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PORTO ALEGRE, 5 DE DEZEMBRO DE 2023.

Nome: JADIR MARLON BALDASSARI VELOSO JUNIOR

Impressões da minha iniciação

Já imaginava que minha iniciação na Maçonaria seria um dos


momentos mais marcantes, seria como nascer de novo, um
renascimento para uma nova vida, uma vida justa, de luz, uma
vida de “Fraternidade e Evolução”.
Minha primeira impressão se deu início na data de 26 de
setembro, quando fui convidado pelo meu padrinho irmão
Anselmo, á fazer “uma bela massa”(o AGAPE) junto com outro
candidato Irmão Toni, foi quando tive o primeiro contato com
meus futuros irmãos, me transmitindo tranquilidade, carisma,
seriedade e respeito. Tinha certeza de que isto seria apenas uma
amostra dos sentimentos que encontraria em minha futura
família, porém será que seria aceito e recebido como Aprendiz
Maçom?
Passados alguns dias, mais precisamente no dia 23 de outubro, o
irmão Leandro Ely me enviou uma mensagem dizendo que fui
aprovado, minha ficha tinha saído no boletim do GOB-RS, agora
sim um misto de euforia e alegria me tomou, passados mais
alguns dias recebo a informação de que alguns irmãos iriam
entrar em contato, fazer uma entrevista, tirar algumas dúvidas e
passar algumas informações, só aumentou minha ansiedade,
pois depois desta entrevista é feita uma assembleia, para ai sim
ser decidido se vou ser aceito realmente, feita assembleia foi me
passado a data do grande dia, SESSÃO MAGNA DE INICIAÇÃO.
Como pode um homem querer fazer parte de algo que não lhe é
apresentado, o que motiva um homem em um mundo cheio de
vícios e preconceitos, aceitar um convite para fazer parte de algo
desconhecido, a resposta para tantas perguntas não é tarefa
fácil, talvez o desconhecido intimida ao mesmo tempo que
fascina, talvez esse seja o segredo.
Então o grande dia chegou, tive uma noite de sono um pouco
interrompida, fruto da ansiedade, trabalhei das 7h30 até umas
16h00, chovia no dia, aquela chuva molha bobo, então por volta
das 16h00 fui para casa me preparar para então ir para loja,
sempre mentalizando o que tinha em meus bolsos, sabendo que
seria realizado um RITUAL DE INICIAÇÃO e não tendo ideia do
que constava, a apreensão e ansiedade sentida aumentou de
forma proporcional conforme os minutos passavam. Tentei saber
o que seria o RITUAL mas nada encontrei li, que apenas
mencionavam a existência desse RITUAL, sem mais explicações.
Chegado a hora da INICIAÇÃO, sentia-me bastante receoso e
após uma pequena espera no lado de fora da loja, conversei um
pouco com o irmão Ariel, que também estaria iniciando no
mesmo dia que eu trocamos algumas palavras conversamos um
pouco, então o irmão Ricardo, me buscou para dar início ao
RITUAL, antes de ser vendado pediu que olhasse bem no fundo
de seus olhos e então me falou CONFIA. (palavra essa que
escutei bastante nesse processo todo de iniciação). Então fui
vendado, retirado todos meus pertences, fui rodopiado, aberto
minha camisa, tirado manga esquerda, sapato e meia do pé
direito, remangado a calça do lado direito, e a pressão
psicológica aumentando, com algumas ordens e palavras
proferidas pelos irmãos que ali estavam presentes o que
aumentou a minha confusão. Fui deixado numa sala, úmida,
abafada, com cheiro de mofo vendado, até que então um dos
irmãos entrou e retirou a venda, e me orientou a observar
somente as frases que em minha frente estava e ler as,
inevitável observei por instantes tudo que ali estava utilizando as
velas acesas como luz.
Tudo o que estava escrito naquelas paredes apenas significava
para mim que me tentavam levar a abandonar o meu propósito
de ser admitido, assustando me com todas aquelas ações e
frases. Fiquei com a sensação de agonia, sufocado, então depois
de mais algum tempo foi me entregue um questionário, li com
bastante atenção e assinei pois concordei com as clausula que ali
estava.
Horas minutos se passaram, até que fui retirado daquela sala,
fiquei agitado, não sabia o que aconteceria em seguida e não
conseguia enxergar pois estava vendado. Confesso que era muito
difícil prestar atenção, até mesmo entender a mensagem por
trás da leitura. Depois de um diálogo sou conduzido ao interior
do templo. Neste momento, faço três viagens simbólicas percorri
caminhos diferentes, a vivencia dessas viagens me fascinaram,
me fizeram prestar atenção, tudo isso vendado, imaginando,
sentido vivenciando o que estava acontecendo ao meu redor, a
primeira viagem no meu ver a mais difícil, parecia estar num
caos, levanta, abaixa, rasteja, corre, direita, esquerda, pula
parecia um perigo total. Segunda viagem, um pouco menos
conturbada, mas com alguns barulhos, me parecia ter algum
perigo ainda, bem menor que a primeira, mas ainda possuindo
perigo. Terceira última viagem, calma, e tranquila. Não consigo
me recordar em qual momento foi amarrado algo no meu
pescoço simbolizando uma forca, fazendo eu subir uma escada
de quatro degraus e fazendo com que eu pulasse, mesmo
sabendo que era simbólico a pressão os gritos de pula, pula, me
bateu um desespero, mas aquela palavra que me foi dita lá no
inicio permaneceu durante toda sessão, CONFIA.
Seguiu o ritual, muita informação e emoção ao mesmo tempo,
lembro também que passei por três portas e fui deixado entrar
com o meu consentimento do que poderia acontecer. Ao longo
do processo fui movido pelos mais variados sentimentos, alegria,
receio, confiança, preocupação, medo, ansiedade, mas nenhum
assusta mais do que o medo do desconhecido. Entre todas as
etapas nenhuma é mais gratificante ao mesmo tempo em que
aterrorizante do que as provas de iniciação. A escuridão não só o
deixa cego para o mundo como também leva a pensamentos
reflexivos. A cada passagem, sentimentos, medos e dúvidas
afloram, frutos de uma encenação quase dramática. É inevitável
não ter medo, pois, o desconhecido assusta. Tomado de uma
pressão psicológica, completamente desorientado um misto de
emoções, fruto, de tudo que estava passando naquele momento
ainda precisei terminar, sendo submetido ao juramento onde
assumi como compromisso de honra aceitar e respeitar
as regras, usos e costumes da maçonaria.
Orgulhoso da honra que me foi concedida em um primeiro
momento, muito cedo descobri que é só o começo de uma longa
jornada, rumo ao belo, ao justo, ao perfeito e que, para tanto,
muito trabalho tenho à minha frente. E talvez seja esta a
impressão que mais me chama a atenção. CONFIA.

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