Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inserir Título
e Gestão
Aqui
Inserir
de Sistemas
TítuloComplexos
Aqui
Introdução à Sistemas Complexos
Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Sandra Regina Fonseca Moreira
Introdução à Sistemas Complexos
Objetivos
• Ambientar o aluno nos conceitos basilares de sistemas complexos;
• Apresentar o estado da arte;
• Demonstrar ao aluno a capacidade existente nos estudos acerca de sistemas complexos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
Contextualização
Desde o início da ciência, temos reduzindo fenômenos à situações determinísticas,
previsíveis, e com poucas equações, conseguimos explicar, analisar e catalogar todos os
fenômenos existentes no universo. Contudo, partículas subatômicas agem de maneira
estranha, e formam um todo macroscópico coeso. À partir disto, o homem começa à
observar certos aspectos de sistemas que, embora dentro de uma aparente desordem,
os atos de seus próprios agentes, causam ordem e beleza. Por este motivo, ouvimos a
“menina do tempo” na tv dizer que “não vai chover”, e voltamos ensopados por não
levar um guarda-chuva. Observamos uma revoada de pássaros, e pensamos que existe
um instinto animal, um poder sobrenatural que permite (como que por telepatia) às aves
comunicarem-se entre si e eleger um “líder mental”. O que o clima e a revoada de pás-
saros têm em comum?
6
Introdução
Prepare-se para adentrar em um mundo até então desconhecido da maioria das pes-
soas, mas que, em contrapartida, influencia a todos, sem exceção, de forma completa,
primordial e se mistura ao que se conhece por verdade. Isto, em poucas palavras, é um
bom conceito para sistemas complexos.
À título de exemplificação, é possível ter uma ideia do que estamos tratando neste início
dos nossos estudos: imagine um pensamento seu, algo como: “Lembrei-me de que tenho
que ir ao dentista hoje à tarde”. Então você pensa: “Algo tão corriqueiro como um lembre-
te, de ir ao dentista. Como isto pode me ajudar à compreender os sistemas complexos?”
Comece imaginando que se você se alongar na linha do tempo, este lembrete veio
por conta de alguma dor, ou simples manutenção dentária, que veio pela necessidade
de manter a saúde bucal, que veio do possível alojamento de bactérias criando cáries, e,
se pensar no sistema que engloba o desenvolvimento de bactérias, então veja a comple-
xidade. Mas vamos apenas focar na frase “Lembrei-me de que tenho que ir ao dentista
hoje à tarde”, e o agora, o ato de lembrar.
Uma ocorrência tão simples decorre de uma fração de segundo anterior, quando o
cérebro, ativando suas células extremamente especializadas de memorização, interpre-
tou uma informação, qual seja, a lembrança de ter de ir ao dentista. Logo, veio à mente
não somente a lembrança, mas quem é o dentista, onde fica o consultório, o motivo, o
horário (à tarde), e, para que isto tudo ocorra, sinapses ocorreram no cérebro, muitas
delas desconhecidas ainda pela ciência, de forma a levantar essa memória, e alocá-la
em memorização de curto prazo, e toda essa corrente elétrica, toda essa químico-física
em seu cérebro ocorreu em frações de segundo. É disto que trata o sistema complexo.
7
7
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
Assim, podemos concluir que todo sistema analisado faz parte de um conglomerado
de sistemas, onde uns influenciam os outros, como na célebre ditado: “O simples bater
de asas de uma borboleta no Brasil pode colaborar para a criação de um tornado no
Texas”, conceito conhecido como “efeito borboleta”. Isto forma um sistema maior, o real
8
sistema em que sistemas menores afetam-se entre si, limitando, e muito, os resultados
encontrados ao isolar sistemas menores, obtendo-se apenas aproximações.
O “efeito borboleta” é uma realimentação de erro, verificado por Lorenz, que se de-
fine como a propensão da alteração dos resultados finais por conta dos fatores iniciais.
Mesmo que exista uma diferença ínfima entre a entrada e saída em um sistema comple-
xo, após um tempo (veja a necessidade do evento no tempo), por conta desta realimen-
tação, a saída se tornaria irreconhecível, totalmente distante do que era a entrada.
Análise Histórica
Foi Warren Weaver quem, em 1948, no seu artigo publicado na American Scientist,
dividiu a problematização na ciência em 3 categorias fundamentais:
• de simplicidade;
• de complexidade desorganizada; e
• de complexidade organizada.
Ele postulou que as duas primeiras espécies de problemas, na ciência, permitem uma
descrição compacta, e a última não. Então, as duas primeiras características, nos séculos
19 e início do século 20, receberam o devido tratamento, com muito êxito, diga-se. A fí-
sica, se usarmos como exemplo, foi bastante aprimorada e produziu muito conhecimen-
to acerca dos problemas de simplicidade e de complexidade desorganizada, descrevendo
com maestria, em poucas leis e postulados, esses fenômenos naturais.
