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02.09.21 - Cord. D'cocha Fernandes Atual Coordenadora Dos Posto
02.09.21 - Cord. D'cocha Fernandes Atual Coordenadora Dos Posto
Local da entrevista:
Idade: 52 anos
Nome do entrevistador:
Antes em 1992 após o acordo geral de paz nas conversações, o meu falecido esposo era da
Renamo e vivíamos no exterior, após as conversações o presidente da Renamo mandou que
voltássemos a Moçambique e tivemos que regressar e vivi na munhava o senário que assiste
como moradora o senário que assiste como moradora era fecalismo ao céu aberto mesmo em
frente da oficina de conselho municipal havia uma lixeira onde as pessoas faziam necessidades ai
mesmo.
Em 2004, 2005, 2006 o presidente de município fez visitas aos bairros do posto administrativo,
quando eu tive o cargo de chefe de secretaria a minha tarefa era passar em todos bairros a
verificar o desenvolvimento de cada bairro e fui vendo que a maior dificuldade do bairro era a
questão de saneamento, observávamos qual dos bairros deveríamos dar prioridade no bairro da
munhava e a primeira prioridade foi o saneamento porque não existia, não tinha saneamento,
havia valas terciarias mas estavam entupidas por capim e as pessoas não se importavam e
tínhamos que sensibilizar as comunidades a não viver com lixo e havia cólera naquele tempo em
2005, 2006, 2007 havia muita cólera e o presidente de município apoiava na compra de caixões
para as famílias mas vulneráveis. É dai que começamos a entregar caixões porque víamos que
enterrar na vala comum, havia familiares que levavam os seus familiares e perdiam a vida no
hospital e não tinham condições como enterrar e chegou uma fase em íamos em uma casa dando
caixões a essas famílias em 2005, 2006 ate atualmente, infelizmente reduziu porque dávamos
diariamente as pessoas. No posto da munhava atingíamos 20 a 30 caixões diários. Feito o estudo
de viabilidade fomos perceber que esta questão da cólera deveríamos sensibilizar as pessoas com
o ministério da saúde fazíamos sensibilização da comunidade, através disso começou a reduzir e
a praticar se a questão da higienização e ouve o projeto de latrinas melhoradas em 2007.
É difícil porque?
É na unidade F e unidade D, é difícil porque tem um rio chamado ndama é uma zona muito baixa,
o mare quando enche atinge uma parte do porto e a zona de munhava matope e no local havia
lixeiras e todo lixo que era recolhido deitava-se naquele local e as pessoas vivem la por causa do
porto aproveitando os trocados dos camionistas que estacionam na entrada do porto. Havia
imundícies naquela zona da munhava. Havia uma associação que começou a trabalhar na
sensibilização e íamos apoiando como conselho municipal, motivando a comunidade no
saneamento e começamos a trabalhar com eles. Africa 70 quando chegou deu se continuidade da
construção das valas de drenagem, abertura das valas e já havia o projeto das latrinas melhoradas
e houve um projeto de latrinas ecológicas e começou se a construir na munhava havia 20, em
mananga havia 10 dependia da densidade populacional, maraza também já não me recordo
quantos tinha só me recordo da munhava havia latrinas ecológicas e latrinas melhoradas.
Comecou a construir se no posto administrativo da munhava onde tem um local de saneamento e
agua, havia as latrinas melhoradas e mesmo assim na época chuvosa encontrávamos latrinas
submersas e iam se juntando com tubos de águas por causa do solo e os tubos das águas não
estavam muito fundos e passamos a sensibilizar as companhias das águas e o FIPAC a fechar os
tubos danificados para que não houvesse a mistura das águas negras e águas de consumo, com a
saúde passamos a trabalhar juntos na humanização em 2008 no posto da munhava, trabalhando
com o ministério da saúde sensibilizando a comunidade, criamos comité de saúde e comité de
humanização da cidade e tive uma formação de 15 dias.
Era a interação entre a comunidade e a saúde, na saúde as vezes não havia medicamentos e a
comunidade não percebia porque não havia medicamento, o estoque acabava e a comunidade
pensava que as enfermeiras vendiam os medicamentos e começamos a interagir com a
comunidade devido a criação do comité de humanização e de saúde. Qualquer doente da
comunidade era recebido com o comité de saúde e iam apresentar para seu atendimento e
começamos a fazer rastreamento de pessoas que sofriam de HIV, tuberculose, cólera o comité de
saúde já identificava e encaminhava o pessoal da medicina preventiva e fazia um diagnóstico e se
houvesse um caso de cólera mandava pulverizar a zona toda e a comunidade começou a
compreender a importância da criação de comités de saúde, respeitar agentes de saúde, a questão
de saneamento porque era normal fazer necessidades de um lado e do outro lado a confecionar
refeições e começamos a construir os balneários nos locais onde não haviam latrinas melhoradas
e onde havia maior índice de cólera.
