Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Feira de Santana/BA
2012
Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana – UNEF
Feira de Santana/Ba
2012
2
Ao amor e a nossa família
3
AGRADECIMENTOS
4
Quem tem “por que” viver é capaz de suportar qualquer “como”.
Friedrich Nietzsch
5
RESUMO
ABSTRACT
This course conclusion work aims to analyze how internal communication can promote
the motivation of a team working in organizations. The method used was a literature
review and data from secondary sources, which elucidates the proposed theme and aims
to understand the dynamics of internal communication in organizations, examine the
functioning of internal communication in organizations and highlight the motivational
aspect of Internal Communication strategies in organizations. The results found by
analyzing reinforce the motivational role of internal communication in organizations
when used in strategic and watching all the elements that make up the internal
communication in organizations, with emphasis on research, planning and
implementation of the actions necessary to achieve the objective motivational.
6
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 9
1.1 METODOLOGIA 10
2. O QUE É COMUNICAÇÃO? 11
4. PLANEJAMENTO EM COMUNICAÇÃO 17
5.1 JORNALISMO 20
7. COMUNICAÇÃO INTERNA 29
7
7.6 SUAS FERRAMENTAS 39
9. CONCLUSÃO 47
REFERÊNCIAS 48
ANEXOS 50
8
1. INTRODUÇÃO
9
avançam: continuam iguais em 31% delas e aumentaram apenas 29% em comparação
aos últimos dois anos.
1.1 METODOLOGIA
2. O QUE É COMUNICAÇÃO?
Imaginem que o homem saiu de gritos, rugidos e gestos que expressavam suas
sensações de dor, raiva e admiração, para um sistema bem organizado de signos e
significação, onde um conjunto de regras determina como devem se combinar e o que
cada combinação quer dizer. Nasce a linguagem, e depois de conseguir se comunicar
plenamente na sua comunidade, o homem busca extensão para o que quer dizer, pensa
em uma maneira de fixar e dar alcance as suas informações.
Chegamos aos desenhos, “não se sabe se o propósito destas figuras era mágico,
estético ou simplesmente expressivo ou comunicativo”, mas eles representam o modo
de vida da época e a condição de registrar o que antes se perdia na oralidade
(BORDENAVE, 1982, p. 26). Para mandar mensagens a longas distâncias o homem
recorreu a sinais sonoros e visuais, através de percussão ou fumaça, mas estes eram
limitados para um homem cada vez mais ‘ilimitado’ em suas descobertas.
2
Conforme Bordenave os pictogramas são signos que guardam correspondência direta entre a imagem
gráfica (desenho) e o objeto representado, ideogramas são signos (desenhos) que representam ideias e
fonogramas são signos que representam sons, “combinados em sequencias de diversos comprimentos para
representar ideias” (BORDENAVE, 1982, p. 27-8).
11
representar uma ideia. “Para os indígenas da América do Norte, a figura de um pássaro
voando significa “pressa”, e a paz era representada por um cachimbo”. (BODERNAVE,
1982, p.27).
3
BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação?. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 32.
12
1982, p. 50). Como se veste e fala, seu andar, gosto musical ou ‘postagens’ na rede
social.
4
HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga. Teorias da Comunicação:
conceitos, escolas e tendências. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. p.39.
5
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p.5.
13
Nessa época, as atividades da comunicação eram segmentadas e desempenhadas
por profissionais de outras especificações. Poucas empresas davam um papel de
relevância às ações de comunicação, “ressalvada, sempre, a propaganda/publicidade,
que, vigorosa no rádio e na mídia imprensa, começava a ganhar corpo na televisão”, e
ainda assim, não a enxergavam enquanto processo integrado e intrínseco a todos os
outros departamentos da empresa, mas os primeiros cursos de Comunicação começaram
a surgir, vislumbrando uma nova perspectiva para o exercício dessa atividade em um
futuro próximo. (BUENO, 2009, p. 6).
