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Cuidados na estanqueidade de fachadas e

execução de revestimentos internos em


edificações executadas em paredes de
concreto

Nielsen Alves
Conceitos Básicos
Normas de desempenho

• Traduzem as exigências dos usuários em requisitos e critérios para


uma edificação-habitacional e seus sistemas;

• São complementares em relação as normas prescritivas.

Normas prescritivas
• Estabelecem requisitos e critérios para um produto ou procedimento
buscando atender as exigências dos usuários.
Conceitos Básicos
Vida Útil (VU)
É o período de tempo após a instalação de um material ou componente
da edificação, durante o qual todas as propriedades excedem a um valor
mínimo aceitável, sem necessidade de intervenções não calculadas
(CEB/RILEM)

A vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal e
certificada

Antes dele se partir ao meio, ele tinha


vida útil?
Conceitos Básicos
Vida útil

Eu ainda consigo usar. Ele ainda tem


vida útil?

Um carro terá a mesma vida útil se


for utilizado na beira do mar ou
apenas na cidade?
Conceitos Básicos
Vida Útil de Projeto (VUP)
Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de
atender a um valor mínimo aceitável

VUP – 20 Anos

VU – 6 Anos devido à falta de manutenção

Garantia – 3 Anos se forem cumpridos alguns critérios

RECCAL – Mesmo fora da garantia o serviço é custeado


pelo fabricante (Vício oculto)
Conceitos Básicos
Vida Útil de Projeto (VUP)
MÍNIMO - INTERMEDIÁRIO - SUPERIOR
PAREDE DE CONCRETO – OBRAS DE REFERÊNCIA
Brasília – 5200 unidades
PAREDE DE CONCRETO – OBRAS DE REFERÊNCIA
Brasília – 6200 unidades
PAREDE DE CONCRETO – OBRAS DE REFERÊNCIA

Brasília – 3 Prédios com 15 andares cada


Como evitar problemas de estanqueidade?

1. Uso de desmoldante adequado


1. Uso de desmoldante adequado
A falta de aderência de um desmoldante inadequado na forma
metálica, gera problemas.
1. Uso de desmoldante adequado
O desmoldante pode escorrer da forma vertical e acumular
no radier, dificultando a aderência na região.
1. Uso de desmoldante adequado
Desmoldante mais viscoso evita o “escorrimento” pela forma
Buscando evitar a infiltração de água pela região da interface do
Radier com a parede externa, tem sido aplicada uma argamassa
Polimérica na região.
Aplicação de argamassa Polimérica na região do radier com a parede
2. Usando um concreto com trabalhabilidade adequada
2. Usando um concreto com trabalhabilidade adequada
2.1 Paredes “congestionadas” (Armadura e instalações)
2. Usando um concreto com trabalhabilidade adequada
2.1 Paredes “congestionadas” (Armadura e instalações)
2. Usando um concreto com trabalhabilidade adequada
2.1 Paredes “congestionadas” (Armadura e instalações)
2.2 Trabalhabilidade do concreto inadequada
Concreto com Slump 17,5 cm • Dificuldade de vibração
• Presença de “brocas” e vazios
2.2 Trabalhabilidade do concreto inadequada
• Dificuldade de vibração
• Presença de “brocas” e vazios
2.2 Trabalhabilidade do concreto inadequada/desmoldante mal aplicado
• Falhas no preenchimento de quinas
2.2 Trabalhabilidade do concreto inadequada
• Falhas no preenchimento de quinas
2.2 Trabalhabilidade do concreto inadequada
• Falhas no preenchimento da forma
Qual opção para evitar esses problemas?
Aumentar a trabalhabilidade do concreto
Acabamento adequado utilizando concreto auto-adensável
com slump flow de 70 cm.
Slump teste x Slump Flow
Segregação do concreto durante o slump flow.

DIAS (2011)
Concreto Adequado - Slump Flow.
Concreto Segregado - Slump Flow.
Concreto Segregado - Slump Flow.
Concreto com fibra apresentando
segregação - Slump Flow.

Filho et al (2016)
Caixa L
Caixa L

DIAS (2011)
Caixa L

DIAS (2011)
Caixa L
Caixa L
Concreto com fibra - Caixa L

Filho et al (2016)
Caixa L
U-BOX
U-BOX
ANEL J
ANEL J
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
O mais adequado é executar a laje e as paredes ao mesmo
tempo, buscando evitar juntas frias.
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Interface laje/parede criando junta fria.
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Interrupção da concretagem criando junta fria.
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Interrupção da concretagem criando junta fria.
Intervalos durante a concretagem e traços de concreto instáveis são as principais causas de
juntas frias
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Interrupção da concretagem criando junta fria.
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem

É fundamental que haja uma lavagem prévia do concreto “antigo”,


antes da aplicação do concreto “novo”, buscando retirar resto de
materiais e de nata de cimento (Corte verde)

Os restos dos materiais da lavagem devem ser retirados do fundo


da forma para que ocorra a correta aderência que nova parede com
a laje.
Tratamento realizado com o estucamento com AC II ou AC III e
aplicação de membrana acrílica flexível.
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Maioria das obra usa um painel de ciclo que deixa um “friso”
na fachada, induzindo a fissura para esse ponto .
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Friso na fachada
3. Junta Fria ou Junta de Concretagem
Tratamento do friso com membrana acrílica flexível
4. Região das Janelas

É a região que mais apresenta problemas de estanqueidade.

