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Luz Da Iniciacao
Luz Da Iniciacao
À LUZ DA INICIAÇÃO
Estar em sindicância para mim não significava apenas estar sob o crivo
da irmandade maçônica. Estar em sindicância era abrir todas as janelas e portas de
minha vida privada, para que fosse devidamente investigada. A família é de suma
importância em uma situação dessas. A educação e cuidados intelectuais da família é a
base para que um homem possa trilhar seu caminho futuro sempre primando pela
ordem, pela honestidade e pelo progresso e sucesso. Tudo isso também foi crucial para
que eu não tivesse qualquer objeção a investigarem minha vida. Apesar de apreensivo,
por desejar que tudo desse certo, estava com meu coração e consciência tranquilos. Foi
um bom momento de reflexão, pois nesse lapso pude me preparar para os dois
resultados: positivo ou negativo. Se fosse positivo, já sentia a responsabilidade daquele
chamado, apesar de saber superficialmente sobre a importância, a tradição, a amplitude
de me tornar um maçom, não era ingênuo em achar que estaria me tornando parte de
apenas um “grupo”. Sentia como se, ao me deparar com o mar pela orla, e molhando o
dedo na água, traria em minha mão o que sabia da maçonaria, em comparação com o
que havia ficado no mar. Mas se fosse negativo o resultado, eu teria que me preparar
para a decepção e tristeza que me acometeriam.
Neste primeiro contato visual, fui constituído Aprendiz Maçom aos três
toques do malhete na espada, diante das três grandes Luzes da Maçonaria, a saber o
Livro da Lei, que regula nossas condutas, o Esquadro, símbolo da retidão, da fidelidade
perante nossos semelhantes, e o Compasso, símbolo da justiça, dos limites dos nossos
direitos. Fui revestido de meu Avental, simbolizando o trabalho, herança da Maçonaria
Operativa, usando-o com a abeta levantada, pois, na crença antiga as emoções humanas
advinham da região do epigástrio e, para o Aprendiz Maçom, que ainda não controla
suas emoções, a abeta levantada simboliza a matéria dominando o espírito. Recebi,
então, de todos os meus Irmãos da Loja, na pessoa do Venerável Mestre, um Tríplice e
Fraternal Abraço, que é a máxima da verdadeira fraternidade maçônica, e fui conduzido
ao Primeiro Vigilante para receber a lição de como se trabalhar na Pedra Bruta. Em
poder do Maço e do Cinzel, dei os três golpes na Pedra Bruta. Este seria o trabalho mais
constante durante minha vida maçônica. Em poder das três ferramentas do Aprendiz, a
Régua de 24 polegadas, o Maço e o Cinzel, pude receber a primeira lição de que
passaria meus tempos de silêncio retirando as arestas de minha Pedra Bruta. Neste Grau
de Aprendiz, pude desenvolver meus trabalhos medindo e planeando minha vida com a
Régua de 24 polegadas, uma ferramenta correspondente à Sabedoria do Venerável
Mestre, sabedoria que inventa, que dirige os trabalhos da Loja. Lançando mão do Maço,
aprendi utilizar-me da força, da ação, do vigor da minha atividade laboral, uma
ferramenta atribuída ao Primeiro Vigilante, de cuja força depende o futuro da
Maçonaria, força que sustenta. Utilizando-me do Cinzel, dei linhas e contornos à minha
vida, modelando o espírito e a alma, uma ferramenta correspondente ao Segundo
Vigilante, representante da Beleza, que é a estabilidade dos trabalhos da Loja. Assim, o
Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante compõem as Três
Grandes Colunas que sustentam a Loja, respectivamente a coluna Jônica, a coluna
Dórica e a coluna Coríntia, formando a tríplice argamassa responsável pela firmeza e
equilíbrio do Templo.