14
uma nova maneira de organização da sociedade, onde a formação de sindicatos,
associações científicas e comunitárias refletiam o conceito de democracia que se
instaurava e exigia das unidades empresariais uma nova postura. O número de
profissionais específicos de comunicação cresceu, assim como cresceu os cursos de pós-
graduação, “as dissertações e teses sobre a área começavam a se multiplicar, assim
como os eventos, que agora já se referiam à Comunicação Empresarial em seu sentido
maior”. (BUENO, 2009, p.8).
8
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial/Comunicação Institucional:
conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986. p.14.
15
confiabilidade na imagem da marca. Toda a experiência foi contada pelo próprio Nori,
em parceria com a jornalista Célia Valente, no livro “Portas Abertas”, publicado em
1990, pela editora Círculo do Livro.
E afinal, existe diferença entre os termos ou podemos dizer que ambos falam do
mesmo processo?
9
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p. 8.
16
públicas e privadas, mas toda e qualquer entidade. O termo Comunicação
Organizacional é, em particular, termo escolhido pela área de Relações Públicas, no
entanto afirma que, “se a intenção é evocar a comunicação nas organizações em geral,
sem quaisquer restrições, certamente Comunicação Organizacional será a expressão
mais indicada”. (BUENO, 2009, p. 2).
4. PLANEJAMENTO EM COMUNICAÇÃO
17
dos impactos no público, quais são suas exigências ou como agir em um momento de
crise. Conforme Bueno (2009), para ser inteligente precisa ser estratégico, para ser
estratégico precisa de planejamento. E o que é planejamento?
Este conceito trabalhado por Kunsch dilata as bases do planejamento, casa seus
planos com todas as esferas da organização e alcança os objetivos da atividade. O
planejamento é peça chave na busca por resultados, está sob o pilar da identidade
empresarial já definida e é fundamental para as ações que correspondem à imagem da
organização. Com funcionalidade e dinâmica específica, podemos citar três tipos de
planejamento: estratégico, tático e operacional.
11
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003. p. 204-5.
18
O Planejamento Operacional se responsabiliza pela aplicação das ações definidas no
Planejamento Tático, “controla a execução e procura corrigir os desvios em relação às
propostas sugeridas”. (KUNSCH, 2003, p. 215). Percebe-se que os três tipos de
planejamento são interdependentes, essenciais na organização e não funcionam
sozinhos.
12
A Análise SWOT foi desenvolvida por dois professores da Harvard Business School, Kenneth Andrews
e Roland Christensen. O termo se refere às iniciais das palavras anglo-saxônicas Strengths (forças),
Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A Análise SWOT contribui
com a identificação dos aspectos mais evidentes da organização e possibilita a elaboração de estratégias
mais eficazes.
13
BICHO, Leandro, BAPTISTA, Susana. Modelo de Porter e Análise SWOT: Estratégias de Negócio.
Coimbra. 2006. Artigo – Instituto Politécnico de Coimbra, 2006. p.12.
14
BICHO, Leandro, BAPTISTA, Susana. Modelo de Porter e Análise SWOT: Estratégias de Negócio.
Coimbra, 2006. p. 12.
19
Também, através da Análise SWOT se visualiza as Oportunidades e Ameaças em
uma perspectiva externa, ou seja, o que está no ambiente que contribui ou prejudica o
desenvolvimento da organização. Estes aspectos precisam ser cuidadosamente
analisados, visto que não estão sob o controle da organização.
5.1 JORNALISMO
15
BICHO, Leandro, BAPTISTA, Susana. Modelo de Porter e Análise SWOT: Estratégias de Negócio.
Coimbra, 2006. p. 13.
20
5.2 RELAÇÕES PÚBLICAS
Pesquisas para traçar o perfil do público, conhecer sua opinião sobre a organização e
contribuir nas estratégias de Comunicação Organizacional, também são
responsabilidades das Relações Públicas.
16
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p. 09-10.
