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Carrententes Escatológicas
Carrententes Escatológicas
Pré-Milenismo Histórico
O Pré-Milenismo Histórico defende que a segunda vinda de Cristo acontecerá em um
evento único após o período de tribulação (ou grande tribulação), ou seja, no Pré-Milenismo
Histórico a igreja estará na terra durante esse período de tribulação intensa, e ao final deste
período então ocorrerá a vinda de Jesus.
Na segunda vinda de Cristo, os justos ressuscitarão, e os salvos que estiverem vivos terão
seus corpos transformados. Na ocasião, o Anticristo será julgado, Satanás será preso e
Cristo reinará durante mil anos literais na terra, cujo período será de grande benção, paz e
prosperidade.
Ao final dos mil anos, Satanás será solto por um curto período de tempo e tentará fazer uma
guerra contra Deus, porém será derrotado definitivamente e lançado para condenação
eterna no Lago de Fogo. É também nesse momento que os ímpios serão ressuscitados
para serem julgados e condenados juntamente com Satanás e seus anjos. Após esse
acontecimento começará o estado eterno.
O Pré-Milenismo Histórico vem sendo ensinado provavelmente desde o século I d.C., porém
as primeiras evidências desse ensino datam do século II com Justino Mártir e Irineu.
Grandes nomes da Igreja adotaram o Pré-Milenismo Histórico como: James Montgomery,
Charles Spurgeon, George E. Ladd, M. J. Erickson, dentre outros.
Pré-Milenismo Dispensacionalista
O Pré-Milenismo Dispensacionalista é bem diferente do Pré-Milenismo Histórico. Embora
também tenha uma visão pré-milenial da segunda vinda de Cristo, o Dispensacionalismo
divide esse evento em duas fases distintas. Primeiramente ocorrerá o arrebatamento
secreto da Igreja, e, juntamente com o surgimento do
Anticristo, será dado início aos famosos sete anos de grande tribulação na terra, que como
base dessa cronologia é utilizada uma interpretação das setenta semanas de Daniel (no
caso esse período seria a septuagésima semana) combinado com um esquema de leitura
do livro de Apocalipse (sobretudo do capítulo 13). No arrebatamento da Igreja ocorrerá
apenas a ressurreição dos justos. No período de sete anos de tribulação a Igreja estará com
Cristo no céu.
Após os sete anos de tribulação, haverá a batalha do Armagedom, e Cristo retornará para
destruir o Anticristo e os inimigos de Israel. As nações serão julgadas, e as que tiverem
apoiado Israel participarão do milênio, que será também um reino literal de mil anos de
Cristo na terra, como defende a visão anterior.
Haverá a ressurreição dos judeus após os sete anos de tribulação. Os que se voltaram
contra Israel serão destruídos e aguardarão o último julgamento para condenação eterna.
No reino milenar, o Templo terá sido reconstruído e Cristo se assentará no trono de Davi,
para que se cumpra todas as profecias pendentes a Israel (nesse sistema existe a completa
distinção entre Israel e Igreja).
No final do milênio, Satanás será solto por um período de tempo, enganará as pessoas e
fará uma rebelião contra Cristo e a Nova Jerusalém, porém Satanás será derrotado e
lançado no Lago de Fogo. Haverá também a ressurreição dos ímpios para o grande
julgamento, os quais serão lançados no Lago de Fogo.
Pós-Milenismo
A visão Pós-Milenista acredita que a segunda vinda de Cristo ocorrerá após o milênio.
Dentro do próprio Pós-Milenismo existem diferentes opiniões sobre esse período milenar.
Alguns acreditam que se trata dos últimos mil anos antes da volta de Cristo, enquanto
outros defendem que o Milênio é o período que compreende desde a primeira até a
segunda vinda de Cristo. O Pós-Milenismo afirma que nesse período ocorrerá uma
completa evangelização no mundo, e que a maioria das pessoas serão convertidas, o que
ocasionará um grande desenvolvimento global em todos os aspectos (social, econômico,
político e cultural).
Entre o imenso número de convertidos estarão também muitos judeus, que reconhecerão
Jesus como o Messias. No final desse período, Cristo voltará, acontecerá a ressurreição
tanto dos justos quanto dos ímpios, o julgamento final e o estado eterno será estabelecido.
