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8 CONSELHOS PARA JOVENS PREGADORES - @OFICIAL.PREGAI

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Segunda Edição

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Sumário

1 Ore

2 Leia a Bíblia

3 Lembre-se que Cristo é o Principal

4 Evite Contar Experiências

5 Seja Simples

6 Prenda-se ao Texto

7 Ensaie a Pregação em Casa

8 Grave Seus Esboços

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Capítulo 1 - Ore

Tenho uma convicção inabalável de que este é o conselho mais crucial para
aqueles que desejam proclamar o evangelho. Recordo-me de uma passagem
marcante em um dos preciosos livros de Charles Spurgeon, onde ele
compartilhou um provérbio que reverberou em minha alma:

‘Todo púlpito fiel repousa sobre uma base celestial.’

A oração não apenas dá vida à nossa pregação, mas também a transforma em

um testemunho vivo e eficaz. Quando nos consagramos à oração,
transcendemos a mera transmissão de conhecimento teórico; nos tornamos
instrumentos divinamente inspirados, conectados diretamente à fonte da verdade
e da graça. Assim, nossas palavras não são meras reproduções de discursos
alheios, mas reflexos autênticos de uma experiência vivida, enraizada na
comunhão com o divino.

Quando oramos, a nossa pregação se torna um relato vívido de nossa

experiência diária; um assunto do qual falamos com propriedade. É como fazer
propaganda de um produto que você consome, falar do carro que você tem, ou
da roupa que você usa. Sempre vão existir detalhes que só você conhece porque
faz parte do seu cotidiano, e com a oração não será diferente.

Muitos podem erroneamente supor que a essência da pregação reside somente

no estudo meticuloso das Escrituras. Contudo, afirmo veementemente que não é
assim. A verdadeira essência da pregação repousa também na vida de oração do
pregador. Essa convicção surge da compreensão de que a pregação não é uma
mera exposição de conhecimentos acadêmicos; é uma manifestação ardente da
teologia em ação.

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A pregação não se assemelha a uma palestra, a um seminário ou a uma aula. Ela

é uma força viva, uma chama divina que incendeia os corações sedentos por
transformação. É o momento em que a Palavra de Deus é proclamada com a
intensidade de um leão solto de sua jaula, alcançando os recônditos da alma
humana com a verdade que liberta e vivifica.

Na pregação, não apenas lemos, explicamos e aplicamos a Palavra;

mergulhamos na própria essência divina, transmitindo-a aos corações famintos
por direção espiritual. Não são as aulas, palestras, seminários ou estudos que
provocam a transformação na vida do homem; é a pregação, encharcada da
autoridade e do poder do Espírito Santo, que realiza essa obra sobrenatural.

Se subimos ao púlpito e nos preparamos para falar em nome do Senhor, é

imperativo que nossa vontade esteja totalmente alinhada à dEle. Nossos
pensamentos devem fluir na mesma correnteza divina, e é essa sintonia precisa
que muitas vezes distingue uma pregação repleta de poder daquela que soa
vazia e desprovida de impacto.

A pregação não é um exercício de suposições ou especulações, mas a

proclamação enfática das verdades que estão gravadas em nossos corações,
como se fossem marcas indeléveis esculpidas na própria essência da alma.

Essa consolidação das verdades divinas em nosso ser ocorre durante momentos
de profunda comunhão com Deus, especialmente durante nossa vida de oração,
quando nos encontramos em um estado de harmonia sublime, abertos para
receber e transmitir a palavra viva que ecoa dos céus.

Portanto, a você que agora absorve estas palavras, compreenda que o ápice de
seu crescimento espiritual e da eficácia de seus sermões repousa na entrega total
à oração e na devoção contínua ao relacionamento com Deus. Ao regar cada

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palavra de seus sermões com a essência da oração antes de proferi-los, você

colherá o poder celestial no momento da exposição.

Cada sermão que emerge do púlpito é o resultado tangível de todos os instantes

vividos na presença de Deus. A congregação perceberá a unção em suas
palavras pela intensidade com que estas ecoam em seus corações, pois a
temperatura espiritual que suas mensagens alcançam reflete a profundidade de
sua conexão com o Senhor.

