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Ciências

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MANUAL DO PROFESSOR

Leandro Godoy • Wolney Melo

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS


COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIAS
COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIAS

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COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIAS
9
MANUAL DO PROFESSOR

LEANDRO PEREIRA DE GODOY (Leandro Godoy)


Mestre em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela UEL-PR.
Atuou como professor na rede particular de Ensino Superior. Ministrou aulas na rede
estadual de ensino do Paraná para o Ensino Fundamental - Anos Finais, Ensino Médio e Ensino Técnico.
Realiza palestras, cursos e assessorias para professores em escolas públicas e particulares.
Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

WOLNEY CANDIDO DE MELO (Wolney Melo)


Doutor em Educação, Mestre em Ciências e Licenciado em
Física pela Universidade de São Paulo (USP-SP).
Licenciado em Pedagogia pela Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban-SP).
Ministrou aulas em cursos pré-vestibulares e na rede particular de ensino de São Paulo.
Realiza palestras e cursos para estudantes e professores, além de assessorias para escolas e secretarias
de educação. Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

1a edição
São Paulo ∙ 2022

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Copyright © Leandro Pereira de Godoy, Wolney Candido de Melo, 2022.

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Direção de Conteúdo e Negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição João Paulo Bortoluci (coord.)
Aline Tiemi Matsumura, Flávia Milão Silva, Paula Signorini, Rafael Braga de Almeida
Preparação e Revisão Maria Clara Paes (coord.)
Ana Lúcia P. Horn, Mariana Padoan
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.), Sergio Cândido
Projeto de capa Andréa Dellamagna
Imagens de capa Chris Rife/500px/Getty Images, Tyler Stableford/Getty Images
Arte e Produção Isabel Cristina Corandin Marques (coord.)
Debora Joia, Eduardo Augusto Ascencio Benetorio, Gabriel Basaglia,
Kleber Bellomo Cavalcante, Rodrigo Bastos Marchini
Diagramação VSA Produções
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Licenciamento de textos Erica Brambilla, Mylena Santos Pereira
Iconografia Luciana Ribas Vieira, Emerson de Lima (trat. imagens)
Ilustrações Adilson Secco, Alan Carvalho, Alex Silva, Allmaps, Bentinho,
Cris Alencar, Daniel Bogni, Eber Evangelista, Editoria de arte, Eduardo Francisco,
Estúdio Ampla Arena, Fabio Eugenio, Gabi Vasko, Héctor Gómez, Ivan Coutinho,
Lápis 13B, Leo Teixeira, Lucas Farauj, Luis Moura, Luiz Rubio, Maal Ilustra,
Marcel Borges, Marcos Aurélio, Paulo Cesar Pereira, Rafael Herrera, Rafael Maragni,
Renan Leema, Rubens Gomes, Selma Caparroz, Sirio Cançado, Sonia Vaz, Tarumã,
Tel Coelho/Giz de Cera, Vanessa Novais, Vespúcio Cartografia, Vinícius Fioratti,
Wandson Rocha

Imagens de capa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Fotografia do interior de um obser- (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
vatório astronômico. O desenvol- Godoy, Leandro Pereira de
vimento de diferentes tecnologias    Ciências vida & universo : 9o ano : ensino
permitiu ao ser humano explorar fundamental : anos finais / Leandro Pereira de Godoy,
o Universo e o meio em que vive. A Wolney Candido de Melo. – 1. ed. – São Paulo : FTD,
Ciência tem papel fundamental no 2022.
desenvolvimento e na aplicação des-
tas tecnologias.    Componente curricular: Ciências.
   ISBN 978-85-96-03667-2 (aluno)
Fotografia de caverna na geleira    ISBN 978-85-96-03668-9 (professor)
Langjökull, na Islândia. Regiões que
abrigam seres vivos mesmo em    1. Ciências (Ensino fundamental) I. Melo, Wolney
condições ambientais extremas são Candido de. II. Título.
muito importantes em estudos que
investigam a possibilidade de vida 22-116591               CDD-372.35
em locais similares fora da Terra.
Índices para catálogo sistemático:
1. Ciências : Ensino fundamental 372.35

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Em respeito ao meio ambiente, as folhas


Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 deste livro foram produzidas com fibras
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à obtidas de árvores de florestas plantadas,
com origem certificada.
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 CNPJ 61.186.490/0016-33
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central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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APRESENTAÇÃO
Queridas professoras e queridos professores, passamos por tempos de
mudanças na educação. Novos caminhos nos são apresentados, o que nos leva
a novos desafios, e vocês exercem um papel preponderante nessa caminhada.
Produzimos esta coleção de Ciências com a intenção de auxiliar vocês
nesse processo. Nela, os temas, as habilidades e as competências propostos
pela BNCC, além dos assuntos tradicionalmente abordados em Ciências, são
trabalhados de maneira objetiva, com uma linguagem clara e com exemplos
atrativos e próximos do cotidiano dos estudantes. Dessa maneira, esperamos
que as Ciências da Natureza se tornem parte integrante da vida dos estudantes,
despertando a curiosidade e a criticidade perante diferentes assuntos que
impactam não apenas a vida pessoal deles, mas também a sociedade.
Nesta coleção, vocês vão perceber uma preocupação com a formação
integral dos estudantes. Isso estará presente em práticas e em assuntos que
promovem a mobilização de habilidades e de competências para o século XXI,
fundamentais para formar cidadãos críticos, conscientes e colaborativos.
Por meio deste Manual do professor, vocês perceberão que a abordagem
das habilidades e das competências propostas pela BNCC é realizada de
maneira integrada entre os Volumes da coleção, permitindo um aprofunda-
mento natural dos assuntos. Todo esse conteúdo é intermeado com textos
complementares e sugestões de leitura, que vão colaborar para sua formação
continuada, além de sugestões de atividades extras e sites com materiais
complementares para professores e estudantes.
Desejamos a vocês, professoras e professores, que esta coleção seja um
apoio eficiente para suas aulas e que seu trabalho traga muitos frutos.
Um abraço fraterno.
MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM

Os autores

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PROPOSTA ORGANIZACIONAL
DA COLEÇÃO
Livro do estudante................................................................................. VI
Manual do professor................................................................................ X

ORIENTAÇÕES GERAIS
A Base Nacional Comum Curricular e as Ciências da Natureza.. ............................ XIII
As competências gerais e as competências específicas das Ciências da Natureza. . .. XV
As habilidades de Ciências da Natureza na BNCC.. ....................................... XVII
Conteúdos da coleção............................................................................ XXI

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
O ensino das Ciências da Natureza no século XXI........................................... XXIV
Letramento científico. . ...................................................................... XXIV
Desafios do ensino e o professor de Ciências do século XXI............................... XXVI
Cultura juvenil, projeto de vida e saúde mental.......................................... XXVII
Fake news...................................................................................... XXIX
O trabalho com pseudociências e etnociências na educação científica............... XXX
Processo e progressão da aprendizagem de Ciências. . ..................................... XXXI
Educação para a cidadania: ensino de valores............................................. XXXIII
Temas contemporâneos transversais (TCTs) e o ensino de Ciências.................... XXXIV
Produção de análises críticas................................................................. XXXV
Capacidade argumentativa (oral e escrita). . ................................................ XXXV
Inferência na leitura........................................................................... XXXVI
Pensamento computacional. . ............................................................... XXXVII
Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia............................................... XXXVIII

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Estratégias de ensino.. ............................................................................ XL
Levantamento de conhecimento prévio:
mapear conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.................................. XL
Contextualização.. ............................................................................. XLI
Problematização.............................................................................. XLII
Atividades práticas........................................................................... XLIII
Uso de imagens no ensino de Ciências..................................................... XLIV

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Abordagem da História da Ciência.......................................................... XLV
Trabalho interdisciplinar..................................................................... XLVI
Espaços não formais de aprendizagem................................................... XLVII
Planejamento no ensino de Ciências......................................................... XLVII
Avaliação da aprendizagem de Ciências.................................................... XLVIII
Avaliações em larga escala................................................................. XLIX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. LI

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
PARA O VOLUME
Apresentação dos conteúdos do 9o ano........................................................ LVI
Cronograma.. ..................................................................................... LVIII
BNCC na prática.................................................................................... LX

ORIENTAÇÕES PÁGINA A PÁGINA DO


LIVRO DO ESTUDANTE
UNIDADE 1 • Investigando a matéria........................................................... 12
UNIDADE 2 • Ondas e som........................................................................ 56
UNIDADE 3 • Ondas eletromagnéticas. . ........................................................ 82
UNIDADE 4 • Genética.. .......................................................................... 112
UNIDADE 5 • Evolução........................................................................... 146
UNIDADE 6 • Biodiversidade e sustentabilidade............................................. 182
UNIDADE 7 • Estrutura do Universo............................................................ 210
UNIDADE 8 • Astronomia e sociedade......................................................... 238
CIÊNCIA EM AÇÃO................................................................................ 264
OUTRAS MANEIRAS DE APRENDER.. ........................................................... 268

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 271


SHUTTERSTOCK.COM
PROSTOCK-STUDIO/

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PROPOSTA ORGANIZACIONAL
DA COLEÇÃO
LIVRO DO ESTUDANTE
Esta coleção foi elaborada para contemplar o componente curricular Ciências,
em atendimento aos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, sendo
composta de quatro Volumes (6o, 7o, 8o e 9o anos). Em consonância com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), a coleção contempla as habilidades relativas às
três unidades temáticas: Matéria e energia, Vida e evolução e Terra e Universo.
Os conteúdos distribuem-se em oito Unidades por Volume. Cada Unidade
é subdividida em Temas, que apresentam o conteúdo seguido da seção Ativi-
dades. Esse arranjo propicia aos estudantes verificar seu conhecimento sobre
determinado assunto e oferece ao professor a oportunidade de um diagnóstico
prévio, identificando as principais dúvidas dos estudantes e auxiliando na propo-
sição de rotas e na correção de defasagens, caso exista a necessidade.
No decorrer das Unidades, há seções que utilizam diversas estratégias para apro-
fundar e ampliar o conteúdo trabalhado, integrar componentes curriculares e desen-
volver habilidades socioemocionais relacionadas ou não aos temas transversais.
As seções do Livro do estudante são estruturadas da seguinte maneira:

Abertura de Unidade
A fotografia e o breve texto, em página dupla, contextualizam os principais
assuntos a serem trabalhados na Unidade, além de despertarem a curiosi-
dade do estudante.
Há perguntas a serem respondidas oralmente, que têm o objetivo de motivar
os estudantes e levantar conhecimentos prévios, além de conectar o conte-
údo que será trabalhado nas aulas com o cotidiano deles.

4
UNIDADE

GENÉTICA
BIRKIR ASGEIRSSON/SHUTTERSTOCK.COM

Você já reparou que indivíduos de


uma mesma espécie podem ter cores
ou formas diferentes, como os animais
desta imagem? As diferenças visuais po-
dem ter origens em fatores ambientais,
mas, sobretudo, são influenciadas pela
genética de cada indivíduo.
O estudo da Genética possibilita com-
preender alguns processos relacionados
ao desenvolvimento e à evolução dos
seres vivos. Além disso, permite entender
como as características são transmiti-
das de pais para filhos.
A Genética e a hereditariedade são
os assuntos principais que abordaremos
nesta Unidade.

1. No material genético,
que é transmitido dos pais para
os filhos por meio dos gametas.
1 Onde está a informação das carac-
terísticas hereditárias de cada ser
vivo? Como elas são herdadas?

Bovinos com pelagem


2 Você já percebeu alguma caracterís-
1,5 m tica física parecida entre pessoas de
de diferentes cores.
uma mesma família? Por que você
acha que isso acontece?
Resposta pessoal.
112 113

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Atividades
As atividades têm o objetivo de mobilizar habilidades e competências relacionadas aos objetos de conheci-
mento tratados nos Temas e empregam diferentes recursos que as tornam mais lúdicas e prazerosas para os
estudantes, além de aprimorar sua competência leitora.
As atividades podem ser de sistematização – nas quais os questionamentos estão focados na verificação dos
conceitos – ou contextualizadas – que permitem aos estudantes aplicar o conhecimento assimilado por meio
de avaliação e de análise de situações cotidianas e podem exigir a resolução de problemas. Algumas questões
contextualizadas podem seguir as tendências apresentadas nos exames nacionais, como o Saeb ou o Enem,
mas com conteúdos desenvolvidos com os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental.
As propostas possibilitam a aplicação dos co-
1. É um empreendimento científico que envolve diferentes disciplinas que visam responder a ques- 5. b) Problemas na produção de células de defesa do corpo; concentração dos fluidos corporais na parte

nhecimentos científicos em áreas de interesse tões como a origem da vida, seu futuro e se ela existe em outros locais no Universo, além da Terra.
2. a) Não, pois Marte não se localiza em uma zona habitável e, portanto,
até agora, tudo indica que é um planeta sem água no estado líquido.
superior do corpo; problemas de visão; mudanças na pressão sanguínea; alterações na coordenação motora, no
equilíbrio e na locomoção; perda de massa e força dos músculos esqueléticos; perda da densidade dos ossos;
maior risco de desenvolvimento de cálculos renais; maior suscetibilidade a alergias.
• ATIVIDADES 5. NÃO ESCREVA
4. a) O investimento em pesquisas e explorações espaciais que Leia um trecho da reportagem a seguir e responda às questões.

dos estudantes, como em novas tecnologias, na


NO LIVRO.
buscam vida, no caso, em Marte; enquanto na Terra as atividades
humanas que exploram os recursos estão destruindo a vida. Missões de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas
1. O que é Astrobiologia? 4. b) Resposta pessoal.
4. c) O entendimento de que a exploração Passar longos períodos no espaço não gera apenas atrofia muscular e reduções na
2.
sociedade, no ambiente e na saúde. Além disso, Leia a tirinha a seguir e responda às questões. espacial será essencial para a sobrevivência
de nossa espécie a longo prazo. Outros
densidade óssea nos astronautas, mas também parece ter efeitos duradouros no cérebro.
MISSÕES de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas. Diário da saúde, [s. l.], 14 out. 2021. Disponível

ADÃO
argumentos seriam a em: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=missoes-longo-prazo-espaco-afetam-cerebro-
propagação da vida pelo astronautas&id=14978. Acesso em: 18 maio 2022.

a seção propicia aos estudantes observar as di- Universo e a curiosidade


exploratória do ser
humano. a) Para você, que fatores, entre os quais você aprendeu, podem estar associados às alterações
notadas no corpo dos astronautas?

versas interações entre os assuntos, tornando os 6.


b) Cite algumas outras possíveis consequências para a saúde do ser humano após a permanência
no espaço por muito tempo.

Gliese 581 é uma estrela que está a 20 anos-luz da Terra. O sistema planetário dessa estrela é
ADÃO. [Acabo de

conteúdos e conceitos mais significativos. encontrar vida em constituído de seis planetas: Gliese 581 e, Gliese 581 b, Gliese 581 c, Gliese 581 g, Gliese 581 d
Marte!!!]. O Mundo
Maravilhoso de Adão
e Gliese 581 f, sendo alguns considerados habitáveis. A seguir, há um esquema da zona
Iturrusgarai. [S. l.], 2003. habitável no sistema planetário de Gliese 581, em comparação com o nosso Sistema Solar.

Questões presentes nas aberturas das Unidades a) O contexto da tirinha refere-se à descoberta de vida no planeta Marte. Considerando o que

SELMA CAPARROZ
você estudou, isso seria possível?
b) Considerando as características da vida na Terra, cite alguns fatores que os cientistas procu- 1
ram em outros planetas para classificá-los como com potencial para abrigar vida.

e durante o desenvolvimento dos Temas auxiliam 3. Ao estudar a zona habitável na galáxia, um estudante fez a seguinte afirmação: “A Terra
Sol

Massa da estrela (em massas solares)


é o único planeta em que existe vida no Universo por causa de suas condições únicas
de temperatura, que permitem a existência de água no estado líquido”. Você concorda

a identificar a heterogeneidade dos saberes entre


Zona habitável
com o estudante? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.

4. Analise a charge a seguir e responda às questões. 4. d) Resposta pessoal.


e b c g d f

os estudantes e permitem ao professor fazer um


a) O que é representado na charge?

JEAN GALVÃO/FOLHAPRESS
b) Essa charge pode ser interpretada como Gliese 581
uma crítica à exploração espacial que
busca condições favoráveis à vida, con-

diagnóstico dos conhecimentos prévios e/ou uma siderando que não exploramos o nosso AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Possível extensão da zona habitável
planeta de forma a valorizar e a preser- relacionada a diversas variáveis
var a vida aqui existente. Você concorda IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
com essa crítica? Por quê?

avaliação, a fim de abordar um ou outro assun-


0,1
c) Alguns cientistas apresentam argumentos 0,1 1,0 10
favoráveis à exploração espacial, indepen- Distância da estrela (AU)
dentemente de como vem sendo feita

to com mais destaque, reconhecendo possíveis


a exploração dos ambientes da Terra. Elaborado com base em: GALANTE, Douglas et. al. (org.). Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edição:
IAG/USP, 2016. p. 350.
Explique alguns desses argumentos.
Zona de habitabilidade do sistema planetário de Gliese 581, comparada à do Sistema Solar.
d) Elabore uma tirinha, uma música ou um
As escalas utilizadas no esquema não apresentam proporção.
poema que mostre e contraste ambos

defasagens e, também, possíveis interesses dos


a) O que é zona habitável? Respostas nas Orientações para o professor.
os entendimentos em relação à explo-
ração espacial. Apresente o material GALVÃO, Jean. [Charge Marte e Amazônia]. Folha de S. Paulo, b) Qual(is) planeta(s) do sistema planetário de Gliese 581 está(ão) classificado(s) na zona habitável?
produzido aos seus colegas. São Paulo, 28 jun. 2008. c) Com a tecnologia de que dispomos atualmente, seria possível realizar uma viagem tripulada
2. b) Existência de uma estrela estável, de vida longa; ser um planeta rochoso; ter água líquida em ao(s) planeta(s) habitável(is) do sistema planetário de Gliese 581? Justifique sua resposta.

estudantes que permitam melhor contextualiza- 260 sua superfície; ter uma atmosfera semelhante à da Terra.
5. a) Professor, espera-se que os estudantes citem a ausência de gravidade no espaço. Considerar correto se
eles citarem a radiação e o fato de os astronautas ficarem na mesma posição na nave por muito tempo. 261

ção dos conteúdos a serem desenvolvidos. D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 260-261 20/08/22 16:08

2. Nos homens, em média, as pregas vocais são mais grossas e


longas do que nas mulheres. Essas características fazem as pregas
INTEGRANDO vocais masculinas vibrarem menos, resultando em um tom de voz Para algumas pessoas, além de ser um instrumento que possibilita a interação humana, a

Integrando com...
geralmente mais grave do que o das mulheres.
com
ARTE
voz é um instrumento de trabalho. Radialistas, locutores e cantores são exemplos de profissionais
3. Evitar tossir ou produzir ruídos com a garganta na tentativa de
eliminar secreções, para não irritar as pregas vocais. Em vez disso, o que dependem da voz para trabalhar. Para esses profissionais, o cuidado com a voz é essencial,
ideal é tomar água e engolir saliva para retirar secreções. além do aperfeiçoamento dela em aulas regulares de canto ou cursos de locução.
Evitar gritar ou falar alto e evitar competição sonora – abaixar o Para evitar problemas com a voz, alguns cuidados são necessários.
volume da TV, do rádio etc.

Nessa seção, são trabalhados temas comple-


Evitar ingerir alimentos sólidos ou líquidos muito quentes ou muito • Evite tossir ou produzir ruídos com a garganta na tentativa de eliminar secreções. Isso pode
gelados, dando preferência à ingestão de água à temperatura ambiente. irritar as pregas vocais. Tome água e engula saliva para retirar secreções.
Além disso, é importante buscar cuidados médicos em caso de dor ou
A produção da voz problemas contínuos. • Evite gritar ou falar alto. Sempre que possível, aproxime-se da pessoa para conversar e procure
evitar competição sonora, por exemplo, abaixando o volume da TV, do rádio etc.
A voz é um instrumento de interação entre as pessoas. A comunicação pela voz não
ocorre somente por meio das palavras, mas também é possível expressar sentimentos por meio
da entonação ou fazer arte por meio de um canto, por exemplo. Mas de onde vem a voz?
• Evite ingerir alimentos sólidos ou líquidos muito quentes ou muito gelados, dando preferência
à ingestão de água à temperatura ambiente. Desse modo, o organismo mantém-se hidratado
mentares que recebem um olhar integrado
e evita tensões nas pregas vocais.
Representação da cabeça e do pescoço humano,
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. • Em caso de dor ou problemas contínuos na voz, procure um médico ou fonoaudiólogo.
com outros componentes curriculares, como
CLAUS LUNAU/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA, VECTOR MEMORY/
SHUTTERSTOCK.COM, STRIZH-/SHUTTERSTOCK.COM

em vista lateral, com algumas estruturas internas


INSTITUTO BACCARELLI

Prega vocal aberta Prega vocal fechada


visíveis, em corte ou transparência.

Durante a expiração, quando o ar passa


pelas pregas vocais, elas vibram. Essa
História, Geografia, Língua Portuguesa, Arte e
Matemática. Essa relação busca romper com
vibração gera o som. A voz é o resultado
do equilíbrio entre duas vibrações: a
vibração do ar que sai dos pulmões e
a vibração muscular da laringe. Parte
do som sai pela boca e parte passa
pela cavidade nasal. A boca e a língua
auxiliam no controle da fala.
Quanto maior for a pressão do ar que
sai dos pulmões e passa pelas pregas
Elaborado com base em: TORTORA, Gerard J.;
DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e
fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2016. Livro digital não paginado.
os limites entre as diferentes áreas de conhe-
vocais, maior será a intensidade do som.

cimento e integrá-las, proporcionando uma


Apresentação da Orquestra Juvenil de Heliópolis – Coral da Gente, na Sala São Paulo, São Paulo (SP),
em 2016. Existem projetos sociais no Brasil que incentivam jovens e trazem novas perspectivas de
As pregas vocais são estruturas futuro para seus integrantes.
localizadas na laringe formadas

aprendizagem mais efetiva por meio de uma


Cavidade nasal
por um tecido elástico de
revestimento mucoso,
estendido como uma corda de • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
1. Durante a expiração, quando o ar passa pelas pregas vocais, elas
violão. Na produção do som, vibram. A voz é o resultado do equilíbrio entre duas vibrações: a vibra-
músculos alteram a posição 1 Como ocorre a emissão da voz? ção do ar que sai dos pulmões e a vibração muscular da laringe. Parte
dessas pregas.
2
3
do som sai pela boca, e parte passa pela cavidade nasal.
Por que o tom de voz dos homens geralmente é mais grave do que o das mulheres?

Que cuidados podem ser adotados para evitar problemas com a voz? Converse com os colegas
compreensão abrangente da realidade, além
de desenvolver competências importantes
Língua
sobre os cuidados que vocês tomam.
Som 4 Assim como os radialistas, locutores e cantores, os professores são profissionais que utilizam a
voz como instrumento de trabalho. Converse com o professor sobre os cuidados que ele tem com

para a vida dos estudantes.


Cavidade oral
a voz. Anote o resultado encontrado. Resposta pessoal.

5 Nos últimos anos, diversas bandas musicais se popularizaram pela recriação de sucessos sem instru-
Nos homens, em média, as pregas vocais são mais grossas mentos musicais, usando apenas vozes. Esse estilo musical, conhecido popularmente como “à capela”,
e mais longas do que nas mulheres. Essas características
fazem as pregas vocais masculinas vibrarem menos, inspirou a criação de jingles, isto é, músicas que promovem uma marca ou um produto em campanhas
resultando em um tom de voz geralmente mais grave. publicitárias. Forme um grupo com os colegas e produzam um jingle utilizando as próprias vozes.
Laringe Resposta pessoal.

Fluxo de ar
76 77

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VII

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OFICINA
1. Quando a parede de cor branca foi iluminada com a luz
vermelha, foi observado reflexo na cor vermelha. Quando foi iluminada pela luz
verde, observou-se reflexo verde e, quando foi iluminada pela luz azul, observou-se reflexo
azul. Isso ocorre porque a parede era branca e essa cor é capaz de refletir todas as cores que
Oficina científica
a compõem.

CIENTÍFICA 2. A sobreposição das luzes vermelha e verde reflete a cor amarela na


parede. As luzes vermelha e azul refletem a cor magenta. Já as cores Essa seção trabalha atividades práticas ou
verde e azul refletem a cor ciano. Isso ocorre porque a parede pintada na cor branca reflete todas as
cores. Ao refletir as duas cores incidentes simultaneamente, nossos olhos recebem a informação da

Compondo cores
sobreposição das cores e o encéfalo interpreta essa combinação como amarelo, magenta ou ciano.
3. Observou-se a cor branca, porque a parede pintada dessa cor reflete todas as
cores. Quando nossos olhos recebem a informação da sobreposição do vermelho,
do verde e do azul, o encéfalo interpreta essa combinação como cor branca.
experimentais com o objetivo de desenvolver
Primeiras ideias
Como é possível verificar e evidenciar que todas as cores de luz podem ser formadas pela
composição das três cores primárias da luz que podem ser captadas pela visão do ser humano?
o pensamento científico. Ela se inicia com o
• Preciso de...
• 3 lanternas; • fita adesiva;
tópico “Primeiras ideias”, que contextualiza e
• papel celofane de cores vermelha, azul e verde; • tesoura com pontas arredondadas.
direciona a prática, além de, eventualmente,
• Mãos à obra
A. Recorte um pedaço de papel celofane de cada cor e cubra a saída da luz
de cada lanterna com uma cor diferente. Fixe o papel com a fita adesiva,
sugerir o levantamento de hipóteses com base
evitando rugosidades.
B. Em um ambiente fechado, com paredes de cor branca, apague a luz e acen-
da a lanterna recoberta com celofane vermelho, direcionando-a para uma em observações ou ideias. Na sequência, há a

ILUSTRAÇÕES: BENTINHO
parede. Observe a cor projetada na parede. Depois, apague essa lanterna e
repita o procedimento com as outras duas lanternas, uma de cada vez.
C. Utilizando as lanternas que você recobriu com papel celofane, planeje
um procedimento para identificar a cor que resulta da junção de duas
cores. Sugestão: utilize a parede branca como tela de projeção. Descreva
lista de materiais necessários, o “Preciso de...”,
e dos procedimentos, o “Mãos à obra”. Ao final
o procedimento que planejou e as cores obtidas nas projeções.
D. De forma semelhante, planeje outro procedimento que permita identificar,
agora, a cor que resulta da junção das três cores (vermelha, azul e verde).
Descreva o procedimento elaborado e as observações realizadas com a
projeção feita na parede. AS CORES NÃO
SÃO REAIS.

IMAGENS FORA
Representação de etapas
da atividade.
da seção, o tópico “E aí?” traz questionamen-
DE PROPORÇÃO.
• E aí? NÃO ESCREVA

tos sobre os resultados observados e retoma


NO LIVRO.

1 O que foi observado na realização do procedimento B? Explique o motivo dos resultados.

2
as hipóteses, as quais podem ter sido confir-
O que foi observado na realização do procedimento C? Organize, em um quadro no caderno, os resultados
observados. Em seguida, proponha uma explicação para o que observou.

3 O que foi observado na realização do procedimento D? Explique o motivo do resultado.

4 O que se pode dizer sobre a cor que observamos em um objeto? Resposta nas Orientações para o professor.
madas ou refutadas pelos resultados obtidos.
99

D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 99 20/08/22 16:09

2. Nos seres humanos, pode gerar perda de audição e

ENTRE elevação da pressão arterial, além de estar relacionada


ao estresse e à redução de desempenho de estudantes e

CONTEXTOS trabalhadores. Nos ecossistemas, níveis sonoros de alta


intensidade podem causar problemas para que algumas

Entre contextos
espécies se comuniquem, se reproduzam, encontrem
alimentos e fujam de predadores, o que prejudica a
sobrevivência e pode provocar a redução das populações.
Poluição sonora
A poluição sonora é um problema ambiental característico de grandes centros urbanos. A

Essa seção apresenta textos diversos exposição excessiva a níveis sonoros inadequados pode causar vários problemas tanto para os
seres humanos como para outros seres vivos.

que propiciam aos estudantes interligar [...]


O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde
cacofonia: som
[...] Nossa sociedade é barulhenta. E o barulho, a cacofonia estri-

conhecimentos, tornando os conteúdos Glossário


desagradável.
dente da vida moderna, também nos adoece, com danos diretos, como
perda de audição e elevação da pressão arterial, mas também indiretos, como a redução
do desempenho dos estudantes, aumento do estresse e diminuição da produtividade

e os conceitos mais significativos. Os


dos trabalhadores.
Considerada a segunda maior forma de poluição, atrás apenas da poluição do ar,

Esse boxe apresenta o


a poluição sonora é capaz de gerar efeitos nocivos crônicos à saúde.
[...]

textos de fontes variadas auxiliam no DOMÊNICO, Cláudio. O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde. Veja Saúde, São Paulo, 24 jun. 2021.
Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/o-que-a-poluicao-sonora-tem-a-ver-com-a-sua-saude/.
Acesso em: 28 abr. 2022.

significado contextu-
aprimoramento da competência leitora e, O tempo de exposição tolerável a um som também varia Limites de exposição a ruídos
de acordo com a intensidade dele. Observe na tabela o limite
indicado para alguns níveis de ruído. Observe também a seguir Nível de Máxima exposição
alizado das palavras
com as atividades propostas, contribuem
ruído, em dB diária permissível
alguns exemplos de sons e seu nível sonoro em escala.
85 8 horas

Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 15:


95 2 horas
que podem ser desco-
com a formação cidadã dos estudantes, atividades e operações insalubres. Brasília, DF: MTP, 29 out. 2020.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
105 30 minutos

nhecidas dos estudan-


orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- 115 7 minutos
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15.pdf. Acesso em: 28 abr. 2022.

incentivando-os a transformar conscien-


PEDRO PAULO MELARA

Som de
relógio Conversas
Aspirador
de Pó
Secador Grito próximo
de cabelo à orelha Avião
Fogos
de artifício
tes. Sua ocorrência no
temente sua realidade e se comprometer 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 155
Elaborado com base em: WESTIN, Ricardo. Poluição sonora prejudica a saúde e preocupa especialistas. Senado Notícias, Brasília, DF,

Volume é variável.
29 maio 2018. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-
preocupa-especialistas/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-preocupa-especialistas. Acesso em: 28 abr. 2022.

com a construção de novos hábitos de


Representação de escala de nível sonoro em decibéis (dB), com alguns exemplos. Sons acima de 70 dB são con-
siderados, em geral, desconfortáveis; acima de 85 dB, prejudiciais à saúde auditiva; e acima de 100 dB, podem
causar danos irreversíveis.

78
vida, de forma pessoal e coletiva.
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 78 20/08/22 16:10

Pense bem
PENSE BEM Resíduos
Os resíduos que produzimos em AS CORES NÃO
Essa seção aborda assuntos relacionados à
ética e à cidadania a partir de contextos cien-
SÃO REAIS.
nossas residências também
devem receber nossa atenção, IMAGENS FORA
para que não se acumulem no DE PROPORÇÃO.

Ações sustentáveis no cotidiano ambiente de forma indevida.

tíficos. A promoção da discussão sobre temas


Alguns cuidados com os resíduos
A sustentabilidade está cada vez mais em evidência em nossa sociedade. Além das entidades são apresentados a seguir.
governamentais, muitas empresas têm implementado práticas sustentáveis em suas operações.
No entanto, também é dever de cada cidadão agir de forma sustentável, na preservação e na
conservação do meio ambiente.
A seguir há uma lista com exemplos de ações sustentá-
veis individuais que podemos adotar em nosso cotidiano.
Reduzir o consumo
de produtos
descartáveis e
priorizar o consumo
Separar
os resíduos
produzidos e
descartá-los em
Destinar resíduos
eletrônicos em pontos
de coleta seletiva
específicos.
Recolher as embalagens
de produtos consumidos
em praias, parques
e locais públicos e
Não jogar lixo
nas ruas ou em
corpos-d’água e
descartá-lo de
como direitos e deveres, princípios gerais de
de produtos locais adequados. descartá-las de forma forma adequada.

Água
reutilizáveis. adequada.
valores, convivência democrática e inclusão
Diversas atitudes contribuem com a redução do desperdício de
água, proporcionando economia de seu consumo. Outras evitam sua
contaminação, favorecendo a manutenção de sua qualidade. A seguir estão
Alimentos
social colabora com a formação humana in-
tegral dos estudantes e ajuda na formação do
algumas atitudes voltadas para o cuidado com a água. Também podemos agir de
forma sustentável com
Fechar Tomar Lavar Não descartar relação ao consumo de
a torneira ao banhos de calçadas, resíduos na Não
alimentos, pensando em
escovar os curto período carros e regar rua nem em despejar

caráter, que, segundo estudos, pode ser apren-


Não descartar evitar seu desperdício, por
dentes, ao e fechar o as plantas córregos, rios óleo de cozinha
medicamentos
ensaboar as chuveiro ao com água de ou no oceano usado no ralo e meio das ações a seguir.
na pia ou no
mãos e ao se ensaboar. reúso. e descartá- descartá-lo de
vaso sanitário e
lavar a louça. -los de forma forma adequada.
descartá-los de

dido e aprimorado (LICKONA, 2004 apud FADEL;


adequada. forma adequada. Dar preferência Evitar comprar Pegar somente Aproveitar Encaminhar
para alimentos quantidade de a quantidade de integralmente os os resíduos
orgânicos e alimento além da que alimento que vai alimentos, utilizando, orgânicos para
de produção será consumida. comer, ao se servir em quando possível, talos, uma composteira.
local, livres de uma refeição. folhas e cascas.

BIALIK; TRILLING, 2015), além de ser uma das


ALEX SILVA

agrotóxicos e
fertilizantes.
Ar
O cuidado com a qualidade do ar pode 1. Resposta pessoal. Professor, o objetivo da atividade é fazer os estudantes refletirem sobre a importância das

competências que se destacam para o século


ser feito em conjunto com ações
ações individuais para a sustentabilidade e a conservação do ambiente.
que evitam, ou ao menos reduzem, a • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

emissão de poluentes na atmosfera,


como as que estão a seguir. 1 Você acha que essas ações são importantes? Explique.

XXI. Assim, a seção também auxilia na forma-


ALEX SILVA

Dar preferência Utilizar Fornecer ou Preferir Não realizar Plantar árvores em 2 Escolha um grupo de pessoas, como os colegas de sala, a comunidade escolar, as pessoas com
para o uso de bicicletas pegar carona biocombustíveis, queimadas e sua residência ou no quem você mora, ou de outro grupo que considerar adequado e, com base na lista de ações
transporte ou optar por com pessoas como o etanol, não destruir bairro onde reside, anteriores, proponha colocar em prática uma ou mais delas. Resposta pessoal.
coletivo no lugar
de automóveis.
caminhadas
para se deslocar
a curtas
distâncias.
conhecidas e
de confiança
sempre que
possível.
a derivados de
petróleo, como a
gasolina.
a vegetação
nativa.
com autorização
legal. 3 Com base nas ações relacionadas, faça uma autoanálise e crie um quadro com duas colunas
para registrar as ações que você pratica e as que não pratica. Em seguida, elabore estratégias
ção de cidadãos autônomos e críticos, aptos a
para incluir em seu cotidiano as que ainda não pratica.

202
Resposta pessoal. Professor, auxiliar os estudantes na autoanálise e na elaboração das estratégias.

203
enfrentar situações de exclusão, preconceito e
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 202-203 20/08/22 16:12
discriminação das mais variadas formas.

VIII

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-6-12-G24_AV2.indd 8 26/08/22 12:31


O assunto é... TÊNIS ESPORTIVOS
DETECÇÃO DE
VAZAMENTO DE GÁS
Os instrumentos
criados para identificar

O ASSUNTO É... O solado de borracha de a presença de gás

Essa seção apresenta temas que se relacio- alguns modelos de tênis


esportivos foi fabricado com
base em um procedimento de
moldagem capaz de absorver
metano em Marte (o que
seria um indício de vida)
auxiliam a detectar
vazamentos em ductos
de gás natural na Terra.

nam de maneira complementar ao conteúdo


impactos. Esse procedimento

Spin-offs ESPUMA VISCOELÁSTICA


foi inicialmente realizado nas
borrachas dos capacetes de

CRIS ALENCAR
A espuma viscoelástica astronautas.
atualmente utilizada em
Diversas tecnologias foram criadas com o objetivo de garantir o

abordado na Unidade, podendo ou não ser


travesseiros e colchões
sucesso de missões espaciais tripuladas, oferecendo aos astronautas condi- ortopédicos foi desenvolvida
ções seguras de sobrevivência no espaço. Muitas dessas tecnologias foram para absorver impactos em
assentos de ônibus espaciais.
adaptadas para uso em nosso cotidiano; elas são conhecidas como spin-

transversais ou interdisciplinares. A seção pro- -offs. Observe alguns exemplos.

move a formação de estudantes críticos sobre ALIMENTOS LIOFILIZADOS


MONITOR CARDÍACO
O monitor cardíaco
atualmente utilizado
PURIFICADOR DE AR
O purificador de ar utilizado em
residências e em estabelecimentos
Os alimentos liofilizados em hospitais derivou de comerciais para eliminar eventuais

diversos temas de seu cotidiano, mediante a apresentam baixíssimo teor de um sistema criado para patógenos no ambiente derivou
PURIFICADOR DE ÁGUA água e devem ser hidratados monitorar os batimentos de depuradores de ar criados
O purificador de água utilizado no momento do consumo. Esse cardíacos dos astronautas ÓCULOS DE SOL para eliminar a presença de gás
em residências derivou de um tratamento é interessante para em viagens espaciais. A tecnologia capaz etileno, responsável por acelerar
de filtrar a radiação o amadurecimento de frutos. A

construção de argumentos fornecidos pelos


sistema de filtros capaz de a conservação do alimento,
limpar as fontes de água de pois reduz a decomposição e ultravioleta utilizada nas presença desse gás não é desejável
naves espaciais. a contaminação e aumenta lentes de óculos de sol em viagens espaciais muito
a estabilidade. Eles foram foi derivada de cortinas longas, nas quais os astronautas
desenvolvidos para alimentar de soldagem. Essas possivelmente precisarão cultivar

textos ou por sugestões de pesquisa. Os as-


astronautas durante viagens cortinas foram criadas em seu próprio alimento em estufas
espaciais longas. laboratórios espaciais para espaciais.
absorver, filtrar e dispersar
a radiação danosa
produzida em trabalhos Elaborado com base em: SPINOFF. Nasa.

suntos podem ser apresentados por meio de • Atividades NÃO ESCREVA


NO LIVRO.
com laser e soldagem. Washington, D.C., [2019?]. Disponível em: https://
spinoff.nasa.gov/. Acesso em: 18 maio 2022.

infográficos, uma linguagem contemporânea 1


2
O que são spin-offs? Cite um exemplo. Resposta nas Orientações para o professor.

A partir dos exemplos citados, é possível dizer que a Astronomia influencia o cotidiano da so-

para a apresentação de informações que tem


ciedade humana? Por quê? Sim, pois para uma missão espacial, diversos estudos são realizados e muitos
acabam propiciando o desenvolvimento de tecnologias que acabam por influenciar nosso cotidiano.
3 O Programa Espacial Brasileiro, desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), também con-
tribuiu com o desenvolvimento de novas tecnologias. Um exemplo é a produção de um aço leve e de

o objetivo de chamar a atenção dos estudan-


alta resistência. Esse material é utilizado nos trens de pouso de aviões comerciais, além de ter outras
aplicações. Você sabia que, no Brasil, também há uma agência espacial? Qual é a importância disso?
Resposta pessoal.
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 4 Forme um grupo com seus colegas e realizem uma pesquisa sobre outras duas tecnologias que
POR SATÉLITES foram desenvolvidas para pesquisas espaciais, destacando qual foi sua finalidade inicial e qual

tes. As questões no final da seção exploram o MATERIAIS NÃO INFLAMÁVEIS


Os materiais não inflamáveis
que constituem os uniformes
dos bombeiros foram fabricados,
GPS, televisões, internet e
monitoramento do tempo, de
queimadas e de desmatamentos
são algumas das utilizações dos
é sua utilização aqui na Terra. Com os resultados obtidos, produzam um vídeo e o compartilhem
em redes sociais ou no site da escola. Resposta pessoal.

conteúdo, possibilitam o trabalho em grupo e


inicialmente, para uso em trajes e satélites atuais.

262 naves espaciais.


263

sugerem assuntos para pesquisas. D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 262-263 20/08/22 16:11

OUTRAS MANEIRAS Assistir


DE APRENDER • Césio 137 − O brilho da morte, de Luiz Eduardo Jorge. Brasil: 2003. (25 min).
O documentário retrata o maior acidente radioativo da história do Brasil, em que
dois catadores de resíduos sólidos encontram Césio 137 de um aparelho radiológico.

Outras maneiras
A seguir, há sugestões de locais de visita, filmes e livros com conteúdos que Passado de mão em mão, o elemento químico, que brilhava no escuro, contaminou
centenas de moradores.
contemplam o que você estudou neste livro.
• Uma dobra no tempo, de Ava DuVernay. Estados Unidos: Whitaker Entertainment
Pictures, 2018. (109 min).
Visitar
• Centro de Ciências da
Universidade Federal de Juiz Fora
Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Praça
• Monumento Natural Estadual das
Árvores Fossilizadas
Bielândia, a 50 km de Filadélfia (TO).
Dr. Murry, com seu incrível conhecimento de física, consegue desenvolver um dispositivo
que transforma ondas sonoras em ondas e luz; essa invenção cria uma instabilidade
temporal que gera uma dobra no espaço, ocasionando a abertura de um portal para
outros planetas.
de aprender
Cívica do campus da Universidade Disponível em: https://pit.turismo. • Extraordinário, de Stephen Chbosky. Estados Unidos: Paris filmes, 2017. (113 min).
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora
(MG). Disponível em: https://www2.ufjf.
br/centrodeciencias/.
to.gov.br/pt/atracoes/filadelfia/natureza/
monaf-monumento-natural-das-arvores-
fossilizadas-do-tocantins.
Auggie Pullman apresenta alterações no formato de seu rosto por causa de uma síndrome
genética que afeta o desenvolvimento dos ossos. Por alguns anos de sua vida, ele foi
educado em casa, por seus pais. Aos 10 anos de idade, ele começa a frequentar uma
Seção localizada no final do Volume
que apresenta sugestões de locais
• Museu Interativo da Física – • Observatório Astronômico – UESC escola regular, onde terá novas experiências. O filme destaca questões relacionadas à
UFPA Rodovia Jorge Amado, km 16, bairro discriminação, ao preconceito e à inclusão social, sobretudo escolar.
Av. Augusto Correa, 1, Campus Básico Salobrinho, Ilhéus (BA) Disponível em:
• Criação, de Jon Amiel. Inglaterra: Recorded Picture Company (RPC), 2009. (108 min).
do Guamá, Belém (PA). Disponível em: https://www.oauesc.org/.

para visitar, livros e filmes com dife-


https://www.minf.ufpa.br/. Charles Darwin tem alguns bloqueios para analisar os dados coletados durante a expedi-
• Planetário de Vitória – UFES ção que fizera ao redor do mundo, o que dificulta a redação de sua obra A origem das
• Museu Virtual da Evolução Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, espécies. Esses bloqueios se relacionam às crises que enfrenta por causa da morte de sua
Humana Vitória (ES). Disponível em: https://www. filha, Anna, e ao dilema oriundo de suas crenças religiosas.

rentes temáticas, todas elas relacio-


Rua do Matão, 277, Cidade Universitária, ufes.br/planet%C3%A1rio.
• Wall-e, de Andrew Staton. Estados Unidos: Pixar Animation Studios, 2008. (98 min).
São Paulo (SP). Disponível em: https:// • Planetário – UFSM
evolucaohumana.ib.usp.br/. As ações não sustentáveis dos seres humanos foram responsáveis pela destruição do
Praça Santos Dumont, prédio 45,
planeta Terra, tornando-o inadequado à existência de vida. Por isso, a humanidade passa
• Parque Nacional da Chapada dos Cidade Universitária, Santa Maria (RS).

nadas aos conteúdos trabalhados


a viver em uma gigantesca nave no espaço. O plano era que esse retiro perdurasse por
Guimarães Disponível em: https://www.ufsm.br/
alguns anos, enquanto robôs realizassem a limpeza do excesso de entulhos que recobria
Rodovia Emanuel Pinheiro, MT-251, orgaos-suplementares/planetario/.
a superfície do planeta. Durante seu trabalho, o último desses robôs, Wall-e, depara-se
km 50, Chapada dos Guimarães, acidentalmente com uma planta, o que deixa os seres humanos esperançosos para retomar

no Volume, visando contribuir para


Cu i a b á ( M T ). D i s p o n í v e l e m: sua vida na Terra.
ht t p s: // w w w.i c m b i o.g o v.b r/ p a r na
guimaraes/guia-do-visitante.html. • Geração Marte, de Michael Barnett. Estados Unidos: Netflix, 2017. (97 min).
(Acessos em: 14 jun. 2022.) O documentário mostra o treinamento de adolescentes que desejam ser astronautas em
A Cachoeira Véu de Noiva, formada pelo rio Coxipó, tem
86 m de queda livre e é o principal ponto de visitação do
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT).
um acampamento educacional nos Estados Unidos. O treinamento é direcionado à explo-
ração do planeta Marte.
• Perdido em Marte, de Ridley Scott. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2015. (144 min).
o aprendizado dos estudantes.
REISEGRAF.CH/SHUTTERSTOCK.COM

Uma forte tempestade atinge Marte durante uma exploração por um grupo de astronau-
tas, o que obriga o cancelamento da missão. O grupo é forçado a retornar à Terra sem
um de seus membros, Mark Watney, que foi dado como morto. Watney, no entanto, está
vivo. Sozinho e com poucos recursos, ele precisa lutar por sua sobrevivência no planeta
marciano, utilizando seus conhecimentos para produzir alimentos, água e gás oxigênio, e
tentar se comunicar com a Terra para um possível resgate.

268 269

D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24.indd 268-269 20/08/22 16:13


No Brasil, vários povos indígenas explicam a origem da Terra, do Sol
e da Lua pela lenda de Nhamandu. Em uma das variações dessa lenda,
# FICA A DICA

Nhamandu, ou Nhanderuvuçu, existia antes do início de tudo. Ele criou, Acesse o link a seguir e
aprenda mais sobre os
apenas com um sopro, Kuaray. Kuaray fez surgir Tupã de seu coração. Tupã,
mitos. Disponível em:
ao dançar e cantar, criou o Sol, as estrelas e a Terra. https://mirim.org/pt-br/
Na Terra, Tupã criou os mares, as montanhas e o primeiro humano, como-vivem/mitos.
Tupã-Mirim. Este, por sua vez, criou os animais, as plantas e a primeira Acesso em: 18 maio
2022.
mulher, Mavutzinim, que se tornou sua esposa. Juntos, deram origem
a diversos povos que hoje existem. Cansado de andar pela Terra, Tupã-
-Mirim decidiu partir e seu espírito voltou para o Sol; sua esposa, então,
decidiu fazer o mesmo, transformando-se na Lua. Desde esse momento,

#FICA A DICA
eles ficaram no céu, olhando e cuidando dos povos tupi-guarani: Tupã-
-Mirim, de dia, e Mavutzinim, à noite.

Representação
artística da lenda
tupi-guarani da

Nesse boxe são indicados textos de ampliação de formação do Sol e


da Lua por Tupã.

conteúdo, visitas virtuais, imagens, infográficos, si-


muladores, vídeos ou jogos. Essas indicações, para
acesso dos estudantes, visam ampliar e reforçar o
conhecimento construído em sala de aula por meio
da utilização de tecnologias digitais de informação
e comunicação (TDIC).
EDUARDO FRANCISCO

245

D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 245 20/08/22 16:13

IX

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-6-12-G24_AV2.indd 9 26/08/22 12:31


Ciência em ação
Essa seção está presente no final do Volume e compreende atividades que devem ser desenvolvidas em grupo. Nessas ati-
vidades, os estudantes devem procurar soluções para problemas desafiadores, trabalhando com as tendências “faça você
mesmo”, as competências para o século XXI e as habilidades socioemocionais, com destaque para a investigação, a reflexão,
a análise crítica, a curiosidade, a criatividade, a liderança e a comunicação. A seção também colabora com o desenvolvimento
do pensamento computacional e com as habilidades de gestão de tempo, de cooperação e de resolução de problemas, que são
relacionadas ao mundo do trabalho. Por esses motivos, ela tem como propósito a consolidação de competências gerais, com
destaque para a competência geral 9, e de competências específicas da área de Ciências da Natureza indicadas pela BNCC.
A seção é composta de três atividades a se-
rem desenvolvidas durante o ano, a partir de
um planejamento prévio. Cada atividade se re- CIÊNCIA EM AÇÃO Atividade 1 • Mapa mental
• Considere que...
# Uma Organização Não Governamental (ONG) educacio- FICA A DICA

laciona com um dos eixos temáticos da BNCC • Orientações gerais


nal quer ensinar estudantes a produzirem mapas mentais para
ajudar em seus estudos.
Seu grupo deve desenvolver um manual digital que auxilie
O mapa mental pode ser
considerado uma técnica de
estudo. Leia algumas estra-
5 Forme um grupo com, no mínimo, seis integran-

para as Ciências da Natureza e traz situações


Ao final de cada etapa, produzam um relatório outros estudantes a produzir mapas mentais para estudar qual- tégias para organizar um
tes. Para executarem as atividades propostas, com os materiais e os procedimentos utilizados quer tema que queiram. mapa mental e onde encontrar
organizem os membros do grupo conforme as aplicativos que facilitam sua
na produção desenvolvida pelo grupo. O manual deve conter explicações sobre como elaborar
orientações a seguir. criação.
um mapa mental, como utilizar essa estratégia para estudar

contextualizadas para diferentes problemas


DICA: Registrar as etapas possibilita identificar • NOVO, Benigno N. O que é
1 Escolham um líder para o grupo. Ele deve acom- problemas com mais agilidade e achar solu-
e três exemplos de mapas mentais. O primeiro exemplo
um mapa mental? Para que
panhar o cronograma, dividir as tarefas, mediar ções. Algumas soluções podem ser replicadas deve trazer os principais conceitos da Unidade 1 deste livro. serve? Passos para fazer
a resolução de conflitos e incentivar os demais. com mais facilidade quando há um histórico O segundo deve ser sobre os conceitos da Unidade 2; e o um. Jusbrasil. [S. l.], 23 ago.

que não têm resposta única ou óbvia. Para registrado. último, sobre os da Unidade 3. Assim, os assuntos centrais serão: 2020. Disponível em: https://
ATENÇÃO: a cada atividade, o líder deve ser benignonovonovo.jusbrasil.com.
trocado. matéria, ondas sonoras e ondas eletromagnéticas.
6 Com a ajuda do professor, elaborem um cro- O manual digital deve ser um documento que possa ser
br/artigos/916473889/o-que-
e-um-mapa-mental-para-que-
2 Criem um nome e um logotipo para o grupo. nograma para a execução das tarefas e para a publicado na internet e que tenha, ao menos, um link para um

auxiliar os estudantes no desenvolvimento do


serve-passos-para-fazer-um.
apresentação dos resultados. vídeo produzido pelo grupo para auxiliar na compreensão das
3 Leiam as informações, procurem prever os • MELHORES aplicativos
7 possíveis problemas e identificar momentos A cada atividade, o líder deve organizar uma instruções. Após a produção, o vídeo pode ser publicado em uma para criar mapas mentais.
em que a atividade pode ser decomposta em conversa para distribuir as tarefas e definir as rede social ou em uma plataforma de vídeos da internet, para Porvir. São Paulo, 15 jul.

trabalho, há um roteiro com alguns passos,


gerar um link ativo. O próprio manual digital pode ser inserido 2019. Disponível em: https://
tarefas menores. Se as tarefas menores forem responsabilidades de cada integrante.
porvir.org/melhores-aplicati
divididas entre os participantes do grupo, a ati- em redes sociais ou no site da escola.
vos-para-criar-mapas-mentais/.
vidade pode ser resolvida mais rapidamente. logotipo: símbolo que representa Para realizar esta atividade, acesse os links disponibilizados no Acessos em: 14 jun. 2022.
Anotem as dúvidas. uma empresa, instituição, produto, #FICA A DICA. Se necessário, faça outras pesquisas sobre o assunto.

como o estabelecimento de um líder por gru-


podendo ser formado por uma letra,
4 Elaborem uma lista de materiais necessários um grupo de letras ou uma imagem.

BENTINHO
Comer e
para cada atividade. LEMBREM-SE: existem diversas maneiras de se construir um
hidratar-se
mapa mental. Escolham a maneira que mais agrade ao grupo.

po a cada etapa, que tem como atribuições

SPEEDKINGZ/SHUTTERSTOCK.COM
Alongar-se Fazer pausas
Corpo Organizado
curtas
Tomar sol

dividir as tarefas, estimular as discussões


Iluminado
Fixar
Ler livro sobre
Mente horário
outros assuntos Tempo Música calma
Silencioso ou
Ambiente
ambiente

e estabelecer prazos para a entrega final.


Conversar Foco nos
estudos
Arejado
Objetivos

Organizar a

Alternativamente, o trabalho com essa seção


sequência do Offline Bloquear
estudo Desligar sites fora
celular do estudo

Priorizar o

pode ser desenvolvido no início da Unidade


que é mais Como?
Os trabalhos em grupo favorecem a mobilização de habilidades como comunicação, gestão de tempo, importante Deixar
Preparar computador
solução de problemas, autoconfiança e cooperação, habilidades muito procuradas por empresas de todos computador offline
os segmentos.

e estender-se durante toda a abordagem da


Exemplo de mapa mental com o assunto central “foco nos estudos”.
264 265

unidade temática. D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24.indd 264-265 20/08/22 16:13

MANUAL DO PROFESSOR
O Manual do professor está organizado da maneira descrita a seguir.

PRODUÇÃO DE ANÁLISES CRÍTICAS


ORIENTAÇÕES GERAIS,
DIDÁTICAS E
[...] agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibi-
lidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
Como já ressaltado neste Manual do professor, estudantes, professores e demais agentes escolares estão
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
envolvidos constantemente com inúmeras informações de diferentes naturezas e contextos. É importante que
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
todos estejam atentos para analisá-las de forma crítica, posicionando-se de forma fundamentada diante delas.

METODOLÓGICAS
Brasília, DF: MEC, 2018. p. 10.
Diferentemente do que é dito no senso comum, a análise crítica não se configura como uma busca por
Nesta obra, valores são trabalhados em atividades e em seções, especialmente, na seção Pense bem. defeitos ou aspectos negativos daquilo que é examinado. Pelo contrário, ela envolve interpretações, avaliações,
correlações entre diferentes saberes, reflexões e até o questionamento de valores, ou seja, habilidades de
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS (TCTs) ordem cognitiva e socioemocional.
Para produzir análises críticas, é preciso envolver-se intimamente com o material que será analisado. Faz-se
E O ENSINO DE CIÊNCIAS importante compreender os objetivos e as intenções do autor durante o desenvolvimento do material, além
de correlacionar seu conteúdo ao contexto histórico, social, cultural, político e econômico em que foi produzi-
do. Também é preciso entender o papel que esse material assume nas circunstâncias em que é analisado, bem
A primeira parte deste Manual do pro-
Conforme a BNCC, os 15 temas contemporâneos transversais, ou TCTs, estão distribuídos em seis ma-

fessor apresenta as orientações ge-


como as implicações que traz a elas. Assim, ampliando-se os sentidos construídos diante da leitura do conteú-
croáreas temáticas:
MEIO AMBIENTE do de um texto, de uma imagem ou de um áudio, é possível posicionar-se criticamente diante desse material.
Educação ambiental A produção de análises críticas é essencial para solucionar os problemas que cercam as pessoas e para
ECONOMIA
Educação para o consumo tomar decisões nas vivências cotidianas de forma prudente e embasada em princípios éticos e democráticos.

rais, didáticas e metodológicas para


EDITORIA DE ARTE

Trabalho Por isso, é importante que o processo de escolarização também almeje o desenvolvimento e o exercício do
CIÊNCIA E TECNOLOGIA Educação financeira
pensamento crítico, contribuindo para capacitar os estudantes a analisar e atuar sobre a realidade em que
Ciência e Tecnologia Educação fiscal
vivem e, assim, questioná-la e transformá-la de forma significativa.

aperfeiçoamento e expansão de estu-


TEMAS CONTEMPORÂNEOS Nesta coleção, são previstas atividades que propiciam aos estudantes exercerem o pensamento crítico
TRANSVERSAIS BNCC para se posicionarem diante de diversas situações-problema, estimulando-os a defender pontos de vista que
promovam sua consciência socioambiental.
MULTICULTURALISMO SAÚDE
Diversidade cultural
Educação para valorização
do multiculturalismo nas
CIDADANIA E CIVISMO
Vida familiar e social
Saúde
Educação alimentar
e nutricional
CAPACIDADE ARGUMENTATIVA (ORAL E ESCRITA) dos sobre a prática docente na área
matrizes históricas e

de Ciências da Natureza. Além disso,


Educação para o trânsito A formação de indivíduos autônomos, com visão crítica de seu mundo, depende de sua capacidade de
culturais brasileiras Educação em direitos humanos formular opiniões sobre assuntos cotidianos e temas variados que os cercam. Por isso, a educação deve pro-
Direitos da criança e do adolescente porcionar não somente a aquisição de conhecimento, mas estimular a capacidade de os estudantes exporem
Processo de envelhecimento, suas opiniões e formularem argumentos.

apresenta a proposta de organização


respeito e valorização do idoso
Conforme a competência geral 7 da BNCC, a argumentação deve ser feita:
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC: propostas de
práticas de implementação. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 7. Disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
[...] com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar
Esses temas apresentam características interdisciplinares, pois permeiam todas as áreas de conhecimento
e devem ser trabalhados de modo transversal e integrado, efetivo e dinâmico. Essa abordagem contem-
porânea auxilia na aproximação de aspectos práticos que impactam a vida em todas as esferas – pessoal,
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam
os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado
desta coleção.
comunitária e global. de si mesmo, dos outros e do planeta.
Os conceitos presentes nos temas contemporâneos referem-se a valores básicos da cidadania e trazem à tona BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 9.
questões importantes e urgentes da sociedade atual. Assim, devem ser trabalhados de modo coordenado e
contextualizado, para que os estudantes construam significados, deem sentido àquilo que aprendem e possam Em uma sociedade livre e democrática, é natural que haja debates sobre os mais variados temas do coti-
atuar de modo efetivo no seu cotidiano, com o intuito de atuar na realidade e transformá-la. diano, inclusive no âmbito da saúde, da política ou da Ciência. Contudo, para que o debate seja legítimo, é
Nesta coleção, os TCTs são trabalhados em diversos momentos: no texto principal, em seções ou em necessário que ele seja amparado em argumentos que reflitam a realidade dos indivíduos, de maneira a possibi-
atividades. Como exemplo, é possível citar a avaliação dos impactos causados pelas ações do ser humano no litar-lhes uma revisão de atitudes e perspectivas do discurso frente ao mundo. Todo argumento, nesse sentido,
ambiente em que vive, a reflexão sobre um modo de vida sustentável e possibilidades de atuação em questões busca encontrar respaldo em dados, teses e fatos a fim de apoiar uma visão da realidade. Se for apenas uma
do cotidiano, como praticar o consumo consciente e descartar corretamente resíduos domésticos. opinião, fruto de convicções pessoais desvinculadas de evidências e fatos, então não se trata de argumento.

XXXIV XXXV

D2-CIE-F2-2104-V8-MPG-MP-G24_AV1.indd 34-35 22/08/22 12:08

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-6-12-G24_AV2.indd 10 26/08/22 12:31


ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS BNCC na prática
PARA O VOLUME Seção na qual se encontram os comentários referentes ao trabalho com a
A segunda parte apresenta quadros com os BNCC nos conteúdos presentes nas Unidades e na seção Ciência em ação
conteúdos abordados neste Volume e uma deste Volume. São descritos os objetivos da Unidade e apresentam-se as jus-
sugestão de cronograma que oferecem sub- tificativas dos objetivos propostos. A BNCC na Unidade indica quais e como
sídios para o planejamento anual do profes- são abordadas as competências gerais, as competências específicas, as
sor. Em seguida, as orientações específicas habilidades para Ciências da
trazem a seção BNCC na prática. Natureza e os temas contem-
porâneos transversais (TCTs) BNCC NA PRÁTICA
em cada Unidade a partir de UNIDADE 1 • Investigando a matéria
Objetivos
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS exemplos concretos. Embora • Investigar as transformações físicas da matéria por meio da mudança de estados físicos, utilizando uma

PARA O VOLUME
abordagem submicroscópica.
• Comparar a quantidade de reagentes e produtos nas transformações químicas, balanceando a proporção

APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO 9o ANO


todas as Unidades trabalhem entre as massas.
• Explicar que a matéria é constituída por átomos.
• Compreender a evolução dos modelos atômicos reconhecendo as contribuições de diferentes pesquisadores

com competências e com pelo


ao longo do tempo.
Os temas e assuntos previstos para serem trabalhados no 9o ano desta coleção estão distribuídos de forma • Reconhecer que os elementos químicos são caracterizados pela quantidade de prótons em seu núcleo, ou
a contemplar as unidades temáticas e as habilidades da BNCC. A organização proposta no material está apre- seja, por seu número atômico.
sentada no quadro a seguir, mas outras sequências são possíveis. • Definir o que são elementos químicos e organizá-los em conjuntos com propriedades semelhantes.

CIÊNCIAS • 9o ANO menos um tema contemporâ- • Conhecer e interpretar a tabela periódica.


• Compreender e realizar o balanceamento de equações químicas.
UNIDADE Justificativa dos objetivos
TEMÁTICA
DA BNCC
UNIDADE CONTEÚDOS

Habilidades
BNCC
neo transversal, há poucas que Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI01, EF09CI02 e EF09CI03.
Estados físicos da matéria (visão submicroscópica); EF09CI01 EF09CI03 O primeiro assunto trabalhado é a matéria e suas transformações físicas, usando a água como modelo – por

Unidade 1
transformações físicas da matéria; transformações EF09CI02
químicas da matéria; lei da conservação das
massas; lei das proporções constantes; modelos
Competências gerais
1, 2, 4 e 5
não abordam diretamente uma ser uma substância que os estudantes conhecem e com a qual têm familiaridade –, e os três estados físicos
da matéria: sólido, líquido e gasoso.
Em seguida, as transformações químicas são trabalhadas de maneira contextualizada, iniciando-se com
atômicos; tabela periódica; reações químicas; Competências específicas

habilidade da BNCC, mas con-


Investigando balanceamento das reações químicas. o exemplo do jenipapo, uma fruta nativa da Amazônia e da Mata Atlântica, na qual a oxidação pode ser
1, 2, 3 e 6
a matéria percebida por meio de uma evidência de transformação química: a mudança de cor. Essa reação é importante
Bioluminescência; investigação sobre mudança de Temas contemporâneos
estado físico da água; investigação sobre taxa de transversais para a produção de corantes naturais utilizados por muitas etnias indígenas. Para introduzir as leis que regem
desenvolvimento das reações químicas; aplicações Ciência e Tecnologia as reações químicas, destacam-se as contribuições de alguns cientistas para sua proposição.

têm assuntos importantes que


dos elementos da tabela periódica. Educação ambiental
Educação alimentar e nutricional A evolução histórica do conhecimento sobre a constituição da matéria é feita para introduzir os termos
“átomo” e “elemento químico”. Com isso, os estudantes conseguem associá-los aos elementos submicros-
Habilidades
EF09CI05 EF09CI07 cópicos para compreender as transformações físicas e químicas da matéria.

são pré-requisitos para o traba-


Competências gerais A tabela periódica e as propriedades de alguns elementos químicos também são abordadas de maneira
Classificação das ondas; propriedades das ondas 2, 3, 5, 8, 9 e 10 histórica e contextualizada, contribuindo para a compreensão dos outros assuntos da Unidade.
(propagação, frequência e período); características Competências específicas
MATÉRIA E Unidade 2 2, 4, 6, 7 e 8 Os conceitos de equação química e balanceamento de reações químicas também são apresentados com
das ondas sonoras; som; infrassom; ultrassom;
ENERGIA Ondas e som Temas contemporâneos exemplos do cotidiano dos estudantes, a fim de que eles compreendam que as reações químicas não acontecem

lho posterior com determinada


nível sonoro.
transversais apenas dentro de um laboratório, de forma controlada e na presença de pesquisadores, mas que aconte-
Voz e pregas vocais; poluição sonora; ecolocalização. Diversidade cultural cem o tempo todo e ao nosso redor, como durante a fotossíntese e a respiração celular.
Educação em direitos humanos
Ciência e Tecnologia BNCC na Unidade

habilidade.
Saúde
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Matéria e energia do
Habilidades 9o ano da BNCC. A Unidade dedica-se ao estudo da matéria. Nela, retomaremos o estudo das transforma-
EF09CI04 EF09CI06
Espectro eletromagnético; ondas de rádio; EF09CI05 EF09CI07 ções da matéria por meio da mudança dos estados físicos, já abordado em anos anteriores, mas, agora,

Para a seção Ciência em ação,


micro-ondas; infravermelho; luz visível; como as Competências gerais adicionando um novo nível de complexidade, utilizando uma abordagem submicroscópica. Essa abordagem
cores são percebidas; a cor dos objetos; laser, 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 10 tem como objetivo tratar dos aspectos relativos à constituição da matéria, portanto, serão apresentados os
Unidade 3 ultravioleta; raios X; raios gama. Competências específicas conceitos de átomo e de elemento químico.
Ondas
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8
eletromagnéticas Satélites de comunicação e monitoramento;
Temas contemporâneos

há orientações específicas no
aplicações do laser na saúde; investigação sobre LX
composição das cores; radioatividade; câncer, transversais
diagnóstico e tratamento; tecnologia 5G. Ciência e Tecnologia
Educação em direitos humanos
Vida familiar e social

LVI BNCC na Ciência em ação. D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-56-80-G24_AV2.indd 60 26/08/22 12:27

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-56-80-G24_AV2.indd 56 26/08/22 12:26

ORIENTAÇÕES PÁGINA A PÁGINA


DO LIVRO DO ESTUDANTE
Nas laterais e na parte inferior das pá- ORIENTAÇÕES teração fraca entre si, o que
ORIENTAÇÕES teração fraca entre si, o que

ginas do Livro do estudante, há orien-


permite intensa movimenta-
DIDÁTICAS
DIDÁTICAS permite intensa movimenta-
ção. Essa interação possibilita
1. I – Fusão; II – Vaporização; III – Solidificação; IV – Condensação; V – Sublimação.
1. I – Fusão; II – Vaporização; III – Solidificação; IV – Condensação; V – Sublimação. ção. Essa interação possibilita
Sublimação
Sublimação
que os gases não apresentem
que os gases não apresentem
Explicar aos estudantes que,
Sublimação
Sublimação ••ATIVIDADES NÃO ESCREVA 4.4. Escreva um texto explicando a situação
Escreva um texto explicando a situação
volume nem forma definidos.
volume nem forma definidos.
Explicar aos estudantes que, U TT
E RS T OC K. CO M
/S H TT E RS T OC K. CO M A sublimação é a passagem do estado sólido diretamente para o
ATIVIDADES NÃO
NO ESCREVA
LIVRO.
NO LIVRO. representada pelo gráfico. 3. Retomar o ciclo da água com

tações sobre cada conteúdo abordado.


em alguns casos, ocorre a pas- EN
L O N /S H
U
A sublimação é a passagem do estado sólido diretamente para o representada pelo gráfico. 3. Retomar o ciclo da água com
em alguns casos, ocorre a pas- PH LOE
estado gasoso e vice-versa (do gasoso para o sólido). os estudantes.
sagem do estado gasoso direta- PH
estado gasoso e vice-versa (do gasoso para o sólido). 1.1. Identifique o nome das transformações Relação entre temperatura e pressão os estudantes.
sagem do estado gasoso direta- Identifique o nome das transformações Relação entre temperatura e pressão a) 1 – Vaporização (evapora-
mente para o sólido, fenômeno físicas representadas pelos números I, II, no processo de vaporização da água a) 1 – Vaporização (evapora-
mente para o sólido, fenômeno Sólido Gasoso físicas representadas pelos números I, II, no processo de vaporização da água ção); 2 – Condensação.
Sólido Gasoso
III, IV e V. Pressão Temperatura de ebulição da Temperatura de ebulição da ção); 2 – Condensação.

PEDRO PAULO MELARA


também conhecido como ressu- III, IV e V. Pressão água
(atm) Temperatura de ebulição
em uma panela comum da água
Temperatura de ebulição
em uma panela da
de pressão b) Durante a evaporação, a

PEDRO PAULO MELARA


também conhecido como ressu- (atm) água em uma panela comum água em uma panela de pressão b) Durante a evaporação, a

Essa disposição, em U, facilita o acesso


blimação, sublimação inversa ou Sublimação 5 água recebe energia térmica
blimação, sublimação inversa ou Sublimação I II 5 água recebe energia térmica
deposição. I II Vapor dos raios solares, aumentan-
deposição. Um exemplo de sublimação acontece com o gelo-seco. Ele é formado Líquido Vapor dos raios solares, aumentan-
Comentar que um exemplo de Um exemplo de sublimação acontece com o gelo-seco. Ele é formado Líquido do a agitação e o afastamen-
Comentar que um exemplo de por gás carbônico no estado sólido, à temperatura de aproximadamente do a agitação e o afastamen-
sublimação inversa é a formação por gás carbônico no estado sólido, à temperatura de aproximadamente Sólido Líquido Gasoso 1 to de suas partículas. Isso faz
sublimação inversa é a formação –78 °C. Ao ser colocado à temperatura ambiente, ele recebe energia térmica Sólido Líquido Gasoso 1 to de suas partículas. Isso faz
–78 °C. Ao ser colocado à temperatura ambiente, ele recebe energia térmica com que algumas partículas
de nuvens de neve. Em tempera-

às informações, oferecendo ao pro-


0,5 com que algumas partículas
de nuvens de neve. Em tempera- Gelo-seco, que pode ser
e suas partículas começam uma agitação vigorosa, aumentando a distância
e suas partículas começam uma agitação vigorosa, aumentando a distância
0,5 escapem para a atmosfera
turas muito baixas, as moléculas Gelo-seco, que pode ser entre elas, desprendendo-se e passando diretamente para o estado gasoso. III IV escapem para a atmosfera
turas muito baixas, as moléculas utilizado em laboratórios para entre elas, desprendendo-se e passando diretamente para o estado gasoso. III IV no estado gasoso. Durante a
de vapor de água perdem muita utilizado em laboratórios para 0
0
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 no estado gasoso. Durante a
de vapor de água perdem muita resfriar amostras. condensação, as partículas de
resfriar amostras. Temperatura (ºC) condensação, as partículas de
energia de forma muito rápida.
energia de forma muito rápida. Pressão
Pressãoeemudanças
mudançasdo
do
V
V Temperatura (ºC)
água no estado gasoso encon-
água no estado gasoso encon-
Mesmo que as moléculas este- Fonte dos dados: PRESSÃO da água líquida versus

fessor orientações claras que podem


tram uma atmosfera mais fria,
Mesmo que as moléculas este-
jam em um estado de grande estado
estadofísico
físicoda
damatéria
matéria 2.
2. Descreva o comportamento das partícu-
Descreva o comportamento das partícu-
Fonte dos dados:
temperatura.
temperatura.
UFRGS].
CentroPRESSÃO
Centro de
Porto Alegre,
da água
de Referência
24Referência
paralíquida
jul. 2013.para
versus
o Ensino
o Ensino
Disponível
de Física [da
de https://cref.
em: Física [da tram uma atmosfera mais fria,
cedem energia térmica para
jam em um estado de grande las que constituem a matéria no estado: UFRGS]. Porto Alegre, 24 jul. 2013. Disponível em: https://cref.
if.ufrgs.br/?contact-pergunta=pressao-da-agua-liquida-versus- cedem energia térmica para
agitação, quando elas entram Você já percebeu que os alimentos cozinham mais rapidamente em las que constituem a matéria no estado: if.ufrgs.br/?contact-pergunta=pressao-da-agua-liquida-versus-
temperatura. ela e reduzem sua agitação,
agitação, quando elas entram Você já percebeu que os alimentos cozinham mais rapidamente em a) sólido. Respostas nas Orientações temperatura. ela e reduzem sua agitação,
em contato com uma superfície uma panela de pressão? Para entender por que isso acontece, acompanhe a) sólido. Respostas nas Orientações
PANELA de pressão. Instituto de Física da UFRGS. Porto Alegre, aproximando-se umas das ou-
em contato com uma superfície
AS CORES NÃO
AS
SÃOCORES
REAIS.NÃO
IMAGENS FORA
DEIMAGENS FORA uma panela de pressão? Para entender por que isso acontece, acompanhe
b) líquido. para o professor. PANELADisponível
[2019?]. de pressão. Instituto
em: de Física da UFRGS. Porto Alegre,
http://www.if.ufrgs.br/tex/ aproximando-se umas das ou-
de temperatura muito abaixo
PROPORÇÃO.
a situação a seguir. b) líquido. para o professor.
[2019?]. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/tex/
fis01043/20032/Lucy/panela_de_pressao.htm. Acessos em: tras, formando as nuvens e,
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
tras, formando as nuvens e,

ser encontradas de forma rápida. Elas


de temperatura muito abaixo a situação a seguir. 29fis01043/20032/Lucy/panela_de_pressao.htm.
mar. 2022. Acessos em:
do ponto de congelamento da
c) gasoso. 29 mar. 2022. posteriormente, as gotas de
do ponto de congelamento da
Menor pressão c) gasoso. Resposta nas Orientações para o professor. posteriormente, as gotas de
5.5. Observe
Resposta nas Orientações
a seguir,para
queomostra
professor. chuva. O objetivo deste item é
BENTINHO

Menor pressão
água, podem se transformar di- 1 3. o gráfico chuva. O objetivo deste item é
BENTINHO

água, podem se transformar di- 1 Em uma 3. Em nosso ambiente, observamos que a


Em nosso ambiente, observamos que a
matéria passa por alterações de estado
Observe o gráfico a seguir, que mostra
a variação de temperatura da água que os estudantes relacionem
que os estudantes relacionem
retamente em gelo. Em umaum matéria passa por alterações de estado a variação de temperatura da água as alterações de temperatura à
retamente em gelo. seringa,
seringa, um
Maior
físico constantemente. A água é um quando resfriada ao longo do tempo. as alterações de temperatura à
professor Maior quando resfriada ao longo do tempo.

estão organizadas em seções, que vão


Pressão
pressão físico constantemente. A água é um energia térmica e às alterações
Pressãoeemudanças
mudançasdo
professor
do colocou uma pressão
exemplo. Observe a representação do Curva da temperatura da água no resfriamento energia térmica e às alterações
estado
colocou uma exemplo. Observe a representação do na agitação das moléculas e
estadofísico
físicoda
damatéria
pequena
ciclo da água a seguir. Curva da temperatura da água no resfriamento na agitação das moléculas e
matéria pequena de
quantidade ciclo da água a seguir. expliquem as mudanças de es-
PEDRO PAULO MELARA

quantidade de Temperatura (ºC)


expliquem as mudanças de es-
PEDRO PAULO MELARA

água aquecida. Temperatura (ºC)


Se possível, reproduzir o experi- água aquecida. tado físico com base nelas.
Se possível, reproduzir o experi- Em seguida, tado físico com base nelas.
RUBENS GOMES

10
Em seguida, 4. Verificar se o estudante com-
RUBENS GOMES

mento da seringa em sala de aula, fechou a ponta 10


4. Verificar se o estudante com-

facilitar ainda mais a consulta. As res-


mento da seringa em sala de aula, fechou
com massaa ponta
de 2
2 Então, o professor puxou vagarosamente o êmbolo 2 A
A preende a relação apresentada
demonstrando-o aos estudantes. com massa de 2 5
preende a relação apresentada
demonstrando-o aos estudantes. modelar.
modelar. Então,
da o professor
seringa, puxou
reduzindo vagarosamente
a pressão no interior odela.
êmbolo
Os
5
no gráfico. Lado esquerdo da
Separar antecipadamente duas da seringa,puderam
reduzindoobservar
a pressão no interior dela. Osa B no gráfico. Lado esquerdo da
Separar antecipadamente duas estudantes
estudantes puderam observar
a água em ebulição 0 20
B
100
Tempo (min)
Tempo (min) barra verde: água no estado
seringas grandes, de aproximada- uma temperatura inferior a 100 a°C.
água em ebulição a 0 20 100 barra verde: água no estado
seringas grandes, de aproximada- uma temperatura inferior a 100 °C. líquido; lado direito, no estado
mente 50 mL, massa de modelar –5
–5 C líquido; lado direito, no estado

postas das atividades podem ser en-


mente 50 mL, massa de modelar Representação da execução de um experimento. C gasoso. Em uma pressão infe-
e água aquecida (atenção para Representação da execução de um experimento. 1 –10 gasoso. Em uma pressão infe-
e água aquecida (atenção para 1 –10 rior a 1 atm, a temperatura em
a temperatura da água, que não Esse efeito ocorreu porque, quanto menor a pressão sobre a
Esse efeito ocorreu porque, quanto menor a pressão sobre a rior a 1 atm, a temperatura em
a temperatura da água, que não matéria, mais facilmente suas partículas se distanciam umas das outras, que ocorre a ebulição da água
deve estar muito elevada). Verifi- matéria, mais facilmente suas partículas se distanciam umas das outras, que ocorre a ebulição da água
deve estar muito elevada). Verifi- o que reduz a força de interação entre elas e facilita que se desprendam. é inferior a 100 °C. Conforme
o que reduz a força de interação entre elas e facilita que se desprendam. Com base no gráfico, analise as afirma- é inferior a 100 °C. Conforme
car a possibilidade de aquecer a Com base no gráfico, analise as afirma- a pressão aumenta, ocorre

contradas tanto na seção Comentários


car a possibilidade de aquecer a Na panela de pressão, o processo é o contrário: o aumento da
Na panela de pressão, o processo é o contrário: o aumento da AS CORES NÃO IMAGEM FORA tivas a seguir e corrija as falsas. a pressão aumenta, ocorre
água na cozinha da escola ou de pressão aproxima as partículas, intensificando a força de interação entre AS
SÃOCORES
REAIS.NÃO DEIMAGEM FORA
PROPORÇÃO. tivas a seguir e corrija as falsas. um aumento da temperatura
água na cozinha da escola ou de pressão aproxima as partículas, intensificando a força de interação entre SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO. I. As indicações A e C representam, um aumento da temperatura
levar a água aquecida em uma elas. Dessa forma, é mais difícil a passagem do estado líquido para o I. As indicações A e C representam, de ebulição da água, com va-
levar a água aquecida em uma elas. Dessa forma, é mais difícil a passagem do estado líquido para o a) Que mudança de estado físico está respectivamente, a condensação e a de ebulição da água, com va-
garrafa térmica para a sala. gasoso. Assim, mais energia térmica precisa ser fornecida para que
a) Que mudança de estado físico está respectivamente, a condensação e a lores superiores a 100 °C. É o
garrafa térmica para a sala. gasoso. Assim, mais energia térmica precisa ser fornecida para que
acontecendo na água em 1? E em 2?
acontecendo na água em 1? E em 2?
solidificação da água.
solidificação da água.
lores superiores a 100 °C. É o
Ao puxar o êmbolo da seringa ocorra a ebulição, ou seja, a temperatura necessária para a água atingir que ocorre na panela de pres-
Ao puxar o êmbolo da seringa
b) Explique o que acontece com as partí- II. A indicação B representa o momento que ocorre na panela de pres-

sobre as atividades quanto nas pági-


ocorra a ebulição, ou seja, a temperatura necessária para a água atingir b) Explique o que acontece com as partí- II. A indicação B representa o momento são: a água atinge o ponto de
fechada, a pressão dentro dela a ebulição é maior. Logo, os alimentos cozinham a uma temperatura mais culas que formam a água durante essas em que a água apresenta estado físico são: a água atinge o ponto de
fechada, a pressão dentro dela a ebulição é maior. Logo, os alimentos cozinham a uma temperatura mais culas que formam a água durante essas em que a água apresenta estado físico ebulição a 120 °C. Isso ocorre
diminui, porque o volume au- elevada e, portanto, de forma mais rápida. mudanças de estado físico. líquido. ebulição a 120 °C. Isso ocorre
diminui, porque o volume au- elevada e, portanto, de forma mais rápida. mudanças
Respostas de estado físico.
nas Orientações para o professor. líquido. porque, quanto maior a pres-
menta. Assim, o ar dentro da se- Respostas nas Orientações para o professor. porque, quanto maior a pres-
menta. Assim, o ar dentro da se-
ringa tem espaço maior para que
20
20 21
21
são sobre a superfície da água
são sobre a superfície da água
no interior da panela, maior a
ringa tem espaço maior para que

nas reduzidas do Livro do estudante.


no interior da panela, maior a
suas partículas se movimentem, dificuldade de suas partículas
suas partículas se movimentem, dificuldade de suas partículas
fazendo menor pressão sobre a se movimentarem e passarem
fazendo menor pressão sobre a se movimentarem e passarem
superfície do líquido. D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 20
#FICA A DICA, Estudante
17/07/22 09:59 ORIENTAÇÕES
ORIENTAÇÕESDIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 21
DIDÁTICAS
21/07/22 22:32 de um estado para outro. Re-
de um estado para outro. Re-
superfície do líquido. D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 20
#FICA A DICA, Estudante
17/07/22 09:59 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 21 21/07/22 22:32
lembrar aos estudantes que
Explicar aos estudantes que, Para informações sobre como os cientistas desco- lembrar aos estudantes que
Explicar aos estudantes que, Para informações sobre como os cientistas desco- atm é a sigla para atmosfera,
em razão da diferença de pres- briram que a pressão atmosférica varia de acordo ATIVIDADES
ATIVIDADES atm é a sigla para atmosfera,
em razão da diferença de pres- briram que a pressão atmosférica varia de acordo uma unidade de medida de
são, os pontos de fusão, solidi- com a altitude, apresentar o site a seguir. As atividades desta página contribuem para a b) No estado líquido, as partículas estão um pouco uma unidade de medida de
são, os pontos de fusão, solidi- com a altitude, apresentar o site a seguir. As atividades desta página contribuem para a b) No estado líquido, as partículas estão um pouco pressão. Enfatizar que as pres-
ficação e ebulição podem variar • PIMENTEL, Beto. Física na Montanha. Ciência mobilização da habilidade EF09CI01. afastadas umas das outras. A interação entre elas pressão. Enfatizar que as pres-
ficação e ebulição podem variar • PIMENTEL, Beto. Física na Montanha. Ciência mobilização da habilidade EF09CI01. afastadas umas das outras. A interação entre elas sões alcançadas pela panela
em diferentes altitudes, enfa- hoje das crianças, [s. l.], 26 out. 2011. Disponível permite movimentos moderados. Essa interação sões alcançadas pela panela
em diferentes altitudes, enfa- hoje das crianças, [s. l.], 26 out. 2011. Disponível 2. a) No estado sólido, as partículas estão próximas permite movimentos moderados. Essa interação de pressão são muito altas e
tizando que, por esse motivo, em: http://chc.org.br/coluna/fisica-na-montanha/. 2. a) No estado sólido, as partículas estão próximas de pressão são muito altas e
tizando que, por esse motivo, em: http://chc.org.br/coluna/fisica-na-montanha/. umas das outras. Elas apresentam uma forte inte- mantém os líquidos com volume constante, mas que sua explosão pode causar
Acesso em: 19 jun. 2022. umas das outras. Elas apresentam uma forte inte- mantém os líquidos com volume constante, mas que sua explosão pode causar
usa-se a pressão ao nível do mar Acesso em: 19 jun. 2022. ração entre si, o que limita a sua movimentação. com a forma do recipiente que os contém. graves acidentes. Por esse mo-
usa-se a pressão ao nível do mar ração entre si, o que limita a sua movimentação. com a forma do recipiente que os contém. graves acidentes. Por esse mo-
como padrão. Essa interação mantém os sólidos com volume e c) No estado gasoso, as partículas estão afas- tivo, ela deve ser manipulada
como padrão. Essa interação mantém os sólidos com volume e c) No estado gasoso, as partículas estão afas- tivo, ela deve ser manipulada
forma constantes. tadas umas das outras. As partículas têm in- somente por adultos.
forma constantes. tadas umas das outras. As partículas têm in- somente por adultos.
20
20 21
21

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV3.indd 20-21 26/08/22 12:28


D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV3.indd 20-21 26/08/22 12:28

XI

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-6-12-G24_AV2.indd 11 26/08/22 12:31


BNCC NA UNIDADE BNCC NA UNIDADE

3
Competências

No início de cada Unidade, na lateral do Livro do estudante, há


1. Profess
Gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 10
Específicas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8
UNIDADE nheçam a
1 Ai
sil
Habilidades ao

um quadro em que estão o número das competências gerais


ob
• EF09CI04
ar
• EF09CI05 de
• EF09CI06
• EF09CI07
ONDAS
ONDAS vo
ot

e das competências específicas e o código das habilidades ELETROMAGNÉTICAS


ELETROMAGNÉTICAS
dim
Temas contemporâneos ob
transversais on
• Ciência e Tecnologia
me

de Ciências da Natureza, além dos títulos dos temas contem-


• Educação em direitos humanos 2 Ob
• Vida familiar e social en
diz
Há comentários sobre como as habi- né
lidades, as competências e os temas Re
Assim como as ondas mecânicas, as

porâneos transversais da Base Nacional Comum Curricular


contemporâneos transversais podem
ondas eletromagnéticas também estão
ser desenvolvidos no trabalho com presentes em nosso cotidiano. A luz e o
esta Unidade na seção BNCC na prá- calor emitidos pelo Sol são duas formas
tica na página LXIV deste de radiação que podemos sentir dia-

(BNCC) que serão abordados. Há também uma remissão para


Manual do professor. riamente. Com o desenvolvimento dos
conhecimentos sobre ondas eletromag-
néticas, novas tecnologias puderam ser
ORIENTAÇÕES criadas e aplicadas em diversos setores
DIDÁTICAS da sociedade. São alguns exemplos das

a página da seção BNCC na prática, onde você encontrará,


amplas possibilidades de aplicação das
ABERTURA DE UNIDADE ondas eletromagnéticas: os sistemas de
comunicação (que atualmente utilizam
As páginas de abertura da Uni- satélites), como rádios, televisores e
dade possibilitam contemplar a computadores ligados à internet; os

em detalhes, como trabalhar esses itens.


competência específica 4 e o sistemas de segurança, que incluem os
tema contemporâneo transversal sensores de presença; os equipamen-
Ciência e Tecnologia. tos domésticos, como os micro-ondas;
e os equipamentos médicos usados em
O assunto abordado é o pri-
diagnósticos e em tratamentos.
meiro satélite projetado e operado Nesta Unidade, estudaremos algu-
pelo Brasil, nomeado Amazonia 1. mas características das ondas eletro-
Sugere-se fazer um trabalho mais magnéticas, sua classificação e sua
aprofundado com os estudantes organização conforme a frequência e
sobre esse assunto, como uma suas aplicações.
conversa ou um debate. Esse tipo
de atividade permite facilitar a Representação do satélite
identificação dos conhecimen- Amazonia 1, primeiro satélite de
tos prévios e nivelar os diferen- observação da Terra projetado e
operado pelo Brasil.
tes saberes, caso haja diferenças
significativas entre eles. Para isso,
orientar os estudantes a fazer 82
uma pesquisa previamente. Os

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
links do #FICA A DICA, Estu-
dante podem ser sugeridos. De formação de opinião baseada
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 82 em fatos reais e seus pensamentos acerca da relevância de uma 21/07/22 23:14 D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 83

acordo com a quantidade de o desenvolvimento do respeito aos diferentes missão espacial como essa, o significado dessa
estudantes na turma, pode-se posicionamentos. Na atividade em grupo, cada missão para a Ciência e para a Tecnologia na-
formar grupos de até cinco in- integrante pode ficar encarregado de buscar um cional, os custos de produção e manutenção do
tegrantes, a fim de incentivar o link confiável para obter informações, fazer a lei- equipamento, a importância dos monitoramen-

As orientações didáticas trazem comentários sobre todos os assuntos traba- convívio social e o trabalho em
equipe, o que possibilita a eles
um tempo para pesquisas, estu-
dos e diálogos, desenvolvendo,
tura e apresentar os dados ao restante do grupo.
Na data agendada para o debate, pode-se
dispor os estudantes em círculo para que apre-
sentem as informações obtidas e suas conclu-
tos encarregados ao satélite, a criação de outros
projetos como esse, entre outros tópicos.
Como se trata de um satélite de monitoramen-
to da região amazônica e do desenvolvimento

lhados no Livro do estudante, seja no texto principal, nas questões orais ou


assim, a capacidade de selecio- sões sobre o assunto. Eles podem conversar agrícola, essa dinâmica pode ser feita em par-
nar informações confiáveis, a sobre as informações reais do satélite e expor ceria com o professor de Geografia. Conversar
82

nas seções. Para facilitar o acesso às informações, os comentários foram or- D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV2.indd 82 26/08/22 12:29

ganizados em subtítulos, em conformidade ao Livro do estudante.


Ampliando
Apresenta uma atividade extra, teórica
ORIENTAÇÕES 4. A narrativa pode ser uma re-
DIDÁTICAS 3. Os órgãos respiratórios. No passado, os celacantos tinham pulmões desenvolvidos, que auxiliavam na respi- presentação de algo que ocor-
ração em águas pouco oxigenadas, possibilitando que respirassem ar atmosférico, sugerindo que esses animais reu na história da Ciência ou
viviam em águas superficiais. Os celacantos atuais têm pulmões vestigiais e respiram por brânquias.
INTEGRANDO COM INTEGRANDO Pesquisas revelaram que, apesar de os celacantos atuais terem aparência muito semelhante
uma criação da imaginação
com
GEOGRAFIA
dos estudantes. As gravações

ou prática, que pode ser realizada pelos


GEOGRAFIA à dos fósseis, esses peixes acumularam modificações ao longo dos milhões de anos. No passado,
celacantos apresentavam pulmões desenvolvidos, que possibilitavam que respirassem ar atmos- do curta-metragem podem
Ao trabalhar a seção, verificar
férico em águas superficiais, garantindo sua sobrevivência em águas pouco oxigenadas. Nos ser feitas com os próprios
a possibilidade de planejar uma
celacantos atuais, os pulmões são vestigiais, isto é, têm tamanho bastante reduzido e não desem- dispositivos eletrônicos dos
aula conjunta com o docente de
ES
OUTH
AFRICAN IN
STI
TU penham função respiratória; esses animais respiram por brânquias. estudantes. Para a edição, é

estudantes como complemento ao con-


TH
Geografia da escola, que pode TE
F
possível utilizar aplicativos ou
OR

fornecer mais informações sobre


AQ

programas gratuitos disponí-


UA

Fóssil vivo
BLUEHAND/SHUTTERSTOCK.COM
TIC

as atividades econômicas realiza-


BIOL

veis on-line. Para a apresenta-


OGY/CC-BY-SA-3.0

das na região costeira de ambos Imagine você acreditar que um animal já está extinto e, de repente, ção, é possível organizar uma
os países citados. Essa discussão

teúdo do Livro do estudante. No caso


deparar-se com ele. Essa é a história do celacanto, um peixe que os sessão de cinema na escola,
pode orientar os estudantes na pesquisadores consideravam extinto e que agora chamam de fóssil vivo! convidando a comunidade es-
resolução da atividade 2. Em 1938, Marjorie Courtenay Latimer (1907-2004), curadora e colar para participar, caso um
A apresentação da (re)desco- pesquisadora de vida selvagem do museu East London Museum, na
Celacanto fóssil da espécie projetor e ambiente adequado
berta dos celacantos exemplifica África do Sul, foi ao porto para ver o que seu amigo, um capitão de
estejam disponíveis.

das atividades práticas, há sugestões de


Fotografia de Marjorie Undina penicillata. Essa espécie
o fato de os conhecimentos cien- barco pesqueiro, trouxera do mar. Um dos peixes pescados possuía cerca
media cerca de 50 cm de
Courtenay Latimer. Se não for viável a gravação
tíficos serem provisórios, contri- de 1,5 metro de comprimento, coloração azul e barbatanas grossas e comprimento.
buindo com o desenvolvimento encorpadas, características que chamaram sua atenção, pois não sabia ictiológo: profissional proposta, é possível orientar
especializado no estudo os estudantes a encenar uma
da competência específica 1. a qual espécie esse peixe pertencia. Marjorie, então, optou por preser- NÃO ESCREVA 1. Até 1938 foram encontrados apenas exemplares fossilizados de cela-
vá-lo e consultar a opinião de um ictiólogo. Para surpresa de ambos, o
de peixes. • Atividades cantos. Nenhum exemplar vivo tinha sido encontrado, pois o peixe vive peça de teatro. Independente-

materiais e procedimentos para o prepa-


NO LIVRO.
Ao fazer a leitura da seção,
peixe misterioso era um celacanto, que se acreditava principalmente em águas profundas e em cavernas submarinas. mente da forma escolhida para
comentar que Marjorie e o icti- 1 Por que até 1938 os cientistas acreditavam que os celacantos estivessem extintos? Explique.
EYE UBIQUITOUS/AGE FOTOSTOCK/
AGB PHOTO LIBRARY/KEYSTONE

extinto, pois, até então, nunca havia sido encon- a apresentação, os estudantes
ólogo sul-africano consultado,
chamado James Leonard Brierley
trado vivo; apenas exemplares fossilizados com 65 2 Os celacantos foram descobertos na região costeira da África do Sul, durante o exercício da poderão desenvolver a compe-
milhões de anos de idade tinham sido descobertos! atividade pesqueira. As regiões costeiras são de grande importância econômica para os países tência geral 3 e a competên-
Smith (1897-1968), conversaram

ro prévio do professor.
A nova espécie de celacanto foi batizada, em que as possuem, pois, além de oportunizarem a pesca, são atrativas ao turismo, permitem
por meio de cartas, cujo registro operações portuárias, entre outras. Forme um grupo com seus colegas e façam uma pesquisa
cia geral 4. Esta atividade pode
homenagem à sua descobridora, como Latimeria
pode ser publicamente acessado. sobre a região costeira do Brasil considerando o roteiro a seguir. Depois, escrevam um texto ser realizada em parceria com o
chalumnae. O fato de o animal habitar grandes
Pelas cartas, é possível identificar resumindo o que pesquisaram. Resposta nas Orientações para o professor. docente de Arte. Para isso, pro-
profundidades, entre 150 e 700 metros, e de
o entusiasmo de Smith, que sus- • Qual é a importância da região costeira para o Brasil? gramá-la antecipadamente.
passar o dia em cavernas, saindo somente à noite
Primeiro espécime de celacanto da espécie • Quais atividades econômicas são desenvolvidas na costa brasileira?
peitava que o exemplar de peixe para caçar e se alimentar, fez que permanecesse
Latimeria chalumnae, que foi capturado em
capturado poderia ser um cela- por muito tempo oculto do ser humano. • Essas atividades econômicas apresentam vantagens e desvantagens. Quais? #FICA A DICA, Estudante
1938 e foi preservado e estudado por Marjorie
canto apenas lendo as descrições Courtenay Latimer. • Que tipos de pesquisas científicas são desenvolvidas atualmente na região costeira do Brasil? Sugerir o acesso aos links a se-

Avaliando
e analisando o desenho ilustra- No texto, escrevam sobre a pesquisa que você e seus colegas acharam mais interessante. guir, que trazem informações so-
do por Marjorie. Quando Smith 3 Os celacantos atuais são diferentes de seus antepassados, estudados por meio de exemplares bre as zonas costeiras do Brasil.
pôde analisar o exemplar coleta- fossilizados. Segundo o texto, qual é a principal diferença entre eles? • INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO-
do pessoalmente, confirmou sua 4 GRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas
MAURITIUS IMAGES GMBH/ALAMY/FOTOARENA

Forme um grupo com seus colegas e produzam um pequeno vídeo (curta-metragem) que conte
suspeita inicial. A descoberta do alguma história relacionada ao tema “fósseis”. Prestem atenção às instruções a seguir. geográfico das zonas costeiras
celacanto foi anunciada pelo en- • Elaborar um roteiro para a narrativa a ser contada, que deve envolver algo relacionado a fós- e oceânicas do Brasil. Rio de
vio de uma carta à Nature, uma Janeiro: IBGE, 2011. Disponível

Ao final de cada Unidade, é sugerido que


seis (estudos, expedições, descobertas recentes, descobertas ao acaso, formação do fóssil).
revista científica multidisciplinar, • O roteiro deve ter um começo, um meio e um fim. em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv55263.pdf.
reconhecida internacionalmen- • Adequar o figurino/cena à época e ao contexto em que a narrativa se passa.
Acesso em: 22 jun. 2022.
te. Nessa carta, Smith nomeou • Ter duração de 3 minutos.
o espécime como Latimeria Resposta nas Orientações • BRASIL. Ministério do Meio Am-
Depois, compartilhem o curta-metragem produzido com a turma.

o professor avalie o aprendizado dos


para o professor. biente. A zona costeira e seus
chalumnae, em homenagem à 1,5 m
Celacanto da espécie Latimeria múltiplos usos. Brasília, DF:
Marjorie e à foz do rio Chalum- chalumnae. Fotografado na região das MMA, [2019?]. Disponível em:
na, onde ele foi encontrado, na 170 Ilhas Comoro, na África, em 2002. 171 https://antigo.mma.gov.br/
África do Sul. gestao-territorial/gerenciamento-

estudantes com relação aos assuntos


Destacar que as modificações costeiro/zona-costeira-e-seus-
dos celacantos citadas no Livro D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 170 17/07/22 10:05 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 171 destacam-se o turismo, a atividade pesqueira
17/07/22 10:05e m%C3%BAltiplos-usos.html.
do estudante ocorreram com #FICA A DICA, Professor Para obter mais informações sobre aspectos evolu-
Acesso em: 22 jun. 2022.
tivos dos celacantos, pode-se acessar: a extração de petróleo. Algumas desvantagens
uma velocidade mais lenta do que Se desejar acessar as cartas trocadas por Marjorie e 2. Como algumas sugestões de fonte de pes-
dessas atividades que podem ser citadas são: o • BRASIL. Ministério da Agricultura,
o observado em outros seres vi- Smith, acessar o link a seguir. • ANDRADE, Rodrigo de O. Pesquisadores identifi- quisa, é possível indicar aos estudantes que

trabalhados.
aumento da poluição de praias e de mares (no Pecuária e Abastecimento. Ativi-
cam ancestral dos vertebrados de quatro patas. Pes- acessem os links presentes no #FICA A DICA,
vos, provavelmente porque esses • TYSON, Perter. Moment of Discovery. Nova. [S. l.], dade pesqueira. Brasília, DF:
quisa Fapesp, São Paulo, 18 abr. 2013. Disponível Estudante. O objetivo desta atividade é que caso do turismo), a redução da quantidade de
peixes vivem em ambientes rela- jan. 2003. Disponível em: https://www.pbs.org/wgbh/
em: https://revistapesquisa.fapesp.br/pesquisadores-
Mapa, [2019?]. Disponível em:
tivamente estáveis. Sobre isso, su- nova/fish/letters.html. Acesso em: 3 ago. 2022. os estudantes conheçam e analisem caracte- peixes por causa da pesca predatória, realizada https://www.gov.br/agricultura/
identificam-ancestral-dos-vertebrados-de-quatro-
gere-se a leitura do texto indicado rísticas da costa brasileira no que se refere, so- por grandes navios pesqueiros (no caso da ativi- pt-br/assuntos/aquicultura-e-
patas/. Acesso em: 22 jun. 2022.
no #FICA A DICA, Professor. bretudo, a aspectos econômicos e científicos. dade pesqueira), e os riscos de acidentes envol- pesca/rede-do-pescado/atividade-
vendo o derramamento de petróleo (no caso da pesqueira. Acesso em: 22 jun.
Com relação às atividades econômicas desen-
2022.
volvidas na costa brasileira, especificamente, extração de petróleo).
170 171 Comentários sobre
a atividade
2. O objetivo desta atividade é

O ASSUNTO É...
D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV2.indd 170-171 26/08/22 12:29
A telefonia móvel tornou-se
3G 3G que os estudantes conheçam
popular no mundo na década de 1G 1G2G 2G 4G 4G o conceito de “Internet das
1960 e na década de 1990 no Brasil.
coisas” e que a representem
A partir daí, a cobertura e os serviços 5G 5G em um cartaz digital, utilizando
possíveis aumentaram a cada geração.

#FICA A DICA, PROFESSOR


a criatividade. A expressão se
Tecnologia 5G A evolução da internet móvel refere à conexão de diferentes
1G – Fazia apenas serviço de comunicação por voz. objetos utilizados cotidiana-
O termo “5G” diz respeito à quinta geração da tecnologia utilizada em
2G – Permitia uso da internet e o envio/recebimento de mensagens de texto de forma limitada. mente (eletrodomésticos, carros
redes móveis, por meio das quais é possível acesso à internet, em que os dados 3G – Presente nos smartphones, possibilitou o uso de aplicativos, redes sociais e localização via GPS.
são transmitidos e recebidos por meio de ondas eletromagnéticas. Suas vanta- 4G – Ampliou os serviços com internet e chamadas em vídeo.
etc.) à internet. Verificar se os
gens são maior velocidade de conexão e download de dados, além de menor 5G – Expande a conexão sem fio para além dos telefones móveis, com resposta em tempo real. estudantes incorporam algum
termo do texto ao trabalho,

Apresenta sugestões de sites, livros, artigos, documentá-


tempo de resposta para os comandos executados, tornando-a praticamente Elaborado com base em: MOTA, Vitor Luiz Gomes et al. Evolução da tecnologia de

instantânea. Essa tecnologia contribui para que a sociedade se torne mais conec- EDUCAÇÃO telefonia móvel e estudo e caracterização de um sistema móvel 5G de quinta geração.
Engevista, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 154-175, 22 fev. 2019. Disponível em: https://
como “download”, “realidade
tada, aumentando a eficiência de atividades que já são realizadas. periodicos.uff.br/engevista/article/view/27028. Acesso em: 6 abr. 2022. virtual”, “realidade aumentada”
Tecnologias como realidade
Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas possibilidades da tecnologia 5G. aumentada e realidade virtual e comunicação em tempo real.
poderão ser utilizadas como

rios e filmes que oportunizam ao professor um aprofun-


recursos educativos em sala
AVALIANDO
COTIDIANO SAÚDE
de aula.
Durante o desenvolvimento dos
Listas de supermercado ENERGIA
poderão ser feitas Cirurgias poderão ser Temas, é possível avaliar os conhe-
automaticamente por realizadas a distância, O gerenciamento da produção cimentos dos estudantes. Neste

damento sobre determinados assuntos e complementam


geladeiras, que informarão de forma remota, com
maior eficiência, por
e da distribuição da energia momento, sugerimos uma avalia-
aos celulares dos moradores poderá ser mais eficiente,
da residência quais alimentos meio de equipamentos evitando picos de consumo de
ção que compreenda os conteúdos
estão em falta. eletrônicos. energia. presentes em toda a Unidade 3, ao
longo da qual puderam desenvolver
TRANSPORTE e mobilizar as habilidades EF09CI04,

sua formação continuada, ficando a critério do professor


ILUSTRAÇÕES: ESTÚDIO AMPLA ARENA

EF09CI05, EF09CI06 e EF09CI07.


Viagens poderão ser feitas Ver orientações sobre avaliações
em carros sem motorista e
capazes de se comunicar na página XLVIII deste Manual do
com outros veículos de professor.

partilhar as informações com os estudantes.


forma instantânea.

LAZER
Baixar (fazer download)
vídeos e filmes em alta
qualidade poderá ser
feito em segundos, • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

economizando tempo dos 1. Nessa faixa de frequência, elas são do tipo micro-ondas.
usuários. 1 O acesso à internet móvel pode operar por meio de ondas eletromagnéticas na faixa de fre-
Elaborado com base em:
quência de 1010 Hz. Qual é, portanto, o tipo de onda eletromagnética utilizada?
GUIMARÃES, Leonardo. Leilão 5G: 2. Resposta pessoal.
2 A tecnologia 5G tem ampliado as possibilidades de conexão entre o mundo físico e o mundo

#FICA A DICA, ESTUDANTE


cirurgia remota, carro autônomo e
outras inovações ficarão próximas. digital, fortalecendo o que se denomina Internet das coisas. Forme um grupo com seus colegas
CNN Brasil Business, São Paulo,
2 jul. 2021. Disponível em: https:// e façam uma pesquisa sobre o significado dessa expressão. Depois, criem um cartaz digital para
www.cnnbrasil.com.br/business/ ilustrar seu significado e apresentem-no ao restante da turma. Aproveitem para pesquisar todos
leilao-do-5g-entenda-a-importancia-
da-evolucao-da-internet-para-o-
os termos citados no texto cujo significado tenha gerado dúvidas e incorporem-nos ao trabalho.
brasil/. Acesso em: 6 abr. 2022.

110 AS CORES NÃO


SÃO REAIS.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO. 111
Apresenta sugestões de sites, livros, simuladores, filmes D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 110 17/07/22 10:02 AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 111 17/07/22 10:02

Para retomar conceitos da Unidade e avaliar 1. Que aparelhos geralmente presentes em uma Essa pergunta leva os estudantes a inferir

e documentários, entre outros materiais, que o professor a compressão dos estudantes sobre o assunto,
comentar com eles que no Sol ocorrem eventos
chamados tempestades solares, que liberam
grande quantidade de energia para o espaço
casa poderiam sofrer a interferência de tempes-
tades solares? Justifique sua resposta.
Resposta: O rádio, a televisão, o computador e
o celular (pois utilizam a internet). Todos esses
que, se as ondas de rádio e as micro-ondas são
afetadas, os aparelhos que funcionam com elas
são afetados.
2. Classifique os tipos de ondas que podem ser
aparelhos funcionam ou utilizam ondas de rá-

pode indicar aos estudantes para complementar os assun-


e podem gerar interferências nos sistemas de afetados pelas tempestades solares quanto à sua
dio e micro-ondas. Sugerir aos estudantes que
comunicação da Terra, como nas ondas de rádio natureza e à forma de propagação.
expandam o raciocínio, citando outros serviços
ou micro-ondas. que poderiam ser afetados, como o sistema de Resposta: Ondas de rádio e micro-ondas são ondas
Depois, fazer as perguntas a seguir. posicionamento global (GPS). eletromagnéticas, com propagação transversal.

tos abordados. 111

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV2.indd 111 26/08/22 12:30

XII

D2-CIE-F2-2104-V9-MPG-MP-6-12-G24_AV2.indd 12 29/08/22 21:44


ORIENTAÇÕES GERAIS
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
E AS CIÊNCIAS DA NATUREZA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, lei no 9.394/1996) estabelece que a educação deve
objetivar o pleno desenvolvimento dos indivíduos, preparando-os para exercer sua cidadania e sua qualifica-
ção para o trabalho. Para isso, determina-se que o ensino deve ter uma base nacional comum, a qual deve
ser complementada com base no contexto regional e local no qual os estudantes estão inseridos, conside-
rando suas necessidades e características culturais, sociais e econômicas.
Em consonância com essa lei, foi homologada pelo Ministério da Educação (MEC) a Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC), um documento de caráter normativo e definidor do conjunto orgânico e progressi-
vo de aprendizagens a serem desenvolvidas pelos indivíduos ao longo de sua escolarização básica. Dessa for-
ma, a BNCC busca contribuir para o alinhamento de políticas e ações referentes ao pleno desenvolvimento
da educação, tais como a elaboração de conteúdos educacionais e a formulação dos currículos dos sistemas
e redes escolares estaduais e municipais. Para tanto, esse documento estabelece aprendizagens essenciais
que todos os estudantes devem desenvolver na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Mé-
dio, as quais devem possibilitar, da mesma maneira, o desenvolvimento de competências, definidas como:

[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habili-


dades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 8.

As competências que devem ser aprimoradas pelos estudantes são classificadas pela BNCC como compe-
tências gerais e competências específicas. As competências gerais são aquelas comuns a todas as áreas do
conhecimento e visam à formação humana integral, objetivando a construção de uma sociedade justa. Já as
competências específicas devem estimular o interesse e a curiosidade científica dos estudantes. Visando
contribuir para a formação dos estudantes como cidadãos atuantes na sociedade, ambas devem ser traba-
lhadas de forma integrada e articulada.
Em relação aos conteúdos escolares do Ensino Fundamental, a BNCC os organiza em unidades temá­
ticas, as quais contemplam conjuntos de objetos de conhecimento em cada área do conhecimento. Na
área de Ciências da Natureza, existem três unidades temáticas: Matéria e energia; Vida e evolução; e Terra
e Universo.
A unidade temática Matéria e energia envolve o estudo da natureza da matéria e dos diferentes usos
da energia. Assim, nessa unidade temática são contemplados estudos relacionados aos materiais e às suas
transformações, ao uso de recursos naturais e energéticos e à maneira com que foram apropriados pelos se-
res humanos ao longo da história, considerando sua relação com a sociedade e a tecnologia.
A unidade temática Vida e evolução envolve o estudo dos seres vivos (incluindo os seres humanos) e
questões relacionadas a eles. Assim, nessa unidade temática são contemplados estudos referentes às carac-
terísticas dos seres vivos, à sua organização estrutural, às formas com que se relacionam entre si e com o am-
biente, aos processos evolutivos relativos à sua diversidade e à importância da preservação da biodiversidade.

XIII

D2-CIE-F2-2104-V8-MPG-MP-G24_AV1.indd 13 22/08/22 12:15


A unidade temática Terra e Universo envolve o estudo das características da Terra e dos corpos celestes
que constituem o Sistema Solar e o Universo, de forma geral. Assim, nessa unidade temática são contempla-
dos estudos relacionados à composição, à dimensão, à localização e aos movimentos da Terra, da Lua e do
Sol, além de se promover a observação do céu e de fenômenos celestes e de ser investigada a interpretação
desses fenômenos por diversas civilizações ao longo da história.
Os objetos de conhecimento de cada uma das unidades temáticas constituem aprendizagens essenciais
que devem ser desenvolvidas pelos estudantes nas diferentes etapas de sua escolarização. Tais aprendiza-
gens são organizadas pela BNCC por meio de habilidades, cuja complexidade aumenta ao longo dos anos.
As habilidades são descritas por verbos que expressam os processos cognitivos envolvidos na habilidade,
associados ao objeto de conhecimento da aprendizagem que se espera que os estudantes adquiram. Por
exemplo, a habilidade EF06CI01 refere-se a:

(EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois


ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 345.

Nessa habilidade, o processo cognitivo envolvido é determinado pelo verbo “classificar”, e o objeto de
conhecimento a ele associado refere-se a misturas homogêneas e heterogêneas. Assim, considera-se que os
estudantes tenham desenvolvido essa habilidade quando são capazes de classificar misturas de materiais em
homogênea ou heterogênea. No entanto, para desenvolvê-la, devem ser trabalhados alguns conteúdos re-
lacionados aos materiais, como os conceitos de substâncias puras e misturas, e exemplos cotidianos de cada
um deles, aproximando os estudantes do conteúdo.
Essa e as demais habilidades são identificadas por códigos alfanuméricos, compostos de dois pares de
letras e de dois pares de números. O primeiro par de letras indica a etapa da escolarização; o primeiro par de
números indica o ano ao qual se refere a habilidade; o segundo par de letras indica o componente curricu-
lar; e o segundo par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do ano. No exem-
plo dado, a habilidade EF06CI01 refere-se: à etapa do Ensino Fundamental (EF); ao 6o ano (06); ao compo-
nente curricular de Ciências (CI); e à habilidade número um desse ano (01).
Cada componente curricular apresenta um objetivo relacionado às habilidades que são trabalhadas. Em
relação ao componente de Ciências, as habilidades:

[...] mobilizam conhecimentos conceituais, linguagens e alguns dos princi-


pais processos, práticas e procedimentos de investigação envolvidos na dinâ-
mica da construção de conhecimentos na ciência.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular:


educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 330.

Dessa forma, tendo um compromisso com o desenvolvimento das habilidades de Ciências, bem como das
competências gerais e específicas estabelecidas pela BNCC, almeja-se que os estudantes compreendam os
fenômenos naturais, sociais e tecnológicos do mundo ao seu redor e até temáticas amplas e globais, a fim
de que, utilizando os conhecimentos científicos que vão construir ao longo de sua escolarização, desenvol-
vam e formem conjuntos de atitudes e de valores orientados por princípios éticos e políticos, visando a uma
sociedade justa, democrática e inclusiva, nos termos da LDB.
Nesta coleção, as habilidades estabelecidas pela BNCC podem ser desenvolvidas a partir do trabalho com os
conteúdos a elas relacionados. Além disso, podem ser mobilizadas pelos estudantes durante a realização de diver-
sas atividades presentes ao final dos Temas e em algumas seções, as quais utilizam diversos recursos, como textos
citados, mapas, tabelas, quadros, tirinhas, charges e outros. O uso de recursos variados também objetiva que
desenvolvam práticas de seleção de informações e dados, argumentos e outras referências em fontes confiáveis.
Para auxiliar o trabalho com as habilidades, há orientações didáticas ao longo das Unidades.

XIV

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É importante ressaltar, no entanto, que algumas Unidades não trabalham habilidades específicas da
BNCC, mas trazem conteúdos importantes e necessários para o desenvolvimento posterior delas. Um exem-
plo é a Unidade 3 do 6o ano. Essa Unidade traz alguns conteúdos relativos à Ecologia, como os conceitos de
hábitat, nicho ecológico, cadeias alimentares e relações ecológicas dos seres vivos. Não existe habilidade na
BNCC que estabeleça a abordagem desses conteúdos para esse ano. Entretanto, além do fato de terem sido
tradicionalmente trabalhados no 6o ano por um longo período, sua abordagem é importante para o desen-
volvimento de habilidades posteriores, como as relacionadas a ecossistemas e impactos nos ecossistemas,
vistas no 7o ano (habilidades EF07CI07 e EF07CI08).
É importante destacar que, além das habilidades da BNCC possibilitarem ligações entre diversos assuntos
necessários para sua assimilação, elas também permitem uma complementação e um aprofundamento de
conceitos durante todo o Ensino Fundamental.
Vamos retomar e aprofundar o exemplo da habilidade EF07CI07. Ao iniciar o 7o ano, tem-se o foco da
Unidade 1 no Tema Biodiversidade. É coerente dizer que a apresentação de termos e conteúdos relacionados
à Zoologia, como a nomenclatura, a classificação e as características dos seres vivos, são importantes para a
maior efetividade do trabalho com essa habilidade, já que ela aborda as características dos ecossistemas bra-
sileiros e sua relação com a flora e a fauna. Concomitantemente, ao abordar esses assuntos foram resgata-
das e aprofundadas as habilidades EF03CI04, EF03CI05 e EF03CI06, trabalhadas na unidade temática Vida
e evolução do 3o ano. Dessa maneira, determinados conteúdos podem ser trabalhados de maneira espiral,
complementando a formação do estudante.
Ao longo de todas as Unidades, o desenvolvimento de competências gerais e específicas também é propi-
ciado, com destaque para as seções que constituem a coleção. O trabalho com aspectos da natureza da Ci-
ência e de práticas investigativas, com linguagens e materiais digitais e com a valorização da autonomia dos
estudantes, é exemplo de como as competências podem ser trabalhadas e incentivadas nesta coleção.
Todas essas informações, referentes às habilidades e competências da BNCC presentes nas Unidades da
coleção, estão explicitadas neste Manual do professor, de modo a contribuir com a organização e o plane-
jamento das aulas.

As competências gerais e as competências específicas


das Ciências da Natureza
As competências gerais da BNCC trabalhadas nos anos finais do Ensino Fundamental estão listadas a seguir.
O trabalho com as competências gerais nesta coleção é demonstrado a partir de exemplos presentes na seção
BNCC na prática das Orientações específicas para o Volume.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação
e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção
artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

XV

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5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns
que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 9-10.

As competências específicas de Ciências da Natureza da BNCC trabalhadas nos anos finais do Ensino Fundamental
estão listadas a seguir.
O trabalho com as competências específicas é demonstrado a partir de exemplos concretos na seção BNCC na prá­
tica das Orientações específicas para o Volume.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL


1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos
da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como
também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do
mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam
a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem
preconceitos de qualquer natureza.

6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro,
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das
Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva,
com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 324.

XVI

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As habilidades de Ciências da Natureza na BNCC
As habilidades da BNCC trabalhadas nos anos finais do Ensino Fundamental, por ano e por unidade temática,
estão listadas a seguir.
O trabalho com as habilidades é demonstrado a partir de exemplos concretos na seção BNCC na prática das
Orientações específicas para o Volume.

CIÊNCIAS • 6o ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• (EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais
materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).
• Misturas homogêneas • (EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de
e heterogêneas misturas de materiais que originam produtos diferentes dos que foram misturados (mistura
• Separação de ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc.).
MATÉRIA de materiais
E ENERGIA • (EF06CI03) Selecionar métodos mais adequados para a separação de diferentes sistemas
• Materiais sintéticos heterogêneos a partir da identificação de processos de separação de materiais (como a
• Transformações produção de sal de cozinha, a destilação de petróleo, entre outros).
químicas • (EF06CI04) Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao
desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos
socioambientais.

• (EF06CI05) Explicar a organização básica das células e seu papel como unidade estrutural
e funcional dos seres vivos.

• (EF06CI06) Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou


digitais), que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes
níveis de organização.
• Célula como
unidade da vida • (EF06CI07) Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação das ações motoras e
VIDA E • Interação entre os sensoriais do corpo, com base na análise de suas estruturas básicas e respectivas funções.
EVOLUÇÃO sistemas locomotor • (EF06CI08) Explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na
e nervoso interação do organismo com o meio e, com base no funcionamento do olho humano,
• Lentes corretivas selecionar lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão.

• (EF06CI09) Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam


da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.

• (EF06CI10) Explicar como o funcionamento do sistema nervoso pode ser afetado por
substâncias psicoativas.

• (EF06CI11) Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura
interna à atmosfera) e suas principais características.

• (EF06CI12) Identificar diferentes tipos de rocha, relacionando a formação de fósseis


a rochas sedimentares em diferentes períodos geológicos.
TERRA E • Forma, estrutura e
UNIVERSO movimentos da Terra • (EF06CI13) Selecionar argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra.

• (EF06CI14) Inferir que as mudanças na sombra de uma vara (gnômon) ao longo do dia em
diferentes períodos do ano são uma evidência dos movimentos relativos entre a Terra e o
Sol, que podem ser explicados por meio dos movimentos de rotação e translação da Terra
e da inclinação de seu eixo de rotação em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol.

XVII

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CIÊNCIAS • 7o ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• (EF07CI01) Discutir a aplicação, ao longo da história, das máquinas simples e propor
soluções e invenções para a realização de tarefas mecânicas cotidianas.
• (EF07CI02) Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica nas diferentes situações
de equilíbrio termodinâmico cotidianas.
• Máquinas simples
• Formas de • (EF07CI03) Utilizar o conhecimento das formas de propagação do calor para justificar a
utilização de determinados materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana, explicar o
propagação do calor
princípio de funcionamento de alguns equipamentos (garrafa térmica, coletor solar etc.) e/
• Equilíbrio ou construir soluções tecnológicas a partir desse conhecimento.
MATÉRIA
E ENERGIA termodinâmico
• (EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico para a manutenção da vida na
e vida na Terra
Terra, para o funcionamento de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas.
• História dos
combustíveis e das • (EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustível e máquinas térmicas ao
longo do tempo, para avaliar avanços, questões econômicas e problemas socioambientais
máquinas térmicas
causados pela produção e uso desses materiais e máquinas.
• (EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida
cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos
materiais e tecnologias (como automação e informatização).
• (EF07CI07) Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à
quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc.,
correlacionando essas características à flora e fauna específicas.
• (EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças
• Diversidade nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações,
de ecossistemas podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.
• Fenômenos naturais • (EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com
VIDA E
e impactos ambientais base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil,
EVOLUÇÃO cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica
• Programas e
entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.
indicadores de
saúde pública • (EF07CI10) Argumentar sobre a importância da vacinação para a saúde pública, com base
em informações sobre a maneira como a vacina atua no organismo e o papel histórico da
vacinação para a manutenção da saúde individual e coletiva e para a erradicação de doenças.
• (EF07CI11) Analisar historicamente o uso da tecnologia, incluindo a digital, nas diferentes
dimensões da vida humana, considerando indicadores ambientais e de qualidade de vida.
• (EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição,
e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição.

• Composição do ar • (EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental
para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo
• Efeito estufa seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.)
• Camada de ozônio e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.
TERRA E • Fenômenos naturais • (EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando
UNIVERSO (vulcões, terremotos os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas
e tsunamis) individuais e coletivas para sua preservação.
• Placas tectônicas • (EF07CI15) Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tsunamis) e justificar
e deriva continental a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil, com base no modelo das placas tectônicas.
• (EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da
deriva dos continentes.

XVIII

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CIÊNCIAS • 8o ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• (EF08CI01) Identificar e classificar diferentes fontes (renováveis e não renováveis) e tipos
de energia utilizados em residências, comunidades ou cidades.

• (EF08CI02) Construir circuitos elétricos com pilha/bateria, fios e lâmpada ou outros


dispositivos e compará-los a circuitos elétricos residenciais.
• Fontes e tipos
de energia • (EF08CI03) Classificar equipamentos elétricos residenciais (chuveiro, ferro, lâmpadas, TV,
rádio, geladeira etc.) de acordo com o tipo de transformação de energia (da energia elétrica
• Transformação
para a térmica, luminosa, sonora e mecânica, por exemplo).
de energia
MATÉRIA • (EF08CI04) Calcular o consumo de eletrodomésticos a partir dos dados de potência
• Cálculo de consumo
E ENERGIA (descritos no próprio equipamento) e tempo médio de uso para avaliar o impacto de cada
de energia elétrica
equipamento no consumo doméstico mensal.
• Circuitos elétricos
• Uso consciente • (EF08CI05) Propor ações coletivas para otimizar o uso de energia elétrica em sua escola e/
de energia elétrica ou comunidade, com base na seleção de equipamentos segundo critérios de sustentabilidade
(consumo de energia e eficiência energética) e hábitos de consumo responsável.

• (EF08CI06) Discutir e avaliar usinas de geração de energia elétrica (termelétricas,


hidrelétricas, eólicas etc.), suas semelhanças e diferenças, seus impactos socioambientais,
e como essa energia chega e é usada em sua cidade, comunidade, casa ou escola.

• (EF08CI07) Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e animais em relação


aos mecanismos adaptativos e evolutivos.

• (EF08CI08) Analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade considerando


a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso.

• Mecanismos • (EF08CI09) Comparar o modo de ação e a eficácia dos diversos métodos contraceptivos
VIDA E reprodutivos e justificar a necessidade de compartilhar a responsabilidade na escolha e na utilização
EVOLUÇÃO do método mais adequado à prevenção da gravidez precoce e indesejada e de Doenças
• Sexualidade Sexualmente Transmissíveis (DST).

• (EF08CI10) Identificar os principais sintomas, modos de transmissão e tratamento de


algumas DST (com ênfase na AIDS), e discutir estratégias e métodos de prevenção.

• (EF08CI11) Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade


humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética).

• (EF08CI12) Justificar, por meio da construção de modelos e da observação da Lua no


céu, a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições relativas entre
Sol, Terra e Lua.

• (EF08CI13) Representar os movimentos de rotação e translação da Terra e analisar o


papel da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrência
das estações do ano, com a utilização de modelos tridimensionais.
TERRA E • Sistema Sol, Terra e Lua
• (EF08CI14) Relacionar climas regionais aos padrões de circulação atmosférica e oceânica
UNIVERSO • Clima e ao aquecimento desigual causado pela forma e pelos movimentos da Terra.

• (EF08CI15) Identificar as principais variáveis envolvidas na previsão do tempo e simular


situações nas quais elas possam ser medidas.

• (EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental


a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela
intervenção humana.

XIX

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CIÊNCIAS • 9o ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
• (EF09CI01) Investigar as mudanças de estado físico da matéria e explicar essas
transformações com base no modelo de constituição submicroscópica.
• (EF09CI02) Comparar quantidades de reagentes e produtos envolvidos em transformações
químicas, estabelecendo a proporção entre as suas massas.
• (EF09CI03) Identificar modelos que descrevem a estrutura da matéria (constituição do
• Aspectos quantitativos átomo e composição de moléculas simples) e reconhecer sua evolução histórica.
das transformações • (EF09CI04) Planejar e executar experimentos que evidenciem que todas as cores de luz
químicas podem ser formadas pela composição das três cores primárias da luz e que a cor de um
MATÉRIA objeto está relacionada também à cor da luz que o ilumina.
E ENERGIA • Estrutura da matéria
• (EF09CI05) Investigar os principais mecanismos envolvidos na transmissão e recepção
• Radiações e suas de imagem e som que revolucionaram os sistemas de comunicação humana.
aplicações na saúde
• (EF09CI06) Classificar as radiações eletromagnéticas por suas frequências, fontes e
aplicações, discutindo e avaliando as implicações de seu uso em controle remoto, telefone
celular, raio X, forno de micro-ondas, fotocélulas etc.
• (EF09CI07) Discutir o papel do avanço tecnológico na aplicação das radiações na medicina
diagnóstica (raio X, ultrassom, ressonância nuclear magnética) e no tratamento de doenças
(radioterapia, cirurgia ótica a laser, infravermelho, ultravioleta etc.).
• (EF09CI08) Associar os gametas à transmissão das características hereditárias, estabelecendo
relações entre ancestrais e descendentes.
• (EF09CI09) Discutir as ideias de Mendel sobre hereditariedade (fatores hereditários,
segregação, gametas, fecundação), considerando-as para resolver problemas envolvendo
a transmissão de características hereditárias em diferentes organismos.
• (EF09CI10) Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin apresentadas em
• Hereditariedade textos científicos e históricos, identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias
e sua importância para explicar a diversidade biológica.
VIDA E • Ideias evolucionistas
EVOLUÇÃO • (EF09CI11) Discutir a evolução e a diversidade das espécies com base na atuação da seleção
• Preservação da natural sobre as variantes de uma mesma espécie, resultantes de processo reprodutivo.
biodiversidade
• (EF09CI12) Justificar a importância das unidades de conservação para a preservação da
biodiversidade e do patrimônio nacional, considerando os diferentes tipos de unidades
(parques, reservas e florestas nacionais), as populações humanas e as atividades a eles
relacionados.
• (EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas
ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo
consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.
• (EF09CI14) Descrever a composição e a estrutura do Sistema Solar (Sol, planetas rochosos,
• Composição, estrutura e planetas gigantes gasosos e corpos menores), assim como a localização do Sistema Solar na
localização do Sistema nossa Galáxia (a Via Láctea) e dela no Universo (apenas uma galáxia dentre bilhões).
Solar no Universo • (EF09CI15) Relacionar diferentes leituras do céu e explicações sobre a origem da Terra,
• Astronomia e cultura do Sol ou do Sistema Solar às necessidades de distintas culturas (agricultura, caça, mito,
TERRA E orientação espacial e temporal etc.).
• Vida humana
UNIVERSO • (EF09CI16) Selecionar argumentos sobre a viabilidade da sobrevivência humana fora da
fora da Terra
Terra, com base nas condições necessárias à vida, nas características dos planetas e nas
• Ordem de grandeza distâncias e nos tempos envolvidos em viagens interplanetárias e interestelares.
astronômica • (EF09CI17) Analisar o ciclo evolutivo do Sol (nascimento, vida e morte) baseado no
• Evolução estelar conhecimento das etapas de evolução de estrelas de diferentes dimensões e os efeitos
desse processo no nosso planeta.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 344-351.

XX

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CONTEÚDOS DA COLEÇÃO
As Unidades de cada volume buscam apresentar os conteúdos de forma equilibrada e adequada ao
momento escolar dos estudantes. Observe os quadros a seguir.

CIÊNCIAS • 6o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
1. Características gerais dos seres vivos Habilidades
Unidade 1
2. O microscópio e o estudo das células EF06CI05
Organização dos seres vivos
3. A organização do corpo humano EF06CI06
Habilidades
1. Movimentação dos animais
Unidade 2 EF06CI07
VIDA E EVOLUÇÃO 2. A coordenação dos animais
Movimento, coordenação EF06CI08
3. Percepção do ambiente
e sentido dos animais EF06CI09
4. Corpo humano e saúde
EF06CI10
Unidade 3 1. Noções de Ecologia

Ecologia 2. Relações entre os seres vivos
Unidade 4 1. Materiais naturais e materiais sintéticos Habilidade
Os materiais e o ambiente 2. Impactos ambientais EF06CI04
1. Transformações físicas e químicas
Unidade 5 dos materiais Habilidade
MATÉRIA E ENERGIA Investigando os materiais 2. Transformações químicas dos materiais EF06CI02
3. Propriedades dos materiais
Unidade 6 Habilidades
1. Substâncias puras e misturas
Misturas e separação EF06CI01
2. Separação de misturas
de misturas EF06CI03
Habilidades
Unidade 7 1. O que conhecemos da Terra
EF06CI11
Estrutura do planeta Terra 2. O solo
EF06CI12
TERRA E UNIVERSO
Unidade 8 Habilidades
1. O formato da Terra
O formato e os EF06CI13
2. Movimentos da Terra
movimentos da Terra EF06CI14

CIÊNCIAS • 7o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
1. O que é biodiversidade?
Unidade 1 2. Bactérias, protoctistas e fungos

Biodiversidade 3. Animais
4. Plantas
VIDA E EVOLUÇÃO 1. Biomas mundiais
2. Biomas Amazônia e Caatinga
Habilidades
Unidade 2 3. Biomas Cerrado e Pantanal
EF07CI07
Biomas 4. Biomas Mata Atlântica e Pampa
EF07CI08
e ecossistemas costeiros
5. Impactos nos biomas

XXI

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CIÊNCIAS • 7o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
Habilidades
Unidade 3 1. A saúde da população
EF07CI09
VIDA E EVOLUÇÃO 2. Avaliação da saúde
Saúde pública EF07CI10
3. Manutenção da saúde
EF07CI11
Unidade 4 1. Força e movimento
Habilidade
Energia e força nos 2. Ampliando forças
EF07CI01
movimentos 3. Energia e movimento
1. Temperatura e calor
Habilidades
Unidade 5 2. Propagação de calor
EF07CI02
MATÉRIA E ENERGIA Energia térmica 3. A energia térmica nos alimentos e em
EF07CI03
nosso corpo
Habilidades
Unidade 6 1. Equilíbrio termodinâmico e máquinas
EF07CI04
Energia térmica nos térmicas
EF07CI05
movimentos 2. Evolução das máquinas térmicas
EF07CI06
Habilidades
Unidade 7 1. O ar, a Terra e o ser humano EF07CI12
Atmosfera terrestre 2. Poluição do ar EF07CI13
TERRA E UNIVERSO EF07CI14
Unidade 8 Habilidades
1. A movimentação da crosta terrestre
EF07CI15
A dinâmica da Terra 2. Evidências da dinâmica da Terra
EF07CI16

CIÊNCIAS • 8o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
1. Vida e reprodução
Unidade 1 2. A reprodução e o desenvolvimento
Reprodução e dos animais Habilidade
desenvolvimento dos 3. A reprodução de bactérias, protozoários EF08CI07
seres vivos e fungos
4. A reprodução das plantas
VIDA E EVOLUÇÃO Unidade 2
1. As glândulas e os hormônios Habilidade
Hormônios, sistema
2. Sistema genital e puberdade EF08CI08
genital e puberdade
Habilidades
Unidade 3 1. Gestação e nascimento
EF08CI09
Reprodução humana 2. Contracepção e prevenção
EF08CI10
e sexualidade 3. Sexo e sexualidade
EF08CI11
Unidade 4 1. Formas e fontes de energia Habilidade
Recursos energéticos 2. Matriz energética EF08CI01
MATÉRIA E ENERGIA Habilidades
1. Eletricidade
Unidade 5 EF08CI02
2. Circuito elétrico
Energia elétrica EF08CI03
3. Consumo de energia elétrica
EF08CI04

XXII

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CIÊNCIAS • 8o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
Habilidades
Unidade 6
1. Usinas de geração de energia elétrica EF08CI04
MATÉRIA E ENERGIA Geração e consumo
2. Consumo sustentável de energia elétrica EF08CI05
de energia elétrica
EF08CI06
Unidade 7 Habilidades
1. Movimentos da Terra e as estações do ano
Movimentos da Terra EF08CI12
2. Movimentos e fases da Lua
e da Lua EF08CI13
TERRA E UNIVERSO Habilidades
Unidade 8 1. Previsão do tempo EF08CI14
Tempo e clima 2. Clima EF08CI15
EF08CI16

CIÊNCIAS • 9o ANO
UNIDADE TEMÁTICA
UNIDADE TEMAS BNCC
DA BNCC
1. Estados e transformações físicas da
matéria
Habilidades
2. Transformações químicas da matéria
Unidade 1 EF09CI01
3. A constituição da matéria
Investigando a matéria EF09CI02
4. A tabela periódica
EF09CI03
5. Balanceamento e análise de reações
químicas no ambiente
MATÉRIA E ENERGIA Habilidades
Unidade 2 1. Ondas
EF09CI05
Ondas e som 2. Som
EF09CI07
Habilidades
EF09CI04
Unidade 3 1. Do rádio à luz visível
EF09CI05
Ondas eletromagnéticas 2. Do ultravioleta aos raios gama
EF09CI06
EF09CI07
Habilidades
Unidade 4 1. Introdução à Genética
EF09CI08
Genética 2. A Genética e o ser humano
EF09CI09
1. Origem da vida Habilidades
Unidade 5
VIDA E EVOLUÇÃO 2. Evolução dos seres vivos EF09CI10
Evolução
3. Surgimento de novas espécies EF09CI11
Unidade 6 1. Preservação e conservação Habilidades
Biodiversidade e da biodiversidade EF09CI12
sustentabilidade 2. Ações sustentáveis EF09CI13
Habilidades
Unidade 7 1. A Astronomia
EF09CI14
Estrutura do Universo 2. Além da Terra
EF09CI17
TERRA E UNIVERSO
Habilidades
Unidade 8 1. Os povos e os astros
EF09CI15
Astronomia e sociedade 2. Astrobiologia
EF09CI16

XXIII

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
O ENSINO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA NO SÉCULO XXI
As descrições na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como a própria Constituição brasileira
(Art. 205), deixam claro que a educação deve garantir o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Em um contexto de transformações, a modernização
da sociedade impõe novas exigências educacionais, com repercussões tanto na interface da educação com o
mundo do trabalho quanto na educação com a cidadania.
Assim, a educação científica deve promover o pensamento crítico, encorajar o letramento científico em
uma perspectiva social e instrumentalizar as pessoas, diariamente confrontadas com questões éticas e morais,
próprias da excessiva oferta de informação na sociedade tecnológica.
O papel da cultura científica, nesse contexto, é a formação e a capacitação de cidadãos para compreender
e modificar o mundo, extrapolando a visão reducionista e parcial de um ensino apenas atento às expectativas
do mercado.

