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PATO BRANCO
2021
MURILO NORIYUKI RUBIO MAEHASHI
EDSON LUIZ MARQUES JUNIOR
PATO BRANCO
2021
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 – MATERIAIS CERÂMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.1 ESTRUTURAS DAS CERÂMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.2 IMPERFEIÇÕES NAS CERÂMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
6 – CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
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1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS CERÂMICOS
Os materiais cerâmicos são constituı́dos por materiais inorgânicos formados por elementos
metálicos e não-metálicos ligados por meio de ligações quı́micas. A maioria dos materiais
cerâmicos apresenta alta dureza e elevada resistência mecânica, porém são bastante frágeis e
com um elevado ponto de fusão. Podendo também apresentar caracterı́sticas piezoelétricas
e dielétricas, dentre esses os que mais se destacam são os cerâmicos com estrutura do tipo
perovskita, entre eles o STO (Titanato de Estrôncio) com permissividade elétrica de 300 e
ponto de fusão de 2080 ◦ C.
As cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos e suas ligações atômicas variam
desde puramente iônica até totalmente covalente, muitas cerâmicas exibem uma combinação
desses dois tipos de ligação, sendo o grau da natureza iônica dependente das eletronegatividades
dos átomos. Quando a ligação atômica é predominantemente iônica, as estruturas cristalinas
podem ser consideradas como sendo compostas por ı́ons eletricamente carregados, em vez de
átomos. Os ı́ons metálicos, ou cátions, são carregados positivamente, pois doaram seus elétrons
de valência para os ı́ons não metálicos, ou ânions, que são carregados negativamente. Duas
caracterı́sticas dos ı́ons componentes em materiais cerâmicos cristalinos influenciam a estrutura
do cristal: a magnitude da carga elétrica em cada um dos ı́ons componentes e os tamanhos
relativos dos cátions e dos ânions.
Em relação a primeira caracterı́stica, o cristal deve ser eletricamente neutro, isto é, todas
as cargas positivas dos cátions devem ser equilibradas por igual número de cargas negativas
dos ânions.
O segundo critério envolve os tamanhos ou raios iônicos dos cátions e ânions, rc e ra ,
respectivamente. Uma vez que os elementos metálicos cedem elétrons quando ionizados, os
cátions são, normalmente, menores que os ânions e, como consequência, a razão rc /ra é menor
que a unidade. Cada cátions prefere ter tantos ânions como vizinhos mais próximos quanto
possı́vel.
Os ânions também desejam um número máximo de cátions como vizinhos mais próximos
em que essa razão de proximidade entre as bordas dos raios dos cátions e ânions determinaram
sua estabilidade como na figura 1.
Alguns materiais cerâmicos comuns são aqueles que existem números iguais de cátions e
de ânions. Com frequência, esses materiais são denominados como composto AX, nos quais A
representa o cátion e X o ânion. Se as cargas dos cátions e ânions não forem a mesma, poderá
existir um composto com fórmula quı́mica Am Xp , em que m e/ou p é diferente de 1.
Também é possı́vel para os compostos cerâmicos possuir mais que um tipo de cátion e
serem designadas como estruturas cristalinas do tipo Am Bn Xp como se observa no tópico 4.2.
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Defeitos atômicos envolvendo átomos hospedeiros podem existir nos compostos cerâmicos.
Tanto lacunas quanto intersticiais podem ocorrer, entretanto, uma vez que os materiais
cerâmicos contêm ı́ons de pelo menos dois tipos, podem haver defeitos para cada espécie
de ı́on. Os defeitos por lacuna de ânions e cátions e um defeito instersticial do cátion estão
representados na Figura 2.
A expressão estrutura de defeitos é usada com frequência para designar os tipos e con-
centrações de defeitos atômicos nas cerâmicas. Uma vez que os átomos existem como ı́ons
carregados, quando as estruturas dos defeitos são consideradas, devem ser mantidas as con-
dições de eletroneutralidade, que é o estado em que coexistem o mesmo número de cargas
positivas e negativas. Como consequência, os defeitos nas cerâmicas não ocorrem isolados.
