PSICOLOGIA

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Quézia Machado Pinto

Sandra Querido Gonçalves Pereira Machado

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISONADO BÁSICO I

TAUBATÉ - SP

2023
Quézia Machado Pinto

Sandra Querido Gonçalves Pereira Machado

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISONADO BÁSICO I

Relatório Final especialmente redigido como parte dos


requisitos para a conclusão do ESTÁGIO BÁSICO I do
Curso de Psicologia da Universidade de Taubaté.
Professora Supervisora: Danielle Pereira Lovatto

TAUBATÉ – SP

2023
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 – Círculo Cromático 17

GRÁFICOS

Gráfico 1 – Taxa de comportamentos conforme o estilo de roupa usada 34

Gráfico 2 – Índice de cores usadas conforme a faixa etária 36

Gráfico 3 – Frequência de expressões faciais conforme a cor de roupa usada 36

Gráfico 4 – Índice de expressões faciais conforme o estilo de roupa usada 38

Gráfico 5 – Índice de roupas usadas conforme a totalidade de pessoas observadas 39

Gráfico 6 - Taxa de cores vivas/estampadas conforme as expressões faciais 40

Gráfico 7 - Taxa de cores escuras conforme as expressões faciais 41

Gráfico 8 - Taxa de cores claras conforme as expressões faciais 41

QUADROS

Quadro 1 – Significado das Cores 12

Quadro 2 – Razões pelas quais as pessoas se vestem como cosplayer 19


Quadro 3 – Ficha Técnica 25
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 04
2 OBJETIVOS 05

2.1 OBJETIVO GERAL 05

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 05

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 05

3.1 MODA COMO COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL 05


3.2 O USO DO DRESS CODE E DE UNIFORMES 08
3.2.1 Legislação Trabalhista 13
3.3 AS CORES E A INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO E EXPRESSÕES FACIAIS 15
3.4 INFLUÊNCIAS GRUPAIS E O COSPLAY 19
3.4.1 Formação de Grupos e seus Significados 21
3.4.1.1 Da Comunidade e pertencimento 21
3.4.1.2 Empoderamento e confiança 24
4 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL 25
4.1 LOCALIZAÇÃO 25
4.2 DADOS DO EMPREENDIMENTO 25
4.3 DADOS TÉCNICOS FORNECIDOS ATÉ O ANO DE 2021 25
4.4 PERFIL DO CONSUMIDOR 26
4.5 POPULAÇÃO DE TAUBATÉ 26
4.6 DISPONIBILIDADES 26
5 PROCEDIMENTOS 27
6 RESULTADOS 28
6.1 DIÁRIO DE CAMPO 28
6.2 INTEGRAÇÃO DOS RESULTADOS 34

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 42

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44

REFERÊNCIAS 45
4

1 INTRODUÇÃO
Os comportamentos, as expressões faciais e corporais condizem como as pessoas se
vestem, o uso de roupas mais despojadas ou sociais, a cores mais claras ou mais escuras,
considerando ao final que a roupa sempre comunica algo. Em vista disso, o presente estudo
prezou pela observação deste fenômeno psicológico, que se volta a forma de se vestir e como
contribui para a imagem e atitude social e profissional do indivíduo. A hipótese é a de que a
forma como alguém se veste pode conectá-lo com sua essência, influenciar como se
autopercebe e interagir com o universo ao seu redor, impactando os demais a sua volta (ADAM,
GALINSKY, 2012; FLUGEL, 2008; HELLER, 2013).
Objetivou-se através deste trabalho perceber como o vestuário, os estilos e as cores
podem comunicar, representando a essência pessoal, a autoimagem, a mensagem transmitida
em público e a comunicação não verbal (gestual e visual). Os objetivos específicos foram: as
possíveis motivações ao vestir-se de determinada forma, a escolha das cores, como identidade,
individualidade ou pertencimento de grupo; compreender como o vestir-se de determinada
forma influencia a percepção pelos outros e como a imagem e o estilo podem transmitir de
forma simbólica a essência do sujeito.
Na literatura, a essa relação psicológica, foram tomadas refências de alguns estudos dos
pesquisadores Adam e Galinsky (2012), entre elas o termo de “cognição do vestuário” (do
inglês enclothed cognition). Segundo o autor, as roupas possuem significados simbólicos,
combinada com o ato de vestir-se de determinadas formas, o que pode despertar processos
psicológicos sobre a autoimagem de quem as veste.
Ainda, foram consultados estudos no artigo do psicanalista Flügel (2008), que analisa o
fenômeno do vestir e as conseqüências psíquicas da estreita ligação que o homem estabelece
com suas roupas, e o livro de Eva Heller (2013), que retrata as cores como um elemento de
suma importância no processo de comunicação.
Buscou-se a influência da vestimenta e suas cores no comportamento social das pessoas
e profissionais, se o dress code¹ reflete a filosofia da empresa. Se as expressões corporais e
faciais condizem com o tipo de vestimenta utilizada. Sobre a escolha das roupas e se há o poder
de transmitir a essência dos indivíduos. E além disso, se as escolhas dos estilos são
manifestações do inconsciente.

¹O dress code pode ser traduzido de forma literal para código de vestimenta, que inclui as
roupas, os acessórios, a maquiagem, o perfume e o comportamento que o indivíduo tem em
determinado local (LIBRETTI, Alessandra S.; AMORIM, Maria C.; MOREIRA, Rosana,
2018).
5

A partir dessas investigações e das observações realizadas, pelo período de 10 horas, no


Taubaté Shopping, localizado na cidade de Taubaté, no estado de São Paulo, buscou-se
compreender e basear-se em arcabouço teórico, como a vestimenta e as cores podem contribuir
para a transmissão da imagem pessoal, da autoestima e das atitudes do indivíduo durante sua
apresentação social e profissional. E conforme essas considerações introdutórias, passamos a
ampliar o entendimento sobre o tema.

2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do estágio foi o de identificar os fenômenos comportamentais de


interesse do psicólogo, voltados para o uso das cores em vestimentas e seu impacto na imagem
pessoal, vislumbrando aspectos da observação não-participante e possíveis sugestões de estudos
futuros.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

-Levantar literatura acerca das cores em vestimentas, imagem pessoal e pertencimento


a grupos.
-Identificar quais são os tipos de vestimenta e comportamentos não-verbais
relacionados.
-Observar as expressões faciais com o tipo de vestimenta e cores utilizadas pelos
participantes.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 MODA COMO COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
Os seres humanos primitivos recorriam à linguagem corporal como forma de expressão,
antes mesmo de aprenderem a se comunicarem com palavras, e para isso, usavam seus corpos,
gestos, sons e meios ao qual tinham acesso. Dentre a variedade de formas de comunicação não-
verbal, podemos elencar a forma de se vestir, as cores das vestimentas, comportamentos e
expressões faciais. Como a comunicação não-verbal é, muitas vezes, inconsciente e espontânea,
permeia todos os momentos das relações pessoais (RIBEIRO, 2011).
O modo cujas pessoas se trajam exibem seus gostos, classes sociais, tipo de trabalho,
além do desejo de pertencer e ser aceito por algum grupo de interesse (STEFANI, 2005). Não
6

só isso, como reflete pensamentos, sentimentos e emoções, pois a forma de se vestir é uma das
maneiras mais simples de expressão do ser humano. Conforme disse Ribeiro (2011), o vestuário
carrega significados e atua como forma de comunicação, devido as pessoas fazerem leituras
uma das outras a partir do que vestem.
A indumentária², considerada um fenômeno comportamental, gera a identidade do
indivíduo, já que, por meio dela, a expressão como uma extensão visual é possível (SILVEIRA;
et. al., 2017). E a Psicologia tem muito a contribuir para o estudo em questão, como dito por
Moura (2018):
As possibilidades que a Psicologia pode oferecer de contribuição no estudo da moda
são diversas, pois moda remete à construção de identidade e expressão do indivíduo,
à forma como o indivíduo se percebe diante de si mesmo e dos outros, sendo utilizada
enquanto ferramenta de distinção ou pertencimento em relação a um grupo.

Logo, pode-se perceber que o vestir é muito mais do que simplesmente colocar uma
roupa, é algo que pode ser usado para comunicação, mesmo não sendo totalmente consciente a
escolha das peças e das cores. E ainda, inconscientemente, é possível saber como reagir com
determinada pessoa apenas olhando a vestimenta da mesma, além das cores escolhidas
aparentar mais sociabilidade ou menos, fazendo com que outros do convívio se sintam mais
acolhidos ou não.
Existem diversos experimentos mostrando como a aparência importa nesse âmbito de
convívio social. Um desses experimentos, é o “What is beautiful is good”, que traduzido diz “O
que é bonito é bom”, feito por Dion, Berscheid e Walster (1972) no qual foi exibido que pessoas
mais atraentes fisicamente são consideradas mais felizes, mais bem sucedidas
profissionalmente e socialmente. Já levando em consideração a informação que a roupa passa,
temos o trabalho realizado por Cahoon e Edmonds (1987), que apontou que a sociedade vê
pessoas com roupas mais extravagantes, vulgares e chamativas com um julgamento muito mais
negativo do que se estiver vestidos com roupas mais sérias.

²De acordo com o dicionário Oxford é o que uma pessoa veste; roupa, indumento, induto,
vestimenta. Arte relacionada com o vestuário. História do vestuário ou de hábitos relacionados
com o traje em determinada época, local, cultura etc. Conjunto de vestimentas us. em
determinada época ou por determinado povo, classe social, profissão etc.
7

Um trabalho exposto pela revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, realizado por estudantes
da Universidade São Paulo, apresentou que em relação as medidas de percepção social a
variável roupa é manifestada de forma significativa (SANTOS; et. al., 1992). Todavia, de igual
modo as escolhas de peças estão sempre sendo submetidas aos estereótipos indumentários,
como desejo de ser aceito, além de momentos históricos e opções oferecidas pelo mercado, uma
vez que a moda está em constante mudança (STEFANI, 2005).
O modo de vestir do indivíduo procura criar e vender uma imagem de si mesmo, mostra
uma forma de se enxergar e nutri aos outros tal aparência. Como já mencionada, as roupas
vestidas constroem a identidade própria, estando mais próximo do quer parecer a vista dos
outros (RIBEIRO, 2011).
Se por um lado, em determinados períodos, as roupas da moda personificam os ideais e
valores hegemônicos. Por outro, as escolhas de indumentárias são reflexos das formas pelas
quais os grupos sociais de diversos níveis sociais veem a si mesmo em relação aos valores
dominantes, como enxergam a si mesmos em relação a imagem dos outros. Como uma forma
de cultura não-verbal, o uso de roupas em espaços públicos como forma de apresentação do eu,
é uma resposta dos consumidores utilizando a linguagem do vestuário para apresentar uma
identidade pessoal (QUINTELA, 2011).
Levando em questão o comportamento, pode-se observar alguns símbolos, muitos
presentes nos comportamentos gerais dos indivíduos, os quais podem ser deduzidos sem
precisar de uma visão muito crítica e contextualização dos fatos. De acordo com Weil e
Tompakow (2015), existe três desses símbolos comportamentais que são aplicados facilmente
à expressão corporal. A primeira é “O Boi”, no qual é evidenciado pela acentuação do abdômen,
todavia, no plano sexual é observado pelo requebrar das mulheres, e segurar o cinto e mão no
bolso dos homens. O segundo é “O Leão”, evidenciado pelo tórax, considerando-o como o
centro do “eu”, tendo uma postura prepotente, sendo pessoas vaidosa, egocêntricas e narcisistas,
ou que querem se impor no momento. Do contrário, com o tórax encolhido, é demonstrado o
“eu” diminuído, sendo pessoas tímidas, submissas, retraídas ou que naquele momento estão
dominadas pela situação. O terceiro é “A Águia”, indicada pela cabeça, mostra um estado de
controle do corpo pela mente, transparecendo hipertrofia do controle mental com a cabeça
erguida, e o indivíduo controlado por estímulos externos com a cabeça baixa.
Diante do exposto, pode-se concluir que a imagem e comportamentos, mesmo que
inconscientes, apresentam relação direta com a maneira na qual a pessoa se enxerga e deseja
mostrar ao mundo, entretanto, para chegar a ser algo consciente, demanda autoconhecimento e
o reflexo de valores, costumes e influência de uma determinada época e grupo (ALVES, 2022).
8

3.2 O USO DO DRESS CODE E DE UNIFORMES


O dress code é um padrão muito requisitado quando se trata de empresas. Estas usam
parâmetros para escolha de roupas, sempre frisando a importância de as peças serem bem-
apresentadas e passarem o ar de seriedade que as empresas esperam dos funcionários e
conforme é retratada na imagem que as mesmas passam ao público. Complementando o código
de vestuário, entra em questão o uso de uniformes, que de igual modo é estabelecido o uso por
diversos estabelecimentos e instituições de ensino.
Entretanto, não se aplica somente a padronização de vestimentas em ambientes laborais,
ou em instituições de ensino, se aplica a todas as ocasiões e de acordo com cada evento, levando
em consideração o fator ambiental se quente ou frio, particular ou público, os que pedem trajes
formais e rígidos ou leves e descontraídos. Mesmo não percebendo, a sociedade sempre está
seguindo padrões e utilizando de códigos como meio de comunicação, que se traduz em um
“conjunto de regras de como se vestir, a forma aceita para determinada ocasião particular ou
em um grupo social particular.
Considerando, que se os indivíduos, ao se trajarem, não se adequam ao código de
vestimenta da ocasião ou ambiente, passam a destoar no ambiente, o que, provavelmente, farão
com que não se sintam integrados, com grande possibilidade de causar um desconforto
emocional. Ainda, se o indivíduo estiver vestido ou calçado de sapatos em desacordo com o
ambiente físico, poderá sofrer de desconforto térmico, como usar roupas muito quentes e
pesadas para um evento num dia quente ao ar livre, ainda, devendo atentar para o uso do calçado
correto, de acordo com a temperatura do dia e a superfície do local, se o piso é grama, areia,
terra, concreto etc.
Emerenciano (2005, p. 10) assevera que:

Por se tratar de um produto da cultura material humana e capaz de envergar tantos


significados, a cobertura corporal – incluindo aqui desde os enfeites até o vestuário
propriamente dito – tem sido utilizado desde seu surgimento como instrumento de
organização em várias sociedades. Serviu de alicerce para a manutenção de tradições,
elementos distintivos de classes e funções sociais, símbolo para ritos de passagem,
suporte para informações a respeito do indivíduo e do grupo a que pertence. O
vestuário se tornou, em grande parte pelo seu caráter simbólico, a primeira
materialização do fenômeno de moda, juntamente com os 19 costumes, que são a
essência da cultura humana, as normas de convivência em sociedade, transmitidas ao
longo das gerações.

