O documento descreve as impressões do autor sobre sua iniciação na maçonaria. Ele passou por vários ritos simbólicos representando elementos como ar, água e fogo, e teve momentos de reflexão sobre a morte do eu profano. Ao final, foi proclamado como Aprendiz Maçom e se sentiu renascido com a experiência única.
O documento descreve as impressões do autor sobre sua iniciação na maçonaria. Ele passou por vários ritos simbólicos representando elementos como ar, água e fogo, e teve momentos de reflexão sobre a morte do eu profano. Ao final, foi proclamado como Aprendiz Maçom e se sentiu renascido com a experiência única.
O documento descreve as impressões do autor sobre sua iniciação na maçonaria. Ele passou por vários ritos simbólicos representando elementos como ar, água e fogo, e teve momentos de reflexão sobre a morte do eu profano. Ao final, foi proclamado como Aprendiz Maçom e se sentiu renascido com a experiência única.
Muito me honra a oportunidade de estar aqui diante desse
seleto grupo, apresentando o presente trabalho, haja vista todo o caminho percorrido até culminar na Sessão de Iniciação do último sábado 20/05/2023.
Inicialmente se faz necessário o resgate de onde teve
início esse novo capítulo em minha vida. Há muito, já havia participado de conversas acerca da maçonaria, todas elas sem nenhum tipo de pretensão nem cunho iniciático, com diversos amigos, hoje irmãos, pertencentes a outras lojas.
Contudo, apenas no final de 2022,após uma reunião de
trabalho, fui abordado e questionado acerca de meu conhecimento e entendimento sobre a Maçonaria, pelo até então eterno mestre acadêmico, hoje V.˙.M.˙.Rubens Emílio Stenger, ocasião onde deixamos agendada uma reunião para conversar sobre o tema.
Após uma boa conversa, recebi a ficha de intenção para
preenchimento e encaminhamentos de costume. Desse dia em diante muitos foram os questionamentos e dúvida internas, porém sempre despido de qualquer tipo de preconceito ou pré julgamento, mesmo porque nunca os tive antes mesmo te ter qualquer tipo de contato ou conhecimento raso acerca da maçonaria.
Passados alguns meses, encaminhei ao V.˙.M.˙.Rubens Emílio
Stenger “que apenas fui saber que era o venerável 2 semanas antes da iniciação”, a documentação de costume, ficando então à disposição para continuidade do processo, tendo transcorrido de forma “relativamente” tranquila até a data de 20/05/2023.
A semana que antecedeu a iniciação não foi muito tranquila,
pois além de vários compromissos pessoais e profissionais, a incerteza e a apreensão acerca de que como se daria o rito me consumiam, contudo as orientações foram sendo encaminhadas cada qual ao seu tempo, as dúvidas menores aos poucos sanadas, até que os itens, o traje e as demais necessidades foram sendo encaminhadas, e preparadas para o esperado dia. A manhã do dia 20/05 não foi das mais fáceis, pois a essa altura o nervosismo, a apreensão e a incerteza acerca do que estava por vir já tomavam conta da mente, o que só aumentou com a mensagem que dizia “esteja pronto, com suas coisas as 11:33 em ponto em frente a sua casa”.
Chegava a hora, conforme combinado fui apanhado e levado ao
templo. A caminhada do portão até a primeira porta à direita parecia uma eternidade. Três batidas, porta aberta, fala alta, espada em riste, enfim, começava ali a minha iniciação.
Em pouco tempo,olhos vendados, e os minutos que se seguiram
foram uma mistura de torpência e apreensão, porém com entrega ,confiança e certeza daquilo que havia escolhido como caminho.
Confesso que a privação de um dos nossos principais
sentidos foi algo novo pra mim, pois detesto ficar no escuro, ou em locais mal iluminados; não por medo, mas por entender que é na luz nosso refúgio, seja ela qual for.