21
6. COMUNICAÇÃO INTEGRADA: UMA PERSPECTIVA
Ela se estrutura para usufruir das potencialidades das novas tecnologias, para
respaldar-se em bancos de dados inteligentes, para explorar a emergência das
novas mídias e, sobretudo, para maximizar a interface entre as empresas (ou
entidades) e a sociedade. Neste novo cenário, a Comunicação Empresarial
integra o moderno processo de gestão e partilha do conhecimento,
incorporando sua prática e filosofia ao chamado “capital intelectual” das
organizações. 19
17
Disponível em: < www.priberam.pt >. Acesso em: 21 de Novembro de 2012.
18
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003. p. 150.
19
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p. 10.
22
Para assumir tamanha funcionalidade, a comunicação de uma organização
precisa, efetivamente, trabalhar em conjunto. É impossível pensar que, nos dias de hoje,
uma organização sem gestão participativa e planejamento de Comunicação Interna,
consiga sustentar a imagem de empresa democrática e aberta. A imagem de uma marca
e a venda do seu produto e/ou serviço está diretamente relacionada à agilidade do seu
atendimento, ao bom relacionamento com seus fornecedores e na motivação e
alinhamento do seu público interno com seus objetivos e metas.
20
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p. 13.
23
6.1 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
21
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada.
São Paulo: Summus, 2003. p. 164.
22
Especialista e estudiosa francesa da área de Comunicação Institucional.
24
precisa conhecer sua organização profundamente e saber transmitir em suas ações a
alma corporativa.
23
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003. p. 165.
24
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003. p. 153.
25
6.3 COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA
Parte das pesquisas que hoje conhecemos, nas teorias da comunicação, foram
iniciadas com o objetivo capitalista. E isso não à toa, pois a expansão das unidades
industriais é diretamente proporcional ao aumento do consumo. As relações e
estratégias se modificaram ao longo do tempo, acompanhando o movimento da própria
sociedade e as modificações no perfil do consumidor. Primeiro por estar inserida e se
movimentarem mutuamente, segundo para atender a um mercado competitivo e
exigente, terceiro, para acompanhar o próprio consumidor, cada vez mais complexo e
personalizado.
26
identificação, de uma mensagem que represente os valores socioambientais em
evidência, uma mensagem que vá além do simples “compre”.
26
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial/Comunicação Institucional:
conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986. P. 73.
27
socioambiental, o consumo consciente, o uso das novas tecnologias e a busca por uma
vida saudável. Os consumidores, de hoje, se identificam com empresas transparentes,
éticas e profissionais, dispostas a escutar suas reclamações, aceitar suas sugestões e
atender suas expectativas.
27
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009.
p. 35.
28
7. COMUNICAÇÃO INTERNA
28
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 313.
29
Gerência de Comunicação Social da Rhodia. Plano de Comunicação Social da Rhodia, 1985. p. 6.
29
A organização considera seus empregados como parte do público-alvo, na
realidade, eles aparecem como o primeiro público da organização. Antes a isso a
Comunicação Interna era função da área de Recursos Humanos e apenas para informar
sobre procedimentos burocráticos das rotinas trabalhistas. A Política de Comunicação
da Rhodia busca “desenvolver um esprit de corps” no seu público interno, expressão
francesa que significa Espírito da Corporação. (Política de Comunicação Social da
Rhodia, 1985, p. 9). Fica claro que o objetivo da Rhodia vai além dos procedimentos
trabalhistas, ele visa incentivar a dedicação da sua equipe profissional em torno da sua
política e das suas metas. Prevê ações de comunicação para a liderança, com
informações sobre os acontecimentos dos ambientes ligados ao seu segmento de
serviço.
Bem como em ações para seu público operacional, com ações para desenvolver e
motivar cada membro da equipe em torno dos princípios da organização.
30
Gerência de Comunicação Social da Rhodia. Plano de Comunicação Social da Rhodia, 1985. p. 14.
31
Gerência de Comunicação Social da Rhodia. Plano de Comunicação Social da Rhodia, 1985. p. 30.
30
para as grandes empresas e uma variável importante quando se fala em fidelizar os seus
consumidores diretos. Funciona como um ciclo, onde o bem estar do seu público interno
garante o padrão de qualidade do seu produto e/ou serviço.