Há uma história que narra a existência de uma igreja ao lado da residência de

um ateu declarado. Ao longo dos anos, o ateu nunca adentrou os portões
sagrados da igreja, mantendo-se afastado de sua influência espiritual.

Contudo, em um fatídico dia, um incêndio irrompeu na igreja, chamando a

atenção de todos os presentes, incluindo o ateu. Movido por um impulso de
solidariedade, ele se uniu aos irmãos da igreja para combater as chamas e salvar
o patrimônio.

Diante desse ato de altruísmo, alguém questionou sua presença ali, indagando
por que ele, que nunca frequentara aquele local, estava ali naquele momento
crítico. A resposta do ateu foi impactante: 'Esta é a primeira vez que vejo esta
igreja em chamas.'

Da mesma forma, o pregador é como uma chama ardente que atrai a atenção das
pessoas ao seu redor. É o incêndio sagrado em seu coração, alimentado pela
vida de oração constante, que emana uma luz irresistível e transformadora,
atraindo os curiosos para presenciarem a manifestação do Espírito Santo na
mensagem.

No lugar secreto, encontramos não apenas o espaço para elevar nossas preces a
Deus, mas também o terreno fértil onde recebemos a direção divina. Ali,

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oferecemos nossas lágrimas e recebemos consolo; apresentamos nossas causas e

testemunhamos milagres sobrenaturais. É nesse santuário de comunhão que
devemos depositar nossas pregações, sermões e esboços. Ao entregarmos nosso
árduo trabalho de pesquisa diante do Altíssimo, Ele infunde nele o fogo sagrado
que transforma conhecimento em poder.

O conhecimento desprovido de vida espiritual jamais será capaz de gerar

transformações profundas. Somente um conhecimento vivificado pela presença
divina é capaz de se comunicar eficazmente com corações pulsantes. É no lugar
da oração que derramamos vitalidade em todo conhecimento adquirido ao longo
de nossas jornadas de leitura e pesquisa, preparando-os para ecoar como
mensagens vivas em meio à congregação ávida por uma conexão real com
Deus.

A vida de oração é o fogo indispensável que culmina na excelência de qualquer

prato de ensinamento espiritual, semelhante à preparação de um prato culinário
que exige o cozimento adequado para exalar os aromas e sabores que encantam
o paladar.

Assim como ninguém se satisfaz com uma refeição crua e sem preparo, um
sermão desprovido de fervor espiritual carece da profundidade capaz de tocar os
corações. Se almejamos um sermão que verdadeiramente inspire e transforme, é
imprescindível submetê-lo ao "forno da oração", onde as brasas do Espírito
Santo inflamam cada palavra proferida.

Portanto, pregador, meu conselho mais precioso e inicial é este: Priorize

intensamente sua vida de oração, pois é nesse ambiente de comunhão íntima
com Deus que suas mensagens adquirem a unção e o poder capazes de impactar
vidas e despertar corações para a verdade divina

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Capítulo 2 - Leia a Bíblia

Quando falo de ler a bíblia, você precisa entender o seguinte:

1. Se você ler a bíblia para extrair de lá sermões e pregações, você não

entendeu meu conselho.

2. Se você ler a bíblia para acumular um conhecimento teórico que nunca

vai ultrapassar sua epiderme, que nunca vai ser capaz de transformar seu modo
de viver, você continua sem entender.

3. Se você ler a bíblia para bater metas de leitura e usar sua quilometragem
canônica para autenticar o quão “expert” você é em relação ao texto sagrado,
você definitivamente ainda não entendeu.

É imperativo que nos dediquemos à leitura da Bíblia, pois ela é o manancial que
nutre e fortalece nossas almas. Devemos não apenas ler, mas também meditar
profundamente na Sagrada Palavra, pois somente ela é infalível e inerrante; é
divinamente inspirada, celestialmente concebida e generosamente oferecida aos
homens como um tesouro inestimável.

É por meio dela que adquirimos a verdadeira sabedoria, não apenas para nos
tornarmos melhores pregadores, mas, primordialmente, para nos tornarmos
melhores seres humanos, à imagem do único Homem perfeito, Jesus Cristo.