Lá estava eu, sentado, segurando uma corda, privado da
visão e debaixo do ar condicionado, tentando compreender algumas estrofes do hino que tocava incessantemente e em bom tom ao meu lado.
Ali me deparei com uma situação em que não gosto e não
costumo estar; a de vulnerabilidade, de submissão, onde as ordens me eram dadas, com toda a educação e cordialidade, porém em uma situação totalmente desfavorável para mim, pois não fazia idéia com quem, com quantos e onde estava.
Aos poucos a apreensão foi dando lugar à inquietação e a
agonia, pois realmente a privação da visão já estavam me incomodando, fato esse que me levaram a começar a refletir acerca do motivo, e qual a ligação com o que estava por vir.
Imaginei que tivesse algo relacionado ao segredo que
envolve o rito, aos mistérios maçônicos, teoria essa que logo em seguida descobri estar equivocada.
Essa certeza veio, após ser conduzido para o que aparentava
ser um quarto, com forte cheiro de vela, abafado, onde finalmente tive a permissão para tirar a venda, e para minha surpresa, estava diante de uma espécie de altar, cheio de caveiras, olhei pra cima, e ainda com a visão turvada, vi o que pareciam ser raízes; estava eu em uma espécie de túmulo?
Nesse momento preenchi o que me foi ordenado, e me após
finalizar, me demorei um pouco para tocar a sineta, justamente para tentar uma conexão do que estava acontecendo, do porque daquele local, porém apenas consegui imaginar que se tratava da minha morte, a morte simbólica do Jefferson antes da Maçonaria, ou algo assim, uma espécie de divisor de águas, mas, ainda muito confuso, toquei a sineta e fui reconduzido a outro local.
Contudo ainda martelava em minha mente o local onde estive,
o porque daquele ambiente. Aos poucos percebi que aumentava a movimentação ao meu redor, mais pessoas caminhavam, passos mais apressados, o que me levava a crer que logo seria desvendado e teria algum tipo de rito, comigo já recomposto e as claras.
Ledo engano, fui guiado para outro local, onde conseguia
ouvir fala distantes da sessão ocorrendo, sendo na sequência anunciado ao salão a minha presença e para minha surpresa, de mais um candidato, hoje meu irmão gêmeo Robson.
Procedidos os protocolos de apresentação e entrada ao
local, o que vivenciei foi uma das maiores e mais diferentes experiências da minha vida. Aos poucos fui me acalmando e tentando entender o que de fato aconteceria, e devagar, fui compreendendo que se tratava do rito propriamente dito, onde ainda seríamos submetidos a algumas provas, devidamente guiados e orientados, mas ainda vendados.
Já dentro do salão, nos foram informados os principais
deveres do Maçom, sendo-nos questionado acerca da vontade de prosseguir com a iniciação, ao responder sim, fomos alertados acerca do juramento de honra sobre a Taça Sagrada.
Particularmente ao ouvir as palavras do Venerável, acerca
do juramento, fui tomado por um sentimento de total desprendimento e convicção acerca do ato, que trazia em seu contexto algo relacionado à sinceridade e falsidade.
Ao Proceder com o juramento, e ouvir as palavras de ordem a
serem repetidas, e ao tomar o liquido da Taça, inicialmente doce e posteriormente amargo, a cabeça embaralha ao ser encaminhado para fora do salão, onde temos a opção de seguir em frente em busca da luz, ou desistir naquele momento, me mantendo firme e focado em seguir em frente.
Retornando, nos foi anunciado que tínhamos mais desafios
pela frente, 3 viagens a serem feitas envolvendo os 4 elementos, “fogo, ar, terra e água”.
Um a um fomos conduzidos pelos desafios e pelas “viagens”,
às cegas, cansado, desorientado, porém sempre com pessoas ao meu lado me orientando, me guiando e acalmando, o que no começo parecia difícil, aos poucos foi se tornando natural, e assim fui trilhando os caminhos, passando por cada “viagem”, cada obstáculo, sem hesitar em momento algum.
