Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXTRA04 - LP - EF9 - SEM1 - 2024 (SINTAXE) - Respostas
EXTRA04 - LP - EF9 - SEM1 - 2024 (SINTAXE) - Respostas
2. Releia este enunciado do cartaz: “Se fosse boa, cheirava bem e não causaria câncer, problemas no coração ou até
mesmo a morte.”
a) Identifique e classifique quanto à predicação os verbos que ele apresenta.
fosse: verbo de ligação; cheirava: verbo intransitivo; causaria: verbo transitivo direto
b) O sujeito das formas verbais fosse, cheirava e causaria não está explícito, mas pode ser inferido no contexto do
cartaz. Qual é ele? “essa fumaça” (do cigarro)
Leia este poema, de João Cabral de Melo Neto para responder às questões de 7 a 12.
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã: 2
ele precisará sempre de outros galos. E se encorpando em tela, entre todos,
De um que apanhe esse grito que ele se erguendo tenda, onde entrem todos,
e o lance a outro; de outro galo se entretendendo para todos, no toldo
que apanhe o grito que um galo antes (a manhã) que plana livre de armação.
e o lance a outro; e de outros galos A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que com muitos outros galos se cruzem que, tecido, se eleva por si: luz balão.
os fios de sol de seus gritos de galo MELO NETO, João Cabral de. Poesias completas. 3. ed. Rio de
para que a manhã, desde uma teia tênue, Janeiro: José Olympio, 1979. p. 19.
se vá tecendo, entre todos os galos.
8. Observe a transitividade dos verbos destacados nestes versos do poema: Um galo sozinho não tece uma manhã: /
ele precisará sempre de outros galos. / De um que apanhe esse grito que ele / e o lance a outro [...]
a) Quais termos se ligam a esses verbos, complementando-os?
respectivamente: uma manhã; de outros galos; o, a outro
b) Dois desses termos se ligam aos verbos por meio de preposição. Quais são esses termos? Quais são os verbos?
de outros galos e a outro, que se ligam, respectivamente, pelas preposições de e a aos verbos precisar e levar.
9. Releia estes versos do poema: [...] ele precisará sempre de outros galos. / [...] E se encorpando em tela, entre
todos, / se erguendo tenda, onde entrem todos, / se entretendendo para todos, no toldo / (a manhã) que plana livre
de armação. / A manhã, toldo de um tecido tão aéreo / que, tecido, se eleva por si: luz balão.”
a) A forma verbal “entretender” é um neologismo, isto é, uma palavra criada pelo autor. Que sentidos ela apresenta
no contexto?
Ela remete a palavras como entrar, entreter, tenda, tender e entender, constituindo um entrelaçamento semântico de
todos esses elementos, que resulta em algo positivo.
b) Os termos em destaque são um advérbio e três locuções adverbiais, que se ligam, respectivamente, às formas
verbais precisará, encorpando, “entretendendo” e se eleva para acrescentar a elas alguns sentidos. Determine qual é
o valor semântico de cada termo. sempre: tempo; entre todos: lugar; para todos: finalidade; por si: modo
10. Releia o seguinte trecho do poema: De um que apanhe esse grito que ele / e o lance a outro; de outro galo / que
apanhe o grito que um galo antes / e o lance a outro [...]
a) Há, no 1º e no 3º versos do trecho acima, uma elipse, isto é, uma omissão, de um termo. Qual pode ser esse
termo omitido nos versos? gritou, deu, cantou
b) Que efeito essa omissão provoca na construção de sentidos do poema?
É possível considerar que a omissão do verbo, ao deixar a frase incompleta, contribui para construir a ideia de que o
canto de um único galo é insuficiente e precisa ser completado pelo canto de outro, para que todos, juntos, sejam
capazes de “tecer uma manhã”. Assim, a elipse do verbo soa como o efeito de um eco, que ficou para trás no canto
do primeiro galo e será retomado no canto do próximo, efeito que é reforçado pela repetição do trecho “e o lance a
outro”.
