EBD - Lição 1 - O CONHECIMENTO DE DEUS - Prolegômenos

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O CONHECIMENTO DE DEUS

Lição 1 – “Prolegômenos”

Textos para Leitura: Rm 11:36; 1Co 10:31; Sl 73:25-26; Is 43:7; Rm 14:7-8; Ef 1:5-6; Is 60:21; 61:3; Jo
4:24; Ex 3:14; Sl 145:3; 90:2; Tg 1:17; Rm 11:33; Gn 17:1, Ap 4:8; Ex 34:6-7; Dt 6:4; 1Co 8:4; Jr 10:10; Jo
17:3; Lc 24:27, 44; 2Pe 3:2, 15-16; 2Tm 3:15-17; Lc 16:29-31; Gl 1:8-9; Jo 15:10-11; Is 8:20; Hb 1:1.

Texto Áureo: “23 Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte
na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; 24 mas, o que se gloriar, glorie-se nisto: em
entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço benevolência, juízo e justiça na terra;
porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” (Jr 9 – JFA/RA).
“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e Ele a nós
virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.” (Os 6:3 – JFA/RA)

Introdução

A maior fraqueza na igreja hoje é uma falta do conhecimento de Deus. Muitos são como os
samaritanos, de quem Jesus disse: “vós adorais o que não sabeis...” (Jo 4:22). Em João
17:3 mostra a importância de conhecer a Deus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a
ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. O que poderia ser
mais importante que isso? O que nesta vida passageira poderia chamar-nos à maior
atenção? Qual valoração deva dar a vida terrena se a mesma não tiver projeção para a
eternidade? Por que dar tanta importância as coisas terrenas se nada delas poderemos
levar para eternidade e nem agregar à nossa salvação?
Nesta busca de perguntas que exigem respostas, precisamos redirecionar nossa atenção,
pois a palavra da profecia é verdadeira hoje: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou
o conhecimento” (Os 4:6). Era do conhecimento de Deus que o povo de Deus carecia nos
dias dessa profecia; e não obstante, dos dias atuais. O versículo 1 deixa isso claro: “Na
terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus”. Nos dias de Oséias,
a igreja tinha rejeitado o conhecimento. Especialmente os sacerdotes, seus líderes
espirituais, tinham rejeitado o conhecimento e esquecido a lei de Deus. Assim, Deus
ameaçou esquecer seus filhos e tornar a honra deles em vergonha (vv. 6, 7).
Essa é uma acusação verdadeira para todos os tempos: “a falta do conhecimento de Deus”.
Se ao menos a igreja de hoje ouvisse essa Palavra de Deus, e visse que Deus está trazendo
esses julgamentos sobre ela também! Quiçá, se a igreja retornasse ao Senhor e fosse
curada!
Após alguns momentos de reflexão acerca dessa deficiência existente na atualidade pós-
moderna, nos líderes em exercício ministerial, e consequentemente, nas igrejas,
começaremos uma abordagem mais detalhada e concisa acerca dos atributos de Deus.
Meu desejo é a boa nutrição da nossa membresia. Levar as ovelhas Vida na Vida a serem
ovelhas ainda mais saudáveis. Tais ensinamentos dar-lhes-ão acesso ao portal do
conhecimento de Deus naquilo que Ele se permitiu conhecer à sua criação por excelência:
“o homem”. Logo, Conhecer a Deus é fator sine qua non à vida eterna!

1. O que são Atributos de Deus

Atributos são características pessoais – tais como cor dos olhos, tipo de personalidade, e
coisas semelhantes. Os atributos de Deus são sua unidade, espiritualidade, soberania,
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graça, bondade e todas as outras palavras que são usadas na Escritura para nos dizer quem
é Deus. Quando falamos dos atributos de Deus, portanto, estamos descrevendo sua pessoa,
apresentando sua glória e as coisas que ele revelou de si mesmo em sua Palavra. Por meio
desses atributos, conhecemos quem e o que Ele é.
Os atributos de Deus não é apenas uma questão de debate e discussão teológica. Eles são
vitalmente importantes para a igreja de Cristo, e em específico, para todo cristão
verdadeiro. No Salmo 89:5, a Escritura fala dos atributos de Deus como “suas
maravilhas”. Seus atributos, em outras palavras, nos relevam quão grande e maravilhoso
Deus é, e nos faz permanecer diante dele em admiração e assombro.
O Salmo 78:4 chama os atributos de Deus de “os seus louvores”. Dessa palavra
aprendemos a razão para a revelação de seus atributos: para que possamos louvá-lo e
adorá-lo para sempre. Se a igreja hoje não honra a Deus como deveria, isso é somente
porque ela não conhece a Deus como deveria conhecê-lo. O Salmo 78 também diz que é por
meio do conhecimento dos atributos de Deus que as gerações vindouras colocarão sua
esperança em Deus, e não esquecerão suas obras, mas guardarão os seus mandamentos
(vv. 4-8). Destarte, nosso Deus conceda tais gerações a sua Igreja, restaurando-a ao Seu
conhecimento, especialmente, dos seus atributos.