Letramento científico
Especificamente na área de Ciências da Natureza, os objetivos educacionais incluem o letramento cien-
tífico que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico) e
de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências (BRASIL, 2018). Dessa forma, a
principal característica é a atuação efetiva na vida cotidiana em função da importância do papel da Ciência.
Isso significa que a formação de uma população não deve se limitar à sua capacidade de ler e escrever, mas
precisa envolver também uma alfabetização matemática, científica e tecnológica de qualidade, porque isso
torna os indivíduos mais autônomos.
Na BNCC, o letramento científico:

[...] pressupõe organizar as situações de aprendizagem partindo de questões


que sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o inte-
resse e a curiosidade científica dos alunos e possibilitem definir problemas, levantar,
analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
Brasília, DF: MEC, 2018. p. 322.

Quando falamos de letramento científico, estamos nos referindo a um conceito que envolve, simultane-
amente, três dimensões. A primeira dimensão é aprender Ciência, ou seja, adquirir e desenvolver conheci-
mentos conceitualmente. A segunda dimensão diz respeito ao aprender sobre Ciência, ou seja, compreen-
der a natureza e os métodos científicos, bem como a evolução e a história da própria Ciência e sua relação
com a Tecnologia. Finalmente, a terceira dimensão implica aprender a fazer Ciência, ou seja, adquirir com-
petências para desenvolver atividades relativas à Ciência e resolver problemas propostos (HODSON, 1998
apud CACHAPUZ; PRAIA; JORGE, 2004). Tais características demonstram a amplitude e a complexidade de
trabalhar Ciências na escola e destacam o processo investigativo como elemento norteador da formação
dos estudantes.
Partindo dessas premissas, o ensino de Ciências deve promover situações que possibilitem aos estudantes
desenvolver aptidão para:

XXIV

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[...]

Definição de problemas
• Observar o mundo a sua volta e fazer perguntas.
• Analisar demandas, delinear problemas e planejar investigações.
• Propor hipóteses.
Levantamento, análise e representação
• Planejar e realizar atividades de campo (experimentos, observações, leituras,
visitas, ambientes virtuais etc.).
• Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive digitais, para coleta, análise e repre-
sentação de dados (imagens, esquemas, tabelas, gráficos, quadros, diagramas,
mapas, modelos, representações de sistemas, fluxogramas, mapas conceituais,
simulações, aplicativos etc.).
• Avaliar informação (validade, coerência e adequação ao problema formulado).
• Elaborar explicações e/ou modelos.
• Associar explicações e/ou modelos à evolução histórica dos conhecimentos
científicos envolvidos.
• Selecionar e construir argumentos com base em evidências, modelos e/ou
conhecimentos científicos.
• Aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente, e de modo significativo,
o conhecimento científico.
• Desenvolver soluções para problemas cotidianos usando diferentes ferramentas,
inclusive digitais.
Comunicação
• Organizar e/ou extrapolar conclusões.
• Relatar informações de forma oral, escrita ou multimodal.
• Apresentar, de forma sistemática, dados e resultados de investigações.
• Participar de discussões de caráter científico com colegas, professores, familiares
e comunidade em geral.
• Considerar contra-argumentos para rever processos investigativos e conclusões.
Intervenção
• Implementar soluções e avaliar sua eficácia para resolver problemas cotidianos.
• Desenvolver ações de intervenção para melhorar a qualidade de vida individual,
coletiva e socioambiental.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.


Brasília, DF: MEC, 2018. p. 323.

Assim, é importante que os estudantes tenham ferramentas para analisar os conhecimentos científicos
apresentados, a ponto de questioná-los ou utilizá-los como instrumento de avaliação de situações vivenciadas
fora da escola. Isso é fundamental, porque a Ciência e a Tecnologia estão presentes em vários momentos da
vida, por meio de aparatos e invenções que modernizam, facilitam e, ao mesmo tempo, trazem novos problemas
ambientais, sociais, econômicos, por exemplo, ao nosso cotidiano.
Conseguir que os estudantes se apropriem do conhecimento científico coloca-se como um desafio bastante
atual para o professor, diante de todas as transformações que vêm ocorrendo na educação e na própria sociedade.
A proposta de problematizações prévias do conteúdo como pontos de partida, a vinculação dos conteúdos ao
cotidiano dos estudantes e o estabelecimento de relações interdisciplinares que estimulem o raciocínio, a reso-
lução de problemas cotidianos e uma leitura de mundo complexa e reflexiva são maneiras de tornar o processo
de ensino de Ciências mais efetivo.

XXV

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DESAFIOS DO ENSINO E O PROFESSOR
DE CIÊNCIAS DO SÉCULO XXI
É fato que a identificação cultural da atual geração de jovens se dá pela exposição cotidiana às mí-
dias, como games, vídeos, redes sociais, além de seu contato com inúmeras formas visuais da publicidade.
A oferta extraordinária de informação resultante dos avanços tecnológicos fez com que o principal desafio do
cérebro humano deixasse de ser o de armazenar a maior quantidade possível de conhecimentos e passasse a
ser o de conectar os aprendizados para a resolução de problemas de forma integrada às várias dimensões do
ser humano, com suas aspirações, emoções, relações com as outras pessoas e com o ambiente, e demandasse
cada vez mais possibilidades de reflexão e de ampliação da leitura de um mundo cada vez mais complexo.
Em tal contexto, em que a produção de informação parece não ter limites, ensinar e formar crianças, adoles-
centes e jovens torna-se um grande desafio. A prática docente, portanto, deve ser não apenas inovadora, mas
também visar formar um estudante atuante e proativo, ao mesmo tempo protagonista e responsável pelos seus
atos no presente e no futuro.
Com esse objetivo em mente, é importante que a prática do professor caminhe em direção ao aprendizado
associado às práticas sociais e ao cotidiano do estudante. Dessa forma, a aprendizagem ganha significado e,
assim, o aprendiz torna-se ativo em seu próprio processo de ensino e aprendizagem.
Os estudantes são os responsáveis finais pela sua aprendizagem, porque são agentes que atribuem significado
e sentido aos conhecimentos. Entretanto, é o professor quem determina as estratégias que possibilitam a inte-
gração entre os conceitos, para que os significados sejam construídos. A mediação do professor nesse processo
torna-se essencial para que os estudantes construam seus conhecimentos, a partir do acesso à informação
relevante. A mediação também é fundamental para a reconstrução de representações a partir das experiências
cotidianas dos estudantes. Assim, o ensino de Ciências deixa de ser transmissivo e passa a ser compreendido
como um processo construtivo.
De acordo com essa perspectiva, os estudantes constroem significados relativos aos conteúdos escolares
como resultado de uma dinâmica interna própria, mas a natureza cultural dos conteúdos marca a direção na
qual esse processo construtivo deve ser orientado a partir do exterior, por meio da intervenção do professor.
A prática docente expressa-se, portanto, na ação, reflexão e transformação do sujeito, constituindo a natureza
não material da educação escolar, isto é, a produção de ideias, símbolos, hábitos, atitudes e habilidades.
Se os estudantes são os responsáveis finais pela sua aprendizagem, ao atribuir significado aos conteúdos,
então, o professor, cumprindo seu papel de mediador, torna-se o responsável por orientar o processo de
aprendizagem, a partir das atividades escolares e do gerenciamento em maior ou menor grau de amplitude
e profundidade dos significados construídos.
Durante esse processo de orientação, é preciso ter consciência de que as decisões tomadas em sala de aula
devem ser voltadas para o desenvolvimento de habilidades e competências, dando ênfase ao papel protagonista
dos estudantes, capazes de desenvolver o aprendizado a partir da experimentação, da troca de informações e de
vivências, da criação de modelos e de soluções e da resolução de problemas. Essa aprendizagem centrada nos
estudantes favorece a socialização e a autonomia deles, fomentando o desenvolvimento de sujeitos cooperativos,
dinâmicos, críticos, reflexivos, éticos e responsáveis, aptos para o exercício da cidadania. No entanto, é importante
destacar que o protagonismo estudantil não implica depreciar o papel do docente, mas transformá-lo, pois, nessa
perspectiva, o professor torna-se essencial para a mediação e a orientação do processo de ensino e aprendizagem.
Considerando a mediação como base para o aprendizado, é importante compreender a relação exis-
tente entre a mediação e as funções (ou processos) psicológicas superiores, proposta por Vygotski (2003).
Estas se referem à atenção e à percepção; ao controle do comportamento; à linguagem e ao raciocínio; e
à capacidade de memorização, de planejamento, de atenção e de abstração. Elas são desenvolvidas durante a
formação do sujeito, a partir de suas experiências, relações sociais e culturais, bem como por meio da mediação
por instrumentos e signos.

XXVI

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Os instrumentos são elementos materiais, físicos, concretos. Durante a aula, alguns exemplos que podem
ser utilizados pelos professores são: equipamentos laboratoriais, jogos de tabuleiro, recursos tecnológicos
(slides, vídeos, filmes, computadores, por exemplo), entre outros. Os signos, por sua vez, são as palavras, os
conceitos, os significados, as representações mentais, ou seja, tudo aquilo que faz parte da cultura em que o
indivíduo se encontra inserido. É a partir da mediação que os estudantes organizarão sua relação com os ins-
trumentos e os signos e, apoiados nela e na interação consigo mesmos, com os outros e com os aspectos so-
ciais e culturais do meio que os cerca, serão capazes de formar novos conceitos.
Logo, não basta apenas inserir instrumentos em sala de aula de forma contextualizada. É necessário incentivar
a socialização entre os estudantes, explorar seus conhecimentos prévios, estimular seu raciocínio, sua autonomia
e a cooperação, intervindo de forma a (re)organizar seus conhecimentos, favorecendo o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores, anteriormente citados.
Ademais, deve-se considerar que, dentro da sala de aula, há diferentes indivíduos, que, mesmo reunidos em
agrupamentos dadas as suas afinidades, aprendem de forma distinta. Portanto, diversificar os instrumentos didáti-
cos utilizados em sala de aula é fundamental, de modo a estimular a memória visual, auditiva e cinestésica. Ainda,
os estudantes apresentam diferentes graus de desenvolvimentos e dificuldades, os quais devem ser investigados
e considerados durante a mediação e a avaliação. À vista disso, é primordial a criação de um relacionamento
interpessoal entre o professor e os estudantes, sendo o diálogo o primeiro passo nesse processo.
Dentro da sala de aula, as relações interpessoais podem ser exploradas a partir do desenvolvimento de ativi-
dades e de trabalhos em grupo e por meio de pesquisas realizadas pelos estudantes, promovendo a socialização
e a investigação.
Porém, na escola há várias formas de relações interpessoais que ultrapassam os limites da sala de aula
e que podem ser estabelecidas entre os estudantes e diversos agentes, tendo em vista que a comunidade
escolar é composta de gestores, professores, demais funcionários, estudantes e seus responsáveis, além da
comunidade local. Dessa forma, a troca de saberes e experiências também ocorre por meio da socialização
com esses indivíduos. Inclusive, essas trocas também se fazem relevantes para a reflexão e ressignificação da
prática docente.
Com isso, a escola assume um novo papel, que não é limitado ao ensino de conteúdos estanques e orga-
nizados em componentes curriculares que não dialogam entre si. A escola do século XXI, pois, deve priorizar
a formação integral dos indivíduos, para que sejam capazes de atuar de forma crítica, justa e significativa na
realidade que os cerca.

Cultura juvenil, projeto de vida e saúde mental


A cultura juvenil é uma construção social multifacetada. Portanto, ao pensar nas juventudes, é importante
considerar não apenas sua faixa etária, mas também as diferentes formas pelas quais os jovens se expressam e
vivenciam essa etapa da vida. Essas vivências estão relacionadas às condições socioeconômicas, aos hábitos de
consumo, aos gêneros estéticos na arte, como o cinema e a música, às dimensões da sexualidade, aos desejos
e às vontades, entre outros aspectos.
Apesar de complexos, é possível estabelecer relações entre os modos de cultura, anseios e projetos de vida
da juventude e o contexto histórico vivenciados pelos estudantes, isto é, com os movimentos sociais, culturais
e políticos que marcam a época em que esses indivíduos se encontram inseridos. Por exemplo, ao final da década
de 1950, a cultura jovem brasileira passou a ser influenciada pelo rock and roll, gênero musical oriundo dos
Estados Unidos. Além das músicas, foram lançadas novas modas e praticados novos costumes, como a opção
por cabelos longos e pelo uso de minissaias, calças justas e roupas coloridas.
Já em meados da década de 1960, com o cenário ditatorial, a juventude passou a incorporar sua insatisfação
com a repressão militar em protestos sociais e estudantis que defendiam a liberdade de expressão, a igualdade
entre os gêneros, os direitos humanos, os direitos trabalhistas e o direito ao voto. No período pós-ditadura, no
final da década de 1980, gêneros musicais como o pop, o rock, o reggae e o punk popularizaram-se. Por causa
da expansão do capitalismo, os jovens começaram a estudar e a trabalhar mais cedo, com o intuito de alcançar
uma sonhada carreira profissional e a estabilidade financeira.

XXVII

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Com a ascensão da internet e das redes sociais, na década de 2000, as formas de consumo e relações sociais
foram novamente alteradas. Com a globalização e a quebra de fronteiras, as informações ficaram mais acessíveis
aos jovens. Assim, houve um choque entre diferentes tendências, estilos e influências musicais. No geral, a cultura
juvenil associou-se aos hábitos de consumo da cultura pop, compreendida como um conjunto de símbolos, valores
e práticas que se registram principalmente no intenso consumo midiático de gêneros musicais populares, moda,
revistas em quadrinhos, cinema, novelas, séries, entre outros produtos de circulação nos meios de comunicação.
Esse período também foi marcado pela luta contra a discriminação e os preconceitos, bem como pelo movimento
em prol da sustentabilidade e pela sensibilização relativa às causas ambientais.
Atualmente, a cultura juvenil materializa-se nos ambientes digitais das redes sociais, que se apresentam
como norteadoras da construção identitária de muitos jovens e como influenciadoras de seus projetos de
vida. Pela internet, os jovens podem expressar-se livremente, engajar-se em movimentos sociais, políticos,
ambientais e desenvolver forte senso crítico. Por meio das redes sociais, os jovens também podem se relacionar
virtualmente com pessoas do mundo inteiro, conhecer outras culturas, lançar e seguir tendências. É possível
dizer que, hoje, compreender o comportamento de jovens e adolescentes significa explorar seus hábitos de
consumo em uma mídia profundamente marcada pela velocidade da informação.
Apesar de serem inúmeros os benefícios dessa cultura juvenil digital, as relações sociais reais, físicas, entre
colegas, amigos e familiares, tornam-se menos sólidas. Ainda, há de se considerar que os jovens podem ter suas
vidas e opiniões expostas abertamente, sendo alvo tanto de elogios como de críticas, o que pode favorecer que
sejam expostos à prática de cyberbullying. Além disso, no que tange aos conteúdos publicados e consumidos na
internet, sabe-se que os jovens podem se deparar com fake news capazes de provocar reações diversas, como
medo, angústia, ódio e raiva. Também podem encontrar publicações, notícias, vídeos que reforçam padrões
sociais e estéticos que contribuem para o desenvolvimento de ansiedade e a diminuição da autoestima.
De acordo com uma pesquisa realizada com crianças e adultos de 21 países pelo Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) em conjunto com uma empresa privada de pesquisa de opiniões, cerca de 19% dos
adolescentes e jovens (de 15 a 24 anos) que foram entrevistados disseram que, muitas vezes, se sentem de-
primidos ou desmotivados para a realização de alguma tarefa. Esses dados destacam a importância de prestar
atenção à saúde mental dos jovens, que pode ser negativamente afetada pelo isolamento, pela exposição
on-line, pelo consumo de conteúdos publicados na internet, somados à insegurança com o futuro.
A saúde mental é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como:

[...] um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com o
estresse da vida, percebam suas habilidades, aprendam e trabalhem bem e contri-
buam para sua comunidade. É um componente integral da saúde e do bem-estar
que sustenta nossas habilidades individuais e coletivas para tomar decisões, cons-
truir relacionamentos e moldar o mundo em que vivemos. A saúde mental é um
direito humano básico. E é crucial para o desenvolvimento pessoal, comunitário
e socioeconômico.
MENTAL health: strengthening our response. World Health Organization. Genebra, 17 jun. 2022.
Tradução livre dos autores. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-
strengthening-our-response. Acesso em: 18 jul. 2022.

Considerando a definição exposta, pode-se dizer que a busca pelo bem-estar mental vai ao encontro da
manutenção de uma cultura de paz nos ambientes e nas relações sociais que se estabelecem no cotidiano.
Ou seja, também implica ser capaz de reconhecer e respeitar a diversidade das formas de pensar e de agir dos
indivíduos, além de abandonar, reprimir e combater atitudes violentas em prol do estabelecimento do diálogo
para a mediação na resolução de conflitos.

XXVIII

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Sendo a escola um local de formação e socialização, a cultura juvenil vai se expressar entre os estu-
dantes. Portanto, cabe à comunidade escolar, composta de gestores, professores, demais funcionários,
estudantes e seus responsáveis, além da comunidade local, conhecer essa cultura, bem como identificar
e dialogar com os estudantes sobre os riscos da mídia para a saúde mental. Ademais, é necessário propor
ações que incentivem o respeito entre os estudantes, levando-os a compreender e a valorizar as diferenças,
mantendo a cultura de paz.
No processo de ensino e de aprendizagem, o conhecimento da cultura juvenil é capaz de nortear os profes-
sores a organizar as aulas de forma a ampliar a conexão dos jovens com a realidade vivenciada por eles fora da
escola, despertando seus interesses e sua curiosidade e ampliando o engajamento e a motivação deles.
Em alguns momentos desta coleção, como durante a realização de atividades presentes ao final dos temas
e em seções, oportunizam-se situações para que os estudantes expressem elementos de sua cultura, como a
criação de vídeos curtos, de músicas, poemas e peças de teatro, por exemplo. É importante que o professor
identifique e explore esses momentos, incentivando o trabalho em grupo, a cooperação e o respeito, promo-
vendo uma cultura de paz.

Fake news
A facilidade de acesso aos diversos meios de comunicação existentes em nossa sociedade oportuniza a
aquisição de uma grande variedade de informações, além de possibilitar sua difusão praticamente instantânea
ao redor do mundo. Contudo, essa permissividade também contribui, de certa forma, para a desinformação,
já que parte do que é divulgado pode não ser verdade e não ter origem em fontes confiáveis de informação.
Nesse cenário, as fake news ganham destaque.
Os apontamentos de Lazer et al. (2018) permitem caracterizar as fake news como informações falsas que
são propagadas como verdadeiras, criadas com o objetivo de receber vantagens, às vezes financeiras, às ve-
zes somente reforçando uma posição, um pensamento ou uma crença. Elas atraem a atenção do público e,
geralmente, causam reações intensas, como surpresa, espanto e indignação, ou, ainda, confirmam suspeitas
pessoais para as quais não existe comprovação. Essas reações acabam mobilizando as pessoas a pronta-
mente compartilhá-las e, assim, contribuir para sua rápida propagação.
O termo fake news existe há muitos anos, mas popularizou-se recentemente. No Brasil, ganhou notoriedade
durante a pandemia da covid-19, na qual inúmeras notícias falsas circularam, dificultando, por vezes, o combate
à doença. Esse é um exemplo que evidencia o impacto negativo que informações falsas podem trazer a uma
pessoa ou a uma população.
Atualmente, um dos grandes desafios da educação escolar é capacitar os estudantes a organizar, analisar,
interpretar e assimilar as informações de forma crítica. Em se tratando de fake news, é possível orientar os
estudantes a considerar, quando lerem ou ouvirem notícias em seu cotidiano, alguns pontos para identificar
se elas são verdadeiras ou falsas, antes de compartilhá-las. Entre eles:

[...]
Onde essa notícia foi publicada?
Uma das primeiras etapas para descobrir se algo é falso é olhar onde a
notícia foi publicada. Se aquela informação foi dada por um grande veículo de
imprensa, como um jornal ou revista de circulação nacional, um telejornal que
você conhece ou um site de notícias conhecido, a chance de ser uma fake news
é mínima. [...]. Sites governamentais ou de universidades também são boas
fontes de informações confiáveis, além de agências de fomento ou organismos
multilaterais internacionais. [...]

XXIX

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A informação apareceu em mais de um veículo de comunicação?
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é a replicação da notícia.
[...] Se a mesma informação foi noticiada em vários jornais e sites, dificilmente vai
ser falsa.
Quem é o autor da matéria?
Divulgar o nome do autor de uma matéria é uma ação corriqueira e costuma
trazer credibilidade para as informações que estão sendo passadas. Quando
a matéria tem autor, vale a pena pesquisar o nome para ver se ele realmente
existe. [...]
[...]
Shutterstock.com

Quando essa notícia foi publicada?


IIIerlok_xolms/

Às vezes uma notícia é verdadeira, mas tirada de contexto ela se torna falsa.
[...] Por isso, a data de publicação é outro fator importante para verificar. Com o
tempo, resultados e fatos mudam.
[...]
ALÉM da covid-19, enfrentamos outra epidemia: a de fake news; saiba como se proteger desse
“vírus”. Instituto Butantan. São Paulo, 17 fev. 2022. Disponível em: https://butantan.gov.br/
bubutantan/alem-da-covid-19-enfrentamos-outra-epidemia-a-de-fake-news--saiba-como-se-proteger-
desse-%E2%80%9Cvirus%E2%80%9D. Acesso em: 18 jul. 2022.

É importante que os professores instruam os estudantes a checar as informações, sobretudo, sua fonte,
autoria e data de publicação. Dessa forma, docentes de diferentes áreas do conhecimento podem atuar
ativamente no combate à propagação de notícias falsas.
Nesta obra, algumas atividades e seções, em diferentes contextos, incentivam os estudantes a identificar
notícias falsas e a propor formas de combatê-las. Também são proporcionados momentos de criação de conteúdo
relevante, embasado nos conhecimentos científicos, para a comunidade e para compartilhamento em pan-
fletos, cartazes, vídeos, áudios ou outras formas de divulgação que possam ser publicadas em redes sociais.

O trabalho com pseudociências e etnociências na educação científica


O contato com diversas informações, possibilitado pelo fácil acesso aos meios de comunicação, pode, por
um lado, aproximar os estudantes dos conhecimentos científicos e, por outro, afastá-los, prejudicando sua
formação escolar.
Teorias pseudocientíficas podem popularizar-se com facilidade na sociedade. Ler sobre a descoberta de um
medicamento que aparenta proporcionar cura milagrosa para uma doença, por exemplo, pode ser muito mais
atrativo do que ler sobre um estudo que investiga a eficácia potencial de um princípio ativo para o tratamento
da mesma doença.
Essa notoriedade, de certa forma, pode ser relacionada ao fato de pseudociências oferecerem, muitas
vezes, respostas prontas e imediatas que satisfazem as necessidades emocionais das pessoas, o que dificil-
mente é ofertado pela Ciência. Nesse contexto, distinguir Ciência e pseudociência acaba se tornando cada
vez mais difícil. Conclusões científicas demandam tempo para serem formuladas (em virtude dos inúmeros
estudos que são realizados, do valor dos investimentos necessários à condução de pesquisas, da quantidade
de profissionais qualificados envolvidos, entre outros fatores) e podem, ainda, ser revisadas e refutadas, já
que estão em constante construção.
É preciso ter em mente que a Ciência é um empreendimento humano que se dedica ao estudo de fe-
nômenos que ocorrem na natureza e no Universo. Os conhecimentos científicos são obtidos por meio de
investigações cujos procedimentos são rigorosos, sistematizados e validados pela comunidade científica. Em
contrapartida, as pseudociências, podem abarcar temáticas acerca de fenômenos sobrenaturais. Além disso,
como o próprio nome diz, pseudociências dizem ser embasadas em procedimentos validados pela comunidade
científica, mas, de fato, não o são. Ou seja, tentam atingir um status científico, mas, na realidade, utilizam
premissas não científicas para defender aquilo que sustentam.

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A popularidade das pseudociências entre o público em geral é preocupante, pois pode dificultar a concre-
tização dos objetivos almejados para um ensino de Ciências de qualidade. Um exemplo seria o terraplanismo,
teoria pseudocientífica que defende que o formato da Terra é plano, embasando-se em conclusões obtidas
por procedimentos enviesados, sem rigor científico. Sua popularização alerta sobre a necessidade de repensar
as práticas de ensino nas escolas, já que, há séculos, é plenamente aceito que o formato da Terra é de um
geoide (aproximadamente esférico), para o qual existem diversas evidências reconhecidas, demonstradas e
comprovadas na comunidade científica.
Nesse cenário, o desafio que é colocado aos professores de Ciências é o de instruir os estudantes a re-
conhecer e distinguir explanações científicas daquelas que não o são e, então, combater a desinformação
da sociedade que os cerca. Para tanto, sugere-se que, durante sua escolarização, os estudantes participem
de discussões sobre as características da Ciência e do fazer Ciência, realizem procedimentos e práticas
científicas e exerçam habilidades cognitivas relativas à produção de análises e de interpretações baseadas
em evidências, modelos e conhecimentos científicos.
Contudo, é importante esclarecer as diferenças entre pseudociências e etnociências, para que não sejam
confundidas. Segundo o levantamento bibliográfico feito por Wieczorkowki, Pesovento e Téchio (2018), pode-se
compreender a etnociência, em um sentido mais amplo, como a compreensão dos saberes das populações
humanas sobre fenômenos e processos que ocorrem na natureza. Ou seja, quais são os entendimentos de
diferentes povos sobre os fenômenos naturais e como eles se refletem em seu modo de vida e em sua cultura.
A existência do prefixo “etno”, nesse caso, implica linguagens, códigos, símbolos, atitudes e valores, isto é,
elementos culturais. As etnociências, portanto, devem ser reconhecidas, respeitadas e valorizadas.
Nesta coleção, existem atividades e seções que envolvem os estudantes com práticas científicas, sobretudo,
na seção Oficina científica e na seção Ciência em ação. Além disso, há momentos que oportunizam o reco-
nhecimento de características da Ciência, por exemplo, durante a condução dos contextos históricos relativos à
formulação de certos conhecimentos científicos estabelecidos ou já refutados, como quando são apresentados
historicamente os modelos atômicos.
O trabalho com etnociências ocorre de maneira contextualizada no texto principal, em seções ou em ativida-
des. Nas orientações didáticas específicas deste Manual do professor, nas laterais ou na base das páginas, são
propiciadas abordagens sobre esse assunto. Nessas ocorrências, incentiva-se que a etnociência seja valorizada
e respeitada pelos estudantes, cabendo ao professor reforçar sua diferenciação das pseudociências.

PROCESSO E PROGRESSÃO DA APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS


No modelo da aprendizagem significativa, os conceitos estão hierarquicamente organizados na estrutura
cognitiva de um sujeito, e a aprendizagem depende de um vínculo de conceitos inclusores, já existentes na
estrutura cognitiva do aprendiz.
Em outras palavras, a estrutura cognitiva apresenta-se como uma hierarquia de conceitos, que são abstrações
da experiência do indivíduo e que podem servir de base para a ancoragem de novas ideias ou conceitos. A
aprendizagem, pois, é um processo de construção do conhecimento, em que o aprendiz utiliza o seu conhe-
cimento anterior para construir o novo (MOREIRA; MASINI, 2006).
Assim, aprender significa organizar e integrar os saberes na estrutura cognitiva. Considerando o contexto
da sala de aula, pode-se dizer que a construção dos significados conceituais depende de esquemas cognitivos
prévios de cada estudante e da interação discursiva com o professor, que seleciona, organiza, encadeia e
comunica certo conteúdo.
Porém, para que ocorra aprendizagem significativa, é necessário que o conteúdo a ser aprendido seja
incorporável à estrutura cognitiva do aprendiz de modo não literal, mas com significado. Novas ideias e
informações podem ser aprendidas na medida em que os conceitos relevantes e inclusivos estejam adequa-
damente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, como ponto de
ancoragem às novas ideias e aos novos conceitos.

XXXI

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Um dos princípios da aprendizagem significativa é a organização dos conceitos em um processo denomi-
nado diferenciação progressiva, um movimento contínuo no qual os significados mais abrangentes se esta-
belecem em novas relações conceituais.
A aprendizagem, assim, caracteriza-se pela interação entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio de
forma não literal e não arbitrária: o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o conhecimento
prévio fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado em termos de significados, adquirindo mais estabilidade
(AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980). Em contraste com a aprendizagem significativa, na aprendizagem mecâ-
nica, as novas informações têm pouca ou nenhuma interação com conceitos relevantes da estrutura cognitiva e,
nesse caso, pode-se dizer que a nova informação é armazenada de maneira arbitrária.
Seguindo esse raciocínio, a estrutura conceitual mantém-se de forma não rígida, mas busca as relações
entre as significações conceituais e proposicionais, de acordo com as diferenças e as similaridades, na busca
de uma reconciliação integrativa entre os conceitos prévios e os que estão sendo incorporados nessa estrutura
mental (AUSUBEL, 2000).
Esse processo de interiorização é mediado por interações e intercomunicações sociais, nas quais a linguagem
é fundamental. Praticamente tudo o que chamamos “conhecimento” é linguagem. Isso significa que a chave da
compreensão de um “conhecimento”, ou de um “conteúdo”, é conhecer sua linguagem.
Problemas linguísticos estão relacionados à aquisição de uma cultura científica, pois os estudantes precisam
aprender a usar termos científicos específicos, mas, às vezes, não possuem familiaridade com tais termos ou
desconhecem o significado do conceito. Além disso, o conhecimento científico é complexo e estruturado. Para
construí-lo, os estudantes precisam traduzi-lo ou decodificá-lo com base em seus conhecimentos prévios.
Considerando que cada modo comunicativo contribui de maneira especializada e cooperativa para dar
significado e explicitar conceitos, o uso de multimodos de representação apresenta relação direta com a
aprendizagem significativa de conceitos. Um episódio de ensino-aprendizagem caracteriza-se pelo compartilhar
de significados entre estudantes e professor, sobre conhecimentos veiculados por materiais educativos do currículo,
no qual há a busca da congruência de significados.
Há um reconhecimento entre os pesquisadores da área de que os significados das representações estão
diretamente relacionados ao processo de construção e abstração de um conceito científico. Para que haja
intercâmbio e “negociação” de significados, a linguagem torna-se um instrumento básico e essencial
(MOREIRA; MASINI, 2006).
Assim, a construção de novas significações não é vista como exclusivamente dependente da linguagem
(escrita ou falada), mas como resultado da interação entre diversos sistemas de representação, que incluem
imagens, gráficos e diagramas, passando pelo uso de gestos e atividade física, como a observação e a ma-
nipulação de objetos.
A percepção e a compreensão das características que definem um conceito são imprescindíveis para o
aprendizado. Toda palavra e cada figura, diagrama, equação ou símbolo envolvido por trás das ações e dos pro-
cedimentos pertencem a um contexto e são parte de uma possível troca de significados entre diferentes mem-
bros de uma comunidade.
Por isso, as dificuldades do aprendizado de Ciências vão além dos problemas advindos das tentativas de
apropriação da chamada “linguagem da Ciência”. Aprender Ciências não significa somente se apropriar do
discurso científico ou decorar determinados termos científicos; aprender Ciências é ultrapassar a esfera pura-
mente conceitual e envolver simultaneamente a compreensão de diferentes linguagens.
Dessa forma, para que ocorra a aprendizagem significativa, o conhecimento deve ser transferido em um
contexto diferente daquele em que a aprendizagem ocorreu, e os novos conhecimentos (conceitos, ideias,
proposições, modelos ou fórmulas) passam a significar algo para o aprendiz, que se torna capaz de explicar
situações ou resolver problemas. Assim, a aprendizagem passa a existir quando um mesmo conceito ou uma
mesma proposição consegue ser expressa de diferentes maneiras, mas equivalentes em termos de significados.

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É preciso ressaltar, entretanto, que muitas vezes, nas aulas de Ciências, os estudantes não têm a oportu-
nidade de trabalhar com um modo específico de representação de um conceito. É necessária a integração
de diferentes linguagens, em particular as dimensões discursivas e imagéticas, nos processos de ensino e
aprendizagem de Ciências. As pesquisas nessa área consideram que a construção de um conceito pode ser
desenvolvida a partir da compreensão dos diversos modos utilizados para representá-lo.

EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: ENSINO DE VALORES


O termo cidadania é utilizado frequentemente em diferentes contextos e pode ser entendido como a
qualidade de ser cidadão, de exercer seus direitos e deveres como tal. Porém, deve-se considerar que:

[...]
Juridicamente, cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos
de um Estado. Em um conceito mais amplo, cidadania quer dizer a qualidade de
ser cidadão, e consequentemente sujeito de direitos e deveres.
[...]
[...] O conceito de cidadania vai muito além, pois ser cidadão significa tam-
bém tomar parte da vida em sociedade, tendo uma participação ativa no que diz
respeito aos problemas da comunidade. [...]
Colocar o bem comum em primeiro lugar e atuar sempre que possível
para promovê-lo é dever de todo cidadão responsável. A cidadania deve ser
entendida, nesse sentido, como processo contínuo, uma construção coletiva
que almeja a realização gradativa dos Direitos Humanos e de uma sociedade mais
justa e solidária.
PARANÁ. Governo do Estado. O que é Cidadania? Curitiba: SEJUF, [2019?].
Disponível em: https://www.justica.pr.gov.br/Pagina/O-que-e-Cidadania. Acesso em: 17 jul. 2022.

Nesse sentido, a educação para a cidadania requer que questões sociais sejam apresentadas para a aprendiza-
gem e a reflexão dos estudantes, com a finalidade de estimular ações que contribuam para a transformação da
sociedade humana, tornando-a não apenas mais justa, mas, também, voltada para a preservação da natureza.
É importante que, ao longo de sua escolarização, os estudantes se envolvam em situações que oportunizem
o exercício de habilidades socioemocionais e de valores, entre eles a empatia, o diálogo, a cooperação, a reso-
lução de conflitos, o respeito e a valorização da diversidade humana, considerando as diferentes identidades
e culturas dos grupos existentes em nossa sociedade, conforme previsto na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). O objetivo maior, pois, é a formação do cidadão, com base no princípio da dignidade do ser humano,
como prescreve a Constituição brasileira, em um país cuja diversidade social, econômica, racial e cultural é
significativamente grande.
Uma sala de aula pode ser entendida como uma pequena sociedade, e, assim, o cotidiano escolar constitui
uma esfera definida no tempo e no espaço, sendo socialmente autônoma. A interação dos que fazem parte do
cotidiano escolar dá lugar a uma troca de saberes, valores e ideias, em que o comportamento de cada indivíduo
cria uma nova dinâmica e redefine o contexto. Nesse sentido, cabe ao professor em sala de aula mobilizar, além
dos conteúdos curriculares, esses conhecimentos valorativos e afetivos que permeiam o processo de ensino,
considerando os estudantes como sujeitos singulares, mas objetivando a formação integral deles.
Assim, o ensino torna-se uma prática social que contribui também para a socialização, considerando que a
apropriação de valores permite que ideias, conceitos e normas de conduta colaborem na atuação ativa e crítica
dos indivíduos na sociedade. A apropriação desses conhecimentos culturais permite às crianças e aos jo-
vens não somente se integrarem ao grupo, mas tornarem-se capazes de:

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[...] agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibi-
lidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
Brasília, DF: MEC, 2018. p. 10.

Nesta obra, valores são trabalhados em atividades e em seções, especialmente, na seção Pense bem.

TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS (TCTs)


E O ENSINO DE CIÊNCIAS
Conforme a BNCC, os 15 temas contemporâneos transversais, ou TCTs, estão distribuídos em seis ma-
croáreas temáticas:
MEIO AMBIENTE
Educação ambiental ECONOMIA
Educação para o consumo

EDITORIA DE ARTE
Trabalho
CIÊNCIA E TECNOLOGIA Educação financeira
Ciência e Tecnologia Educação fiscal

TEMAS CONTEMPORÂNEOS
TRANSVERSAIS BNCC

MULTICULTURALISMO SAÚDE
Diversidade cultural Saúde
Educação para valorização CIDADANIA E CIVISMO Educação alimentar
do multiculturalismo nas Vida familiar e social e nutricional
matrizes históricas e Educação para o trânsito
culturais brasileiras Educação em direitos humanos
Direitos da criança e do adolescente
Processo de envelhecimento,
respeito e valorização do idoso
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC: propostas de
práticas de implementação. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 7. Disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.

Esses temas apresentam características interdisciplinares, pois permeiam todas as áreas de conhecimento
e devem ser trabalhados de modo transversal e integrado, efetivo e dinâmico. Essa abordagem contem-
porânea auxilia na aproximação de aspectos práticos que impactam a vida em todas as esferas – pessoal,
comunitária e global.
Os conceitos presentes nos temas contemporâneos referem-se a valores básicos da cidadania e trazem à tona
questões importantes e urgentes da sociedade atual. Assim, devem ser trabalhados de modo coordenado e
contextualizado, para que os estudantes construam significados, deem sentido àquilo que aprendem e possam
atuar de modo efetivo no seu cotidiano, com o intuito de atuar na realidade e transformá-la.
Nesta coleção, os TCTs são trabalhados em diversos momentos: no texto principal, em seções ou em
atividades. Como exemplo, é possível citar a avaliação dos impactos causados pelas ações do ser humano no
ambiente em que vive, a reflexão sobre um modo de vida sustentável e possibilidades de atuação em questões
do cotidiano, como praticar o consumo consciente e descartar corretamente resíduos domésticos.

XXXIV

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PRODUÇÃO DE ANÁLISES CRÍTICAS
Como já ressaltado neste Manual do professor, estudantes, professores e demais agentes escolares estão
envolvidos constantemente com inúmeras informações de diferentes naturezas e contextos. É importante que
todos estejam atentos para analisá-las de forma crítica, posicionando-se de forma fundamentada diante delas.
Diferentemente do que é dito no senso comum, a análise crítica não se configura como uma busca por
defeitos ou aspectos negativos daquilo que é examinado. Pelo contrário, ela envolve interpretações, avaliações,
correlações entre diferentes saberes, reflexões e até o questionamento de valores, ou seja, habilidades de
ordem cognitiva e socioemocional.
Para produzir análises críticas, é preciso envolver-se intimamente com o material que será analisado. Faz-se
importante compreender os objetivos e as intenções do autor durante o desenvolvimento do material, além
de correlacionar seu conteúdo ao contexto histórico, social, cultural, político e econômico em que foi produzi-
do. Também é preciso entender o papel que esse material assume nas circunstâncias em que é analisado, bem
como as implicações que traz a elas. Assim, ampliando-se os sentidos construídos diante da leitura do conteú-
do de um texto, de uma imagem ou de um áudio, é possível posicionar-se criticamente diante desse material.
A produção de análises críticas é essencial para solucionar os problemas que cercam as pessoas e para
tomar decisões nas vivências cotidianas de forma prudente e embasada em princípios éticos e democráticos.
Por isso, é importante que o processo de escolarização também almeje o desenvolvimento e o exercício do
pensamento crítico, contribuindo para capacitar os estudantes a analisar e atuar sobre a realidade em que
vivem e, assim, questioná-la e transformá-la de forma significativa.
Nesta coleção, são previstas atividades que propiciam aos estudantes exercerem o pensamento crítico
para se posicionarem diante de diversas situações-problema, estimulando-os a defender pontos de vista que
promovam sua consciência socioambiental.

CAPACIDADE ARGUMENTATIVA (ORAL E ESCRITA)


A formação de indivíduos autônomos, com visão crítica de seu mundo, depende de sua capacidade de
formular opiniões sobre assuntos cotidianos e temas variados que os cercam. Por isso, a educação deve pro-
porcionar não somente a aquisição de conhecimento, mas estimular a capacidade de os estudantes exporem
suas opiniões e formularem argumentos.
Conforme a competência geral 7 da BNCC, a argumentação deve ser feita:

[...] com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam
os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado
de si mesmo, dos outros e do planeta.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 9.

Em uma sociedade livre e democrática, é natural que haja debates sobre os mais variados temas do coti-
diano, inclusive no âmbito da saúde, da política ou da Ciência. Contudo, para que o debate seja legítimo, é
necessário que ele seja amparado em argumentos que reflitam a realidade dos indivíduos, de maneira a possibi-
litar-lhes uma revisão de atitudes e perspectivas do discurso frente ao mundo. Todo argumento, nesse sentido,
busca encontrar respaldo em dados, teses e fatos a fim de apoiar uma visão da realidade. Se for apenas uma
opinião, fruto de convicções pessoais desvinculadas de evidências e fatos, então não se trata de argumento.

XXXV

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O ensino de Ciências tem papel importante na construção de argumentos ao levar os estudantes a empre-
gar dados, seja em práticas escolares, seja em conversas cotidianas. A base em fatos deve ser acompanhada
da observação de fenômenos, coleta, análise e sistematização de informações, as quais abrem possibili-
dade para elaboração clara e objetiva de afirmações e para conclusões sobre aquilo que observaram.
A prática argumentativa aumenta o entendimento sobre o processo de investigação científica, que, por
sua vez, é uma importante ferramenta na identificação e no combate às fake news. No ensino de Ciências,
os estudantes deparam-se com essa maturidade de argumentos pautados em conceitos científicos e são
incentivados a vivenciar momentos de investigação desde o início da Educação Básica, quando começam a
sistematizar, tanto oralmente quanto por escrito, suas próprias explicações sobre o mundo natural, o mundo
tecnológico, a saúde e o bem-estar.
Esta coleção oportuniza o desenvolvimento progressivo da abstração, da autonomia e do estabelecimento
de relações cada vez mais profundas entre o conhecimento científico, a natureza e a sociedade, promovendo
o trabalho com a argumentação baseada em evidências, dados e informações em momentos que incentivam
a interação entre os estudantes – na formação de grupos para a execução de diversos tipos de atividade, nas
trocas de ideias sugeridas –, sempre com o professor atuando como mediador. Essas ações são proporcionadas
tanto em atividades orais quanto escritas, possibilitando aos estudantes apresentar evidências e desenvolver o
respeito por entendimentos sobre o mundo diferentes dos seus, valorizando diferentes contextos e repertórios
culturais, sociais, econômicos etc. Destaca-se a importância do incentivo docente na valorização da reflexão, da
coleta e análise de dados e evidências e do posicionamento respeitoso para defender ou refutar argumentos.

INFERÊNCIA NA LEITURA
A competência da leitura é indispensável para a formação dos estudantes, pois engloba a aprendizagem
de todos os componentes curriculares, além da formação crítica do aprendiz em seu cotidiano.
Em Ciências, essa competência contribui na identificação de elementos básicos conceituais, em processos
da construção da prática e do pensamento científico e na aplicação e percepção de como a Ciência interfere
e se relaciona com a cultura, a saúde e o ambiente, no sentido individual e global.
Dessa forma, é preciso salientar que, para que a aquisição de novos conhecimentos seja estabelecida, é
necessário que os jovens saibam fazer inferências, ou seja, fazer deduções e tirar conclusões a partir da vinculação
das informações novas com o repertório que eles já possuem.
Ao realizar uma leitura, os estudantes devem desenvolver a habilidade de interagir com diferentes gêneros
textuais e seu contexto, interpretando-os e analisando-os criticamente. Com tais habilidades de inferência, o
processo de ensino e aprendizagem toma uma dimensão maior, de não apenas aprender e ensinar conceitos,
mas também proporcionar uma formação integral e contextualizada do ensino de Ciências.
A capacidade inferencial é ferramenta para os estudantes irem além do entendimento superficial de um
texto, pois podem associar elementos implícitos às informações que possuem, estabelecendo uma conexão de
ideias. Nesse processo, há um tratamento das informações pelo leitor, sustentado por seu próprio repertório
de conhecimentos, de vivências, de ideias etc. Dessa forma, o leitor pode concluir algo e, assim, gerar sentido
profundo para o texto. Isso se aplica a informações de diferentes naturezas: textos escritos, imagens e mensa-
gens audiovisuais. Assim, ler é uma atividade que não é meramente passiva, mas que mobiliza estratégias do
leitor para que ele compreenda efetivamente as mensagens no seu cotidiano.
Na cultura digital da informação, embora haja um grande avanço da Ciência e de seus métodos, o co-
nhecimento científico ainda disputa espaço e legitimação social com fenômenos que se disseminam com
muita facilidade e velocidade. Vivemos em um ambiente repleto de formas e meios de comunicação, como
cinema, televisão, rádio, jornais, revistas etc. No entanto, ultimamente, grande parte da informação que
consumimos cotidianamente circula por smartphones, computadores e outros dispositivos conectados às

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variadas plataformas digitais na internet. Com isso, tornou-se muito fácil produzir e propagar fake news,
o que se tornou um grande risco para a legitimação e a aplicação da Ciência. Assim, podemos dizer que a
capacidade inferencial da leitura também se aplica ao combate de fake news.
Esse cenário coloca a juventude diante do permanente e constante desafio de analisar, filtrar, interpretar
e compreender informações que se apresentam em linguagens e mídias diferentes e em uma variedade de
gêneros textuais.
Nesta coleção, há diversas atividades que propiciam o exercício da leitura inferencial. Essas atividades
envolvem diversos recursos, como textos de terceiros retirados de fontes confiáveis de notícias e de sites ligados
ao governo, imagens, gráficos, esquemas, tabelas, charges, tirinhas, infográficos e outros, nas quais os estudantes
podem fazer suposições, respaldados na interpretação de suas informações não explícitas.

PENSAMENTO COMPUTACIONAL
Ao se almejar a formação integral dos estudantes, também se pode destacar a importância do aprendi-
zado de capacidades relacionadas ao pensamento computacional ao longo da escolarização. A conceitua-
ção do pensamento computacional varia entre autores, mas, de modo geral, pode ser entendido como um
método de resolução de problemas que envolve habilidades embasadas em fundamentos da área da Com-
putação. Ao fazer uma síntese a partir de diversas fontes, Kurshan (2016 apud BRACKMANN, 2017, p. 29)
o define como:

“[...] uma distinta capacidade criativa, crítica e estratégica humana de sa-


ber utilizar os fundamentos da Computação, nas mais diversas áreas do conhe-
cimento, com a finalidade de identificar e resolver problemas, de maneira individu-
al ou colaborativa, através de passos claros, de tal forma que uma pessoa ou
uma máquina possam executá-los eficazmente.”

É importante frisar que pensamento computacional não deve ser confundido com alfabetismo digital, que é a
aptidão de utilizar e manipular computadores, celulares e seus aplicativos. O pensamento computacional vai além
disso, uma vez que se baseia em habilidades relativas à resolução de problemas, entre elas:

[...] compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar


problemas e suas soluções, de forma metódica e sistemática, por meio do desen-
volvimento de algoritmos [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
Brasília, DF: MEC, 2018. p. 474.

Segundo Wing (2006), desenvolver habilidades do pensamento computacional é fundamental a qualquer


indivíduo. Nesse sentido, é preciso compreender que, na sociedade em que vivemos, os conhecimentos com-
putacionais são tão importantes quanto os demais conhecimentos básicos (Português, Matemática, Ciências,
dentre outros) e, por isso, é de suma importância que eles sejam incorporados à educação de forma efetiva.
Para tanto, é necessário que o pensamento computacional seja corretamente compreendido, haja vista que
sua utilização no processo pedagógico não pode ser tratada apenas como ferramenta de aprendizagem, mas
como um conjunto de habilidades fundamentais para todos.
Oportunizar o desenvolvimento e o exercício do pensamento computacional compreende envolver os
estudantes com a resolução dos problemas propostos de forma sistematizada, considerando os quatro pilares,
abordados por Brackmann (2017), com base na proposição de diferentes autores, como:

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1. Decomposição: esta etapa ocorre pela divisão do problema em partes menores, de forma a simplificar
sistemas complexos. A decomposição facilita a resolução do problema, o progresso dos pensamentos para
chegar na resolução e também a organização e a coordenação, ao tornar possível o trabalho individualizado
com partes menores, mais simples.
2. Reconhecimento de padrões: compreende a identificação de características similares comuns entre os
problemas decompostos e/ou compartilhadas por problemas já solucionados e novos problemas, que ainda
serão resolvidos. A identificação dessas características possibilita o reconhecimento de um padrão de resolução,
que pode ser replicado para solucionar outros problemas semelhantes, tornando o processo mais rápido e
dinâmico. Assim, a resolução ocorre de forma mais eficiente.
3. Abstração: este pilar envolve separar os detalhes do problema, de modo a selecionar os elementos que são
mais relevantes à sua resolução, desconsiderando, pois, aqueles não necessários ou menos importantes ou
urgentes. A partir disso, é possível concentrar-se nas informações que são mais importantes e têm mais
relevância para a resolução do problema.
4. Algoritmos: o algoritmo é o elemento que reúne os demais, uma vez que abarca a sequência de passos
ou regras que são necessários para que o problema seja resolvido. Após produzido, torna-se uma solução
replicável para problemas similares.
Diante do impacto das tecnologias no mundo contemporâneo, é importante que as habilidades do pensa-
mento computacional sejam incorporadas ao processo de ensino e aprendizagem. Além de ser um recurso que
pode ser trabalhado por todos os componentes curriculares, traz benefícios ao desenvolvimento integral dos
estudantes, ao contribuir para sua criatividade, autonomia, socialização, alfabetização digital e produtividade,
preparando-os, assim, para o futuro e para o mercado de trabalho.
Parafraseando Wing (2006), enquanto a computação foi o sonho de ontem que já se concretizou, o
pensamento computacional é a realidade de amanhã. Por isso, este deve ser incorporado à sala de aula,
enriquecendo a prática docente.
Nesta coleção, habilidades do pensamento computacional podem ser exercidas durante a resolução de
algumas atividades presentes ao final dos Temas e em algumas seções, como na Ciência em ação.

ESTUDOS SOCIAIS DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA


Os Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (ESCT) se caracterizam pela união de metodologias e abordagens
que buscam compreender a Ciência e a Tecnologia sob a perspectiva das Ciências Sociais. Seu propósito baseia-se
especialmente na reflexão crítica acerca do desenvolvimento, da aplicação e do papel social da Ciência e da Tecno-
logia. Entre seus objetos de estudo, podem-se citar:

[...] investigações acerca dos condicionantes sociais da estruturação e auto-


nomia do campo científico; formação do conteúdo científico e tecnológico e sua
compleição institucional, de acordo com diferenças culturais e regionais; relações
com o complexo industrial e a caracterização do consumo contemporâneo das ino-
vações tecnológicas; formas de decisão e escolhas sobre os grandes sistemas técni-
cos especializados que gerenciam a vida cotidiana; relação entre peritos e leigos no
contexto de produção e difusão destes conhecimentos; mecanismos e condições
institucionais e sociais de estruturação da ciência e tecnologia, por região e suas
diferenças socioculturais; mecanismos de engajamento público nos temas socio-
técnicos e; estudos sobre os impactos socioambientais decorrentes da utilização
de sistemas e artefatos tecnológicos no dia a dia.
[...]
PREMEBIDA, Adriano; NEVES, Fabrício M.; ALMEIDA, Jalcione. Estudos sociais em ciência e tecnologia e suas
distintas abordagens. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n. 26, p. 22-42, jan./abr. 2011. p. 23-24.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-45222011000100003. Acesso em: 19 jul. 2022.

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As raízes dessa área se relacionam principalmente com os estudos históricos das ciências, realizados pelo
médico e biólogo ucraniano Ludwik Fleck (1896-1961) e pelo físico e filósofo da ciência estadunidense Thomas
Kuhn (1922-1996), no final do século XIX e início do século XX. Na época, houve uma ruptura com as formas
tradicionais de se pensar a Ciência, as quais não consideravam fatores e contextos sociais como influentes no
desenvolvimento científico e tecnológico. Foi colocada em evidência, enfim, a importância de os elementos
científicos estarem interligados com os estudos filosóficos, sociológicos e históricos. A partir daí, a presença
desses elementos pôde ser evidenciada na condução das pesquisas científicas ao redor do mundo.
No Brasil, os ESCT são recentes. Esses estudos reconhecem e destacam a influência de variáveis sociais na
construção dos conhecimentos científicos, entendendo que:

A ciência [...] não é um conjunto uniforme de conhecimentos, independente


de contextos específicos de produção e circulação. [...]
PREMEBIDA, Adriano; NEVES, Fabrício M.; ALMEIDA, Jalcione. Estudos sociais em ciência e tecnologia e suas
distintas abordagens. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n. 26, p. 22-42, jan./abr. 2011. p. 38.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-45222011000100003. Acesso em: 19 jul. 2022.

Essa influência, pois, deve ser considerada durante o trabalho em sala de aula, já que se objetiva a formação
ampla dos indivíduos, que flua entre as áreas científicas, sociais e tecnológicas. Nesse sentido, é importante que
os estudantes compreendam adequadamente características relativas à natureza da Ciência e à forma como ela
se desenvolve, o que implica reconhecer a mediação social na construção científica.
Sendo a escola um local de formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade, também
é importante incorporar a problematização de questões relativas à Ciência e à Tecnologia e seu papel social,
seja nos conhecimentos produzidos, seja no entendimento de que existem diferentes interesses e interessados
que atuam na proposição e na interpretação de ideias e de resultados.
Ao considerar os ESCT de forma interdisciplinar durante o planejamento das aulas, é possível levar os
estudantes a relacionar os conceitos de diferentes disciplinas; questionar conceitos e refutar informações;
identificar fake news e entendê-las como parte da popularização de informações, de polarização de ideias
e de crises de confiança institucional; levantar hipóteses a respeito de fenômenos sociais, ambientais,
científicos e tecnológicos; descrever fatos e relacioná-los a contextos históricos e sociais; propor soluções
para os problemas contemporâneos mantendo em perspectiva abordagens das Ciências Sociais; comparar
a realidade vivenciada com fatos históricos; entre outros. Tudo isso vai refletir no desenvolvimento dos
estudantes como cidadãos críticos, autônomos, conscientes e engajados socialmente, bem como em sua
aprendizagem dos mais diversos conteúdos escolares.
Nesta coleção, oportuniza-se a problematização da Ciência e da Tecnologia em algumas atividades pre-
sentes ao final dos Temas e em parte das seções que requerem que os estudantes proponham soluções a
problemas de natureza científica, com base em seus conhecimentos em Ciências da Natureza e em seus
contextos sociais e cotidianos. POPTIKA/SHUTTERSTOCK.COM

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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
No Livro do estudante, diversas estratégias de ensino são utilizadas para a condução dos assuntos, de ma-
neira a ampliarem-se as oportunidades de aprendizado. Entre as estratégias, podemos citar oportunidades para
o levantamento do conhecimento prévio dos estudantes, a contextualização e a problematização de assuntos
diversos, a realização de atividades práticas, o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação, o tra-
balho com imagens e a abordagem de contextos históricos de proposições científicas. Além delas, também são
sugeridos momentos para o trabalho colaborativo com outros componentes curriculares e visitas a espaços não
formais de aprendizagem.

Levantamento de conhecimento prévio:


mapear conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
Ao iniciar a organização da aula a ser ministrada, uma das dúvidas que podem surgir é: por onde co-
meçar? Possivelmente, a tendência de resposta é que, ao iniciar a aula, introduza-se o conteúdo que será
trabalhado. No entanto, nesse momento inicial, antes de apresentar o assunto, é interessante verificar o
que os estudantes já conhecem sobre o tema que será trabalhado, para, assim, melhor adequar a prática
docente à realidade da turma.
Cada indivíduo possui conhecimentos prévios, advindos de experiências pessoais e culturais, de diá-
logos com outras pessoas, de informações visualizadas e/ou lidas em livros, revistas, jornais, televisão,
internet, redes sociais, entre outros. Logo, é preciso considerar que os estudantes trazem consigo um
conjunto de informações, por vezes desordenadas e desconexas. Nesse contexto, faz-se necessário assu-
mir o papel direcionador ou de organizador dessas informações, buscando contribuir para o aprendizado
dos estudantes.
Além de conhecimentos prévios, deve-se considerar que os estudantes têm singularidades, especificidades
e preferências, e se encontram inseridos em diferentes contextos sociais, familiares e culturais. Compreender
essas particularidades pode auxiliar o trabalho em sala de aula, de modo que o conhecimento prévio dos es-
tudantes seja sempre considerado na realização da prática docente. Para isso, o início do planejamento deve
passar pela fase de mapeamento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores dos estudantes e, a partir
disso, organizar e estruturar as aulas.
A importância dessa prática foi observada primeiramente pelo biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget
(1896-1980), que estudou a relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Seus estudos apre-
sentavam características epistêmicas e defendiam métodos ativos de ensino e aprendizagem, especialmente por
meio da experimentação, de modo a levar os estudantes a reinventarem, reconstruírem suas verdades, seus co-
nhecimentos anteriores.
Essa temática também foi imensamente discutida por David Ausubel (1918-2008), psicólogo estadunidense,
especialista em educação, que apresentou a teoria da aprendizagem significativa. De acordo com Ausubel,
a aprendizagem pode ocorrer de forma mecânica e tecnicista, quando os estudantes memorizam, decoram
informações; ou de forma significativa, que vai ocorrer de forma contínua a partir da interligação de novos
conhecimentos com as concepções que os estudantes já possuem sobre a temática (conhecimentos prévios),
em um processo de transformação conceitual.

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Paulo Freire (1921-1997), educador e filósofo brasileiro, também contribuiu para essas discussões ao criticar
práticas de ensino que desconsideram os conhecimentos prévios dos estudantes. De acordo com ele:

[...] não é possível aceitar a prática educativa que [...] parta do conhecimento
sistemático do(a) educador(a).
É preciso [...] levar em consideração a existência do “aqui” do educando e
respeitá-lo [...]. Isto significa [...] que não é possível ao(a) educador(a) desco-
nhecer, subestimar ou negar os “saberes de experiências feitos” com que os
educandos chegam à escola.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 1. ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. Documento digital não paginado.

É necessário que os saberes dos estudantes sejam valorizados. Nesse sentido, o levantamento de seus
conhecimentos prévios somente será uma prática significativa quando utilizada para nortear o planejamento
das aulas. Estando ciente disso, o professor será capaz de organizar e reorganizar suas aulas quantas vezes
forem necessárias, de acordo com as necessidades, as demandas e os interesses da turma.
Outro ponto que merece destaque é a forma de realizar o mapeamento desses saberes. Não basta
perguntar aos estudantes o que eles compreendem sobre determinados conceitos e temáticas ou se eles
sabem produzir um texto ou realizar determinada atividade. É fundamental observá-los e avaliá-los na
prática, realizando atividades individuais ou em grupos que envolvam a resolução de casos, problemas,
desafios, brincadeiras, dinâmicas, dramatizações, rodas de conversa, debates e assim por diante.
Também é importante que esse mapeamento seja feito de forma contínua. Assim, será possível retomar con-
ceitos e avançar pelos conteúdos, respeitando o nível de desenvolvimento de cada estudante, reconhecendo,
diagnosticando e propondo soluções para as defasagens de cada um e observando a evolução no aprendizado
apresentada pelos estudantes de forma singular e única. Para reduzir práticas excludentes em sala de aula, é pre-
ciso, pois, pensar criticamente, de modo a refletir e ressignificar a própria prática docente, adaptar e readaptar
as aulas tendo em vista as demandas da sociedade, da comunidade local, da escola e de cada indivíduo.
Nesta coleção, o mapeamento do conhecimento prévio pode ser feito a partir da realização das atividades
presentes na abertura das Unidades e no início dos Temas, além das atividades sugeridas neste Manual do
professor para serem realizadas também nesses momentos.

Contextualização
Quando inserimos temas transversais contemporâneos (TCTs) ligados ao cotidiano e à realidade dos estudantes,
podemos integrar ações de modo contextualizado, evitando a fragmentação de conteúdos e o esvaziamento de
assuntos. Quando os estudantes correlacionam aquilo que é tratado na escola à sua realidade, além de se
cooperar para a aprendizagem conceitual mais efetiva, competências procedimentais e atitudinais também
são desenvolvidas. Ao ser capaz de, a partir de seu aprendizado, identificar e resolver problemas e conflitos
da realidade, além de exercer o protagonismo, o conhecimento novo passa a fazer sentido para os estudan-
tes. Isso os leva, naturalmente, a uma atuação consciente sobre a realidade.
Essa abordagem envolve um esforço para auxiliar os estudantes nas conexões entre o conceito científico e a
realidade, de modo a contextualizar e a humanizar a ciência escolar e, assim, oportunizar que, mais facilmente
e mais cedo, se desperte o gosto pelo estudo. O conhecimento contextualizado, derivado das situações vividas
pelos educandos, deixa de ser passivo ou acabado.
A Ciência não pode se legitimar por currículos desligados do mundo; ela deve sim ser interpretada de maneira
contínua e contextualizada. Não é mais possível pensar o ensino de Ciências de forma descontextualizada em
relação ao desenvolvimento tecnológico e de outras produções culturais da sociedade.

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É preciso pensar em um currículo mais articulado, flexível e dinâmico, que não obedeça a uma sequência
rígida de conteúdos, mas que permita o ir e vir entre os diferentes conceitos propostos nas unidades didáticas.
Essa liberdade de ação permite ao professor mesclar temáticas e trabalhar de modo contextualizado, de acordo
com a sua realidade escolar.
Nesta coleção, prezamos pela contextualização na abertura das Unidades, no início de boa parte dos Temas
que as compõem, nos exemplos apresentados ao longo do texto principal, em atividades e em seções.

Problematização
A BNCC destaca o comprometimento da área das Ciências da Natureza com o letramento científico dos
estudantes ao longo de sua escolarização básica. Nesse sentido, é importante que os estudantes sejam
envolvidos com a resolução de problemas, sobretudo, aqueles que impactam diretamente seu cotidiano e
sua qualidade de vida.
A metodologia de resolução de problemas estimula o indivíduo a refletir sobre os problemas apresentados,
possíveis em um mundo cada vez mais complexo, de modo a identificar o que precisa ser solucionado e a
escolher, dentro de seu repertório, as ferramentas para resolvê-lo a partir da mobilização de conhecimentos.
Nessa metodologia, as propostas são trabalhadas em grupos pequenos e, assim, permitem que habilidades
relacionadas ao trabalho em equipe sejam estimuladas, tais como o diálogo, a empatia, a colaboração e
o respeito ao pluralismo de ideias. Além disso, as atividades são centradas nos estudantes, que se tornam
protagonistas de seu aprendizado, sendo motivados a buscar ativamente informações relevantes, em fontes
confiáveis, para o desenvolvimento das tarefas. Outra característica importante é a integração e a interdisci-
plinaridade possível entre os conhecimentos apresentados.
Essa metodologia pode ser realizada em etapas. Inicialmente, apresenta-se a definição dos objetivos. Em
seguida, promove-se o aprofundamento e a discussão do problema, sem o fornecimento direto de informações
técnicas por parte do professor. Nessa etapa, o estudante, a fim de ajudar o grupo a solucionar o problema,
contribui com seus conhecimentos e experiências prévias, auxiliando o grupo no levantamento de hipóteses.
O próximo passo é identificar as principais dúvidas sobre a resolução do problema, que vai fazer os educandos
mobilizarem aspectos cognitivos específicos. O problema deve motivar os estudantes a buscar o conhecimento,
respaldado em conceitos científicos e em dados e informações coletados em fontes confiáveis. Assim, eles
exercerão papel ativo como agentes na construção dos próprios conhecimentos.
De preferência, os problemas devem ser colocados pelos estudantes ou por eles assumidos, exibindo significado
pessoal, pois só assim as dúvidas, as interrogações e as inquietações serão verdadeiramente significativas. Isto é,
os problemas precisam ser elaborados com base em situações reais do cotidiano dos estudantes, o que possibilita
que sejam efetivamente significativos. Quando o são, a motivação para resolvê-los é intrínseca.
Seguindo esses passos, é possível delinear alguns princípios que orientam a aquisição de novas informações
durante o processo de resolução de problemas. Primeiro, a ativação de conhecimentos prévios sobre o assunto.
Segundo, a recuperação da informação. Esse segundo passo pode ser facilitado ao se trabalharem exemplos em
associação com a informação, ou seja, quanto mais semelhante a uma situação real for a situação de aprendi-
zado, mais fácil a recuperação de informação. Terceiro, a produção do conhecimento a partir da elaboração de
respostas, seja a partir de perguntas claramente elaboradas, seja no contexto de interação em grupo, em que os
estudantes verbalizam o seu conhecimento e também aprendem com base na explicação dos colegas.
Além da resolução de problemas fechados, ou seja, apresentados de forma integral aos estudantes ou ao
grupo, é possível trabalhar com problemas em uma perspectiva da metodologia da problematização (BERBEL,
1999). Nessa perspectiva, problemas socioambientais podem ser explorados, considerando que os hábitos de
consumo, as relações humanas, o modo de vida, as relações de trabalho, as crenças e os valores ambientais são
cada vez mais resultantes de demandas do desenvolvimento tecnológico.

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As características da metodologia da problematização desenvolvem-se em etapas que se iniciam com a exposi-
ção dos estudantes a um problema inserido na realidade física ou social, permitindo uma visão global e contextu-
alizada da situação. Posteriormente, os estudantes são levados a propor hipóteses para a resolução do problema e
a buscar subsídios na pesquisa bibliográfica, na consulta às bases de dados, na leitura de livros – como teorização
e contribuição na construção de propostas de aplicação na realidade, com a possibilidade de superar o nível da
formulação teórica –, planejando estratégias que permitem pôr em prática as sugestões para solucionar o problema.
É um momento com forte presença do componente social e político e, consequentemente, de tomada de consciência
e de transformação da realidade.
Do ponto de vista pedagógico, a problematização pode ser considerada um método fundamentado em teorias
construtivistas, que atribuem aos estudantes um importante papel. Na medida em que interagem com o seu objeto
de conhecimento, eles estabelecem uma relação dialógica e transformadora de seu ambiente, já que retornam à
realidade com propostas de mudança e de resolução para o problema observado inicialmente.
Finalmente, a tomada de decisão para a interferência na realidade incentiva e auxilia os estudantes a fundamentar
os argumentos, explicitando a natureza e a aceitabilidade das informações por eles usadas, além do reconhecimento
de princípios científicos que dão base ao tema em discussão. A tomada de decisão requer o uso de conhecimentos
relevantes, consciência, compromisso com valores e a capacidade de transformar atitudes, habilidades e valores
em ação. Todos esses passos podem ser encorajados se uma perspectiva de tomada de decisão for incorporada
ao processo educacional com o uso de problematizações.
Nesta coleção, a resolução de problemas é evidenciada em algumas das atividades existentes em seções e,
sobretudo, na seção Ciência em ação.

Atividades práticas
A importância das atividades práticas demonstra-se na possibilidade de oportunizar aos estudantes outras
formas de aprender, auxiliando-os na compreensão de fatos ou fenômenos explicados conceitualmente,
concomitantemente à construção de conteúdos procedimentais, conceituais e atitudinais envolvidos nas pro-
postas. Entre os objetivos, estão a observação, a verificação e a investigação, dependendo da atividade e do
espaço pedagógico disponível. O fundamental é que se garanta um espaço de reflexão, de desenvolvimento
e de construção de ideias.
As atividades práticas podem complementar aquilo que foi estudado em aulas teóricas ou contextualizar
aquilo que ainda será apresentado, já que a vivência de certa experiência pode facilitar o entendimento de
um conteúdo. Para tanto, é importante organizá-las de modo que os estudantes consigam relacionar o con-
teúdo a ser aprendido com seus conhecimentos prévios. Assim, descarta-se a concepção de aula prática com
caráter meramente ilustrativo da teoria.
Dependendo da proposta, a atividade prática pode possibilitar aos estudantes vivenciar etapas de uma
investigação científica, como a observação de fenômenos, o registro sistematizado de dados, a formulação e
o teste de hipóteses e a inferência de conclusões. Também pode contribuir para o desenvolvimento de habili-
dades como diálogo, cooperação, análise crítica, organização e manipulação de materiais.
Ao redigir um roteiro de aula prática, é importante que as instruções sejam precisas e explícitas, para que
os estudantes possam trabalhar seguindo o próprio ritmo, sem necessitar da presença constante do profes-
sor. Antes de iniciar a prática, o professor pode encorajar os estudantes a elaborar hipóteses e a apresentar
expectativas de resultados. Ao final dela, pode solicitar que descrevam os procedimentos realizados e que
expliquem os resultados obtidos, comparando-os aos esperados. Pode-se pedir também que avaliem a vera-
cidade das hipóteses inicialmente levantadas. Assim, a atividade prática une a interpretação dos sujeitos aos
fenômenos e aos processos observados, pautados não apenas pelo conhecimento científico, mas também
pelos saberes e pelas hipóteses levantadas.
Nesta coleção, atividades práticas são apresentadas, principalmente, na seção Oficina científica.

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Uso de imagens no ensino de Ciências
Em um mundo que se expressa cada vez mais visualmente, a imagem, em seus múltiplos suportes, tem se
colocado como um modo expressivo e comunicativo, pela veiculação massiva, como em publicidade, jorna-
lismo, cinema, entretenimento; pelo contato diário com imagens técnicas; e também permeando as relações
sociais, como a comunicação mediada por telas nas onipresentes fotografias digitais ou nas próprias redes
sociais da internet.
Em seu papel pedagógico, as imagens científicas fazem parte do cotidiano midiático, em um amplo es-
pectro de objetos, como jornais, revistas, reportagens, programas televisivos e cinema, abarcando variados
suportes e formas representacionais (esquemas, fotografias, símbolos, animações computacionais, filmes,
entre outras). A questão é como ocorre a interação entre o indivíduo e a imagem e como se dá o processo
de interpretação das mensagens.
A presença de imagens no âmbito da Ciência assume uma ampla gama de propósitos. Em particular, o
uso de imagens na investigação científica pode tornar possível o registro e o estudo de estruturas ou orga-
nismos, inclusive dos que foram extintos (como os dodôs ou os rinocerontes-brancos-do-norte), ou a cria-
ção de modelos produzidos a partir de vestígios fósseis, como no exemplo dos dinossauros. Por isso, é
verdadeiro dizer que, por meio das imagens, representamos e entendemos o mundo, pois desde tempos
remotos a imagem é adotada pelo ser humano como expressão da sua cultura, permeando, nos dias atuais,
praticamente todas as áreas da ação humana.
Deve-se considerar ainda que, nos diversos campos científicos, as imagens podem abranger ilustrações
esquemáticas, representativas ou técnicas, registros de satélites, microcâmeras, sondas (no caso das eco-
grafias, por exemplo) e podem ser obtidas por câmeras acopladas a telescópios e microscópios. Portanto,
as representações visuais não devem ser consideradas meros apoios ou formas de popularizar um raciocínio
complexo, pois são uma parte essencial do discurso científico.
As representações visuais não somente servem a análises, mas são também usadas para sintetizar um
pensamento teórico ou uma descoberta científica, pois as figuras gráficas são capazes de fornecer uma visão
geral, mostrar resultados ou relações conceituais em sua organização espacial, como o uso de modelos que
representam fenômenos naturais; por exemplo, órbitas planetárias, membranas celulares, estratos geológicos
ou estruturas moleculares.
Os microscópios possibilitam a observação de imagens de objetos não acessíveis ao olho nu, e, assim, as
amostras visuais são insubstituíveis como documentos que permitem que objetos de estudo sejam percebidos
e analisados cientificamente. Desse ponto de vista, o uso de imagens passa do meramente ilustrativo para um
papel essencial na construção de conceitos científicos.
Um infográfico difere das imagens convencionais por permitir a articulação de imagens e de textos. Por isso,
a infografia é entendida como um sistema híbrido entre palavras, imagens e números, unindo a comunicação
visual e a verbal.
Esse recurso é muito utilizado no meio jornalístico, mas vem cada vez mais sendo utilizado na educação.
Além de auxiliar na visualização de fenômenos abstratos, possibilita que os processos de ensino e aprendi-
zagem se tornem mais dinâmicos, auxiliando na indicação de detalhes específicos da temática abordada.
Permite, assim, que o aprendiz exercite um pensamento mais crítico e reflexivo, estimulando a criatividade e
a expressão de ideias.

[...]
Ao realizarmos a revisão da literatura e manusearmos diversos infográficos,
foi possível identificar as seguintes potencialidades para utilização em contexto
educativo:
• Os alunos podem acompanhar passo a passo um processo, fato ou aconteci-
mento histórico;

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• A riqueza de imagens e esquemas facilita a memorização por parte dos alunos;
• Possibilita a alfabetização visual, visto que, muitas das vezes, os alunos obser-
vam a imagem de maneira geral sem perceber aspectos importantes que só são
perceptíveis com uma maior atenção a determinadas áreas de um infográfico [...]
• O aluno tem maior controle sobre o recurso visual e a sua aprendizagem, pois
poderá explorar e revisar quantas vezes desejar cada fase do processo apre-
sentado no infográfico;
• O infográfico poderá constituir-se num poderoso atrativo para veiculação da
informação em ambientes e plataformas de ensino e aprendizagem;
• As imagens chamam a atenção dos alunos e o processo de observação dos
infográficos poderá desenvolver as habilidades cognitivas de interpretação,
análise e síntese;
• Os alunos recordam mais facilmente imagens e pequenos fragmentos de textos
face à grande quantidade de textos sem o uso de esquemas ou imagens;
• O aluno através do infográfico poderá realizar uma navegação não linear sobre o
conteúdo e desta forma realizar novas descobertas;
• O professor poderá combinar recursos multimídia durante as suas aulas com
o intuito de melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos;
• Permitem a visualização de processos muito lentos (o desabrochar de uma flor)
ou muito rápidos (a transmissão do som);
• O aluno poderá manipular o infográfico inúmeras vezes até que consiga realizar
a compreensão completa do processo [...]
• O aluno poderá utilizar o infográfico como uma fonte de informação, um recurso
didático, um recurso para exploração visual e ainda para resolução de problemas
ou questões elaboradas pelo professor;
[...]
BOTTENTUITT JUNIOR, João B.; LISBOA, Eliana S.; COUTINHO, Clara P. O infográfico e as suas potencialidades
educacionais. Quaestio: Revista de Estudos em Educação, Sorocaba, v. 13, n. 2, p. 163-183, nov. 2011. p. 176-177.
Disponível em: https://periodicos.uniso.br/quaestio/article/view/695. Acesso em: 19 jul. 2022.

Abordagem da História da Ciência


Ao longo da escolarização, é possível que os estudantes tenham a percepção de que a Ciência se desenvolve
de forma dissociada dos diversos fatores que permeiam a sociedade e de que os conhecimentos científicos
são verdades absolutas. Muitas vezes, essa percepção equivocada decorre de uma prática docente desvinculada
da abordagem da História da Ciência.

[...] o ensino das ciências da natureza ainda é pautado por uma metodologia
monótona e cansativa, que não desperta o interesse do(a)s estudantes. Ademais,
muito(a)s possuem uma visão errônea da ciência e de como ela é construída, ven-
do-a como verdade absoluta, linear, ahistórica, sem relação com questões sociais,
éticas, ambientais, políticas, econômicas e culturais. Neste sentido, um dos aspectos
que vem sendo apontado se refere à utilização da História das Ciências (HC) no
ensino, uma vez que o(a) estudante pode compreender que a ciência não está
distanciada da influência da sociedade, bem como pode também influenciá-la [...].

FERRARI, Ana C.; PINHEIRO, Eduarda B.; FARIA, Fernanda L. de. Utilização de jogos educativos para
a abordagem da história da ciência: um estado da arte. História da Ciência e Ensino: construindo
interfaces, São Paulo, v. 23, p. 131-148, 2021. p. 132. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.
php/hcensino/article/view/54309/35573. Acesso em: 19 jul. 2022.

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Ao se apresentar determinado conceito, fenômeno ou processo científico, é importante que também se
proponha uma breve reflexão sobre o momento histórico em que ele foi formulado. Isso porque o desenvol-
vimento da Ciência é influenciado por aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais, fato que o distancia
da neutralidade. Nessa perspectiva, de modo a contribuir para a suplantação das percepções equivocadas,
faz-se necessário incorporar às aulas o trabalho com a História da Ciência.
A História da Ciência tem como objetivo o estudo da construção do conhecimento científico sob a óptica do
contexto em que se desenvolveu. Sua abordagem em sala de aula requer que se contextualize o momento histó-
rico em que a sociedade se encontrava na época em que determinado conhecimento foi formulado, detalhando,
por exemplo, as características de movimentos sociais populares que eventualmente ocorreram, das relações e
condições econômicas do local, dos recursos tecnológicos que estavam disponíveis e outros. Contudo, para que
ela ocorra de forma significativa, é importante que os estudantes compreendam aspectos do trabalho do cientista
e de como se desenvolvem investigações científicas, de modo que possam correlacionar suas etapas ao episódio
histórico que lhes é apresentado.
A abordagem histórica nas aulas de Ciências contribui para a compreensão dos estudantes de que a Ciência
é um empreendimento humano e de que seus principais processos, práticas e procedimentos investigati-
vos contribuem para o avanço dos conhecimentos, que podem ser reiterados, revistos ou refutados ao longo
do tempo. Além disso, auxilia em seu entendimento de como a Ciência influencia a sociedade e, consequen-
temente, seu cotidiano, ao mesmo tempo em que é por ela influenciada.
Nesta coleção, a abordagem de aspectos da História da Ciência se faz em diversos momentos ao longo
do texto principal, bem como em algumas atividades e seções. Também, em algumas sugestões de aprofunda-
mento do trabalho com determinado assunto fornecidas neste Manual do professor.

Trabalho interdisciplinar
Segundo Vygotski (2003), a mente humana cria estruturas cognitivas necessárias à compreensão de de-
terminado conceito construído no processo de ensino e aprendizagem. Quanto mais relações conceituais,
contextuais e interdisciplinares o aprendiz conseguir estabelecer, maior a possibilidade de reconstrução e
internalização de significados em sua rede cognitiva. As estruturas cognitivas dependem desse processo
para evoluir e somente serão construídas à medida que novos conceitos forem trabalhados e incluídos na
rede conceitual. Dessa forma, a compreensão integrada dos fenômenos naturais, em uma perspectiva in-
terdisciplinar, implica o estabelecimento de vínculo conceitual nas diferentes áreas de conhecimento.
O trabalho interdisciplinar de conteúdos pode auxiliar na motivação e no fomento da curiosidade natu-
ral que estudantes têm pela Ciência, sendo possível explorar os saberes cotidianos e suas histórias pessoais
como ponto de partida para o trabalho. No entanto, o que ocorre geralmente é que o conhecimento é apre-
sentado de forma fragmentada e isolada. O desafio é recriar novas condições para uma educação científica
aberta e flexível, que consiga integrar diferentes conhecimentos.
A superação desse desafio pode ser alcançada a partir do diálogo, da comunicação e da cooperação de
docentes com diferentes formações acadêmicas durante o planejamento e a execução de suas aulas. Desse
modo, podem encontrar oportunidades para a integração de conteúdos previstos para cada ano escolar e,
assim, traçar, de forma correlata, objetivos de aprendizagem almejados para seus estudantes, além de ali-
nharem, juntos, estratégias de trabalho para alcançá-los.
Nesta coleção, a integração entre diferentes componentes curriculares é favorecida em alguns momentos
ao longo do texto principal e, principalmente, na seção Integrando com...

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Espaços não formais de aprendizagem
Outra dimensão que pode favorecer a ampliação e o aperfeiçoamento do letramento científico é o estrei-
tamento das conexões entre a educação formal e a não formal em Ciências. A sociedade contemporânea
entende que a educação é um processo que não acontece somente no espaço da escola e não se limita ao
período de formação escolar. Devem-se, portanto, instrumentalizar ações em ambientes fora do espaço formal
escolar, como museus, jardins botânicos, clubes de ciências, trabalhos educativos de campo, entre outros espaços
não formais de ensino.
Essa constatação não reduz o papel fundamental da escola; pelo contrário, amplia a sua responsabilidade,
bem como a do Estado, em fornecer meios de aprofundamento do conhecimento. Não se pode entender o
desenvolvimento sem que o cidadão tenha várias possibilidades e/ou oportunidades de atualizar, continuamente,
seu repertório cultural.
Com o acelerado avanço de novas tecnologias e da Ciência propriamente dita, o espaço não formal de
educação vem ganhando destaque na elaboração das políticas nacionais de ensino e de divulgação científica.
Percebe-se o desenvolvimento de um grande volume de ações de cunho educacional e de pesquisas desenvol-
vidas na área de educação não formal em Ciências, em razão da necessidade de reflexão sobre as transformações
científicas na sociedade em descompasso com a carência de informação científica do cidadão.
Nesse contexto, os museus de Ciência, por exemplo, têm um triplo desafio: funcionar como instituições
de educação não formal, promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida; funcionar como
instância de sensibilização para os temas científicos; e contribuir para o desenvolvimento profissional de pro-
fessores, pois estes não podem prescindir de educação continuada em Ciências.
Nesta coleção, a visitação a espaços não formais de aprendizagem é sugerida na seção Outras maneiras
de aprender.

PLANEJAMENTO NO ENSINO DE CIÊNCIAS


Se perguntarmos a um estudante do Ensino Fundamental ou Médio qual é a correlação entre determinado
conteúdo que está aprendendo e suas vivências cotidianas, possivelmente ele terá dificuldades em responder.
Isso pode estar relacionado à forma com que os conteúdos são trabalhados em sala de aula, de forma desconexa
da realidade estudantil, o que distancia os estudantes do interesse em aprender.
O ensino de Ciências necessita de situações significativas para os estudantes, que levem em conta seu con-
texto de vida e sua idade escolar, considerando, também, o tempo e os materiais disponíveis para uso, além dos
objetivos a serem alcançados. A efetivação de tais situações requer um planejamento didático flexível, pois o
conteúdo não pode ser abordado de forma estática e fragmentada, sem interação entre as partes. Ele precisa ser
feito de maneira dinâmica e inter-relacionada, voltada à explicação e à busca das relações na própria realidade,
incluindo os estudantes no processo e abrindo a eles possibilidades de intervenção.
Para tanto, é importante a participação dos professores na elaboração de um modelo curricular, em parceria
com especialistas e apoiados por bons livros-textos, pois a seleção e o planejamento da sequência dos conteúdos
consistem em tarefa-chave para o ensino. Contudo, faz-se necessário que esse modelo curricular seja flexível,
possibilitando ao professor ter autonomia para adaptá-lo frente às diferentes realidades escolares sobre as quais
possa atuar.
A partir da delimitação dos conteúdos a serem trabalhados, é possível planejar uma unidade didática. Nessa
etapa, o professor precisa indicar quais são os objetivos conceituais, procedimentais e atitudinais a serem atingidos.
Então, as estratégias de abordagem didática e os recursos necessários serão estabelecidos.

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É fundamental que a proposta de ensino seja ativa e favoreça a construção de novos significados pelos
estudantes. Por exemplo, quando o planejamento é executado com base nos conhecimentos prévios dos
estudantes, obtém-se a primeira condição necessária a uma aprendizagem significativa dos conteúdos. Os
conhecimentos prévios são interpretações que os estudantes fazem das diversas situações e formam parte
da sua estrutura cognitiva, o que é condição para a compreensão e a aquisição de um conhecimento novo.
Além disso, as estratégias devem ser motivadoras em relação à aprendizagem de novos conteúdos, promo-
vendo atitude favorável, bem como estimulando a autoconfiança dos estudantes. Nesse sentido, eles poderão
ter a habilidade de “aprender a aprender”, ou seja, gradativamente serão autônomos em sua aprendizagem.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS


No contexto escolar, o termo avaliação costuma ser associado à ideia de prova, isto é, a uma lista de atividades
que pode ser aplicada ao final de um bloco de conteúdos com o objetivo de atribuir uma nota ao desempenho
dos estudantes em resolvê-las. Essa percepção se aproxima daquilo que se denomina avaliação somativa, que tem
como objetivo avaliar o aprendizado dos estudantes ao final de uma unidade ou período escolar.
Essa percepção tradicional de que avaliar se resume a aplicar provas precisa ser abolida, já que existem inú-
meros instrumentos avaliativos que podem ser explorados, não somente ao final de um período específico, mas
ao longo de todo o processo educativo. É preciso que a avaliação seja entendida como uma atividade cotidiana
de colaboração entre professores e estudantes, de modo que se estabeleça como um diálogo contínuo entre
ambos os sujeitos, a partir da qual possam traçar novas ações.
Para tanto, sugere-se que, inicialmente, seja realizada uma avaliação diagnóstica para identificar indícios do
que os estudantes já sabem e do que não conhecem acerca dos conteúdos que ainda serão estudados. Esse
tipo de avaliação costuma ocorrer no início do ano letivo e pode contribuir para o planejamento do trabalho
docente, de forma a adequá-lo às singularidades e ao contexto em que a turma está inserida. Caso sejam iden-
tificadas defasagens, por exemplo, é possível planejar momentos para retomada de conteúdos vistos em anos
anteriores e que são importantes fundamentos para a construção de novos conhecimentos necessários ao
desenvolvimento e à mobilização das habilidades propostas. Essas aulas podem ser ministradas antes do início
de uma Unidade ou de assuntos específicos que se fizerem necessários.
Ao longo do trabalho com os conteúdos previstos, também é importante que se faça uma avaliação formativa
de todo o processo de ensino e aprendizagem, isto é, considerando todas as atividades que são realizadas, o
que permite ao professor tanto acompanhar o desenvolvimento dos estudantes quanto reorganizar sua prática
de ensino. Esse tipo de avaliação requer que o professor ofereça devolutivas aos estudantes, informando-os
sobre seus progressos e auxiliando-os a identificar eventuais dificuldades que apresentem.
Nessa perspectiva, é importante que haja coerência entre os objetivos de aprendizagem almejados, as
estratégias didáticas que serão utilizadas para alcançá-los e os instrumentos avaliativos que serão aplicados
para identificar evidências da aprendizagem dos estudantes. Logo, o professor deve tomar decisões sobre o
que avaliar, quando avaliar e como avaliar.
Com relação ao que deve ser avaliado, é preciso considerar toda a complexidade de conteúdos abordados
durante as aulas de Ciências. A avaliação não deve se voltar apenas aos conteúdos conceituais (regras, fatos,
símbolos, princípios, dados e fenômenos concretos), mas também abarcar conteúdos procedimentais (métodos,
regras, técnicas, destrezas, habilidades e estratégias) e conteúdos atitudinais (atitudes, valores e normas).
Sobre quando a avaliação deve ocorrer, é preciso estabelecer quais podem ser os momentos mais ade-
quados para oferecer evidências da aprendizagem dos estudantes. Em se tratando de uma avaliação forma-
tiva, é importante que ela ocorra durante todo o processo educacional, como já citado, o que pode ser feito
ao longo das aulas, considerando os objetivos traçados a cada uma delas. Dessa forma, o professor pode
regular o processo de ensino, voltando-o para a superação de eventuais dificuldades dos estudantes.

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Em relação às formas de avaliar, devem-se considerar dois aspectos: instrumentos e critérios. Os instru-
mentos avaliativos são aqueles que vão revelar evidências da aprendizagem dos estudantes. São exemplos a
produção de relatórios, histórias em quadrinhos, desenhos, mapas conceituais, apresentações orais, mídias
audiovisuais; a realização de performances, peças de teatro; a construção de protótipos, maquetes, modelos
didáticos; entre outros. O ideal é que, durante o processo educativo, sejam utilizados instrumentos diversos,
pois juntos podem contribuir para a avaliação dos diferentes conteúdos trabalhados durante as aulas.
Os critérios são os parâmetros que serão utilizados como base para a avaliação. Eles devem ser informa-
dos aos estudantes, de modo que realizem suas atividades cientes de como serão avaliados. Nesse contexto,
também é importante que se promova um novo entendimento do “erro”, para que os estudantes deixem
de temê-lo. Na avaliação formativa, o erro deixa de assumir um caráter punitivo e excludente e passa a ser
entendido como uma possibilidade construtiva, já que pode indicar as dificuldades exibidas pelos estudantes
e, consequentemente, orientar a reorganização da prática docente para saná-las. Certamente, isso não significa
que o erro é necessário para que o aprendizado ocorra, mas, uma vez que ele exista, é preciso utilizá-lo de
forma favorável ao processo de ensino e aprendizagem.
Nesta coleção, existem diversas oportunidades que possibilitam a avaliação do aprendizado dos estudan-
tes, sobretudo em atividades presentes na abertura das Unidades, ao longo e ao final dos Temas, em seções
diversas e em sugestões de ampliação presentes neste Manual do professor. Nelas, considera-se uma
grande diversidade de instrumentos avaliativos, como produções textuais, apresentações em mídias digitais,
gravações de vídeos etc.

Avaliações em larga escala


As avaliações em larga escala possibilitam a avaliação e o monitoramento da qualidade da educação
de uma população e de seus estratos. Elas são importantes para direcionar reformas em políticas públicas
educacionais, buscando melhorar o processo de ensino e aprendizagem, em conformidade ao Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável 4 proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU):

4. Educação de qualidade. Garantir o acesso à educação inclusiva, de quali-


dade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida
para todos
OBJETIVO de Desenvolvimento Sustentável 4. Nações Unidas Brasil. Brasília, DF, c2022.
Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/4. Acesso em: 19 jul. 2022.

A partir da análise comparativa dos resultados relativos ao desempenho dos estudantes em diferentes
edições dessas avaliações, por exemplo, é possível direcionar investimentos aos segmentos da população que
estão distantes das metas educacionais traçadas, além de poder orientar mudanças na formação docente e
contribuir para a produção de materiais didáticos.
Em se tratando de avaliações de larga escala aplicadas durante a Educação Básica, no Brasil, podem-se
destacar o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
regulamentadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), e o Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (Pisa), regulamentado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). No Brasil, o Pisa também é coordenado pelo Inep.
O Saeb corresponde a um conjunto de avaliações que são aplicadas a cada dois anos na rede pública e em
uma amostra da rede privada. As avaliações são constituídas por questionários (respondidos por estudantes,
professores, diretores e outros da comunidade escolar sobre diferentes aspectos, como nível socioeconômico,
infraestrutura, materiais didáticos etc.) e por testes, que possibilitam avaliar a aprendizagem. Os testes são
realizados por estudantes do Ensino Fundamental (2o, 5o e 9o anos) e do Ensino Médio (3o ano do ensino

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tradicional e 4o ano do ensino integrado) e referem-se aos componentes curriculares de Língua Portuguesa
e Matemática. Desde o Saeb 2019, estudantes do 9o ano também passaram a fazer testes sobre Ciências
da Natureza e Ciências Humanas. Parte desses testes estão alinhados à Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). As médias de desempenho dos estudantes, associadas às taxas de aprovação, reprovação e de
abandono escolar, constituem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O Enem foi criado em 1998 e, na época, tinha o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudan-
tes após concluírem a Educação Básica. Desde 2009, o exame passou a ser utilizado como forma de acesso
ao Ensino Superior. Para esse propósito, qualquer pessoa que tenha concluído o Ensino Médio, ou que esteja
em ano de conclusão, pode realizar o exame. Os que ainda não concluíram essa etapa podem fazê-lo com o
objetivo de autoavaliar seus conhecimentos. O exame conta com questões relativas a quatro áreas de conhe-
cimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas
Tecnologias; e Ciências da Natureza e suas Tecnologias; além de uma redação.
O Pisa avalia o desempenho de estudantes de 15 anos (idade em que se supõe o término da escolarização
básica obrigatória em boa parte dos países) de escolas públicas e particulares quanto a três domínios, Leitura,
Matemática e Ciências, sendo um desses campos o foco de cada edição. Os resultados dessa avaliação possibilitam
a obtenção de um panorama geral da educação mundial e a realização de uma análise comparativa a seu respeito
entre os países participantes.
Com relação à área das Ciências da Natureza, de modo geral, nesses exames, os estudantes não são
apenas avaliados quanto aos conhecimentos conceituais que possuem, mas também aos conteúdos proce-
dimentais e atitudinais. Isto é, também são consideradas habilidades relativas à solução de problemas coti-
dianos e à participação ativa em discussões críticas sobre questões que envolvem a Ciência, a sociedade, a
Tecnologia e o ambiente. Isso é feito por meio de atividades que podem envolver a realização de inferências,
a produção de análises críticas, o uso da abordagem científica, a argumentação, a promoção de consciência
socioambiental, entre outras atividades.

DANIEL M ERNST/SHUTTERSTOCK.COM

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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influenciam na saúde mental? SMAD: Revista Eletrônica mentos: uma perspectiva cognitiva. 1. ed. Lisboa:
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1, p. 1-3, jan.-fev. 2020. Disponível em: https://www. Nesta obra, o autor aborda aspectos da teoria da
revistas.usp.br/smad/article/view/166931. Acesso em: 19 assimilação da aprendizagem e da retenção significativas,
jul. 2022. propiciando reflexões sobre o que é ensinar e o que é
aprender no contexto educacional, particularmente, em
O artigo apresenta como as mídias sociais podem
sala de aula.
influenciar a saúde mental da população. Abarca questões
sobre sentimentos de isolamento, conteúdos publicados AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN,
que reforçam padrões de vida e diminuem a autoestima, Helen. Psicologia educacional. 2. ed. Rio de Janeiro:
além do impacto das fake news. Interamericana, 1980.
ALARCÃO, Isabel (org.). Escola reflexiva e nova Os autores abordam aspectos da psicologia educacional,
como a natureza, os resultados e a avaliação da
racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
aprendizagem, além das variáveis que a influenciam, como a
Partindo da apresentação do conceito de escola reflexiva, estrutura cognitiva, a motivação, as relações sociais e outras.
o livro propõe uma discussão sobre o papel formativo
da escola em contribuir para o desenvolvimento de BAITELLO JUNIOR, Norval. A era da iconofagia:
competências que possibilitem aos indivíduos viver e reflexões sobre imagem, comunicação, mídia e cultura.
conviver em sociedade. São Paulo: Paulus, 2014.
Nesta obra, o autor propõe reflexões sobre a imagem, a
ALÉM da covid-19, enfrentamos outra epidemia: a de fake comunicação e a cultura, relacionando-as.
news; saiba como se proteger desse “vírus”. Instituto
Butantan. São Paulo, 17 fev. 2022. Disponível em: BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade
https://butantan.gov.br/bubutantan/alem-da-covid-19- dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
enfrentamos-outra-epidemia-a-de-fake-news--saiba-como- Nesta obra, o sociólogo polonês analisa como a ideia
se-proteger-desse-%E2%80%9Cvirus%E2%80%9D. de liquidez das instituições modernas afeta as relações
Acesso em: 18 jul. 2022. e os vínculos afetivos entre as pessoas, adotando uma
perspectiva crítica sobre os modos de relação nos
Publicação virtual do Instituto Butantan que apresenta ambientes digitais.
pontos para reflexão na análise da veracidade de uma
notícia, de modo a identificar fake news. BERBEL, Neusi A. N. (org.). Metodologia da
problematização: fundamentos e aplicações. Londrina:
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao Eduel, 1999.
jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense, 1993.
A autora discorre sobre os fundamentos da metodologia
O autor utiliza diversas analogias para propor reflexões da problematização, bem como apresenta formas de
sobre fundamentos e implicações filosóficas da Ciência e aplicá-la em sala de aula.
do saber científico.
BOTTENTUITT JUNIOR, João B.; LISBOA, Eliana S.;
AMARAL, Márcio de F. do. Culturas juvenis e COUTINHO, Clara P. O infográfico e as suas
experiência social: modos de ser jovem na periferia. potencialidades educacionais. Quaestio: Revista de
Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estudos em Educação, Sorocaba, v. 13, n. 2, p. 163-183,
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. nov. 2011. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/
Nesta dissertação, o autor traz reflexões sobre diversidade, quaestio/article/view/695. Acesso em: 19 jul. 2022.
estilos de vida, inserção social e educativa e sobre redes Neste artigo, os autores discorrem sobre as características
de relacionamentos na construção de culturas juvenis dos infográficos como alternativas para a apresentação de
na periferia. informações, destacando suas potencialidades no contexto
educacional.
ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender
BRACKMANN, Christian P. Desenvolvimento do
a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro:
pensamento computacional através de atividades
Espaço e Tempo; São Paulo: Educ, 1988. desplugadas na Educação Básica. Tese (Doutorado em
Neste livro, os autores discorrem sobre características Informática na Educação) – Universidade Federal do Rio
da Ciência sob uma perspectiva histórica, destacando Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://
a influência dos momentos históricos no processo de lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/172208/001054290.
construção dos conhecimentos científicos. pdf. Acesso em: 19 jul. 2022.

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Esta pesquisa teve como objetivo verificar a possibilidade BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de
de trabalhar o pensamento computacional na Educação Avaliação da Educação Básica (Saeb). Brasília,
Básica. Abordou os pilares do pensamento computacional, DF: Inep, [2018?]. Disponível em: https://www.gov.
seus benefícios e sua integração na escola. br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-
educacionais/saeb. Acesso em: 25 jul. 2022.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Métodos
de diagnóstico inicial e processos de avaliação Site do Ministério da Educação que apresenta informações
diversificados. Brasília, DF: MEC, [2018?]. sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contem­
br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
aprofundamentos/194-metodos-de-diagnostico- porâneos transversais na BNCC: propostas de
inicial-e-processos-de-avaliacao-diversificados. práticas de implementação. Brasília, DF: MEC, 2019.
Acesso em: 25 jul. 2022. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/implementacao/guia_pratico_temas_
Neste texto publicado no site da BNCC, foram
contemporaneos.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
apresentados métodos que podem ser utilizados pelos
professores para realizar o diagnóstico inicial dos Material complementar sobre os temas contemporâneos
conhecimentos prévios dos estudantes, bem como transversais presentes na BNCC.
diferentes formas de avaliação.
BRITTO, Daniella M. C. de; MELLO, Irene C. de. Ensino
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da de ciências na era da pós-verdade: considerações
República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, acerca do discurso presente em fake news. REAMEC:
DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: Revista da Rede Amazônica de Educação em Ciências
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Conjunto de normas governamentais que institui o
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Neste artigo, as autoras discorrem sobre a origem das
BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de fake news, além de seus impactos no ensino de Ciências,
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Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9394.htm. Acesso em: 25 jul. 2022. BUCCI, Eugênio. Existe democracia sem verdade
Legislação brasileira que regulamenta as diretrizes da factual? Barueri: Estação das Letras e Cores, 2019.
educação nacional, considerando a Educação Básica, Neste livro, o autor explora os efeitos e riscos das fake
a Educação Profissional e Tecnológica e a Educação news para a sociedade.
Superior.
CACHAPUZ, António; PRAIA, João; JORGE, Manuela.
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Acesso em: 25 jul. 2022. no contexto educacional.
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Formação de professores de ciência: tendências
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Pisa 2018. Brasília, DF: Inep, 2020. Disponível em: Nesta obra, os autores discutem a necessidade de
https://www.gov.br/inep/pt-br/centrais-de-conteudo/ repensar a formação inicial e continuada de professores
acervo-linha-editorial/publicacoes-institucionais/ de Ciências, considerando a incorporação de propostas
avaliacoes-e-exames-da-educacao-basica/relatorio- construtivistas.
brasil-no-pisa-2018. Acesso em: 25 jul. 2022.
Documento produzido pelo Ministério da Educação CHALMERS, Alan F. O que é ciência afinal? São
que apresenta informações sobre o desempenho dos Paulo: Brasiliense, 1993.
estudantes brasileiros no Pisa 2018, além de discorrer Este livro traz questões sobre a natureza da Ciência,
brevemente sobre esse exame. abordando aspectos relacionados à sua história e filosofia.

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CHIARO, Sylvia de; LEITÃO, Selma. O papel do FERREIRA, Armindo R. Comunicação e aprendi­
professor na construção discursiva da argumentação zagem: mecanismos, ferramentas e comunidades
em sala de aula. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto digitais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
Alegre, v. 18, n. 3. p. 350-357, 2005. Disponível em: Este livro discorre sobre mídias e ferramentas digitais
https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000300009. que podem ser utilizadas no contexto educacional para
Acesso em: 19 jul. 2022. enriquecer o processo de ensino e aprendizagem.
Neste artigo, as pesquisadoras exploram, a partir de
experiências em sala de aula, atividades didáticas que FERREIRA, Leonardo; GURGUEIRA, Giovana P.
buscam envolver os educandos em situações de debate, Instrumentos didáticos como fator de sensibilização
investigando especificamente o argumento como em sala de aula. Revista de Educação, Londrina,
ferramenta educacional no ensino de Ciências. v. 14, n. 17, p. 117-129, 2011. Disponível em: https://
seer.pgsskroton.com/educ/article/view/1819. Acesso
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOT TI, José A.; em: 25 jul. 2022.
PERNAMBUCO, Marta M. C. A. Ensino de ciências:
Neste artigo, os autores realizaram um levantamento
fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
bibliográfico de artigos científicos nacionais que
Neste livro, os autores discorrem sobre o ensino de abordaram os instrumentos didáticos que podem ser
Ciências e a prática docente, considerando fundamentos, utilizados como meio de sensibilização em sala de aula,
desafios e outros pontos. destacando a importância das relações interpessoais no
ambiente escolar.
DELL’ISOLA, Regina L. P. Inferência na leitura. Glossário
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Nesta publicação virtual, a autora discorre brevemente Janeiro, v. 20, n. 35, p. 1-14, 2020. Disponível em:
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correlacionando-o à leitura. praticas-com-aprendizagem-significativa-para-
estudantes-da-educacao-basica. Acesso em: 25 jul.
DUARTE, Tiago R.; REYES-GALINDO, Luis. Estudos 2022.
sociais das ciências e tecnologias. PÓS: Revista
Brasiliense de Pós­‑Graduação em Ciências Sociais, Este artigo discute os principais focos da teoria da
Brasília, DF, v. 2, n. 14, p. 12-33, ago. 2019. Disponível epistemologia genética de Jean Piaget e da teoria da
em: https://periodicos.unb.br/index.php/revistapos/ aprendizagem significativa, de David Ausubel, no que
issue/view/1754. Acesso em: 19 jul. 2022. tange ao processo de ensino e aprendizagem.
Os autores abordaram o surgimento e a expansão FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
dos Estudos Sociais das Ciências e Tecnologias (ESCT), necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo:
destacando sua consolidação no Brasil. Este texto é Paz e Terra, 1996.
o capítulo de apresentação do dossiê sobre os ESCT, Nesta obra, Paulo Freire destaca aspectos necessários à
de 2019. prática pedagógica para se propiciar o desenvolvimento
FADEL, Charles; BIALIK, Maya; TRILLING, Bernie. da autonomia do educando para a construção de seu
Educação em quatro dimensões: as competências conhecimento.
que os estudantes precisam ter para atingir o sucesso. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um
Boston: Center for Curriculum Redesign, 2015. reencontro com a pedagogia do oprimido. 1. ed. Rio
A obra destaca necessidades de transformações na de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
edu­cação escolar, considerando as competências que Neste livro, Paulo Freire retoma a obra de sua autoria
precisam ser desenvolvidas pelos estudantes para Pedagogia do oprimido, propondo reflexões relacio­
prosperarem no mundo atual e futuro. nadas às suas vivências, experiências e inspirações.
FAZENDA, Ivani (org.). Didática e interdisci­ HALL, Stuart. A identidade cultural na pós­
plinaridade. 13. ed. Campinas: Papirus, 1998. ‑modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
(Coleção Práxis). O autor investiga as transformações no conceito de
Nesta obra, a autora discorre sobre a interdisciplinaridade identidade, da compreensão relacionada aos valores
na formação e na prática docente. vinculados ao Iluminismo até um ambiente marcado pela
diversidade étnica, religiosa e profundamente permeada
FERRARI, Ana C.; PINHEIRO, Eduarda B.; FARIA, pelo consumo de mídias.
Fernanda L. de. Utilização de jogos educativos para a
abordagem da história da ciência: um estado da arte. JACINSKI, Edson. Educação CTS no curso de
História da Ciência e Ensino: construindo interfaces, licenciatura interdisciplinar em ciências naturais:
São Paulo, v. 23, p. 131-148, 2021. Disponível em: desafios e possibilidades. In: ENCONTRO NACIONAL
https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/ DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 11.,
view/54309/35573. Acesso em: 19 jul. 2022. Florianópolis, 2017. Anais... Florianópolis: UFSC,
Neste artigo, as autoras discorrem sobre a importância 2017. p. 1-9. Disponível em: http://www.abrapecnet.
de incluir a abordagem da História da Ciência no ensino org.br/enpec/xi-enpec/anais/resumos/R2116-1.pdf.
de Ciências a partir do uso de jogos educativos. Acesso em: 25 jul. 2022.

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Este estudo buscou analisar os sentidos da Ciência, OBJETIVO de Desenvolvimento Sustentável 4. Nações
Tecnologia e Sociedade presentes no Projeto Pedagógico Unidas Brasil. Brasília, DF, c2022. Disponível em: https://
do curso de Licenciatura Interdisciplinar da UTFPR, de brasil.un.org/pt-br/sdgs/4. Acesso em: 19 jul. 2022.
modo a verificar quais elementos são significativos para Esse site das Nações Unidas apresenta detalhes sobre
a formação docente. o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, que diz
JÓFILI, Zélia. Piaget, Vygotsky, Freire e a construção respeito à educação de qualidade.
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Práticas, Recife, ano 2, n. 2, p. 191-208, dez. 2002. Curitiba: SEJUF, [2019?]. Disponível em: https://www.
Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio. justica.pr.gov.br/Pagina/O-que-e-Cidadania. Acesso em:
br/7560/7560.PDF. Acesso em: 25 jul. 2022. 17 jul. 2022
Este artigo analisou as contribuições de Jean Piaget, Lev Neste endereço eletrônico do governo do estado
Vygotski e Paulo Freire para o processo de construção do Paraná, há uma explicação sobre a origem da
de conhecimento na escola, com destaque para o papel palavra cidadania, a explicação jurídica do termo e são
do professor.
estabelecidas as relações do cidadão com o Estado.
KOCH, Ingedore V.; ELIAS, Vanda M. Ler e
PILATI, Ronaldo. Ciência e pseudociência: por
compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo:
que acreditamos apenas naquilo em que queremos
Contexto, 2006.
acreditar. 1. ed. São Paulo: Contexto. 2018.
Neste livro, as autoras mostram como a atividade da
Neste livro, o autor discorre sobre características da
leitura é essencialmente ativa, na medida em que os
Ciência e das pseudociências, trazendo reflexões sobre
estudantes são levados a preencher lacunas ao vincular
o impacto das pseudociências em nossa sociedade.
informações enquanto leem.
PREMEBIDA, Adriano; NEVES, Fabrício M.; ALMEIDA,
LAZER, David M. J. et al. The science of fake news.
Science, Washington, D.C., v. 359, n. 6380, p. 1094­ Jalcione. Estudos sociais em ciência e tecnologia e
‑1096, mar. 2018. suas distintas abordagens. Sociologias, Porto Alegre,
ano 13, n. 26, p. 22-42, jan./abr. 2011. Disponível em:
Neste artigo, os autores discorrem sobre os mecanismos
https://doi.org/10.1590/S1517-45222011000100003.
de propagação das fake news e os impactos que elas
podem provocar na vida dos indivíduos. Acesso em: 19 jul. 2022.
Neste estudo, os autores buscaram fornecer um
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem panorama histórico entre as diferentes perspectivas
escolar: estudos e proposições. 17. ed. São Paulo: sobre Ciência e Tecnologia, apontando que atualmente
Cortez, 2005. o cenário da pesquisa social é composto de cientistas,
sociólogos, antropólogos, entre outros.
Nesta obra, o autor aborda aspectos da avaliação da
educação escolar, entre eles, o entendimento do erro RAMOS, Eliana B. Anos 60 e 70: Brasil, juventude e
nesse processo. rock. Revista Ágora, Vitória, n. 10, p. 1-20, 2009.
MENEZES, Jones B. F. de. Práticas de avaliação Este artigo aborda o surgimento do rock and roll, discutindo
sua relação com a formação de uma cultura juvenil. Traz
da aprendizagem em tempos de ensino remoto.
como destaque esse processo no Brasil nas décadas de
Revista de Instrumentos, Modelos e Políticas em 1960 e 1970.
Avaliação Educacional, Fortaleza, v. 2, n. 1, 2021.
Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/impa/ RIBEIRO, Gabriel; SILVA, José L. de J. C. da. A
article/view/5384/4232. Acesso em: 25 jul. 2022. relevância da história da ciência para o ensino de
Neste artigo, o autor discute práticas avaliativas que ciências: elementos introdutórios. Revista Acadêmica
podem ser exploradas no ensino remoto. GUETO, v. 9, n. 1, p. 12-25, 2017. Disponível em:
https://core.ac.uk /download/pdf/143977201.pdf.
MENTAL health: strengthening our response. World
Acesso em: 25 jul. 2022.
Health Organization. Genebra, 17 jun. 2022.
Disponível em: https://www.who.int/news-room/ Neste artigo, os autores discorrem sobre a importância
fact-sheets/detail/mental-health-strengthening-our- de incorporar a abordagem da História da Ciência ao
ensino de Ciências.
response. Acesso em: 18 jul. 2022.
Este site da Organização Mundial da Saúde discorre SANTOS, Leonor. A articulação entre a avaliação
sobre a definição de saúde mental, bem como sobre somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma
questões que a afetam. impossibilidade ou um desafio? Ensaio: Avaliação
e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro,
MOREIRA, Marco A.; MASINI, Elcie F. S. Aprendizagem v. 24, n. 92, p. 637-669, jul./set. 2016. Disponível em:
significativa: a teoria de David Ausubel. 2. ed. São https://doi.org/10.1590/S0104-40362016000300006.
Paulo: Centauro, 2006. Acesso em: 25 jul. 2022.
Os autores discorrem sobre aspectos da teoria da Neste artigo, a autora busca problematizar uma proposta
apren­ d izagem significativa proposta por Ausubel, de articulação entre avaliação somativa e formativa no
relacionando-a ao contexto educacional. contexto escolar.

LIV

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SANTOS, Leonor W.; RICHE, Rosa C.; TEIXEIRA, escolar. 18 ed. São Paulo: Libertad, 2008. (Cadernos
Claudia S. Análise e produção de textos. 1. ed. Pedagógicos da Libertad, v. 3).
São Paulo: Contexto, 2016. Nesta obra, o autor discorre sobre a avaliação da
Neste livro, apesar de ele estar focado em formas de educação escolar, projetando nela um novo sentido.
análise linguística, as autoras fornecem uma explicação
competente acerca dos gêneros textuais, além de dar VYGOTSKI, Lev S. A formação social da mente.
subsídios para a construção de um texto coeso e claro. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
O livro trata de uma seleção de ensaios produzidos pelo
SILVA, Daniela M. V. da. Aprendizagem mediada por
psicólogo russo Vygotski. Dentre os assuntos abordados,
signos e a construção de conceitos em uma perspectiva
destaca-se o desenvolvimento das funções psicológicas
vigotskiana. Revista Educação Pública, Rio de
superiores e suas implicações educacionais.
Janeiro, v. 17, ed. 18, p. 1-10, 2017. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/8/ WIECZORKOWKI, Juscinete R. S.; PESOVENTO,
aprendizagem-mediada-por-signos-e-a-construo-de- Adriane; TÉCHIO, Kachia H. Etnociência: um breve
conceitos-em-uma-perspectiva-vigotskiana. Acesso levantamento da produção acadêmica de discentes
em: 25 jul. 2022. indígenas do curso de educação intercultural.
Este artigo traz considerações sobre mediação docente, Revista Ciências & Ideias, Nilópolis, v. 9, n. 3, p.
bem como sobre o uso de instrumentos e signos nesse 153-168, set.-dez. 2018. Disponível em: https://
processo, a partir dos preceitos de Vygotski.
revistascientificas.ifrj.edu.br/revista/index.php/reci/
STRIQUER, Marilúcia dos S. D. O processo de mediação: article/view/948. Acesso em: 24 jul. 2022.
das definições teóricas às propostas pedagógicas. No referencial teórico deste artigo, as autoras apresentam
Eutomia: Revista de Literatura e Linguística, um breve levantamento bibliográfico sobre a definição
Recife, v. 1, n. 19, p. 142-156, 2017. Disponível em: de etnociência.
https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/article/
view/15165/0. Acesso em: 26 jul. 2022. WING, Jeannette M. Computational Thinking.
Communications of the ACM, [s. l.], v. 49, n. 3,
Este artigo aborda a mediação docente no processo p. 33-35, mar. 2006. Disponível em: https://www.
de internalização de instrumentos materiais e signos
cs.cmu.edu/~15110-s13/Wing06-ct.pdf. Acesso em:
psicológi­cos pelos estudantes, a partir dos preceitos
18 jul. 2022.
de Vygotski.
Este artigo colocou em evidência o pensamento com­
VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação: concepção putacional e propôs que ele deve ser uma habilidade
dialética-libertadora do processo de avaliação fundamental para todos.
DAY OF VICTORY STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM

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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
PARA O VOLUME
APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO 9o ANO
Os temas e assuntos previstos para serem trabalhados no 9o ano desta coleção estão distribuídos de forma
a contemplar as unidades temáticas e as habilidades da BNCC. A organização proposta no material está apre-
sentada no quadro a seguir, mas outras sequências são possíveis.

CIÊNCIAS • 9o ANO
UNIDADE
TEMÁTICA UNIDADE CONTEÚDOS BNCC
DA BNCC
Habilidades
Estados físicos da matéria (visão submicroscópica); EF09CI01 EF09CI03
transformações físicas da matéria; transformações EF09CI02
químicas da matéria; lei da conservação das Competências gerais
massas; lei das proporções constantes; modelos 1, 2, 4 e 5
Unidade 1 atômicos; tabela periódica; reações químicas; Competências específicas
Investigando balanceamento das reações químicas. 1, 2, 3 e 6
a matéria
Bioluminescência; investigação sobre mudança de Temas contemporâneos
estado físico da água; investigação sobre taxa de transversais
desenvolvimento das reações químicas; aplicações Ciência e Tecnologia
dos elementos da tabela periódica. Educação ambiental
Educação alimentar e nutricional
Habilidades
EF09CI05 EF09CI07
Competências gerais
Classificação das ondas; propriedades das ondas 2, 3, 5, 8, 9 e 10
(propagação, frequência e período); características Competências específicas
MATÉRIA E Unidade 2 das ondas sonoras; som; infrassom; ultrassom; 2, 4, 6, 7 e 8
ENERGIA Ondas e som nível sonoro. Temas contemporâneos
transversais
Voz e pregas vocais; poluição sonora; ecolocalização. Diversidade cultural
Educação em direitos humanos
Ciência e Tecnologia
Saúde
Habilidades
EF09CI04 EF09CI06
Espectro eletromagnético; ondas de rádio; EF09CI05 EF09CI07
micro-ondas; infravermelho; luz visível; como as Competências gerais
cores são percebidas; a cor dos objetos; laser, 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 10
Unidade 3 ultravioleta; raios X; raios gama. Competências específicas
Ondas
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8
eletromagnéticas Satélites de comunicação e monitoramento;
aplicações do laser na saúde; investigação sobre Temas contemporâneos
composição das cores; radioatividade; câncer, transversais
diagnóstico e tratamento; tecnologia 5G. Ciência e Tecnologia
Educação em direitos humanos
Vida familiar e social

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CIÊNCIAS • 9o ANO
UNIDADE
TEMÁTICA UNIDADE CONTEÚDOS BNCC
DA BNCC
Habilidades
EF09CI08
Introdução à Genética; hereditariedade; genes; EF09CI09
alelos; transmissão de características hereditárias; Competências gerais
alelos dominantes; alelos recessivos; homozigoto; 1, 3, 4, 5, 7, 9 e 10
heterozigoto; genótipo; fenótipo; heredograma;
Unidade 4 cromossomos sexuais; síndromes genéticas. Competências específicas
Genética 1, 3, 4, 5, 6 e 8
Melhoramento de plantas; Biotecnologia; Engenharia
Genética; síndrome de Down; testes genéticos; Temas contemporâneos
características genéticas dos brasileiros. transversais
Saúde
Educação em direitos humanos
Vida familiar e social
Ciência e Tecnologia

Habilidades
EF09CI10
EF09CI11
Origem da vida; primeiras ideias sobre a evolução;
origem da biodiversidade; uso e desuso; herança Competências gerais
dos caracteres adquiridos; teoria da seleção natural; 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10
Unidade 5 evidências da evolução; especiação; aspectos Competências específicas
VIDA E
evolutivos do ser humano. 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 8
EVOLUÇÃO Evolução
Método científico; resistência a inseticidas; Temas contemporâneos
celacantos; resistência bacteriana. transversais
Educação para valorização do
multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras
Saúde

Habilidades
Preservação e conservação da biodiversidade; EF09CI12
Unidades de Conservação; Unidades de EF09CI13
Conservação de Proteção Integral; Unidades Competências gerais
Unidade 6 de Conservação de Uso Sustentável; consumo 4, 5, 7, 9 e 10
sustentável; ações sustentáveis bem-sucedidas.
Biodiversidade e Competências específicas
sustentabilidade Ações sustentáveis individuais; corredores 3, 5, 6 e 8
ecológicos; ações do ser humano que impactam
negativamente o ambiente. Temas contemporâneos
transversais
Educação ambiental
Educação para o consumo

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CIÊNCIAS • 9o ANO
UNIDADE
TEMÁTICA UNIDADE CONTEÚDOS BNCC
DA BNCC
Habilidades
EF09CI14
Introdução à Astronomia; Sistema Solar; planetas EF09CI17
Unidade 7 rochosos; planetas gasosos; ciclo evolutivo do Sol; Competências gerais
Estrutura do localização do Sistema Solar; estrutura do Universo. 1, 2, 3, 4 e 5
Competências específicas
Universo História dos telescópios; sondas espaciais; fusão 1, 3, 4 e 6
termonuclear nas estrelas. Tema contemporâneo
transversal
Ciência e Tecnologia
Habilidades
TERRA E EF09CI15
UNIVERSO EF09CI16
Competências gerais
Influência dos astros nas sociedades antigas e 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9
na atual; Astrobiologia; condições para a vida na Competências específicas
Unidade 8 Terra; organismos extremófilos; zonas habitáveis; 1, 2, 3, 4, 5 e 6
Astronomia e viagem ao espaço e os efeitos no corpo humano. Temas contemporâneos
sociedade Astronomia e filmes de ficção científica; vida fora transversais
da Terra; tecnologias derivadas da pesquisa de Diversidade cultural
programas e missões espaciais. Educação para valorização do
multiculturalismo nas matrizes
históricas e culturais brasileiras
Trabalho
Ciência e Tecnologia

As unidades deste Volume podem ser trabalhadas em outras sequências, diferentes da ordem apresentada pela
numeração. Caso seja de seu interesse fazer essa alteração, sugerimos que seja mantida a sequência entre as Uni-
dades relacionadas a cada unidade temática. Portanto, para a unidade temática Matéria e energia, a Unidade 1
deve ser trabalhada antes da 2, que deve ser trabalhada antes da 3; para Terra e Universo, a Unidade 7 deve ser
trabalhada antes da 8; e para Vida e evolução, a Unidade 4 deve ser trabalhada antes da 5, e esta, antes da 6.
Dessa forma, é possível iniciar pela unidade temática Matéria e energia, como sugerido neste Volume,
mas, sem prejuízos, também é possível iniciar pela unidade temática Vida e evolução ou Terra e Universo.

CRONOGRAMA
A sugestão de cronograma a seguir contempla os conteúdos das oito Unidades deste Volume. Esta organi-
zação pode ser alterada de acordo com o número de aulas anuais e as necessidades de cada escola.
Sugerimos, ainda, que o trabalho com a seção Ciências em ação seja feito ao longo do ano, utilizando 12 aulas.
É importante também que aulas fora da organização proposta sejam consideradas e utilizadas para aplicação
de avaliações, montagens de feiras de ciências ou projetos interdisciplinares.
Caso sinta necessidade de aprofundar algum assunto ou tenha um número de aulas anuais diferente da
proposta, é possível utilizar a sugestão a seguir como base para a montagem do seu próprio cronograma.

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CIÊNCIAS • 9o ANO
DIVISÃO DIVISÃO NÚMERO
UNIDADE TEMA
BIMESTRAL TRIMESTRAL DE AULAS
1. Estados e transformações físicas da matéria 4 aulas

2. Transformações químicas da matéria 2 aulas

Unidade 1.
3. A constituição da matéria 3 aulas
Investigando
a matéria
4. A tabela periódica 3 aulas
1o Bimestre
1o Trimestre
5. Balanceamento e análise de reações químicas
4 aulas
no ambiente

1. Ondas 5 aulas
Unidade 2.
Ondas e som
2. Som 6 aulas

Unidade 3. 1. Do rádio à luz visível 7 aulas


Ondas
eletromagnéticas 2. Do ultravioleta aos raios gama 5 aulas
2o Bimestre
1. Introdução à Genética 7 aulas
Unidade 4.
Genética
2. A Genética e o ser humano 7 aulas
2o Trimestre
1. Origem da vida 4 aulas

Unidade 5.
2. Evolução dos seres vivos 6 aulas
Evolução

3o Bimestre 3. Surgimento de novas espécies 4 aulas

Unidade 6. 1. Preservação e conservação da biodiversidade 5 aulas


Biodiversidade e
sustentabilidade 2. Ações sustentáveis 6 aulas

Unidade 7. 1. A Astronomia 4 aulas


3o Trimestre Estrutura
do Universo 2. Além da Terra 7 aulas
4o Bimestre
Unidade 8. 1. Os povos e os astros 5 aulas
Astronomia
e sociedade 2. Astrobiologia 6 aulas

Ao longo do ano Ciência em ação 12 aulas

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BNCC NA PRÁTICA
UNIDADE 1 • Investigando a matéria
Objetivos
• Investigar as transformações físicas da matéria por meio da mudança de estados físicos, utilizando uma
abordagem submicroscópica.
• Comparar a quantidade de reagentes e produtos nas transformações químicas, balanceando a proporção
entre as massas.
• Explicar que a matéria é constituída por átomos.
• Compreender a evolução dos modelos atômicos reconhecendo as contribuições de diferentes pesquisadores
ao longo do tempo.
• Reconhecer que os elementos químicos são caracterizados pela quantidade de prótons em seu núcleo, ou
seja, por seu número atômico.
• Definir o que são elementos químicos e organizá-los em conjuntos com propriedades semelhantes.
• Conhecer e interpretar a tabela periódica.
• Compreender e realizar o balanceamento de equações químicas.
Justificativa dos objetivos
Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI01, EF09CI02 e EF09CI03.
O primeiro assunto trabalhado é a matéria e suas transformações físicas, usando a água como modelo – por
ser uma substância que os estudantes conhecem e com a qual têm familiaridade –, e os três estados físicos
da matéria: sólido, líquido e gasoso.
Em seguida, as transformações químicas são trabalhadas de maneira contextualizada, iniciando-se com
o exemplo do jenipapo, uma fruta nativa da Amazônia e da Mata Atlântica, na qual a oxidação pode ser
percebida por meio de uma evidência de transformação química: a mudança de cor. Essa reação é importante
para a produção de corantes naturais utilizados por muitas etnias indígenas. Para introduzir as leis que regem
as reações químicas, destacam-se as contribuições de alguns cientistas para sua proposição.
A evolução histórica do conhecimento sobre a constituição da matéria é feita para introduzir os termos
“átomo” e “elemento químico”. Com isso, os estudantes conseguem associá-los aos elementos submicros-
cópicos para compreender as transformações físicas e químicas da matéria.
A tabela periódica e as propriedades de alguns elementos químicos também são abordadas de maneira
histórica e contextualizada, contribuindo para a compreensão dos outros assuntos da Unidade.
Os conceitos de equação química e balanceamento de reações químicas também são apresentados com
exemplos do cotidiano dos estudantes, a fim de que eles compreendam que as reações químicas não acontecem
apenas dentro de um laboratório, de forma controlada e na presença de pesquisadores, mas que aconte-
cem o tempo todo e ao nosso redor, como durante a fotossíntese e a respiração celular.
BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Matéria e energia do
9o ano da BNCC. A Unidade dedica-se ao estudo da matéria. Nela, retomaremos o estudo das transforma-
ções da matéria por meio da mudança dos estados físicos, já abordado em anos anteriores, mas, agora,
adicionando um novo nível de complexidade, utilizando uma abordagem submicroscópica. Essa abordagem
tem como objetivo tratar dos aspectos relativos à constituição da matéria, portanto, serão apresentados os
conceitos de átomo e de elemento químico.

LX

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Ao solicitar a identificação das mudanças de estados físicos da matéria, as atividades das páginas 21 e
22 contribuem para a mobilização da habilidade EF09CI01. A Oficina científica da página 23 contribui
para a mobilização da mesma habilidade, para a competência geral 2 e para a competência específica 2,
ao propor um experimento para investigar as mudanças de estado físico da água.
Outro assunto abordado na Unidade são as leis ponderais da Química: a lei da conservação das massas e a
lei das proporções constantes, que serão apresentadas por meio de exemplos de reações químicas do cotidiano
e experimentais no Tema 2. Esse conteúdo fornece subsídios para a mobilização da habilidade EF09CI02. As
atividades 3 a 7 das páginas 28 e 29 possibilitam que os estudantes comparem as quantidades de reagentes
e de produtos envolvidos em transformações químicas.
A fim de discutir o caráter histórico, coletivo, cultural e provisório das ciências, no Tema 3, é apresentada
a evolução dos modelos atômicos. Para isso, serão discutidos os modelos propostos por Dalton, Thomson,
Rutherford e Rutherford-Bohr, abordando-se algumas características dos átomos que irão reforçar o conceito
de elemento químico. Essa abordagem histórica, reconhecendo que a Ciência está em constante construção,
contribui para o desenvolvimento da competência específica 1, da competência geral 1 e da habilidade
EF09CI03. Além disso, favorece o trabalho com o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia,
ao destacar a limitação dos modelos atômicos propostos, considerando os conhecimentos e a tecnologia dis-
poníveis na época de sua elaboração.
A habilidade EF09CI03 pode ser mobilizada nas atividades 1 e 3 da página 37, uma vez que os estudantes
devem identificar os elementos que compõem a estrutura da matéria, a constituição do átomo e a composição
de moléculas simples, além de reconhecer como ocorreu a evolução histórica desses estudos. A atividade 1, ao
solicitar a produção de uma tirinha para representar a evolução dos modelos atômicos, também contribui para
o desenvolvimento da competência geral 4, relativa ao uso de diferentes linguagens. Na atividade 3, ao reco-
nhecer a Ciência como um empreendimento humano, a competência específica 1 também é desenvolvida.
Na página 33 do Livro do estudante e na página 29 deste Manual do professor, é sugerido o uso de
simuladores para complementar o estudo dos conceitos trabalhados na Unidade. A exploração desses materiais
contribui para o desenvolvimento da competência específica 6 e da competência geral 5, relacionadas ao
uso de tecnologias digitais de forma significativa, para a produção de conhecimentos.
Com o mesmo propósito de apresentar a Ciência como um empreendimento humano e a provisoriedade
dos conhecimentos científicos, no Tema 4, são apresentadas brevemente as contribuições de diferentes
pesquisadores à elaboração da tabela periódica. Essa abordagem também contribui para o desenvolvimento
da competência específica 1.
A atividade 1 da página 43, ao abordar a importância dos sais minerais na alimentação e associá-los aos ele-
mentos da tabela periódica, trabalha o tema contemporâneo transversal Educação alimentar e nutricional.
O Tema 5 complementa o desenvolvimento da habilidade EF09CI02 ao conceituar o balanceamento de rea-
ções químicas. Ao apresentar exemplos de reações que acontecem ao nosso redor, esse Tema também contribui
para o desenvolvimento da competência específica 3. As atividades 1 a 3 da página 51 e as atividades 5 a 7
da página 52 requerem que os estudantes comparem a quantidade de reagentes e de produtos das reações
químicas, estabelecendo proporções, mobilizando, assim, a habilidade EF09CI02.
Na página 51, a atividade 3, ao solicitar aos estudantes que pesquisem sobre impactos causados pela queima
de combustíveis fósseis e proponham soluções para reduzir esses impactos, e a atividade 4, ao mostrar um estudo
publicado em uma revista científica sobre estimativas de impactos ambientais relacionados à destruição da camada
de ozônio, possibilitam o desenvolvimento do tema contemporâneo transversal Educação ambiental.
A seção Oficina científica da página 53 propõe um experimento para avaliar a taxa de desenvolvimento de
reações químicas em diferentes temperaturas, contribuindo para o desenvolvimento da competência geral 2
e da competência específica 2. Ao associar a taxa de desenvolvimento de reações químicas à conservação
de alimentos, a seção aborda o tema contemporâneo transversal Educação alimentar e nutricional.

LXI

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A seção O assunto é… exemplifica como diversos elementos da tabela periódica são usados em objetos do
dia a dia, contribuindo para o desenvolvimento do tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia.
Ao propor uma atividade de pesquisa com posterior apresentação dos resultados por meio de slides, também
contribui para o desenvolvimento da competência geral 5 e da competência específica 6, relacionadas ao
uso de tecnologias digitais de informação e comunicação para partilhar informações.

