Você está na página 1de 28

ÍNDICE

I. DESCRIÇÃO DA COMUNIDADE DE NANSENHENJE.................................................................4

1.1. Localização Da Comunidade............................................................................................................4

1.2. Actividades Económicas Realizadas Na Comunidade......................................................................4

1.3. Escolas e Unidades Sanitárias..........................................................................................................4

1.4. Estrutura social e instituições Culturais...........................................................................................5

II. DIAGNOSTICO RÁPIDO PARTICIPATIVO DA COMUNIDADE DE NANSENHENJE.............6

2.1. Perfil Histórico.................................................................................................................................6

2.2. Mapeamento Histórico......................................................................................................................6

3.3. Matriz de Utilização de Recursos de Nansenhenje..........................................................................7

2.4. Matriz de Gestão de Recursos...........................................................................................................7

2.5. Diagrama De Venn...........................................................................................................................9

2.6. Árvore de Problema........................................................................................................................10

2.5.1. Representação da árvore de Problema.........................................................................................11

2.7. Ferramentas de DRP.......................................................................................................................12

2.7.1. Perfil Histórico............................................................................................................................12

2.7.2. Organização Social......................................................................................................................12

2.7.3. Diagrama de venn........................................................................................................................12

2.7.4. Corte transversal..........................................................................................................................12

2.7.5. Árvore de problema.....................................................................................................................12

2.7.6. Matriz de Gestão e Utilização de Recursos..................................................................................13

2.7.7. Corte Transversal.........................................................................................................................13

2.7.8. Mapeamento Histórico.................................................................................................................13

III. PROPOSTA DE UM PROJECTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE DE


NANSENHENJE...................................................................................................................................14
3.1. Identificação do Projecto................................................................................................................14

3.2. Estudo Preliminar...........................................................................................................................14

3.2.1. Impulsão para a mudança............................................................................................................14

3.2.2. Natureza do Problema..................................................................................................................14

3.2.3. Partes Envolvidas........................................................................................................................15

3.2.4. Análise da situação......................................................................................................................15

IV. MATRIZ QUADRO LÓGICO DO PROJECTO.............................................................................17

V. VALIDAÇÃO ECONOMICA E SOCIAL DO PROJECTO............................................................20

5.1. Validação social..............................................................................................................................20

5.2. Validação Económica.....................................................................................................................20

5.2.1. Identificação dos Custos..............................................................................................................20

5.2.2. Medida do Impacto do Projecto...................................................................................................21

2
I. DESCRIÇÃO DA COMUNIDADE DE NANSENHENJE

1.1. Localização Da Comunidade


A comunidade de Nassenheje, localiza-se no posto administrativo de Nansenhenje, distrito de
Sanga, província de Niassa, e faz fronteira a sul com a comunidade de Licoli e a norte com a
comunidade de Ngogoti, dentro do distrito de Sanga. O distrito de Sanga localiza-se no norte da
província de Niassa a 60 km da cidade capital (Lichinga), confinando a norte com a República da
Tanzânia, a Sul com o distrito de Lichinga, a leste com os distritos de Mavago e Muembe e com
o distrito de lago.

1.2. Actividades Económicas Realizadas Na Comunidade


A actividade mais praticada pelos moradores da comunidade é a agricultura. As mulheres são as
que se ocupam mais nessa actividade que os homens. Os mais idosos praticam a agricultura
principalmente para manter a nutrição e sobrevivência das suas famílias, enquanto os mais
jovens preocupam-se mais em produzir para no fim poder vender, apresentando campos mais
extensos. Uma outra actividade praticada pelas famílias rurais, é a pecuária, principalmente na
criação de cabritos e galinhas.
A comunidade dispõe de pequenos mercados, onde são comercializados produtos alimentares
básicos, bem como pequenas lojas de produtos industrializados.
A comunidade dispõe mais de duas pequenas indústrias de processamento que tem ajudado
bastante, pois através delas as famílias processam o milho, a mapira e a mandioca seca em
farinha, que são os produto mais consumidos.