Se o dress code existe é porque já houveram observações e comprovações de que em


determinados contextos ou situações não caberia certos tipos de vestimentas, não se tratando
apenas de regras de etiqueta ou de moda, mas considerando o fato do conforto físico e
9

emocional. As regras de vestimenta sempre haverão, nas estações do ano as vestimentas


deverão ser apropriadas se adequando a natureza, de acordo com as temperaturas de cada
estação, o que não há como fugir, como em dias de calor se pede roupas mais claras e frescas
pois refletem e não absorvem os raios de sol, ao revés em dias de frio, com roupas mais pesadas
e tecidos mais escuros e grossos para manter o calor corporal, da mesma forma, além do
conforto térmico não há como fugir, das regras sociais, como um casamento que se pede um
determinado tipo de vestimenta ou um evento esportivo, ainda, um casamento de dia numa
fazenda pelo período da manhã, se pede roupas claras e não escuras, por tal razão em eventos
no período da manhã as escolhas das roupas são mais claras e tecidos mais leves, não
simplesmente porque é moda, mas seguindo a estação, ainda pelo conforto térmico diante das
necessidades corporais (BUREAU MODA & MERCADO, 2015; RUAS, 1999 ).
Dentre os conceitos da ergonomia física está o conforto térmico, que Ruas (1999, p.9)
se refere “quando se trata de satisfação com as condições térmicas de um ambiente, então está-
se tratando do conforto térmico”.
O conforto térmico num determinado ambiente pode ser definido como a sensação de
bem-estar experimentada por uma pessoa, como resultado da combinação satisfatória, nesse
ambiente, da temperatura radiante média (trm), umidade relativa (UR), temperatura do
ambiente (ta) e velocidade relativa do ar (vr) com a atividade lá desenvolvida e com a
vestimenta usada pelas pessoas (RUAS, 1999, p.11).
Assim, segundo Bureau Moda & Mercado (2015), em almoços, exposições, batizados,
jantar na casa de amigos, o uso de vestidos, calças e camisas, suéteres, terninhos feitos em
tecido mais casuais e esportivos. No calor, tecidos leves como crepe, algodão e linho; - no
inverno materiais mais encorpados como veludos, lãs e malhas. Evitar tecidos brilhantes, mas
um toque de brilho é permitido. Maquiagem leve; bolsa (médio/grande); homem: calça de brim,
veludo, sarja, com camisas e polos.
Ainda, segundo Slater (1997), as interações corpo-vestuário tanto térmicas como
mecânicas desempenham funções muito importantes na determinação do estado de conforto do
portador, assim como os ambientes externos (físico social e cultural). A percepção subjetiva do
conforto compreende processos complicados de “psicologia sensorial”, em que um grande
número de estímulos do vestuário e de ambientes externos se transmite ao cérebro, através de
canais sensoriais, estimulando uma definição aceita para o conforto que é “a ausência de dor e
de desconforto em estado neutro”.
Não obstante, através da roupa, comunica-se o meio social econômico ou status do
indivíduo, a vestimenta pode indicar o papel em que o indivíduo detém certa posição social, a
10

Moda e indumentária podem refletir, o tipo de organização econômica em que uma pessoa vive,
pode indicar papeis produtivos e profissionais numa economia. A ideia e que a moda e
indumentária, como fenômenos comunicativos não verbais e culturais, estão entrelaçadas as
questões de poder e status, são explicadas como ideologia (BARNARD, 2003).
Ressalte-se, o indivíduo opta pela vestimenta e a cor como forma de transmitir suas
sensações, porém muitas vezes o faz de forma inconsciente, tendo como objetivo apresentar
uma característica que em muitas vezes não é a sua e sim da indumentária que ele carrega em
seu corpo, ou seja, quando se opta por um vestuário da cor azul em uma entrevista de emprego,
ou reunião, já passa a transmitir que gosta de trabalhar em equipe, mesmo que isso não seja
verdade (FISCHER-MIRKIN, 2001).
Ainda conforme Fischer-Mirkin (2001), a vestimenta informal traz a mensagem de que
a criatividade é latente e estão mais abertas do que as que se vestem de forma mais moderada,
porém em uma reunião entre as duas maneiras de se vestirem, poderá trazer desconforto para
um ou para outro, pois será inevitável a observação de ambos.
Apesar da vestimenta retratar a individualidade, seus gostos e estilo, o indivíduo sempre
estará procurando seguir um código mesmo adaptando seu estilo para se encaixar em eventos
sociais familiares ou de trabalho, pois a comunicação como meio, através da roupa, ressalta a
importância econômica ou status, a vestimenta pode indicar o papel em que o indivíduo mantém
sua posição social, a moda e indumentária podem refletir, o tipo de organização econômica em
que uma pessoa vive, pode indicar papeis produtivos e profissionais numa economia.
(BARNARD, 2003). Do mesmo modo que, a maneira com a qual os indivíduos se apresentam
falam muito sobre eles, o modo como um profissional se apresenta na forma de vestir-se reflete
a identidade da organização onde ele trabalha, por isso, as organizações orientam seus
funcionários quanto a regras de vestimenta e o impacto causado como forma de comunicação
não verbal. Desta forma, as organizações com o intuito de comunicar sua identidade, cuidam
para que seus funcionários sigam regras de vestimenta e de uso dos uniformes.
Sobre a vestimenta Cunha (2012, p. 5) afirma:

A vestimenta afeta diretamente a qualidade e o modo de vida de quem a usa: suas


percepções, sensações, sexualidade e a noção de seu próprio corpo. Por outro lado, é
esse corpo que sustenta, dá estrutura, forma e conteúdo a roupa. Sem sua estrutura, a
vestimenta é somente mais um pedaço de tecido cheio de emendas. Sem o corpo, a
roupa está “morta”. O espaço-roupa é e deve ser mutável. Como primeiro espaço de
contato com o corpo e interceptor da relação dele com o mundo, a vestimenta é uma
estrutura que se adapta aos movimentos e necessidades de cada indivíduo.

Segundo Barros (2016) a vestimenta emprega valores, personalidade e estilo, ao


empregado, ajudando a marcar a sua personalidade. A imagem do funcionário é considerada o
11

cartão de visita de uma empresa, dessa maneira as empresas se utilizam dos funcionários,
transformando-os na imagem de si mesmas.
Os vestuários carregam uma simbologia, deixando evidente a linguagem não verbal,
cores são tão importantes que há evidências que sugerem que as empresas selecionam suas
cores específicas através do julgamento do valor simbólico destas. (RAFAELI; PRATT).
Fischer-Mirkin (2001, p. 29-30), nos diz:

Quando passamos um tempo na presença de alguém que use um terno de cor fria,
como verde ou azul, podemos nos sentir como se o tempo estivesse demorando a
passar. Porém, passar o tempo em companhia de alguém vestido de amarelo ou
vermelho, vai nos fazer sentir que o tempo está andando depressa. Algumas cores nos
infundem vida enquanto outras nos provocam introspecção. [...] tons claros de verde
podem nos curar ou rejuvenescer enquanto alguma coisa cor-de-rosa pode atenuar
nossa ansiedade ou frustração. Cores vivas, quentes, em tecidos macios como algodão
ou cashmere podem nos ajudar a irradiar alegria, levantando o humor dos que estão
em nossa presença.

A ideia e que a moda e indumentária, como fenômenos comunicativos não verbais e


culturais, estão entrelaçadas as questões de poder e status, são explicadas como ideologia
(BARNARD, 2003).
Birk e Keske (2008, p. 2) estabelece:

Nosso corpo fala e, conjuntamente com os signos da comunicação verbal, transmite


uma multiplicidade de mensagens através de expressões faciais, principalmente olhos
e lábios, gestos com as mãos, postura física, ritmo do corpo e voz, nos repassando
muitas informações através de sua tonalidade, ritmo e inflexão. Comunicamo-nos,
inclusive, através da escolha de cores que usamos nas roupas, nos meios de transporte
adotados, nos sorrisos espontâneos ou forçados etc. Tais formas do comunicar não se
expressam por palavras, porém, constituem-se em uma comunicação não verbal que
nos revela situação econômica, cultural, gostos, experiências de vida etc.

Evidenciando que a vestimenta dos funcionários comunica de forma não verbal, a


importância na composição da indenidade organizacional. A comunicação não verbal é clara, a
vestimenta tem uma parte tão importante na boa impressão, como um bom preparo profissional,
a roupa é uma maneira de transmitir a sua personalidade profissional de forma efetiva e de suas
intenções para conquistar os objetivos. A imagem pessoal é relevante para o mundo corporativo,
assim, como a imagem da empresa. (MIGUEL, 2015).
Segundo Miguel (2015), a comunicação é inerente ao ser humano, sendo o homem um
ser social, a sua forma de se expressar ocorre de formas e maneiras e diferentes, se permitindo
viver e interagir na sociedade a qual está inserido. Os processos de comunicação do homem não
se limitam apenas a comunicação verbal, também atuam de maneira não verbal, sendo esta
última uma das mais complexas, porém, menos exploradas formas de comunicação.
12

Nesse contexto, a forma de se vestir é uma maneira de comunicar a identidade, por meio
da projeção de uma imagem. A moda age como mídia eficaz, no que diz respeito à inserção
cultural e social das pessoas, por possibilitar a expressão de identidade, ao agir de diversas
maneiras nos processos comunicacionais (MAGALHÃES; SARAIVA; NETO, 2014, p. 3).
De acordo com Miguel (2015), algumas profissões demandam o uso específico de uma
determinada vestimenta, esta, por sua vez, corresponde ao código de comunicação que anuncia
parte da identidade de quem a veste, sua ocupação ou até parte das suas ideologias. As roupas
evidenciam a qual grupo, comunidade, companhia ou profissão a pessoa é pertencente. As
roupas escolhidas pelas pessoas são um comunicado ao exterior. Onde através das opções que
tomou na forma como se vestiu naquele dia, o indivíduo fala sobre a sua postura no mundo e a
comunidade/cultura onde está inserido.
Ademais, a importância de vestir-se adequadamente está atrelada ao fato da
credibilidade que a imagem leva e a autoconfiança que se traz, pois as pessoas são julgadas e
julgam com base naquilo que veem.
O ambiente corporativo é um meio competitivo, as pessoas são julgadas por suas
aparências e comportamento, portanto, de suma importância zelar pela imagem que se
transmite, por tal questão as organizações possuem normas e regras de conduta, os profissionais
são os representantes da empresa, dessa forma, se o modo como se vestem não for compatível
com a imagem da empresa, este comportamento pode ocasionar uma impressão negativa ou
diversa daquilo que se empreende comunicar.
Conforme dito por Miguel (2015, p. 33):

O vestuário surge como mais um dos elementos de comunicação individual em


sociedade, afetado pelo meio onde existe e simultaneamente pelas mensagens que
emite e forma como é visto aos olhos do receptor. A simbologia do vestuário é
acolhida pela comunicação não verbal, como mais uma função social de interação
entre indivíduos. Ou seja, à semelhança de outras simbologias, o vestuário pode
afirmar-se como mais um processo de comunicação interdependente, já que os
comunicadores se afetam mutuamente enquanto se correlacionam. Decorrente desta
interação surge a necessidade de feedback. É pela comunicação que o ser social se
adapta ao mundo que o rodeia, e, em consequência, que carece de uma aprovação dos
outros indivíduos de forma a poder adaptar-se e com eles interagir.