11. Na toldo-manhã que se ergue, entram todos. Essa ideia de coletividade que permeia o poema permite-nos fazer
associações com a vida humana.
a) O que representam os galos, o ato de tecer e a manhã?
Os galos representam as pessoas em geral; o ato de tecer, qualquer ação em que essas pessoas se engajem
coletiva e solidariamente; e as manhãs, o resultado dessa ação, que poderá ser desfrutado por todos.
b) Que valores humanos são evocados? Justifique sua resposta com situações do texto.
A solidariedade, a importância de pensar no coletivo, evocadas pela frase inicial, “um galo sozinho não tece uma
manhã”, e pela imagem da manhã que acolhe e abriga a todos.
12. Como conclusão de estudo, responda: De que modo o entrelaçamento sintático e a elipse de algumas palavras
contribuem para a construção dos sentidos do texto?
O entrelaçamento sintático dos versos e as elipses reforçam a ideia de que as ações de um sujeito só podem ser
retomadas e completadas pelas ações de outro sujeito. O encadeamento sintático e semântico do poema sugere,
portanto, a noção de trabalho coletivo e solidariedade.
13. O eu lírico do poema dirige-se a uma pessoa, representada pelos pronomes te, teu e nós.
a) Considerando-se o contexto do poema, quem é essa pessoa? A escritora Clarice Lispector.
b) No primeiro verso, qual é a função sintática desempenhada pelo pronome te? objeto direto
c) Qual é a transitividade do verbo enterrar nesse verso? verbo transitivo direto
d) Levante hipóteses: Por que o sujeito do verbo enterrar não está explícito?
Porque não há interesse em saber quem enterrava a escritora; por isso, o eu lírico optou pelo sujeito indeterminado.
16. A letra da canção se propõe a refletir sobre um dos temas mais inquietantes de toda a história da humanidade: a
raça humana e suas origens.
a) Que palavras ou expressões do texto comprovam a busca das origens?
Entre outras, “Uma semana/Do trabalho de Deus” e “Gênesis”.
b) A abordagem do tema é, portanto, científica ou mítica? Mítica.
17. Observando a estrutura sintática das estrofes, notamos que quase todas elas são semelhantes. Veja a 1ª estrofe,
que também é o refrão: A raça humana é / Uma semana / Do trabalho de Deus.
a) Identifique a função sintática dos termos a raça humana e uma semana do trabalho de Deus.
A raça humana: sujeito; uma semana do trabalho de Deus: predicativo do sujeito.
b) Classifique o predicado dessa oração. Predicado nominal
c) Que outras estrofes apresentam uma estrutura sintática semelhante? 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 7ª
d) Qual é a única estrofe que apresenta uma estrutura sintática completamente diferente? 6ª estrofe
18. Ao conceituar a raça humana, o eu lírico faz uso de uma linguagem figurada, metafórica, como neste verso: A
raça humana é a ferida acesa.
a) Qual é a função sintática do termo a ferida acesa? predicativo do sujeito
b) Que outras metáforas são empregadas na 2ª estrofe com a mesma função sintática?
“Uma beleza, uma podridão”, “O fogo eterno e a morte”, “A morte e a ressurreição”
c) Sobre a metáfora ferida acesa, Gil comenta: Eu adorava essa expressão do Caetano Veloso, ‘ferida acesa’ [da
canção ‘Luz do Sol’: ‘Marcha o homem sobre o chão / Leva no coração uma ferida acesa’], e resolvi transpô-la,
traduzi-la para o contexto de ‘A raça humana’, ‘Ferida acesa’: como se o pus fosse luz... Explique as associações que
Gil faz entre ferida acesa, pus e luz.
Se é ferida, então tem pus, parte da podridão e da morte. Mas, se está acesa, então tem luz, vida.