Principais motivos para a ocorrência das infiltrações nas janelas

• Fissuras nos cantos das janelas;

• Falhas na concretagem dos requadros, pingadeira e peitoril;


• Falta de caimento nas pingadeiras e peitoris;

• Falha na vedação da esquadria;


4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas

Devido à movimentação térmica das paredes, há uma


concentração de tensão nas quinas das aberturas, gerando
as fissuras no cantos.
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
Uma forma de evitar esse problema, é colocar reforços das quinas.
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
Uma forma de evitar esse problema, é colocar reforços das quinas.
4. Região das Janelas
Fissuras “Passantes” nos cantos das janelas
Reforços mal posicionados são a principal causa de ocorrência deste tipo
de fissura.
4. Região das Janelas
Falhas na concretagem dos requadros, pingadeira e peitoril
4. Região das Janelas
Falhas na concretagem dos requadros, pingadeira e peitoril
4. Região das Janelas
Falhas na concretagem dos requadros, pingadeira e peitoril
4. Região das Janelas
Falta de caimento nas pingadeiras e peitoris
4. Região das Janelas
Falha na vedação da esquadria

Devido a fixação da janela ser no parafuso, tem-se várias frestas


no encontro da esquadria com a parede.
4. Região das Janelas
Falha na vedação da esquadria
4. Região das Janelas
Falha na vedação da esquadria
4. Região das Janelas
A correta aplicação do selante é fundamental para evitar
infiltração de água.
4. Região das Janelas
O selante deve ser aplicado em todas as frestas
4. Região das Janelas
4. Região das Janelas
O uso de acabamentos e pingadeira reduzem o risco de infiltração.
5. Travamento das formas (Faquetas/gravatas e parafusos)
O preenchimento adequado da região de travamento das
formas, é fundamental para garantir a estanqueidade.
5. Travamento das formas (Faquetas/gravatas e parafusos)
• É ele quem define a espessura da
parede.
• Resistem ao empuxo.
• São fabricados em aço SAE 1008,
possuem 4,76mm de espessura e
38,1mm de largura.
5. Travamento das formas (Faquetas/gravatas e parafusos)
Infiltração de água pelas faquetas.
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
Forma metálica com parafuso cônico
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
Forma com travamento com faqueta
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
É fundamental a retirada da “camisinha” para preenchimento
do orifício deixado pela faqueta.
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
“Camisinha”
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
“Camisinha”
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)

Como Realizar o preenchimento?

• AC II
• AC II + Múltiplo uso
• Múltiplo uso + Adesivo
5. Travamento das formas (Faquetas e parafusos)
6. Espaçadores expostos
7. Cobrimento inadequado
Ocorre devido ao uso inadequado dos espaçadores
7. Cobrimento inadequado
Ocorre devido ao uso inadequado dos espaçadores
7. Cobrimento inadequado
Ocorre devido ao uso inadequado dos espaçadores
7. Cobrimento inadequado – detalhe de uma barra de reforço
7. Cobrimento inadequado – detalhe de uma barra de reforço
Como evitar?
7. Cobrimento inadequado das mangueiras
7. Cobrimento inadequado das mangueiras
Como evitar?
7. Cobrimento inadequado das mangueiras
Como evitar?
8. Fissuras nas platibandas/Coberturas
Grande comprimento sem a presença de juntas estruturais
8. Fissuras nas platibandas/Coberturas
Grande comprimento sem a presença de juntas estruturais
8. Fissuras nas platibandas/Coberturas
Grande comprimento sem a presença de juntas estruturais
8. Fissuras nas platibandas/Coberturas
Geram infiltração de água
8. Fissuras nas platibandas/Coberturas
Uma das formas de mitigar o aparecimento das fissuras é
projetar juntas estruturais
9. Boas práticas
Uso de peitoril com batente
9. Boas práticas
Uso de peitoril com batente
9. Boas práticas
Uso de peitoril com batente
10. Boas práticas
Calafetação das faquetas e furos da fachada e colocação de membrana
acrílica flexível nas juntas frias
10. Boas práticas
Aplicação de massa niveladora de superfície (Argamassa de regularização), ou
argamassa técnica decorativa.
10. Boas práticas
Aplicação de massa niveladora de superfície (Argamassa de regularização), ou
argamassa técnica decorativa.
10. Boas práticas
Aplicação de massa niveladora de superfície (Argamassa de regularização), ou
argamassa técnica decorativa.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Como não ter?