Uma pesquisa realizada pelo Great Place to Work Institute “sobre o impacto da
prática de valores nos retorno financeiros”. 32
A edição 89, da revista HSM Management, em sua editoria Dossiê Talento, traz
uma reportagem intitulada “O novo atlas do capital humano” que traz um parâmetro
interessante sobre as mudanças radicais nas demandas do mercado em contrapartida a
necessidade do diferencial competitivo nas organizações. Diferenciais cada vez mais
diferentes e específicos.
32
O’DONNELL, Ken. Valores Humanos no Trabalho: Da parede para a prática. São Paulo: Gente,
2006. p. 40-1.
33
O’DONNELL, Ken. Valores Humanos no Trabalho: Da parede para a prática. São Paulo: Gente,
2006. p. 40-1.
31
Nos próximos anos, não será a qualidade dos produtos, nem o valor da marca,
tampouco o baixo custo da produção a grande diferença competitiva
sustentável das organizações, e sim o talento [...], contudo, conquistá-lo,
administrá-lo e retê-lo exigirá esforços inéditos. 34
habilidades e comportamentos que tornam um executivo/profissional importante não apenas para sua
organização, mas para toda e qualquer empresa, características que transcendem à organização, pois
atendem às necessidades do mercado como um todo.” (Disponível em:
http://blog.kombo.com.br/candidato/2009/01/28/o-que-e-empregabilidade/. Acesso em: 20 de Dezembro
de 2012).
32
para suas deficiências. Podemos falar em quatro funções básicas, “controle, motivação,
expressão emocional e informação”. (ROBBINS, 2005, p. 232).
37
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 325.
38
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 325.
33
A Comunicação Interna é ferramenta motivadora para o grupo de trabalho.
Valorizar o empregado, falar das suas qualidades e incentivar o comprometimento são
algumas das atribuições da Comunicação Interna, na organização. (ROBBINS, 2005, p.
233).
Para que os grupos tenham um bom desempenho, eles precisam ter algum
tipo de controle sobre os seus membros, estimulá-los ao esforço, oferecer os
meios para sua expressão emocional e para tomada de decisões. Podemos
partir do princípio de que praticamente toda interação de comunicação que
ocorre dentro de um grupo ou organização exerce uma ou mais destas quatro
funções. 39
39
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p.
233.
34
Comunicação Interna Organizacional como ferramenta estratégica na motivação da
equipe de trabalho.
40
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p.
235.
35
Elas podem ficar armazenadas muito tempo. Se houver dúvidas quanto a seu
conteúdo, elas podem ser facilmente verificadas nos registros. Esse aspecto é
particularmente importante quando se trata de mensagens muito complexas
ou muito longas [...] Normalmente, somos mais cuidadosos na escolha das
palavras quando escrevemos do que quando falamos. Prestamos mais atenção
ao que queremos transmitir em uma mensagem escrita do que em uma
mensagem oral. Por esse motivo, a comunicação escrita costuma ser mais
bem elaborada, mais lógica e clara. 41
41
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p.
235.
36
Podemos dizer então que, as ações motivacionais da organização precisam estar
atentas aos aspectos emocionais do seu público. Despertar afeto é uma maneira de
incentivar as ações comportamentais a favor da política organizacional e seu
crescimento, fidelizando o grupo e criando uma relação cognitiva e sentimental com a
imagem da empresa.
42
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada.
São Paulo: Summus, 2003. p. 85.
38
bastante favoráveis a uma otimização de recursos e do desempenho organizacional”,
contribui com a sinergia e a coordenação de esforços. (KUNSCH, 2003, p. 85).
39
Cada organização deve conhecer o perfil, avaliar a melhor ferramenta e definir as
demandas de cada público em particular, assim poderá selecionar o melhor canal e
forma de relacionamento para cada parte do seu público interno. “As organizações, para
viabilizar a comunicação com os mais diferentes públicos, se valem de meios ou
veículos orais, escritos, pictográficos, escrito-pictográficos, simbólicos, audiovisuais e
telemáticos”. (KUNSCH, 2003, p. 87).