A imagem funciona como importante ferramenta motivacional, auxilia a segurança e


autoestima. A escolha e a preocupação na escolha das roupas têm que ser parte de um hábito, a
roupa pode se transformar numa grande arma de comunicação que qualquer um tem em mãos,
a vestimenta emite códigos. (BUREAU MODA & MERCADO, 2016). O Bureau Moda &
Mercado, além de Heller (2013), nos chama a atenção também para as cores:

Quadro 1 – Significado das Cores


13

CORES SIGNIFICADOS
Azul Conservador, leal, verdadeiro.
Azul Marinho Responsável, íntegro, confiável (muito usado pela
área financeira).
Laranja Cordial, acolhedor, cor da amizade, popular (deixa o
look com cara de barato).
Bege Inofensivo, calado.
Vermelho Enérgico, forte, apaixonado, paixão, sexo, um pouco
de agressividade.
Amarelo Dinâmico, disposto, alegre (também deixa o look
com cara de barato).
Vinho Poderoso, elegante e nobre.
Cinza Sério, humilde, maduro, conformado e executor.
Preto Sofisticado, poderoso, seguro, cheio de autoridade.
Branco Frescor, novo, honesto, limpeza, pacificador.
Verde Escuro Equilibrado, centrado, conservador.
Marrom Apático, sem ambição, conservador.
Rosa paciente, amável, doce, amor (ex. de mãe, aquele que
não cobra), projeta simpatia, proximidade com as
pessoas.
Turquesa Egoísmo, diversão.
Fonte: HELLER, 2013; BUREAU MODA & MERCADO (2016).

Com o conhecimento das cores é possível saber as políticas da organização em que se


está inserido e dessa forma tomar a decisão certa, quanto ao uso da ferramenta que lhe é
disponibilizada através da vestimenta (BUREAU MODA & MERCADO, 2016).

3.2.1 Legislação Trabalhista


De acordo com a Legislação Trabalhista, a Lei nº 13.467/2017, denominada de Lei da
Reforma Trabalhista, introduziu no ordenamento jurídico brasileiro a permissão do empregador
para definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, bem como exigir do empregado
o uso de peças de vestuário em cor padronizada, porém, deve fornecê-lo, sendo do empregador
tal encargo.
O poder de direção, fundado na teoria contratualista, “encontra suporte no contrato de
trabalho, ajuste de vontades no qual o empregado espontaneamente se põe em posição de
subordinação” (NASCIMENTO, 2004, p. 274), ou seja, o empregado se submete ao
empregador aceitando a dominação e a direção, a submissão às regras, orientações e normas
estabelecidas pelo empregador inerentes ao contrato (CASSAR, 2018, p. 252-253).
O poder de direção, propriamente dito, compreende o direito do empregador de
fiscalizar e controlar o empregador pode/deve acompanhar como se dá a prestação dos serviços
e cumprimento das regras trabalhistas previstas em legislação, em instrumento coletivo de
trabalho e no contrato de trabalho, bem como fiscalizar seu estabelecimento, o uso dos
instrumentos de trabalho, o horário de trabalho, a observância dos códigos empresariais, etc.
14

A fiscalização deve guardar adequação e proporção com a natureza da atividade


econômica da empresa e do tipo de trabalho, além de não ser ilícita, imoral ou vexatória,
atentando contra a dignidade do trabalhador (DELGADO, 2019, p. 795).
Esse entendimento decorre do art. 2º da CLT (consolidação das leis do trabalho) no qual
o empregador assume os riscos da atividade econômica e em consonância com o princípio da
irredutibilidade salarial, não pode deixar que o trabalhador use parte do seu salário para compra
de uniforme exigido.
Todavia, o empregador poderá determinar que na sua empresa as empregadas não usem
roupas decotadas, os empregados não usem chinelos ou bermudas, devido a formalidade do
ambiente, dentre outras situações. É o que diz o art. 456-A introduzido pela lei 14.467/2017 da
Consolidação das Leis do Trabalho:

Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente


laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de
empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade
desempenhada. Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade
do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou
produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.

Com a Reforma Trabalhista, como visto, está autorizada a instituição de um dress code
no ambiente laboral, sendo lícita ao empregador estabelecer o padrão de vestimenta, contanto
que “não seja aviltante ou desmoralizadora, sendo admitido juridicamente a inserção de
logomarcas publicitárias (...) sem que esse fato, por si só, possa vir a ser entendido como
violador de algum dos direitos de personalidade do operário” (MARTINEZ, 2018, p. 124).
O dress code é uma expressão em inglês que designa código de vestimenta, que se traduz
em um “conjunto de regras para o que você pode vestir; uma forma aceita de vestir para uma
ocasião particular ou em um grupo social particular” (CAMBRIDGE, 2020).
Isso posto, o dress code no âmbito trabalhista atua como “direcionamento ou orientação
de vestimenta utilizado por algumas organizações empresariais para divulgar valores e
conceitos da instituição por meio do vestuário de seus empregados (...) que reforça o apelo
visual de determinada marca para o seu material humano” (JOSÉ FILHO, 2020).
Resta evidente que a adoção do dress code se insere no poder do empregador de
conduzir sua atividade da forma que melhor lhe aprouver, tal poder, contudo, não é ilimitado,
pois quando a vestimenta torna a aparência do empregado aviltante ou vexatória acarreta abuso
de direito (CASSAR, 2018, p. 771-772). Esse poder deve ser exercido em observância aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade e em respeito à dignidade do empregado.
15

Ademais, assim, como em determinadas situações sociais, profissões e cargos


convencionou-se determinadas roupas e estilos, como meio de transmitir personalidade
profissional e a imagem da empresa.
O ambiente de trabalho exige uma maneira de se vestir adequado à situação. Para que
as pessoas se sintam confortáveis é primordial que o bom senso seja utilizado como parâmetro,
afinal, a maneira como o profissional se apresenta tem impacto direto a sua imagem e também
a imagem da organização. Cada organização possui uma cultura que influenciará o modo de
vestir-se dos colaboradores, algumas são mais conservadoras. É preciso encontrar o equilíbrio
entre gostos, criatividade e códigos de vestimenta, levando em consideração segurança e
conforto (LANGFORD, 2012).
Segundo Rafaeli e Pratt (1993) a vestimenta é um veículo de forte apelo, em muitas
vezes de força e poder. Estes significados apresentam de duas formas, formas: através dos
atributos das peças e através das comparações do vestuário: confronto das vestimentas entre
membros da organização.
Os vestuários trazem consigo grande simbologia, grandes pressupostos de informação,
o que evidencia a linguagem não verbal, cores são tão importantes que há evidências que
sugerem que as empresas selecionam suas cores específicas através do julgamento do valor
simbólico destas (RAFAELI; PRATT, 1993).

3.3 AS CORES E A INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO E EXPRESSÕES FACIAIS


As informações que são recebidas e processadas pelas pessoas ocorrem por meio da
percepção. Porém, não é usada somente para entrada de estímulos externos, mas também é a
maneira na qual os investigadores estudam como funciona e os processos cerebrais. Newton,
em 1666, fez a descoberta de que a luz proveniente do sol é um composto de todas as cores do
espectro visível, se tornando branca, e sendo distinguida por receptáculos próprios de cada cor
presente nos olhos humanos (INÁCIO, 2010).
Em 1949, Max Luscher, psicólogo, psiquiatra e filósofo suíço, realizou um teste
utilizando as cores. Neste experimento, Luscher descobriu que um estado mental e de equilíbrio
hormonal está associada a preferência por uma cor. Segundo este estudo, no qual foi baseada
no processo de atração e repulsão, a visão das cores e das combinações cromáticas gera uma
resposta de comportamento emocional e físico, de tal forma que a preferência ou repulsa por
uma determinada cor pode revelar aspectos e tendências emotivas (NUNES, 2012).
Ainda de acordo com Nunes (2012), as cores dizem muito sobre as pessoas, dando
informações sobre necessidades, desejos e medos. Trata-se de uma linguagem complexa, na
16

qual é influenciada pela cultura, pela individualidade psicológica, sempre reveladora de um


componente inconsciente e sugestivo do qual a cor representa a chave de acesso. O teste avalia
oito cores, sendo quatro básicas (vermelho, amarelo, verde e azul) e quatro auxiliares (violeta,
marrom, cinza e preto), que revelam diversos sentimentos.
A preferência do indivíduo por determinados efeitos psicodinâmicos da cor pode servir
de sintoma para revelar sua índole temperamental e mesmo seu caráter, já que ela também
estimula a direção de determinados comportamentos e as circunstâncias em que acontecem. A
cor constitui uma fonte de informação para o cérebro, produzindo sensações, mudanças no
humor e na forma de enxergar determinadas situações (ALVES, 2022; NUNES, 2012).
As cores se diferenciam por cores primárias (vermelho, amarelo e azul), cores
secundárias (verde, laranja e violeta), e cores mistas subordinadas (como rosa, cinza, marrom).
A respeito do preto e do branco, não há unanimidade sobre serem cores verdadeiras. Na
psicologia cada uma dessas cores é autônoma, não podendo ser substituída por nenhuma outra,
tendo cada uma a sua importância (HELLER, 2013).
Quando se trata da saúde e equilíbrio dos seres humanos, as emoções desempenham
grande importância e papel. Estas dominam o indivíduo, causam felicidade ou lhe ilumina a
vida, e também pode torná-la sombria e intolerável (INÁCIO, 2010).
Para expressar estes estados emocionais e comunicar atitudes, o rosto é o principal canal,
podendo interpretá-los apenas com simples observação dos movimentos, que são como ondas
emoções que revelam sentimentos internos (RIBEIRO, 2011).
As escolhas das cores, normalmente, são feitas de forma instintiva, porém, quando há
conhecimento das informações que as cores transmitem, a utilização faz-se de uma forma mais
consciente e cuidada, podendo ajudar a autoestima e bem-estar do seu utilizador (INÁCIO,
2010).
Dados de pesquisas em vários países mostram que as associações psicológicas das cores
não se combinam ao acaso, são vivências comuns que ficam enraizadas no pensamento desde
a infância, com auxílio do simbolismo psicológico e da tradição histórica. Isso tudo, pode se
refletir nas atitudes e escolhas, já que o ser é afetado pela cor de forma psicológica e emocional
(HELLER, 2013; INÁCIO, 2010; SILVA, 2008).
As cores complementares são um princípio geral da teoria da mistura de cores. Estas
são as que mais contrastam entre si, e no círculo cromático (Figura 1) se encontram sempre
umas diante das outras. Basicamente, os pares de cores complementares são o azul-laranja, o
vermelho-verde, e o amarelo-violeta (HELLER, 2013).
17

Figura 1 – Círculo Cromático

Fonte: CRUZ (2022).


Nas estações frias, como Outono e Inverno, as cores mais usadas são as cores escuras e
sóbrias (o mesmo acontece com eventos noturnos), pois trazem uma sensação física e
psicológica de conforto e proteção, proporcionando uma sensação agradável de calor. Cores
quentes, normalmente, são associadas ao fogo, à paixão e à luz solar (INÁCIO, 2010).
Falando de cores quentes, Heller (2013) diz que o vermelho é simbolizado pelo fogo e
pelo sangue, pelas paixões, sendo elas boas ou más. O amor é categorizado pela cor vermelha,
porém também é associado ao ódio, pois esta é a mais forte entre as cores, força da vida. De
modo geral, é conhecida como cor dos extrovertidos e a mais cara de das cores na tintura têxtil.
Ainda, conforme dito por Eva Heller (2013), temos o amarelo, uma das três cores
primárias. Esta é e a mais clara dentre todas as cores, sendo a cor do otimismo, da iluminação
e do entendimento. Entretanto, é extremamente ambígua, sendo associada a irritação,
hipocrisia, inveja, ciúme e a cor dos desprezados e traidores. A mais leve e mais clara entre as
cores cromáticas, representa a maturidade, a idade idealizada como dourada.
Sobre o laranja, pode-se dizer que é a terceira cor da fantasia, simbolizando o prazer das
ideias malucas, já que é uma cor considerada exótica. Laranja é a cor da diversão, da
sociabilidade e do lúdico, por isso é considerado a cor da recreação, do que não se leva a sério,
sendo esse o lado mais forte desta cor. Todavia, possui ainda caráter penetrante e intrusivo. E
como uma combinação de luz e calor, o laranja é a cor da transformação (HELLER, 2013).
A cor rosa possui somente sentimentos positivos, na verdade, a única cor que ninguém
diz e associa a algo negativo. Simboliza o charme e a amabilidade, sensibilidade e
sentimentalidade, o deleite e o regozijo. Tom irrealista associado a cor do kitsch3 e da
romantização, cor de doces e dos confeitos. Tendenciosamente, quanto mais idosa a pessoa for
mais apreciará o rosa (HELLER, 2013).

