasileiro voltado à qualidade e produtividade das construções.

Assinale a alternativa que contém a ordem correta de associação.

A) II, III, IV, I.

B) IV, I, III, II.

C) I, III, IV, II.

D) II, III, I, IV.

E) III, II, IV, I.

GAB D. II, III, I, IV.


NR-18 é a norma que regulamenta as condições de segurança em canteiros de
obras.
NBR ISO 1400 é a série de normas que regulamentam as condições de segurança
em canteiros de obras.
Conama 307 é a resolução que estabelece critérios para a gestão de resíduos
na construção.
PBPQ-H é o programa brasileiro voltado à qualidade e produtividade das
construções.
4) Os requisitos de qualidade de um projeto devem ser bem definidos, de forma a garantir a
durabilidade dos materiais e a segurança de todos os envolvidos. Além disso, o atendimento
aos requisitos no momento correto irá garantir um menor custo, uma vez que se pode avaliar
e escolher a alternativa mais apropriada à situação a partir das possibilidades existentes.

Em relação à qualidade das construções, classifique as assertivas a seguir como verdadeiras


(V) ou falsas (F).

( ) Os documentos técnicos devem definir as diretrizes a serem seguidas.


( ) Os requisitos devem ser definidos no momento da entrega da obra.
( ) Deve-se verificar as condições de qualidade a partir de acompanhamento em campo.
( ) A mão de obra de execução deve ser treinada após a entrega da obra.

Assinale a alternativa que contém a ordem correta.

A) F, V, V, F.

B) F, F, V, F.

C) V, F, V, F.

D) V, V, F, F.

E) V, F, F, V.

GAB C. V, F, V, F.
Os documentos técnicos devem ser utilizados para definir as diretrizes a
serem seguidas.
Os requisitos devem ser definidos na etapa de projeto e, em situações de
execução, no momento da definição do sistema construtivo.
Durante toda a execução, devem ser verificadas as condições de qualidade,
tanto de materiais como de serviços, a partir de inspeções ao longo da
etapa.
A mão de obra de execução deve ser treinada antes do início da obra, com
reciclagens durante a execução se necessário.
5) A construção civil é caracterizada pela unicidade dos seus produtos. Em um cenário com
diversidade de materiais e serviços, a qualidade final está diretamente relacionada com o
grau de satisfação dos usuários.

Com base nesse contexto, classifique as assertivas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas
(F).

( ) O resultado dos ensaios pode servir como parâmetro para estimativa de satisfação.
( ) A intuição do engenheiro é uma ferramenta que irá validar a satisfação dos usuários finais.
( ) Inspeções sobre o produto final são incomuns para verificar a satisfação dos usuários.
( ) Modelos matemáticos podem prever a satisfação a partir da definição de cenários.

Assinale a alternativa que contém a ordem correta.

A) F, F, F, V

B) V, F, F, V

C) F, V, V, F

D) V, V, F, V

E) V, V, F, F

GAB B. V, F, F, V
O resultado dos ensaios pode servir como parâmetro para estimativa de
satisfação.
A intuição do engenheiro, ou de qualquer outro envolvido, não serve como
validação da satisfação dos usuários finais.
A realização de inspeções sobre o produto final é comum para verificar a
satisfação dos usuários.
Modelos matemáticos podem prever a satisfação a partir da definição de
cenários.
_C.4_ Na prática
A qualidade e o desempenho dos mais diversos serviços relacionados à engenharia dependem,
geralmente, de análises e avaliações de caráter relativo. Nesse sentido, o profissional de engenharia
é indispensável, pois ele é o responsável por tomar as decisões mais acertadas de acordo com
critérios pré-estabelecidos, considerando a relação de custo-benefício inerente a esses serviços.

Para maior precisão na tomada de decisão, no caso das obras relacionadas com empreendimentos
residenciais, uma prática bem comum é a avaliação de pós-ocupação (APO). Nesse processo, os
usuários dos empreendimentos são entrevistados e tecem seus comentários sobre o
empreendimento em que estão morando. Essa ferramenta serve para alimentar o banco de dados
das empresas e direcionar novas tomadas de decisões.

Veja, Na Prática, a importância da APO no fluxo dos empreendimentos da construção civil.

IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

A avaliação pós-ocupação é uma ferramenta muito utilizada pelas construtoras


para avaliar a satisfação do usuário.
São métricas (métodos e técnicas) que visam identificar os pontos positivos
e os negativos do ambiente, que são verificados durante a utilização pelos
usuários finais.

São avaliados pontos como:


> Conforto ambiental (iluminação e ventilação naturais, por exemplo);
> Fatores estéticos;
> Durabilidade dos materiais;
> Acessibilidade;
> Outros.

Os empreendedores visam
utilizar os dados obtidos
na elaboração de projetos
futuros.

Ana está responsável por


indicar aos novos
financiadores de projetos
de sua construtora os
benefícios da avaliação
pós-ocupação.
Para apresentar a
importância de uma
avaliação pós-ocupação,
Ana mostrou aos seus
investidores que os
resultados da avaliação
serão utilizados para
novos projetos.
Acompanhe os fluxo
indicado por Ana:
_C.4_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

O que é PBQP-H?
Neste vídeo, aprenda sobre o PBPQ-H, o programa brasileiro da qualidade e produtividade do
habitat. Esta ferramenta, do governo federal, tem como meta a melhoria da qualidade e da
produtividade em construção.

https://youtu.be/twkvrHY3LAQ

2min

Avaliação pós-ocupação das edificações afetadas pelos tremores


de terra em Londrina/PR
Além de ser utilizada para captação de desenhos de usuários para o desenvolvimento de novos
produtos, a avaliação pós-ocupação (APO) pode também ser utilizada para captação da qualidade
dos sistemas construtivos frente a algum evento não previsto. Veja, neste artigo, a utilização da
APO para análise dos efeitos de tremores de terra em edificações.

https://eventos.antac.org.br/index.php/sbqp/article/view/2283

pdf 10p

Tendências e aplicações de BIM no orçamento e planejamento


da construção civil
O planejamento é uma etapa fundamental na construção civil. Veja, neste artigo, como a utilização
do BIM (informação de modelagens de construções, do inglês Building Information Modeling) atua
no planejamento do tempo e do custo das construções.

https://eventos.antac.org.br/index.php/sbtic/article/view/171

pdf 8p
Projeto e planejamento da construção de canteiro de obras no
Brasil: uma revisão sobre as boas práticas e ferramentas
utilizadas
No planejamento de uma obra deve-se considerar também o planejamento funcional do canteiro de
obras. Veja, neste artigo, as boas práticas e ferramentas utilizadas em canteiros de obras no Brasil, a
partir da visão de vários especialistas.

https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18407

pdf 19p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ISAIA, Geraldo C.; BATTAGIN Inês L da S.; e HELENE Paulo. Materiais de Construção Civil e
Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais - 2 volumes, Ibracon: São Paulo. 2011

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Alessandro Graeff Goldoni
Gerente
Rodrigo Severo

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