A associação vidente não sei em que ano foi ciado mas comecei a trabalhar com eles em 2006.
As pessoas iam usando a casa de banho livremente não tinha um critério específico e não se
pagava absolutamente nada, o único balneário que se pagava é o que esta no mercado por questão
de limpeza, nos balneários públicos havia uma pessoa de limpeza e quem pagava era o conselho
municipal e havia também um segurança.
Isso a nível da cidade, também foram construídas balneários no bairro de matacuane na estiva e
era um local de maior enfoque, no chiveve só tem um balneário público, em inhamizua não tem
só são estes bairros que tinham balneários.
Os bairros são no posto administrativo de chiveve tem um balneários que esta na zona de estiva.
Não são 4, na munhava temos na unidade F um, unidade E um, unidade A um, unidade D foi
vandalizado, unidade B um e unidade C e para além da unidade A tem o que esta no mercado no
total são sete (7) eram oito (8) os que estão em utilização são sete.
Na maraza são 3, no vás um, no posto administrativo de chiveve um. Depois disso nos
orçamentos a partir de 2006 colocávamos a questão de hospital no bairro da munhava matope
mas não se conseguiu, no hospital do vás pedimos que contruíssem um hospital porque ajudaria
muito as pessoas, foi construído o centro integrado que ajuda muito na questão de violência. Na
construção das valas de drenagem foram construídas valas terciarias, valas principais a avenida
de 24 de julho que vai desaguar na bacia entre munhava e mananga e vai desaguar no bairro de
maraza. Tem uma vala principal que parte do desaguador ate o bairro da maraza. Depois tem
outras valas terciarias que vão sair na zona da esquadra no total são 4 valas que foram feitas
Foi na limpeza de valas de drenagem, segurança da vala principal para alem das limpezas das
valas terciarias no bairro da Mananga, recolha de rezidos sólidos para a sua reciclagem.
Há muita diferença, quando chove as pessoas não sofrem muitas inundações, há facilidade de
escoamento das águas que vão desaguar na bacia, as pessoas que estavam nas valas de drenagem,
foram construídas casas que nem com Idae não foram destruídas as casas, cerca de 20 casas na
manga Mascarenha para abrigar aquelas pessoas, foi uma mudança muito boa, na construção da
vala principal de drenagem havia pessoas que moravam ao redor da vala então o município Pédio
ao banco mundial para que ao retirar as pessoas fossem construídas casas de alvenaria não
contavam ter casas iguais aquelas com agua e saneamento, isso é algo que se nota. Todos locais
onde foram tiradas as pessoas que viviam nas valas de drenagem foram construídas casas
melhoradas foi de muita valia e nas bermas passam caros sem problemas.
Em 2014, As pessoas que foram reassentadas são da praia nova para a zona de ndunda e houve
inundações novamente em ndunda e as pessoas estão a morar no centro de reassentamento de
mandrusse e centro de reassentamento de savana, algumas pessoas foram em Muave chamada
terra prometida por causa das cheias. Recentemente em 2019 foram levadas algumas famílias
para zona de savana e Madrusse saindo do bairro de ndunda. As pessoas são tiradas do local,
novamente retornam para a questão de negócios.
Sensibilizávamos a comunidade através dos grupos dos jovens, meu envolvimento foi com a toda
comunidade, e estas pessoas que íamos sensibilizando para limpeza, corte das árvores passaram a
trabalhar no município, um deles é o vereador do mercado Gifera sensibilizei a ele para a limpeza
de valas de drenagem hoje é vereador, aqueles que iam fazendo trabalhos voluntários quando
houve oportunidade de emprego fôramos primeiros a serem empregados. Temos agora o
programa MRBC (Mocambique resmi corpotetion ) são para trazer energias renováveis através
de saneamento, todo lixo que vamos recolhendo na cidade passam para a fabrica para fazer
energias limpas.
Informação adicional
O que foi marcante, antes de revestimento da vala houve uma chuva intensa e a Munhava ficou
inundada, a própria estrada ficou no mesmo estado, não podiam sair do local que estávamos,
então foi a primeira vez que convidamos a comunidade há fazer limpeza de valas de drenagem, as
outras pessoas negavam me recordo quando eu vivia no Muchatazina porque diziam é no meu
quintal e minha casa não pode ser aberta isso na comunidade, no Matacuane já não se via onde a
estrada estava. Quando nos disséssemos para abrir as valas de drenagem a comunidade negava
em fazer nas valas terciarias e principais, já existiam mas não estavam revestidas, portanto foi
muito difícil ver as pessoas sem o que comer e com crianças sem ter meios e as pessoas da
comunidade a negar abrir porque tinham construídas as casas nas valas isso me chocou muito.
Quando estávamos a fazer a orçamentação onde coloquei revestimento da vala principal do 24 de
julho, construção da estrada Chota, as pessoas não iam ao hospital por causa das estradas
inundadas, falta de vias de acesso isso me marcou bastante.
