Você está na página 1de 7

INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – CAMPUS AVANÇADO ITABIRITO

BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Gustavo Hipolito
Júnior dos Santos Reis
Matheus Santos

ESTUDO DIRIGIDO I – ATERRAMENTOS

Itabirito

2023
1
A) A ionização do solo ou comportamento não-linear do solo refere-se ao fenômeno em
que o solo, quando sujeito a certas condições, exibe um comportamento não-linear em
relação à sua resistividade elétrica ou outras propriedades elétricas. Isso significa que a
condutividade elétrica do solo não varia de forma proporcional à intensidade do campo
elétrico aplicado, como seria esperado em um material condutor ideal.
Em termos simples, quando o solo é submetido a um campo elétrico, ele pode se
comportar de maneira não-linear, o que significa que a relação entre a tensão elétrica
aplicada e a corrente elétrica resultante não segue uma relação linear, como a lei de
Ohm descreveria para materiais condutores ideais. Em vez disso, a resistência elétrica
do solo pode variar dependendo da magnitude do campo elétrico aplicado.

B) Esse comportamento não-linear do solo pode ser causado por diversos fatores,
incluindo:
Saturação do solo: A quantidade de água presente no solo afeta sua condutividade
elétrica. Solos saturados, que contêm uma grande quantidade de água, podem exibir
um comportamento não-linear devido à mobilidade dos íons na água.
Compressão do solo: Quando o solo é comprimido sob pressão, sua estrutura
microscópica pode mudar, afetando suas propriedades elétricas.
Concentração de íons: A presença de íons dissolvidos no solo, como sais minerais,
pode influenciar a condutividade elétrica e levar ao comportamento não-linear.
Temperatura: A temperatura do solo também pode afetar sua resistividade elétrica, e
essa relação pode ser não-linear.

O campo elétrico crítico é uma propriedade de materiais dielétricos (isolantes) que


descreve o limite máximo do campo elétrico que o material pode suportar sem sofrer
uma ruptura elétrica ou falha dielétrica. Quando o campo elétrico aplicado a um
dielétrico excede o valor do campo elétrico crítico, ocorre a ionização do material,
permitindo que cargas elétricas fluam através dele, o que é conhecido como ruptura
dielétrica.

A magnitude do campo elétrico crítico varia de acordo com o tipo de material dielétrico e
suas características específicas. Ele é frequentemente expresso em unidades de volts
por metro (V/m) e pode abranger uma ampla faixa de valores, dependendo do material.

2
A) Simplicidade geométrica: O formato cilíndrico é uma das formas mais simples de
recipientes tridimensionais. Isso facilita o design, a fabricação e o manuseio da cuba em
experimentos. A simplicidade geométrica pode ser desejável quando se deseja
minimizar a complexidade do sistema experimental.
Uniformidade na distribuição de substâncias: A geometria cilíndrica pode
proporcionar uma distribuição mais uniforme de substâncias, como líquidos ou sólidos
granulares, em comparação com formas irregulares. Isso é particularmente importante
em ensaios nos quais é necessário garantir que o material seja distribuído de maneira
uniforme para obter resultados precisos.
Facilitação da observação: O formato cilíndrico pode facilitar a observação de
processos que ocorrem dentro da cuba, pois oferece uma visão mais clara e acessível
das partes internas do sistema.
Condições de simulação: Em experimentos que buscam simular condições
específicas, como a pressão hidrostática em um fluido, a forma cilíndrica pode ser a
mais apropriada para replicar essas condições de maneira realista.
Comparabilidade: Em muitos casos, a escolha de uma cuba de formato cilíndrico pode
ser padrão na área de pesquisa ou ensaio em questão. Isso facilita a comparação dos
resultados entre diferentes experimentos conduzidos por diferentes pesquisadores ou
laboratórios.

B) Economia de material: Usar um cilindro com um comprimento menor pode


economizar material, o que pode ser especialmente importante se o material em
questão for caro, raro ou difícil de obter em grandes quantidades.
Limitações de espaço: Em laboratórios ou instalações de pesquisa com espaço
limitado, pode ser necessário usar cilindros de comprimento reduzido para acomodar o
equipamento e a infraestrutura disponíveis.
Tempo de teste mais curto: Cilindros mais curtos podem permitir tempos de teste
mais curtos, o que pode ser vantajoso em experimentos nos quais a rapidez na
obtenção de resultados é importante.
Minimização de gradientes de temperatura: Em experimentos que envolvem
variações de temperatura, cilindros mais curtos podem ajudar a minimizar os gradientes
de temperatura ao longo do comprimento do material, tornando o controle da
temperatura mais eficaz.
Manipulação mais fácil: Cilindros mais curtos podem ser mais fáceis de manusear,
transportar e posicionar no equipamento de teste, tornando o experimento mais
conveniente.
A escolha deve ser baseada nos objetivos específicos do experimento, nas
características do material e nas considerações práticas. Em alguns casos, é
necessário realizar testes em diferentes tamanhos de cilindro para avaliar o impacto do

3
tamanho nas propriedades ou comportamento do material.
C) A utilização de uma amplitude crescente da onda impulsiva de tensão aplicada em
ensaios de aterramentos ou sistemas de aterramento pode ser motivada por vários
objetivos e razões específicas relacionadas ao estudo e à avaliação da eficácia do
sistema de aterramento.

