Realatório de QF

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Espectroscopia do Perileno e da Fluoresceína

Química-Física - 26/03/2024

Trabalho realizado por:


NOME: André Filipe Borba Brasil, Nº 67860 EMAIL: a.brasil@campus.fct.unl.pt
NOME: Beatriz Ferreira Alves, Nº 67740, EMAIL: bf.alves@campus.fct.unl.pt
NOME: Carolina Santos Xavier Silva, Nº 67754, EMAIL: csx.silva@campus.fct.unl.pt
Turno: P2, grupo 6

Professora: Sandra Gago


RESUMO
Nesta aula de laboratório, estudámos a espectroscopia dos compostos aromáticos
perileno e fluoresceína, com base no princípio de Frank-Condon.
A metodologia incluiu a preparação de soluções de perileno e fluoresceína em etanol,
o traçamento dos seus espectros de absorção e a seleção dos comprimentos de onda de
excitação para os espectros de fluorescência. Os espectros de emissão foram então traçados
utilizando os comprimentos de onda de excitação selecionados. Obtidos os espectros, foi
necessário decompô-los com gaussianas uma folha de cálculo Excel, para análise dos
resultados.
Os resultados obtidos incluem os espectros de absorção e de fluorescência do perileno
e da fluoresceína, onde observámos os máximos de absorvância e os padrões de fluorescência
em diferentes condições de concentração e comprimento de onda de excitação.

INTRODUÇÃO

A absorção de luz consiste na excitação de uma molécula por absorção de um fotão.

A fluorescência é um fenómeno que consiste na emissão de luz na forma de fotões, resultante


da transição de um eletrão a partir de um estado de excitação singleto (sem mudança de
orientação de spin) para o estado fundamental (Valeur, 2001).

Figura 1

A fluoresceína e o perileno (esquema 1, figura 1), são exemplos de moléculas rígidas pois,
quando estão no estado excitado, tendem a preservar a sua estrutura geométrica original.
Assim, por norma, estas moléculas irão exibir fluorescência mais significativa, apresentando a
vibrónica (0,0) na absorção e fluorescência praticamente sobrepostas.

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Para discutir os espectros eletrónicos e retirar toda a informação neles contida é preciso aplicar
regras de seleção para identificar as transições entre estados em que estas são permitidas e
não permitidas.
De acordo com as regras de seleção de Laporte, nas moléculas com um centro de simetria,
apenas são permitidas as transições por uma troca de paridade do tipo: u → g ou g → u.

Contudo, as transições inicialmente proibidas podem vir a tornar-se permitidas caso haja
vibração (assimétrica) das moléculas que consiga desfazer parcialmente o plano de simetria.

Deste modo, transições entre níveis com a mesma paridade ficam fracamente permitidas e
ocorre a transição.

Figura 1 –Diagrama de energia mostrando o princípio de


Frank-Condon. Uma vez que as transições eletrónicas são
muito rápidas em comparação com os movimentos
nucleares, os níveis de vibração são favorecidos quando
estes correspondem a uma alteração mínima nas
coordenadas nucleares. Os poços das curvas de potencial
são mostrados favorecendo transições entre v=0 e v=2,
tanto no espectro de absorção como no de fluorescência.

Figura 2

Introduz-se, desta forma, o conceito de transição vertical: o modo vibracional nos estados
fundamental e excitado irá influenciar se uma transição é mais ou menos permitida, sendo que
a mais permitida será aquela em que ocorre a transição vertical, ou seja, aquela em que as
duas funções de onda se sobrepõem verticalmente, tal como representado na figura 2.