1.3. Escolas e Unidades Sanitárias


A comunidade tem apenas duas escolas primárias. Escolas secundárias mais próximas só podem
ser encontradas em Macaloge e Malulo, comunidades muito distantes, limitando os estudos de
muitos jovens. Um dos problemas que a comunidade enfrenta é a falta de uma escola secundária
na comunidade, e por essa razão muitos jovens acabam desistindo dos estudos após o ensino
primário, uma vez que os encarregados de educação não possuem condições adequadas para
financiar os estudos.

Existe uma unidade sanitária na comunidade, construída primeiramente em 1983 com material
local (capim, bambus, etc) e melhorada em 2001.

3
O posto administrativo de Nansenhenje possui um centro de saúde, com mínimas condições de
atendimento, capaz de responder as exigências dessa comunidade. Esse centro possui uma equipe
suficiente para suprir as necessidades dessa comunidade, até que as comunidades vizinhas como
Cazizee Lidjego dependem do mesmo centro de saúde.

1.4. Estrutura social e instituições Culturais


A comunidade de Nansenhenje é constituída pelo regulo como entidade máxima da comunidade,
seguido do chefe do posto (principal representante governamental), Ndunas, Rainha, chefe de
posto, os secretários, e por a fim a comunidade em geral. Externamente, encontra-se o
administrador do distrito e o governador, que também em algum momento interferem nas
decisões da comunidade. A comunidade de Nansenhenje é representada por um régulo e chefe do
posto administr8ativo, que é o principal representante governamental.
Maior parte da população da comunidade é muçulmana, sendo crista a minoria. Nessa
comunidade existe apenas uma igreja devido ao número baixo dos membros da religião crista, as
mesquitas apresentam mínimas condições, em que usa-se o tijolo para a construção da mesma.

4
II. DIAGNOSTICO RÁPIDO PARTICIPATIVO DA COMUNIDADE DE
NANSENHENJE

2.1. Perfil Histórico

1977 Criação da comunidade de Nansenhenje;

1983 Construção do hospital de Nansenhenje com material local;

1985 Construção da igreja de Nansenhenje;

1992 Construção da escola primária;

1994 Construção da mesquita de Nansenhenje;

1994 Construção dos primeiros poços de abastecimento de água potável, vulgo "djiga-
djiga".

Construção do hospital de raiz;


2001
2006 Criação do posto policial de Nansenhenje;

2018 Construção de uma nova mesquita central da comunidade.

De acordo com a entrevista feita directamente com as pessoas mais velhas da comunidade de
Nansenhenje, durante o período de guerra civil, a população da comunidade de Nansenhenje
fugia para as matas durante a noite, e regressava de dia, e poucas são as pessoas que saíram
definitivamente da comunidade. Anualmente, depois da colheita, a comunidade de Nansenhenje
faz uma grande festa chamada "Uhago".

Numa primeira fase usou-se esta ferramenta para fazer a caracterização geral da comunidade, no
âmbito da identificação da dinâmica de ocupação do local e perceber os possíveis conflitos, de
forma a fortalecer a confiança entre as partes e conhecer as prioridades desta comunidade. O
perfil histórico possibilitou conhecer a dinâmica da população.

5
2.2. Mapeamento Histórico

Período/Actividade Agricultura Caca Pesca Criação de animais


Antes da independência

Gerra Civil

Depois da Gerra civil

O uso do mapeamento histórico permitiu conhecer qual era o nível de realização das principais
actividades económicas ao longo do tempo, desde o período de colonização até os dias actuais.
O mapeamento histórico apresenta diferentes épocas de ocupação da zona, mostrando também as
actividades desenvolvidas em cada época.

3.3. Matriz de Utilização de Recursos de Nansenhenje


Homens Mulheres Ricos Pobres Nativos Vientes
Terra
Agua
Pesca
Florestas
Capim

Observando a tabela acima, percebe-se que na comunidade de Nansenhenje, a terra é utilizada


maioritariamente pelas as mulheres, nativos e pobres para a realização da agricultura. Poucos
homens se ocupam em actividades agrícolas, ou seja, passam pouco tempo nas machambas,
sendo responsáveis em procurar dinheiro para satisfazer outras necessidades. A água é
amplamente utilizada por todas pessoas da comunidade. Quanto a pesca, que é uma actividade
desenvolvida em maior escala no tempo chuvoso, é maioritariamente demandada pelos nativos,
homens e pobres. Os homens exploram mais os recursos florestais, pois é na floresta onde é
retirada a lenha para a preparação de alimentos e queima de tijolos, bem como para a caça.