Um exemplo para os fenômenos de problematização de simplicidade é a temperatura
e pressão na termodinâmica, outro exemplo pode ser dado como a tensão e a corren-
te na elétrica. Assim, trocando em miúdos, as Leis de Newton são suficientes para a
dinâmica, e as leis de Maxwell para o eletromagnetismo. Problemas de complexidade
desorganizada são aqueles identificados por uma quantidade enorme de variáveis, como
as propriedades termodinâmicas em relação à 10²³ partículas desorganizadas. Um gás
possui uma temperatura que depende da energia de cada partícula que o compõe. Mais
além disto, se pensarmos em pressão, essas 10²³ partículas se movem em 3 dimensões,
com velocidade e direção específicas, e o resultado pode ser verificado por modelos
estatísticos computacionais, dominados pela mecânica estatística.
9
9
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
Somente a partir de 1960, com a era dos computadores digitais, foi possível a análise
dos sistemas complexos diretamente no domínio do tempo. Assim, desenvolveu-se a teo-
ria do controle moderno, com base na análise e na síntese do domínio do tempo, com o
emprego das variáveis de estado, para poder lidar com a complexidade desses controles
modernos em sistemas complexos, com seus rigorosos requisitos relativos à precisão e
à importância (OGATA, 2010).
Esses problemas são um desafio antigo, contudo, com muito terreno para pesquisa, e
promete ser assim durante os próximos anos, uma vez que nos apresenta situações ain-
da não exauridas pelos cientistas e que demandam a necessidade imediata de solução.
O Que é um Sistema?
Sistemas são conjuntos de integrantes que processam uma entrada e geram uma
saída. Esses processos são descritos por operações matemáticas simples ou complexas,
como ganhos, ou Transformada de Fourrier. Desta forma, os sistemas são conjuntos
que processam entradas e emitem valores como resultado deste processamento. Assim,
integrar sistemas significa unir diversos sistemas distintos entre si, porém conectados de
forma a comunicar-se influenciando uns aos outros. Os sistemas complexos são então
formados por um grande número de subsistemas integrados entre si formando o todo.
As cidades são governadas hoje em dia, ainda de forma ideológica. Ou seja, não
existe uma teoria sistemática para gestão e governo de cidades e estados, baseada em
uma observância a fatos.
Podemos resumir pelo menos quatro características fundamentais dos sistemas com-
plexos desorganizados:
• são formados por um número grande de unidades;
10
• as unidades interagem umas com as outras;
• há a ausência de um controlador central;
• emergência de comportamento coletivo.
Com isto, podemos chegar a um sistema de análise para identificar sistemas com-
plexos organizados. São formados por variáveis em quantidades medianas, não sendo
nem suficientes para aplicar os conceitos de problemas simples, nem tampouco muitas,
a ponto de usar conceitos de média. As unidades possuem comportamento emergente,
que nasce de forma espontânea e sem a liderança de um ou um grupo de indivíduos,
sendo que as interações são as responsáveis pelo aparecimento dos padrões.
11
11
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
12
A modelagem matemática auxiliou o homem, na ciência, ao tornar possível compre-
ender os sistemas. Os sistemas simplificados são fáceis de modelar, baseando-se nas for-
mulações matemáticas já apresentadas. O sistema complexo desorganizado, também com
auxílio de modelagem computacional, é passível de entendimento e de verificação de
resultados, pois nesses sistemas sempre o resultado é uma média que representa o todo.
Mas, e quando muitas variáveis são tão atuantes no sistema que não se pode dispen-
sar nenhuma delas sem provocar um resultado com grande erro, e instabilidade consi-
derável da simulação?
Além disto, alguns desses sistemas complexos organizados são tão complicados e
formados por tantos subsistemas, que a subdivisão deles se mostra mais complicada
ainda, pois os demais subsistemas mostram velar outros subsistemas ainda complexos.
13
13
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
14
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Revoada de pássaros
https://youtu.be/0-CCMH4uoYk
O Cardume
https://youtu.be/LJC9BlPhdT0
Panorama Ipea – Sistemas Complexos em Políticas Públicas
https://youtu.be/1C3-gCGwEV4
Leitura
Sistemas complexos: novas formas de ver a Botânica
https://bit.ly/3b6MJAZ
15
15
UNIDADE
Introdução à Sistemas Complexos
Referências
CATICHA, A. Lectures on probability, entropy and statistical physics. Disponível
em: <https://arxiv.org/abs/0808.0012>. Acesso em: 01/04/2021.
OGATA, K. Engenharia de controle mod. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
16