Simulação de condições reais: Em sistemas de aterramento, como os usados em


instalações elétricas, é importante garantir que o sistema seja capaz de lidar com as
tensões transitórias que podem ocorrer devido a sobretensões causadas por descargas
atmosféricas, chaveamentos de carga e outras perturbações elétricas. Ao aplicar uma
amplitude crescente da onda de tensão impulsiva, os ensaios podem simular condições
reais em que a magnitude das sobretensões pode aumentar ao longo do tempo.
Avaliação da capacidade de suportar sobretensões: A aplicação de uma amplitude
crescente de tensão permite avaliar a capacidade do sistema de aterramento de
suportar sobretensões crescentes sem causar danos ou falhas. Isso é particularmente
importante para garantir a segurança das instalações elétricas e a proteção dos
equipamentos conectados a essas instalações.
Determinação da impedância de aterramento: O uso de uma amplitude crescente da
onda de tensão impulsiva pode ajudar a determinar a impedância de aterramento do
sistema em diferentes frequências e níveis de sobretensão. Isso é fundamental para
garantir que o sistema de aterramento atenda aos requisitos de segurança elétrica e
normas aplicáveis.
Identificação de problemas de resistência do solo: Os ensaios de aterramento
podem revelar problemas relacionados à resistividade do solo, especialmente quando a
amplitude da onda de tensão é aumentada. Uma resistência de solo insuficiente pode
resultar em tensões perigosas em sistemas elétricos, e o uso de amplitudes crescentes
ajuda a identificar esses problemas.
Análise da dissipação de energia: A variação da amplitude da tensão impulsiva pode
ser usada para analisar como o sistema de aterramento dissipa a energia das
sobretensões e protege contra danos a equipamentos e estruturas.
Adequação a diferentes cenários: O uso de amplitudes crescentes de tensão
impulsiva permite que os ensaios se adaptem a diferentes cenários, considerando a
variabilidade das sobretensões que podem ocorrer em situações práticas.

Em resumo, a aplicação de uma amplitude crescente da onda de tensão impulsiva em


ensaios de aterramentos é uma abordagem que visa simular condições realistas e
avaliar a capacidade do sistema de aterramento em lidar com sobretensões crescentes.
Isso desempenha um papel fundamental na garantia da segurança elétrica, na proteção
de equipamentos e na conformidade com normas e regulamentações aplicáveis em
instalações elétricas e sistemas de aterramento.

4
Como a densidade de corrente no solo é reduzida o processo de ionização não ocorre.
Assim, a curva se inicia com inclinação reduzida e fecha o “loop” pela parte superior,
segundo a reta RLF (resistência de baixa freqüência). É marcante a diferença entre as
inclinações das retas no início e final das curvas e essa pode ser facilmente
compreendida. Em altas freqüências (situação típica da frente de onda impulsiva), não
só o valor da resistividade do solo decresce, como também a parcela capacitiva da
corrente alcança o seu valor máximo, caracterizando uma situação de impedância
mínima (que corresponde à menor relação “v/i”). Isto explica a reduzida inclinação no
início da curva. Com o aumento do tempo (e o decréscimo das freqüências envolvidas),
esses efeitos tendem a diminuir e a inclinação aumenta. Ao atingir o valor máximo de
corrente, a curva retorna quase segundo uma reta. No final da onda de corrente,
quando se atinge a região da cauda, as freqüências representativas têm valor reduzido
e a curva se aproxima daquela correspondente à resistência de baixa freqüência. Este
comportamento é típico de um circuito RC paralelo, e denota a importância da corrente
capacitiva.

Para computar os efeitos de ionização foram estabelecidas relações derivadas da análise dos
resultados experimentais apresentados na figura 4.

O cômputo desse efeito no modelo , para uma determinada configuração, é feito por etapas.
Primeiramente simula-se essa configuração desconsiderando o fenomeno, com o objetivo de se
conhecer a distribuição da densidade de corrente ao longo do eletrodo.

5
Associam-se, então, os valores encontrados a um correspondente aumento do raio dos eletrodos.
Para cada componente de freqüência envolvida, o aumento do raio efetivo do eletrodo provoca
um aumento proporcional tanto na parcela condutiva como na parcela capacitiva da admitância:

O aumento efetivo do raio pode ser razoavelmente quantificado pela modificação da inclinação
da curva de retorno na figura 4, e foi estimado em função da densidade linear de corrente, como
mostra a figura 6.

Observa-se que a relação é praticamente linear, o


que reforça a idéia de que o efeito é basicamente
comandado pela intensidade de campo elétrico (que
também varia linearmente com a intensidade de
corrente).

Finalmente, processa-se uma nova simulação computando-se os novos raios efetivos (variáveis
ao longo do comprimento do eletrodo) para inclusão do fenômeno.
Na figura 7 e tabela são apresentados os resultados de simulações:

6
Para uma intensidade de corrente de 2,5 kA praticamente não ocorre o processo. A partir desse
limite o processo se inicia e, a 5 kA, já atinge toda a extensão do eletrodo (embora com
distribuição não uniforme). Para uma corrente de 30 kA o fenômeno é intenso, provocando a
diminuição da relação “Vp/Ip” para 64% do valor original.

Você também pode gostar