Em função dos resultados encontrados com o uso da matriz de utilização de recursos e do


projecto que se pretende implementar, constata-se que existe mão de obra adequada para a
6
realização do projecto, pois a maior parte da população da comunidade de Nansenhenje têm a
agricultura como a principal actividade económica. Homens, mulheres, ricos e pobres, nativos e
vientes dependem da agricultura para o seu sustento, e como o projecto visará estimular e
melhorar a actividade agrícola dos produtores rurais, espera-se maior aderência aos serviços que
serão fornecidos pelas acções do projecto.

2.4. Matriz de Gestão de Recursos


Quem Autoriza Normas Quem Resolvi Sanção para quem
Estabelecidas os conflitos não Obedece
Terra Régulo Quando a terra Régulo, na sua Toma-se atencao ao
que se deseja não ausência os indiciado apenas duas
estiver ocupada, suplentes. vezes. A terceira vez é
se paga nada. expulsa da
Apenas pede-se comunidade.
ao Régulo.
Água A comunidade em Aconselha-se o
geral. uso sustentável da
agua e das
infraestruturas.
Florestas Normalmente o Uso sustentável Nessa Nessa comunidade
régulo é que dos recursos comunidade não se resolve
autoriza, mas nessa florestais; não se resolve problemas
comunidade as problemas relacionados
pessoas não pedem relacionados
autorização, apenas
exploram
descontroladamente.
Pesca Apenas se explora Não há regras Não foram Não foram resolvidos
resolvidos problemas do género
problemas do
género

7
Capim Apenas se explora Não há regras Não foram Não foram resolvidos
resolvidos problemas do género
problemas do
género

Os recursos florestais estão a ser explorados desordenadamente e de forma não sustentável na


comunidade de Nansenhenje. As pessoas nativas e vientes, apenas vão as florestas e cortam
quantidade de combustível lenhoso que desejam, sem nenhuma regulamentação, e como
consequências, maior parte das áreas que antes estavam cobertas de árvores grandes, hoje apenas
encontra-se plantas em regeneração e as vezes as pessoas dirigem-se a outras comunidades para
explorar combustível lenhoso.

A utilização desta ferramenta teve a finalidade de avaliar as linhas horizontais e verticais da


comunidade, em que foi possível perceber o modelo de liderança da comunidade para saber a
quem se dirigir numa primeira fase e conhecer as normas e práticas que as regulam, bem como
os mecanismos de resolução de conflitos na comunidade.

2.5. Diagrama De Venn

Administrador do Distrito
Técnico de agrário

Policia

Res. Pela Saúde


8

Rainha Régulo Chefe do Posto


Adjunto

Secretário de Círculo

Secretários das Células

Governador da província

O uso do diagrama de venn neste diagnostico foi para perceber o funcionamento da liderança da
comunidade, de modo a conhecer a natureza das relações desta comunidade com as
circunvizinhas, bem como as interacções dentro da comunidade.

2.6. Árvore de Problema


A comunidade de Nansenhenje apresentou os seguintes problemas:

1. Falta de uma escola secundária;


2. Baixo nível de escolaridade;
3. Falta de um centro para a comercialização de produtos agrícolas;

9
4. Falta de tractores para aumentar as áreas de cultivo;
5. Alto índice de casos de malária na comunidade;
6. Falta de enfermeiros e medicamentos no posto de saúde;
7. Falta de professores na escola primaria;
8. Falta de um mercado publico;
9. Insuficiência de fontes agua potável;
10. Desnutrição aguda na comunidade;
11. Falta de pesticidas para combater pragas em diversas culturas.
12. Baixa produtividade em algumas culturas ( tomate, cebola, batata, cenoura...)

O baixo nível de escolaridade está relacionado com a falta de professores na escola primaria, a
falta de uma escola secundaria. A desnutrição aguda relaciona-se com a falta de um centro de
comercialização de produtos agrícolas, a falta de um mercado público, a insuficiência de água
potável, a baixa produtividade em algumas culturas, assim sucessivamente.