UNIDADE 2 • Ondas e som


Objetivos
• Compreender o que é uma onda.
• Classificar ondas quanto à sua natureza e ao modo de oscilação.
• Representar uma onda e identificar suas principais características.
• Conhecer as ondas sonoras e reconhecer suas principais características.
• Compreender os mecanismos envolvidos na transmissão e na recepção do som na comunicação humana.
• Explicar como uma onda sonora é reconhecida pelo ser humano e como pode impactar na saúde.
• Discutir o papel do estudo das ondas sonoras e dos avanços tecnológicos no uso desse tipo de onda pela
sociedade, como na medicina diagnóstica e no tratamento de doenças.
Justificativa dos objetivos
Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI05 e EF09CI07.
No desenvolvimento proposto para esta Unidade, os estudos se iniciam com conceitos relacionados a
ondas, apresentando aos estudantes sua definição geral e alguns aspectos de sua natureza. Com isso, os
estudantes podem, a partir da representação de uma onda, compreender algumas de suas principais carac-
terísticas. Também serão apresentadas as definições de amplitude e comprimento de onda, assim como as
definições de frequência e período.
A Unidade então segue para os estudos de um tipo importante de onda mecânica, a onda sonora. Os
estudantes poderão entender os mecanismos envolvidos na geração de som e no modo como ele é percebi-
do por uma pessoa. A frequência destaca-se como uma importante característica das ondas sonoras, já que
existem ondas sonoras com frequências que não são audíveis pelo ser humano. Com a compreensão das ca-
racterísticas das ondas sonoras, o ser humano pode desenvolver tecnologias que fazem uso dessas ondas em
diferentes aplicações, com alguns exemplos apresentados.
BNCC na Unidade
Nesta Unidade, são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Matéria e energia do 9o ano,
da BNCC. Serão apresentadas as propriedades gerais das ondas, com ênfase nas ondas sonoras e em como
ocorre a transmissão e a recepção de sons no corpo do ser humano, além de serem exploradas algumas
aplicações das ondas sonoras em diferentes tecnologias, como o aparelho de ultrassom. Desse modo, esta
Unidade contribui para a mobilização das habilidades EF09CI05 e EF09CI07.
Para introdução do Tema 1, Ondas, na página 58, foi feita uma abordagem a partir da fotografia de
uma apresentação cultural envolvendo dança e música, possibilitando explorar a forma como as informa-
ções transmitidas nessa apresentação chegam às pessoas que a estão assistindo. Assim, foi possível iniciar o
estudo sobre transmissão de informações por ondas luminosas e sonoras, enquanto se explorou o tema con-
temporâneo transversal Diversidade cultural. A competência específica 2 também pode ser desenvolvida
nessa página, com a realização da atividade experimental sugerida no #FICA A DICA, que exige o domínio de
práticas e processos por parte dos estudantes a fim de que consigam realizar a atividade e, então, responder
a perguntas como: o som é capaz de mover objetos?

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A indicação do uso de tecnologias e aplicativos foi explorada com a sugestão do link apresentado no
#FICA A DICA da página 62, que disponibiliza um simulador de ondas no qual os estudantes podem variar
propriedades da onda e verificar instantaneamente os efeitos dessas propriedades, desenvolvendo assim a
competência geral 2, relativa ao uso da abordagem científica, e a competência geral 5 e a competência
específica 6, relativas ao uso de tecnologias digitais para a produção de conhecimentos.
Na abordagem do Tema 2, Som, nas páginas 68 a 73, trata-se especificamente a onda sonora, apre-
sentando-se os principais mecanismos envolvidos na emissão e na recepção de informações pelo som,
trabalhando-se parte da habilidade EF09CI05. Com base nas características da onda sonora, será ex-
plicado como uma onda pode ser gerada e como ela pode ser percebida e interpretada, tanto pelo ser
humano quanto por outros animais.
O tema contemporâneo transversal Educação em direitos humanos é explorado nos estudos sobre
percepção de ondas sonoras, a partir da página 68, na qual é explicado que uma onda sonora pode ser per-
cebida de outras formas além do sentido da audição, relacionando-se, assim, à percepção do som feita por
pessoas surdas. Essa abordagem possibilita aprofundar o conhecimento dos direitos de pessoas surdas e com-
preender melhor a importância de atitudes individuais e coletivas que gerem inclusão. Nas atividades 1 e 2 da
página 68, os estudantes são convidados a explicar de que forma o som pode ser percebido por uma pessoa
surda e a opinar sobre a importância de se desenvolverem projetos de inclusão, mobilizando assim a compe-
tência específica 8 e a competência geral 10.
Ainda no Tema 2, apresenta-se a diferença entre infrassons e ultrassons, a partir da página 71. Após a
definição do que é ultrassom, apresenta-se uma importante aplicação dessas ondas mecânicas na medicina
diagnóstica, mobilizando assim a habilidade EF09CI07 e explorando de maneira conjunta os temas contem-
porâneos transversais Saúde e Ciência e Tecnologia.
As atividades desse Tema, nas páginas 74 e 75, exploram a habilidade EF09CI05. Na atividade 6, na
página 75, novamente a habilidade EF09CI07 é mobilizada, apresentando-se um contexto de cálculo renal
aos estudantes, problema de saúde que pode ser diagnosticado por um exame de ultrassonografia e que
pode ser tratado com ondas na frequência do ultrassom, capazes de fragmentar os cálculos. Os estudan-
tes são convidados a conversar sobre a importâncias das ondas sonoras na área da saúde e sobre manter
hábitos saudáveis para evitar cálculos renais, desenvolvendo assim a competência específica 7 e a com-
petência geral 8.
A habilidade EF09CI05 também é trabalhada na seção Integrando com Arte, que explora a produção
e a transmissão da voz humana. Essa seção trata, ainda, da importância de cuidar da voz, levando os estu-
dantes a refletir a respeito desse assunto e mobilizando a competência específica 7. A atividade 5 dessa
seção incentiva os estudantes a valorizar e produzir manifestações artísticas, contribuindo para o desen-
volvimento da competência geral 3.
Na seção Entre contextos, a atividade 1 propicia o trabalho com a competência específica 7 e com o
tema contemporâneo transversal Saúde ao tratar do cuidado com a saúde auditiva. Na atividade 3, os estu-
dantes são convidados a produzir algum material digital que possa divulgar informações a respeito da polui-
ção sonora, o que possibilita o desenvolvimento da competência geral 5 e da competência específica 6.
Na seção O assunto é..., a atividade 2 permite o trabalho com a competência específica 8 e a com-
petência geral 10, ao solicitar que os estudantes pesquisem e se envolvam com um contexto relacionado
às pessoas com deficiência visual, que, no caso, podem utilizar ondas sonoras de um ambiente para fazer
sua leitura por meio de ecolocalização, identificando assim obstáculos ao seu redor, mobilizando também
a competência geral 9. Ainda nessa atividade, os estudantes são convidados a pesquisar e a discutir
o uso de ondas sonoras em tecnologias do cotidiano, verificando alguns benefícios que conhecimentos
científicos e tecnologias podem oferecer para a sociedade, assuntos relacionados ao tema contemporâneo
transversal Ciência e Tecnologia e à competência específica 4.

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UNIDADE 3 • Ondas eletromagnéticas
Objetivos
• Reconhecer o espectro eletromagnético como uma classificação das radiações eletromagnéticas por
suas frequências.
• Classificar as ondas eletromagnéticas por suas fontes emissoras e aplicações e discutir seus usos.
• Verificar os benefícios e possíveis malefícios causados pelas ondas eletromagnéticas.
• Identificar os mecanismos envolvidos na transmissão de informações por ondas eletromagnéticas e sua
importância para os sistemas de comunicação.
• Compreender que a luz branca é uma onda eletromagnética composta de todas as cores do espectro visível,
sendo cada cor identificada por uma frequência distinta.
• Identificar estruturas do olho humano responsáveis pela captação das cores.
• Reconhecer que todas as cores de luz podem ser formadas pela composição de três cores captadas pelo
olho humano: vermelho, verde e azul.
• Reconhecer que a cor de um objeto está relacionada também à cor da luz que o ilumina.
• Discutir o papel dos avanços tecnológicos relacionados às ondas eletromagnéticas no seu uso pela sociedade.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI04, EF09CI05, EF09CI06 e EF09CI07 da BNCC.
A análise inicial das principais características das ondas eletromagnéticas possibilita aos estudantes perce-
ber a existência de uma classificação do espectro por frequência, que será gradativamente abordada durante
toda a Unidade. No estudo das ondas de rádio e das micro-ondas, os estudantes adquirem conhecimentos
sobre a geração, a transmissão e a recepção dessas ondas nos meios de telecomunicação, o que favorece
posteriores investigações sobre esse tema. A abordagem das frequências de ondas eletromagnéticas na
região do infravermelho se dá por meio de aplicações no cotidiano, como em controles remotos, exames
médicos e sistemas de segurança. Investigações práticas presentes na Unidade possibilitam aos estudantes
analisar a composição da luz branca. As estruturas do olho relacionadas à percepção da luz e das cores são
apresentadas, bem como a interação entre a luz visível e os objetos.
Ao abordar as ondas na faixa de frequência dos raios X e dos raios gama, os estudantes podem inferir que o
poder de penetração desses raios pode causar malefícios aos tecidos vivos quando estes são expostos excessiva
ou descontroladamente àqueles. Ao mesmo tempo, são apresentadas aplicações dessas frequências de ondas
em exames e tratamentos médicos, como a radioterapia.
Para todas as faixas do espectro eletromagnético, esta Unidade vai discutir continuamente a importância
das pesquisas e dos avanços tecnológicos relacionados à compreensão e à utilização das respectivas ondas
para benefício da sociedade.
BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Matéria e energia do
9o ano, da BNCC. Serão apresentadas as aplicações e discutidos os usos em nossa sociedade dos tipos
de onda que constituem o espectro eletromagnético. Além disso, serão trabalhados os mecanismos do
organismo humano relacionados à percepção de cor e à interpretação de imagens.
A abertura da Unidade apresenta como contexto o primeiro satélite projetado e operado no Brasil, o que
possibilita uma abordagem do tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, assim como da com-
petência específica 4, pois o projeto de um satélite envolve estudo e dedicação de profissionais da área de
Ciência e Tecnologia, além de parcerias com entidades governamentais e órgãos financiadores. No caso espe-

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cífico desse satélite, o objetivo é o monitoramento de áreas florestais e de cultivo no país, portanto o assunto
possibilita também uma conversa sobre a relevância desse monitoramento, os riscos do desmatamento e a
importância de um equilíbrio entre preservação e cultivo.
A Unidade aborda a competência geral 1 e a competência específica 1 em alguns momentos. Na
página 84, para iniciar o estudo das ondas eletromagnéticas, são apresentadas as principais contribuições
históricas para esse tema. Essa estratégia é essencial, pois revela o conhecimento científico como uma
construção humana, passível de erros e acertos, temporário, cultural e histórico.
O mesmo ocorre na página 101, que explica como foi o início dos estudos sobre o raio X, com uma
abordagem histórica sobre a descoberta desse tipo de radiação. O objetivo é levar os estudantes a perceber
que os avanços do conhecimento se devem ao empenho de cientistas que buscaram entender determinado
fenômeno ou processo, de forma sistemática.
A página 85 apresenta aos estudantes o espectro eletromagnético, que possibilita classificar as ondas ele-
tromagnéticas em faixas de frequência, ou comprimento de onda, dando subsídios para o desenvolvimento
da habilidade EF09CI06. Os estudantes são levados a analisar o espectro, buscando uma compreensão de sua
organização e do modo como isso interfere no uso das radiações apresentadas, contemplando, assim, a com-
petência específica 3. No espectro, pode-se verificar que cada onda eletromagnética apresenta diferentes
características, o que faz com que cada uma tenha diferentes utilidades.
Nas páginas 86 a 88, há outro exemplo de abordagem das habilidades EF09CI05 e EF09CI06 ao se apre-
sentar aos estudantes a transmissão de informações por ondas de rádio e pelas micro-ondas, consideradas
ondas de rádio de alta frequência. Retornando ao espectro eletromagnético, os estudantes podem verificar que
as micro-ondas estão próximas à faixa de frequência das ondas de rádio. Nessas páginas, também é possível
trabalhar o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, ao se destacarem aplicações tecnológicas
utilizadas na sociedade, proporcionadas pelo avanço dos conhecimentos científicos.
O estudo da Luz visível, nas páginas 90 a 92, desenvolve as habilidades EF09CI04 e EF09CI05. Essa
onda eletromagnética está relacionada ao sentido da visão, e um estudo específico sobre ela possibilita
compreender o mecanismo de transmissão e recepção de informações relacionadas às imagens. A com-
preensão e a percepção das cores é outro assunto abordado neste momento, de modo que os estudantes
possam compreender que a cor branca é uma sobreposição de todas as cores. A prática experimental in-
dicada na página 90 deste Manual do professor possibilita aos estudantes observar a sobreposição de
cores formando o branco e argumentar e formular hipóteses sobre os efeitos observados, explorando a
competência geral 2, relativa ao uso da abordagem científica, e a competência geral 7 e a competência
específica 5, relativas à argumentação.
A sugestão do uso de tecnologias digitais no #FICA A DICA da página 92 permite o trabalho com a compe-
tência geral 5 e a competência específica 6, a partir de um simulador que os estudantes podem manusear,
alterando a cor da luz observada por um personagem e verificando que cor é interpretada por ele.
A página 93 segue com a abordagem da luz visível, mas com foco nas cores dos objetos, explorando no-
vamente a habilidade EF09CI04. Os estudantes poderão compreender que a cor observada não está no ob-
jeto, mas depende da luz que o ilumina. Essa abordagem pode ser feita por meio de uma investigação prá-
tica, como sugerido na seção Oficina científica da página 99, conforme orientam a competência geral 2
e a competência específica 2. Ainda sobre essa seção, os estudantes devem planejar alguma investigação
prática que evidencie que a cor de um objeto está relacionada com a cor que o ilumina, o que, assim, está de
acordo com a habilidade EF09CI04.
As atividades das páginas 97 e 98 possibilitam aos estudantes colocar em prática os conhecimentos ad-
quiridos a respeito do espectro eletromagnético, especialmente ondas de rádio, infravermelho e luz visível,
o que incentiva o desenvolvimento das habilidades EF09CI05 e EF09CI06.

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Na atividade 1 da página 97, os estudantes devem discorrer sobre o espectro eletromagnético e, na atividade 1
da página 108, eles vão confeccionar um espectro eletromagnético e buscar imagens para recortar e colar a fim
de ilustrar a utilização de cada uma delas nesse espectro, desenvolvendo assim a competência geral 4.
Na atividade 5 da página 98, os estudantes são convidados a fazer uma pesquisa na internet sobre os tipos
de onda estudados e os próximos a serem estudados. Dessa forma, propõe-se uma atividade na qual eles de-
vem buscar informações confiáveis em fontes adequadas e organizá-las de maneira correta. Essa atividade possi-
bilita explorar a competência específica 6.
O conteúdo das páginas 100 a 103 possibilita o desenvolvimento da habilidade EF09CI06 ao explorar
outros tipos de onda do espectro eletromagnético e suas aplicações.
A seção Integrando com História, na página 104, possibilita o desenvolvimento da competência
geral 1 e da competência específica 1, pois aborda uma época na qual materiais radioativos eram
utilizados de forma negligente, visto que não existiam conhecimentos suficientes sobre eles. Desse
modo, estudar essa seção leva os estudantes a valorizarem a construção dos conhecimentos científicos e a
importância do trabalho dos pesquisadores.
Nas atividades dessa seção, os estudantes são orientados a realizar uma pesquisa, o que favorece trabalhar
com eles a importância de se buscarem sempre informações fidedignas, verdadeiras e em fontes confiáveis.
Os resultados de sua pesquisa devem ser registrados em um panfleto que será entregue às pessoas da comu-
nidade, de modo a contribuir para sua conscientização. Assim, a seção possibilita uma evolução para outra
abordagem, a da divulgação correta das informações para a sociedade, contemplando a competência geral 7
e a competência específica 5, relativas à argumentação, além da competência geral 10 e da competência
específica 8, relativas à ação coletiva responsável.
O uso de ondas eletromagnéticas na Medicina é abordado na seção Pense bem, mais especificamente
no tratamento contra o câncer. Os estudantes têm a oportunidade de verificar a importância das pesquisas
científicas para a sociedade, visto que os principais tratamentos de doenças foram desenvolvidos a partir de
anos de pesquisa e estudos científicos. Dessa forma, essa seção desenvolve a habilidade EF09CI07. Além
de discorrer acerca do tratamento contra o câncer a partir de ondas eletromagnéticas, a seção propõe uma
abordagem sobre a mobilização social em torno dos pacientes – apresentando um caso específico –, algo
que é essencial para que a rotina de tratamentos seja feita e a saúde emocional da pessoa seja preservada.
Com isso, essa seção contempla a competência geral 10 e a competência específica 8, além de relacionar
os temas contemporâneos transversais Ciência e Tecnologia, Educação em direitos humanos e Vida fa-
miliar e social.
Na atividade 3 da página 108, tem-se outra oportunidade para os estudantes compreenderem o uso das
radiações eletromagnéticas a partir de suas propriedades, diferenciando a formação de imagens por luz vi-
sível e por raios X. Os estudantes poderão distinguir os diferentes efeitos causados por cada uma delas e re-
lacioná-los com as características das ondas envolvidas, conforme a organização do espectro eletromagnético.
Desse modo, desenvolve-se a habilidade EF09CI06.
O contexto da atividade 6 da página 109 é um projeto que possibilita a eliminação de microrganismos da
água utilizando ondas eletromagnéticas, no caso, as ondas ultravioleta emitidas pelo Sol. Além de abordar uma
aplicação das radiações na sociedade, como destaca a habilidade EF09CI06, essa atividade aborda doenças de
veiculação hídrica e uma iniciativa individual para solucionar esse problema. Os estudantes são apresentados
a uma situação que revela que a Ciência é feita com processos e procedimentos de investigação, individual e
coletiva, para a compreensão de fenômenos e/ou resolução de um problema coletivo. Dessa maneira, a Ciência
auxilia na construção de uma sociedade inclusiva e justa (abordando, assim, a competência específica 2),
favorece a compreensão de que há aplicações sociais e políticas, propondo alternativas aos desafios do mundo
contemporâneo (trabalhando a competência específica 4). Além disso, a atividade aborda o tema con-
temporâneo transversal Ciência e Tecnologia.

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A seção O assunto é... apresenta a tecnologia 5G, explicando aos estudantes o porquê do nome 5G e quais
são as possibilidades oferecidas por essa tecnologia, desenvolvendo a habilidade EF09CI05. Os estudantes são
convidados a conversar sobre a velocidade com que os avanços tecnológicos vêm ocorrendo e sobre como esses
avanços refletem em mudanças na sociedade, incluindo as relações do mundo do trabalho, oportunizando o
trabalho com a competência geral 6. Desse modo, todos devem saber utilizar as tecnologias digitais, mas de
maneira crítica, reflexiva, ética e democrática em suas diversas práticas sociais, conforme orienta a competência
geral 5, trabalhando-se também o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia.

UNIDADE 4 • Genética
Objetivos
• Explicar como se dá a transmissão de características hereditárias entre gerações.
• Reconhecer a importância dos estudos de Mendel sobre hereditariedade.
• Compreender os resultados dos experimentos de Mendel feitos com as ervilhas-de-jardim.
• Definir genes, alelos, genótipo e fenótipo.
• Compreender a influência do ambiente sobre o fenótipo.
• Analisar a transmissão de algumas características não ligadas ao sexo e determinadas por um único gene.
• Interpretar heredogramas.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI08 e EF09CI09.
Em um primeiro momento, a abordagem da Unidade foca os aspectos históricos da hereditariedade, de
modo a auxiliar os estudantes a reconhecer que conhecimentos a ela relacionados eram aplicados desde a
Antiguidade e que suas bases foram cientificamente descritas a partir dos estudos de Mendel. A partir disso,
os assuntos colaboram para a compreensão dos estudantes sobre os resultados obtidos por Mendel em seus
estudos, reconhecendo sua importância, para, então, explicar, a partir deles, como se dá a transmissão de
características hereditárias entre as gerações de diferentes organismos, reconhecendo o papel dos gametas
nesse processo.
Em um segundo momento, direciona-se o foco do estudo da hereditariedade para o ser humano. Nesse
contexto, espera-se que os estudantes, então, percebam que o aprimoramento dos conhecimentos relativos à
hereditariedade ampliou as possibilidades de sua aplicação, como a de determinar a probabilidade de herança
de condições e de doenças genéticas. Para tanto, o uso de heredogramas pode ser uma ferramenta facilitadora.
BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados alguns objetos de conhecimento da unidade temática Vida e evolução do
9o ano da BNCC relacionados à Genética. Entre os assuntos trabalhados, está a forma como ocorre a transmissão
de características hereditárias entre os progenitores e seus descendentes, destacando-se o papel dos gametas
nesse processo. Desta forma, a Unidade oportuniza o desenvolvimento da habilidade EF09CI08. O trabalho com
a hereditariedade é feito junto à apresentação dos estudos de Gregor Mendel com as ervilhas-de-jardim. A partir
dos estudos de Mendel, realiza-se a análise da transmissão de características hereditárias em diferentes organismos,
incluindo seres humanos. Para auxiliar o estudo destes últimos, ainda, são apresentados heredogramas. Nesse
sentido, a Unidade também contribui com o desenvolvimento da habilidade EF09CI09.
Essas habilidades podem ser mobilizadas em algumas atividades da Unidade. Por exemplo, a atividade 1
da página 140 oportuniza o trabalho com a habilidade EF09CI08, ao solicitar que os estudantes expliquem as
semelhanças físicas existentes entre pais e filhos, estabelecendo uma relação entre gametas e hereditariedade.
Já as atividades 3 da página 125, 6 e 7 da página 126, 2 e 4 da página 140 e 6 da página 141 possibilitam que

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a habilidade EF09CI09 seja mobilizada, ao requererem que os estudantes analisem os mecanismos de herança
de diversas características (respectivamente, da presença de cornos em bovinos, da textura das sementes de
ervilhas-de-jardim, da cor dos olhos e pele de um anfíbio, da fenilcetonúria em humanos, de características
de uma planta e da anemia falciforme em humanos), considerando as ideias de Mendel sobre hereditariedade.
Alguns assuntos trabalhados na Unidade contribuem com o desenvolvimento de competências gerais e es-
pecíficas das Ciências da Natureza da BNCC. Por exemplo, ao apresentar os trabalhos desenvolvidos por Gregor
Mendel com ervilhas-de-jardim sobre a hereditariedade, nas páginas 115 e 116, e as contribuições de Rosalind
Franklin à descrição da estrutura tridimensional do DNA, feita por James Watson e Francis Crick, na página 119,
valorizam-se os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico para o entendimento da reali-
dade, o que permite o desenvolvimento da competência geral 1, além de contribuir com o entendimento das
ciências como um empreendimento humano, o que permite o desenvolvimento da competência específica 1.
Outra possibilidade é o desenvolvimento da competência específica 6, ao familiarizar os estudantes com a
linguagem dos heredogramas para interpretar e resolver problemas relacionados à transmissão de características
hereditárias em seres humanos, assunto do Tema 2.
O trabalho com competências também é oportunizado em algumas atividades da Unidade. Por exemplo,
a atividade 2 da página 140 contribui com o desenvolvimento da competência geral 5 e da competência
específica 6, ao envolver os estudantes com o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação
para partilhar resultados de uma pesquisa relativos às Ciências da Natureza; no caso, os estudantes precisam
organizar uma apresentação utilizando mídias digitais sobre a fenilcetonúria e o teste do pezinho.
A seção Integrando com História, nas páginas 117 e 118, propõe uma aproximação com esse compo-
nente curricular ao apresentar aspectos culturais de civilizações antigas da América Central, como os Maias e
os Astecas. Destacam-se as práticas de seleção artificial de sementes de milho e de frutos de abóbora, realiza-
das por esses povos, baseando-se em princípios da hereditariedade. Ao fazê-lo, permite-se o desenvolvimento
da competência geral 1, uma vez que são valorizados os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo. Além disso, na atividade 4 da seção, requer-se que os estudantes organizem uma apresentação
digital sobre outros aspectos da cultura dessas civilizações, contribuindo com o desenvolvimento da compe-
tência geral 3, relativa à valorização das manifestações culturais mundiais. Ao solicitar que a atividade seja
realizada em grupo, também se oportuniza o desenvolvimento da competência geral 9, contribuindo com o
exercício do diálogo, da cooperação e da empatia.
A seção Entre contextos, nas páginas 127 e 128, que aborda a temática Biotecnologia e Engenharia
Genética, apresenta a diferença entre essas áreas e destaca uma de suas aplicações: a produção de insulina
utilizada no tratamento da diabetes tipo 1 a partir da técnica de DNA recombinante. Essa temática é um
exemplo de trabalho com o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, pois evidencia as rela-
ções que se estabelecem entre o mundo natural e o mundo tecnológico, com base nos conhecimentos de
Ciências da Natureza. Pelos mesmos motivos, é possível desenvolver a competência específica 3. Na ativi-
dade 2 da seção, ainda, oportuniza-se o desenvolvimento da competência específica 4, ao solicitar que os
estudantes pesquisem aplicações de produtos biotecnológicos na sociedade.
A seção Pense bem, nas páginas 138 e 139, aborda a importância da inclusão social de pessoas com sín-
drome de Down, permitindo o trabalho com o tema contemporâneo transversal Vida familiar e social. Na
atividade 3 da seção, é solicitado que os estudantes produzam um vídeo que valorize a diversidade humana,
defendendo a importância da inclusão de todos na sociedade com base em argumentos construídos a par-
tir da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Dessa forma, a atividade trabalha o tema contemporâneo
transversal Educação em direitos humanos e contribui com o desenvolvimento da competência geral 5,
relacionada ao uso de tecnologias digitais de informação e comunicação de forma significativa, reflexiva e ética;
da competência geral 7 e da competência específica 5, relacionadas à argumentação e à defesa de pontos
de vista que promovem o respeito a si e ao outro e que acolhem a diversidade de indivíduos e grupos sociais;
da competência geral 9, relacionada ao exercício da empatia, à promoção dos direitos humanos e à valorização
da diversidade existente na sociedade humana; da competência geral 10 e da competência específica 8, rela-
cionadas à ação responsável e respeitosa, baseada em princípios éticos e inclusivos.

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A seção Entre contextos das páginas 142 e 143, que aborta a temática Testes genéticos, discorre so-
bre algumas das aplicações dos testes genéticos na área da saúde, na prevenção de doenças, como alguns
tipos de cânceres hereditários, na determinação de tratamentos adequados a algumas doenças e/ou condi-
ções e na escolha de medicamentos. Em relação a esta última, aproveita-se a oportunidade para fazer um
alerta sobre a importância de não praticar a automedicação. Nesse sentido, os assuntos apresentados per-
passam o tema contemporâneo transversal Saúde. Na atividade 3 da seção, é requerido que os estudantes pes-
quisem depoimentos de mulheres que passaram pela mastectomia e que eles organizem uma apresentação
de slides a partir dos resultados encontrados, destacando a importância de se realizar o diagnóstico precoce
do câncer de mama. Essa atividade, portanto, oportuniza o trabalho com a competência geral 4, ao sugerir
o uso da linguagem verbal em uma apresentação de slides para partilhar informações.
A seção O assunto é..., nas páginas 144 e 145, destaca a similaridade genética existente entre os seres
humanos, ressaltando o fato de não existirem bases científicas para a determinação de raças humanas. Na
atividade 3 da seção, solicita-se que os estudantes produzam um vídeo de conscientização sobre a importância
de se valorizar e de se respeitar a diversidade humana. Nesse sentido, a atividade contribui com o desenvolvi-
mento da competência geral 5, ao sugerir o uso de tecnologias digitais de forma ética para a disseminação
de informações; da competência geral 9, ao promover o exercício da empatia e o acolhimento da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais existentes; e da competência geral 10 e da competência específica 8, ao
possibilitar uma ação coletiva e responsável com base em princípios éticos, democráticos e inclusivos diante de
uma situação que busca promover a valorização e o respeito à diversidade humana.

UNIDADE 5 • Evolução
Objetivos
• Conhecer diferentes hipóteses sobre a origem dos seres vivos e sobre a origem da vida na Terra.
• Compreender que a diversidade de seres vivos está associada à evolução.
• Reconhecer a importância histórica da teoria evolutiva de Lamarck.
• Compreender a teoria da seleção natural proposta por Darwin e Wallace.
• Reconhecer as diferenças entre as teorias evolutivas de Lamarck e de Darwin.
• Identificar diferentes evidências da evolução dos seres vivos.
• Compreender como novas espécies podem surgir.
• Reconhecer aspectos evolutivos do ser humano.
• Identificar características compartilhadas entre humanos e outros primatas.
• Analisar características das diferentes espécies de hominínios.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização
das habilidades EF09CI10 e EF09CI11.
Em um primeiro momento, a Unidade aborda explicações para a origem dos seres vivos, evidenciando como
ocorreu a suplantação da geração espontânea pela biogênese. Na sequência, são apresentadas diferentes
hipóteses para a origem dos primeiros seres vivos no planeta Terra. A apresentação desses assuntos visa
estimular a curiosidade dos estudantes sobre a origem da biodiversidade, que é apresentada em seguida,
juntamente ao evolucionismo.
Assim, em um segundo momento, direciona-se o estudo para a evolução dos seres vivos, iniciando por
um breve histórico da consolidação do pensamento evolutivo na comunidade científica. Nesse contexto,
espera-se que os estudantes compreendam as principais contribuições de Lamarck, de Darwin e de Wallace,

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reconhecendo sua importância. Também se espera que sejam capazes de explicar a diversidade de espécies
atualmente existente a partir da atuação da seleção natural. O estudo é continuado pela apresentação de
evidências que sustentam a evolução, de modo que os estudantes possam identificar os fósseis, os estudos
genéticos e as homologias como tal.
Em um terceiro momento, apresenta-se o isolamento geográfico como um dos processos que podem
conduzir à especiação, de modo que os estudantes possam compreender como diferentes espécies podem
surgir. Na sequência, destacam-se aspectos evolutivos dos seres humanos, propiciando a análise de características
comuns a nossa espécie e a outros primatas, sobretudo, diferentes hominínios.
BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Vida e evolução do
9 ano, da BNCC. Os assuntos trabalhados na Unidade perpassam a origem e a evolução dos seres vivos.
o

Com relação à origem da vida, no Tema 1 são apresentadas diferentes hipóteses, considerando tanto a origem
dos seres vivos quanto a origem da vida na Terra. Sobre a evolução dos seres vivos, no Tema 2 é apresentado
um breve histórico do pensamento evolutivo, destacando e contrastando duas teorias evolucionistas de cientis-
tas que muito contribuíram na comunidade científica: a de Lamarck (1744-1829) e a de Darwin (1809-1882)
e Wallace (1823-1913). Dessa forma, a Unidade contribui com o desenvolvimento da habilidade EF09CI10.
Com relação à teoria proposta similarmente por Darwin e Wallace, a seleção natural, destaca-se sua atuação
sobre as variantes de uma mesma espécie em diferentes contextos, processo que contribui com a evolução
da diversidade de seres vivos. Nesse sentido, outra habilidade que pode ser desenvolvida durante o estudo
da Unidade é a EF09CI11. Para complementar a abordagem do evolucionismo, são discutidas evidências que
embasam a evolução dos seres vivos, como os fósseis, a homologia e os estudos genéticos. A Unidade é fi-
nalizada apresentando alguns aspectos evolutivos dos seres humanos, no Tema 3.
Essas habilidades podem ser mobilizadas em algumas atividades da Unidade. Por exemplo, a atividade 3
da página 167 e a atividade 5 da página 168 contribuem com o desenvolvimento da habilidade EF09CI10,
uma vez que requerem que os estudantes estabeleçam uma comparação entre as teorias propostas por
Lamarck e por Darwin para a evolução dos seres vivos. Já a atividade 2 da página 167 e a atividade 6 da pá-
gina 168 contribuem com o desenvolvimento da habilidade EF09CI11, pois solicitam que os estudantes dis-
cutam a evolução e a diversidade de espécies com base na seleção natural. No caso, as atividades requerem
que seja elaborada uma explicação, respectivamente, para a existência de dois tipos de pelagens em ratos de
uma espécie encontrados em diferentes ambientes da América do Norte (situação real) e para o estabeleci-
mento da resistência à falta de água em uma população (situação hipotética).
Alguns assuntos trabalhados na Unidade contribuem com o desenvolvimento de competências gerais e espe-
cíficas das Ciências da Natureza da BNCC. Por exemplo, ao apresentar os procedimentos que levam à construção
dos conhecimentos científicos, no caso, as investigações científicas, destacando características de suas principais
etapas (páginas 149 e 150), é possível desenvolver a competência específica 2, que diz respeito à compreensão
das estruturas explicativas das Ciências da Natureza e ao domínio de processos, práticas e procedimentos da in-
vestigação científica. Além dela, é possível desenvolver a competência geral 1 durante o trabalho das proposi-
ções científicas sobre a origem dos seres vivos (páginas 151 a 154) e do breve histórico do pensamento evolutivo
(página 158), pois são apresentados conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico de modo a
compreender a realidade. Esses assuntos também permitem o trabalho com a competência específica 1, pois
destacam a Ciência como empreendimento humano e os conhecimentos científicos como provisórios, em cons-
tante construção. Outra possibilidade é o trabalho com a competência geral 3, ao serem apresentados os mitos
como constituintes das manifestações culturais de determinado povo, citando como exemplo o mito de origem
dos Karajá (página 148), povo indígena que habita parte da região Centro-Oeste e parte da região Norte do
Brasil. Esse assunto também oportuniza o trabalho com o tema contemporâneo transversal Educação para
valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

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O trabalho com competências também é oportunizado em algumas atividades da Unidade. A compe-
tência geral 1 pode ser desenvolvida na atividade 4 da página 179, pois requer que os estudantes valori-
zem os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo, reconhecendo a importância dos mu-
seus para a sociedade. A competência geral 2 pode ser trabalhada na atividade 3 da página 155, uma
vez que requer que os estudantes elaborem uma hipótese para explicar o surgimento de ratos em meio a
uma pilha de camisas sujas e grãos de trigo, recorrendo, dessa forma, à abordagem própria das Ciências.
A seção Entre contextos aborda uma temática relativa às questões ambientais que preocupam a so-
ciedade atualmente: o desenvolvimento de resistência por pragas agrícolas a inseticidas. Nesse sentido, ao
apresentar as relações que se estabelecem entre mundo natural e tecnológico, é possível trabalhar a com-
petência específica 3. Essa relação é abordada por meio da apresentação de um texto científico que expli-
ca o desenvolvimento da resistência a partir da seleção natural, fato que contribui com o desenvolvimento
da habilidade EF09CI11. Essa habilidade também pode ser mobilizada na atividade 1 da seção, pois requer
que os estudantes expliquem a relação entre o uso de inseticidas e o desenvolvimento de resistência a eles,
o que possibilita a discussão da evolução dos seres vivos com base na seleção de variantes de uma mesma
espécie. A habilidade EF09CI10 também pode ser desenvolvida durante o trabalho da seção, especialmen-
te na realização da atividade 2, pois requer que os estudantes associem a explicação para a resistência aos
inseticidas presente no texto a uma das teorias evolutivas (de Lamarck ou de Darwin). A atividade 3 da
seção permite o desenvolvimento da competência específica 4, pois solicita que os estudantes avaliem
as implicações ambientais do uso de inseticidas, além do desenvolvimento da resistência a eles por pragas
agrícolas. Essa avaliação deve ser feita em grupos, o que oportuniza o exercício do diálogo, da empatia, do
respeito e da colaboração, habilidades socioemocionais presentes na competência geral 9, que também
pode ser desenvolvida. Os resultados obtidos pelo grupo durante sua avaliação precisam ser apresentados
utilizando mídias digitais, o que contribui com a abordagem da competência geral 5 e da competência
específica 6, já que tecnologias digitais de informação e comunicação serão utilizadas para o compartilha-
mento de resultados de uma pesquisa na área das Ciências da Natureza.
A seção Integrando com Geografia propõe uma integração com esse componente curricular de
Geografia ao apresentar a (re)descoberta dos celacantos a partir da atividade pesqueira praticada na
África do Sul e ao requerer, na atividade 2 da seção, que os estudantes façam uma análise das zonas
costeiras brasileiras, considerando, sobretudo, aspectos econômicos. O assunto da seção contribui com
o desenvolvimento da competência específica 1, ao evidenciar a Ciência como empreendimento hu-
mano e os conhecimentos científicos como provisórios. A atividade 4 também oportuniza o desenvol-
vimento de competências, no caso, a competência geral 3, ao envolver os estudantes na produção
de um curta-metragem sobre o assunto estudado, e a competência geral 4, pois, para a produção do
curta-metragem, os estudantes irão utilizar diferentes linguagens (verbal, visual, sonora e digital) para
se expressarem e partilharem informações.
A seção O assunto é... destaca aspectos relativos ao desenvolvimento de resistência bacteriana a antibi-
óticos, como os impactos que provoca na saúde individual e pública. Assim, a seção oportuniza o trabalho
com o tema contemporâneo transversal Saúde e contribui com o desenvolvimento da competência geral 8
e da competência específica 7, relacionadas ao cuidado com a saúde física; também contribui com o de-
senvolvimento da competência específica 4, relacionada à avaliação das aplicações sociais da Ciência e de
suas tecnologias. Na atividade 2 da seção, os estudantes precisam realizar uma entrevista com pessoas da
comunidade sobre a venda restrita de antibióticos e, a partir dos resultados obtidos nas entrevistas, produzir
um panfleto informativo que evidencie a importância de se utilizarem adequadamente os antibióticos, que
deve ser distribuído à comunidade, de modo a conscientizá-la. Dessa forma, a atividade contribui com o de-
senvolvimento da competência geral 4, relativa ao uso de diferentes formas de linguagem para comunica-
ção; e da competência geral 10 e da competência específica 8, relativas à ação consciente e responsável
que recorre aos conhecimentos das Ciências da Natureza a respeito da saúde individual e pública.

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UNIDADE 6 • Biodiversidade e sustentabilidade
Objetivos
• Diferenciar ações relacionadas à conservação e à preservação da biodiversidade.
• Justificar a importância das Unidades de Conservação para a proteção da biodiversidade.
• Conhecer diferentes categorias de Unidade de Conservação.
• Explicar a sustentabilidade a partir da harmonia entre as esferas ambiental, social e econômica.
• Reconhecer impactos ambientais ocasionados por atividades humanas.
• Propor ações sustentáveis para mitigar problemas decorrentes da degradação do ambiente.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI12 e EF09CI13.
A abordagem da Unidade é iniciada pela problematização de fatores que ameaçam a biodiversidade,
sobretudo relativos a atividades humanas. Nesse contexto, faz-se um alerta à responsabilidade cidadã de
proteger a biodiversidade. Nesse momento, espera-se que os estudantes reconheçam a importância de
protegê-la, a partir de ações voltadas à sua conservação e preservação, entre elas, o respeito à legislação
que delimita as diferentes categorias de Unidades de Conservação.
Na sequência, a Unidade aborda a sustentabilidade como fator importante à temática discutida até o
momento, considerando as esferas ambiental, social e econômica. São apresentados exemplos de ações
sustentáveis desenvolvidas em diferentes localidades brasileiras relacionadas à água, ao solo, ao ar, aos resíduos
e aos alimentos. Espera-se, então, que os estudantes analisem essas ações e proponham outras, de objetivos
similares, para adotarem em seu cotidiano, atuando de forma responsável.

BNCC na Unidade
Nessa Unidade são abordados objetos de conhecimento sugeridos na unidade temática Vida e evolução
do 9o ano da BNCC. Destacam-se questões relacionadas à proteção da biodiversidade existente em nosso
planeta, correlacionando-as a ações sustentáveis que podem ser adotadas de forma individual, coletiva e
governamental para minimizar problemas ambientais que ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas, o que
permite o trabalho com o tema contemporâneo transversal Educação ambiental.
No Tema 1 são apresentados os conceitos de conservação e de preservação da biodiversidade e como po-
dem orientar a criação e a delimitação de Unidades de Conservação (UC), suas diferentes categorias e ativi-
dades que podem ser desenvolvidas nelas, além de sua importância, contribuindo com o desenvolvimento da
habilidade EF09CI12. Há uma sugestão de atividade que permite uma avaliação em relação a essa habilidade
na seção Ampliando da página 188, deste Manual do professor. No Tema 2 trabalha-se o conceito de sus-
tentabilidade, exemplificando-o por meio de ações desenvolvidas em diferentes cidades brasileiras que visam
mitigar problemas ambientais comuns a boa parte delas. Espera-se que, ao analisá-las, os estudantes sejam
capazes de propor ações de objetivos similares, atendendo à habilidade EF09CI13.
Essas habilidades podem ser mobilizadas em algumas atividades da Unidade. Por exemplo, as ativida-
des 2 e 3 da página 192 e a atividade 6 da página 205 contribuem com o desenvolvimento da habilidade
EF09CI12, ao requerer que os estudantes justifiquem a importância das Unidades de Conservação (no caso,
uma Área de Proteção Ambiental, um Monumento Natural e sua importância geral, respectivamente) quan-
to à proteção da biodiversidade. Já a atividade 3 das páginas 204 e 205 possibilita o trabalho com a habili-
dade EF09CI13, uma vez que solicita que os estudantes proponham ações para minimizar problemas ambien-
tais comuns em centros urbanos, como a poluição atmosférica, o despejo de esgoto a céu aberto, o descarte
inadequado de resíduos sólidos e o desperdício de alimentos.

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Alguns assuntos trabalhados na Unidade oportunizam o desenvolvimento de competências gerais e especí-
ficas das Ciências da Natureza da BNCC. Por exemplo, ao sugerir, no #FICA A DICA da página 191, o acesso a
um espaço virtual que traz vídeos sobre diferentes Unidades de Conservação brasileiras, é possível desenvolver
a competência geral 5 e a competência específica 6, uma vez que tecnologias digitais de informação e co-
municação poderão ser utilizadas de forma significativa para a produção de conhecimentos.
Ao apresentar exemplos de ações sustentáveis que podem ser adotadas na comunidade (páginas 196 a 201),
é possível incentivar a adoção de atitudes coletivas responsáveis embasadas tanto em princípios inclusivos e sus-
tentáveis quanto nos conhecimentos de Ciências da Natureza, desenvolvendo a competência geral 10 e a
competência específica 8. Essas páginas também contribuem para o trabalho com a habilidade EF09CI13.
O trabalho com competências também é oportunizado em algumas atividades da Unidade. A compe-
tência geral 4 pode ser desenvolvida na atividade 5 da página 192, ao envolver os estudantes no uso de
diferentes linguagens para a confecção da cartazes informativos sobre animais ameaçados de extinção no
Brasil. A competência específica 3 pode ser desenvolvida na atividade 4 da página 205, pois requer que os
estudantes estabeleçam uma relação entre a possibilidade de surgimento de zoonoses e a adoção de ações
sustentáveis, isto é, entre o mundo natural e o social.
A seção Pense bem aborda diversas ações sustentáveis que podem ser adotadas individualmente no coti-
diano. Parte delas diz respeito ao consumo de recursos naturais, de alimentos e objetos. Nesse sentido, a seção
trabalha o tema contemporâneo transversal Educação para o consumo. Na atividade 1, é possível desenvol-
ver a competência geral 7, uma vez que os estudantes precisam elaborar argumentos para defender suas
opiniões com relação à importância das ações descritas na seção, o que incentiva sua consciência socioam-
biental. Nas atividades 2 e 3 dessa seção, é possível desenvolver a habilidade EF09CI13, pois os estudantes são
incentivados a propor ações sustentáveis que podem ser adotadas por um grupo (seus colegas, a comunidade
escolar, pessoas com quem vivem etc.), além de planejarem formas de incluir algumas dessas ações em seu dia
a dia. Ao envolvê-los com tais ações, estimula-se a adoção de atitudes autônomas responsáveis, baseadas em
princípios éticos, sendo possível desenvolver a competência geral 10 e a competência específica 8.
A seção Integrando com Geografia propõe uma integração com o componente curricular de Geografia
ao apresentar a importância dos corredores ecológicos e requerer, na atividade 4 da seção, que os estudantes
elaborem um mapa de seu estado, identificando os principais corredores e Unidades de Conservação nele pre-
sentes. O assunto da seção contribui para o desenvolvimento da habilidade EF09CI12, ao evidenciar a impor-
tância de proteger essas áreas e, consequentemente, da biodiversidade. A proposta indicada neste Manual do
professor para o trabalho com a seção permite desenvolver a competência geral 9, ao propor o compartilha-
mento de dúvidas mantendo um clima de respeito ao próximo.
A seção O assunto é... apresenta dados que relacionam atividades humanas (despejo de esgoto sem tratamen-
to no ambiente, desmatamento e descarte indevido de resíduos sólidos) e as principais causas que ameaçam a
existência de diferentes espécies animais e vegetais no Brasil. Na atividade 4 da seção, os estudantes precisam ela-
borar argumentos para justificar seus entendimentos com relação à importância de manter áreas livres da explo-
ração humana para a manutenção da biodiversidade. Dessa forma, a atividade contribui com o desenvolvimento
da competência geral 7 e da competência específica 5. Além delas, é possível desenvolver a competência
geral 9, relativa ao diálogo e à cooperação, uma vez que se propõe que a atividade seja resolvida em grupos.

UNIDADE 7 • Estrutura do Universo


Objetivos
• Compreender os conhecimentos científicos como provisórios e históricos a partir da contribuição de
diferentes estudiosos do campo da Astronomia.
• Diferenciar o modelo geocêntrico do modelo heliocêntrico do Sistema Solar.
• Reconhecer a relação existente entre o desenvolvimento científico e o desenvolvimento tecnológico a partir
da evolução dos telescópios.

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• Caracterizar os corpos celestes que fazem parte do Sistema Solar.
• Descrever a composição de planetas rochosos e de planetas gasosos do Sistema Solar.
• Compreender o ciclo evolutivo do Sol.
• Explicar a localização do Sistema Solar na Via Láctea e no Universo observável.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI14 e EF09CI17.
Em um primeiro momento, a Unidade apresenta uma breve contextualização a respeito do estudo da
Astronomia ao longo dos anos, destacando as contribuições de diferentes estudiosos para a proposição
dos modelos cosmológicos geocêntrico e heliocêntrico. Espera-se, então, que os estudantes sejam capazes
de compreender a provisoriedade dos conhecimentos científicos, cujo desenvolvimento está atrelado a
um contexto histórico. Também se apresenta a importância dos telescópios para o estudo da Astronomia
a partir de algumas descobertas possibilitadas por esses instrumentos de observação, sejam eles terrestres
ou espaciais. Nesse caso, objetiva-se que os estudantes reconheçam que o desenvolvimento da Ciência se
relaciona ao desenvolvimento tecnológico e vice-versa.
Em um segundo momento, a Unidade aborda os componentes do Sistema Solar, com destaque para
os planetas nele existentes, de modo que os estudantes possam caracterizá-los. Com relação ao Sol,
apresenta-se seu ciclo evolutivo, discorrendo sobre as consequências que podem ser provocadas à Terra
nesse processo. Por fim, explica-se o endereço cósmico de nosso planeta, isto é, a localização da Terra no
Universo observável, evidenciando sua vastidão.

BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento da unidade temática Terra e Universo do 9o ano da
BNCC. Ao longo do Tema 1 é apresentado um pequeno histórico da Astronomia, destacando a contribuição de
diversos pensadores e cientistas, e, também, como o uso de novos instrumentos permitiu solidificar a visão helio-
cêntrica do Sistema Solar. Uma vez que o modelo heliocêntrico esteja bem fundamentado, serão apresentadas,
no Tema 2, páginas 220 a 231, as características dos diferentes corpos celestes que compõem o Sistema Solar,
com destaque para os planetas e o Sol, e a localização desse sistema na galáxia e no Universo, o que possibilita
o desenvolvimento da habilidade EF09CI14. Ao serem apresentadas as características do Sol, nas páginas 228
e 229, destaca-se seu ciclo evolutivo, bem como os possíveis efeitos que serão provocados em nosso planeta ao
longo desse processo, contribuindo com o desenvolvimento da habilidade EF09CI17.
Essas habilidades podem ser mobilizadas em algumas atividades da Unidade. Por exemplo, as atividades 1
e 2 da página 232 contribuem com o desenvolvimento da habilidade EF09CI14, ao solicitar que os estu-
dantes, respectivamente, descrevam alguns corpos celestes que fazem parte do Sistema Solar e que associem
características dos planetas que o compõem. A atividade 4 da página 233 complementa a abordagem dessa
habilidade, ao requerer que os estudantes esquematizem a localização da Via Láctea no Universo. Já a ativida-
de 3 da página 233 permite a mobilização da habilidade EF09CI17, pois requer que os estudantes expliquem
as consequências que poderão ser provocadas ao planeta Terra durante o ciclo evolutivo do Sol.
Alguns assuntos trabalhados na Unidade oportunizam o desenvolvimento de competências gerais e es-
pecíficas das Ciências da Natureza da BNCC. Por exemplo, no Tema 1, a apresentação das contribuições de
diferentes estudiosos e pesquisadores para o campo da Astronomia, sobretudo com relação à proposição de
modelos cosmológicos, evidencia que a Ciência é um empreendimento humano e que os conhecimentos
científicos são provisórios, conforme a competência específica 1, além de possibilitar a valorização de co-
nhecimentos historicamente construídos, conforme a competência geral 1. Ao relacionar conhecimentos de
Astronomia com a cultura de um povo, valoriza-se a diversidade cultural, conforme a competência geral 3.

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O trabalho com competências também é oportunizado em algumas atividades da Unidade. Pelos mesmos
motivos expressos anteriormente, a competência específica 1 pode ser desenvolvida na atividade 3 da pá-
gina 216, ao requerer que os estudantes pesquisem os motivos pelos quais o modelo heliocêntrico não foi
aceito na época em que foi proposto, e na atividade 2 da página 216 e na atividade 7 da página 217, ao
permitir o reconhecimento da Ciência como empreendimento humano. Além disso, essa última atividade
também oportuniza o desenvolvimento da competência específica 3, ao requerer que os estudantes es-
tabeleçam uma relação entre a Ciência, a Tecnologia e a sociedade, partindo do contexto da obtenção da
imagem de um buraco negro. Dessa forma, também se trabalha o tema contemporâneo transversal Ciência
e Tecnologia. A atividade 4 da página 233 oportuniza o desenvolvimento da competência geral 4, relativa
ao uso de diferentes formas de linguagem, pois os estudantes precisam montar no caderno um esquema
que represente a localização da Via Láctea no Universo.
A seção Entre contextos aborda uma breve evolução dos telescópios, instrumentos de observação utilizados
no campo da Astronomia. Apresentam-se os primeiros telescópios terrestres e, então, os mais recentes telescópios
espaciais, destacando a importância de cada um deles para construção dos conhecimentos científicos ao longo
do tempo. Ao evidenciar as relações que se estabelecem entre o desenvolvimento científico e o desenvolvimento
tecnológico, a temática da seção desenvolve o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia, além de
oportunizar, pelos mesmos motivos, o desenvolvimento da competência específica 3. Na atividade 1 da seção,
os estudantes irão avaliar a importância dos telescópios para a Astronomia e, assim, poderão desenvolver a com-
petência específica 4. Já na atividade 2, os estudantes poderão desenvolver a competência geral 5 e a com-
petência específica 6, pois utilizarão tecnologias digitais de informação e comunicação para pesquisar imagens
obtidas por telescópios e, a partir delas, elaborar uma apresentação utilizando mídias digitais.
A seção Integrando com Matemática propõe uma integração com esse componente curricular ao apresentar
as unidades de medida utilizadas em estudos astronômicos e oportunizar que os estudantes trabalhem com elas
nas atividades da seção. Por isso, ao contribuir com o aprimoramento dos conhecimentos que os estudantes pos-
suem com relação à linguagem matemática, a seção oportuniza o desenvolvimento da competência geral 4. Essa
competência pode ser trabalhada durante a resolução das atividades 1, 2 e 4. Na atividade 4, ainda, é possível de-
senvolver a competência geral 2, pois os estudantes deverão construir um modelo representativo da distância dos
planetas que compõem o Sistema Solar em escala, incentivando-os a utilizar uma abordagem científica.
A seção O assunto é... apresenta a fusão termonuclear, processo que ocorre naturalmente nas estrelas,
como possibilidade para a geração de energia elétrica. Na atividade 2 da seção, os estudantes precisam
avaliar vantagens e desvantagens decorrentes dos processos de fusão e de fissão nuclear, o que oportuniza
o desenvolvimento da competência específica 4 ao trabalhar com aplicações da Ciência e de suas tecno-
logias e suas implicações na sociedade. Além dela, podem desenvolver a competência geral 5, pois irão
elaborar uma apresentação digital para apresentar suas conclusões.

UNIDADE 8 • Astronomia e sociedade


Objetivos
• Relacionar o conhecimento de povos antigos sobre os corpos celestes à execução de suas atividades
cotidianas, como os deslocamentos (navegações), a caça e a agricultura, bem como à constituição de
elementos de sua cultura, como os mitos e as lendas.
• Conhecer alguns mitos antigos que explicavam a origem da Terra e dos astros celestes.
• Conhecer a Astrobiologia, entendendo-a como um empreendimento científico multidisciplinar.
• Discutir a importância da Astrobiologia para a sociedade.
• Identificar as características necessárias ao desenvolvimento da vida como a conhecemos.
• Analisar possíveis astros celestes que podem apresentar características favoráveis à vida.
• Conhecer algumas missões espaciais que foram e serão realizadas.
• Analisar a viabilidade da realização de viagens espaciais tripuladas com base em tecnologias, distâncias e
estrutura fisiológica dos seres humanos.

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Justificativa dos objetivos
Os objetivos desta Unidade foram estipulados para contribuir com o desenvolvimento e a mobilização das
habilidades EF09CI15 e EF09CI16.
Para iniciar o estudo desta Unidade, são realizados questionamentos sobre a importância de se investir em
pesquisas sobre o Universo e sobre a possibilidade de existência de vida fora da Terra. Em seguida, inicia-se a
abordagem das relações entre os povos e os astros, com a discussão sobre formas utilizadas para a marcação do
tempo a partir de fenômenos astronômicos cíclicos, como a ocorrência dos solstícios, a repetição da posição de
constelações em determinadas épocas do ano e as fases da lua que possibilitaram a construção de calendários,
orientando os diversos povos quanto à época mais adequada para plantio e colheitas, bem como para a caça. O
reconhecimento do céu e a observação dos astros também contribuíram para a orientação espacial na navegação
marítima, impulsionando a época das grandes navegações, importante para o desenvolvimento da sociedade
mundial. A abordagem de mitos e lendas possibilita conhecer um pouco dos modos de vida de diversos povos
e o respeito às culturas locais.
Conhecer novas áreas de pesquisa e atuação, como a Astrobiologia, possibilita que os estudantes tenham
mais subsídios para a construção de seu projeto de vida, abrindo seu leque de opções em relação ao mundo
do trabalho e compreendendo como esse ramo científico pode interferir no desenvolvimento da sociedade.
Por fim, conhecer as características necessárias para a existência de vida permite a compreensão de aspectos
importantes da pesquisa por outros astros celestes que possam apresentar condições de existência e desenvol-
vimento de vida, bem como nos ajuda na conscientização sobre a importância de se conservar a vida na Terra e
nos estimula a buscar ações que permitam isso. As missões e as pesquisas espaciais, além de ampliarem a com-
preensão da vida humana no Cosmos, contribuem para o desenvolvimento de novos materiais e tecnologias
para uso cotidiano na Terra.

BNCC na Unidade
Nesta Unidade são abordados objetos de conhecimento sugeridos na unidade temática Terra e Universo
do 9o ano da BNCC.
Durante o trabalho com a abertura da Unidade, ao propor que os estudantes reflitam sobre as condições ne-
cessárias à existência de vida, inicia-se o desenvolvimento da habilidade EF09CI16. Na atividade 1, os estudantes
poderão desenvolver a competência geral 2, pois eles serão convidados a refletir e elaborar hipóteses sobre as
condições necessárias para o desenvolvimento da vida e a possibilidade de sua existência em outros locais, fora
da Terra, e a competência geral 9, ao dialogar com respeito às diversas opiniões existentes na sala de aula. Na
atividade 2, eles são incentivados a analisar, refletir e discutir sobre as implicações políticas, sociais e econômicas
da destinação de verbas para pesquisas e desenvolvimento de projetos de exploração do Universo, contribuindo
para o desenvolvimento da competência específica 4.
O Tema 1 possibilita a abordagem e a discussão da relação entre os seres humanos e os astros e o entendi-
mento de como estes auxiliavam as pessoas em atividades cotidianas, como a marcação do tempo, a agricultura,
a caça e os deslocamentos. Com isso, ao vincular o conhecimento científico às práticas culturais e sociais, contri-
bui-se para o desenvolvimento da competência geral 1 e da competência específica 1. Mitos e lendas tam-
bém são apresentados e vinculados às culturas de épocas e locais, possibilitando a aprendizagem e o respeito a
diversas culturas, contribuindo com a abordagem da habilidade EF09CI15 e do tema contemporâneo transversal
Diversidade cultural. O início do tema apresenta obras de arte para despertar a curiosidade dos estudantes a
respeito do estudo do Universo, valorizando as manifestações artísticas e culturais, expressas por meio das obras
apresentadas, contemplando, assim, o que é expresso na competência geral 3.
Ainda no Tema 1, nas páginas 244 e 245, o estudo dos mitos e a construção cultural de explicações para
fenômenos astronômicos oportunizam o desenvolvimento da competência geral 1, relativa à compreensão
da diversidade de saberes construídos sobre o mundo, e a competência geral 3, relacionada à valorização

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das manifestações culturais de diferentes povos. O assunto dessas páginas, ao relacionar o eclipse do Sol com
a luta entre a serpente Apep e o deus do Sol, Rá, apresenta uma explicação mitológica para o fenômeno do
eclipse solar, contemplando a habilidade EF09CI15. Essa habilidade também é contemplada com a apresen-
tação da lenda de Nhamandu, dos povos indígenas brasileiros, que explica a origem da Terra, do Sol e da Lua.
Ao apresentar essa lenda, pode-se trabalhar o tema contemporâneo transversal Educação para valorização
do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
As atividades 1 e 2 da página 246 requerem que os estudantes relacionem as diferentes leituras do céu e
explicações sobre a origem da Terra, do Sol ou do Sistema Solar às necessidades de culturas distintas (agri-
cultura, caça, mitologia, orientação espacial e temporal etc.), possibilitando a mobilização da habilidade
EF09CI15. Além disso, a atividade 2 estimula a criatividade dos estudantes, pois eles devem criar uma lenda
a partir de conhecimentos sobre fenômenos que ocorrem no Universo (no caso, a sucessão dos dias e das
noites, demarcada pelo movimento aparente do Sol ao longo de um dia), contemplando o desenvolvimento
das competências gerais 1 e 4.
Durante a realização da atividade 3 da página 247, os estudantes colocarão em prática procedimentos
científicos ao levantar hipóteses, pesquisando e discutindo os resultados encontrados, para chegar a uma
conclusão sobre como é marcada a passagem de tempo no monumento megalítico Newgrange, desenvol-
vendo, assim, a competência geral 2. A atividade 5 da mesma página aborda a habilidade EF09CI15, pois
os estudantes devem argumentar e se posicionar sobre a importância dos conhecimentos de Astronomia
tanto para as sociedades antigas (de forma prática e utilitária) quanto para a nossa sociedade atual.
A seção Integrando com Arte propõe uma integração com esse componente curricular, ao destacar
aspectos relativos ao cinema e, especificamente, ao gênero ficção científica. Além disso, ao abordar a
correlação de conceitos e fenômenos científicos a filmes vinculados a esse gênero, a seção contribui para
o desenvolvimento de discussões e da valorização da relação entre Arte e Ciência, possibilitando o de-
senvolvimento da competência geral 3.
No Tema 2, a Unidade utiliza a Astrobiologia para introduzir a exploração do Universo pelo ser humano,
identificando suas possíveis zonas habitáveis e as principais limitações das viagens espaciais, permitindo o
desenvolvimento da habilidade EF09CI16. Ao mostrar a importância do pensamento científico não somente
para quem deseja se tornar um cientista no futuro, mas também para o desenvolvimento do espírito crítico e
investigativo, importante em debates de questões científicas, tecnológicas e do mundo do trabalho, colabora-se
para uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Dessa forma, essa abordagem contribui para o desenvol-
vimento da competência específica 2.
A entrevista com o Dr. Ivan Lima, nas páginas 251 e 252, possibilita o entendimento da área de atuação
de um astrobiólogo, contemplando o tema contemporâneo transversal Trabalho e o desenvolvimento da
competência geral 6, que, em associação com o estudo das viagens espaciais, dos trajes e do equipamen-
to necessário para isso, possibilita a abordagem do tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia
de forma crítica e reflexiva.
O esquema apresentado na página 254 possibilita que os estudantes estabeleçam relações entre as carac-
terísticas dos planetas e suas posições relativas à estrela em torno da qual orbitam, além de identificarem a
possibilidade de os astros estarem em uma zona habitável. Com isso, estimula-se a curiosidade intelectual, a
elaboração de hipóteses e a análise de características e propriedades que contemplam a habilidade EF09CI16,
a competência geral 2 e a competência específica 3.
A seção Entre contextos desta Unidade apresenta aspectos relativos a pesquisas que buscam evidências da
existência de vida fora da Terra. A atividade 2 da seção pode contribuir para o desenvolvimento da competência
geral 2, ao solicitar que os estudantes elaborem uma hipótese sobre o tipo de vida que se esperaria encontrar no
Sistema Solar, fora do planeta Terra. A elaboração de hipóteses, no caso, oportuniza o envolvimento com a abor-
dagem científica. Além dela, pode-se desenvolver a competência específica 5 e a competência geral 7, relati-
vas à argumentação, pois os estudantes deverão sustentar sua hipótese com base em dados fundamentados.

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As atividades das páginas 260 e 261 estão relacionadas à Astrobiologia e requerem que os estudantes
selecionem argumentos sobre a viabilidade da sobrevivência humana fora da Terra, com base nas condições
necessárias à vida, nas características dos planetas, nas distâncias e nos tempos envolvidos em viagens interpla-
netárias e interestelares, conforme a habilidade EF09CI16. Na atividade 4, ao se recorrer aos conhecimentos
das Ciências da Natureza para a tomada de decisões quanto à exploração espacial a partir de informações
confiáveis, do senso crítico e da consciência socioambiental, possibilitam-se discussões que contribuem para o
desenvolvimento da competência geral 7 e da competência específica 5. A mesma atividade, ao solicitar
que os estudantes formem grupos e elaborem uma tirinha, uma música ou um poema para mostrar o contraste
entre as opiniões relativas aos investimentos na exploração espacial, contempla a competência específica 6 e
a competência geral 4.
A seção O assunto é… traz diversas aplicações de tecnologias espaciais em nosso cotidiano, evidenciando
o trabalho com o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia. A partir da análise das informações
do infográfico da seção, os estudantes têm condições de compreender conceitos e processos relativos à
Ciência que permitem o desenvolvimento de soluções tecnológicas presentes em sua vida cotidiana, desen-
volvendo, assim, a competência específica 2. Na atividade 4 da seção, os estudantes precisam produzir um
vídeo sobre tecnologias desenvolvidas em missões espaciais que trouxeram aplicações em nosso cotidiano. A
produção do vídeo envolve o uso de tecnologias digitais para partilhar informações, sendo uma oportunidade
para desenvolverem a competência geral 5 e a competência específica 6.

CIÊNCIA EM AÇÃO
Objetivos das atividades propostas
Atividade 1
• Elaborar mapas mentais sobre matéria, ondas sonoras e ondas eletromagnéticas.
• Produzir um manual digital com instruções de como elaborar mapas mentais.
• Produzir um vídeo informativo com instruções de como elaborar mapas mentais.
Atividade 2
• Avaliar impactos ambientais de empresas fictícias com base na análise de dados também fictícios sobre
a quantidade de gás oxigênio dissolvido na água em trechos de um rio e sobre o número de espécies
identificadas e ameaçadas de extinção em um ambiente florestal.
• Propor ações voltadas à redução dos impactos ambientais mencionados.
• Elaborar um relatório que informe a resolução da situação-problema relativa aos impactos ambientais
produzidos pelas empresas fictícias mencionadas.
Atividade 3
• Conhecer aplicações de derivações de tecnologias espaciais no cotidiano.
• Levantar e analisar dados sobre a frequência de uso dessas tecnologias na comunidade.

Justificativa dos objetivos


Os objetivos da seção Ciência em ação foram estipulados para ampliar as possibilidades de aprendizado
dos estudantes sobre os conteúdos estudados ao longo deste Volume.
As atividades que compõem essa seção oportunizam o desenvolvimento de mapas mentais, a elaboração
de um manual digital, a produção de um vídeo informativo, a redação de um relatório e a realização de uma
pesquisa de campo, que envolve a coleta e o registro de informações, a análise e a apresentação de dados.

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BNCC na Ciência em ação
Esta seção é constituída por três atividades, cada qual relacionada a uma das unidades temáticas da BNCC.
A Atividade 1 – Mapa mental aborda objetos de conhecimento relativos à unidade temática Matéria e
energia do 9o ano da BNCC, trabalhados ao longo das Unidades 1, 2 e 3 deste Volume.
Nessa atividade, os estudantes irão elaborar mapas mentais sobre os seguintes conceitos: matéria, ondas
sonoras e ondas eletromagnéticas. Também irão produzir um manual digital com instruções sobre como
elaborar mapas mentais, apresentando aqueles que construíram como exemplos. O manual digital deve
contar com um detalhamento das instruções fornecidas em um formato audiovisual. Para tanto, é preciso
produzir um vídeo informativo. Ao realizar a atividade, os estudantes poderão desenvolver a competência
geral 4, pois irão utilizar diferentes linguagens (oral e visual), além da linguagem científica, para a confecção
dos mapas mentais e do manual digital. Também poderão desenvolver a competência geral 5, uma vez
que a produção de um vídeo requer o uso de tecnologias digitais.
Já a Atividade 2 – Análise ambiental aborda objetivos de conhecimento relacionados à unidade temá-
tica Vida e evolução do 9o ano da BNCC, explorados ao longo das Unidades 4, 5 e 6.
Nessa atividade, os estudantes avaliarão os impactos ambientais de empresas fictícias. A avaliação será feita
com base na análise de dados também fictícios sobre a quantidade de gás oxigênio dissolvido na água ao lon-
go de trechos de um rio próximo ao local onde as empresas estão em operação e sobre o número de espécies
identificadas e de espécies ameaçadas de extinção na região. Nesse sentido, ao exercerem o pensamento cien-
tífico, trabalhando com investigação e análise de dados, poderão desenvolver a competência geral 2.
Após a avaliação inicial, os estudantes precisarão inferir a qual das empresas se relaciona cada um dos impac-
tos apresentados na situação-problema investigada. Para tanto, deverão elaborar argumentos a partir dos dados
analisados, o que permite o desenvolvimento da competência geral 7 e da competência específica 5.
Ainda nessa atividade, os estudantes precisarão elaborar um relatório que descreva a resolução da atividade.
Nesse relatório, eles deverão propor soluções para mitigar os impactos ambientais mencionados, o que opor-
tuniza a mobilização da habilidade EF09CI13, além de envolvê-los com o tema contemporâneo transversal
Educação ambiental. Além disso, pode-se desenvolver a competência específica 3, uma vez que terão
analisado processos relativos ao mundo natural e ao mundo social, de modo a buscar soluções com base em
seus conhecimentos sobre Ciências da Natureza. Por fim, também desenvolverão a competência geral 10 e
a competência específica 8, relativas à ação social responsável embasada em princípios sustentáveis.

ANDRII MEDVEDIUK/SHUTTERSTOCK.COM

LXXIX

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Por fim, a Atividade 3 – Tecnologia ao nosso redor trabalha objetos de conhecimento referentes à
unidade temática Terra e universo do 9o ano da BNCC, presentes nas Unidades 7 e 8.
Nessa atividade, os estudantes realizarão uma pesquisa de campo para analisar a frequência do uso de
derivações de tecnologias espaciais no cotidiano da comunidade a que pertencem, o que permite o trabalho
com o tema contemporâneo transversal Ciência e Tecnologia. Para isso, é preciso que selecionem quais
tecnologias serão consideradas na atividade e que delineiem a forma como realizarão a coleta dos dados.
Desse modo, ao recorrerem à abordagem própria das ciências para investigar fenômenos, participando ati-
vamente de procedimentos desenvolvidos em investigações científicas, como a coleta e a análise de dados,
poderão desenvolver a competência geral 2 e a competência específica 2. Além disso, ao utilizarem a
linguagem científica, poderão desenvolver a competência geral 4.
Como os estudantes farão uma análise de aplicações tecnológicas no cotidiano, é possível que, nessa ati-
vidade, também desenvolvam a competência específica 3, que diz respeito à análise de processos relativos ao
mundo tecnológico e ao mundo social, bem como às relações que se estabelecem entre eles, e a competência
específica 4, que diz respeito à avaliação das implicações sociais da Ciência e de suas tecnologias.
Por fim, a realização das três atividades descritas oportuniza o exercício da empatia, do diálogo, da
cooperação e do respeito ao outro, contribuindo para o desenvolvimento da competência geral 9.

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM

ORIENTAÇÕES PÁGINA A PÁGINA


DO LIVRO DO ESTUDANTE
A partir deste momento, são apresentadas as páginas do Livro do estudante em formato reduzido.
Nas laterais e na parte inferior destas páginas, estão as orientações sobre os conteúdos abordados.

LXXX

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COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIAS
9
LEANDRO PEREIRA DE GODOY (Leandro Godoy)
Mestre em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).
Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela UEL-PR.
Atuou como professor na rede particular de Ensino Superior. Ministrou aulas na rede
estadual de ensino do Paraná para o Ensino Fundamental - Anos Finais, Ensino Médio e Ensino Técnico.
Realiza palestras, cursos e assessorias para professores em escolas públicas e particulares.
Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

WOLNEY CANDIDO DE MELO (Wolney Melo)


Doutor em Educação, Mestre em Ciências e Licenciado em
Física pela Universidade de São Paulo (USP-SP).
Licenciado em Pedagogia pela Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban-SP).
Ministrou aulas em cursos pré-vestibulares e na rede particular de ensino de São Paulo.
Realiza palestras e cursos para estudantes e professores, além de assessorias para escolas e secretarias
de educação. Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

1a edição
São Paulo ∙ 2022

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Copyright © Leandro Pereira de Godoy, Wolney Candido de Melo, 2022.

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Direção de Conteúdo e Negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição João Paulo Bortoluci (coord.)
Aline Tiemi Matsumura, Flávia Milão Silva, Paula Signorini, Rafael Braga de Almeida
Preparação e Revisão Maria Clara Paes (coord.)
Ana Lúcia P. Horn, Mariana Padoan
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.), Sergio Cândido
Projeto de capa Andréa Dellamagna
Imagens de capa Chris Rife/500px/Getty Images, Tyler Stableford/Getty Images
Arte e Produção Isabel Cristina Corandin Marques (coord.)
Debora Joia, Eduardo Augusto Ascencio Benetorio, Gabriel Basaglia,
Kleber Bellomo Cavalcante, Rodrigo Bastos Marchini
Diagramação VSA Produções
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Licenciamento de textos Erica Brambilla, Mylena Santos Pereira
Iconografia Luciana Ribas Vieira, Emerson de Lima (trat. imagens)
Ilustrações Adilson Secco, Alan Carvalho, Alex Silva, Allmaps, Bentinho,
Cris Alencar, Daniel Bogni, Eber Evangelista, Editoria de arte, Eduardo Francisco,
Estúdio Ampla Arena, Fabio Eugenio, Gabi Vasko, Héctor Gómez, Ivan Coutinho,
Lápis 13B, Leo Teixeira, Lucas Farauj, Luis Moura, Luiz Rubio, Maal Ilustra,
Marcel Borges, Marcos Aurélio, Paulo Cesar Pereira, Rafael Herrera, Rafael Maragni,
Renan Leema, Rubens Gomes, Selma Caparroz, Sirio Cançado, Sonia Vaz, Tarumã,
Tel Coelho/Giz de Cera, Vanessa Novais, Vespúcio Cartografia, Vinícius Fioratti,
Wandson Rocha

Imagens de capa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Fotografia do interior de um obser- (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
vatório astronômico. O desenvol- Godoy, Leandro Pereira de
vimento de diferentes tecnologias Ciências vida & universo : 9º ano : ensino
permitiu ao ser humano explorar fundamental : anos finais / Leandro Pereira de Godoy,
o Universo e o meio em que vive. A Wolney Candido de Melo. – 1. ed. – São Paulo : FTD,
Ciência tem papel fundamental no 2022.
desenvolvimento e na aplicação des-
tas tecnologias. Componente curricular: Ciências.
ISBN 978-85-96-03667-2 (aluno)
Fotografia de caverna na geleira ISBN 978-85-96-03668-9 (professor)
Langjökull, na Islândia. Regiões que
abrigam seres vivos mesmo em 1. Ciências (Ensino fundamental) I. Melo, Wolney
condições ambientais extremas são Candido de. II. Título.
muito importantes em estudos que
investigam a possibilidade de vida 22-116591 CDD-372.35
em locais similares fora da Terra.
Índices para catálogo sistemático:
1. Ciências : Ensino fundamental 372.35

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Em respeito ao meio ambiente, as folhas


Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 deste livro foram produzidas com fibras
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à obtidas de árvores de florestas plantadas,
com origem certificada.
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 CNPJ 61.186.490/0016-33
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www.ftd.com.br Guarulhos-SP – CEP 07220-020
central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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APRESENTAÇÃO
Você já percebeu que quando assistimos à televisão
ou acessamos a internet, entramos em contato com diver-
sos assuntos sobre saúde, ambiente e novas tecnologias?
Informações sobre os seres vivos, o Universo, o funciona-
mento de aparelhos eletrônicos ou mesmo sobre a previsão
do tempo fazem parte de nosso cotidiano, influenciando-o
direta ou indiretamente, e estão relacionadas às Ciências
da Natureza.
Esta coleção tem o objetivo de despertar sua curio-
sidade sobre fenômenos que ocorrem em seu cotidiano
e no planeta, de maneira que você possa fazer pergun-
tas e se reunir com seus colegas e sua comunidade
para levantar hipóteses, investigar problemas e propor
soluções para a construção de um mundo dinâmico e sus-
tentável para todos.
Normalmente, damos importância àquilo que conhe-
cemos melhor e cuidamos daquilo que mais amamos.
Por isso, querido estudante, esta coleção foi elaborada
carinhosamente, para que você venha a conhecer mais
a fundo os componentes, os processos e os fenômenos
de nosso planeta – um local que precisamos proteger
para realmente podermos chamar de lar.

Os autores
PROSTOCK-STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM

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CONHEÇA SEU LIVRO
O seu livro está dividido em 8 Unidades, estruturadas da seguinte maneira:

2
UNIDADE 1 Na fotografia, é possível observar a formação de
ondas provocadas pelo movimento do barco. Cite
outras situações que poderiam gerar ondas na
água como as que você observou na imagem.
Resposta pessoal.
2 Se você colocar um barquinho de papel no centro
de uma bacia com água em um dia sem vento

ONDAS E SOM algum e jogar uma pequena rocha na água, sem


que ela toque no barquinho, o movimento das

Abertura
ondas formadas será capaz de empurrar o barco
até a parede da bacia? Resposta pessoal.

3 Considere o som emitido pelo motor do barco. Ele

de Unidade
está se propagando somente pelo ar? Converse com
os colegas. Não. O som pode se propagar em meios materiais,
como na água e em objetos sólidos.

As ondas são fenômenos comumente

Sempre apresenta uma fotogra-


presentes em nosso cotidiano. Na ima-
gem é possível perceber a formação de
ondas na superfície da água causadas
pelo movimento do barco e pelo vento.
Nesse caso, são ondas observáveis.
Em outros casos, as ondas não são
observadas, mas seus efeitos podem
fia, um pequeno texto e ativida-
ser percebidos, como o aquecimento da
pele pela luz solar ou o som emitido de
algum lugar.
Nesta Unidade, iniciaremos nosso
des para despertar seu interesse
estudo sobre as ondas, abordando suas
propriedades gerais e algumas carac- sobre os principais assuntos que
ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

terísticas comuns aos diferentes tipos


de onda, como sua velocidade e propa-
gação no ambiente. Posteriormente,
estudaremos as ondas sonoras e suas
características específicas.
serão estudados.

Embarcação no rio Cassiporé em Oiapoque


(AP), 2018, formando ondas na água.

56 57

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Os Parques Nacionais são, em geral, áreas de grande beleza As Florestas Nacionais são áreas flo-

REPRODUÇÃO - ARQUIVO ICMBIO


natural. Nesses locais, é permitido o desenvolvimento de atividades restais onde predominam espécies nativas da 35 m
recreativas, educativas, ambientais e de pesquisas científicas. fauna e da flora. Nelas, os objetivos são o uso
O Parque Nacional do Itatiaia é um exemplo de Unidade de sustentável dos recursos naturais e a pesquisa
Conservação de Proteção Integral. Seu território está distribuído entre científica, mas é permitida a permanência de
os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Criado em 1937, é o mais populações tradicionais que habitam a área e
antigo Parque Nacional do Brasil. que já estavam ali antes da criação da unidade.
Existe uma grande diversidade de Reservas
RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

de Uso Sustentável. Elas podem estar voltadas


para a extração de recursos (Reserva Extrativista),
para a conservação de espécies de fauna nativas
(Reservas de Fauna) ou para a conservação de
sistemas sustentáveis de exploração de recursos
naturais por populações tradicionais (Reserva de
Desenvolvimento Sustentável).
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável
de Mamirauá foi a primeira área desse tipo
criada no Brasil. Desde 1999, a reserva de
Mamirauá faz o manejo sustentável do pira-
Floresta Nacional de Três Barras, onde ocorre
rucu, peixe endêmico da região e de grande a conservação por meio do uso sustentável de
importância econômica para as comunidades recursos nativos, como a araucária (Araucaria
locais, mas que quase foi extinto por causa da angustifolia). Três Barras (SC), 2018.
pesca intensiva e sem controle legal.

Conteúdo As reservas também podem ser áreas

WOLFGANG DIEDERICH/ALAMY/FOTOARENA
privadas, cujo proprietário assumiu o com- # FICA A DICA
promisso de conservar a biodiversidade. Nelas Acesse o link disponível em: https://tvbrasil.ebc.
é permitida a entrada para fins de pesquisa com.br/parquesdobrasil, acesso em: 15 maio 2022,
científica e visitação turística. São as Reservas e conheça mais sobre a biodiversidade dos parques

Os assuntos são apresenta- Particulares de Patrimônio Natural (RPPN).


nacionais e outras Unidades de Conservação brasi-
leiras por meio da série de TV Parques do Brasil.

endêmico: que só existe em

dos com diversos recursos Formações rochosas no alto do Parque Nacional do Itatiaia, em Itatiaia (RJ), 2021.
determinada região geográfica.

além do texto, como tirinhas, Unidades de Conservação de Uso Sustentável


As Unidades de Conservação de Uso Sustentável buscam conciliar
a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais.

fotografias, obras de arte, Nelas é permitida a instalação de moradias, desde que não representem
formas de agressão ao ambiente.
A expressão uso sustentável refere-se à utilização dos recursos

mapas, ilustrações, tabelas


naturais de maneira responsável, sem provocar seu esgotamento e sem
prejudicar o ecossistema e os seres vivos. As Florestas Nacionais e as
reservas (com exceção da Reserva Biológica) são exemplos de Unidades Reserva de Desenvolvimento Sustentável
de Conservação de Uso Sustentável. de Mamirauá, Tefé (AM), 2019.

e gráficos, que auxiliam sua 190 191

leitura, tornando-a mais pra-


#FICA A DICA
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zerosa. Questões presentes


ao longo do texto vão propor- Apresenta dicas de sites que contêm mate-
cionar uma troca de expe- riais complementares aos assuntos abor-
riências entre você e seus dados nas Unidades. Ao acessá-los, você
colegas e auxiliar na con- poderá encontrar sugestões para visitas
textualização dos assuntos virtuais, leituras de textos complementares,
apresentados a partir de si- observação de imagens, vídeos, infográficos
tuações de seu cotidiano. e interações com simuladores ou jogos.

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1. É um empreendimento científico que envolve diferentes disciplinas que visam responder a ques- 5. b) Problemas na produção de células de defesa do corpo; concentração dos fluidos corporais na parte
tões como a origem da vida, seu futuro e se ela existe em outros locais no Universo, além da Terra. superior do corpo; problemas de visão; mudanças na pressão sanguínea; alterações na coordenação motora, no
2. a) Não, pois Marte não se localiza em uma zona habitável e, portanto, equilíbrio e na locomoção; perda de massa e força dos músculos esqueléticos; perda da densidade dos ossos;
até agora, tudo indica que é um planeta sem água no estado líquido. maior risco de desenvolvimento de cálculos renais; maior suscetibilidade a alergias.
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. 4. a) O investimento em pesquisas e explorações espaciais que 5. Leia um trecho da reportagem a seguir e responda às questões.
buscam vida, no caso, em Marte; enquanto na Terra as atividades
humanas que exploram os recursos estão destruindo a vida. Missões de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas
1. O que é Astrobiologia? 4. b) Resposta pessoal.
4. c) O entendimento de que a exploração Passar longos períodos no espaço não gera apenas atrofia muscular e reduções na
2. Leia a tirinha a seguir e responda às questões. espacial será essencial para a sobrevivência densidade óssea nos astronautas, mas também parece ter efeitos duradouros no cérebro.
de nossa espécie a longo prazo. Outros

Atividades
MISSÕES de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas. Diário da saúde, [s. l.], 14 out. 2021. Disponível
ADÃO

argumentos seriam a em: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=missoes-longo-prazo-espaco-afetam-cerebro-


propagação da vida pelo astronautas&id=14978. Acesso em: 18 maio 2022.
Universo e a curiosidade
exploratória do ser
humano. a) Para você, que fatores, entre os quais você aprendeu, podem estar associados às alterações
notadas no corpo dos astronautas?

6.
b) Cite algumas outras possíveis consequências para a saúde do ser humano após a permanência
no espaço por muito tempo.

Gliese 581 é uma estrela que está a 20 anos-luz da Terra. O sistema planetário dessa estrela é
Nas seções de Atividades, ao fim
ADÃO. [Acabo de

de cada Tema, há textos, charges,


encontrar vida em constituído de seis planetas: Gliese 581 e, Gliese 581 b, Gliese 581 c, Gliese 581 g, Gliese 581 d
Marte!!!]. O Mundo
Maravilhoso de Adão
e Gliese 581 f, sendo alguns considerados habitáveis. A seguir, há um esquema da zona
Iturrusgarai. [S. l.], 2003. habitável no sistema planetário de Gliese 581, em comparação com o nosso Sistema Solar.

tirinhas, fotografias, ilustrações,


a) O contexto da tirinha refere-se à descoberta de vida no planeta Marte. Considerando o que

SELMA CAPARROZ
você estudou, isso seria possível?
b) Considerando as características da vida na Terra, cite alguns fatores que os cientistas procu- 1
ram em outros planetas para classificá-los como com potencial para abrigar vida.

3. Ao estudar a zona habitável na galáxia, um estudante fez a seguinte afirmação: “A Terra


Sol tabelas e gráficos que contribuirão

Massa da estrela (em massas solares)


é o único planeta em que existe vida no Universo por causa de suas condições únicas
de temperatura, que permitem a existência de água no estado líquido”. Você concorda

para o seu aprendizado e permiti­


Zona habitável
com o estudante? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.

4. Analise a charge a seguir e responda às questões. 4. d) Resposta pessoal.


e b c g d f

a) O que é representado na charge?

rão a você testar os conhecimentos


JEAN GALVÃO/FOLHAPRESS

b) Essa charge pode ser interpretada como Gliese 581


uma crítica à exploração espacial que
busca condições favoráveis à vida, con-
siderando que não exploramos o nosso
adquiridos durante seu estudo.
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Possível extensão da zona habitável
planeta de forma a valorizar e a preser- relacionada a diversas variáveis
var a vida aqui existente. Você concorda IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
com essa crítica? Por quê?
0,1
c) Alguns cientistas apresentam argumentos 0,1 1,0 10
favoráveis à exploração espacial, indepen- Distância da estrela (AU)
dentemente de como vem sendo feita
a exploração dos ambientes da Terra. Elaborado com base em: GALANTE, Douglas et. al. (org.). Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edição:
IAG/USP, 2016. p. 350.
Explique alguns desses argumentos.
Zona de habitabilidade do sistema planetário de Gliese 581, comparada à do Sistema Solar.
d) Elabore uma tirinha, uma música ou um
As escalas utilizadas no esquema não apresentam proporção.
poema que mostre e contraste ambos
a) O que é zona habitável? Respostas nas Orientações para o professor.
os entendimentos em relação à explo-
ração espacial. Apresente o material GALVÃO, Jean. [Charge Marte e Amazônia]. Folha de S. Paulo, b) Qual(is) planeta(s) do sistema planetário de Gliese 581 está(ão) classificado(s) na zona habitável?
produzido aos seus colegas. São Paulo, 28 jun. 2008. c) Com a tecnologia de que dispomos atualmente, seria possível realizar uma viagem tripulada
2. b) Existência de uma estrela estável, de vida longa; ser um planeta rochoso; ter água líquida em ao(s) planeta(s) habitável(is) do sistema planetário de Gliese 581? Justifique sua resposta.
5. a) Professor, espera-se que os estudantes citem a ausência de gravidade no espaço. Considerar correto se
260 sua superfície; ter uma atmosfera semelhante à da Terra.
eles citarem a radiação e o fato de os astronautas ficarem na mesma posição na nave por muito tempo. 261

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INTEGRANDO • Atividades
MATEMÁTICA
NÃO ESCREVA

com NO LIVRO.
2. Terra e Marte: aproximadamente 0,5 UA. Marte e Netuno: aproxi-
madamente 28,5 UA. Mercúrio e Vênus: aproximadamente 0,3 UA.
1 As duas Voyager passaram bem próximo de alguns planetas antes de saírem do Sistema Solar.
De acordo com o esquema apresentado, e lembrando que 1 UA corresponde à distância da Terra
ao Sol, quais foram esses planetas e quais são suas distâncias aproximadas do Sol em UA?

Integrando com... Viagens interplanetárias


2

3
Segundo o quadro, qual é a distância média, em UA, entre Terra e Marte, entre Marte e Netuno e
entre Mercúrio e Vênus?

Converse com um colega sobre a importância de utilizar uma unidade de medida adequada às
Em 1977, as sondas idênticas, Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas ao espaço com o obje- dimensões do que se está estudando. Escreva no caderno um pequeno texto com as principais

Um mesmo assunto pode ter rela­


tivo de estudar Júpiter e seus satélites naturais, além de Saturno, seus satélites naturais e seus anéis. ideias que vocês discutiram. Resposta pessoal.
O projeto das sondas foi tão bem-sucedido que, além desses planetas, conseguiram
estudar Urano e Netunoe, até hoje, viajam no espaço coletando mais informações, incluindo 4 Forme um grupo com os colegas para criarem um modelo que represente em escala as distân-
cias dos planetas no Sistema Solar. Esse modelo deverá ser construído na escola e apresentado
o espaço fora do Sistema Solar. Observe a seguir o percurso de cada sonda.

ção com diversas áreas do conheci­ à comunidade com o objetivo de mostrar aos observadores as grandes distâncias que existem
entre os componentes do Sistema Solar. Resposta nas Orientações para o professor.
Para a montagem do modelo, sigam estas orientações:
EDITORIA DE ARTE

• A escala deve ser feita no chão e, sobre ela, devem ser colocadas as representações dos

mento. Nesta seção, você verá 1


8
Voyager 2
55 346 km/h planetas.
• Na escala adotada, 1 milímetro deve representar 100 000 quilômetros (1 mm/100 000 km).
Assim, será necessário que vocês calculem a distância dos planetas do Sistema Solar em

como Ciências pode se integrar


2
relação ao Sol, conforme a escala proposta.
3 4 7 • Não há necessidade de que os tamanhos dos planetas obedeçam à mesma escala proposta
6 para as distâncias, mas que exista uma proporção entre eles. Por exemplo, se o Sol for uma
bola de tênis, torna-se inviável a representação de Mercúrio e de outros planetas.

com outros componentes curricu­


Voyager 1
5 1. Voyager 1 – Júpiter e Saturno; Voyager 2 – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Júpiter está a aproximadamente
61 198 km/h
5 UA do Sol; Saturno está a aproximadamente
9 UA do Sol; Urano está a aproximadamente

DANIEL BOGNI
19 UA do Sol; e Netuno está a aproximadamente
30 UA do Sol.

lares para ampliar seu entendimento


Sol
Posição dos planetas durante o trajeto da Voyager 1
Posição dos planetas durante o trajeto da Voyager 2
Trajeto da Voyager 1
Trajeto da Voyager 2

sobre determinados assuntos e sua 1


2
3
Lançamento – 5 setembro de 1977
Lançamento – 20 agosto de 1977
Júpiter – 5 março de 1979
Sonda especial
4

capacidade de desenvolver com­


Júpiter – 9 julho de 1979
Voyager, em com-
5 Saturno – 12 novembro de 1980 posição com uma
6 Saturno – 25 agosto de 1981 imagem do Universo.
7 Urano – 24 janeiro de 1986
Planeta Distância do Sol

petências importantes para a sua 8 Netuno – 25 agosto de 1989


Mercúrio 58 milhões de km
DOTTED ZEBRA/ALAMY/FOTOARENA

Vênus 108 milhões de km


Percursos das sondas Voyager 1 e Terra 150 milhões de km
Voyager 2 no espaço. Marte 228 milhões de km

vida pessoal. Fontes dos dados: A ONCE-in-a-Lifetime Alignment. Nasa: Jet


Propulsion Laboratory. Washington, D. C., [2019?]. Disponível em:
https://voyager.jpl.nasa.gov/mission/timeline/#event-a-once-in-a-
lifetime-alignment.
Júpiter
Saturno
Urano
779 milhões de km
1,4 bilhões de km
2,9 bilhões de km
WILLIAMS, David R. Planetary Fact Sheet – Metric. Nasa.
Washington, D.C., 27 dez. 2021. Disponível em: https://nssdc. Netuno 4,5 bilhões de km
gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/. Acessos em: 13 maio 2022.

234 235

D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV3.indd 234-235 21/07/22 23:57

1. Quanto maior a temperatura da água, maior a rapidez


OFICINA com que as bolhas de gás carbônico se formaram.

CIENTÍFICA 2. A temperatura na geladeira é mais baixa do que a tem-


peratura ambiente, o que reduz a agitação das moléculas,
um possível contato com outras moléculas e a rapidez
com que uma reação química pode acontecer. Dessa
maneira, os alimentos duram mais na geladeira.

Taxa de desenvolvimento das reações químicas


Primeiras ideias
Você acha que a temperatura poderia influenciar a taxa de desenvolvimento de uma reação
química, isto é, a rapidez com que ela ocorre? Forme um grupo com mais três colegas, pensem
sobre o assunto e, em seguida, realizem a atividade.

• Preciso de...
• 3 comprimidos efervescentes;
• 3 copos descartáveis de plástico transparente;
• 100 mL de água à temperatura ambiente;
• 100 mL de água gelada;
• 100 mL de água quente;
• caneta hidrográfica.
Oficina científica
• Mãos à obra
A. Numerem os copos de 1 a 3 e os coloquem um ao lado do outro
Nesta seção, você é convidado a aprofun­
dar seus conhecimentos sobre determi­
sobre uma mesa.
B. Coloquem 100 mL de água à temperatura ambiente no copo 1
e 100 mL de água gelada no copo 2.
C. Peçam ao professor que coloque 100 mL de água quente no

nado assunto por meio da realização de


LUCAS FARAUJ

copo 3.
D. Um dos membros do grupo deve segurar dois comprimidos efer-
1 2 3
vescentes, cada um com uma mão, à mesma altura, sobre os

atividades práticas. Você vai exercitar a


copos com água gelada e com água à temperatura ambiente.
E. Outro membro do grupo deve segurar o terceiro comprimido sobre Representação das etapas D e E.
o copo com água quente, à mesma altura que os outros dois.
IMAGENS FORA AS CORES NÃO
F. Contem até três e soltem todos os comprimidos ao mesmo tempo nos copos. DE PROPORÇÃO.

habilidade de observação, levantar ques­


SÃO REAIS.

G. Observem o que acontece e anotem os resultados.

• E aí? NÃO ESCREVA


NO LIVRO.
tionamentos e tirar dúvidas por meio de
1 Um dos produtos da reação do comprimido efervescente com a água é o gás carbônico, que pode ser

2
observado por meio da formação de bolhas. O que vocês puderam observar nessa atividade em relação
a esse fato?

Para conservar muitos alimentos e retardar seu processo de decomposição, costumamos mantê-los na
atividades simples, que utilizam materiais
de fácil obtenção e contribuem para o de­
geladeira. Relacionem essa informação com a atividade desenvolvida.

53
senvolvimento de diversas competências.
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D2-CIE-F2-2104-V9-INICIAIS-MP-G24.indd 5 20/08/22 15:32


Entre contextos ENTRE
2. Nos seres humanos, pode gerar perda de audição e
elevação da pressão arterial, além de estar relacionada
ao estresse e à redução de desempenho de estudantes e

CONTEXTOS trabalhadores. Nos ecossistemas, níveis sonoros de alta

Você verá que as Ciências da Natu- intensidade podem causar problemas para que algumas
espécies se comuniquem, se reproduzam, encontrem
alimentos e fujam de predadores, o que prejudica a
sobrevivência e pode provocar a redução das populações.

reza estão presentes em diversas Poluição sonora


A poluição sonora é um problema ambiental característico de grandes centros urbanos. A
exposição excessiva a níveis sonoros inadequados pode causar vários problemas tanto para os

situações cotidianas que envol- seres humanos como para outros seres vivos.

O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde


vem tecnologia, interações sociais, [...]
[...] Nossa sociedade é barulhenta. E o barulho, a cacofonia estri-
cacofonia: som

Glossário
desagradável.
dente da vida moderna, também nos adoece, com danos diretos, como

nossa relação com o ambiente e a perda de audição e elevação da pressão arterial, mas também indiretos, como a redução
do desempenho dos estudantes, aumento do estresse e diminuição da produtividade
dos trabalhadores.

saúde. Esta seção apresenta tex-


Considerada a segunda maior forma de poluição, atrás apenas da poluição do ar,

Apresenta o significado
a poluição sonora é capaz de gerar efeitos nocivos crônicos à saúde.
[...]

tos de fontes como jornais e revis-


DOMÊNICO, Cláudio. O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde. Veja Saúde, São Paulo, 24 jun. 2021.
Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/o-que-a-poluicao-sonora-tem-a-ver-com-a-sua-saude/.
Acesso em: 28 abr. 2022.

contextualizado de algu-
tas eletrônicas, além de imagens e
O tempo de exposição tolerável a um som também varia Limites de exposição a ruídos
de acordo com a intensidade dele. Observe na tabela o limite
indicado para alguns níveis de ruído. Observe também a seguir
alguns exemplos de sons e seu nível sonoro em escala.
Nível de Máxima exposição
ruído, em dB diária permissível mas palavras ainda não
algumas atividades para auxiliá-lo Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 15:
atividades e operações insalubres. Brasília, DF: MTP, 29 out. 2020.
85
95
8 horas
2 horas
vistas no material e que
105 30 minutos

no aprimoramento da sua compe-


Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/

talvez você não conheça.


orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- 115 7 minutos
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15.pdf. Acesso em: 28 abr. 2022.

PEDRO PAULO MELARA


tência leitora, e o ajudarão em sua Som de
relógio Conversas
Aspirador
de Pó
Secador Grito próximo
de cabelo à orelha Avião
Fogos
de artifício

20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 155

formação como cidadão consciente Elaborado com base em: WESTIN, Ricardo. Poluição sonora prejudica a saúde e preocupa especialistas. Senado Notícias, Brasília, DF,
29 maio 2018. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-
preocupa-especialistas/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-preocupa-especialistas. Acesso em: 28 abr. 2022.
Representação de escala de nível sonoro em decibéis (dB), com alguns exemplos. Sons acima de 70 dB são con-

e atuante na sociedade.
siderados, em geral, desconfortáveis; acima de 85 dB, prejudiciais à saúde auditiva; e acima de 100 dB, podem
causar danos irreversíveis.

78

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Pense bem
PENSE BEM Resíduos
Os resíduos que produzimos em
nossas residências também
devem receber nossa atenção,
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. Esta seção aborda assuntos rela-
IMAGENS FORA

cionados à aplicação de valores éti-


para que não se acumulem no DE PROPORÇÃO.

Ações sustentáveis no cotidiano ambiente de forma indevida.


Alguns cuidados com os resíduos
A sustentabilidade está cada vez mais em evidência em nossa sociedade. Além das entidades são apresentados a seguir.
governamentais, muitas empresas têm implementado práticas sustentáveis em suas operações.
No entanto, também é dever de cada cidadão agir de forma sustentável, na preservação e na
conservação do meio ambiente. Reduzir o consumo Separar Destinar resíduos Recolher as embalagens Não jogar lixo
cos, reflexão de atitudes, direitos e
de produtos os resíduos eletrônicos em pontos de produtos consumidos nas ruas ou em
A seguir há uma lista com exemplos de ações sustentá-

deveres, convivência democrática


descartáveis e produzidos e de coleta seletiva em praias, parques corpos-d’água e
veis individuais que podemos adotar em nosso cotidiano. priorizar o consumo descartá-los em específicos. e locais públicos e descartá-lo de
de produtos locais adequados. descartá-las de forma forma adequada.
reutilizáveis. adequada.

Água
Diversas atitudes contribuem com a redução do desperdício de
e inclusão social. Esses assuntos
são imprescindíveis para construir
água, proporcionando economia de seu consumo. Outras evitam sua
contaminação, favorecendo a manutenção de sua qualidade. A seguir estão
Alimentos
algumas atitudes voltadas para o cuidado com a água. Também podemos agir de
forma sustentável com

o caráter e colaboram em sua for-


Fechar Tomar Lavar Não descartar relação ao consumo de
a torneira ao banhos de calçadas, resíduos na Não
alimentos, pensando em
escovar os curto período carros e regar rua nem em despejar
Não descartar evitar seu desperdício, por
dentes, ao e fechar o as plantas córregos, rios óleo de cozinha
medicamentos
ensaboar as chuveiro ao com água de ou no oceano usado no ralo e meio das ações a seguir.
na pia ou no

mação como cidadão que apresenta


mãos e ao se ensaboar. reúso. e descartá- descartá-lo de
vaso sanitário e
lavar a louça. -los de forma forma adequada.
descartá-los de
adequada. forma adequada. Dar preferência Evitar comprar Pegar somente Aproveitar Encaminhar
para alimentos quantidade de a quantidade de integralmente os os resíduos

iniciativas, como reconhecer as ne-


orgânicos e alimento além da que alimento que vai alimentos, utilizando, orgânicos para
de produção será consumida. comer, ao se servir em quando possível, talos, uma composteira.
local, livres de uma refeição. folhas e cascas.

ALEX SILVA
agrotóxicos e
fertilizantes.
Ar
O cuidado com a qualidade do ar pode
ser feito em conjunto com ações
1. Resposta pessoal. Professor, o objetivo da atividade é fazer os estudantes refletirem sobre a importância das
ações individuais para a sustentabilidade e a conservação do ambiente.
cessidades de um indivíduo ou co-
que evitam, ou ao menos reduzem, a • Atividades NÃO ESCREVA

munidade, identificar mudança de


NO LIVRO.
emissão de poluentes na atmosfera,
como as que estão a seguir. 1 Você acha que essas ações são importantes? Explique.
ALEX SILVA

2 Escolha um grupo de pessoas, como os colegas de sala, a comunidade escolar, as pessoas com

posturas relacionadas às mais va-


Dar preferência Utilizar Fornecer ou Preferir Não realizar Plantar árvores em
para o uso de bicicletas pegar carona biocombustíveis, queimadas e sua residência ou no quem você mora, ou de outro grupo que considerar adequado e, com base na lista de ações
transporte ou optar por com pessoas como o etanol, não destruir bairro onde reside, anteriores, proponha colocar em prática uma ou mais delas. Resposta pessoal.
coletivo no lugar caminhadas conhecidas e a derivados de a vegetação com autorização
de automóveis. para se deslocar de confiança petróleo, como a nativa. legal. 3 Com base nas ações relacionadas, faça uma autoanálise e crie um quadro com duas colunas
a curtas
distâncias.
sempre que
possível.
gasolina. para registrar as ações que você pratica e as que não pratica. Em seguida, elabore estratégias
para incluir em seu cotidiano as que ainda não pratica.
Resposta pessoal. Professor, auxiliar os estudantes na autoanálise e na elaboração das estratégias.
riadas questões, como preconceito
202 203 e discriminação, e atuar sobre elas.
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O ASSUNTO É... 3G
A telefonia móvel tornou-se
popular no mundo na década de 1G 2G 4G
1960 e na década de 1990 no Brasil.
A partir daí, a cobertura e os serviços 5G
possíveis aumentaram a cada geração.
Tecnologia 5G
O assunto é... O termo “5G” diz respeito à quinta geração da tecnologia utilizada em
redes móveis, por meio das quais é possível acesso à internet, em que os dados
A evolução da internet móvel
1G – Fazia apenas serviço de comunicação por voz.
2G – Permitia uso da internet e o envio/recebimento de mensagens de texto de forma limitada.
3G – Presente nos smartphones, possibilitou o uso de aplicativos, redes sociais e localização via GPS.
são transmitidos e recebidos por meio de ondas eletromagnéticas. Suas vanta- 4G – Ampliou os serviços com internet e chamadas em vídeo.

Nesta seção há um infográfico que o gens são maior velocidade de conexão e download de dados, além de menor
tempo de resposta para os comandos executados, tornando-a praticamente
instantânea. Essa tecnologia contribui para que a sociedade se torne mais conec-
5G – Expande a conexão sem fio para além dos telefones móveis, com resposta em tempo real.

EDUCAÇÃO
Elaborado com base em: MOTA, Vitor Luiz Gomes et al. Evolução da tecnologia de
telefonia móvel e estudo e caracterização de um sistema móvel 5G de quinta geração.
Engevista, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 154-175, 22 fev. 2019. Disponível em: https://

auxiliará na construção de argumen-


tada, aumentando a eficiência de atividades que já são realizadas. periodicos.uff.br/engevista/article/view/27028. Acesso em: 6 abr. 2022.
Tecnologias como realidade
Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas possibilidades da tecnologia 5G. aumentada e realidade virtual
poderão ser utilizadas como
recursos educativos em sala

tos para discutir assuntos relevantes COTIDIANO de aula.


SAÚDE
Listas de supermercado ENERGIA
poderão ser feitas Cirurgias poderão ser
realizadas a distância,

e atuais, integrado aos conteúdos


automaticamente por O gerenciamento da produção
geladeiras, que informarão de forma remota, com e da distribuição da energia
aos celulares dos moradores maior eficiência, por poderá ser mais eficiente,
da residência quais alimentos meio de equipamentos evitando picos de consumo de
estão em falta. eletrônicos. energia.

vistos na Unidade. Também estão TRANSPORTE


ILUSTRAÇÕES: ESTÚDIO AMPLA ARENA

Viagens poderão ser feitas

presentes atividades que o direcio- em carros sem motorista e


capazes de se comunicar
com outros veículos de
forma instantânea.

nam para o trabalho em grupo, pes- LAZER

quisas, apresentações de resultados


Baixar (fazer download)
vídeos e filmes em alta
qualidade poderá ser
feito em segundos, • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

economizando tempo dos 1. Nessa faixa de frequência, elas são do tipo micro-ondas.
1
e debates.
usuários. O acesso à internet móvel pode operar por meio de ondas eletromagnéticas na faixa de fre-
Elaborado com base em:
quência de 1010 Hz. Qual é, portanto, o tipo de onda eletromagnética utilizada?
GUIMARÃES, Leonardo. Leilão 5G: 2. Resposta pessoal.
cirurgia remota, carro autônomo e 2 A tecnologia 5G tem ampliado as possibilidades de conexão entre o mundo físico e o mundo
outras inovações ficarão próximas. digital, fortalecendo o que se denomina Internet das coisas. Forme um grupo com seus colegas
CNN Brasil Business, São Paulo,
2 jul. 2021. Disponível em: https:// e façam uma pesquisa sobre o significado dessa expressão. Depois, criem um cartaz digital para
www.cnnbrasil.com.br/business/ ilustrar seu significado e apresentem-no ao restante da turma. Aproveitem para pesquisar todos
leilao-do-5g-entenda-a-importancia-
da-evolucao-da-internet-para-o-
os termos citados no texto cujo significado tenha gerado dúvidas e incorporem-nos ao trabalho.
brasil/. Acesso em: 6 abr. 2022.

110 AS CORES NÃO


SÃO REAIS.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO. 111

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Ciência em ação
CIÊNCIA EM AÇÃO Atividade 1 • Mapa mental
• Considere que...
Uma Organização Não Governamental (ONG) educacio- # FICA A DICA
A partir de temas que incentivam a
nal quer ensinar estudantes a produzirem mapas mentais para

investigação, a reflexão, a análise


O mapa mental pode ser
• Orientações gerais ajudar em seus estudos. considerado uma técnica de
Seu grupo deve desenvolver um manual digital que auxilie estudo. Leia algumas estra-
Forme um grupo com, no mínimo, seis integran- 5 Ao final de cada etapa, produzam um relatório outros estudantes a produzir mapas mentais para estudar qual- tégias para organizar um
tes. Para executarem as atividades propostas,

crítica, a curiosidade, a criativida-


com os materiais e os procedimentos utilizados quer tema que queiram. mapa mental e onde encontrar
organizem os membros do grupo conforme as aplicativos que facilitam sua
na produção desenvolvida pelo grupo. O manual deve conter explicações sobre como elaborar
orientações a seguir. criação.
um mapa mental, como utilizar essa estratégia para estudar
DICA: Registrar as etapas possibilita identificar • NOVO, Benigno N. O que é
1 Escolham um líder para o grupo. Ele deve acom- e três exemplos de mapas mentais. O primeiro exemplo

de, a liderança, a comunicação e


problemas com mais agilidade e achar solu- um mapa mental? Para que
panhar o cronograma, dividir as tarefas, mediar ções. Algumas soluções podem ser replicadas deve trazer os principais conceitos da Unidade 1 deste livro. serve? Passos para fazer
a resolução de conflitos e incentivar os demais. com mais facilidade quando há um histórico O segundo deve ser sobre os conceitos da Unidade 2; e o um. Jusbrasil. [S. l.], 23 ago.
registrado. último, sobre os da Unidade 3. Assim, os assuntos centrais serão: 2020. Disponível em: https://
ATENÇÃO: a cada atividade, o líder deve ser

a aplicação dos conhecimentos


matéria, ondas sonoras e ondas eletromagnéticas. benignonovonovo.jusbrasil.com.
trocado.
6 Com a ajuda do professor, elaborem um cro- O manual digital deve ser um documento que possa ser
br/artigos/916473889/o-que-
e-um-mapa-mental-para-que-
2 Criem um nome e um logotipo para o grupo. nograma para a execução das tarefas e para a publicado na internet e que tenha, ao menos, um link para um serve-passos-para-fazer-um.
apresentação dos resultados. vídeo produzido pelo grupo para auxiliar na compreensão das
3
adquiridos ao longo do livro, você
Leiam as informações, procurem prever os • MELHORES aplicativos
possíveis problemas e identificar momentos 7 A cada atividade, o líder deve organizar uma instruções. Após a produção, o vídeo pode ser publicado em uma para criar mapas mentais.
em que a atividade pode ser decomposta em conversa para distribuir as tarefas e definir as rede social ou em uma plataforma de vídeos da internet, para Porvir. São Paulo, 15 jul.
gerar um link ativo. O próprio manual digital pode ser inserido 2019. Disponível em: https://
tarefas menores. Se as tarefas menores forem responsabilidades de cada integrante.
porvir.org/melhores-aplicati

e um grupo de colegas vão pro-


divididas entre os participantes do grupo, a ati- em redes sociais ou no site da escola.
vos-para-criar-mapas-mentais/.
vidade pode ser resolvida mais rapidamente. logotipo: símbolo que representa Para realizar esta atividade, acesse os links disponibilizados no Acessos em: 14 jun. 2022.
Anotem as dúvidas. uma empresa, instituição, produto, #FICA A DICA. Se necessário, faça outras pesquisas sobre o assunto.
podendo ser formado por uma letra,
4
curar soluções para problemas
Elaborem uma lista de materiais necessários um grupo de letras ou uma imagem.

BENTINHO
Comer e
para cada atividade. LEMBREM-SE: existem diversas maneiras de se construir um
hidratar-se
mapa mental. Escolham a maneira que mais agrade ao grupo.
SPEEDKINGZ/SHUTTERSTOCK.COM

Alongar-se

Tomar sol
Corpo
Fazer pausas
curtas
Organizado

Iluminado
desafiadores. Ao final da seção,
vocês encontrarão um roteiro que
Fixar
Ler livro sobre
Mente horário
outros assuntos Tempo Música calma
Silencioso ou
Ambiente
ambiente
Conversar Foco nos
estudos

Organizar a
sequência do
Objetivos

Offline
Arejado

Bloquear
vai orientá-los durante o desen-
estudo Desligar sites fora

Priorizar o
que é mais
celular

Como?
do estudo

volvimento do trabalho, que tem


Os trabalhos em grupo favorecem a mobilização de habilidades como comunicação, gestão de tempo, importante Deixar
solução de problemas, autoconfiança e cooperação, habilidades muito procuradas por empresas de todos
os segmentos.
Exemplo de mapa mental com o assunto central “foco nos estudos”.
Preparar
computador
computador
offline
como objetivo a elaboração de
264 265
algum produto.
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OUTRAS MANEIRAS Assistir


DE APRENDER • Césio 137 − O brilho da morte, de Luiz Eduardo Jorge. Brasil: 2003. (25 min).
O documentário retrata o maior acidente radioativo da história do Brasil, em que
dois catadores de resíduos sólidos encontram Césio 137 de um aparelho radiológico.
A seguir, há sugestões de locais de visita, filmes e livros com conteúdos que Passado de mão em mão, o elemento químico, que brilhava no escuro, contaminou
centenas de moradores.
contemplam o que você estudou neste livro.

Outras maneiras
• Uma dobra no tempo, de Ava DuVernay. Estados Unidos: Whitaker Entertainment
Pictures, 2018. (109 min).
Visitar
Dr. Murry, com seu incrível conhecimento de física, consegue desenvolver um dispositivo
• Centro de Ciências da • Monumento Natural Estadual das que transforma ondas sonoras em ondas e luz; essa invenção cria uma instabilidade

de aprender
Universidade Federal de Juiz Fora Árvores Fossilizadas temporal que gera uma dobra no espaço, ocasionando a abertura de um portal para
Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Praça Bielândia, a 50 km de Filadélfia (TO). outros planetas.
Cívica do campus da Universidade Disponível em: https://pit.turismo. • Extraordinário, de Stephen Chbosky. Estados Unidos: Paris filmes, 2017. (113 min).
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora to.gov.br/pt/atracoes/filadelfia/natureza/
Auggie Pullman apresenta alterações no formato de seu rosto por causa de uma síndrome
(MG). Disponível em: https://www2.ufjf. monaf-monumento-natural-das-arvores-
genética que afeta o desenvolvimento dos ossos. Por alguns anos de sua vida, ele foi
br/centrodeciencias/. fossilizadas-do-tocantins.

Apresenta sugestões para o apro- • Museu Interativo da Física –


UFPA
• Observatório Astronômico – UESC
Rodovia Jorge Amado, km 16, bairro
educado em casa, por seus pais. Aos 10 anos de idade, ele começa a frequentar uma
escola regular, onde terá novas experiências. O filme destaca questões relacionadas à
discriminação, ao preconceito e à inclusão social, sobretudo escolar.
Av. Augusto Correa, 1, Campus Básico Salobrinho, Ilhéus (BA) Disponível em:

fundamento dos conteúdos abor-


• Criação, de Jon Amiel. Inglaterra: Recorded Picture Company (RPC), 2009. (108 min).
do Guamá, Belém (PA). Disponível em: https://www.oauesc.org/.
https://www.minf.ufpa.br/. Charles Darwin tem alguns bloqueios para analisar os dados coletados durante a expedi-
• Planetário de Vitória – UFES ção que fizera ao redor do mundo, o que dificulta a redação de sua obra A origem das
• Museu Virtual da Evolução Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, espécies. Esses bloqueios se relacionam às crises que enfrenta por causa da morte de sua

dados no livro. Você encontrará Humana


Rua do Matão, 277, Cidade Universitária,
São Paulo (SP). Disponível em: https://
Vitória (ES). Disponível em: https://www.
ufes.br/planet%C3%A1rio.
• Planetário – UFSM
filha, Anna, e ao dilema oriundo de suas crenças religiosas.
• Wall-e, de Andrew Staton. Estados Unidos: Pixar Animation Studios, 2008. (98 min).
evolucaohumana.ib.usp.br/. As ações não sustentáveis dos seres humanos foram responsáveis pela destruição do

sugestões de locais para visitar,


Praça Santos Dumont, prédio 45,
planeta Terra, tornando-o inadequado à existência de vida. Por isso, a humanidade passa
• Parque Nacional da Chapada dos Cidade Universitária, Santa Maria (RS).
a viver em uma gigantesca nave no espaço. O plano era que esse retiro perdurasse por
Guimarães Disponível em: https://www.ufsm.br/
alguns anos, enquanto robôs realizassem a limpeza do excesso de entulhos que recobria
Rodovia Emanuel Pinheiro, MT-251, orgaos-suplementares/planetario/.
a superfície do planeta. Durante seu trabalho, o último desses robôs, Wall-e, depara-se

livros para ler e filmes e vídeos km 50, Chapada dos Guimarães,


Cu i a b á ( M T ). D i s p o n í v e l e m:
ht t p s: // w w w.i c m b i o.g o v.b r/ p a r na
acidentalmente com uma planta, o que deixa os seres humanos esperançosos para retomar
sua vida na Terra.

guimaraes/guia-do-visitante.html. • Geração Marte, de Michael Barnett. Estados Unidos: Netflix, 2017. (97 min).

para assistir com diferentes te- A Cachoeira Véu de Noiva, formada pelo rio Coxipó, tem
86 m de queda livre e é o principal ponto de visitação do
(Acessos em: 14 jun. 2022.) O documentário mostra o treinamento de adolescentes que desejam ser astronautas em
um acampamento educacional nos Estados Unidos. O treinamento é direcionado à explo-
ração do planeta Marte.

máticas que contribuirão para


Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT). • Perdido em Marte, de Ridley Scott. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2015. (144 min).
REISEGRAF.CH/SHUTTERSTOCK.COM

Uma forte tempestade atinge Marte durante uma exploração por um grupo de astronau-
tas, o que obriga o cancelamento da missão. O grupo é forçado a retornar à Terra sem
um de seus membros, Mark Watney, que foi dado como morto. Watney, no entanto, está

complementar seu aprendizado vivo. Sozinho e com poucos recursos, ele precisa lutar por sua sobrevivência no planeta
marciano, utilizando seus conhecimentos para produzir alimentos, água e gás oxigênio, e
tentar se comunicar com a Terra para um possível resgate.

e despertarão o seu interesse por


268 269
diversos assuntos de Ciências.
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24_AV2.indd 268-269 21/07/22 23:58

Micro-ondas
AS CORES NÃO Ondas eletromagnéticas na faixa de frequência entre 109 Hz e

SÃO REAIS. 1011 Hz são chamadas micro-ondas. Elas são consideradas ondas de
rádio de alta frequência.
As micro-ondas utilizadas em sistemas de comunicação, como
emissoras de rádio, televisão e telefonia móvel, não são refletidas pela
ionosfera, sendo necessário o uso de torres de retransmissão. Em algumas
IMAGEM FORA transmissões de televisão e telefonia móvel, a retransmissão também
pode ser feita por satélites artificiais – equipamentos de observação
DE PROPORÇÃO. científica, telecomunicação ou pesquisa – em órbita ao redor da Terra.
O uso de satélites artificiais na retransmissão de ondas de alta frequência
aumenta o alcance das informações das fontes emissoras.
SELMA CAPARROZ

IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO.

AS CORES NÃO Satélite


SÃO REAIS.

Os sites indicados nesta obra po-


artificial

Cores e proporções
Torres
emissoras

Elaborado com base em: THE


dem apresentar imagens e textos
não correspondem
EFFECTS of Earth’s Upper
Atmosphere on Radio Signals.
Nasa: The Radio JOVE Project.
Washington, D.C., 2022.
Disponível em: https://
Torre de
retransmissão Recepção do
variáveis, os quais não condizem
radiojove.gsfc.nasa.gov/ sinal emitido
com o objetivo didático dos con-
à realidade.
education/activities/iono.html.
Acesso em: 2 abr. 2022.

ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS


Representação da emissão de ondas retransmitidas por torres ou satélites artificiais.

As micro-ondas dão nome ao aparelho que pode ser utilizado para


teúdos citados. Não temos contro-
aquecer alimentos e bebidas – o forno de micro-ondas. No interior desse
le sobre essas imagens nem sobre
Em alguns casos, as ilustrações aparelho, são emitidas ondas eletromagnéticas com frequência espe-
cífica, que fazem as moléculas de água do alimento vibrarem com
maior intensidade. A maior agitação das moléculas gera aumento esses textos, pois eles estão estri-
podem ser feitas com o uso de co-
da energia térmica, ou seja, elevação da temperatura.
As micro-ondas também estão presentes nos aparelhos
conhecidos como radares móveis, utilizados por agentes de tamente relacionados ao histórico
de pesquisa de cada usuário e à
trânsito para controle das velocidades dos veículos nas vias

res diferentes das reais e com ele- públicas. O radar móvel emite uma onda eletromagnética em
direção ao veículo e, nesse momento, a contagem do tempo
é iniciada. A onda é refletida no veículo e retorna ao aparelho,
dinâmica dos meios digitais.
mentos em diferentes proporções que compara o tempo entre a emissão e a recepção da onda e a
distância do equipamento ao veículo, determinando sua velocidade.

Agente de trânsito utilizando radar móvel durante fiscalização

entre si. Essas situações serão in- 88


de trânsito em uma via em Londrina (PR), 2016.

dicadas com estes selos. D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 88 22/07/22 00:06

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UNIDADE

1 INVESTIGANDO A MATÉRIA ...................................... 12


TEMA 1. Estados e transformações físicas da matéria .............................. 14
Mudanças de estado físico da matéria ........................................... 15
Pressão e mudanças do estado físico da matéria ............................... 20
Atividades .............................................................................. 21
Oficina científica • Investigando as mudanças de estado físico da água .......... 23
TEMA 2. Transformações químicas da matéria ...................................... 24
Transformações químicas e suas leis ............................................ 25
GRESEI/SHUTTERSTOCK.COM

Atividades .............................................................................. 28
TEMA 3. A constituição da matéria .................................................... 30
Evolução dos modelos atômicos .................................................. 30
Átomos e elementos químicos..................................................... 35
Atividades .............................................................................. 37
TEMA 4. A tabela periódica............................................................. 38
Hidrogênio .......................................................................... 40
Metais ............................................................................... 41
Não metais .......................................................................... 42
Gases nobres ....................................................................... 42
Atividades .............................................................................. 43
TEMA 5. Balanceamento e análise de reações químicas no ambiente.............. 45
Balanceamento de reações químicas ............................................. 47
Reações químicas no ambiente ................................................... 49
Atividades .............................................................................. 51
Oficina científica • Taxa de desenvolvimento das reações químicas ................ 53
O assunto é... • Aplicações dos elementos químicos ................................. 54

UNIDADE

2 ONDAS E SOM ............................................................... 56


TEMA 1. Ondas .......................................................................... 58
SHUTTERSTOCK.COM

Classificação das ondas ........................................................... 59


PHILIPIMAGE/

Propriedades das ondas............................................................ 60


Atividades .............................................................................. 66
TEMA 2. Som ............................................................................ 68
Frequência das ondas sonoras .................................................... 70
Nível sonoro ......................................................................... 73

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Atividades .............................................................................. 74
Integrando com Arte • A produção da voz ............................................. 76
Entre contextos • Poluição sonora .................................................... 78
O assunto é... • O eco na natureza e na tecnologia .................................... 80

UNIDADE

3 ONDAS ELETROMAGNÉTICAS .................................. 82 TE


RS
TO
C K.
CO M

UT
/S H
LS
TEMA 1. Do rádio à luz visível ......................................................... 84

KM
Ondas de rádio ...................................................................... 86
Micro-ondas......................................................................... 88
Infravermelho ....................................................................... 89
Luz visível ........................................................................... 90
Entre contextos • Aplicações do laser na saúde ...................................... 95
Atividades .............................................................................. 97
Oficina científica • Compondo cores .................................................. 99
TEMA 2. Do ultravioleta aos raios gama ............................................ 100
Ultravioleta........................................................................ 100
Raio X.............................................................................. 101
Raios gama ....................................................................... 103
Integrando com História • Promessas e perigos da radioatividade................ 104
Pense bem • Câncer, radiação e coração ............................................ 106
Atividades ............................................................................ 108
O assunto é... • Tecnologia 5G ........................................................ 110

UNIDADE

4 GENÉTICA ................................................................... 112


TEMA 1. Introdução à Genética ...................................................... 114
Primeiros estudos sobre a hereditariedade ..................................... 115
Integrando com História • A hereditariedade antes de Mendel .................... 117
Alguns conceitos de Genética ................................................... 119
Transmissão de características hereditárias ................................... 121
Atividades ............................................................................ 125
Entre contextos • Biotecnologia e Engenharia Genética ........................... 127
TEMA 2. A Genética e o ser humano ................................................. 129
Árvores genealógicas e heredogramas ......................................... 129
As chances de nascer um menino ou uma menina são iguais? ............... 134
Síndromes genéticas humanas .................................................. 136
Pense bem • Diferente, mas igual, isso que é legal! ................................. 138
Atividades ............................................................................ 140
Entre contextos • Testes genéticos .................................................. 142
O assunto é... • Somos todos iguais.................................................. 144
SI
RI
O
CA

AD
O

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D2-CIE-F2-2104-V9-INICIAIS-MP-G24_AV2.indd 9 23/08/22 21:00


UNIDADE

5 EVOLUÇÃO ................................................................. 146


TEMA 1. Origem da vida .............................................................. 148
A construção do conhecimento científico....................................... 149
A Ciência e a origem da vida ..................................................... 151
Como teria surgido o primeiro ser vivo? ......................................... 153
Atividades ............................................................................ 155
TEMA 2. Evolução dos seres vivos ................................................... 157
As principais ideias evolucionistas de Lamarck ................................ 159
O evolucionismo de Darwin e Wallace ........................................... 160
M
AU
RIT Diferenças entre as ideias de Lamarck e as de Darwin......................... 164
IUS NA
RE
IM AGES
GMBH/ALAMY/FO
TOA Evidências da evolução dos seres vivos......................................... 165
Atividades ............................................................................ 167
Entre contextos • Resistência a inseticidas ......................................... 169
Integrando com Geografia • Fóssil vivo ............................................. 170
TEMA 3. Surgimento de novas espécies ............................................ 172
Especiação........................................................................ 173
Aspectos evolutivos do ser humano ............................................. 174
Atividades ............................................................................ 178
O assunto é... • Resistência bacteriana.............................................. 180

UNIDADE

6 BIODIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE ........... 182


TEMA 1. Preservação e conservação da biodiversidade ........................... 184
Unidades de Conservação ....................................................... 188
Atividades ............................................................................ 192
TEMA 2. Ações sustentáveis ......................................................... 194
Por uma sociedade sustentável ................................................. 195
Ações sustentáveis bem-sucedidas ............................................. 196
Pense bem • Ações sustentáveis no cotidiano ...................................... 202
Atividades ............................................................................ 204
Integrando com Geografia • Corredores ecológicos ................................ 206
O assunto é... • Dados que impactam ............................................... 208

ONDREJ P
R OS
ERNESTO REGHRAN/

I CK
Y /S
PULSAR IMAGENS

HU
TT
ER
ST
OC
K.C O
M

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10

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UNIDADE

7 ESTRUTURA DO UNIVERSO ..................................... 210


TEMA 1. A Astronomia ................................................................ 212
O estudo da Astronomia ao longo dos anos ..................................... 213
AS
A Atividades ............................................................................ 216
/N
AA Entre contextos • A história dos telescópios ........................................ 218
NO

TEMA 2. Além da Terra................................................................ 219


Sistema Solar ..................................................................... 220
Planetas rochosos do Sistema Solar ............................................ 222
Planetas gasosos do Sistema Solar ............................................. 226
Sol ................................................................................. 228
Localização do Sistema Solar.................................................... 230
Outros planetas do Universo ..................................................... 231
Atividades ............................................................................ 232
Integrando com Matemática • Viagens interplanetárias ........................... 234
O assunto é... • As estrelas podem ser nosso futuro ................................ 236

UNIDADE

8 ASTRONOMIA E SOCIEDADE .................................. 238


TEMA 1. Os povos e os astros ........................................................ 240
Marcação do tempo .............................................................. 241
Agricultura e caça ................................................................ 242
Orientação espacial .............................................................. 243
Mitos e lendas..................................................................... 244
Atividades ............................................................................ 246
Integrando com Arte • Astronomia e cinema ....................................... 248
TEMA 2. Astrobiologia ................................................................ 250
Explorando o Universo............................................................ 253
Entre contextos • A busca pela vida fora da Terra................................... 256
Viagem ao espaço ................................................................ 257
Atividades ............................................................................ 260
O assunto é... • Spin-offs ............................................................. 262

Ciência em ação .................................................................. 264


Outras maneiras de aprender ................................................. 268
RICARDO AZOURY/

Referências bibliográficas..................................................... 271


PULSAR IMAGENS

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11

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BNCC NA UNIDADE

1
Competências
Gerais: 1, 2, 4 e 5
Específicas: 1, 2, 3 e 6
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI01

• EF09CI02

• EF09CI03 INVESTIGANDO
Temas contemporâneos
transversais A MATÉRIA
• Ciência e Tecnologia

• Educação ambiental

• Educação alimentar e nutricional

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas Matéria e energia são conceitos que
contemporâneos transversais podem estão presentes em tudo aquilo que nos
ser desenvolvidos no trabalho com cerca. Uma cadeira, uma rocha, o ar, a
esta Unidade na seção BNCC na água e os animais são exemplos que
prática da página LX deste Manu- podemos observar em nosso cotidiano
e que são constituídos de matéria. Já o
al do professor.
fogo e um relâmpago são exemplos de
fenômenos que envolvem a energia.
A matéria pode passar por transfor-
mações físicas e químicas. A formação
de uma nuvem na atmosfera é um exem-
SIMBERT BRAUSE/SHUTTERSTOCK.COM

plo de transformação física, enquanto a


bioluminescência, ou seja, a produção
de luz por organismos vivos, como as
águas-vivas da imagem, é uma evidên-
cia de transformações químicas que
ocorrem no interior desses animais.
Nesta Unidade, vamos estudar alguns
aspectos relacionados à matéria, sua
constituição e transformações.

As águas-vivas da espécie Aurelia aurita


produzem luz por bioluminescência. 25 cm

12

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 12 17/07/22 09:59 D3-C

ABERTURA DE UNIDADE
As páginas de abertura da Unidade têm oxidação da luciferina, cuja reação é catalisada
como objetivo despertar a curiosidade dos es- pela enzima luciferase.
tudantes a respeito das reações químicas que Questionar os estudantes a respeito de outros
ocorrem na natureza, apresentando o exem- animais que produzem luz. Possíveis respostas
plo da bioluminescência. Se desejar, explicar são os vaga-lumes e algumas espécies de besou-
aos estudantes que esse fenômeno envolve a ros, lulas e peixes abissais.

12

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Comentários sobre
as atividades
1. Possíveis respostas: rasgar pa-
1 Cite dois exemplos de como é possí- pel e ferver a água (transfor-
vel provocar transformações físicas mações físicas); cozinhar ali-
e químicas na matéria. mentos e acender um fósforo
Resposta pessoal.
2 Além da luz produzida pela bio-
(transformações químicas). Esta
luminescência, cite outras duas atividade contribui para a verifi-
evidências que podem ser ob- cação do conhecimento prévio
servadas quando ocorre uma dos estudantes sobre termos
transformação química. que serão abordados durante a
Resposta pessoal.
Unidade. Pelos conhecimentos
3 A luz emitida na bioluminescência
é um exemplo de matéria ou de adquiridos em anos anteriores,
energia? A luz é um exemplo de energia. possivelmente, muitos estu-
dantes conseguirão responder
corretamente a esta questão.
2. Possíveis respostas: a pro-
dução de gás pelas plantas
durante a fotossíntese ou na
efervescência de um compri-
mido; a formação de chama
na queima do gás do fogão;
a formação de um novo pro-
duto, como as cinzas durante
a queima do papel. Anotar as
evidências citadas pelos estu-
dantes, para poder retomá-las
com exemplos da Unidade.
3. Verificar se os estudantes per-
cebem que a matéria nem
sempre é visível (como o ar) e
se compreendem que as ma-
nifestações da energia podem
ser visíveis (como a luz) ou
não visíveis (como o som pro-
pagado no ar). Os estudantes
devem fazer inferências a par-
tir de assuntos estudados em
anos anteriores para respon-
der a esta questão.

13

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13

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ORIENTAÇÕES
1. A água pode estar passando por transformações físicas como a solidificação – passagem do
DIDÁTICAS estado líquido para o estado sólido; fusão – passagem do estado sólido para o estado líquido;
vaporização – passagem do estado líquido para o estado gasoso; e sublimação – passagem do

1
estado sólido para o estado gasoso.
1. ESTADOS E TEMA
TRANSFORMAÇÕES ESTADOS E
FÍSICAS DA MATÉRIA
Relembrar com os estudantes
TRANSFORMAÇÕES
o conteúdo sobre transformação
física, pedindo que citem outros
FÍSICAS DA MATÉRIA
exemplos que possivelmente
ocorrem no ambiente mostrado A Química é a ciência que estuda as propriedades da matéria e
suas transformações. Na natureza, podemos identificar diversos exemplos
na fotografia da página, como a
de transformações da matéria, conforme representado na fotografia a
quebra de partes das geleiras.
seguir. Observe-a.
No estado sólido, as partícu-
las que compõem a matéria não 1 Quais tipos de transformações mais evidentes podem estar acontecendo
podem se mover facilmente, o com a água na imagem?
que torna o material rígido; en-
tretanto, as partículas não ficam 2 As transformações que você citou no item anterior são físicas ou químicas?
São transformações físicas.
imóveis, elas vibram. Esse movi-
mento aumenta com a elevação Matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço.
da temperatura. Ao observar a imagem, é possível identificar que a matéria está presente
Existem mais dois estados físi- em todo lugar, e em diversos estados físicos.
Toda matéria, como a água por exemplo, é formada por partículas
cos da matéria que optamos por
submicroscópicas, ou seja, de tamanho tão reduzido que não podem ser
não abordar, respeitando o nível
observadas nem mesmo por microscópios convencionais.
FOTO 4440/SHUTTERSTOCK.COM

escolar dos estudantes e os obje- A matéria pode se apresentar nos estados sólido, líquido e gasoso.
tivos propostos. Se julgar neces- Em cada estado físico, as partículas têm maior ou menor movimento. Observe.
sário, comentar sobre o plasma
(partículas carregadas seme- No estado gasoso, como no ar atmosférico:
lhantes em comportamento aos • as partículas estão afastadas umas das outras;
• as partículas têm interação fraca entre si, o
gases, mas a temperatura muito que permite intensa movimentação; AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
elevada, como observado no Sol) • essa interação possibilita que os gases não
apresentem volume nem forma definidos. IMAGENS FORA
e o condensado de Bose-Einstein DE PROPORÇÃO.

(átomos de gás com densidade


baixa resfriados até temperatura No estado sólido, como no gelo:
• as partículas estão próximas umas das outras;
ultrabaixa, próxima ao zero abso- • as partículas têm forte interação entre si, o que
luto, em que a matéria apresenta limita bastante sua movimentação;
• essa interação mantém os sólidos com volume
propriedades diferentes, como a e forma constantes.
supercondutividade).
No estado líquido, como na água:
• as partículas estão um pouco afastadas umas das outras;
• a interação entre as partículas possibilita movimentos;
• essa interação mantém os líquidos com volume constante,
mas com a forma do recipiente que os contém.

