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Excesso de Confiança Do Ceo e o Risco de Relatórios
Excesso de Confiança Do Ceo e o Risco de Relatórios
Excesso de Confiança Do Ceo e o Risco de Relatórios
▪ Artigo recebido em: 20/12/2021 ▪▪ Artigo aceito em: 11/09/2023 ▪▪▪ Segunda versão aceita em: 15/12/2023
RESUMO
A qualidade e a quantidade de informações disponíveis em um mercado são
reflexo do processo de elaboração das demonstrações contábeis das empresas,
que podem sofrer impacto dos vieses comportamentais por parte de seus
elaboradores, como o caso do excesso de confiança. Esses vieses podem ser uma
explicação para a prática de possíveis comportamentos oportunistas quando da
Revista Contabilidade Vista & Revista, ISSN 0103-734X, Universidade Federal de Minas Gerais, 25
Belo Horizonte, v. 34, n. 3, p. 25-55, set./dez. 2023.
Caritsa Scartaty Moreira, Alex Ferreira Lopes, Wenner Glaucio Lopes Lucena, Orleans Silva Martins
ABSTRACT
The quality and quantity of information available in a market are reflections of the
process of preparing financial statements by companies, which may be impacted
by behavioral biases on the part of their preparers, such as overconfidence. These
biases may explain the practice of possible opportunistic behaviors when
preparing financial information. This study analyzes the relationship between
managers' overconfidence and the Risk of Financial Statement Fraud (RRFF) of
companies listed on the Brazil, Bolsa e Balcão (B3) from 2010 to 2021. For this
purpose, the M-Score was used as a proxy for RRFF. In addition, a ranking was
constructed using the TOPSIS methodology (with the help of entropy) to formulate
the independent variable that measures overconfidence. The analyzed sample
contains 211 companies that were analyzed through linear regression. The results
reveal a negative relationship between managers' overconfidence and RRFF,
providing evidence that personal characteristics of managers, in this case,
overconfidence, have an impact on the quality of financial statements.
Furthermore, the use of the M-score as a proxy for RRFF provides greater robustness
for the results achieved here, as it uses contemporary parameters, that is, updated
according to the sample and period under study.
1 INTRODUÇÃO
O conjunto de demonstrações contábeis emitidas pelas empresas faz parte
do sistema de informação contábil e, por isso, deve ser avaliado pela sua
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Excesso de confiança do CEO e o risco de relatórios financeiros fraudulentos: evidências no mercado
de capitais brasileiro
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Caritsa Scartaty Moreira, Alex Ferreira Lopes, Wenner Glaucio Lopes Lucena, Orleans Silva Martins
Escalão (Hambrick & Mason, 1984), tendo em vista que essa enfatiza que as
escolhas dos gestores derivam de aspectos cognitivos e características pessoais.
Os expostos referentes ao excesso de confiança dos gestores e a
consequente fraude nas informações contábeis podem encontrar amparo na
definição dos atos ilegais cometidos por pessoas que apresentam condição
respeitável e de alto status social no curso de sua ocupação dentro da
organização, os denominados de crimes de colarinho branco (Sutherland, 1949),
cujo principal objetivo da maioria dos atos é o ganho econômico ou mesmo o
sucesso ocupacional, que também leva aos ganhos econômicos (Coleman,
1987) que, por sua vez, pode ser traduzido na não representação fidedigna dos
ativos (Sutherland, 1940), e as falsas publicações (Sutherland, 1945).
Ante ao exposto, os vieses originados do comportamento humano podem
afetar os resultados dos relatórios financeiros (Schrand & Zechman, 2012), e como
consequência, tem-se que os CEOs com excesso de confiança (Overconfidence)
provocam manipulações nas práticas contábeis (Habib et al., 2012; Hsieh et al.,
2014; Li & Hung, 2013), influenciando assim, o processo de divulgação de
informações contábeis fidedignas (Dal Magro et al., 2018; Hribar & Yang, 2016;
Kouaib & Jarboui, 2016).
Desse modo, considerando que as questões comportamentais podem ser
utilizadas para explicar comportamentos oportunistas que podem estar refletidos
nos próprios demonstrativos contábeis a partir de informações manipuladas
(Hribar & Yang, 2016; Lin et al., 2005), definiu-se como objetivo analisar a relação
entre excesso de confiança dos CEOs e o Risco de Relatórios Financeiros
Fraudulentos (RRFF) das empresas brasileiras de capital aberto. Em síntese, os
resultados mostraram que o excesso de confiança dos gestores tem relação
negativa com o RRFF das empresas brasileiras, evidenciado que as características
pessoais dos gestores, neste caso, o excesso de confiança, têm impacto no
processo de elaboração das demonstrações contábeis. Na comparação com
pesquisas realizadas sobre a temática, também foi possível observar que os
achados indicam que tal relação pode ser uma característica do contexto
brasileiro.