Amilenismo
Embora o termo “Amilenismo” literalmente signifique “sem milênio” ou “não milênio”, o
Amilenismo de forma alguma nega o milênio. O Amilenismo entende que o capítulo 20 do
Apocalipse que descreve o milênio, se refere ao período entre a primeira e a segunda vinda
de Cristo, ou seja, os “mil anos” são simbólicos e não estão relacionado a um período de
paz e prosperidade na terra, mas ao caráter espiritual do Reino de Cristo.
Alguns defendem que o Reino Cristo acontece, sobretudo, com os salvos que já morreram e
estão nos céu reinando com Cristo até a segunda vinda, enquanto outros acreditam que
também existe uma conexão com a igreja, e a pregação do evangelho na terra, porém essa
evangelização não será acompanhada de paz e prosperidade, mas de sofrimento terreno, o
qual a igreja de Cristo sempre enfrentou ao longo de sua história.
No Amilenismo o fato de Satanás estar amarrado não significa que ele está totalmente “sem
ação” no mundo, pelo contrário, ele está agindo no presente momento, porém está limitado
e incapacitado de barrar o avanço da pregação do Evangelho na terra.
O Amilenismo (mesmo que com algumas diferenças) foi defendido por notáveis líderes e
teólogos como, Agostinho, Martinho Lutero, Abraham Kuyper, Herman Bavinck, G. Vos, L.
Os quatro seres viventes são criaturas celestiais indescritíveis mencionadas por João no
Novo Testamento e antes por Ezequiel no Antigo Testamento. No livro do Apocalipse, João
escreve que viu os quatro seres viventes quando teve a visão do trono de Deus. De acordo
com o texto bíblico, esses seres misteriosos estavam no meio e ao redor do trono
(Apocalipse 4:6).
Não há unanimidade entre os estudiosos cristãos sobre a identidade dos quatros seres
viventes. Por exemplo: alguns pensam que os quatro seres viventes são uma classe
especial de anjos; outros sugerem que eles são uma representação da criação; e ainda
outros defendem que os quatro seres viventes tem a ver com os quatro Evangelhos.
Mas esses seres não possuem a mesma aparência. O escritor bíblico diz que o primeiro ser
vivente se assemelha a um leão. O segundo ser vivente é semelhante ao novilho. O terceiro
ser vivente tem o rosto como de homem. Já o quarto ser vivente é semelhante à águia
quando está voando (Apocalipse 4:7). Por fim, João diz que cada um dos quatro seres
viventes possui seis asas.
Em outras palavras, João estava diante de seres sobrenaturais indescritíveis. Então ele
usou o recurso da comparação em sua linguagem para que seus leitores pudessem
vislumbrar o que ele contemplou.
A primeira interpretação diz que os quatro seres viventes são representantes da criação. Os
números são parte importante da mensagem do livro do Apocalipse. Nesse sentido, o
número quatro sempre aparece no livro relacionado à criação. Então essa interpretação diz
que os quatro seres viventes representam toda a natureza criada diante do trono de Deus
louvando ao Senhor (cf. Salmo 19:1,2; 103:22; 148).
Dessa forma, o primeiro ser vivente semelhante ao leão representa os animais selvagens. O
segundo ser vivente semelhante ao novilho representa os animais domésticos. O terceiro
ser vivente semelhante ao homem representa a própria humanidade como a coroa da
criação de Deus. Já o quarto ser vivente, que é parecido com uma águia em voo,
representa todas as aves.
A segunda interpretação diz que os quatro seres viventes são seres angelicais de uma
classe especial que ministram diante de Deus (cf. Salmo 80:1; 99:1). Nesse ponto é
inegável como os quatro seres viventes vistos por João relembram os querubins que foram
vistos por Ezequiel.
Ainda de acordo com essa interpretação, as semelhanças dos quatro seres viventes com as
figuras do leão, novilho, homem e águia, simbolizam seus atributos dedicados ao serviço a
Deus. Como leão eles são fortes e poderosos; como novilho eles servem humildemente;
assim como o homem eles são seres racionais; e como águia eles são ágeis e velozes.
Por último, a terceira interpretação – e também a menos aceita – diz que os quatro seres
viventes simbolizam os quatro Evangelhos que apresentam, respectivamente, Cristo como
Rei (Evangelho de Mateus), Servo (Evangelho de Marcos), Homem perfeito (Evangelho de
Lucas) e Divino (Evangelho de João).
