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UEPA - Universidade do Estado do Pará – CCSE

Matéria: Historia Medieval


Professor: Telmo Araújo
Aluno: Gabriel Duarte

Fichamento tipo resumo do capitulo do livro “Historia da Vida Privada 1 : Do Império


Romano ao ano mil” , org. VEYNE. Paul.

Tentativas das estruturas sociais e de instituições politicas em tornar o a região da


Gália no século V em uma imitação do Império Romano foram frustradas por motivos
de costumes dos povos bárbaros, como por exemplo, pilhagem ate a devastação total
das terras atacadas, empanturrarem—se até vomitarem, a falta de conhecimento
acerca do privado e do publico e outros costumes que por serem “incivilizados”
impedem essa reestruturação social aos moldes clássicos. Desde a escolha de seu
líder, até o modo de vida dos povos bárbaros eram diferentes do que se via em Roma
ou mesmo como se pretendia implantar em Gália.

Algo que a nós é claro, mas aos merovíngios e carolíngios não era, é como as leis
germânicas se entrelaçavam entre publico e privado. O modo de “legislar” bárbaro era
confiar suas regras a memoria de alguns integrantes que eram especialistas em
memorizar e em caso de precisar cumprir uma sentença ou pronunciar uma lei estes
especialistas eram acionados, porém, por essa característica, o julgamento era
subjetivo, só os especialistas sabiam as leis.

Mesmo com tudo oque foi dito sobre o fracasso em Gália, alguns costumes
romanos foram incorporados, como algumas leis e modos de legislar, o trato com o
bem privado era primado pela justiça franca, merovíngia e carolíngia, por isso os
conflitos por propriedades só aumentava em frente aos juízes, principalmente
julgamentos por causa de partilha de bens e roubo de propriedades moveis, oque
mostra um apega por bens privados.

Apegos por bens e impostos por guerras foram fundamentais em uma nova fase
da estruturação social e por tanto gerara inovações, como a “guarda pessoal” que de
acordo com o local, era de um gral parental diferente, desde irmãos de leite que
juravam proteger seu nutridor na vida e na morte, até jovens guerreiros iguais entre si.
Estes eram tidos como os, mas importantes do império, em caso de assassinato de
um destes, era dada uma multa sobre o assassino e essa multa era a mais elevada no
que tange à assassinato, no século V, os protetores do poder eram muito requisitados
por nessa época ouve um grande numero de atentados a pessoas importantes e
mesmo depois da morte de seu patrono, sua fidelidade continuava, em um relato
trazido no texto, um homem que assassinou um patrono foi degolado por seu
bucelário. Criação que veio a elevar o sentido de bem privado foi a “schola” que eram
locais pra onde eram mandados jovens para aprenderem como se portar em relação
filial ao rei que o enviou para esta “escola”, além de se portar a mesa e também como
segurar a toalha para enxugar as mãos do rei quando ele as lavar, esta educação ao
fim poderiam render ao jovem um titulo de duque ou conde (ou o guarda pessoal que
foi dito anteriormente e passado certo tempo chamados de guerreiros domésticos)
nomeado pelo monarca e com isso uma confusão do bem publico com o privado e
desencadeou uma revolta que por sua vez efetuou uma grande privatização dos bens
públicos, como territórios, e assim, se deu o começo das engatinhadas do feudalismo,
para Georges Duby, o feudalismo é meramente uma fragmentação do poder em varias
células onipotentes.

Na nova estrutura social vigente, havia uma nova roupagem destas relações como
de vassalagem e suserania, em laços de serviços mútuos e fidelidade como é dito no
trecho “Essa doação de si mesmo permitia entrar num novo espaço de proteção e
serviços mútuos” (VEYNE, 1989), o vinculo firmado entre eles era sagrado e envolve
submissão, pois se trata do suserano sobreposto ao vassalo, por tanto essa relação
ultrapassa o sentido paterno e filial, porém, essas relações eram muitas vezes
carregadas com certa quantia de mentira, ou seja, além de uma relação entre aliados,
também havia traições. Também tinham ainda outros grupos similares a estes, as
corporações de oficio, este grupo era de origem romana e tinha por base relações
entre trabalhadores de igual para igual, essa aliança era mais coesa que as relações
feudais, as “guildas”, como as corporações de oficio também eram chamadas, eram
perpetuadas com juramentos feitos em certas épocas do ano e era feito um cerimonial
em que bebiam até ficarem completamente embriagados, comiam ao ponto de vomitar
e até faziam juras em matar determinada pessoa por apoiar outra determinada
pessoa, esses laços eram vistos por maus olhos pela igreja, mas em teoria, também
seriam úteis na luta contra os vikings, esses grupos também tinham um fundo comum
para seus integrantes depositarem valores em prol de todos.

Na conjuntura do momento em questão, o homem já intende sua condição de


submisso a outro homem e leal a outro homem e além disso, com uma ideia de
propriedade privada formada, o homem em algumas situações se isola do mundo e
uma onda eremita toma conta de parte da Gália, esse isolamento era afim de
recomposição espiritual e a busca pela alegria do ser.

Nas igrejas, haviam espaços destinados a miseráveis e pessoas em alto risco,


mulheres abandonadas, escravo fugido e qualquer que precisasse, esses espaços
eram protegidos, em especial uma área dessas (protegidas) eram os jardins, neles as
pessoas podiam fruir a vida e ter um momento de relaxamento, além de existir nesses
jardins hortas cultivadas pelas próprias pessoas que lá estejam também era
necessário um espaço dedicado a ervas medicinais para que sejam utilizadas como
remédios em caso de certas enfermidades. Hospitalidade era costume nestes
mosteiros falados anteriormente. Receber bem alguém era algo regido por lei, se
alguém não fosse hospitaleiro com uma pessoa em sua casa estava sujeita a multa.

A casa propriedade privada era o bem mais precioso, pois eram suas paredes que
separavam o publico do privado e dependendo de como era feita nem frestas ficavam
sendo assim uma exclusão total do mundo externo; suas dependências variavam
muito de sua função, desde o tamanho ate sua cobertura eram variáveis, porões e
seleiros eram utilizados como armazenamento, oque atraia ladrões; nos hábitos
alimentares estavam atrelados costumes de herança bárbara, como por exemplo, se
empanturrar de comida até passar mal e ao fim de um banquete, bebiam até
embriagar-se, desses costumes, foi gerada uma imagem de um nobre gordo, que
representa fartura e grandes banquetes.
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