Você está na página 1de 1

A “Vila” é formada por indivíduos que, devido a motivos pessoais, violências

vividas, experiências de tragédias, entre outros, se isolaram do meio social hostil, para
eles, e concentraram-se em um local longe da sociedade de sua época, cortando
assim seus laços com a mesma e criando seu próprio grupo, sua própria sociedade.
Deste modo, com o passar do tempo os poucos habitantes da Vila passaram por gerar
um novo modo de vida que foi se tornando um hábito compartilhado por todos,
surgindo daí sua crença coletiva; a pacífica e feliz vila, para manter sua ordem e sua
segurança instaurou um inimigo que, sob o manto vermelho de uma terrível criatura,
representava tudo aquilo que da sociedade exterior pudesse trazer a desordem para o
novo modo de viver, pensar e entender a realidade do habitantes da Vila, imposto
pelos Anciãos.

Os habitantes da Vila são proibidos de cruzar os limites territoriais sob o


pretexto de que podem ser atacados pelas terríveis criaturas, tendo que permanecer
dentro da Vila, seguindo a ordem vigente. Porém, qualquer indivíduo que queira cruzar
a “fronteira da mistificação” sofre represália dos próprios habitantes que são mais
conservadores, como também dos Anciãos, que sob manto vermelho tomam medidas
drásticas para conter a possível atividade revolucionária que, se for incitada, poderá
trazer uma transformação no que é instituído na Vila.

Podemos observar que há na Vila processos de auto-gestão entre o coletivo


dos habitantes, onde em conjunto buscam formas de facilitar seu modo de viver,
promovendo seus valores e sua segurança, porém essa auto-gestão não se aplica ao
próprio indivíduo, mas sim ao que já é instituído dentro da realidade da Vila, dessa
forma possuindo uma hierarquia a ser seguida, o que acaba por impedir uma real
diferenciação e autonomia do indivíduo.

Você também pode gostar