Um desses defeitos é o defeito de Frenkel, em que um cátion deixa sua posição normal e
se move para o sı́tio intersticial. Outro defeito é o defeito de Schottky que consiste na remoção
de um cátion e de um ânion do interior do cristal, seguindo pela colocação de ambos os ı́ons
em uma superfı́cie externa.
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A razão entre o número de cátions e o número de ânions não é alterada pela formação de
um defeito de Frenkel ou um defeito de Schottky. Uma vez que tanto os cátions quanto os
ânions têm a mesma carga, e como para cada lacuna aniônica existe uma lacuna catiônica, a
neutralidade de cargas do cristal é mantida.
Se nenhum outro tipo de defeito estiver presente, o material será dito como estequiométrico.
A estequiometria pode ser definida como o estado para os compostos iônicos em que existem a
razão exata entre cátions e ânions prevista pela fórmula quı́mica.
Os átomos de impureza podem formar soluções dos tipos substitucional e intersticial em
materiais cerâmicos. Para uma solução sólida intersticial, o raio iônico da impureza deve ser
relativamente pequeno em comparação ao raio do ânion. Uma vez que existem tanto ânions
quanto cátions, uma impureza substitucional substituirá o ı́on hospedeiro ao qual ela mais se
assemelha no aspecto elétrico, se o átomo de impureza forma normalmente um cátion em um
material cerâmico, mais provavelmente ele substituirá um cátion hospedeiro.
Quando campos elétricos muito grandes são aplicados através de materiais dielétricos, um
grande número de elétrons pode repentinamente ser excitado para energias dentro da banda
de condução. Como resultado, a corrente através do dielétrico devido ao movimento desses
elétrons aumenta drasticamente, esse fenômeno é conhecido como ruptura do dielétrico. A
resistência dielétrica, algumas vezes chamada de resistência à ruptura, representa a magnitude
do campo elétrico necessária para produzir a ruptura. Essa resistência dielétrica em materiais
podem ser mesuradas através da constade dielétrica cuja fórmula é dada como r = /0 , em
que o indica a permissividade de um material dielétrico e o 0 a permissividade do vácuo que
é dada na ordem de 8,85 × 10−12 F/m.
A titânia(T iO2 ) e as cerâmicas à base de titanato, tais como o STO, pode ser fabricada
com constantes dielétricas extremamente altas, o que torna especialmente úteis para algumas
aplicações em capacitores além da grande importância da proteção e segurança de pessoas e
equipamentos eletrônicos.
3.3 FERROELETRICIDADE
No caso deste elemento especı́fico tem uma variante que define qual vai ser o formato
geométrico dos átomos, a temperatura em que se encontra. Ao se deparar com uma temperatura
abaixo de 105 K o formato geométrico é de um sistema de cristal tetragonal, que nada mais é
do que o alongamento de uma rede cúbica de modo em que o cubo se torne um prisma.
Já a temperaturas acima de 105 K se percebe pela fórmula quı́mica que a estrutura do
titanato de estrôncio é do tipo Am Bn Xp que corresponde a uma estrutura conhecida como
Perovskita. Esta pode ser interpretada como uma combinação das estruturas cúbicas simples,
dentre elas a cúbica de corpo centrado e a cúbica de face centrada.
Óxidos estequiométricos com estrutura cristalina tipo perovsquita são representados por
dois tipos de cátions, A e B, formando um composto do tipo ABO3 , onde o cátion A é divalente
ou trivalente e possui maior tamanho, e B um cátion trivalete ou tetravalente com raio iônico
menor.
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Por ser um material cerâmico, suas propriedades mecânicas não fogem muito do padrão:
• Resistência à fratura: muito baixa sendo extremamente frágil;
• Comportamento elástico: é considerado linear;
• Dureza: se comparado com outras cerâmicas, é muito mais macia.