2. O Deus Verdadeiro

A Bíblia ensina que Deus é mui grande e glorioso. Ele é o Altíssimo Deus. “Exaltado está o
SENHOR acima de todas as nações, e a sua glória sobre os céus. Quem é como o
SENHOR nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos
céus e na terra!” (Sl 113:4-6). Deus é tão grande que ninguém é como Ele. Não há nenhum
ser em todo o mundo que possa ser comparado a Deus. Deus é três Pessoas num Ser
Divino: Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é infinito, autossuficiente, imutável e soberano.
Ele é Todo-Poderoso, onisciente e presente em todo lugar. O Deus dos céus e da terra é o
santo, justo e reto Deus. Ele é cheio de amor, graça e verdade. Ele é tão grande que Sua
glória está acima de todas as nações e até mesmo acima dos céus. Nós não somos nada em
comparação com Ele (Is 40:17). A grandeza de Deus pode ser vista nas maravilhosas obras
que Ele realiza. A Bíblia ensina que Deus é o Criador de todas as coisas (Gn 1:1). Deus
meramente falou Sua palavra todo-poderosa e o mundo veio à existência (Sl 33:6,9). Ele
fez o mundo a partir do nada (Hb 11:3). Ele é também o Sustentador do mundo. Ele
sustenta o mundo de forma que ele continua a existir (Ne 9:6). Sem o poder preservador de
Deus o mundo inteiro cessaria de existir. O universo não pode permanecer por si mesmo
(At 17:25,28). Você não pode nem mesmo se mover sem o poder sustentador de Deus.
Não obstante, a grandeza de Deus é demonstrada não somente pela criação e sustentação
do mundo, mas por Seu controle sobre o mundo. Deus é o Governador do mundo (Sl
103:19). Deus é o único “Soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1Tm 6:15). Ele
não é um Deus fraco cuja vontade é frustrada pela criatura. Ele é o eterno Rei que domina
sobre todas as coisas, incluindo você e eu. Ele controla tanto todas as coisas do mundo que
Ele produz o que Ele eternamente planejou para o mundo e para tudo o que há nele. Ele
“faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11).
Dessa forma, nenhuma criatura em todo o mundo é independente de Deus. Todos nós
temos necessidade de Deus. Você deve sua própria vida ao Deus verdadeiro. Além do mais,
Deus te criou para a Sua própria glória. A Bíblia diz de Deus, “... porque Tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4:11). Você não foi criado para o seu
próprio prazer. Você não foi criado para que simplesmente exista. Você foi trazido à
existência para o prazer e para a glória de Deus.

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3. Autorevelação, requisito de todo Conhecimento de Deus