³Conforme o dicionário Oxford, kitsch é o que se caracteriza pelo exagero sentimentalista,


melodramático ou sensacionalista.
18

Agora falando sobre cores frias, essas, normalmente, estão ligadas ao céu, ao gelo, à
paz, ao mar, ao frio e à dias cinzentos. Exemplos desse tipo de cor são o azul, o violeta e o verde
(INÁCIO, 2010).
Dentre todas as cores, a cor fria azul é a favorita das pessoas, já que vai bem em todas
as ocasiões e em todas as estações. Cor da simpatia, da harmonia, da amizade e da confiança.
Cor da distância e da fidelidade, já que estão ligadas, pois a fidelidade só é posta à prova quando
há oportunidade para a infidelidade. Em inglês, existe várias expressões que simbolizam a
fidelidade e usam a palavra azul, como a “true blue”, que significa fidelidade inquestionável.
A safira é a pedra da fidelidade. O azul é a cor do irreal, do fantástico, por isso existe a expressão
para o homem idealizado “príncipe azul”. A cor do divino e da pedra semipreciosa lápis-lazúli
que é uma pedra sagrada, simbolizando valores supremos. Pôr o azul ser o lado sombrio do
branco, passa um efeito mais frio, e por isso traz o orgulho como símbolo, mas também a
inteligência, a ciência e a concentração (HELLER, 2013).
Conforme apresentado por Heller (2013), o verde, que sempre lembra e remete a
natureza, traz uma ideologia e estilo de vida de consciência ambiental e amor à natureza. O
verde atua de forma calmante e transmite segurança, sendo também considerada a cor da saúde,
da esperança e da liberdade. Todavia, o verde é considerado a cor da imaturidade e da juventude,
por causas de processo de amadurecimento das frutas, além disso, é a cor de tudo que é
venenoso.
A última cor fria, a qual será verificada, é o violeta. Essa é a cor da sentimentos
ambivalentes e a mais rejeitada dentre as cores, e um dos motivos pelo pouco apreço é a questão
de não saber diferenciar o violeta do lilás. Com um passado grandioso, essa é considerado a cor
dos que governam e do poder, já que era uma antiga cor nobre, conhecida como púrpura. É a
cor da fé, mas, em contrapartida, é a cor de todos os pecados relacionados a beleza, cor da
vaidade, tornando-o, evidentemente feminino. O violeta é inconformista e original, sendo a cor
do lado sinistro da fantasia e da magia. Interessante que, a mais singular e extravagante das
cores, denuncia que a escolha pela peça que contém essa cor foi consciente e direcionada, pois
não é usado de forma impensada, sem querer chamar a atenção e para distinguir-se da massa
(HELLER, 2013).
“Todos nós tendemos a ter uma ou várias Cores que melhor expressam o tipo da nossa
personalidade e que nos faz sentir confortáveis e nos dá extra vitalidade e inspiração” (Silva,
2008). Pensando nisso, para finalizar, será abordado as cores que são recorrentemente usadas
por todos os indivíduos, estando presente em praticamente todas as peças básicas de um guarda-
roupa, as cores acromáticas branco e preto.
19

O branco é a cor do bem, da perfeição, da honestidade, da clareza, exatidão e da verdade.


Quanto mais puro for, mais perfeito é, carregando consigo a feminilidade, a nobreza e a
fraqueza. O caráter tranquilo, passivo e silencioso, também faz parte do branco, além de remeter
a limpeza, o vazio e leveza. Porém, pelo histórico remetido ao branco, traz um símbolo de status
e elegância, por isso o uso do termo “colarinho branco” é comum na sociedade (HELLER,
2013).
Por fim, de acordo com as pesquisas de Heller (2013), o preto transforma todos os
significados positivos das cores cromáticas em negativos, por este motivo também é a cor da
dor, do luto, do mistério, da introversão e de coisas proibidas. No entanto, é a cor da elegância,
conferindo importância a quem o veste, produzindo o efeito de individualidade. Nas pesquisas
foi apontado que quanto mais idade se tem, menos o preto é apreciado, sendo então a cor
predileta dos designers e dos jovens, e isso se dá, pelo fato de o preto para os jovens ser a cor
da moda, e para os idosos remeter a morte, além de exibir a juventude dos mais contemporâneos
e realçar a velhice dos longevos. Portanto, o preto irá revelar quão jovem ou quão velho a pessoa
realmente é.

3.4 INFLUÊNCIAS GRUPAIS E O COSPLAY


Segundo o site de Cosplay brasileiro (COSPLAY BRASIL, s.d.), Cosplay se refere a
junção das palavras em inglês costume (traje/fantasia) e play/role play (brincadeira,
interpretação). Consiste no hobby de fantasiar-se de personagens referentes aos mangás, games,
filmes de ficção científica, desenhos animados (animes), quadrinhos etc., alguns
confeccionando suas próprias roupas, normalmente essa subcultura advinda da indústria
cultural os cosplayers (aqueles que fazem cosplay) são fãs desses personagens que representam.
Os cosplayers não se limitam em se fantasiarem dos seus personagens, também
interpretam a personalidade desses, para lhes dar vida, reproduzindo os traços de personalidade
como postura, falas e poses típicas. Costuma ser praticado em eventos que reúnem fãs desse
universo, como convenções de animes, mangás e games (jogos).
Os cosplayers se esforçam para capturar a aparência e personalidade dos personagens,
ainda, no Cross play, os cosplayers se vestem como personagens do gênero oposto ao seu. Por
exemplo, um homem pode se vestir como uma personagem feminina e uma mulher como um
personagem masculino.
As pessoas se vestem de cosplay por diversos motivos. Aqui estão algumas das razões
mais comuns:
Quadro 2 – Razões pelas quais as pessoas se vestem como cosplayer
20

Amor pelos personagens Muitos cosplayers são fãs dedicados de certas séries,
filmes, jogos ou quadrinhos, e se vestir como seus
personagens favoritos é uma forma de demonstrar seu
amor e admiração por eles.
Expressão criativa O cosplay permite que as pessoas liberem sua
criatividade ao criar trajes detalhados e realistas. Os
cosplayers podem aprimorar suas habilidades de
costura, maquiagem, modelagem e outros talentos
artísticos ao recriar os trajes e adereços dos
personagens.
Imersão na comunidade O cosplay proporciona uma oportunidade de fazer
parte de uma comunidade apaixonada e compartilhar
interesses com pessoas que têm os mesmos gostos. Os
eventos de cosplay, como convenções e encontros,
permitem que os cosplayers se encontrem, troquem
ideias e compartilhem sua paixão em um ambiente
acolhedor e divertido.
Entretenimento e diversão Vestir-se como personagens fictícios permite que os
cosplayers entrem no mundo da fantasia e
experimentem ser alguém diferente por um tempo. É
uma forma de escapismo e diversão, onde as pessoas
podem se divertir interpretando seus heróis e vilões
favoritos.
Desafio e superação pessoal Criar um cosplay envolve planejamento, pesquisa,
habilidades técnicas e recursos. Para muitos
cosplayers, a construção de um traje é um desafio
emocionante que lhes permite aprender e desenvolver
novas habilidades. Ver o cosplay concluído com
sucesso pode trazer um sentimento de conquista e
satisfação pessoal.
Fonte: COSPLAY BRASIL (s. d.).
Cada indivíduo pode ter suas próprias razões pessoais para se envolver nessa prática,
mas, no geral, é uma forma divertida de expressão criativa e de se conectar com a comunidade
de fãs.
Ao escolher um personagem para cosplay, os cosplayers geralmente escolhem alguém
com quem se identificam de alguma forma. Pode ser uma identificação com a personalidade, a
história de vida, os desafios enfrentados pelo personagem ou qualquer outro aspecto que ressoe
com eles. Ao se vestirem e interpretarem esse personagem, os cosplayers podem explorar e
expressar diferentes partes de sua própria identidade.
21

O cosplay permite que os cosplayers se expressem de maneira criativa e individual. Eles


podem explorar diferentes estilos, modos de se vestir e características de personalidade por
meio dos personagens que escolhem retratar. Isso pode ser especialmente significativo para
pessoas que se sentem limitadas em sua autoexpressão no dia a dia.
Para Oliveira (2002, p. 132), a moda auxilia na interação entre as pessoas, uma vez que
as roupas que vestimos exprimem nossos traços identitários pela emissão de seus significados.
Muito além de um veículo de informações entre um emissor e um receptor, a moda é um sistema
de significação que promove entre os sujeitos dos dois polos da relação, diversos tipos de
relações intersubjetivas e papéis sociais, ao mesmo tempo que cria identidades e alteridades, e
difunde gostos, preferências estéticas, estilos, modos de sentir e de viver. Uma vez adotados,
esses entram na definição dos modos de vida que nos remetem, para avançar no seu
entendimento, a abordá-la enquanto fenômeno de significação.

3.4.1 Formação de Grupos e seus Significados


O cosplay estabelece arranjos sociais de identidades, ao se vestirem como personagens
específicos, os cosplayers podem explorar diferentes aspectos de sua identidade e estabelecer
conexões com os personagens que estão retratando e, em especial sendo parte de grupo.

3.4.1.1 Da Comunidade e pertencimento


Participar da comunidade cosplay pode fornecer um senso de pertencimento e conexão
social. Os cosplayers compartilham interesses semelhantes e têm a oportunidade de interagir
com outros entusiastas por meio de eventos, fóruns online, grupos sociais e convenções. Essa
interação com outros cosplayers pode contribuir para o estabelecimento de identidades
compartilhadas e fortalecer os arranjos sociais.
Dentro desta subcultura há uma intensa busca pelo reconhecimento, onde seus membros
buscam fazer o que for necessário para ficarem o mais próximo possível do físico do
personagem, mudando inclusive suas próprias características físicas.
Não ter este reconhecimento é o mesmo que ser rejeitado, excluído pelo grupo que eles
escolheram fazer parte. O Cosplay dá a oportunidade a esta comunidade de se tornarem
personagens que eles admiram e desejam, personagens que expressam suas opiniões e
sentimentos.
A espécie humana vive naturalmente em grupos, de forma que as chances de
sobrevivência em sua história evolutiva foram maiores para indivíduos ligados socialmente. Os
seres humanos possuem uma necessidade fundamental de pertencer a um grupo, segundo
22

Baumeister e Leary (1995), o que motiva é a busca por relações sociais profundas e positivas,
estando presente em todos os indivíduos.
Segundo a necessidade de pertencimento sendo primeiramente mencionada por
Baumeister e Leary (1995), se refere não só à necessidade de estar inserido em um grupo, mas
à qualidade dos laços estabelecidos com outros indivíduos e o sentimento de aceitação presente,
as pessoas desenvolvem um senso de pertencimento e identidade em relação a diferentes grupos
sociais. Essa teoria sugere que o pertencimento a grupos é uma parte fundamental da identidade
humana e afeta diversos aspectos do comportamento individual e coletivo.
Segundo essa teoria, as pessoas têm múltiplas identidades sociais que são baseadas na
participação em diferentes grupos, como grupos culturais, étnicos, religiosos, profissionais, de
gênero, entre outros. Essas identidades sociais influenciam como as pessoas se veem e se
relacionam com os outros (BAUMEISTER; LEARY, 1995).
As pessoas tendem a colocar si mesmas em categorias e, aos outros em termos de grupos
sociais. Tais categorias auxiliam simplificar a realidade social e a identificar a que grupos elas
pertencem e quais grupos são diferentes de dos delas. Assim, a categorização social possui um
papel importante na formação da identidade e no senso de pertencimento. A categorização
social pode ser entendida como "um sistema de orientação que ajuda a criar e a definir o lugar
do indivíduo na sociedade" (TAJFEL, 1981, p 291), ou seja, uma representação cognitiva da
estrutura social colocada a partir de grupos ou categorias, portanto, um elemento que
desempenha o papel de definir em termos mais gerais o auto-reconhecimento do indivíduo.
Construir uma identidade, para Erikson (1972), ainda nos adolescentes, implica em
definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direções que deseja seguir pela vida.
O autor entende que identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e
metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
Kimmel e Weiner (1998) afirmam que, quanto mais desenvolvido o sentimento de
identidade, mais o indivíduo valoriza o modo em que é parecido ou diferente dos demais e mais
claramente reconhece suas limitações e habilidades. Quanto menos desenvolvida está a
identidade, mais o indivíduo necessita o apoio de opiniões externas para avaliar-se e
compreende menos as pessoas como distintas.
As pessoas comparam os grupos aos quais pertencem com outros grupos, com o objetivo
de obter uma avaliação positiva de si mesmas e de seu grupo de pertencimento. Essas
comparações podem ser baseadas em diferentes dimensões, como status social, valores,
realizações e outros critérios relevantes.
23

O uso de determinada vestimenta passa a gerar um novo significado de pertencimento,


identidade, onde a indumentária participa ativamente do processo de subjetivação do indivíduo.

A indumentária é, portanto, (...) um produto da divisão em classes, e ela se comporta


da mesma maneira que outras formações - sobretudo a dignidade - que têm a dupla
função de reunir um círculo isolando-o dos outros. Assim o vestuário significará a
ligação de um indivíduo a seus pares, a unidade de um círculo definido por ela, e, ao
mesmo tempo, também o fechamento deste grupo em relação aos inferiores (...).
Associar e distinguir, estas são as duas funções de base aqui inseparáveis, da qual a
primeira ainda que oposta logicamente à segunda, é sua condição de realização
(SIMMEL, 1988, p.93).

