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Grupo 6 5ez Monografia Banca
Grupo 6 5ez Monografia Banca
SÃO PAULO
2023
BIANCA SPAULONCI BALBINO
CAROLINA FERNANDA SEPULBEDA ALVARINHO
JÚLIA DE OLIVEIRA MONOO
LAURA NAMI NAKASHIMA
SÃO PAULO
2023
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo o estudo da variação dos parâmetros de enxertia polimérica em
polietileno utilizando radiação ionizante para aplicações em células a combustível, que está relacionado à
melhoria das propriedades do polímero para uso em sistemas de energia. A enxertia polimérica refere-se ao
processo de introduzir grupos químicos adicionais ou moléculas em uma cadeia polimérica existente. Essa
modificação química tem como objetivo melhorar as propriedades do polímero, como a condutividade
iônica, a resistência mecânica, a estabilidade térmica ou outras características desejáveis para sua aplicação
em células a combustível. A radiação ionizante, como raios gama ou feixe de elétrons, é usada para induzir
mudanças químicas no polímero por meio de reações de radicais livres. Quando o polietileno é exposto à
radiação ionizante, ocorrem rupturas nas ligações moleculares, formando radicais livres. Esses radicais
podem reagir com moléculas de monômeros induzindo à enxertia, resultando na introdução de grupos
funcionais no polímero base. Os parâmetros que podem ser estudados nesse contexto incluem a dose de
radiação, o tipo de radiação, o tempo de exposição e a concentração de monômero ou agente de enxertia.
Esses parâmetros afetam diretamente a extensão da enxertia, a distribuição dos grupos funcionais e as
propriedades finais do copolímero. Em relação às aplicações em células a combustível, a enxertia polimérica
pode melhorar a condutividade iônica do polímero utilizado como eletrólito ou membrana. Isso pode
resultar em uma melhor eficiência e desempenho da célula a combustível, permitindo uma transferência
mais eficiente de íons e eletricidade. É importante ressaltar que a pesquisa nessa área envolve experimentos
para avaliar as propriedades dos filmes de polietileno enxertados, como a condutividade iônica, a
estabilidade térmica, a resistência mecânica e a durabilidade em condições de operação da célula a
combustível. Os resultados desses estudos podem fornecer maior compreensão sobre a viabilidade e as
melhorias potenciais da enxertia polimérica em filmes de polietileno para aplicações em células a
combustível.
The present work aims to study the variation of polymeric polyethylene grafting parameters using
ionizing radiation for applications in fuel cells, which is related to the improvement of polymer
properties for use in energy systems. Polymeric grafting refers to the process of introducing additional
chemical groups of macromolecules into an existing polymer matrix. This grafting process aims to
improve polymer properties, such as ionic conductivity, mechanical strength, thermal stability or other
desirable characteristics for its application in fuel cells. Ionizing radiation, such as gamma rays or
electron beam, is used to induce chemical changes in the polymer through free radical reactions. When
polyethylene is exposed to ionizing radiation, breaks in molecular bonds occur, resulting in free radicals.
These radicals can react with monomer producing grafting, caused by the introduction of functional
groups in the polymeric matrix. Parameters that may be considered in this context include radiation
dose, type of radiation, exposure time, and concentration of monomer or grafting agent. These
requirements directly result in the extent of grafting, the distribution of functional groups and the final
physico-chemical properties. Regarding fuel cell applications, polymeric grafting can improve the ionic
conductivity of the polymer (membrane) used as electrolyte . This can result in improved fuel cell
efficiency and performance, allowing for more efficient transfer of ions and electricity. It is important
to point out that research in this area involves experiments to evaluate the properties of grafted
polyethylene films, such as ionic conductivity, thermal stability, mechanical strength and durability
under fuel cell operating conditions. Results from these studies may provide further understanding of
the feasibility and improvements of polymeric grafting onto polyethylene films for fuel cell applications.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 16
2.1 OBJETIVO ----------------------------------------------------------------------------------------------- 16
2.2 CÉLULAS A COMBUSTÍVEL ---------------------------------------------------------------------- 16
2.3 RADIAÇÃO IONIZANTE ---------------------------------------------------------------------------- 17
2.4 RADIAÇÃO NA MEMBRANA DE TROCA ANIÔNICA ALCALINA. ------------------ 18
2.5 MEMBRANAS POLIMÉRICAS -------------------------------------------------------------------- 19