Sendo assim, ficamos apenas com os seguintes problemas:

1. Baixo nível de escolaridade;


2. Desnutrição aguda na comunidade;
3. Insuficiência de serviços de saúde publica;

Dos problemas acima, a comunidade priorizou o problema da desnutrição aguda, pois a sua
ocorrência esta relacionada com muitos outros problemas como a falta de um centro para a
comercialização de produtos agrícolas em grandes quantidades, a insuficiência de fontes de agua
potável, a baixa produtividade em algumas culturas (para variar a alimentação), falta de
pesticidas, a falta de tractores para aumentar as áreas de produção, e em pequena escala o baixo
nível de escolaridade.

10
2.5.1. Representação da árvore de Problema

Crescente lento das crianças

Alto nível de mortalidade entre 3-10 anos...

Desnutrição crónica

Pouca diversificação de
alimentação

Possíveis causas da desnutrição crónica

1. Pouca diversificação nas culturas agrícolas;


2. Falta de um centro de venda de produtos agrícolas em grandes quantidades;
3. Baixa renda;
4. Hábitos culturais;
5. Baixo nível de escolaridade;

Usou-se a árvore de problema para conhecer os principais problemas que retardam o


desenvolvimento da comunidade pela raiz, tentando identificar as suas reais causas e as possíveis
soluções de forma participativa. Esta ferramenta permitiu fazer a listagem de todos os problemas
que retardam o desenvolvimento da comunidade e através dela os membros da comunidade
priorizaram os principais.

11
2.7. Ferramentas de DRP
As ferramentas que foram usadas para fazer o diagnostico da realidade da comunidade de
Nansenhenje são:

2.7.1. Perfil Histórico


Numa primeira fase usou-se esta ferramenta para fazer a caracterização geral da comunidade, no
âmbito da identificação da dinâmica de ocupação do local e perceber os possíveis conflitos, de
forma a fortalecer a confiança entre as partes e conhecer as prioridades desta comunidade. O
perfil histórico possibilitou conhecer a dinâmica da população.

2.7.2. Organização Social


A utilização desta ferramenta teve a finalidade de avaliar as linhas horizontais e verticais da
comunidade, em que foi possível perceber o modelo de liderança da comunidade para saber a
quem se dirigir numa primeira fase e conhecer as normas e práticas que as regulam, bem como
os mecanismos de resolução de conflitos na comunidade.

2.7.3. Diagrama de venn


O uso do diagrama de venn neste diagnostico foi para perceber o funcionamento da liderança da
comunidade, de modo a conhecer a natureza das relações desta comunidade com as
circunvizinhas, bem como as interacções dentro da comunidade.

2.7.4. Corte transversal


Com uso desta ferramenta foi possível identificar os recursos disponíveis e a forma de utilização
dos mesmos na comunidade, permitindo conhecer as principais actividades económicas
realizadas na comunidade.

2.7.5. Árvore de problema


Usou-se a árvore de problema para conhecer os principais problemas que retardam o
desenvolvimento da comunidade pela raiz, tentando identificar as suas reais causas e as possíveis
soluções de forma participativa. Esta ferramenta permitiu fazer a listagem de todos os problemas
que retardam o desenvolvimento da comunidade e através dela os membros da comunidade
priorizaram os principais.

12
2.7.6. Matriz de Gestão e Utilização de Recursos
O uso desta ferramenta possibilitou conhecer as formas de utilização e regulamentação dos
recursos da comunidade e, por meio de um corte transversal foi possível ver a localização dos
recursos dentro da comunidade. A matriz de gestão de recursos permitiu saber qual a
regulamentação imposta sobre a utilização de recursos, as sanções aplicadas quando as pessoas
cometem infracções, bem como as entidades responsáveis pela resolução dos conflitos
relacionados a utilização de recursos da comunidade.

2.7.7. Corte Transversal


De forma geral, o corte transversal permite ver como os recursos estão sendo utilizados na
comunidade, e possibilita-nos conhecer quais as formas de utilização de solo, como as habitações
e as machambas estão distribuídas. Depois de ter feito a matriz de gestão e utilização de recursos,
a partir de um corte transversal pode-se conhecer a localização desses recursos.

2.7.8. Mapeamento Histórico


O mapeamento histórico apresenta diferentes épocas de ocupação da zona, mostrando também as
actividades desenvolvidas em cada época.