19. Observe este trecho da canção: A raça humana risca, rabisca, pinta / A tinta, a lápis, carvão ou giz / O rosto da
saudade.
a) Qual é a predicação dos verbos riscar, rabiscar e pintar? São verbos transitivos diretos.
b) Logo, que tipo de predicado essas orações possuem? Predicados verbais.
20. Como conclusão de estudo, compare estes dois trechos quanto ao sentido e ao tipo de predicado:
I. A raça humana é / Uma semana / Do trabalho de Deus.
II. A raça humana risca, rabisca, pinta / A tinta, a lápis, carvão ou giz / O rosto da saudade / Que traz do Gênesis.
Em seguida, indique os itens que traduzem afirmações apropriadas sobre o texto:
A) São empregadas duas estruturas sintáticas distintas, com diferentes finalidades: o predicado nominal é
empregado quando se quer conceituar a raça humana: “A raça humana é [...]”; o predicado verbal, com verbos
transitivos, quando
se quer dizer o que a raça humana faz.
B) Os verbos de ligação facilitam a construção das metáforas, que desempenham a função sintática de predicativo do
sujeito, o núcleo do predicado verbal.
C) Tanto nas estrofes em que predomina o predicado nominal (o que o homem é) quanto naquela em que predomina
o predicado verbal (o que o homem faz), tudo lembra o Gênesis, o que comprova a abordagem mítica do tema.
D) A “Grande Síntese” a que faz referência o texto é a raça humana.
E) A “semana santa” a que faz referência o texto é a semana da criação do mundo.
Leia o anúncio na página a seguir e responda às questões 21 e 22.
21. O anúncio foi produzido pelo governo do Estado da Bahia.
a) A quem ele se destina?
Ao público em geral, mas principalmente aos turistas.
b) Qual é o objetivo do anúncio?
Divulgar a festa Espicha Verão e atrair turistas para o Estado da
Bahia.
Leia este texto, de Luis Fernando Verissimo, para responder às questões de 24 a 26.
Inimigos
O apelido de Maria Teresa, para Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento, sempre que queria contar
para os outros uma da sua mulher, o Norberto pegava sua mão, carinhosamente, e começava:
— Pois a Quequinha…
E a Quequinha, dengosa, protestava:
— Ora, Beto!
Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha; se ela estivesse ao seu
lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
— A mulher aqui…
Ou, às vezes:
— Esta mulherzinha…
Mas nunca mais de Quequinha.
(O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em silêncio. O
tempo usa armas químicas.)
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
— Ela odeia o Charles Bronson.
— Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago gesto da mão
para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e apontar com o queixo.
— Essa aí…
E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
(O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa, depois a outra…)
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz um meneio de
lado com a cabeça e diz:
— Aquilo…
VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 70-1.
24. No início do casamento, Norberto e Maria Teresa tratam-se carinhosamente por Beto e Quequinha. Com o passar
do tempo, entretanto, Beto vai mudando o tratamento dado à mulher: “A mulher aqui...”, “Esta mulherzinha...”, “Ela”,
“Essa aí...” e “Aquilo...”. Observando a sequência de palavras com as quais ele passa a tratá-la, responda:
a) Que função desempenham nas frases as palavras que ele usa para se referir à mulher? A de sujeito.
b) Grande parte dessas frases tem predicado explícito? Não.
25. As palavras que o marido emprega para referir-se à mulher apresentam uma gradação.
a) O diminutivo em Quequinha tem o mesmo valor semântico que o empregado em mulherzinha?
Não; na primeira palavra, o diminutivo acrescenta ao substantivo o valor de afeição, carinho; na segunda, tem valor
pejorativo.
b) Na expressão A mulher aqui, o substantivo mulher foi empregado, de acordo com o contexto, no sentido de
pessoa do sexo feminino, em oposição a homem, ou em oposição a marido? Em oposição a homem.
c) Se essa palavra fosse empregada em oposição ao outro termo, que determinante deveria acompanhá-la?