2.6 MÉTODOS DE ENXERTIA-------------------------------------------------------------------------- 21
3 EXPERIMENTAL............................................................................................................... 25
3.1 METODOLOGIA --------------------------------------------------------------------------------------- 25
3.1.1 Pré-irradiação ............................................................................................................ 26
3.1.2 Irradiação simultânea ................................................................................................ 27
3.2 MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO ------------------------------------------------------------- 28
3.2.1 Espectroscopia Raman .............................................................................................. 29
3.2.2 Ensaio mecânico ......................................................................................................... 31
3.2.3 Termogravimetria ...................................................................................................... 33
3.2.4 Testes em células a combustível ................................................................................ 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................................... 36
4.1 VARIAÇÃO DO GRAU DE ENXERTIA (DoG) COM A DOSE DE RADIAÇÃO------ 36
4.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS-------------------------------------------------------------------- 44
4.3 TERMOGRAVIMETRIA ----------------------------------------------------------------------------- 46
4.4 TESTE EM CÉLULA ---------------------------------------------------------------------------------- 48
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 51
13
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, o sistema energético dominante no mundo tem sido o combustível
fóssil. Por ser uma fonte de energia não renovável e em busca de uma matriz energética mais
sustentável e menos poluente, tem-se estudado o uso e aplicação de células a combustível
(JUNIOR et al, 2002).
Uma célula a combustível, como exemplificado na Figura 1, é um sistema
eletroquímico, em que se usa fluxo contínuo de gases hidrogênio e oxigênio, ocorrem reações
eletroquímicas por meio de eletrodos e de um eletrólito condutor de íons, produzindo energia
e, no final do processo, água. As células a combustível operam com alta eficiência, níveis de
emissão de poluentes e ruído muito abaixo dos padrões internacionais de emissão de poluentes,
e com aplicação nas áreas: automotiva e transportes em geral; sistemas portáteis e unidades
auxiliares de energia (KORDESCH e SIMADER, 1996; BROUZGOU et al., 2013).
Reações químicas:
ligados a átomos ou moléculas. O método direto de irradiação traz diversas vantagens, como:
distribuição homogênea dos sítios ativos criados na membrana; versatilidade, disponibilidade e
variedade de polímeros base e monômeros para enxertia; processo simples e efetivo, a reação
pode ser realizada em temperatura ambiente ou a baixas temperaturas e sem uso de catalisadores
ou iniciadores de polimerização; custo-benefício, a enxertia é iniciada por raios gama, sem uso
de catalisadores e iniciadores produzindo copolímeros enxertados puros e limpos (KODAMA
et al, 2020).
16
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 OBJETIVO
No início, nas células a combustível alcalinas, era utilizado um sólido com uma solução
concentrada de hidróxido de sódio ou potássio como eletrólito, mas a condutividade diminui
com o passar do tempo por ocorrer uma reação de carbonatação do eletrólito causado pelo
dióxido de carbono presente no ar (KORDESCH e CIFRAIN, 2004; BROUZGOU et al., 2013;
COUTURE et al., 2011 apud PEREIRA, 2017, p.7).
Há diversos estudos sobre o uso de filmes poliméricos enxertados e funcionalizados na
aplicação de células aniônicas que utilizam o grupo amônio quaternário para conduzir a
hidroxila (OH-) porque há algumas vantagens em relação aos materiais convencionais como
redução de corrosão do material; homogeneidade na concentração do eletrólito; diminuição da
precipitação de carbonatos (BROUZGOU et al., 2013; LARMINIE e DICKS, 2003 apud
PEREIRA, 2017, p.8).
O polietileno (PE) é um polímero flexível e parcialmente cristalino muito utilizado na
síntese de membranas de troca aniônica em virtude do baixo custo, boas propriedades
mecânicas, alta resistência à radiação e alta estabilidade. Os monômeros são enxertados nos
filmes para adicionar características iônicas ao polímero, o cloreto de vinil benzeno (VBC) é
um monômero funcionalizado que possui grupo cloreto (Cl -) responsável por melhorar a
estabilidade química das AEMs (ZHOU et al., 2015; ROHANI et al., 2007; JEONG et al., 2015
apud PEREIRA, 2017, p.15). A trimetilamina (TMA) é empregada na quaternização para
fornecer uma membrana mais estável no meio alcalino, e muito utilizada nas pesquisas por ser
eficiente no processo de quaternização (PEREIRA, 2017).