A Pirelli Pneus S/A é a quinta maior empresa de pneus do mundo. Aqui no Brasil
existem cinco fábricas, localizadas em Santo André (SP), Campinas (SP), Gravataí
(RS), Feira de Santana (BA) e Sumaré (SP), o que totaliza um público interno de 9500
pessoas, sendo 93% do gênero masculino, 77% ligados ao processo de produção e 23%
em cargos administrativos. Em relação às características da organização, pode-se dizer
que são regionalmente distintas, com centros de decisão distantes das áreas produtivas.
Sua principal atividade é industrial, focada em produção, números e metas.
44
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva,
2009. p. 87.
40
Uma pesquisa de clima organizacional, realizada entre o público interno, avaliou
uma queda na Comunicação Interna da Pirelli, baixa aprovação dos veículos utilizados e
falta de segurança nas informações disseminadas na comunicação formal. Para mudar
este quadro a organização investiu em um planejamento de Comunicação Interna,
“baseado no princípio de mudança da cultura interna com a criação de políticas e
procedimentos, reformulação de estrutura e processos, e treinamento da equipe
responsável e das lideranças de comunicação naturais e formais”. (MARTINS, 2008, p.
1).
Assim o Giro, “jornal interno sem expressão nas fábricas” se tornou Giro em Casa
veículo “direcionado á família para resgate do orgulho Pirelli” e Giro Negócios
“newsletter para a liderança com assuntos estratégicos”. (MARTINS, 2008, p. 2). O
Quadro de Avisos, “deteriorados e desorganizados” deu lugar ao Mais Q Notícia, um
mural com “central de informações com Jornal Mural, Quadro de Avisos, Classificados,
Caixa de Sugestões e versão resumida de notícias” e ao Mais Q Notícia online, “uma
versão eletrônica para o administrativo”. (MARTINS, 2008, p. 2). O Varal, quadro
utilizado para leitura rápida, ganhou um novo formato, “com iluminação para os turnos
da noite”. (MARTINS, 2008, p. 2). O E-mail, “sem segmentação” foi substituído pelo
E-mail Informativo, com “padronização, segmentação e identificação dos assuntos”.
(MARTINS, 2008, p. 2).
41
A comunicação informal, em nossa opinião, tem de ser canalizada para o lado
construtivo, ajudando as organizações a buscar respostas muito mais rápidas
para as inquietudes ambientais e facilitando o convívio e a gestão de pessoas
com vistas em uma administração participativa. 45
Outras ferramentas de Comunicação Interna criadas para este caso foi o Leiaki!,
“um canal exclusivo para supervisores na ferramenta de gestão”, a TV Pirelli,
localizada nos refeitórios das unidades industriais, “trazendo mais dinamismo para o
público sem hábito de leitura”, a Palavra do Presidente, “com informações de extrema
relevância e que demandam autoria do presidente”. (MARTINS, 2008, p. 2). Como
alternativa para obter um retorno mais intenso do clima organizacional foram criadas o
5 min. De Comunicação, realizado em “reuniões periódicas entre os líderes de
produção” e o Espaço Aberto, “reuniões mensais entre líderes e equipes”, busca um
canal de relacionamento que promova comunicação direta entre a liderança e a equipe
de trabalho, promovendo diálogo informal, troca de informações e integração da equipe.
(MARTINS, 2008, p.2).
Agora todos sabem onde buscar informação. Isso tranquiliza os líderes, que
hoje têm respaldo para se comunicarem com suas equipes. O Mais Q Notícia
(painel e online) foi citado como a principal fonte de informações da empresa
por 60% dos empregados, além de ser percebido como uma central de
informações. O Varal foi identificado como fonte e considerada atividade de
prestígio por seus integrantes. A pesquisa final e as avaliações realizadas ao
longo do projeto geraram um relatório com recomendações de novos
posicionamentos, estratégias e táticas, de forma a transformar o Comunica
Pirelli em um processo da empresa.46
45
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003. p. 84.
46
MARTINS, Matheus. Planejamento Estratégico de Comunicação Interna: case Comunica Pirelli –
A Pirelli mais perto de você. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. p. 3.