Blocos de gelo Elaborado com base em: ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química:
na Antártida. questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. p. F5.

14

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características dele.
A quantidade de calor neces-
sária para que ocorra a mudança
de estado físico de um material é
Mudanças de estado físico da matéria chamada de calor latente. O ca-
A matéria pode passar por mudanças de estado físico quando há lor latente é uma grandeza física
variações de temperatura e pressão. e refere-se à quantidade de calor
Durante essas mudanças, as características visíveis da matéria, como que uma unidade de massa de
sua forma e seu volume, alteram-se, bem como o estado de agitação de determinado material deve rece-
suas partículas. Entretanto, a composição da matéria permanece inalte- ber ou ceder para mudar de es-
rada, não ocorrendo formação de nova substância. tado, quando já está à tempera-
tura de mudança de fase. No Sis-
Fusão Vaporização
tema Internacional de Unidades
Sólido Líquido Gasoso (SI), a unidade do calor latente é
J/kg (joule por quilograma). Res-
Solidificação Condensação peitando o nível escolar dos es-
Sublimação
tudantes, esse conceito não será
trabalhado nesse momento.
Diagrama das mudanças de estado físico da matéria.
Fusão e solidificação
Vamos estudar as mudanças de estado físico que ocorrem na Ao falar sobre fusão, retomar
matéria utilizando a água pura como exemplo. os conceitos de energia térmica
e calor. Retomar, também, o con-
Fusão e solidificação ceito de pressão atmosférica e re-
Ao retirar pedras de gelo do congelador e as colocar em um recipiente, lacioná-lo ao ponto de fusão. Es-
à temperatura ambiente, passados alguns instantes, o gelo vai derreter, ou ses assuntos foram trabalhados
seja, ocorrerá fusão. Durante esse processo, as partículas de água que em anos anteriores. Relembrar
formam o gelo recebem energia térmica do ambiente, de modo que as que a pressão atmosférica varia
interações entre as partículas diminuem. A substância passa para o estado de acordo com diversos fatores,
líquido e adquire a forma do recipiente em que se encontra. entre eles, a altitude, e mencio-
nar que a altitude de um local é
Fusão
estabelecida de acordo com a
Sólido Líquido sua distância, em altura, do nível
do mar. Por esse motivo, ao nível
GRESEI/SHUTTERSTOCK.COM

do mar, a altitude é de 0 m, e a
pressão atmosférica é máxima.
Dependendo da pressão at-
mosférica, a temperatura de mu-
dança de estado físico de uma
substância irá variar. No caso da
água, o ponto de fusão é de 0 °C
ao nível do mar, porém, em alti-
tudes diferentes, essa tempera-
tura pode ser alterada.

Pedra de gelo derretendo.

15 #FICA A DICA, Professor


Para visualizar esquemas e saber
mais sobre a agitação das partí-
09:59 ORIENTAÇÕES
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 15 do pelas condições de pressão e temperatura do
17/07/22 09:59
culas de um material nos estados
local onde o corpo se encontra. Aqui, está sendo
DIDÁTICAS considerada sempre a pressão ao nível do mar. sólido, líquido e gasoso, acessar o
Para que as mudanças de estado físico ocor- link a seguir.
Mudanças de estado físico da matéria GONÇALVES, Leila J. Estados
ram, é necessário haver troca de energia; nesse •
Nas transformações físicas, não há alteração da matéria. Instituto de Física.
caso, considerando a pressão constante, a ener-
na estrutura ou formação de novos materiais, Universidade Federal do Rio
como ocorre nas transformações químicas. Co- gia trocada é a energia térmica. Comentar que
a temperatura está relacionada à mudança de Grande do Sul. Porto Alegre,
mentar que as reações químicas, relacionadas c2004. Disponível em: http://
a esse tipo de transformação, serão estudadas estado físico, reforçando que, para cada mate-
www.if.ufrgs.br/~leila/fase.htm.
mais adiante na Unidade. rial, a temperatura na qual ocorre a mudança
Acesso em: 19 jun. 2022.
Cada um dos três estados físicos é determina- de estado físico é diferente, de acordo com as
15

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Trabalhar o gráfico de fusão
da água com os estudantes. Pri- A temperatura de fusão da água é 0 °C, ao nível do mar. O gráfico
meiro, chamar a atenção para os a seguir representa a variação da temperatura da água ao longo de
determinado tempo. Nesse período, a água recebe energia térmica e
eixos e o que eles representam
ocorre fusão, ou seja, há mudança de estado físico.
(temperatura e tempo). Em se-
guida, mostrar que, no intervalo
Curva de temperatura da água na fusão
de tempo I, a temperatura do
gelo passa de _10 °C para 0 °C,

PEDRO PAULO MELARA


Intervalo III: a temperatura da
atingindo seu ponto de fusão. Temperatura (ºC)
Intervalo II: ocorre fusão da água e
água líquida passa de 0 °C para,
não há mudança de temperatura.
Comentar que, durante o inter- aproximadamente, 10 °C.
10
valo de tempo II, ocorre a passa-
gem do estado sólido para líqui- 5
do, com temperatura constante.
Tempo
Depois que todo o gelo derre- 0
teu (no início do intervalo III), –5
a temperatura da água volta a
–10
aumentar.
No gráfico, foi escolhido um Intervalo I: a água no estado sólido tem sua
temperatura aumentada de _10 °C para 0 °C.
intervalo de tempo que engloba
o processo de fusão da água. Os Fonte dos dados: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. p. 483.
limites de temperatura máximo e
mínimo estabelecidos no gráfico Agora vamos considerar que a água que se formou a partir da fusão
não indicam, portanto, as tempe- do gelo volte para o interior do congelador. Com o passar do tempo, a
água vai ceder energia térmica ao congelador e sua temperatura vai
raturas em que a água se mantém
diminuir. Isso faz com que as partículas reduzam a movimentação e, com
nos estados físicos sólido e líquido.
o tempo, passem do estado líquido para o estado sólido. Esse processo
Em seguida, trabalhar o gráfi- é chamado solidificação da água.
co de solidificação da água (pá-
gina 17 do Livro do estudante) Sólido Líquido
com os estudantes. Da mesma
Solidificação
maneira que no gráfico de fusão,
explicar a eles que, ao ser resfria-

UMARAZAK/SHUTTERSTOCK.COM
da, no intervalo I, a água cede
energia térmica para o ambiente,
e a temperatura passa de 10 °C
para 0 °C, atingindo o ponto
de solidificação, no qual passa
do estado líquido para o sólido.
No momento da solidificação,
que corresponde ao intervalo de
tempo II, a temperatura da água
não varia. Enfatizar que, no inter-
valo de tempo III, após atingir o Gelo em forminhas no congelador.
estado sólido, a água continua
cedendo energia térmica, e sua 16
temperatura continua a baixar,
até que seja atingido o equilíbrio
térmico com o ambiente. Nesse Um exemplo pelo qual
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 16 os estudantes podem se sobre o super-resfriamento da água, recomendar 17/07/22 09:59 D3-C
caso, o ambiente pode ser um interessar é sobre o super-resfriamento da água, que acessem o texto e o vídeo sugeridos no #FICA
congelador, que, em geral, é também chamado de sobrefusão. Sob certas con- A DICA, Estudante da próxima página.
ajustado para manter uma tem- dições, a água pode chegar em um estado me- Outro fator que altera a temperatura de soli-
peratura entre _4 °C e _10 °C. taestável em que atinge uma temperatura menor
dificação são as proteínas anticongelantes. Elas
Para mais informações sobre que a de solidificação e permanece no estado
o resfriamento de materiais até são capazes de impedir a solidificação da água
líquido. Esse estado pode ser atingido quando
a proximidade do zero absolu- ocorre um resfriamento lento e ininterrupto da no ponto de congelamento. Essas proteínas são
to, assistir ao vídeo indicado no água em um congelador. Ao ser retirada do con- encontradas em alguns animais e plantas de re-
#FICA A DICA, Professor da gelador, ela ainda está no estado líquido e, ao me- giões muito frias e evitam que cristais de gelo da-
próxima página. nor movimento, congela. Para mais informações nifiquem suas células.
16

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A temperatura de solidificação da água é a mesma da fusão do Professor, explicar aos Densidade da água nos
gelo, 0 °C, ao nível do mar. estudantes que os gráficos estados sólido e líquido
apresentam somente um
O gráfico a seguir representa a variação da temperatura da água intervalo de temperatura. A água é uma das poucas
ao longo de determinado tempo. Nesse período, a água cede energia Neste gráfico, se desejar, substâncias da natureza que
térmica e há solidificação, ou seja, há mudança de estado físico. comentar que o resfria- forma novas ligações de hidro-
mento da água e dos
Curva de temperatura da água na solidificação materiais em geral pode gênio durante a solidificação.
ocorrer até a proximidade Essas ligações, também cha-
do zero absoluto, que é
PEDRO PAULO MELARA

Intervalo I: a água no estado Intervalo II: ocorre solidificação madas de pontes de hidrogê-
Temperatura (ºC) líquido tem sua temperatura da água e a temperatura se –273,15 °C. Ver mais infor-
reduzida de 10 °C para 0 °C. mantém constante. mações nas Orientações nio, formam um rearranjo das
10 para o professor. moléculas de água, que resulta
na ampliação do seu volume.
5
3. A água irá congelar Por isso, a água no estado sóli-
Tempo e com isso a garrafa do ocupa um volume maior do
0
ficará estufada, ou pode que a mesma quantidade de
–5 acontecer o rompimento
de suas paredes ou da água no estado líquido. Para
–10 tampa. Isso acontece outras substâncias, a menor agi-
porque, no caso da tação das moléculas, por causa
Intervalo III: a temperatura da água
água, ao congelar, suas
sólida passa de 0 °C para _10 °C.
partículas se afastam e da diminuição da temperatura,
Fonte dos dados: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. ocupam maior espaço no resulta em uma contração da
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. p. 483. interior da garrafa. matéria.
4. O gelo flutua na água Ao abordar a questão 3,
Densidade da água nos estados sólido e líquido porque a densidade da orientar os estudantes a ima-
água no estado sólido é
Em quase todos os materiais, quando ocorre redução da agitação menor do que a da água
ginar a situação, de maneira a
das partículas, ou seja, redução da temperatura, a tendência é que as no estado líquido. No visualizar o que acontece tanto
partículas se aproximem umas das outras e, portanto, haja redução no estado líquido, a água com a água quanto com a gar-
pura tem densidade
volume do material. Entretanto, a água é uma das poucas exceções em
1 g/cm3 e, no estado
rafa plástica.
que, no estado sólido, as partículas se afastam. Assim, ao passar para sólido, a água pura tem
o estado sólido, a água tem seu volume aumentado, o que reduz sua densidade 0,92 g/cm3,
densidade; por isso o gelo flutua na água líquida. ao nível do mar.
A densidade (d) é a relação entre massa (m) e volume (V). Essa
relação indica que, se a mesma quantidade de matéria ocupar um espaço
maior, o valor de sua densidade diminui e, ao contrário, se a mesma quan- 3 O que acontece
tidade de matéria ocupar um espaço menor, sua densidade aumenta. se deixarmos no
congelador uma
Para determinar a densidade, podemos usar a fórmula:
garrafa plástica de
água mineral cheia
m
d= e tampada de um
V dia para o outro?
Por quê?
A densidade é expressa em quilograma por metro cúbico (kg/m3)
4 Por que o gelo flutua
ou em grama por centímetro cúbico (g/cm3). na água líquida? Em
O valor da densidade da água pura no estado líquido ao nível do sua resposta, utilize
mar é de, aproximadamente, 1 g/cm3. Já a densidade da água pura no o termo densidade.
estado sólido ao nível do mar é de 0,92 g/cm3.

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#FICA A DICA, Estudante #FICA A DICA, Professor
Sobre super-resfriamento da água, sugerimos o Para assistir a uma aula com demonstrações e ex-
texto e o vídeo do link indicado a seguir. Ao assistir perimentos sobre determinação da temperatura de
ao vídeo, clicar em "detalhes", "legendas", "tra- zero absoluto, acessar o link a seguir.
duzir automaticamente" e selecionar "Português". • TEMPERATURA de Zero Absoluto. 2020. Vídeo
• DESFAZENDO o paradoxo dos líquidos super-resfria- (65min2s). Publicado pelo canal Complementos de
dos. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Ja- Física. Disponível em: https://youtu.be/zpbZGb75I-
neiro, 2 dez. 2021. Disponível em: https://www.abc. jk. Acesso em: 19 jun. 2022.
org.br/2021/12/02/desfazendo-o-paradoxo-dos-
liquidos-super-resfriados/. Acesso em: 25 jun. 2022.

17

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 17 18/08/22 22:09


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Vaporização e
condensação
Vaporização e condensação
Considere uma pessoa adulta, ao nível do mar, retirando uma pedra
Trabalhar o gráfico da variação de gelo da forminha do congelador e a colocando em uma panela sobre
de temperatura da água duran- a chama de um fogão. A energia térmica fornecida pela chama aumenta
te a ebulição com os estudantes. a agitação das partículas da água, reduzindo as interações entre elas.
Mostrar que, ao final do inter- Como o gelo está em uma temperatura

DAVID. PIMBOROUGH/SHUTTERSTOCK.COM
valo I, ao atingir os 100 °C, a inferior a 0 °C, ele vai aquecer até 0 °C e o
água encontra-se em ebulição processo de fusão terá início, o que fará o
e está no estado líquido, nessa gelo passar para o estado líquido. Ao atingir a
temperatura. Conforme vai per- temperatura de ebulição, que é de 100 °C ao
correndo o patamar (trecho II), nível do mar, as partículas de água se despren-
vai se transformando em vapor, dem para o ambiente, passando para o estado
gasoso. Se a panela não estiver tampada, é pos-
gradativamente. Evidenciar que,
sível observar uma rápida redução no volume
durante o intervalo de tempo II, do líquido em seu interior. Esse processo rápido
ocorre a vaporização, por isso a da passagem do estado líquido para o estado
temperatura não varia. Mostrar gasoso recebe o nome de ebulição, um tipo
no gráfico que, ao passar para o de vaporização.
estado gasoso, no intervalo III, a
água se encontra em temperatu- Vaporização
ras superiores a 100 °C.
Líquido Gasoso
Explicar aos estudantes que o
vapor que observamos ao ferver O gráfico a seguir representa a variação
a água é formado por água em da temperatura da água ao longo de determi-
estado líquido, na forma de go- nado tempo. Nesse período, a água recebe
tículas. Comentar que o estado energia térmica e ocorre ebulição, ou seja, há
gasoso da água é invisível, como mudança de estado físico.
os gases que compõem o ar. Panela com água
Ao mencionar a evaporação, fervendo. Curva de temperatura da água na ebulição
ressaltar que, durante todo o

PEDRO PAULO MELARA


Intervalo I: a água no estado Intervalo III: a temperatura da
tempo, algumas moléculas que líquido tem sua temperatura água gasosa passa de 100 °C
Temperatura (ºC) aumentada de 50 °C para 100 °C. para, aproximadamente, 125 °C.
constituem a matéria passam
para o estado gasoso natural- 125

mente. Sendo assim, durante o 100


aquecimento da água líquida, a
75
evaporação também ocorre con-
tinuamente. 50

25

Tempo
0
Intervalo II: ocorre ebulição da água
e não há mudança de temperatura.

Fonte dos dados: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. p. 483.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao explicar a condensação,
Considere, agora, deixar um copo com água no ambiente. Após solicitar aos estudantes que
determinado tempo, o volume de água no copo diminui, pois algumas citem alguns exemplos desse
partículas de água se desprendem e passam para o estado gasoso de processo em seu cotidiano,
maneira natural, bem mais lenta do que na ebulição e em uma tempe-
como as gotículas que se for-
ratura bem menor. Esse processo lento e natural chama-se evaporação,
mam por fora de um copo con-
outro tipo de vaporização.
tendo um líquido gelado e o
Tempo 1
espelho "embaçado" após um
banho quente. Nos dois casos,
há condensação do vapor de
água presente no ar ao entrar
em contato com uma superfí-
Tempo 2 cie de menor temperatura.
A condensação ocorre tam-
bém em muitos fenômenos da
Água
natureza, como na formação
da neblina e das nuvens, sendo
Tempo 3
essencial para o ciclo da água.
Retomar esse ciclo, estudado

RAWF8/SHUTTERSTOCK.COM
em anos anteriores, identifi-
Água
cando as diferentes mudanças
de estado físico da água que
ocorrem nele.
Além da temperatura, pres-
sões muito altas também po-
Água
dem levar uma substância a
passar do estado gasoso para o
líquido, uma vez que a pressão
Se um copo com água é deixado no ambiente, após algum tempo percebemos irá diminuir a distância entre as
que há diminuição do volume de água em seu interior. moléculas.
Agora, observe novamente a tampa da panela da fotografia da Se desejar, retomar o conteú-
página anterior. Considerando que a tampa não entrou em contato com do sobre separação de misturas,
a água, de onde surgiram as gotas? estudado em anos anteriores, e
A formação de gotas na tampa da panela ocorre porque as par- relembrar que, na destilação,
tículas de água, que se encontram no estado gasoso, ao entrarem em separa-se uma mistura de dois
contato com uma superfície mais fria, nesse caso, a tampa, cedem líquidos com pontos de ebuli-
energia térmica a ela. Há redução da agitação e aumento de interação ção diferentes. Nesse processo,
entre as partículas, até que ocorre a mudança do estado gasoso para o o líquido de menor ponto de
estado líquido, ou seja, a condensação. ebulição vaporiza primeiro e
se condensa no condensador,
Líquido Gasoso
sendo coletado em um frasco
separado, novamente no esta-
Condensação
do líquido.

19

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Sublimação
Explicar aos estudantes que,
Sublimação
E RS T OC K. CO M
U TT

em alguns casos, ocorre a pas- L OE


N /S H A sublimação é a passagem do estado sólido diretamente para o
PH
estado gasoso e vice-versa (do gasoso para o sólido).
sagem do estado gasoso direta-
mente para o sólido, fenômeno Sólido Gasoso
também conhecido como ressu-
blimação, sublimação inversa ou Sublimação

deposição.
Um exemplo de sublimação acontece com o gelo-seco. Ele é formado
Comentar que um exemplo de
por gás carbônico no estado sólido, à temperatura de aproximadamente
sublimação inversa é a formação
–78 °C. Ao ser colocado à temperatura ambiente, ele recebe energia térmica
de nuvens de neve. Em tempera- e suas partículas começam uma agitação vigorosa, aumentando a distância
Gelo-seco, que pode ser
turas muito baixas, as moléculas entre elas, desprendendo-se e passando diretamente para o estado gasoso.
utilizado em laboratórios para
de vapor de água perdem muita resfriar amostras.
energia de forma muito rápida. Pressão e mudanças do
Mesmo que as moléculas este-
jam em um estado de grande estado físico da matéria
agitação, quando elas entram Você já percebeu que os alimentos cozinham mais rapidamente em
em contato com uma superfície AS CORES NÃO IMAGENS FORA uma panela de pressão? Para entender por que isso acontece, acompanhe
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
de temperatura muito abaixo a situação a seguir.
do ponto de congelamento da Menor pressão

BENTINHO
água, podem se transformar di- 1
Em uma
retamente em gelo. seringa, um Maior
professor pressão
Pressão e mudanças do colocou uma
estado físico da matéria pequena
quantidade de
água aquecida.
Se possível, reproduzir o experi- Em seguida,
mento da seringa em sala de aula, fechou a ponta
2
com massa de
demonstrando-o aos estudantes. modelar. Então, o professor puxou vagarosamente o êmbolo
da seringa, reduzindo a pressão no interior dela. Os
Separar antecipadamente duas estudantes puderam observar a água em ebulição a
seringas grandes, de aproximada- uma temperatura inferior a 100 °C.
mente 50 mL, massa de modelar
Representação da execução de um experimento.
e água aquecida (atenção para
Esse efeito ocorreu porque, quanto menor a pressão sobre a
a temperatura da água, que não
matéria, mais facilmente suas partículas se distanciam umas das outras,
deve estar muito elevada). Verifi-
o que reduz a força de interação entre elas e facilita que se desprendam.
car a possibilidade de aquecer a Na panela de pressão, o processo é o contrário: o aumento da
água na cozinha da escola ou de pressão aproxima as partículas, intensificando a força de interação entre
levar a água aquecida em uma elas. Dessa forma, é mais difícil a passagem do estado líquido para o
garrafa térmica para a sala. gasoso. Assim, mais energia térmica precisa ser fornecida para que
Ao puxar o êmbolo da seringa ocorra a ebulição, ou seja, a temperatura necessária para a água atingir
fechada, a pressão dentro dela a ebulição é maior. Logo, os alimentos cozinham a uma temperatura mais
diminui, porque o volume au- elevada e, portanto, de forma mais rápida.
menta. Assim, o ar dentro da se-
ringa tem espaço maior para que
20
suas partículas se movimentem,
fazendo menor pressão sobre a
superfície do líquido. D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 20
#FICA A DICA, Estudante
17/07/22 09:59 D3-C

Explicar aos estudantes que, Para informações sobre como os cientistas desco-
em razão da diferença de pres- briram que a pressão atmosférica varia de acordo
são, os pontos de fusão, solidi- com a altitude, apresentar o site a seguir.
ficação e ebulição podem variar • PIMENTEL, Beto. Física na Montanha. Ciência
em diferentes altitudes, enfa- hoje das crianças, [s. l.], 26 out. 2011. Disponível
tizando que, por esse motivo, em: http://chc.org.br/coluna/fisica-na-montanha/.
usa-se a pressão ao nível do mar Acesso em: 19 jun. 2022.
como padrão.

20

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 20 18/08/22 22:01


teração fraca entre si, o que
permite intensa movimenta-
1. I – Fusão; II – Vaporização; III – Solidificação; IV – Condensação; V – Sublimação. ção. Essa interação possibilita
que os gases não apresentem
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
4. Escreva um texto explicando a situação volume nem forma definidos.
representada pelo gráfico. 3. Retomar o ciclo da água com
os estudantes.
1. Identifique o nome das transformações Relação entre temperatura e pressão
a) 1 – Vaporização (evapora-
físicas representadas pelos números I, II, no processo de vaporização da água
ção); 2 – Condensação.
Pressão Temperatura de ebulição da Temperatura de ebulição da
III, IV e V.

PEDRO PAULO MELARA


(atm) água em uma panela comum água em uma panela de pressão b) Durante a evaporação, a
I II
5 água recebe energia térmica
Vapor dos raios solares, aumentan-
Líquido
do a agitação e o afastamen-
Sólido Líquido Gasoso 1 to de suas partículas. Isso faz
0,5
com que algumas partículas
escapem para a atmosfera
III IV
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 no estado gasoso. Durante a
V Temperatura (ºC)
condensação, as partículas de
água no estado gasoso encon-
Fonte dos dados: PRESSÃO da água líquida versus
tram uma atmosfera mais fria,
2. Descreva o comportamento das partícu-
temperatura. Centro de Referência para o Ensino de Física [da
UFRGS]. Porto Alegre, 24 jul. 2013. Disponível em: https://cref. cedem energia térmica para
las que constituem a matéria no estado: if.ufrgs.br/?contact-pergunta=pressao-da-agua-liquida-versus-
ela e reduzem sua agitação,
temperatura.
a) sólido. Respostas nas Orientações PANELA de pressão. Instituto de Física da UFRGS. Porto Alegre, aproximando-se umas das ou-
b) líquido. para o professor.
[2019?]. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/tex/
fis01043/20032/Lucy/panela_de_pressao.htm. Acessos em: tras, formando as nuvens e,
29 mar. 2022.
c) gasoso.
Resposta nas Orientações para o professor.
posteriormente, as gotas de
3. Em nosso ambiente, observamos que a 5. Observe o gráfico a seguir, que mostra chuva. O objetivo deste item é
a variação de temperatura da água que os estudantes relacionem
matéria passa por alterações de estado
quando resfriada ao longo do tempo. as alterações de temperatura à
físico constantemente. A água é um
energia térmica e às alterações
exemplo. Observe a representação do Curva da temperatura da água no resfriamento na agitação das moléculas e
ciclo da água a seguir.
expliquem as mudanças de es-

PEDRO PAULO MELARA


Temperatura (ºC)
tado físico com base nelas.
RUBENS GOMES

10
A
4. Verificar se o estudante com-
2 5 preende a relação apresentada
B
no gráfico. Lado esquerdo da
Tempo (min)
0 20 100 barra verde: água no estado
–5 líquido; lado direito, no estado
C
gasoso. Em uma pressão infe-
1 –10
rior a 1 atm, a temperatura em
que ocorre a ebulição da água
é inferior a 100 °C. Conforme
Com base no gráfico, analise as afirma-
a pressão aumenta, ocorre
AS CORES NÃO IMAGEM FORA tivas a seguir e corrija as falsas.
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO. um aumento da temperatura
I. As indicações A e C representam,
a) Que mudança de estado físico está
de ebulição da água, com va-
respectivamente, a condensação e a
acontecendo na água em 1? E em 2? solidificação da água.
lores superiores a 100 °C. É o
b) Explique o que acontece com as partí-
que ocorre na panela de pres-
II. A indicação B representa o momento
culas que formam a água durante essas em que a água apresenta estado físico
são: a água atinge o ponto de
mudanças de estado físico. líquido. ebulição a 120 °C. Isso ocorre
Respostas nas Orientações para o professor. porque, quanto maior a pres-
21 são sobre a superfície da água
no interior da panela, maior a
dificuldade de suas partículas
se movimentarem e passarem
09:59 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 21 21/07/22 22:32 de um estado para outro. Re-
lembrar aos estudantes que
ATIVIDADES atm é a sigla para atmosfera,
uma unidade de medida de
As atividades desta página contribuem para a b) No estado líquido, as partículas estão um pouco pressão. Enfatizar que as pres-
mobilização da habilidade EF09CI01. afastadas umas das outras. A interação entre elas sões alcançadas pela panela
2. a) No estado sólido, as partículas estão próximas permite movimentos moderados. Essa interação de pressão são muito altas e
umas das outras. Elas apresentam uma forte inte- mantém os líquidos com volume constante, mas que sua explosão pode causar
ração entre si, o que limita a sua movimentação. com a forma do recipiente que os contém. graves acidentes. Por esse mo-
Essa interação mantém os sólidos com volume e c) No estado gasoso, as partículas estão afas- tivo, ela deve ser manipulada
forma constantes. tadas umas das outras. As partículas têm in- somente por adultos.
21

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 21 18/08/22 22:01


ORIENTAÇÕES
6. b) Ao entrar em contato com uma superfície mais fria, as partículas de água, no estado gasoso, cedem
DIDÁTICAS energia térmica a ela. Há redução da agitação das partículas e aumento da interação entre elas, até que ocorre
a mudança do estado gasoso para o estado líquido, ou seja, a condensação.
As atividades desta página
III. O intervalo referente à indicação A é de 20 minutos.
contribuem para a mobilização
IV. O intervalo referente à indicação B é de 100 minutos.
da habilidade EF09CI01.
V. A temperatura de solidificação da água, ao nível do mar, é de 0 °C.
5. III e V estão corretas. 5. Respostas nas Orientações para o professor.
6. Em banhos quentes, é comum vermos pequenas gotas de água

WP-7824/SHUTTERSTOCK.COM
I. As indicações A e C repre- sobre vidros ou espelhos, como mostra a fotografia. Isso ocorre
sentam o momento em que quando o vapor de água entra em contato com superfícies frias.
a água se encontra no estado a) Qual mudança de estado físico ocorre na situação descrita?
físico líquido e no estado físico b) Explique o comportamento das partículas de água durante essa
sólido, respectivamente. Em mudança de estado físico. 6. a) Condensação.
ambos os momentos, a água
7. Analise o gráfico e faça o que se pede.
tem sua temperatura diminu-
ída e cede energia térmica. Curva de aquecimento da água
II. A indicação B representa o Temperatura (ºC)

PEDRO PAULO MELARA


momento em que a água está 125
C
passando por solidificação. 100
II

IV. O intervalo referente à indi- 75


B
cação B é de 80 minutos. 50

25
Auxiliar os estudantes a inter- I
Tempo (min)
0 A
pretar o gráfico. Enfatizar que 7. a) Em I está ocorrendo a –25
fusão e em II, a vaporização.
o eixo x refere-se ao tempo,
indicado em minutos, e que o a) Que mudança de fase está ocorrendo em I e II indicados no gráfico?
eixo y refere-se à temperatura, b) Qual estado físico da matéria a água apresenta nas posições A, B e C, no gráfico?
indicada em °C. c) Desenhe o comportamento das partículas de água nos estados físicos representados por
A, B e C. 7. c) Resposta nas Orientações para o professor. 7. b) A – sólido; B – líquido; C – gasoso.
7. Além da verificação de apren- d) Analise a tirinha. Depois, copie em seu caderno a expressão a seguir que melhor descreve a
dizagem dos estudantes, esta relação entre os números 1, 2 e 3 e as informações do gráfico.
atividade contribui para o de-
©MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

senvolvimento de leitura de
gráficos e inferência. 3
3
c) Espera-se que os estudantes
2
desenhem partículas próximas 2
umas das outras e pouco agi-
tadas para representar a água 1
no estado sólido (A); partículas
mais distantes e mais agitadas Tira Turma do Bidu no 6352. Banco de Imagens MSE. ©Mauricio de Sousa Editora Ltda.
para representar a água no
estado líquido (B); e partículas 1. II I
1=AH2=BH3=C 3. I II
1=AH2=BH3=C
bem distantes e bem agitadas
para representar a água no es- 2. I II 4. II I
2=BH1=AH3=C 1=BH2=AH3=C
tado gasoso (C).
d) Auxiliar os estudantes a re- 7. d) Alternativa 3. Mais informações nas Orientações para o professor.
lacionar as informações da ti- 22
rinha às do gráfico. No caso,
eles devem relacionar os esta-
dos físicos representados nos D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 22 17/07/22 09:59 D3-C

quadrinhos da tirinha (indica-


dos por 1, 2 e 3) aos estados fí-
sicos representados nos inter-
valos do gráfico (indicados por
A, B e C). Além disso, também
devem relacionar as mudanças
entre os estados físicos, re-
presentadas nos intervalos do
gráfico indicados por I e II.
22

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

OFICINA OFICINA CIENTÍFICA


CIENTÍFICA O objetivo desta atividade é
investigar as mudanças de es-
tado físico da água e construir
os gráficos de curva de tempe-
Investigando as mudanças de estado físico da água ratura de fusão e de ebulição.
Esta seção contribui para o de-
Primeiras ideias senvolvimento da competên-
Você analisou alguns gráficos sobre mudanças de estado físico da matéria que utilizavam cia geral 2 e da competência
como exemplo a água. Como é possível construir esses tipos de gráfico? específica 2 e para a mobiliza-
ção da habilidade EF09CI01.
• Preciso de... Nos materiais, certificar-se de
• cerca de 20 cubos de gelo • pedaço de isopor reciclável, menor • termômetro com escala de que o termômetro tenha a es-
(manter no congelador até o do que a abertura da leiteira ou da _10 °C a 110 °C; cala correta e não permitir que
momento da atividade); panela e com um furo menor do • fogão; os estudantes utilizem o fogão,
• leiteira ou panela pequena, que que o diâmetro do termômetro; para evitar acidentes. O isopor
• geladeira com congelador;
possa ser aquecida sobre a • recipiente plástico; pode ser furado com uma cha-
• caderno e caneta.
chama do fogão; • cronômetro; ve de fenda fina, de preferência
antes de iniciar o experimento,
Professor, é importante que o bulbo do termômetro esteja em contato direto com
• Mãos à obra as pedras de gelo. Se necessário, colocar mais gelo ou triturá-lo.
para evitar contato dos estu-
dantes com a ferramenta.
A. Coloque todo o gelo no recipiente plástico e insira o termômetro nele. Espere
ATENÇÃO A temperatura de um freezer
a marcação estabilizar e registre em seu caderno a temperatura. Considere de geladeira pode ser abaixo
como o início do experimento (tempo 0 s). O manuseio do fogão e de _10 °C. Dessa maneira, é
B. Com o cronômetro, registre a temperatura no recipiente a cada 1 minuto a leitura do termôme-
tro durante a ebulição possível que, no início do expe-
transcorrido. Destaque o momento que o gelo começar a derreter e quando
derreter completamente. Monitore a temperatura por mais 10 minutos. devem ser realizados rimento, as temperaturas não
C. Despeje a água do recipiente no interior da leiteira ou panela. Encaixe o ter-
somente por um oscilem, por causa da limitação
adulto responsável.
mômetro no isopor, de maneira que ele fique flutuando sobre a água, sem do termômetro recomendado.
encostar no fundo. Registre a temperatura indicada no termômetro. Termômetro Na etapa F, diferentemente
BENTINHO

D. Peça a um adulto que acenda o fogão e ajude você a ler a marcação do ter- Isopor Água da etapa B, não será necessá-
mômetro a cada 1 minuto transcorrido. rio esperar a água vaporizar por
E. Destaque o momento de início da fervura da água e monitore a temperatura completo, já que não será pos-
por mais 10 minutos. Depois, peça ao adulto que desligue o fogão. Organize Leiteira
sível determinar a temperatura
seus registros em uma tabela em seu caderno.
IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO.
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
do vapor de água.
Este experimento possibilita
• E aí? NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Representação da que os estudantes façam obser-
etapa C.
vações, coletem e analisem da-
1 Que mudanças de estado físico estão envolvidas no experimento? Descreva-as com base no compor-
tamento submicroscópico da água. Respostas nas Orientações para o professor. dos e procedimentos realizados
na Ciência. Caso o experimento
2 A partir dos resultados do experimento, elabore um gráfico para cada mudança de estado físico inves- não apresente o resultado espe-
tigada. Para tanto, utilize como modelos os gráficos estudados anteriormente.
rado, incentivar que eles levan-
tem hipóteses sobre o motivo.
23 Uma variável que pode influen-
ciar o resultado é a altitude.

09:59 Comentários sobre as atividades


D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 23 ocupe o espaço do recipiente em que se encon-
21/07/22 22:33 peratura da água na fusão, e
tra. A ebulição corresponde à passagem rápi- outro representando a curva
1. As mudanças de estado físico envolvidas são da do estado líquido para o estado gasoso. Ao de temperatura da água na
fusão e ebulição (um tipo de vaporização). A atingir sua temperatura de ebulição (100 °C, ebulição. Considerar possíveis
fusão corresponde à passagem do estado sóli- ao nível do mar), as partículas de água se des- pequenas variações nos valo-
do para o estado líquido. Durante esse proces- prendem para o ambiente, passando para o res da temperatura durante
so, as partículas da água que formam o gelo re- estado gasoso (é possível observar redução no as mudanças de fase, caso a
cebem energia térmica do ambiente, de forma volume do líquido na leiteira). atividade seja realizada em al-
que as interações entre as partículas diminuem 2. Espera-se que os estudantes construam dois titudes em que a pressão seja
até que a água passe para a forma líquida e gráficos: um representando a curva de tem- menor que 1 atm.
23

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 23 18/08/22 22:01


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
2. TRANSFORMAÇÕES TEMA
QUÍMICAS DA MATÉRIA
Este Tema contribui para o TRANSFORMAÇÕES
desenvolvimento da habilidade
EF09CI02. Solicitar aos estudan-
QUÍMICAS DA MATÉRIA
tes que respondam às questões
orais, que têm o objetivo de ve- Observe o fruto verde do jenipapo, do qual é extraído um corante
rificar os conhecimentos prévios utilizado por alguns povos indígenas brasileiros em pinturas corporais.
Em seguida, responda às questões.
que possuem.
Sobre o jenipapo e a importân- A OG
RA
FI A
B RA
FI A
OT OG
cia desse fruto para a produção 7 cm

T
F

FO
O
A IC

CO
de corantes indígenas, acessar

OS

SAI
O MATUSUURA/M

ATUSUURA/MO
os links indicados no #FICA A
DICA, Professor. Fruto verde do jenipapo

TO M
recém-aberto (A) e oxi-

I H IT
[…] O fruto verde do jenipa-

I HI
SH
dado (B), após algum

SH
YO

YO
O
po quando oxidado produz um tempo de contato com

BI

O
FA I B
FA

corante azul solúvel em água e o gás oxigênio do ar.


etanol. Isso ocorre, pois, os frutos 1. Após ficar em contato
verdes apresentam um iridóide com o gás oxigênio do 1 O que aconteceu com o aspecto do fruto do jenipapo?
glicosídeo incolor chamado de ar, o fruto do jenipapo
geniposídeo (C17H24O10). Ao ser ganhou uma coloração 2 Na imagem B, o fruto do jenipapo passou por uma transformação química.
escura, quase preta. O que isso significa?
hidrolisado pela b-glucosidase,
esse composto libera a genipina 2. Professor, espera-
-se que os estudantes
(C11H14O5), a qual é incolor […]. respondam que alguma A pintura corporal é uma manifestação cultural utilizada por diversos
[…] substância (composto) grupos sociais e possui diferentes significados, dependendo da cultura.
presente no fruto reagiu Diversos povos indígenas, por exemplo, utilizam a pintura corporal com
Logo, para a formação do pig- quimicamente com o gás
mento azul passa-se pela for- tinta de jenipapo ou com urucum para muitos fins, como espantar insetos,
oxigênio presente no ar
mação de intermediários ama- e uma nova substância caçar, em rituais de festejo e de passagem para a vida adulta, entre outros.
relos, os quais são precursores (composto) foi formada. Nas imagens, é possível observar a formação do pigmento do jeni-
de outros compostos vermelho- A evidência da formação papo por meio de uma transformação química (ou reação química).
-amarronzados. Então, as aminas dessa nova substância As reações químicas são transformações da matéria em que substâncias
(composto) é a mudança
primárias irão reagir esponta- de cor do fruto. produzem outras substâncias. Essas reações acontecem o tempo todo ao
neamente com a genipina, for- nosso redor e no nosso corpo, por exemplo. Chamamos de reagentes
mando o pigmento azul. Sendo o as substâncias que reagem entre si e de produtos, as novas substâncias
oxigênio indispensável para essa formadas durante esse processo.
reação acontecer. […] Na formação da tinta de jenipapo, a genipina, uma substância
ROVARIS, Beatriz C. Jenipapo (Geni- incolor presente no fruto verde do jenipapo, ao entrar em contato com
pa americana L.) como corante azul
o gás oxigênio presente no ar, produz a genipina oxidada. Podemos
natural. Trabalho de conclusão de curso
(graduação em Engenharia de alimen- escrever essa reação da maneira a seguir.
tos) – Departamento de Engenharia
Química e Engenharia de Alimentos, Genipina + Gás oxigênio H Genipina oxidada
Universidade Federal de Santa Catarina,
Pigmento incolor Presente no ar Pigmento escuro
Florianópolis, 2020. p. 16-17. Disponível
em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ Reagentes Produto
handle/123456789/218821/Jenipapo%20
%28Genipa%20americana%20L.%29%20
como%20corante%20azul%20natural.pdf.
Acesso em: 20 jun. 2022.
24
A alta quantidade de pigmen-
COOCH3 COOCH3 COOCH3
to azul-escuro produzida em
EDITORIA DE ARTE

D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 24 17/07/22 09:59 D3-C


certas condições pode, em al-
gumas imagens, aparecer como O O Amina primária N
+ H2O
tendência ao preto. No Livro do Calor + O2
CH2
CH2 O Beta-glucosidase CH2 OH OH
estudante, a reação química
OH OH OH
da genipina foi simplificada, em Genipina
HO H2C
razão do momento escolar dos CH2OH
Pigmento azul
O
estudantes. A reação completa é O OH
OH
apresentada a seguir. OH
OH OH
OH Reação de formação do pigmento
OH
Geniposídeo Glicose azul a partir do geniposídeo.
24

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#FICA A DICA, Professor
Para saber mais sobre corantes
indígenas, indicamos os seguintes
Transformações químicas e suas leis documentos.

GEORGIOS KOLLIDAS/SHUTTERSTOCK.COM
Desde a Antiguidade, o ser humano estuda as transformações
• JESUS,Yasmin L.;LOPES,EdinéiaT.;
químicas. Diversos filósofos e sacerdotes, chamados alquimistas, realiza- COSTA, Emmanoel V. Descobrin-
vam transformações químicas na intenção de encontrar novos produtos. do as ciências na cultura indí-
Entretanto, suas práticas não seguiam uma metodologia científica, ou gena: pinturas corporais. Curiá:
seja, não eram utilizados métodos que pudessem ser repetidos, não eram múltiplos saberes, Itabaiana,
realizadas medições precisas e os resultados nem sempre eram analisados v. 1, n. 1, 2015. Disponível em:
enfocando a busca por explicações científicas. https://seer.ufs.br/index.php/
Por volta do século XVII, com a implementação da metodologia cientí- CURIA/article/view/3627. Acesso
fica e o desenvolvimento da Química como ciência, diversas teorias sobre a WAGSTAFF, Charles em: 19 jun. 2022.
Edward. Retrato de
constituição da matéria e suas transformações começaram a ser elaboradas. • GAUDÊNCIO, Jéssica da S.;
Antoine-Laurent
Um dos cientistas com grande destaque nos estudos sobre as trans- de Lavoisier. 1835.
RODRIGUES, Sérgio Paulo J.;
formações químicas foi o francês Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794). Gravura. MARTINS, Décio R. Indígenas
Lavoisier realizou uma variedade de estudos, alguns deles envolvendo com- 15,5 cm x 24,5 cm. brasileiros e o uso das plantas:
bustão. Utilizando sistemas fechados, em que não há troca de matéria com saber tradicional, cultura e et-
o meio, Lavoisier fez importantes contribuições para o estudo da Química. nociência. Khronos, Revista de
Para entender melhor esse conceito, observe o experimento a seguir. Durante a agitação, História da Ciência, São Paulo,
os comprimidos
efervescentes e o
n. 9, p. 163-182, junho 2020.
Fita C vinagre entraram Disponível em: https://www.
em contato. revistas.usp.br/khronos/article/
view/171134/161957. Acesso em:
19 jun. 2022.
BENTINHO

A
• SOUZA, Andreia F. S.; ANDRA-
Após a reação
química, o frasco DE, Izandra S.; PANIZI, Tania R. P.
teve sua massa A química nas aldeias indígenas
novamente aferida em Comodoro, estado de Mato
Comprimidos
Tampa em uma balança.
efervescentes Grosso: relato preliminar. 58º
D Congresso Brasileiro de Quí-
Três comprimidos
efervescentes mica. Rio de Janeiro, 6-9 nov.
foram presos com 2018. Disponível em: http://www.
AS CORES NÃO
uma fita à tampa
de um frasco.
SÃO REAIS.
abq.org.br/cbq/2018/trabalhos/
Bolhas de IMAGENS FORA 6/1095-23818.html. Acesso em:
Vinagre gás carbônico
DE PROPORÇÃO.
19 jun. 2022.
Para saber mais sobre a cor do
B Furo feito pigmento do jenipapo, acessar:
com agulha
• RENHE, Isis R. T. Extração e esta-
bilidade do corante azul de je-
Balança A tampa do frasco nipapo (Genipa americana L.).
digital foi perfurada com
uma agulha e, logo na Dissertação (mestrado em Ciên-
sequência, sua massa cia e Tecnologia de Alimentos) –
foi aferida novamente. Departamento de Tecnologia de
O frasco foi preenchido com vinagre até E
metade de sua capacidade e fechado Alimentos, Universidade Federal
Representação das etapas de um
com a tampa. A massa do conjunto foi
experimento que envolve transfor-
de Viçosa, Viçosa, 2008. Disponí-
aferida em uma balança digital.
mação química. vel em: https://www.locus.ufv.br/
bitstream/123456789/2833/1/
25 texto%20completo.pdf. Acesso
em: 19 jun. 2022.

09:59 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 25 17/07/22 09:59

Transformações químicas e suas leis


Ao apresentar o experimento ilustrado no Livro
do estudante, comentar que o acetato de sódio
é formado, mas se solubiliza logo em seguida, por
causa de sua alta solubilidade, por isso, normal-
mente, não é possível visualizá-lo na reação.
Se possível, realizar o experimento em sala de
aula como demonstração.
25

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Nesse momento, é interessan-
No experimento, evidências como a formação de bolhas indicam
te conversar com os estudantes
que houve uma transformação química. O ácido acético, presente no
sobre a diferença entre lei e teo-
vinagre, reage com o bicarbonato de sódio do comprimido efervescente,
ria científica. Como suporte formando acetato de sódio, um sal branco altamente solúvel na água,
para essa conversa, leia o trecho água e gás carbônico.
a seguir. A transformação química da página anterior pode ser descrita da
Teoria não é uma versão me- maneira a seguir.
nos confiável que uma lei, longe
disso. Enquanto as teorias cien- Ácido acético + Bicarbonato de sódio H Acetato de sódio + Água + Gás carbônico
tíficas explicam fenômenos da
natureza, as leis são descrições
generalistas desses fenômenos. 3 Quais são os produtos formados nessa transformação química?
São termos bem diferentes! Por Acetato de sódio, água e gás carbônico.
exemplo, a evolução é uma teo-
ria. Mas não é uma teoria qual- Observe no visor da balança da ilustração da página anterior que,
quer. Segundo o biólogo alemão mesmo com a formação de novos produtos, não houve alteração da
Ernst Mayr (1904-2005), a evolu- massa total nesse sistema fechado, como mostra a etapa D (produtos
ção é uma teoria que se transfor- formados), quando comparada à etapa B (apenas reagentes).
mou em um fato, devido à imen- Foi por meio de observações de outras transformações químicas
sa quantidade de evidências que
em sistemas fechados, e utilizando balanças, que Lavoisier obteve os
a suportam. É um fato, assim
resultados que deram suporte para a elaboração da lei da conservação
como o fato de a Terra circular
ao redor do Sol. das massas. Ela afirma que, nas transformações químicas, a massa dos
reagentes é sempre igual à massa dos produtos formados.
BENTO, Luiz Fernando J. Qual a
diferença entre teoria e lei? Por que
Embora a lei da conservação das massas possa ser aplicada a todas
a seleção natural de Darwin é teoria? as transformações químicas, ela é mais facilmente observada em sistemas
Ciência Hoje, Rio de Janeiro, jan. 2016. fechados, ou seja, em sistemas que impedem a troca de substâncias com
Disponível em: https://cienciahoje.org.br/
o meio externo. Em um sistema aberto, por exemplo, como na combustão
artigo/qual-a-diferenca-entre-teoria-e-lei-
por-que-a-selecao-natural-de-darwin-e- de pedaços de madeira de 1 quilograma, é possível observar ao final uma
teoria/.Acesso em: 19 jun. 2022. massa bem menor de cinzas, pois o restante da matéria que forma os
Explicar aos estudantes que, pedaços de madeira se dispersou no ambiente na forma de gases e fuligem.
em termos científicos, a pala- Essa ideia pode ser observada na etapa E do experimento representado
vra "teoria" não tem o mesmo na página anterior. Perceba que, ao furar a tampa do frasco, o gás carbônico
escapou para o ambiente e a massa do sistema aberto ficou menor.
significado que utilizamos em
nosso cotidiano, como sinônimo

SMEILOV SERGEY/SHUTTERSTOCK.COM
de especulação. As teorias cien-
tíficas são baseadas em leis e até
mesmo em outras teorias cien-
tíficas; são testadas por muitos
experimentos, sendo reconheci-
das pela comunidade científica.

Pedaços de madeira
queimando.

26

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Enfatizar as diferenças entre
Algum tempo depois de Lavoisier, o químico francês Joseph Louis
as leis de Lavoisier e de Proust.
Proust (1754-1826) elaborou uma lei segundo a qual a composição ele-
Enquanto a lei de Lavoisier diz
mentar de uma substância química é sempre igual. Ou seja, a proporção
(em massa) dos componentes de uma substância é sempre a mesma.
que a soma das massas dos
Essa lei ficou conhecida como lei das proporções constantes. reagentes é igual à soma das
Segundo a lei das proporções constantes, a proporção das massas massas dos produtos, a lei de
dos reagentes e dos produtos que participam de uma transformação Proust diz que, em uma reação
química é sempre constante. química, a massa dos reagentes
Proust elaborou essa lei com base em experimentos com diferentes e a massa dos produtos sempre
substâncias, entre elas, a água. Ele sabia que, na reação de decom- obedecem a uma proporção
posição da água, por exemplo, a passagem constante.

CHARLES D. WINTERS/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA


de corrente elétrica pela água a decompõe Gás oxigênio Gás hidrogênio
Essas leis foram a base para a
nos elementos que a constituem, no caso, teoria atômica de Dalton (apre-
Bolhas de gás oxigênio
o hidrogênio e o oxigênio. Observe esse sendo liberadas. sentada adiante na Unidade),
experimento na fotografia. que postulou que toda matéria
Proust percebeu que a proporção entre é formada por átomos.
o reagente e os produtos na decomposição da
Em relação à eletrólise da
água era constante. Por exemplo, ao decompor
água, é importante ressaltar que
9 gramas de água, eram formados 8 gramas
de gás oxigênio e 1 grama de gás hidrogênio,
a água pura é má condutora de
ou seja, a proporção era de 9 : 8 : 1. corrente elétrica, não sendo
A proporção encontrada era sempre Bolhas de gás
possível realizar sua decomposi-
mantida, mesmo alterando-se a massa do hidrogênio ção por meio da eletrólise. Para
sendo
reagente. Por exemplo, se 18 gramas de liberadas. tanto, é necessário acrescentar
água eram decompostos, haveria formação Bateria um soluto iônico (sal, base ou
de 16 gramas de gás oxigênio e 2 gramas ácido) à água. Assim, ocorre a
de gás hidrogênio. Observe nos quadros a eletrólise da água, isto é, ocorre
seguir os resultados de três experimentos de Reação química chamada eletrólise, que evidencia a a decomposição das moléculas
decomposição da água. composição da água por meio de sua decomposição. de água em gás hidrogênio e
gás oxigênio.
Na eletrólise, uma fonte de
Água H Gás oxigênio + Gás hidrogênio
energia elétrica (no caso, uma
9g 8g 1g bateria) está ligada a dois ele-
18 g 16 g 2g
36 g 32 g 4g 4. Mantendo-se a pro- trodos, que são colocados na
porção de 8 : 1 de gás solução aquosa. Após a passa-
oxigênio e gás hidrogê- gem de corrente elétrica na so-
4 Qual seria a massa formada de gás hidrogênio e a de gás oxigênio na nio, seriam formados
decomposição de 90 gramas de água? 80 g de gás oxigênio e lução, forma-se gás hidrogênio
10 g de gás hidrogênio. no eletrodo ligado ao terminal
negativo da fonte e gás oxigê-
As proporções constantes entre os reagentes e os produtos são nio no eletrodo ligado ao termi-
encontradas em qualquer reação química, assim como a massa dos rea- nal positivo da fonte.
gentes é sempre igual à massa dos produtos. Por isso, as leis de Lavoisier Como o gás oxigênio é mais
e de Proust são conhecidas como leis ponderais, leis que regem as solúvel do que o gás hidrogê-
reações químicas. nio, a proporção entre eles nem
sempre pode ser observada.
27

09:59 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 27 17/07/22 09:59

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 2. I e III estão corretas.
II. A lei das proporções constantes afirma que a proporção das
massas dos reagentes e dos produtos que participam de uma
ATIVIDADES transformação química é sempre constante.
As atividades 1 e 2 podem ser • ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
1. a) Em uma reação química,
usadas para avaliação dos estu- a massa dos reagentes é
dantes, por serem atividades de 1. A lei da conservação das massas foi elaborada por Lavoisier. sempre igual à massa dos
a) O que diz a lei da conservação das massas? produtos formados.
verificação de aprendizagem. Ve-
b) Retorne ao esquema que ilustra a reação entre o vinagre e os compridos efervescentes na
rificar se o conteúdo conceitual página 25. Que relação existe entre o experimento e a teoria proposta por Lavoisier?
foi compreendido por todos e,
caso seja necessário, retomar os 2. Analise as afirmativas a seguir e corrija as falsas. 1. b) Resposta nas Orientações
para o professor.
I. A lei das proporções constantes foi enunciada por Proust.
conceitos do Tema. As atividades
II. A lei das proporções constantes afirma que, em uma reação química, a massa dos reagentes
3 a 7 proporcionam o desenvolvi- é sempre igual à massa dos produtos formados.
mento da habilidade EF09CI02. III. Na decomposição da água pela eletrólise, formam-se gás oxigênio e gás hidrogênio em
1. b) O experimento mostra que, proporções constantes.
em um sistema fechado, mes- 3. A fotossíntese é um processo realizado na
mo após uma reação química,

ZELJKO RADOJKO/SHUTTERSTOCK.COM
presença de luz por plantas, algas e algumas
não acontece perda nem ganho bactérias. Na fotossíntese, a reação entre
de massa, ou seja, a massa dos gás carbônico (absorvido da atmosfera) e
reagentes, nesse caso, a do vi- água (absorvida pelas raízes na maioria das
nagre e a dos comprimidos efer- plantas) resulta na formação de gás oxigênio
vescentes, é igual à massa dos (liberado na atmosfera) e glicose (distribuída 1,5 m

produtos, no caso, a da água, a às células do organismo fotossintetizante).


do sal formado, diluído na água, Plantação de girassóis sob a luz solar.
e a das bolhas de gás carbônico. Gás carbônico + Água H Gás oxigênio + Glicose
Isso pode ser confirmado por
3. Respostas nas Orientações para o professor.
meio das medidas aferidas pela a) Identifique os reagentes e os produtos da fotossíntese.
balança. Assim, o experimento b) Na fotossíntese, para a produção de 180 gramas de glicose são necessários 264 gramas de gás
evidencia a lei da conservação carbônico e 108 gramas de água. Nessas condições, qual será a massa formada de gás oxigênio?
das massas. c) Considere que, na reação da fotossíntese, 132 gramas de gás carbônico reagem com 54
gramas de água. Qual será a massa formada de glicose e de gás oxigênio?
3. a) Reagentes: gás carbônico e
água. Produtos: gás oxigênio e 4. Os airbags são equipamentos de segurança,

VERESHCHAGIN DMITRY/SHUTTERSTOCK.COM
glicose. atualmente obrigatórios, presentes em carros
novos e em alguns modelos antigos. Ao ocorrer
b) A massa de gás oxigênio for- uma batida, um sensor emite sinais para uma
mada será de 192 g. Para a reso- bolsa no interior do airbag que contém azida
lução, basta somar a massa dos de sódio, um sal incolor. Com o aquecimento,
reagentes (264 g e 108 g) e di- ocorre uma reação química e a azida produz
minuir desse resultado a massa gás nitrogênio e sódio. O gás nitrogênio é libe-
de um dos produtos formados rado rapidamente e enche uma bolsa plástica,
Airbag acionado em um teste de colisão.
que amortece o impacto entre o passageiro e
(180 g).
o painel do carro.
c) A massa de glicose formada Observe a reação química que ocorre no interior do airbag.
será de 90 g e a de gás oxigê-
nio será de 96 g. Para a resolu- Azida de sódio H Gás nitrogênio + Sódio
ção, basta basear-se no prin-
cípio da lei das proporções Considere que o interior do airbag seja um sistema fechado e responda às questões a seguir.
constantes. Se na reação con-
sidera-se a metade da massa 28
de reagentes do item anterior,
também será formada a me-
tade da massa de produtos. D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 28 17/07/22 09:59 D3-C

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4. a) Para a resolução, basta somar
a massa dos produtos formados
(84 g e 46 g).
a) Quantos gramas de azida de sódio são necessários para que, após a reação, sejam formados b) Para a resolução, basta ba-
84 gramas de gás nitrogênio e 46 gramas de sódio? 130 g sear-se no princípio da lei das
b) Caso haja a reação de 260 gramas de azida de sódio, quantos gramas de gás nitrogênio e proporções constantes. Se na
de sódio serão formados? 168 g de gás nitrogênio e 92 g de sódio. reação considerou-se o dobro
5. Analise as reações a seguir e indique a massa do reagente ou produto formado (repre- de reagente da reação anterior,
sentado por uma letra). também será formado o dobro
a) O dióxido de nitrogênio é um gás tóxico, poluente da atmosfera. Se inalado, esse gás pode de produtos.
causar irritações nos pulmões e problemas respiratórios. A formação do gás dióxido de
nitrogênio pode ocorrer em algumas situações, como a partir da reação entre gás oxigênio 6. b) Para a resolução, basta utilizar
e monóxido de nitrogênio. o princípio da lei das proporções
constantes.
5. a) x = 92 g
Gás oxigênio + Monóxido de nitrogênio H Dióxido de nitrogênio
5. b) y = 64 g (32 g) (60 g) (x) 7. b) Para a resolução, basta ba-
5. c) z = 36 g sear-se no princípio da lei das
b) O gás metano é um dos gases do efeito estufa. Entre as fontes desse gás estão: depósitos proporções constantes. Se na
geológicos de gás natural; processo de digestão de animais herbívoros; e fermentação de reação considera-se que a massa
esterco, esgoto e resíduos sólidos. O gás metano tem alto teor inflamável, isto é, quando de produtos formados é três ve-
misturado ao ar, reage com o gás oxigênio e há combustão. Na reação de combustão de zes maior, a massa dos reagentes
gás metano são formados gás carbônico e água. também será três vezes maior.

Gás metano + Gás oxigênio H Gás carbônico + Água


(16 g) (y) (44 g) (36 g)

c) O peróxido de hidrogênio é um composto formado no metabolismo celular. Por ter efeitos


tóxicos ao organismo, ele é degradado pela enzima catalase, formando água e gás oxigênio.

Catalase
Peróxido de hidrogênio H Água + Gás oxigênio
(68 g) (z) (32 g)

6. A reação entre duas substâncias (A e B) resulta na formação de outra substância (C).


Considere que essa reação ocorra em um sistema fechado.
a) Para a formação de 60 gramas da substância C, são necessários 21 gramas da substância A.
Qual será a massa necessária da substância B? 39 g
b) Para a formação de 20 gramas da substância C, qual será a massa necessária da substância
A? E da substância B? 7 gramas da substância A e 13 gramas da substância B.
7. A amônia é um gás tóxico. Se inalada, ela pode ser corrosiva para a pele, os olhos e
o trato respiratório. A amônia é formada a partir da reação de gás nitrogênio e gás
hidrogênio. Observe as reações a seguir.

Gás nitrogênio + Gás hidrogênio H Amônia

a) Para a formação de 34 gramas de amônia, são necessários 28 gramas de gás nitrogênio.


Qual será a massa necessária de gás hidrogênio? 6 g
b) Considere que a massa de amônia formada seja o triplo da massa indicada no item a. Calcule
a massa necessária de gás nitrogênio e gás hidrogênio para essa reação.
84 g de gás nitrogênio e 18 g de gás hidrogênio.
29

AMPLIANDO
09:59 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 29 17/07/22 09:59
Para abordar o assunto balanceamento de tadores para os estudantes na escola, reservá-la os estudantes as representações dos átomos nas
reações químicas de maneira visual, trabalhar antecipadamente para esta aula. Caso não seja balanças.
com os estudantes o simulador indicado no link possível realizar a atividade na escola, propor A equação estará balanceada com 2 moléculas
a seguir: que seja realizada em casa, solicitando a produ-
de água, 2 de gás hidrogênio e 1 de gás oxigênio.
• BALANCEAMENTO de equações químicas. ção de um relatório, por exemplo. Depois da demonstração, os estudantes podem
PhET. Boulder, 23 set. 2021. Disponível em: Para iniciar a simulação, selecionar a opção acessar a opção "jogo", para testar o que apren-
https://phet.colorado.edu/sims/html/balancing- "Introdução". Sugerimos a escolha da hidróli- deram.
chemical-equations/latest/balancing-chemical- se para a primeira demonstração. Selecionar a Esta atividade contribui para o desenvolvimen-
equations_pt_BR.html. Acesso em: 19 jun. 2022. ferramenta balança e, com os estudantes, sele- to da competência específica 6 e da compe-
Se houver disponibilidade de sala com compu- cionar os números de moléculas. Observar com tência geral 5.
29

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV3.indd 29 29/08/22 22:17


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

3
3. A CONSTITUIÇÃO TEMA
DA MATÉRIA
Este Tema contribui para o A CONSTITUIÇÃO
desenvolvimento da compe-
tência geral 1, da competên-
DA MATÉRIA
cia específica 1 e da habilidade
EF09CI03. Também trabalha com Nas revistas em quadrinhos, os super-heróis têm diversos tipos
de superpoder. Um deles é Ray Palmer, um professor de Física que
o tema contemporâneo transver-
desenvolve um cinto que lhe confere a habilidade de se encolher e se
sal Ciência e Tecnologia. transformar no super-herói Átomo.
Ao abordar as primeiras ideias
acerca do átomo e o modo como LEGENDS OF TOMORROW. WARNER BROS.
TELEVISION DISTRIBUTION. ESTADOS UNIDOS, 2016-2022 [...]
a sua concepção foi sendo aprimo-
Igualmente surpreendentes são as dimensões deste super-
rada com os estudos científicos,
-herói: ele é do tamanho de um átomo. Isso quer dizer que se você
enfatizar a importância da valori- o colocasse sobre o ponto deste “i”, não conseguiria distingui-lo
zação e do uso dos conhecimentos dos mais de 500 bilhões de átomos que estão ao seu lado. [...]
historicamente construídos, de Assim sendo, Átomo consegue, de algum modo, comprimir
modo que os estudantes reconhe- mais de 70 mil trilhões de átomos que nós temos (um 7 seguido
çam as Ciências da Natureza como de 27 zeros, segundo o cálculo do Jefferson Laboratory nos Estados
empreendimento humano e o co- Unidos) no espaço ocupado por um único átomo... [...].
nhecimento científico como transi- SCALITER, Juan. A ciência dos superpoderes: ficção e realidade sobre os poderes e
proezas dos heróis, anti-heróis e vilões no universo dos quadrinhos. São Paulo:
tório, cultural e histórico. Cultrix, 2013. p. 123.

Evolução dos Personagem Ray 1 Segundo o texto, se você tivesse o poder desse super-herói e pudesse se
modelos atômicos Palmer como o encolher até chegar ao tamanho de um átomo, quantos de você caberiam
super-herói Átomo, de no pingo de um “i”?
Ao apresentar os modelos uma série televisiva.
atômicos, é importante destacar 2 Por que o nome desse super-herói é Átomo?
o caráter colaborativo da Ciên-
cia. Apesar de costumeiramente Cientificamente, é impossível que esse super-herói tenha esse poder,
se atribuir reconhecimento a um mas seu nome é baseado em um conceito científico real: o átomo.
único cientista, suas contribui- O nome átomo é de origem grega e significa “indivisível”. Ele foi
ções científicas ocorreram gra- concebido pelos pensadores gregos Leucipo de Mileto (cerca de 480 a.C.-
ças ao trabalho anterior de ou- 420 a.C.) e Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C.-370 a.C.), que tentaram,
tros pesquisadores (ou em con- por meio de conceitos, explicar a constituição da matéria. Eles partiram do
1. Mais de 500 bilhões princípio de que, se qualquer matéria fosse dividida em partes cada vez
junto com eles), e/ou à colabora-
(500 000 000 000). menores, haveria um momento em que essas partes não poderiam mais ser
ção de técnicos de laboratório, divididas. Essas partes “indivisíveis” seriam os átomos.
2. Porque ele consegue
participantes de pesquisa etc. se encolher até chegar
ao tamanho de um
Se desejar, apresentar aos estu-
dantes imagens dos diversos mo-
átomo. Professor, per- Evolução dos modelos atômicos
guntar aos estudantes se
A partir do início do século XIX, o átomo passou a ser estudado com
delos atômicos propostos, para eles conseguem imaginar
qual seria o tamanho de base em observações e experimentações. Desde esse período até meados
que eles tenham uma ideia geral do século XX, foram elaborados modelos que procuraram descrever a
um átomo com base nas
dos avanços nas pesquisas ao lon- informações do texto. estrutura do átomo. A seguir, estudaremos alguns modelos atômicos.
go do tempo. É possível sugerir
que eles construam uma linha do 30
tempo, citando as principais des-
cobertas de cada modelo.
A construção de modelos é Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 30 21/07/22 22:35 D3-C

um importante recurso para a


Ciência, uma vez que auxilia vi- As atividades 1 e 2 têm o objetivo de verificar
sivelmente na representação de se os estudantes conseguem imaginar o quão pe-
fenômenos. queno é um átomo. Caso tenham dificuldades,
apresentar o vídeo sugerido no #FICA A DICA,
Estudante e, se necessário, citar outros exem-
plos comparativos.

30

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O modelo atômico
O modelo atômico de Dalton

GEORGIOS KOLLIDAS/SHUTTERSTOCK.COM
de Dalton
Em suas pesquisas, durante o período de 1803-1807, o cientista
inglês John Dalton (1766-1844) desenvolveu a teoria sobre a composição
Comentar com os estudan-
da matéria e a descrição dos átomos. Seus principais fundamentos eram: tes que as ideias de Dalton
foram fundamentais para o
• a matéria é formada por partículas fundamentais − os átomos;
desenvolvimento do conheci-
• os átomos são partículas maciças e indivisíveis, não podendo ser
mento científico sobre o áto-
criadas nem destruídas;
mo, pois serviram de base para
• cada elemento químico corresponde a determinado tipo de átomo;
outros cientistas, que propuse-
• os átomos de elementos distintos apresentam diferentes propriedades, ram novos modelos até chegar
tamanhos e massas. COOK, Conrad. Retrato
de John Dalton. 1860. ao modelo aceito atualmente.
A teoria de Dalton sobre os átomos contribuiu para a confirmação
Gravura. Dizer que alguns desses mo-
das leis ponderais, elaboradas anteriormente por Lavoisier e Proust.
delos serão vistos a seguir. É
importante salientar que as
O modelo atômico de Thomson descobertas de Dalton foram li-
Algum tempo após a teoria de Dalton, o físico inglês Joseph John mitadas às tecnologias disponí-
Thomson (1856-1940) demonstrou que o átomo era formado por par- veis na época e que o desenvol-
tículas bem menores, que eram carregadas negativamente e foram vimento de novas tecnologias
denominadas posteriormente de elétrons. possibilitou avanços no estudo
De acordo com as características observadas em experimentos,
do modelo atômico.
Thomson propôs um modelo atômico que consistia em uma esfera car-
Uma importante contribui-
regada positivamente, na qual os elétrons estavam mergulhados, como
ção do modelo de Dalton foi a
se fossem sementes em uma melancia. Esse modelo ficou conhecido
como “pudim de passas”. descoberta da massa atômica,
Com isso, Thomson provou que os átomos eram divisíveis. Em 1906, uma vez que ele foi o primeiro
ele ganhou o Prêmio Nobel de Física, por suas descobertas relacionadas a postular que átomos de ele-
à condução de eletricidade em gases. mentos químicos diferentes
possuem tamanhos e massas
Elétrons (carga negativa)
IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO. diferentes. A massa atômica
também será assunto desta
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. Unidade.
O modelo atômico
de Thomson
BENTINHO

Ao introduzir o modelo atô-


mico proposto por Thomson,
retomar com os estudantes o
conteúdo sobre cargas elétricas
Esfera de carga positiva
e condução elétrica.
Comentar que, apesar de
propor o átomo como uma
Elaborado com base em: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016. p. 48. esfera carregada positivamen-
Modelo atômico proposto por Joseph John Thomson. te, Thomson não descobriu os
prótons. Ele apenas inferiu a
31 presença de cargas positivas,
para que a carga final pudes-
se ser nula, pois ele partia do
22:35 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 31 17/07/22 09:59
pressuposto de que toda ma-
#FICA A DICA, Estudante Disponível em: https://www.ted.com/talks/jon_berg- téria é neutra. Os prótons fo-
mann_just_how_small_is_an_atom/transcript?em-
O vídeo a seguir aborda assuntos que serão estu- ram determinados posterior-
bed=true#t-98280. Acesso em: 20 jun. 2022.
dados na Unidade e apresenta uma explicação com- mente, conforme será explica-
parativa sobre o tamanho dos átomos. O áudio do No livro a seguir, é possível encontrar mais informa- do a seguir.
vídeo está em inglês, mas é possível acionar legen- ções sobre o super-herói Átomo e outros, conside-
das. Para isso, clicar em "Subtitles" (legendas) e sele- rando seus aspectos científicos.
cionar "Português brasileiro". • SCALITER, Juan. A ciência dos superpoderes: fic-
• BERGMANN, Jon. Just how small is na atom? ção e realidade sobre os poderes e proezas dos he-
[Quão pequeno é um átomo mesmo?]. Pales- róis, anti-heróis e vilões no universo dos quadrinhos.
tra proferida no TED Talks, 2012. Vídeo (5min28s). São Paulo: Cultrix, 2013.

31

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 31 18/08/22 22:01


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O modelo atômico O modelo atômico de Rutherford
de Rutherford Em 1908, alguns anos após os experimentos de Thomson, o físico
Se considerar pertinente, ex- neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) e sua equipe realizaram um
plicar aos estudantes que o feixe experimento que utilizava um material radioativo, o polônio, que já se
de partículas utilizado nos ex- sabia emitir partículas de carga positiva, chamadas partículas alfa.
perimentos de Rutherford cor- Eles então colocaram uma amostra desse material em um bloco
responde às partículas alfa, ou de chumbo com uma abertura, da qual um feixe de partículas de carga
radiação alfa, que são partículas positiva emitidas pelo polônio era direcionado sobre uma finíssima lâmina
com carga positiva emitidas por de ouro. Ao redor da lâmina, havia um anteparo fluorescente, que per-
elementos radioativos. No expe- mitia observar a incidência das partículas. O objetivo era observar se as
partículas iriam ter algum desvio ao passarem pelos átomos da lâmina
rimento, foi utilizado o polônio.
de ouro ou se seguiriam em linha reta.
Comentar que, se o átomo
realmente fosse uma esfera com
carga positiva incrustada de elé- IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO.
trons, um número muito maior
de partículas alfa teria sua traje- AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
tória desviada ou retornaria, por
serem repelidas pela carga po-

LÁPIS 13B
Lâmina
sitiva do átomo. Como a maior Anteparo
de ouro

parte das partículas alfa atraves- fluorescente

sou a folha de ouro, Rutherford Feixe de partículas


concluiu que o átomo possui alfa (α)

grandes espaços vazios e que a


Amostra de
presença de um núcleo muito material radioativo Bloco de chumbo
pequeno e de carga positiva ex-
plicaria o pequeno número de
partículas desviadas. Elaborado com base em: BROWN, Theodore L. et al. Química:
a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
Explicar aos estudantes que o 2016. p. 49.

modelo atômico de Rutherford Representação do experimento realizado pela equipe de Rutherford.


ficou conhecido como modelo
Analisando os resultados obtidos, Rutherford percebeu três situa-
planetário, pois sua proposta de ções diferentes e fez as seguintes observações:
como os elétrons se organizam 1. A maioria das partículas conseguia passar pela lâmina de ouro
na eletrosfera em torno de um sem sofrer desvio, ou seja, havia um espaço vazio nesses locais,
núcleo assemelha-se à forma de sem carga positiva.
como os planetas orbitam ao re- 2. Algumas partículas, ao atravessarem a lâmina de ouro, sofreram
dor do Sol. desvios; isso significava que elas encontraram pequenos obstá-
culos em sua trajetória, atrapalhando o percurso em linha reta,
ou seja, havia cargas próximas à passagem das partículas.
3. Uma pequena quantidade de partículas não conseguiu atravessar
a lâmina, voltando para o lado de onde foram lançadas, eviden-
ciando, dessa forma, que elas encontraram um obstáculo fixo (de
carga positiva) pelo caminho e colidiram de frente com ele.

32

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de Bohr marcaram a passagem da
Física Clássica para a Física Quânti-
ca no estudo do átomo.
Explicar aos estudantes que
Com base nesse experimento, Rutherford concluiu que os átomos
têm um núcleo formado por prótons, partículas de carga positiva. Já
as órbitas dos elétrons descritas
as partículas de carga negativa, os elétrons, realizam movimentos ao por Bohr são diferentes das des-
redor do núcleo, em uma região que ficou conhecida como eletrosfera. critas por Rutherford. Vale ressal-
O físico inglês James Chadwick (1891-1974), que era membro do tar que as linhas adicionadas às
grupo de pesquisa de Rutherford, descobriu, muito tempo depois, uma ilustrações referentes aos níveis
partícula presente no núcleo do átomo que não tem carga: o nêutron. de energia são um recurso didá-
Ele também verificou que sua massa era praticamente igual à do próton. tico para facilitar a interpretação
Por causa dessas descobertas, Chadwick ganhou o Prêmio Nobel de do esquema pelos estudantes.
Física, em 1935. Como se trata de regiões de
energia, elas não podem ser exa-
IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO. tamente definidas.
Sabe-se hoje que existem sete
PAULO CESAR PEREIRA

AS CORES NÃO
SÃO REAIS. camadas na eletrosfera, determi-
nadas pelas letras K, L, M, N, O,
P e Q. Essas camadas constituem
# FICA A DICA o 1o, o 2o, o 3o, o 4o, o 5o, o 6o e
o 7o níveis de energia, respectiva-
Acesse o link a seguir
para realizar uma mente. Cada uma das camadas
simulação com base no eletrônicas, também chamadas
experimento feito pela de níveis de energia, pode conter
equipe de Rutherford.
Disponível em: https:// um número máximo de elétrons
phet.colorado.edu/ (camada K: 2; camada L: 8; ca-
sims/html/rutherford- mada M: 18; camada N e camada
scattering/latest/
rutherford-scattering_ O: 32 cada; camada P: 18; cama-
pt_BR.html. Acesso em: da Q: 8). Considerando o mo-
30 mar. 2022. mento escolar, esse conteúdo não
Elaborado com base em: KOTZ, John C.; TREICHEL JR., Paul. Chemistry & chemical reactivity. 3.
ed. Orlando: Saunders College, 1996. p. 71. foi apresentado aos estudantes.
Representação do modelo atômico proposto por Rutherford após a descoberta dos Pouco tempo depois das des-
nêutrons. cobertas de Bohr, o físico alemão
Arnold Sommerfeld (1868-1951)
O modelo atômico de Rutherford-Bohr verificou que, em uma mesma
O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) trabalhou com J. J. camada, alguns elétrons pode-
Thomson, na Universidade de Cambridge (1911), e com Rutherford, na riam apresentar diferentes ener-
Universidade de Manchester (1913), ambas no Reino Unido. Em 1922, gias; dessa forma, elas não pode-
ganhou o Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas e publicações sobre riam ser circulares, mas sim elípti-
a estrutura do átomo. cas. Com isso, o modelo atômico
Bohr propôs um novo modelo atômico no qual os elétrons estariam continuou sua evolução.
presentes em órbitas circulares em volta do núcleo, complementando o
modelo de Rutherford. Segundo ele, os elétrons ocupam órbitas específi-
cas ao redor do núcleo, com raios determinados. Em cada órbita, o elétron
apresenta energia constante, entretanto, quanto mais distante a órbita
estiver do núcleo do átomo, mais energia os elétrons dela apresentam.

33

09:59
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 33 senvolvimento da competência específica
17/07/22 09:596

Se possível, acessar com os estudantes o si- e da competência geral 5.


mulador indicado no #FICA A DICA do Livro O modelo atômico de Rutherford-Bohr
do estudante. Se a escola dispuser de sala A descoberta, a partir do modelo atômico de
com computadores para uso dos estudantes, Bohr, da presença de camadas de energia no áto-
reservá-la antecipadamente para esta aula. mo e do fato de que cada elétron possui uma quan-
Assegurar-se de entrar no link e testar o si- tidade determinada de energia (quantizada) pos-
mulador antes do dia reservado, para verificar sibilitou explicar por que os elétrons não colidem
possíveis erros ou dúvidas que os estudantes com o núcleo e por que eles não perdem energia e
possam ter. Esta atividade contribui para o de- caem quando são acelerados. Assim, as pesquisas
33

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao final do estudo da evolução
Assim, o modelo atômico de Rutherford-Bohr é descrito da seguinte
dos modelos atômicos, retomar
maneira:
com os estudantes a contribui-
1 2
ção dos experimentos e de cada O núcleo é a região em que

LUCAS FARAUJ
A maior região do
modelo atômico para que se se encontram os prótons – átomo é a eletrosfera,
partículas subatômicas que fica ao redor do
chegasse ao que conhecemos com carga positiva – e Núcleo núcleo. Nela, ficam os
atualmente. De maneira sim- os nêutrons – partículas elétrons – partículas
subatômicas sem cargas
plificada, podemos afirmar que elétricas. O núcleo é milhares
subatômicas com
cargas negativas.
Dalton descobriu a massa atô- de vezes menor do que o
mica, ao perceber que átomos átomo inteiro, mas é o local
no qual se concentra a maior
diferentes apresentavam massas parte da massa do átomo.
diferentes; Thomson descobriu o Nêutron
AS CORES NÃO
elétron; Rutherford descobriu o SÃO REAIS. + Próton
próton, postulou a presença de IMAGEM FORA – Elétron
um núcleo com carga positiva e DE PROPORÇÃO.

a distribuição dos elétrons numa Elaborado com base em: TIPLER, Paul A.; LLEWELLYN, Ralph A. Física moderna. 3. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2001. p. 117.
eletrosfera, orbitando em torno Representação do modelo atômico de Rutherford-Bohr.
desse núcleo; seu colaborador
Chadwick descobriu, no núcleo, Novos estudos possibilitaram a descoberta de novas partículas suba-
a presença do nêutron, partícula tômicas, aprimorando os conhecimentos relativos à estrutura do átomo.
com carga neutra; e Bohr apri- Esses estudos continuam até hoje.
morou o modelo de Rutherford Atualmente, diversas pesquisas sobre partículas de dimensões
menores do que o átomo, chamadas partículas subatômicas, são
com a descoberta das camadas
realizadas pelo mundo. Para esses estudos, foi construído, na fronteira
de energia e da quantização dos
entre a França e a Suíça, dezenas de metros abaixo do solo, um túnel
elétrons. em forma de anel de 27 km, chamado Grande Colisor de Hádrons (Large
É importante reforçar, mais Hadron Collider, LHC). Ele começou a funcionar em 2008. Leia no trecho
uma vez, que a evolução da a seguir mais informações sobre esse acelerador de partículas.
construção dos conhecimentos
científicos depende da colabora-
ção de pesquisadores do mundo Como funciona o acelerador de partículas LHC?
CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS

todo. Também destacar que suas [...]


conclusões se relacionam aos co- O objetivo do grande colisor [...] é aumentar o conheci-
nhecimentos e à tecnologia dis- mento humano sobre o Universo. [...]
ponível na época em que foram [...]
elaboradas. O acelerador de partículas LHC permite que os cientis-
Se desejar, comentar que os tas reproduzam as condições que existiam dentro de um
estudos em Física Quântica con- bilionésimo de segundo após o [...] momento [...] em que se
acredita que o Universo começou [...].
tinuam acontecendo nos dias
[...]
de hoje e que novas partículas, Parte do túnel do
menores que os prótons e os elé- acelerador de partícu- KOVACS, Leandro. Como funciona o acelerador de partículas LHC? [Large Hadron
las LHC. Organização Collider]. Tecnoblog. [S. l.], 2021. Disponível em: https://tecnoblog.
trons, já foram descobertas. net/responde/como-funciona-o-acelerador-de-particulas-lhc-large-hadron-
Europeia para Pesquisa collider/. Acesso em: 30 mar. 2022.
Nuclear, Suíça, 2010.

34

D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 34 21/07/22 22:36 D3-C


#FICA A DICA, Professor
Caso queira saber mais detalhes sobre o acelera-
dor de partículas, acessar o material disponível no
link a seguir:
• CAIRES, Luiza. Maior acelerador de partículas do
mundo passa por um upgrade. O que vem por aí?
Jornal da USP, São Paulo, 26 ago. 2019. Dispo-
nível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exa-
tas-e-da-terra/maior-acelerador-de-particulas-do-
-mundo-passa-por-um-upgrade-o-que-vem-por-ai/.
Acesso em: 20 jun. 2022.

34

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Átomos e elementos
Átomos e elementos químicos químicos
Desde a definição de átomo descrita por Dalton, foi possível definir Comentar com os estudan-
elemento químico como um conjunto de átomos que tem as mesmas pro- tes que os elementos quími-
priedades físicas e químicas, ou seja, que possuem características semelhantes.
cos, sua classificação e suas
Atualmente, são conhecidos 118 elementos químicos, parte deles pro-
propriedades serão estudados
duzida de forma artificial. Os elementos químicos formam a matéria e eles
determinam as características físicas e químicas dos mais diferentes materiais.
detalhadamente mais adiante
Vamos usar como exemplo a grafite do lápis. Ela é formada por na Unidade.
uma mistura de argila, que a deixa maleável, e grafita, que dá sua cor Ao trabalhar com molécu-
característica. O elemento químico que compõe a grafita é o carbono, las, retomar o conteúdo sobre
ou seja, a grafita é um material formado por um conjunto de átomos do substâncias puras e misturas.
mesmo tipo. Podemos representá-la da maneira a seguir. As substâncias puras podem ser
simples, quando formadas por
IMAGENS FORA
um único tipo de elemento quí-
NAMAKUKI/SHUTTERSTOCK.COM

A B C DE PROPORÇÃO.

AS CORES NÃO
mico, como o grafite e o gás oxi-
SÃO REAIS.
gênio, ou compostas, quando

VINÍCIUS FIORATTI
formadas por mais de um tipo

TARUMÃ
de elemento químico, como a
água pura e o gás carbônico. Já
as misturas são formadas por
duas ou mais substâncias puras,
Elaborado com base em: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo:
simples ou compostas.
Pearson Education do Brasil, 2016. p. 529.

Detalhe da ponta de um lápis (A), modelo representativo da organização dos


átomos de carbono na grafita (B) e representação de um átomo de carbono (C).

O gás oxigênio, presente no ar, é formado por dois átomos do


elemento químico oxigênio, que juntos formam uma molécula de gás
oxigênio. O gás carbônico, por sua vez, tem suas moléculas formadas
por um átomo de carbono e dois átomos de oxigênio.
A água pura é formada por moléculas compostas de dois átomos do
elemento químico hidrogênio e um átomo do elemento químico oxigênio.
Dessa maneira, é possível dizer que as moléculas são formadas pela
ligação entre dois ou mais átomos, do mesmo elemento ou de elementos
químicos distintos. Foi o cientista italiano Lorenzo Romano Amedeo Carlo
Avogadro (1776-1856) que inicialmente utilizou o termo molécula para
definir uma combinação de átomos.
ADILSON SECCO

Gás oxigênio Gás carbônico Água


Representação das moléculas de gás oxigênio, gás carbônico e água.

35

22:36 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 35
#FICA A DICA, Professor 17/07/22 09:59

No ano de 2017, quatro novos elementos químicos


foram ratificados no Brasil pela União Internacional
de Química Pura e Aplicada (Iupac), totalizando 118
elementos químicos. Para saber mais, acessar:
• ZIEGLER, Maria Fernanda. IUPAC ratifica, no Bra-
sil, quatro novos elementos químicos. Agência
Fapesp. São Paulo, 14 jul. 2017. Disponível em:
https://agencia.fapesp.br/iupac-ratifica-no-brasil-
-quatro-novos-elementos-quimicos/25670/. Aces-
so em: 20 jun. 2022.
35

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Algumas características Algumas características dos átomos
dos átomos Como estudamos, existem diferentes elementos químicos. Cada um apresenta
Para apresentar os elementos propriedades que conferem aos materiais as características que observamos neles,
químicos, pode-se mostrar algu- como a cor, a textura, a massa, entre outras. Por exemplo, as cores de um anel de
mas imagens de objetos de ouro ouro e outro de prata são características atribuídas às propriedades dos átomos que
e prata. Esses exemplos de mate- compõem cada um desses objetos.
riais foram escolhidos por serem Os elementos químicos são caracterizados pela quantidade de prótons que
apresentam em seu núcleo. Por exemplo, qualquer átomo que possua 6 prótons em
visualmente identificáveis por
seu núcleo é um átomo do elemento químico carbono; assim como qualquer átomo
meio de sua cor. Entretanto, é im-
que possua 1 próton em seu núcleo é um átomo do elemento químico hidrogênio.
portante ressaltar aos estudantes Denominamos número atômico, representado pela letra Z, o número de prótons
que, em razão do processamento (p) presentes nos átomos de determinado elemento químico:
e da mistura dos materiais, nem
Z=p
sempre é possível distinguir os
elementos químicos por meio Vimos que o núcleo, região em que estão os prótons e nêutrons, concentra a maior
dos sentidos. Por exemplo, uma parte da massa do átomo. A massa dos elétrons é quase insignificante quando comparada
medalha de ouro olímpica é à massa dessas outras partículas subatômicas. Assim, o somatório das quantidades de
constituída de aproximadamente prótons (p) e nêutrons (n) é denominado número de massa, representado pela letra A:
98,8% de prata e apenas 1,2% A=p+n
de ouro; e a medalha de bronze
Por convenção, um elemento químico pode ser representado de acordo com a
conta com aproximadamente
notação a seguir:
5% de zinco na composição.
O número de massa foi apre- Número de massa
Número atômico
A
Z
X Símbolo do átomo
do elemento químico
sentado para reforçar os concei-
3. 14
28
Si
tos de átomo e de elemento quí-
mico e será novamente abordado 3 O átomo do elemento químico silício, cujo símbolo é Si, possui 14 prótons e 14 nêutrons. Como
seria a notação desse elemento químico? Indique o número atômico e o número de massa.
ao se estudar a tabela periódica.

Isótopos
Professor, comen-
tar que cada Na natureza, um mesmo elemento químico pode apresentar diversidade
isótopo aparece no número de nêutrons presentes no núcleo, embora o número de prótons
na natureza com
seja sempre igual. Observe o exemplo do carbono.
determinada
frequência e que Representação No de prótons No de elétrons No de nêutrons
quase 99% do
carbono encon-
11
6
C 6 6 5
trado na natureza 12
6
C 6 6 6
é C12. 13
C 6 6 7
6
14
6
C 6 6 8

Átomos que apresentam o mesmo número de prótons, mas diferentes


números de nêutrons e, consequentemente, diferentes números de massa (A)
são chamados isótopos.

36

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36

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ORIENTAÇÕES
1. a) Não. Esses pensadores propuseram que o átomo era a partícula indivisível formadora de toda a matéria. O modelo Rutherford-
-Bohr propõe que o átomo é constituído de um núcleo central com partículas de carga positiva (prótons) e neutra (nêutrons). Ao
DIDÁTICAS
redor do núcleo está a eletrosfera, região em que partículas carregadas negativamente (elétrons) orbitam em movimento constante.
prótons), e pela eletrosfera, em que há
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. partículas de carga negativa (os elétrons).
ATIVIDADES
Agora, relacione cada afirmação ao 1. Esta atividade está relaciona-
1. Na época em que Leucipo e Demócrito cientista que a realizou: da à habilidade EF09CI03 e à
propuseram sua teoria sobre a matéria, a) Thomson. c) Rutherford. competência geral 4.
muitos filósofos defendiam a ideia de b) Dalton. d) Rutherford e Bohr. a) Comentar que, entre as teo-
que a matéria era constituída pelos ele- 3. I – a, II – d, III – b, IV – c.
mentos terra, ar, água e fogo. 4. Em seu caderno, copie o texto a seguir rias da época, a de Leucipo e
substituindo o símbolo n por uma das Demócrito era a que mais se
a) O conceito de átomo proposto por Leucipo
e Demócrito é o mesmo utilizado em
palavras a seguir. Cada palavra deve ser aproximava da teoria atual.
utilizada uma só vez.
modelos atômicos mais recentes, como b) Se achar interessante, or-
no caso de Rutherford-Bohr? Justifique ganizar os estudantes em
sua resposta. 1. b) Resposta pessoal. elétrons prótons núcleo
massa nêutrons grupos, de maneira que cada
b) Desenvolva uma tirinha de 4 a 6 quadrinhos
grupo desenvolva uma tirinha
que represente a evolução dos modelos
atômicos descritos no decorrer do Tema. Um átomo é constituído de um n
sobre um modelo atômico.
Em seguida, sugerir a troca
2. As plantas não conseguem assimilar os extremamente pequeno, carregado posi-
das produções entre eles. É
tivamente, rodeado por uma nuvem de
átomos do elemento químico nitrogê-
nio diretamente do ambiente por causa
n carregados negativamente. Embora possível expor na escola ou
da maneira como esses átomos estão
tipicamente o núcleo seja menos de dez divulgar nas redes sociais da
mil vezes menor que o átomo, o núcleo turma ou da escola as tirinhas
ligados. Em algumas plantas, ocorre a
contém mais de 99,9% da n do átomo! Os produzidas. Incentivar a uti-
associação de suas raízes com bactérias
núcleos são constituídos de partículas
que conseguem captar as moléculas do lização de diferentes lingua-
carregadas positivamente chamadas n
gás nitrogênio presente no ar e no solo, e de outras eletricamente neutras, cha- gens, propondo um trabalho
o que auxilia as plantas na absorção madas n. [...] em conjunto com os professo-
desse nutriente essencial. res de Arte.
LIVRO ABC da física nuclear. Departamento de Física
Nuclear: Instituto de Física da Universidade de São
ADILSON SECCO

N2
Paulo. São Paulo, c2022. Disponível em: https://portal. 2. Os elementos químicos são
if.usp.br/fnc/pt-br/p%C3%A1gina-de-livro/livro-abc-da-
f%C3%ADsica-nuclear. Acesso em: 21 jul. 2022.
conjuntos de átomos que
Representação da molécula de gás nitrogênio. 4. Ordem dos termos: núcleo; elétrons; têm as mesmas propriedades
2. Resposta nas Orientações para o professor. massa; prótons; nêutrons. físicas e químicas. Os átomos
Explique os termos em destaque no texto. 5. O oxigênio é o elemento químico mais são as partículas fundamen-
3. Leia algumas propostas que contribu- abundante na crosta terrestre e um dos tais submicroscópicas da
íram para que pudéssemos chegar ao elementos essenciais à vida de animais e
matéria. Já uma molécula é
modelo atômico atual. vegetais. Ele não apresenta cor, cheiro
nem gosto. formada pela ligação de dois
I. O átomo é divisível, pois consiste em uma ou mais átomos, do mesmo
esfera carregada positivamente com par- Observe a representação desse elemento
químico. 5. a) O número de elemento ou de elementos
tículas de carga negativa incrustadas nela. massa é A = 16 e o químicos distintos. Para mais
II. Os elétrons, que apresentam quantida- 16
O número atômico é
des específicas de energia, giram em
8
Z = 8.
informações sobre a fixação
torno do núcleo do átomo seguindo Com base nessas informações, responda. de nitrogênio, verificar a indi-
uma órbita circular. a) Quais são, respectivamente, o número de cação de leitura no #FICA A
III. Os átomos são partículas maciças e massa e o número atômico do oxigênio? DICA, Professor. A atividade
indivisíveis. b) Qual é o número de prótons que o oxi- tem como objetivo verificar
IV. O átomo é formado por um núcleo, em gênio apresenta? se os estudantes conceituam
que há partículas de carga positiva (os c) Qual é o número de nêutrons? adequadamente elemento
5. b) Como Z = p, o número de prótons do oxigênio é 8.
químico, átomo e molécula.
5. c) Como A = p + n, temos: 16 = 8 + n; portanto, n = 8.
37 3. Esta atividade contribui para
a mobilização da habilidade
EF09CI03 e para o desenvol-
22:42 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 37
#FICA A DICA, Professor
21/07/22 22:49
cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/459673/1/ vimento da competência
Para saber mais sobre fixação biológica de nitrogê- circTec35.pdf. Acesso em: 20 jun. 2022. específica 1. Conversar com
nio pela soja, acessar os links a seguir: • FIXAÇÃO Biológica de Nitrogênio em Soja. Embrapa. os estudantes sobre o desen-
• HUNGRIA, Mariangela; CAMPO, Rubens José; Brasília, DF, [2019?]. Disponível em: https://www. volvimento da Ciência como
MENDES, Iêda C. Fixação biológica de nitro- embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/ uma construção humana. Eles
gênio na cultura da soja. Londrina: Embrapa produto-servico/3780/fixacao-biologica-de- devem reconhecer as princi-
Soja, 2001. Disponível em: https://www.infoteca. nitrogenio-em-soja. Acesso em: 20 jun. 2022. pais contribuições dos pesqui-
sadores nos estudos do áto-
mo que possibilitaram chegar
à estrutura atômica atual.

37

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

4
4. A TABELA PERIÓDICA TEMA
Ao apresentar as contribui-
ções de diferentes pesquisadores
à elaboração da tabela periódica,
A TABELA PERIÓDICA
reconhecendo a Ciência como
um empreendimento humano
Desde a Antiguidade, alguns elementos químicos são conhecidos,
e a provisoriedade dos conheci-
mas somente a partir de meados do século XVII eles foram sendo siste-
mentos científicos, pode-se de-
maticamente descobertos.
senvolver a competência espe- John Dalton, que concebeu um dos primeiros modelos atômicos,
cífica 1. em seu livro mais importante, publicado em 1808, apresentou símbolos
Se julgar pertinente, explicar para representar elementos químicos e seus compostos, como mostra
aos estudantes que a massa atô- a imagem.
mica de um elemento químico é O sistema de símbolos proposto por Dalton foi subs-
SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL / FOTOARENA

calculada com base no átomo de tituído posteriormente pelo sistema do químico sueco Jöns
carbono, cuja massa (A) é 12 (isto Jacob Berzelius (1779-1848), que é utilizado até hoje.
é, possui 6 prótons e 6 nêutrons). Cada elemento químico conhecido tem um nome e
O carbono foi definido como um símbolo, que deve ser formado por uma ou duas letras
referência por ser o elemento do seu nome em latim ou em grego: a inicial deve ser
químico mais abundante na na- sempre maiúscula e a segunda letra, quando necessária,
tureza. sempre minúscula. A minúscula é usada se dois ou mais
O valor da massa atômica (ex- elementos tiverem a mesma inicial.
Em 1869, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleev
pressa em u) indica quantas vezes
(1834-1907) propôs a primeira tabela periódica para orga-
a massa do átomo é maior que
nizar os cerca de 60 elementos conhecidos até então, que
1 da massa do átomo de carbo- tinha como critério de organização o valor crescente de
12 massa atômica. Naquela época, ainda não eram conhe-
no. Entre os isótopos de carbono,
cidos os números atômicos dos elementos.
isto é, entre as variantes com di- A massa atômica expressa o valor correspondente à
ferentes números de nêutrons, média dos números de massa dos isótopos do elemento
o carbono 12 é o mais abun-
Símbolos criados por John Dalton para químico, considerando a frequência de cada um deles na
dante na natureza. O isótopo representar elementos químicos e natureza. Por isso, muitos valores de massa atômica entre
mais conhecido é o carbono 14 seus compostos. os elementos da tabela periódica são números decimais.
(6 prótons e 8 nêutrons), que é ra- Somente em 1913, o físico inglês Henry G. J. Moseley (1887-1915), assis-
dioativo e muito utilizado para a da- tente de Rutherford, demonstrou que havia relação entre o comportamento
tação de materiais arqueológicos. dos átomos de cada elemento químico e a carga presente em seus núcleos.
Ele expressou essa relação por um número inteiro denominado número
atômico. A descoberta de Moseley causou a reorganização da tabela peri-
ódica, que passou a ser em ordem crescente de número atômico.
A tabela periódica pode ser sempre consultada conforme a neces-
sidade. De acordo com as recomendações da União Internacional de
Química Pura e Aplicada (IUPAC), ela deve conter informações como nome
e símbolo dos elementos químicos, estado físico, massa atômica, número
atômico, entre outras. Observe a tabela periódica atual na próxima página.

38

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#FICA A DICA, Professor
Caso queira saber mais sobre a datação por car-
bono 14, acessar o site a seguir.
• DATAÇÃO por carbono-14. Monumento na-
cional ruínas engenho São Jorge dos eras-
mos. Santos, c2018. Disponível em: http://
www.engenho.prceu.usp.br/datacao-por-
carbono-14/. Acesso em: 20 jun. 2022.

38

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 38 18/08/22 22:01


09:59
Grupos


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
METAIS GRUPO GRUPO GRUPO GRUPO
METAIS GASES
ALCALINO- DO DO DO DO HALOGÊNIOS
ALCALINOS NOBRES
TERROSOS BORO CARBONO NITROGÊNIO OXIGÊNIO
ALEX ARGOZINO

1 2
1 H He

D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 39
Hidrogênio Hélio
1,01 H G 4,00
a Estado físico
s
3 4 Não e a 0 ºC e 105 Pa 5 6 7 8 9 10
metais s
n
2 Li Be o Li - Sólido B C N O F Ne
b

em: 20 jun. 2022.


Lítio Berílio r Br - Líquido Boro Carbono Nitrogênio Oxigênio Flúor Neônio
Metais e
6,94 9,01 s 10,8 12,0 14,0 16,0 19,0 20,2
H - Gasoso
11 12 Lantanídeos
13 14 15 16 17 18
Tc - Artificial
Actinídeos
3 Na Mg A Si P S C Ar

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV3.indd 39
Sódio Magnésio Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argônio

#FICA A DICA, Estudante


23,0 24,3 27,0 28,1 31,0 32,1 35,5 39,9
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Crômio Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio

mentos químicos da tabela periódica.


39,1 40,1 45,0 47,9 50,9 52,0 54,9 55,8 58,9 58,7 63,5 65,4 69,7 72,6 74,9 79,0 79,9 83,8
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
Rubídio Estrôncio Ítrio Zircônio Nióbio Molibdênio Tecnécio Rutênio Ródio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Antimônio Telúrio Iodo Xenônio
85,5 87,6 88,9 91,2 92,9 95,9 (98) 101,1 102,9 106,4 107,9 112,4 114,8 118,7 121,7 127,6 126,9 131,3
55 56 57-71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La- Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg T Pb Bi Po At Rn

em: https://www.tabelaperiodica.org/. Acesso


bela periódica.org. [S. l.], c2022. Disponível
TABELA periódica dos elementos químicos. Ta-
sidades, vídeos e aplicações no cotidiano dos ele-
No site a seguir, é possível observar fotos, curio-
6
Césio Bário Lu Háfnio Tântalo Tungstênio Rênio Ósmio Irídio Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polônio Astato Radônio
132,9 137,3 178,5 180,9 183,8 186,2 190,2 192,2 195,1 197,0 200,6 204,4 207,2 209,0 (209) (210) (222)
87 88 89-103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118

7 Fr Ra Ac- Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh F Mc Lv Ts Og
Frâncio Rádio Rutherfórdio Dúbnio Seabórgio Bóhrio Hássio Meitnério Darmstádtio Roentgênio Copernício Nihonium Fleróvio Moscouvium Livermório Tennessine Oganesson
(223) (226)
Lr (267) (268) (271) (270) (277) (276) (281) (281) (285) () (289) () (293) () ()

Períodos
LANTANÍDEOS

Número 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
atômico
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Símbolo Lantânio Cério Praseodímio Neodímio Promécio Samário Európio Gadolínio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túlio Itérbio Lutécio
138,9 140,1 140,9 144,2 (145) 150,4 152,0 157,2 158,9 162,5 164,9 167,3 168,9 173,0 175,0
Nome do elemento

Massa atômica ACTINÍDEOS


89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
Actínio Tório Protactínio Urânio Netúnio Plutônio Amerício Cúrio Berquélio Califórnio Einstênio Férmio Mendelévio Nobélio Laurêncio
(227) 232,0 231,0 238,0 (237) (244) (243) (247) (247) (251) (252) (257) (258) (259) (262)

Os valores da massa atômica foram arredondados para facilitar a leitura. Os valores que aparecem entre parênteses referem-se à massa do isótopo mais estável do elemento.
Elaborado com base em: PERIODIC Table of Elements. Internacional union of pure and applied chemistry (IUPAC). Carolina do Norte, 4 maio 2022. Disponível em: https://iupac.org/what-
we-do/periodic-table-of-elements/.
MEIJA, Juris et al. Atomic weights of the elements 2013 (IUPAC Technical Report). Pure and Applied Chemistry, v. 88, n. 3, p. 265-291, mar. 2016.
Disponível em: http://www.degruyter.com/view/j/pac.2016.88.issue-3/pac-2015-0305/pac-2015-0305.xml. Acessos em: 10 jun. 2022.

39
Tabela periódica.

17/07/22 09:59
DIDÁTICAS

sendo estudada.
ORIENTAÇÕES

xando-a mais compacta.


apresentado aos estudantes.

39
na primeira coluna, mas não

representá-los abaixo dela, dei-


da tabela, em geral, opta-se por
que, para facilitar a organização
situados nessa posição, mas
car que esses elementos estão
parte de baixo da tabela. Pedir
tabela presente no livro, para
providenciem uma cópia da
conteúdo. Se não for possível,
ria ficar exposta na sala de
manho ampliado, que pode-
Se possível, projetar a tabe-

sugerir aos estudantes que


é verificar se a escola possui

mesma coloração deles e expli-


bela periódica os quadrados de
à turma que identifique na ta-
elementos químicos situados na
Chamar a atenção para os
colar, esse conteúdo não foi
Considerando o momento es-
pertence a nenhum grupo.
hidrogênio está localizado
última camada eletrônica. O
quantidade de elétrons na
po, que contém elementos
coluna representa um gru-
ganizada em grupos; cada
A tabela periódica é or-

que tendem a ter a mesma


lado com a página que estiver
diferentes momentos, lado a
ção, ainda mais interessante,
ou transparência. Outra op-

que possam recorrer a ela em


aula durante todo o estudo do
uma tabela periódica em ta-
la periódica por meio de slides

29/08/22 21:57
ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Hidrogênio Cada célula da tabela periódica apresenta diversas informações
Se desejar, comentar com os sobre os elementos químicos. Observe a seguir como essas informa-
estudantes que as estrelas, entre ções estão organizadas.
elas o Sol, são formadas majori-
tariamente por hidrogênio no Número atômico, localizado na parte O símbolo do elemento químico
superior esquerda do símbolo do elemento. está representado ao centro.
estado físico de plasma. O hidro-

ALEX ARGOZINO
gênio tem papel fundamental
em diversas reações que ocorrem Massa atômica, localizada na parte O nome do elemento está
no interior das estrelas, incluindo inferior esquerda do símbolo do elemento. localizado abaixo de seu símbolo.

a formação de outros elementos Representação do elemento químico carbono na tabela periódica.


químicos por fissão e fusão nu-
clear, em um processo chamado Os elementos químicos podem ser organizados em conjuntos
nucleossíntese. de elementos químicos com propriedades semelhantes.
[…]
Antes de tudo é bom ressaltar Hidrogênio
que os processos que envolvem O hidrogênio (H) apresenta propriedades químicas pecu-
o surgimento de elementos quí- liares, ou seja, não apresenta características comuns a outros
micos não são reações químicas
elementos químicos da tabela periódica. Trata-se do elemento
convencionais. São processos de
químico mais abundante no Universo.
fusão e fissão nuclear. Ou seja,
O hidrogênio é empregado na indústria química, aeroespacial
processos em que átomos podem
ser fundidos (fusão) ou divididos (como combustível para foguetes e ônibus espaciais, por exemplo),
(fissão). De um modo geral tais automotiva, entre outras.
eventos são conhecidos como

ALEX ARGOZINO
nucleossíntese.
[…]
O primeiro processo de nucleos-
síntese natural foi o Big Bang,
com uma produção massiva de
elementos (e seus isótopos) quí-
micos que estão ali no início da Representação do
STEVE NESIUS/REUTERS/FOTOARENA

tabela periódica – hidrogênio e elemento químico


hélio –, tendo algum resquício de hidrogênio na tabela
formação de lítio, berílio e boro. periódica.
[…]
Elementos a partir do carbono
Foguete com propulsores de hidrogênio. Cabo Canaveral, EUA, 2022.
podem ser formados em pro- Desenvolvido pela Nasa, esse foguete de última geração terá como
cessos que ocorrem em estrelas. missão levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra para a Lua
Seguindo pela tabela periódica; e, possivelmente, terá missões para outros locais do Sistema Solar.
alguns elementos podem ser
formados em estrelas não mui-
to maiores do que o nosso Sol,
enquanto que outros elementos
com mais prótons e nêutrons
precisam de condições mais
drásticas, encontradas em estre-
las mais massivas. […] 40
HOLZLE, Luís Roberto B. Como surgiram os
elementos químicos? Tabela periódica.
org. [Bagé], 7 dez. 2016. Disponível em:
https://www.tabelaperiodica.org/como- Nasa, que permite a exploração
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 40 do espaço para 17/07/22 09:59 D3-C
surgiram-os-elementos-quimicos/. Acesso
em: 20 jun. 2022.
além da órbita da Terra. Artemis é o nome de
uma série de missões que esse foguete pretende
O hidrogênio possui três isóto- cumprir, o que inclui aterrissar na Lua a primeira
pos, que são o prótio (H1), o deu- mulher e a primeira pessoa negra, para uma ex-
tério (H2) e o trítio (H3). ploração maior que as anteriores. Cumprida essa
Se achar interessante, comen- missão, o próximo destino será levar os primeiros
tar que o foguete da fotografia astronautas para Marte.
é o Space Launch System, da

40

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Metais
Metais Questionar quais metais os
Os metais compreendem a maioria dos elementos da tabela peri- estudantes conhecem e quais
ódica, sendo encontrados no estado sólido à temperatura ambiente de são suas aplicações no cotidia-
25 °C, com exceção do elemento mercúrio, que é líquido. no. Alguns exemplos são:
As principais características apresentadas pelos metais são: • Ferro: ligas metálicas;
• boa condutividade, tanto de calor quanto de eletricidade;
• Chumbo: ligas metálicas, sol-
• ductilidade (facilidade de serem transformados em fios) e maleabili- da e proteção contra radia-
dade (facilidade de serem transformados em lâminas);
ção;
• brilho característico;
• Titânio: indústria aeroespa-
• altas temperaturas de fusão e de ebulição; cial e naval.
• alta densidade.
Retomar os conceitos de
O metal alumínio (Al) apresenta grande maleabilidade. Por não
condutividade térmica e elétri-
sofrer corrosão facilmente, pode ser empregado na confecção de emba-
lagens e de papel para embrulhar alimentos, por exemplo.
ca e de densidade.
Comentar sobre a impor-
tância de se realizar o descarte

SERGIY KUZMIN/SHUTTERSTOCK.COM
adequado de pilhas e baterias,
NATALIA KUPREYCHENKO/
SHUTTERSTOCK.COM

de modo a se evitar a contami-


nação do ambiente. Se possí-
vel, verificar antecipadamente
se existem pontos de coleta
Embalagem feita de alumínio e rolo de papel-alumínio. no bairro onde a escola se lo-
caliza e apresentá-los aos es-
Metais pesados tudantes. Alternativamente, é
possível solicitar que eles façam
Alguns metais estão presentes em baixas concentrações no corpo dos seres vivos e são uma pesquisa para identificar a
necessários para manter sua saúde. Entre eles estão o zinco, o magnésio, o cobalto e o ferro. presença de pontos de coleta
Entretanto, outros metais, como o chumbo, o mercúrio,
no bairro e que confeccionem
o cádmio, o crômio e o arsênio não existem naturalmente no
panfletos informativos sobre
corpo dos seres vivos e não desempenham nenhuma função
biológica. Dessa maneira, seu acúmulo nos organismos se torna
o tema, informando a locali-
prejudicial à saúde. Esses metais são popularmente conhecidos zação desses pontos. Os pan-
SAR IMAGENS

como metais pesados, e estão associados naturalmente a fletos podem ser entregues à
outros metais presentes em rochas. comunidade escolar, com o ob-
LEO BURGOS/PUL

Com o desenvolvimento da mineração, esses metais pas- jetivo de contribuir para a sua
saram a ser extraídos das rochas. No processo de extração, conscientização.
há contaminação do solo e da água, além da absorção pelos
seres vivos, que podem desenvolver problemas nos sistemas
nervoso, cardiovascular, digestório e urinário, bem como
diversos tipos de câncer. Coletor para pilhas e baterias.
As pilhas e baterias utilizadas em nosso cotidiano são grande fonte de metais pesados. Por
isso, seu descarte deve ser realizado de maneira correta, em postos de recolhimento apropriados.

41

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Não metais
Pedir aos estudantes que loca-
Não metais
lizem os elementos não metais Os não metais estão localizados mais à direita da tabela periódica,
em suas tabelas periódicas. Ao ficando entre os metais e os gases nobres. Eles podem ser encontrados
falar sobre as características dos nos três estados físicos, à temperatura ambiente. Por exemplo, à tem-
peratura ambiente, o oxigênio (O) é um gás e o bromo (Br), um líquido.
não metais, retomar os conceitos
As principais características apresentadas pelos não metais são:
de condução térmica e elétri-
ca, ductilidade e maleabilidade. • má condutividade de calor e de eletricidade;
Estabelecer comparações entre • baixa ductilidade e maleabilidade;
metais e não metais, consideran- • ausência de brilho característico;
do essas propriedades. • temperaturas de fusão e de ebulição variáveis;
• densidade variável.
Gases nobres
Os não metais são mais abundantes na natureza do que os metais.
Pedir aos estudantes que loca- Os organismos vivos são compostos, quase exclusivamente, de não metais.
lizem os gases nobres em suas ta-
belas periódicas. Comentar que
o hélio é o segundo elemento
Gases nobres
químico mais abundante do Uni- Os gases nobres são elementos químicos estáveis e não reagem
verso, estando atrás apenas do facilmente com outros elementos químicos. Eles demoraram a ser des-
hidrogênio. Ele também faz parte cobertos por apresentarem baixa reatividade, mesmo sendo encontrados
em quantidade considerável na atmosfera terrestre.
da composição de estrelas e rece-
Alguns gases nobres são mais leves (menos densos)
beu esse nome ao ser descober-
que o ar atmosférico, como o gás hélio (He). Dada
to pelo astrônomo francês Jules
essa característica, esse gás pode ser utilizado
Janssen (1824-1907) e pelo as- para encher balões de festa e meteorológicos,
trônomo inglês Norman Lockyer possibilitando que eles subam em direção às
(1836-1920), que, ao estudarem camadas superiores da atmosfera.
as emissões solares durante um
eclipse solar, notaram a presença
de um elemento químico desco-
nhecido e o chamaram de hélio,
em homenagem ao deus grego
do Sol (Helios).
Comentar que o argônio é uti-
lizado como gás de enchimento
em lâmpadas incandescentes
para prolongar a sua duração.

SUNNY STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM
Esse gás também é utilizado na
fabricação de lâmpadas fluores-
centes, conferindo-lhes uma co-
loração verde-azulada. Outro gás Balões de festa cheios
utilizado na fabricação de lâmpa- de gás hélio.
das fluorescentes é o neônio, que
confere a cor roxa à lâmpada. O
neônio também é chamado de 42
neon, por isso o nome das lâm-
padas de neon.
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42

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

• ATIVIDADES NÃO ESCREVA ATIVIDADES


NO LIVRO.

As atividades 1 a 4 requerem
a interpretação das informa-
1. Os sais minerais são importantes para a nutrição do corpo humano e têm diversas
funções no nosso organismo. Magnésio, cálcio, zinco, selênio e enxofre são alguns
ções presentes na tabela perió-
dos elementos químicos que formam os sais minerais. O magnésio, por exemplo, atua dica. Se os estudantes apresen-
diretamente em membranas celulares, afetando o relaxamento muscular. tarem dificuldades, ajudá-los
na busca.

EVAN LORNE/SHUTTERSTOCK.COM
1. Esta atividade aborda o tema
contemporâneo transver-
sal Educação alimentar e
nutricional. Reforçar a im-
portância de manter uma ali-
mentação balanceada, rica
em produtos naturais e não
processados.
a)
Elemento Número Massa
químico atômico atômica
Magnésio 12 24,3
Alguns alimentos naturais que são ricos em sais minerais.
Cálcio 20 40,1
Localize na tabela periódica os elementos químicos descritos no texto e faça o que se pede.
Zinco 30 65,4
a) Quais são seus números atômicos? E a massa atômica? Respostas nas Orientações para o professor.
b) Classifique esses elementos quanto ao caráter metálico. Selênio 34 79,0

c) Faça uma pesquisa e escreva exemplos de alimentos ricos em sais minerais. Enxofre 16 32,1

2. De acordo com as dicas a seguir, identifique o elemento químico correspondente na


b) Magnésio, cálcio e zinco
tabela periódica. 2. a) Hidrogênio. 2. c) Oxigênio. 2. e) Cálcio.
são metais; selênio e enxofre
a) Elemento que possui um único elétron. 2. b) Carbono. 2. d) Ouro. 2. f) Bromo.
são não metais.
b) Possui massa atômica de 12,0. 3. I, II e IV são verdadeiras.
c) Possui número atômico 8. III. Dos exemplos mencionados, apenas o fósforo e o enxofre são c) Para sugerir fontes confiá-
d) Possui número atômico 79. exemplos de não metais. veis de pesquisa, utilizar as
e) Possui massa atômica de 40,1.
V. Os gases nobres ocupam a 18a coluna da tabela periódica. indicações mencionadas no
VI. Por apresentar propriedades químicas peculiares, o hidrogê- #FICA A DICA, Estudante.
f) Possui 35 prótons. nio, apesar de estar localizado na primeira coluna, não pertence a
nenhum grupo da tabela periódica. Exemplos que podem ser ci-
3. Analise as afirmativas a seguir sobre a organização da tabela periódica e corrija as falsas. tados: uva, banana, abacate,
I. A tabela periódica é organizada em ordem crescente de número atômico. aveia, nozes, amendoim, gi-
II. São exemplos de metais: o ouro, o ródio e o manganês. rassol, castanha, leite, soja,
III. São exemplos de não metais: o fósforo, o enxofre e o cádmio. peixes, batata, beterraba,
IV. Os metais representam a maior parte dos elementos químicos da tabela periódica. couve e espinafre são ricos
V. Os gases nobres ocupam a primeira coluna da tabela periódica. em magnésio; amêndoa,
VI. O hidrogênio pertence ao grupo dos não metais. aveia, couve-manteiga, lei-
te, iogurte, queijo, agrião,
43 espinafre, brócolis, ovo e
banana são ricos em cálcio;
sardinha, amêndoa, casta-
08:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 43 17/07/22 09:59
nha-do-pará e carne bovina
#FICA A DICA, Estudante • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; NÚCLEO são ricos em zinco; castanha-
Para pesquisa sobre alimentos ricos em sais mine- DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALIMENTAÇÃO. -do-pará, farinha de trigo,
rais, indicar os sites a seguir para os estudantes. Tabela brasileira de composição de alimentos. pão francês, frango, arroz,
• ALIMENTAÇÃO Saudável. Biblioteca Virtual em Campinas: Nepa: Unicamp, 2011. Disponível em: ovo, carne bovina, feijão e
saúde. [S. l.], set. 2003. Disponível em: https:// https://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_ queijo são ricos em selênio;
bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/21alimentacao.html. edicao_ampliada_e_revisada.pdf?arquivo=1. Acesso couve cozida, agrião cozido,
Acesso em: 20 jun. 2022. em: 20 jun. 2022. couve-de-bruxelas, repolho,
couve-flor e nabo são ricos
em enxofre.

43

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 43 18/08/22 22:01


5. Ao trabalhar com a atividade,
relembrar o que foi estudado
sobre os diferentes tipos de
rocha em anos anteriores. Re-
tomar também a definição de 4. Em seu caderno, copie os dados a seguir e complete as informações, substituindo os
minério, que corresponde a símbolos pelas informações corretas, como mostra o exemplo do elemento químico boro.
uma rocha ou a um mineral de Elemento químico Símbolo Número atômico Massa atômica Classificação
valor econômico.
Boro B 5 10,8 Não metal
a) A bauxita é o minério bru-
to. Em sua composição, está l Silício Si l 14 l 28,1 l Não metal
a alumina (Al2O3), que será l Arsênio l As 33 l 74,9 l Não metal
processada e transformada em Radônio Rn l 86 l 222 l Gás nobre
alumínio.
Xenônio l Xe l 54 l 131,3 l Gás nobre
b) Os estudantes devem indi-
Bário l Ba l 56 l 137,3 l Metal
car que na célula entra o nome
do elemento, seu símbolo, seu l Mercúrio l Hg 80 l 200,6 l Metal
número atômico e sua massa
atômica. 5. O alumínio está presente em diversos utensílios com os quais temos contato em nosso
cotidiano, como panelas, talheres, latas, portas e janelas. Ele também é muito usado
na construção civil, nos transportes, nas embalagens, entre outros.
O alumínio é extraído do minério bauxita na forma de óxido de alumínio (Al2O3), também
chamado alumina. O Brasil possui grande reserva de bauxita de alta qualidade, e as maiores
reservas extrativistas estão presentes nos estados do Pará, de Goiás e de Minas Gerais.
Respostas nas Orientações para o professor.

MR. AMARIN JITNATHUM/SHUTTERSTOCK.COM


c) O alumínio é um metal, e o

KSANDR POBEDIMSKIY/
SHUTTERSTOCK.COM
oxigênio, um não metal.
d) Os metais possuem boa con-
dutividade térmica e elétrica,
são dúcteis e maleáveis, refle-
tem a luz, manifestando brilho
característico, possuem altas Bauxita. Alumínio processado.
temperaturas de fusão e de
ebulição e apresentam alta den- a) Qual é a diferença entre bauxita, alumina e alumínio?
sidade. Os não metais são maus b) Em seu caderno, desenhe as células da tabela periódica que contêm os elementos químicos
condutores de calor e de eletrici- presentes na alumina, indicando e explicando cada detalhe.
dade, são pouco dúcteis e pou- c) Os elementos químicos que formam a alumina são metais ou não metais?
co maleáveis, não apresentam d) Quais são as principais características dos metais? E dos não metais?
brilho característico, podem ser
encontrados nos três estados
6. O texto a seguir compara características dos metais e dos não metais. Copie-o em seu
caderno e utilize uma das palavras entre parênteses para substituir os símbolos.
físicos à temperatura ambiente
e constituem a base da compo- Os metais são encontrados no estado (sólido/líquido/gasoso) n à temperatura ambiente, com
sição dos organismos vivos. exceção do elemento mercúrio, que é (sólido/líquido/gasoso) n a 25 °C. Algumas características
apresentadas pelos metais são: (boa/má) n condutividade de calor e de eletricidade, temperaturas de
6. Os metais são encontrados no
fusão e de ebulição (altas/baixas/variáveis) n e densidade (alta/baixa/variável) n. Em contrapartida, os
estado sólido à temperatura
não metais podem ser encontrados nos três estados físicos à temperatura ambiente. Algumas carac-
ambiente, com exceção do ele- terísticas apresentadas pelos não metais são: (boa/má) n condutividade de calor e de eletricidade,
mento mercúrio, que é líquido temperaturas de fusão e de ebulição (altas/baixas/variáveis) n e densidade (alta/baixa/variável) n.
a 25 °C. Algumas característi-
Resposta nas Orientações para o professor.
cas apresentadas pelos metais
são: boa condutividade de calor
44
e de eletricidade, temperaturas
de fusão e de ebulição altas e
densidade alta. Em contrapar- D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV1.indd 44 19/07/22 08:11 D3-C

tida, os não metais podem ser


encontrados nos três estados
físicos à temperatura ambi-
ente. Algumas características
apresentadas pelos não metais
são: má condutividade de calor
e de eletricidade, temperaturas
de fusão e de ebulição variáveis
e densidade variável.

44

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ORIENTAÇÕES
1. Resposta pessoal. Professor, espera-se que os estudantes identifiquem que as reações DIDÁTICAS
químicas estão presentes em diversas situações, no ambiente e no cotidiano do ser

5
humano (não apenas em frascos de laboratório), e que essa era a mensagem da professora.
TEMA 5. BALANCEAMENTO E
BALANCEAMENTO E ANÁLISE DE REAÇÕES

ANÁLISE DE REAÇÕES QUÍMICAS NO AMBIENTE


Este Tema contribui para o
QUÍMICAS NO AMBIENTE desenvolvimento da habilidade
EF09CI02.
Analisar o quadrinho com os
Observe os quadrinhos a seguir e responda às questões. estudantes e questionar o que
eles pensam a respeito de rea-

ILUSTRAÇÕES: IVAN COUTINHO


O que eu penso quando minha professora fala sobre reações químicas: O que realmente ela está tentando dizer:
ções químicas. Perguntar se es-

ROMOLO TAVANI/SHUTTERSTOCK.COM
SHAIITH/SHUTTERSTOCK.COM

tão mais relacionadas ao primei-


ro ou ao segundo quadrinho.
Comentar que reações químicas
acontecem a todo momento
SOUVIKONLINE200521/SHUTTERSTOCK.COM NIKKYTOK/SHUTTERSTOCK.COM
em diversas situações no am-
biente ao nosso redor e dentro
1 O que a professora tenta dizer ao estudante sobre as reações químicas?
do nosso corpo. Esse assunto
2 Para você, qual é a importância de conhecer as características das reações químicas? será abordado durante o desen-
volvimento deste Tema.
As reações químicas estão presentes naturalmente no PIB: soma, em valores Sobre a estimativa de que
ambiente ou podem ser produzidas e controladas pelo ser monetários, de todos os bens processos de catálise, que
humano. Atualmente, estima-se que processos que aceleram ou e serviços finais produzidos em aceleram ou retardam reações
um ano, com o objetivo de medir
retardam reações químicas são responsáveis por aproximada- o nível de riqueza e a atividade químicas, são responsáveis
mente 35% do Produto Interno Bruto (PIB) da Terra. econômica de uma região (que por aproximadamente 35%
Compreender algumas propriedades básicas das reações pode ser o país, o estado ou o do PIB mundial, pode-se ob-
químicas e analisar sua presença no ambiente serão o foco de município, por exemplo).
ter mais informações no link
nosso estudo nesta parte da Unidade.
indicado no #FICA A DICA,
A representação gráfica de uma reação química é chamada equação química. Observe,
por exemplo, a reação entre o carbono e o gás oxigênio, formando o gás carbônico.
Professor.
Ao mostrar a molécula de
Nesta reação química,
Este número indica a quantidade de átomos do elemento gás carbônico, retomar com os
químico oxigênio em uma molécula de gás oxigênio.
o carbono e o gás oxigênio
são os reagentes.
estudantes que uma molécu-
C + O2 H CO2
O gás carbônico formado a partir la de água é formada por dois
dessa reação é o produto.
átomos de hidrogênio e um de
Representação de oxigênio. Reproduzir a reação
ADILSON SECCO

2. Resposta pessoal.
+ H
reação química O conhecimento das de formação da água na lousa,
na formação do características das
Carbono Gás oxigênio reações químicas
ressaltando quais são os produ-
gás carbônico. Gás carbônico
pode ser importante tos e quais são os reagentes.
A seta presente na equação indica a direção em que a reação ocorre. Dessa para reduzir os
maneira, a equação dada pode ser lida da seguinte maneira: um átomo de carbono impactos da inter-
(C) reage com uma molécula de gás oxigênio (O2) formando uma molécula de gás ferência humana
no ambiente (por
carbônico (CO2). Lembre-se de que uma molécula pode ser formada por átomos de um exemplo, evitando a
ou mais elementos químicos; nesse caso, dois átomos de oxigênio e um de carbono. emissão de poluentes
que contribuem com a ocorrência de chuva ácida), para aplicações em processos industriais (por exemplo,
a produção de energia), para evitar que objetos do cotidiano sejam danificados (por exemplo, evitando a
ferrugem em objetos que contenham ferro), entre outros. 45

08:11 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 45 21/07/22 22:50


#FICA A DICA, Professor
Para mais informações sobre os processos de catá-
lise, acessar o link a seguir.
• NOGUEIRA, Pablo. Desenvolvedores de ferramenta
para construção de moléculas levam o Prêmio Nobel
de Química de 2021. Jornal da Unesp, São Pau-
lo, 7 out. 2021. Disponível em: https://jornal.unesp.
br/2021/10/06/desenvolvedores-de-ferramenta-pa-
ra-construcao-de-moleculas-levam-o-premio-nobel-
-de-quimica-de-2021/. Acesso em: 20 jun. 2022.

45

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Comparar as equações quími- Em uma equação química, o estado físico em que uma substância
cas da formação do gás carbôni- se encontra também pode ser representado. Vamos retomar o exemplo
co e da formação da água. da formação de gás carbônico.
Explicar aos estudantes que a
primeira equação é representati- C (s) + O2 (g) H CO2 (g)
va e que a ocorrência do carbono
livre na natureza é rara.
Nessa reação, o carbono está no estado sólido; por isso, a letra “s”
Comentar que a formação de
entre parênteses. Já o gás oxigênio e o gás carbônico estão no estado
gás carbônico geralmente ocorre
gasoso; por isso a letra “g” entre parênteses. Para substâncias no estado
por reações químicas semelhan- líquido, utiliza-se a letra “l “ e, para substâncias que estejam em meio
tes à da queima da parafina. Se aquoso, ou seja, dissolvidas em água, utilizam-se as letras “aq”.
desejar, mencionar que essa é Observe agora um exemplo de reação química que tem como
uma reação de combustão. Expli- produto a água.
car que a parafina é um derivado
do petróleo e, se julgar interes- 2 H2 (g) + O2 (g) H 2 H2O (l)
sante, comentar que a queima
completa da gasolina (também
Observe que, nesse caso, além das indicações de estado físico, temos
derivada do petróleo) e do etanol
um coeficiente, o número 2, antes da molécula de gás hidrogênio (2 H2).
ocorre de maneira semelhante:
Ele indica o número de átomos ou moléculas. Dessa maneira, esse exemplo
pode ser lido como: duas moléculas de gás hidrogênio (2 H2) reagem com
Gasolina:
uma molécula de gás oxigênio (O2) formando duas moléculas de água
2 C8H18 + 25 O2 H 16 CO2 + 18 H2O
(2 H2O). Perceba que o coeficiente 1, que indicaria o envolvimento de uma
Etanol: molécula de gás oxigênio nessa reação, é omitido.
C2H6O + 3 O2 H 2 CO2 + 3 H2O
3. O gás hidrogênio e o
gás oxigênio estão no 3 Quais são os estados físicos dos reagentes e dos produtos da reação de
estado gasoso, e a água, formação da água?
no estado líquido.
4. Duas moléculas de
parafina reagem com Observe a equação química que representa a queima da parafina.
67 moléculas de gás
Vamos considerar uma molécula de parafina com 22 átomos de carbono
oxigênio e formam 44
moléculas de gás carbô- e 46 átomos de hidrogênio (C22H46). Assim:
nico e 46 moléculas de
água.
2 C22H46 + 67 O2 H 44 CO2 + 46 H2O

DARIABUMBLEBEE/SHUTTERSTOCK.COM
Como poderia ser lida
a reação de queima da
parafina mostrada?

Vela acesa, com a parafina


sendo consumida.

46

Comentários sobre
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 46 4. O objetivo desta atividade é reforçar o entendi- 21/07/22 22:52 D3-C

as atividades mento dos estudantes sobre o que representa


cada item de uma equação química. Explicar
3. A atividade tem o objetivo de promover a inter- que o coeficiente representa a quantidade de
pretação das informações contidas na equação
moléculas necessárias para que ocorra aquela
química. Chamar a atenção dos estudantes para
o fato de dois gases, ao reagir, formarem uma reação específica. Já o número que vem à di-
substância líquida nas mesmas condições de reita do elemento químico representa a quan-
temperatura e pressão. Isso ocorre porque as tidade de átomos daquele elemento químico
diferentes combinações resultam em moléculas naquela molécula. Se desejar, apresentar,
com características e propriedades físicas e quí- neste momento, outras equações químicas e
micas específicas e distintas das originais. repetir a atividade.
46

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Balanceamento de
Balanceamento de reações químicas reações químicas
Com base na lei estabelecida por Lavoisier, é possível concluir que, em uma equação Após explicar o primeiro pa-
que representa uma reação química, a quantidade de átomos de cada elemento químico
rágrafo sobre o balanceamento
deve ser a mesma nos reagentes e nos produtos. Quando adequamos as quantidades de
átomos de cada elemento químico, dizemos que a equação está balanceada.
das equações químicas, repro-
Existem diversas maneiras de realizar o balanceamento de uma equação química. duzir na lousa a reação de for-
Utilizaremos o balanceamento por tentativa. mação da água e uma tabela
Para iniciar nosso estudo, vamos retomar a formação da água a partir da reação para o número de elementos
química do gás hidrogênio com o gás oxigênio. químicos nos reagentes e nos
produtos.
H2 + O2 H H2O Ler a atividade 5 com os es-
tudantes e pedir a um voluntá-
Para verificar se uma equação química está balanceada, é preciso ter certeza de que
a quantidade de átomos de um elemento químico participante da reação seja a mesma, rio que vá até a lousa e que faça
tanto no lado dos reagentes quanto no lado dos produtos. Um primeiro passo possível o balanceamento da reação,
seria organizar um resumo dessas informações. Assim, no caso da reação química citada: modificando também os valo-
res na tabela. Fazer esse exer-
Elementos químicos presentes na reação H O
cício com a turma até que eles
Quantidade de átomos presentes nos reagentes 2 2
consigam chegar à equação
Quantidade de átomos presentes nos produtos 2 1 balanceada.
Porque a quantidade de átomos de oxigênio no lado Durante a atividade 6, auxi-
5 Por que essa equação química não está balanceada? dos produtos é menor do que no lado dos reagentes.
liar os estudantes nos cálculos,
multiplicando o número do co-
Para balancear a equação, sugerimos começar pelo elemento químico que se encon- eficiente pelo número de áto-
tra desbalanceado. Assim, se temos dois átomos de oxigênio nos reagentes, precisamos mos de cada um dos elementos
colocar o coeficiente 2 no lado dos produtos. Mas, como o produto é uma molécula de
químicos.
água, não podemos colocar o coeficiente simplesmente antes do oxigênio, ele deve ser
posto antes de toda a molécula. Dessa forma, teremos a situação a seguir.
A equação de formação da
água é uma reação de síntese
x
H2 + O2 H 2 H2O, sendo que H2 + O2 H 2 H2O ou adição, em que dois rea-
x gentes se unem para formar
um único produto. Ela pode
O coeficiente vai multiplicar tanto os átomos de hidrogênio quanto o de oxigênio ser representada da seguinte
da molécula de água. Assim, ao retomar o resumo para conferir os elementos, teremos:
maneira:
Elementos químicos presentes na reação H O
Quantidade de átomos presentes nos reagentes 2 2 A + B H AB
Quantidade de átomos presentes nos produtos 4 2
Os tipos de reações químicas
Perceba que foi possível balancear os átomos de oxigênio, mas (adição, decomposição, sim-
os átomos do elemento químico hidrogênio foram desbalanceados. O
6 A equação química do
ples troca e dupla troca) não
final da página está ba-
próximo passo será balanceá-lo. Para isso, basta inserir o coeficiente lanceada? Como você foram apresentados aos es-
2 antes do gás hidrogênio, um dos reagentes. Assim: faria essa verificação? tudantes, mas, se julgar perti-
6. Sim, essa equação nente, explicá-los. Mesmo sem
2 H2 + O2 H 2 H2O química possui quatro átomos de hidrogênio e
dois átomos de oxigênio nos reagentes e a mesma
entrar em detalhes, nas ativida-
quantidade de átomos desses dois elementos químicos no produto. Professor, auxiliar os estudantes na des propostas, procuramos dar
contagem dos elementos químicos e na organização desses dados na lousa. 47 exemplos dos diferentes tipos
de reações químicas.

22:52 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 47 17/07/22 10:00

47

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Na reação de queima do pro- PAKHN
Y USH
CH Agora, vamos realizar o balanceamento da reação de queima de
pano, temos a presença do oxigê- Y /S
HU
um combustível chamado propano (C3H8), um dos componentes do gás
nio nos dois produtos formados.