A primeira viagem remetia ao elemento AR, o som de vento,
mau tempo, tempestades, algo que me remeteu aos dias turbulentos eu enfrentamos em nossa vida cotidiana, fui conduzido pelo que me parecia ser uma espécie de rampa e orientado apenas a seguir em frente, enquanto o som dos ventos turvava meus ouvidos, estava concluída a primeira viagem.
A segunda viagem, ao elemento ÁGUA, possuía um caminho
menos brusco, mais plano, porém irregular, com um tilintar de espadas que abafava os ouvidos, parecia estar diante de um combate.
Ficando claro em minha mente algo relacionado à batalhas a
serem travadas, só não conseguia ainda compreender ao certo que tipo e onde. Ao final após a conclusão da viagem ao elemento água, tive as mãos mergulhadas em um recipiente de água, o que me remeteu a limpeza, batismo, ou algo do gênero, vindo a compreender melhor ao final da viagem com a complementação do V.˙.M.˙.
Na minha mente apenas pensava, faltam duas, Terra e Fogo.
Na viagem ao fogo, ouvi poucos barulhos, um caminho com
menos obstáculos, onde tive as mãos purificadas na chama, tendo remetido tal procedimento à queima de qualquer impureza restante, o clamor, o ímpeto e a impetuosidade que devemos ter em nossas decisões.
Para minha surpresa finalizamos as viagens aos 4 elementos,
mas na minha mente faltava a terra, porém rapidamente me lembrei do pequeno quarto, cheio de caveiras e raízes, onde imaginei a morte do antigo EU, de fato era praticamente isso, se não me engano um “quarto de reflexões”, ou câmara como descobri mais tarde. E meu pensamento estava em partes certo, era um momento de entendimento sobre a morte do Jefferson Profano e o nascimento de um novo Jefferson à luz da Maçonaria.
Eis que fora anunciado que passamos por todos os desafios
tendo sido purificados pela água e pelo fogo.
Na sequência, com o coração leve e em paz, fomos
encaminhados ao lado de fora, para que pudéssemos nos recompor com as vestimentas, e posterior retorno ao salão para o juramento. Ao retornar, foi procedido o juramento.
Enfim, juramento feito, e finalmente após todos os caminhos
e ritos percorridos, recebemos a graça da LUZ.
Ao final da terceira batida, finalmente fui desvendado, e a
Luz voltou a brilhar após incontáveis horas em total escuridão e penumbra.
Ato contínuo, procedido com os ritos complementares, foi
feito o Ato de Proclamação como Aprendiz Maçom, título que muito me orgulha, onde batalharei para honrá-lo a cada dia imbuído de muito desprendimento e trabalho em prol da sociedade e da maçonaria.
Em apertada síntese irmãos, esses foram os Aspectos e
Impressões que cercaram minha iniciação, ladeado pelo meu irmão Robson.
Quero exaltar aqui que foram momentos inexplicáveis,
únicos, que me permitiram mergulhar a um nível de reflexão que geralmente não nos permitimos no dia a dia.
O passo a passo de cada etapa foi vivido com determinação,
confiança e paz, certo de que estava o tempo todo cercado de amigos, sendo instruído e amparado. Ao final de tudo, tive a nítida certeza de que havia renascido, um sentimento que remetia à purificação do corpo de da alma, e que me preparava para algo novo.
Hoje passados apenas 4 dias da iniciação, percebo que a
ficha ainda está caindo, mas me sentindo cada vez mais pronto para enfrentar os desafios que estão por vir, a lapidação necessária, o espírito de cooperação e de poder aproveitar essa nova chance de evoluir como ser humano.
Esse é o sentimento que venho nutrindo desde o último
sábado, com a certeza, da fé, da esperança e do amor renovados. T.F.A