O pertencimento a grupos sociais é fundamental para a autoestima e bem-estar


psicológico dos indivíduos. O senso de pertencimento e a identificação com grupos que são
valorizados e respeitados são importantes para uma sensação de aceitação e valorização pessoal.
A teoria do pertencimento explora como a identidade social e o pertencimento a grupos afetam
a formação da identidade individual e coletiva, e como isso influencia o comportamento e as
interações sociais das pessoas (BAUMEISTER; LEARY, 1995).
A teoria do pertencimento explora como a identidade social e o pertencimento a grupos
afetam a formação da identidade individual e coletiva, e como isso influencia o comportamento
e as interações sociais das pessoas.
A Teoria da Identidade Social parte da concepção de que o autoconceito deriva do
pertencimento a um ou mais grupos e do valor e significado emocional atribuído a essa filiação
(TAJFEL, 1978). Os indivíduos diferem em relação ao autoconceito; para algumas pessoas,
envolve uma interpretação independente do eu, que é visto como autônomo, enquanto outras
possuem um autoconceito interdependente, ou seja, são mais conectadas com outros membros
grupais, de modo que essas relações os definem como indivíduo (MARKUS; KITAYAMA,
1991).
A identificação com grupos tem importantes implicações na vida cotidiana. Por
exemplo, Greenaway e et. al. (2015) observaram que a identificação com grupos eleva o
controle pessoal percebido, com consequências positivas na saúde mental e bem-estar. Além
disso, a identificação com grupos também pode proteger contra estados mentais não saudáveis,
tais como a ansiedade e depressão (CRUWYS; et. al., 2015).

3.4.1.2 Empoderamento e confiança


Ao se vestirem e interpretarem personagens poderosos e icônicos, os cosplayers podem
experimentar um aumento de confiança e empoderamento. Isso ocorre porque eles assumem os
24

traços e características dos personagens que admiram, o que pode ter um impacto positivo em
sua autoestima e senso de identidade.
Conforme, Solomon (2002) os participantes de uma subcultura compartilham crenças e
experiências comuns que os separam dos demais, o fato de pertencerem a uma mesma
subcultura torna-os próximos, os definem, compreende e os acolhe exatamente como são.
O cosplay é uma forma de expressão pessoal e cada cosplayer pode ter experiências
únicas em relação à sua identidade e como ela é influenciada pelo cosplay.
Bergamo (1998, p. 3), em seu artigo “O campo da moda”, aborda questões pertinentes
à dinâmica que o sistema da moda se constitui hoje:

(...) Longe de ser uma criação artística que escapa à razão, ou a mera expressão da
futilidade alheia, a roupa é uma construção racionalizada: permite comunicar o
sentido da posição do indivíduo dentro da estrutura social, é seu instrumento de
realização. Ou, em outros termos, aciona os interesses em jogo entre os diversos
grupos. É esse conjunto de interesses, que aqui serão chamados de demandas, e seu
sentido impresso na relação dos indivíduos com a roupa que constituem propriamente
o campo da moda.

No contexto do cosplay, os cosplayers buscam recriar os trajes, aparências, mesmos


gestos e comportamentos dos personagens. Nesse sentido, o cosplay pode ser considerado como
simulacro, pois envolve uma representação estilizada e fictícia da realidade, se objetivam em
criar uma ilusão de serem os personagens que estão retratando, muitas vezes investindo tempo
e recursos na confecção de trajes detalhados e na caracterização precisa. Eles podem participar
de eventos e convenções de cosplay, onde interagem com outros cosplayers e fãs em um
ambiente que valoriza a encenação e a interpretação dos personagens.
Embora envolva uma encenação e uma representação fictícia, muitos cosplayers
encontram satisfação na oportunidade de se expressar artisticamente, de se identificar com
personagens que admiram e de se conectar com outras pessoas que compartilham os mesmos
interesses, é uma forma de expressão criativa de conexão com o grupo e comunicação com uma
comunidade de fãs.

Outra questão relevante é a da utilização da moda como simulacro. Mesmo quando


adquire o aspecto de teatralização, a moda mostra-se uma forma de comunicar. Nesse
caso, embora o indivíduo mascare-se com roupas não condizentes à sua personalidade,
o uso de tal indumentária já diz muito sobre ele, pois demonstra a sua baixa
autoestima, a vontade de renegar seu verdadeiro eu e o seu desconforto em mostrar
quem realmente é (STEFANI, 2005).

4 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
A caracterização da local em estudo, inicia-se com uma descrição de sua localização,
metragem e, por fim como destino como opção de lazer e consumo.
25

4.1 LOCALIZAÇÃO
O empreendimento se localiza na cidade de Taubaté, Av. Charles Schneider, 1.700, Vila
Costa (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).

4.2 DADOS DO EMPREENDIMENTO


Foi inaugurado em 9 novembro de 1989, o Taubaté Shopping foi o primeiro shopping
construído na cidade de Taubaté, assumindo papel de relevância na propulsão da economia da
cidade, contribuindo de maneira expressiva para o desenvolvimento dos setores comercial e
imobiliário ao seu entorno (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).
O empreendimento já conta com 33 anos desde sua criação, já tendo investido em 7
(sete) expansões. Possuindo uma área construída de Mais de 48 mil metros quadrados e com
conforme dados descritos no sito do empreendimento no ano de 2021, com um público mensal
de mais 1 milhão de pessoas, gerando cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos (TAUBATÉ
SHOPPING, 2021).
O empreendimento conta com uma infraestrutura que inclui 200 lojas satélites, sete lojas
âncoras, três semi-âncoras, três megalojas, cinco salas de cinema da rede Moviecom (três delas
com tecnologia Moviecom x), boliche, com variada praça de alimentação, considera a mais
completa da região, academia, faculdade e mais de mil vagas de estacionamento (TAUBATÉ
SHOPPING, 2021).

4.3 DADOS TÉCNICOS FORNECIDOS ATÉ O ANO DE 2021


Quadro 3 - Ficha Técnica
Inauguração 9 de novembro de 1989
Área Construída 48.908,38 m²
Área Bruta Locável 31.008,59 m²
Público Mensal 1 milhão de pessoas
Âncoras/Semi-Âncoras Academia Ultra, C&A, Casas Bahia, Lojas
Americanas, Pernambucanas, Marisa, Renner,
Kalunga, Conexão Fgv, Do Ré Mi Brinquedos e Tv
Band Vale
Megalojas Jô Calçados e Livraria Leitura
Lojas Satélites e Quiosque 200
Operações na Praça de Alimentação 30
Fonte: TAUBATÉ SHOPPING, 2021.

4.4 PERFIL DO CONSUMIDOR


Assim como a diversidade de lojas, o Taubaté Shopping possui um público fidelizado e
diversificado, com mais de 1 milhão de pessoas que frequentam o local, passando pelo centro
26

de compras com o intuito de realizarem suas compras e os serviços prestados, frequentando as


áreas de lazer como as salas de cinema, a praça de alimentação e aproveitarem os eventos
gratuitos oferecidos pelo shopping. Ainda, se utilizam do espaço público das mesas dispostas
na praça de alimentação para a utilização da rede wi-fi liberada de formas gratuita pelo shopping
aos seus frequentadores, para a realização de diversas atividades. A classe social que mais
frequenta o local é a classe B, sendo 55% dos consumidores, seguido pelas classes A e C, sendo
27% e 18% de consumidores (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).
Por faixa de renda familiar, a classe C possui limite inferior de R$ 2.005,0 e limite
superior de R$ 8.640,00. A classe B possui limite inferior de R$ 8.641,00 e superior de R$
11.261,00. E por fim, a classe A possui limite inferior de R$ 11.262,00 e não possui um limite
superior específico (FGV SOCIAL, 2014).

4.5 POPULAÇÃO DE TAUBATÉ


A cidade de Taubaté conta com cerca de 300 mil habitantes, é considerada o segundo
maior polo industrial e comercial da região metropolitana vale do paraíba e litoral norte, com
produto interno bruto per capita de R$ 48.634,09 (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).
Outras cidades na área de abrangência do Taubaté shopping: Cidades na Serra da
Mantiqueira, como Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal. Cidades do sul de Minas,
como São Bento do Sapucaí. Municípios do Litoral Norte, como Ubatuba, Caraguatatuba e São
Sebastião (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).

4.6 DISPONIBILIDADES
O Taubaté shopping cumpre a lei 9.503 do conselho nacional de trânsito,
disponibilizando a reserva vagas para portadores de necessidades especiais, vagas para idosos,
gestantes e portadores de autismo. Contando o centro de compras com rampas de acesso,
banheiros adaptados e cinema preparados para receber os clientes com mobilidade reduzida,
parcial o total (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).
O empreendimento fornece cadeiras de roda para utilização nas dependências do
shopping, para ter acesso ao serviço, basta apresentar um documento com foto e fornecer um
número de telefone para contato, a cadeira pode ser retirada na enfermaria do shopping, ainda
a disposição um fraldário à disposição dos clientes do Taubaté shopping o empréstimo de
carrinhos de bebê e banheiro família (TAUBATÉ SHOPPING, 2021).
27

5 PROCEDIMENTOS
As ações foram realizadas em etapas, no primeiro momento foram realizadas diligências
no Taubaté Shopping, local escolhido para as observações dos fenômenos psicológicos, como
ponto de observação foram utilizadas as mesas da área de alimentação, com o intuito de
observar as pessoas nas mesas ao redor e, as que transitavam pelo local, dentre elas, foram
vistos grupos de adolescentes, adultos e idosos, ainda, os funcionários das lojas de roupas,
beleza e alimentação. Com o foco em observar as vestimentas, as cores, e consequentemente,
os comportamentos que carregavam consigo.
Ainda como forma de realizar as obsrvações, trambém transitou-se pelos espaços do
Shopping, como a área do cinema, e pela a área central onde estava ocorrendo um evento
destinado aos apreciadores de jogos virtuais e videogames, com grande fluxo de pessoas, ainda,
foi observado a existência de plataforma de dança, com telões e pista de led, com muitas luzes
coloridas. Colocada em evidência no evento, onde havia a maior concentração de pessoas de
diferentes idades, grupos e vestimentas, todos ali se concentraram com o fato de participarem
do jogo de dança nomeado como “Just Dance” (“Apenas Dance”, na tradução literal), alguns
de forma individual e outros em grupo.
O jogo avalia os movimentos corporais dos participantes, onde são capturados por uma
câmera e devendo ser repetidos da mesma forma aos realizados pelos personagens do jogo, no
mesmo ritmo mesmo tempo e com a maior precisão possível dos movimentos, além de avaliar
a performance dos participantes, mediante o reconhecimento dos movimentos realizados,
havendo estímulos com mensagem quando há acerto dos movimentos e, ao final, recebem uma
pontuação que avalia a precisão dos movimentos realizados.
Objetivou-se trazer a convicção de como as vestimentas comunicam, transmitem idéias,
identificam funcionários de diferentes estabelecimentos comerciais e, de locais onde se estuda,
mediante o uso de uniformes. Os instrumentso utilizados foram a observação, quanto as
expressões faciais, corporais e diferenças nos vestuário dos frequentadores do Taubaté
Shopping, entre os funcionários e clientes, revisão e análise bibliográfica do tema, além de
discussão e comparação dos resultados obtidos na observação e na revisão de literatura.
A técnica de observação utilizada foi a semi-estruturada, ou também conhecida como
assistemática. Nesta técnica, o pesquisador não necessita de métodos especiais, é mais
empregada em estudos exploratórios, e não tem planejamento elaborado previamente. Porém,
ainda implica em um percentual de controle para a observação não se perder, de certo modo, o
pesquisador deve saber o que observar (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 192-193).
28

As observações se deram pelo período de 10h, entre os dias 24 de março e 14 de abril


sendo realizada em dias da semana e horários diferenciados, com o intuito de poder observar o
maior número de pessoas e a maior variação do fenômeno possível.

6 RESULTADOS
6.1 DIÁRIO DE CAMPO
Primeira observação - dia: 24/03/2023 Horário: 15h – 17h
Enquanto era realizada a observação das pessoas passando pelo shopping, notou-se uma
grande variedade de comportamentos e estilos. Os funcionários de uniforme pareciam mais
sérios e cansados, enquanto um homem com roupas mais estilosas caminhava com confiança,
e esse mesmo homem, passou mais duas vezes arrumando o boné da mesma maneira, depois
passou mais vezes pelas observadoras, com o mesmo comportamento, possivelmente, percebeu
que estava sendo observado e por esta razão repetiu o comportamento. Pessoas com roupas
mais simples pareciam ter um andar mais arrastado.
Um jovem com roupas extravagantes chamou atenção com seus gestos chamativos e
articulados. Ele caminhava com confiança, diferentemente de uma mulher com roupas leves e
cores claras, que caminhava tranquila. Um casal também se destacou: a mulher usava roupas
de cores claras e caminhava relaxada, enquanto o homem vestia roupas modernas de cor preta
e tinha um andar confiante e agressivo.
Uma senhora elegante passou pelas observadoras com um andar despreocupado e
observador. Outra mulher usava roupas casuais e caminhava tranquilamente. Um jovem com
bermuda, chinelo e camiseta de time também parecia relaxado e despretensioso.
Um homem com roupa social chamou atenção com seus passos curtos e rápidos. Ele
parecia preocupado. Uma senhora com roupas vermelhas passou apressada e mulheres bem
vestidas e elegantes caminhavam com postura de superioridade, usando sandálias de salto alto.
Um senhor com roupa elegante também esboçava certa superioridade em seu andar, com
a mão no bolso. Outra mulher usava roupas casuais de tecidos leves e claros e caminhava
tranquilamente. Um grupo de mulheres usava o mesmo padrão de roupas (cropped, shorts,
chinelo) e pareciam espelhar os comportamentos umas das outras enquanto riam.
Por fim, notou-se um menino com roupas velhas que caminhava arcado, como se
estivesse pedindo algo e esboçava aparência amedrontada.