Algumas pesquisas já foram desenvolvidas sobre a temática (Agustia et al.,
2020; Dal Magro et al., 2018; Hribar & Yang, 2016; Hsieh et al., 2014; Li & Hung, 2013;
Martins & Ventura Junior, 2020). No entanto, de maneira geral, utilizaram medidas
de gerenciamento de resultados para capturar o RRFF. A utilização do M-score
para capturar o RRFF e a sua associação com o excesso de confiança do CEO
proporciona maior robustez aos achados em se tratando da aplicação dessa
metodologia à realidade brasileira, constituindo-se em inovação para esta
pesquisa. Os resultados aqui encontrados também funcionam para consolidar a
relação no contexto trabalho, uma vez que apresentou resultados semelhantes à
pesquisa de Magro et al. (2018), mesmo que os autores tenham utilizado o
gerenciamento de resultados e não uma medida específica para o RRFF.
A presente pesquisa apresenta contribuições à literatura, pois conforme
destacado por Hribar e Yang (2016), esse tipo de estudo faz-se necessário, haja
vista a escassez de pesquisas que tratam da influência do comportamento
individual sobre a prática das escolhas contábeis oportunistas quando da
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Teoria do Alto Escalão
Tomando como base a racionalidade limitada e o conceito de coalizão
dominante, (Cyert & March, 1963; Simon, 1947), Hambrick e Mason (1984)
desenvolveram um estudo sobre as características sociodemográficas dos
executivos que viria a ser conhecido como Teoria do Alto Escalão, dado que
estudos sobre essas características vinham sendo publicados em periódicos
relevantes já naquele período (Abatecola & Cristofano, 2020). Como resultado,
os autores propuseram duas hipóteses iniciais: (i) os executivos tomam suas
decisões de acordo com sua própria interpretação da realidade; e (ii) essas
interpretações são fruto de suas experiências, neste caso, os processos cognitivos,
suas crenças e personalidade, além de seu padrão de conduta ética.
Anos depois, os autores realinharam suas proposições no sentido de que
analisar as características dos CEOs seria mais adequado quando se quisesse
inferir algo sobre a postura estratégica da corporação. Outro ponto discutido foi
que as características sociodemográficas desses executivos poderiam ser
representações satisfatórias das suas atribuições cognitivas (Abatecola &
Cristofano, 2020; Hambrick, 2007). Isso se justifica dada a dificuldade existente
para se captar esses atributos. Carpenter et al. (2004) argumentam que os CEOs
tendem a responder processos de tomada de decisão com base em seus valores
pessoais que, na verdade, são construtos psicológicos inobserváveis.
Após as hipóteses iniciais da Teoria, diversas pesquisas foram desenvolvidas
com o intuito de identificar quando os executivos podem alterar as decisões da
firma, suas ações e o desempenho (Wangrow et al., 2015). Hambrick e Finkelstein
(1987) levaram em consideração os efeitos moderadores na Teoria do Alto
Escalão, tais como discrição gerencial e os efeitos das demandas sobre o
trabalho do executivo em três esferas: a ambiental, a organizacional e a
individual. Em relação ao efeito moderador de discrição gerencial, Sierra et al.
(2019) explicam que, de acordo com um nível maior ou menor de discrição
gerencial, isto é, a liberdade que o CEO tem para agir dentro da empresa, o
reflexo de suas características irá ser cogitada no desempenho dela no mesmo
nível.
É importante destacar que essa discricionariedade pode fazer com que o
CEO se enquadre em um dos elementos do Triângulo da Fraude. Nesse sentido,
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Schnatterly et al. (2018) fizeram uma busca na literatura a fim de entender como
se dá a ocorrência do Triângulo da Fraude quanto ao comportamento dos CEOs.
As autoras mostraram que existe fatores internos e externos que podem influenciar
o comportamento dos agentes quando da presença dos elementos pressão,
oportunidade e racionalização. E, ainda, dentre alguns desses fatores se
enquadram, por exemplo, as aspirações, a estrutura do conselho de
administração, a cultura das firmas, e o poder do CEO.
Não raro no mundo corporativo, os casos de fraudes contábeis tomaram
repercussão mundial no começo dos anos 2000. Maragno e Borba (2017) afirmam
que essas fraudes se dividem basicamente em duas: (i) as ocupacionais, em que
os indivíduos se utilizam de sua profissão para enriquecimento pessoal por meio
do uso indevido de recursos ou má aplicação de ativos da organização na qual
trabalha (Holtfreter, 2005); e (ii) as organizacionais, que são cometidas em
benefício da organização (Levi, 2008).