O que fui contado pelo que me lembro é que na zona de Chiveve passavam barcos onde tem a
igreja universal, infraestruturas verdes passavam barcos. O que fez com que os barcos não
passassem foi o crescimento de mangal, na casa dos biques não se passava.
Diziam que os saneamentos o que faziam há muito tempo levavam baldes e faziam as suas
necessidades e iam deitar, outros diziam a limpeza em se não era feira como atualmente, todo o
rezido solido era feito um buraco e depositavam todo lixo no buraco não precisava de ter o
saneamento tive a oportunidade de conversar com alguns régulos, diziam que depois enterravam.
Alguns bairros que foram beneficiados na zona de cimento, aqui na manga a também bairros se
formos haver as melhores casas estão nesse bairro, outos bairros são bairro de matadouro, manga
Luforte, alto da manga, Inhamizua algumas casa zona de CFM, Macute, Ponta-gea. Foram
privilegiados porque os brancos viviam nestes bairros. Os bairros que não foram privilegiados
usavam as machambas fazendo fecalismo ao céu aberto e muita gente por causa da tradição não
gosta casa de banho dentro usam fora. E também por causa da tradição os geros não podem
banhar-se no mesmo casa de banho que a sogra por esta causa construíam dois casa de banho um
dentro e outro fora. As tradições ainda continuam ate nos dias atuais em algumas famílias por
exemplo se o meu esposo morre eu já não posso usar a mesma casa por que a morte iria perseguir
ou se relacionar com o irmão, se envolver sexualmente com o familiar do marido chamada pita
cufa. Estas tradições todas é que acabaram estragando.
Uma das intervenções é a construção da vala 24 de julho que vai ligar ate ao desaguador, valas de
drenagem no Macurungo, foram reconstruídas maior parte e a construção da bacia. Também a
construção das valas terciarias e pontes. Construção de mercados, balneários, infraestruturas
verdes, cede dos bairros, a morgue, construção de etar, a reabilitação do desaguador são estas
grandes coisas de valia que o município fez. Estas construções ocorreram em quase todos os
bairros mercado de maquinino, goto, pontagea,masacrenha, macute,praia nova, munhva, mercado
de dev simango, massama, primeiro de maio.
Cede dos bairros quase toda cidade menos Vás e chaimite não tem cede do bairro.
Não me lembro bem o ano, mas a Frelimo acabou dizendo que os bairros pertencem a eles, e o
conselho municipal foi construindo bairros. Todos os bairros ficaram com a Frelimo e o conselho
municipal passou a construir novos bairros.
Se pudesse proceder da mesma forma que no sassado procederia sim, porque se você faz algo
com vontade não só a comunidade fica feliz, eu gosto de ver pessoas felizes eu faria o mesmo que
é prestação do munícipe, os objetivos foram alcançados.
A única coisa que ficou de fora foi a questão da internet, o presidente tinha dito que cada bairro
tinha que ter Internet, um computador. Não foi muito avante porque faziam a mau uso daquele
material e tivesse que recolher para não perder.
Questões negativas
Me recordo dos carros, o conselho municipal comprou carros para ajudar as pessoas nas questões
fúnebres, não se pagava nada, as pessoas faziam o mau uso.
Faria a fiscalização nas novas valas, para punir, multar as pessoas que deitam rezidos sólidos nas
valas de drenagem porque recebemos doações e leva se muito tempo na construção para os
beneficiários estragarem todo o esforço feito. Introduzir leis que penalizam os infratores e levar
os bilhetes de identidade para educar o ser humano.
Havia muito o envolvimento das mulheres, mas que 50% eram mulheres.
Duarte
Muitos que têm Duarte eram homens, as mulheres por serem casadas não se envolviam nisso,
mas o presidente nas novas reconstruções obrigava a colocar os nomes do casal no Duarte para
evitar problemas de uso e aproveitamento de terra entre casal. As pessoas só querem construir
não se importam se estão nas valas dizem aquele que quer me tirar enquanto já fiz obra de grande
envergadura me indemnizar é o que esta acontecer, não se importam com Duarte se não estariam
a fazer estas construções estrondosas sem respeitarem o município.
Grandes atores
Primeiro é a recolha dos rezidos sólidos, tinha que ter transporte e equipa estruturada;
Trabalhar muito no ordenamento territorial, geografia e cadastra e capacitação dos chefes e dos
líderes comunitários.
Os que poderiam fazer com que as mudanças acontecesse primeiros com os chefes, depois a
comunidade.
Considerações da coordenadora
A entrevista foi boa, depois de fazer esse trabalho tem que apresentar ao próprio conselho
municipal ver para mudar se não irão mudar, a mudança de comportamento deve começar por
nos mesmos, qualquer coisa que for a fazer devemos envolver a comunidade, eu fazia a
planificação com a comunidade, a participação comunitária é muito bom juntas todos para
trabalhar