• APANHADO GERAL EM RELAÇÃO AS VESTIMENTAS


29

Enquanto era feita a observação as pessoas no shopping, notou-se uma grande variedade
de estilos e comportamentos. Algumas pessoas usavam roupas mais extravagantes e se
comportavam de maneira mais desinibida, como uma mulher com um largo decote e roupas
justas na cor preta.
Um homem com roupas estilo militar chamou atenção. Ele tinha cerca de 36 anos, usava
calça militar, blusa branca e uma corrente com pingente tipo identificação do exército. Com
cerca de 1,85m de altura, corpo atlético e tatuado, ele caminhava confiante, com o tórax aberto
e os braços soltos. Ele parecia buscar olhares enquanto dava várias voltas no mesmo ponto do
shopping.
Dois homens de roupa social passaram pelas observadoras com postura ereta e passos
curtos e rápidos. Eles pareciam transmitir seriedade e pressa. Ambos usavam crachás de
empresas e carregavam mochilas com material de trabalho e computadores.
Mulheres bem vestidas com roupas sociais também chamaram atenção. Elas
caminhavam tranquilamente e confiantes, sem buscar olhares. Um senhor de aproximadamente
68 anos também se destacou com sua calça social de tecido e blusa polo. Ele caminhava sozinho
com um olhar confiante e postura ereta.
Pessoas com roupas confortáveis e mais simples, como camisetas, bermudas e calças de
tecido ou moletom, pareciam mais relaxadas. Elas caminhavam com passos largos e tronco
relaxado, transmitindo uma sensação explícita de conforto.
Por fim, notou-se um menino de aproximadamente 14 anos com roupas puídas e velhas.
Ele caminhava arcado, com as mãos juntas e os braços recolhidos. Seu andar era curto e ele
parecia envergonhado enquanto pedia comida aos clientes.
No geral, pessoas vestidas da mesma maneira, com cores parecidas, e peças de roupas
com o mesmo caimento e tecido, acabam se portando de modos semelhantes, embora não haja
qualquer tipo de vínculo ou proximidade entre as partes.

Segunda observação – dia: 29/03/2023 Horário: 14h – 16h


Um grupo de quatro homens caminhava usando camisetas polo e calças jeans, todos
com uma postura semelhante. A forma como andavam juntos demonstrava uma sensação de
camaradagem e coesão, sugerindo que estavam a caminho de algum compromisso conjunto ou
simplesmente desfrutando da companhia um do outro.
Enquanto isso, uma mulher vestida de maneira elegante e sofisticada caminhava com
postura ereta e um olhar de superioridade em relação aos outros ao seu redor. Sua expressão
sugeria confiança e autoestima, e seu andar também era firme e decidido.
30

Em uma tarde tranquila de passeio, o cenário estava repleto de pessoas com diferentes
estilos e atitudes. Um casal, vestido casualmente com bermudas jeans e shorts, camisetas de
desenhos animados e camisetas floridas, caminhava tranquilamente, desfrutando do momento.
Em contraste, dois homens exibiam uma certa superioridade, com suas camisetas pretas
e calças jeans, mãos nos bolsos e um andar despreocupado. Demonstravam confiança e um ar
de superioridade.
Entre as pessoas de chinelo, era possível notar o mesmo andar arrastado, transmitindo
uma sensação de tranquilidade e relaxamento. Esses indivíduos pareciam estar aproveitando o
momento, sem pressa ou preocupações.
Um homem vestindo calça jeans e camiseta polo caminhava com o peito estufado e a
mão no cinto, demonstrando uma postura confiante e dominante. Sua atitude transmitia um ar
de autoridade.
Outro grupo de homens vestia roupas esportivas, principalmente regatas nas cores preto
e branco. Eles exibiam seus músculos, caminhando com o peito aberto, transmitindo confiança
e força física.
As funcionárias da empresa "Unhas Cariocas" trajavam uniformes brancos, com
movimentos suaves. Vestiam calças e camisetas brancas com o logo do estabelecimento, unhas
feitas e cabelos presos. Sua aparência transmitia uma sensação de higiene e profissionalismo.
Por outro lado, as funcionárias da loja de jóias "Vivara" trajavam ternos pretos, saltos
altos, unhas feitas, cabelos escovados e uma maquiagem impecável. Sua postura era elegante e
refinada, refletindo a imagem da marca.
Foi possível observar três jovens com idades entre 20 e 24 anos, com características
semelhantes. Elas eram altas, magras, cabelos longos e andavam de maneira ereta. Tinham
movimentos suaves ao elevar as mãos aos cabelos. Todas usavam calças jeans soltas, blusas
pretas ou brancas, sem estampas, bolsas grandes e aparentavam boas condições financeiras.
Parecia que seguiam uma padronização social.
Outro grupo de mulheres, com características de sobrepeso e filhos pequenos,
aparentava não se importar com a aparência. Vestiam roupas desgastadas e desbotadas, cabelos
desgrenhados e não usavam maquiagem. Seus movimentos eram largos e desprendidos, usando
bermudas jeans e shorts pretos apertados, camisetas soltas e chinelos. Parecia que a aparência
já não era uma prioridade, refletindo certo descuido pessoal.
Uma dupla de adolescentes, com cerca de 13 a 14 anos de idade, chamou a atenção pelo
seu andar sincronizado. Vestiam camisetas e calças largas da mesma marca, exibindo um estilo
uniforme e descontraído.
31

Duas senhoras com aproximadamente 80 anos caminhavam tranquilamente de braços


dados. Seus cabelos eram brancos e cacheados.

Terceira observação – dia: 02/04/2023 Horário: 16h – 18h


No evento "Mundo do Videogame", durante o período observado, foi possível notar a
presença de jovens entre 12 e 20 anos de idade, vindos de diversos grupos. Alguns deles
estavam vestidos com roupas de Cosplay, utilizando perucas coloridas e maquiagem. Muitos
optaram por cobrir seus rostos e olhos com as perucas.
Além disso, pessoas de diferentes faixas etárias também se vestiam de Cosplay, desde
crianças até adultos. As expressões em seus rostos eram de alegria e de pertencimento, sentindo-
se parte desse universo.
Outro grupo de jovens chamou a atenção por sua aparência distintiva. Eles utilizavam
piercings, vestiam roupas pretas e os homens optavam por camisetas e calças largas. As
mulheres usavam saias curtas, shorts com adereços de couro, cabelos coloridos e algumas delas
tinham cortes de cabelo estilizados, mais curtos, partes raspadas e pintadas com cores vibrantes.
Foi observado que, no mesmo local, havia uma diversidade de grupos de jovens com
diferentes vestimentas, cada um com seu significado, mas todos aproveitando o evento de forma
pacífica e expressando felicidade em seus rostos.
Casais vestidos com roupas de personagens também foram vistos no evento, criando a
impressão de que estavam em uma festa específica para o grupo ao qual pertencem. Era uma
festa democrática, onde várias pessoas se reuniam em um espaço público sem incomodar
ninguém, simplesmente curtindo suas fantasias.
No evento, havia muitas crianças e adultos, todos com expressões de alegria, pois
estavam disponíveis jogos eletrônicos e videogames de outras gerações, despertando grande
curiosidade nos jovens e nas crianças. Os adultos, que eram da geração desses videogames, com
aproximadamente 40 anos ou mais, pareciam estar aproveitando os jogos com ainda mais
entusiasmo, exibindo expressões de felicidade.
Observou-se que esse tipo de evento atrai pessoas de todos os grupos, além daquelas
que frequentam o shopping para outras formas de lazer. Geralmente, essas pessoas não se
vestem com Cosplay ou fantasias, mas mesmo com olhares curiosos, todos se respeitam, não
sendo perceptíveis críticas ou comentários negativos. O ambiente proporciona uma atmosfera
de aceitação e diversão para todos os presentes.

Quarta observação – dia: 05/04/2023 Horário: 13h – 16h


32

No shopping, é possível observar uma variedade de pessoas e situações interessantes.


Há casais de diferentes idades que se destacam por estarem vestindo cores análogas ou
complementares. Os mais jovens exibem expressões de felicidade, enquanto os casais mais
velhos parecem mais sérios e rígidos.
Também foi possível notar pessoas vestindo uniformes, geralmente com expressões de
cansaço e posturas que refletem o peso de suas responsabilidades. Muitos deles arrastam os pés
ao caminhar, denotando um certo cansaço físico e mental.
Um homem de aproximadamente 33 anos chama a atenção enquanto está ao celular,
vestido com calça jeans e blazer azul escuro. Sua expressão preocupada indica que está
resolvendo assuntos importantes de trabalho, transmitindo seriedade e concentração.
Uma dupla de amigas sentadas à mesa chama a atenção pela diferença nas vestimentas.
Enquanto uma está vestida com roupas claras, a outra usa uma blusa preta. A amiga de blusa
preta apresenta expressão preocupada, indicando que estão envolvidas em uma conversa séria
que a afeta emocionalmente. Ela mantém as mãos fechadas em cima da mesa, enquanto a amiga
de roupas claras concorda com a cabeça. A amiga de blusa preta não sorri durante toda a
observação, mantendo a expressão de preocupação constante.
Um casal de jovens, por volta de 20 a 22 anos, chama a atenção por estarem vestindo
roupas idênticas: blusas brancas e shorts pretos. Sentados lado a lado, eles conversam
tranquilamente e, ao se levantarem, seus passos são perfeitamente sincronizados. Isso transmite
uma sensação de sintonia e calma na relação.
Na praça de alimentação, uma dupla de amigos uniformizados de uma empresa
aproveita a refeição, mas sem demonstrar um relaxamento típico de momentos de lazer. Apesar
de manterem uma conversa amistosa, seus olhares rápidos um para o outro indicam que estão
concentrados em almoçar com certa pressa. Assim que terminam, se levantam e se dirigem para
a saída do shopping. Ele veste uma camisa e calça pretas, enquanto ela usa calça preta e uma
blusa em tom de terracota.
Outra dupla de amigas chama a atenção enquanto caminham com passos largos e
apressados. Ambas estão vestidas com roupas azuis e apresentam expressões de procura, como
se estivessem procurando alguém ou algo. Seus olhares são rápidos, voltando-se para frente e
para os lados em busca de algum sinal.
Um grupo de três meninas, com idade entre 14 e 15 anos, se destaca por estarem vestindo
o mesmo estilo de roupa: calças jeans e camisetas básicas de cores escuras. Apesar de não
usarem uniformes, elas possuem o mesmo biótipo e um semblante descontraído. Todas
carregam mochilas, provavelmente preparadas para o dia.Enquanto isso, uma mulher de
33

aproximadamente 26 anos chama a atenção ao passar pelo shopping vestindo roupas pretas,
como calça, blusa e tênis. Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo e seu rosto exibe uma
expressão de felicidade, com um sorriso constante e olhares curiosos para os lados. Ela
transmite uma energia positiva, contagiando o ambiente ao seu redor.
Uma dupla de amigas com a mesma roupa foi observada. Estavam de cropped preto,
meia arrastão, shorts preto com cinto com corrente pendurado, meias compridas e tênis (estilo
“e-girl”4), fazendo os mesmos gestos. Ambas sorridentes, estavam se divertindo juntas
gravando um vídeo. Por um momento uma das meninas saiu do local para falar com colegas
que se aproximaram, a menina que ficou sozinha, mostrou expressão insegura, perdeu a
referência da dupla, como se buscasse sua identificação. Sem a amiga, se mostrou aflita,
olhando para frente à procura da amiga, assim, que a amiga retorna, sua expressão corporal
muda, volta a se movimentar de maneira confiante e mais segura e sua expressão facial volta a
transmitir alegria.
Assim, ao observar essas diferentes pessoas e situações no shopping, é possível
mergulhar em um verdadeiro cenário humano, repleto de expressões, emoções e histórias
individuais.