17
também são comumente empregados e podem ser classificados em baixa, média ou alta energia,
dependendo da aplicação desejada (TABATA, 1928; SPINKS e WOODS, 1990; NASEF e
HEGAZY, 2004).
Tanto a radiação gama quanto os elétrons causam reações similares nos polímeros
irradiados, criando sítios ativos que iniciam a reação de enxertia com os monômeros. Essa
abordagem oferece várias vantagens, como versatilidade na seleção de polímeros e monômeros,
distribuição homogênea dos grupos funcionais, processo simples e efetivo realizado em
temperatura ambiente ou baixas temperaturas, ausência de catalisadores ou iniciadores de
polimerização e menor exigência na seleção dos polímeros (PEREIRA, 2017).
A interação da radiação ionizante com os polímeros resulta na formação de íons,
moléculas excitadas e radicais livres. Esses produtos radiolíticos químicos desempenham um
papel importante nas reações que ocorrem durante o processo de enxertia. As reações primárias
e secundárias foram resumidas na Tabela 1 (BRADLEY, 1984; WOODS e PIKAEV, 1994).
Fonte: Adaptado de Bradley, 1984; Woods e Pikaev, 1994 apud Pereira, 2017, p. 13.
Membranas de trocas aniônicas (AEMs) funcionam como barreiras que separam duas
substâncias e só permitem a passagem do fluxo favorecido pela diferença de concentração ou
potencial elétrico (WANG et al, 2013). Atualmente, ainda há poucos polímeros no mercado
com características específicas necessárias para a utilização como membrana para célula a
combustível, por isso há diversas pesquisas na área de combinação de polímeros com outros
materiais com a finalidade de modificar algumas propriedades para que se tornem mais
adequados para o uso como eletrólito (JORISSEN et al, 2002).
As AEMs e sua crescente relevância em dispositivos de geração de energia, como células
de combustível e eletrolisadores são consideradas substitutas das membranas de troca de
prótons (PEMs). Suas principais vantagens em comparação com as PEMs em células de
combustível incluem um custo significativamente menor, menor corrosão e menor migração de
combustíveis do ânodo para o cátodo (BIANCOLLI et al, 2021).
Embora as AEMs tenham demonstrado melhorias significativas em seu desempenho nos
últimos anos, alcançando resultados comparáveis às PEMs, ainda há desafios a serem
superados, como a busca por AEMs com alta condutividade iônica e estabilidade química,
térmica e mecânica. A estabilidade das AEMs é afetada pela alcalinidade do meio em que são
utilizadas.
A enxertia induzida por radiação ionizante (RIG) é um método comumente empregado
na síntese de AEMs, permitindo a copolimerização de monômeros com grupos funcionais e
quaternizados com amônio quaternário (QA) em polímeros precursores. O polietileno de baixa
densidade (LDPE) tem sido usado como matriz polimérica devido à sua resistência mecânica à
radiação e capacidade de sofrer reticulação.
Existem dois métodos principais de obtenção de AEMs via RIG: o método simultâneo
(SM), e o método de pré-irradiação (PIM), onde apenas a matriz polimérica é exposta à radiação
e a etapa de enxertia ocorre posteriormente, ao se colocar a matriz irradiada em contato com o
monômero não irradiado (BIANCOLLI et al, 2021).
Uma das formas de misturas de polímeros para obter a membrana observada na Figura
3, é a copolimerização, que é realizada pela enxertia de monômeros por meio de irradiação, e
tem por objetivo formar grupos iônicos nos polímeros que permitem que íons de carga oposta
ao grupo funcional sejam conduzidos entre os grupos funcionais acarretando a condução iônica
(KODAMA et al, 2020).
21
Radicais são gerados e reagem com Radicais são formados durante a irradiação e
Formação de Radicais monômeros imediatamente estabilizados para posterior reação de enxertia
Rendimento da Rendimento pode ser afetado pela Rendimento geralmente melhor devido à menor
Enxertia formação de homopolímeros formação de homopolímeros
níveis altos de dose absorvida de radiação em poucos segundos, o que é mais eficiente em
comparação aos irradiadores de raios γ. O EB também oferece um melhor controle do processo
de enxertia pós-irradiação, permitindo a variação dos parâmetros de síntese. Além disso, a
disponibilidade crescente de aceleradores de feixe de elétrons torna o EB mais acessível para a
produção em larga escala de AEMs.