TT
ER
de cozinha. Nas reações de combustão, o combustível reage com o

ST
OC
Orientar os estudantes a sempre

K.C
gás oxigênio (O2) do ar liberando energia térmica na forma de calor e

OM
iniciar o balanceamento partindo formando gás carbônico (CO2) e água (H2O). Observe.
do elemento químico que apare-
ce apenas uma vez de cada lado C3H8 (g) + O2 (g) H CO2 (g) + H2O (g)
da reação. No exemplo pode ser
o hidrogênio ou o carbono. Para balancear a equação, sugerimos começar pelo elemento
Explicar que, para a repre- químico que está desbalanceado. Nesse caso, iniciaremos o balancea-
sentação de uma equação, os Chama de fogão. mento igualando a quantidade de átomos de carbono.
coeficientes devem ser sempre
números inteiros, os menores C3H8 (g) + O2 (g) H 3 CO2 (g) + H2O (g)
possíveis.
A outra equação descrita na Então, realizaremos o balanceamento do hidrogênio.
página (entre tetracloreto de silí-
cio e magnésio) é uma reação de C3H8 (g) + O2 (g) H 3 CO2 (g) + 4 H2O (g)
simples troca ou deslocamento.
Ela pode ser representada da se- Por último, vamos balancear o oxigênio.
guinte maneira:
C3H8 (g) + 5 O2 (g) H 3 CO2 (g) + 4 H2O (g)
AB + C H A + CB

Com o balanceamento do oxigênio, essa equação química fica


Se desejar, escrever essa repre- S Z AS Z-
FAB balanceada, pois possui três átomos de carbono, oito átomos de hidro-
sentação na lousa, embaixo da I AN
JO
ZS gênio e dez átomos de oxigênio nos reagentes e a mesma quantidade
EF
equação, para facilitar a visuali- de átomos desses elementos químicos nos produtos.
/S
HU

zação pelos estudantes.


TT
ER

Agora, vamos realizar o balanceamento da reação do tetracloreto de


STO
CK .C O

Da mesma maneira que na silício (SiCl4) líquido com o magnésio (Mg) sólido, formando silício elemen-
M

equação anterior, os coeficientes tar (Si) e cloreto de magnésio (MgCl2). O silício é empregado, por exemplo,
devem ser os menores números na produção de equipamentos eletrônicos, como os chips de computador.
inteiros possíveis. Iniciaremos o balanceamento pelo único elemento que está desba-
lanceado na equação, que, nesse caso, é o cloro.
Outro tipo de reação química é
a reação de dupla troca, em que SiCl4 (l) + Mg (s) H Si (s) + 2 MgCl2 (s)
dois reagentes originam dois pro- Chip de computador
contendo silício.
dutos diferentes dos originais.
7. Essa equação química possui Perceba que, ao balancear o cloro, o magnésio foi desbalanceado.
Ela pode ser representada da se- Assim, ajustaremos a quantidade de átomos do magnésio nos reagentes.
um átomo de silício, quatro
guinte maneira: átomos de cloro e dois átomos
de magnésio nos reagentes e a SiCl4 (l) + 2 Mg (s) H Si (s) + 2 MgCl2 (s)
AB + CD H AD + BC mesma quantidade de átomos
desses três elementos químicos
nos produtos. Professor, auxiliar
Um exemplo de reação de du- os estudantes na contagem dos 7 Faça o quadro de balanceamento correspondente à equação da reação do te-
pla troca é a formação do sal de elementos químicos para a com- tracloreto de silício com o magnésio, para demonstrar que ela está balanceada.
cozinha (cloreto de sódio): posição do quadro.

NaOH + HCl H NaCl + H2O 48


Se julgar pertinente, explicar
que, quando a quebra aconte- D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 48 17/07/22 10:00 D3-C

ce por temperatura, a reação se


chama pirólise ou termólise. Se
ela ocorre por causa da passa-
gem de uma corrente elétrica,
recebe o nome de eletrólise e, se
ocorre por causa da radiação lu-
minosa, se chama fotólise.

48

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 48 18/08/22 22:01


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Reações químicas
Reações químicas no ambiente S HEPHO
TOS/
S HU
TTE
RS no ambiente
TO
CK
As reações químicas são fundamentais para o desen- .CO
M Este conteúdo contribui para
volvimento, a evolução e a manutenção da vida na Terra. o desenvolvimento da compe-
Entretanto, algumas podem provocar impactos negati-
tência específica 3.
vos no ambiente. Vamos estudar alguns exemplos de
A reação da fotossíntese foi
reações necessárias à existência da vida e de reações
que a prejudicam.
apresentada de maneira simpli-
A fotossíntese é realizada pelas plantas, algas ficada, respeitando a época es-
e por algumas bactérias. Essa reação ocorre sob a colar e os objetivos propostos.
presença de luz, na qual gás carbônico (CO2) e água Ao comentar a degradação
(H2O) reagem formando glicose (C6H12O6) e gás oxi- do gás ozônio, retomar os ob-
gênio (O2). A glicose produzida é distribuída às células jetivos e os resultados do proto-
da planta e vai constituir uma fonte de energia para a colo de Montreal, estudado em
própria planta e para os herbívoros que dela se alimenta- anos anteriores. A retomada
rem. O gás oxigênio, por sua vez, é liberado na atmosfera desses assuntos pode auxiliar
e será utilizado na respiração de grande parte dos seres vivos. os estudantes a resolver a ativi-
Observe. Planta sob a luz solar. dade 4 da página 51.
Explicar que o uso de cloro-
luz
6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2 fuorcarbonetos (CFCs) e outras
moléculas está eliminado no
A respiração celular é um processo realizado pelos seres vivos Brasil desde 2010. Os hidro-
que produz a energia necessária ao funcionamento de suas células. clorofluorcarbonos (HCFCs) e
Para tanto, em muitos seres vivos ocorre uma reação entre glicose os hidrofluorcarbonetos (HFCs)
(C6H12O6) e gás oxigênio (O2), resultando na formação de gás carbô- ainda se encontram em uso,
nico (CO2) e água (H2O). Observe a seguir a equação que representa a com estimativa de eliminação
respiração celular. até o ano de 2040 e de redução
de 80% até o ano de 2045, res-
C6H12O6 + 6 O2 H 6 CO2 + 6 H2O pectivamente.

A degradação e a formação de gás ozônio na estratosfera


são processos que ocorrem naturalmente, em decorrência da interação
desse gás com a radiação ultravioleta do Sol. A degradação de uma
molécula de gás ozônio (O3) resulta em um átomo de oxigênio (O) e
em uma molécula de gás oxigênio (O2), conforme representado na
equação a seguir.

O3 H O2 + O

Os produtos formados nessa reação, por outro lado, podem se


recombinar e produzir gás ozônio novamente.

O2 + O H O3

49

10:00 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 49 17/07/22 10:00


#FICA A DICA, Professor Para saber mais sobre a formação da chuva ácida,
acessar:
Para saber mais sobre as reações químicas que
ocorrem na atmosfera, acessar: • LANGANKE, Roberto. Chuva ácida. Conservação
para Ensino Médio. São Paulo, [2019?]. Disponível
• KERR, Américo S. Notas sobre poluição do ar-III.
em: http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/
E-disciplinas USP. São Paulo, 2013. Disponível em:
des_chuva.htm. Acesso em: 20 jun. 2022.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/231751/
mod_resource/content/1/polu_fotoq2013.pdf. Aces-
so em: 20 jun. 2022.

49

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV1.indd 49 22/08/22 16:01


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Após a leitura de alguns exem-
A formação e a degradação natural de gás ozônio são reações
plos de reações químicas no am-
que ocorrem de forma equilibrada, o que mantém a camada de ozônio
biente, realizar com a turma a
estável. Contudo, poluentes emitidos por atividades humanas podem
atividade descrita na seção Am- interferir nesse processo.
pliando. Algumas substâncias que contêm cloro (Cl) em sua composição
promovem a quebra da molécula de gás ozônio, o que altera o equilíbrio
AMPLIANDO
das reações citadas. Observe a equação química a seguir.
Organizar a turma em grupos
e pedir que cada um escolha um
Cl + O3 H ClO + O2
exemplo de fenômeno que ocorre
no ambiente e que envolve reações
químicas. Os grupos podem esco- A diminuição da concentração de ozônio na estratosfera resulta
lher fenômenos citados no livro ou na formação de um buraco na camada de ozônio. Como a camada
pesquisados em outra fonte. de ozônio auxilia a filtrar os raios ultravioleta do Sol, sua ausência ou
Cada grupo deve fazer uma pes- redução se torna prejudicial à vida.
quisa na internet sobre o que é o A formação de chuva ácida decorre da
fenômeno selecionado, identificar emissão de altos níveis de poluentes atmosféricos
as reações químicas que o causam, gerados por atividades humanas, como o dióxido de
explicar sua importância ambiental enxofre (SO2), emitido na queima de combustíveis
e descrever a relação do ser huma- fósseis que possuem enxofre (S) em sua composição.
no com ele. Na atmosfera, o dióxido de enxofre (SO2) pode reagir
Depois, o grupo deve utilizar um com o gás oxigênio (O2) e formar trióxido de enxofre
programa de edição de textos para (SO3), conforme representado a seguir.
escrever um texto com os dados
ANDY LAUWERS/ALAMY/FOTOARENA

encontrados e buscar imagens re- 2 SO2 + O2 H 2 SO3


lacionadas ao assunto.
A partir do texto e das imagens, Este, por sua vez, pode reagir com a água (H2O),
cada grupo deverá montar um formando ácido sulfúrico (H2SO4). Observe a reação a
roteiro de vídeo de até 2 minutos seguir.
para divulgação dessas informa-
ções. O objetivo é que essa ativi-
SO3 + H2O H H2SO4
dade contribua para disseminar
conhecimentos com a comunida-
de escolar sobre o fato de que as A chuva ácida pode prejudicar a qualidade do solo,
reações químicas não são realiza- ocasionar a morte de seres vivos, provocar irritações e
das apenas em laboratórios, elas problemas no trato respiratório humano, além de acar-
acontecem o tempo todo ao nosso retar a corrosão de construções e obras arquitetônicas.
redor. Professor, a chuva ácida pode acontecer de maneira natural em
Orientar os estudantes a produ- algumas condições. Entretanto, destaca-se aqui um exemplo da
interferência humana no ambiente.
zir o vídeo e, após sua validação,
postar na rede social da escola ou
da turma.

Monumento corroído pela chuva ácida


em Dunmow (Reino Unido), 2019.

50

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ozônio (O3) resulta em um áto-
3. b) O gás carbônico (CO2) e a fuligem (representada pelo carbono) contribuem com a intensificação do efeito estufa. O monóxido mo de oxigênio (O) e em uma
de carbono (CO) é tóxico para boa parte dos seres vivos, pois pode provocar asfixia, e a fuligem pode causar problemas respira-
tórios. Possíveis soluções envolvem reduzir/evitar a queima de combustíveis fósseis, como reduzir a quantidade de veículos em molécula de gás oxigênio (O2).
circulação nas cidades, investir em fontes alternativas de energia, entre outras. Os produtos formados nessa
II. Metano + oxigênio H fuligem + água
• NÃO ESCREVA
NO LIVRO. ATIVIDADES CH4 + O2 H C + H2O
reação podem se recombinar e
produzir gás ozônio novamen-
a) Realize o balanceamento das equações te. No entanto, poluentes emi-
1. Realize o balanceamento das equações químicas apresentadas.
químicas a seguir. tidos por atividades humanas
b) Com exceção da água, os produtos
a) SO2 + NaOH H Na2SO3 + H2O podem interferir nesse proces-
formados na combustão do metano
b) Al2O3 + HCl H AlCl3 + H2O configuram-se como poluentes. Forme so, alterando o equilíbrio das
c) Mg + HCl H MgCl2 + H2 um grupo com seus colegas e reali- reações citadas.
zem uma pesquisa sobre os principais b) Degradação natural do gás
2. Considere a equação não balanceada
2. c) 72 moléculas de CO2 e 72 moléculas de H2O.

impactos provocados por esses pro-


a seguir, que representa a respiração
ozônio: O3 H O2 + O
dutos. Depois, registrem os resultados
celular. 2. a) C6H12O6 + 6 O2 H 6 CO2 + 6 H2O encontrados e proponham soluções Formação do gás ozônio:
para reduzir esses impactos. O2 + O H O3
C6H12O6 + O2 H CO2 + H2O
4. Um estudo publicado em 2021 na Degradação do gás ozônio pro-
revista Nature estimou alguns impac- vocada por substâncias na at-
a) Realize o balanceamento da equação. tos ambientais que poderiam ocorrer mosfera que apresentam cloro:
b) Quantas moléculas de glicose e de gás com a destruição progressiva da Cl + O3 H ClO + O2
oxigênio são necessárias para a forma- camada de ozônio, decorrente de
ção de 24 moléculas de gás carbônico?
c) A destruição progressiva da
atividades humanas. Entre eles, está
camada de ozônio expõe a su-
c) Quantas moléculas de gás carbônico e o aumento dos níveis de dióxido de
de água serão formadas, caso 12 molé- perfície terrestre a maiores ta-
carbono na atmosfera. Isso porque
culas de glicose estejam em reação? a alta exposição à radiação ultravio-
xas de radiação ultravioleta do
Sol, o que dificulta a realização
3. A queima de combustíveis fósseis é leta do Sol dificultaria a realização da
da fotossíntese por boa parte
uma reação de combustão, na qual o fotossíntese e, consequentemente, o
2. b) 4 moléculas de C6H12O6 e 24 moléculas de O2.

crescimento de plantas. das plantas. Com isso, menor


combustível reage com o gás oxigênio
Respostas nas Orientações para o professor. quantidade de gás carbônico
(O2) liberando água (H2O) e gás carbô- Considerando as informações do enun-
nico (CO2) como produtos. Neste caso, é absorvida pelas plantas, re-
ciado e seus conhecimentos sobre o
é chamada combustão completa. assunto, responda às questões a seguir.
sultando no aumento de seus
Entretanto, podem ser formados a) Explique como ocorrem a formação e a
níveis atmosféricos.
outros produtos como monóxido de degradação naturais do ozônio. Depois, d) O Protocolo de Montreal
carbono (CO) e fuligem, representada explique como atividades humanas tem como objetivo a proteção
por carbono (C), por causa da falta podem interferir nesse processo. da camada de ozônio. Entre
de oxigênio para reagir com o com- b) Indique as equações que representam as as medidas a serem adotadas
bustível. Esta é chamada combustão reações químicas mencionadas no item
anterior.
pelos países signatários estão
incompleta.
c) Explique por que a destruição progres-
a eliminação da produção e do
A seguir, observe estes exemplos da
siva da camada de ozônio pode levar consumo das substâncias que
combustão do gás metano (CH4), pre-
sente em diversas fontes, como minas ao aumento dos níveis de dióxido de ocasionam a destruição da ca-
de carvão, vulcões, decomposição
carbono na atmosfera. mada de ozônio.
de resíduos orgânicos, entre outros, d) Os impactos sobre a camada de ozônio
foram reduzidos com a adoção inter- #FICA A DICA, Professor
sob diferentes quantidades de gás
nacional do Protocolo de Montreal.
oxigênio. Realize uma pesquisa sobre as medidas Para saber mais sobre o artigo
I. Metano + oxigênio H gás carbônico + água determinadas por esse protocolo e da Nature citado na atividade 4,
CH4 + O2 H CO2 + H2O registre-as. recomendamos a leitura do texto
1. a) SO2 + 2 NaOH H Na2SO3 + H2O 3. a) CH4 + 2 O2 H CO2 + 2 H2O a seguir.
1. b) Al2O3 + 6 HCl H 2 AlCl3 + 3 H2O
1. c) Mg + 2 HCl H MgCl2 + H2
CH4 + O2 H C + 2 H2O 51 • TORRES, Wyllian. Estudo
confirma que proteger a camada
de ozônio ajuda a manter o
clima global. Canaltech. [S. l.],
10:00 D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 51 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS multiplicar os coeficientes dos reagentes
17/07/22 e10:00
da
27 ago. 2021. Disponível em:
água por 4. https://canaltech.com.br/meio-
ATIVIDADES c) Considerando a equação balanceada, para ambiente/estudo-confirma-
balancear novamente, basta multiplicar os coe- que-proteger-a-camada-de-
As atividades 1 a 3 contribuem para a mobili- ozonio-ajuda-a-manter-o-clima-
zação da habilidade EF09CI02. As atividades 3 e ficientes do gás oxigênio e dos produtos por 12. global-194013/. Acesso em: 27
4 possibilitam o desenvolvimento do tema con- maio 2022.
4. a) A degradação e a formação de gás ozônio
temporâneo transversal Educação ambiental.
na estratosfera ocorrem naturalmente pela in-
2. b) Considerando a equação balanceada, com 4 teração desse gás com a radiação ultravioleta
vezes mais moléculas de gás carbônico, basta do Sol. A degradação de uma molécula de gás
51

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As atividades 5 a 7 contribuem
para a mobilização da habilidade
EF09CI02.
5. a) 3 Nb2O5 + Fe2O3 + 12 Al H 6 Nb + 2 Fe + 6 Al2O3
5. Como leitura complementar
sobre o nióbio, sugerimos o
5. O Brasil é o maior produtor do mundo de nióbio (Nb), um elemento químico metálico
que pode ser encontrado na natureza em jazidas de pirocloro, um minério constituído
texto indicado no #FICA A de óxido de nióbio V (Nb2O5).
DICA, Professor.
A partir do minério extraído das jazidas, pode-se obter o nióbio em diversas

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


b) Espera-se que os estudantes formas comercializáveis, sendo uma delas a liga metálica ferro-nióbio.
encontrem como aplicações Essa liga é obtida por meio de uma reação química entre óxido de
do nióbio a produção de ligas nióbio V (Nb2O5), óxido de ferro III (Fe2O3) e alumínio (Al). Além da
de aço, baterias de carros elé- liga metálica ferro-nióbio, nessa reação, também é formado o óxido
tricos, implantes ortopédicos, de alumínio (Al2O3). Observe a equação a seguir.
turbinas aeronáuticas etc. Cristal de pirocloro,
do qual se obtém o
6. b) Espera-se que os estudan- Nb2O5 + Fe2O3 + Al H Nb + Fe + Al2O3
nióbio.
tes encontrem que é possí-
vel revestir alguns materiais, Considerando as informações apresentadas e seus conhecimentos, faça o que se pede.
como portões e cercas, com a) Realize o balanceamento da equação química presente no enunciado.
produtos à base de óleo, o b) Forme uma dupla com um colega e realizem uma pesquisa sobre as aplicações do nióbio.
que impede o contato do fer- Apresentem os resultados da pesquisa em um relatório. Resposta pessoal.
ro com o gás oxigênio do ar. 6. Uma evidência da ocorrência de reações químicas é a formação de ferrugem em mate-
Outra possibilidade é evitar riais que apresentam ferro em sua composição, como portões, cercas, pregos e outros.
que objetos como pregos e A ferrugem é formada a partir da reação do ferro (Fe) com o gás oxigênio (O2), presente
palhas de aço fiquem úmidos no ar, e com a água (H2O), conforme representado na equação a seguir.
por muito tempo ou evitar
6. a) Não.
que sejam armazenados em Fe + O2 + H2O H Fe(OH)2
2 Fe + O2 + 2 H2O H 2 Fe(OH)2
locais úmidos, o que impede o
contato do ferro com a água. a) A equação química apresentada no enunciado está balanceada? Caso ela não esteja, realize
Em ambos os casos, impede- o balanceamento.
-se a ocorrência da reação. b) Realize uma pesquisa sobre formas de evitar a formação de ferrugem em objetos do coti-
diano. Registre os resultados e os compartilhe com os membros de sua família, de modo a
auxiliá-los a preservar a condição dos objetos que utilizam. Resposta pessoal.

7. O óxido de cálcio (CaO), também conhecido por cal viva, costuma ser utilizado na
construção civil para o endurecimento da argamassa de cimento. Para tanto, o óxido
de cálcio precisa ser hidratado (acréscimo de água), o que resulta na formação da cal
hidratada (Ca(OH)2), conforme representado na equação química a seguir.

CaO + H2O H Ca(OH)2

A cal hidratada, então, reage com o gás carbônico (CO2) presente no ar, formando
carbonato de cálcio (CaCO3) e água. Observe a reação a seguir.

Ca(OH)2 + CO2 H CaCO3 + H2O

Analise se as equações químicas apresentadas estão balanceadas. Caso não estejam,


realize o balanceamento dessas equações. As equações químicas estão balanceadas.

52

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#FICA A DICA, Professor
Para mais informações sobre o nióbio, acessar o
link a seguir.
• SILVA, Cristina S. Nióbio. In: BRASIL. Agência
nacional de mineração. Balanço mineral brasileiro
2001. Brasília, DF: ANM, 2001. Disponível em:
https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-
conteudo/dnpm/paginas/balanco-mineral/arquivos/
balanco-mineral-brasileiro-2001-niobio. Acesso em:
20 jun. 2022.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
1. Quanto maior a temperatura da água, maior a rapidez
OFICINA com que as bolhas de gás carbônico se formaram. OFICINA CIENTÍFICA
CIENTÍFICA 2. A temperatura na geladeira é mais baixa do que a tem-
peratura ambiente, o que reduz a agitação das moléculas,
um possível contato com outras moléculas e a rapidez
Nesta seção, os estudantes
devem verificar que a tempe-
com que uma reação química pode acontecer. Dessa ratura influencia no desenvolvi-
maneira, os alimentos duram mais na geladeira.
mento de uma reação química.
Taxa de desenvolvimento das reações químicas Esta seção contribui para o de-
senvolvimento da competên-
Primeiras ideias cia geral 2 e da competência
Você acha que a temperatura poderia influenciar a taxa de desenvolvimento de uma reação específica 2. Reservar uma
química, isto é, a rapidez com que ela ocorre? Forme um grupo com mais três colegas, pensem aula no cronograma para a rea-
sobre o assunto e, em seguida, realizem a atividade. lização da oficina.
Se possível, manter a água
• Preciso de... aquecida e a água gelada em
garrafas térmicas ou providen-
• 3 comprimidos efervescentes; • 100 mL de água gelada; ciá-las na cozinha da escola no
• 3 copos descartáveis de plástico transparente; • 100 mL de água quente; momento da prática. É impor-
• 100 mL de água à temperatura ambiente; • caneta hidrográfica. tante que a água esteja apenas
aquecida, e não fervendo.
• Mãos à obra É preciso que os compri-
midos sejam soltos próximos
A. Numerem os copos de 1 a 3 e os coloquem um ao lado do outro ao copo e ao mesmo tempo,
sobre uma mesa.
para que o resultado seja com-
B. Coloquem 100 mL de água à temperatura ambiente no copo 1
parável. Se desejar, levar um
e 100 mL de água gelada no copo 2.
cronômetro e marcar o tempo
C. Peçam ao professor que coloque 100 mL de água quente no

LUCAS FARAUJ
copo 3. que cada comprimido leva para
D. Um dos membros do grupo deve segurar dois comprimidos efer- parar de borbulhar. O tempo
vescentes, cada um com uma mão, à mesma altura, sobre os
1 2 3 marcado no cronômetro indica
copos com água gelada e com água à temperatura ambiente. a velocidade da reação.
E. Outro membro do grupo deve segurar o terceiro comprimido sobre Representação das etapas D e E. Aproveitar o momento para
o copo com água quente, à mesma altura que os outros dois. alertar aos estudantes que os
IMAGENS FORA AS CORES NÃO
F. Contem até três e soltem todos os comprimidos ao mesmo tempo nos copos. DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. comprimidos efervescentes só
G. Observem o que acontece e anotem os resultados. devem ser tomados sob reco-
mendação médica.
Ao final do experimento, pe-
• E aí? NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
dir à turma que discuta os resul-
tados e responda às perguntas
1 Um dos produtos da reação do comprimido efervescente com a água é o gás carbônico, que pode ser no caderno. Em seguida, con-
observado por meio da formação de bolhas. O que vocês puderam observar nessa atividade em relação versar com os estudantes sobre
a esse fato? as observações feitas durante
2 Para conservar muitos alimentos e retardar seu processo de decomposição, costumamos mantê-los na esta prática.
geladeira. Relacionem essa informação com a atividade desenvolvida. As atividades da seção têm
o objetivo de levar os estudan-
tes a relacionar a temperatura
53 ao desenvolvimento da reação.
Retomar o conteúdo sobre
energia térmica, relacionando
10:00 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 53 21/07/22 22:58 a influência da temperatura à
agitação das moléculas.
1. Questionar aos estudantes qual comprimido 2. Esta atividade contribui para o desenvolvi-
foi consumido mais rapidamente. É esperado mento do tema contemporâneo transversal
que o comprimido colocado na água quente Educação alimentar e nutricional, ao rela-
tenha sido consumido num espaço de tempo cionar a taxa de desenvolvimento das reações
mais curto que os demais. químicas aos processos de decomposição de
alimentos e às práticas de conservação.

53

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O ASSUNTO É... Professor, as ilustrações deste infográfico represen-

Esta seção contribui para o


desenvolvimento do tema con-
O ASSUNTO É... tam somente uma das aplicações dos elementos
químicos descritos. Se desejar, orientar os estu-
dantes a desenvolverem uma ilustração para cada
aplicação destes elementos.
temporâneo transversal Ciência
e Tecnologia. Aplicações dos
Pedir aos estudantes que obser-
vem a tabela periódica desta pági- elementos químicos
na e explicar que alguns exemplos
Atualmente, a tabela periódica possui 92
de aplicação dos elementos quí-
elementos naturais e 26 elementos sintéticos.
micos estão mostrados.
Entretanto, há estudos para a produção de novos LÍTIO (Li)
Retomar o significado de nú- elementos químicos sintéticos em andamento. • Utilizado na produção de
mero atômico e relembrar que a Os elementos químicos podem ser aplica- pilhas e baterias, graxas e
tabela periódica está organizada dos em diversas áreas, como saúde, agricultura, lubrificantes para peças
metálicas e medicamentos
de acordo com o número atômi- análise e monitoramento ambiental, segurança, antidepressivos.
co dos elementos químicos. energia, comunicação e transporte. Observe
Sobre novos elementos quí- alguns exemplos.
micos sintéticos, ler o trecho a
seguir.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
Uma equipe de cientistas do
Japão está tentando [...] iniciar AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
mais uma fila de elementos na
tabela periódica [...]. A conquista
em questão foi batizada de unu- TITÂNIO (Ti)
nênio, o elemento 119 da tabela, • Utilizado em implantes dentários,
foguetes, tintas e esmaltes
"nunca visto e nunca criado na de cor branca e moedas.
história do universo", segundo o
físico Hideto Enyo, que encabeça
o projeto. AMERÍCIO (Am)
[…] Em setembro [de 2017], ele TÂNTALO (Ta) • Utilizado em
previu, em uma conferência, que • Utilizado na fabricação de eletrônicos, detectores de
como celulares, implantes médicos e fumaça.
não só o elemento 119, mas tam- lentes de câmeras fotográficas.
bém o 120 (unbinílio), surgiriam
em um prazo de cinco anos.
Dos 118 elementos da tabela,
apenas os 92 primeiros são en-
contrados na superfície terrestre
e apresentam núcleos estáveis
– o limite é o elemento urânio.
Do 93 em diante (neptúnio), os CÚRIO (Cm)
ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO

elementos são considerados ar- • Empregado em


tificiais ou sintéticos, e são obti- equipamentos
presentes em
dos por meio de experimentos de robôs que estão
laboratório, às vezes estáveis por na superfície do
alguns poucos segundos. planeta Marte,
para análise de
ROCHA, Camilo. Como cientistas tentam minerais de solo
criar o elemento 119 da tabela periódica.
Nexo Jornal, São Paulo, 10 jan. 2018.
54 e rochas.

Disponível em: https://www.nexojornal.


com.br/expresso/2018/01/10/Como-
cientistas-tentam-criar-o-elemento-
119-da-tabela-peri%C3%B3dica. arranjos e reações químicas
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24_AV3.indd 54 entre esses elemen- zado em aplicações tecnológicas. A fórmula quí- 21/07/22 23:05 D3-C
Acesso em: 20 jun. 2022.
tos químicos. mica da melcherita é Ba2Na2Mg[Nb6O19] ? 6 H2O.
Segundo o texto, 92 elemen- Entretanto, ainda existem muitos materiais a Assim, os estudos sobre as reações e os arran-
tos químicos são encontrados na serem descobertos no ambiente. Por exemplo, em jos que os elementos químicos podem realizar
superfície terrestre. Isso significa 2018, pesquisadores brasileiros descobriram um entre si são importantes para a descoberta de
que quase todos os materiais que novo mineral, chamado de melcherita. Por conter novos materiais, que podem ter diferentes apli-
conhecemos são originados de nióbio, esse mineral tem possibilidade de ser utili- cações em nosso cotidiano.

54

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Comentários sobre
as atividades
PALÁDIO (Pd)
1. Incentivar os estudantes a
• Empregado no controle da
poluição, como catalisador apontar qual das aplicações
em escapamentos de carros, citadas lhes chamou mais a
e na produção de ouro
branco, de instrumentos
atenção.
cirúrgicos e de detector de
monóxido de carbono. 2. Esta atividade contribui para
BORO (B)
• Aplicado em cerâmicas, vidros,
o desenvolvimento da com-
fogos de artifício (cor verde), sabões, petência geral 5 e da com-
detergentes, colírios, antissépticos e petência específica 6. Cada
defensivos agrícolas, por exemplo.
dupla de estudantes pode

ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO


escolher pelo menos três ele-
mentos químicos. Se achar
adequado, indicar quais ele-
mentos cada dupla deve pes-
quisar, para que um grande
SELÊNIO (Se) número seja contemplado.
• Aplicado na produção de
xampus anticaspa, Mostrar como trabalhar com
vidros e painéis solares. slides e estimular a busca por
informações em sites confiá-
veis da internet. Assim, as
apresentações serão enrique-
cedoras e chamarão a aten-
ção dos estudantes. No dia
BROMO (Br) da apresentação, montar um
• Empregado na fabricação quadro na lousa com as áreas
de materiais usados
para retardar incêndios, na de aplicação descritas no início
limpeza de piscinas, em desta seção. Pedir aos estu-
medicamentos e corantes.
dantes que apontem quais dos
# FICA A DICA elementos pesquisados por
eles podem ser usados nessas
Conheça as aplicações de outros elementos quí- áreas de aplicação. Outra ma-
Elaborado com base em: HOLZLE, Luís R. B. micos acessando a tabela periódica interativa no
Tabela periódica com aplicações dos elementos
site disponível em: https://www.tabelaperiodica. neira de conduzir a atividade é
químicos. Tabela periódica.org. Bagé, c2022.
Disponível em: https://www.tabelaperiodica. org/tabela-periodica-com-aplicacoes-dos-ele pedir que os próprios estudan-
org/tabela-periodica-com-aplicacoes-dos- mentos-quimicos/. Acesso em: 29 mar. 2022. tes montem um quadro com
elementos-quimicos/. Acesso em: 7 jul. 2022.
os elementos apresentados na
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. seção e os que foram pesqui-
2. Professor, orientar os estudantes na execução desta atividade. sados e a indicação das áreas
1 Você conhecia alguma das aplicações dos elementos químicos apresentados? Converse com de aplicação. Exemplo de qua-
seus colegas sobre elas. Resposta pessoal.
dro com alguns elementos:
2 Em dupla, realizem uma pesquisa na internet sobre as aplicações de três elementos químicos
não apresentados anteriormente. Montem uma apresentação de slides para a sala, com figu- Áreas de Elementos
aplicação químicos
ras, textos e, se possível, vídeos que expliquem as aplicações desses elementos. Utilizem o link
indicado no boxe #FICA A DICA como fonte para pesquisa. Saúde Li, Ti, Se, Am, Ta, Pd

Agricultura B

55 Análise e
monitoramento Cm, Pd
ambiental
Segurança Am
23:05 AVALIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U1-LA-G24.indd 55 17/07/22 10:00
Setor energético Li, Se
Durante o desenvolvimento dos Temas, é possível Comunicação Li, Ta
avaliar os conhecimentos dos estudantes. Neste mo-
Transporte Ti
mento, sugerimos uma avaliação que compreenda
os conteúdos presentes em toda a Unidade 1, ao
longo da qual puderam desenvolver e mobilizar as
habilidades EF09CI01, EF09CI02 e EF09CI03. Ver
orientações sobre avaliações na página XLVIII deste
Manual do professor.

55

D2-F2-2104-CIE-V9-U1-MP-012-055-G24_AV3.indd 55 26/08/22 15:36


BNCC NA UNIDADE

2
Competências
Gerais: 2, 3, 5, 8, 9 e 10
Específicas: 2, 4, 6, 7 e 8
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI05

• EF09CI07

Temas contemporâneos
transversais
• Diversidade cultural
ONDAS E SOM
• Educação em direitos humanos

• Ciência e Tecnologia

• Saúde

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas As ondas são fenômenos comumente
contemporâneos transversais podem presentes em nosso cotidiano. Na ima-
ser desenvolvidos no trabalho com gem é possível perceber a formação de
esta Unidade na seção BNCC na ondas na superfície da água causadas
prática da página LXII deste pelo movimento do barco e pelo vento.
Nesse caso, são ondas observáveis.
Manual do professor.
Em outros casos, as ondas não são
observadas, mas seus efeitos podem
ser percebidos, como o aquecimento da
pele pela luz solar ou o som emitido de
ORIENTAÇÕES algum lugar.
DIDÁTICAS Nesta Unidade, iniciaremos nosso
estudo sobre as ondas, abordando suas
ABERTURA DE UNIDADE propriedades gerais e algumas carac-
ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

terísticas comuns aos diferentes tipos


As páginas de abertura da de onda, como sua velocidade e propa-
Unidade têm o objetivo de apre- gação no ambiente. Posteriormente,
sentar uma situação relaciona- estudaremos as ondas sonoras e suas
da à formação e à propagação características específicas.
de ondas. No caso, o contexto
escolhido foi a formação e pro-
pagação de ondas em um meio
material, a água, por causa do
movimento de uma embarca-
ção, que causa a perturbação
nesse meio material.
Destacar que, apesar de a
embarcação remexer a água du-
rante o movimento, causando o
seu deslocamento, a análise das
ondas formadas deve ser feita
nos locais ao redor da embar- 56
cação onde a água está apenas
oscilando para cima e para baixo,
enquanto as ondas se propagam, perceberam a propagação
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 56 de ondas, verificando 4 da página 74, que aborda uma montagem 17/07/22 10:01 D3-C

já que ondas consistem no trans- a coerência nas respostas dos estudantes. Pode- que representa um telefone feito de latas e um
porte apenas de energia, e não -se citar que é possível perceber ondas em cor- barbante. Com esta montagem os estudantes
de matéria. das, na vibração em uma mesa quando recebe poderão verificar que as ondas sonoras gera-
O termo "meio material" deve uma batida e em ondas sonoras (que são percep-
das dentro de uma lata vibram sua estrutura,
ser enfatizado, pois será comum tíveis nas orelhas, mas também podem causar
e a vibração é propagada pelo barbante até a
utilizá-lo ao longo dos estudos vibração de paredes e janelas, podendo até ser
das ondas, tanto mecânicas perceptíveis pelo sentido do tato). outra lata. Não é esperado que os estudantes
quanto eletromagnéticas. Ques- Como sugestão para este início de estudos, respondam corretamente a esta questão neste
tionar os estudantes em quais juntamente à análise destas páginas de aber- momento, mas apenas que percebam as ondas
outros meios materiais eles já tura pode-se realizar na prática a atividade se propagando em um meio material.
56

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV2.indd 56 23/08/22 21:02


Comentários sobre
as atividades
1. Os estudantes podem citar
1 Na fotografia, é possível observar a formação de qualquer situação que gere
ondas provocadas pelo movimento do barco. Cite perturbação na água, como o
outras situações que poderiam gerar ondas na movimento de peixes próximo
água como as que você observou na imagem.
à superfície, a queda de uma
Resposta pessoal.
2 Se você colocar um barquinho de papel no centro rocha, a chuva, o vento, entre
de uma bacia com água em um dia sem vento outras situações.
algum e jogar uma pequena rocha na água, sem
que ela toque no barquinho, o movimento das 2. Neste momento não se espera
ondas formadas será capaz de empurrar o barco que os estudantes respondam
até a parede da bacia? Resposta pessoal. que não; entretanto, o ques-
tionamento objetiva chamar
3 Considere o som emitido pelo motor do barco. Ele
a atenção deles para um fenô-
está se propagando somente pelo ar? Converse com
os colegas. Não. O som pode se propagar em meios materiais, meno que talvez nunca tenham
como na água e em objetos sólidos. percebido e incentivar sua curio-
sidade sobre o assunto. Nas
orientações didáticas para o
assunto Propriedades das
ondas, página 60 deste Ma-
nual do professor, é sugerido
demonstrar a situação propos-
ta nesta atividade, com uma
bacia contendo água e algo
que flutue, como uma rolha de
cortiça, por exemplo. Fazen-
do perturbações na água dis-
tantes do objeto flutuante, os
estudantes poderão observar
que a onda passa pelo objeto,
que se move apenas na vertical
(para cima e para baixo), sem
se movimentar na horizontal.
Esta demonstração pode ser
feita neste momento e repe-
tida posteriormente.
3. Perguntar aos estudantes se
tiveram a experiência de pes-
car e escutar expressões popu-
lares como "fale baixo senão
assusta os peixes". Verificar se
inferem a resposta da questão
Embarcação no rio Cassiporé em Oiapoque
(AP), 2018, formando ondas na água.
a partir de uma situação do
cotidiano, o que auxilia no de-
senvolvimento de conceitos.
57

10:01 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 57 17/07/22 10:01

57

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

1
1. ONDAS TEMA
O recurso escolhido para iniciar
os estudos contribui para abordar
o tema contemporâneo transver- ONDAS
sal Diversidade cultural.
O boxe #FICA A DICA contri- Observe a fotografia a seguir.
bui para o desenvolvimento da

SERGIO PEDREIRA/PULSAR IMAGENS


competência específica 2. 1. A visão e a audição.
Para esta introdução ao estu- Professor, os estudantes
do das ondas, propomos uma também podem citar o tato.
análise sobre as formas de trans- 2. Professor, os estudantes
podem citar situações que
missão de informações relacio- envolvam som ou luz, como
nadas aos sentidos humanos, as vozes e os sons emitidos
mais especificamente ao sentido pelos instrumentos e os
movimentos do corpo dos
da visão, que recebe informações artistas, além da luz solar.
pela luz (onda eletromagnética),
e ao sentido da audição, que
recebe informações pelo som
(onda mecânica). Essa forma de
Apresentação de grupo de samba de roda, em Terra Nova (BA), 2019.
abordagem inicial sugerida pos-
sibilita relacionar duas formas de 1 Que sentidos do corpo são, provavelmente, mais estimulados em uma apre-
transmissão de informação por 3. Os olhos (órgãos da sentação como essa?
visão) são sensíveis às
ondas de naturezas distintas. ondas emitidas pela luz 2 Cite duas situações na imagem nas quais as ondas estejam presentes.
Fazer uma revisão geral dos solar; as orelhas (órgãos
da audição), às ondas 3 Relacione os sentidos do corpo citados na questão 1 com as ondas da
conteúdos sobre os sentidos es- questão 2.
sonoras emitidas pelos
tudados anteriormente, desta- instrumentos e produzidas 4 A fotografia mostra uma apresentação cultural que envolve dança e música,
cando que tanto a visão quanto pelo corpo das pessoas que percebemos como luz e som, ou como ondas luminosas e sonoras. Além
a audição funcionam com base ao cantar, bater palmas
dessas, a literatura, a culinária, as pinturas e as esculturas são expressões cul-
e pisar no chão, por
em estímulos nervosos. Explicar exemplo. turais e artísticas que podem representar a cultura de um povo. Com qual delas
que é comum dizer que enxerga- você mais se identifica? Por quê? Converse com os colegas sobre o assunto.
4. Resposta pessoal.
mos com os olhos e escutamos
com as orelhas, mas na verdade Seja em um show, seja em uma sessão de cinema, ou mesmo em uma
simples conversa entre amigos, a todo momento recebemos estímulos que
esses órgãos são receptores, e os
são captados pelos órgãos dos sentidos. Em nosso corpo, esses estímulos são
estímulos recebidos são enviados
pelo sistema nervoso ao cérebro,
# FICA A DICA interpretados e traduzidos pelo sistema nervoso. Usualmente, esses estímulos
são provocados por perturbações no espaço à nossa volta, que se propagam
onde são interpretados. Acesse o link a seguir e
por meio de movimentos e oscilações periódicas, que chamamos ondas.
aprenda uma maneira
Perguntar que tipo de informa- de perceber os efeitos O som e a luz são dois exemplos de transmissão de informações
ção podemos detectar utilizando de uma onda sonora. que chegam até nós por meio de ondas. Agora, reflita: quando a luz
o sentido do tato, destacando Disponível em: http:// ou o som chega ao nosso corpo, traz consigo algum tipo de matéria?
chc.org.br/acervo/a-for Algum átomo ou molécula?
que podemos detectar algo pelo ca-do-som/. Acesso em:
tato sem que sejamos tocados, 26 abr. 2022.
Vamos estudar algumas das propriedades presentes nas ondas da
luz e do som a partir de agora, para responder a essa pergunta.
como ocorre quando nos apro-
ximamos de algo com tempera-
tura elevada e sentimos o calor
58
transmitido por irradiação, forma
de transmissão de calor por on-
das eletromagnéticas, no caso, o Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 58 17/07/22 10:01 D3-C

infravermelho. O mesmo ocorre As atividades 1 a 4 permitem verificar se os es- pressão artístico-cultural. Incentivar os que pra-
quando sentimos o calor trans- tudantes reconhecem a luz e o som como ondas. ticam a compartilhar suas experiências com a
mitido pelo Sol, quando se pode 4. O objetivo da questão é valorizar as diversas ma- turma. Incentivar o contato dos estudantes com
acrescentar que, além das ondas nifestações artísticas e culturais. Perguntar aos essas manifestações, sugerindo visitas a museus
que transmitem calor, o Sol tam- estudantes se eles praticam algum tipo de ex- ou a apresentações artísticas e culturais.
bém emite ondas que podem
ser nocivas aos seres humanos,
como a radiação ultravioleta.

58

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 58 18/08/22 15:59


propagou sem que nenhuma ma-
téria tenha se deslocado efetiva-
mente.
Neste exemplo, temos a pro-
Classificação das ondas pagação de uma onda mecâni-
As ondas podem ser classificadas quanto à sua natureza como mecânicas ou ca. Nesta condução sugerida, é
eletromagnéticas. Em ambos os casos, ocorre transporte de energia sem que exista possível mencionar também a
o transporte de matéria. onda sonora provocada, que se
propaga pelo ar, mas não causa
Ondas mecânicas seu deslocamento. A respeito
das ondas sonoras serem ondas
Nas ondas mecânicas, a energia é propagada por
mecânicas, dizer que, em algu-

KEATTIKORN/SHUTTERSTOCK.COM
um meio material. O som é um exemplo de onda mecâ-
nica. Usualmente, os sons que percebemos se propagam
mas situações, elas podem ser
pelo ar. Entretanto, eles podem se propagar em meios percebidas pelas orelhas, mas
líquidos, como ocorre com o canto das baleias dentro da também por vibrações causadas
água, ou em meios sólidos, como quando encostamos a em partes do nosso corpo.
orelha sobre uma mesa e percebemos o som produzido Já no caso das ondas eletro-
por leves batidas que podemos fazer nela com os dedos. magnéticas, a energia é propa-
Além do som, são exemplos de ondas mecânicas gada sem a necessidade de um
as perturbações geradas na água após a queda de uma Ondas mecânicas se propagando pela meio material. Diferenciar com
gota, a vibração da corda de um violão, entre outros. água, um meio material. os estudantes a percepção da luz
e do som, pois, quando estamos
Ondas mecânicas e o vácuo em um ambiente iluminado, com
exceção dos olhos, nenhuma
Você já assistiu a um filme de ficção científica com barulhentas e coloridas explosões no
outra parte do corpo pode de-
espaço? No espaço existe vácuo, ou seja, não há um meio material para o som – um tipo de
onda mecânica – se propagar. Dessa maneira, se os filmes de ficção fossem elaborados com tectar a luz no ambiente. Caso
base nos conhecimentos científicos, as explosões no espaço seriam absolutamente silenciosas. algum estudante diga que pode-
mos perceber a luz pelo tato, por
causa do calor emitido por ela,

WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES/LUCASFILM LTD./


COURTESY EVERETT COLLECTION/FOTOARENA
explicar que, nesse caso, trata-se
de outra onda eletromagnética,
chamada infravermelha, que
será estudada com mais detalhes
na próxima Unidade.
Explicar que tanto a luz visível
quanto o infravermelho e o ul-
travioleta são emitidos pelo Sol e
alcançam a Terra se propagando
Cena do filme STAR Wars: episódio VIII – Os últimos Jedi. Direção: Rian Johnson. EUA: Lucasfilm,
2017. DVD (152 min).
por uma região onde não existe
nenhum meio material.
A respeito da luz e das outras
Ondas eletromagnéticas radiações, destacamos sua natu-
As ondas eletromagnéticas transportam energia sem a necessidade de um meio reza dual, isto é, que ela pode se
material. Luz, ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, ultravioleta e raios X são comportar como uma onda em
exemplos de ondas eletromagnéticas. algumas situações e como uma
Nesta Unidade, estudaremos com mais detalhes as ondas mecânicas. As ondas
partícula em outras, porém esses
eletromagnéticas serão abordadas na Unidade seguinte.
comportamentos jamais ocorrem
simultaneamente. Basicamente,
59 a luz tem comportamento de
onda em sua propagação, sendo
uma perturbação que se propaga
10:01 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 59 17/07/22 10:01 com frequência e comprimento
No caso, pode-se pedir que algum estudante co- de onda, podendo sofrer fenô-
Classificação das ondas menos que são exclusivamente
loque a mão em uma extremidade de uma mesa,
Ao discutir a classificação das ondas com os es- porta ou outro objeto sólido, e então dê uma ba- ondulatórios, como refração, di-
tudantes, é importante enfatizar o primeiro pará- fração e interferência. Já quando
tida em uma extremidade oposta, de forma que
grafo apresentado, que é a característica geral de interage com alguns materiais, a
o estudante sinta a vibração provocada. Explicar luz pode ter comportamento de
uma onda, seja ela mecânica ou eletromagnéti- que a batida forneceu energia à estrutura do ob- partícula (ou corpuscular). Para
ca: uma onda transporta energia sem que ocorra jeto, e esta energia se propagou pelo material até este momento dos estudos, va-
transporte de matéria. Verificar a necessidade de outro ponto, porém, não ocorreu deslocamento mos estudar apenas o comporta-
mais explicações desta propriedade das ondas. de pedaços do objeto. Dessa forma, a energia se mento de onda da luz.
59

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Propriedades das ondas
Caso seja possível, representar
Propriedades das ondas
a situação do barco utilizando As ondas mecânicas e as ondas eletromagnéticas apresentam pro-
uma bacia com água e algo que priedades comuns. Para estudar essas propriedades, vamos considerar
flutue, como uma rolha de cor- algumas ondas mecânicas como exemplos.
Imagine um barco em repouso em relação à água. Caso uma onda
tiça, por exemplo. A realização
se propague pela água, um meio material, ela o fará oscilar para cima
desta prática foi sugerida nas
e para baixo, como ilustra a imagem a seguir. Nesse exemplo, o sentido
orientações das páginas de aber-
de deslocamento da onda é para a direita; entretanto, o barco não é
tura desta Unidade, durante uma AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
deslocado com a onda: ele apenas oscila para cima e para baixo.
discussão prévia sobre o assunto.
Ela pode ser repetida ou realizada

TEL COELHO/GIZ DE CERA


pela primeira vez neste momen-
to. Após encher parte da bacia
com água e colocar o objeto para
flutuar, provocar algumas ondas
na água e pedir aos estudantes
que observem a propagação das
ondas e o objeto flutuando, que
deve apenas se mover para cima
e para baixo, enquanto a onda
passa por ele. Esta é outra forma Representação de barco se deslocando para cima e para baixo quando uma
onda passa por ele.
de demonstrar a característica
principal das ondas: transporte Imagine, agora, uma corda com uma das extremidades presa a
de energia sem que ocorra trans- uma parede e a outra, na mão de uma pessoa, que começa a movi-
porte de matéria. mentá-la para cima e para baixo, repetidas vezes, de forma sincronizada.
Verificar também a possibilidade A imagem a seguir ilustra a formação de uma onda nessa corda.
de fazer uma demonstração de Sentido de propagação
ondas utilizando uma corda não Movimento da mão da onda pela corda
para cima e para baixo
elástica com uma das extremidades
presa a um ponto fixo. Segurando

SELMA CAPARROZ
a corda esticada na horizontal,
iniciar movimentos para cima e
para baixo de forma sincronizada,
mostrando que a energia forne-
cida à extremidade da corda se
propaga, na forma de ondas, por Elaborado com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: termodinâmica e ondas.
toda a extensão da corda. Assim 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. p. 114.

como já mencionado na condu- Representação de ondas produzidas ao se movimentar uma corda.


ção proposta por uma batida em Perceba que a energia se propaga pela corda, que é um meio
um objeto sólido, é importante material. Nessa situação, enquanto a energia é transferida, cada pedaço
que observem que as partes da de corda oscila para cima e para baixo, e não para a frente. Essa é uma
corda não se moveram de uma das características das ondas: não transportar matéria.
extremidade a outra, mas apenas
oscilaram de acordo com a oscilação 60
da mão (fonte das ondas). Nessa
demonstração, as ondas geradas
vão refletir na extremidade fixa D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 60 17/07/22 10:01 D3-C
da corda, podendo interferir com
as novas ondas que estão sendo
geradas, o que não será analisado
nesta ocasião.

60

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Uma onda pode ser esquematizada como na ilustração a seguir. A Ao analisar o ciclo de uma
parte mais elevada da onda é chamada crista. A parte mais baixa da onda onda, explicar que na imagem
é chamada vale. Um ciclo ocorre quando a onda executa uma oscilação está registrada a distância entre
completa, ou seja, um movimento para cima e para baixo em relação a um duas cristas (que poderia ser en-
eixo. Nesta representação, ainda podemos observar duas características: o tre dois vales), sendo esta a ma-
sentido de propagação da onda, que indica o sentido de propagação da neira mais indicada, pois trata-se
energia a partir da fonte geradora, e o eixo de propagação, que corres- de uma imagem estática. Expli-
ponde ao ponto de equilíbrio, em torno do qual cada parte da onda oscila. car aos estudantes que, conside-
Sentido de propagação da onda rando uma situação real de osci-
lação na corda, por exemplo, um

ILUSTRAÇÕES: CRIS ALENCAR


ciclo consiste de uma oscilação
Crista Crista Crista Crista
completa de um trecho da cor-
Ciclo da para cima e para baixo (ou
de baixo para cima) em relação
Eixo de ao ponto de equilíbrio e percor-
propagação re uma distância denominada
comprimento de onda.
Vale Vale Vale
Para explicar o comprimento
Elaborado com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: termodinâmica e ondas. de onda, seguir o mesmo racio-
14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. p. 116. cínio anterior sobre o que é um
Representação de uma onda na qual podemos identificar as cristas, os vales, ciclo. No caso, o comprimento
os ciclos, o sentido de propagação da onda e o eixo de propagação.
de onda é a distância percorrida
Há duas outras características que podem ser observadas em uma pela energia a cada ciclo de osci-
onda: lação do meio material, corres-
• amplitude: distância de uma crista ou vale ao eixo de propagação pondendo à distância entre dois
da onda; pontos consecutivos em fase,
• comprimento de onda: distância entre duas cristas ou dois vales ou seja, dois pontos da corda
consecutivos (ou a distância percorrida em um ciclo). que estejam na mesma posição
Observe a ilustração. e oscilando em um mesmo sen-
tido. Em respeito ao momento
Comprimento de onda (u)
escolar, o comprimento de onda
foi indicado a partir de duas cris-
Amplitude (A) tas ou dois vales.
Ao explicar a amplitude, des-
tacar aos estudantes que se tra-
ta do máximo afastamento de
um ponto oscilante em relação
Elaborado com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: termodinâmica e ondas.
14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. p. 120.
ao equilíbrio, tanto em relação
Representação da amplitude e do comprimento de uma onda. à crista quanto ao vale. No caso
das oscilações provocadas na
A amplitude e o comprimento de onda são expressos em medidas de
corda, quanto mais se elevar a
comprimento (metro, centímetro ou milímetro, por exemplo). A amplitude
mão, maior será a amplitude da
será indicada por A e o comprimento de onda, por u (lê-se lambda).
onda gerada.
61

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61

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Frequência e período
Frequência e período
Explicar aos estudantes que
A quantidade de ciclos que uma onda executa a cada unidade
frequência é uma grandeza
de tempo é chamada frequência (f). Quando o tempo é marcado
que pode ser relacionada a qual- em segundos, a frequência é expressa em hertz (Hz), isto é, ciclos por
quer medida de tempo, como, segundo. Essa é a medida usada no Sistema Internacional de Unidades (SI).
por exemplo, eventos que se re- A imagem a seguir mostra duas ondas oscilando durante 1 s.
petem duas vezes em uma sema-

CRIS ALENCAR
na ou eventos que ocorrem qua-
tro vezes em um ano. Um disco
A
girando rapidamente, executan-
do 120 voltas em um minuto, tem
frequência de 120 repetições por A onda A executa duas oscilações
minuto (120 RPM). Este mesmo em 1 s; logo, sua frequência é de 2
disco está executado 2 voltas ciclos/segundo ou fA = 2 Hz. A onda
B executa quatro oscilações em 1 s; B
por segundo, quando se utiliza logo, sua frequência é de 4 ciclos/se-
a unidade de medida hertz, ou gundo ou fB = 4 Hz. As setas indicam
seja, 2 repetições por segundo o sentido de propagação da onda. 1s

é o mesmo que 2 hertz (2 Hz). Elaborado com base em: HEWITT, Paul G. Física conceitual.
11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. p. 346.
Informar os estudantes que
a unidade de medida hertz foi O intervalo de tempo necessário para a execução de um ciclo é o
determinada em homenagem período (T). No SI, o período é medido em segundo (s).
Acompanhe uma análise dos períodos das ondas representadas, em
ao físico alemão Heinrich Rudolf
que TA indica o período da onda A e TB, o período da onda B.
Hertz (1857-1894), que fez des-
cobertas relacionadas à emissão
Onda A Onda B
e à detecção de ondas de rádio.
2 ciclos H 1 s 4 ciclos H 1 s
O link sugerido no #FICA A
1 ciclo H TA 1 ciclo H TB
DICA contribui para o desen- TA ? 2 = 1 ? 1 TB ? 4 = 1 ? 1
volvimento das competências 1 1
gerais 2 e 5 e da competência TA = = 0,5 s TB = = 0,25 s
2 4
específica 6. Ele apresenta um
simulador para estudar as pro- Portanto, período e frequência são grandezas inversamente pro-
priedades das ondas. Se possível, porcionais, isto é:
reservar uma aula para trabalhar # FICA A DICA
1 1
o simulador com os estudantes, f= ou T =
de forma individual, em grupos Acesse o site indicado T f
no link a seguir e interaja
ou coletivamente. com um simulador de
Para verificar a formação de ondas. Disponível em: Assim, quanto maior a frequência (f), menor o período (T), e vice-
https://phet.colorado. -versa. Confira a seguir.
uma onda periódica e fazer al- edu/sims/html/wave
gumas observações com os estu- -on-a-string/latest/ Frequência Período
dantes, selecionar a opção "Osci- wave-on-a-string_pt_
(2 Hz) 2 ciclos/segundo 0,5 s
BR.html. Acesso em: 26
lador" e a opção "Infinita" (para abr. 2022. (4 Hz) 4 ciclos/segundo 0,25 s
a extremidade fixa ou solta, as
ondas refletidas poderão interfe-
rir na interpretação dos estudan- 62
tes). A seguir são feitas algumas
sugestões de manipulação do si-
mulador com os estudantes. completa (movimento 62para cima, para baixo e
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV1.indd alteração visual é observada? É importante que 19/07/22 08:13 D3-C

• Com o simulador executando retornar à posição inicial). Questionar qual é a re- os estudantes percebam que, quanto maior a
uma onda, acionar o cronôme- lação entre esse intervalo de tempo e a frequên- frequência, maior a quantidade de oscilações
tro, ajustar a frequência para cia selecionada. Para uma frequência de 0,5 Hz, por segundo realizadas por cada parte do meio
0,5 Hz. Ligar o cronômetro e ve- material, ou seja, mais rápido vemos a onda
cada elemento da onda leva 2 s para executar
rificar qual é o intervalo de tem- oscilar. Para uma frequência de 2 Hz, por exem-
uma oscilação completa, sendo esse o período. plo, a onda está executando 2 oscilações por
po para que cada parte do meio
material (cada bolinha vermelha • Com o simulador executando uma onda, au- segundo, de forma que cada parte do meio
ou verde) execute uma oscilação mentar a frequência de oscilação da onda. Qual material executa 1 oscilação em 0,5 s.

62

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 62 22/08/22 16:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Propagação de uma onda
Propagação de uma onda
Explicar que as ondas são
As ondas também podem ser classificadas quanto à forma de sua
comumente representadas em
propagação, que pode ser transversal ou longitudinal. A maneira
como uma onda se propaga está diretamente relacionada à sua fonte
sua forma de oscilação trans-
de oscilação. Para exemplificar, vamos utilizar uma mola presa em uma versal. No entanto, o som não
de suas extremidades. oscila dessa forma, já que é
Ao movimentar a mola para cima e para baixo, cria-se uma onda uma onda longitudinal. Mes-
transversal, na qual cada parte oscila para cima e para baixo em relação mo que a forma de oscilação
ao eixo de propagação. Assim, a direção do movimento que provoca as das ondas sonoras seja longitu-
oscilações é perpendicular à direção da propagação da onda. Ondas pro- dinal, a imagem de uma onda
duzidas quando jogamos uma pequena rocha na água e todas as ondas transversal é utilizada para au-
eletromagnéticas, como a luz ou as captadas e emitidas por celulares, AS CORES NÃO IMAGENS FORA xiliar nos estudos.
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
são exemplos de ondas transversais. Durante as explicações sobre
as formas de oscilação, dife-
A
Movimento da mão renciar o sentido de propaga-
para cima e para baixo
ção da energia e o sentido de
oscilação de cada ponto da
corda. Quando se move uma

SELMA CAPARROZ
corda, por exemplo, a energia
se propaga a partir da fonte de
Sentido de propagação perturbação até a outra extre-
da onda pela mola midade. Para que isso ocorra,
Elaborado com base em: TREFIL, James; HAZEN, Robert M. Física viva: uma introdução à física
conceitual. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v. 2, p. 8.
cada trecho da corda oscila per-
Representação de uma onda transversal. As setas vermelhas indicam o
pendicularmente em torno de
sentido da oscilação de cada parte da mola, e a azul, o sentido de propagação um ponto de equilíbrio.
da onda gerada. Nesse momento, retomar
Ao empurrar e puxar a mola, fazendo seus elos se aproximarem
a diferença entre ciclo (oscila-
e se afastarem ritmadamente em movimento periódico, cria-se uma ção completa de um trecho da
onda longitudinal, na qual as partes oscilam para a frente e para trás corda) e comprimento de onda
em relação ao eixo de propagação. Assim, a oscilação ocorre na mesma (distância percorrida pela ener-
direção da propagação. O som é um exemplo de onda longitudinal. gia a cada ciclo de oscilação).
Se possível, utilizar uma
B Movimento da mão Sentido de propagação mola para demonstrar uma os-
para a frente e para trás da onda pela mola
cilação longitudinal, de modo
SELMA CAPARROZ

que os estudantes percebam


que, quando a energia se pro-
paga, os elos oscilam em torno
de uma posição de equilíbrio.
Elaborado com base em: TREFIL, James; HAZEN, Robert M. Física viva: uma introdução à física Salientar que a frequência e
conceitual. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v. 2, p. 8.
o período dependem da fonte
Representação de uma onda longitudinal. As setas vermelhas indicam o
sentido da oscilação de cada parte da mola, e a azul, o sentido de propagação geradora. Pode-se mencionar o
da onda gerada. exemplo de uma pessoa causan-
do ondas em uma corda. A pes-
63 soa é a fonte geradora das on-
das, e a frequência de oscilação
de sua mão define a frequência
08:13 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 63 17/07/22 10:01
das ondas geradas.

63

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Velocidade de propagação
das ondas Velocidade de propagação das ondas
Considere uma rocha que cai na superfície de um lago. Ela produz
Explicar aos estudantes que

ALLISON COLES/SHUTTERSTOCK.COM
uma perturbação na água, que se propaga pela superfície da água na
diferentes fatores podem alte- Frente de onda forma de uma frente de onda.
rar a velocidade do som, como Quando essa frente de onda se propaga, ela percorre uma distância
o meio em que se propaga e até e leva determinado intervalo de tempo para isso. A razão matemática
mesmo sua temperatura. Como entre o deslocamento (d) e o tempo gasto (Dt) em sua realização deter-
exemplo, discuta a diferenças mina a velocidade de uma onda.
entre os valores da velocidade do Assim, a velocidade de uma onda pode ser dada por:
som em função da salinidade e Frente de onda formada d
da temperatura da água. Há mais na superfície da água. v=
Dt
informações no #FICA A DICA,
Professor. A velocidade de uma onda depende de alguns fatores, como as
Dependendo da natureza da características do meio por onde a onda se propaga. Vejamos como
onda, a velocidade de propaga- exemplo a propagação de uma onda mecânica, o som, em dois meios
diferentes: o ar e a água.
ção pode mudar de diferentes
A unidade de medida da velocidade no SI é o metro por segundo
maneiras em relação ao meio ma- (m/s). No ar, em condições normais de temperatura e pressão, a velo-
Condições normais de
terial. As ondas eletromagnéticas temperatura e pressão: cidade de propagação do som é de aproximadamente 340 m/s. Isso
não necessitam de um meio ma- 20 °C e 1 atm. significa que o som percorre 340 metros no tempo de um segundo. Já na
terial para se propagar, de forma água, à temperatura de 20 °C, a propagação do som é aproximadamente
que, quanto maior a densidade quatro vez mais rápida, algo em torno de 1 480 m/s.
do meio, menor sua velocidade Acompanhe outros exemplos referentes à velocidade do som.
Fonte dos dados: UNIVERSIDADE FEDERAL
de propagação (a velocidade da Velocidade do som em alguns meios DA BAHIA. Velocidade das ondas
luz na água é menor do que no sonoras no ar. Salvador: UFBA, [2019?].
Material Velocidade do som Disponível em: http://www2.fis.ufba.br/
ar). Já ondas mecânicas neces- dfg/fis2/Velocidade_som.pdf.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
sitam de um meio material para Borracha 54 m/s GERAIS. Velocidade do som em metais.
Belo Horizonte: UFMG, [2019?]. Disponível
se propagar, logo, quanto maior Ferro 5 130 m/s em: https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/
a densidade do meio, maior sua Granito 6 000 m/s
wp-content/uploads/sites/4/2020/05/
Velocidade_do_som_em_metais.pdf.
velocidade de propagação (a ve- Avião supersônico
Acessos em: 6 maio 2022.

locidade do som na água é maior rompendo a barreira Quando um equipamento é capaz de se mover em velocidades maiores
do que no ar). do som, isto é, ultra- do que a velocidade do som no ar, dizemos popularmente que ele “quebrou
passando a velocidade a barreira do som”. Há, por exemplo, aviões supersônicos capazes de viajar a
do som, nos Estados mais de 340 m/s, ou seja, 1 224 km/h. Um fenômeno pode ser visto quando
Unidos, 2015. essa velocidade é superada: ocorre uma grande redução da pressão do ar
atrás do avião, levando a água presente na atmosfera no estado de vapor a
se condensar, formando um rastro de nuvem de água líquida.

O/
ONPHOT

64 BLUEBARR CK.COM
SHUTTERS
TO

D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV1.indd 64 19/07/22 08:15 D3-C


#FICA A DICA, Professor
Para saber mais como a velocidade do som se
altera em diferentes condições de densidade e de
temperatura, acessar o link:
• COMO funciona o sonar: medição da velocidade
do som no ar: trabalho prático. Lisboa: Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa, 2019-2020.
Disponível em: http://rana.oal.ul.pt/~flobo/2%20
-%20sonar.pdf. Acesso em: 17 jun. 2022.

64

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 64 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
5. Porque o relâmpago emite uma onda eletromagnética, a luz, que percorre o ar a 300 000 km/s, muito mais
DIDÁTICAS
rápido do que o som emitido pelo trovão, uma onda mecânica que percorre o ar a 340 m/s. É essencial fazer esta práti-
Outro fator que influencia a velocidade das ondas é sua natu-
5 Em uma tempestade, por ca de conversão de unidades
reza, ou seja, se a onda é mecânica ou eletromagnética. que vemos, primeiro, a luz de medida com os estudantes,
Um exemplo é a luz, uma onda eletromagnética que percorre do relâmpago e, depois,
300 milhões de metros por segundo, ou 300 000 quilômetros por
demonstrando que uma mes-
ouvimos o som do trovão?
segundo (300 000 km/s). ma grandeza pode ser expressa
em unidades diferentes. Citar
alguns exemplos antes, como:
MARCELO/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES

2 horas são quantos minutos?


(120 min); 90 minutos são
quantas horas? (1,5 h); 1,8 me-
tro corresponde a quantos cen-
tímetros? (180 cm); 90 centí-
metros são quantos metros?
(0,9 m).
Ao fazer transformações de
Relâmpago no Rio de Janeiro (RJ), 2021. unidades de medida de compri-
mento e tempo, é comum os es-
Conversão de unidade na medida da velocidade tudantes se confundirem com
Para efetuar a conversão de km/h para m/s, devemos transformar cada unidade de medida
as bases utilizadas. Se necessá-
separadamente. Por exemplo, 1 216 km/h: rio, lembrar que as unidades de
medida de comprimento rela-
cionadas ao metro têm base 10
km 1 000 m 1 216 000 m m
v = 1 216
h
= 1 216
3 600 s
Hv=
3 600 s
H v = 337,8
s
(por exemplo, 1 m = 100 cm,
1 m = 1 000 mm, 1 km =
= 1 000 m), enquanto as uni-
De maneira prática, para converter para m/s uma velocidade medida em km/h, basta dades de medida de tempo
dividir a velocidade por 3,6. Caso a transformação seja no sentido inverso, de m/s para km/h,
têm base 60 (1 h = 60 min,
multiplique por 3,6.
Essa conversão pode ser usada para calcular diferentes tipos de relação entre distância
1 min = 60 s, 1 h = 3 600 s).
percorrida e tempo, sendo representada pelo esquema a seguir. Os estudantes devem com-
preender que o fator 3,6 surge
÷ 3,6 da transformação simultânea da
unidade de comprimento e da
km m
h s unidade de tempo. Ele serve
apenas para transformações
x 3,6
entre as unidades km/h e m/s,
sendo errado utilizá-lo quando
Por exemplo, a Estação Espacial Internacional (ISS) gira em torno da Terra a uma velocidade há outras unidades envolvidas,
de 7 700 m/s. Qual seria sua velocidade em km/h? como metro por minuto (m/min),
centímetro por segundo (cm/s),
7 700 m/s ? 3,6 = 27 720 km/h quilômetro por segundo (km/s),
A ISS gira em torno da Terra a 27 720 km/h! entre outras.
Para a velocidade da luz,
comumente se utiliza o va-
lor de 300 000 km/s, ou
65 300 000 000 m/s, quando a
luz se move no vácuo. Esse
é um valor aproximado, sua
08:15 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 65 17/07/22 10:01 medida com maior precisão
seria 299 792 458 m/s.

65

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 65 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
1. a) O forno de micro-ondas emite ondas transversais para aquecer os alimentos. No
DIDÁTICAS caso da bateria, as ondas de som emitidas são longitudinais.
1. b) Na situação com a bateria, pois tanto o som como a vibração dos tambores e dos pratos
são ondas mecânicas, tipo que se propaga somente em meio material.
ATIVIDADES • ATIVIDADES NÃO ESCREVA 1. c) O som produzido por uma ave, as ondas do mar e as ondas
NO LIVRO.
produzidas pela vibração das cordas de uma guitarra se relacionam
1. Neste momento é essencial com a imagem da bateria, pois são ondas mecânicas. Já a luz solar e
apenas que os estudantes se- 1. Observe as imagens a seguir. as ondas produzidas pelas emissoras de rádio se relacionam à imagem
do micro-ondas, pois são ondas eletromagnéticas.
jam capazes de verificar que

LIGHTFIELD STUDIOS/SHUTTERSTOCK.COM
PRO3DARTT/SHUTTERSTOCK.COM
nas duas situações ocorre emis-
são de ondas, que transportam
energia sem transportar ma-
téria; e que o som se propaga
dependendo do meio material,
e as micro-ondas não.
a) Nesse caso, não estamos Forno de micro-ondas. Pessoa tocando bateria.
considerando o som emitido a) Que tipo de propagação de onda, transversal ou longitudinal, está relacionada a cada uma
pelo forno de micro-ondas, que das imagens?
são ondas longitudinais, ou as b) Em qual das situações é imprescindível um meio material para a propagação da onda?
vibrações da pele dos tambores c) Em relação à natureza das ondas, os exemplos apresentados nos quadros a seguir estão
e dos pratos da bateria, que são relacionados a qual das imagens? Por quê?
ondas transversais.
som produzido por uma ave ondas produzidas pela
2. É possível utilizar esta ativi- ondas produzidas pelas vibração das cordas de
dade como avaliação para emissoras de rádio uma guitarra
luz solar ondas do mar
verificação de aprendizagem
dos conceitos relacionados às 2. Considere as duas ondas X e Y a seguir.
propriedades das ondas, como

CRIS ALENCAR
identificação de cristas e vales, X 1,7 cm Y a II c e g

determinação da amplitude e 7 cm I
do comprimento de onda e re-
lação entre período e frequên-
cia. Observar as respostas dos
estudantes e, caso eles apre- b d f
8s
sentem dificuldades, retomar
Respostas nas Orientações
os conceitos utilizando novas a) Quantas cristas e vales apresentam essas duas ondas? para o professor.
formas de abordagem. b) Quantos ciclos cada onda apresenta? E qual é o período da onda X?
a) A onda X apresenta 5 cristas c) Qual é o comprimento de onda, a amplitude e a frequência (Hz) da onda X?
e 4 vales, e a onda Y apresenta d) Na onda Y, identifique as cristas, os vales, a amplitude e o comprimento de onda.
4 cristas e 3 vales. e) Considere que a frequência da onda Y seja f = 5 Hz. Qual é o período dela?
b) A onda X apresenta 4 ciclos. 3. Analise as afirmativas a seguir e corrija as falsas. Respostas nas Orientações para o professor.
A onda Y apresenta 3 ciclos. O I. As ondas têm a propriedade de transportar energia e matéria.
período da onda X é 2 segun- II. Ondas mecânicas necessitam de um meio material para se propagar.
dos. (Período é o tempo para III. Ondas eletromagnéticas não necessitam de um meio material para se propagar.
acontecer um ciclo, ou seja, 8 s
IV. O comprimento de uma onda é a distância de uma crista ou vale ao eixo de propagação
divididos por 4 ciclos.) da onda.
c) Comprimento de onda:
1,7 cm; amplitude: 7 cm;
66
frequência:
  4 ciclos H 8 s
II, III, VI e VII estão corretas.
3.D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 66 17/07/22 10:01 D3-C

 f = 4 ciclos I. As ondas têm a propriedade de transportar


8s
energia, mas não de transportar matéria.
 f = 1 Hz ou 0,5 Hz
2 IV. O comprimento de uma onda é a distância
d) Cristas: a, c, e, g. Vales: b, d, entre duas cristas ou dois vales consecutivos.
f. Amplitude: I. Comprimento V. A amplitude de uma onda é a distância de uma
de onda: II. crista ou vale ao eixo de propagação da onda.
e) 0,2 segundo. É sempre importante enfatizar, caso ainda
existam dúvidas, que ondas transportam ener-
 T = 1 = 1 = 0,2 gia sem que ocorra transporte de matéria.
f 5
66

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV2.indd 66 29/08/22 22:05


6. a) Não. O primeiro método
indica que o raio caiu a 1 km,
5. A luz é uma onda transversal, isto é, sua oscilação é perpendicular à propagação. O som é uma onda longitudinal, ou 1 000 m de distância. Já o
isto é, sua oscilação ocorre na mesma direção da propagação.
V. A amplitude de uma onda é a distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos.
segundo método indica que o
raio caiu a 1,02 km, ou 1 020 m
VI. A frequência de uma onda é a quantidade de ciclos que ela executa a cada unidade de
tempo. de distância, pois, ao multipli-
VII. O período de uma onda corresponde ao intervalo de tempo necessário para a execução de car o tempo (3 s) pela veloci-
apenas um ciclo. 4. a) As ondas geradas por um terremoto são de natureza mecânica, isto é, propagam-se dade do som no ar (340 m/s),
em um meio material, nesse caso, o manto e a crosta terrestre, gerando vibrações que obtêm-se 1 020 m:
4. Terremotos são tremores causados pelo movi- podem causar
3 s H 340 m/s = 1 020 m
mento das placas tectônicas que formam a
Localização do epicentro do destruição.
terremoto no Chile (2015) b) Utilizando o primeiro método:
crosta terrestre. A perturbação provocada PARAGUAI

ALLMAPS
tem natureza mecânica e se propaga pelo de C apricórn
io
CHILE
8 2 2,667 km, ou 2 667 m
Trópico
interior da Terra transportando muita energia 3
na forma de ondas sísmicas, que podem ser OCEANO ARGENTINA
de distância.
PACÍFICO Epicentro
115 km da costa
tanto transversais como longitudinais. Santiago Utilizando o segundo método:
Mesmo que uma cidade esteja distante do 8 s H 340 m/s = 2 720 m de
epicentro de um terremoto (ponto da super- distância.
fície de maior intensidade), os abalos sísmicos OCEANO
0 520
ATLÂNTICO
Para facilitar os cálculos dessa
gerados podem atingi-la e causar grandes
atividade, consideramos a tem-
destruições. Um exemplo foi o terremoto Ilhas

que atingiu o Chile, em 16 de setembro de


Malvinas peratura do ar 20 °C e a pressão
2015, cujo epicentro ocorreu no oceano, a 1 atm. Ao discutir a atividade,
70º O
243 km da capital, Santiago. explicar que a possibilidade
Fonte dos dados: FORTE terremoto atinge o Chile e deixa
a) De que forma uma região distante do epicen- pelo menos 5 mortos. G1, São Paulo, 17 set. 2015. de levar em conta apenas a
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/
tro de um terremoto pode ser atingida pelos forte-terremoto-chile.html. Acesso em: 27 abr. 2022. velocidade do som na deter-
abalos sísmicos ocorridos? minação da distância em que
b) Classifique as ondas provocadas pelo terremoto de acordo com sua natureza e sua forma ocorre o relâmpago se deve ao
de propagação. Ondas mecânicas, que podem ser tanto transversais como longitudinais. fato de o tempo que a luz gasta
para percorrer essa distância
5. Classifique a luz e o som quanto a sua propagação, explicando-a.
ser desprezível em comparação
6. Um método simples de se identificar a distância aproximada entre o local onde um com o tempo gasto pelo som (a
relâmpago cai e aquele em que uma pessoa está é contar o tempo, iniciando logo após a velocidade da luz é quase um
observação da luz do raio e terminando ao escutar o trovão proveniente desse relâmpago. milhão de vezes maior do que
O intervalo de tempo obtido deve ser dividido por três e o número calculado indica a dis- a do som). Com isso, o tempo
tância, em quilômetro, que esse raio caiu do observador. Por exemplo, se entre o relâmpago gasto pela luz será cerca de um
e o trovão a contagem foi 3 segundos, divide-se esse número por três. Isso significa que milhão de vezes menor do que
o relâmpago caiu a um quilômetro de distância do local onde se encontra o observador. o tempo gasto pelo som nesse
Outro método é multiplicar o tempo decorrido pela distância que o som percorre no ar em percurso.
1 segundo. O valor obtido é a distância, em metro, de onde o raio caiu até o observador.
c) v = d H 340 m = d H
a) Os dois métodos geram o mesmo resultado para o exemplo descrito? Justifique sua resposta. *t s 8s
b) Na contagem do tempo entre um relâmpago e o respectivo trovão, obteve-se 8 segundos como H 340 m ? 8 = d H d = 2 720 m
resultado. A que distância o raio caiu, aproximadamente? Utilize os dois métodos de cálculo. d) O segundo método, pois
d o resultado é igual ao obtido
c) Se você realizasse o cálculo do item anterior utilizando a fórmula v = , qual seria o
Dt
resultado? Justifique sua resposta. quando se utiliza a fórmula da
d) Qual dos dois métodos apresentados é o mais cientificamente correto, analisando-se o resul- velocidade. O primeiro método
tado dos itens b e c ? Justifique sua resposta. utiliza a mesma razão mate-
Respostas nas Orientações para o professor. mática entre deslocamento e
67 intervalo de tempo, mas com a
fórmula desconstruída.

10:01 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 67 4. Os abalos sísmicos são importantes exemplos


17/07/22 10:01
de propagação de energia por ondas mecâni-
cas. Ao abordar a atividade, retomar os assun-
tos estudados em anos anteriores sobre tectô-
nica de placas.
Em um abalo sísmico, ocorre um movimento re-
lativo entre duas placas tectônicas provocando
uma vibração nos meios materiais envolvidos,
que se propagam rapidamente para todas as di-
reções. As ondas mecânicas geradas passam por
diferentes materiais, propagando-se rapidamen-
te, com velocidades médias entre 6 km/s e 8 km/s.
67

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV2.indd 67 29/08/22 22:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
1. O som que sai dos instrumentos faz vibrar o próprio instru-

2
mento e o ar ao redor dele. Cada nota tem um tipo de vibração,
2. SOM TEMA assim a pessoa que não ouve pode sentir o som. Os estudantes
associavam as notas musicais na escrita musical à vibração que
Este Tema contribui para a mo- ela causava no instrumento. Assim, sabiam que vibração esperar
bilização da habilidade EF09CI05.
No texto usado para iniciar o as- SOM ao tocar a nota correta.
2. Resposta pessoal. Professor, neste momento, espera-se que
os estudantes conversem sobre a importância de ações que
sunto, estimula-se o desenvolvi- promovam a inclusão social.
mento do tema contemporâneo
transversal Educação em direi- Captamos os sons principalmente pela audição, mas é possível per-
tos humanos. cebê-los por meio de outros sentidos. Pessoas surdas podem perceber
e distinguir os sons sentindo as vibrações pelo tato, por exemplo. Leia o
A proposta inicial é destacar o
trecho da reportagem a seguir, que relata como o músico Carlos Alberto
som não como uma transmissão
Alves se motivou a dar aulas de música para surdos.
de informações captada apenas
pelas orelhas e percebido pelo
sentido da audição, mas mostrar Na vibração do som,
que também pode ser captado surdos aprendem música
por todo o corpo, pelo sentido Carlos buscou um curso de libras para abrir mais
do tato. Essa sensibilidade ao oportunidades de conversação. Certa vez, viu seu pro-
tato é comumente desenvolvida fessor de libras, um homem surdo, chorar ao ouvir uma
por pessoas surdas ou com algu- música tirada por ele de um velho saxofone. O mestre
ma deficiência auditiva. contou ter se emocionado com a vibração do instru-
Fazer uma leitura coletiva do mento. Naquela resposta estava mais um estímulo para
texto com os estudantes, que Carlos. [...] [Ele] começou a ministrar aulas de música
apresenta um professor que en- para pessoas surdas. [...] Hoje são doze estudantes.
sina música para pessoas surdas. [...] O aluno aprende as posições das notas, como
Grande parte da comunidade pegar no instrumento, colocar a mão nas chaves corres-
não ouvinte não se autodenomi- pondentes à nota desejada e, ao mesmo tempo, identifica
na como deficiente auditiva por na escrita musical, a mesma nota. Assim, ele decodifica
considerar a surdez uma carac- visualmente a nota correspondente à vibração esperada.
LEO TEIXEIRA

terística ou condição, optando Como cada nota tem sua vibração sonora específica, ele
pelo termo "surdo". Trabalhar consegue ler o que está escrito e, na passagem de uma
o assunto com os estudantes nota para outra, consegue perceber a diferença entre
de forma respeitosa, incenti- as vibrações.
vando-os sempre a considerar e NA VIBRAÇÃO do som, surdos aprendem música. Diário de Pernambuco, Recife, 29 jul.
a respeitar as dimensões físicas 2016. Ideias do bem. Disponível em: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/ideiasdobem/
project/na-vibracao-do-som-surdos-aprendem-musica/. Acesso em: 27 abr. 2022.
de cada indivíduo. No caso das
pessoas surdas, existem outras
possibilidades de perceberem
os sons e falas ao seu redor e se
comunicarem, como pelo tato,
1 Explique como o professor de Libras do texto pôde sentir o som e como os
estudantes surdos aprendiam música.
pela leitura de lábios e pela co-
municação em libras. Porém, é 2 Para você, atitudes como a do professor Carlos são importantes? Por quê?
Converse com os colegas sobre o assunto.
preciso que haja participação da
comunidade ao redor destas pes-
soas para promover condições
necessárias a essa adequação.
68
Nesse momento dos estudos,
é interessante propor uma pes-
quisa aos estudantes sobre os Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV3.indd 68 21/07/22 23:09 D3-C

direitos de pessoas surdas e a As atividades 1 e 2 contribuem para o de-


importância de atitudes indivi- senvolvimento da competência geral 10 e
duais e coletivas para a inclusão competência específica 8.
destas pessoas.

68

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 68 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao tratar do processo de
O principal órgão do corpo humano responsável por captar as vibrações captação do som pela orelha
geradas pelas ondas sonoras no ar é a orelha. O som é uma onda mecânica humana, esclarecer que as
e longitudinal e, conforme ele se propaga, formam-se regiões de compressão
ondas sonoras interferem nas
e rarefação no ar. Essa vibração é captada e direcionada pela orelha externa
para o meato acústico externo e atinge a membrana timpânica.
moléculas de ar, causando sua
A membrana timpânica vibra conforme a frequência das ondas aproximação (compressão) e
sonoras e estimula três ossículos que se conectam a ela: o martelo, a afastamento (rarefação).
bigorna e o estribo. O estribo movimenta-se para a frente e para trás, Caso os estudantes não
transmitindo o estímulo para um líquido da cóclea até algumas células compreendam o significado
especializadas em transformar esse estímulo em impulsos nervosos. Os de compressão e rarefação do
impulsos nervosos são enviados ao encéfalo e a informação é processada. ar que ocorre durante a propa-
gação longitudinal do som, re-
Nervo
Orelha externa Martelo Bigorna Estribo tomar a explicação de onda de
propagação longitudinal por
C
meio do exemplo de oscilação
Rarefação Rarefação
B de uma mola em que os elos
oscilam para frente e para trás,
enquanto a onda se propaga.

MAAL ILUSTRA
Comentar com os estudantes
que pesquisas científicas têm
Compressão Compressão
demonstrado que pessoas
com deficiência auditiva sen-
A tem no ar as vibrações das on-
das sonoras de músicas e que
Meato
acústico Membrana Cóclea esses estímulos são enviados e
timpânica
IMAGENS FORA AS CORES NÃO
externo
interpretados na mesma região
DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.
do cérebro que interpreta o som
escutado por pessoas ouvintes.

Elaborado com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger. A. Física II: termodinâmica e
ondas. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. p. 156-158.
Representação de um pássaro cantando (A), representação simplificada de como o
som se propaga entre as moléculas dos gases presentes no ar (B) e representação
da orelha em corte, mostrando algumas estruturas envolvidas na captação das
ondas sonoras (C).
No texto da página anterior, as pessoas surdas sentiam as vibrações
das ondas sonoras por meio dos receptores táteis presentes na pele.
Cada onda apresenta características diferentes e, portanto, gera uma
vibração diferente. As pessoas surdas aprendiam a associar certa fre-
quência a determinada vibração.
AMPLIANDO
Em se tratando de música e sur-
M
CK.CO
LITZKI
/SHUTT
ERSTO dez, deve-se destacar o composi-
NA KAU
RAMO tor alemão Ludwig van Beethoven
(1770-1827), considerado um dos
69 maiores compositores da história
da música, que perdeu gradati-
vamente a audição ao longo de
sua vida. Mesmo surdo, compôs
23:09 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 69 17/07/22 10:01 suas obras mais aclamadas, como
#FICA A DICA, Professor
a Nona Sinfonia, de 1824. Pedir
O filme Minha amada imortal retrata a história do O filme No ritmo do coração retrata a história de aos estudantes que realizem uma
famoso compositor clássico Ludwig van Beethoven, uma adolescente ouvinte em uma família de surdos. pesquisa sobre Beethoven e suas
sua dolorosa perda de audição e suas estratégias para Foi vencedor do Oscar de melhor filme em 2022. contribuições para a música. Além
detectar a harmonia das músicas. • NO RITMO do coração. Direção: Siân Heder. Estados disso, é possível solicitar a eles que
• MINHA amada imortal. Direção: Bernard Rose. Unidos: Apple TV+, 2021. SVOD (111 min). pesquisem outros profissionais
Reino Unido: Estados Unidos: Icon Entertainment da área da música com a mesma
International, 1994. VHS (121 min). condição que contribuíram para a
história da música.

69

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 69 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Frequência das
ondas sonoras Frequência das ondas sonoras
Relembrar os estudantes que Como estudamos, a frequência de uma onda está relacionada com
frequência corresponde à quan- a quantidade de ciclos executada por unidade de tempo e, quando o
tempo é medido em segundo, sua unidade de medida é o hertz (Hz).
tidade de ciclos executados por
A frequência está relacionada com uma característica do som denomi-
unidade de tempo. Quando o 3. Resposta pessoal. Baixo
acústico, baixo elétrico, bumbo nada altura, que possibilita diferenciar um som grave de um som agudo.
intervalo de tempo é medido em Cientificamente, um som baixo apresenta baixa frequência, que
e tímpano podem ser citados
segundos, temos a frequência como exemplos de instrumentos detectamos como um som grave. Já um som alto é aquele com alta
da onda medida em ciclos por que emitem sons mais graves; o frequência, que detectamos como um som agudo.
segundo, que corresponde à violino, a flauta e a gaita, como
exemplos dos que emitem sons Observe a seguir um esquema comparativo entre dois instrumentos
unidade hertz. Logo, 2 Hz signi- mais agudos. musicais de sopro.
fica que a onda executa 2 ciclos
por segundo.
Enfatizar que, em nosso dia Aumento da frequência
a dia, é comum relacionar a
altura de um som ao volume, Os sons emitidos por uma tuba são
isto é, dizer que um som alto é exemplos de som com frequência mais
baixa, que detectamos como sons graves.
aquele com volume alto. Porém,
som baixo ou alto faz referência
à frequência das ondas, logo, Os sons emitidos por um
quando escutamos dois sons trompete são exemplos de sons
com frequência mais alta, que
distintos, o de menor frequência detectamos como sons agudos.
é detectado como mais grave, e
o de maior frequência é detecta-
do como mais agudo.
Comentar com os estudantes
que, quando se trata da classi-
ficação de um som grave ou
agudo a partir da detecção pelo
sistema auditivo, é conveniente
fazer uma comparação entre os

PHILIPIMAGE/SHUTTERSTOCK.COM
sons emitidos por dois instru-
OM
K.C

mentos, já que a interpretação


C
STO

e a classificação de apenas um
ER
T
UT
/SH

som pelo sistema auditivo pode


BIN
TO

ser algo subjetivo, que varia


R.
M

entre indivíduos. Dessa forma,


sobre a escolha da tuba e do Quanto maior a frequência, mais agudo é o som que ouvimos.
trompete como exemplos, expli-
car aos estudantes que, na com- 3 Cite outros exemplos de instrumentos musicais cujos sons podem ser
paração entre os dois, o som da distinguidos como mais graves ou mais agudos.
tuba é mais grave do que o do
trompete, ou o som do trompete
é mais agudo do que o da tuba.
70

Comentários sobre a atividade


D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV3.indd 70 21/07/22 23:10 D3-C

3. Este questionamento não tem uma resposta


única, visto que diversos instrumentos podem
emitir sons com diferentes alturas, como o pia-
no, ou podem ser produzidos para alcançar
diferentes escalas de alturas, como o saxofone
barítono (sons graves), o saxofone alto (sons
médios) e o saxofone tenor (sons agudos). O
objetivo é verificar se os estudantes compreen-
deram o conceito relacionado à altura do som.
70

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 70 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

Infrassons e ultrassons Infrassons e ultrassons


Em geral, o ser humano é capaz de identificar ondas sonoras com Para evitar que o termo
frequências entre 20 Hz e 20 000 Hz, chamadas frequências audíveis som audível seja interpretado
ou, comumente, som. Ondas sonoras abaixo de 20 Hz, chamadas infras- como pleonasmo, explicar aos
sons, e acima de 20 000 Hz, chamadas ultrassons, não são perceptíveis estudantes que as ondas sono-
pelo ser humano. ras são definidas de forma ge-
ral como ondas com propaga-
ção longitudinal de energia em

BENTINHO
meios materiais. No entanto,
apenas uma fração delas pode
ser detectada pela audição
INFRASSOM SOM AUDÍVEL ULTRASSOM humana. Por isso, a importân-
cia do termo som audível para
0 Hz 20 Hz 20 000 Hz designar as ondas sonoras que
Classificação dos sons em relação à percepção humana. o ser humano é capaz de escu-
tar. Nestes estudos, optamos
Apesar de imperceptíveis aos seres humanos, outros animais podem
ouvir infrassons e ultrassons. Os cachorros são um exemplo, pois detec- por apresentar o intervalo de
tam ondas sonoras com frequências entre 15 Hz e 40 000 Hz, ou seja, frequência audível mais comu-
são capazes de ouvir estímulos que vão dos infrassons até os ultrassons. mente destacado, entre 20 Hz
O elefante é capaz de captar e emitir estímulos na faixa dos infras- e 20 000 Hz. Explicar aos estu-
sons. Na comunicação entre os elefantes, são emitidas ondas sonoras dantes que esse intervalo não
de aproximadamente 10 Hz, mas eles conseguem captar ondas de até é exato, podendo, inclusive,
cerca de 10 000 Hz. variar de pessoa para pessoa.
Ao abordar o infrassom, ex-
KLETR/SHUTTERSTOCK.COM
DODAFOTO/SHUTTERSTOCK.COM

plicar aos estudantes que diaria-


Cachorros Elefantes
são animais são animais mente estamos expostos a ondas
capazes de capazes sonoras que não são percebidas.
detectar de emitir Alguns exemplos de fenômenos
60 cm infrassons e 3m
e detectar
que podem gerar infrassom são
ultrassons. infrassons.
as batidas do coração, os ven-
Morcegos e golfinhos são capazes de receber estímulos sonoros tos, os motores de elevadores,
na frequência de ultrassons. Esses animais podem captar e emitir ondas os abalos sísmicos, as erupções
sonoras entre 1 000 Hz e 120 000 Hz. vulcânicas, entre outros.
Como complemento de abor-
BERND WOLTER/SHUTTERSTOCK.COM

VIVA-LA-VIDA/SHUTTERSTOCK.COM

dagem sobre infrassom, explicar


Morcegos
são animais
Golfinhos aos estudantes que os abalos
são animais sísmicos podem emitir ondas in-
capazes capazes
de emitir de emitir frassônicas na ordem de 4 Hz.
e detectar
30 cm
ultrassons. 2,5 m
e detectar Como as ondas infrassônicas
ultrassons.
possuem baixa frequência, elas
podem se propagar por maio-
71 res distâncias. Nesse momen-
to, fazer uma conexão com a
informação apresentada sobre
23:10 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 71 17/07/22 10:01 os elefantes, que se comunicam
#FICA A DICA, Professor audi%C3%A7%C3%A3o%20dos%20animais&-
text=O%20ser%20humano%20pode%20ouvir, por ondas sonoras com frequên-
Na página 71, os intervalos de frequências sonoras cias de aproximadamente 10 Hz.
entre%201.000%20e%20120.000%20Hz. Acesso
emitidas e perceptíveis por alguns animais apresen- em: 7 jun. 2022. Estima-se que infrassons emi-
tados têm como base os sites disponíveis nos links a tidos por elefantes podem ser
• FONTOURA, Juliana. Som animal. Claro!: USP. São
seguir. Acessar para obter mais informações. detectados por outros animais
Paulo, c2021. Disponível em: http://www.usp.br/
• AUDIÇÃO. Britannica Escola. [S. l.], c2022. Dis- c l a ro / i n d e x . p h p / t a g / a v e s / # : ~ : t e x t = O % 2 0 a até 10 km de distância. Com-
ponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/ elefante%20e%20o%20morcego,10.000Hz%20 plemente comentando que as
audi%C3%A7%C3%A3o/483285#:~:text=A%20 at%C3%A9%20120.000Hz. Acesso em: 7 jun. 2022. grandes orelhas desse animal au-
xiliam na detecção dessas ondas.

71

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 71 22/08/22 16:11


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Este assunto contribui para
a mobilização da habilidade Os sons na faixa do ultrassom têm uma importante aplicação na
EF09CI07 e para uma explo- Medicina diagnóstica, pois são usados em exames capazes de verifi-
car partes internas do corpo humano, chamados ultrassonografia ou
ração conjunta dos temas con-
ultrassom. Os aparelhos de ultrassonografia produzem imagens de
temporâneos transversais Saúde
órgãos ou até mesmo de bebês dentro do útero materno.
e Ciência e Tecnologia. As ondas mecânicas podem ser refletidas ao encontrar obstáculos.
A respeito das ondas ultras- Assim, esses aparelhos emitem ondas ultrassônicas sobre o corpo, que
sônicas, a seção O assunto são refletidas de forma diferente nos vários tecidos nos quais incidem.
é..., ao final da Unidade, abor- Então, o aparelho recebe essas ondas refletidas com diferentes caracte-
da a ecolocalização realizada rísticas e as interpreta, formando uma imagem.
por alguns animais. Se desejar,
pode-se trabalhar essa seção

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM


com os estudantes nesse mo-
mento, relacionando-a com o
exame de ultrassonografia.
O exame de ultrassonografia é
uma importante utilização dessas
ondas em benefício das pesso-
as. Aqui, será abordada apenas
a ultrassonografia (exame com
base nas ondas sonoras, que são
mecânicas), já que as ondas ele-
tromagnéticas, como os raios X
e raios gama, serão abordadas A ultrassonografia no pré-natal possibilita visualizar o bebê dentro do útero materno.
na próxima Unidade. As ondas
sonoras afetam menos os teci- A comunicação das baleias
dos do que certas ondas eletro-
Em um ambiente aquático, como o mar, a luz e os odores não são facilmente transmitidos.
magnéticas, como os raios X, e, Os mamíferos marinhos se comunicam por meio de ondas sonoras. Como o som se propaga
por isso, são usadas durante a aproximadamente quatro vezes mais rápido na água do que no ar e pode navegar milhares de
gravidez. quilômetros, essa comunicação é facilitada.
Os principais fenômenos on- Existem diversos tipos de som emitidos por esses animais, caracterizados por diferentes frequên-
cias – infrassons, sons e ultrassons. Os cantos das baleias, por exemplo, possuem diversos significados
dulatórios envolvidos no exame
e finalidades, como identificar ou atrair parceiros sexuais, sinalizar a posição, interagir com filhotes
de ultrassonografia são a reflexão e coordenar ataques a presas.
e a refração de ondas mecânicas. A poluição sonora causada

IMAGINE EARTH PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK.COM


Quando a onda sonora incide no por atividades humanas, como
corpo de uma pessoa, ela reflete motores de navios, submarinos
e construções marítimas, pode
mais intensamente na superfície
afastar as baleias de áreas de ali-
dos órgãos, possibilitando que mentação e reprodução, além de
uma imagem de seu contorno inibir sua atividade vocal, prejudi-
seja formada com mais nitidez. cando sua comunicação. 5m

Essas ondas sonoras também Baleia-jubarte e seu filhote.


podem sofrer refração, quando
passam de um meio para outro, e
sofrem variação de sua velocida- 72
de de propagação. Essa variação
também é detectada pelo apa-
relho, que identifica como uma municação das baleias,
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 72 informar aos estudantes As baleias emitem sons ultrassônicos e in- 17/07/22 10:01 D3-C

região de maior ou menor den- que ainda não está completamente compreen- frassônicos. Estudos indicam que pode haver
sidade. O fenômeno ondulatório dido se o som emitido por baleias a milhares uma associação entre baleias dentadas (orcas,
da refração não será abordado de quilômetros está relacionado diretamente golfinhos e cachalotes, por exemplo) e o ultras-
neste momento, de forma que com a comunicação entre indivíduos, ou que som, e entre baleias de barbatanas (que têm
a Unidade apresente coerência tipo de mensagens passam. Contudo, estudos cerdas no lugar dos dentes) e o infrassom. No
etária com a época escolar. demonstram que esses animais utilizam a co- caso dos golfinhos, os ultrassons são utilizados
Ao explorar o boxe sobre co- municação sonora para diversas atividades. para ecolocalização.

72

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Nível sonoro
Nível sonoro Comentar que intensida-
A amplitude de uma onda está relacionada com a intensidade de sonora e nível sonoro são
sonora. Quanto maior a amplitude, mais energia a onda sonora trans- conceitos relacionados, po-
porta e, portanto, maior a intensidade sonora. rém distintos. Intensidade so-
A intensidade sonora, por sua vez, refere-se ao volume do som. nora (I) é uma grandeza que
Quanto maior a intensidade sonora, maior o volume. relaciona a energia transpor-
A partir de uma intensidade mínima perceptível, chamada limiar tada pela onda sonora, por
audível, os seres humanos podem escutar um determinado intervalo de intervalo de tempo, por área
intensidades sonoras. O limiar audível varia entre as pessoas. [I = E ]. Como energia
A relação entre a intensidade sonora emitida por uma fonte e o *t ? A
limiar audível do ser humano é definida como nível sonoro. No SI, por unidade de tempo é a de-
o nível sonoro é medido em bel (B) ou em décimos de bel, ou seja, finição de potência [P = E ],
em decibel (dB). Nas imagens a seguir estão ilustradas algumas fontes
*t
IMAGENS FORA a intensidade sonora pode ser
sonoras e são indicados os níveis sonoros medidos em decibel. DE PROPORÇÃO.
então definida como a potên-
cia da onda sonora por área
MNY-JHEE/SHUTTERSTOCK.COM

FISHMAN64/SHUTTERSTOCK.COM
[I = P ], sendo, por isso, a sua
A
unidade do SI definida como
watt por metro quadrado
(W/m2). Essa grandeza é relacio-
nada ao volume do som. Quan-
do nossas orelhas estão próxi-
mas à fonte sonora, a energia
por área que recebemos é maior
(volume maior) do que quan-
do estamos distantes da fonte,
quando a energia por área é
O som emitido por folhas balançando ao vento tem O som emitido pelo tráfego de veículos tem nível menor (volume menor).
nível sonoro abaixo de 20 dB. sonoro na ordem de 80 dB.
O limiar audível citado na pá-
gina para um ser humano sem
problemas de audição é da or-
OKSANA KUZNETSOVA DNEPR/SHUTTERSTOCK.COM

FRANK_PETERS/SHUTTERSTOCK.COM

dem de 10–12 W/m2. Podemos


ver que o ser humano pode
detectar um intervalo amplo de
intensidades sonoras, sendo os
números expressos em sua for-
ma exponencial de base 10. As-
sim, é mais conveniente abor-
dar o nível sonoro, que faz uma
comparação entre a intensida-
de sonora de uma fonte e a in-
tensidade mínima audível pelo
O som emitido por uma britadeira em funciona- O som emitido por uma turbina de avião em funcio- ser humano. Como se trata de
mento tem nível sonoro na ordem de 100 dB. namento tem nível sonoro na ordem de 130 dB. números escritos na forma de
exponencial, o nível sonoro é
73 definido por meio de uma fun-
ção logarítmica, e, como esse
assunto não está presente nas
habilidades da disciplina de
10:01 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 73
#FICA A DICA, Professor
17/07/22 10:01
Matemática para essa época
escolar, não será abordado.
Os valores dos níveis sonoros apresentados têm Para mais informações sobre intensidade sonora e
Se julgar conveniente, realizar
como base o site disponível no link a seguir. Acessar nível sonoro, acessar:
para obter mais informações.
um trabalho sobre nível sonoro
• FERREIRA NETO, Maria de Fátima. 60 + 60 = 63?
em conjunto com o professor de
• MOREIRA, Patricia. Poluição sonora. Fiojovem. Rio Pion. [S. l.], c2022. Disponível em: http://www.sbfisi
Matemática.
de Janeiro, 20 ago. 2008. Disponível em: https:// ca.org.br/v1/portalpion/index.php/artigos/23-60-
www.fiojovem.fiocruz.br/poluicao-sonora. Acesso 60-63. Acesso em: 7 jun. 2022. Se desejar, a seção Entre
em: 7 jun. 2022. contextos pode ser traba-
lhada neste momento com os
estudantes.

73

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 73 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
1. A característica de uma onda sonora que determina se ela é
ATIVIDADES • ATIVIDADES audível ou não é a frequência.
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
2. a) A frequência é a característica da onda sonora que define
As atividades buscam mobili- sua altura, ou seja, um som alto (agudo) de um som baixo (grave).
zar a habilidade EF09CI05. 1. Geralmente, o termo “som” é utilizado para designar a faixa de altura das ondas sonoras
que são audíveis pelos seres humanos. Que característica determina se uma onda sonora
1. Pode-se complementar que,
é audível ou não pelo ser humano?
geralmente, ondas sonoras
com frequências entre 20 Hz e 2. Quando estamos assistindo a algo na televisão ou

DENIS POGOSTIN/SHUTTERSTOCK.COM
20 000 Hz são audíveis pelo ser escutando música pelo rádio, podemos aumentar
humano. Ondas sonoras com o volume, se quisermos ouvir o “som mais alto”, ou
frequência abaixo de 20 Hz, abaixar o volume, se quisermos ouvir o “som mais
baixo”. Essa é uma forma comum de nos expressarmos
chamadas infrassons, e acima
diariamente, porém caracterizar um som como alto ou
de 20 000 Hz, chamadas ul-
baixo, do ponto de vista científico, não tem relação
trassons, não são audíveis pelo
com o volume.
ser humano.
a) Que característica das ondas sonoras define um som
2. Ao trabalhar esta atividade, se como alto ou baixo? Como percebemos a diferença
entre esses dois estímulos? Botão de volume de um aparelho
possível, ligar algum aparelho
b) Que característica das ondas sonoras define o volume sonoro.
que emita ondas sonoras, como
do som que escutamos? A intensidade sonora é a característica das ondas sonoras relacionada ao
rádio, televisor ou smartphone, volume. Ela está associada à amplitude da onda.
por exemplo, a um volume in- 3. No dia 10 de outubro de 2020, um meteoro atraves-

CLIMAAOVIVO.COM.BR/BRAMON
termediário. Então, aumen- sou o céu do Ceará e caiu no Maciço de Baturité. Ao
tar pouco a pouco o volume, atravessar a atmosfera, esse meteoro emitiu uma forte
perguntando aos estudantes luz, que foi observada por vários moradores da região,
o que mudou na onda sonora assim como um grande estrondo de sua colisão com o
solo. Entretanto, para a determinação mais exata do
emitida, permitindo que revi-
local de sua queda, é necessária a análise de infrassons,
sem o que foi estudado. É es-
que são emitidos por esses meteoros e podem ser cap-
perado que respondam que a tados por sistemas de microfones específicos para esse Meteoro atravessando a atmosfe-
onda sonora emitida teve um fim espalhados pelo planeta Terra. ra no Ceará, em 2020.
aumento de amplitude e mais a) A onda citada, que pode ser captada por microfones específicos e identificar a localização
energia foi transportada pela do meteoro, é mecânica ou eletromagnética? Justifique sua resposta.
onda. Fazer o mesmo procedi- b) Essa onda pode ser detectada pela audição humana? Por quê?
mento, mas agora reduzindo o
volume do som emitido. 4. Certo dia, o professor de Ciências do 2o ano chegou à

ROBERT KNESCHKE
escola levando consigo duas latas, barbante e prego.
3. Ver mais informações sobre a Utilizando o prego, ele fez um furo no fundo de cada
queda do asteroide no Ceará lata, por onde passou as extremidades do barbante.
no link do #FICA A DICA, Pro- Em seguida, ele fez um nó em cada uma das extremi-
fessor da página seguinte. Ex- dades, para que não escapassem. O professor escolheu
plicar aos estudantes que me- dois estudantes e pediu que segurassem as latas e se
teoro é um fenômeno natural distanciassem até que o barbante estivesse esticado.
Um dos estudantes deveria levar a lata à boca e dizer Representação da atividade rea-
que ocorre quando um corpo
algumas palavras, enquanto o outro estudante levaria lizada pelos estudantes durante a
celeste, que esteja se movendo aula.
a lata à orelha para tentar decifrar o que foi dito.
a alta velocidade, adentra a 3. a) Por se tratar de uma onda sonora (infrassom), é uma onda mecânica.
atmosfera e se incinera por 74 3. b) Não, porque a audição dos seres humanos pode detectar frequências entre 20 Hz e 20 000 Hz. O infrassom
citado no texto corresponde a ondas com frequências menores do que 20 Hz, imperceptíveis aos seres humanos.
causa do atrito com os gases.
4. Nos estudos das páginas de
abertura dessa Unidade foi momento, se possível, construir agora com
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 74 os furos nas latas para evitar acidentes com 28/07/22 08:04 D3-C

sugerida a construção des- os estudantes, providenciando antecipa- objetos cortantes.


te equipamento, para ser damente os materiais necessários. Uma su- b) Os estudantes podem usar o esquema
utilizado naquele momento gestão é dividir os estudantes em grupos de apresentado na página 69 como referência.
inicial como uma análise pré- quatro integrantes e pedir que cada grupo Eles podem montar uma versão animada des-
via da propagação do som providencie os materiais e levem em uma se esquema usando um programa de edição
por um meio material. Caso aula agendada. A montagem deve ser feita de vídeo. Auxiliar os estudantes na pesquisa
não tenha sido feito naquele com o auxílio do professor, que deve fazer por imagens e vídeos em fontes confiáveis.

74

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5. Ao trabalhar essa atividade,
4. a) Ao falar, os sons são transmitidos para o ar que está no interior da lata próxima à boca. A vibração do ar destacar que a classificação é
faz o barbante vibrar na mesma frequência. Essa onda se propaga nesse material até a outra extremidade e é baseada em uma comparação,
transmitida ao ar no interior da segunda lata. Essa onda chega à orelha e o som é processado no encéfalo.
a) Explique como as ondas sonoras conseguem se propagar de uma lata para outra.
ou seja, o som emitido pelo
contrabaixo acústico é mais
b) Monte uma apresentação digital que explique como o corpo do ser humano identifica os
sons. Se achar interessante, além de textos e imagens, coloque vídeos para enriquecer sua grave do que o som emitido
apresentação. Resposta pessoal. pelo violão. Como um recur-
5. Observe as imagens a seguir, que mostram dois instrumentos musicais e a representação
so didático para facilitar a in-
das ondas sonoras emitidas por cada um deles em determinado momento, no intervalo
terpretação, as ondas foram
de tempo de 0,1 s. ilustradas em sua forma tradi-
5. a) Imagem A: 4 cional, com propagação trans-
0,1 s
A oscilações em 0,1 s;

VALERIY LEBEDEV/ SHUTTERSTOCK.COM


VADIM PONOMARENKO/ SHUTTERSTOCK.COM
CRIS ALENCAR
logo, sua frequência é versal. Isso pode ser feito já que
de 40 Hz. Imagem B: as regiões de compressão do ar
10 oscilações em 0,1 s; podem ser relacionadas às cris-
logo, sua frequência é
de 100 Hz. tas da onda, e as regiões de ra-
refação do ar, aos vales, como
B
mencionado.
a) Se desejar, apresentar os cál-
culos realizados:
(A) Contrabaixo acústico.
(B) Violão. fA = 4 = 40 = 40 H
0,1 1
a) Sendo a frequência de uma onda sonora definida pela quantidade de oscilações ou ciclos H fA = 40 Hz
em determinado intervalo de tempo, qual é a frequência das ondas sonoras representadas
nas imagens A e B? fB = 10 = 10 = 10 H
0,1 1
b) Qual seria a diferença entre essas duas ondas sonoras quando uma pessoa as escuta? H fB = 100 Hz
6. Leia o texto, observe o esquema a seguir e, depois, faça o que se pede. 6. Esta atividade contribui para
Quando certos sais presentes nos alimentos se unem, crescem em tamanho e permanecem
a mobilização da habilidade
nos rins, podem provocar uma condição popularmente conhecida como pedra nos rins.
EF09CI07, assim como para o
Grande parte dessas pedras, ou cálculos, é identificada por meio de ultrassonografia. Se as desenvolvimento da compe-
pedras forem bem pequenas, o tratamento pode ser feito com alta ingestão de líquidos, tência geral 8 e competên-
o que ajuda a eliminá-las pela urina. Entretanto, há cálculos que, por causa do tamanho, cia específica 7. Ver mais in-
precisam ser tratados por meio de ultrassom, que os quebra em pedaços menores, que, formações sobre cálculo renal
então, podem ser eliminados pela urina. Esse processo é chamado litotripsia. no link sugerido no #FICA A
DICA, Professor.
a) As ondas de ultrassom são
EREBORMOUNTAIN/SHUTTERSTOCK.COM

Cálculos Ultrassom
renais
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
mecânicas, precisam de um
Elaborado com base em: meio material para se propa-
AS CORES NÃO LITHOTRIPSY procedure.
SÃO REAIS.
Rim MedlinePlus. Bethesda, gar, e sua frequência é maior
2022. Disponível em: https://
medlineplus.gov/ency/
do que 20 000 Hz, por isso são
Representação do Cálculos renais imagepages/19246.htm. inaudíveis para o ser humano.
processo de litotripsia. desintegrados Acesso em: 27 abr. 2022.
b) Resposta pessoal. Espera-se
a) Quais são as características das ondas de ultrassom? Respostas nas Orientações para o professor. que os estudantes encontrem
b) Pesquise hábitos saudáveis que ajudam a evitar pedras nos rins. Com base nos dados da dados como a ingestão ade-
pesquisa, faça uma autoavaliação: você tem esses hábitos? quada de água e a redução da
c) A partir do exemplo da litotripsia, forme um grupo com seus colegas e discutam a impor- utilização de sal nos alimentos.
tância de estudar as ondas sonoras para a área da saúde. Elaborem um texto sobre isso. c) Resposta pessoal. Espera-se
5. b) O som emitido pelo contrabaixo acústico é mais grave, pois a frequência do som emitido por ele é que os estudantes conversem
menor; o som emitido pelo violão é mais agudo, pois a frequência do som emitido por ele é maior. 75 sobre as aplicações tecnológi-
cas das ondas ultrassônicas em
diagnósticos e tratamentos.
08:04 D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 75 17/07/22 10:01
#FICA A DICA, Professor
Para mais informações sobre a queda do asteroide Para mais informações sobre cálculo renal e outros
no Ceará, acessar o link a seguir. tratamentos além da litotripsia, acessar o link a seguir.
• ASTRÔNOMOS aguardam informações da Nasa para • BRUNA, Maria Helena V. Pedra nos rins (cálculo
saber local da queda de asteroide no CE. Diário do renal). Dráuzio Varella. [S. l.], [2019?]. Disponível
Nordeste. [S. l.], 13 out. 2020. Disponível em: https:// em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-
diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/astro -sintomas/pedra-nos-rins-calculo-renal/. Acesso em:
nomos-aguardam-informacoes-da-nasa-para-saber- 7 jun. 2022.
local-da-queda-de-asteroide-no-ce-1.2999315.
Acesso em: 7 jun. 2022.

75

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV2.indd 75 29/08/22 22:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 2. Nos homens, em média, as pregas vocais são mais grossas e
longas do que nas mulheres. Essas características fazem as pregas
INTEGRANDO vocais masculinas vibrarem menos, resultando em um tom de voz
geralmente mais grave do que o das mulheres.

ARTE
INTEGRANDO COM ARTE
com 3. Evitar tossir ou produzir ruídos com a garganta na tentativa de
eliminar secreções, para não irritar as pregas vocais. Em vez disso, o
Esta seção contribui para a mo- ideal é tomar água e engolir saliva para retirar secreções.
bilização da habilidade EF09CI05 Evitar gritar ou falar alto e evitar competição sonora – abaixar o
e para o desenvolvimento da volume da TV, do rádio etc.
Evitar ingerir alimentos sólidos ou líquidos muito quentes ou muito
competência específica 7. gelados, dando preferência à ingestão de água à temperatura ambiente.
Uma analogia interessante a Além disso, é importante buscar cuidados médicos em caso de dor ou
fazer para compreender como as A produção da voz problemas contínuos.

pregas vocais produzem som é A voz é um instrumento de interação entre as pessoas. A comunicação pela voz não
imaginar as cordas de um violão ocorre somente por meio das palavras, mas também é possível expressar sentimentos por meio
sendo perturbadas, quando elas da entonação ou fazer arte por meio de um canto, por exemplo. Mas de onde vem a voz?
passam a oscilar. A cada modo de IMAGENS FORA AS CORES NÃO

oscilação, definido pela espessu- Representação da cabeça e do pescoço humano, DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.

ra da corda e pelo comprimento em vista lateral, com algumas estruturas internas


Prega vocal aberta Prega vocal fechada
visíveis, em corte ou transparência.
determinado pela posição onde
se fixa o dedo no braço do vio-
lão, o som emitido será distin- Durante a expiração, quando o ar passa
pelas pregas vocais, elas vibram. Essa
to. Como a corda é a fonte que vibração gera o som. A voz é o resultado
gera as ondas sonoras no ar, a do equilíbrio entre duas vibrações: a
vibração do ar que sai dos pulmões e
frequência do som produzido é a vibração muscular da laringe. Parte
a mesma frequência de oscilação do som sai pela boca e parte passa
pela cavidade nasal. A boca e a língua Elaborado com base em: TORTORA, Gerard J.;
da corda, caracterizando assim auxiliam no controle da fala. DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e
determinada nota musical. Quanto maior for a pressão do ar que fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
sai dos pulmões e passa pelas pregas 2016. Livro digital não paginado.
Se possível, levar para a sala de vocais, maior será a intensidade do som.
aula um violão e fazer algumas
demonstrações dos sons emiti-
As pregas vocais são estruturas
dos por cordas menos espessas e localizadas na laringe formadas
mais espessas e de quando seus Cavidade nasal
por um tecido elástico de
revestimento mucoso,
comprimentos são reduzidos ao estendido como uma corda de
fixarmos o dedo sobre a corda violão. Na produção do som,
músculos alteram a posição
no braço do violão. Caso algum dessas pregas.
estudante toque o instrumento,
pedir auxílio a ele e permitir que
expresse alguns conhecimentos
Língua
sobre o assunto.
Som

Cavidade oral

Comentários sobre
as atividades Nos homens, em média, as pregas vocais são mais grossas
e mais longas do que nas mulheres. Essas características
fazem as pregas vocais masculinas vibrarem menos,
2. A diferença de frequência resultando em um tom de voz geralmente mais grave.
que comumente existe entre Laringe

a voz masculina e a feminina Fluxo de ar


pode ser ilustrada utilizando 76
um violão, comparando o som
produzido por uma corda mais
espessa com o som produzido voz mais grave e garantir que haja um clima de
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 76 ser retirada. Um dos efeitos causados pela 17/07/22 10:01 D3-C

por uma corda menos espessa. respeito com as diferenças individuais durante cirurgia é a mudança do tom de voz, que
No caso, o som produzido pela essa discussão. pode ficar levemente mais aguda, por causa
corda menos espessa é agu- do encurtamento da prega vocal.
3. Comentar com os estudantes que um pro-
do, se comparado com o som blema comum que acomete cantores e can- 4. Conduzir uma conversa com os estudantes,
produzido pela corda mais toras são lesões nas pregas vocais, causadas reforçando as questões de competição sono-
espessa, detectado de forma principalmente por excesso de apresenta- ra, com destaque para a sala de aula. Men-
mais grave. Ressaltar que nem ções e falta de cuidados. Em alguns casos, cionar a poluição sonora e algumas de suas
sempre mulheres têm a voz o problema é resolvido com procedimentos consequências, como estresse, agressividade
mais aguda ou homens têm a cirúrgicos, quando a parte lesionada deve e perda de atenção.
76

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 76 18/08/22 15:59


AMPLIANDO
Realizar a seguinte atividade com
os estudantes para representar a
Para algumas pessoas, além de ser um instrumento que possibilita a interação humana, a diferença gerada pelas vibrações
voz é um instrumento de trabalho. Radialistas, locutores e cantores são exemplos de profissionais das pregas vocais masculinas e das
que dependem da voz para trabalhar. Para esses profissionais, o cuidado com a voz é essencial, femininas. A atividade requer o
além do aperfeiçoamento dela em aulas regulares de canto ou cursos de locução. uso de um livro, uma régua e uma
Para evitar problemas com a voz, alguns cuidados são necessários. mesa.
• Evite tossir ou produzir ruídos com a garganta na tentativa de eliminar secreções. Isso pode Colocar a régua sobre a mesa, de
irritar as pregas vocais. Tome água e engula saliva para retirar secreções. forma que uma de suas extremi-
• Evite gritar ou falar alto. Sempre que possível, aproxime-se da pessoa para conversar e procure dades fique livre, fora da mesa, e
evitar competição sonora, por exemplo, abaixando o volume da TV, do rádio etc. apoiar o livro sobre a extremidade
que está sobre a mesa. Nesta pri-
• Evite ingerir alimentos sólidos ou líquidos muito quentes ou muito gelados, dando preferência
meira investigação, deixar o maior
à ingestão de água à temperatura ambiente. Desse modo, o organismo mantém-se hidratado comprimento da régua fora da
e evita tensões nas pregas vocais. mesa. Pressionar o livro com uma
• Em caso de dor ou problemas contínuos na voz, procure um médico ou fonoaudiólogo. das mãos e, com a outra mão,
causar uma perturbação na extre-

CLAUS LUNAU/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA, VECTOR MEMORY/


SHUTTERSTOCK.COM, STRIZH-/SHUTTERSTOCK.COM
INSTITUTO BACCARELLI
midade livre da régua. Solicitar aos
estudantes que verifiquem o efei-
to causado. Em seguida, reduzir
o comprimento da régua fora da
mesa e repetir o procedimento.

MARCEL BORGES
Apresentação da Orquestra Juvenil de Heliópolis – Coral da Gente, na Sala São Paulo, São Paulo (SP),
em 2016. Existem projetos sociais no Brasil que incentivam jovens e trazem novas perspectivas de
futuro para seus integrantes.

• Atividades NÃO ESCREVA


NO LIVRO.
1. Durante a expiração, quando o ar passa pelas pregas vocais, elas
vibram. A voz é o resultado do equilíbrio entre duas vibrações: a vibra-
1 Como ocorre a emissão da voz? ção do ar que sai dos pulmões e a vibração muscular da laringe. Parte
do som sai pela boca, e parte passa pela cavidade nasal.
2 Por que o tom de voz dos homens geralmente é mais grave do que o das mulheres?

3 Que cuidados podem ser adotados para evitar problemas com a voz? Converse com os colegas
sobre os cuidados que vocês tomam.

4 Assim como os radialistas, locutores e cantores, os professores são profissionais que utilizam a
voz como instrumento de trabalho. Converse com o professor sobre os cuidados que ele tem com
a voz. Anote o resultado encontrado. Resposta pessoal.

5 Nos últimos anos, diversas bandas musicais se popularizaram pela recriação de sucessos sem instru-
mentos musicais, usando apenas vozes. Esse estilo musical, conhecido popularmente como “à capela”,
inspirou a criação de jingles, isto é, músicas que promovem uma marca ou um produto em campanhas
publicitárias. Forme um grupo com os colegas e produzam um jingle utilizando as próprias vozes.
Resposta pessoal.

77 Os estudantes poderão verificar


que, quanto maior o comprimento
da régua fora da mesa, a extremi-
10:01 5. Esta atividade contribui para o desenvolvi-
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 77 tar os estudantes que os jingles podem ser
17/07/22 10:01 dade livre vibra menos quando per-
mento da competência geral 3, relacionada produzidos sobre objetos que eles já têm ou turbada. Essa situação pode ser rela-
à criatividade e à comunicação, ao solicitar sobre um produto que eles podem desenvol- cionada às pregas vocais masculinas
que os estudantes produzam jingles. Orientar ver de forma hipotética. Se possível, separar que, por serem mais compridas,
os estudantes na criação do jingle. Pedir a eles uma aula para a apresentação dos jingles cria- vibram menos e resultam em um
som mais grave. O contrário aconte-
que escolham um objeto de que gostem, ou dos, estimulando momentos de socialização
ce com as pregas vocais femininas,
que utilizem no cotidiano, para a criação do que possibilitem o compartilhamento de suas que, em geral, são mais curtas.
jingle. Dizer-lhes que o jingle deve ser criativo, criações. Esta atividade pode ser realizada em
de curta duração e fácil de memorizar. Orien- conjunto com o professor de Arte.

77

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
2. Nos seres humanos, pode gerar perda de audição e

ENTRE CONTEXTOS ENTRE elevação da pressão arterial, além de estar relacionada


ao estresse e à redução de desempenho de estudantes e
Reforçar com os estudantes
que intensidade sonora é uma
CONTEXTOS trabalhadores. Nos ecossistemas, níveis sonoros de alta
intensidade podem causar problemas para que algumas
espécies se comuniquem, se reproduzam, encontrem
grandeza que relaciona a po- alimentos e fujam de predadores, o que prejudica a
sobrevivência e pode provocar a redução das populações.
tência de uma onda sonora com
a área (W/m2). Já nível sonoro é Poluição sonora
uma grandeza que relaciona a in- A poluição sonora é um problema ambiental característico de grandes centros urbanos. A
tensidade sonora de um som com exposição excessiva a níveis sonoros inadequados pode causar vários problemas tanto para os
a intensidade sonora mínima per- seres humanos como para outros seres vivos.
ceptível pela orelha de uma pes-
soa sem problemas de audição,
O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde
chamada limiar audível.
Na tabela que apresenta os [...]
cacofonia: som
[...] Nossa sociedade é barulhenta. E o barulho, a cacofonia estri-
limites de exposição para os ru- desagradável.
dente da vida moderna, também nos adoece, com danos diretos, como
ídos, a unidade de medida uti- perda de audição e elevação da pressão arterial, mas também indiretos, como a redução
lizada para nível sonoro é o dB. do desempenho dos estudantes, aumento do estresse e diminuição da produtividade
Entretanto, outra unidade de dos trabalhadores.
medida comumente encontrada Considerada a segunda maior forma de poluição, atrás apenas da poluição do ar,
é o dB(A). Explicar que se trata de a poluição sonora é capaz de gerar efeitos nocivos crônicos à saúde.
uma adequação à forma de inter- [...]
pretar o nível sonoro não pelo seu DOMÊNICO, Cláudio. O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde. Veja Saúde, São Paulo, 24 jun. 2021.
nível real, mas sim pela sensação Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/o-que-a-poluicao-sonora-tem-a-ver-com-a-sua-saude/.
Acesso em: 28 abr. 2022.
causada na orelha humana.
Comentar que a audição hu-
O tempo de exposição tolerável a um som também varia Limites de exposição a ruídos
mana é capaz de detectar sons a
de acordo com a intensidade dele. Observe na tabela o limite
partir de uma intensidade audível Nível de Máxima exposição
indicado para alguns níveis de ruído. Observe também a seguir
mínima de 10_12 W/m2, definido alguns exemplos de sons e seu nível sonoro em escala.
ruído, em dB diária permissível
como 0 dB, para frequências de 85 8 horas
20 Hz a 20 000 Hz. Nesse interva- 95 2 horas
lo de frequência de sons audíveis, Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 15:
atividades e operações insalubres. Brasília, DF: MTP, 29 out. 2020. 105 30 minutos
a orelha humana é mais sensível Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- 115 7 minutos
para uma faixa entre 2 000 Hz e trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15.pdf. Acesso em: 28 abr. 2022.
5 000 Hz, sendo menos sensível

PEDRO PAULO MELARA


para frequências muito pequenas
e muito altas. Isso significa que, Som de Aspirador Secador Grito próximo Fogos
quando estamos expostos a um relógio Conversas de Pó de cabelo à orelha Avião de artifício

som de determinado nível sono- 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 155

ro, a sensação audível causada Elaborado com base em: WESTIN, Ricardo. Poluição sonora prejudica a saúde e preocupa especialistas. Senado Notícias, Brasília, DF,
29 maio 2018. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-
pode variar de acordo com a fre- preocupa-especialistas/poluicao-sonora-prejudica-a-saude-e-preocupa-especialistas. Acesso em: 28 abr. 2022.

quência. Um som de nível sonoro Representação de escala de nível sonoro em decibéis (dB), com alguns exemplos. Sons acima de 70 dB são con-
siderados, em geral, desconfortáveis; acima de 85 dB, prejudiciais à saúde auditiva; e acima de 100 dB, podem
70 dB, por exemplo, com uma causar danos irreversíveis.
frequência de 1 000 Hz, é detec-
tado por nossas orelhas como 78
70 dB(A). Caso esse nível sonoro
seja emitido com frequência de
50 Hz, nossas orelhas podem de-
Quando o nível sonoro78 é medido por um equi-
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV1.indd 19/07/22 08:19 D3-C
tectá-lo como um som de menor
pamento eletrônico, não se sabe qual é a sensação
nível sonoro.
que esse som realmente causa na orelha humana.
Comentar ainda que o tempo
Por esse motivo, criaram-se algumas variações na
de exposição tolerável a um som
escala de nível sonoro, como o dB(A), que pode
varia de acordo com a intensidade
ser, então, entendido como uma unidade de
dele e também entre indivíduos,
medida para nível sonoro qualificada a partir da
lembrando que pessoas neurodi-
sensação causada na orelha humana.
vergentes podem apresentar hi-
persensibilidade auditiva.

78

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 78 22/08/22 16:14


nes de ouvido, que podem ser
prejudiciais, se utilizados con-
tinuamente e em alto volume.
Permitir que os estudantes que
se sentirem confortáveis co-
[...]
Diversos animais se comunicam com sinais sonoros, compartilhando informações
mentem sobre o uso correto de
vitais como, por exemplo, a escolha de um parceiro ou avisar os membros da família sobre fones de ouvido e como costu-
possíveis ameaças de predadores. E o barulho em volta pode prejudicar essa comunicação, mam realizar essa prática. Além
afetando a sobrevivência [...]. disso, pode-se perguntar aos
Novo estudo publicado na revista Biology Letters aponta que a poluição sonora estudantes se eles já tiveram ou-
afeta o comportamento de muitas espécies de anfíbios, pássaros, peixes, mamíferos e tras experiências de exposição
répteis. Enquanto a poluição sonora evita que alguns animais escapem de predadores, a poluições sonoras, relatando
também atrapalha outros [...] na busca por presas. como foi a experiência e os efei-
No mundo aquático, as larvas de peixes encontram seu lar com base no som emitido tos causados posteriormente
pelos recifes. O aumento da poluição sonora no mar, provocado principalmente por
(dores na orelha ou zumbidos,
navios, dificulta que as larvas encontrem recifes adequados, o que significa que muitas
por exemplo). Nessas conversas
escolherão ambientes piores e terão sua vida útil reduzida.
[...]
é importante trabalhar sempre
o respeito e a empatia às diversi-
POLUIÇÃO sonora dos humanos prejudica animais marinhos e terrestres. Galileu, São Paulo, 26 nov. 2019. Disponível
em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2019/11/poluicao-sonora-dos-humanos-prejudica-animais-
dades entre as particularidades
marinhos-e-terrestres.html. Acesso em: 28 abr. 2022. de cada indivíduo.
3. Esta atividade contribui para o
desenvolvimento do tema con-
temporâneo transversal Saúde,
JACK DYKINGA/NATURE/ FOTOARENA

MICHAEL WOOD/STOCKTREK IMAGES/GETTY IMAGES


além da competência geral 5
e da competência específi-
ca 6. Entre as ações, podem ser
citadas: evitar locais com muito
barulho; utilizar protetores audi-
tivos em locais de trabalho com
28 cm
15 cm
muito ruído; escutar música no
aparelho portátil com um volu-
A poluição sonora também interfere no compor-
me baixo e não o utilizar por um
As corujas se baseiam nos sons das presas para tamento do peixe popularmente chamado donzela
buscar alimento. A caça desses animais é prejudi- (Stegastes fuscus), afetando sua atividade alimentar período muito longo; evitar ficar
cada pela poluição sonora. e sua capacidade de fugir de predadores. perto das caixas acústicas em
shows e casas noturnas; fechar
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
as janelas do carro em locais de
trânsito com muito ruído; utili-
1 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas, entre 12 e 35 zar equipamentos domésticos
anos, podem ter perdas irreversíveis na audição por escutar música em volume muito alto, por mais silenciosos.
exemplo, em fones de ouvido. Você se considera parte dessa estatística? Por quê? Converse
com os colegas sobre o assunto. Resposta pessoal.