A igreja cristã confessa, por um lado, que Deus é o Incompreensível, mas também, por
outro lado, que Ele pode ser conhecido e que conhecê-Lo é um requisito absoluto para a
salvação. Ela reconhece a força da questão levantada por Zofar: “Porventura desvendarás
os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11:7). E ela
percebe que não tem resposta para a indagação de Isaías. “Com quem comparareis a
Deus? Ou que cousa semelhante confrontareis com Ele?” (Is 40:18). Mas, ao mesmo
tempo, ela também está atenta à afirmação de Jesus: “E a vida eterna é esta: que te
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3). Ela
regozija no fato de que “o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para
reconhecermos o verdadeiro, e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo” (1Jo
5:20). As duas ideias refletidas nestas passagens sempre foram sustentadas lado a lado na
igreja cristã. Os primitivos pais da igreja, assim chamados, falavam do Deus invisível como
um Ser não gerado, indenominável, eterno, incompreensível, imutável. Eles tinham ido
bem pouco além da antiga ideia grega de que o Ser Divino é existência absoluta e sem
atributos. Ao mesmo tempo, eles confessavam que Deus revelou-se no Logos e, portanto,
pode ser conhecido para a salvação.
Para Calvino, Deus, nas profundezas do Seu Ser, é insondável. “Sua essência”, diz ele, “é
incompreensível; desse modo, Sua divindade escapa totalmente aos sentidos humanos”.
Os Reformadores não negam que o homem possa aprender alguma coisa da natureza de
Deus por meio da Sua obra criadora, mas sustentam que ele só pode adquirir verdadeiro
conhecimento de Deus por meio da revelação especial, sob a influência iluminadora do
Espírito Santo.
Segundo Barth, no estudo de todas as outras ciências, o homem se coloca acima do objeto
de sua investigação e ativamente extrai dele o seu conhecimento pelo método que lhe
pareça mais apropriado, mas, na teologia, ele não pode colocar-se acima, e, sim, sob o
objeto do seu conhecimento. Noutras palavras, o homem só pode conhecer a Deus na
medida em que Este ativamente se faz conhecido. Deus é, antes de tudo, o sujeito que
transmite conhecimento ao homem, e só pode tornar-se objeto de estudo do homem na
medida em que este assimila e reflete o conhecimento a ele transmitido pela revelação.
Sem a revelação, o homem nunca seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus.
E, mesmo depois de Deus ter-se revelado objetivamente, não é a razão humana que
descobre Deus, mas é Deus que se descerra aos olhos da fé. Contudo, pela aplicação da
razão humana santificada ao estudo da palavra de Deus, o homem pode, sob a direção do
Espírito Santo, obter um sempre crescente conhecimento de Deus. Barth também salienta
o fato de que o homem só pode conhecer a Deus quando Deus vem a ele num ato de
revelação. Ele afirma que não existe nenhum caminho do homem para Deus, mas somente
de Deus para o homem, e diz repetidamente que Deus é sempre o sujeito, e nunca um
objeto de conhecimento.
Todavia, deve-se manter a posição que afirma que a teologia seria totalmente impossível,
sem uma autorevelação de Deus. E quando falamos de revelação, empregamos o termo no
sentido estrito da palavra. Não se trata de uma coisa na qual Deus é passivo, um mero
“tornar-se manifesto”, mas uma coisa na qual Ele ativamente se faz conhecido. Não há
nada surpreendente no fato de que Deus só pode ser conhecido se Ele se revela, e na
medida em que o faz. Deus tem-se dado a conhecer. Todo o nosso conhecimento de Deus é
derivado da Sua autorevelação na natureza e na Escritura, visto que é uma manifestação do
conhecimento que possui em Si mesmo.

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Conclusão

A única maneira apropriada pela qual possamos obter conhecimento dos atributos divinos
perfeitamente confiáveis é o estudo da autorevelação de Deus na Escritura. É na verdade
que podemos adquirir algum conhecimento da grandeza e poder de Deus, de Sua sabedoria
e bondade, pelo estudo da natureza, mas para uma adequada concepção, mesmo destes
atributos, será necessário voltar-nos para a palavra de Deus. No estudo da revelação
procuramos aprender da Palavra de Deus quais são os atributos do Ser Divino. O homem
não pode extrair conhecimento de Si ao homem, conhecimento que o homem pode
somente aceitar e assimilar. Naturalmente, para a apropriação e entendimento deste
conhecimento revelado, é da maior importância que o homem tenha sido criado à imagem
de Deus e, portanto, encontre úteis analogias em sua própria vida.
“O que nos vem à mente quando pensamos em Deus é o fato mais importante a nosso
respeito”. A.W.Tozer expressa desse modo o supremo significado da Doutrina de Deus.
Em certo sentido, sua aplicação é tanto imediata quanto penetrante; as convicções que
temos sobre Deus irão afetar tudo sobre nós, se o tivermos visto na plenitude de seu ser
divino, Pai, Filho e Espírito, perfeito em glória, senhorio, santidade e amor.
Crer na existência de um tal Deus é ser chamado para derramar nosso ser diante dele em
adoração, agradecimento e louvor, comprazendo-nos nele, bendizendo-o; rejubilando-nos
na sua verdade, beleza, pureza e fidelidade; gloriando-nos na sua graça, misericórdia e
amor perene; exultando em sua liberdade soberana e poder ilimitado; exaltando-o pela sua
majestade e glória; reconhecendo nele a realidade final, a verdade de toda verdade, a
alegria de toda alegria, o amor de todos os amores, Pai, Filho, Espírito, a Trindade a ser
sempre adorada. Adorar a Deus é servi-lo e proclamá-lo; servir a Deus é proclamá-lo e
adorá-lo; proclamar a Deus é adorá-lo e servi-lo.
Deus nos honre durante todo esse processo de aprendizado acerca da Sua pessoa.
Cheguemo-nos com coração voluntarioso e humilde para extrair verdades que nos serão
reveladas neste banquete pelo qual nos proporciona o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o
Eterno YHWH!

‫ֲא ֹדָני ַהֵּׁש ם ָּברּוְך‬


Baruch HáShem Adonai.
Shalom!

Rev Ms Roger Rangel

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