42
8. COMUNICAÇÃO INTERNA E MOTIVAÇÃO
Uma ação isolada mostra iniciativa, no entanto, resultados são obtidos apenas na
sequência de ações voltadas para um objetivo. “A direção inicia um comportamento e a
persistência mantém esse comportamento”. (MINICUCCI, 1995, p. 214). A
Comunicação Interna é utilizada como ferramenta para agir e manter o interesse
contínuo pelos objetivos da organização, como propósitos em comum, entre a empresa e
sua equipe.
43
Podemos pensar o quanto valorizar as qualidades dos membros do seu grupo é
agradável e incentiva a concorrência interna.
47
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p.
186.
48
Conforme dicionário Aurélio, entende-se por reconhecimento o ato de reconhecer, lembrar, admitir
como verdadeiro, real, declarar, confessar, mostrar gratidão. O programa de reconhecimento de uma
organização para sua equipe de trabalho se relaciona a lembrar do seu comprometimento e/ou mostrar
gratidão por ele.
49
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
44
Para constituir objetivos comuns e estimular a resistência em busca de
resultados, uma organização precisa pertencer ao membro da sua equipe, ao mesmo
tempo em que ele pertença à empresa, em uma relação quase passional.
O ideal seria trabalhar por amor, pelo prazer de dar algo e pela
autoatualização, que são aspectos que dependem de relacionamentos
igualitários, interação pessoal, participação, cooperação, empowerment e
aprovação. 50
50
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 271.
45
No final do ano de 2006, uma pesquisa de imagem realizada entre o público
interno “revelou que a Bayer CropScience era percebida como boa empresa para se
trabalhar, inovadora, sustentável, mas havia um sentimento de insegurança, falta de
lealdade e de estabilidade”. (MARUCCI, 2008, p. 1). Depois de traçar os objetivos de
investimento e crescimento no mercado para o ano de 2007, a Bayer investiu na
campanha de Comunicação Interna “visando o perfeito entendimento da estratégia, o
alinhamento da liderança e a motivação de cada um dos colaboradores”. (MARUCCI,
2008, p. 1).
51
MARUCCI, Alessandra Cristina de T. Case A Bayer que a gente quer é a gente que faz, 2008. p. 1.
52
MARUCCI, Alessandra Cristina de T. Case A Bayer que a gente quer é a gente que faz, 2008. p. 1.
53
MARUCCI, Alessandra Cristina de T. Case A Bayer que a gente quer é a gente que faz, 2008. p. 2.
46
O caso da Bayer é um exemplo prático da utilização da Comunicação Interna
planejada e aplicada em uma perspectiva motivacional.
9. CONCLUSÃO
47
primeiro passo para um setor de comunicação de sucesso e nem todas as organizações
investem nesse aspecto.
48
relacionamento com o veículo são características importantes no planejamento de
comunicação interna. Para que a campanha seja percebida e conviva em sintonia com a
rotina da equipe de trabalho ela precisa ser disseminada por um veículo que faça parte
do universo de cada público.
49
REFERÊNCIAS
MARUCCI, Alessandra Cristina de T. Case A Bayer que a gente quer é a gente que
faz. [2008]. Disponível em: < http://www.conrerp2.org.br/index.php?pagina=a-bayer-
que-a-gente-quer-e-a-gente-que-faz >. Acesso em: 25 de Novembro de 2012.
50
MINICUCCI, Agostinho. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Atlas,
1995.
51
ANEXOS
52
Case POP: Planejamento Estratégico de Comunicação Interna
Comunica Pirelli – A Pirelli mais perto de você.
Resumo
53
cultura interna com a criação de políticas e procedimentos, reformulação de estrutura e
processos, e treinamento da equipe responsável e das lideranças de comunicação
naturais e formais.
54
pouca informação estratégica para os contatos com o mercado. Em relação aos veículos,
eram predominantes a ausência de unidade visual, a falta de segmentação dos assuntos,
os quadros deteriorados, desorganizados e sem manutenção, notícias antigas e com
excesso de texto além de pouca atratividade visual.