2 Que problemas podem ser gerados pela poluição sonora?

3 Faça uma pesquisa sobre ações que podem ser realizadas para reduzir os efeitos nocivos da
poluição sonora. Apresente os dados obtidos por meio de alguma ferramenta digital que permita
o compartilhamento pela internet com os colegas. Resposta pessoal.
#FICA A DICA, Professor
As informações apresentadas
79 na atividade 1 foram fornecidas
pela OMS (Organização Mundial
da Saúde) e publicadas pelo site
ONUBR (Nações Unidas no Bra-
08:19 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 79 dados com a saúde do corpo, contemplando
17/07/22 10:01a sil). Na publicação existem ou-
competência específica 7 e o tema contem- tras informações que podem ser
1. O objetivo da questão é que os estudantes trabalhadas com os estudantes.
porâneo transversal Saúde. Quando se fala em
possam realizar uma avaliação de seus há- Sugerimos acessar o link indicado
bitos quanto à exposição à música com som saúde, é comum que se mencionem alimenta- a seguir para obtê-las.
alto, especialmente quando se usam fones ção saudável e práticas regulares de exercícios
• MAIS DE 1 bilhão de jovens
de ouvido. Incentivar essa conversa e orientar físicos, o que é essencial. Porém, devemos tam- correm risco de perda auditiva
os estudantes sobre as consequências do uso bém lembrar de outros cuidados com a saúde, devido à exposição a sons altos.
inadequado de fones de ouvido para a saúde a como cuidados com a visão, cuidados com a voz, ONU. [S. l.], 12 fev. 2019. Dispo-
médio e longo prazo. cuidados com a audição, entre outros. É comum nível em: https://news.un.org/
Esta atividade possibilita realizar uma discussão observar pessoas fazendo atividades físicas, que pt/story/2019/02/1659581.
Acesso em: 7 jun. 2022.
com os estudantes a respeito de rotina e cui- é algo bom para a saúde, mas utilizando fo-
79

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 79 18/08/22 15:59


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O ASSUNTO É...
Comentar que o fenômeno da
ecolocalização envolve o concei-
O ASSUNTO É...
to de eco, termo que se refere à
recepção de uma onda sonora
emitida após ela ser refletida em
O eco na natureza e na tecnologia
um obstáculo. O eco é um fenômeno de reflexão do som e acontece, por exemplo,
Explicar que, quando uma fon- quando uma pessoa emite ondas sonoras e estas encontram um obstáculo,
te sonora emite um som, pode- no qual são refletidas, voltando ao emissor. Quando o intervalo entre a
mos ouvi-lo pelas ondas que che- emissão do som e sua percepção é maior do que 0,1 segundo, temos o eco.
gam diretamente às nossas ore- Acompanhe os esquemas a seguir.
lhas e também pelas ondas que
incidem nas orelhas após refle- AS CORES NÃO IMAGENS FORA
tirem em obstáculos. Comentar SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
1
que as orelhas humanas possuem O morcego emite ondas ultrassônicas
que se propagam em todo o espaço
uma característica chamada per- ao redor dele (representado pelas
sistência auditiva, de aproxima- ondas em branco).
damente 0,1 s para a maior parte

ILUSTRAÇÕES: FABIO EUGENIO


das pessoas. De acordo com essa 2
Essas ondas são refletidas em
característica, dois sons são distin- obstáculos e, então, retornam em
guidos separadamente quando o direção ao morcego (representado
pelas ondas em verde).
intervalo de tempo de incidência
nas orelhas é maior do que a per- 3
Ao detectar as ondas refletidas, os
sistência auditiva. Quando o inter- morcegos são capazes de estimar a
valo de tempo é menor do que a distância entre eles e os obstáculos.
persistência auditiva, detectamos
apenas um som com duração
mais prolongada. Esse fenôme- Alguns animais, como os golfinhos e os
no é chamado reverberação e morcegos, utilizam esse princípio para localizar
pode ser percebido em locais de presas e obstáculos. Os sons emitidos por esses
animais ecoam no ambiente e retornam até eles
eventos fechados, como quadras
com informações sobre o que está em volta
poliesportivas e auditórios, por deles. Esse processo é chamado ecolocalização.
exemplo.
Quando o intervalo de tempo Representação da ecolocalização utilizada por morcegos.
é maior do que a persistência
auditiva, o fenômeno é chama-
do eco. Neste caso, podemos
detectar dois sons diferentes, ou
seja, nossas orelhas percebem Representação de uma pessoa emitindo ondas sonoras pela
voz próximo a um obstáculo rochoso. As ondas sonoras emi-
o som emitido, e, após a esta- tidas (em branco) são refletidas pelo obstáculo (em verde).
bilização da sensação auditiva,
outra percepção para o mesmo
som ocorre. 80
Explicar que o fenômeno do
eco e a forma como ele ocorre
serviram como inspiração para D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24_AV1.indd 80 19/07/22 08:19 D3-C

nomear o processo de ecoloca-


lização realizado por alguns ani-
mais. Explicar que, nos morcegos
e nos golfinhos, a ecolocalização
permite que esses animais explo-
rem o ambiente ao identificar
texturas, densidade, tamanho e
distância que os separa de uma
barreira ou presa em movimento.
80

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 80 22/08/22 16:16


concreto armado, são cada vez
mais utilizadas, pois são capazes
de detectar falhas não visíveis.
Quando a onda ultrassônica
O princípio da ecolocalização também pode ser observado em equipamentos chamados tem seu tempo de propagação
sonares, existentes em algumas embarcações. Eles emitem ondas sonoras na água em várias
maior em relação a uma região
direções que, ao encontrarem obstáculos, são refletidas até o aparelho, que calcula as distâncias e
compacta de concreto, em vir-
fornece informações aos tripulantes. A diferença de tempo entre as ondas emitidas e a percepção
tude da consequente redução
das ondas refletidas possibilita ao sonar estimar a forma e a distância dos obstáculos.
de velocidade, constata-se ali
Elaborado com base em: PINHEIRO, Luciana; LOUIZE, uma falha, como trincas ou fen-
Nayade. A flexibilidade cerebral de pessoas cegas das, e é possível, também, obter
que utilizam ecolocalização. Eu percebo, Brasília,
DF, 7 fev. 2021. Disponível em: https://eupercebo. sua profundidade. A velocidade
unb.br/2021/02/07/a-flexibilidade-cerebral-de-
pessoas-cegas-que-utilizam-ecolocalizacao/.
do ultrassom depende das pro-
ECOLOCALIZAÇÃO. Projeto Maqua: Departamento priedades do material, e não da
de Oceanografia: UERJ. Rio de Janeiro, [2022?].
Disponível em: http://www.maqua.uerj.br/
sua geometria, por isso é impor-
ecolocalizacao.html. tante para esse tipo de estudo.
Acessos em: 28 abr. 2022. b) O eco possibilita à pessoa
cega identificar um obstáculo
ou um ambiente por intermé-
dio do som. Alguns cegos emi-
tem sons estalando os dedos
Representação das ondas
ou a língua para criar eco e,
emitidas pelo sonar (em
branco) e das ondas sonoras assim, medir a proximidade dos
refletidas (em verde). Representação da objetos. Como complemento,
1 ecolocalização utiliza- os estudantes podem sugerir
Os golfinhos emitem ondas da por golfinhos.
ultrassônicas (representadas em meios para facilitar a identifi-
branco) por meio de uma estrutura na cação de obstáculos, como a
região de sua cabeça, chamada melão. utilização de sinais sonoros em
Melão
portões de saída de estaciona-
mentos e garagens; sinais sono-
ros emitidos por automóveis ao
2
As ondas refletidas
se movimentarem em marcha a
(representadas em verde) ré; sinais sonoros em semáforos
são captadas pelo golfinho e de pedestres, entre outros.
direcionadas pela mandíbula
para a orelha interna, que Após a pesquisa e criação dos
Orelha interna
encaminha os sons recebidos recursos visuais, desenvolver
ao cérebro, onde serão
interpretados.
uma discussão sobre os as-
Mandíbula
suntos pesquisados. No item
• Atividades NÃO ESCREVA a destacar o importante papel
NO LIVRO.

1. Por meio de sonares presentes em navios, por exemplo. da Ciência e da Tecnologia em


1 Segundo o texto da seção, como o ser humano pode utilizar a ecolocalização? criar alternativas que auxiliem
Resposta pessoal. as pessoas em diversas áreas,
2 Forme um grupo com os colegas e, juntos, pesquisem sobre os itens a seguir, na internet. como em sistemas de localiza-
a) Outros exemplos de utilização das ondas sonoras em aplicações tecnológicas do cotidiano. ção, construção civil e saúde.
b) A forma como pessoas com deficiência visual podem utilizar o princípio da ecolocalização No item b, destacar a impor-
para a realização de suas tarefas diárias e para sua movimentação. tância do respeito aos direitos
Com a utilização de cartazes ou de recursos audiovisuais, apresentem os resultados aos colegas. de todos e do acolhimento so-
cial de indivíduos com algum
tipo de deficiência, eliminando
81 definitivamente qualquer tipo
de preconceito.

AVALIANDO
08:19 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U2-LA-G24.indd 81 a) Se desejar, dividir a pesquisa dos grupos por
17/07/22 10:01

área. Incentivar os estudantes a trazer os re- Durante o desenvolvimento dos


1. Esta atividade tem como objetivo levar os es- Temas, é possível avaliar os conhe-
sultados da pesquisa para a sala e promover
tudantes a interpretar as informações apre- cimentos dos estudantes. Neste
uma conversa sobre o assunto. Um exemplo momento, sugerimos uma avaliação
sentadas na seção, onde é mencionado o so-
da utilização de ondas sonoras é na Medici- que compreenda os conteúdos presen-
nar, utilizado em embarcações.
na, na qual os aparelhos de ultrassonografia tes em toda a Unidade 2, ao longo
2. Esta atividade contribui para o desenvolvi- operam apenas em frequências ultrassônicas da qual puderam desenvolver e
mento das competências gerais 9 e 10 e e contribuem para diagnósticos e tratamen- mobilizar as habilidades EF09CI05
competências específicas 4 e 8, assim como tos médicos. Outro exemplo de utilização é na e EF09CI07. Ver orientações sobre
do tema contemporâneo transversal Ciência construção civil: as ondas ultrassônicas, por avaliações na página XLVIII deste
Manual do professor.
e Tecnologia. não causarem danos à estrutura de peças de
81

D2-F2-2104-CIE-V9-U2-MP-056-081-G24_AV1.indd 81 18/08/22 15:59


BNCC NA UNIDADE

3
Competências
Gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 10
Específicas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI04
• EF09CI05
• EF09CI06
• EF09CI07
ONDAS
ONDAS
Temas contemporâneos
transversais
ELETROMAGNÉTICAS
ELETROMAGNÉTICAS
• Ciência e Tecnologia
• Educação em direitos humanos
• Vida familiar e social

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas
Assim como as ondas mecânicas, as
contemporâneos transversais podem
ondas eletromagnéticas também estão
ser desenvolvidos no trabalho com presentes em nosso cotidiano. A luz e o
esta Unidade na seção BNCC na prá- calor emitidos pelo Sol são duas formas
tica na página LXIV deste de radiação que podemos sentir dia-
Manual do professor. riamente. Com o desenvolvimento dos
conhecimentos sobre ondas eletromag-
néticas, novas tecnologias puderam ser
ORIENTAÇÕES criadas e aplicadas em diversos setores
DIDÁTICAS da sociedade. São alguns exemplos das
amplas possibilidades de aplicação das
ABERTURA DE UNIDADE ondas eletromagnéticas: os sistemas de
comunicação (que atualmente utilizam
As páginas de abertura da Uni- satélites), como rádios, televisores e
dade possibilitam contemplar a computadores ligados à internet; os
competência específica 4 e o sistemas de segurança, que incluem os
tema contemporâneo transversal sensores de presença; os equipamen-
Ciência e Tecnologia. tos domésticos, como os micro-ondas;
e os equipamentos médicos usados em
O assunto abordado é o pri-
diagnósticos e em tratamentos.
meiro satélite projetado e operado Nesta Unidade, estudaremos algu-
pelo Brasil, nomeado Amazonia 1. mas características das ondas eletro-
Sugere-se fazer um trabalho mais magnéticas, sua classificação e sua
aprofundado com os estudantes organização conforme a frequência e
sobre esse assunto, como uma suas aplicações.
conversa ou um debate. Esse tipo
de atividade permite facilitar a
identificação dos conhecimen-
tos prévios e nivelar os diferen-
tes saberes, caso haja diferenças
significativas entre eles. Para isso,
orientar os estudantes a fazer 82
uma pesquisa previamente. Os
links do #FICA A DICA, Estu-
dante podem ser sugeridos. De formação de opinião baseada
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 82 em fatos reais e seus pensamentos acerca da relevância de uma 21/07/22 23:14 D3-C

acordo com a quantidade de o desenvolvimento do respeito aos diferentes missão espacial como essa, o significado dessa
estudantes na turma, pode-se posicionamentos. Na atividade em grupo, cada missão para a Ciência e para a Tecnologia na-
formar grupos de até cinco in- integrante pode ficar encarregado de buscar um cional, os custos de produção e manutenção do
tegrantes, a fim de incentivar o link confiável para obter informações, fazer a lei- equipamento, a importância dos monitoramen-
convívio social e o trabalho em tura e apresentar os dados ao restante do grupo. tos encarregados ao satélite, a criação de outros
equipe, o que possibilita a eles Na data agendada para o debate, pode-se projetos como esse, entre outros tópicos.
um tempo para pesquisas, estu- dispor os estudantes em círculo para que apre- Como se trata de um satélite de monitoramen-
dos e diálogos, desenvolvendo, sentem as informações obtidas e suas conclu- to da região amazônica e do desenvolvimento
assim, a capacidade de selecio- sões sobre o assunto. Eles podem conversar agrícola, essa dinâmica pode ser feita em par-
nar informações confiáveis, a sobre as informações reais do satélite e expor ceria com o professor de Geografia. Conversar
82

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV2.indd 82 23/08/22 21:11


exercício mental com os estu-
dantes, sugerindo que se colo-
1. Professor, espera-se que os estudantes reco- quem em ambientes diferen-
nheçam a presença de ondas eletromagnéticas. tes, por exemplo, na cozinha,
1 A imagem apresenta o satélite bra- onde é possível verificar ondas
sileiro Amazonia 1, que foi lançado
eletromagnéticas no funciona-
ao espaço em fevereiro de 2021. Os
objetivos do satélite são monitorar mento do micro-ondas, ou em
a região amazônica, em busca de um carro, no qual é possível
desmatamentos, e verificar o desen- identificar ondas eletromag-
volvimento da agricultura em todo néticas no funcionamento do
o território do Brasil. No seu enten- rádio. Se desejar, perguntar

AS
dimento, o envio das informações
obtidas por esse satélite envolve
aos estudantes sobre a relação
ondas eletromagnéticas ou ondas existente entre as ondas eletro-
mecânicas? Justifique sua resposta. magnéticas e a cor dos objetos.

2 Observe o ambiente em que você se


encontra neste momento. É possível #FICA A DICA, Estudante

MCTI/GOV
dizer que existem ondas eletromag- Os links a seguir apresentam in-
néticas nele? Justifique sua resposta.
formações sobre a missão espacial
Resposta pessoal.
Amazonia.
• INSTITUTO NACIONAL DE
PESQUISAS ESPACIAIS. Mis-
são Amazonia. São José dos
Campos, [2019]. Disponível
em: www.inpe.br/amazonia1/
amazonia.php. Acesso em: 26
jun. 2022.
• FREIRE, Diego. Amazonia-1, o
1o satélite 100% brasileiro, é
lançado com sucesso de base
indiana. CNN Brasil, São Paulo,
28 fev. 2021. Disponível em:
www.cnnbrasil.com.br/tecno-
logia/amazonia-1-o-1-satelite-
-100-brasileiro-e-lancado-com-
-sucesso-de-base-indiana/. Acesso
em: 26 jun. 2022.
• BRASIL. Coordenação-Geral de
Observação da Terra. Imagens
do Amazonia-1 disponíveis
para o público. São José dos
Campos: INPE, 26 jul. 2021.
Disponível em: http://www.obt.
Representação do satélite inpe.br/OBT/noticias-obt-inpe/
Amazonia 1, primeiro satélite de
imagens-do-amazonia-1-disponi
observação da Terra projetado e
operado pelo Brasil. veis-para-o-publico. Acesso em:
13 ago. 2022.

83

23:14 previamente com o docente para que um plane-


D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 83 2. Apesar de alguns exemplos, como luz visível,
21/07/22 23:28

jamento conjunto possa ser feito. micro-ondas e rádio, já terem sido apresen-
Comentários sobre as atividades tados na Unidade anterior, não se espera que
os estudantes identifiquem as ondas eletro-
1. O objetivo desta atividade é levantar conheci-
magnéticas ao redor deles, mas que reflitam
mentos desenvolvidos pelos estudantes na Uni-
sobre o assunto. Caso estejam na sala de aula,
dade anterior. Espera-se que eles respondam que
as informações por satélites são transmitidas por é possível que identifiquem a luz do sol ou das
ondas eletromagnéticas, pois se propagam no lâmpadas como ondas eletromagnéticas ou as
vácuo do espaço. Ondas mecânicas necessitam associem ao funcionamento do celular, da te-
de um meio material para se propagar. levisão ou do computador. Pode ser feito um
83

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 83 22/08/22 16:23


ORIENTAÇÕES
1. Resposta pessoal. Possíveis respostas: o celular fica sem sinal; a internet
DIDÁTICAS não funciona; não é possível fazer uma ligação telefônica. Professor, neste
momento, não se espera que os estudantes compreendam o funcionamento de

1
1. DO RÁDIO À LUZ VISÍVEL um celular, mas que associem seu funcionamento ao fato de existir uma rede
TEMA de “sinais” necessária para a troca de dados e para a realização de ligações.
O estudo sobre a evolução dos Explorar essa falta de rede como sendo uma anomalia na propagação das ondas
conceitos referente à luz possibilita
contemplar a competência geral 1 DO RÁDIO À LUZ VISÍVEL
e a competência específica 1. O eletromagnéticas, causada por uma barreira física ou pela longa distância entre
estudo do espectro eletromagnético uma torre de retransmissão e o aparelho.
contempla a habilidade EF09CI06 Observe a cena da imagem a seguir.
e a competência específica 3.

MANU PADILLA/ALAMY/FOTOARENA
Perguntar aos estudantes sobre
os modelos de Empédocles (cerca
de 493 a.C.-430 a.C.) e Aristóteles
1 O que acontece com o celu-
lar quando estamos em um
(384 a.C.-322 a.C.) para explicar a lugar “sem rede”? Você sabe
luz e a visão. Empédocles acredi- o que isso significa?
tava que o Universo era formado
por quatro elementos – fogo, ar,
terra e água –, e que a luz estava Os celulares modernos, também
associada ao elemento fogo. Se- chamados smartphones, podem
ter diversos usos, como chama-
gundo ele, dos olhos saíam um das de voz e vídeo ou localização
tipo de fogo interno que tocava por GPS.
os objetos e com ele interagia.
Em 2021, existiam mais de 250 milhões de telefones celulares ativos no
Já Aristóteles afirmou que a luz
Brasil, uma média de mais de um aparelho para cada habitante. A maioria
era emitida pelos corpos que ve-
desses aparelhos possui funções variadas que podem ser utilizadas, por
mos. É importante destacar, neste exemplo, na educação, para comunicação, para diversão e para trabalho.
momento, a Ciência como uma Os celulares são exemplos de equipamentos desenvolvidos a partir
construção humana, passível de Os raios solares emitem luz
dos estudos e das pesquisas sobre ondas eletromagnéticas. Inicialmente,
visível, infravermelha e ultra-
erros, que depende do raciocínio o estudo das ondas eletromagnéticas buscava entender como os objetos
violeta, exemplos de ondas
e do contexto histórico e social. eletromagnéticas. podiam ser vistos pelos seres humanos. O grego Empédocles (cerca de
Ressaltar que o espectro eletro- 493 a.C.-430 a.C.), por exemplo, acreditava
BONSALES/SHUTTERSTOCK

magnético pode ser organizado que os olhos eram dotados de um “fogo


em relação ao comprimento das interno”, capaz de tornar todos os objetos
ondas eletromagnéticas ou à sua visíveis. Já o grego Aristóteles (384 a.C.-322
frequência, possibilitando aos es- a.C.) dizia que a luz seria um fluido imaterial
tudantes resgatar o conceito de retirado dos objetos. Assim, só enxergávamos
comprimento de onda estudado porque esse fluido chegava aos nossos olhos.
A natureza da luz continuou a ser ques-
na Unidade anterior. Desenhar na
tionada até que o físico e matemático escocês
lousa uma onda em sua forma
James Clerk Maxwell (1831-1879), estudando
transversal tradicional e indicar a
fenômenos elétricos e magnéticos, verificou
medida do comprimento de onda. que a luz que enxergamos é uma onda ele-
Sugere-se indicar essa medida como tromagnética de uma frequência específica
a distância entre duas cristas conse- que o olho humano é capaz de detectar.
cutivas. Explicar que as grandezas
frequência e comprimento de onda
são inversamente proporcionais,
ou seja, o aumento da frequência 84
de uma onda eletromagnética é
acompanhado pela redução da
medida de seu comprimento de D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 84 17/07/22 10:02 D3-C

onda, e vice-versa. Sugere-se um


trabalho em parceria com o professor
de Matemática, favorecendo, assim,
tanto o aprendizado do assunto
medida de comprimento de onda
e frequência quanto de proporção
direta e inversa. Verificar a possibi-
lidade de uma aula em conjunto
com o docente de Matemática
para possibilitar essa abordagem.
84

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 84 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Considerando a época escolar,
As ondas eletromagnéticas compõem o chamado espectro eletro-
optamos por apresentar apenas
magnético, que pode ser representado por uma escala que apresenta
a classificação das ondas ele-
a relação entre as ondas e suas respectivas frequências.
A luz visível é um exemplo de onda eletromagnética. Ela corresponde
tromagnéticas pela frequência,
à faixa de frequências do espectro eletromagnético que pode ser percebida respeitando o desenvolvimento
pelos olhos humanos. Outros exemplos são as ondas de rádio, as micro- etário e cognitivo dos estudantes.
IMAGENS FORA AS CORES NÃO
-ondas, o infravermelho, o ultravioleta (UV), os raios X e os raios gama. DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. Não existem limites definidos
entre as ondas que compõem
Frequência (Hz)
Ondas de rádio: ondas eletromagnéticas o espectro, de modo que os
10 4 comumente utilizadas em sistemas de valores de frequência associados
MARCOS AURÉLIO

comunicação, como rádio, televisão, telefonia


celular, entre outros. são aproximados para cada re-
Ondas de rádio
gião. Por esse motivo, é comum
10 6 apresentar o espectro com as
Micro-ondas: ondas eletromagnéticas que podem frequências indicadas por ordem
ser utilizadas em sistemas de telecomunicação
por satélite, no funcionamento de radares e em de grandeza, uma maneira de
108
fornos micro-ondas, para aquecer alimentos. expressar medidas não por seu
valor exato, mas utilizando po-
tências de base 10, mais próximas
Infravermelho: ondas eletromagnéticas
relacionadas à transmissão de calor. Podem dessa medida.
1010
ser usadas no funcionamento de sensores de Incentivar os estudantes a ana-
presença, controles remotos de eletroeletrônicos,
Micro-ondas câmeras noturnas, entre outros. lisar o espectro eletromagnético,
observando os nomes apresen-
10 12 Infravermelho
tados e a indicação da ordem
Luz visível: ondas eletromagnéticas perceptíveis de grandeza em cada faixa. Esse
pela visão humana na forma de cores de
Luz visível frequências específicas.
espectro foi criado para organizar
1014 as ondas por faixas de frequên-
cias, de modo que ondas com as
Ultravioleta: ondas eletromagnéticas emitidas mesmas características e utilização
1016
pelo Sol e por alguns equipamentos elétricos, tenham a mesma classificação.
como certas lâmpadas.
Assim, ondas classificadas como
UV rádio, por exemplo, são aquelas
Raios X: ondas eletromagnéticas com capacidade com frequência na ordem de até
1018
de atravessar diversos tecidos do corpo humano 108 Hz e são utilizadas na teleco-
e largamente utilizadas na realização de exames
médicos não invasivos. municação. As ondas classificadas
Raios X como micro-ondas são aquelas
1020
com frequência entre 108 Hz
Raios gama: ondas eletromagnéticas de alta e 1010 Hz, também utilizadas na
energia, utilizadas de forma controlada em telecomunicação para transmissão
tratamentos médicos de algumas doenças.
1022 de sinais com mais dados. Como
não existem limites exatos entre
Elaborado com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A.
Física III: eletromagnetismo. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do as ondas, as micro-ondas são
Raios gama
1024
Brasil, 2015. p. 414.
comumente classificadas como
Representação do espectro eletromagnético. uma faixa das ondas de rádio
com maior energia.
85

10:02 AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 85 17/07/22 10:02

A apresentação do espectro eletromagnético assim por diante. Pode-se perguntar, por exem- as respostas dependem do tipo de produto e da
com as frequências em ordem de grandeza pos- plo, qual é a medida da altura aproximada de atual realidade econômica.
sibilita realizar uma atividade conjunta com o uma pessoa. Nesse caso, eles devem usar a or- É importante os estudantes perceberem que
professor de Matemática. dem de grandeza 100 m. Qual é a medida da as respostas não são as medidas exatas, mas a
Uma sugestão de atividade é fazer algumas altura de um prédio de 10 andares? Ordem de ordem de grandeza do número, por exemplo,
perguntas aos estudantes referentes a escalas grandeza de 101 m. Qual é o preço de deter- a altura de uma pessoa é da ordem de 1 m
de medidas de comprimento e de preços, indi- minado computador? Ordem de grandeza de (100 m), visto que a próxima ordem de grandeza
cando a eles que devem responder apenas com R$ 103. Qual é o preço de determinado modelo é 10 m (101 m), o que é distante da altura real
valores na potência de base 10, como 1 (100 ), de carro? Ordem de grandeza de R$ 104. Para do ser humano.
10 (101), 100 (102), 1 000 (103), 10 000 (104) e as perguntas referentes a valores de produtos,

85

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 85 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ondas de rádio
Os estudos destas páginas
Ondas de rádio
possibilitam abordar a habilida- A comunicação é essencial para o desenvolvimento científico, tecno-
de EF09CI05 e o tema contem- lógico e social da humanidade, e foi a compreensão sobre como emitir e
porâneo transversal Ciência e receber ondas eletromagnéticas que proporcionou o desenvolvimento de
tecnologias de comunicação a distância, como via telefonia móvel, radares,
Tecnologia.
sistemas de comunicação naval e aeronáutico e via sinais de televisão.
Inicia-se, neste tópico, o estudo
Quando desejamos escutar a programação de uma emissora por
de cada tipo de onda eletromag-
rádio, precisamos sintonizar a frequência dessa emissora em um aparelho.
nética apresentada no espectro As ondas eletromagnéticas que possibilitam essa sintonia são chamadas
eletromagnético, partindo-se do ondas de rádio e são emitidas pelas torres de transmissão da emissora.
tipo comumente identificado co- Essas ondas estão na faixa de frequência entre 104 Hz e 1010 Hz.
mo ondas de rádio.
Destacar aos estudantes que

CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS


o nome dessas ondas geralmen-
te remete às estações de rádio
ou a transmissões radiofônicas.
Perguntar a eles que estações
de rádios eles conhecem, sendo
esperado que mencionem al-
gumas da região em que vivem
ou conhecidas nacionalmente.
Explique a eles que qualquer
onda eletromagnética com fre-
quência definida na faixa do Antenas de emissoras de televisão e de estações de rádio FM no alto do Morro
do Sumaré, situado no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), 2020.
rádio no espectro eletromagné-
tico é considerada uma onda de No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é o
rádio, o que inclui frequências órgão que regulamenta e fiscaliza o sistema de telecomunicação por
com diversas outras utilidades, ondas de rádio. Uma das normas da Anatel define que algumas faixas de
além da utilização pelas esta- frequência são reservadas para fins militares ou serviços públicos essen-
ções radiofônicas. ciais, como polícia, ambulâncias e corpo de bombeiros.
É importante destacar que as

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS


micro-ondas são consideradas
ondas de rádio curtas de alta fre-
quência, sendo, por isso, comu-
mente representadas como uma
região dentro do intervalo das on-
das de rádio em alguns espectros
eletromagnéticos. Para dar um
destaque maior às micro-ondas,
optamos por considerá-las uma
região distinta no espectro eletro-
magnético. Ambulância em Treviso (SC), 2021.

86

D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 86 17/07/22 10:02 D3-C

86

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comprimento de onda é inver-
samente proporcional à fre-
quência, ou seja, no intervalo
de frequência designado como
Nos sistemas de comunicação que utilizam ondas de rádio, as ondas
são geralmente emitidas por aparelhos transmissores instalados em
ondas de rádio, as ondas longas
torres, e sua recepção é feita por equipamentos que atuam como recep- são aquelas com menores fre-
tores, como a televisão, o rádio e o telefone celular. quências e, portanto, com maio-
As ondas de rádio de menores frequências, como aquelas res medidas de comprimento de
emitidas por emissoras AM (sigla para “amplitude modulada”), são ondas. Para mais informações
conhecidas como ondas longas, pois possuem um comprimento de onda sobre as características de uma
que permite sua reflexão na ionosfera (camada da atmosfera), o que onda, acessar o link sugerido no
possibilita que tenham um longo alcance. #FICA A DICA, Professor.
Para explicar com clareza o

SELMA CAPARROZ
conteúdo, desenhar duas ondas
Ondas
refletidas na
na lousa, com sua forma tradi-
ionosfera cional de oscilação transversal e
Recepção do
com medidas de comprimentos
sinal emitido de onda diferentes. Explicar que
a de maior comprimento possui
Torre emissora
menor frequência e a de menor
comprimento possui maior fre-
quência. Perguntar aos estudan-
tes qual seria uma onda de rádio
Elaborado com base em: THE EFFECTS of Earth’s Upper Atmosphere on Radio Signals. Nasa: The IMAGENS FORA de uma estação de frequência
Radio JOVE Project. Washington, D.C., 2022. Disponível em: https://radiojove.gsfc.nasa.gov/ DE PROPORÇÃO.
education/activities/iono.html. Acesso em: 2 abr. 2022. FM – a de menor comprimento
Representação da emissão de ondas de rádio AM. AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
de onda – e qual seria a de uma
estação de frequência AM – a de
As ondas de rádio de maiores frequências, como as emitidas por
maior comprimento de onda.
emissoras FM (sigla para “frequência modulada”) e alguns sinais de televisão,
têm comprimento de onda menor e não são refletidas na ionosfera. Essas
transmissões dependem de outras torres, chamadas torres de retransmis- #FICA A DICA, Professor
são, que retransmitem o sinal, aumentando o alcance das ondas. Acessar o link sugerido a seguir
para informações adicionais sobre o
SELMA CAPARROZ

estudo das ondas, como análise da


medida do comprimento de onda,
amplitude, frequência e período.
Recepção
do sinal
• GONÇALVES, Leila J. Ondas. Ins-
emitido tituto de Física. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
Torre de
Torre emissora retransmissão Porto Alegre, c2004. Disponível
em: http://www.if.ufrgs.br/~leila/
ondas.htm. Acesso em: 26 jun. 2022.

Elaborado com base em: THE EFFECTS of Earth’s Upper Atmosphere on Radio Signals. Nasa: The
Radio JOVE Project. Washington, D.C., 2022. Disponível em: https://radiojove.gsfc.nasa.gov/
education/activities/iono.html. Acesso em: 2 abr. 2022.
Representação da emissão de ondas de rádio FM.

87

10:02 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 87 Neste momento, se possível, apresentar aos
17/07/22 10:02

estudantes algum aparelho elétrico que tenha


Explicar aos estudantes que as ondas de rádio sintonia de estações de rádio. Mostrar o visor
AM, conhecidas como ondas longas, são aquelas com os valores de frequência escritos, chamando
com frequência na ordem do quilohertz (103 Hz), a atenção deles para os valores em mega-hertz
podendo atingir até a ordem do mega-hertz das estações FM. Caso a sintonia seja digital,
(106 Hz). Já as ondas de rádio FM têm frequência como ocorre na maioria dos aparelhos atuais e
a partir da ordem de mega-hertz (106 Hz), po- em telefones celulares, pode-se mostrar uma es-
dendo atingir a ordem de 108 Hz, lembrando que tação sintonizada e o valor de sua frequência.
não existe um limite definido entre os tipos de Sobre a classificação das ondas de rádio AM
onda eletromagnética. como ondas longas, lembrar que a medida do
87

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 87 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Micro-ondas
Os estudos destas páginas pos-
Micro-ondas
sibilitam explorar a habilidade Ondas eletromagnéticas na faixa de frequência entre 109 Hz e
EF09CI05 e o tema contemporâneo 10 Hz são chamadas micro-ondas. Elas são consideradas ondas de
11

transversal Ciência e Tecnologia. rádio de alta frequência.


As micro-ondas utilizadas em sistemas de comunicação, como
Como já mencionado, as micro-
emissoras de rádio, televisão e telefonia móvel, não são refletidas pela
-ondas podem ser consideradas
ionosfera, sendo necessário o uso de torres de retransmissão. Em algumas
ondas de rádio curtas de alta
transmissões de televisão e telefonia móvel, a retransmissão também
frequência. Por isso, são utilizadas pode ser feita por satélites artificiais – equipamentos de observação
nas telecomunicações, como nas científica, telecomunicação ou pesquisa – em órbita ao redor da Terra.
transmissões de sinais na rede O uso de satélites artificiais na retransmissão de ondas de alta frequência
de telefonia celular atual, que aumenta o alcance das informações das fontes emissoras.
exige que muitos dados sejam

SELMA CAPARROZ
enviados com alta qualidade. IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO.

Este também é um momen-


AS CORES NÃO Satélite
to propício para a abordagem SÃO REAIS.
artificial
da seção O assunto é... sobre
Torres
tecnologia 5G (páginas 110 e emissoras
111), pois envolve transmissão
de informações por ondas ele- Elaborado com base em: THE
EFFECTS of Earth’s Upper
tromagnéticas com frequência Atmosphere on Radio Signals.
na faixa das micro-ondas (ondas Nasa: The Radio JOVE Project.
Washington, D.C., 2022. Torre de
de rádio de alta frequência). Disponível em: https:// retransmissão Recepção do
radiojove.gsfc.nasa.gov/ sinal emitido
É importante destacar para os education/activities/iono.html.
estudantes que a telecomunicação Acesso em: 2 abr. 2022.

é uma área com alta demanda Representação da emissão de ondas retransmitidas por torres ou satélites artificiais.
atualmente. Com o uso intenso ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS
As micro-ondas dão nome ao aparelho que pode ser utilizado para
e frequente de equipamentos aquecer alimentos e bebidas – o forno de micro-ondas. No interior desse
conectados à internet, as redes aparelho, são emitidas ondas eletromagnéticas com frequência espe-
devem comportar o envio e o cífica, que fazem as moléculas de água do alimento vibrarem com
recebimento de informações em maior intensidade. A maior agitação das moléculas gera aumento
tempo real. Logo, os conheci- da energia térmica, ou seja, elevação da temperatura.
mentos e estudos sobre as ondas As micro-ondas também estão presentes nos aparelhos
eletromagnéticas utilizadas nessas conhecidos como radares móveis, utilizados por agentes de
transmissões são essenciais para a trânsito para controle das velocidades dos veículos nas vias
rotina da sociedade atual. públicas. O radar móvel emite uma onda eletromagnética em
Ondas eletromagnéticas na direção ao veículo e, nesse momento, a contagem do tempo
frequência das micro-ondas são é iniciada. A onda é refletida no veículo e retorna ao aparelho,
que compara o tempo entre a emissão e a recepção da onda e a
comumente relacionadas ao forno
distância do equipamento ao veículo, determinando sua velocidade.
micro-ondas, utilizado no aqueci-
mento de alimentos. Nesses fornos, Agente de trânsito utilizando radar móvel durante fiscalização
utiliza-se apenas uma faixa das de trânsito em uma via em Londrina (PR), 2016.
ondas eletromagnéticas, como a
frequência de aproximadamente 88
2 x 109 Hz, ou 2 giga-hertz (2 GHz).
Nesse equipamento, existe um
dispositivo chamado magnétron, D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 88 17/07/22 10:02 D3-C
que emite as micro-ondas. #FICA A DICA, Professor
Acessar o link a seguir para mais informações
sobre como as micro-ondas emitidas em um forno
aquecem os alimentos.
• SANTOS, Carla E. dos. Como funciona o forno de micro-
-ondas? Instituto de Física. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, [2019?]. Disponível
em: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20022/Carla/
fornomicroondas.htm. Acesso em: 26 jun. 2022.

88

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 88 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Infravermelho
Infravermelho Ao trabalhar a irradiação de
Os raios infravermelhos são ondas eletromagnéticas na faixa de calor, retomar com os estudantes
frequência entre 1011 Hz e 1014 Hz. Essas ondas estão presentes, por essa forma de propagação do
exemplo, no calor que o corpo humano emite por irradiação, o que calor por meio de ondas eletro-
permite mapear sua temperatura, ao se associar cada faixa de tempera-
magnéticas, estudada em anos
tura a uma cor. Além disso, o infravermelho é utilizado em equipamentos
anteriores. Pode-se retomar tam-
médicos, em controles remotos, em sensores de presença e de movi-
bém os outros dois processos: a
mento, em videogames, em células solares para geração de energia
elétrica, em telescópios, entre outros usos.
condução e a convecção térmica.
No exemplo apresentado a seguir, de um exame médico, é possível Para o contexto apresentado
observar o aumento de temperatura na mama esquerda, o que pode nesta página, sobre o aumento de
auxiliar no diagnóstico de câncer. Os tons em azul representam áreas temperatura corporal na região
mais frias, e os tons em amarelo, áreas mais quentes. afetada pelo câncer, explicar que
isso ocorre porque as células

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


cancerosas se reproduzem des-
controladamente, aumentando
a perfusão sanguínea no local, o
que gera um aumento da tempe-
ratura. A perfusão corresponde
à passagem do sangue em um
Mama Mama
direita esquerda organismo ou órgão.
Ainda sobre o tema câncer,
retomar com os estudantes a
importância de realizar exames
Mapa térmico da região do tórax de uma mulher.
periódicos de prevenção – exame
de mama para as mulheres e exa-
No caso do controle remoto, quando acionado, ele emite um pulso me de próstata para os homens,
infravermelho que é decodificado por receptores presentes nos apare- por exemplo. Comentar que os
lhos, possibilitando a execução da operação desejada. programas de rastreio da mama
para verificar a existência de câncer
A B se baseiam principalmente na
mamografia por raios X, técnica
que revela detalhes internos da
estrutura da mama. Os raios X
são um tipo de onda eletromag-
FOTOS: IZA GUEDES

nética que será abordado ainda


nesta Unidade.
Com relação ao infravermelho
emitido pelo controle remoto,
evidenciado pela câmera foto-
Imagem de um controle remoto em funcionamento, observada a olho nu (A) e observada por meio de uma gráfica, explicar aos estudantes
câmera fotográfica digital, que apresenta sensores capazes de captar algumas frequências de infravermelho (B). que a radiação utilizada nesses
equipamentos tem frequência e
89 comprimento de onda próximos
aos da radiação visível. Essa ra-
diação é captada pelos sensores
10:02 D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 89 17/07/22 10:02
das máquinas fotográficas e re-
#FICA A DICA, Professor gistrada como fotografias, assim
Para mais informações sobre o espectro eletromagnético, em a percebemos como luz visível.
especial sobre o infravermelho, ler o artigo indicado a seguir, que
apresenta dois experimentos simples relacionados ao assunto.
• MICHA, Daniel N. et al. “Vendo o invisível”: experimentos de
visualização do infravermelho feitos com materiais simples e
de baixo custo. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33,
n. 1, p. 1501-1506, 2011. Disponível em: http://www.sbfisica.
org.br/rbef/pdf/331501.pdf. Acesso em: 26 jun. 2022.

89

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 89 22/08/22 16:27


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Luz visível
O estudo da luz visível possi-
Luz visível
bilita o trabalho com as habilida- Uma estudante fez a seguinte investigação envolvendo luz e cores:
des EF09CI04 e EF09CI05, assim utilizando um compasso, ela desenhou uma circunferência de 15 cm de
como com as competências raio em uma cartolina. Depois, com um transferidor, ela dividiu o círculo
em sete setores circulares, com cerca de 51° de ângulo de abertura cada
gerais 2 e 7 e a competência
um, e coloriu cada setor com uma cor: vermelha, laranja, amarela, verde,
específica 5.
azul, anil e violeta. Por último, a estudante, cuidadosamente, passou um
Verificar a possibilidade de
lápis pelo centro do círculo e, girando-o, observou a face colorida do disco,
realizar com os estudantes a ati- como representada na imagem a seguir.
vidade prática demonstrada no

LUCAS FARAUJ
Livro do estudante. Avaliar se a
confecção do disco será feita em
sala de aula, sendo necessário IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
providenciar o material com an-
tecedência. Os estudantes tam-
bém podem trazer o disco pronto
de casa.
Caso os estudantes elaborem 2. A face colorida foi
percebida como uma cor Representação de passos da investigação feita pela estudante.
a montagem em casa, solicitar próxima à cor branca.
que pesquisem outras formas 3. Professor, espera-
de fazê-lo, por exemplo, utili- -se que os estudantes 2 O que ocorreu quando o disco foi girado rapidamente?
cheguem à conclusão
zando um CD ou DVD antigo. de que a cor “branca” é 3 Elabore uma hipótese para o resultado observado e conte-a aos colegas.
Nesse caso, é necessário colar o formada pela mistura de
disco colorido e fazer dois furos todas as cores. Explicar A luz visível, ou seja, aquela que conseguimos enxergar, tem fre-
a eles que essa mistura
alinhados, ao redor do centro observada é composta quências na ordem de 1014 Hz. Dentro desse espectro, cada frequência
do CD/DVD. Assim, um barban- por luz visível e que a luz equivale a uma sensação de cor. O termo “sensação” relaciona-se ao fato
te é passado nos dois furos que branca é formada pela de que é nosso cérebro que interpreta as informações que captamos,
soma das frequências de
foram feitos, para que o disco onda de todas as cores.
associando-as às cores.

VANESSA NOVAIS
seja girado. Verificar como esta Infravermelho Luz visível UV Raios X
atividade pode ser realizada no
vídeo disponível no #FICA A Ondas de rádio Raios gama
DICA, Professor.
Micro-ondas
A elaboração desse disco pode
ser uma oportunidade para um
trabalho interdisciplinar com Ma-
temática, pois envolve o uso de
compasso para traçar a circunfe-
rência e de transferidor para divi-
dir o círculo formado em setores 3,8 ? 1014 Hz 7,8 ? 1014 Hz
3,8.1014
ElaboradoHz
com base em: YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 14. ed. 7,8.1014
São Paulo: Hz
com um ângulo central de apro- Pearson Education do Brasil, 2015. p. 414.
ximadamente 51°. Espectro eletromagnético destacando a faixa de frequência da luz visível, composta de
várias cores.

90
#FICA A FICA, Professor
No link a seguir é possível acessar Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV3.indd 90 21/07/22 23:29 D3-C

um vídeo que demonstra outra


maneira de realizar o disco de 2. É possível que a cor visualizada não seja nesta investigação, ao observar o disco em
Newton, atividade descrita no livro branca, mas um tom de branco acinzenta- movimento, a luz que ilumina a região colo-
do estudante. do. Isso ocorre porque as cores que formam rida do disco chega sobreposta aos nossos
AZUL + Verde + Vermelho = olhos, e o resultado dessa sobreposição é a
• o disco não são puras. Além disso, a veloci-
Branco? 2017. Vídeo (5min23s). interpretação de uma cor branca, ou próxima
dade de giro do disco utilizando o lápis pode
Publicado pelo canal Manual do a ela, pelo encéfalo.
Mundo. Disponível em: https:// não ser suficiente.
youtu.be/LlKeTEzYrjo. Acesso em: 3. Após os estudantes apresentarem suas hi-
19 jun. 2022.
póteses, é importante eles perceberem que,
90

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 90 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Com relação à luz do Sol, se
Observe que, no espectro eletromagnético, foi dado destaque desejar, explicar aos estudantes
para a luz visível nas cores vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e que ela é composta de todas as
violeta, e que foram essas as cores utilizadas pela estudante para pintar cores do espectro visível. Porém,
o disco. Ao girá-lo, a luz que ilumina cada uma das cores do disco incide
ao incidir na atmosfera, ela so-
nos olhos de forma praticamente simultânea. Isso faz nosso cérebro
fre um fenômeno conhecido
interpretar esse estímulo como uma cor próxima à cor branca.
como espalhamento, causado
Um dos primeiros cientistas a verificar que a luz branca é composta
por todas as frequências da luz visível foi o inglês Isaac Newton (1642-1727).
por partículas que a compõem.
Em um experimento que realizou, ao incidir um feixe de luz solar sobre um K ML
S/S
Durante o dia, as cores que mais
HU

sólido transparente, chamado prisma, Newton verificou que a luz branca


TTE
RS
TO
CK
sofrem espalhamento são azul e
foi decomposta e refletida na parede em diversas cores. violeta. Como nossos olhos são
Ao atravessar um prisma, a velocidade de propagação da mais sensíveis ao azul, essa é a
luz branca varia, fenômeno chamado refração. Como cada cor cor que notamos no céu. Caso
apresenta comprimento de onda e frequência específicos, elas existam mais partículas no céu,
Prisma
refratam de forma diferente ao entrar no prisma (passar do como poeira, nuvens ou umida-
ar para o prisma) e ao sair dele (passar do prisma para o ar de, mais cores são espalhadas,
novamente), o que causa a decomposição da luz branca em e vemos uma coloração mais
suas cores. Esse fenômeno é chamado dispersão. próxima ao branco.
Além do Sol, que é uma fonte natural de luz branca, fontes Logo, se algumas cores sofrem
artificiais, como as lâmpadas, também podem emitir luz nas fre- Luz branca
espalhamento pelo céu, a luz
quências correspondentes à luz visível.
do Sol que ilumina o ambiente
O fenômeno de dispersão da luz também ocorre quando os raios
consiste em um conjunto de
luminosos vindos do Sol atravessam as gotas de água que estão na Representação do fenô-
atmosfera. Nessa situação, as gotas se comportam como um prisma, cores com essas cores subtraí-
meno de dispersão da luz
decompondo a luz solar nas cores que visualizamos no céu e que formam branca ao atravessar um
das. Essa subtração não causa
o que chamamos arco-íris. prisma transparente. grandes efeitos na forma com
que o olho humano percebe as
cores dos objetos, mas é impor-
tante dizer que, se a luz do Sol
incidisse diretamente em um
objeto sem sofrer a dispersão,
a cor desse objeto poderia ser
notada de maneira levemente
diferente daquela a que estamos
acostumados. Por esse motivo,
EDUARDOMSNEVES/ALAMY/FOTOARENA

percebemos os objetos de modo


diferente quando iluminados pela
luz do Sol e quando iluminados
pela luz branca de uma lâmpada.
É importante ressaltar que, na
investigação do disco de Newton,
o fenômeno luminoso envolvido
é a reflexão da luz; já na investi-
Arco-íris em Guarapari (ES), 2018.
gação com prisma, realizada por
Isaac Newton (1642-1727), o
91 fenômeno envolvido é a refração
da luz, que consiste na variação
da velocidade da luz quando ela
23:29 D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 91 17/07/22 10:02 passa de um meio físico para
outro. Como a luz branca é
formada por todas as cores,
cada cor sofre uma refração
distinta ao atravessar o prisma,
e a refração causa a dispersão
da luz branca. Essa investigação
de Newton foi essencial para a
evolução dos conceitos sobre
o assunto.

91

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 91 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Como as cores Como as cores são percebidas
são percebidas
Na retina do olho humano existem dois tipos de células fotorrecep-
Este estudo possibilita con- toras que se relacionam à percepção da luz: os cones e os bastonetes. Os
templar a habilidade EF09CI05. bastonetes são mais sensíveis à claridade e os cones nos possibilitam a
A sugestão do uso de tecnologias visão de cores. Animais que têm somente bastonetes enxergam somente
digitais contempla a competên- # FICA A DICA em preto e branco.
cia geral 5 e a competência es- Existem três tipos de cone, cada um com sensibilidade maior a
Faça uma simulação
pecífica 6. de como ocorre a
determinada frequência de luz: vermelha, verde ou azul. Por causa de
Verificar a possibilidade de percepção visual uma sobreposição dessas cores, ao receberem estímulos luminosos, várias
iniciar os estudos desse assunto de radiações da luz tonalidades de cor podem ser interpretadas pelo cérebro, resultando nas
visível com diferentes diferentes cores que percebemos. Dessa maneira, mesmo que a luz branca
realizando a atividade proposta frequências (cores).
na seção Oficina científica, na seja a soma de várias frequências de cores, os olhos humanos têm células
Disponível em: https://
que captam as frequências do vermelho, do verde e do azul.
página 99. phet.colorado.edu/
sims/html/color-vision/ Após atravessar a córnea e entrar pela pupila, a luz atinge a região
Explicar aos estudantes que latest/color-vision_pt_ da retina, no fundo do olho. Nesse local, os bastonetes e os cones são
cada cor é definida por uma fre- BR.html. Acesso em:
estimulados e enviam impulsos nervosos, por meio do nervo óptico, até o
quência, sendo o vermelho a de 4 abr. 2022.
encéfalo, onde esses impulsos serão interpretados como imagens e cores.
menor frequência, e o violeta a
de maior frequência, de modo Córnea Retina
Fotorreceptores

RENAN LEEMA
Íris Nervo óptico
que existem infinitas cores. Neurônios
Já quando se fala no sentido da IMAGENS FORA Luz Cones
DE PROPORÇÃO.
visão, a cor é uma percepção fisio-
Pupila
lógica do ser humano. Como as AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Lente
células que detectam as cores têm Humor
maior sensibilidade para as cores Elaborado com base em: vítreo
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia
vermelha, verde e azul, todas as humana: uma abordagem Bastonetes
cores que enxergamos são inter- integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017. p. 347.
pretadas pelo nível de sensibiliza- Representação do olho humano
ção de cada uma dessas células. e detalhe da retina, mostran- Retina
Comentar com os estudantes do cones e bastonetes.
que a percepção das cores pode
A seguir, observe como é possível enxergar as cores a partir de uma
variar entre indivíduos. Atentar combinação de três feixes de luz – vermelho, verde e azul – incidindo
para que estudantes com dalto- em uma parede escura.
nismo ou outros problemas de vi-
Luz vermelha
são não se sintam constrangidos Sobreposição das Sobreposição das

OLEKSII LIEBIEDIEV/SHUTTERSTOCK
luzes vermelha e azul, luzes verde e vermelha,
ou excluídos. Se necessário, auxi- formando a cor magenta. formando a cor amarela.
liá-los nas atividades que exijam
identificação de cores.
Sobreposição das luzes
As cores de luz formam um verde, vermelha e azul
Sobreposição das
luzes verde e azul,
sistema conhecido pela sigla formando a cor branca. formando a cor ciano.
RGB: red (vermelho), green (ver-
de) e blue (azul). Outro sistema Esquema mostrando a combinação de três
Luz azul Luz verde
de cores é designado pela sigla feixes de luz – vermelho, verde e azul.
CMYK: cyan (ciano), magenta
(magenta), yellow (amarelo) e 92
key ou black (preto, interpretado
como uma mistura colorida), que
corresponde à cor pigmento, ou finição física da cor e a92 maneira como a interpre-
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd sonagem (a mesma selecionada). Selecionar duas 17/07/22 10:02 D3-C

seja, às cores que são misturadas tamos. Se possível, acessar o link durante a aula e cores no maior nível e destacar a cor interpretada
para gerar qualquer outra cor em manipular as simulações com os estudantes. Na pela personagem, resultante da sobreposição de
uma impressão, por exemplo. opção "lâmpadas RGB", destacar a cor que está duas cores. Neste momento, os estudantes têm
A proposta de simulação do sendo emitida pelas lanternas e a cor que está a oportunidade de verificar as cores do sistema
link sugerido no #FICA A DICA sendo interpretada pelo encéfalo da personagem. CMYK. Perguntar a eles qual é a cor que será in-
do Livro do estudante auxilia na Selecionar uma cor no maior nível (vermelha, ver- terpretada se as três cores forem selecionadas no
verificação da diferença entre de- de ou azul) e destacar a cor interpretada pela per- maior nível e mostrar a interpretação do branco.

92

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 92 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A cor dos objetos
A cor dos objetos Estes estudos possibilitam de-
Sempre que um objeto é iluminado, parte da luz é absorvida e parte senvolver a habilidade EF09CI04.
é refletida. A cor que uma pessoa identifica em um objeto é a parte da Conversar com os estudantes
luz refletida; as outras cores que compõem o espectro da luz visível são sobre o fato de a cor não estar
absorvidas pelo objeto. No esquema a seguir, há um objeto colorido no próprio objeto, mas depender
iluminado com luz branca. da luz que o ilumina, ou seja,
quando enxergamos um objeto
Nas regiões em que é observada a cor Nas regiões em que é
vermelha, a luz branca incide e o objeto observada a cor azul, a luz de determinada cor iluminado
reflete somente a luz de cor vermelha. Todas branca incide e o objeto pela luz branca, significa que
as demais cores são absorvidas pelo objeto. reflete somente a cor azul.
Todas as demais cores são
ele refletiu essa cor no espectro
absorvidas pelo objeto. da luz branca, absorvendo as
demais cores.
É importante destacar que, para
fins de explicação e compreensão,
consideramos que uma cor foi
refletida e outras foram absor-
vidas, porém o correto é afirmar

SPASTA/SHUTTERSTOCK
que determinadas frequências
da luz incidente foram refleti-
das e outras frequências foram
absorvidas. Os olhos humanos
Nas regiões em que é
Nas regiões em que é observada a cor preta, a observada a cor branca,
também podem ser estimulados
luz branca incide e a maior parte não é refletida, a luz branca incide e pela tonalidade da cor refletida,
ocorrendo a absorção de todas as cores. é quase totalmente
refletida. Todas as cores
e, por isso, o cérebro humano
Esquema mostrando como as cores de um objeto colorido iluminado com luz que formam essa luz pode interpretar diversos tons
branca podem ser percebidas. são refletidas e chegam de uma mesma cor.
aos nossos olhos.
Mas o que ocorre quando a luz incidente não é branca? Ao ser
iluminada com luz verde, por exemplo, a tampa vermelha de uma caneta
é observada como preta, pois não há vermelho na luz incidente para ser
refletido. Observe as imagens a seguir.
FOTOS: DOTTA2 /ARQUIVO DA EDITORA

A B

Tampa vermelha de caneta sendo iluminada por luz branca (A) e por luz verde (B).

93

10:02 AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 93 17/07/22 10:02

Esse assunto pode ser trabalhado com demons- sapatos, de modo que seja possível observar seu esses objetos estão iluminados diretamente pela
trações práticas que evidenciem que a cor de um interior, mas evitando ao máximo a entrada de luz luz branca.
objeto está relacionada também à cor da luz que dentro da caixa. Colocar dentro da caixa objetos Com essa atividade, os estudantes podem verificar
o ilumina. Uma investigação prática pode ser es- de diferentes cores. É importante que um deles que a cor detectada em um objeto está relacionada à
sencial para a compreensão correta dos conceitos seja vermelho (ou da cor do celofane utilizado). luz que o ilumina. Quando a luz vermelha incidiu no
científicos envolvidos. A atividade a seguir é uma Acender uma lanterna e iluminar o interior da objeto vermelho, sua cor não foi alterada, pois esse
sugestão que pode ser realizada com os estudantes. caixa através do papel celofane. Solicitar aos es- corpo é capaz de refletir a luz vermelha. Já os corpos
Cortar um buraco retangular na região central tudantes que observem os objetos pela abertura de outras cores absorvem a luz vermelha e, por isso,
de uma caixa de sapatos e fechar esse buraco lateral que foi feita. são observados como pretos. No caso de um corpo
com papel celofane vermelho. Fazer um pequeno Questionar que cor eles detectaram em cada branco, ele é observado na cor vermelha, visto que
buraco em uma das laterais menores da caixa de objeto e se essas cores são as mesmas de quando reflete todas as cores de luz, incluindo a vermelha.

93

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O laser
O laser
Para compreender a emissão
A luz branca é uma combinação de diversas frequências de cores,
tanto da luz branca quanto do
por isso a chamamos policromática. Quando a luz é emitida em apenas
laser, é necessário explicar que uma frequência, ela é denominada monocromática. O laser é um
no átomo existem elétrons que exemplo de luz monocromática que tem sua intensidade amplificada, se
se movem em níveis de energia propaga de forma bastante concentrada e suas ondas vibram todas da
ao redor do núcleo. Quando um mesma forma (em fase).
elétron absorve um “pacote”
de energia específico, chamado

AZUR13/SHUTTERSTOCK
quantum, ele salta para um nível
mais energético e, então, retorna
ao seu nível, emitindo essa ener-
gia na forma de um fóton de luz,
que é um corpúsculo localizado
de pura energia, uma partícula de
luz ejetada pelo átomo.
Na emissão da luz branca, os
elétrons emitem fótons de diversas
frequências, cada uma correspon-
dente a uma cor da luz visível e Evento em que se utiliza laser como efeito visual para o espetáculo.
com variação na oscilação. O primeiro equipamento emissor de laser foi desenvolvido por volta
de 1960 pelo físico estadunidense Theodore Harold Maiman (1927-2007).
ALEX SILVA

A partir daí, as tecnologias avançaram e hoje o laser tem diversas aplica-


ções, como em cirurgias, procedimentos de cortes e soldagens de materiais
Elaborado com base em: HEWITT, Paul. com alta precisão, leitores de CD e DVD, telecomunicações, leitores de
Física conceitual. 11. ed. Porto Alegre: códigos de barras, detecção de gases poluentes na atmosfera etc.
Bookman, 2011. p. 546. No caso do leitor de código de barras (código universal de produtos,
Representação de um que é formado por barras pretas e espaços brancos de diferentes espessuras),
feixe de luz branca, a espessura e a sequência das barras refletem o laser de maneiras diferentes,
que são utilizadas por um sensor para a identificação de um produto.
com ondas de diversas
frequências fora de fase.

ANATOLY VARTANOV/SHUTTERSTOCK
Um laser é emitido por uma fonte
de átomos do chamado meio ativo,
que podem ser gasosos, líquidos
ou sólidos. Esses átomos são es-
timulados, absorvendo energia e
desencadeando um processo que
resulta na emissão de fótons, todos
de mesma frequência e oscilação.
ALEX SILVA

Leitor de código de barras passando luz de laser sobre o código.

94
Elaborado com base em: HEWITT, Paul.
Física conceitual. 11. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2011. p. 547.
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Representação de um #FICA A DICA, Professor
feixe de laser, com ondas Para conhecer mais informações sobre os fundamentos
de apenas uma frequência do laser, ler o artigo disponível no link a seguir.
e oscilando em fase. • BAGNATO, Vanderlei S. Os fundamentos da luz laser.
Física na escola, São Carlos, v. 2, n. 2, p. 4-9, 2001.
Disponível em: http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/
apoio/textos/a02.pdf. Acesso em: 26 jun. 2022.

94

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uma frequência de emissão, que
corresponde a uma cor) com
coerência espacial e temporal

ENTRE (as ondas emitidas se propagam


da mesma forma, em fase), coli-
CONTEXTOS mada (feixes de luz paralelos) e
de alta intensidade (emitida com
maior energia, se comparada à
luz convencional).
Aplicações do laser na saúde As aplicações de cada laser es-
Desde a sua criação, diferentes tipos de laser foram e ainda são testados para verificar suas tão relacionadas com a potência
propriedades e sua interação com milhares de materiais. Atualmente, existem diversas aplicações emitida e outras características,
para o laser nas mais variadas áreas, entre elas a saúde. como sua cor. Além das aplica-
Alternativas para o tratamento de doenças e condições de saúde que envolvem o uso do laser ções mencionadas no Livro do
são cada vez mais comuns e mais acessíveis à população. Leia trechos das reportagens a seguir. estudante, podemos citar seu
uso em pesquisas científicas, na
comunicação por fibra óptica e
As cirurgias refrativas, como são conhecidos os procedimentos de correção em tratamentos estéticos (remo-
de hipermetropia, miopia ou astigmatismo, podem ser a solução para muitos ção de manchas na pele, remo-
indivíduos que dependem (e estão cansados) dos óculos ou das lentes de contato. ção de tatuagens, tratamento de
Ao contrário do que algumas pessoas ainda pensam, essas cirurgias se tornaram cicatrizes, depilações, entre ou-
simples, indolores e rápidas — duram poucos minutos e o pós-operatório é cada tros). Nas aplicações medicinais,
vez mais tranquilo.
o laser pode ser cirúrgico (alta
As técnicas mais modernas de cirurgia refrativa utilizam apenas laser para rea-
potência) ou terapêutico (baixa
lizar a correção da visão. Dessa forma, não há cortes com lâminas nem é necessário
potência). Há mais informações
submeter o paciente a uma internação. Faz-se apenas a anestesia no local, por meio
de colírios com essa finalidade.
sobre o laser e suas aplicações no
A recuperação visual também é muito mais ágil. Após o procedimento, reco- link sugerido no #FICA A DICA,
mendamos alguns cuidados específicos por alguns dias, mas, na maioria dos casos, Professor da página seguinte.
o indivíduo retorna às suas atividades regulares entre 24 e 72 horas. Explicar aos estudantes que
a cor de cada laser faz com que
GORGONE, Gabriel. Avanço da tecnologia facilita correção de problemas de visão com cirurgia. Veja Saúde,
São Paulo, 16 nov. 2018. Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/avanco-da-tecnologia- ele tenha diferentes frequências
facilita-correcao-de-problemas-de-visao-com-cirurgia/. Acesso em: 2 maio 2022. e comprimentos de onda, e essas
características podem fazer com
que cada laser tenha uma utili-
TERELYUK/SHUTTERSTOCK.COM

dade diferente, além da potência


de emissão. No caso das mídias
digitais, como CD e DVD, existem
bilhões de ranhuras (escavações
com dimensões da ordem de
um centésimo do diâmetro de
um fio de cabelo), com profun-
didades diferentes, nas quais
incidem feixes de laser para que
sejam refletidos e captados pelo
Paciente sendo submetida a cirurgia ocular utilizando laser.
sistema óptico. O laser utilizado
deve ter comprimento de onda
95 da ordem das dimensões das ra-
nhuras, sendo, por isso, utilizada
a cor vermelha. Em um disco de
DVD existem ranhuras menores
10:02 D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 95
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 17/07/22 10:02
que armazenam cerca de seis ve-
zes mais informações do que um
ENTRE CONTEXTOS CD. A sua leitura exige laser com
comprimento de onda ainda me-
Laser é a sigla de um termo em inglês (Light
nor. Já as mídias com tecnologia
Amplification by Stimulated Emission of Radiation) blu-ray têm ainda mais ranhuras,
que pode ser entendido como amplificação de e sua leitura exige laser azul, com
luz por emissão estimulada de radiação. Trata-se comprimento de onda menor do
de uma luz monocromática (por possuir apenas que a do laser vermelho.

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Comentários sobre
a atividade
2. Orientar os estudantes a buscar
informações em fontes confiáveis
e auxiliá-los na montagem da Hoje na odontologia existem vários tipos de procedimentos analgésico:
apresentação, bem como na novos, sempre pensando em minimizar as dores e com excelentes que alivia a dor.
escolha da maneira como vão resultados. E com a laserterapia não é diferente. […] A laserterapia,
apresentá-la. Se considerar realizada com laser de baixa intensidade, tem propriedade analgésica, anti-infla-
interessante, dividir a pesquisa matória e […] potencial antimicrobiano (capacidade de matar bactérias).
por áreas. […]
O laser terapêutico deve ser utilizado por um profissional especializado e
capacitado, com habilitação em laserterapia, para que se possa estabelecer um
protocolo adequado de aplicação, levando em consideração as características do
paciente, como doenças preexistentes, principalmente, em tratamento e fazendo
uso de medicações.

SARMENTO, Márcia. Os benefícios da laserterapia na odontologia. Folha do Noroeste, Frederico Westphalen, 13


ago. 2020. Disponível em: https://www.folhadonoroeste.com.br/noticias/os-beneficios-da-laserterapia-na-
odontologia/. Acesso em: 4 abr. 2022.

KARINA KA/SHUTTERSTOCK
Laser sendo aplicado no tratamento de mucosite, inflamação da mucosa da boca e da garganta.

1. Os textos citam aplicações do laser no tratamento de problemas de visão e no tratamento de problemas dentários.
No primeiro caso, cita-se o uso do laser na correção de miopia, astigmatismo
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. e hipermetropia. No segundo caso, cita-se o uso do laser como terapia para
casos de dor e inflamações, além de impedir possíveis contaminações.
1 Explique as aplicações do laser na saúde que foram citadas nos dois textos.
2 Forme um grupo com mais dois colegas. Vocês devem fazer uma pesquisa, em sites e revistas, sobre
tratamentos ou tecnologias que utilizem o laser. Escolham uma dessas aplicações e expliquem seus
detalhes por meio de uma apresentação em sala de aula. Resposta pessoal.

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#FICA A DICA, Professor
Há mais informações sobre os princípios fundamentais do
laser e suas principais aplicações no link a seguir.
• PINHEIRO, Antônio L. B.; ALMEIDA, Paulo F. de; SOARES,
Luiz Guilherme P. Princípios fundamentais dos lasers e suas
aplicações. In: RESENDE, Rodrigo Ribeiro (org.). Biotecnolo-
gia aplicada à agro&indústria: fundamentos e aplicações.
São Paulo: Blucher, 2016. v. 4, p. 815-894. Disponível em:
http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/
openaccess/9788521211150/23.pdf. Acesso em: 26 jun. 2022.

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de satélites artificiais, mostra-
1. Espectro eletromagnético é a organização das ondas eletromagnéticas em relação às suas frequências. No da no esquema I, geralmente
espectro, as ondas são organizadas daquela de menor frequência para a de maior frequência. Outra possibili- ocorre para a transmissão de
dade de organização é ordenar as radiações do espectro em função dos comprimentos de onda.
micro-ondas utilizadas no fun-
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
3. Observe a imagem a seguir. cionamento de telefones celu-
lares e aparelhos de TV.

PAVELSHYNKAROU/SHUTTERSTOCK.COM
1. O que é espectro eletromagnético?
3. a) São lâmpadas de luz branca
Como ele é organizado?
acesas.
2. Observe os dois equipamentos. 3
2 b) Policromática, pois a luz
MARIUS RUDZIANSKAS/
SHUTTERSTOCK

PETER GUDELLA/
SHUTTERSTOCK

branca é composta de todas as


1
cores na faixa da luz visível, e
cada cor possui determinada
a) Qual é a fonte de luz desse ambiente?
frequência.
b) A luz emitida por essa fonte é monocro-
mática ou policromática? Justifique sua c) Em 1, com as almofadas ilu-
Rádio portátil. Forno de micro-ondas.
resposta. minadas pela luz branca, pode-
a) Que tipo de ondas eletromagnéticas
esses equipamentos utilizam para seu
c) Explique quais interações estão ocor- -se enxergar a cor branca, pois
rendo com as diferentes frequências quase todas as frequências in-
funcionamento?
da luz nos objetos indicados com os
b) Qual é a relação entre as ondas de rádio números de 1 a 3.
cidentes sobre elas foram refle-
e as de micro-ondas? Respostas nas Orientações para o professor. tidas. Em 2, todas as frequên-
c) Considerando que uma emissora de rádio 4. A imagem mostra como uma cascavel cias foram absorvidas, exceto
FM seja sintonizada, qual dos três esque- enxerga um rato no escuro. a da cor verde, que foi refletida
mas a seguir representa o processo de
emissão e captação de ondas relacionado e, por isso, pode-se enxergar o

TED KINSMAN/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA


a essa situação? Justifique sua resposta. verde. Já em 3, quase todas as
20 cm
frequências de luz incidentes
ILUSTRAÇÕES: SELMA CAPARROZ

I foram absorvidas; assim, po-


de-se enxergar a cor preta.
4. a) A onda captada é o infra-
vermelho, que corresponde à
onda eletromagnética emitida
na transmissão de calor por ir-
radiação. Ressaltar para os es-
Representação de como uma cascavel enxerga
tudantes que a imagem mos-
II tra a forma como a cascavel
um animal no escuro.
enxerga um rato no escuro a
a) Sabendo que a cascavel tem estruturas partir da interpretação das on-
especiais capazes de identificar o calor
irradiado pelos corpos, qual onda eletro- das infravermelhas recebidas,
magnética é captada por esse animal? não da luz visível. Algumas
Justifique sua resposta. serpentes são capazes de en-
b) Qual é a vantagem de a cascavel obter xergar bem durante o dia, ou-
III esse tipo de imagem? tras não são capazes de captar
c) De que maneira o ser humano pode radiações na frequência da luz
sentir o tipo de onda eletromagnética
observada pela cascavel?
visível. Esses animais perce-
d) Cite outra aplicação dessa onda eletro-
bem o ambiente ao seu redor
magnética em nosso dia a dia. de outras maneiras, como pela
Respostas nas Orientações para o professor. Respostas nas Orientações para o professor. língua (que capta, do infra-
97 vermelho, calor emitido pelas
presas, por exemplo).
b) Ela auxilia a cascavel a en-
10:02 D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV1.indd 97 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Já o rádio portátil utiliza as ondas de rádio,
19/07/22 cuja
08:21 contrar presas mesmo em um
frequência é menor do que a das micro-ondas. ambiente sem luz visível.
ATIVIDADES b) Ambas são ondas eletromagnéticas. As c) O ser humano sente as on-
As atividades desta seção possibilitam desen- micro-ondas são classificadas como ondas de das de infravermelho por meio
volver as habilidades EF09CI05 e EF09CI06. rádio, sendo, por isso, também utilizadas em do tato.
1. A atividade possibilita desenvolver, em con- sistemas de comunicação, como em transmis- d) Sensores térmicos, termô-
junto com a atividade 1 da página 108, a com- são de televisão via satélite e telefonia móvel. metros de infravermelho, con-
petência geral 4. c) O esquema II, pois as ondas de rádio FM não troles remotos, entre outros.
2. a) No caso do forno de micro-ondas, são utiliza- são refletidas pela ionosfera, necessitando de
das ondas eletromagnéticas de alta frequência. torres para retransmitir o sinal. A utilização
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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 6. As ondas de rádio emitidas por emissoras AM têm comprimento de onda que permite sua reflexão na ionosfera. As
ondas de rádio emitidas por emissoras FM têm frequência maior e comprimento de onda menor, por isso não são refleti-
5. Esta atividade possibilita desenvol- das na ionosfera. Essas transmissões utilizam outras torres, que retransmitem o sinal, aumentando o alcance das ondas.
ver a competência específica 6. 5. Em seu caderno, reproduza o quadro a seguir, completando-o com informações sobre
Explicar aos estudantes que, até cada tipo de onda do espectro eletromagnético. No caso de ondas que estão presentes
no espectro, mas que você ainda não conhece, faça uma pesquisa na internet sobre sua
o momento, foram estudadas
aplicação e sua faixa de frequência. Observe o exemplo. Resposta nas Orientações
as ondas de rádio (incluindo para o professor.
micro-ondas), infravermelho Ondas eletromagnéticas
e luz visível. Porém já foram Tipo O que são Uso/Aplicação Faixa de frequência
apresentados outros tipos de Ondas eletromagnéticas Transmissão de sinais de
onda do espectro eletromag- Ondas de rádio comumente utilizadas em rádio, de televisão e de 104 a 1010 Hz
nético, que serão aprofundados sistemas de comunicação. telefonia celular.
nas próximas aulas. Assim, esta
atividade tem papel importante 6. Explique como ocorre a transmissão de ondas de rádio feita por emissoras AM e FM.
no processo de aprendizagem, 7. Os radares móveis são equipamentos utilizados para monitorar a velocidade de veículos,
pois incentiva um contato prévio principalmente em rodovias, ruas e avenidas com grande fluxo de pessoas.
com conteúdos de maneira a) Que tipo de onda está presente no funcionamento desse aparelho? Micro-ondas.
independente e autônoma. 7. b) O radar móvel emite uma onda eletromagnética em direção
b) Como esse aparelho funciona? ao veículo e, nesse momento, a contagem do tempo é iniciada. A
Orientar os estudantes a buscar onda é refletida no veículo e retorna ao aparelho, que compara o tempo entre a emissão e a recepção
informações relevantes, em fon- 8. Leia o trecho a seguir, retirado de uma reportagem. da onda e a distância do equipamento ao
veículo, determinando sua velocidade.
tes de informações confiáveis.
Seguem algumas informações. Dois homens foram resgatados após ficar à deriva no mar de Fortaleza em um
caiaque. A dupla não conseguiu retornar à orla após a embarcação se afastar da faixa
• Micro-ondas: ondas eletro-
de areia. Um deles acionou a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança
magnéticas que podem ser
(Ciops), que imediatamente começou ação de resgate.
utilizadas em sistemas de te- Caso foi no último domingo, 26, mas só foi revelado nesta segunda-feira, 27, pela
lecomunicação por satélite, no Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
funcionamento de radares e de [...]
fornos micro-ondas. Faixa de [...] “Com a utilização de […] equipamento […] constituído de uma câmera em alta
frequência de 109 Hz a 1011 Hz. definição com infravermelho, os pilotos da Coordenadoria localizaram a embarcação,
• Infravermelho: ondas eletro- que estava a três quilômetros de distância […]”, diz a SSPDS em nota.

magnéticas relacionadas à HOMENS são resgatados após ficarem à deriva em caiaque no mar de Fortaleza. O Povo, Fortaleza, 27 jul. 2020.
Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2020/07/27/homens-sao-resgatados-apos-ficarem-a-deriva-
transmissão de calor. Utilizado em-caiaque-no-mar-de-fortaleza.html. Acesso em: 4 abr. 2022.
no funcionamento de sensores
de presença, controles remotos
a) Que equipamento foi utilizado pelos pilotos para o resgate dos homens em alto-mar?
de aparelhos eletroeletrônicos
b) Por que o equipamento pode ser utilizado em buscas por pessoas desaparecidas?
e câmeras noturnas. Faixa de 9. Respostas nas Orientações para o professor. 8. a) Um equipamento
frequência de 1011 Hz a 1014 Hz. 9. Observe a fotografia a seguir. constituído de uma
câmera em alta definição
• Luz visível: ondas eletromag- a) A luz incidente sobre os balões da fotografia com infravermelho.
néticas perceptíveis pela visão é branca. O que aconteceria se os balões fossem
MIKE FLIPPO/SHUTTERSTOCK.COM

iluminados com luz azul? E com luz verde?


humana, formadas por cores
b) Explique como o ser humano percebe as cores.
com frequências específicas. 8. b) Esse equipamento detecta ondas emitidas na frequência do infravermelho.
Aplicada para iluminar am- Essas ondas estão presentes na irradiação de calor pelo
bientes. Faixa de frequência corpo humano. Por esse motivo, esse equipamento é Balões coloridos.
eficiente na busca por pessoas desaparecidas em florestas, escombros etc.
de 1014 Hz.
• Ultravioleta: ondas eletromag-
98
néticas emitidas pelo Sol e por
alguns equipamentos elétricos.
• Raios gama: ondas eletromagnéticas de alta
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV2.indd 98 não há azul ou vermelho na luz incidente para 19/07/22 21:30 D3-C
Utilizada em lâmpadas espe-
energia. Utilizados em tratamentos médicos ser refletido pelos balões.
cíficas. Faixa de frequência de
de algumas doenças. Faixa de frequência b) Na retina do olho humano, existem célu-
1015 Hz a 1017 Hz.
acima de 1020 Hz. las fotorreceptoras sensíveis à luminosidade
• Raios X: ondas eletromag-
néticas com capacidade de 9. a) Se os balões fossem iluminados com luz (bastonetes) e às cores (cones). Os cones apre-
atravessar diversos tecidos do azul, o balão azul permaneceria azul, pois essa sentam sensibilidade maior a determinada fre-
corpo humano. Utilizados em cor é refletida por ele; o balão vermelho ficaria quência de luz: vermelha, verde ou azul. Por
exames médicos não invasivos. preto, pois não há vermelho na luz incidente causa de uma sobreposição na absorção des-
Faixa de frequência em torno para ser refletido. Se os balões fossem ilumina- sas frequências, várias tonalidades podem ser
de 1018 Hz. dos com luz verde, ambos ficariam pretos, pois interpretadas pelo cérebro.
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(utilizados em encanamentos)
1. Quando a parede de cor branca foi iluminada com a luz para montar as lanternas, fa-
vermelha, foi observado reflexo na cor vermelha. Quando foi iluminada pela luz
verde, observou-se reflexo verde e, quando foi iluminada pela luz azul, observou-se reflexo zendo uma espécie de canhão
OFICINA azul. Isso ocorre porque a parede era branca e essa cor é capaz de refletir todas as cores que
a compõem.
luminoso. Se esta proposta for

CIENTÍFICA
escolhida, deverá ser realizada
2. A sobreposição das luzes vermelha e verde reflete a cor amarela na pelo professor ou por um adulto
parede. As luzes vermelha e azul refletem a cor magenta. Já as cores responsável. Deve-se também
verde e azul refletem a cor ciano. Isso ocorre porque a parede pintada na cor branca reflete todas as
cores. Ao refletir as duas cores incidentes simultaneamente, nossos olhos recebem a informação da atentar para isolar corretamente
sobreposição das cores e o encéfalo interpreta essa combinação como amarelo, magenta ou ciano. as partes condutoras, evitando
Compondo cores 3. Observou-se a cor branca, porque a parede pintada dessa cor reflete todas as
cores. Quando nossos olhos recebem a informação da sobreposição do vermelho,
qualquer tipo de contato pos-
do verde e do azul, o encéfalo interpreta essa combinação como cor branca. sível delas com a pele e garan-
Primeiras ideias tindo, assim, a integridade física
Como é possível verificar e evidenciar que todas as cores de luz podem ser formadas pela de qualquer indivíduo envolvido
composição das três cores primárias da luz que podem ser captadas pela visão do ser humano? na prática. Neste caso, o papel
celofane deverá recobrir uma das
• Preciso de... extremidades do tubo. Existem
também lâmpadas coloridas que
• 3 lanternas; • fita adesiva; podem ser adquiridas, se for pos-
• papel celofane de cores vermelha, azul e verde; • tesoura com pontas arredondadas. sível e necessário.
Outra opção para esta prática
• Mãos à obra é utilizar lanternas de três tele-
fones celulares, que podem ser
A. Recorte um pedaço de papel celofane de cada cor e cubra a saída da luz recobertas com o papel celofane.
de cada lanterna com uma cor diferente. Fixe o papel com a fita adesiva,
evitando rugosidades.
Neste caso, é necessário verificar
B. Em um ambiente fechado, com paredes de cor branca, apague a luz e acen-
antes se as condições são favo-
da a lanterna recoberta com celofane vermelho, direcionando-a para uma ráveis à prática (intensidade da
fonte luminosa e distância até a

ILUSTRAÇÕES: BENTINHO
parede. Observe a cor projetada na parede. Depois, apague essa lanterna e
repita o procedimento com as outras duas lanternas, uma de cada vez. parede, por exemplo).
C. Utilizando as lanternas que você recobriu com papel celofane, planeje
um procedimento para identificar a cor que resulta da junção de duas Comentários sobre
cores. Sugestão: utilize a parede branca como tela de projeção. Descreva as atividades
o procedimento que planejou e as cores obtidas nas projeções.
D. De forma semelhante, planeje outro procedimento que permita identificar,
1. Espera-se que os estudantes
agora, a cor que resulta da junção das três cores (vermelha, azul e verde). concluam que a parede bran-
Descreva o procedimento elaborado e as observações realizadas com a ca reflete a cor da luz que a
projeção feita na parede. AS CORES NÃO ilumina.
SÃO REAIS.
Representação de etapas
IMAGENS FORA da atividade. 4. A cor observada em um objeto
• E aí? NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
DE PROPORÇÃO.
está relacionada à cor da luz
que o ilumina. Quando ilumi-
1 O que foi observado na realização do procedimento B? Explique o motivo dos resultados. nados por luz branca, compos-
ta de todas as cores, os com-
2 O que foi observado na realização do procedimento C? Organize, em um quadro no caderno, os resultados
primentos de onda refletidos
observados. Em seguida, proponha uma explicação para o que observou.
pelo objeto definirão sua cor
3 O que foi observado na realização do procedimento D? Explique o motivo do resultado. característica. Caso os objetos
4 O que se pode dizer sobre a cor que observamos em um objeto? Resposta nas Orientações para o professor. sejam iluminados por luzes
monocromáticas, eles podem
ou não refletir sua cor carac-
99 terística. Por exemplo: se um
objeto é verde quando ilumi-
nado por luz branca, caso seja
21:30 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 99 região da parede e as cores que detectamos 17/07/22 pelo
10:02 iluminado por luz vermelha,
sentido da visão. Logo, com apenas uma fonte ele parece preto, pois absorve
OFICINA CIENTÍFICA luminosa, o efeito desejado não será observado. a cor vermelha.
Esta seção possibilita o desenvolvimento da Buscar um ambiente com o mínimo de lumino-
habilidade EF09CI04, da competência geral 2 sidade possível. Nas atividades práticas sugeridas,
e da competência específica 2. busca-se sempre o emprego de material de baixo
Nesta proposta de prática, é importante que custo e de fácil acesso. Sugerimos utilizar lanter-
existam três fontes luminosas individuais, nas nas simples e pequenas, que possuem baixo custo.
cores vermelha, verde e azul, para verificar a Se desejar, é possível comprar lâmpadas, soque-
composição das luzes iluminando uma mesma tes, fios elétricos, fita isolante e tubos hidráulicos
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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
2. DO ULTRAVIOLETA TEMA
AOS RAIOS GAMA
Esse assunto desenvolve a ha- DO ULTRAVIOLETA
bilidade EF09CI06 ao incentivar
o estudante a classificar as radia-
AOS RAIOS GAMA
ções eletromagnéticas por suas
frequências, fontes e aplicações. As ondas ultravioleta (UV), os raios X e os raios gama são as ondas de
Ultravioleta maior frequência do espectro eletromagnético e variam de 1015 Hz a 1021 Hz.

Enfatizar, sempre que possível,


que os intervalos de frequências Ultravioleta
apresentados para as ondas ele- Os raios ultravioleta, designados como raios UV, são radiações
tromagnéticas não são exatos, com faixa de frequência na ordem de 1015 Hz a 1017 Hz. A radiação
mas apenas intervalos de refe- ultravioleta está presente nos raios de Sol e também pode ser emitida
rência para visualizar a faixa de por fontes artificiais, como lâmpadas fluorescentes e câmaras de bronze-
frequência em um espectro ele- amento artificial. Ela é dividida em três faixas de frequência: UV-A, UV-B
tromagnético. Também, sempre AS CORES NÃO IMAGENS FORA e UV-C. Em razão do pequeno comprimento de onda, essa radiação é
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
que possível, retornar ao espec- capaz de penetrar algumas camadas internas da pele.
tro eletromagnético apresentado • Os raios UV-C são as ondas eletromagnéticas mais energéti-

DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.COM
Sol Camada de ozônio
na página 85. UV
cas e nocivas aos seres vivos. A maior parte é bloqueada pela
-C camada de ozônio.
Comentar que, conforme se UV
-B
aumenta a frequência de oscila- UV
• Os raios UV-B apresentam níveis intermediários de energia. A
-A maior parte é absorvida pelas partículas gasosas na atmosfera
ção das ondas eletromagnéticas,
menor é seu comprimento de e uma pequena parcela atinge a superfície do planeta.
Terra
onda. Se o comprimento de onda • Os raios UV-A, menos energéticos, são os que mais atingem
for da mesma ordem de gran- a superfície da Terra.
Elaborado com base em: STRATOSPHERIC
deza das estruturas celulares do Ozone and Ultraviolet Radiation Research.
Os raios UV-B são absorvidos pela epiderme, a camada superficial
corpo humano, as ondas passam World Meteorological Organization. da pele. Em excesso, geram dor, inchaço e dilatação dos vasos sanguí-
[S.l.], c2020. Disponível em: https://
neos, causando a “vermelhidão” característica em uma pessoa que ficou
a penetrar nessas estruturas, in- community. wmo.int/activity-areas/gaw/
science/stratospheric-ozone-and-uv- exposta aos raios solares. A exposição excessiva à radiação UV-B pode
teragindo com regiões internas radiation. Acesso em: 7 jul. 2022.
causar catarata e câncer de pele.
do corpo. Essa penetração não A camada de ozônio protege o
ocorre com as ondas estudadas planeta dos raios ultravioleta. UV-A UV-B

até então, passando a ocorrer a


partir da radiação ultravioleta.
A interação das ondas ele-
SIRIO CANÇADO

tromagnéticas com o corpo hu- Elaborado com base em: TUDO que você precisa
mano ocorre no infravermelho, saber sobre queimaduras solares. TelessaúdeRS.
Porto Alegre, [2019?]. Disponível em: https://
perceptível pelo sentido do tato, www.ufrgs.br/telessauders/noticias/queimaduras-
solares/. Acesso em: 5 abr. 2022.
e na luz visível, que interage es-
Representação da estrutura da pele,
pecificamente com as células pre- em corte longitudinal, mostrando
sentes na retina. Perguntar aos a profundidade de penetração dos
estudantes por que, quando um raios UV-A e UV-B.
corpo humano é iluminado por
uma luz visível, não podemos ver 100
suas estruturas internas. Explicar
que o comprimento de onda da
luz visível é maior do que as estru- D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV1.indd 100 19/07/22 08:25 D3-C

turas celulares do corpo humano,


de modo que a luz visível não tem
nenhum poder de penetração,
sendo refletida pela pele.

100

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 100 22/08/22 16:46


teção UV oferecida. Para isso,
separar antecipadamente uma
embalagem de filtro solar. Verifi-
car se o produto protege contra
A radiação UV-A, em excesso, pode reduzir a firmeza da pele, causando enve-
lhecimento precoce. Ela atinge camadas mais profundas e estimula a produção de
UV-A e/ou UV-B. Quanto ao fator
melanina, um pigmento escuro produzido por células chamadas melanócitos, que de proteção solar (FPS), pode-se
auxiliam na proteção da pele contra ações nocivas da radiação solar. Como conse- explicar aos estudantes que um
quência, a melanina promove o escurecimento da pele, conhecido como bronzeamento. FPS 30, por exemplo, significa
que uma pessoa pode se expor
Proteção contra UV aos raios solares por um tempo

PETER CADE/GETTY IMAGES


A exposição à luz solar em horários adequados e
30 vezes maior, se comparado
com os cuidados necessários é essencial para ativar a com uma pessoa sem protetor.
produção de vitamina D no organismo. A deficiência Quanto ao uso de óculos de
dessa vitamina está relacionada a problemas como sol, explicar aos estudantes que
raquitismo, doenças cardiovasculares, hipertensão, devem sempre escolher óculos
diminuição das defesas do organismo, entre outros.
escuros de boa qualidade e que
Entretanto, o excesso de luz solar pode causar
prejuízos à pele, justamente pela capacidade que suas bloqueiem os raios UV. Alguns
ondas têm de penetrar nos tecidos. Por isso, recomen- óculos têm lentes escurecidas
da-se evitar ficar exposto ao sol entre as 10 h e as 16 h, que bloqueiam apenas parte da
período em que a intensidade dos raios solares é maior. luz visível. A redução da intensi-
Em caso de exposição nesse período, deve-se usar pro- dade da luz que incide nos olhos
teções, como chapéus ou bonés, óculos escuros com A maior parte dos protetores
lente com proteção UV e filtro ou protetor solar. solares protege contra a UV-B, causa uma dilatação da pupila,
raquitismo: doença que afeta os ossos em crescimento,
porém, recomenda-se a escolha intensificando a incidência de ra-
de um produto que proteja diação UV em estruturas internas
deixando-os frágeis e com deformações.
também contra a UV-A.
dos olhos.
Raio X
Raio X A

SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


Com relação à descoberta dos
Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad
raios X, é importante destacar
Röntgen (1845-1923) estudava o comportamento de
misturas gasosas submetidas a altas tensões elétricas que, ao longo da evolução dos
quando observou um efeito dentro do tubo em que conceitos na Ciência, outros
o experimento era realizado: havia formação de uma cientistas chegaram próximo
fluorescência, ou seja, alguma forma de radiação ele- de verificar a existência desses
tromagnética estava sendo emitida. raios, porém foi o físico ale-
Essa radiação emitida era, inclusive, capaz de mão Wilhelm Conrad Röntgen
atravessar objetos opacos. Como se tratava de um (1845-1923) quem determinou
fenômeno desconhecido na época, ela foi designada as principais características dessa
raio X.
Representação da máquina B radiação, evidenciando a Ciência
Röntgen verificou que essa radiação também
BUM/FOTOARENA

de raio X desenvolvida por com uma construção humana.


era capaz de queimar filmes fotográficos. Então,
Röntgen (A) e fotografia Assim, este tópico contempla a
para demonstrar que ela atravessava alguns mate- da primeira radiografia de
riais, incidiu raios X sobre a mão de sua esposa, competência geral 1 e a com-
ADOC-PHOTOS/AL

que se tem conhecimento,


posicionada acima de um filme fotográfico, que ficou feita por Röntgen, em 1895, petência específica 1.
marcado com manchas escuras e claras, mostrando os que mostra a imagem O tubo utilizado por Röntgen
ossos da mão. Essa é a primeira radiografia de que se dos ossos da mão de sua em seu experimento consiste em
tem registro, momento em que foi possível observar esposa, com um anel no um recipiente de vidro contendo
a estrutura óssea de forma não invasiva (sem cortes). dedo anelar (B).
gás e dois terminais elétricos se-
parados um do outro. Quando os
101 terminais elétricos são ligados a
altas tensões elétricas, eles ficam
muito aquecidos e elétrons são
08:25 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 101 os raios solares, filtrando parte das radiações ul-
17/07/22 10:02 emitidos e acelerados até o outro
travioleta nocivas. Esse filtro ocorre por causa do terminal. Ao alcançarem o outro
Ao estudar as radiações ultravioleta UV-A,
chamado ciclo do ozônio: a radiação ultravioleta terminal elétrico, os elétrons são
UV-B e UV-C, retomar as características e a im- é absorvida pelas moléculas de ozônio (O3) e gás freados bruscamente e emitem
portância da camada de ozônio, estudada em oxigênio (O2), causando a separação dos átomos energia na forma de onda ele-
anos anteriores. de oxigênio, que se ligam novamente, formando tromagnética com frequência de
Resumidamente, a camada de ozônio é uma outras moléculas, em um ciclo contínuo. raios X.
região de alta concentração de gás ozônio (mo- Após a leitura do texto Proteção contra UV,
lécula formada por três átomos de oxigênio) lo- se possível, analisar com os estudantes as in-
calizada na estratosfera terrestre. Essa camada formações apresentadas em um rótulo de filtro
funciona como uma proteção para a Terra contra solar, principalmente quando se descreve a pro-
101

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 101 22/08/22 16:46


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Nos estudos da radiação ultra-
No espectro eletromagnético, os raios X são radiações com faixa de
violeta, reforçar que esse tipo de
frequência na ordem de 1018 Hz. São ondas de comprimento menor do que
radiação consegue penetrar em
os raios ultravioleta e, por isso, são capazes de penetrar o corpo humano.
estruturas do corpo humano por Até hoje, os raios X são utilizados de maneira semelhante ao uso feito
causa do seu comprimento de por Röntgen, em exames médicos não invasivos chamados radiografias.
onda. Os raios X têm frequência Nesse exame, o paciente é posicionado entre o emissor de raios X e o filme
maior do que o ultravioleta e, fotográfico. Alguns tecidos e estruturas do corpo humano, como ossos e
portanto, menor comprimento tecidos mais densos, impedem a passagem dos raios X até o filme fotográ-
de onda; logo, seu poder de fico. Nas regiões nas quais incidem os raios X, o filme é sensibilizado e fica
penetração no corpo humano é em cor escura. Nos locais em que os raios X foram barrados por estruturas do
ainda maior. Por esse motivo, essa corpo humano, o filme fotográfico não é sensibilizado, ficando em cor clara.
onda tem importante aplicação Acompanhe, na imagem a seguir, um esquema simplificado desse
na medicina diagnóstica. exame.
Verificar a possibilidade de levar Equipamento
A emissor de B
uma radiografia para a sala de aula raios X

JAVIER ROSANO/SHUTTERSTOCK.COM
ou solicitar em uma aula anterior
que os estudantes a providenciem, IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
caso tenham em casa. Com a
AS CORES NÃO
radiografia em mãos, explicar SÃO REAIS.

com detalhes que as regiões es-


curas correspondem aos locais em Raios X emitidos em
que o filme foi sensibilizado pela direção ao paciente.
BENTINHO

radiação, e as regiões com tons Elaborado com base em:


esbranquiçados correspondem TORTORA, Gerard J.;
DERRICKSON, Bryan. Princípios
aos locais em que a radiação de anatomia e fisiologia. 14.
não incidiu, pois foi barrada por Filme fotográfico
ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. Livro digital não
algo com dimensões estruturais paginado.

maiores, como os ossos.


Representação simplificada do funcionamento do exame de raio X (A) e imagem de uma radiografia do tórax
Perguntar aos estudantes se de um ser humano adulto (B).
eles já fizeram alguma radiografia
ou tomografia, permitindo que Os raios X também são utilizados em um
ROMAN ZAIETS/SHUTTERSTOCK.COM

relatem a experiência. exame denominado tomografia computa-


dorizada, no qual é possível visualizar tecidos
moles, como os presentes no fígado, intestino,
cérebro, entre outros órgãos. Nesse exame, o
paciente é colocado em um equipamento que
emite os raios X por um anel que gira ao redor
de seu corpo. O equipamento detecta as dife-
rentes absorções dos raios X em cada tecido,
enviando as informações a um computador,
que as converte em imagens.

Paciente realizando exame de


tomografia computadorizada.

102

AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 102 17/07/22 10:02 D3-C

Propor aos estudantes que, em grupos, pesquisem Algumas sugestões de uso dos raios X que podem
outras utilidades dos raios X, além das apresentadas ser pesquisadas: tratamento de alguns tipos de câncer;
no Livro do estudante. Orientá-los sobre a forma irradiação de alimentos para prolongar o tempo de con-
mais adequada de apresentar os resultados obtidos, servação; análise de estruturas prediais e de máquinas
podendo ser um trabalho manuscrito, impresso, industriais para verificar problemas estruturais; análise
arquivo digital para compartilhar em plataformas de solos; investigação de obras de arte, para verificar
digitais, entre outros. se foram danificadas, restauradas ou falsificadas.

102

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 102 22/08/22 16:46


de raios gama é uma das formas
de emissão do núcleo, visto que
existem também emissões nu-
cleares na forma de partículas,
Raios gama que não foram abordadas, como
As ondas eletromagnéticas de maiores frequências são os raios gama, que se a emissão de partículas alfa (dois
apresentam na faixa de frequência acima de 1020 Hz. Essas ondas eletromagnéticas prótons e dois nêutrons) e a
têm origem em processos nucleares. emissão de partículas beta (um
elétron ou uma partícula equiva-

PAULO CESAR PEREIRA


Papel Aço Chumbo
IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO. lente de carga positiva, chamada
pósitron). Como exemplo de pro-
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. cessos nucleares, podemos citar:
• fusão nuclear: quando dois
Raios X núcleos se juntam e formam um
Representação compa- novo núcleo, ou seja, um novo
Raios gama
rando a penetração de elemento. Esse processo ocorre
raios X e raios gama em em estrelas, como o Sol;
materiais com diferen-
• fissão nuclear: quando um
tes características.
núcleo atômico sofre ruptura ao
A emissão de raios gama se dá em elementos químicos radioativos, como urânio, ser bombardeado, processo que
plutônio e césio. Nesses elementos químicos, ocorrem reações no núcleo que liberam
ocorre em bombas atômicas;
energia na forma de radiações. Uma das formas de emissão dessas radiações são
• decaimento radioativo: emis-
ondas eletromagnéticas de altas frequências, no caso, os raios gama.
O pequeno comprimento de onda dos raios gama confere a eles alto poder de são espontânea de radiações
penetração, ou seja, capacidade de atravessar muitos materiais. Além disso, essas nucleares por alguns núcleos
ondas são consideradas ionizantes, isto é, elas alteram a composição química das atômicos de elementos químicos,
estruturas que atravessam. Ao atravessar tecidos vivos, por exemplo, podem causar que geralmente têm núcleos com
lesões ou modificações na estrutura do DNA das células, o que pode causar câncer muitos prótons e nêutrons, como
e até a morte, caso a exposição seja alta. Os raios X e os raios ultravioleta também urânio, polônio, rádio e césio.
são considerados radiações ionizantes.
Com os avanços tecnológicos, os raios X e os raios gama também puderam
#FICA A DICA, Professor
ser utilizados, de maneira controlada, no tratamento de alguns tipos de câncer, por
radioterapia, para combater o crescimento de tumores e demais células cancerígenas. Obter mais informações sobre
os processos nucleares no link
sugerido a seguir.
MARK_KOSTICH/SHUTTERSTOCK

• LIVRO ABC da Física Nuclear. Ins-


tituto de Física da USP. São
Paulo, c2022. Disponível em: http://
portal.if.usp.br/fnc/pt-br/p%C3%
A1gina-de-livro/livro-abc-da-
f%C3%ADsica-nuclear. Acesso
em: 26 jun. 2022.

Paciente sendo submetido a um tratamento por radioterapia.

103

10:02 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 103 negativas) em movimento são desacelerados17/07/22 10:02

bruscamente. De acordo com o modelo atômi-


Raios gama co, os elétrons estão localizados em uma região
Destacar que tanto os raios X quanto os raios externa ao núcleo do átomo. Já os raios gama
gama são ondas eletromagnéticas de alta ener- são gerados por processos nucleares, ou seja,
gia, sendo as ondas de maior frequência do no interior do núcleo do átomo, no qual existem
espectro eletromagnético e com o menor com- prótons e nêutrons.
primento de onda, portanto com alto poder de Em respeito à faixa etária e ao desenvolvimen-
penetração. A principal diferença entre esses to intelectual e cognitivo dos estudantes, os pro-
dois tipos de radiação é sua origem. Os raios X cessos nucleares não foram aprofundados por
são emitidos quando elétrons (cargas elétricas causa da complexidade do assunto. A emissão
103

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV2.indd 103 29/08/22 22:07


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

INTEGRANDO COM HISTÓRIA INTEGRANDO


Esta seção possibilita con­
templar a competência geral 1
com
HISTÓRIA
e a competência específica 1.
Nas atividades, é possível con­
templar as competências ge-
rais 7 e 10 e as competências
Promessas e perigos da radioatividade
específicas 5 e 8. Durante os anos finais do século XIX e o início do século XX, diversos estudos sobre
A seção destaca a Ciência as ondas eletromagnéticas causaram uma revolução na Ciência e na sociedade. Nesse
como uma produção humana. período, ocorreu a descoberta dos raios X, que impulsionou novos estudos sobre diferen-
tes materiais. O próprio raio X foi uma novidade que empolgou a sociedade da época,
Enfatizar que, se hoje podemos
afinal, era possível obter imagens do interior do corpo sem precisar realizar nenhum corte.
usufruir dos benefícios propor­
Os resultados com os raios X fascinaram o físico francês Henri Becquerel (1852-
cionados pela Ciência, é porque
1908), que, tempos depois, descobriu que alguns elementos químicos, como o urânio,
pessoas se dedicaram e ainda se emitiam raios que se pareciam com os raios X, em uma época em que não se conhecia
dedicam à realização de pesqui­ a radioatividade.
sas, evitando que os estudantes Interessados nos trabalhos de Becquerel, a física polonesa Marie Sklodowska-Curie
tenham a ideia da Ciência como (1867-1934) e seu marido, o físico francês Pierre Curie (1859-1906), aprofundaram-se
algo finito e acabado. nos estudos dos materiais que emitem radiação. Com isso, descobriram dois novos
Além de Marie Curie (1867­ elementos químicos, o polônio e o rádio, e fizeram uma descrição pioneira da radioa-
1934), outras três pessoas al­ tividade. O casal Curie recebeu o prêmio Nobel de Física, em 1903, por seus trabalhos
cançaram o feito de serem dupla­ com radioatividade, juntamente com Henri Becquerel.
mente laureadas com o Nobel. Após a morte de Pierre, Marie seguiu com seus trabalhos e investigações sobre
• O químico estadunidense Linus o rádio e o polônio, recebendo um segundo Prêmio Nobel, em 1911, por suas des-
Pauling (1901-1994), que rece­ cobertas e sua contribuição no avanço da Química.
beu o prêmio Nobel em Química Marie Curie precisou vencer uma série de barreiras impostas pela sociedade científica
de sua época, dominada por homens, sendo a primeira e a única mulher até os dias
em 1954, por suas pesquisas so­
atuais a receber dois prêmios Nobel. Somente outras três pessoas conseguiram esse feito.
bre a natureza das ligações quí­
Ela foi a pesquisa-
micas, e o prêmio Nobel da Paz
OXFORD SCIENCE ARCHIVE/PRINT COLLECTOR/GETTY IMAGES

dora que mais contribuiu


no ano de 1962, por sua oposi­ para os estudos da radio-
ção ao uso das armas nucleares atividade, termo que foi
de destruição em massa. criado por ela. Marie Curie
• O engenheiro eletricista es­ faleceu em decorrência
tadunidense John Bardeen dos efeitos da exposição
(1908-1991), que recebeu dois aos materiais radioativos
prêmios Nobel em Física: um com os quais trabalhou
em 1956, por seus trabalhos durante sua vida.
com materiais semicondutores
e pela descoberta do transístor,
e outro em 1972, pela colabo­
Marie Curie em seu
ração no desenvolvimento da laboratório em
teoria da supercondutividade. Paris, 1912.
• O bioquímico britânico Fredrick
Sanger (1918-2013), que re­ 104
cebeu dois prêmios Nobel em
Química: um em 1958, por de­
terminar a sequência de amino­ D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 104 17/07/22 10:02 D3-C

ácidos da insulina, e outro em #FICA A DICA, Estudante


1980, por desenvolver um mé­ A seguir estão listados alguns links que podem da Química, 2011, São Paulo: Fapesp, 9 nov. 2011.
todo para sequenciar o DNA. ser sugeridos aos estudantes para que obtenham Disponível em: https://fapesp.br/eventos/2011/11/
informações a respeito das importantes contribuições quimica/vargas.pdf. Acesso em: 27 jun. 2022.
das mulheres para a evolução da Ciência. • GUIMARÃES, Maria. Ciência, palavra (pouco) feminina.
• VARGAS, Maria D. A contribuição de Marie Curie Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 190, dez. 2011. Disponível
para a ciência e um olhar sobre o papel das mulheres em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ciencia-palavra-
cientistas. Ciclo de Conferências Ano Internacional pouco-feminina/. Acesso em: 27 jun. 2022.

104

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Comentários sobre
Professor, explicar que elementos radioativos, como o rádio, também foram utilizados em tintas, pois tinham a propriedade as atividades
de brilhar no escuro. Há registros, por exemplo, de contaminação de trabalhadores de fábricas de relógios, pois, ao pintar os
ponteiros de relógios com essas tintas, eles molhavam os pinceis com a saliva, levando os elementos radioativos à boca. 2. Orientar os estudantes quan-
Na mesma época de sua descoberta por Marie Curie, por volta de 1910, o elemento rádio to às informações básicas que
começou a ser testado no combate ao câncer, apresentando resultados promissores. Com base nesses eles devem buscar, como nome
resultados, o interesse pelo rádio aumentou, o que deu origem à área completo do cientista, nacio-

REPRODUZIDO SOB PERMISSÃO DE DUKE UNIVERSITY, COPYRIGHT ©1918


que foi nomeada “curieterapia”, hoje conhecida como radioterapia.
nalidade, área da pesquisa
Nessa época, os problemas que podiam ser causados ao orga-
nismo pela exposição às ondas eletromagnéticas de alta frequência,
realizada (Física, Química, Bio-
como os raios X e os raios gama, eram ainda desconhecidos. Isso pode logia, entre outras), sua maior
ter contribuído para que elementos radioativos, como o rádio, ficassem contribuição, prêmios recebi-
famosos na sociedade e começassem a ser comercializados de diversas dos e ano de cada premiação,
maneiras. Muitas pessoas acreditavam que esses elementos possuíam dentre outras informações que
“propriedades farmacêuticas”, inclusive para a cura do câncer. o grupo julgar pertinente.
O uso de produtos à base de rádio causou efeitos adversos em
algumas pessoas, como descamação da pele, cegueira e desenvolvimento 3. O órgão brasileiro responsável
de câncer. Foi somente décadas após as exposições que a manipulação pela avaliação, regulação e fis-
de elementos radioativos passou a ser regulamentada por leis. calização de novos produtos
Não há dúvidas de que os estudos sobre as ondas eletromag- e medicamentos é a Agência
néticas propiciaram grandes avanços em várias áreas, entre elas, as Nacional de Vigilância Sanitá-
comunicações, a obtenção de energia e, principalmente, a Medicina. ria (Anvisa). Portanto, pode-se
Entretanto, além de estudos que comprovem a eficácia de um novo verificar a autenticidade de
“Rádio e beleza”, propaganda de 1918
método ou produto, são necessários outros, que comprovem a segu- de produtos radioativos de beleza produtos ditos “milagrosos”
rança de sua utilização, indicando como e quando o novo produto para mulheres, prometendo felicidade (como medicamentos que
deve ser manipulado e/ou consumido. e satisfação às consumidoras.
oferecem emagrecimento rá-
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
pido e aqueles que garantem
1. Porque era um elemento novo, com potencial de cura do câncer. a prevenção ou a cura para
1 Por que o elemento rádio foi comercializado pela sociedade logo após sua descoberta? doenças) pesquisando se ele
é aprovado por esse órgão. É
2 Marie Curie teve grande importância nas pesquisas científicas e foi ganhadora de dois prêmios
possível pesquisar informações
Nobel. Forme um grupo com seus colegas e pesquisem sobre outras importantes mulheres
cientistas. Em seguida, façam uma apresentação oral para a turma. Para a inspiração do grupo,
relevantes em sites confiáveis
seguem alguns nomes importantes na área. relacionados ao governo fe-
deral, como o do Ministério
da Saúde e o da própria Anvisa
Irène Joliot-Curie Johanna Döbereiner Tu You-You Mae Jemison Emmanuelle Charpentier Jennifer A. Doudna
(com informações sobre medi-
(1897-1956) (1924-2000) (1930-) (1956-) (1968-) (1964-) camentos e efeitos colaterais
provocados pelos princípios
3 Assim como antigamente, ainda hoje há utilização e consumo de produtos e medicamentos que ativos que os constituem), o
se popularizam antes de serem aprovados por especialistas. Forme um grupo e, juntos, façam
do Ministério da Agricultura,
uma pesquisa em sites e fontes confiáveis sobre alguma situação atual envolvendo o uso de
produtos ou medicamentos sem eficácia ou segurança comprovadas. Nessa pesquisa: Pecuária e Abastecimento e
• indiquem o produto ou medicamento que pesquisaram e a situação em que foi utilizado;
o do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
• informem-se sobre o órgão brasileiro responsável pela avaliação, regulação e fiscalização de
novos produtos e medicamentos; Naturais Renováveis (Ibama)
• discutam a importância desse órgão para a saúde pública. 3. Resposta pessoal.
(sobre produtos utilizados na
agricultura e na pecuária). Os
Por fim, produzam panfletos informativos sobre a necessidade de pensamento crítico diante de panfletos podem conter infor-
propagandas e promessas de novos produtos e sobre como é possível avaliar se uma informação
sobre ele é verdadeira ou falsa. Distribuam os panfletos às pessoas das suas comunidades.
mações sobre a importância
de verificar se a fonte da infor-
2. Professor, sugere-se formar grupos de quatro estudantes cada e distribuir o nome das cientistas para que pes- mação é confiável, pois, muitas
quisem sobre elas. Marcar um dia para que os grupos apresentem os resultados de suas pesquisas para a turma.
Os nomes indicados são sugestões, e outros nomes podem ser apontados por você ou pelos estudantes.
105 vezes, ela é veiculada por sites
não confiáveis, redes sociais e
pessoas não especialistas.
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#FICA A DICA, Estudante
• COELHO, Marco Antonio. O legado de Johanna • KABARITE, Simone. Dupla feminina vence o Prêmio
Döbereiner. Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 58, out. Nobel de Química. Fiocruz. Rio de Janeiro, 8 out.
2000. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp. 2020. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/
br/o-legado-de-johanna-dobereiner/. Acesso em: dupla-feminina-vence-o-premio-nobel-de-quimica.
27 jun. 2022. Acesso em: 27 jun. 2022.
• ONU MULHERES inclui brasileira em lista de sete Para mais exemplos de mulheres cientistas, o se-
cientistas que moldaram o mundo. Onu news, [s. l.], guinte livro pode ser sugerido.
11 fev. 2020. Disponível em: https://news.un.org/pt/ • IGNOTOFSKY, Rachel. As cientistas: 50 mulheres
story/2020/02/1703791. Acesso em: 27 jun. 2022. que mudaram o mundo. São Paulo: Blucher, 2017.
105

D2-F2-2104-CIE-V9-U3-MP-082-111-G24_AV1.indd 105 22/08/22 16:37


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

PENSE BEM
PENSE BEM
Esta seção contempla a habili-
dade EF09CI07, a competência
geral 10 e a competência es-
pecífica 8. Também está relacio-
nada aos temas contemporâneos Câncer, radiação e coração
transversais Ciência e Tecnologia,
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas
Educação em direitos humanos de saúde pública no mundo. São registrados milhares de novos casos a cada ano; apenas no
e Vida familiar e social. Brasil, houve uma estimativa de cerca de 600 mil novos casos em 2022. Entre os fatores para
O câncer é considerado um dos esse aumento estão aspectos genéticos, condições do ambiente em que se vive, o estilo de vida
principais problemas de saúde sedentário e a alimentação não saudável.
no mundo. Nesta seção, comen- De modo a assegurar os direitos da pessoa com câncer, em 2021, foi instituído o Estatuto
tam-se os tratamentos dessa da Pessoa com Câncer no Brasil. Entre os objetivos do estatuto estão a efetivação de políticas
doença, ampliando o assunto ao públicas relacionadas à prevenção e ao combate ao câncer. Nesse sentido, o estatuto garante
se abordar a mobilização que deve como direitos fundamentais à pessoa com câncer o acesso a informações claras e objetivas sobre
ocorrer ao redor de uma pessoa a doença, à realização de exames de diagnóstico precoce e a tratamentos adequados, além de
com câncer, tanto das pessoas serviços de assistência social.
mais próximas a ela como das A legislação brasileira também prevê que o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) com
entidades governamentais e da suspeita de câncer tenha o direito a realizar o exame diagnóstico em um prazo de 30 dias, para
sociedade como um todo. que, caso seja confirmado, inicie o tratamento o mais breve possível.
Explicar aos estudantes que o

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE PALMAS-TO


tratamento do câncer pode ser um
processo delicado em alguns casos,
devido aos efeitos colaterais que
podem causar no paciente, como
diversos incômodos, dores, quedas
severas de imunidade, além dos
efeitos emocionais, pois se cria uma
expectativa positiva de cura após
o tratamento. O paciente deverá
cumprir uma agenda severa de
tratamento, e o apoio de pessoas
próximas é essencial.
A seção apresenta o Estatuto
da Pessoa com Câncer, elaborado O dia 4 de fevereiro é considerado o Dia Mundial do Câncer e tem por objetivo ajudar a comba-
pelo governo brasileiro, que define ter essa doença. Cartaz da Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (TO), 2019.
políticas públicas referentes às Atualmente, existem diversos tipos de tratamento contra o câncer, como a cirurgia, a
pessoas com câncer, garantindo quimioterapia e a radioterapia. Na cirurgia, o tecido afetado é retirado, com o objetivo de
o direito ao diagnóstico e ao tra- remover ou reduzir a quantidade de células cancerígenas do corpo do paciente. Na quimiotera-
tamento precoces. pia, medicamentos anticancerígenos são administrados e, na radioterapia, são utilizadas ondas
Comentar com os estudantes eletromagnéticas, como raios X e raios gama. Esses tratamentos têm como objetivo destruir as
a importância do governo e de células cancerígenas do organismo ou evitar que se multipliquem.
iniciativas como as apresentadas
em relação aos direitos humanos 106
de pacientes com câncer. Conduzir
a discussão para que concluam
que a manutenção da dignida- tras mobilizações que
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 106 devem ocorrer ao redor Comentar a importância de um acolhimento 17/07/22 10:02 D3-C

de do ser humano é essencial, de um paciente com câncer, como uma forma da sociedade como um todo, principalmente nos
ainda mais em um momento de de luta coletiva em favor da vida do indivíduo. casos de pessoas de outros locais, que devem se
fragilidade física e psicológica, Por exemplo, pode-se mencionar o trabalho/ deslocar para fazer o tratamento. Pedir a algum
que tem consequências em toda emprego da pessoa com câncer, visto que tanto estudante que leia em voz alta o parágrafo sobre
a vida social do paciente. o paciente como as pessoas ao seu redor de- as casas de apoio e o depoimento da seção,
Após essa conversa, seguir verão alterar suas rotinas de trabalho durante permitindo aos estudantes que argumentem
com uma explanação sobre ou- o tratamento. a respeito.

106

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#FICA A DICA, Professor
Os links a seguir são referências
utilizadas para a elaboração desta
A avaliação do tipo de tratamento mais adequado à condição de cada paciente seção e podem ser acessados para
é feita por um médico capacitado – em alguns casos, é possível que o paciente seja obtenção de outras informações,
submetido a uma combinação de tratamentos. que podem ser trabalhadas com
Além de causar sofrimento ao paciente, o câncer atinge também sua família, os estudantes.
pois, além das incertezas quanto ao rumo da doença, nem sempre há centros espe- • INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER.
cializados no tratamento em locais próximos aos municípios de residência da família, ABC do Câncer: abordagens básicas
o que traz a necessidade de deslocamentos para regiões distantes. Muitas pessoas para o controle do câncer. Rio de
não têm recursos para arcar com viagem e hospedagem, além de isso exigir ausências Janeiro: Inca, 2011. Disponível em:
do trabalho para acompanhar o paciente com frequência. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
Apesar de a legislação garantir direitos ao paciente com câncer, como auxílio publicacoes/abc_do_cancer.pdf.
para transporte e ajuda financeira durante a ausência do trabalho, na tentativa de Acesso em: 27 jun. 2022.
melhorar o suporte a essas famílias, são criadas casas de apoio, em sua maioria
• LEI assegura exame no SUS para
mantidas por serviços voluntários e doações. Dependendo do local, os familiares
diagnóstico de câncer em até
têm refeições, locais para descanso e para banho, lavagem de roupa, produtos de 30 dias. Agência Câmara de
higiene, entre outros recursos. Leia, no trecho a seguir, o depoimento de um lavrador Notícias. Brasília, DF, 4 nov. 2019.
que acompanha o tratamento de sua mãe em Vitória da Conquista (BA), a 220 km Disponível em: www.camara.leg.
de sua cidade (Ibicoara). 1. Algumas famílias precisam se deslocar grandes distâncias para br/noticias/608585-lei-assegura
acompanhar o tratamento de câncer do familiar. Algumas não têm
dinheiro para pagar hotéis, alimentação ou o deslocamento. -exame-no-sus-para-diagnostico
-de-cancer-em-ate-30-dias/. Acesso
“Esse acolhimento é especial, é como se a gente fosse da família. Dão em: 27 jun. 2022.
tudo o que a gente precisa aqui. Parece que a gente se sente na casa da • HAJE, Lara. Nova lei cria o Estatuto
gente”, contou o lavrador sobre a experiência do acolhimento. da Pessoa com Câncer. Agência
PROJETO mantido por doações hospeda familiares de pacientes em tratamento de outros municípios. Câmara de Notícias. Brasília,
G1, [S. l.], 30 ago. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/bahia/noticia/projeto-mantido-por- DF, 22 nov. 2021. Disponível
doacoes-hospeda-familiares-de-pacientes-em-tratamento-de-outros-municipios.ghtml.
Acesso em: 6 abr. 2022. em: www.camara.leg.br/noticias/
829517-nova-lei-cria-o-estatuto
-da-pessoa-com-cancer/. Acesso
2. Resposta pessoal. Professor, auxiliar os estudantes a buscar fontes confiáveis
para as informações e orientá-los na montagem dos panfletos e/ou cartazes de em: 27 jun. 2022.
divulgação, se possível, com a participação de professores de outras disciplinas. • BRASIL. Lei no 14.238, de 19 de
dezembro de 2021. Institui o
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Estatuto da Pessoa com Câncer;
e dá outras providências. Diário
1 Quais são os problemas que algumas famílias enfrentam durante o tratamento do câncer?
Oficial da União, Brasília, DF,
2 O texto cita alguns direitos que são garantidos às pessoas que sofrem com essa enfermidade. ed. 218, seção 1, p. 2, 22 nov.
No entanto, eles ainda são pouco conhecidos. Forme um grupo com seus colegas para pesquisar 2021. Disponível em: https://
esses direitos e, juntos, elaborem panfletos ou cartazes explicativos sobre o tema, para serem www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-
divulgados na comunidade escolar, visando à ampliação do conhecimento de todos. n-14.238-de-19-de-novembro-
3 Você conhece alguma casa de apoio a familiares de pessoas com câncer? Conhece o trabalho de-2021-360895776. Acesso em:
que realizam? Forme um grupo e façam uma pesquisa sobre um local próximo da sua região que 27 jun. 2022.
faça esse trabalho. Verifiquem se os familiares dos integrantes do grupo conhecem esse serviço • INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
de acolhimento. Se possível, visitem uma casa de apoio ou mandem um e-mail solicitando uma Estimativa 2020: [incidência do
entrevista por vídeo com um dos voluntários, para obterem mais informações sobre os serviços
câncer no Brasil:] introdução. Rio
prestados e sobre como é possível ajudar. Ao final, escrevam um relatório para ser apresentado
de Janeiro: Inca, 12 maio 2020.
ao professor e aos colegas. Resposta pessoal.
Disponível em: www.inca.gov.br/
estimativa/introducao. Acesso em:
107 27 jun. 2022.
• INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
Tratamento do câncer. Cirurgia. Rio
de Janeiro, 22 jul. 2022. Disponível
10:02 Comentários sobre a atividade
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 107 17/07/22 10:02
em: www.inca.gov.br/tratamento/
cirurgia. Acesso em: 27 jun. 2022.
3. Auxiliar os estudantes a compor o roteiro da
entrevista, evitando questionamentos pes-
soais e incluindo alguns sobre os tratamen-
tos utilizados. Caso não seja possível a visita,
incentivar os estudantes a enviar e-mails e a
entrar em contato previamente com o local
para solicitar autorização para a realização
do trabalho.

107

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ORIENTAÇÕES
3. c) Em ambos, uma onda eletromagnética deve incidir sobre o corpo
DIDÁTICAS da pessoa. No caso da fotografia, o corpo recebe a radiação na faixa
da luz visível, na máquina fotográfica, que registra a imagem no
ATIVIDADES filme ou digitalmente. Na radiografia, os raios X atravessam o corpo

1. Esta atividade contempla a ha-


• ATIVIDADES NÃO ESCREVA e sensibilizam um filme fotográfico posicionado atrás da pessoa, o
NO LIVRO.
qual fica escuro. Alguns tecidos e estruturas, como ossos, impedem a
passagem dos raios X, deixando esses locais em cor clara.
bilidade EF09CI06 e a compe- 1. Desenhe o espectro eletromagnético em uma cartolina, de maneira centralizada e que
tência geral 4. ocupe todo o comprimento dela. Se desejar, baseie-se no modelo do livro ou pesquise
Os estudantes podem desenhar o outro na internet, em sites confiáveis. Em seguida, recorte ou desenhe imagens de
espectro eletromagnético com as aparelhos que utilizam ondas eletromagnéticas e coloque-os nos locais que representam
frequências (104; 106; 108; 1010; sua respectiva faixa de frequência. Por exemplo, caso escolha uma lâmpada de LED, ela
1012; 1014; 1016; 1018; 1020; 1022; deve ser ilustrada na região que representa o espectro visível. Resposta nas Orientações
para o professor.
1024 Hz) a cada 5 centímetros. 2. Observe os quadrinhos a seguir e, com base no cartaz produzido na questão anterior,
Explicar que essa proposta é responda às questões. 2. a) As radiações na faixa do infravermelho são responsáveis pela sensação
apenas uma representação, e não de calor, e as radiações na faixa do ultravioleta são responsáveis pelo bronzeamento.
uma escala linear de medidas. Adoro jogar Assim, além de ... não passo
Na faixa do espectro visível, os bola na praia! praticar atividade calor e pego um
Mas sempre jogo física... bronzeado, mas sem
estudantes podem fazer uma depois das 16 horas, excesso!
WANDSON ROCHA

ampliação similar à apresenta- quando o sol está mais


fraco.
da na página 85 do Livro do
estudante. Sugestões de equi-
pamentos: rádio, satélite, radar,
televisão (ondas de rádio); forno
2. d) As duas radiações têm seus nomes relacionados à posição que ocupam em relação

2. b) A radiação UV-A
ao espectro visível. A radiação infravermelha fica posicionada antes da luz vermelha do

de micro-ondas, celular, radar emitida pelo Sol estimula


móvel (micro-ondas), controle os melanócitos, células
produtoras de melanina, um pigmento escuro que auxilia a proteger a pele dos raios
remoto, termômetro infraver- solares. Como consequência, a pele escurece. Produzido para esta obra.
melho, sensor de movimento, a) Quais radiações eletromagnéticas são responsáveis pela sensação de calor e pelo bronzea-
câmera noturna (infraverme- mento citados no último quadrinho?
espectro visível, e a ultravioleta, após a luz violeta do espectro visível.

lho); laser, lâmpada de LED (luz b) Na história em quadrinhos, a personagem está “pegando um bronzeado”. Explique como
visível); lâmpada ultravioleta isso ocorre.
(ultravioleta); equipamento de c) Uma exposição em excesso aos raios solares faz mal à pele e à saúde. Cite alguns malefícios
que esse excesso pode causar e algumas atitudes que devemos tomar para nos proteger.
raios X (raio X); equipamento
Você costuma tomar essas atitudes? Resposta nas Orientações para o professor.
de radioterapia (raios gama). d) Analise o espectro eletromagnético da página 85 e elabore uma explicação sobre por que a
Orientar os estudantes a se radiação infravermelha e a radiação ultravioleta receberam esses nomes.
basear no modelo do Livro
do estudante ou a pesquisar
3. Algumas ondas eletromagnéticas podem ser utilizadas para formar imagens. Como
exemplo, temos a fotografia e a radiografia. No caso da fotografia, a luz visível que
em sites confiáveis. Caso seja ilumina uma pessoa ou um objeto é refletida em direção à lente da máquina foto-
possível, convidar o professor gráfica, que fará o registro de forma digital ou em filmes fotográficos. Já no caso da
de Matemática para auxiliar no radiografia, o processo é até certo ponto equivalente, já que uma onda eletromagnética
entendimento da representação. também é lançada na direção do corpo de uma pessoa ou de um objeto, incidindo em
É possível utilizar esta atividade seguida em um filme fotográfico, que é sensibilizado, fazendo um registro da forma.
para verificação de aprendizagem a) Por que, quando fazemos um registro fotográfico, apenas a região externa do nosso corpo
sobre o espectro eletromagnético fica registrada na fotografia?
e as principais características b) Que onda eletromagnética é utilizada para fazer um exame de radiografia? Os raios X.
c) Converse com seus colegas sobre como é realizado um exame de radiografia e façam um
das ondas eletromagnéticas.
paralelo com a fotografia. 3. a) Porque a luz visível é uma onda eletromagnética que é refletida na
região externa de nosso corpo, não atingindo, assim, regiões internas.
2. É importante os estudantes
compreenderem que, entre as 108
radiações emitidas pelo Sol, a
luz visível ilumina o ambiente,
o infravermelho proporciona com a saúde. Se julgar interessante, orien-
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24_AV2.indd 108 entre as 10 h e as 16 h e usar chapéu, óculos 19/07/22 21:31 D3-C

a transmissão de calor que tar os estudantes a ilustrar no caderno uma escuros e roupas compridas quando a exposi-
aquece o planeta, e o ultra- história em quadrinhos que envolva algum ção aos raios solares for inevitável.
violeta interage com o corpo dos conceitos trabalhados nesta Unidade.
É possível também realizar um trabalho em 3. Esta atividade contempla a habilidade
humano tanto de forma benéfica
conjunto com o professor de Arte. EF09CI06. Retomar com os estudantes o poder
como maléfica. Aproveitar a
de penetração das radiações eletromagnéticas
forma lúdica como a atividade c) A incidência em excesso de raios solares
no corpo humano e a relação com o compri-
foi proposta para retomar os pode causar queimaduras na pele, envelhe-
mento de onda.
conceitos apresentados na cimento precoce, catarata, câncer de pele,
Unidade, enfatizando também entre outros danos. Para proteção, devemos
a importância dos cuidados usar filtro solar, evitar a exposição no período
108

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pliquem que o aparelho utiliza
5. O celular utiliza ondas eletromagnéticas, como as ondas de rádio, para a transmissão de dados e informações, e os raios ultravioleta do Sol para
ondas na faixa da luz visível na tela e nas teclas do celular. Os sons que saem do aparelho, como música, atendimento matar microrganismos presen-
de chamada, entre outros, são ondas mecânicas. tes nas cisternas do semiárido
4. Algumas ondas eletromagnéticas de determinadas frequências são emitidas a partir de nordestino, contribuindo para
elementos químicos radioativos, como o urânio e o plutônio. Um dos usos dessa energia o combate às doenças de vei-
ocorre em usinas elétricas termonucleares. 4. a) Os raios gama.
culação hídrica. A atividade
a) Qual onda eletromagnética está relacionada à emissão de energia nuclear?
possibilita, ainda, a compreen-
b) Qual é outra importante utilização dessa onda eletromagnética para a sociedade? são de que os conteúdos estu-
c) Faça uma pesquisa e cite algumas vantagens e desvantagens de uma usina elétrica termo- dados têm aplicações sociais e
nuclear. Identifique os planos do Brasil para esses tipos de usina. 4. b) Essas ondas são
utilizadas em tratamen- políticas, que podem ser usa-
5. Quais tipos de onda um aparelho celular utiliza para funcionar? tos médicos, como a
radioterapia.
dos para propor alternativas
aos desafios do mundo con-
6. O Aqualuz é um aparelho que purifica água por meio de raios solares. Ele foi idealizado temporâneo.
em 2015 por Anna Luísa Beserra, estudante na época, em Salvador (BA). Forme um
grupo com seus colegas para pesquisar sobre o Aqualuz, descrevendo como ele funciona 7. c) Orientar os estudantes a rea-
e quais benefícios proporciona para a população do semiárido nordestino. A partir lizar esta atividade com a au-
das informações coletadas, elaborem uma apresentação para descrever o aparelho, torização da escola, que deve
os princípios científicos utilizados e os benefícios proporcionados. O site https://www. informar antecipadamente o
uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2019/12/03/aqualuz-projeto-de-biotecnologista-baiana- estabelecimento e o farma-
leva-agua-potavel-ao-sertao.htm, acesso em: 6 abr. 2022, é uma boa opção para pesquisa. cêutico, para que este acom-
Resposta pessoal. panhe o grupo na realização
7. Em grupo, visitem uma farmácia e, somente sob a supervisão do farmacêutico, selecionem
protetores solares diferentes e façam um levantamento das especificações que constam
da pesquisa. Uma alternati-
no rótulo das embalagens desses produtos. Para cada protetor solar selecionado, regis- va é os estudantes visitarem
trem as seguintes informações: marca; lote; prazo de validade; conteúdo (em mL); fator uma farmácia ou um merca-
de proteção solar (FPS); modo de uso; precauções, advertências e/ou restrições de uso; do acompanhados dos pais
público-alvo. Com os resultados do levantamento, respondam às questões a seguir. ou responsáveis, fazerem as
4. c) Algumas vantagens: não emitem gases anotações necessárias e tira-
7. a) O FPS indica uma relação de
LIGHTKITE/SHUTTERSTOCK.COM

que intensificam o efeito estufa; não depen-


quanto é possível se expor a deter- Protetor Protetor
dem de fatores climáticos; em comparação rem fotografias com o celular
minada radiação UV antes de a pele solar solar
com outros tipos de usina, sua instalação ou verificarem se existe algum
ficar avermelhada, se comparada à ocupa pequenas áreas; há uma grande dispo-
pele exposta sem protetor solar. protetor solar em sua residên-
nibilidade de materiais radioativos. Algumas
desvantagens: alto custo; geração de lixo cia e levá-lo em uma reunião
nuclear; a água utilizada é devolvida ao mar com o grupo de estudantes,
a altas temperaturas; embora raros, há riscos para que as informações sejam
de graves acidentes. Existem planos para
a construção da usina Angra 3 e de mais registradas e comparadas.
Filtros solares com diferentes uma nova usina até 2050, segundo o Plano
fatores de proteção. Nacional de Energia 2050 (PNE 2050), como
alternativa para os combustíveis fósseis.
a) O que é o fator de proteção solar? Como ele é determinado? Façam uma pesquisa para obter
essas informações.
b) Conforme a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o brasileiro deve aplicar,
diariamente, protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Os protetores
solares avaliados estão em conformidade com essa determinação? Resposta pessoal.
#FICA A DICA, Estudante
c) Compare as precauções, advertências e/ou restrições de uso presentes nos rótulos das emba-
lagens dos protetores solares avaliados. Verifique aquelas que são comuns entre eles e O link a seguir pode ser sugerido
aquelas que são específicas de cada produto. Ao final, escolham qual(is) deles apresenta(m) aos estudantes para obtenção de
as precauções que vocês julgam essenciais estarem disponíveis ao consumidor, justificando mais informações sobre fontes de
sua resposta. A decisão deve ser tomada em conjunto com os membros do grupo. energia utilizadas pela sociedade.
Resposta pessoal.
• EMPRESA DE PESQUISA
109 ENERGÉTICA. Fontes de energia.
ABCDEnergia. Brasília, DF, [2018].
Disponível em: https://www.epe.
21:31 4. Retomar o funcionamento de uma usina ter-
D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 109 5. Lembrar aos estudantes que as micro-ondas
17/07/22 10:02
gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-
monuclear com os estudantes, estudado em são ondas de rádio de alta energia, sendo, energia. Acesso em: 27 jun. 2022.
anos anteriores. Comentar que a energia emi- portanto, utilizadas nos sinais dos aparelhos Para mais informações sobre o
tida pelas radiações é responsável pelo aqueci- celulares atuais, que exigem a transmissão de Projeto Aqualuz, os estudantes
mento da água confinada em uma tubulação, podem acessar o link a seguir.
grandes quantidades de informação em tem-
que, por sua vez, aquece a água de outra tu- po real. • TECNOLOGIA Aqualuz | TELA
bulação até o estado de vapor. Esse vapor faz RURAL. 2 set. 2019. Vídeo
movimentar as turbinas. 6. Esta atividade possibilita contemplar as com- (7min21s). Publicado pelo canal
c) Aproveitar a oportunidade e conversar com petências específicas 2 e 4, além de trabalhar TVU RN. Disponível em: https://
os estudantes sobre a matriz energética brasi- o tema contemporâneo transversal Ciência e youtu.be/Y8ahswi9PfM. Acesso
em: 27 jun. 2022.
leira, assunto abordado em anos anteriores. Tecnologia. Espera-se que os estudantes ex-
109

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O ASSUNTO É...
Esta seção contempla a habilidade
EF09CI05 e a competência geral
O ASSUNTO É...
5 e trabalha o tema contemporâneo
transversal Ciência e Tecnologia.
Conversar com os estudantes sobre Tecnologia 5G
a importância e a dependência atual
O termo “5G” diz respeito à quinta geração da tecnologia utilizada em
da sociedade em relação à tecnolo-
redes móveis, por meio das quais é possível acesso à internet, em que os dados
gia, especialmente à conectividade
são transmitidos e recebidos por meio de ondas eletromagnéticas. Suas vanta-
dos aparelhos telefônicos. Questio-
gens são maior velocidade de conexão e download de dados, além de menor
ná-los sobre as áreas em que essa
tempo de resposta para os comandos executados, tornando-a praticamente
tecnologia é utilizada, bem como
instantânea. Essa tecnologia contribui para que a sociedade se torne mais conec-
sobre os benefícios oferecidos e os
tada, aumentando a eficiência de atividades que já são realizadas.
possíveis problemas. Permitir que
Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas possibilidades da tecnologia 5G.
se manifestem livremente sobre
o assunto.
Apresentar situações relacio- COTIDIANO SAÚDE
nadas ao mercado de trabalho, Listas de supermercado
como marketing digital e sua poderão ser feitas Cirurgias poderão ser
realizadas a distância,
direta influência em vendas de automaticamente por
de forma remota, com
geladeiras, que informarão
produtos, transações bancárias, aos celulares dos moradores maior eficiência, por
reuniões e aulas on-line. Pergun- da residência quais alimentos meio de equipamentos
estão em falta. eletrônicos.
tar aos estudantes quais dessas
situações eles já vivenciaram e
que outras é possível citar. Essa
ILUSTRAÇÕES: ESTÚDIO AMPLA ARENA

discussão oportuniza o trabalho


com a competência geral 6.
Comentar que os equipamentos
eletrônicos digitais e as técnicas
de comunicação vêm passando
por um rápido avanço nos úl-
timos anos, e isso tem causado LAZER
incertezas em algumas pessoas, Baixar (fazer download)
devido aos riscos aos quais elas vídeos e filmes em alta
qualidade poderá ser
podem ser expostas com o uso feito em segundos,
desses equipamentos. A rapidez economizando tempo dos
usuários.
com que os dados são transmitidos
e recebidos permite que muitas Elaborado com base em:
GUIMARÃES, Leonardo. Leilão 5G:
informações sejam divulgadas, cirurgia remota, carro autônomo e
e, muitas vezes, algumas não são outras inovações ficarão próximas.
CNN Brasil Business, São Paulo,
verdadeiras. Assim, esse tema 2 jul. 2021. Disponível em: https://
www.cnnbrasil.com.br/business/
possibilita que o assunto fake leilao-do-5g-entenda-a-importancia-
news seja abordado. da-evolucao-da-internet-para-o-
brasil/. Acesso em: 6 abr. 2022.
Um exemplo que pode ser discuti-
do com os estudantes é a divulgação
de informações sobre uma possível
110 AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.

relação entre a tecnologia 5G para


internet móvel e a pandemia da
covid-19. O #Fica a dica, Estu- D3-CIE-F2-2104-V9-U3-LA-G24.indd 110
#FICA A DICA, Estudante
17/07/22 10:02 D3-C

dante a seguir apresenta o link de


um texto que pode ser trabalhado O link a seguir apresenta um texto sobre a disse- • FAKE news não Pod #4: a covid-19 tem relação
minação de fake news a respeito de uma possível com a internet móvel 5G? Jornal da USP, São
com a turma. Sugere-se que esse
relação entre tecnologia 5G para internet móvel e a Paulo, c2019. Disponível em: https://jornal.usp.
texto seja impresso e entregue
pandemia da covid-19. Os estudantes podem acessar br/podcast/fake-news-nao-pod-4-a-covid-19-tem
aos estudantes, organizados em
o link ou o texto pode ser impresso e entregue a eles -relacao-com-a-internet-movel-5g/. Acesso em:
grupos, a fim de que façam uma para leitura e análise. 27 jun. 2022.
leitura e discussão prévia, para que,
depois, a discussão seja aberta
para a turma toda.