A justificação teórica do princípio de Frank-Condon é baseada na aproximação de


Born-Oppenheimer:

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O fator S(vf,vi), também designado como fator de Frank-Condon, é o integral de sobreposição
entre o estado vibracional inicial e final da molécula. Para que uma transição vibracional seja
possível, este termo terá de ser diferente de zero. Por outro lado, o fator |S(vf,vi)|2 mostra
que, quanto maior for a sobreposição entre as funções de onda vibracional e eletrónica, maior
é a intensidade de absorção dessa mesma transição. Num espectro de absorção, cada pico
corresponde a diferentes valores de S(vf,vi). Já o espectro de fluorescência é análogo, mas
“invertido”, isto é, a imagem no espelho do espectro de absorção. Uma molécula fluorescente
é caracterizada por absorver luz num determinado comprimento de onda e, após um período
de tempo definido, emite luz num outro comprimento de onda, geralmente maior, tal como
podemos verificar na figura 3. (Atkins et all, 2014)

Espetros de Absorção e Fluorescência do Perileno

Figura 3

O Desvio de Stokes corresponde à diferença entre a energia entre o máximo de absorção e o


máximo de emissão. O cálculo do mesmo contribui para o conhecimento das estruturas
geométricas das moléculas em estudo. Uma molécula rígida terá um Desvio de Stokes muito
reduzido, pois, no estado excitado, praticamente não sofre alterações conformacionais,

Figura 4

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REAGENTES E EQUIPAMENTOS

Reagentes

- Solução stock de fluoresceína de concentração 1x104 M;

- Solução stock de perileno de concentração 1x104 M;

- Solução de etanol, contida num esguicho, utilizada como solvente para as soluções
preparadas;

- Solução de hidróxido de sódio.

Equipamentos

- Micropipeta P1000 HTL Lab Solutious – Ortipette;

- Pipeta de Pasteur;

- Tetina;

- Balão volumétrico Linex de 10,000 mL (+/- 0,025 mL a 20 °C);

- 2 copos de precipitação de 25 mL Eudo Glassware (boro 3.3);

- Espetrofluorimetro Rerkin Elmer - LS45 Luminescence Spectrometer;

- Espectrofotómetro de UV-Vis Perkin-Elmer Lambda 35.

Procedimento Experimental

Preparação das quatro soluções diluídas:

• Para preparar a solução de concentração 1 x 10-6 M, pipetar 0.1ml de fluoresceína para um


balão volumétrico de 10ml, com o auxílio de uma pipeta de (1 +/- 0.005) ml. Adicionar etanol
ao balão, até perfazer os 10ml. De seguida, adicionar 2/3 gotas de NaOH (aq), de modo que
mesma não sofra protonação. Por fim, tapar o balão e homogeneizar a solução.

• No caso do perileno, para preparar a solução de concentração 1 x 10-6 M, é feito o mesmo


procedimento, no entanto, não é necessária a adição de NaOH à solução.

• Para preparar as soluções de concentração 1 x 10-5 M, proceder tal como anteriormente,


tanto para a fluoresceína, como para o perileno. No entanto, pipetar 1ml de cada reagente.

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Obtenção dos espectros de absorção e emissão:

• Primeiramente, calibrar o espectrofotómetro, efetuando a linha de base com duas células de


plástico com etanol (o solvente utilizado).

• Mantendo uma das células no equipamento, retirar a outra e verter solução de concentração
1 x 10-5 M, de fluoresceína e perileno, separadamente.

• Traçar respetivos espectros de absorção para cada um dos compostos, selecionando o


comprimento de onda de excitação, para obter os seus espectros de emissão.

• Desta vez, colocar solução de concentração 1 x 10-6 M, de fluoresceína e perileno,


separadamente numa célula de plástico.

• Traçar os espectros de emissão, no espectrofluorímetro, tendo em conta que o comprimento


de onda a selecionar, será o de excitação (escolhido anteriormente) somando 10nm e 800nm.

• Registar os comprimentos em que se verificam os picos.