O pronome possessivo minha.
d) Que atitude o marido demonstra ter em relação à esposa ao empregar o pronome pessoal ela?
Uma atitude de distanciamento.
e) Como você sabe, os pronomes demonstrativos transmitem informações sobre a proximidade ou distanciamento de
certo objeto demonstrado em relação ao locutor.
• Ao se referir à mulher, o locutor primeiramente utiliza o pronome essa e depois o pronome aquilo. O que essa
alteração revela quanto ao relacionamento do casal?
Que a mulher se tornou para ele um objeto apenas. Nesse contexto, o pronome tem um valor semântico de
desprezo, intolerância, etc.
• Os demonstrativos neutros (isto, isso, aquilo) não são normalmente empregados em referência a pessoas. No
entanto, o marido se refere à mulher empregando um deles — aquilo. O que esse fato revela?
Que marido e mulher estão gradativamente se distanciando um do outro. Ao empregar essa aí, o marido ainda
considera a esposa um pouco próxima de si, pois esse pronome indica algo próximo da pessoa com quem se fala.
Ao empregar aquilo, que indica algo distante da pessoa que fala, o locutor mostra o distanciamento dele em relação
à esposa.
26. Ao longo dos anos, o marido vai dispensando à mulher formas de tratamento cada vez mais degradantes. Apesar
disso, nas frases a mulher sempre ocupa a função de sujeito. Como se sabe, o sujeito é um dos termos essenciais da
oração.
a) Existe coerência entre o destaque dado à mulher nas frases e o destaque que o marido lhe dá no casamento?
Não.
b) O texto procura comprovar a tese de que o tempo corrói o amor. Considerando o relacionamento entre Maria
Teresa e Norberto, levante hipóteses: Por que o casamento se mantém?
Resposta pessoal. Sugestão: Embora não exista amor, o casal pode estar mantendo o casamento por outras razões:
por comodismo, pelos filhos, para dar satisfação à sociedade, etc.
28. Observe a imagem. Ela é composta de mãos justapostas e abertas, pintadas com o desenho e as cores da
bandeira brasileira.
a) As mãos são da mesma pessoa? Justifique sua resposta e dê uma possível razão para essa escolha do
anunciante.
As mãos não são da mesma pessoa, pois são de tamanhos e formatos diferentes. Uma sugere mão feminina, e a
outra, mão masculina. Essa escolha do anunciante visa construir o sentido de que o país está nas mãos de todos os
brasileiros, isto é, homens e mulheres.
b) Que relação há entre o anúncio e o contexto em que ele foi publicado?
O anúncio é uma forma de comemoração do dia da Independência do Brasil, uma vez que lembra que o país está
sob a responsabilidade de cada brasileiro.
29. O enunciado verbal principal do anúncio é formado por duas orações: O Brasil está em boas mãos, e Nas mãos
do povo brasileiro.
a) Qual é o sujeito da primeira oração? O Brasil.
b) Na segunda oração, há uma expressão subentendida. Qual é ela? O Brasil está
c) Que sentido tem a expressão “estar em boas mãos”, empregada na primeira oração?
O sentido de estar sendo bem cuidado.
d) E a expressão “nas mãos”, empregada na segunda oração?
O sentido de estar sob a responsabilidade de alguém, no caso, dos brasileiros.
30. Compare o enunciado verbal principal do anúncio com este: O Brasil está nas boas mãos dos brasileiros. O efeito
de sentido dos dois enunciados é o mesmo? Justifique sua resposta.
Não. Na segunda redação, deixa de existir a ambiguidade da palavra mãos. Com a utilização dela, o jogo verbo-
visual entre os dois empregos da palavra mãos e as imagens das mãos também se perderia. Além disso, o
enunciado original dá dinamismo e expressividade à mensagem.