Quinta observação – dia: 14/04/2023 Horário: 19h – 20h


No shopping, era evidente a presença de diversos casais, cada um com suas
particularidades. Os casais mais jovens, com idades entre 15 e 20 anos, eram frequentes e
estavam sempre acompanhados de uma energia contagiante. Vestidos com roupas da moda
atual, especialmente no estilo streetwear5, eles tinham um visual descolado e estiloso. Andavam
de mãos dadas, trocavam olhares apaixonados e frequentavam principalmente o cinema,
entrando ou saindo das sessões. Suas expressões eram suaves e alegres, refletindo a juventude
e o romance presente na fase da vida em que estavam.
Por outro lado, havia também os casais adultos, na faixa dos 30 a 40 anos.
Diferentemente dos jovens, eles estavam acompanhados de filhos pequenos ou de outros
familiares, como pais, sogros, cunhados ou amigos. Enquanto as mulheres se vestiam de forma

4
E-girls são mulheres, em grande maioria adolescentes, que possuem uma leve influência do
estilo de vida "emo" e "gótico" e também de personagem de jogos eletrônicos. Elas se destacam
por conta de suas roupas, muitas vezes, pretas e largas combinadas a acessórios pesados, como
correntes e meias arrastão (PEDRO, 2021).
5
Entende-se o estilo streetwear, como um visual jovem, despojado, cheio de autenticidade e
ousadia, em que cada um compõe o seu visual, segundo seus gostos e anseios. É possível
observar que os adeptos desse estilo geralmente são jovens que pertencem a grupos que
possuem atitudes e identidades próprias (BANHETTI, Érica A. D. R.; POZZA, Francielle
V.,2016).
34

mais elegante, os homens optavam por um visual casual, com camisetas, bermudas e chinelos.
Os casais adultos apresentavam uma atitude mais séria e responsável, preocupados com as
demandas da vida cotidiana. Seus semblantes transmitiam tranquilidade e comprometimento,
demonstrando a importância da família e do cuidado com os filhos.
Além dos casais, o shopping era frequentado por grupos de adolescentes e jovens,
formados geralmente por 5 a 6 pessoas, com idades entre 15 e 20 anos. Os grupos de
adolescentes eram caracterizados por um comportamento exagerado, com gestos extravagantes,
risadas altas e conversas animadas. Meninos e meninas se misturavam nesses grupos,
aproveitando a companhia uns dos outros. Já os grupos de jovens eram mais contidos,
dividindo-se em duplas ou trios. Apresentavam expressões mais amenas, porém igualmente
alegres, com muitas risadas e descontração.
Quanto às cores das roupas, predominavam tons mais fechados, como preto, branco e
cores neutras. A maioria das pessoas optava por peças de roupa mais pesadas, como moletons
ou jeans, que variavam entre modelagens largas e coladas ao corpo. Contudo, alguns se
destacavam na multidão com roupas mais chamativas e cores abertas, trazendo um contraste
vibrante ao ambiente.
No geral, o shopping era um local de encontro para diferentes grupos e casais, cada um
com seu estilo e expressão. Desde os casais jovens, cheios de romance e vivacidade, até os
casais adultos, preocupados com as responsabilidades da família. Os grupos de adolescentes e
jovens também traziam animação e diversão ao ambiente, mostrando a diversidade de
personalidades e estilos presentes nesse espaço de convivência. O shopping era um reflexo da
juventude, da moda e das relações interpessoais em um contexto urbano contemporâneo.

6. 2 INTEGRAÇÃO DOS RESULTADOS


De acordo com os resultados obtidos pela observação feita, fez-se gráficos integrando
esses dados destacando comportamentos, expressões faciais, cores de roupa utilizadas e faixa
etária.

Gráfico 1 – Taxa de comportamentos conforme o estilo de roupa usada


35

100%
90%
Taxa de Comportamento

80%
70%
60%
50%
40%
Passos largos/arrastados
30%
20% Andar firme
10% Andar despreocupado/relaxado
0%
Andar rápido/apressado

Estilo de Roupas Usadas

Fonte: Autoria própria (2023)

Com base nos dados fornecidos, conforme aponta o Gráfico I, foi observado um total
de 10 tipos de vestimentas: Casual/Leve, Casual/Moderno, Esportivas, Social Passeio, Social
Trabalho, Desleixadas Puídas, Simples com chinelo, Uniforme de trabalho, Cosplay e
Streetwear. Essas vestimentas refletiram diferentes formas de caminhar, sendo elas: andar com
passos largos/arrastados, andar com passos firmes, andar despreocupado/relaxado e andar
rápido com passos apressados.
Para o grupo de pessoas que caminhavam com passos largos/arrastados, 100% delas
estavam com roupas desleixadas/puídas. As vestimentas de roupas simples com chinelo
estavam presentes em 42% dos observados, uniforme de trabalho em 15% e casual leve em 3%.
No caso do andar firme, as vestimentas predominantes foram casual leve em 2%, casual
moderno em 20%, esportivas em 50%, social de passeio em 48% e uniforme de trabalho em
25%.
Já para o andar despreocupado/relaxado, 100% das pessoas utilizavam vestimentas de
cosplay e streetwear, enquanto 70% utilizavam roupas casuais/leve, 68% roupas casual
moderno, 12% social passeio, 58% roupas simples com chinelo e 9% uniforme de trabalho.
Por fim, para o andar rápido/apressado, as vestimentas mais comuns foram casual
moderno em 13%, esportivas em 50%, social trabalho em 100% e uniformes de trabalho em
42%.
Esses dados mostram como as diferentes escolhas de vestimenta podem influenciar a
forma de caminhar das pessoas.
36

Gráfico 2 – Índice de cores usadas conforme a faixa etária

25.00%

20.00%

15.00% Cores claras


Cores escuras
10.00% Estampas/cores vivas

5.00%

0.00%
Jovem Adulto Idoso

Fonte: Autoria própria (2023).

Com base nos dados fornecidos, conforme aponta o Gráfico 2 foi possível observar a
distribuição do uso de cores nos diferentes grupos etários. O grupo Jovens representou a maioria
dos observados, com 53% do total. Entre eles, o uso de estampas e cores vivas foi de 37%,
enquanto cores escuras corresponderam a 36% e cores claras a 27%.
Já o grupo etário Adulto representou 43% dos observados, com 38% utilizando cores
escuras, 28% cores claras e 34% estampas e cores vivas.
No grupo etário Idoso, o uso de cores claras foi de 40%, cores escuras corresponderam
a 20% e estampas e cores vivas a 40%.
Esses dados indicam que os jovens tendem a utilizar mais estampas e cores vivas em
suas vestimentas, enquanto os adultos têm uma preferência maior por cores escuras. Os idosos,
por sua vez, demonstram uma tendência equilibrada entre cores claras, escuras e estampas/cores
vivas.
É importante ressaltar que esses resultados são baseados na observação do gráfico 2 e
refletem as tendências gerais encontradas nos grupos etários mencionados, ainda, em referência
ao local e data das observações.

Gráfico 3 – Frequência de expressões faciais conforme a cor de roupa usada


37

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30% Estampadas/cores vivas
20%
10% Escuras
0% Claras

Fonte: Autoria própria (2023).

Com base nos dados observados, conforme aponta o Gráfico 3, é possível fazer uma
síntese das informações relacionadas aos tipos de roupas, cores e expressões observadas.
Quanto aos tipos de roupas, foi constatado que a maioria das pessoas (34%) estava
vestindo roupas leves, seguido por Cosplay e Streetwear, ambos com 17% de frequência.
Outros estilos, como roupas modernas (11%), Social passeio (7%), simples com chinelo (4%),
uniforme de trabalho (4%) e roupas desleixadas (2%), foram menos comuns.
Em relação às cores e expressões, os resultados mostraram o seguinte:
• Para estampas/cores vivas, foi observado que alegria e divertimento estiveram presentes
em 29% das situações, seguidos por conforto (27%) e tranquilidade (25%). A
preocupação foi observada em apenas 2% das ocasiões, enquanto confiança e
superioridade foram menos evidentes.
• Entre as cores escuras, alegria e divertimento foram registrados em 37% das
observações, acompanhados por preocupação (5%), confiança (11%) e conforto (10%).
A pressa foi notada em 7% das situações, enquanto retração e cansaço tiveram uma
presença mais discreta.
• Já para as cores claras, alegria e divertimento foram observados em 38% dos casos,
seguidos por conforto (23%) e tranquilidade (20%). A preocupação foi relatada em 4%
das vezes, enquanto confiança e superioridade também foram menos frequentes.
Essa síntese reflete a relação entre os diferentes tipos de roupas, cores e expressões
observadas. Os dados mostram que a escolha da vestimenta pode estar relacionada às emoções
e atitudes exibidas pelas pessoas, com estilos específicos correspondendo a diferentes estados
de espírito.
38

Gráfico 4 – Índice de expressões faciais conforme o estilo de roupa usada

100%
90% Tranquilidade/Suavidade
80%
Conforto
70%
60% Confiança
50%
Ereta (elegância)
40%
30% Descontração
20%
Cansaço
10%
0% Superioridade
Vergonha/Constrangimento
Preocupação/Seriedade
Alegria

Fonte: Autoria própria (2023).

Após analisar as expressões faciais associadas aos diferentes tipos de roupas, conforme
o Gráfico 4, os resultados revelaram as seguintes observações:
Para o uso de roupas casuais-leves, foi observada uma expressão facial de alegria em
16% dos casos, transmitindo também conforto (28%), descontração (36%), suavidade e
tranquilidade (18%), além de uma pequena porcentagem de preocupação e seriedade (1%).
No caso das roupas casuais-modernas, a expressão facial mais comum foi alegria (19%),
seguida por elegância/ereto (16%), conforto (9%), superioridade (6%), descontração (16%),
confiança (16%) e suavidade e tranquilidade (19%). Não foram registradas expressões de
vergonha/constrangimento ou cansaço.
Para as roupas esportivas, a expressão facial predominante foi de confiança (75%),
acompanhada de suavidade e tranquilidade (25%).
No caso das roupas sociais de passeio, observou-se uma expressão facial relacionada à
elegância/ereto (17%), preocupação/seriedade (33%), superioridade (33%) e confiança (17%).
Não foram registradas expressões de alegria, cansaço, descontração ou suavidade e
tranquilidade.
As roupas desleixadas/puídas transmitiram principalmente a expressão facial de cansaço
(80%) e vergonha/constrangimento (20%), não demonstrando nenhum outro tipo de expressão.
Já as roupas simples com chinelo resultaram em expressões faciais de alegria (17%),
conforto (67%) e descontração (17%), não sendo observadas outras expressões.
39

O uso de uniformes de trabalho foi associado a expressões faciais de cansaço (25%),


preocupação/seriedade (60%) e suavidade e tranquilidade (15%), enquanto o cosplay/gamers
apresentou expressões de alegria (50%) e descontração (50%).
Por fim, o streetwear resultou em expressões faciais de alegria (40%), descontração
(43%), confiança (14%) e suavidade e tranquilidade (3%), não apresentando expressões de
vergonha/constrangimento, cansaço, elegância/ereto, conforto, preocupação/seriedade ou
superioridade.
Essas observações revelam a relação entre as diferentes roupas e as expressões faciais
associadas a cada estilo, refletindo uma diversidade de emoções e atitudes expressas pelos
indivíduos em relação à sua vestimenta, em referência ao local e período das observações.

Gráfico 5 – Índice de roupas usadas conforme a totalidade de pessoas observadas


Fonte: Autoria própria (2023).

1%

14%

30%

14%

3%
11%
9%
8%
9%

2%

SOCIAL TRABALHO CASUAL/LEVE ESPORTIVAS


SOCIAL PASSEIO MODERNA DESLEIXADAS/PUÍDAS
SIMPLES COM CHINELO UNIFORME COSPLAY
STREEWEAR

Após a análise das observações no ambiente restrito do Shopping Center Taubaté,


durante o período de pesquisa e conforme o Gráfico 5, foi possível obter resultados
interessantes. Do total de 203 pessoas observadas, compreendendo 46 indivíduos, 21 casais e
23 grupos de 5 pessoas, dentre esses participantes, foi constatado que 30% optaram por
vestimentas do tipo Casual/Leve, refletindo um estilo descontraído e confortável.
Destaca-se também a presença significativa de pessoas vestindo trajes de
Cosplay/Gamers, no período que as observações foram realizadas, correspondendo a 14% do
40

total. Esse dado pode ser relacionado à realização de um evento no local denominado "Mundo
do Videogame", o que atraiu um público interessado nessa temática.
Outra tendência observada foi o uso de roupas do estilo Streetwear, também com 14%
de representatividade. Esse estilo de vestimenta se destaca por sua influência urbana e moderna.
Os uniformes de trabalho foram utilizados por 11% dos observados, evidenciando a
presença de trabalhadores que estavam exercendo suas atividades no shopping.
A categoria Casual-Moderno foi escolhida por 9% dos participantes, revelando uma
preferência por um estilo mais atualizado e contemporâneo.
O grupo que optou por roupas Social Passeio correspondeu a 9% do total, demonstrando
uma escolha por vestimentas mais elegantes e formais.
Em contrapartida, foi notada uma parcela de 8% das pessoas vestindo roupas simples
acompanhadas de chinelo, indicando um estilo mais informal e descontraído.
As roupas Esportivas representaram 3% do total, provavelmente utilizadas por
indivíduos que estavam praticando atividades físicas ou buscando conforto durante a visita ao
shopping.
Apenas 2% dos observados apresentaram roupas desleixadas e puídas, indicando uma
escolha de vestimenta menos cuidadosa.
Por fim, foi observado que 1% das pessoas optou por trajes adequados para ocasiões
sociais relacionadas a trabalho.
Esses resultados destacaram a diversidade de estilos e preferências de vestimenta entre
os frequentadores do Shopping Center Taubaté, no período das observações, refletindo as
diferentes características e propósitos de cada indivíduo ao visitar o local.

Gráfico 6 – Taxa de cores vivas/estampadas conforme as expressões faciais


11% 0% 0% 0%
4%
29%
25%
27%
2%

2%

alegria/divertimento preocupação conforto superioridade


tranquilidade pressa descontraído confiança
retração cansaço

Fonte: Autoria própria (2023).


41

Ao analisar as cores vivas e estampadas, conforme o Gráfico 6, foi observado que as


expressões faciais exibidas foram predominantemente antagônicas. A expressão de
preocupação representou 2% das reações observadas, enquanto alegria e divertimento foram
responsáveis pela maioria resultando em 29% das expressões faciais. Não foram identificadas
expressões de conforto, superioridade, tranquilidade, pressa ou descontração. Esses resultados
sugerem que as cores vivas e estampadas podem evocar sentimentos de alegria e divertimento
nas pessoas observadas.
Em correlação ao Gráfico 2 e Gráfico 3, o grupo Jovem representou 53% dos
observados, o que podemos concluir que 37% deste grupo estava usando cores vivas e estampas,
em conexão com a expressão facial de alegria e satisfação, enquanto no gupo Adulto
representado por 43% dos observados, a cores vivas e estampas representaram 38% enquanto
ao grupo Idoso representados por 4% dos observados, o uso das cores vivas e estampas ficou
em 40%.