13
III. PROPOSTA DE UM PROJECTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
COMUNIDADE DE NANSENHENJE

3.1. Identificação do Projecto


Nome do Projecto: Projecto de redução do índice de desnutrição aguda na comunidade de
Nansenhenje;

3.2. Estudo Preliminar

3.2.1. Impulsão para a mudança


Depois de ter várias conversas com alguns membros e representantes da comunidade de
Nansenhenje, bem como convivido na comunidade, percebeu-se que a alimentação da maior
parte da população da comunidade de Nansenhenje não é diversificada, visto que estes se
alimentam diariamente na base de milho e feijão, e o nível de escolaridade é muito baixo, poucos
falam a língua portuguesa e a renda familiar é muito baixa. Com base nestes problemas
verificados, o grupo de estudantes sentiu a necessidade de analisar de forma mais clara e
participativa os problemas que mais preocupam a comunidade e em seguida elaborar um projecto
de desenvolvimento.

3.2.2. Natureza do Problema


A comunidade de Nansenhenje depende basicamente da agricultura para a sua subsistência. Por
um lado, os potenciais produtores da comunidade estão dispostos a aumentar as suas áreas de
cultivo para aumentar a produção, porém, a falta de maquinarias para facilitar o trabalho no
campo tem sido um dos maiores problemas que impossibilita a execução de suas metas
(aumentar a produção para ganhar dinheiro). Os tractores que existem no distrito não são
suficientes para atender as necessidades de todos os produtores, razão pela qual não são
disponibilizados para os produtores de Nansenhenje quando estes solicitam, sendo apenas usados
na vila do distrito.

Por outro lado, os produtores tem atingido uma boa produção, mas a falta de potenciais
compradores tem influenciado não só na venda dos produtos a preços muito baixos, mas
também contribui para que as famílias não tenham uma alimentação diversificada, não tenham
casas melhoradas, afectando assim o desenvolvimento da mesmas. A alimentação da população
de Nansenhenje não é diversificada, pois se alimenta basicamente de produtos provenientes das

14
suas machambas como feijão e farinha de milho e raramente consome-se arroz, peixe, hortícolas,
etc, devido a insuficiência da renda familiar, bem como dos hábitos alimentares adoptados. A
pouca diversificação da alimentação leva por um lado ao aumento de desnutrição, principalmente
nas crianças mas novas, atrasando o crescimento e desenvolvimento das mesmas e tornando-as
susceptíveis a doenças crónicas.

Como estratégia para a redução da desnutrição na comunidade, o projecto vai promover


actividades que visam estimular a produção de diversas culturas, bem como a criação de um
centro de prestação de serviços agrícolas, onde os produtores poderão adquirir diferentes
insumos necessários para alcançar boa produtividade e vender parte de seus produtos a preços
adequados, de forma a ter renda suficiente para ter uma alimentação equilibrada.

3.2.3. Partes Envolvidas


A nível macro: O ministério da agricultura, o ministério da saúde, instituições de saúde pública;

A nível intermédio: Serviços distritais das actividades económicas, fornecedores de insumos


agrícolas;

A nível micro: Os produtores locais e suas famílias, homens e mulheres, jovens, crianças e
adultos; associações de produtores, comerciantes de produtos agrícolas e não agrícolas.

3.2.4. Análise da situação


Para proceder a análise da situação do projecto, foram usadas as seguintes ferramentas do
diagnostico rápido participativo: perfil histórico, mapeamento histórico, matriz de gestão de
recursos, corte transversal, matriz de gestão e utilização de recursos, arvore de problema e
diagrama de venn. Estes dados foram discutidos com a comunidade, permitindo identificar os
pontos que deviam ser aclarados e orientando o sentido das pesquisas.
O quadro abaixo mostra o problema, as causas, possíveis consequências, possibilidades de
resolução e os recursos indispensáveis para a resolução do problema.

Problema Causas Consequências Possibilidades de

15
Central resolução
-Hábitos - Insuficiência da - Criação de uma
culturais; renda familiar instituição governamental
-Pouca necessária para que compram produtos
diversificação de diversificar a agrícolas a preços
culturas agrícolas alimentação; adequados para a garantia
(a população -Retardamento do da renda das famílias;
Desnutrição
produz mais crescimento e - Promoção de actividades
aguda na
milho e feijão, desenvolvimento das para estimular a produção
comunidade
alimentando-se crianças; de culturas alimentares
basicamente - Má saúde dos diversificadas;
disso); adultos e das crianças; - Mudança de hábitos da
- Baixo nível de comunidade;
escolaridade;
- Falta de
potencias
compradores de
produtos
agrícolas a
preços
adequados;

Tabela: Analise da situação do problema.