32. No decorrer do diálogo e também na palavra cibernauta, há a fusão de dois campos semânticos: o da navegação
e o da informática. Identifique palavras e expressões de cada um desses campos semânticos.
da navegação: mar aberto, mar bravio, navegar, tormenta; da informática: rede, computador, bit
33. O poema é formado por dísticos, isto é, estrofes de dois versos cada uma. Releia os dísticos 1, 3 e 5.
a) Que termos são utilizados pelo locutor para determinar o núcleo cibernauta, no 1º e no 3º dísticos?
de mar aberto, de mar bravio
b) No 5º dístico, há uma advertência: “muito cuidado, / Com um bit equivocado”. Qual é a função sintática do termo
com um bit equivocado? Complemento nominal.
34. Observe as palavras e expressões destacadas nestes trechos das respostas do cibernauta: “declarações de
amor”, “o canto que fiz para ela”, “carinhos [com] sabor de menta”. Que função sintática elas têm? São adjuntos
adnominais.
35. Os termos do campo semântico da navegação empregados no poema têm um duplo sentido.
a) Interprete, sob o ponto de vista da informática, as expressões: “mar aberto”, “navegar no frio”, “tormenta; mar
bravio”.
“mar aberto”: a rede disponível no mundo virtual
“navegar no frio”: comunicar-se sem a presença ou participação de um interlocutor
“tormenta; mar bravio”: excesso de informações
b) Que interpretação pode ser dada à expressão “um bit equivocado”?
Resposta pessoal. Sugestão: Uma informação errada e, no sentido amoroso, o amor não correspondido.
36. Observe que o poema apresenta um número maior de adjuntos adnominais do que de complementos nominais.
Relacionando a forma gramatical ao conteúdo do poema, explique: A que se deve essa incidência maior do adjunto?
O cibernauta é a personagem de destaque do poema, e os adjuntos adnominais são utilizados tanto para caracterizar
o cibernauta (“de mar aberto”, “de mar bravio”) quanto para caracterizar seus sentimentos (“de amor”, “sabor de
menta”).
40. A imagem do anúncio mostra a bandeja onde os passageiros põem seus objetos metálicos ao passar pelo raio X
nos aeroportos. Examine o conteúdo da bandeja e responda: Que relação há entre a parte verbal e a imagem do
anúncio?
As medalhas sugerem que os atletas brasileiros vão se sair bem nos Jogos Olímpicos, reforçando a noção de
confiança.
41. Embora apresente uma única estrofe, o poema está visualmente organizado em três partes encadeadas, como se
fossem três degraus. A palavra vida, ao mesmo tempo que abre cada uma das partes, também faz o encadeamento
entre elas.
a) Qual é a função sintática da palavra vida no 1º verso? vocativo
b) A expressão minha dádiva apresenta ambiguidade sintática e semântica. Indique as funções sintáticas possíveis
dessa expressão no contexto e o efeito de sentido que ela atribui ao texto, de acordo com cada uma dessas funções.
A expressão pode ser aposto de vida; o eu lírico consideraria, então, a vida como uma dádiva. Pode ser também
outro vocativo e teria, então, valor equivalente a vida.
42. A palavra vida, no final do 3º verso, ao fazer o encadeamento da 1ª e da 2ª partes do poema, apresenta oscilação
sintática e, consequentemente, oscilação semântica. Que função sintática ela desempenha, se considerada:
a) no contexto da 1ª parte? núcleo do adjunto adverbial de tempo
b) no contexto da 2ª parte? vocativo
43. Além de buscar produzir efeitos por meio da disposição visual das palavras no papel, o poema também busca
produzir efeitos sonoros, aproximando, por exemplo, palavras com fonemas ou sílabas semelhantes. Identifique os
grupos de palavras que fazem parte desse jogo sonoro. vida, venha, dádiva; minha, manhã
44. Observe que, ao término de cada uma das partes, há o verso “venha de manhã e dure a vida”. Na última parte,
porém, a expressão a vida é substituída por hoje.
a) A palavra hoje possui o mesmo valor sintático de a vida?