É importante mencionar que a radiação de alta energia dos aceleradores EB e dos raios γ
pode levar a modificações nas propriedades químicas e mecânicas dos copolímeros sintéticos,
devido às energias envolvidas que são maiores que as energias de ligação atômica. Além do
processo de enxertia, reações paralelas, como reticulações e reações de desproporção, também
ocorrem durante o RIG, resultando em modificações nas propriedades dos AEMs.
Embora existam várias publicações sobre métodos de RIG, ainda faltam análises
sistemáticas que proporcionem uma compreensão clara dos efeitos da radiação ionizante nas
propriedades finais dos AEMs para aplicações em células de combustível. No presente estudo,
uma análise sistemática dos AEMs baseados em LDPE enxertados com radiação, produzidos
por métodos simultâneos e de pré-irradiação, fornecerá um norteamento da correlação entre as
propriedades físico-químicas dos AEMs e o desempenho eletroquímico (BIANCOLLI et al,
2021).
25
3 EXPERIMENTAL
3.1 METODOLOGIA
Os filmes de polietileno de baixa densidade (LDPE) de espessura 25μm são cortados nas
dimensões 3 cm x 18 cm e posteriormente pesados, para o preparo das amostras para a
irradiação. O processo de enxertia é induzido por dois métodos: indireto e direto, como
demonstrado na Figura 4.
Figura 4 Representação das reações envolvidas na preparação de AEMs LDPE pelo método
de SM e PIM.
3.1.1 Pré-irradiação
Após serem irradiadas, as amostras são mantidas em um freezer a -40 °C por 7 dias para
diminuir o decaimento dos radicais livres, gerados pela radiação, e obter uma melhor enxertia
quando o monômero for adicionado. No processo de enxertia os filmes irradiados são imersos
em uma solução que contém 5% (v/v) do monômero cloreto de vinil benzeno (VBC) e 1% do
tensoativo 1-octil-2-pirrolidona. Em seguida a mistura é purgada usando gás nitrogênio por 1
hora, para retirar o oxigênio presente no sistema.
27
Figura 6 Acelerador de elétrons Dynamitron Continuous Electron Beam Unit - JOB 188 do
CETER do IPEN - CNEN/SP
Foram feitas caracterizações para avaliar a enxertia polimérica por meio de medidas
gravimétricas para se determinar o grau de enxertia, ensaios mecânicos para poder avaliar as
propriedades mecânicas e de deformação e Raman para a avaliação da enxertia do monômero
no filme base.
𝑚𝑔 − 𝑚𝑖
𝐷𝑜𝐺 (%) = 𝑥 100 (4)
𝑚𝑖
Onde:
● mg é a massa da membrana após o processo de enxertia;
● mi é a massa inicial do filme de LDPE irradiado.
𝑚ℎ𝑦𝑑 − 𝑚𝑑𝑟𝑦
𝑊𝑈 (%) = 𝑥 100 (5)
𝑚𝑑𝑟𝑦
Onde:
● mhyd é a massa hidratada da membrana, medida após imersão em água por 24 horas e
remoção da água não retida;
● mdry é a massa seca da membrana, medida após a secagem em uma estufa a vácuo.
c. Inchaço Através do Plano (TPS) é calculado usando a seguinte fórmula (equação 6):
𝑡ℎ𝑦𝑑 − 𝑡𝑑𝑟𝑦
𝑇𝑃𝑆 (%) = 𝑥 100 (6)
𝑡𝑑𝑟𝑦
d. Capacidade de Troca Iônica (IEC): A capacidade de troca iônica (IEC) de cada membrana
foi determinada utilizando um titulador automático equipado com um eletrodo seletivo de íons
cloreto (Cl-).
Número de hidratação (número moléculas de água por ânion (λ) é calculado usando a
seguinte fórmula (equação 7):
𝑊𝑈
𝜆= (7)
𝐼𝐸𝐶 (𝑚𝑜𝑙 𝑔−1 ).
𝑀𝐻2𝑂 (𝑔 𝑚𝑜𝑙 −1 )
Esses cálculos permitem avaliar propriedades importantes das membranas, como o grau
de enxertia, a absorção de água, o intumescimento através do plano e a capacidade de troca
iônica. Os resultados obtidos fornecem informações relevantes sobre o desempenho e as
características das membranas estudadas (BIANCOLLI et al., 2021).
pode ser usado para identificação e análise qualitativa e quantitativa de amostras (BIANCOLLI
et al, 2021).