16
IV. MATRIZ QUADRO LÓGICO DO PROJECTO
Estrutura do projecto I.O.V Meios de verificação Hipoteses
Objectivos do  as crianças já
desenvolvimento crescem
 Reduzir o  90% da de uma
índice de população forma saudável
desnutrição tem uma  o centro de saúde
aguda na alimentação já não recebe
comunidade de equilibrada; casos de
Nansenhenje; desnutrição
crónica
 redução da taxa
de mortalidade
devido a
desnutrição
Objectivos  80% da  maior parte da  Se o centro
intermediários população já população já de
 promover o produz adoptou comercializa
cultivo de culturas melhores hábitos ção de
culturas diversas( hort alimentares; produtos
diversificadas; ícolas, batata,  melhoria das agrícolas é
 Aumentar a amendoim, condições de criado, as
produtividade etc.) vida da famílias
agrícola da  80% dos população; poderão
população; produtores já  Aumento comprar
 Possibilitar a produzem significativo do insumos e
mudança de quantidades numero de vender seus
hábitos consideráveis estabelecimentos produtos
alimentares da , já usam vendendo agrícolas (a
comunidade. insumos produtos renda vai
diversos.

17
adequados; aumentar);
 70% da
população já
mundou os
seus hábitos
alimentares.

Resultados
 Melhoria dos  Grande parte  As crianças já  Se a renda
hábitos da população crescem das famílias
alimentares; já cultiva saudáveis; aumentar e
 Renda culturas  Boa parte dos produzirem
aumentada; diversas e já produtores já varias

 Uma diversifica tem transporte culturas

identidade alimentação; próprio agrícolas,

criada;  80 % da (motorizadas, então a


população já bicicletas); alimentação
produz para o  Redução será bem
consumo e significativa de diversificada;
para venda; entradas nos
 Maior parte hospitais devido
da população a desnutrição;
já produz  Populações
hortícolas; circunvizinhas
já vem a
comunidade
para comprar
determinados
produtos;
Actividades
 promover  4 Palestras  Mudanças de  Se as

18
palestras de feitas por boa parte dos famílias
sensibilização mes hábitos da diversificare
 Transmissão de  3 Vezes por população; m a
programas dia a alimentação,
radiofónicos informação  População então os
 construir centro tem sido consegue índices de
de prestação de transmitida construir casas desnutrição
serviços  um centro melhoradas com aguda
agrícolas construído e o valor das reduzirão
(venda de maior parte vendas; significativa
insumos e da população mente.
compra de já se  Redução do

produtos beneficia dos numero de

agrícolas) serviços usuários em cada

 construir mais  a população centro de

fontenárias para já tem agua abastecimento;

o abastecimento suficiente
de agua potável.

Condições
Prévas
Existência de
terras férteis;
Apoio do
MINAG;

19
V. VALIDAÇÃO ECONOMICA E SOCIAL DO PROJECTO

5.1. Validação social


Para a operacionalização do projecto, todas as partes devem se envolver activamente. As
entidades politicas devem estar a favor com a implementação do projecto na comunidade, o
projecto deve ser do conhecimento dos lideres comunitários.

O projecto vai envolver todas as classes sociais da comunidade, desde os indivíduos de mais
baixa renda, até os mais afortunados, para que outros não se sintam excluídos perante a estratégia
de desenvolvimento. Na comunidade em destaque, os idosos constituem o grupo mais pobre,
enquanto que os jovens possuem as condições mínimas de sobrevivência.

Numa primeira fase, os potenciais produtores da comunidade vão aderir os serviços agrários
disponibilizados, pois essa será a oportunidade certa para eles aumentarem sua produção, visto
que os tractores, adubos e assistência técnica será disponibilizada em qualquer época do ano.
Com o aumento da produção e melhoria das condições de vida de um grupo da comunidade, os
demais grupos também verão a relevância dos serviços optarão também em fazer o mesmo.