RESULTADOS

0.08 140

0.07 120
0.06
100
0.05
Fluorescência

80
Absorção

0.04
60
0.03
40
0.02

0.01 20

0 0
350 400 450 500 550 600 650
Comprimento de onda (nm)

Gráfico 1 - Representação dos espetros de absorção (azul) e fluorescência (laranja) da Fluoresceína

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0.3 1200

0.25 1000

0.2 800

Fluorescência
Absorção

0.15 600

0.1 400

0.05 200

0 0
350 370 390 410 430 450 470 490 510 530 550
Comprimento de onda (nm)

Gráfico 2 - Representação dos espetros de absorção (azul) e fluorescência (laranja) do Perileno

Tabela 1 - Desvio de Stonkes

Compostos λmáx absorção (nm) λmáx emissão (nm) Desvio de Stokes (nm)
Fluoresceína 498 522 24
Perileno 434 442 8

Cálculos para o desvio de Stokes:

- Fluoresceína: |498-522|=24

- Perileno: |434-442|=8

DISCUSSÃO

Enquanto nos RESULTADOS devem ser colocados os resultados experimentais obtidos e análise
de dados, nesta secção deve discutir esses resultados. Esta parte deve ter um tamanho
semelhante à Introdução (2 a 4 páginas). Sugestão de tópicos comuns de discussão:

- Comparação com resultados descritos na literatura. Caso haja desvio significativo tendo em
conta a margem de erro, apresentar uma justificação. Não se esqueçam, nem sempre a
literatura está certa, portanto não devem assumir à partida que estão errados a menos que
tenham uma boa razão para pensarem assim;

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- Tendo em conta os modelos teóricos usados, discutir a sua aplicabilidade. O modelo usado
descreve os resultados experimentais? Se não descrever, o que falhou no modelo teórico? O
que deveria ser alterado?

- Há alguma aplicação para o que estudou?

- Que trabalho futuro acha pertinente fazer?

CONCLUSÕES

Devem aqui tirar conclusões acerca do vosso trabalho. O que é que obtiveram, se o modelo
teórico funcionou, etc...

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AGRADECIMENTOS

Nesta secção, caso seja o caso, devem agradecer a pessoas externas ao trabalho que vos
tenham ajudado directamente no mesmo. Não devem indicar o meu nome. Se não for o caso,
devem omitir esta parte.

BIBLIOGRAFIA

[1] Ventura, M. G.; Laia, C. A. T.; Parola, A. J. J. Phys. Chem. C, 2010, 114, 18414-18422.
(formatação para artigo)

[2] Valeur, B. Molecular Fluorescence: Principles and Applications. Wiley-VCH, Weinheim, 2001.
(formatação para livro)

DEVEM SEGUIR A FORMATAÇÃO DA AMERICAN CHEMICAL SOCIETY (ver acima). A referência


[1] é um artigo científico enquanto a referência [2] é um livro. Atenção aos itálicos e bolds.
NÃO DEVEM USAR SITES DA INTERNET a menos que seja mesmo necessário.

SÓ ARTIGOS CIENTÍFICOS E LIVROS SÃO DE CONFIANÇA. Só devem colocar as referencias que


citam no relatório, e estas devem estar por ordem de citação.

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ANEXOS

Aqui devem colocar anexos, caso exista

---

Docentes:

César Laia (catl@fct.unl.pt)

João Lima (lima@fct.unl.pt)

3 – Relatório

O relatório deverá ser em formato PDF seguindo o modelo incluído neste ficheiro. Tópico a
abordar no relatório:

- Introdução à espectroscopia de absorção e fluorescência. Descrição do princípio de Frank-


Condon.

- Descrever aspetos abordados na atividade experimental.

- Descrever parte experimental (preparação de amostras, equipamentos usados, condições


experimentais, etc…).

- Apresentar resultados experimentais (espetros) e interpretar. Pesquisar na literatura


resultados esperados.

- Aplicar princípio de Frank-Condon para ambos compostos, tanto para absorção como para
fluorescência.

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- Discutir resultados experimentais.

O relatório deverá ser enviado por email para os dois docentes da UC.

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