Fonte: Artigo Revista Concreto & Construção 2018 - Paredes de concreto: Como ter uma obra sem manifestações patológicas
– Arnoldo Wendler / Rubens Monge
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico

Tabela – área das placas, desempenadeiras (NBR 13753)

Área S da superfície das placas Formato dos dentes da


cerâmicas (cm2 ) desempenadeira (mm)
S < 400 Quadrados 6 x 6 x 6
400 ≤ S < 900 Quadrados 8 x 8 x 8
S ≥ 900 Quadrados 8 x 8 x 8 em duas camadas
Ou
Semicirculares de raio 10 mm e
espaçamento 3 mm, em uma camada.
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ensaio de aderência – Observar ausência da dupla camada de
argamassa colante
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Remoção do engobe de muratura do tardoz da cerâmica -> muito dificil e trabalhosa
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Engobe de muratura pulverulento
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
• Aplicação da AC
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico

Desempenadeiras

Nas cerâmicas a serem utilizadas no revestimento vertical (fachada, banheiro, cozinha)

com área maior que 400 cm2, deve-se espalhar e pentear a argamassa colante no reboco e

no tardoz da peça, utilizando uma desempenadeira com dentes 8 mm x 8 mm x 8 mm.


11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Empenamento
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Empenamento
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência da dupla camada
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência da dupla camada
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Dupla camada
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência da dupla camada deve ser realizada com o lado dentado
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência de limpeza da base
11. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência de limpeza da base
12. Assentamento de Revestimento Cerâmico
Ausência de limpeza da base
FIMMMMMMMMMMMMM
Desempenho Térmico

• CALOR
• Paredes de 10 cm OK
• Esquentam rápido mas esfriam rápido
• Subcobertura nas zonas mais quentes

• FRIO
• Paredes de 10 cm OK
• Condensação : espessura ou ventilação
PATOLOGIAS
FISSURAS POR FALHAS DE CONCRETAGEM

Falha de concretagem ocasionando fissura


PATOLOGIAS
FISSURAS: AÇÕES CORRETIVAS

Fissuras pequenas, intrínsecas ao sistema, são tratadas com telas e material elastomérico que permitem que a estrutura trabalhe
sem afetar o acabamento.
PATOLOGIAS
FISSURAS: AÇÕES CORRETIVAS

Recuperação estrutural em fissuras com injeção de epoxi


PATOLOGIAS
FISSURAS: AÇÕES CORRETIVAS

Tratamento de fissuras com material elastomérico


PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE DESMOLDANTE

Formas montadas e não concretadas na sequencia podem agravar o problema


devido ao acúmulo de poeira no desmoldante, forçando ações mais complexas
para descontaminação.

Lavagem com água em alta pressão, água quente, ou até mesmo aplicação de
desincrustantes químicos podem ser necessários para garantir a perfeita
aderência do revestimento.
PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE DESMOLDANTE

Laje impregnada com desmoldante aplicado em excesso e pintura se soltando devido à contaminação
PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE DESMOLDANTE

Esta patologia ocorre com mais frequência em lajes, devido à posição


horizontal das formas que facilitam o acumulo de desmoldante.

Nas paredes a detecção é mais difícil, pois a impregnação pode ser discreta e
invisível, o que justifica a realização de ensaio de aderência de revestimento,
visando evitar retrabalhos futuros.
PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE DESMOLDANTE

Teste de aderência de revestimento é recomendado para evitar retrabalhos futuros


PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE AGENTE DE CURA

Os mesmos cuidados necessários para evitar impregnação de desmoldante


devem ser observados para o agente de cura química.

Este cria uma película na superfície da parede para evitar a perda de água, que
pode interferir na adesão do revestimento no futuro.

Importante observar as caracteristicas do produto utilizado e como proceder


para removê-lo, se necessário.
PATOLOGIAS
IMPREGNAÇÃO DE AGENTE DE CURA

Excesso de agente de cura aplicado na parede pode causar problemas de aderência no acabamento
Patologias

Tratamento da Patologia 2

Execução
• Para reparo das fissuras internas e externas, dos
dois lados da parede:
• aplicar massa acrílica
• sobre a massa acrílica colocar a Tela poliester
com 10 cm de largura com uma bandagem
central (banho de PVC), que permite uma
dilatação de até 100%
• Aplicar outra camada de massa acrílica sobre a
tela.
Patologias

Laje com óleo desmoldante, pintura destacando


Patologias

Piso com desnível de 5 cm


PROJETO DE FUNDAÇÃO

•Detalhes da parede do pavimento térreo


Ponte de
aderência

Radier
em nível

Radier com
desnível 5 cm
MATERIAIS - CONCRETO

•Concreto para paredes e lajes


▪ A resistência característica à compressão de 25 Mpa aos 28 dias;

▪ Resistência mínima para desforma (12 horas) é de 3,0 Mpa;

▪ A brita 0 deverá ser usada para melhorar a fluidez;

▪ A consistência mínima especifica do concreto é de 5+/-1 (slump ) ;

▪ Adição de hiperplastificante buscando Flow = 700mm+/-50 mm;

▪ Para cada m³ de concreto poderá ser acrescentado 300 gr de micro fibra de polipropileno de 12 mm,
para prevenir fissuras;

▪ A/C menor ou igual a 0,60;

▪ Módulo de elasticidade 20 a 25 Gpa.

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