110

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Comentários sobre
a atividade
2. O objetivo desta atividade é
A telefonia móvel tornou-se
3G 3G que os estudantes conheçam
popular no mundo na década de 1G 1G2G 2G 4G 4G o conceito de “Internet das
1960 e na década de 1990 no Brasil.
coisas” e que a representem
A partir daí, a cobertura e os serviços 5G 5G em um cartaz digital, utilizando
possíveis aumentaram a cada geração.
a criatividade. A expressão se
A evolução da internet móvel refere à conexão de diferentes
1G – Fazia apenas serviço de comunicação por voz. objetos utilizados cotidiana-
2G – Permitia uso da internet e o envio/recebimento de mensagens de texto de forma limitada. mente (eletrodomésticos, carros
3G – Presente nos smartphones, possibilitou o uso de aplicativos, redes sociais e localização via GPS.
4G – Ampliou os serviços com internet e chamadas em vídeo.
etc.) à internet. Verificar se os
5G – Expande a conexão sem fio para além dos telefones móveis, com resposta em tempo real. estudantes incorporam algum
Elaborado com base em: MOTA, Vitor Luiz Gomes et al. Evolução da tecnologia de termo do texto ao trabalho,
EDUCAÇÃO telefonia móvel e estudo e caracterização de um sistema móvel 5G de quinta geração.
Engevista, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 154-175, 22 fev. 2019. Disponível em: https://
como “download”, “realidade
periodicos.uff.br/engevista/article/view/27028. Acesso em: 6 abr. 2022. virtual”, “realidade aumentada”
Tecnologias como realidade
aumentada e realidade virtual e comunicação em tempo real.
poderão ser utilizadas como
recursos educativos em sala
de aula. AVALIANDO
Durante o desenvolvimento dos
ENERGIA
Temas, é possível avaliar os conhe-
O gerenciamento da produção cimentos dos estudantes. Neste
e da distribuição da energia momento, sugerimos uma avalia-
poderá ser mais eficiente,
evitando picos de consumo de
ção que compreenda os conteúdos
energia. presentes em toda a Unidade 3, ao
longo da qual puderam desenvolver
TRANSPORTE e mobilizar as habilidades EF09CI04,
EF09CI05, EF09CI06 e EF09CI07.
Viagens poderão ser feitas Ver orientações sobre avaliações
em carros sem motorista e
capazes de se comunicar na página XLVIII deste Manual do
com outros veículos de professor.
forma instantânea.

• Atividades NÃO ESCREVA


NO LIVRO.

1. Nessa faixa de frequência, elas são do tipo micro-ondas.


1 O acesso à internet móvel pode operar por meio de ondas eletromagnéticas na faixa de fre-
quência de 1010 Hz. Qual é, portanto, o tipo de onda eletromagnética utilizada?
2. Resposta pessoal.
2 A tecnologia 5G tem ampliado as possibilidades de conexão entre o mundo físico e o mundo
digital, fortalecendo o que se denomina Internet das coisas. Forme um grupo com seus colegas
e façam uma pesquisa sobre o significado dessa expressão. Depois, criem um cartaz digital para
ilustrar seu significado e apresentem-no ao restante da turma. Aproveitem para pesquisar todos
os termos citados no texto cujo significado tenha gerado dúvidas e incorporem-nos ao trabalho.

111

10:02 AMPLIANDO
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Para retomar conceitos da Unidade e avaliar 1. Que aparelhos geralmente presentes em uma Essa pergunta leva os estudantes a inferir
a compressão dos estudantes sobre o assunto, casa poderiam sofrer a interferência de tempes- que, se as ondas de rádio e as micro-ondas são
comentar com eles que no Sol ocorrem eventos tades solares? Justifique sua resposta. afetadas, os aparelhos que funcionam com elas
chamados tempestades solares, que liberam Resposta: O rádio, a televisão, o computador e são afetados.
grande quantidade de energia para o espaço o celular (pois utilizam a internet). Todos esses
2. Classifique os tipos de ondas que podem ser
aparelhos funcionam ou utilizam ondas de rá-
e podem gerar interferências nos sistemas de afetados pelas tempestades solares quanto à sua
dio e micro-ondas. Sugerir aos estudantes que
comunicação da Terra, como nas ondas de rádio natureza e à forma de propagação.
expandam o raciocínio, citando outros serviços
ou micro-ondas. que poderiam ser afetados, como o sistema de Resposta: Ondas de rádio e micro-ondas são ondas
Depois, fazer as perguntas a seguir. posicionamento global (GPS). eletromagnéticas, com propagação transversal.

111

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BNCC NA UNIDADE

4
Competências
Gerais: 1, 3, 4, 5, 7, 9 e 10
Específicas: 1, 3, 4, 5, 6 e 8
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI08

• EF09CI09

Temas contemporâneos
transversais
• Saúde
GENÉTICA
• Educação em direitos humanos

• Vida familiar e social

• Ciência e Tecnologia

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas Você já reparou que indivíduos de
contemporâneos transversais podem uma mesma espécie podem ter cores
ser desenvolvidos no trabalho com ou formas diferentes, como os animais
esta Unidade na seção BNCC na prá- desta imagem? As diferenças visuais po-
tica da página LXVII deste Manual dem ter origens em fatores ambientais,
do professor. mas, sobretudo, são influenciadas pela
genética de cada indivíduo.
O estudo da Genética possibilita com-
preender alguns processos relacionados
ORIENTAÇÕES ao desenvolvimento e à evolução dos
DIDÁTICAS seres vivos. Além disso, permite entender
como as características são transmiti-
ABERTURA DE UNIDADE das de pais para filhos.
A Genética e a hereditariedade são
As páginas de abertura da os assuntos principais que abordaremos
Unidade têm por estratégia es- nesta Unidade.
timular a curiosidade dos estu-
dantes a respeito da diversidade
de seres vivos existentes no pla-
neta, diversidade essa presente
entre espécies e, também, den-
tro de uma mesma espécie. No
caso, optou-se por destacar di-
ferenças dentro da espécie, ao
apresentar bovinos que se dife-
renciam pela pelagem.
Pedir aos estudantes que iden- Bovinos com pelagem 1,5 m

tifiquem características que di- de diferentes cores.


ferenciam os indivíduos da ima-
gem. Eles podem apontar, por
exemplo, as cores da pelagem, a 112
presença e o padrão de manchas,
a altura, entre outras. Aproveitar
para questioná-los sobre a diver- D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 112 17/07/22 10:03 D3-C

sidade que existe dentro de dife-


rentes espécies, inclusive em nós,
seres humanos.

112

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Com essas conversas iniciais,
é esperado que os estudantes
percebam que existe variação
entre indivíduos de uma mes-
ma espécie. Perguntar se eles
já pensaram sobre a origem
dessa variação e o que faz com
que os bovinos das páginas de
abertura sejam diferentes, mas
pertencentes a uma mesma es-
pécie. Esses questionamentos
iniciais são importantes para
identificar as concepções pré-
vias dos estudantes sobre he-
rança genética, que poderão

BIRKIR ASGEIRSSON/SHUTTERSTOCK.COM
ser revistas e complementadas
ao longo da Unidade.

1. No material genético,
que é transmitido dos pais para
os filhos por meio dos gametas.
1 Onde está a informação das carac-
terísticas hereditárias de cada ser
vivo? Como elas são herdadas?

2 Você já percebeu alguma caracterís-


tica física parecida entre pessoas de
uma mesma família? Por que você
acha que isso acontece?
Resposta pessoal.
113

10:03 Comentários sobre a atividade


D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 113 17/07/22 10:03

2. Essa atividade possibilita a verificação de co-


nhecimentos prévios dos estudantes sobre a
hereditariedade, considerando uma situação
contextualizada, no caso, a transmissão de ca-
racterísticas entre pais e filhos. Aproveitar para
ressaltar que a aparência física das pessoas
não será necessariamente idêntica à de seus
pais.

113

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 113 22/08/22 17:18


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

1
1. INTRODUÇÃO À GENÉTICA TEMA
Iniciar a aula solicitando aos
estudantes que observem as ca-
INTRODUÇÃO
racterísticas das pessoas das fo-
tografias. Solicitar, também, que
À GENÉTICA
descrevam as características que
são similares entre as gerações
e que expliquem como ocorre
sua transmissão. Assim, é possí-
vel responder à atividade 1. Ao ESB PROFESSION
AL/SHUTTERSTO
CK.COM

trabalhar essa questão, retomar


alguns conceitos já estudados
pelos estudantes.
Explicar que o DNA é a sigla
para ácido desoxirribonucleico.
.COM

O DNA contém as instruções


TERSTOCK

para funções vitais, como cresci-


AGES/SHUT

mento, desenvolvimento e repro-


dução em todos os organismos.
SINESS IM

Por sua vez, os cromossomos


MONKEY BU

são constituídos por moléculas


de DNA e diversas proteínas. Os Pai e filhos.
processos de divisão celular são Avó, mãe e filha.
a mitose, na qual as células for-
madas são iguais à célula-mãe, 1 Observe as imagens desta página. Estabeleça uma relação entre o que elas
com 23 pares de cromossomos 1. Resposta pessoal. mostram e os termos: DNA, reprodução sexuada e meiose.
na espécie humana, e a meiose, Professor, aproveitar
que resulta em células-filhas com a comparação para
retomar esses conceitos Você já parou para pensar em por que pessoas de uma mesma
apenas 23 cromossomos. Por com os estudantes e veri- família biológica podem ser tão parecidas, principalmente com os pais ou
meio da meiose, os gametas fe- ficar a necessidade de mesmo com os avós? Essas questões são explicadas pela hereditarie-
mininos e masculinos são produ- outras intervenções em
dade, estudada pela Genética, uma área das Ciências Biológicas.
relação a esses temas.
zidos. Na fecundação, os game- A hereditariedade consiste na transmissão de características de uma
tas se unem, formando o zigoto geração para outra, isto é, dos progenitores para seus descendentes. As
e restabelecendo o número de características hereditárias se manifestam principalmente por causa de
cromossomos da espécie. informações codificadas no DNA, o qual, nos eucariontes, se encontra
É importante ressaltar que, na no núcleo das células e, nos procariontes, disperso no citoplasma.
meiose, ocorrem duas divisões Na reprodução sexuada, os gametas, produzidos pelo processo de
meiose, contêm metade do conjunto cromossômico dos indivíduos. Assim,
celulares que resultam, para o
quando ocorre a fecundação, isto é, a união dos gametas masculino e femi-
caso do gameta feminino, no
nino, o zigoto recebe um conjunto cromossômico completo, metade de cada
ovócito I e no ovócito II. Para sim-
progenitor. Por isso, os descendentes apresentam características de ambos.
plificar o conteúdo, em respeito à A seguir, estudaremos a hereditariedade com mais detalhes.
idade escolar, esses dois estágios
não são apresentados. O gameta 114
feminino, portanto, será chama-
do apenas de ovócito.
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dos conhecimentos científicos,
que se dá de forma gradual e
atrelada às condições sociais,
econômicas, políticas e culturais
Primeiros estudos sobre a hereditariedade da época, contribuindo com o
Os primeiros estudos sobre hereditariedade foram desenvolvidos por entendimento da Ciência como
Gregor Mendel (1822-1884), um jovem monge austríaco que vivia em um empreendimento humano. Essa
mosteiro em Brno, cidade localizada em uma região onde atualmente é discussão permite o desenvolvi-

BATESON, WILLIAM.1902
a República Tcheca. Entre os anos de 1851 e 1853, Mendel frequentou mento da competência geral 1
a Universidade de Viena, onde tomou conhecimento de diversas práticas e da competência específica 1.
científicas, que aplicou nos experimentos que desenvolveu posteriormente. Em seguida, retomar alguns
Um de seus experimentos mais conhecidos foi realizado com ervilhas conceitos relacionados à repro-
da espécie Pisum sativum, conhecida popularmente como ervilha-de- dução de plantas, vistos em anos
-jardim ou ervilha-de-cheiro. anteriores, como as estruturas de
Observando os indivíduos dessa espécie, Mendel percebeu que as plantas Retrato de uma flor e as funções do grão de
podiam variar bastante em suas características. Por exemplo, quando consi- Gregor Mendel,
tirado em 1902.
pólen e do estigma. Também re-
derada a altura, havia indivíduos de dois tipos, altos e baixos. Com o objetivo
visar autofecundação e fecunda-
de compreender como essa e outras características eram transmitidas entre as
ção cruzada.
gerações de ervilha-de-jardim, ele planejou e executou alguns experimentos.
Em relação à característica altura da planta, Mendel fez o experimento descrito Ao comentar sobre os expe-
a seguir. rimentos de Mendel, destacar
Inicialmente, ele observou que, ao serem autofecundadas, ou seja, ao terem algumas etapas que compõem
seus óvulos fecundados com seus próprios grãos de pólen, certas plantas altas as investigações científicas, de
geravam somente descendentes altos, e certas plantas baixas geravam somente des- forma geral. Explicar que Mendel
cendentes baixos. Assim, essas plantas podiam ser consideradas de linhagens puras. partiu de suas observações ini-
Mendel então promoveu cruzamentos entre plantas altas puras e plantas baixas ciais, para, em seguida, formular
puras. Para cada cruzamento, ele primeiramente removia as anteras das flores de uma hipóteses sobre como as carac-
das plantas, antes da liberação de pólen, evitando que elas se reproduzissem natu- terísticas são passadas ao longo
ralmente. Dessa forma, ele poderia ter controle sobre a reprodução das plantas. Em das gerações. Em uma próxima
seguida, Mendel realizava manualmente a fecundação cruzada: coletava grãos de etapa, ele realizou experimentos
pólen das flores de uma das linhagens e os depositava no estigma das flores das plantas para testar suas hipóteses e, de-
da outra linhagem. Após esses cruzamentos, verificou que todas as plantas resultantes
pois, analisou quantitativamente
do cruzamento de plantas altas de linhagem pura e plantas baixas de linhagem pura
os dados obtidos. Essas análises
tinham apenas plantas altas entre seus descendentes. Observe a ilustração a seguir.
foram registradas ao longo de
IMAGENS FORA várias gerações de ervilhas, para
LUIZ RUBIO, RAFAEL HERRERA

Estigma Fecundação cruzada DE PROPORÇÃO.


que finalmente fosse possível
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
chegar às suas conclusões.

Antera
Ovário x

Planta receptora Planta Planta Planta doadora


de pólen alta baixa de pólen

Representação do cruzamento realizado


Elaborado com base em: SNUSTAD, D. Peter; por Mendel entre ervilhas-de-jardim
SIMMONS, Michael J. Fundamentos de
genética. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara de linhagens puras para as variedades
Koogan, 2017. Livro digital não paginado. planta alta e planta baixa.
Planta
alta 115

10:03 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 115 -de-jardim, ao longo dos quais foram analisados
22/07/22 16:03

resultados de cruzamentos de milhares de indi-


Primeiros estudos sobre víduos. Destacar que, quando esse trabalho foi
a hereditariedade finalmente apresentado, ele não foi reconheci-
Os conteúdos apresentados neste tópico con- do e assim permaneceu por quase três décadas.
tribuem com o trabalho da habilidade EF09CI09. Atualmente, sugere-se que isso aconteceu por-
Ao iniciar o assunto, comentar sobre aspec- que as ideias propostas por Mendel não estavam
tos da vida de Gregor Johann Mendel. Ressaltar em concordância com os pensamentos vigentes
que, para os estudos descritos no livro, Mendel da época. Utilizando esse contexto, aproveitar
passou cerca de sete anos cultivando ervilhas- para explicar aos estudantes sobre a construção

115

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Comentar que, além do ta-
manho da planta, Mendel estu- Na segunda parte desse experimento, Mendel promoveu a autofe-
dou outras características, como cundação dos indivíduos altos obtidos do primeiro cruzamento. Como
forma e cor da vagem, forma e resultado, foram produzidos descendentes altos e baixos, em uma pro-
porção de três plantas altas para cada planta baixa.
cor da semente e posição e cor
da flor.
Apresentar aos estudantes Estigma Fecundação cruzada

LUIZ RUBIO, RAFAEL HERRERA


algumas características dos
experimentos de Mendel que
contribuíram com o seu suces- Primeiro
so. Primeiramente, a escolha cruzamento Antera
realizado Ovário
das ervilhas facilitou as etapas por Mendel x
experimentais, uma vez que
é uma planta de fácil cultivo
e rápido crescimento, sendo Planta receptora Planta doadora
capaz de desenvolver uma nova de pólen Alta Baixa de pólen

geração em apenas um ano, um


intervalo de tempo relativamente
curto. Adicionalmente, as ervilhas
IMAGENS FORA
geram muitos descendentes, DE PROPORÇÃO.
Autofecundação
possibilitando uma abordagem AS CORES NÃO
matemática das razões entre SÃO REAIS.

as características observadas.
Alta
Finalmente, as características
analisadas estão associadas a
um único gene e, ao considerar
duas características, dois genes
com segregação independente –
o que não será tratado nesta Resultado da
autofecundação
época escolar. Caso estivessem
associados a múltiplos genes,
os resultados seriam potencial- Alta Alta Alta Baixa
mente complexos para levar a Elaborado com base em: Representação da autofecundação das plantas altas obtidas por Mendel por
SNUSTAD, D. Peter; SIMMONS,
conclusões objetivas. Michael J. Fundamentos de meio do cruzamento entre plantas puras de variedades distintas.
Ao informar sobre os fatores genética. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. Livro Para explicar os resultados de seus experimentos, Mendel propôs
genéticos, explicar que esses expe- digital não paginado.
a existência de algo que ele denominou fatores hereditários, que,
rimentos permitiram que Mendel segundo ele, seriam transmitidos dos progenitores aos seus descenden-
concluísse que as ervilhas possuíam tes, conferindo-lhes suas características.
dois fatores associados à altura, No caso dos experimentos com a altura das plantas de ervilha,
os quais são transmitidos para as Mendel sugeriu a existência de dois fatores: o fator alto e o fator baixo.
próximas gerações via gametas. Ao observar que a autofecundação das plantas altas obtidas do primeiro
Mais especificamente na forma- cruzamento produziu descendentes altos e descendentes baixos, Mendel
ção dos gametas, esses fatores percebeu que ambos os fatores poderiam estar presentes nessas plantas.
são separados, de forma que
tanto o gameta feminino quanto 116
o gameta masculino só possuem
um dos fatores originalmente
associados às plantas da primeira D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 116 17/07/22 10:03 D3-C

geração. Assim, as características


herdadas pelas plantas da segunda
geração estão relacionadas às
características dos gametas que
as formaram. Atualmente sabe-se
que esses fatores são conhecidos
por alelos, como será estudado
ao longo da Unidade.

116

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Explicar que a seleção artificial
corresponde à seleção de carac-
terísticas de interesse humano,
a partir da condução de cruza-
INTEGRANDO mentos. Então, dizer que a se-
com
HISTÓRIA leção artificial é praticada pelos
seres humanos há milhares de
anos, desde a implementação
da agricultura, uma vez que se
costumava descartar plantas que
não produziam frutos com ca-
A hereditariedade antes de Mendel racterísticas desejadas, manten-
Os seres humanos já conheciam e aplicavam alguns princípios da hereditariedade do viáveis apenas aqueles que as
há milhares de anos. As evidências desse acontecimento referem-se ao período em apresentavam.
que os primeiros grupos humanos deixaram de ser nômades e passaram a se fixar Relacionar o conteúdo da seção
em determinados lugares, onde criavam animais e realizavam seus próprios plantios. com Etnociência e explicar que os
Há estudos que indicam que os seres humanos se fixaram há aproximadamente
conhecimentos e os cultivos pro-
10 mil ou 12 mil anos e outros que indicam que isso pode ter acontecido bem antes,
duzidos pelas civilizações citadas
há aproximadamente 19 mil anos.
no texto são importantes até hoje.
De qualquer maneira, a seleção de sementes de plantas que produziam maior
quantidade de frutos ou que apresentavam alguma característica desejável para o
O trabalho de seleção das carac-
cultivo parece ter sido uma técnica comum. Essa seleção era feita de forma quase terísticas das plantas citadas deve
inconsciente: as sementes das plantas que não apresentavam características desejáveis ser reconhecido e valorizado.
não eram colhidas nem replantadas. Solicitar que voluntários façam
Vamos estudar o milho como exemplo. O tipo mais antigo de milho que se a leitura da seção em voz alta,
conhece era cultivado pelos Maias, civilização que viveu há milhares de anos na incentivando o exercício da ora-
região onde hoje está localizado o México. Esse milho era chamado de teosinto, lidade. Após a leitura, pedir aos
que significa “milho dos deuses”. A planta produzia espigas pequenas e com poucos estudantes que expliquem, com
grãos, bem diferente das espigas que conhecemos hoje. suas palavras, o conteúdo do tex-
Como podemos observar na imagem, a planta do milho sofreu modificações to, de modo que incentive sua
graduais ao longo do tempo. Essas modificações são decorrentes da seleção artificial competência leitora.
das espigas pelos seres humanos, com base em diversas características consideradas Se desejar, é possível apresen-
importantes, como o tamanho e o aspecto dos grãos, a produtividade da planta e
tar aos estudantes outro exemplo
sua resistência a pragas e doenças.
de seleção artificial: o da espécie
Brassica oleracea. Essa espécie
NSF/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA

IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
deu origem às seguintes varieda-
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
des presentes no dia a dia: couve,
couve-flor, brócolis, repolho e
couve-de-bruxelas.
Ilustrações represen-
tando uma espiga de
milho antiga (à esquer-
OLGA STREL/SHUTTERSTOCK.COM

da) e uma espiga de


milho atual (à direita).
No detalhe, uma com-
paração de tamanhos
entre as espigas e a
mesma moeda.

117

10:03
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 117 Maias, auxiliando os estudantes na resolução
17/07/22 10:03

da atividade 4.
INTEGRANDO COM HISTÓRIA Se possível, alguns dias antes da aula, separar
alguns exemplares de abóboras encontradas em
O assunto apresentado nessa seção permite o supermercados e levá-las para a aula, de modo
desenvolvimento da competência geral 1. que os estudantes possam analisar suas caracte-
Antes de iniciar o trabalho com a seção, veri- rísticas, identificando semelhanças e diferenças.
ficar a disponibilidade do(a) docente de História Ao iniciar a aula, questionar aos estudantes
para planejar uma aula conjunta, de modo que o que entendem por seleção artificial. A partir
ele(a) possa trazer mais informações relativas de suas respostas, conduzir uma conversa para
às civilizações citadas, no caso, os Astecas e os que concluam o significado dessa expressão.
117

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 117 22/08/22 17:18


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 1. A seleção de milho, buscando sementes de maior tamanho e com aspecto atraente, além de plantas mais
produtivas e mais resistentes, e a seleção de plantas de abóbora com frutos de melhor formato e tamanho,
Caso queira obter mais in- além da busca pelo sabor menos amargo, pela menor espessura da casca e pela menor quantidade de
sementes. Outro exemplo interessante são as abóboras, nativas das Américas. As abóboras
formações sobre a origem e a
são os frutos das plantas de gênero Curcubita e pertencem à mesma família do melão,
diversificação do milho e das
da melancia e do pepino. Há registros de que as abóboras já eram cultivadas há pelo
abóboras, recomenda-se a leitura menos 10 mil anos por diferentes civilizações das Américas, como os Astecas.
do material indicado no #FICA Seu cultivo foi feito com base em características desejáveis do fruto, buscando
A DICA, Professor. formatos e tamanhos mais interessantes, redução do sabor amargo, menor espessura
Comentários sobre da casca e menos sementes. Essa seleção artificial resultou em uma grande variedade
de abóboras, muitas das quais são comercializadas atualmente no mundo todo. As
as atividades fotografias a seguir mostram algumas delas.
As atividades 1, 2 e 3 per-
mitem a verificação do enten- Abóbora japonesa ou kabocha: Abóbora de pescoço: são
apresenta casca grossa e é Abobrinha: abóboras grandes, alaranjadas,
dimento dos estudantes frente levemente adocicada. É muito fibrosas e adocicadas. São muito
apresenta coloração
às informações apresentadas no utilizada em pratos salgados. utilizadas em saladas e doces.
esverdeada, é macia
texto. Utilizá-las para identificar e apresenta sabor
eventuais equívocos na interpre-

PICTURE PARTNERS/SHUTTERSTOCK.COM
neutro. É muito
tação feita por eles, para, então,
ITACI/SHUTTERSTOCK.COM
utilizada em saladas
planejar outras atividades que os e pratos salgados.
permitam exercitar e aprimorar
sua competência leitora.
2. Ao longo do tempo, os seres
humanos selecionaram caracterís- IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
ticas que consideravam desejáveis
PAULO VILELA/SHUTTERSTOCK.COM

no milho. Dessa forma, foram

FIRN/SHUTTERSTOCK.COM
selecionadas plantas com maior
produtividade e com grãos de ta- WS-STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM

manho maior. Essas características


OLGA STREL/SHUTTERSTOCK.COM

selecionadas foram passadas de


geração para geração, resultan-
do no milho que conhecemos Abóbora paulista: é alaranjada e Abóbora moscada: uma das abóboras
atualmente, cuja espiga é maior tem sabor adocicado. É muito utili- mais conhecidas mundialmente, ela é
e tem mais grãos. zada no preparo de saladas, doces alaranjada e apresenta sabor leve-
e pratos salgados, como sopas. mente adocicado. É muito utilizada no
4. Essa atividade permite o trabalho
preparo de pratos doces e salgados.
com a competência geral 3 e
com a competência geral 9. • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

Para aprimorar seu desenvolvi-


mento, orientar os estudantes a 1 Embora o conceito científico de hereditariedade ainda não houvesse sido determinado, as prá-
ticas relacionadas à seleção de características hereditárias já eram conhecidas pelos seres
dividir tarefas entre os membros humanos há milhares de anos. Quais exemplos desse conhecimento são citados no texto?
do grupo para a resolução da
atividade de forma cooperati- 2 Explique o que aconteceu com o milho com o passar do tempo e por que isso aconteceu.
Resposta nas Orientações para o professor.
va (os integrantes podem ser 3 De acordo com o texto, que características foram consideradas na seleção artificial das abóboras?
divididos entre os responsáveis A forma, o tamanho, o sabor, a espessura da casca e a quantidade de sementes dos frutos.
pela pesquisa, pela síntese e 4 Forme um grupo com seus colegas e façam uma pesquisa sobre as principais características de
organização das informações e uma das civilizações citadas no texto, destacando aspectos de sua cultura. Com os resultados
da pesquisa, organizem uma apresentação digital e mostrem-na ao restante da turma.
pelo preparo da apresentação
digital). Incentivar o respeito
4. Resposta pessoal. Professor, o objetivo desse questionamento
às opiniões dos diferentes in-
tegrantes do grupo durante o
118 é a valorização da diversidade cultural.

trabalho. Sugerir o site indicado


no #FICA A DICA, Estudante
como fonte de pesquisa. D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 118 17/07/22 10:03 D3-C

#FICA A DICA, Estudante #FICA A DICA, Professor


A reportagem do link a seguir traz mais informações sobre as Utilizar o link a seguir para fazer o download de um material que discorre
civilizações mencionadas no texto. sobre a origem e a evolução de diversas plantas cultivadas no Brasil, entre elas
• COMO realmente era a América antes da chegada de Colombo? o milho e as abóboras.
BBC News Brasil, [s. l.], 12 out. 2021. Disponível em: https:// • BARBIERI, Rosa L.; STUMPF, Elisabeth R. T. Origem e evolução de
www.bbc.com/portuguese/resources/idt-36af0f00-a464-4 plantas cultivadas. Brasília, DF: Embrapa, 2008. Disponível em: https://
e05-8abc-0af6f62c5e3f. Acesso em: 8 jun. 2022. www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/746617/origem-e-
evolucao-de-plantas-cultivadas. Acesso em: 8 jun. 2022.

118

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Alguns conceitos
Alguns conceitos de Genética de Genética
Quando os trabalhos de Mendel foram publicados em 1866, a importância dos Ao comentar sobre a constitui-
resultados obtidos não foi totalmente compreendida, pois não havia conhecimento cien- ção da Genética como uma área
tífico suficiente para explicá-los. Assim, os trabalhos com a transmissão das características
da Ciência, destacar, novamente,
em plantas de ervilha-de-jardim acabaram sendo ignorados pela comunidade científica e
a construção processual do corpo
ficaram esquecidos por mais de 30 anos. Porém, a partir do ano de 1900, com o avanço
dos conhecimentos sobre meiose, fertilização e outros, os trabalhos de Mendel foram
de conhecimentos científicos,
retomados por alguns pesquisadores interessados em compreender a hereditariedade, pois a determinação dessa área
como o biólogo neerlandês Hugo de Vries (1848-1935). se deu a partir das contribuições
Ao longo do século XX, foram desenvolvidos diversos estudos nesse CTION/MICH CHS ARCHI
A EL O de diferentes pesquisadores ao
sentido, contribuindo para aprimorar as conclusões de Mendel. Com o tempo,
E
longo do tempo.

VE
LL

S/
CO

GE
ON

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esses estudos e muitas outras descobertas constituíram a área da Genética.
Genes e alelos

LDS

IM
DONA

AGES
Genes e alelos Ao descrever os feitos dos
Em 1953, os cientistas James Watson cientistas James Watson e
(1928-) e Francis Crick (1916-2004) descreveram a Francis Crick, procurar destacar
estrutura tridimensional da molécula de DNA, a contribuição da química e

A. BARRINGTON BROWN, GONVILLE AND CAIUS COLLEGE/


SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/FOTOARENA
composta de duas fitas unidas em espiral. Essa física britânica Rosalind Franklin
estrutura ficou conhecida como dupla-hélice. A (1920-1958) na descrição da
descrição mais detalhada da estrutura tridimen- estrutura tridimensional da
sional da molécula de DNA por esses cientistas molécula de DNA. Foi Rosalind
teve uma importante contribuição dos trabalhos Franklin que fez a imagem da
com raios X da química e física Rosalind Franklin molécula de DNA, utilizada por
(1920-1958). Os trabalhos dessa cientista também Watson e Crick na formulação
possibilitaram o estudo das estruturas moleculares do modelo estrutural do DNA.
do RNA, dos vírus, do carvão e da grafite. A partir
Esse contexto permite o desen-
desses estudos, uma série de outras descobertas
volvimento da competência
ocorreram e possibilitaram o aprofundamento do
conhecimento sobre a genética dos seres vivos. James Watson (à esquerda) e Francis Crick (à direita), geral 1 e da competência
Conforme os estudos nessa área foram
próximos ao modelo da molécula de DNA, proposto específica 1. Para saber mais
por ambos em 1953. Acima, retrato de Rosalind sobre o assunto, há indicações
evoluindo, descobriu-se que os fatores heredi- Franklin em meados de 1955.
tários propostos por Mendel eram, na verdade, no #FICA A DICA, Professor.
segmentos do DNA que carregam informações relacionadas a certas características Aproveitar o contexto da des-
dos indivíduos. Esses segmentos de DNA foram, então, chamados genes, as unidades crição da estrutura tridimensional
fundamentais da hereditariedade. da molécula de DNA para des-
tacar o papel da colaboração na
Elaborado com base
em: ALBERTS, Bruce Ciência. Comentar que, embora
et al. Biologia sejam normalmente creditadas a
SIRIO CANÇADO

molecular da
célula. 6. ed. Porto poucas pessoas, as proposições
Alegre: Artmed,
2017. p. 176. Científicas são fruto do trabalho
coletivo de toda uma comuni-
Fitas de DNA
dade de pesquisadores. Além
Representação da estrutura tridimensional da molécula de DNA. IMAGEM FORA AS CORES NÃO
DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. deles, técnicos de laboratório
e outros participantes também
119 exercem papel importante na
condução de pesquisas. Desta-
car, ainda, que as proposições
10:03 D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24_AV3.indd 119 21/07/22 23:36
científicas normalmente são
#FICA A DICA, Professor feitas a partir de um conjunto de
O link a seguir traz mais informações sobre a resultados obtidos por diferentes
contribuição de Rosalind Franklin à descrição da investigações – o que significa
estrutura tridimensional do DNA. que a elaboração de grandes
• MARCOLIN, Neldson. A matéria desvendada. conclusões ocorre gradualmente,
Pesquisa Fapesp. São Paulo, ed. 218, abr. normalmente após a realização
2014. Disponível em: http://revistapesquisa. de pesquisas iniciais.
fapesp.br/2014/04/24/materia-desvendada.
Acesso em: 8 jun. 2022.

119

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 119 22/08/22 17:18


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao descrever os genes como
segmentos de DNA, destacar que O DNA pode ser encontrado de forma condensada nos cromossomos. Em
a maior parte do DNA não é com- organismos diploides, os cromossomos estão aos pares – cada cromossomo do par
é oriundo de um progenitor. Os cromossomos de um mesmo par são chamados
posta de genes. Ou seja, ela não
cromossomos homólogos. Cromossomos homólogos têm os mesmos genes, os
carrega informações hereditá-
quais podem ser da mesma variedade ou de variedades diferentes. Essas variedades
rias. As possíveis funções dessas de um mesmo gene são denominadas alelos.
regiões ainda não foram total-
Célula
mente elucidadas, mas sabe-se AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
que parte delas está associada a DNA
IMAGENS FORA
alguma forma de atividade bio- DE PROPORÇÃO. Alelo de Alelo de
um gene um gene
química. Também é conhecido Elaborado com base em:
ALBERTS, Bruce et al.

ALEX ARGOZINO
que algumas regiões têm fun- Biologia molecular da
Núcleo
ções regulatórias associadas à célula. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017. p. 176. Cromossomos Gene
duplicação do DNA. Representação da
localização de
alelos de um gene
em cromossomos Cromossomos
homólogos. homólogos

No caso dos estudos de Mendel, a característica altura da planta está relacio-


nada a um gene que apresenta dois alelos (duas variedades): um alelo para planta
alta e outro para planta baixa.
Nas ervilhas-de-jardim estudadas por Mendel, para a característica altura da
planta, os cromossomos homólogos podem se apresentar da maneira a seguir.

Relação entre a característica apresentada pela planta e os alelos presentes


Característica da planta Alelos presentes nos cromossomos homólogos
Linhagem pura: planta alta Dois alelos para planta alta
Linhagem pura: planta baixa Dois alelos para planta baixa
Planta alta resultante do cruzamento
Um alelo para planta alta; um alelo para planta baixa
entre planta alta pura e planta baixa pura

Dessa forma, pode-se concluir que a característica planta alta aparece mesmo
quando o alelo para planta alta está presente em somente um dos cromossomos
homólogos, ou seja, está em dose única. Dizemos, então, que o alelo para planta alta
é dominante sobre o alelo para planta baixa, que só se manifesta quando está em
dose dupla, ou seja, nos dois cromossomos do par de homólogos. Aos alelos que só
se manifestam em dose dupla, damos o nome de alelos recessivos.
Para facilitar nossos estudos, a partir de agora, os alelos serão identificados por
letras. Por convenção, os dominantes serão representados por letras maiúsculas e os
recessivos, por letras minúsculas.
Retomemos os experimentos de Mendel com as ervilhas. Ele indicou o fator alto
como dominante e o fator baixo como recessivo, porque fica evidente na segunda
parte do experimento que os indivíduos altos poderiam carregar ambos os fatores.
Nesse caso, o alelo para plantas altas é considerado dominante e será identi-
ficado por D, e o alelo para plantas baixas é o recessivo e será identificado por d.

120

D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24_AV3.indd 120 21/07/22 23:38 D3-C

120

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Acrescentar que podem existir
versões alternativas do mesmo
gene, chamados alelos (repre-
sentado em vermelho). Então,
Transmissão de características hereditárias alterar o desenho anterior para
Estudamos que, na produção de gametas, durante a meiose, os cro- que represente alelos diferentes.
mossomos homólogos se separam, o que significa que os alelos de um
mesmo gene vão cada um para um gameta. Em nosso exemplo, plantas
altas puras produzem todos os gametas com o alelo D; e plantas baixas
puras só produzem gametas com o alelo d.
Na primeira parte do experimento, Mendel realizou o cruzamento
entre plantas altas puras para essa característica que, portanto, apresen-
tavam dois alelos dominantes (DD), e plantas baixas também puras, isto é,
que tinham dois alelos recessivos (dd). Logo, na fecundação desses orga- Associar esse exemplo aos ex-
nismos, o zigoto formado apresenta os dois tipos de alelo (D e d). Como o perimentos de Mendel citados
alelo D é dominante, todas as ervilhas-de-jardim resultantes desse primeiro D Livro
no D do D estudante,
d d acres-
d
cruzamento são altas (Dd). centando os diferentes pares de
Na segunda parte do experimento, Mendel permitiu a ocorrência da
cromossomos que podem ser
autofecundação das plantas altas obtidas do primeiro cruzamento. Como
formados para a característica al-
elas não são puras, elas produzem tanto gametas com o alelo D quanto
tura das ervilhas-de-jardim.
gametas com o alelo d.
Assim, um gameta com o alelo D pode se unir a outro gameta com
o alelo D, resultando em plantas altas puras (DD); ou pode se unir a um
D D D d d d
gameta com o alelo d, resultando em plantas altas não puras (Dd). Da
D D D d d d
mesma forma, um gameta com o alelo d pode se unir a um gameta com o
alelo D, resultando em plantas altas não puras (Dd); ou pode se unir a um
gameta com o alelo d, resultando em plantas baixas puras (dd).
LUIZ RUBIO, RAFAEL HERRERA

IMAGENS FORA
Alta DD Baixa dd DE PROPORÇÃO.
D D D d d d
Gametas Gametas Finalmente, ilustrar as possibi-
Primeiro AS CORES NÃO
cruzamento
produzidos: x produzidos: SÃO REAIS. lidades de gametas que podem
D d
D geradas
ser D aD partird de cada
d d
par
D D ou d d
de cromossomos.

Alta Dd

Gametas
D D D d d d
Autofecundação produzidos:
D ou d Elaborado com base
em: SNUSTAD, D. Peter;
SIMMONS, Michael J.
Fundamentos de genética.
7. ed. Rio de Janeiro: D D ou d d
Guanabara Koogan, 2017.
Livro digital não paginado.

Representação do
primeiro cruzamento
Resultado da
autofecundação
e da autofecundação
realizados nos experi- D D ou d d
mentos de Mendel com
DD Alta Dd Alta Dd Alta dd Baixa ervilhas-de-jardim.

121
Depois de apresentados esses
conceitos, explicar aos estudan-
23:38 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 121 Explicar que, nos cromossomos autossomos,
17/07/22 10:03
tes os experimentos de Mendel
os genes são encontrados em pares (um em cada
Transmissão de características novamente, com uma aborda-
hereditárias cromossomo). Adicionalmente, esses pares de ge-
gem que inclua genes e alelos.
Neste momento, é possível trabalhar a habi- nes estão localizados na mesma posição nos res-
lidade EF09CI08 e continuar o trabalho com a pectivos cromossomos.
habilidade EF09CI09.
ILUSTRAÇÕES: ALEX SILVA

Para facilitar a compreensão dos estudantes


sobre esse assunto, utilizar a linha de raciocínio
descrita a seguir, desenhando na lousa as dife-
rentes ilustrações apresentadas para um par de
cromossomos.
121

D D D d d d
D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV2.indd 121 29/08/22 22:11
ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Genótipo
Genótipo
Ao apresentar os termos ho-
Quando retomamos os experimentos de Mendel, percebemos que as
mozigoto e heterozigoto, in-
plantas altas de ervilha, por exemplo, podem ter dois alelos dominantes (DD)
centivar os estudantes a consi- no genótipo ou ter um alelo dominante e um recessivo (Dd). A constitui-
derar o significado dos prefixos ção de alelos de um indivíduo é denominada genótipo. Isso significa que
“homo-” e “hetero-” para faci- ervilhas-de-jardim altas podem ter dois genótipos diferentes, DD ou Dd.
litar o entendimento dos tipos Em Genética, chamamos homozigotos os indivíduos cujo genótipo
de genótipo. No caso, o prefixo tem alelos iguais para determinada característica e heterozigotos os
“homo-” refere-se àquilo que é indivíduos cujo genótipo tem alelos distintos para essa característica.
igual e o prefixo “hetero-”refe- Em nosso exemplo, plantas com genótipo DD ou dd, que chama-
re-se àquilo que é diferente. Se mos puras, são homozigotas para a característica altura, e as plantas Dd,
desejar, é possível convidar o que chamamos não puras, são heterozigotas para essa característica.
docente de Língua Portuguesa Considerando, agora, a relação de dominância, plantas DD são ditas
para realizar um trabalho apro- homozigotas dominantes e plantas dd são chamadas homozigotas reces-
fundado sobre prefixos. sivas. Observe o quadro a seguir.

Altura da ervilha-de-jardim

DD Homozigota dominante Planta alta

Dd Heterozigota Planta alta

dd Homozigota recessiva Planta baixa

Vamos estudar outros exemplos. No gado da raça angus, a cor da


pelagem dos indivíduos, que pode ser preta ou vermelha, é condicionada
por um gene com dois alelos, que chamaremos B e b. A presença do
alelo B em dose única ou dupla condiciona a cor preta; por sua vez, a
presença do alelo b em dose dupla condiciona a cor vermelha.
DICK KENNY/SHUTTERSTOCK.COM

ECOPRINT/SHUTTERSTOCK.COM
1,5 m 1,5 m

Indivíduo da raça de gado angus de pelagem preta. Indivíduo da raça de gado angus de pelagem
vermelha.

122

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122

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao apresentar os conceitos de
Como o alelo B é dominante sobre o alelo b, o gado de pelagem
genótipos homozigotos e hete-
preta pode ser homozigoto, com genótipo BB, ou heterozigoto, com
rozigotos, reproduzir na lousa os
genótipo Bb. O gado de pelagem vermelha é homozigoto recessivo,
com genótipo bb. Observe o quadro a seguir.
quadros presentes no Livro do
estudante sobre as características
dos seres vivos citados (a cor da
Cor da pelagem na raça de gado angus
pelagem da raça de gado angus
BB Homozigoto dominante Pelagem preta e o comprimento do pelo de
gatos), omitindo a classificação
Bb Heterozigoto Pelagem preta de seus genótipos. Então, solicitar
que voluntários dirijam-se até a
bb Homozigoto recessivo Pelagem vermelha lousa e classifiquem os genóti-
pos apresentados, preenchendo
Outro exemplo é o comprimento dos pelos de gatos. Essa carac- as informações anteriormente
terística é condicionada por um gene com dois alelos principais, que omitidas. Por fim, pedir que a
chamaremos de L e l. turma corrija, em conjunto, as
respostas dos colegas.
25 cm Ao realizar essa dinâmica, solici-
tar que os estudantes mantenham
o respeito entre si, uma vez que
o erro não é motivo de vergonha,
já que todos estão em processo
de aprendizagem. A identifica-

SHUTTERSTOCK.COM
ção de respostas equivocadas,
SHUTTERSTOCK.COM
NYNKE VAN HOLTEN/

ERIC ISSELEE/
inclusive, pode ser um indício
de que a abordagem utilizada
para o trabalho do conteúdo
não tenha sido suficiente para
Gato de pelagem curta. Gato de pelagem longa. contribuir com a aprendizagem
da turma como um todo. Nesse
O alelo L condiciona pelagem curta, enquanto o alelo l condiciona sentido, a presente dinâmica pode
pelagem longa. ser utilizada como instrumento
Como o alelo L é dominante, um gato com pelagem curta pode avaliativo tanto da aprendizagem
ser LL ou Ll. Um gato com pelagem longa tem genótipo ll. Observe o dos estudantes sobre o conceito
quadro a seguir. de genótipo quanto da própria
atuação docente, auxiliando o
Pelagem de gato planejamento futuro de alterna-
tivas de trabalho com o assunto.
LL Homozigoto dominante Pelagem curta

Ll Heterozigoto Pelagem curta

ll Homozigoto recessivo Pelagem longa

123

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Fenótipo
Fenótipo
Esclarecer aos estudantes que
As características manifestadas a partir de genótipos, e que muitas vezes podem
o genótipo funciona como uma
ser observadas em um indivíduo, são denominadas fenótipo. Por exemplo, estudamos
série de instruções para o fe- que as plantas de ervilha-de-jardim podem ser altas ou baixas. Essas características são
nótipo. No entanto, a maneira os fenótipos observados para a altura dessas plantas. Agora, analise o quadro a seguir.
como determinado fenótipo irá
se desenvolver dependerá de Relação entre o genótipo e o fenótipo
outros genes e/ou da interação DD Ervilha-de-jardim alta
entre genes e ambiente.
Dd Ervilha-de-jardim alta
Ao comentar sobre a colora-
ção dos flamingos, destacar sua dd Ervilha-de-jardim baixa
relação com a dieta alimentar
2. Fenótipo cor Como se pode perceber, genótipos distintos podem resultar em um mesmo
desses animais. Nesse caso, seria
preta, genótipos fenótipo. No caso, tanto o genótipo DD quanto o Dd expressam-se com o fenótipo
a ingestão e a metabolização de BB e Bb, e fenó- de planta alta.
carotenoides, pigmentos averme- tipo cor vermelha,
lhados, alaranjados ou amarelados genótipo bb.
presentes nos alimentos que o 3. Fenótipo 2 No exemplo da cor da pelagem de gado angus, quais são os fenótipos observados? A que
pelagem curta, genótipos esses fenótipos correspondem?
animal ingere (algas e camarões, genótipos LL e
por exemplo). Ll, e fenótipo 3 No exemplo do comprimento da pelagem de gatos, quais são os fenótipos observados?
Após finalizar a exposição dos pelagem longa, A que genótipos esses fenótipos correspondem?
genótipo ll.
exemplos apresentados no livro,
explorar mais a relação do fe- Os fenótipos também podem ser influenciados
MILOVZOROVA ELENA/SHUTTERSTOCK.COM

nótipo com o genótipo, citando por fatores ambientais. Assim, dependendo das con-
outros padrões. Considerar, por dições do ambiente, um mesmo genótipo pode se
exemplo, a altura das ervilhas- expressar em mais de um fenótipo. Acompanhe os
-de-jardim. Essa característica exemplos a seguir.
depende do genótipo, como já Os flamingos nascem com a plumagem
visto, mas também do ambien- 1m acinzentada e, conforme o tempo passa, vão adqui-
te (temperatura, exposição ao rindo a coloração rosa ou avermelhada. Essa cor
Sol, acesso à água e nutrientes). avermelhada é decorrente da alimentação rica em
Flamingos adultos e filhotes com diferentes
um pigmento avermelhado, que está presente nos
Uma planta que cresce em um plumagens.
crustáceos e em algumas algas que servem de ali-
ambiente desfavorável provavel-
mento para os flamingos, ou seja, é influenciada
mente terá uma altura menor do
pela alimentação, um fator ambiental.
IVANBUENO/SHUTTERSTOCK.COM

que outra que cresce com recur- Folha da superfície


A forma das folhas da planta aquática
sos abundantes. Uma forma de
Ranunculus peltatus é influenciada pela incidência
contornar esse efeito é realizar de luz no ambiente. No ambiente natural, parte
os experimentos em uma estufa, da planta fica submersa e, por isso, recebe menor
onde fatores ambientais podem incidência de luz do que a porção que flutua na
ser controlados, ou seja, manti- superfície da água. Observa-se que as folhas sub-
dos iguais para todas as plantas
2 cm
Folha submersa
mersas apresentam aspecto filamentoso, com menor
ao longo do tempo do experi- As folhas da planta aquática Ranunculus peltatus área foliar, enquanto as folhas superficiais apresen-
mento. Mendel utilizou esse re- podem apresentar duas formas diferentes. tam formato mais largo, com maior área foliar.
curso e, assim, foi capaz de obter
informações objetivas relaciona- 124
das ao genótipo dessas plantas.
Sobre essas informações,
é importante destacar que o D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24_AV3.indd 124 21/07/22 23:42 D3-C
genótipo impõe limites para
a manifestação do fenótipo.
Ou seja, independentemente
das condições ambientais nas
quais ela se desenvolve, uma
ervilha-de-jardim não chegará
a muitos metros de altura.

124

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 124 22/08/22 17:18


de diversos membros da socie-
4. I, II e V estão corretas. dade, e não de atos isolados
III. Em relação à altura das plantas, inicialmente, Mendel realizou o cruzamento entre de cientistas. Se necessário,
plantas altas e baixas de linhagens puras, que produziu apenas indivíduos altos.
IV. No segundo experimento, Mendel permitiu a autofecundação dos indi-
relembrar que o trabalho de
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. víduos obtidos do primeiro cruzamento, o que produziu indivíduos altos e Mendel, por exemplo, ficou
baixos, em uma proporção de três plantas altas para cada planta baixa. por quase 30 anos sem ser dis-
1. A Ciência é uma construção coletiva, que se desenvolve a partir da colaboração entre cutido e foi retomado porque

3. d) Os descendentes não terão cornos. O touro com cornos tem genótipo cc e a vaca mocha tem genótipo CC, uma vez que ambos são homozigotos. Os
diversos cientistas. Faça uma linha do tempo indicando os cientistas apresentados neste alguns pesquisadores chega-
Tema e como eles colaboraram para a construção dos conhecimentos atuais em Genética. ram em resultados parecidos.

descendentes serão heterozigotos, Cc, genótipo que se expressa no fenótipo correspondente ao do alelo dominante, no caso, ausência de cornos.
Resposta nas Orientações para o professor.
2. Relacione os termos com os conceitos. Ao checar se alguém já tinha
a) Gene c) Genótipo e) Homozigoto estudado aquilo, descobriram
b) Alelos d) Fenótipo f) Heterozigoto o trabalho de Mendel. Portan-
I. Conjunto das características observáveis em um indivíduo. to, Mendel fez os experimen-
II. Genótipo formado de alelos distintos. 2. a – III; b – IV; c – V; d – I; e – VI; f – II. tos sozinho, mas a divulgação
III. Segmento do DNA que contém informações que podem condicionar uma característica. do seu trabalho dependeu de
IV. Formas de um mesmo gene que condiciona determinada característica. outras pessoas.
V. Constituição de alelos de um indivíduo.
Se desejar, propor a realização
VI. Genótipo formado de dois alelos do mesmo tipo para determinado gene.
de uma pesquisa para comple-
3. A presença ou a ausência de cornos em certos mentar a linha do tempo su-

VINICIUS BACARIN/SHUTTERSTOCK.COM
bovinos está relacionada a um gene com duas gerida na atividade. Incentivar
1,5 m
variedades de alelos, C e c. O alelo C é domi-
a busca por nomes de outros
nante e sua presença no genótipo resulta em
animais sem cornos, também chamados de
cientistas importantes para a
mochos. O alelo c é recessivo e, quando em construção da Genética.
dose dupla no genótipo, resulta em animais 2. Utilizar essa atividade para
com cornos. Sabendo disso, responda.
avaliar a aprendizagem dos
a) Quais são os possíveis genótipos de bovinos
mochos? CC e Cc. Bovinos sem cornos e com cornos. conceitos estudados até o mo-
b) Quais são os possíveis genótipos de bovinos com cornos? cc.
mento, identificando eventuais
c) Indique os genótipos homozigoto dominante, homozigoto recessivo e heterozigoto, relacio-
equívocos no entendimento
nando cada um ao fenótipo que expressa. dos estudantes sobre eles.
d) Considere um cruzamento entre dois bovinos homozigotos, um touro com cornos e uma vaca Para melhor aproveitamento,
mocha. Os descendentes do casal terão cornos ou não? Justifique identificando os genótipos pedir aos estudantes que, ao
de cada um deles. compartilharem suas respostas
4. Em relação aos estudos de Mendel sobre hereditariedade em ervilhas-de-jardim, analise com a turma, expliquem o
as afirmativas a seguir e corrija as falsas. porquê das associações entre
I. O objetivo de Mendel era compreender como algumas características das ervilhas-de-jardim os termos e os conceitos.
(por exemplo, altura) eram transmitidas entre as gerações.
II. Os experimentos de Mendel envolviam o cruzamento entre ervilhas-de-jardim. Como essa 3. Ao realizar essa atividade, pe-
espécie pode realizar a autofecundação, Mendel precisou controlar os cruzamentos e fazer dir aos estudantes que façam
manualmente a fecundação cruzada. em seus cadernos um quadro
III. Em relação à altura das plantas, inicialmente, Mendel realizou o cruzamento entre plantas que relaciona o genótipo ao
altas e baixas de linhagens puras, que produziu apenas indivíduos baixos. respectivo fenótipo, conside-
IV. No segundo experimento, Mendel permitiu a autofecundação dos indivíduos obtidos do pri- rando como característica a
meiro cruzamento, o que produziu apenas indivíduos altos.
presença ou não de cornos.
V. Para explicar os resultados de seus experimentos, Mendel propôs a existência de fatores
hereditários, que, segundo ele, seriam transmitidos dos progenitores aos seus descendentes, Orientar para que utilizem
contribuindo para suas características. 3. c) CC, homozigoto dominante = ausência de cornos; como base os quadros apre-
cc, homozigoto recessivo = presença de cornos; sentados no Livro do estu-
Cc, heterozigoto = ausência de cornos.
125 dante, como o disponibiliza-
do a seguir.

23:42 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 125 Hugo de Vries (1848‑1935) retomou 17/07/22
os traba-
10:03 Genótipo Fenótipo
lhos esquecidos de Mendel. Rosalind Franklin
Cornos
ATIVIDADES (1920-1958) realizou trabalhos com raios X CC
ausentes
que auxiliaram James Watson (1928‑) e Francis
As atividades 3, 6 e 7 contribuem para o traba- Crick (1916‑2004) a descrever a estrutura tridi- Cornos
lho com a habilidade EF09CI09. Cc
mensional da molécula de DNA, composta por ausentes
1. Gregor Mendel (1822‑1884) realizou os pri- duas fitas unidas em espiral. Cornos
meiros estudos sobre a hereditariedade. Por Ao propor esta atividade, reforçar com os es- cc
presentes
meio de suas descobertas, ele propôs a exis- tudantes que, neste tema, somente alguns
tência de fatores hereditários que eram passa- cientistas foram citados e verificar se ficou
dos dos progenitores para seus descendentes. claro para os estudantes que a Ciência é fruto
125

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 125 22/08/22 17:18


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
5. Espera-se que os estudantes
produzam um quadro seme- 5. Em seu caderno, faça um quadro indicando os genótipos das ervilhas-de-jardim com
lhante ao seguinte: relação à altura da planta utilizada nos experimentos de Mendel (primeiro a fecunda-
ção cruzada entre as linhagens puras e, depois, a autofecundação dos descendentes),
identificando se são homozigotos (dominantes ou recessivos) ou heterozigotos.
(fecundação cruzada)
Primeiro cruzamento

Plantas altas x Resposta nas Orientações para o professor.


Plantas baixas 6. Mendel analisou também a transmissão de outras características das ervilhas-de-jardim,
além da altura das plantas. Por exemplo, a textura das sementes, que poderiam ser lisas
DD dd ou rugosas. Analise a representação dos cruzamentos realizados por Mendel, a seguir,
(homozigoto (homozigoto e responda às questões. Respostas nas Orientações para o professor.
dominante) recessivo) Plantas de Plantas de

SIRIO CANÇADO
sementes lisas sementes rugosas IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
Descendentes

x
Plantas altas Cruzamento AS CORES NÃO
RR rr SÃO REAIS.
Dd (heterozigoto) 7. a) Genótipos: VV, Vv e vv.
Fenótipos: olhos amarelos (VV e
Vv) e olhos vermelhos (vv).
Plantas de
7. b) Genótipos: MM, Mm e mm.
Autofecundação dos descendentes

sementes Autofecundação
Fenótipos: pele verde (MM e Mm) lisas
e pele marrom (mm).
do primeiro cruzamento

Plantas altas
Elaborado com base em: PIERCE, Benjamin A.
Genética: um enfoque conceitual. 5. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. p. 103.
Representação de cruzamentos
Sementes Semente realizados por Mendel.
lisas rugosa
Dd (heterozigoto)
a) Em relação à textura das sementes, qual das características é dominante e qual é recessiva?
Justifique sua resposta.
b) Relacione os possíveis genótipos que condicionam os fenótipos observados para a textura
Plantas Plantas das sementes. Depois, classifique os genótipos em homozigoto dominante, homozigoto
altas baixas recessivo e heterozigoto.
Descendentes

DD 7. Considere que, em uma espécie de anfíbio, as características cor dos olhos e cor da pele
(homozigoto dd sejam condicionadas geneticamente. Em relação à cor dos olhos, o alelo V condiciona
dominante) (homozigoto olhos amarelos e o alelo v, olhos vermelhos. Em relação à cor da pele, o alelo M con-
e Dd recessivo) diciona cor verde e o alelo m, marrom.
(heterozigoto) a) Quais são os genótipos e os fenótipos para a cor dos olhos nessa espécie?
b) Quais são os genótipos e os fenótipos para a cor da pele nessa espécie?

6. a) Dominante: sementes lisas. 8. A cor da pelagem do gato siamês é influenciada pela temperatura
Recessiva: sementes rugosas. corporal do animal. 30 cm

No primeiro cruzamento, as Nas regiões do corpo do gato em que a temperatura é elevada, a cor
da pelagem é clara. Em contrapartida, nas extremidades do corpo do

AXEL BUECKERT/SHUTTERSTOCK.COM
plantas são de linhagens pu-
gato, como patas, focinho, orelhas e cauda, em que a temperatura
ras, ou seja, homozigotas, RR
é mais baixa, a cor da pelagem é escura. Com base em seus conheci-
(sementes lisas) e rr (sementes
mentos, explique o exemplo utilizando os termos genótipo, fenótipo
rugosas). Assim, as plantas
e ambiente. Resposta nas Orientações para o professor.
resultantes desse cruzamen- Gato siamês.
to são heterozigotas (Rr) e
possuem o fenótipo expresso 126
pelo alelo dominante, cuja
presença no genótipo resulta
em sementes lisas.
são manifestadas em um indivíduo. Parte delas
b) RR (homozigoto dominan- Genótipo
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Fenótipo 17/07/22 10:04 D3-C

podem ser observadas. Os fenótipos também


te) = sementes lisas; rr (homo- RR Sementes lisas podem ser influenciados por fatores ambien-
zigoto recessivo) = sementes Rr Sementes lisas tais. Assim, dependendo das condições do
rugosas; Rr (heterozigoto) =
Sementes ambiente, um mesmo genótipo pode expres-
sementes lisas. Pode-se pedir rr
aos estudantes que façam em rugosas sar mais de um fenótipo. No exemplo, a cor da
seus cadernos um quadro que pelagem do gato siamês é influenciada pela
relaciona o genótipo ao res- 8. A constituição de alelos de um indivíduo é de- temperatura corporal do animal. Ao trabalhar
pectivo fenótipo, como suge- nominada genótipo. O genótipo expressa um a atividade, retomar o exemplo apresentado
rido para a atividade 3. fenótipo, o qual se refere às características que sobre a coloração das penas dos flamingos.
126

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ENTRE ENTRE CONTEXTOS

CONTEXTOS O assunto abordado nessa


seção se relaciona ao Tema con-
temporâneo transversal Ciência e
Tecnologia, bem como permite
Biotecnologia e Engenharia Genética o desenvolvimento da compe-
tência específica 3. A seção
Com o avanço das pesquisas em Genética, novas áreas das Ciências foram se desenvolvendo.
destaca a produção de insulina
Uma delas é a Biotecnologia, que, atualmente, conta com técnicas da Engenharia Genética. Leia
a seguir um trecho sobre esse assunto. humana a partir da técnica do
DNA recombinante, pertencente
à Engenharia Genética.
Explicar que, em um sentido
O que é Biotecnologia?
amplo, as biotecnologias com-
Biotecnologia é um ramo da ciência que aplica os conceitos da moderna engenha-
preendem a manipulação de
ria genética na geração de novos produtos na agricultura, nos processos industriais
seres vivos para a obtenção de
ou na medicina [...].
produtos e processos de interesse
Quando surgiu a Biotecnologia? humano. Assim, é possível dizer
A palavra Biotecnologia só foi que o pão produzido com fer-
BUKHTA YURII/SHUTTERSTOCK.COM

adotada recentemente. Contudo, já mentação natural é um produto


há muito tempo o homem conhece biotecnológico, já que levedu-
e domina alguns processos bio- ras da espécie Saccharomyces
lógicos com o intuito de produzir
cerevisiae são utilizadas como
algum produto que o beneficie. A
fermento biológico. Aproveitar
fermentação é um exemplo muito
para explicar que, nesse processo,
evidente disso. Registros históricos
mostram que desde 1800 a.C já se
as leveduras utilizam o açúcar
fazia [...] fermentados.
presente na massa do pão como
A Biotecnologia atual envolve fonte de energia, realizando a
principalmente o uso do DNA [...]. fermentação, processo em que
[...] há a liberação de gás carbônico –
Pão produzido com fermento biológico, constituído de responsável por aumentar a massa
Biotecnologia e engenharia leveduras, um exemplo da aplicação da Biotecnologia.
genética são a mesma coisa? do pão e torná-la macia.
Destacar que, com o avanço
Não. A engenharia genética é uma das vertentes da biotecnologia [...]. A enge-
nharia genética é a parte da biotecnologia responsável pela compreensão do
da tecnologia, as biotecnologias
funcionamento dos genes e a capacidade de manipulá-los em laboratório. Por
passaram a incluir técnicas de
meio de pesquisas, os cientistas podem usar a biotecnologia e a modificação manipulação do material gené-
dos genes para, por exemplo, transformar um alimento convencional em outro tico dos seres vivos, ao que se
que seja resistente a doenças, ou desenvolver variedades de produtos enriqueci- denomina Engenharia Genética.
dos nutricionalmente, ou ainda melhorar o sabor de um alimento, entre muitas Essas técnicas influenciam a rea-
possibilidades. lização de processos industriais,
TRANSGÊNICOS: perguntas e respostas. Embrapa. Brasília, DF, [2019?]. Disponível em: https://www.embrapa.br/ o plantio de cultivares agrícolas,
tema-transgenicos/perguntas-e-respostas. Acesso em: 9 maio 2022.
o desenvolvimento de vacinas,
a realização de tratamentos
terapêuticos, e outros.
127

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ORIENTAÇÕES
1. A insulina utilizada no tratamento de pessoas com diabetes tipo 1 é produzida por meio da Engenharia Genética, utilizando-se
DIDÁTICAS da técnica de DNA recombinante: uma molécula de DNA circular de bactérias é isolada e nela é inserido o gene para a insulina
humana. Esse DNA é incorporado pelas bactérias, que passam a produzir insulina, a qual é isolada para uso em seres humanos.
No Livro do estudante, cita-se Um exemplo de aplicação da Biotecnologia com a Engenharia Genética é a produção em
o exemplo da produção da insuli- laboratório de insulina humana, utilizada no tratamento de pessoas com diabetes tipo 1, isto é,
na a partir da técnica de DNA re- o tipo de diabetes que se caracteriza pela produção de quantidades insuficientes desse hormônio.
combinante. Um outro exemplo Analise algumas etapas desse processo a seguir.
de aplicação de técnicas da En-
genharia Genética é no combate Bactéria Gene de interesse 1

ALEX ARGOZINO
de pragas agrícolas pelo RNA de O gene humano com as
informações para a produção de
interferência (RNAi), conforme insulina é inserido em pequenas
evidenciado no trecho a seguir. moléculas de DNA circular de
DNA bactérias, especialmente da
circular
Ferramenta molecular basea- DNA circular com gene espécie Escherichia coli, formando
de interesse inserido moléculas de DNA recombinante.
da na técnica de RNA de interfe- (DNA recombinante)
AS CORES NÃO
rência pode auxiliar no combate SÃO REAIS.

a pragas agrícolas
IMAGENS FORA O DNA recombinante corresponde a uma molécula de
[...] DE PROPORÇÃO.
DNA formada a partir da combinação do material genético
Criadas em laboratório, as mo- de diferentes seres vivos: nesse caso, ele contém DNA
humano correspondente ao gene para a produção de
léculas de RNAi neutralizam a insulina e a molécula de DNA de bactérias.
ação de um gene-alvo em um
organismo qualquer [...]. No uso
agrícola, o RNAi é programado 2 2. Alguns produtos que podem
para inativar genes específicos O DNA recombinante é incorporado ser pesquisados: vacinas,
de pragas e patógenos associa- pelas bactérias. alimentos transgênicos (arroz
dourado, trigo enriquecido, ali-
dos a processos essenciais à sua
mentos resistentes a pragas ou
sobrevivência. defensivos agrícolas), biocom-
[...] bustíveis etc.
Como o nome deixa claro, a 3
molécula sintética de RNAi in- As bactérias se reproduzem, gerando
clones com o gene humano.
terfere no processo de tradução 4
As bactérias com o gene
do RNA mensageiro em proteína,
humano são capazes
fragmentando-o. Ela intercepta e de produzir a insulina
destrói as informações celulares humana, que pode ser
conduzidas pelo RNA dentro da isolada e utilizada no
tratamento de pessoas
célula antes que sejam processa- Hormônio com diabetes tipo 1.
das e originem proteínas. Dessa insulina isolado

forma, o processo de expressão Elaborado com base em: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed.
gênica que dependia dos dados Porto Alegre: Artmed, 2017. p. 240.
contidos naquele RNA não irá Representação das etapas do processo de produção de insulina humana sintética.
mais ocorrer.
VASCONCELOS, Yuri. Genes em silêncio.
Pesquisa Fapesp. São Paulo, ed. 268, jun. • Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
2018. Disponível em: http://revistapesquisa.
fapesp.br/2018/06/18/genes-em-silencio.
Acesso em: 8 jun. 2022.
1 Explique como a insulina utilizada no tratamento de pessoas com diabetes tipo 1 é produzida por
meio da Biotecnologia com a Engenharia Genética.
Comentário sobre 2 Faça uma pesquisa sobre outros produtos produzidos por meio da Biotecnologia. Verifique como
a atividade são produzidos e se estão presentes em nosso cotidiano. Compartilhe o material encontrado com
seus colegas por meio das redes sociais da turma.
2. A atividade solicita que os
estudantes pesquisem por 128
biotecnologias utilizadas no
cotidiano, isto é, aplicações
sociais da Ciência e da tecno-
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logia. Assim, é possível desen- #FICA A DICA, Estudante
volver a competência espe- O site a seguir traz algumas das inúmeras aplica-
cífica 4. Sugerir que os estu- ções das biotecnologias em nosso cotidiano.
dantes utilizem o site indicado • GOMES, Yara H. F. Vamos falar sobre Biotecnologia?
no #FICA A DICA, Estudante Espaço Interativo Ciências. São Carlos, [2019?].
como fonte de pesquisa. Disponível em: https://eic.ifsc.usp.br/vamos-falar-
sobre-biotecnologia/. Acesso em: 8 jun. 2022.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
TEMA 2. A GENÉTICA E
O SER HUMANO
A GENÉTICA Antes de iniciar o trabalho
E O SER HUMANO com esse assunto, perguntar aos
estudantes o que eles entendem
por grau de parentesco, de modo
que sonde seus conhecimentos
É comum as pessoas dizerem que existem parentes que muitas vezes 1 Você já descobriu algum
prévios sobre o assunto. Pedir que
grau de parentesco com
nem conhecem ou ficarem surpresas ao descobrir que apresentam algum deem exemplos de parentesco
alguém com quem você
grau de parentesco com uma pessoa com quem estão conversando. de primeiro, segundo e terceiro
não imaginava que teria?
graus. Após a avaliação de suas
respostas, explicar a definição de
Árvores genealógicas e heredogramas Resposta pessoal.
grau de parentesco utilizando o
A Genética também está relacionada à análise dos ancestrais e dos descendentes material disponibilizado no #FICA
de uma pessoa, o que é denominado genealogia. A DICA, Professor.
O histórico de ancestrais e descendentes de uma família pode ser representado As relações de parentesco
por meio de um esquema cheio de ramificações, conhecido como árvore genealó- serão retomadas ao longo do
gica. Acompanhe como exemplo a árvore genealógica a seguir. estudo dessa temática de modo
Horácio e Miriam tiveram três filhos: Nilton, Amanda e Fabiana. Por sua vez, Nilton
que facilite o entendimento dos
se casou com Márcia e tiveram uma filha, Izabela. Logo, se Izabela é filha de Nilton, ela
heredogramas.
é neta de Horácio e Miriam. Esse raciocínio deve ser realizado para a leitura de toda a
árvore genealógica. Analise a localização de Lúcia na árvore genealógica. Árvores genealógicas
e heredogramas

GABI VASKO
As informações sobre here-
Horácio Miriam André Lara ditariedade, genes e tipos de
alelo, estudadas anteriormente,
agora são retomadas e aplicadas
Márcia Nilton Amanda Fabiana Breno Paulo Marta Caio
a um contexto mais próximo
do cotidiano dos estudantes. A
contextualização pode contribuir
com o aprendizado dos estudan-
Lucas Izabela João Lúcia Joana Jordana
tes, conforme evidenciado no
texto disponibilizado no #FICA
A DICA, Professor. De modo
Árvore genealógica da família de Lúcia.
Ana Henrique Gabriel que contribua com sua formação
2. Fabiana e Breno. continuada, recomenda-se que
2 Quem são os pais de Lúcia? 3. Lúcia é irmã de Joana e prima de Izabela e Jordana. essa leitura seja feita.
4. Horácio e Miriam (maternos); André e Lara (paternos).
3 De quem Lúcia é irmã? E prima?
5. João é marido e Gabriel é filho de Lúcia.
É importante destacar que a
árvore genealógica apresentada
4 Quem são os avós de Lúcia? Indique quais são maternos e quais são paternos.
é fictícia, assim como todos os
5 Qual a relação de parentesco que João e Gabriel têm com Lúcia? heredogramas presentes nessa
coleção.

129

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#FICA A DICA, Professor
O texto do link a seguir traz a definição de grau de parentesco segundo o Conselho Nacional do Ministé-
rio Público.
• GRAU de parentesco. Conselho Nacional do Ministério Público. Brasília, DF, c2015. Disponível
em: https://www.cnmp.mp.br/portal/glossario/8031-grau-de-parentesco. Acesso em: 8 jun. 2022.
O artigo indicado a seguir destaca a importância da contextualização no ensino de Ciências.
• LEITE, Fabiane de A.; RADETZKE, Franciele S. Contextualização no Ensino de Ciências: compreensões de
professores da Educação Básica. VIDYA, Santa Maria, v. 37, n. 1, p. 273-286, jan./jun. 2017. Disponível
em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/VIDYA/article/viewFile/1560/1900. Acesso em: 8 jun. 2022.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Após o estudo da estrutura
Para estudar a transmissão de uma característica genética, são
da árvore genealógica exposta
elaboradas representações semelhantes às da árvore genealógica,
no Livro do estudante, realizar
denominadas heredogramas. Analise, por exemplo, parte da árvore
a atividade sugerida na seção genealógica, com os pais e os irmãos de Fabiana, mãe de Lúcia, e o
Ampliando. respectivo heredograma.
A compreensão da estrutura dos

GABI VASKO

EDITORIA DE ARTE
heredogramas, das informações que Casal

podem trazer junto a eles e de sua


importância ao estudo da heran- 1 2
Horácio Miriam
ça de características hereditárias
contribui com o aprimoramento
de diferentes formas de lingua-
gem. Nesse sentido, o trabalho 3 4 5
com heredogramas oportuniza o
desenvolvimento da competência Nilton Amanda Fabiana Descendentes
específica 6.
Representação da árvore genealógica (à esquerda) e do heredograma (à direita)
dos pais e dos irmãos de Fabiana, mãe de Lúcia.

Por convenção, em um heredograma, as pessoas do sexo biológico


masculino costumam ser representadas por um quadrado, enquanto as
pessoas do sexo biológico feminino são representadas por um círculo.
No exemplo, a linha horizontal entre o quadrado 1 e o círculo 2
indica tratar-se de um casal. A linha vertical que sai do casal indica que
eles geraram descendentes (indivíduos 3, 4 e 5), os quais são represen-
tados por ordem de nascimento, da esquerda para a direita.
6. Professor, orientar os estudantes na elaboração do heredograma.
6 O heredograma anterior representa apenas uma parte da árvore genealógica
de Fabiana. Desenhe em seu caderno o heredograma completo, de acordo
com a árvore genealógica da página anterior.

L US
AGEP
D,
INC
. /IM Um heredograma, além de mostrar relações de
TE
MI
U NL
I parentesco, também possibilita identificar pessoas que
S
compartilham alelos para determinadas características.
AL
SU
VI

Analisando esse tipo de representação, é possível enten-


R/
LE
EG

der como se deu, ou se dará, a transmissão desses alelos


Y FL
NL E

entre os descendentes.
DR. STA

Como exemplo, vamos analisar o heredograma


da família de Fabiana considerando a ocorrência de
anemia falciforme. Essa doença afeta as hemácias, que
ficam com formato de foice, dificultando o transporte
do gás oxigênio para as células do corpo.

Hemácia normal (à direita) e hemácia de pessoa com anemia falcifor-


me (à esquerda) observadas ao microscópio. Imagem ampliada 4 000
vezes (quando aplicada com 7 cm de largura); colorida artificialmente.

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Como atividade extra, solicitar aos estudantes que


entrevistem seus familiares a respeito de seus parentes
próximos e, a partir dessas informações, produzir uma
árvore genealógica ampliada de sua família, contendo
quatro gerações. Pedir, ainda, que coloquem em cada
indivíduo representado o nome do grau de parentesco
(por exemplo, tia, primo ou avó paterna).

130

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Exemplos de análise
Exemplos de análise de heredogramas de heredogramas
A anemia falciforme está relacionada a um único gene, com dois alelos prin- Esse tópico oportuniza o apro-
cipais, relacionados ao tipo de hemoglobina de uma pessoa. Vamos chamá-los de
fundamento do trabalho com a
B e b. A presença do alelo B resulta em uma hemoglobina do tipo A, enquanto a
presença do alelo b, em homozigose, resulta em uma hemoglobina do tipo S. Pessoas
habilidade EF09CI09.
que possuem hemoglobina do tipo S apresentam a anemia falciforme. Apresentar aos estudantes a
Observe o quadro a seguir. Ele nos auxilia a perceber que o alelo B é dominante história do médico brasileiro Jessé
e que o b é recessivo. Santiago Acioly Lins (1921-1996),
que identificou os mecanismos
Genótipo Fenótipo de hereditariedade da anemia
BB Hemoglobina tipo A (sem anemia falciforme) falciforme. Em 1947, quando
Bb Hemoglobina tipo A (sem anemia falciforme)
cursava o quinto ano da faculdade
de Medicina no estado da Bahia,
bb Hemoglobina tipo S (com anemia falciforme)
aos 25 anos, Jessé publicou um
Considere que, na família de Fabiana, apenas sua mãe, Miriam, e seu irmão, artigo em uma revista local no
Nilton, apresentam anemia falciforme. Observe o heredograma da família dela para qual propunha uma explicação
essa característica. para a herança da doença, uti-
lizando-se de heredogramas
ou = sem anemia falciforme para sustentá-la. Contudo, seu
EDITORIA DE ARTE

ou = com anemia falciforme trabalho permaneceu ignorado


pela comunidade científica por
Horácio Miriam
um tempo. Para saber mais,
Em um heredograma, quando uma pessoa há uma indicação no #FICA A
apresenta a característica estudada (nesse DICA, Professor.
caso, a anemia falciforme), o símbolo que Reproduzir na lousa o he-
a representa é destacado. No exemplo, o redograma presente no livro
Nilton Amanda Fabiana destaque é feito com a cor roxa.
que ilustra a herança da anemia
Conhecendo o genótipo de quem tem anemia falciforme, conseguimos deter- falciforme na família de Fabiana.
minar os genótipos das demais pessoas da família de Fabiana. Por exemplo, Nilton Colocar embaixo das pessoas com
tem anemia falciforme, o que significa que seu genótipo é bb, então, um de seus anemia falciforme os alelos bb.
alelos b é proveniente de sua mãe (Miriam) e o outro alelo b é proveniente de seu Em seguida, adicionar um alelo
pai (Horácio). Como Horácio não tem a doença, seu genótipo só pode ser Bb. dominante e outro desconhecido
O mesmo raciocínio pode ser usado para determinar o genótipo de Amanda e de (B_) nos indivíduos sem anemia
Fabiana. Dessa forma, temos os seguintes genótipos e fenótipos para a família analisada. falciforme. Com base nesses alelos,
perguntar aos estudantes quais
Membro da família Genótipo Fenótipo
alelos devem estar presentes nos
Horácio Bb Hemoglobina tipo A (sem anemia falciforme) gametas dos pais de Fabiana. É
Miriam bb Hemoglobina tipo S (com anemia falciforme) esperado que respondam que
Nilton bb Hemoglobina tipo S (com anemia falciforme) os gametas de Miriam são b
enquanto Horácio pode produzir
Amanda Bb Hemoglobina tipo A (sem anemia falciforme)
gametas B ou desconhecido (_).
Fabiana Bb Hemoglobina tipo A (sem anemia falciforme) Então, perguntar qual é o alelo
desconhecido. Com base nos ga-
131 metas que Miriam pode produzir,
é esperado que eles observem
que Amanda e Fabiana são Bb.
Ao observar que Nilton recebeu
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#FICA A DICA, Professor um alelo recessivo do seu pai e
O texto indicado no link a seguir traz a história do um da sua mãe, espera-se que
médico brasileiro Jessé Santiago Acioly Lins. os estudantes concluam que o
• ANDRADE, Rodrigo de O. À sombra da história. Pes- genótipo de Horácio é Bb. Assim,
quisa Fapesp. São Paulo, ed. 246, ago. 2016. Dispo- o alelo desconhecido é o b.
nível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/a-sombra
-da-historia/. Acesso em: 8 jun. 2022.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Explicar aos estudantes que, no Os heredogramas também podem auxiliar na realização de cálculos
exemplo da anemia falciforme, foi da probabilidade de os descendentes apresentarem a mesma caracterís-
possível descobrir o genótipo de tica genética que seus progenitores. Vamos considerar, como exemplo,
todos os membros da família de o albinismo, condição que se caracteriza pela ausência do pigmento
Fabiana. No entanto, a análise do melanina no corpo.
heredograma nem sempre pos- O albinismo está relacionado a um único gene. Existem dois alelos
sibilita a certeza sobre os alelos principais relacionados ao albinismo, que chamaremos de A e a. No
de cada indivíduo. Nesse caso, é quadro a seguir, estão representados os possíveis genótipos e fenótipos
possível calcular as probabilidades relacionados ao albinismo.
dos possíveis genótipos dos indi- Genótipo Fenótipo
víduos, inclusive, até para futuros
AA Sem albinismo
descendentes de uma família.
Essa situação será ilustrada com o Aa Sem albinismo
exemplo do albinismo. aa Com albinismo
Ao explicar o albinismo, apre-
sentar aos estudantes mais in-
formações sobre essa condição.
Caracterizar o albinismo como a

DIETMAR TEMPS/SHUTTERSTOCK.COM
ausência total ou parcial da me-
lanina, um pigmento que dá cor
aos cabelos, à pele e aos olhos.
Em pessoas albinas, uma mu- Homem com albinismo
com seu filho, que tem a
tação genética faz com que as mesma característica.
células não apresentem a enzima
tirosinase e, assim, não sejam Ou seja, o alelo A é dominante sobre o alelo a, que é recessivo.
capazes de produzir a melanina. Acompanhe um heredograma relacionado à presença de albinismo em
Esse pigmento protege o corpo uma família hipotética.
contra a radiação ultravioleta

EDITORIA DE ARTE
e = sem albinismo
do Sol, então as pessoas albinas
e = com albinismo
precisam evitar a exposição di-
reta aos raios solares, utilizando = que ainda não nasceu Sandra Marcelo
(sem sexo biológico
óculos, protetor solar e chapéu. conhecido)
Esses mesmos cuidados devem
ser tomados por pessoas que não
são albinas, devido ao risco de Lívia Valentim
queimaduras e desenvolvimento Heredograma que mostra a
de câncer de pele. ocorrência de albinismo em uma
Para que os estudantes com- família hipotética. A pessoa
preendam o heredograma apre- que ainda não nasceu é represen-
tada por um losango.
sentado no Livro do estudante, Vítor Gustavo

utilizar as mesmas estratégias Caso Lívia e Valentim queiram ter mais filhos, é possível realizar um
sugeridas para a anemia falcifor- cálculo de probabilidade de seu terceiro filho, não importa de que sexo
me. Desenhar o heredograma na seja a criança, nascer com albinismo.
lousa e questionar os estudan-
tes sobre os diferentes graus de 132
parentesco que estão ilustrados.
Em seguida, escrever os genóti-
pos dos indivíduos albinos, aa, e D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24_AV4.indd 132 27/07/22 08:00 D3-C

o alelo dominante nos indivíduos


não albinos, A_. Então, questio-
nar os estudantes sobre o genó-
tipo de Lívia e Valentim e, tam-
bém, sobre quais gametas eles
podem produzir.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Retomar a produção dos
Cada gameta produzido, ovócito ou espermatozoide, fica com
gametas por meio da meiose.
apenas um dos alelos de cada indivíduo (Lívia e Valentim) para a carac-
Isso é importante para que os
terística que está sendo analisada.
Assim, como Lívia é aa, todos os seus ovócitos têm o alelo a. É
estudantes associem o genótipo
possível concluir que Valentim, por sua vez, é Aa, pois um dos filhos dos gametas aos processos de
do casal tem albinismo; então, seus espermatozoides podem ter o divisão celular. Para isso, utilizar
alelo A ou o alelo a. Quando o espermatozoide fecundar o ovócito, o seguinte exemplo dos gametas
o zigoto terá um par de alelos para essa característica. No quadro a de Valentim: ele é heterozigoto
seguir, estão representados os possíveis gametas a serem produzidos para albinismo, e, assim, suas
por Lívia e por Valentim. células diploides são Aa. Na
meiose, ocorrem as etapas de
Nome Característica Genótipo Gametas Alelos meiose I e meiose II. Na meiose I,
os pares de cromossomos são

ILUSTRAÇÕES: LUIS MOURA, ALEX SILVA


separados, resultando em duas
células haploides, uma com o
Lívia Com albinismo aa a
alelo A e outra com o alelo a. Na
meiose II, essas células passam
por outra divisão celular, e o
número de cromossomos não é
A alterado e as células resultantes
se diferenciam em espermatozoi-
Valentim Sem albinismo Aa
AS CORES NÃO
des. Esse processo ocorre várias
a
SÃO REAIS.
vezes, e, assim, são produzidos
IMAGENS FORA vários espermatozoides por dia.
DE PROPORÇÃO.
Destacar que, em todos os casos,
Elaborado com base em: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, Mark G. Embriologia
básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Livro digital não paginado. a proporção descrita anterior-
mente é mantida, e, por isso,
Vamos considerar todos os tipos de espermatozoide que podem é possível afirmar que metade
ser formados, um com o alelo A e o outro com o alelo a, e de ovócitos, dos espermatozoides produzidos
somente com o alelo a. O quadro a seguir apresenta os possíveis genó- são A, e a outra metade, a.
tipos dos zigotos formados.
Para o caso dos gametas fe-
mininos, o processo é um pouco
Valentim
Alelo A Alelo a diferente, pois:
Lívia
• o resultado são três células
Aa aa menores, que se degeneram,
Alelo a (sem albinismo) (com albinismo) e um ovócito;
• ele só se completa após a fe-
Como estudamos, o genótipo para o albinismo é determinado por cundação (a meiose II só ocorre
um par de alelos recessivos, aa. Assim, os genótipos AA e Aa resultam após a fecundação).
na ausência de albinismo. Considerando as fecundações representadas
Esse assunto permite o de-
no quadro anterior, podemos concluir que a probabilidade de Lívia e
Valentim terem mais um filho com albinismo é de uma chance em duas
senvolvimento da habilidade
fecundações, o que é o mesmo que 50% de probabilidade. EF09CI08.

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
As chances de nascer um
menino ou uma menina As chances de nascer um menino
são iguais? ou uma menina são iguais?
Esse assunto contribui para o As células da espécie humana tipicamente apresentam um total de
desenvolvimento da habilidade 46 cromossomos no núcleo: 44 deles são cromossomos somáticos
EF09CI08. (autossomos) e dois deles são cromossomos sexuais.
Pedir aos estudantes que compa- Os cromossomos somáticos não são relacionados à determinação
rem as representações de cromos- do sexo biológico em nossa espécie. Se compararmos os cromossomos
somos organizados nos cariótipos somáticos, perceberemos que, em ambos os sexos, eles têm o mesmo
de uma mulher e de um homem, tamanho e o mesmo formato. Compare os cariótipos a seguir.
identificando semelhanças e dife-
renças. Espera-se que percebam IMAGENS FORA

KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK.COM
DE PROPORÇÃO.

que o último par de cromossomos –


AS CORES NÃO
os cromossomos sexuais – é dis- SÃO REAIS.

tinto entre homens e mulheres.


Assim, explicar a eles os conceitos
de cromossomo somático e de
cromossomo sexual. Se desejar,
realizar a atividade proposta de
montagem de cariótipo na seção
Representação do cariótipo
Ampliando. feminino, composto de 44
cromossomos somáticos,
com os pares de homólogos
numerados de 1 a 22, e
dois cromossomos sexuais,
ambos do tipo X (circulados
em vermelho).

KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK.COM
Representação do cariótipo
masculino. Há 44 cromossomos
somáticos, com os pares de
homólogos numerados de 1 a
22, e dois cromossomos sexuais
(circulados em vermelho), um do
tipo X e o outro do tipo Y.

134

AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 134 17/07/22 10:04 D3-C
Levar para a sala de aula algumas cópias im- [2019?]. Disponível em: http://www.biologia. estudantes percebam que existem 22 pares de
pressas de uma representação de cariótipo hu- seed.pr.gov.br/arquivos/File/praticas/2cariohu cromossomos autossomos e 1 par de cromosso-
mano (masculino e/ou feminino), para propor mano.pdf. Acesso em: 8 jun. 2022. mos sexuais. No exemplo sugerido, por tratar-se
sua montagem em grupos. Para a montagem, A conferência da montagem dessa sugestão de um cariótipo humano masculino, os cromos-
orientar os estudantes a buscar, primeiramente, pode ser feita em: Idiograma humano normal somos sexuais são X e Y. Contudo, caso a ativi-
por pares de cromossomos, e, posteriormente, (sexo masculino). Paraná: Secretaria da Educa- dade considere um cariótipo humano feminino,
a organizá-los com base nas imagens de carióti- ção do Paraná, [2019?]. Disponível em: http:// os cromossomos sexuais serão X e X.
po disponíveis no Livro do estudante. www.biologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/pra Ao final, solicitar que os estudantes guardem
Para o material, há uma sugestão no link: ticas/2modelocariotipo.pdf. Acesso em: 8 jun. os cariótipos montados, porque eles poderão
Cariótipo nº 1 (célula diploide humana mascu- 2022. ser usados no estudo posterior das síndromes
lina). Paraná: Secretaria da Educação do Paraná, Finalizada a montagem, é importante que os genéticas humanas.

134

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV2.indd 134 23/08/22 21:17


senhada na lousa. A área delimi-
tada em azul corresponde às re-
giões similares, enquanto a área
delimitada em vermelho corres-
Quanto aos cromossomos sexuais, há dois tipos distintos: o cro-
mossomo sexual X e o cromossomo sexual Y. O par de cromossomos
ponde às regiões diferentes.
sexuais é responsável pela determinação do sexo biológico em nossa
espécie. Assim, enquanto tipicamente dois cromossomos do tipo X
designam o sexo biológico feminino, um cromossomo do tipo X e um
cromossomo do tipo Y designam o sexo biológico masculino.
Na produção dos gametas humanos, processo conhecido por gameto-
gênese humana, como ocorre divisão meiótica, cada gameta formado te-
rá apenas metade dos cromossomos somáticos, ou seja, 22 cromossomos, e X Y
apenas um dos cromossomos sexuais, em um total de 23 cromossomos.
Esclarecer que os genes locali-
Nos indivíduos do sexo biológico feminino, como as suas células têm
zados na região azul se compor-
dois cromossomos sexuais do tipo X, todos os ovócitos vão carregar o cro-
A tam
A da mesma
A a maneira a que
a os
mossomo sexual X. Nos indivíduos do sexo biológico masculino, cujas células
têm os dois tipos de cromossomo sexual, cada espermatozoide formado cromossomos autossomos. Por
pode carregar o cromossomo sexual X ou o cromossomo sexual Y. outro lado, os genes localizados
Observe, na representação a seguir, os possíveis gametas a serem na região não homóloga têm
formados nos seres humanos, em relação ao cromossomo sexual. probabilidades diferentes de es-
tarem presentes em homens ou
ILUSTRAÇÕES: ALEX SILVA, LUIS MOURA

AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
X mulheres.
X X X X X

IMAGENS FORA
Explicar isso desenhando no
DE PROPORÇÃO.
quadro os alelos de um gene lo-
calizado na região não homóloga
do cromossomo X. Nessa situa-
A ção, as mulheres
a poderão ter os
seguintes genótipos:

A A A a a a

X Y X Y
X X Y
A A A a a a
Elaborado com base em: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. 9. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2016. Livro digital não paginado.
Tipos de ovócito (à esquerda) e de espermatozoide (à direita) que podem ser formados durante
X X X X X X
a produção de gametas humanos, com relação à constituição de cromossomos sexuais.

Com a fecundação do ovócito pelo espermatozoide, forma-se o zigoto.


X lado,
Por outro X osXhomens
X sóX X
Logo, as possíveis combinações de cromossomos sexuais dos zigotos forma-
dos são: XX e XY, como mostra o quadro a seguir. terão as seguintes opções:
A a

ILUSTRAÇÕES: ALEX SILVA


Sexo masculino
Cromossomo X Cromossomo Y
Sexo feminino A a

XX XY
Cromossomo X (sexo feminino) (sexo masculino)
X Y X Y

135 X Y X Y

No exemplo apresentado, um
10:04 D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 135 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 17/07/22 10:04 fenótipo associado a um gene
Se julgar adequado para o aprendizado dos recessivo só aparecerá em uma
estudantes, explicar o funcionamento dos genes mulher quando presente em
pares, isto é, em homozigose
presentes nos cromossomos sexuais. Para isso,
recessiva aa. Por outro lado, em
representar, na lousa, um cromossomo X e um homens, o fenótipo é determina-
cromossomo Y. Explicar aos estudantes que es- do por apenas um alelo, e, assim,
ses cromossomos apresentam regiões similares, basta um alelo recessivo a para
ou homólogas, e regiões diferentes. A imagem que a pessoa tenha a caracterís-
a seguir é uma representação que pode ser de- tica associada ao gene.

135

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Com relação à probabilidade
de um casal ter filhos que sejam Caso o zigoto formado seja XX, ele se desenvolverá em um indi-
meninos ou meninas, perguntar víduo do sexo feminino. Caso seja XY, o zigoto se desenvolverá em um
aos estudantes se acreditam que, indivíduo do sexo masculino.
se um casal tem duas filhas, a XY XX

chance de ter uma terceira filha


é maior do que de ter um filho.
É possível que muitos respon-
dam que sim, baseado no senso
comum. Não é esperado que al-
Ovócito
gum estudante, nesse momento, Espermatozoides
X
aponte que a probabilidade de
X
nascerem meninos e meninas é a
mesma, ou seja, 50%, mas que Y

pensem sobre o assunto. Então, IMAGENS FORA


explicar o conteúdo de modo DE PROPORÇÃO.

Cr o

Cr

X
que percebam que o pensamen-

mo

oX

om

mo
AS CORES NÃO

sso

os

sso
so

so
SÃO REAIS.
to difundido no senso comum é

mo

os

mo
om

oX
Y

Cr o
Cr
equivocado. Aproveitar para rea-
lizar a atividade 3 da página 140

MAAL ILUSTRA
nesse momento.
Esquema da determina-
Síndromes genéticas ção do sexo biológico. XY XX
humanas
Considerando as fecundações representadas no quadro da página
Trabalhar esse assunto de for- anterior, pode-se concluir que a probabilidade de nascerem meninos é igual
ma cautelosa, incentivando os à de nascerem meninas, isto é, em uma gestação, há 50% de probabilidade
estudantes a respeitar a diversi- de nascer um menino e 50% de probabilidade de nascer uma menina.
dade de indivíduos.
Síndromes genéticas humanas
Os gametas humanos, ovócitos e espermatozoides, carregam
apenas a metade do conjunto cromossômico de nossa espécie, isto é,
23 cromossomos. No entanto, no processo de sua formação, durante
a divisão meiótica da célula, podem ocorrer erros na separação dos
cromossomos, resultando em gametas com alterações numéricas ou
alterações na estrutura de alguns cromossomos, como pedaços ausentes.
De modo geral, zigotos originários da fecundação de gametas
com alterações no número ou na estrutura dos cromossomos não se
desenvolvem. Porém, em alguns casos, o zigoto pode se desenvolver.
Dá-se o nome de síndrome genética ao conjunto de características
fenotípicas que resultam de uma constituição genética diferente da mais
comum para a espécie humana. É importante ressaltar que as síndromes
genéticas não são doenças.
Entre as síndromes genéticas que podem ocorrer na espécie
humana, estudaremos a síndrome de Down.

136

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136

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Síndrome de Down
Síndrome de Down
Comentar que, segundo o
Nas células da pessoa que tem a síndrome de Down, há três
Ministério da Saúde, estima-se
cromossomos de número 21, em vez de dois. Por esse motivo, essa sín-
drome também é conhecida como trissomia do 21. Assim, o indivíduo
que a cada 700 nascimentos,
apresenta um total de 47 cromossomos, em vez de 46. uma criança apresenta síndrome
A síndrome recebeu esse nome em homenagem ao médico britâ- de Down no Brasil. A estimativa
nico John Langdon Down (1828-1896), que estudava as características para o mundo é uma criança a
fenotípicas das pessoas com essa trissomia. cada 1 000 nascimentos.
É importante ressaltar que a
síndrome de Down descrita é
KATERYNA KON/SHUTTERSTOCK.COM

IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
chamada síndrome de Down
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
primária. Essa forma é carac-
terizada pela presença de três
cópias completas do cromossomo
21 e corresponde à maioria das
pessoas com síndrome de Down.
Poucas pessoas com síndrome
de Down possuem a chamada
síndrome de Down familiar. Nessa
situação, parte do cromossomo
21 fica presa em outro cromos-
somo, por exemplo o 14, por um
processo chamado translocação.
Esse processo acontece em um
Representação do cariótipo feminino com síndrome de Down.
dos pais, por isso o nome “fa-
Na meiose, durante a divisão dos cromossomos da célula-mãe em miliar”. Nessa situação, quando
células-filhas, pode ocorrer de um gameta ficar com dois cromossomos os cromossomos são separados
21 e do outro ficar sem esse cromossomo. para a formação dos gametas, é
Um zigoto formado da união de um possível que um deles apresente
DENIS KUVAEV/SHUTTERSTOCK.COM
gameta com dois cromossomos 21 e um gameta uma cópia extra do cromosso-
com um cromossomo 21 pode se desenvolver
mo 21 anexa ao cromossomo
em uma pessoa com síndrome de Down. Os
14. O resultado é que, após a
indivíduos com síndrome de Down apresentam
fecundação, o zigoto possuirá 46
algumas características em comum, como: rosto
arredondado, olhos amendoados, nariz pequeno
cromossomos, porém um deles
e baixa estatura. Além disso, eles têm mãos será a união do cromossomo 14
pequenas e com apenas um vinco, ou dobra, com o cromossomo 21. Essa
na palma. forma de síndrome de Down
apresenta um fenótipo igual
Desde 2012, a ONU reconhece a data de 21 de março ao descrito para a síndrome de
como o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data Down primária.
busca celebrar a vida das pessoas com a síndrome
e garantir que elas tenham as mesmas liberdades e
Se desejar, utilizar os cariótipos
oportunidades que as pessoas sem essa síndrome. montados pelos estudantes an-
teriormente (atividade sugerida
137 na seção Ampliando da página
134 deste Manual do professor)
para explicar a síndrome de Down.
10:04 D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 137 17/07/22 10:04

137

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

PENSE BEM
O assunto dessa seção per-
mite um trabalho com o tema
PENSE BEM
contemporâneo transversal Vida
familiar e social. Aproveitar a
oportunidade para destacar que Diferente, mas igual, isso que é legal! FICA A DICA #
todas as pessoas são diferentes,
Pessoas com síndrome de Down riem, choram, dançam, correm,
sendo as singularidades de cada Que tal assistir a uma
praticam esportes, apaixonam-se, estudam e trabalham, enfim, podem série com histórias de
uma o que as tornam únicas. e devem ser incluídas em todos os meios sociais, os quais devem ser pessoas com síndrome
Ao trabalhar a temática, é livres de preconceito. de Down alcançando
importante estar atento à possi- No entanto, ainda existem muitas barreiras sociais a serem vencidas. sua autonomia na
vida adulta? Para isso,
bilidade de os estudantes terem A falta de informação sobre a síndrome ou informações equivocadas acesse a página da
um parente ou um amigo de podem gerar julgamentos, discriminações e desconfortos que dificultam o websérie Geração 21,
fora da escola com síndrome de desenvolvimento e a interação social de pessoas com síndrome de Down. disponível em: http://
Entretanto, com o incentivo adequado, o respeito e a inclusão em www.movimentodown.
Down. Também é possível que org.br/2017/04/webse
todas as dimensões – sociais, econômicas, culturais, políticas, educacio-
tenha algum estudante com rie-geracao-21/. Acesso
nais e religiosas –, as chances de pessoas com síndrome de Down serem em: 10 maio 2022.
síndrome de Down na sala ou plenas e felizes são iguais às de qualquer outra pessoa.
na escola. Manter um ambiente Leia o trecho a seguir, com o exemplo de Luana Dallacorte Rolim de Moura, que, aos 26 anos,
acolhedor, de modo que o res- se tornou a primeira vereadora com síndrome de Down do Brasil, no município de Santo Ângelo (RS).
peito prevaleça.
Pessoas com síndrome de
Sempre sonhou ser fisioterapeuta. Depois de concluir a graduação, decidiu atuar
Down ainda enfrentam proble- como fisioterapeuta domiciliar, o que sempre foi motivo de orgulho para ela e a família.
mas para serem inclusas na so- Passou a dedicar-se à reabilitação de crianças e pessoas com necessidades específicas,
ciedade devido à existência de algo que ela sempre desejou. Mas ela não parou e resolveu investir em um interesse
inúmeros preconceitos. Utilizar que a acompanhava desde pequena, a carreira política. “[...] A política me chamava
essa realidade para incentivar atenção e meus familiares sempre estiveram envolvidos na política, isso foi gerando
os estudantes a combaterem em mim o interesse de um dia fazer a diferença na Câmara dos Vereadores de Santo
qualquer forma de discrimina- Ângelo (RS) e colaborar para uma sociedade mais inclusiva.”
A partir daí veio a ideia de se candidatar, pois ela sempre gostou de política e seus
ção que possam vivenciar em
pais a apoiaram nessa decisão. [...]
seus cotidianos, de modo que [...]
possam incorporar princípios A sua posse foi considerada um marco histórico para ela, sua família e por todas
éticos, responsáveis e inclusivos as pessoas que trabalham para construir uma sociedade mais inclusiva. “É muito emo-
em suas ações. cionante poder representar as pessoas com deficiência. É uma bandeira que defenderei
Após o trabalho com o assun- com muita garra e responsabilidade”, respondeu orgulhosa.
to, recomendar que os estudan- [...]
tes façam a leitura indicada no Para a população com deficiência ela deixa o seguinte recado: “Somos capazes sim
de fazer a diferença. Nunca desistam dos seus sonhos. Lutem, tenham fé. Prosseguir
#FICA A DICA, Estudante que
sempre, desistir jamais. O céu é o limite.”
traz informações extras sobre a
ALVARENGA, Thaissa. Primeira vereadora com síndrome de Down do Brasil: uma vitória para a inclusão. Papo de Mãe.
síndrome de Down. [S. l.], 27 abr. 2021. Disponível em: https://papodemae.uol.com.br/noticias/primeira-vereadora-com-sindrome-de-down-do-
brasil-uma-vitoria-para-a-inclusao.html. Acesso em: 10 maio 2022.

#FICA A DICA, Estudante


O texto presente no link a seguir 138
pode ser utilizado para sanar
eventuais dúvidas sobre a síndrome
de Down.
Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 138 b) Espera-se que os estudantes identifiquem 17/07/22 10:04 D3-C
• ALMEIDA, Patricia; NICACIO,
que essa data é importante para a divulgação
Adriana; SALES, Melina. 10 coisas 1. a) Espera-se que os estudantes considerem
que todo mundo precisa saber
de informações corretas e conscientização
que, na realidade, todas as pessoas, entre elas das pessoas sobre a síndrome de Down, com-
sobre a síndrome de Down. MO-
as com síndrome de Down, apresentam dife- batendo a discriminação e favorecendo sua
VIMENTO DOWN. Rio de Janeiro,
[2019?]. Disponível em: http:// renças e semelhanças entre si, quanto à apa- equidade perante a sociedade. Comentar com
www.movimentodown.org.br/ rência física, aos pensamentos, aos sentimen- os estudantes que as meias, que aparecem
wp-content/uploads/2014/06/ tos, aos comportamentos e a outros aspectos. ao fundo da seção, têm significado de cons-
Folder-Guia-para-jornalistas Por isso, as diferenças que as pessoas apresen- cientização e são um símbolo do Dia Mundial
-arquivo-digital_bx.pdf. Acesso tam devem ser entendidas como característi-
em: 8 jun. 2022.
da Síndrome de Down (dia 21/3, marcando a
cas que as tornam únicas. trissomia do cromossomo 21). A ideia é que,
138

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petência específica 5. A pro-
moção dos direitos humanos
e a valorização da diversidade
também permitem o desen-
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
volvimento da competência
Respostas nas Orientações para o professor.
1 Releia o título e o texto de abertura desta seção e responda às questões a seguir.
geral 9. O compartilhamento
do vídeo contribui com a cons-
a) O que você entende pelo título?
cientização da comunidade es-
b) No dia 21 de março, comemora-se o Dia Mundial da Síndrome de Down. Para você, qual seria colar, representando uma ação
a importância dessa data?
responsável baseada em princí-
c) Qual é o principal impeditivo para a inclusão de pessoas com síndrome de Down no meio social? pios éticos e inclusivos, confor-
2 Leia a afirmação a seguir, observe as fotografias e responda à questão. me previsto na competência
geral 10 e na competência
específica 8. O trabalho com
A inclusão social se caracteriza pela geração de oportunidades
de acesso a bens de serviço iguais para todos.
tecnologias digitais permite o
desenvolvimento da compe-
tência geral 5.
No vídeo, é esperado que os
estudantes mencionem que
todas as informações genéti-
cas dos seres vivos estão em
seu material genético, sendo
que metade desse material tem
origem no pai, e a outra meta-
RSTOCK.COM

de na mãe, e que, por isso, as


pessoas são diversas, exibindo
MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTE

ELEONORA_OS/SHUTTERSTOCK.COM
diferentes fenótipos para as
mais diversas características.
Também é importante que
mencionem a influência das
condições ambientais sobre o
fenótipo. Todas essas condi-
ções contribuem para a diver-
SOLOMON7/SHUTTERSTOCK.COM sidade dos seres humanos. E,
mesmo sendo diversos, é muito
importante que todos tenham
Menino com mãe, pai e irmãs.
os mesmos direitos como pes-
Menina brincando com cachorro. soas. Caso não seja possível a
gravação de vídeos na escola,
Por que a inclusão social é importante para o desenvolvimento pleno de uma pessoa, inclusive
pedir aos estudantes que mon-
para as pessoas com síndrome de Down? Resposta pessoal. tem apresentações na forma
de slides ou cartazes.
3 Forme um grupo com seus colegas e produzam um vídeo cujo tema seja o respeito à diversi-
dade humana. No vídeo, é importante que vocês relacionem o que aprenderam sobre Genética
com o fato de os seres humanos serem diversos, além de valorizarem a inclusão de todas as
AMPLIANDO
pessoas na sociedade. Argumentem com base em alguns dos direitos humanos estabelecidos Propor que os estudantes bus-
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, disponível em: https://www.unicef.org/brazil/ quem o significado do termo capa-
declaracao-universal-dos-direitos-humanos, acesso em: 10 maio 2022. Postem o vídeo em uma citismo. Pedir que selecionem exem-
rede social da turma e compartilhem-no com seus colegas. Resposta pessoal. plos de frases capacitistas e que re-
flitam se usam ou já usaram expres-
sões desse tipo. O site disponível
139 em: https://www.academia.org.
br/nossa-lingua/nova-palavra/
capacitismo, acesso em: 28 jun.
2022, é uma boa fonte para a
10:04 nesse dia, as pessoas utilizem meias com pares
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 139 dimensões da vida (econômica, cultural,
17/07/22 polí-
10:04 pesquisa.
trocados, para chamar a atenção e celebrar a tica, educacional, religiosa, entre outras) pro- Iniciar uma discussão sobre como
vida das pessoas com a síndrome. porcionam-lhes, além dos mesmos direitos, as pessoas com deficiência devem
c) O preconceito causado pela falta de infor- mesmas chances de desenvolvimento pessoal. sentir-se em relação às expressões
mação ou por informações equivocadas sobre 3. Essa atividade permite o trabalho com o tema capacitistas e o que pode ser feito
a síndrome. para evitar o uso delas.
contemporâneo transversal Educação em di-
reitos humanos, ao solicitar que os estudan- Se julgar interessante, sugerir a
2. Promover uma conversa com os estudantes,
montagem de uma campanha an-
de maneira que eles se sintam à vontade para tes elaborem argumentos com base na Decla-
ticapacitista para a comunidade es-
expressar o que pensam. Espera-se que men- ração Universal dos Direitos Humanos. Nesse colar, com vídeos curtos, postagens
cionem que a inserção de todas as pessoas contexto, a argumentação permite o desenvol- em mídias digitais ou cartazes.
na sociedade e sua participação em todas as vimento da competência geral 7 e da com-
139

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 139 22/08/22 17:18


ORIENTAÇÕES
1. Professor, espera-se que os estudantes mencionem que a hereditariedade
DIDÁTICAS garante a transmissão de características entre progenitores e descendentes.
3. a) Não, pois as chances são sempre iguais, isto é, 50% para cada sexo.
ATIVIDADES a) Qual é o genótipo dos indivíduos 3, 4 e 5?
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
b) Considerando que o indivíduo 5 seja
A atividade 1 oportuniza a mo- heterozigoto, qual a probabilidade de o
bilização da habilidade EF09CI08, 1. Analise a fotografia e responda. indivíduo 6 nascer sem fenilcetonúria?
Nesse caso, qual seria seu genótipo?
e as atividades 2, 4 e 6 da habili-

MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM


c) Qual é a probabilidade de o indivíduo 6
dade EF09CI09. nascer com fenilcetonúria se o indivíduo
1. Destacar que metade do con- 5 for homozigoto?
junto cromossômico de um d) Considere que o indivíduo 3 se case
com uma mulher de mesmo genótipo
indivíduo é oriundo da mãe e a e juntos tenham 2 filhos homozigotos,
outra metade do pai, que, por ambos do sexo masculino, sendo um
sua vez, são oriundos do con- deles portador de fenilcetonúria e o
junto cromossômico de seus outro não. Em seu caderno, desenhe
Três gerações de uma família: a avó, a mãe e o heredograma dessa parte da família
avós, e assim sucessivamente.
a filha. 2. b) (4) ff x (5) Ff = 50% Ff e 50% ff. para a característica fenilcetonúria.
Isso faz com que muitas carac- Probabilidade de 50%; genótipo Ff. e) A fenilcetonúria é uma das doenças
terísticas sejam compartilha- • Como se explica o fato de muitas pessoas
que podem ser detectadas no teste do
serem diferentes de seus pais, mas serem
das em uma mesma família, bem parecidas com outros parentes,
pezinho, exame realizado obrigatoria-
não necessariamente apenas mente em todos os recém-nascidos no
como tios, primos ou avós?
Brasil. Forme um grupo com seus colegas
entre pais e filhos.
2. A fenilcetonúria é uma doença genética e realizem uma pesquisa sobre a fenil-
cetonúria e suas formas de controle.
2. d) Os estudantes devem dese- na qual seus portadores têm uma prote-
Também pesquisem sobre o teste do
nhar em seu caderno: ína não funcional, o que prejudica parte
pezinho. Organizem uma apresentação
do metabolismo celular, resultando no
digital com os resultados de sua pesquisa.
acúmulo da substância fenilalanina no Resposta pessoal.
organismo, que em altas concentrações 3. Flávio e Mariana desejam ter um terceiro
3 é tóxica, podendo causar problemas no filho. Como já têm dois filhos do sexo
sistema nervoso, levando à deficiência masculino, acreditam que as chances de
Ff Ff intelectual e provocando convulsões. nascer outra criança do sexo masculino
Para que a pessoa apresente fenilcetonú- são mais altas do que as de nascer uma
ria, seu genótipo deve ser homozigoto criança do sexo feminino.
EDITORIA DE ARTE

recessivo. O heredograma a seguir a) Você concorda com o pensamento de


apresenta sua transmissão ao longo das Flávio e Mariana? Justifique sua resposta.
2. d) gerações de uma família. Analise-o e
Resposta nas b) Explique sua resposta à questão anterior
FF ff Orientações responda às questões propostas. com base nos possíveis gametas produzi-
EDITORIA DE ARTE

para o dos por indivíduos do sexo feminino e do


professor. 1 2 sexo masculino, considerando os cromos-
e) Esta atividade contribui somos sexuais do tipo X e do tipo Y, e os
com o desenvolvimento da 2. a) 3 = Ff; Ff ff possíveis genótipos dos zigotos formados
4 = ff;
competência geral 5 e da 5 = FF ou Ff.
pela fecundação desses gametas.
competência específica 6. 3 4 5 4. Considere que, em uma espécie de planta,
A fenilcetonúria afeta o me- as características número de pétalas da
tabolismo de proteínas, preju- flor, coloração das pétalas e aparência do
dicando o processamento da 2. c) (4) ff x (5) FF = 100% Ff. fruto sejam condicionadas por um par de
fenilalanina, que se acumula Probabilidade de 0%, ou seja, não alelos cada uma. Os genótipos correspon-
existe chance de o indivíduo nascer 6 dentes a cada fenótipo estão no quadro
no organismo. Esse acúmulo
com fenilcetonúria. a seguir.
prejudica o funcionamento
3. b) Indivíduos do sexo feminino têm dois cromossomos sexuais X e seus ovócitos vão apresentar esse cromossomo. Indivíduos
do sistema nervoso, além de 140 do sexo masculino têm os dois tipos de cromossomo sexual; seus espermatozoides podem ter cromossomos dos
afetar a produção de melani- tipos X ou Y. As possíveis combinações são: 50% XX (sexo feminino) e 50% XY (sexo masculino).
na no organismo. A manifes-
tação desses sintomas pode
quais devem ser evitados durante o restante
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 140 17/07/22 10:04 D3-C
ser evitada caso sejam toma-
da vida. Esses cuidados devem ser iniciados #FICA A DICA, Professor
dos alguns cuidados desde
prontamente após a detecção da doença por A reportagem disponibilizada no link a seguir
as primeiras semanas de vida
meio do teste do pezinho, exame que consiste informa sobre a ampliação das doenças detectadas
do bebê, principalmente uma
na análise de uma amostra de sangue coletada pelo teste do pezinho.
restrição na ingestão de ali-
mentos que contenham feni- do calcanhar de recém-nascidos. • LUISA, Ingrid. Teste do pezinho agora é ampliado.
lalanina em sua composição Vale destacar que, em 2021, foi sancionada Veja saúde, [s. l.], 22 nov. 2021. Disponível em:
uma lei que prevê a ampliação das doenças https://saude.abril.com.br/familia/teste-do-pezi
(normalmente informado nos
nho-agora-e-ampliado/. Acesso em: 18 jun. 2022.
rótulos das embalagens de detectadas pelo teste do pezinho realizado
produtos industrializados), os pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
140

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 140 22/08/22 17:18


5. a) Refere-se ao preconceito da
sociedade em relação às pes-
soas com síndrome de Down,
muitas vezes vítimas de ideias
4. a) AA x aa = 100% Características Dominante Recessiva 4. b) Cc x cc = 50% Cc e
Aa. Esse cruzamento 50% cc. Esse cruzamento preconcebidas sobre seu com-
pode resultar apenas em Número de pétalas Três pétalas (AA e Aa) Seis pétalas (aa) pode resultar em plantas de portamento e sua capacidade
plantas cujas flores têm Coloração das pétalas Vermelha (CC e Cc) Branca (cc) flores vermelhas, genótipo Cc, mental.
três pétalas, de genótipo e plantas de flores brancas,
Aa. Aparência do fruto Liso (FF e Ff) Rugoso (ff) genótipo cc. b) Células com três cromosso-
mos 21, em vez de dois. Pesso-
a) Considere o cruzamento entre uma planta AA e uma planta aa. Quais são os possíveis
as com Down apresentam 47
genótipos e fenótipos dos descendentes?
b) Considere o cruzamento entre uma planta Cc e uma planta cc. Quais são os possíveis genó-
cromossomos em suas células.
tipos e fenótipos dos descendentes? c) As histórias criadas pelos es-
c) Considere o cruzamento entre uma planta Ff e uma planta Ff. Quais são os possíveis genótipos tudantes podem retratar a in-
e fenótipos dos descendentes? 4. c) Ff x Ff = 25% FF, 50% Ff e 25% ff. O resultado pode ser plantas com
frutos lisos (FF ou Ff) e plantas com frutos rugosos (ff). clusão em brincadeiras, na es-
5. Analise a tirinha e responda às questões propostas. cola, no trabalho, entre outros.

ELITAN DAVID
6. I, IV, VI estão corretas.
...só porque eu ...está na hora
Se você acha que
pode prever meu
nasci com síndrome
de down...
de você rever os II. Pessoas com hemoglobina
seus conceitos.
comportamento... do tipo S apresentam a anemia
falciforme.
III. Tanto o genótipo BB quanto
o Bb resultam em indivíduos
sem anemia falciforme.
V. O genótipo de Marcos, Ro-
sana, Célio e Larissa é Bb.
DAVID, Eliton. [Dauzito]. Portal Acesse. [S. l.], c2017. Disponível em:
https://www.portalacesse.com/tdauzito2-2/. Acesso em: 28 jun. 2022.. Para essa atividade, pedir aos
a) O que está retratado na tirinha? Respostas nas Orientações para o professor. estudantes que justifiquem
b) O que caracteriza geneticamente a síndrome de Down? as correções feitas. Adicional-
c) Elabore uma história em quadrinhos (de 5 a 7 quadrinhos) falando sobre a importância do mente, perguntar a eles se se-
respeito a pessoas com síndrome de Down e de sua inclusão na sociedade. ria possível saber o genótipo de
6. Analise o heredograma de uma família em relação à condição conhecida como anemia Rosana e de Marcos caso Felipe
falciforme. Depois, leia as afirmativas a seguir e corrija-as, quando for necessário. não apresentasse anemia falci-
I. A anemia falciforme é uma doença caracterizada por uma forme. Explicar que, nessa situ-
EDITORIA DE ARTE

alteração nas hemácias, que ficam com formato de foice; ação, não seria possível saber
isso prejudica sua ligação com o gás oxigênio, dificultando
o transporte desse gás para as outras células.
Marcos Rosana o genótipo deles. Um dos dois
II. Existem dois alelos principais que determinam o tipo de
teria de ser heterozigoto, Bb,
hemoglobina. O alelo B resulta em hemoglobina do tipo A, mas o outro poderia apresen-
Felipe Célio Larissa
enquanto o alelo b resulta em hemoglobina do tipo S. Pessoas tar tanto o genótipo BB quanto
com hemoglobina do tipo A apresentam a anemia falciforme. o genótipo Bb.
Manuela
III. Existem três genótipos possíveis para essa característica:
BB, Bb e bb, sendo o genótipo BB o único que resulta em indivíduos sem anemia falciforme.
IV. Felipe e Manuela apresentam anemia falciforme, portanto, o genótipo dos dois é bb.
V. O genótipo de Marcos é BB, já o genótipo de Rosana, Célio e Larissa é Bb.
VI. Se Manuela tivesse um filho com um homem Bb, a chance de seu filho ter anemia falciforme
seria de 50%. Resposta nas Orientações para o professor.

141

10:04 AMPLIANDO
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Após a realização das atividades presentes no doença cardiovascular em que ocorre o bloqueio tificando alguns de seus fatores de risco e,
Livro do estudante, sugerir que realizem a se- do fluxo sanguíneo ao músculo do coração, o a partir deles, propor atitudes que possam
guinte atividade como ampliação do conteúdo que causa a morte do tecido não irrigado. Ainda contribuir para evitar a ocorrência da doença,
estudado. Explicar aos estudantes que muitas que o indivíduo apresente genótipo (predisposi- quando possível. Os resultados da pesquisa e
doenças relacionam-se a uma predisposição ção genética) para o infarto, existem modos de as atitudes propostas pelos estudantes podem
genética do indivíduo em desenvolvê-la, isto é, evitar o desenvolvimento da doença (fenótipo), ser utilizados para compor um folheto infor-
se o indivíduo possuir familiares com a doença, como a adoção de hábitos saudáveis. mativo digital, que pode ser compartilhado
existe uma grande chance de ele desenvolvê-la Orientar os estudantes a realizarem uma com a comunidade escolar, contribuindo para
também. Uma delas é o infarto do miocárdio, pesquisa sobre o infarto do miocárdio, iden- sua conscientização.

141

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ENTRE CONTEXTOS ENTRE


Ao comentar sobre os testes
genéticos, explicar que, embora
CONTEXTOS
alguns testes identifiquem do-
enças relacionadas ao DNA, eles
não são genéticos, como é o caso Testes genéticos
do teste do pezinho, teste bio- Os testes genéticos são exames baseados em análises do DNA. Eles podem ser realizados
químico realizado pelo Sistema a partir de amostras de saliva, de sangue ou de outros tecidos do corpo humano. Com o desen-
Único de Saúde (SUS). volvimento da tecnologia, um número cada vez maior desses testes tem se tornado acessível à
Quando se menciona a aplica- população. Os dados obtidos podem auxiliar na prevenção de doenças, na orientação de trata-
ção dos testes genéticos na iden- mentos e na escolha de medicamentos, por exemplo.
Com relação à prevenção de doenças, uma importante aplicação dos testes genéticos é a
tificação de genes hereditários
identificação de genes que já foram relacionados a alguns tipos de câncer. É o caso dos genes
relativos a alguns tipos de câncer,
BRCA1 e BRCA2, relacionados a certos tipos de câncer de mama, ovário e próstata, e o CDH1,
utilizamos a expressão “altera- relacionado a tumores no estômago. Alterações nesses genes podem prejudicar sua atuação,
ções dos genes”. No caso, essa impedindo a realização adequada de suas funções, favorecendo o desenvolvimento do câncer.
expressão corresponde a muta- Então, como medida preventiva, recomenda-se que pessoas que possuem casos confirmados na
ções. Optou-se, entretanto, por família de alterações nesses genes, especialmente os familiares de primeiro grau, realizem um
não apresentar esse termo aos teste genético para detectar se também as apresentam. Em caso positivo, os indivíduos podem
estudantes em respeito ao mo- optar, sob orientação médica, por estratégias que reduzam o risco do desenvolvimento da doença.
mento escolar. Os testes genéticos também podem auxiliar na determinação dos procedimentos terapêuticos
Se desejar, comentar que a que serão adotados no tratamento de algumas doenças. No caso de alguns tipos de câncer de mama,
maioria dos casos de câncer de os testes genéticos podem apontar para casos que necessitam de quimioterapia, tratamento em que
mama não são hereditários; ape- um conjunto de medicamentos são aplicados na pessoa com o câncer, visando à destruição das células
nas uma pequena fração de ca- doentes. Se apontado pelos testes genéticos que a quimioterapia não se faz necessária, os pacientes
sos corresponde a formas heredi- podem ser poupados de seus efeitos colaterais (que podem incluir queda de cabelo, diarreia, enjoo,
tárias, causados por uma altera- vômitos, feridas na boca, anemia, entre outros), podendo buscar por alternativas menos agressivas.
ção genética. Ainda assim, des-

GOLDEN SIKORKA/SHUTTERSTOCK.COM
IMAGENS FORA
tacar a importância da realização DE PROPORÇÃO.

de testes genéticos em pessoas AS CORES NÃO


SÃO REAIS.
que apresentam casos de câncer
de mama na família, uma vez que
podem auxiliar na prevenção do
desenvolvimento da doença.
Ao final da seção, é feito um
alerta sobre a importância de ape-
nas ingerir medicamentos que
sejam prescritos por médicos(as),
não praticando a automedicação.
Nesse momento, é possível traba-
lhar com o tema contemporâneo
As análises do DNA possibilitam identificar genes que podem causar doenças e, dessa forma, auxiliar no
transversal Saúde. diagnóstico, na prevenção e no tratamento precoce.
Aproveitar o contexto para re-
forçar que existem diversas ques- 142
tões associadas a indicações de
medicamentos que não sejam re-
alizadas por um profissional qua-
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 142 17/07/22 10:04 D3-C
lificado. Entre elas cita-se, princi-
palmente, o conhecimento técni-
co sobre a ação do medicamento
e a condição clínica da pessoa.
Orientar os estudantes a fazer a
leitura dos textos indicados no
#FICA A DICA, Estudante que
abordam mais informações sobre
esse assunto.

142

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Comentários sobre
as atividades
2. Por seu caráter hereditário, os
Leia o trecho de uma reportagem que mostra os resultados de um estudo realizado com 179 genes alterados podem ter sido
pacientes com câncer de mama. Esses pacientes realizaram um teste genético para determinar as transmitidos a outras pessoas
características de seus tumores e a necessidade de realizarem sessões de quimioterapia.
da mesma família. Dessa forma,
os parentes de indivíduos que
apresentam alterações nos genes
Em dois terços dos casos, a recomendação inicial BRCA1, BRCA2 e CDH1 devem
mudou: 63% das mulheres que fariam químio tiveram cólon: de acordo fazer o teste preventivamente.
a indicação alterada para um tratamento isolado com com a Terminologia Identificar a presença desses
Anatômica
hormonioterapia, enquanto 3% que não fariam acabaram
Internacional passou a
genes pode levar a escolhas
descobrindo que essa era a melhor linha de ação para ser chamado colo; região antecipadas de estratégias que
subjugar o tumor. do intestino grosso. reduzam os riscos relacionados
Na prática, o exame evita que pacientes passem des- hormonioterapia: ao desenvolvimento de certos
necessariamente por uma terapia que não traria vantagem tratamento voltado para tipos de câncer.
e ainda poderia provocar reações adversas. Métodos seme- reduzir ou cessar a ação
lhantes começam a ser empregados para definir o melhor de certos hormônios 3. Essa atividade oportuniza o
que podem estimular o
tratamento contra tumores de cólon e próstata.
crescimento de células
exercício da linguagem oral
BRUM, Maurício; GUARNIERI, Caroline; BRESSAN, Valentina. Teste genético: tumorais no corpo. para o compartilhamento de
quando fazer? Veja Saúde, São Paulo, 21 fev. 2022. Disponível em: https://saude. informações, contribuindo com
abril.com.br/medicina/teste-genetico-quando-fazer/. Acesso em: 10 maio 2022.
o desenvolvimento da com-
petência geral 4. Orientar os
estudantes na realização desta
Outra aplicação dos testes genéticos está relacionada à avaliação do funcionamento de atividade. O objetivo é que co-
medicamentos em diferentes organismos. Em alguns casos, a eficácia de um medicamento pode nheçam como diferentes pessoas
estar associada ao DNA. Isso significa que seu uso pode trazer resultados mais expressivos para lidaram com a remoção das
algumas pessoas do que para outras, ou, ainda, provocar efeitos não desejados, dependendo do mamas, parcial ou totalmente,
conjunto de genes que cada um apresenta. Isso reforça a importância de se utilizarem medica- e como a realização de exames
mentos somente sob prescrição de profissionais de saúde capacitados. de diagnóstico é importante
para aumentar as chances de
1. Os testes genéticos podem ajudar os profissionais de saúde a cura do câncer.
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. prever doenças, a definir tratamentos e a prescrever e avaliar o
funcionamento de medicamentos.
1 Qual é a aplicação dos testes genéticos para a saúde?

2 Por que se recomenda que os familiares de primeiro grau de pessoas que apresentam alterações
nos genes BRCA1, BRCA2 e CDH1 também façam os testes genéticos capazes de detectar
essas alterações? Resposta nas Orientações para o professor.

3 A mastectomia (retirada das glândulas mamárias) pode ser sugerida por especialistas como
prevenção ao desenvolvimento do câncer de mama, quando um teste genético identifica alte-
rações em genes relacionados à doença. Também é uma das formas de tratamento, quando a
doença já se desenvolveu. Forme um grupo com seus colegas e pesquisem em sites confiáveis
depoimentos de pessoas que realizaram a mastectomia como tratamento do câncer de mama
e como lidaram com essa situação. Também pesquisem a importância de realizar exames pre-
ventivos para a identificação precoce desse tipo de câncer. Elaborem uma apresentação de
slides com os resultados da pesquisa. Resposta pessoal.

143

10:04 D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24.indd 143 17/07/22 10:04


#FICA A DICA, Estudante
O link a seguir traz informações sobre a automedi- A cartilha indicada no link a seguir traz recomen-
cação, como estatísticas brasileiras, riscos associados dações para que o uso de medicamentos seja feito
a essa prática e outras. de forma racional.
• AUTOMEDICAÇÃO é um hábito comum a 77% dos • BRASIL. Ministério da Saúde. Cartilha para a
brasileiros. G1, [s. l.], 13 maio 2019. Disponível em: promoção do uso racional de medicamen-
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/05/13/ tos. Brasília, DF: MS, 2015. Disponível em:
automedicacao-e-um-habito-comum-a-77percent https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carti-
-dos-brasileiros.ghtml. Acesso em: 8 jun. 2022. lha_promocao_uso_racional_medicamentos.pdf.
Acesso em: 28 jun. 2022.

143

D2-F2-2104-CIE-V9-U4-MP-112-145-G24_AV1.indd 143 22/08/22 17:14


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

O ASSUNTO É...
Explicar aos estudantes sobre
O ASSUNTO É...
as origens genéticas da popula-
ção brasileira, decorrente da co-
lonização do Brasil. Se possível, Somos todos iguais
convidar previamente o docente
de História para fornecer mais in- Somos todos seres humanos e temos os mesmos direitos
formações. e deveres. As diferenças que existem entre nós estão na nossa
Ressaltar que, mesmo com di- forma de pensar, nos nossos sentimentos e na nossa aparência.
ferenças em nossa aparência físi- Observe as imagens a seguir e compare a fisionomia das pessoas.
ca, somos muito semelhantes ge-
neticamente. Uma pesquisa fez
a análise comparativa do DNA
da população brasileira e revelou
uma mistura do material gené-
tico de ancestralidade africana,
europeia e ameríndia. Para saber
mais, recomenda-se a leitura da
reportagem indicada no #FICA A
DICA, Professor.

ALEX SILVA
[...]
Em um estudo de 1972 do
professor Richard Lewontin, da
Universidade de Harvard, nos Es-
tados Unidos, foram analisadas
proteínas no sangue de diferen-
tes populações.
Os resultados não mostraram
ROMAN SAMBORSKYI/SHUTTERSTOCK.COM

diferenças significativas do pon-


to de vista molecular para sepa-
rar raças humanas. Elaborado com base em: XAVIER,
Ana Augusta O. DNA dos brasileiros
Estudos subsequentes ajuda- carrega marcas da colonização.
ram a verificar que a sequência ComCiência: revista eletrônica de
jornalismo científico, Campinas, 9
base (as unidades que compõem nov. 2020. Disponível em: https://
a informação genética) no DNA www.comciencia.br/dna-dos-
humano é 99,9% idêntica, o que brasileiros-carrega-marcas-da-
colonizacao/.
esvaziou completamente o argu- ESCOBAR, Herton. Cientistas vão
mento de encontrar um parâme- desvendar receita genética do povo
brasileiro. Jornal da USP, São
tro confiável para definir raças. Paulo, 10 dez. 2019. Disponível
Apesar das diferentes fisionomias, somos muito seme-
[...] em: https://jornal.usp.br/ciencias/
lhantes geneticamente. Os gráficos a seguir apresentam a ciencias-da-saude/cientistas-querem-
Nos tempos modernos, ainda constituição genética da população brasileira.
desvendar-receita-genetica-do-povo-
brasileiro/. Acessos em: 10 maio
existe a derivada direta do con- 2022.
ceito de raça: racismo.
Sabemos as terríveis conse- 144
quências que isso teve para os
genocídios ferozes cometidos no
século 20.
D3-CIE-F2-2104-V9-U4-LA-G24_AV1.indd 144 19/07/22 09:07 D3-C
Como o físico Albert Einstein
dizia, “é mais fácil desintegrar
um átomo do que um preconcei-
to”, uma afirmação ainda atual.
[...]
BOVE, Lorenza Coppola. Racismo: como
a ciência desmantelou a teoria de que
existem diferentes raças humanas. BBC,
12 jul. 2020. Disponível em: https://www.
bbc.com/portuguese/geral-53325050.
Acesso em: 28 jul. 2022.

144

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Comentários sobre
as atividades
1. Aproveitar a oportunidade
para retomar alguns dos con-
O DNA do Brasil ceitos abordados na Unidade
O DNA da população brasileira é formado majoritariamente que estão relacionados com
por uma mistura do material genético de europeus, ameríndios a transmissão de caracterís-
(nativos do continente americano) e africanos. Os gráficos mostram ticas hereditárias. Pedir que
Europeus o perfil de ancestralidade de 10 000 brasileiros, agrupados de acordo formem trios e repitam a ati-
com a etnia autodeclarada, ou seja, foram as pessoas entrevistadas vidade, verificando se há um
que se autointitularam como brancos, negros ou pardos. Perceba, consenso entre as opiniões.
pela leitura dos gráficos, que em todos os grupos foram encontrados Conduzir a atividade de ma-
traços genéticos de europeus, africanos e ameríndios, com propor- neira que os estudantes sem-
ções diferentes.
pre tenham em vista o respeito
Este, e outros estudos, comprovam que a semelhança genética
às diferenças.
Africanos entre as pessoas de diferentes regiões é uma forte evidência de que
não existem raças na espécie humana, muito menos raças puras, 3. Essa atividade contribui com o
pensamento que já levou a humanidade a guerras. É importante desenvolvimento das compe-
ressaltar que, nesse sentido, qualquer tentativa de hierarquizar os tências gerais 5, 9 e 10, e da
seres humanos é uma construção social e não biológica. competência específica 8.
Você já ouviu as expressões “irmão por parte de mãe”, “irmã
por parte de pai” e outras semelhantes? Pois é, de certa forma,
Caso não seja possível a reali-
Ameríndios toda a humanidade tem algum parentesco. zação de um vídeo, orientar os
estudantes a apresentar os re-
sultados de suas entrevistas na
Ancestralidade genética Africana Europeia Ameríndia
forma de cartazes ou de pan-
fletos informativos, que de-
vem ser confeccionados com o
mesmo objetivo: conscientizar
as pessoas sobre a importância
de se respeitar e de se valorizar
a diversidade humana.

Branco Negro Pardo AVALIANDO


2. Porque os seres humanos são muito semelhantes geneticamente, Durante o desenvolvimento dos
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. sendo essas semelhanças entre pessoas de diferentes regiões fortes Temas, é possível avaliar os conhe-
evidências de não existirem raças na espécie humana. cimentos dos estudantes. Neste
1 Observe novamente as fotografias das pessoas. Com quem você mais se parece? Descreva as momento, sugerimos uma avaliação
características que considerou para estabelecer essa semelhança. Resposta pessoal.
que compreenda os conteúdos
2 Por que podemos dizer que não existem raças humanas? presentes em toda a Unidade 4, ao
longo da qual puderam desenvolver
3 Forme um grupo com seus colegas e criem um vídeo de conscientização voltado para a valorização
e o respeito à diversidade humana. Para a montagem do vídeo, realizem entrevistas com diferentes e mobilizar as habilidades EF09CI08
pessoas, pedindo que falem sobre o que sabem desse assunto. Vocês também podem usar imagens e EF09CI09. Ver orientações sobre
estáticas, cenas e textos. Finalizem o vídeo apresentando os motivos científicos que confirmam a não avaliações na página XLVIII deste
existência de raças humanas e o porquê de qualquer tipo de preconceito ser infundado. Compartilhem Manual do professor.
o vídeo no site da escola, nas redes sociais ou por meio de aplicativos de celular.
Resposta pessoal.