O projecto vai estimular mais a produção, pois os produtores trabalharão o máximo possível de
modo obter bons rendimentos no final para conseguir produzir quantidades que cheguem para a
alimentação e comercialização. O projecto vai atender as necessidades dos mais pobres, desde
que esses sejam economicamente activos e trabalhem para alcançar rendimentos satisfatórios.

A presença do régulo, Ndunas, secretários e outras estruturas da comunidade será indispensável


no momento da anunciação e implementação do projecto na comunidade.

5.2. Validação Económica

5.2.1. Identificação dos Custos


Os custos necessários para a implantação do projecto na comunidade são imensos. Será
necessária mão de obra e muitos materiais de elevados custos para a construção da infra-
estrutura. Muito dinheiro vai ser gasto na aquisição de tractores, sementes melhoradas e demais
insumos agrícolas necessários para incrementar a produção.

20
A comunidade terá benefícios inestimáveis com a implementação do projecto. Os produtores
terão a sua disposição todos os recursos para aumentar a sua produção e produtividade, para no
fim conseguir vender parte dos produtos no centro estabelecido a preços viáveis aprovados pelo
governo, melhorando significativamente a vida das famílias da comunidade de Nansenhendje,
bem como das comunidades circunvizinhas.

5.2.2. Medida do Impacto do Projecto


De forma geral, o projecto terá impactos satisfatórios a mediada que os produtores estiverem
cada vez a aderir aos serviços disponibilizados. Se os produtores mudarem seus hábitos e
apostarem em cultivar extensas áreas e utilizarem sementes melhoradas, adubos nos sistemas de
cultivo e diversificarem as culturas, o índice de desnutrição vai reduzir e a vida das famílias
melhorará.

Em 3 anos de funcionamento do projecto, os potenciais produtores serão capazes de ter casas


melhoradas, motorizadas, carros, conforme a capacidade produtiva de cada um.

Quando a comunidade beneficiada estiver a verificar melhorias significativas das condições de


vida, as comunidades circunvizinhas também vão se interessar e a aderência aos serviços será
maior, portanto, a instituição deve estar disponível para atender a demanda e para isso, deve
melhorar os seus serviços continuamente através de pequenas operações transaccionadas com os
produtores. O centro criado deve ser capaz de funcionar por si só.

O projecto visa reduzir os níveis de desnutrição aguda na comunidade e com ele os produtores
terão a sua disposição todas as ferramentas necessárias para alcançar uma boa produtividade.
Não haverá mais dificuldades em vender os produtos agrícolas e as famílias terão uma renda
suficiente para se alimentar de forma adequada e financiar os estudos dos seus filhos.

De forma geral, o projecto vai:

 Reduzir os níveis de desnutrição aguda na comunidade: com os valores


obtidos na venda de produtos poderá adquirir diferentes tipos de alimento,
deixando assim de se alimentar apenas na base de feijão e farinha de milho.
 Diminuir os níveis de desistência de jovens nas escolas: dada a disponibilidade
de tractores, adubos, sementes e demais insumos, as famílias sentirão a

21
necessidade de aumentar a produção para apostar na educação e formação dos
filhos.
 Garantia de renda para as famílias;
 Possibilitar que os produtores

22
VI. ESQUEMA DE PLANEAMENTO DO PROJECTO USANDO O MÉTODO ZOPP

Na tabela abaixo, está representado o esquema de planeamento do projecto pelo método ZOPP.

Estratégia Indicadores Suposições Indicadores das


suposições
Objectivo Global
Reduzir a pobreza
absoluta
Objectivo de
desenvolvimento
Reduzir o índice de
desnutrição aguda na
comunidade de
Nansenhenje;
Objectivo do projecto  80% da
 promover o população já
cultivo de produz
culturas culturas
diversificadas; diversas( hortí
 Aumentar a colas, batata,
produtividade amendoim,
agrícola da etc.)
população;  85% dos
 Possibilitar a produtores já
mudança de produzem
hábitos quantidades
alimentares da consideráveis;
comunidade