A Bíblia revela a perfeição do plano redentor de Deus e revela como o pacto

estabelecido pelo Altíssimo tem sido tecido ao longo da história da humanidade
desde seus primórdios, começando com seu primeiro representante, Adão.

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A Bíblia também revela ao homem a magnitude da dívida que ele acumulou,

mostrando que tal débito era insuperável por meios humanos. Ela desnuda a
verdadeira condição de morte espiritual em que estávamos mergulhados,
demonstrando nossa completa incapacidade de nos recuperarmos por nossos
próprios esforços. A Palavra Sagrada pulveriza qualquer ilusão de justiça
própria ou autojustificação, revelando a extensão da nossa natureza pecaminosa
e nossa distância da prática do bem.

Nela, testemunhamos homens e mulheres clamando por um Redentor,

aprendendo assim a buscar a mesma redenção. A Bíblia registra as experiências
de apóstolos, reis e profetas, mesmo diante de suas conquistas e glórias,
reconhecendo constantemente a necessidade de encontrar descanso para suas
almas na infinita misericórdia do Senhor.

O êxito da pregação está intrinsecamente ligado à intensidade da dependência

do pregador de Deus. Mensagens que brilham e encantam superficialmente
assemelham-se a um cadáver elegantemente vestido, cuja beleza externa
contrasta com a ausência de vida interna.

A medida da virtude divina que transborda na pregação é diretamente

proporcional à profundidade da conexão do ministro com o Altíssimo. A
sabedoria de um pregador verdadeiramente eficaz reside na humildade de
reconhecer que, por mais talentoso que seja, sua capacidade é limitada e sua
eficácia depende totalmente da intervenção divina.

Esta é uma lição inestimável, queridos irmãos.

Portanto, mergulhe na Bíblia com fervor. Integre seus versículos ao tecido da

sua mente.

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Mantenha a Palavra gravada em sua memória, permitindo que o Espírito Santo

transforme as letras minúsculas das páginas da Bíblia mais modesta em
revelações grandiosas e impactantes. Não leia simplesmente em busca de
sermões; leia com toda sinceridade e profundidade, permitindo que a sabedoria
divina se infiltre em cada palavra. Muitas vezes, ao avançar nas páginas, seu
coração pode ser capturado por um versículo lido anteriormente, revelando
verdades profundas que aguardam serem desdobradas.

Quando isso acontecia (e acontece) comigo, sentia a necessidade de voltar atrás,

pois estava convicto de que Deus havia me revelado algo extraordinário nas
entrelinhas. Não foi uma busca frenética por um sermão, mas sim a orientação
divina que me direcionou para uma compreensão mais profunda do texto que já
estava diante de mim.

Encorajo você a dedicar-se incansavelmente à leitura da Bíblia. Recentemente,

aprendi que ao terminarmos de ler toda a Escritura, estamos preparados para
algo extraordinário: começar tudo de novo. O conhecimento da Palavra de Deus
é incessante; ele se renova constantemente, revelando novas camadas de
significado e sabedoria a cada leitura.

Uma das experiências mais profundas e transformadoras é imergir na Palavra de

Deus em busca de orientação para os desafios contemporâneos. Como afirmou
sabiamente Billy Graham, "a Bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã",
uma constatação indiscutível.

Cada evento presente e futuro encontra-se meticulosamente registrado nas

páginas sagradas, oferecendo-nos, como pregadores, um acesso privilegiado a
esse conhecimento inestimável. No entanto, muitas vezes negligenciamos essa
fonte inesgotável de sabedoria.

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Não é de surpreender que, diante dessa subutilização, a confiança no poder e

eficácia da pregação esteja em declínio crescente no mundo contemporâneo.

Nossa vida de leitura deve ser uma jornada diária, constante e ininterrupta pela
Palavra de Deus. Ao mergulhar nas Escrituras, permita que cada texto penetre
profundamente em seu coração, pois é nesse encontro íntimo que você
compreenderá verdadeiramente o significado de "ler a Bíblia".

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