O planejamento foi desenhado para sanar cada ponto diagnosticado e tornar a CI um
processo de abertura de informações, consolidando-a como um elemento vivo na
empresa. Dessa forma, era necessário também, sair de uma visão de meios para uma
valorização do processo e iniciar a mudança de cultura, envolvendo as pessoas da
empresa com uma comunicação de relacionamento, além de trabalhar o conteúdo,
definindo a mensagem com foco nos diferentes públicos internos.
Foram quatro pilares estratégicos de trabalho, cada um com táticas específicas para
alcance dos objetivos.
1. Mudança da cultura de comunicação: desenvolvimento de uma cultura que
contribua para os trabalhos de CI, por meio da sensibilização da diretoria; treinamento
da liderança sobre a importância da comunicação; o papel do líder nesse processo e
coaching diário para a equipe de Comunicação Interna.
2. Criação de processos: organização para o dia-a-dia da área tanto no relacionamento
entre áreas, quanto na administração das ferramentas. Foi realizada a segmentação do
público interno, conforme a necessidade de informação; a definição dos tipos de
mensagens em grupos de assuntos e classificação dos temas; a definição de
responsabilidades dos envolvidos na comunicação e a redação da política de CI.
3. Adequação da estrutura da área de comunicação interna: contratação e
capacitação de uma equipe dedicada integralmente ao processo, criação da rede de
comunicação com representantes da comunicação em todas as áreas e contratação de
designer para atratividade dos layouts.
4. Melhoria dos canais: aperfeiçoamento dos veículos antigos e criação de novos para
complementar os outros pilares. Abaixo, os canais antigos reformulados:
Giro: jornal interno sem expressão nas fábricas. (antigo)
Giro em Casa: direcionado à família para resgate do orgulho Pirelli.
Giro Negócios: newsletter para a liderança com assuntos estratégicos.
Quadro de Avisos: deteriorados e desorganizados. (antigo)
55
Mais Q Notícia – Painel: central de informações com Jornal Mural, Quadro de Avisos,
Classificados, Caixa de Sugestões e versão resumida das notícias.
Mais Q Notícia – Online: versão eletrônica para administrativo.
Varal: quadro para leitura de passagem. (antigo)
Varal: Novo layout e estrutura, com iluminação para os turnos da noite.
E-mail: sem segmentação. (antigo)
E-mail Informativo: padronização, segmentação e identificação dos assuntos.
Também foram criados outros meios para atender à demanda.
Rede de Comunicadores, com representantes das áreas que circulam informações e
colhem feedbacks;
Leiaki!, um canal exclusivo para supervisores na ferramenta de gestão;
Espaço Aberto – reuniões mensais entre líderes e equipes, para reforçar o papel do
líder;
5 min. de Comunicação – reuniões periódicas, entre líderes de produção;
TV no Refeitório, trazendo mais dinamismo para o público sem hábito de leitura;
Palavra do Presidente, com informações de extrema relevância e que demandam
autoria do presidente.
A implantação foi realizada em duas semanas por unidade, totalizando dois meses. Foi
criada uma campanha para o lançamento com o mote Comunica Pirelli: a Pirelli mais
perto de você e uma identificação visual para os veículos do Comunica Pirelli. Esse
mote se transformou na própria identificação da área de comunicação interna. A
campanha atingiu todos os funcionários, com diversas peças de comunicação espalhadas
pela fábrica com a mensagem A nossa nova comunicação você vai querer ver, ouvir e
participar. e O momento chegou e as novidades também. Nessa fase, ocorreram também
o treinamento da liderança (100%) e da Rede de Comunicadores (83 pessoas), a
capacitação dos estagiários locais (6 pessoas), a definição dos locais estratégicos dos
novos veículos da fábrica, a implantação dos veículos eletrônicos e o início da
implantação do Espaço Aberto e do Leiaki!.
Na sustentação, a Pirelli e a Ketchum Estratégia atuaram juntas para garantir a
continuidade do processo. Após essa fase, a agência orientou a área de comunicação
interna sobre como conduzir cada demanda e as resistências naturais às mudanças.