23
Resultados  Grande parte Com a massiva Aumento das receitas
 Assegurar que a da população produção de culturas dos produtores;
população já cultiva diversificadas, as
melhore os culturas populações das
hábitos diversas e já localidades
alimentares; diversifica circunvizinhas, virão
 Promover o alimentação; comprar produtos na
aumento  A população comunidade.
significativo da já produz para
renda da o consumo e
população; para venda;
 Possibilitar a  Maior parte da
criação de uma população já
identidade na produz
comunidade; hortícolas

24
Actividades  4 Palestras
 promover feitas por mes; Condições climáticas Alta produtividade
palestras de  3 Vezes por e edaficas adequadas nas machambas.
sensibilização dia a para o

 Transmissão de informação desenvolvimento das

programas tem sido culturas


radiofónicos transmitida;
 construir centro  um centro
de prestação de construído e
serviços maior parte da
agrícolas população já
(venda de se beneficia
insumos e dos serviços;
compra de
produtos
agrícolas)

VII. SISTEMA DE MONITORIA E AVALIAÇÃO DO PROJECTO

7.1. Objectivos da monitoria e avaliação do projecto

O monitoramento e avaliação das acções deste projecto visa fundamentalmente os seguintes


objectivos:

 Verificar se os produtores já estão a diversificar as culturas, e se eles estão a mudar os


hábitos alimentares;
 Quantificar e qualificar a produção dos produtores que vão aderir aos serviços fornecidos
pelo projecto;
 Determinar o nível de redução de desnutrição e melhoramento da vida na comunidade.

7.2. Actividades a serem monitoradas

Neste projecto, serão monitoradas as seguintes actividades:

25
 Produção agrícola de culturas diversificadas pelos produtores;
 Comercialização de produtos agrícolas na comunidade;
 Palestras de sensibilização.

7.3. Esclarecimento dos objectivos e das actividades

Através da qualificação e quantificação da produção da comunidade, será possível ver se o


projecto está ou não sendo conduzido de forma adequada, permitindo medir os impactos
positivos e negativos das acções do projecto. O monitoramento e a avaliação das acções do
projecto, vai ajudar a conhecer o nível de melhoria das condições de vida da comunidade, de
forma a perceber se o objectivo final do projecto esta sendo alcançado adequadamente.

As actividades propostas para o monitoramento visam em parte observar se os produtores estão a


promover a diversificação de culturas agrícolas e fazer as devidas avaliações, de forma a detectar
as possíveis irregularidades e corrigi-las ainda no âmbito da implementação do projecto.

7.4. Desenvolvimento dos indicadores

A tabela abaixo, apresenta os indicadores que vão ser usados para o processo de monitoria e
avaliação do projecto.

Objectivos Específicos Indicadores


Promover o cultivo de culturas diversificadas Número de famílias na comunidade envolvidas
directamente no projecto
Aumentar a produtividade agrícola da Número de famílias com condições de vidas
população melhoradas
Promover a mudança de hábitos alimentares da Número de famílias que participa nas palestras,
comunidade já produz hortícolas, crianças saudáveis.
Tabela: Indicadores para o processo de monitoria e avaliação do projecto.

7.5. Métodos de levantamento e colheita de dados

Os dados serão levantados através de entrevistas abertas e semi-estruturadas, e com base em


observações feitas nos campos agrícolas dos produtores.

26
Também serão usados fluxogramas e fotografias como métodos de levantamento.

VIII. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para maior eficiência e efectividade do projecto, todas as partes devem se envolver activamente.
As entidades politicas devem estar a favor com a implementação do projecto na comunidade, o
projecto deve ser do conhecimento dos lideres comunitários. O projecto vai envolver todas as
classes sociais da comunidade, desde os indivíduos de mais baixa renda, até os mais afortunados,
para que outros não se sintam excluídos perante a estratégia de desenvolvimento. Na comunidade
em destaque, os idosos constituem o grupo mais pobre, enquanto que os jovens possuem as
condições mínimas de sobrevivência.

Numa primeira fase, os potenciais produtores da comunidade vão aderir os serviços agrários
disponibilizados, pois essa será a oportunidade certa para eles aumentarem sua produção, visto
que os tractores, adubos e assistência técnica será disponibilizada em qualquer época do ano.

27
Com o aumento da produção e melhoria das condições de vida de um grupo da comunidade, os
demais grupos também verão a relevância dos serviços optarão também em fazer o mesmo,
concretizando-se assim o objectivo final do projecto.

28

Você também pode gostar