Gráfico 7 – Taxa de cores escuras conforme as expressões faciais

1%
14% 37%
11%
10%
7% 5%
5% 10%

0%

alegria/divertimento preocupação conforto superioridade


tranquilidade pressa descontraído confiança
retração cansaço

Fonte: Autoria própria (2023).


Com base nas observações realizadas em relação ao uso de cores escuras e conforme o
Gráfico 7, foi constatado que a expressão facial predominante entre os indivíduos foi alegria e
divertimento, representando 37% das reações. Em contraste, a expressão retraído foi registrada
em apenas 1% dos observados. Ainda foram identificadas expressões de confiança 11%,
conforto 10%, superioridade 5%, tranquilidade 0%, pressa 7%, descontração 10%, sensação de
estar largado 10% e cansaço 10%, relacionadas ao uso das cores escuras. Esses resultados
sugeriram que o uso de cores escuras trasmitem conforto e descontração, porém, a sensação de
42

largado e cansaço por parte dos observados, resultaram igualmente em 10%, enquanto a
expressão de pressa e superioridade se mostraram menos comum nesse contexto.
Ainda, em correlação ao Gráfico 2 e Gráfico 3, o grupo Jovens representou 53% dos
observados, o que podemos concluir que através do uso de cores escuras 36% deste grupo,
apresentou expressões facias de alegria e satisfação, enquanto no gupo Adulto representado por
43% dos observados, a cores escuras representaram 38% e, quanto ao grupo Idoso
representados por 4% dos observados, o uso das cores escuras ficou em 20%.

Gráfico 8 - Taxa de cores claras conforme as expressões faciais

3% 0% 0%
0%
9% 37%
20%

23%

4%
4%

alegria/divertimento preocupação conforto superioridade


tranquilidade pressa descontraído confiança
retração cansaço

Fonte: Autoria própria (2023).

Ao analisar as expressões faciais relacionadas ao uso de cores claras e, juntamente, o


Gráfico 8, observou-se uma diversidade de reações. A expressão predominante foi de alegria e
divertimento, representando 37% das reações faciais observadas. Além disso, houve uma leve
expressão de preocupação, correspondendo a 4% das reações. A expressão confiança foi
observada em apenas 3% dos indivíduos, enquanto o conforto resultou nas expressões faciais
de 23% das pessoas. Uma pequena porcentagem mostrou uma expressão de superioridade,
representando 4% das reações. A tranquilidade foi notada em 20% das expressões faciais
observadas. Por fim, uma expressão descontraída foi identificada em 9% dos observados. Esses
resultados mostram que as cores claras podem evocar uma variedade de emoções e estados de
espírito nas pessoas.
Em correlação com o Gráfico 2 e Gráfico 3 o grupo Jovem representou a maioria dos
observados resultando em 53%, porém, 27% deste grupo apresentou alegria e satisfação com o
uso das cores claras, enquanto no gupo Adulto foi representada por 43% dos observados,
43

quanto ao grupo Idoso representados por 4% dos observados a cores claras representaram 28%
e o uso das cores claras foi de 40%.

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


De acordo com a teoria de Weil e Tompakow (2015), sobre os três símbolos
comportamentais que são aplicados facilmente à expressão corporal, sendo elas “O Boi”, “O
Leão”, e “A Águia”. Foram observadas pessoas exatamente conforme descrito, principalmente
com o toráx aberto e com a cabeça erguida, mostrando superioridade comparado aos outros, no
caso, que a maioria, que andava mais preocupado ou alegre e relaxado, além de ter o contrário
também, pessoas com a postura bem arcada e caída.
Em questão do dress code, Miguel (2015) diz que a imagem pessoal é relevante para o
mundo corporativo, e por meio desta, as empresas usufruem para passar o que a marca revela,
como observado em questão da “Unhas Cariocas” com suas roupas brancas, dando a sensação
de pureza e limpeza, e da “Vivara” com suas vestimentas pretas, transparecendo sofisticação e
elegância. A significação dada e obtida pelas organizações citadas, equivale as mesmas
observadas por Heller (2013). Ademais, o dress code, não se aplica somente a padronização de
vestimentas em ambientes laborais, se aplica a todas as ocasiões e de acordo com cada evento.
Entretanto, o estilo de vestimenta mais observado no contexto Shopping Center, local
destinado a compras e lazer, foi o estilo Casual/Leve resultando em 30%, em relação aos demais
estilos, em contrapartida, o estilo menos observado foi o Social Trabalho com 1%, assim, o
código de vestimenta, dress code, pode ser observado no contexto Shopping Center.
O estilo Casual/Leve, no contexto ambiental, se mostra de acordo com a teoria das
regras de vestimenta, havendo correlação entre o local, o estilo das vestimentas e a expressão
facial dos observados resultando em 28% conforto, 36% descontração e 18 % suavidade e
tranquilidade, contra 1% para preocupação e seriedade.
Considerando, que se os indivíduos, ao se trajarem, não se adequam ao código de
vestimenta da ocasião ou ambiente, passam a destoar no ambiente, o que, provavelmente, farão
com que não se sintam integrados, com grande possibilidade de causar um desconforto
emocional. Ainda, se o indivíduo estiver vestido ou calçado de sapatos em desacordo com o
ambiente físico, poderá sofrer de desconforto térmico, como usar roupas muito quentes e
pesadas para um evento num dia quente ao ar livre, ainda, devendo atentar para o uso do calçado
correto, de acordo com a temperatura do dia e a superfície do local, se o piso é grama, areia,
terra, concreto, entre outros.
44

Se o dress code existe é porque já houveram observações e comprovações de que em


determinados contextos ou situações não caberia certos tipos de vestimentas, não se tratando
apenas de regras de etiqueta ou de moda, mas considerando o fato do conforto físico e
emocional.
Nunes (2012) cita que as cores dizem muito sobre as pessoas, dando informações sobre
necessidades, desejos e medos. E Inácio (2010) fala de como as escolhas das cores,
normalmente, são feitas de forma instintiva. Por meio das observações notou-se que as cores
podem realmente mostrar o que as pessoas estão sentindo, apesar de o local acabam
tendenciando as expressões para preocupação e seriedade, ou alegria e divertimento.
Ribeiro (2011) destaca que o rosto é o principal canal para expressar sentimentos,
podendo interpretá-los apenas com simples observação dos movimentos. Se mostrando
realmente fácil de observar, foi a partir disso que coletamos a maior parte de informações,
demonstrando o que já foi dito, com expressões de preocupação e alegria em maioria
comparado aos outros.
De acordo com a teoria estudada, através da realização de gráficos resultante das
observações, puderam ser verificadas que as expressões faciais positivas mais transmitidas
foram as de alegria e divertimento com 38%, em conexão com o uso de cores claras, porém,
as cores escuras resultou em 37% com um diferença mínima de 1%, quanto as cores vivas
/estampas em 29% do observados. Assim, a expressão facial mais obsevadas entre os grupos de
cores, teve a predominância pelo uso de cores claras.
Em contrapartida, a expressão facial antagônica a expressão de alegria e divertimento
foi a expressão de retraído, com o uso de cores escuras e claras, ambos resultaram em 1% dos
observados e com o uso de cores vivas/estapas resultaram em 0%.
Ainda sobre as cores, Heller descobriu interessantes aspectos sobre as tais, e sendo
reafirmadas nas observações do trabalho realizado. Heller (2013) fala em seu livro que azul é a
cor preferida da população em geral, não só pela significação atribuída, mas por ser a cor mais
simples de se achar entre as peças de roupas. Foi observado o azul muito presente em calças
jeans em partes de roupas casuais simples, mas também na cor principal nas roupas de pessoas
mais idosas. Além disso, a cor mais observada entre jovens e adolescentes foi o preto, conforme
já descrito por Heller.
De acordo com a teoria, foi possível verificar, diante dos resultados apresentados pelos
gráficos, que o uso da cor escura pelo grupo jovem resultou na quase a maioria dos observados
em 36%, porém, no ambito restrito das observações a cor predominante, com uma diferença
mínma de 1% foi a do o uso de cores vivas/ estampas com 37%.
45

No entanto, quanto ao grupo Adulto o uso predominante foi ao contrário do grupo


Jovem, o uso das cores escuras resultou em primeiro lugar com 38%, porém, em segundo lugar
teve as cores vivas/estampadas com 34%.
Quanto ao grupo Idoso, os gráficos demonstram curiosamente a ordem de preferência
semelhante ao grupo Jovem, tendo o uso de cores vivas em primeiro lugar com 40%, porém,
em segundo lugar, tendo as cores claras e escuras mesma proporção, ambas em igual
porcentagem de 20%.
Já pela parte dos cosplays, a questão de identificação, da parte teatral e de todos os
costumes propostos por essa cultura pop foram observados e claramente destacados na forma
de agir, se vestir, se comunicar e interagir com o grupo que possui os mesmos gostos.
Entrando por fim, na parte dos grupos, foi observado vários deles, e baseado nas teorias,
conclui-se que o grupo é feito de partes com interesses parecidos, como o cosplay, e que acaba
por influenciar todos, findando em se vestirem e se comportarem da mesma maneira. Também
se relacionando muito a teoria do pertencimento, no qual o indivíduo vai sempre atrás de um
grupo perseguindo uma certa aprovação.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos do Estágio foram atendidos, uma vez que foi possível, por meio das
observações realizadas com base nas teorias investigadas, relacionar alguma das expressões
faciais observáveis com o tipo de vestimenta e cores utilizadas pelos observados, sendo tal
estudo de grande relevância para a formação, apesar de ainda haver pouco material na área da
Psicologia tratando do assunto. Foi possível buscar na psicologia social, estudos sobre
Comportamento e Moda, artigos de Psicanálise, em artigos sobre moda e na área das Ciências
da Comunicação, onde se buscou informações e estudos sobre a influência da vestimenta nos
grupos e indivíduos, considerando que a pesquisa se ateve, especificamente a um espaço de
lazer, Shopping Center da cidade de Taubaté.
Considerando que o trabalho se deu apenas mediante as observações sem contato ou
escuta com os observados, assim, para uma melhor demonstração e comprovação dos
fenômenos observados, será necessário estender as pesquisas diante de entrevistas e testes de
personalidade, o que poderia contribuir para a atuação do psicólogo como meio de identificar a
comunicação não verbal através das vestimentas e expressões, assim, tendo acesso os eventos
internos dos indivíduos, pois a roupa e a moda comunicam, por tal razão que o mundo da moda
movimenta milhões e existam tantas marcas e tantos Shopping Centers com muitas lojas
46

direcionadas para a moda, um vez que há mercado para essa busca incessante pela moda e
vestimentas, são formas, mesmo que inconscientes, de se expressar e comunicar o meio social
e identidade do sujeito.
A moda é criada a cada estação se pautando nas estações, ditando as regras de vestimenta
e demostrando os grupos que os indivíduos pertencem, inclusive ao ostentar suas logomarcas,
bem como seus uniformes, acabam comunicando dizendo sobre o indivíduo e a empresa. A
indumentária e as suas cores se mostram mais uma ferramenta, o que se se demonstrada através
de comprovação científica, que comunicam a personalidade, o estado de humor e, inclusive as
intenções do indivíduo quanto as suas escolhas ao se vestir, mesmo que de forma inconsciente,
expressam interesses, emoções e intuitos, sendo mais um meio de poder avaliar a comunicação
não verbal dos sujeitos observados.
Se ainda, determinadas vestimentas, teriam o poder de alterar o comportamento das
pessoas, como alterando as expressões de tranquilidade/conforto, segurança/elegância,
descontração, cansaço, superioridade/arrogância, vergonha/constrangimento,
preocupação/seriedade, alegria/felicidade, extroversão ou introversão. Com tais experimentos,
poder avaliar se alterariam o comportamento nas vendas entre negociador e comprador, e nas
áreas da justiça e medicina, por exemplo, trazendo segurança pra quem veste e confiabilidade
a quem recebe a mensagem visual.
Desta forma, se consideraria a importância de mais estudos sobre a comunicação não-
verbal emitida através de determinados tipos de vestimenta sobre os efeitos da percepção, os
quais causariam diferentes reações no mesmo indivíduo, e em contrapartida a compreensão
dessas mensagens emitidas. Onde se crê na possibilidade de contribuições sobre os efeitos da
percepção nas diversas áreas. Assim, ao examinarmos a vida cotidiana e a mídia de forma
abrangente, percebemos que as pessoas frequentemente expressam suas opiniões através de
suas vestimentas, enquanto a moda é influenciada pelo comportamento daqueles que a definem.
Com base nessa visão, chegamos à conclusão de que a moda é um fenômeno que merece maior
consideração e questionamento, pois ela pode nos ajudar a compreender essa forma adicional
de expressão e comunicação humana de maneira mais profunda.

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Taubaté, 12/06/2023

_________________________________ ____________________________________
Quézia Machado Pinto Sandra Querido Gonçalves Pereira Machado
(estagiário) (estagiário)

__________________________________________
Danielle Pereira Lovatto
(professor-supervisor)

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