Sim (adjunto adverbial de tempo).
b) Considerando as ideias gerais do poema, que efeito provoca a substituição de um termo pelo outro?
Resposta pessoal. Sugestão: O eu lírico deseja viver o instante presente.
45. O poema se intitula “reza”. A oração é um gênero textual que apresenta algumas particularidades de linguagem e
de construção, como: invocação de uma entidade religiosa (Deus, santos, etc.); verbos que expressam pedido;
repetição de partes.
a) Considerando essas características, identifique as semelhanças do poema em estudo com a oração.
A presença de vocativos; verbos no imperativo; estrutura paralelística, com repetição de versos inteiros.
b) Conclua: nessa “reza”, qual é o desejo maior do eu lírico?
Considerando a vida como uma dádiva, o eu lírico deseja viver intensamente a vida no presente. É como se toda a
força e a magia de uma vida inteira coubessem em cada manhã que nasce, coubessem no “hoje”.
46. Leia esta frase: Nosso mais novo funcionário, Fernando, demitiu-se ontem. Dependendo da situação e da
entonação dada à frase, ela pode apresentar dois sentidos.
a) Quais são esses sentidos?
O locutor pode estar falando com Fernando sobre a demissão do novo funcionário e pode estar falando com outra
pessoa, não identificada no texto, sobre a demissão de Fernando, o mais novo funcionário.
b) Que função sintática o termo Fernando desempenha em cada um dos sentidos?
Se o interlocutor é Fernando, então esse termo é vocativo; se o interlocutor é outra pessoa, então Fernando é aposto
de nosso mais novo funcionário.
c) Dê à frase uma redação na qual Fernando só possa ser vocativo.
Fernando, nosso mais novo funcionário demitiu-se ontem.
d) Dê à frase uma redação na qual Fernando só possa ser aposto.
Nosso mais novo funcionário, o Fernando, demitiu-se ontem.
47. O verso “Vila Rica, Vila Rica” se repete no início de todas as estrofes do poema.
a) Quem é o interlocutor do eu lírico? Justifique sua resposta.
A cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto), conforme mostra o emprego do pronome te (2ª pessoa), no penúltimo verso
da última estrofe.
b) Qual é a função sintática do termo “Vila Rica”, em cada estrofe? Vocativo.
48. Observe as expressões que constituem o 2º verso de cada estrofe, empregadas em referência a Vila Rica.
a) Quais são essas expressões?
“Cofre de muita riqueza”; “Ninho de muito vampiro”; “Teatro de muito som”; “Masmorra de muita porta”; “Forja de
muito covarde”.
b) Que papel semântico elas têm?
O de acrescentar sentidos à cidade de Vila Rica.
c) Que função sintática elas desempenham? Aposto.
49. O último verso, “Vila Rica vil e rica”, resume o poema inteiro.
a) Quais estrofes do poema se referem à vileza dos habitantes da cidade? 2ª, 4ª e 5ª
b) Quais descrevem a “riqueza” da cidade? 1ª e 3ª
c) Que fato histórico o poema procura descrever nessas cinco estrofes?
O episódio da Inconfidência Mineira, ocorrido em 1789, em Vila Rica, hoje Ouro Preto.
d) Troque ideias com os colegas: Qual é a função sintática de “Vila Rica vil e rica”?
Em princípio, pode ser um vocativo, a mesma função que “Vila Rica, Vila Rica” vinha exercendo nos versos
anteriores; nesse caso, o termo vil e rica seria constituído por adjuntos adnominais de Vila Rica. Contudo,
considerando-se o verbo ser subentendido, Vila Rica seria sujeito, e vil e rica seria predicativo do sujeito: “Vila Rica,
(és) vil e rica”.