56
A avaliação final – resultado surpreendente
Para avaliar os resultados do projeto, a Ketchum Estratégia realizou uma nova pesquisa,
utilizando a mesma metodologia da fase inicial, com uma amostra total de 23%. Os
resultados da avaliação final comprovam o sucesso do Projeto.
57
O Varal foi identificado como divulgador rápido de assuntos importantes por 57%.
A Rede de Comunicadores foi citada como fonte e considerada atividade de prestígio
por seus integrantes.
A pesquisa final e as avaliações realizadas ao longo do projeto geraram um relatório
com recomendações de novos posicionamentos, estratégias e táticas, de forma a
transformar o Comunica Pirelli em um processo da empresa.
Os grandes números a seguir trazem a realidade da dimensão do Projeto desenvolvido.
Foram 6 etapas de estruturação;
6 pessoas da Ketchum envolvidas;
10 pessoas da Pirelli envolvidas;
6 veículos modificados;
8 veículos criados;
12 meses de Projeto;
22 unidades visitadas;
66 pessoas na rede de comunicadores;
73 sessões de treinamento;
142% de crescimento em relação ao resultado da pesquisa inicial;
338 horas totais de treinamento;
543 pessoas treinadas ao todo
4.692 respostas de pesquisa.
O Projeto superou as expectativas, sendo considerado como modelo para a matriz, na
Itália e indicado para implantação nas fábricas da Argentina e da Venezuela.
58
Case: A Bayer que a gente quer é a gente que faz
Organização
Bayer CropScience
Profissional Responsável
Alessandra Cristina de T. Marucci
Assessoria Externa
Qualicom Comunicação
Ano da Premiação
2009
59
atingir seus objetivos, investiu na campanha visando o perfeito entendimento da
estratégia, o alinhamento da liderança e a motivação de cada um dos colaboradores.
Descrição do case
60
Outro pilar da estratégia foi a convergência dos veículos de comunicação
existentes na empresa, com suporte de novas peças e reforço das específicas para dar
visibilidade à evolução dos indicadores da campanha “A Bayer que a gente quer é a
gente que faz” e dar um novo fôlego para a conquista dos objetivos gerais da empresa.
Ações
61
3ª Fase – Sustentação
Um hotsite específico para a Campanha foi lançado em junho de 2008, que ficou
no ar durante seis meses, com atualizações semanais, com as seguintes editorias:
Ambição BCS, Estratégia BCS, Metas 2008, Vídeo Campanha 2008, Glossário, Livros
e links, área de notícias e SuperSafraBCS. Uma das inovações que mais atraiu a atenção
do público foi o divertido jogo virtual lançado em setembro: “SuperSafraBCS: jogou,
plantou, colheu”. Seu objetivo foi facilitar a compreensão dos colaboradores sobre o
funcionamento da empresa, as relações entre cada departamento e a contribuição de
cada um deles para o resultado final da companhia, bem como estimular o espírito
participativo e a interação. A cada semana uma área da empresa era tema do quiz. No
total foram 16 etapas.
Metodologia de Avaliação
Resultados
62
avaliação demonstrou, com índices de concordância acima de 80%, que a campanha
obteve um excelente desempenho, tendo atingido todos os objetivos específicos
estabelecidos.
Os participantes da pesquisa indicaram que ela contribuiu para ampliar o
conhecimento dos colaboradores sobre a estratégia, objetivos e metas da companhia
para 2008, bem como aumentou o conhecimento dos colaboradores sobre como a
empresa funciona e qual a relação entre cada departamento com 68% de concordância.
Na pesquisa, o hotsite obteve uma ótima avaliação: 86% dos entrevistados
afirmaram acessar a ferramenta pelo menos uma vez por semana e 80% julgaram
interessante e relevante o conteúdo disponibilizado. Assim como o hotsite, o jogo
SuperSafraBCS foi muito bem avaliado e ganhou adesão ao longo de sua realização,
iniciando, na 1ª semana com 177 participantes e fechando, na 16ª semana, com 294
participantes, 30% dos colaboradores.
63