Assim, quando comparado uma média entre as cerâmicas se observa que o valor de dureza
das cerâmicas de titanato de estrôncio são muito macias (entre 5,5 a 6 na escala de dureza de
Mohs), não sendo muito úteis quanto às suas propriedades mecânicas. (PINTO; CARVALHO;
CHAVES, 2016)
A sı́ntese da cerâmica se deu pela reação de estado sólido nas seguintes etapas:
1. Pesando os componentes de acordo com sua composição estequiométrica;
2. Misturando então com moagem de álcool por 24 horas;
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No total foram feitos dois tipos de ensaio em função da razão do coeficiente estequiométrico,
podendo ele ser Sr/Ti > 0 e Sr/Ti < 0. Para a obtenção de resultados foi realizada uma análise
gráfica envolvendo as grandezas fı́sicas, temperatura, frequência, constante dielétrica e perda
dielétrica.
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Escalas:
• Temperatura: (30 - 500) °C;
• Frequência: 100 Hz – 2MHz;
• Constante dielétrica: 0 - 12000 .
Com base no gráfico da figura 5 disponibilizado pelo artigo que demonstra a variação
da constante dielétrica e a sua perda com relação a temperatura em diferentes frequências.
Exemplificando, usando de base a frequência de 100 Hz, os picos de perda aparecem por volta
dos 183,6 °C e de 168,9 °C respectivamente para x = -0,06 e x = -0,03.
Essas localizações de pico de perda tendem a mudar conforme a frequência que vai
aumentando indicando dois tı́picos comportamentos de relaxamento dielétrico. Assim, para
este caso pode se identificar uma relação direta com o aumento da frequência e o aumento da
temperatura necessária para que se tenha perda da constante dielétrica.
O caso da figura 6 é muito semelhante ao da seção anterior, porém neste caso esses picos
de perda dielétrica são capazes de originar defeitos de ı́ons de estrôncio ou de titânio. Assim
para relacionar as grandezas acima em equações obtém-se as equação A e B.
Equação A, τ = τ0 exp(U/kB T ) ;
Equação B, ln(2πf ) = −U/kB T + lnτ0 ;
Nas quais utilizam-se o tempo de relaxamento(τ ), o tempo de relaxamento inicial(τ0 ), a ener-
gia interna(U), a constante de Boltzmann(kB ), temperatura(T) e a frequência angular(ln(2πf )).
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Assim será considerado dois tipos de dielétricos diferentes, os ricos em estrôncio (x < 0) e
os ricos em titânio (x > 0). Sua maior diferença se encontra no gráfico da figura 7.
Ao analisar o gráfico da figura 8 a variante linearidade determinam um dos componentes
das equações A e B, no caso a energia interna (obtida após realizar o cálculo da deriva da
função). Assim analisando ambos os casos, se nota que o gráfico em que a cerâmica é rica em
estrôncio possui linearidade já no gráfico em que a cerâmica é rica em titânio não se observa o
mesmo.
Para tal caso, existem hipóteses que ainda devem ser testadas e confirmadas para o
processo de relaxamento dielétrico em cerâmicas de titanato de estrôncio. Dentre elas podem
ser citadas:
1. Para cerâmicas ricas em estrôncio não estequiométrico;
2. Para cerâmicas ricas em titânio não estequiométrico.
Figura 7 – Gráfico entre ln (2f) e 1 / kBT de acordo com a lei de Arrhenius para cerâmicas
SrT i1 + x O3 (a) x = -0,06 e -0,03; (b) 0,03 e 0,06. A linha sólida é o encaixe de
Arrhenius.
Com o gráfico da figura 8, chegou-se na conclusão que o conjunto de curvas não poderia
ter um pico mestre por causa das variações de frequências com os picos alargados mostrando
a existência de diferentes mecanismos como componente de longo alcance e relaxamento
localizado.
Assim se concluiu que para este caso o relaxamento dielétrico é possı́vel estar relacionado
com o relaxamento de polaron. Neste caso é necessário a aplicação do salto de intervalo variável
de Mott (VRH), onde essas cerâmicas ricas em titânio tendem a encaixar bem na expressão
f = f0 exp[−(T0 /TP )1/4 ] em que f é a frequência e f0 frequência inicial.
6 CONCLUSÃO
Referências
HESSEL, S. P. Estudo de transição de fases em sistemas pzt modificados com terras raras.
Universidade Federal de Uberlândia, 2017. Citado na página 7.