João também registra como os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos, os
incontáveis anjos e todas as criaturas que há, se juntam para render adoração ao Cordeiro
de Deus e louvar a glória do Senhor manifesta na obra da redenção (Apocalipse 5:8-14).
De fato a Bíblia não define de forma clara e detalhada a expressão “sete Espíritos de Deus”.
Mas as Escrituras nos fornecem algumas informações que são essenciais para
compreendermos o significado dessa declaração bíblica.
Com base nessas passagens e à luz de outros textos Bíblicos, existem três interpretações
diferentes que são sugeridas pelos estudiosos como sendo o significado correto da
expressão “sete Espíritos de Deus”. São elas:
O grande problema com essa interpretação é que no livro do Apocalipse nunca os anjos são
chamados de “espíritos”. Além disso, não faz qualquer sentido a expressão “sete Espíritos”
ser aplicada aos anjos já que em várias passagens o escritor do Apocalipse usa a
expressão “sete anjos” (Apocalipse 15:1,6-8; 16:1; 17:1; 21:9).
A segunda dificuldade diz respeito ao fato de que quando a expressão “sete Espíritos de
Deus” é utilizada, ela parece completar a plenitude da Trindade. A passagem de Apocalipse
1:4 é um exemplo claro disso. Nela há uma saudação onde aparecem, de forma explícita, o
Pai e o Filho. Assim, mesmo esses seres celestiais sendo poderosos e superiores aos
anjos, eles necessariamente são inferiores a Deus e não podem ser mencionados no
sentido que tal expressão transmite.
Como já foi dito, a primeira vez que a expressão “sete Espíritos de Deus” aparece no
Apocalipse ela ocorre numa saudação trinitária (Apocalipse 1:4,5). Perceba que primeiro o
apóstolo João menciona Deus Pai: “graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e
que era, e que há de vir”. Depois, o apóstolo menciona os sete Espíritos: “e dos sete
Espíritos que estão diante do seu trono”. Finalmente, no versículo seguinte, ele menciona o
Filho: “e da parte de Jesus Cristo”.
Diante dessa saudação, podemos concluir que a expressão “sete Espíritos de Deus” só
pode falar de alguém que completa a plenitude da Trindade. Então isto naturalmente nos
leva a entender que esse alguém é o Espírito Santo. Há outras saudações trinitárias na
Bíblia que mostram que a graça e a paz provém de Deus o Pai, do Filho e do Espírito (cf. 2
Coríntios 13:14; 1 Pedro 1:1,2).
Em Apocalipse 5:6, lemos que os sete Espíritos de Deus são enviados a toda a terra. Essa
descrição está completamente de acordo com a atuação do Espírito Santo no mundo. É o
Espírito Santo quem aplica a obra da redenção na vida do pecador. Então através da
pregação do Evangelho pela Igreja, pessoas de todas as nações são levadas a conhecer a
Deus.
Inclusive existe uma semelhança muito grande entre a forma como João emprega essa
expressão em Apocalipse 4:5 e a profecia do profeta Zacarias sobre a atuação do Espírito
de Deus (Zacarias 4:2-6).
Algumas pessoas também utilizam uma profecia com implicações messiânicas do profeta
Isaías, onde é dito que sobre o filho de Davi repousaria “o Espírito do Senhor, o Espírito de
sabedoria e entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de
conhecimento e temor do Senhor” (Isaías 11:2).
É claro que esse texto pode ser utilizado para falar do Espírito de Deus, porque é
justamente o que ele faz; porém ele não pode ser usado com o objetivo de tentar
estabelecer uma designação específica dos sete Espíritos. Sem dúvida este não é o
propósito da passagem de Isaías. A profecia de Isaías simplesmente mostra o mesmo e
único Espírito de vários ângulos diferentes, refletindo os atributos divinos que são
comunicados como dons.
Assim, devemos entender que a designação “sete Espíritos de Deus” não pode ser
interpretada de forma fracionada. Na verdade ela deve ser vista como uma unidade perfeita
onde a expressão “sete Espíritos de Deus” significa a plenitude do Espírito Santo em sua
Pessoa, atuação e influência no mundo e na Igreja.