Objetivando investigar a relação de características dos executivos com a
apresentação de resultados incorretos por parte das empresas, considerando o
excesso de confiança dos líderes, Schrand e Zechman (2012) realizaram uma
análise detalhada de 49 empresas que estavam sujeitas às Liberações de
Fiscalização de Contabilidade e Auditoria da SEC entre as décadas de 1990 e
2000. As autoras descobriram que em 25% das distorções reportadas pelas
empresas havia um certo grau de intenção gerencial que indicava fraude,
enquanto nos demais casos, houve uma apresentação incorreta dos dados, mas
sem o viés oportunista. Uma explicação para isso, segundo as autoras, é o fato de
que o excesso de confiança pode levar os gestores a exibir um comportamento
otimista e, a partir de então, começarem a divulgar resultados distorcidos de
maneira intencional.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A amostra desta pesquisa foi formada pelas empresas listadas na Brasil, Bolsa
e Balcão (B3) no período de 2010 a 2021, cuja escolha do ano de início se deu
em virtude da aderência obrigatória ao padrão International Financial Reporting
Standards (IFRS) e a apresentação do Formulário de Referência pelas empresas
de capital aberto no Brasil. Já o ano de 2021 se justifica pelo fato de ser o último
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𝑃(𝑀𝑖𝑡 = 1) =
1 (1)
1 + 𝑒 −(−1,8044−1,3282𝐷𝑆𝑅𝐼−0,3575𝐺𝑀𝐼−1,2188𝐴𝑄𝐼+6,3324𝑆𝐺𝐼−8,6082𝐷𝐸𝑃𝐼−0,5660𝑆𝐺𝐴𝐼+3,4182𝐿𝑉𝐺𝐼−0,0283𝑇𝐴𝑇𝐴)
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Tabela 4
Estatísticas Descritivas das Variáveis Utilizadas na Pesquisa
Variável RRFF OVC END TAM ROA LIQCR
Média 0,2785 0,2823 0,9254 14,9090 0,0083 1,8034
Mediana 0,0400 0,2472 0,6592 15,0456 0,0316 1,4473
Desvio-padrão 0,3897 0,1756 0,8816 1,9580 0,1461 1,6435
Mínimo 0,0000 0,0334 0,1002 9,7080 -0,8463 0,0317
Máximo 1,0000 0,6173 6,3266 19,3036 0,2650 11,9534
Coeficiente de
1,3994 0,6221 0,9526 0,1313 17,6369 0,9114
Variação
Fonte: Dados da pesquisa.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo analisar a relação do excesso de
confiança dos gestores e o Risco de Relatórios Financeiros Fraudulentos das
empresas brasileiras de capital aberto listadas na B3 no período de 2010 a 2019.
Nesse sentido, a hipótese elaborada (H1) para esta pesquisa não foi confirmada,
pois os resultados indicaram o contrário à proposição inicial, demonstrando que
o menor excesso de confiança é um aspecto pessoal que impacta no processo
de elaboração das demonstrações contábeis, neste caso, aumentando o RRFF.
Os achados aqui evidenciados encontram justificativa na Teoria do Alto
Escalão, indicando que os traços de liderança podem impactar no processo de
elaboração das demonstrações contábeis. Os gestores com menor excesso de
confiança podem se sentir pressionados para continuar demonstrando o bom
desempenho da empresa, seja para atender os objetivos organizacionais ou
menos para satisfazer as expectativas dos analistas.
Desse modo, esta pesquisa traz como principal contribuição para a
academia a apresentação de evidências acerca da relação entre o excesso de
confiança do CEO e o RRFF das empresas brasileiras de capital aberto, pois
fornece evidências a uma temática pertinente aos participantes do mercado
brasileiro, demonstrando que as características dos líderes organizacionais, neste
caso, o excesso de confiança, pode afetar os interessados nas demonstrações
contábeis, sobretudo os investidores.
No contexto prático, a identificação de tal relação se faz importante por
fornecer evidências de que o comportamento dos executivos, neste caso, um
menor nível de confiança, impacta na qualidade da informação contábil que é
reportada aos usuários, podendo, portanto, ser utilizado como um indicativo para
o RRFF.
Os resultados evidenciados na pesquisa são importantes para a escolha da
gestão da empresa, neste caso do CEO, pois o menor excesso de confiança
pode impactar nas escolhas contábeis refletidas nos relatórios financeiros. Do
mesmo modo, os resultados aqui também podem ser utilizados pelos investidores,
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