A espectroscopia Raman é uma técnica de análise espectroscópica que permite a
investigação das propriedades vibracionais e estruturais das moléculas. Ela é baseada no
fenômeno chamado espalhamento Raman, descoberto por Sir C. V. Raman em 1928, que
envolve a dispersão inelástica da luz.
Quando um feixe de luz (laser) incide sobre uma amostra, parte da luz é dispersada de
forma elástica, seguindo as leis da dispersão de Rayleigh, enquanto outra parte é espalhada
inelasticamente, resultando no espalhamento Raman. Durante o espalhamento Raman, os fótons
interagem com as vibrações moleculares, ganhando ou perdendo energia. Essa interação
modifica a energia dos fótons espalhados, resultando em deslocamentos para frequências mais
altas (Raman espalhado Stokes) ou mais baixas (Raman espalhado antistokes) em relação à
frequência do laser de excitação.
Foi usado um espectrômetro XPLORA PLUS (HORIBA) (Figura 8) com uma fonte de
laser de excitação de 785 nm para obter os espectros Raman de diferentes amostras. Os
materiais analisados incluem polietileno de baixa densidade (LDPE) puro, filmes enxertados e
membranas de troca aniônica (AEMs) finais contendo íons cloreto (Cl-). O espectrômetro
Raman é uma técnica de espectroscopia que utiliza um interferômetro de Fourier para obter
informações sobre a interação entre a luz e a matéria, permitindo a análise de propriedades
vibracionais e estruturais dos materiais. Nesse caso, o objetivo é o de obter os espectros Raman
das diferentes amostras mencionadas para análise e comparação no intuito de comprovar a
funcionalização e quaternização dos filmes poliméricos (BIANCOLLI et al, 2021).
𝐹
σ= (8)
𝐴0
( 𝑙𝑖 − 𝑙0 ) Δl
ε= = (9)
𝑙0 𝑙0
𝜎
𝐸= (10)
𝜀
3.2.3 Termogravimetria
podem ser utilizados com finalidades quantitativas (ALVES, 2007). O Gráfico 2 representa as
curvas TG dinâmica e TG isotérmica, onde a TG dinâmica é aquela em que a perda de massa é
registrada continuamente à medida que a temperatura aumenta a uma razão constante ou linear.
Já a TG isotérmica é aquela em que a variação de massa da amostra é registrada em função do
tempo, mantendo-se a temperatura constante (PEREIRA, 2013).
No catodo, foi utilizado como catalisador a Pt/C (Alfa Aesar, Johnson Matthey HiSpec 4000,
40% Pt em peso) e no ânodo, PtRu/C (Alfa Aesar, Johnson Matthey HiSpec, 12100, 40% Pt e
20% Ru em peso) (BIANCOLLI et al, 2021).
O eletrodo ou ionômero é uma tinta catalítica à base de 2-propanol e 80% em peso de
catalisador e 20% em peso de ionômero à base de etileno tetrafluoretileno (ETFE). A tinta foi
pulverizada em spray em uma superfície de papel de carbono Toray TGP-H-60 (Alfa Aesar) e
secos e depois foram cortados em 5 cm2 para uso no hardware da célula (OMASTA et al, 2018).
Antes da montagem do MEA, os eletrodos e a membrana foram imersos em KOH (1
mol/dm3) por 1h e depois lavados com água ultrapura para remover o excesso de íons. O
conjunto membrana-eletrodo (MEA) foi montado colocando-se o ânodo, o cátodo e os AEMs
sintetizados (4×4 cm2) entre duas placas de grafite com canais de distribuição do tipo
serpentina, aplicando-se um torque de 5 Nm, como mostrado na Figura 11 (BIANCOLLI et al,
2018).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nas Tabelas 4 e 5, com os dados disponibilizados, podemos ver com clareza os valores
numéricos dos picos apresentados nos gráficos 4 e 5 do VBC puro e LDPE puro, sendo possível
observar e entender seu grau de intensidade a partir do seu comprimento de onda. Já nas Tabelas
6 a 9, conseguimos analisar melhor a partir dos dados os picos do LDPE enxertados, sendo
possível avaliar suas propriedades térmicas, observar e entender seu grau de intensidade a partir
do seu comprimento de onda.
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A Figura 12 apresenta as imagens RAMAN para o monômero VBC Puro (1), LDPE
Puro (2), LDPE 24kGy DoG 16% (3); LDPE 24kGy DoG 35% (4); LDPE 8 kGy DoG 67% (5);
LDPE 8 kGy DoG 77% (6) na lente de x50. É possível observar o aumento de tamanho das
fibras dos filmes devido à enxertia polimérica.
Observa-se que com o aumento da dose de irradiação, o polímero suporta uma tensão
de estresse levemente maior. O LDPE puro possui valores maiores de alongamento até ocorrer
a ruptura, isso ocorre porque com a modificação da cadeia polimérica, o material pode se tornar
mais rígido.
4.3 TERMOGRAVIMETRIA
Gráfico 11 Gráficos de perda de massa e da primeira derivada do Poly VBC puro no TG.
No gráfico 10, é possível observar que no filme polimérico não irradiado há uma única
etapa de perda de massa, na temperatura de 430 oC, que está relacionada com o único material
presente na amostra, o polietileno puro. O gráfico referente ao VBC (gráfico 11) mostra que a
perda de massa do monômero puro inicia em 320 oC e há outro evento em 415 oC.
Após adicionar o monômero à cadeia do polímero, como apresentado no gráfico 12,
foram observados três eventos de degradação do material, o primeiro em 235 oC, o terceiro em
475 oC atribuído ao cloreto de vinil benzeno (VBC) e o segundo ao polietileno, em 400 oC.
Com a enxertia, há uma pequena diminuição na temperatura da membrana no momento que
sofre perdas de massa, ou seja, o filme perde propriedades térmicas presentes no polietileno
48
puro, isso acontece devido a cisão que pode ocorrer na cadeia polimérica durante o processo de
irradiação.
É possível identificar no gráfico 10 que a porcentagem de massa no final da análise
térmica para o LDPE puro foi negativa. Isso pode ser resultante de resíduos no cadinho em que
se colou a amostra ou que a balança não foi estabilizada antes de começar o procedimento
experimental.
No Gráfico 13, tem-se os resultados obtidos pelo teste realizado na célula utilizando
como eletrólito as amostras de LDPE enxertadas com 20, 25 e 30 kGy. Há duas curvas, uma
que relaciona densidade de potência com a densidade de corrente e outra que relaciona a tensão
da célula a combustível com a densidade de corrente.
Pode-se observar que a potência máxima foi de 1236, 1090 e 1055 mW/cm2,
respectivamente, para as amostras de IEC 2,50, 2,92 e 2,26 e quanto maior a densidade corrente,
há o aumento do potencial. Isso é um resultado positivo e esperado de uma célula a combustível,
porque a potência resulta em um melhor desempenho da célula.
49
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CHENG, J.; HE, G.; ZHANG, F. A mini-review on anion exchange membranes for fuel cell
applications: stability issue and adressing strategies. International Journal of Hydrogen Energy,
v. 40, n. 23, p. 7348-7360, 2015. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0360319915009283. Acesso em jun
2023.
MAURYA, S.et al. A review on recent developments of anion exchange membranes for fuel
cells and redox flow batteries. RSC Advances, v. 5, p. 37206 - 37230, 2015. Disponível em:
https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2015/ra/c5ra04741b. Acesso em jul 2023.
OMASTA, T, J. et al. Strategies for Reducing the PGM Loading in High Power AEMFC
Anodes. Journal of The Electrochemical Society. Seattle, n. 9, v. 165, p. F710 - F717 ,2018.
Disponível em: https://iopscience.iop.org/article/10.1149/2.1401809jes. Acesso em jul 2023.
PINO, E. S.; Giovedi, C. Radiação ionizante e suas aplicações na indústria. Revista UNILUS
Ensino e Pesquisa, São Paulo, n. 2, v. 2, p. 47-52, jan 2005. Disponível em:
http://revista.unilus.edu.br/index.php/ruep/article/view/18. Acesso em jun 2023.
SPINKS, J. W. T.; WOODS, R. J. An Introduction to Radiation Chemistry. John Wiley & Sons,
v. 95, n. 3, p. 451, 1990. Disponível em:
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/bbpc.19910950346. Acesso em mai 2023.