145

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#FICA A DICA, Professor


O link a seguir traz mais informações sobre as
pesquisas em desenvolvimento a respeito da cons-
tituição genética da população brasileira.
• ESCOBAR, Herton. Cientistas vão desvendar receita
genética do povo brasileiro. Jornal da USP, São
Paulo, 10 dez. 2019. Disponível em: https://jornal.
usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/cientistas-querem
-desvendar-receita-genetica-do-povo-brasileiro/.
Acesso em: 8 jun. 2022.
145

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BNCC NA UNIDADE

5
Competências
Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10
Específicas: 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 8
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI10

• EF09CI11

Temas contemporâneos
transversais
• Educação para valorização do multi-
EVOLUÇÃO
culturalismo nas matrizes históricas e
culturais brasileiras.
• Saúde

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas
contemporâneos transversais podem Existe uma grande diversidade de
seres vivos nos diferentes ecossistemas
ser desenvolvidos no trabalho com
do planeta. No entanto, a grande maio-
esta Unidade na seção BNCC na prá- ria das espécies que conhecemos atual-
tica da página LXIX deste Manual do mente não é a mesma que viveu na Terra
professor. há milhões de anos. Muitas foram extin-
tas, e sua existência no passado pode ser
comprovada por meio de fósseis, restos
preservados de seres vivos ou marcas
ORIENTAÇÕES deixadas por eles. O estudo dos fósseis,
DIDÁTICAS além de nos permitir conhecer espécies
que já habitaram nosso planeta, nos aju-
da a compreender como a vida se modi-
ABERTURA DE UNIDADE ficou ao longo do tempo, isto é, como se
deu a evolução dos seres vivos.
As páginas de abertura da Uni- Nesta Unidade estudaremos algu-
dade têm como objetivo desper- mas ideias evolucionistas, bem como
tar a curiosidade dos estudantes evidências desse processo. Também va-
a respeito dos estudos sobre os mos estudar como ocorre o surgimento
de novas espécies.
fósseis. Retomar o conteúdo es-
tudado em anos anteriores sobre
a formação dos fósseis em rochas
sedimentares.
Aproveitar as imagens para
COLECIONADORES DE OSSOS

valorizar a participação de mu-


lheres na produção científica.
Segundo o Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), no ano de
o de um fóssil de Megaraptor, um
2021, as mulheres constituíam Pesquisadoras brasileiras em escavaçã
nto, em Neuquén, Argentina, 2008.
43,7% das pesquisadoras, com 146 dinossauro de cerca de 8 m de comp rime

tendência de superar a quanti-


dade de homens até o final da
década. Entretanto, uma porcen- Pedir aos estudantes
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 146 que forneçam exemplos Se desejar, é possível sugerir a leitura das ma- 17/07/22 10:05 D3-C

tagem menor é coordenadora de de fósseis. É possível que os exemplos citados es- térias que relatam descobertas de fósseis, como
projeto de pesquisa, como a Dra. tejam relacionados com diferentes ossos. Nesse o do titanossauro, por exemplo, indicadas no
Aline Marcele Ghilardi, presen- caso, explicar que fósseis podem ser tanto partes #FICA A DICA, Estudante. Comentar que, na
te nas fotografias e atualmente de seres vivos, como os próprios ossos ou cau- descoberta reportada na primeira notícia indi-
professora adjunta de Paleonto- les fossilizados, quanto evidências de atividade, cada, os ossos pertencem à espécie Arrudatitan
logia no Departamento de Ge- como pegadas ou excrementos. maximus, que vivia há cerca de 85 milhões de
ologia da Universidade Federal Destacar que o estudo dos fósseis é contínuo e anos. Dizer que os titanossauros dessa espé-
do Rio Grande do Norte (UFRN), que novas descobertas podem alterar o conheci- cie apresentavam cerca de 22 metros, pescoço
em Natal. mento atual ou incluir mais informações sobre eles. e cauda longos e tinham hábitos herbívoros.

146

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Comentários sobre
2. Resposta pessoal. Professor, espera-se que os as atividades
estudantes mencionem as características visíveis,
como a similaridade de estruturas morfológicas. 2. Comentar que, às vezes, si-
1 Você conhece algum animal, ou milaridades morfológicas não
outro ser vivo, atualmente extinto, são suficientes para determi-
que viveu na Terra há milhões de nar parentescos. Explicar que,
anos? Converse com seus colegas.
em muitos casos, buscam-se
2 Os animais que conhecemos atual- também outras informações,
mente têm parentesco com animais como as semelhanças e as di-
extintos, e até os próprios animais ferenças entre as espécies no
extintos têm parentesco com outros material genético.
animais, também extintos, que vive-
ram antes deles. Por exemplo, o atual 3. Espera-se, com esse questiona-
elefante e o mamute compartilham mento, que os estudantes ex-
um ancestral, ou seja, um antepassa-

SRSPVL WITCH/SHUTTERSTOCK.COM
trapolem seus conhecimentos
do comum. Isso significa que esses
animais têm parentesco em termos prévios e criem novas conexões;
evolutivos. Como os pesquisadores as hipóteses apresentadas não
chegam a essas conclusões? precisam, neste momento, ser
3. Resposta pessoal. corretas cientificamente. Pedir
3 Elabore uma hipótese de como ocorre aos estudantes que registrem
o surgimento de novas espécies.
1. Resposta pessoal. Uma possibi- suas hipóteses em seus cader-
lidade de resposta são os nos e que as confrontem com
dinossauros. as informações apresentadas
adiante na Unidade sobre es-
peciação, avaliando se podem
ser corroboradas ou refutadas.
A validação das hipóteses pode
ser feita após o trabalho com
o assunto.

#FICA A DICA, Estudante


Para mais informações sobre
o estudo dos fósseis, sugere-se
acessar os links a seguir.
• MARTINS, Pedro. Pesquisadores
des­cobrem gênero de dinossauro
que viveu há 85 milhões de
anos no interior de SP. G1,
Ribei­rão Preto; Franca, 4 maio
COLECIONADORES DE OSSOS

2021. Disponível em: https://


g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-
franca/noticia/2021/05/04/
pesquisadores-descobrem-
genero-de-dinossauro-que-
Pesquisadora brasileira escavando um viveu-ha-85-milhoes-de-anos-
fóssil de
um titanossauro jovem, em Sousa (PB),
2014. 147 no-interior-de-sp.ghtml. Acesso
em: 22 jun. 2022.
• BULHÕES, Gabriela. Dinossauro
'sombra da morte': maior me­gara­
10:05 O ­fóssil encontrado desse animal, presente na
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 147 datação de rochas. Com as informações do tex-
17/07/22 10:05
ptor é descoberto na Argen­tina.
fotografia, era de um jovem titanossauro. Já so- to presente na abertura, é possível que eles res- Olhar Digital. São Paulo, 6 maio
bre o megaraptor, mencionar que, em 2022, na pondam sobre a possibilidade de conhecer seres 2022. Disponível em: https://
Argentina, foi descoberto o maior representante olhardigital.com.br/2022/05/06/
vivos que habitaram nosso planeta há milhões
desse animal até então encontrado, com cerca ciencia-e-espaco/dinossauro-
de anos, mas que já foram extintos. Aproveitar
de 9 a 10 metros de comprimento, que viveu há s o m b r a - d a - m o r t e - m a i o r-
cerca de 70 milhões de anos. para explicar que os fósseis também fornecem megaraptor-e-descoberto-na-
Questionar os estudantes sobre a importância informações sobre as alterações de condições argentina/. Acesso em: 29 jun.
de se estudarem os fósseis, além de permitirem a ambientais ao longo do tempo. 2022.

147

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 147 19/08/22 10:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

1
1. ORIGEM DA VIDA TEMA
Ao comentar sobre mitos, di-
zer que o termo, no contexto
apresentado no Livro do estu­
ORIGEM DA VIDA
dante, refere-se a uma narrativa
acerca de fenômenos que ocor- Desde há muito tempo, os seres humanos buscam e elaboram expli-
rem na natureza e que pode ser cações para os fenômenos que observam no mundo. Uma das questões
construída com elementos sobre- que sempre despertou curiosidade é a origem da vida.
naturais. Essa narrativa cos­tuma 1 Você conhece algum Ao longo da história, diversos povos criaram sua própria maneira
mito sobre a origem
ser transmitida oralmente entre de explicar como os seres vivos, ou especificamente os seres humanos,
dos seres humanos e
as gerações de determinado de outros seres vivos? surgiram no planeta Terra. Essas explicações, que se baseiam nos costumes
grupo, constituindo, assim, par- Converse com seus co- e nas crenças do povo que as criou, também são chamadas mitos e são
te das tradições e costumes de legas sobre o assunto. transmitidas entre as gerações, como parte da cultura de cada povo. O
um povo. Destacar que os mitos Resposta pessoal. trecho a seguir, sobre o mito de origem dos karajá, povo indígena com
2 Os mitos explicam
território distribuído entre estados da região Centro-Oeste e Norte do
fazem parte das manifestações os fenômenos na-
artísticas e culturais dos grupos Brasil, exemplifica isso.
turais com base nos
sociais e precisam ser respeitados costumes e nas cren-
O mito de origem dos Karajá conta que eles moravam numa aldeia,
e valorizados. Essa abordagem ças de um povo. No
no fundo do rio, onde viviam e formavam a comunidade dos Berahatxi
que se baseiam as
contribui com o desenvolvimen- Mahadu, ou povo do fundo das águas. […] Interessado em conhecer a
explicações cientí-
to da competência geral 3. ficas acerca desses superfície, um jovem Karajá encontrou uma passagem, […] na Ilha do
Solicitar que voluntários façam fenômenos? Bananal. Fascinado pelas praias e riquezas do Araguaia e pela existên-
a leitura em voz alta do trecho do Resposta pessoal. cia de muito espaço para correr e morar, o jovem reuniu outros Karajá
mito apresentado no Livro do e subiram até a superfície.
estudante sobre a origem dos Tempos depois, encontraram a
HÉLIO NOBRE

Karajá. Pedir que, após a leitura, morte e as doenças. Tentaram voltar,


a turma exponha, resumidamen- mas a passagem estava fechada, e
te, o que compreendeu do mito. guardada por uma grande cobra,
por ordem de Koboi, chefe do povo
Essa é uma oportunidade para
do fundo das águas. Resolveram
incentivar sua competência lei-
então se espalhar pelo Araguaia, rio
tora, avaliando a interpretação
acima e rio abaixo. Com Kynyxiwe,
­textual feita. o herói mitológico que viveu entre
A apresentação do mito de ori- eles, conheceram os peixes e muitas
gem dos Karajá é uma forma de coisas boas do Araguaia.
se trabalhar com o tema contem- Depois de muitas peripécias,
porâneo transversal Educação o herói casou-se com uma moça
para valorização do multicul­ Karajá e foi morar na aldeia do céu,
turalismo nas matrizes histó­ cujo povo, os Biu Mahadu, ensinou
ricas e culturais brasileiras. os Karajá a fazer roças.
LIMA FILHO, Manuel Ferreira. Karajá. Povos
Menina indígena do povo karajá, indígenas no Brasil. [S. l.], 20 jan. 2021.
na Aldeia Fontoura, Ilha do Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/
Povo:Karajá. Acesso em: 11 maio 2022.
Bananal (TO), 2007.

Comentários sobre 148


as atividades
1. Caso os estudantes conhe- tunizando o exercício do diálogo e da coo-
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 148 Ao realizar essa atividade, procurar destacar 17/07/22 10:05 D3-C

çam outras explicações, pedir peração. Conduzir a conversa de modo que características que distinguem mitos de expli-
que as compartilhem com a todas as explicações sejam respeitadas e va- cações científicas. Por exemplo, os mitos não
turma. Caso não conheçam lorizadas. podem ser testados quanto à sua veracida-
outros mitos, é possível so- de, nem corroborados ou refutados – o que
licitar que façam uma pes- 2. Os estudantes podem mencionar procedimen- é plenamente possível (e necessário) para a
quisa sobre a temática e que tos como observação, levantamento e análise construção de conhecimentos científicos. Os
compartilhem os resultados de dados coletados, levantamento e teste de conhecimentos científicos estão submetidos
encontrados na aula seguin- hipóteses, análise do resultado do teste, ela- a métodos que proporcionam sua constante
te. Se desejar, organizar essa boração de conclusões sobre os fenômenos construção, sendo revistos, reestruturados, re-
atividade em grupos, opor- estudados, entre outros. formulados ou corroborados.
148

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 148 19/08/22 10:06


• A Ciência é um empreendimen-
to humano que busca compre-
ender e explicar fenômenos que
ocorrem na natureza e no Uni-
Nos mitos estão incorporados os traços culturais de um povo: seus
conhecimentos, comportamentos, costumes e tradições. A cultura de verso por meio de procedimen-
cada grupo social apresenta suas próprias singularidades, que devem ser tos sistematizados adotados em
valorizadas e respeitadas. investigações científicas.
Além de compor narrativas culturais, a origem dos seres vivos • Os conhecimentos científicos
também é objeto de estudo da área de Ciências Naturais. Contudo, são baseados em fatos e sus-
diferentemente das explicações mitológicas, as explicações científicas tentados por evidências.
baseiam-se em procedimentos científicos típicos, que foram construídos, IMAGENS FORA AS CORES NÃO • Os conhecimentos científicos
testados e validados ao longo dos anos por diversos cientistas. DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.

não são estáticos e findados


em si mesmos, mas constante­
A construção do conhecimento mente revistos, podendo ser
refor­mulados, reiterados e até
científico ??
?

BENTINHO
futados, conforme o pro-
re­
??
Os conhecimentos científicos são construídos e per- ? gresso de novas pesquisas. Por
petuados por meio de pesquisas sobre os fenômenos que ? exemplo, em tempos antigos,
ocorrem na sociedade, no planeta e no Universo, a partir? ? acreditava-se na geração es-
de investigações científicas. É importante destacar ? ? que pontânea dos seres vivos. Com
não existe um método único e universal – cada pesquisa ? Observação e
questionamento o avanço dos estudos, verifi-
apresenta particularidades –, entretanto, os procedimentos cou-se que eles surgem de ou-
apresentados a seguir referem-se a etapas comuns a boa
tros seres existentes (assunto
parte das pesquisas.
estudado na Unidade).
As investigações científicas são orientadas por
perguntas ou problemas, os quais são levantados na • Os conhecimentos científicos se
comunidade científica a respeito de diversos fenômenos. relacionam ao contexto econô-
Esses questionamentos são formulados a partir de conhe- mico, político, cultural e social
cimentos que já existem e devem ser relevantes para a área do período em que se desen-
em estudo. Para responder a esses questionamentos, os volvem. Por exemplo, durante
pesquisadores podem elaborar hipóteses, que consistem a pandemia de covid-19, muitas
Levantamento
em explicações possíveis para a pergunta inicial; elas orien- pesquisas se voltaram a compre-
de hipóteses
tam as pesquisas. Ao longo da investigação, as hipóteses ender aspectos da doença.
são testadas, podendo, ao final dela, ser confirmadas
• A Ciência se desenvolve a partir
(quando verdadeiras) ou refutadas (quando falsas).
Para testar hipóteses, os pesquisadores coletam informa- da colaboração entre diferentes
ções e, posteriormente, as analisam. Portanto, as investigações pessoas (pesquisadores, técni-
contam com a coleta e a análise de dados, os quais auxiliam cos de laboratório, participan-
??
em um melhor entendimento do problema investigado. tes de pesquisa etc.), institutos
? ?
? de se coletar dados
Existem diversos locais e formas de pesquisa e universidades.
em pesquisas científicas. É possível, ?por exemplo, coletá-los Todos são importantes para o
em laboratório, no ambiente natural, em museus e em andamento das investigações
unidades básicas de saúde. Nesses locais, a coleta pode Coleta e análise
de dados científicas.
ocorrer por meio de entrevistas, utilizando-se gravadores
• A Ciência pode ser desenvolvida
de áudio ou vídeo; pela análise de imagens registradas por Representações de parte
por homens e mulheres de qual-
câmeras fotográficas ou desenhos; ou, ainda, pela leitura das etapas comuns às
de artigos e livros disponíveis em bibliotecas ou na internet. investigações científicas. quer condição social ou etnia.
Ao comentar as etapas da in-
149 vestigação científica, destacar
que não são todas as pesquisas
que as apresentam. Por exem-
10:05 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24_AV1.indd 149 sunto. Verificar se suas percepções iniciais se 08:37
19/07/22 en- plo, algumas pesquisas de cunho
quadram nos estereótipos midiáticos da Ciência qualitativo não dispõem de hi-
A construção do e da forma como ela se desenvolve, por exemplo, póteses a serem testadas, mas
conhecimento científico contam com objetivos a serem cum-
que as pesquisas são realizadas por uma só pes-
pridos ao longo da investigação.
Antes de iniciar o trabalho com esse assunto, soa, geralmente um homem branco e de idade
Destacar que os questiona-
perguntar o que os estudantes entendem por Ci- mais avançada. Esses estereótipos precisam ser mentos na etapa inicial orien-
ência. Pedir que listem palavras que associam ao suplantados ao longo da escolarização dos estu- tam as investigações em curso e
termo Ciência e solicitar que expliquem as asso- dantes. De modo a contribuir com esse processo, que, a partir deles, são definidas
ciações feitas. Essa dinâmica permite uma avalia- promover uma discussão sobre o assunto, consi- as formas de coleta e de análise
ção de seus conhecimentos prévios sobre o as- derando os seguintes pontos: de dados.
149

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Também explicar que os ques- Algumas formas de coleta envolvem o uso de instrumentos espe-
tionamentos podem ser formu- cíficos. Para coletar dados sobre a qualidade da água ou a composição
lados a partir da observação de do solo, por exemplo, é possível utilizar um instrumento para medir sua
fenômenos que ocorrem no am- acidez, outro para avaliar a presença e a concentração de certas substâncias
biente, da leitura dos resultados no meio, termômetros para averiguar a temperatura, entre outros. Além
obtidos em outras pesquisas da dessas práticas, há muitos outros modos possíveis de coleta de dados.
área, entre outras formas.
Ao comentar sobre as hipóte-

I. NOYAN YILMAZ/SHUTTERSTOCK.COM
ses, explicar que não é possível
fazer generalizações a partir da
corroboração de uma hipóte- IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.

se. Ou seja, sua validação se


restringe ao contexto em que a Os pesquisadores podem
pesquisa se desenvolveu – o que coletar dados direta-
??
não significa que? também será mente na natureza.
??
validada em ? contextos distintos. Avalon (Austrália),
2020.
Para verificar se ela será confir-
mada em outras situações, faz-se Após a coleta, é feita a análise dos dados. Os resultados obtidos
necessário o desenvolvimento de são interpretados com base nos conhecimentos já existentes, o que
novas pesquisas. possibilita a elaboração de conclusões. As conclusões de uma inves-
BENTINHO

Ao comentar sobre a divulga- tigação, no geral, revelam novos conhecimentos, que podem ou não
ção dos resultados de pesquisas, divergir daqueles já existentes. Também pode ocorrer sua complemen-
explicar aos estudantes que isso tação, reforçando-se o conhecimento anterior.
normalmente é feito a partir da Seja qual for o resultado, os novos conhecimentos precisam ser
publicação de artigos científicos
Interpretação compartilhados com a comunidade de cientistas ao redor do mundo, o
de resultados
que pode ser feito por meio da publicação em revistas, de palestras e de
em periódicos e revistas da área.
apresentações. Essa etapa é importante para que outros pesquisadores
Para tanto, o pesquisador preci-
possam ter acesso ao trabalho realizado e avaliar os resultados obtidos.
sa submetê-lo à avaliação, feita Também é fundamental que o conhecimento chegue à população, infor-
­pelos editores (também pesquisa- mando-a e possibilitando a reflexão e um debate mais amplo sobre
dores)? ? do periódico considerado. diversos assuntos, podendo até resultar em alterações de hábitos.
?
? ?A avaliação precisa ser feita por
?
mais de um editor, além de ser rea­

SEVENTYFOUR/SHUTTERSTOCK.COM
lizada às cegas. Ou seja, o(s) pes-
Elaboração de
quisador(es) responsá­ vel(is) pelo conclusões
artigo produzido não é(são) iden-
tificado(s), para garantir imparcia- Representações de
parte das etapas
lidade na avaliação. Os editores, comuns às investiga-
então, produzem um parecer, que ções científicas.
informa se o artigo está aprovado
(nesse caso, sem ou com correções Os cientistas devem sempre
a serem feitas) ou reprovado. discutir os dados cole-
tados e os resultados de
Muitos periódicos e revistas
suas pesquisas.
científicas são acessíveis de for-
ma gratuita pela população.
Contudo, sabe-se que seu aces-
150
so normalmente é feito por ou-
tros pesquisadores e membros
assunto, aproveitar para
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 150 destacar a possibilidade 17/07/22 10:05 D3-C
da própria academia. Então, de
modo a contribuir com a facili- de erros interpretativos por parte dos veículos de
tação do contato da população comunicação, gerando distorções dos resultados
com os resultados das pesquisas encontrados, o que abre espaço para a divulga-
desenvolvidas pela comunidade ção de fake news.
científica, faz-se importante sua A apresentação das etapas das investigações
divulgação pelos meios de co- científicas contribui com o desenvolvimento da
municação de massa. Sobre esse competência específica 2.

150

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A Ciência e a origem
A Ciência e a origem da vida da vida
Atualmente, sabemos que os seres vivos se originam de outros Este tópico contribui com o
seres vivos preexistentes, por meio da reprodução. No entanto, isso nem
desenvolvimento da compe­tên­
sempre foi uma certeza. No passado, embora se soubesse que seres
vivos se reproduziam, muitas pessoas acreditavam em outras formas de
cia geral 1 e da competência
geração de vida, por exemplo, na ideia de que larvas de insetos podiam específica 1.
surgir espontaneamente sobre corpos em decomposição. Ao explicar a geração es-
A ideia de que alguns seres vivos poderiam se originar de matéria pontânea, destacar sua im-
não viva é chamada geração espontânea, explicação que se originou portância histórica. Comentar
na Grécia antiga e se manteve por muitos séculos. que, por diversos séculos, essa
No século XVII, o médico italiano Francesco Redi (1626-1697) fez concepção se manteve vigente
um experimento para contestar a ideia vigente. Redi colocou pedaços de na sociedade, até que diversos
carne crua no interior de alguns recipientes de vidro, mantendo alguns estudos relativos à origem da
deles cobertos com tela e outros, abertos. Com o passar dos dias, ele
vida contribuíssem para ela ser
notou que havia larvas sobre os pedaços de carne que estavam nos
recipientes abertos, mas que nada aparecera sobre os pedaços de carne IMAGENS FORA AS CORES NÃO
refutada. Utilizar o assunto da
dos recipientes cobertos com tela.
DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.
página para explicar que os co-
nhecimentos científicos estão
Preparo do experimento Após alguns dias em constante construção.
Após apresentar o experi-
mento de Redi, solicitar aos
estudantes que o relacionem
RENAN LEEMA

Larvas de mosca
com algumas das etapas de
investigações científicas estu-
dadas. Por exemplo, a partir de
Pedaços de carne crua em Larvas de mosca crescendo sobre os
dois recipientes abertos. pedaços de carne em decomposição nos suas observações do mundo,
Telas
recipientes abertos. Redi levantou um questiona­
mento sobre a origem de larvas
em carnes em decomposição,
propondo a hipótese de que
as larvas não surgiam esponta-
neamente, mas surgiam a partir
da deposição de ovos de insetos.
Pedaços de carne crua em dois Carne em decomposição, sem larvas de
recipientes cobertos com tela. mosca, nos frascos cobertos com tela. Para testar essa hipótese, ele
Elaborado com base em: VIDA e educação em ciências. USP: e-disciplinas. [S. l.], [2019?]. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/mod/book/view.php?id=2434792&chapterid=20331. Acesso em: 19 maio 2022.
desenhou um experimento no
Representação do experimento de Redi: à esquerda, os frascos no início do qual uma tela impediria o con-
experimento; à direita, os mesmos frascos ao final do experimento. tato de insetos com a carne. A
Analisando os resultados, Redi chegou à conclusão de que as larvas partir desse experimento, ele
de mosca observadas na carne dos recipientes abertos surgiam de ovos coletou dados (as larvas não
colocados ali por moscas adultas. Isso não acontecia nos recipientes com apareceram sobre os pedaços de
tela, porque as moscas adultas não conseguiam alcançar a carne. Com carne que estavam no interior
base nisso, Redi argumentou contra a ideia de geração espontânea, dos recipientes coberto com as
demonstrando que as larvas eclodiam de ovos de mosca. telas, enquanto nos recipientes
descobertos, as larvas aparece-
151 ram) e os analisou. Em seguida,
ele interpretou resultados,
considerando que as larvas que
10:05 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 151 17/07/22 10:05
apareceram sobre os pedaços de
carne mantidos em recipientes
descobertos surgiram em de-
corrência da deposição de ovos
feita por moscas. Assim, ele
concluiu que as larvas não sur-
giam por geração espontânea.
Destacar que os conhecimentos
sobre a origem da vida foram
historicamente construídos.

151

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao comentar sobre os seres
microscópicos, mencionar aos Após o experimento de Redi, a comunidade científica passou a
es­tudantes que, embora lentes reconhecer que seres macroscópicos não poderiam surgir espontane-
amente. No entanto, a origem de seres microscópicos ainda não era
de aumento já existissem há bas-
completamente entendida. Um experimento que argumentou contra
tante tempo, os primeiros micros-
a geração espontânea de seres microscópicos foi o do microbiologista
cópios foram criados somente no e químico francês Louis Pasteur (1822-1895).
fim do século XVI, permitindo a Em seu experimento, Pasteur colocou um caldo à
observação da vida microscópica,

MICHAEL MARTEN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


base de carne no interior de frascos de vidro. O caldo
um mundo antes invisível para foi submetido à fervura por alguns minutos, para elimi-
a humanidade. nar microrganismos que pudessem já estar presentes.
Informar aos estudantes que Em seguida, usando fogo, Pasteur modelou o vidro,
hoje se sabe que a maior parte puxando cuidadosamente os gargalos e deixando-os
dos seres vivos existentes são mi- curvos e alongados como “pescoços de cisne”. Assim, o
ar podia entrar no frasco, mas certas partículas e micror-
crorganismos.
ganismos contidos nele ficavam retidos na curvatura do
Sobre o experimento de P­ asteur, gargalo. Ele, então, retirou o gargalo de alguns frascos,
ao citar o procedimento de fer- mas manteve outros intactos.
vura, explicar sobre o efeito da Pasteur observou que, nos frascos cujos gargalos
temperatura nos microrganismos. tinham sido removidos, a cor do caldo de carne se alterou.
Mencionar que, para muitas espé- Com essas observações, ele concluiu que microrganismos
cies, a alta temperatura é fatal, e presentes no ar entraram em contato com o caldo e,
a baixa temperatura pode levar a encontrando alimento, se multiplicaram. Já nos frascos
uma redução de seu metabolismo intactos, a cor do caldo nutritivo não se alterou, pois os
e até à morte. Ressaltar que exis- EDELFELT, Albert. Louis Pasteur. 1885. microrganismos não puderam entrar em contato com o
Óleo sobre tela, 158 cm x 130 cm. caldo, conforme a ilustração a seguir.
tem espécies de m ­ icrorganismos Paris, Musée d’Orsay.
capazes de sobreviver a condi- Preparo do experimento Após alguns dias
ções extremas, denominados ex­

RENAN LEEMA
tremófilos. Especificamente, aque- IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.

les capazes de sobreviver a faixas


AS CORES NÃO
elevadas de temperatura são cha- SÃO REAIS.

mados de termófilos. Caldo nutritivo Caldo nutritivo


intacto

# FICA A DICA
Frasco com
Saiba como, no passado, gargalo removido
estudiosos davam Caldo nutritivo
diversas receitas sobre alterado
geração espontânea, no
Elaborado com base em: MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto
link disponível em: http:// Alegre: Artmed, 2016. p. 16.
www.invivo.fiocruz.br/
Representação do experimento de Pasteur.
cienciaetecnologia/
o-misterio-da-geracao- Com base nos resultados do experimento, Pasteur pôde argumentar
3-pasteur-sobe-a- contra a ideia de geração espontânea de seres microscópicos: se os
montanha/. Acesso em:
11 maio 2022.
microrganismos pudessem surgir de forma espontânea, sua presença
também teria sido observada nos frascos mantidos intactos.

152

D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 152 17/07/22 10:05 D3-C

152

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Como teria surgido o
Como teria surgido o primeiro ser vivo? primeiro ser vivo?
Além do experimento de Pasteur, o aperfeiçoamento do microscópio e outros Ao iniciar o assunto, comen-
estudos contribuíram para que a ideia de que um organismo vivo se origina somente
tar que a idade do planeta Terra
de outro ser vivo ganhasse força. Entretanto, outra importante questão ainda per-
manecia: se todo ser vivo é originado de outro ser vivo, de onde teria se originado
é estimada em 4,5 bilhões de
o primeiro ser vivo da Terra? anos e que evidências sugerem
Existem diversas hipóteses que tentam responder a essa questão. Entre elas, que a vida nela surgiu há pelo
podemos destacar a hipótese formulada pelo bioquímico russo Aleksandr Ivanovich menos 3,5 bilhões de anos. Es-
Oparin (1894-1980) e pelo biólogo britânico John B. S. Haldane (1892-1964). Segundo sas evidências são os estroma-
esses cientistas, o primeiro ser vivo do planeta Terra teria surgido há bilhões de anos tólitos, rochas formadas como
pela combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva. resultado do metabolismo de
Essa hipótese considera que a atmosfera primitiva era composta por gás cianobactérias fotossintetizan-
metano (CH4), gás hidrogênio (H2), gás amônia (NH3) e água (H2O), na forma de tes. Sobre o assunto, ler o tre-
vapor ou em gotículas suspensas na atmosfera. A energia de descargas elétricas de
cho a seguir.
tempestades, que, então, eram muito frequentes, e a radiação solar teriam agido
sobre as moléculas dessas substâncias e alterado sua conformação, possibilitando a Para alguns cientistas, o re-
formação das primeiras moléculas orgânicas. gistro mais antigo de vida no
Essas moléculas teriam se acumulado inicialmente na água de poças à beira do planeta são assinaturas quí-
mar, formando aglomerados, que, com o passar do tempo, transformaram-se em micas que indicam a presen-
estruturas de metabolismo simples, capazes de absorver substâncias do ambiente. ça de organismos há cerca de
Da formação das primeiras moléculas orgânicas até o aparecimento dos primeiros 4 bilhões de anos. Porém, as
organismos, ou primeiras células, teriam se passado milhões de anos. Posteriormente, evidências mais confiáveis são
rochas formadas pela ação de
esses organismos se espalharam pelos mares primitivos.
microrganismos, mais preci-
samente pelas cianobactérias.
Moléculas orgânicas
São os estromatólitos, encon-
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO
Moléculas orgânicas são a base da composição dos seres vivos. De forma geral, trados em diferentes partes
são constituídas principalmente de átomos de carbono e de hidrogênio, como os do nosso planeta, inclusive no
carboidratos, as proteínas e os lipídios. Embora existam hipóteses sobre a origem Brasil. Os mais antigos datam
da vida que consideram que moléculas orgânicas tenham sido formadas a partir de 3,45 bilhões de anos e foram
de elementos do ambiente submetidos às descargas elétricas e à radiação solar, encontrados na região de Pilba-
as moléculas orgânicas iniciais eram muito mais simples do que os carboidratos, ra, oeste da Austrália. Curiosa-
as proteínas e os lipídios que conhecemos atualmente. mente, é também na Austrália,
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
em Shark Bay, onde se encon-
Molécula de Molécula de alanina, tram estromatólitos recentes
glicose, um um aminoácido. AS CORES NÃO – que são muito raros –, nos
SÃO REAIS.
carboidrato. quais se pode observar bolhas
C3H7NO2
C6H12O6
de oxigênio, tal qual teria acon-
tecido há bilhões de anos.
KELLNER, Alexander W. A. As evidências
C12H24O2 dos primeiros seres vivos. Ciência Hoje,
Carbono Nitrogênio
Rio de Janeiro, n. 363, mar. 2020.
Oxigênio Hidrogênio Molécula de ácido graxo láurico, um lipídio. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/
artigo/as-evidencias-dos-primeiros-seres-
Representação de moléculas, com um exemplo de carboidrato, um exemplo de lipídio e vivos/. Acesso em: 22 jun. 2022.
um exemplo de aminoácido. As proteínas são constituídas por aminoácidos.

153

10:05 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 153 17/07/22 10:05

153

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Entre as moléculas que o expe-
rimento de Miller e Urey foi ca- Os primeiros cientistas a testar a hipótese proposta por Oparin e Haldane foram
os estadunidenses Stanley Miller (1930-2007) e Harold Urey (1893-1981).
paz de gerar, é possível destacar
Eles criaram, em laboratório, um ambiente fechado em que simularam as con-
aldeídos, ácidos carboxílicos e
dições que se supunha terem existido na Terra primitiva, como mostra a ilustração.
aminoácidos.
3
Se julgar necessário, explicar Frasco com gases

EQUAD A SAAD/SHUTTERSTOCK.COM
+ Para simular as condições
metano, amônia _ de tempestades e raios
aos estudantes que, apesar de e hidrogênio, da hipótese, Miller e Urey
os resultados obtidos por M­ iller IMAGEM FORA além de vapor de aplicaram descargas
DE PROPORÇÃO.
água, simulando a 2 elétricas ao sistema.
e Urey em seu experimento rei- atmosfera da Terra
AS CORES NÃO
terarem a hipótese de Oparin SÃO REAIS. primitiva, segundo
4
Oparin e Haldane. O vapor era resfriado em
e Haldane, hoje sabe-se que o um condensador.
ambiente terrestre não era rico Frasco com
em hidrogênio, amônia e me- água aquecida.
1
O líquido condensado era
tano, como descrito por esses 5 coletado em outro frasco.
últimos cientistas, mas sim rico Elaborado com base em: SADAVA, David et al. Vida: a ciência da biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 62.
em dióxido de carbono e nitro- Representação do experimento de Miller e Urey.
gênio. Portanto, essa hipótese
Quando analisaram o líquido coletado, eles identificaram a presença de molé-
não pode ser entendida como culas complexas, que não estavam lá no início do experimento. Assim, Miller e Urey
válida para explicar a origem da constataram a formação de moléculas orgânicas que podem ter sido fundamentais
vida no planeta Terra, mas foi para a formação de células. O teste de hipótese efetuado por Miller e Urey foi muito
importante para instigar a con- importante, pois demonstrou ser possível a formação de moléculas complexas a partir
tinuidade das pesquisas realiza- da combinação de moléculas simples em condições adequadas.
das na comunidade científica Contudo, é importante ressaltar que estudos posteriores, como os que comparam
sobre o assunto. a composição da atmosfera dos planetas do Sistema Solar, indicam que as condições
primitivas da Terra podem ter sido diferentes daquelas propostas por esses cientistas,
Nas décadas seguintes à pro- portanto, saber como os seres vivos se originaram em nosso planeta ainda é uma
posição dessa hipótese, outras questão não resolvida, e novas hipóteses continuam a ser formuladas atualmente.
linhas de pensamento foram se
consolidando entre os pesquisa- Vida originada por cometas?
dores que estudam a origem da
vida na Terra. Para alguns pes- Há pesquisadores que têm como hipótese a ideia de que a vida na Terra pode
ter se iniciado de moléculas orgânicas simples presentes em cometas que colidiram
quisadores, por exemplo, a vida
com a Terra. Já na superfície terrestre, essas moléculas teriam sofrido alterações,
teria se originado a partir da ca- transformando-se em moléculas mais complexas, por causa da própria colisão do
pacidade de duplicação de uma cometa com a Terra e das condições presentes nos primórdios do planeta.
molécula de material genético. Uma das evidências para essa hipótese são as moléculas orgânicas encontradas
Para outros, a vida teria se ori- na superfície de meteoritos que caíram sobre a Terra. Essa hipótese foi refor-
ginado a partir de redes de rea- çada com a missão Rosetta, que pousou o robô Philae na superfície do cometa
67P/Churyumov-Gerasimenko, em 2016, e encontrou a presença de moléculas de
ções metabólicas relacionadas água, oxigênio e glicina, uma molécula orgânica essencial para a vida.
ao aproveitamento da energia. Apesar das evidências, essa hipótese ainda é alvo de grande debate científico
Para outra parte dos pesquisa- e necessita de mais estudos, assim como todas as hipóteses que se relacionam à
dores, a vida teria se originado origem da vida.
a partir da formação de peque-
nos compartimentos delimitados
ex­ternamente por membrana. 154
Também há aqueles que conside-
ram que todos esses fatores fo-
ram essenciais para o surgimento comprovar como a vida
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 154 se originou no planeta – 17/07/22 10:05 D3-C

da vida, e que, portanto, a vida o que é uma tarefa extremamente difícil. Boa parte
teria se originado a partir de to- das explicações consistem em hipóteses, as quais
dos eles, que teriam ocorrido de se encontram em fase de testes. De qualquer for-
forma simultânea nos primórdios ma, todas contribuíram (e ainda contribuem) para
do planeta. a ampliação do arcabouço de conhecimentos
existentes sobre o assunto.
Apesar das diferentes linhas
de pensamento existentes, ne-
nhuma delas ainda é capaz de

154

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da Ciência. Mencionar como
2. No passado, era aceita a hipótese da geração espontânea; no entanto, os resultados os costumes e a crença do
de investigações científicas possibilitaram compreender que os seres vivos têm origem povo Asteca, que faziam parte
de outros preexistentes. de sua cultura, influenciaram
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. na criação de mitos.
2. Ao trabalhar essa atividade,
1. Diversos povos elaboraram explicações sobre a explorar a relação entre Ciên-

ALLANDIER/BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA
origem do mundo, da humanidade e de outros cia e Tecnologia. Explicar aos
seres. Em um mito do povo Asteca conhecido estudantes que o avanço dos
como “Lenda dos cincos sóis”, os astecas contam conhecimentos científicos é
que existiram quatro eras anteriores à existência auxiliado pelo desenvolvimen-
deles. Cada uma dessas eras, também denomi- to tecnológico e vice-versa.
nadas sóis, foi governada por um deus ou uma
deusa. A divindade de cada sol deu origem a 3. A elaboração de hipóteses con-
uma população única de humanos, que acabou tribui com o desenvolvimento
devastada por uma catástrofe natural. No pri- da competência geral 2.
meiro sol, por exemplo, os humanos foram
c) Auxiliar os estudantes a
devorados por onças. O quinto e último sol foi
elaborar uma explicação que
governado por Nahui-Ollin, que deu origem à
população atual de seres humanos, a partir dos
possa ser testada e verificada
ossos do povo da era anterior. Veja a represen- (hipótese). É possível que di-
tação de Chalchiuhtlicue, deusa que governou gam que os ratos seriam pro-
o quarto sol asteca. 1. Resposta nas Orientações venientes de outros locais,
para o professor. pois eram atraídos pelo odor
Explicações mitológicas, como a que você
acabou de ler, seguem os mesmos princípios dos grãos e entravam nos jar-
utilizados pela Ciência? Justifique sua resposta. ros, que não estavam vedados
(tinham sua abertura apenas
Divindade asteca Chalchiuhtlicue, segundo o Codex
Borbonicus, um manuscrito desenvolvido na região que hoje encoberta com uma camisa).
corresponde ao México. Autoria desconhecida. [1507?]. Se julgar conveniente, pedir
2. Em tempos antigos, os recursos tecnológicos disponíveis para o desenvolvimento de
que planejem etapas de uma
pesquisas científicas eram diferentes dos atuais. Com o avanço dos estudos e da tec- investigação que permitisse
nologia, novas descobertas foram feitas, os conhecimentos científicos puderam ser realizar o teste de suas hipó-
aprimorados, e as explicações científicas sobre fenômenos cotidianos foram reformu- teses (por exemplo: como
ladas. Assim, muitas teorias elaboradas em séculos passados podem não ser válidas coletariam os dados? Como
para a comunidade científica atual, mas, naquele contexto histórico e social, elas analisariam esses dados? etc.).
eram amplamente aceitas. Relacione as informações anteriores com o histórico das No exemplo citado, poderiam
explicações científicas sobre a origem dos seres vivos, estudado neste Tema. dizer que preparariam dois ti-
3. No século XVII, o médico belga Jan Baptiste van Helmont (1580-1644) escreveu recei- pos de jarros, sendo um deles
tas para produzir animais vivos. Ele afirmava que, quando se colocava trigo em um completamente vedado com
jarro e se fechava esse jarro com uma camisa suja, um fermento proveniente da tampa e outro com a abertura
camisa, modificado pelo odor dos grãos, transformava o trigo em ratos e que o apenas encoberta com a cami-
tempo de surgimento dos ratos era de aproximadamente 21 dias. sa suja.
a) Que ideia está por trás dessa crença de Helmont, assim como da de outros estudiosos de
sua época? A ideia de geração espontânea de vida.
b) O que afirmava essa hipótese? Cite um exemplo.
c) Levante outra hipótese que explique o surgimento de ratos, considerando a forma com que
Helmont executou o experimento. Resposta pessoal.
3. b) Afirmava que alguns seres vivos podiam surgir espontaneamente de matéria não viva, inanimada.
Por exemplo, larvas de insetos podiam “surgir” sobre corpos em decomposição, de forma espontânea. 155

10:05 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


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ATIVIDADES
1. Explicações mitológicas são criações simbóli- ções científicas que, de forma geral, envolvem
cas que se baseiam nos costumes e nas crenças as etapas de: questionamento H levantamen-
do povo que as criou e são transmitidas entre to de hipóteses H coleta e análise de dados H
as diferentes gerações como parte da cultura interpretação de resultados H elaboração de
de cada povo. As investigações científicas, ao conclusões. Conversar com os estudantes so-
contrário, são construídas a partir de evidên- bre a importância de valorizar a cultura de di-
cias e desenvolvidas com base em investiga- ferentes povos, distinguindo-a dos princípios
155

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4. a) O aparecimento de larvas de
insetos em alimentos estraga-
dos, por exemplo, era uma si­ 5. c) A alteração da cor do caldo de carne é decorrente da multiplicação dos microrganismos presentes no ar que
entraram em contato com o caldo e encontraram condições favoráveis à sua reprodução.
tuaç­ão que poderia fazer com
que as pessoas acreditassem 4. Em séculos anteriores, uma das explicações aceitas pelas pessoas em relação à origem
no surgimento das larvas por dos seres vivos era denominada geração espontânea.
geração espontânea. Incenti- a) Cite uma situação que, no cotidiano daquela época, poderia contribuir para que as pessoas
var os estudantes a trazerem acreditassem nessa ideia.
outras ideias pertinentes, rela- b) Redi realizou um experimento que contestava a ideia da geração espontânea. Explique
cionadas aos costumes e à es- o experimento realizado por esse naturalista e as conclusões a que chegou.
4. Respostas nas Orientações para o professor.
trutura da época. 5. Observe as etapas do experimento de Pasteur.
b) Redi colocou pedaços de I. Pasteur observou que, nos frascos cujos gargalos tinham sido removidos, a cor do caldo de
carne crua no interior de al- carne se alterou. Nos frascos intactos, a cor do caldo nutritivo não se alterou.
guns recipientes de vidro, II. Pasteur colocou um caldo à base de carne no interior de frascos de vidro.
mantendo alguns deles co- III. Pasteur modelou o vidro, puxando os gargalos e deixando-os curvos e alongados como
“pescoços de cisne”.
bertos com uma tela e ou-
IV. Pasteur, então, retirou o gargalo de alguns frascos, mas manteve outros intactos.
tros, abertos. Com o passar
V. O caldo foi submetido à fervura por alguns minutos, para eliminar microrganismos que pudes-
dos dias, Redi percebeu que
sem já estar presentes.
surgiram larvas sobre os pe-
a) Coloque as etapas do experimento na ordem correta. II, V, III, IV, I.
daços de carne que estavam
b) Qual etapa do experimento foi feita para que o ar pudesse entrar no frasco, enquanto
nos recipientes abertos, mas microrganismos e outras partículas ficariam retidos na curvatura do gargalo? III.
que nada aparecera sobre os c) O que significa a alteração da cor do caldo de carne?
pedaços de carne dos reci-
pientes cobertos. Analisando 6. Miller e Urey foram os primeiros cientistas a testar a hipótese proposta por Oparin e
o que observou, Redi chegou Haldane. Analise as afirmativas a seguir sobre o experimento que Miller e Urey realiza-
ram e corrija as falsas.
à conclusão de que as larvas
I. Miller e Urey criaram, em laboratório,
de mosca observadas na car-

RICHARD BIZLEY/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


um ambiente fechado em que simula-
ne dos recipientes abertos ram as condições que se supunha terem
surgiam de ovos colocados ali existido na Terra primitiva.
por moscas adultas e que isso II. Para simular as condições de tempes-
não acontecia nos recipien- tades e raios da hipótese, Miller e Urey
tes fechados, porque, neles, aqueceram a água e forneceram des-
as moscas não conseguiam cargas elétricas ao sistema.
entrar. Ou seja, as larvas eclo- III. Quando analisaram o líquido coletado,
diam de ovos de mosca, não Miller e Urey identificaram a presença de
moléculas complexas, que não estavam lá
surgiam de forma espontâ- no início do experimento. Assim, consta-
nea, como se acreditava. taram a formação de moléculas orgânicas
5. Questionar os estudantes sobre fundamentais para a formação de células.
qual foi a principal contribuição IV. O teste de hipótese efetuado por Miller
do experimento de ­Pasteur às e Urey foi muito importante, pois o
resultado obtido por eles é uma prova Representação artística de como seria a Terra por
ideias da época sobre a origem de que a hipótese de Oparin e Haldane volta do período de sua formação, há 4,6 bilhões
da vida. É esperado que di­gam está correta. de anos.
que, com seu experimento,
­Pasteur concluiu que microrga­ 7. Em relação às ideias de Oparin e Haldane sobre a origem do primeiro ser vivo no planeta
Terra, responda. 6. Resposta nas Orientações para o professor.
nis­mos surgem de outros pre-
existentes, não de maneira a) Para esses pesquisadores, qual teria sido a constituição da atmosfera terrestre primitiva?
espontânea, como se pensava. b) Como teria sido a formação das primeiras moléculas orgânicas?
c) Como o primeiro ser vivo teria surgido a partir das primeiras moléculas orgânicas?
6. I, II e III estão corretas. 7. Respostas nas Orientações para o professor.
 IV: o teste de hipótese efetua-
do por Miller e Urey foi muito 156
importante, pois o resultado
que obtiveram demonstrou ser
possível a formação de molécu- a) Segundo as suposições
7. D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 156 da época, nos pri- c) As primeiras moléculas orgânicas teriam 17/07/22 10:05 D3-C

las complexas a partir da com- mórdios do planeta, a atmosfera terrestre se acumulado inicialmente na água de poças
binação de moléculas simples. seria composta de gás metano (CH4), gás hi- à beira do mar, formando aglomerados que,
Contudo, tais resultados não drogênio (H2), gás amônia (NH3) e água, na com o passar do tempo, se transformaram em
confirmam a hipótese levan- forma de vapor ou em gotículas suspensas. estruturas de metabolismo simples, capazes
tada por Oparin e Haldane, já b) A energia de descargas elétricas de tem- de absorver substâncias do ambiente. Da for-
que atualmente se sabe que as pestades, que eram muito frequentes, e a mação das primeiras moléculas orgânicas até
condições primitivas da Terra radiação solar teriam agido sobre os gases da o aparecimento dos primeiros organismos, ou
foram diferentes daquelas ini- atmosfera terrestre primitiva e alterado sua primeiras células, teriam se passado milhões
cialmente propostas por esses composição, permitindo a formação das pri- de anos. Posteriormente, esses organismos se
cientistas. meiras moléculas orgânicas. espalhariam pelos mares primitivos.
156

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
TEMA 1. O bicudo se alimenta de sementes, o
beija-flor-rajado, de néctar, o pica-pau- 2. EVOLUÇÃO DOS

EVOLUÇÃO -de-cabeça-amarela, de larvas de insetos


e a águia-cinzenta, de carne de animais.
SERES VIVOS
Iniciar a aula pedindo à turma
DOS SERES VIVOS que analise as fotografias pre-
sentes no Livro do estudante
2. Resposta pessoal. Professor, conversar com os estudantes sobre a e que cite o que distingue as
forma como chegaram às suas respostas.
espécies de aves apresentadas.
Observe as imagens de algumas aves e, nos detalhes ampliados, seus bicos. É esperado que os estudantes
apontem as diferenças de ta-
manho, forma da cabeça, cor
MARCUSVDT/SHUTTERSTOCK.COM

EDUARDO MENEZES/SHUTTERSTOCK.COM
das penas e, conforme destaca-
do, formato dos bicos. Solicitar
que levantem hipóteses sobre
os hábitos alimentares das dife-
80 cm 27 cm rentes aves representadas, con-
siderando os formatos de seus
Águia-cinzenta Pica-pau-de-cabeça-amarela bicos, oportunizando seu en-
(Urubitinga coronata). (Celeus flavescens). volvimento com práticas cientí-
ficas. Registrar as hipóteses dos
LEONARDO MERCON/SHUTTERSTOCK.COM

WILFRED MARISSEN/SHUTTERSTOCK.COM

estudantes na lousa, para que


possam corrigi-las após a rea-
lização da atividade oral 2 do
Livro do estudante. Essa e as
16 cm
15 cm demais atividades orais podem
ser realizadas depois dessa bre-
Bicudo (Sporophila Beija-flor-rajado ve dinâmica inicial.
maximiliani). (Ramphodon naevius).

1 Analise o formato do bico de cada uma das aves apresentadas e associe-o a um desses hábitos alimenta-
res: sementes com envoltório duro, que precisa ser quebrado; néctar escondido no fundo das flores; larvas
de insetos que vivem dentro do tronco de árvores; e carne de animais, que precisa ser cortada e dilacerada.

2 Em que você se baseou para responder à questão anterior?

3 Há uma grande diversidade de formatos de bico entre as aves. Em muitos casos, eles podem ser es-
pecializados na obtenção de determinados alimentos, como exemplificado pelas aves presentes nas
fotografias. Considerando essas informações, duas pessoas elaboraram diferentes explicações para
essa diversidade. Acompanhe.
I. O formato do bico foi se modificando devido ao seu uso contínuo para determinada alimentação
disponível no ambiente.
II. Cada ambiente possibilitou que espécies de aves com características vantajosas sobrevivessem e
se reproduzissem.

O que você achou dessas explicações? Concorda com alguma delas? Ou discorda das duas? Existiria uma
terceira explicação possível? Converse com seus colegas sobre isso.

3. Resposta pessoal. Professor, no momento não é esperado que os estudantes identifiquem qual dessas
explicações é mais aceita atualmente, mas que pensem sobre o assunto e debatam suas ideias. 157

10:05 Comentários sobre as atividades


D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 157 dos tucanos, que permite que essas aves que já têm sobre as aves apresentadas,
17/07/22 10:05

se alimentem de diferentes frutos. Se de- e outros podem não conseguir fazer o


1. Perguntar também se eles conhecem sejar, solicitar que façam uma pesquisa que se pede. Destacar que, nos estudos
outros tipos de bicos associados a dife- sobre outros formatos de bico de aves e científicos, a observação é importante
rentes hábitos alimentares. Entre os pos- suas adaptações aos respectivos hábitos para o desenvolvimento de hipóteses.
síveis exemplos, temos o bico dos flamin- alimentares.
gos, capaz de filtrar pequenas partículas 3. Sugere-se que, antes da realização des-
de alimento presentes na água, o bico 2. Alguns estudantes podem ter facilidade ta atividade, os estudantes sejam in-
das garças, que funciona como uma lan- em fazer as associações, outros podem centivados a elaborar explicações sobre
ça para conseguir pescar peixes, e o bico fazer isso com base em informações o fenômeno observado.

157

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao comentar sobre a história
Nos diferentes ecossistemas da Terra, encontramos uma grande
do pensamento evolutivo, dizer diversidade de seres vivos que podem apresentar muitas semelhanças
que, durante muito tempo, a vi- entre si, mas também muitas diferenças.
são do fixismo era predominan- Vamos considerar apenas as aves. Elas têm muitas semelhanças,
te. A preocupação dos fixistas como a presença de bico, penas e asas, mas essas estruturas não são
não era explicar as diferenças todas iguais. Observe novamente as fotografias da página anterior. Se
entre os seres vivos, mas definir analisarmos detalhadamente o formato do bico das aves, podemos rela-
cioná-lo a diferentes hábitos alimentares.
e classificar as espécies que ha-
Como surgiram essas diferenças? E quanto às outras diferenças
bitavam o planeta. Existiam duas entre os seres vivos, qual será sua origem? Qual será a origem da biodi-
principais vertentes dessa cor- versidade da Terra?
rente de pensamento: a primeira Há tempos essas questões são objeto da atenção de estudiosos inte-
acreditava que uma espécie era ressados em compreender a evolução das espécies por meio de pesquisas
definida pelo seu conjunto de sobre as modificações que ocorreram nos seres vivos ao longo do tempo.
características (assim, um cava- Nem sempre se pensou que as espécies evoluíssem. No passado,
muitos naturalistas acreditavam que elas fossem imutáveis, o que é deno-
lo seria considerado um cavalo
minado fixismo. O filósofo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C.,
por possuir quatro patas, rosto por exemplo, era fixista; ele acreditava que os organismos vivos teriam
alongado etc.); a outra vertente se originado da forma como eram vistos no ambiente.
considerava que o ser vivo era de- Atualmente, a evolução das espécies é aceita pela comunidade
finido por um "molde interno", científica, pois muitas evidências de parentesco entre os seres vivos são
uma "essência" que era passada conhecidas, como a existência de fósseis e as similaridades que compar-
entre as gerações e que garan- tilham em seu material genético. Observe nas imagens os fósseis de dois
ancestrais e o esquelo do cavalo atual.
tia a semelhança entre seres da
mesma espécie. Aproveitar esse NATURAL HISTORY MUSEUM, LONDON/ALAMY/FOTOARENA DAVID STARNER/ CC-BY-3.0 DORLING KINDERSLEY/UIG/BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA

exemplo para perguntar, dados


os conhecimentos atuais, o que
poderia ser essa "essência". É es-
perado que os estudantes asso-
ciem esse fator, que era transmi-
tido entre gerações, ao material
genético dos seres vivos. Então,
retomar alguns conceitos relacio- Esqueleto fóssil de animal do gênero Esqueleto fóssil do gênero Mesohippus. Esqueleto de um cavalo do gênero
nados à hereditariedade, estuda- Hyracotherium. Esse animal media Esse ancestral do cavalo, que tinha Equus, o cavalo moderno, animal
cerca de 60 cm de comprimento e é cerca de 90 cm de comprimento, viveu que tem em média 2,4 m de
dos na Unidade 4.
o mais antigo ancestral conhecido entre 37 e 32 milhões de anos atrás, comprimento.
Comentar que o fixismo foi, do cavalo. aproximadamente.
aos poucos, suplantado pelo evo- Desde a época de Aristóteles, ao longo da história das Ciências
lucionismo, por causa da contri- Naturais, diversas descobertas contribuíram para que se propusesse a
buição de vários pesquisadores. ideia de que os seres vivos não poderiam ser imutáveis, ou seja, que eles
Atualmente, diversas evidências mudariam ao longo do tempo.
sustentam a evolução biológica, O primeiro naturalista a propor uma teoria da evolução dos seres
como será estudado adiante na vivos foi o francês Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet (1744-1829),
Unidade. conhecido como cavaleiro de Lamarck.

Solicitar aos estudantes que 158


comparem os esqueletos dos
fósseis apresentados na página
com o esqueleto do cavalo atual.
Ao trabalhar a história do pensamento evo-
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 158 17/07/22 10:05 D3-C
Comentar que o Hyracotherium
lutivo, buscar evidenciar a Ciência como empre-
viveu entre 55 e 45 milhões de
endimento humano e a construção gradual dos
anos atrás. Mencionar que exis-
conhecimentos científicos. Esse assunto e essa
tem outros fósseis conhecidos
abordagem desenvolvem a competência espe­
após o Hyracotherium e anterio-
cífica 1 e a competência geral 1.
res ao Equus. Neste momento,
é importante os estudantes se
atentarem aos milhões de anos
que separam um fóssil do outro.

158

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Ao explicar o uso e desuso,
questionar os estudantes sobre
­situações em que ele efetivamente
ocorre. É possível que eles asso-
ciem esse conceito com os múscu-
los, pois, quando são exerci­tados,
tendem a se desenvolver e, quan-
do são pouco utilizados, tendem
a atrofiar. Então, incentivar uma
As principais ideias evolucionistas discussão sobre as limitações dessa
de Lamarck ideia. Para isso, retomar os concei-
Lamarck defendia a ideia de que a superfície terrestre teria sofrido tos de genótipo e fenótipo discuti-
grandes modificações ao longo do tempo, de modo que os seres vivos atuais dos na Unidade 4. Relembrar que
teriam se adaptado a elas. Para Lamarck, a transformação dos seres vivos a influência do ambiente sob uma
dependeria de dois fatores: o tempo e as condições ambientais. característica se limita ao que está
Em relação ao tempo, ele afirmava que cada espécie atual teria seguido codificado nos genes de um ser
o próprio caminho na evolução e, se no presente existem espécies mais vivo. Assim, propiciar a conclusão
simples e espécies mais complexas, isso seria explicado pelo tempo decorrido de que nem todas as característi-
desde a origem de cada uma delas até os dias atuais. Dessa forma, espé- cas são influenciadas pelo uso e
cies mais simples teriam surgido mais recentemente e, portanto, teriam se desuso e, para as que são, as modi-
modificado em menor proporção em relação às espécies mais complexas,
ficações ocorrem dentro de limites
que teriam surgido em tempos mais remotos e tido, portanto, mais tempo
determinados pelo genótipo.
para acumular adaptações.
Também é possível incentivar
Em relação às condições ambientais, Lamarck propunha que os
organismos se diversificavam em consequência de influências do
os estudantes a identificarem li-
ambiente e que essas novas características poderiam ser transmi- mitações da herança dos carac-
tidas para os descendentes, na reprodução, manifestando-se nas teres adquiridos. Destacar que
gerações seguintes. Lamarck se baseava em duas explicações: a as características adquiridas por
lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos. um indivíduo não são necessaria-
A lei do uso e desuso afirmava que uma estrutura do corpo mente transmitidas aos seus des-
de um ser vivo que fosse muito utilizada se desenvolveria, enquanto cendentes, pois, se um indivíduo
uma estrutura que fosse pouco utilizada se atrofiaria. Por sua vez, a adquirir modificações em suas
lei da herança dos caracteres adquiridos afirmava que as carac - células somáticas, elas não serão
terísticas resultantes do uso ou do desuso de uma estrutura do corpo transmitidas aos descendentes.
.COM

seriam transmitidas aos seus descendentes. É importante ressaltar que o


STOCK

Essas ideias explicariam, por exemplo, o longo pescoço das exemplo do pescoço das gira-
T T ER

girafas da seguinte forma: no passado, as girafas não teriam um


/SHU

fas foi apresentado apenas para


BLUEORANGE STUDIO

pescoço tão comprido. Para se alimentarem, precisavam esticá-lo


ilustrar as ideias propostas por
para alcançar a folhagem das árvores mais altas. Ao longo de sua
Lamarck.
vida, o pescoço dessas girafas teria ficado mais longo – lei do uso
e desuso – e essa característica teria sido passada aos seus filhotes,
que já nasciam com o pescoço mais alongado – lei da herança dos
caracteres adquiridos. Assim, o pescoço das girafas teria ficado mais
longo a cada geração, resultando no tamanho atual. 5m

Girafa (Giraffa camelopardalis) comendo as folhas


de uma árvore no Parque Masai Mara, Quênia.

159

10:05 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 159 Explicar que não era novo o pensamento de que
17/07/22 10:05

as espécies poderiam se alterar com o tempo. Filó-


As principais ideias evolucionistas sofos da Grécia Antiga já especulavam sobre essa
de Lamarck possibilidade, e botânicos, como Lineu, já tinham
observado que novas espécies de plantas pode-
A partir desse tópico, são apresentados conte- riam ser produzidas por meio da hibridização. No
údos que embasam o trabalho com a habilidade entanto, até o século XIX, poucos naturalistas se
EF09CI10. opunham ao fixismo. Dessa maneira, ao propor a
Procurar, ao longo desse tópico, destacar o con- primeira teoria geral sobre o processo evolutivo,
texto histórico no qual a teoria de Lamarck foi pro- Lamarck trouxe grandes contribuições para o pen-
posta, para, assim, valorizar as suas conclusões. samento científico da época.
159

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 159 19/08/22 10:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O evolucionismo de
Darwin e Wallace O evolucionismo de Darwin e Wallace
Este tópico dá continuidade à Posteriormente a Lamarck, outras explicações para a origem das
espécies foram propostas. Entre elas, destaca-se a teoria da evolução
apresentação de conteúdos que
por meio da seleção natural, proposta por estudos independentes de
embasam o trabalho com a habi- Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913), ambos
lidade EF09CI10. britânicos. Embora tenham trabalhado separadamente, Darwin e Wallace
Se possível, procurar explorar chegaram a ideias semelhantes em relação à evolução das espécies.
mais a viagem de Darwin a b ­ ordo Em 1831, Darwin, com 22 anos de idade, recebeu uma proposta do
do H. M. S. Beagle. Para isso, com­ capitão Robert FitzRoy para uma expedição ao redor do mundo a bordo
partilhar com os estudantes as do navio inglês H. M. S. Beagle.
informações presentes no texto arquipélago: conjunto Partindo da Inglaterra, o navio chegou à América do Sul, passando
de ilhas próximas umas por alguns pontos do continente, inclusive o Brasil, onde visitou os arqui-
sugerido no #FICA A DICA, Pro­
das outras. pélagos de São Pedro e São Paulo (PE) e de Fernando de Noronha
fessor. Outra possibilidade para
(PE), além dos municípios de Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). Em
enriquecer o trabalho com o as-
seguida, navegou rumo a outras localidades, como Patagônia (Argentina)
sunto é convidar o docente de Ge- e Ilhas Galápagos (Equador). Então, cruzou o oceano Pacífico até a Nova
ografia para uma aula conjunta, Zelândia e a Austrália e atravessou o oceano Índico. Contornando o
que pode fornecer mais informa- Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, aportou novamente no Brasil
ções sobre os países e continentes e retornou à Inglaterra, aonde chegou em 1836.
visitados por Darwin. Caso opte
por essa possibilidade, durante o A viagem do H. M. S. Beagle pelo mundo (1831 a 1836)
planejamento desta aula, reservar

VESPÚCIO CARTOGRAFIA
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
um tempo para a fala do docente Círculo Polar Ártico

convidado. GRÃ-
-BRETANHA
EUROPA
Falmouth
Plymouth
(20-2-1836)
AMÉRICA (10-2-1831)
ÁSIA
DO NORTE AÇORES
OCEANO
Trópico de Câncer ATLÂNTICO

CABO OCEANO
OCEANO VERDE
ÁFRICA PACÍFICO
PACÍFICO ILHAS
Equador GALÁPAGOS OCEANO

ASCENSÃO ÍNDICO ILHAS
AMÉRICA COCOS
TAITI
DO SUL Bahia MADAGASCAR
Trópico de Capricórnio MAURÍCIO OCEANIA
Rio de Janeiro Cidade
Valparaíso do Cabo Sydney
Meridiano de

Montevidéu Cabo da Boa Hobart


Greenwich

Bahía Blanca Esperança NOVA


PATAGÔNIA
ZELÂNDIA
ILHAS MALVINAS
Estreito de Magalhães
Cabo Horn
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 2470
Rota do Beagle

Fonte dos dados: CHARLES Darwin: 1809-2009: introdução ao estudo da evolução biológica. Universidade Estadual Paulista "Júlio
Mesquita Filho". Assis, 2009. Disponível em: http://www2.assis.unesp.br/darwinnobrasil/evolucao.htm. Acesso em: 11 maio 2022.

Essa viagem, que durou 5 anos, foi muito importante para que
Darwin elaborasse suas ideias evolucionistas, pois ele pôde observar
diferentes ambientes e seus organismos ao redor do mundo, além de
coletar fósseis de animais que o fizeram refletir sobre as semelhanças e
as diferenças entre as espécies encontradas naquela época.

160

D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 160 17/07/22 10:05 D3-C


#FICA A DICA, Professor
Para saber mais sobre a viagem do H. M. S. Bea-
gle, acessar:
• GUIMARÃES, Maria. A origem da polêmica: expo­
sição em São Paulo mostra a trajetória de Darwin
até a teoria da evolução. Pesquisa Fapesp, São
Paulo, n. 136, jun. 2007. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/a-origem-da-polemica/.
Acesso em: 22 jun. 2022.

160

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ORIENTAÇÕES
4. As populações de tentilhões dispunham de diferentes tipos de alimento nas respectivas ilhas que habitavam.
Por isso, utilizavam seus bicos de maneiras distintas para se alimentar, o que modificou seu formato conforme DIDÁTICAS
o alimento ingerido (uso e desuso). Essa característica foi transmitida às gerações seguintes (herança dos
caracteres adquiridos), até que o bico de cada população de tentilhão
Os tentilhões de Darwin apresentasse formato único. Os tentilhões de Darwin
Uma coleta especialmente importante feita por Darwin durante a Mencionar que o arquipélago
viagem foi a de algumas aves conhecidas como tentilhões, encontradas de Galápagos é formado por
nas Ilhas Galápagos, arquipélago pertencente ao Equador. Ele observou diferentes ilhas e explorar as di-
que os tentilhões possuíam diferentes formatos de bicos e que cada ilha
ferentes espécies de tentilhões
do arquipélago apresentava tentilhões com características próprias.
que Darwin observou nas ilhas
de Galápagos. Aproveitar para

THE PRINT COLLECTOR/GETTY IMAGES


retomar a situação inicial do
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
Tema 2 do Livro do estudante,
sobre a relação do formato dos
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. bicos das espécies de aves apre-
sentadas com seus respectivos
hábitos alimentares.
Destacar que todas as espé-
Geospiza magnirostris
Geospiza fortis cies de tentilhões observadas
possuem um ancestral comum.

Geospiza parvula
Certhidea olivasca
[ILUSTRAÇÃO de bicos de diferentes espécies de tentilhões]. In: DARWIN,
Charles. Journal of Researches into the Natural History and Geology of
the Countries Visited During the Voyage of H. M. S. Beagle Round World.
London: John Murray, 1845. p. 379.

Quando Darwin voltou à Inglaterra, um ornitólogo, John Gould ornitólogo: profissional


(1804-1881), encarregado de analisar os exemplares de tentilhões cole- especializado no estudo
de aves.
tados, afirmou que as aves eram de espécies distintas.
Com base nessa informação, em suas ideias e nas observações
realizadas ao longo da viagem, Darwin supôs que todas as espécies de
tentilhões das Ilhas Galápagos teriam surgido de uma única espécie ances-
tral, que ele chamou de ancestral comum, proveniente do continente.
Ou seja, no passado distante, uma pequena população de tentilhões teria
colonizado as diferentes ilhas do arquipélago de Galápagos, mas, com
o passar do tempo, por causa do isolamento das ilhas e das diferentes
condições ambientais que apresentavam, os tentilhões acabaram por
divergir bastante, a ponto de se tornarem espécies distintas.

4 Utilizando as ideias de Lamarck, explique a diversidade de bicos de tenti-


lhões observada por Darwin.

161

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161

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Parentesco entre Parentesco entre as espécies
as espécies Segundo Darwin, o surgimento de espécies distintas de um ancestral comum
A forma de representação grá- teria ocorrido com todos os seres vivos existentes na Terra, isto é, todas as espécies
vivas teriam algum parentesco. Assim, as diferentes espécies teriam surgido a partir
fica da relação entre as espécies
de ancestrais que se modificaram ao longo do tempo.
A, B e C e seu ancestral comum
De acordo com as ideias de Darwin, seres vivos mais semelhantes entre si apre-
é chamada de cladograma. Em sentam parentesco mais próximo, enquanto seres vivos menos semelhantes entre si
respeito ao momento escolar dos apresentam parentesco mais distante. Observe o esquema a seguir.
estudantes, os cladogramas não
serão apresentados. Neste mo- Espécie C
Ancestral comum
mento, o objetivo desse diagra- Espécie B

ma é representar as ideias evolu- Espécie A


cionistas de Darwin e Wallace.
Diagrama hipotético da relação de três espécies e seu ancestral comum.
No entanto, é importante que
os estudantes compreendam as No diagrama, estão representadas três espécies aparentadas, A, B e C, assim
relações entre as espécies que como seu ancestral comum, ou seja, a espécie a partir da qual as outras três divergi-
estão representadas. Para isso, ram. Considerando que a passagem do tempo está representada da esquerda para
reproduzir a figura do Livro do a direita, as espécies que se separaram no diagrama mais recentemente, A e B, têm
estudante na lousa. Explicar parentesco mais próximo entre si do que o parentesco que ambas têm com a espécie
que, no diagrama representado, C. O ponto em que as espécies A e B se separam representa o ancestral comum
exclusivo dessas duas espécies, ou seja, que não é compartilhado com a espécie C.
as espécies que existem atual-
mente são as espécies A, B e C
e que essas espécies surgiram a Seleção natural
partir de um ancestral comum, Para explicar por que as espécies se modificam ao longo do tempo, Darwin
já extinto, representado na base propôs o conceito de seleção natural. Essa ideia foi o principal ponto de semelhança
do diagrama. Explicar que as es- entre a teoria da evolução de Darwin e a teoria proposta por Wallace. A seguir há
pécies A e B são mais próximas uma síntese das observações que levaram à formulação do conceito.
evolutivamente, por apresenta-
rem um ancestral comum, tam-
bém já extinto, mas mais recente

STEVE ALLEN/SHUTTERSTOCK.COM
I. Os seres vivos apresentam alto
na escala evolutiva. É importante
potencial reprodutivo.
que os estudantes compreen-
dam que as espécies ancestrais Em seus estudos, Darwin propôs uma
estão extintas. Neste momento, estimativa do número de descendentes
é possível explicar que os fósseis que poderiam ser gerados a partir de
um casal de elefantes. Assim, calculou
auxiliam na compreensão dessas
que, após 500 anos, o total de descen-
relações evolutivas, sobretudo
dentes desse casal, entre os ainda vivos
quanto à ancestralidade, ante- e os que morreram no período, seria
cipando conteúdos que serão de 15 milhões de elefantes. 3m

apresentados na sequência.
Seleção natural Elefante africano (Loxodonta africana) com filhote.

A apresentação da atuação da
seleção natural sobre as carac- 162
terísticas dos indivíduos de uma
espécie permite a abordagem da
habilidade EF09CI11. afirmações destacadas.
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 162 Por exemplo, questionar 17/07/22 10:05 D3-C

Ao explicar o exemplo dos ele- o possível impacto do alto potencial reprodutivo


fantes, procurar seguir as etapas dos seres vivos ou a consequência de diferentes
descritas no Livro do estudan­ indivíduos de uma população competirem por
te, fazendo perguntas sobre as recursos, incentivando o desenvolvimento de ha-
consequências de cada uma das bilidades relativas à análise e à inferência.

162

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Em relação à passagem das
II. Seres vivos competem por recursos, características para os descen-
que são limitados. dentes, retomar o conceito
de hereditariedade discutido
Os recursos disponíveis no ambiente, como alimento,
na Unidade 4. Destacar que,
abrigo, entre outros, são limitados. Isso significa que eles
não existem em quantidades suficientes para atender a
como estudado anteriormen-
todos os indivíduos de um ambiente. Assim, uma popula- te, muitas dessas característi-
JEZ BENNETT/SHUTTERSTOCK.COM

ção de elefantes, por exemplo, competirá por alimentos. cas estão associadas a genes
presentes nos cromossomos.
3m
Esses genes podem ser trans-
mitidos aos descendentes por
Elefante africano (Loxodonta africana)
coletando frutos para comer. meio dos gametas.
Apesar de Darwin não saber
da existência de genes, o conhe-
III. Os indivíduos de uma população são diferentes entre si. cimento de que os filhos pos-
Alguns indivíduos de uma população podem apresentar características que favoreçam sua suem características dos pais foi
sobrevivência no ambiente, na competição por determinado recurso. Se a sobrevivência de suficiente para a formulação de
um indivíduo é favorecida, ele terá mais chances de se reproduzir, gerando maior número de sua teoria. Se desejar saber mais
descendentes. Como muitas dessas características podem ser passadas aos descendentes, os sobre o assunto, sugere-se a lei-
filhos de indivíduos com características favoráveis à sobrevivência também tendem a sobreviver tura do primeiro texto indicado
e a se reproduzir, gerando novos descendentes, que podem herdar essas características. No caso no #FICA A DICA, Professor.
dos elefantes, digamos que, em uma população, alguns indivíduos tenham uma tromba maior. Ao comentar sobre ­Wallace,
Se essa característica favorecer sua sobrevivência no ambiente em que vivem, a tendência é
se desejar, fornecer mais in-
que, ao longo dos anos, o número de elefantes com tromba maior aumente nessa população.
formações sobre os trabalhos
que desenvolveu ao longo de

FOUR OAKS/SHUTTERSTOCK.COM
sua vida utilizando o segun-
do ­texto indicado no #FICA A
DICA, Professor como mate-
rial de referência.

3m

Manada de elefantes africanos (Loxodonta africana).

A seleção natural também foi uma das conclusões elaboradas por Wallace em seus estudos
sobre a evolução dos seres vivos. Wallace chegou a enviar um artigo com os principais pontos
de suas conclusões a Darwin, que fez um compilado de ambos os trabalhos e os apresentou à
comunidade científica inglesa no ano de 1858. Contudo, na época, seus trabalhos não obtiveram
reconhecimento. No ano seguinte, em 1859, Darwin publicou suas ideias evolucionistas no livro
A origem das espécies, que despertou polêmicas, provocou debates e revolucionou a Biologia.

163

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#FICA A DICA, Professor Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/
entendendo-darwin/. Acesso em: 8 jun. 2022.
Para saber mais sobre os trabalhos de Darwin e de
Wallace, acessar os links a seguir. • ARANHA, Carla. O outro evolucionista. Pesquisa
Fapesp, São Paulo, n. 276, fev. 2019. Disponível em:
• PINNA, Mário de. Entendendo Darwin. Pesquisa
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-outro-evolucionista/.
Fapesp, São Paulo, ed. especial Darwin: Impactos
Acesso em: 22 jun. 2022.
no conhecimento e na cultura, mar. 2009.

163

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Diferenças entre as ideias
de Lamarck e as de Darwin Diferenças entre as ideias
Os conteúdos apresentados de Lamarck e as de Darwin
neste tópico também abordam a Já sabemos que os evolucionistas Lamarck e Darwin apresentaram
habilidade EF09CI10. explicações diferentes sobre como as espécies se modificam ao longo
Iniciar a aula desenhando um do tempo. A seguir há um resumo das divergências entre suas ideias.
quadro na lousa, com uma co-
luna para Lamarck e outra para

UDOVICHENKO/SHUTTERSTOCK.COM
­Darwin e Wallace, mas sem as
Jean-Baptiste de Lamarck Charles Darwin
informações preenchidas. Em
A RT
C R E AT IO N/ S L/ S H U T T E R S T O
H ICA
seguida, solicitar aos estudantes M
OR
PH UT
TE
RS
HI
ST
OR CK
.C
OM

que respondam como as duas

TO

T
ET
CK

ER
.C O

EV
teorias evolutivas diferem em re-

M
lação:
• ao papel do ambiente;
• a como as características são
passadas para as próximas ge-
rações;
• ao surgimento das espécies.
Solicitar que justifiquem suas
Retrato de Jean-Baptiste de Lamarck, Fotografia de Charles Darwin, tirada em
respostas e, depois, pedir que as da obra Universe and Humanity. 1910. 1879.
comparem com as informações Gravura.
Os indivíduos com características
presentes no Livro do estudan­ O ambiente induz os seres vivos a mais favoráveis a determinada condi-
te. Incentivá-los a corrigi-las, se mudar. Em um ambiente, uma estru- ção ambiental têm mais chances de
necessário. tura do corpo que é muito utilizada sobreviver e de se reproduzir.
Ao discutir o papel do am- tende a se desenvolver, e uma estru- Indivíduos com características
biente nas teorias da evolução, tura que não é muito utilizada tende favoráveis tendem a produzir
destacar que, para Lamarck, a a se atrofiar. número maior de descendentes,
evolução é direcionada a partir As estruturas resultantes do uso os quais podem herdar essas
do ambiente. Ao mesmo tempo, ou desuso são transmitidas para as características.
é importante ficar claro para os próximas gerações. As espécies atuais surgiram de
estudantes que, para Darwin, a espécies ancestrais, que se modifica-
matéria-prima para a evolução é ram ao longo do tempo.
a variação existente entre os indi-
víduos, e a seleção natural seria a
força propulsora. Atualmente, as ideias nas quais a teoria de Lamarck se baseava
Se julgar pertinente, explicar não são aceitas pela comunidade científica. Com o desenvolvimento da
aos estudantes que a seleção Genética, verificou-se, por exemplo, que os caracteres adquiridos por um
natural atualmente é entendida indivíduo não são, em geral, transmitidos aos descendentes.
Em contrapartida, as ideias nas quais as teorias de Darwin se
como um dos fatores envolvidos
baseavam constituem a base da teoria da evolução que é mais aceita
na evolução dos seres vivos, que,
atualmente e ainda recebe contribuições de muitos pesquisadores.
juntamente à mutação, à deriva
genética, à recombinação gênica
e ao fluxo gênico, compõe a teo-
164
ria sintética da evolução.

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164

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trimento de outros) ao longo do
tempo.
Se achar pertinente, é possível
diferenciar estruturas homólogas
Evidências da evolução dos seres vivos de análogas. Enquanto as ho-
Atualmente, a teoria da evolução das espécies é amplamente mólogas possuem uma origem
aceita pela comunidade científica e pelas pessoas em geral. Ela está comum, as estruturas análogas
baseada em resultados de muitas investigações, desenvolvidas por possuem origens evolutivas dife-
cientistas de diversas áreas, ao longo de muitos anos. Esses estudos rentes, mas funções similares. É
são fundamentais, pois fornecem evidências do processo evolutivo. o caso das asas de um morcego,
Vamos conhecer alguns deles. que são constituídas pela pele es-
tendida entre os dedos e braços,
e das asas de uma ave, formadas
Homologia por penas presentes ao longo do
Se observarmos com atenção os seres vivos ao nosso redor, comprimento do braço. Apesar
notaremos que, muitas vezes, espécies distintas apresentam estruturas
de a asa ser uma estrutura aná-
semelhantes. Dizemos que tais estruturas são homólogas quando se
loga entre essas espécies, alguns
modificaram a partir de um ancestral comum, mesmo que elas tenham
ossos são homólogos, conforme
funções diferentes.
Considere, por exemplo, os membros anteriores de um morcego,
pode ser observado na imagem a
uma baleia e um gato. Eles têm funções distintas: em um morcego, estão seguir:
adaptados ao voo; em uma baleia, ao nado; em um gato, à caminhada, à

ESTÚDIO AMPLA ARENA


corrida e ao salto. No entanto, apesar de terem papéis diferentes, todos
esses membros se originaram de uma mesma estrutura do ancestral
comum a esses animais. Por isso, são ditas homólogas.
A imagem a seguir mostra os ossos dos membros anteriores desses
Asa de morcego
três animais e dos seres humanos. Os ossos que estão representados
com a mesma cor apresentam a mesma origem, ou seja, são homólogos.
Eles acumularam modificações a partir dos ossos do ancestral comum Ossos homólogos
a esses animais, cujas características foram selecionadas por condições AS CORES NÃO IMAGENS FORA
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
ambientais distintas, até resultarem no que observamos atualmente.

DEAN DROBOT/SHUTTERSTOCK.COM
ELENA BUTINOVA/SHUTTERSTOCK.COM
MARTIN MECNAROWSKI/SHUTTERSTOCK.COM MARIA SPB/SHUTTERSTOCK.COM

25 cm Asa de ave

Elaborado com base em: HOMOLOGIAS e


24 m analogias. Tradução de Camila Leal.
Entendendo a evolução: para professores.
30 cm
[S. l.], c2006. Disponível em: https://evosite.
ib.usp.br/evo101/IIC1Homologies.shtml.
Acesso em: 22 jun. 2022.

Representação que compara


os ossos da asa de um morce-
CRIS ALENCAR

go com os da asa de uma ave.

Asa de um morcego Nadadeira de uma baleia Membro anterior de um gato Braço de um ser humano A comparação dos membros
Elaborado com base em: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 473. superiores, somada a outras evi-
Representação de estruturas homólogas: membros anteriores do morcego, da baleia, do gato e do ser humano. dências, permite concluir que o
morcego tem um maior grau de
165 parentesco com um gato do que
com um pássaro.

10:05 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24_AV1.indd 165 comunidade científica. Destacar, por 19/07/22
fim, que
08:37

a teoria da evolução é aceita por estar baseada


Evidências da evolução dos seres vivos em diversas evidências.
Iniciar a aula retomando que os conhecimen- Homologia
tos científicos são sustentados por evidências, Comentar que as homologias permitem obser-
conforme apresentado anteriormente neste var como uma característica ancestral se alterou
Manual do professor. Explicar que as evidên- diante de diferentes pressões seletivas (condições
cias correspondem a um conjunto de informa- ambientais que atuam sobre os indivíduos de uma
ções que confirmam ou negam uma hipótese, população favorecendo a sobrevivência daque-
uma teoria, uma tese etc., reconhecidas pela les que apresentam determinados genes em de-
165

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Fósseis Fósseis
Se desejar, ao explicar sobre a O registro fóssil nos mostra um pouco sobre os seres vivos que
importância dos fósseis, é possível habitaram nosso planeta no passado. Seu estudo possibilita conhecer
retomar as informações apresen- espécies extintas e entender como diferentes grupos de seres vivos
tadas na página 162 deste Ma­ se modificaram ao longo do tempo. Por meio de sua análise, podemos
nual do professor sobre clado- investigar o parentesco entre os seres vivos extintos e os atuais.
gramas, sem defini-lo. Para isso, Por exemplo, a história evolutiva das aves passou a ser mais bem
pode-se representar um na lousa, compreendida com a descoberta do fóssil de Archaeopteryx lithografica,
conforme a seguinte referência: ave ancestral que apresentava algumas características semelhantes às dos
répteis ancestrais, como a presença de dentes e a cauda longa. Essas são
EDITORIA DE ARTE

Espécie C Espécie B Espécie A evidências de que as aves se modificaram ao longo do tempo e de que
MIKHAILSH/SHUTTERSTOCK.COM
descendem de determinados répteis ancestrais.

DANIEL ESKRIDGE/STOCKTREK IMAGES/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES


51 cm

Ancestral comum

Explicar aos estudantes que,


atualmente, só convivemos com
as espécies presentes na extre-
midade superior (espécies A, B e
C). Analisando as características
dessas espécies, como suas ho-
mologias, é possível fazer conclu- Fóssil da ave ancestral Archaeopteryx lithografica, Representação de um Archaeopteryx lithografica
sões sobre o grau de parentesco encontrado na Alemanha em 1861. feita com base nos registros fósseis conhecidos.
entre elas. Não é possível concluir
com isso como essas espécies se Genética
diferenciaram, por exemplo, mas Os estudos genéticos também possibilitam compreender as rela-
o estudo dos fósseis é algo que ções de parentesco entre diferentes espécies, visto que, de maneira
pode auxiliar no entendimento geral, espécies que apresentam parentesco evolutivo mais próximo têm
da história evolutiva dessas espé- mais semelhanças em seu material genético.
cies. Exemplificar isso inserindo morfologia: estudo do Por exemplo, os fungos já foram considerados mais próximos das
formato e da aparência plantas, por causa de sua morfologia. Entretanto, análises de sequências
na imagem desenhada na lousa externa de um órgão ou
algumas espécies fósseis, confor- de DNA dos fungos, em conjunto com outros estudos, evidenciaram
de um ser vivo.
maior proximidade entre fungos e animais do que entre fungos e plantas.
me ilustrado a seguir:
166
EDITORIA DE ARTE

Espécie C Espécie B Espécie A

Fóssil 3
Genética
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 166 Para isso, é medido o tempo médio que uma mu- 17/07/22 10:05 D3-C
Fóssil 6
tação demora para acontecer no trecho de DNA
Fóssil 5 Em algumas situações específicas, em que as
em questão e, em seguida, esse tempo é multi-
taxas de mutações de um trecho de DNA são plicado pela quantidade de diferenças no DNA
semelhantes entre as espécies, os estudos gené- das duas espécies. Essa técnica é chamada de
Fóssil 4
ticos permitem estimar há quanto tempo duas relógio molecular e permite investigar relações
Fóssil 1 espécies se separaram em linhagens diferentes. evolutivas importantes.

Fóssil 2

Ancestral comum

166

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ORIENTAÇÕES
2. Os indivíduos que se camuflam são menos predados e, portanto,
DIDÁTICAS
têm maiores chances de sobreviver e de produzir descendentes,
que podem herdar essa característica. Assim, em um ambiente que
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
exibe solo arenoso, haverá predomínio da população de ratos com ATIVIDADES
NO LIVRO.
pelagem clara. Em um ambiente que exibe solo argiloso, haverá
predomínio da população de ratos com pelagem escura.
As atividades 3 e 5 permitem
1. Em algumas cavernas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, vivem espécies de peixes a mobilização da habilidade
cegos, isto é, peixes que não têm olhos funcionais. Sabendo que o interior de uma EF09CI10. Já as atividades 2 e
caverna é desprovido de iluminação natural, explique a existência desses peixes com 6 permitem a mobilização da
base nos pressupostos da teoria evolutiva de Lamarck. Resposta nas Orientações para o professor. habilidade EF09CI11.
1. Segundo o lamarckismo, po-

KUTTELVASEROVA STUCHELOVA/
SHUTTERSTOCK.COM
3. b) Para Lamarck, as mudan-
ças no bico de cada ave foram de-se dizer que, por viverem
8 cm induzidas pelo ambiente, em um ambiente desprovido
permitindo que se alimentas- de luz, os peixes perderam a
sem do recurso disponível. Para visão por desuso dos olhos −
Darwin e Wallace, indivíduos
que apresentam características no passado, peixes com olhos
favoráveis a certas condições funcionais que viviam no local
ambientais, no caso, os tipos foram deixando de utilizar
de alimento disponíveis, têm esses órgãos, por causa da es-
Peixe-cego (Astyanax fasciatus) encontrado mais chance de sobreviver curidão, os quais foram aos
nas cavernas do México. e produzir descendentes, os
quais podem herdar essas poucos se atrofiando. Por he-
características. rança de caracteres adquiridos,
2. Os ratos da espécie Peromyscus polionotus são encontrados em uma vasta região da essa característica passou aos
América do Norte. Os indivíduos de diferentes populações dessa espécie costumam descendentes ao longo das ge-
exibir coloração de pelagem distinta, geralmente relacionada ao ambiente em que rações. Destacar que essa teoria
vivem. Por exemplo, os ratos que vivem em dunas de areia na região costeira do estado não é mais aceita atualmente.
da Flórida, nos Estados Unidos, exibem pelagem clara. Já os ratos que habitam o interior 2. As populações apresenta-
do estado, onde os solos são argilosos, ou seja, mais escuros, exibem pelagem escura. das nessa atividade corres-
pondem a subespécies. A
HOPI E HOEKSTRA, RACHEL J HIRSCHMANN,
RICHARD A BUNDEY, PAUL A INSEL/HARVARD
UNIVERSITY /UNIVERSITY OF CALIFORNIA

HOPI E HOEKSTRA, RACHEL J


HIRSCHMANN, RICHARD A BUNDEY,
PAUL A INSEL/HARVARD UNIVERSITY/
UNIVERSITY OF CALIFORNIA
subespécie de pelagem clara
14 cm 14 cm
denomina-se Peromyscus
polionotus leucocephalus e
é encontrada nas dunas cos-
teiras e em algumas regiões
do estado da Flórida, nos
Estados Unidos. Já a subes-
Rato da espécie Peromyscus polionotus com Rato da espécie Peromyscus polionotus com pécie de pelagem escura de-
pelagem de coloração clara. pelagem de coloração escura. nomina-se P. p. subgriseus e
• Elabore uma explicação para a evolução da coloração da pelagem das populações da espécie
é encontrada em regiões de
Peromyscus polionotus citadas no enunciado com base na teoria da evolução de Darwin e solos argilosos do interior do
Wallace. país. Destaca-se que o ter-
mo subespécie não foi apre­
3. Retome a questão 3 da página 157, sobre a diversidade dos formatos de bicos de sentado aos estudantes, em
diferentes espécies de aves (pica-pau-de-cabeça-amarela, bicudo, águia-cinzenta e respei­to à idade escolar.
beija-flor-rajado), e faça o que se pede. 3. a) I – Lamarck, II – Darwin e Wallace. 3. Ao realizar essa atividade,
a) Relacione as explicações I e II para a existência de bicos de aves especializados a seus hábitos ques­tionar qual das duas ex-
alimentares à teoria evolutiva de Lamarck e à teoria evolutiva de Darwin e Wallace. plicações apresentadas na
b) Justifique suas respostas ao item anterior com base no que estudou. referida atividade oral é aceita
atualmente. Em seguida, pe-
167 dir que os estudantes façam
uma autoavaliação sobre suas
respostas inicialmente apre-
sentadas. Comentar com a
10:05 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24_AV1.indd 167 19/07/22 08:38 turma que é possível que suas
concepções espontâneas so-
bre a origem da diversidade
de bicos de aves tenham sido
similares à proposição evo-
lutiva de Lamarck. Mais uma
vez, destacar que a teoria de
Lamarck foi importante para a
consolidação do pensamento
evolutivo, apesar de não ser
aceita atualmente.

167

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 167 19/08/22 10:06


ORIENTAÇÕES
4. b) O registro fóssil nos mostra um pouco sobre os seres vivos que habitaram o planeta no passado. A partir deles,
DIDÁTICAS podemos conhecer espécies que foram extintas e entender como diferentes grupos de seres vivos atuais e extintos se modifi-
caram ao longo do tempo, além de estabelecer as relações de parentesco entre eles.
4. Essa atividade permite reto-
mar a importância dos fósseis 4. Observe as imagens a seguir.
para o estudo da evolução

SARUNYU L/SHUTTERSTOCK.COM

FRANTIC00/SHUTTERSTOCK.COM
das espécies. Se achar impor-
tante, ressaltar que os fósseis
também podem ser vegetais,
como no caso de troncos fos-
silizados, ou apenas vestígios
de atividade biológica, como
o molde do corpo de algum Esqueleto de protoceratops, um dinossauro que Vestígios de amonites, animais marinhos que
animal. media cerca de 1,8 m de comprimento. viveram na Terra há milhões de anos. Cada concha
tinha cerca de 20 cm de diâmetro.
5. Ao realizar essa atividade, é
importante que os estudantes a) Que tipo de evidência da evolução dos seres vivos as imagens representam? Os fósseis.
entendam que essas duas te- b) Como essa evidência contribui para o estudo da evolução dos seres vivos?
orias não são opostas. Ambas c) Cite outro tipo de evidência que contribui para os estudos de evolução.
foram construídas para expli- 5. Relacione os símbolos romanos com as letras a seguir.
car como as espécies se altera- I. Pressupostos que compõem a teoria evolutiva de Lamarck. I – a; d; e; g.
vam com o tempo, opondo-se, II. Pressupostos que compõem a teoria evolutiva de Darwin. II – b; c; f.
assim, à visão fixista, que con- a) O ambiente induz o ser vivo a mudar suas características.
siderava que os organismos b) Seleção natural.
vivos eram "estáticos". c) Indivíduos com características mais favoráveis a determinada condição ambiental têm maiores
chances de sobreviver.
6. a) O esquema evidencia alte-
d) Uma estrutura que não é usada tende a se atrofiar.
rações na população relacio-
e) Uso e desuso.
nadas à resistência à falta de
f) Espécies atuais surgiram de espécies ancestrais, que se modificaram ao longo do tempo.
água. Os indivíduos mais resis-
g) Herança dos caracteres adquiridos.
tentes, representados em tons
de vermelho, sobreviveram e se 6. Analise a imagem a seguir, que representa uma população que vivenciou um período
de alterações no ambiente relacionadas à escassez de água.
reproduziram, possibilitando o
aumento do número de indiví- População inicial População após População final
EDITORIA DE ARTE

duos com essa característica na alteração ambiental

população, enquanto os orga-


nismos representados em tons
amarelos não sobreviveram e
não deixaram descendentes.
4. c) Professor, os estudantes podem
b) Em uma mesma população, Nível de resistência à falta de água mencionar o estudo comparativo de
os indivíduos apresentam di- estruturas homólogas ou as análises
ferentes níveis de resistência genéticas, que possibilitam encontrar
Baixo Alto similaridades e diferenças entre os
à falta de água. Os indivíduos seres vivos.
com alto nível de resistência a) Considere que os círculos representam indivíduos de uma população de seres vivos. O que
sobreviveram a uma seleção e o esquema evidencia?
tiveram maiores chances de se b) Elabore uma explicação para o esquema com base na teoria evolutiva de Darwin e Wallace.
reproduzir. Como essa carac- Respostas nas Orientações para o professor.
terística é passada aos descen- 168
dentes, os indivíduos com alto
nível de resistência tendem a
produzir um número maior de respondam que os indivíduos da população
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24_AV1.indd 168 19/07/22 08:38 D3-C
descendentes que podem her-
inicial se adaptariam ao ambiente e, assim,
dar essa característica.
passariam a ter um nível de resistência maior.
Depois de discutir essa ativida-
Essas características adquiridas ao longo da
de com os estudantes, pergun-
tar como Lamarck explicaria vida seriam passadas para os descendentes (a
as características da popula- população final), que, dessa maneira, também
ção final. É esperado que eles teria um nível de resistência alto.

168

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ORIENTAÇÕES
1. O uso indiscriminado de pesticidas pode aumentar a proporção DIDÁTICAS
de indivíduos resistentes, que se reproduzem e transmitem os genes

ENTRE responsáveis pela resistência aos descendentes. Com isso, cada vez
mais são selecionados indivíduos resistentes, a ponto de os pestici- ENTRE CONTEXTOS
CONTEXTOS das não fazerem mais efeito.
2. À teoria de Darwin e Wallace. A resistência a inseticidas é uma
característica favorável para a sobrevivência das pragas agrícolas
Esta seção possibilita o de-
senvolvimento da competên-
no contexto descrito. Portanto, elas têm maior chance de sobreviver cia específica 3 e da habilidade
e tendem a produzir mais descendentes, ao longo do tempo, que
EF09CI11.
Resistência a inseticidas podem herdar essa característica, ou seja, no futuro poderá existir
uma grande população de pragas resistentes a esses inseticidas. Fazer a leitura do texto em
Atualmente, a produtividade do setor agrícola de diversos países tem sido ameaçada pelo conjunto com os estudantes.
aumento da resistência de pragas agrícolas a inseticidas. Após a leitura, comentar que
o uso de inseticidas e de outros
O aumento da resistência a inseticidas tem dificultado o controle de pragas defensivos agrícolas é cada vez
agrícolas em diferentes partes no mundo. Um dos motivos para o aumento é o uso mais alto no Brasil. Questionar
indiscriminado desses próprios agroquímicos nas lavouras. a turma a respeito dos impac-
[...] tos ambientais que podem ser
“O fator determinante da evolução da resistência de uma praga a um inseticida é provocados pelo uso indevi-
[...] o uso contínuo de um mesmo produto sem a implementação efetiva de estratégias do desses produtos químicos,
de manejo de resistência”, disse Celso Omoto, professor da Escola de Agricultura “Luiz
além do estudado no texto,
de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) [...].
introduzindo o contexto da ati-
“Isso faz com que aumente a proporção de indivíduos resistentes no campo que, ao se
reproduzirem, transmitem os genes responsáveis pela resistência aos seus descendentes vidade 3.
e, gradativamente, a população dessa praga passa a não ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS Após finalizar o trabalho,
ser controlada eficientemente com o inseticida”, explicou. se desejar, é possível abordar
[...] a seção O Assunto é..., que
ALISSON, Elton. Aumento de resistência de pragas agrícolas a inseticidas apresenta outro exemplo de
ameaça agronegócio. Agência Fapesp. São Paulo, 18 out. 2017. Disponível
em: http://agencia.fapesp.br/aumento-de-resistencia-de-pragas-agricolas-a-
resistência, no caso, de agentes
inseticidas-ameaca-agronegocio/26432/. Acesso em: 12 maio 2022. patogênicos a antibióticos.

A resistência a pesticidas tem levado pesquisadores a desen-


volver estudos sobre o controle de pragas. O objetivo desses
estudos é reduzir o uso de inseticidas por meio da manipulação
do DNA de insetos que são pragas agrícolas e, também, pelo
seu controle biológico, com o uso de predadores naturais desses
insetos. O uso excessivo de pesticidas pode contaminar o solo e
os reservatórios de água. Avião aspergindo agrotóxicos
em uma plantação em
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. Cristalina (GO), 2019.

1 Qual é a relação entre o uso de pesticidas e a resistência de pragas agrícolas?

2 A explicação para a resistência a inseticidas apresentada na reportagem se assemelha aos pressupos-


tos da teoria evolutiva de Lamarck ou da teoria evolutiva de Darwin e Wallace? Justifique sua resposta.

3 A busca por alternativas ao uso de inseticidas no controle das pragas agrícolas também é importante
para se evitarem outros impactos ambientais. Forme um grupo com seus colegas e realizem uma
pesquisa sobre isso. Com os resultados de sua pesquisa, elaborem uma apresentação utilizando
mídias digitais. Resposta pessoal.

169

08:38 Comentários sobre as atividades


D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 169 e resistência alta, por exemplo). O uso indis- terísticas da população de pragas serão afe-
17/07/22 10:05

criminado de inseticidas favorece a sobrevi- tadas pela seleção natural.


A atividade 1 mobiliza a habilidade
vência dos indivíduos com alta resistência, 3. Essa atividade contribui com o desenvolvi-
­ F09CI11 e a atividade 2, a habilidade
E
os quais poderão gerar descendentes com mento das competências específicas 4
­EF09CI10.
essa característica. Na ausência dos agro- e 6 e das competências gerais 5 e 9.
Ao realizar essas atividades, destacar químicos, a característica "resistência aos Os estudantes podem apontar a redu-
que, dentro de uma população de uma es- inseticidas" não traz nenhum benefício ção da contaminação dos solos, de corpos-
pécie de praga, os indivíduos apresentam para as espécies de praga. No entanto, a -d'água e de seres vivos, além da diminui-
diferentes graus de resistência ao inseticida adição desses químicos nas lavouras altera ção da morte de seres vivos que não aqueles
(resistência baixa, resistência intermediária as condições ambientais e, assim, as carac- de interesse, como de polinizadores.

169

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV2.indd 169 30/08/22 13:51


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
INTEGRANDO COM INTEGRANDO
GEOGRAFIA
Ao trabalhar a seção, verificar
a possibilidade de planejar uma
com
GEOGRAFIA
aula conjunta com o docente de OUTH
AFRICAN IN
STI
ES TU
TH
Geografia da escola, que pode TE
F

OR
fornecer mais informações sobre

AQ
UA
Fóssil vivo

TIC
as atividades econômicas realiza-

BIOL
OGY/CC-BY-SA-3.0
das na região costeira de ambos Imagine você acreditar que um animal já está extinto e, de repente,
os países citados. Essa discussão deparar-se com ele. Essa é a história do celacanto, um peixe que os
pode orientar os estudantes na pesquisadores consideravam extinto e que agora chamam de fóssil vivo!
resolução da atividade 2. Em 1938, Marjorie Courtenay Latimer (1907-2004), curadora e
A apresentação da (re)desco- pesquisadora de vida selvagem do museu East London Museum, na
berta dos celacantos exemplifica África do Sul, foi ao porto para ver o que seu amigo, um capitão de
Fotografia de Marjorie
o fato de os conhecimentos cien- barco pesqueiro, trouxera do mar. Um dos peixes pescados possuía cerca
Courtenay Latimer.
tíficos serem provisórios, contri- de 1,5 metro de comprimento, coloração azul e barbatanas grossas e
encorpadas, características que chamaram sua atenção, pois não sabia ictiológo: profissional
buindo com o desenvolvimento especializado no estudo
da competência específica 1. a qual espécie esse peixe pertencia. Marjorie, então, optou por preser-
de peixes.
Ao fazer a leitura da seção, vá-lo e consultar a opinião de um ictiólogo. Para surpresa de ambos, o
peixe misterioso era um celacanto, que se acreditava
comentar que Marjorie e o icti-

EYE UBIQUITOUS/AGE FOTOSTOCK/


AGB PHOTO LIBRARY/KEYSTONE
extinto, pois, até então, nunca havia sido encon-
ólogo sul-africano consultado,
trado vivo; apenas exemplares fossilizados com 65
chamado James Leonard Brierley
milhões de anos de idade tinham sido descobertos!
Smith (1897-1968), conversaram A nova espécie de celacanto foi batizada, em
por meio de cartas, cujo registro homenagem à sua descobridora, como Latimeria
pode ser publicamente acessado. chalumnae. O fato de o animal habitar grandes
Pelas cartas, é possível identificar profundidades, entre 150 e 700 metros, e de
o entusiasmo de Smith, que sus- passar o dia em cavernas, saindo somente à noite
Primeiro espécime de celacanto da espécie
peitava que o exemplar de peixe para caçar e se alimentar, fez que permanecesse
Latimeria chalumnae, que foi capturado em
capturado poderia ser um cela- por muito tempo oculto do ser humano. 1938 e foi preservado e estudado por Marjorie
canto apenas lendo as descrições Courtenay Latimer.
e analisando o desenho ilustra-
do por Marjorie. Quando Smith
pôde analisar o exemplar coleta-
do pessoalmente, confirmou sua
MAURITIUS IMAGES GMBH/ALAMY/FOTOARENA

suspeita inicial. A descoberta do


celacanto foi anunciada pelo en-
vio de uma carta à Nature, uma
revista científica multidisciplinar,
reconhecida internacionalmen-
te. Nessa carta, Smith nomeou
o espécime como Latimeria
chalumnae, em homenagem à 1,5 m
Celacanto da espécie Latimeria
Marjorie e à foz do rio Chalum- chalumnae. Fotografado na região das
na, onde ele foi encontrado, na 170 Ilhas Comoro, na África, em 2002.
África do Sul.
Destacar que as modificações
dos celacantos citadas no Livro D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 170 17/07/22 10:05 D3-C

do estudante ocorreram com #FICA A DICA, Professor Para obter mais informações sobre aspectos evolu-
tivos dos celacantos, pode-se acessar:
uma velocidade mais lenta do que Se desejar acessar as cartas trocadas por Marjorie e
o observado em outros seres vi- Smith, acessar o link a seguir. • ANDRADE, Rodrigo de O. Pesquisadores identifi­
cam ancestral dos vertebrados de quatro patas. Pes-
vos, provavelmente porque esses • TYSON, Perter. Moment of Discovery. Nova. [S. l.],
quisa Fapesp, São Paulo, 18 abr. 2013. Disponível
peixes vivem em ambientes rela- jan. 2003. Disponível em: https://www.pbs.org/wgbh/
em: https://revistapesquisa.fapesp.br/pesquisadores-
tivamente estáveis. Sobre isso, su- nova/fish/letters.html. Acesso em: 3 ago. 2022.
identificam-ancestral-dos-vertebrados-de-quatro-
gere-se a leitura do texto indicado patas/. Acesso em: 22 jun. 2022.
no #FICA A DICA, Professor.

170

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 170 22/08/22 18:16


4. A narrativa pode ser uma re­
3. Os órgãos respiratórios. No passado, os celacantos tinham pulmões desenvolvidos, que auxiliavam na respi- presentação de algo que ocor­
ração em águas pouco oxigenadas, possibilitando que respirassem ar atmosférico, sugerindo que esses animais reu na história da Ciência ou
viviam em águas superficiais. Os celacantos atuais têm pulmões vestigiais e respiram por brânquias. uma criação da imaginação
Pesquisas revelaram que, apesar de os celacantos atuais terem aparência muito semelhante
à dos fósseis, esses peixes acumularam modificações ao longo dos milhões de anos. No passado,
dos estudantes. As gravações
celacantos apresentavam pulmões desenvolvidos, que possibilitavam que respirassem ar atmos- do curta-metragem podem
férico em águas superficiais, garantindo sua sobrevivência em águas pouco oxigenadas. Nos ser feitas com os próprios
celacantos atuais, os pulmões são vestigiais, isto é, têm tamanho bastante reduzido e não desem- dispositivos eletrônicos dos
penham função respiratória; esses animais respiram por brânquias. estudantes. Para a edição, é
possível utilizar aplicativos ou
programas gratuitos disponí­
BLUEHAND/SHUTTERSTOCK.COM

veis on-line. Para a apresenta­


ção, é possível organizar uma
sessão de cinema na escola,
convidando a comunidade es­
colar para participar, caso um
Celacanto fóssil da espécie projetor e ambiente adequado
Undina penicillata. Essa espécie estejam disponíveis.
media cerca de 50 cm de Se não for viável a gravação

comprimento.
proposta, é possível orientar
1. Até 1938 foram encontrados apenas exemplares fossilizados de cela- os estudantes a encenar uma
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
cantos. Nenhum exemplar vivo tinha sido encontrado, pois o peixe vive peça de teatro. Independente­
principalmente em águas profundas e em cavernas submarinas. mente da forma escolhida para
1 Por que até 1938 os cientistas acreditavam que os celacantos estivessem extintos? Explique.
a apresentação, os estudantes
2 Os celacantos foram descobertos na região costeira da África do Sul, durante o exercício da poderão desenvolver a compe­
atividade pesqueira. As regiões costeiras são de grande importância econômica para os países tência geral 3 e a competên­
que as possuem, pois, além de oportunizarem a pesca, são atrativas ao turismo, permitem
operações portuárias, entre outras. Forme um grupo com seus colegas e façam uma pesquisa
cia geral 4. Esta atividade pode
sobre a região costeira do Brasil considerando o roteiro a seguir. Depois, escrevam um texto ser realizada em parceria com o
resumindo o que pesquisaram. Resposta nas Orientações para o professor. docente de Arte. Para isso, pro­
• Qual é a importância da região costeira para o Brasil? gramá-la antecipadamente.
• Quais atividades econômicas são desenvolvidas na costa brasileira?
• Essas atividades econômicas apresentam vantagens e desvantagens. Quais? #FICA A DICA, Estudante
• Que tipos de pesquisas científicas são desenvolvidas atualmente na região costeira do Brasil? Sugerir o acesso aos links a se­
No texto, escrevam sobre a pesquisa que você e seus colegas acharam mais interessante. guir, que trazem informações so­
3 Os celacantos atuais são diferentes de seus antepassados, estudados por meio de exemplares bre as zonas costeiras do Brasil.
fossilizados. Segundo o texto, qual é a principal diferença entre eles? • INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO­
4 Forme um grupo com seus colegas e produzam um pequeno vídeo (curta-metragem) que conte GRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas
alguma história relacionada ao tema “fósseis”. Prestem atenção às instruções a seguir. geográfico das zonas costeiras
• Elaborar um roteiro para a narrativa a ser contada, que deve envolver algo relacionado a fós- e oceânicas do Brasil. Rio de
seis (estudos, expedições, descobertas recentes, descobertas ao acaso, formação do fóssil). Janeiro: IBGE, 2011. Disponível
• O roteiro deve ter um começo, um meio e um fim. em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv55263.pdf.
• Adequar o figurino/cena à época e ao contexto em que a narrativa se passa.
Acesso em: 22 jun. 2022.
• Ter duração de 3 minutos.
Resposta nas Orientações • BRASIL. Ministério do Meio Am­
Depois, compartilhem o curta-metragem produzido com a turma.
para o professor. biente. A zona costeira e seus
múltiplos usos. Brasília, DF:
MMA, [2019?]. Disponível em:
171 https://antigo.mma.gov.br/
gestao-territorial/gerenciamento-
costeiro/zona-costeira-e-seus-
10:05 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 171 destacam-se o turismo, a atividade pesqueira
17/07/22 10:05e m%C3%BAltiplos-usos.html.
a extração de petróleo. Algumas desvantagens Acesso em: 22 jun. 2022.
2. Como algumas sugestões de fonte de pes­
dessas atividades que podem ser citadas são: o • BRASIL. Ministério da Agricultura,
quisa, é possível indicar aos estudantes que Pecuária e Abastecimento. Ativi­
aumento da poluição de praias e de mares (no
acessem os links presentes no #FICA A DICA, dade pesqueira. Brasília, DF:
Estudante. O objetivo desta atividade é que caso do turismo), a redução da quantidade de Mapa, [2019?]. Disponível em:
os estudantes conheçam e analisem caracte­ peixes por causa da pesca predatória, realizada https://www.gov.br/agricultura/
rísticas da costa brasileira no que se refere, so­ por grandes navios pesqueiros (no caso da ativi­ pt-br/assuntos/aquicultura-e-
bretudo, a aspectos econômicos e científicos. dade pesqueira), e os riscos de acidentes envol­ pesca/rede-do-pescado/atividade-
vendo o derramamento de petróleo (no caso da pesqueira. Acesso em: 22 jun.
Com relação às atividades econômicas desen­
2022.
volvidas na costa brasileira, especificamente, extração de petróleo).
171

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 171 22/08/22 18:16


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

3
3. SURGIMENTO DE TEMA
NOVAS ESPÉCIES
O trabalho com essa temática SURGIMENTO DE
é iniciado com a apresentação
de manchetes que noticiam a
NOVAS ESPÉCIES
descoberta de novas espécies de
animais e plantas pela comunida- Leia as manchetes a seguir.
de científica. Se possível, realizar
uma pesquisa prévia, durante PA U L
O G O N EL
LA
Nova espécie de maracujá
a etapa de planejamento dessa é descoberta na Mata Atlântica
4 cm
aula, por manchetes que pos- Flor da nova
espécie de ‘Maracujita’ é o apelido escolhido para a planta
sam ser mais recentes, buscan- maracujá que já corre risco de extinção
do a constante atualização das descoberta, JANUZZI, Nicolle. Nova espécie de maracujá é descoberta na Mata
informações presentes no Livro Passiflora ita. Atlântica. G1, Campinas, 3 jan. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/
sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2022/01/03/nova-especie-de-
do estudante. Verificar a pos- maracuja-e-descoberta-na-mata-atlantica.ghtml. Acesso em: 12 maio 2022.
sibilidade de imprimir algumas
delas e levar à sala de aula para
IX Y T
ES/PAUL M Primeiro milípede de verdade descoberto:
apresentar aos estudantes. Outra NO
AR
EK
EM /C
espécie possui 1.306 pernas
OL

possibilidade é solicitar que os


C-
YR

BY
AG G

- 4.0

Descoberto na Austrália a quase 60 metros abaixo


estudantes pesquisem em casa Milípede do solo, o invertebrado tem mais pernas do que qualquer
espécies recém-descobertas e da espécie animal que já existiu na Terra, extintos ou vivos.
que tragam os resultados encon- Eumillipes
BITTEL, Jason. Primeiro milípede de verdade descoberto: espécie possui 1 306
trados à aula. 10 cm persephone, pernas. National Geographic, Washington D.C., 2 jan. 2022. Disponível em:
descoberta https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2022/01/primeiro-milipede-
Com as manchetes em mãos, em 2020. de-verdade-descoberto-especie-possui-1306-pernas. Acesso em: 28 mar. 2022.
questionar qual o entendimen-
to dos estudantes em relação às
notícias. Perguntar, por exem- Macaco fantasma e cobra-lesma estão entre
plo, o que são espécies novas, 224 novas espécies descobertas na Ásia [...]
como são descobertas, como são Relatório da WWF [...] lista dezenas de répteis, sapos e tritões recém-identificados,
identificadas etc. Utilizar essa di- além de 155 espécies de plantas encontrados na região do Mekong
nâmica inicial para explorar seus MACACO fantasma e cobra-lesma estão entre 224 novas espécies descobertas na Ásia; veja fotos. O Globo, Rio de
Janeiro, 26 jan. 2022. Disponível em: https://oglobo.globo.com/saude/ciencia/macaco-fantasma-cobra-lesma-estao-entre-
conhecimentos prévios sobre o 224-novas-especies-descobertas-na-asia-veja-fotos-25368027. Acesso em: 12 maio 2022.
assunto. É possível que enten-
milípede:
dam, de forma espontânea, que 1 Você já viu ou ouviu, em jornais, na televisão ou na internet, o anúncio da descoberta
artrópodes que
espécies novas correspondem a de uma nova espécie de ser vivo? Converse com seus colegas sobre esse assunto.
apresentam
Resposta pessoal.
espécies que surgiram recente- 2 Que critérios você imagina que sejam utilizados pelos cientistas para identificar e classificar corpo cilíndrico,
mente e que elas são descobertas os seres vivos como pertencentes a novas espécies? Discuta esse tema com seus colegas. alongado e
segmentado,
ao acaso. Caso isso ocorra, ex- com dois pares
plicar que as espécies novas são Na comunidade científica, todos os anos são esperadas descobertas de novas de pés na
aquelas que ainda não haviam espécies de seres vivos, porque no mundo existem muitas espécies que ainda maioria de seus
sido descritas oficialmente pela não foram identificadas pelos pesquisadores. No entanto, a identificação de novas segmentos.
espécies é um trabalho lento e envolve estudos de diversas áreas das Ciências.
comunidade científica e que,
2. Resposta pessoal. Professor, os estudantes podem mencionar que são considerados aspectos mor-
normalmente, são descobertas
em investigações científicas.
172 fológicos, anatômicos, comportamentais, fisiológicos, bioquímicos e moleculares.

Comentários sobre as atividades


D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 172 1. Em pesquisas de campo, é comum que exem- 17/07/22 10:05 D3-C

Ao longo das atividades 1 e 2, explicar aos es- plares de seres vivos sejam coletados. Quando
tudantes que a catalogação das espécies existen- esses exemplares são analisados, algumas dife-
tes contribui para a compreensão dos diferentes renças entre eles podem ser identificadas. Es-
seres vivos que existem na Terra e a relação entre sas diferenças podem ser evidências para que
eles. No entanto, até o momento, apenas uma pe- os exemplares sejam considerados de espécies
quena parte das espécies existentes foi descrita. distintas daquela à qual se acreditava que per-
Assim, é esperado que novas espécies sejam des- tencessem.
critas todos os anos.

172

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 172 19/08/22 10:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Especiação
Especiação O objetivo é que os estudan-
Estudamos que, ao longo do processo evolutivo dos seres vivos, diversas tes compreendam como novas
espécies foram extintas, assim como muitas espécies novas foram se origi- espécies podem surgir. Para
nando. Em Biologia, são considerados membros de uma mesma espécie o isso, é importante que eles en-
grupo de indivíduos capazes de se reproduzir entre si e gerar descendentes
tendam que a especiação não
também aptos para a reprodução, ou seja, descendentes férteis.
é um processo imediato, e sim
O processo evolutivo que envolve a origem de novas espécies
lento e gradual. Com o foco
é denominado especiação e ocorre quando duas ou mais populações
de uma mesma espécie, por algum motivo, começam a se diferenciar e
nesse objetivo, e em respeito
evoluir independentemente. Ou seja, diferenças genéticas, morfológicas, à idade escolar, optou-se por
comportamentais, entre outras, ocorrem em determinada população e, não fazer a diferenciação en-
com o tempo, podem impedir que indivíduos originários de popula- tre anagênese e cladogênese.
ções distintas sejam capazes de cruzar e/ou gerar descendentes férteis. No entanto, caso surjam dúvi-
Formam-se, assim, espécies distintas. das ou perguntas sobre outras
Entre os eventos que podem resultar no surgimento de novas espé- maneiras pelas quais novas es-
cies, vamos destacar o isolamento geográfico. Quando duas (ou mais) pécies podem surgir, é possível
populações de uma mesma espécie são mantidas isoladas entre si por explicar que na anagênese as
uma barreira geográfica, como uma montanha ou um rio, elas poderão características de uma espécie
se tornar espécies distintas com o passar dos anos. Vamos observar um AS CORES NÃO IMAGENS FORA mudam gradualmente ao lon-
exemplo de como isso pode ocorrer. SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
go das gerações; com o passar
3 5 do tempo, essas alterações se
A presença do rio impossibilita As populações podem acumular acumulam, de forma que essa
o encontro físico entre as tantas diferenças que passa a população acaba se tornando
populações, impedindo, portanto, existir uma incompatibilidade
1 que indivíduos das duas reprodutiva entre ambas, que se uma espécie diferente da an-
Nessa população, os
indivíduos cruzam
populações cruzem entre si. tornam duas espécies distintas. cestral. Por outro lado, na cla-
entre si e têm dogênese ocorre a separação
descendentes férteis.
das linhagens evolutivas pelo
População 1
População isolamento reprodutivo, possi-
da espécie A
Barreira bilitando, assim, o surgimento
SIRIO CANÇADO

de duas ou mais espécies.


Ao explicar sobre isolamen-
to reprodutivo entre as duas
População 2
População
populações, destacar que a
2 da espécie B incompatibilidade reprodutiva
Com o passar dos 4 pode acontecer de várias ma-
anos, surge uma Os descendentes
barreira geográfica, dessas populações 6 neiras, como:
um rio largo, que começam a Nesse caso, mesmo que a barreira • isolamento temporal: as duas
separa a população. se diferenciar geográfica deixe de existir, e os indivíduos
geneticamente. se misturem novamente, eles não serão populações possuem épocas
mais capazes de se intercruzar e produzir de acasalamento diferentes;
descendentes férteis.
• isolamento sexual: não existe
Elaborado com base em: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 505. atração sexual entre as popu-
Esquema das principais etapas da especiação por isolamento geográfico. lações;
• isolamento mecânico: os ór-
173 gãos sexuais não são compa-
tíveis;
• isolamento gamético: os ga-
10:05 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 173 17/07/22 10:05
metas não são capazes de se
encontrar para que ocorra
­fecundação.

173

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV2.indd 173 29/08/22 22:23


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Aspectos evolutivos
do ser humano Aspectos evolutivos do ser humano
Iniciar a aula perguntando Os seres humanos pertencem à ordem Primata, assim como lêmures, orangotangos, gorilas,
para os estudantes quais são as chimpanzés, bonobos, entre outros. Uma das características dessa ordem é apresentar, em sua maioria,
o polegar em oposição aos demais dedos das mãos. É o que chamamos de polegar opositor.
espécies não extintas mais pró-
ximas dos seres humanos. Possi- Mão de orangotango Mão de gorila Mão de chimpanzé Mão de ser humano

velmente, eles citarão diferentes


macacos ou grandes símios. Ex- IMAGENS FORA

CRIS ALENCAR
plicar a eles que essas espécies DE PROPORÇÃO.

pertencem à ordem Primata, a AS CORES NÃO


SÃO REAIS.

qual apresenta as seguintes ca-


racterísticas (em adição às des-
critas no Livro do estudante):
cinco dígitos, ossos dos membros

TRISTAN TAN/SHUTTERSTOCK.COM

ROBHAINER/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES

ABESELOM ZERIT/SHUTTERSTOCK.COM

DEAN DROBOT/SHUTTERSTOCK.COM
1,5 m
1m
(rádio e ulna, tíbia e fíbula) sepa- 1,3 m

rados e movimentados por meio


de articulações, osso da clavícula
e poucos filhotes por parto (ge-
ralmente 1). Nesse momento, é
importante que os estudantes
entendam que essa proximidade Elaborado com base em: ALMÉCIJA, Sergio; SMAERS, Jeroen B.; JUNGERS, William L. The evolution of human and ape hand proportions.
está associada à existência de um Nature Communications, Londres, n. 6, 14 jul. 2015. Disponível em: https://www.nature.com/articles/ncomms8717. Acesso em: 12 maio 2022.

ancestral comum exclusivo entre O polegar opositor é uma característica da maioria dos primatas.
todos os primatas.
Aproveitar essa discussão ini- Além do polegar opositor, grande parte dos prima- SER
GEY
UR
YA
tas se caracteriza por apresentar garras modificadas D NIK
cial para também questionar so- OV
/S
HU
em unhas, ter o sentido da visão bem desen- TT
ER
bre a origem evolutiva dos seres
volvido, ter hábitos arbóreos, ser diurna e

ST
OC
humanos. É possível que alguns

K.
CO
apresentar mãos e pés preênseis, isto é,

M
estudantes respondam que os se- capazes de segurar objetos.
res humanos surgiram dos maca- Em relação ao parentesco entre
cos, o que está equivocado. Caso os primatas, estudos têm indicado
isso ocorra, explicar que os seres que chimpanzés (Pan troglodytes)
humanos e os macacos com- e bonobos (Pan paniscus) são mais
partilham um ancestral comum, próximos dos seres humanos (Homo
que se diversificou, ao longo do sapiens) do que os demais primatas.
tempo, originando diferentes li- Isso significa que os seres humanos, os
nhagens de primatas. Essa expli- chimpanzés e os bonobos teriam um 1,2 m

cação pode ser feita retomando o ancestral comum, a partir do qual as


cladograma apresentado na pá- linhagens evolutivas dessas três espécies
foram se diferenciando.
gina 162 do Livro do estudante
junto às ideias de D
­ arwin para re- Uma fêmea de bonobo (Pan paniscus)
lacionar o parentesco de espécies com seu filhote nas costas.
hipotéticas (no caso, espécies A,
B e C). É importante que os estu- 174
dantes compreendam a origem
evolutiva dos seres humanos,
para que não reproduzam falas D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 174 17/07/22 10:05 D3-C

errôneas sobre o assunto.

174

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Auxiliar os estudantes a in-
terpretar a linha do tempo de
espécies de hominínios. Primei-
ramente, explicar a eles o signifi-
Em diversos estudos, já foram identificados fósseis de espécies extintas
de primatas que seriam mais próximas dos seres humanos do que dos
cado dos números apresentados,
chimpanzés e dos bonobos. Essas espécies são conhecidas como hominí- esclarecendo que o número 0
nios, que teriam vivido entre 6 e 7 milhões de anos atrás. Alguns estudos se ­refere ao presente e que os
sugerem que o fóssil mais antigo conhecido de um hominínio pertença à números maiores representam
espécie Sahelanthropus tchadensis, encontrado no deserto do Chade, no épocas mais longínquas. Dessa
continente africano. maneira, quanto mais próxima
Observe, no quadro a seguir, quinze espécies extintas de hominínios do zero, mais recente é a espécie,
conhecidas, isto é, espécies que correspondem a fósseis descobertos, bem e quanto mais distante do zero,
como a época em que se estima que existiram na Terra. Note, por exemplo,
mais antiga ela é. Destacar tam-
que a espécie Australopithecus africanus teria vivido entre cerca de 3,3 a 2,1
bém que cada espécie está asso-
milhões de anos atrás. A espécie humana, Homo sapiens, é a única datada no
tempo 0, o que significa que, entre as espécies representadas, é a única vivente. ciada a uma barra vertical. Essa
barra representa o período em
IMAGENS FORA AS CORES NÃO que a espécie viveu no planeta,
DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.
Linha do tempo de espécies de hominínios estando a extremidade inferior
associada ao seu surgimento, e

BENTINHO
Homo sapiens
0 a extremidade superior, à sua ex-
tinção.
0,5
Homo Com essas informações, fazer
Paranthropus neanderthalensis
1 robustus a leitura completa da linha do
1,5
Paranthropus boisei
Homo tempo, citando todas as espé-
rudolfensis
Homo erectus cies presentes, sua origem e sua
2 extinção. Chamar a atenção ao
Australopithecus garhi Homo habilis
2,5 fato de que, ao longo da história
Milhões de anos atrás

Australopithecus africanus evolutiva exposta, diferentes es-


3 Kenyanthropus
platyops
pécies de hominínios habitaram
Australopithecus afarensis
3,5 a Terra em um mesmo período.
4
Por exemplo, há aproximada-
Australopithecus anamensis
mente 1,6 milhões de anos, esta-
4,5
Ardipithecus ramidus vam presentes na Terra represen-
5 tantes de Paranthropus boisei,
Paranthropus robustus, Homo
5,5
habilis e Homo erectus. Adicio-
6 nalmente, destacar que os seres
6,5
Orrorin tugenensis humanos habitaram o planeta
Sahelanthropus tchadensis com os Homo neanderthalensis
7 e, potencialmente, com repre-
sentantes de Homo erectus.
Fontes dos dados: WHAT does it mean to be human? Smithsonian National Museum of Natural History. Washington, D.C., 2022. Destacar que os intervalos de
Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species.
CALLAWAY, Ewen. Oldest Homo sapiens fossil claim rewrites our species' history. Nature, [S. l.], 7 jun. 2017. Disponível em: tempo do gráfico podem ser alte-
https://www.nature.com/articles/nature.2017.22114. Acessos em: 12 maio 2022. rados conforme novas evidências
Linha do tempo de espécies de hominínios. As barras verticais indicam o período estimado em que cada fósseis forem descobertas.
espécie viveu.

175
#FICA A DICA, Professor
No link a seguir, há um texto
10:05 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 175 na linha do tempo da p. 175 do Livro do estu­
17/07/22 10:05 explicativo sobre as principais di-
dante, estão em um grupo taxonômico específi- ferenças na classificação dos seres
Explicar que o ser humano, assim com os oran- humanos e grandes primatas.
co, denominado tribo (grupo entre subfamília e
gotangos, gorilas, bonobos e chimpanzés, per- • ROCHA, Gabriel. Hominídeo
gênero): a tribo Hominini, sendo coletivamente
tencem à família dos Hominidae, cujos membros ou hominínio? Arqueologia
são denominados hominídeos. Em razão da pro- chamados de hominínios. Comentar que o ser
e pré-história. [S. l.], 31 jan.
ximidade evolutiva, os seres humanos, os bono- humano pertence ao gênero Homo e à espécie 2022. Disponível em: https://
bos, os chimpanzés e os gorilas pertencem à sub- Homo sapiens. arqueologiaeprehistoria.
família Homininae, cujos membros são chama- Se desejar, desenhar na lousa o esquema so- com/2022/01/31/hominideo-
bre a classificação dos seres humanos presente ou-homininio-%EF%BF%BC/.
dos hominíneos. Por sua vez, os seres humanos
Acesso em: 29 jun. 2022.
e seus ancestrais mais próximos, representados no link do #FICA A DICA, professor.
175

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Antes de explicar sobre o bipe-
Nos fósseis correspondentes ao gênero Ardipithecus, alguns ele-
dalismo, perguntar aos estudan-
mentos esqueléticos indicam que ele era capaz de escalar árvores e
tes que características de uma
podia alternar esse comportamento arborícola com um caminhar ereto.
­espécie podem ser determinadas No entanto, acredita-se que os primeiros hominínios bípedes,
a partir do estudo de fósseis. É ou seja, os primeiros a caminhar sobre os dois membros poste-
possível que boa parte dos estu- riores, tenham sido representantes do gênero Australopithecus. O
dantes apontem para caracterís- primeiro fóssil encontrado da espécie Australopithecus afarensis tem
ticas morfológicas e anatômicas. 3,2 milhões de anos e foi encontrado na região de Afar (Etiópia). O
Nesse caso, questionar se tam- esqueleto estava 40% completo, era de uma fêmea, que recebeu
bém é possível inferir os hábitos o nome de Lucy.
de vida de uma espécie já extin- O formato de alguns ossos do esqueleto de Lucy indica que a
ta a partir do estudo dos fósseis. espécie tinha um hábito de vida arborícola, mas que era capaz de
Possivelmente, muitos irão hesi- caminhar sobre duas pernas. Pegadas fossilizadas
tar em responder a essa pergun- encontradas na Tanzânia corroboram a hipó-
ta. Verificar se algum estudante M tese de que os hominínios que viveram há

O
JOHN BAVARO FINE ART/
SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

.C
3,6 milhões de anos eram bípedes.

CK
responde ser possível e pedir que

TO
E RS
cite exemplos à turma. Avaliar os
UT T
D AN N Y YE/ SH
exemplos citados e complemen- Réplica do crânio reconstituído de Lucy,
fêmea da espécie Australopithecus
tar com outros. É possível inferir, afarensis. Singapura, 2021.
por exemplo, os hábitos alimen-
tares de uma espécie, a partir da
análise de sua arcada dentária

JOHN READER/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


Representação
fossilizada. Também é possível artística de Lucy,
inferir sua forma de locomoção, fêmea da espécie
a partir da análise dos ossos de Australopithecus
seus membros. Acrescentar que afarensis. Ela
tinha pouco mais
o estudo de pegadas fossilizadas, de 1 m de altura.
no caso dos hominínios, também
auxiliou a conclusão sobre o bi-
pedalismo de algumas espécies.

Pegadas fossilizadas, possi-


velmente de dois adultos e
de uma criança da espécie
A. afarensis, encontradas
em Laetoli, Tanzânia. Na
fotografia, as pegadas,
com cerca de 3,6 milhões
de anos, estão sendo
analisadas por Mary Leakey
(1913-1996), paleoantropó-
loga britânica que fez essa
descoberta.

176

D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 176 17/07/22 10:05 D3-C

176

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao explicar sobre o uso de
A espécie Homo habilis foi a primeira espécie pertencente ao
ferramentas, destacar que teria
gênero Homo a aparecer no registro fóssil. Uma das características em
se iniciado há aproximadamen-
destaque dessa espécie, em comparação às anteriores, era a habilidade
com o uso de ferramentas.
te 2,5 milhões de anos pela es-
Atualmente, a única espécie vivente do gênero Homo é a nossa, pécie Australopithecus garhi.
Homo sapiens. A evidência fóssil indica que os primeiros seres humanos Essa informação se baseia em
teriam se originado na África – os fósseis mais antigos de H. sapiens fósseis de ossos de animais
foram encontrados em Marrocos e datados em cerca de 300 mil anos que foram encontrados com
atrás. Entre as características dos seres humanos estão: o uso da lingua- marcas de cortes, sugerindo
gem, a expressão artística e o uso de ferramentas complexas. que esses hominínios cortavam
Observe no quadro a seguir uma comparação entre algumas espé- a carne dos ossos de animais
cies do gênero Homo. com o uso de ferramentas de
pedra. Até essa descoberta,
creditava-se ao Homo habilis
Aspectos físicos e distribuição de algumas espécies do gênero Homo
o uso das primeiras ferramen-
tas, uma vez que instrumentos
Espécie Datação Distribuição Altura Volume do crânio Aspecto físico afiados, feitos de pedra, foram
inicialmente encontrados junto
Braços relativamente
2,4 milhões a longos, face a fósseis dessa espécie.
Leste e
H. habilis 1,4 milhão
sul da África
1 m – 1,35 m 500 cm3 – 600 cm3 proporcionalmente Ao comentar sobre os Homo
de anos pequena, nariz largo sapiens, destacar que os da-
e mandíbula fina
dos anteriores indicavam que
1,9 a Face maior e os fósseis mais antigos foram
Leste
H. rudolfensis 1,8 milhão
da África
Cerca de 1,5 m 600 cm3 – 800 cm3 relativamente plana; os encontrados na Etiópia, da-
de anos mandíbula robusta
tados entre 195 mil e 160 mil
Corpo robusto, crânio anos atrás. Contudo, novas pes-
1,8 milhão a África 750 cm3 –
H. erectus
110 mil anos e Ásia
1,45 m – 1,85 m
1 250 cm3
achatado e espesso; quisas evidenciaram a probabi-
mandíbula robusta lidade de a espécie ter se ori-
Corpo robusto, nariz ginado cerca de 100 000 anos
grande, mandíbula antes. Por isso, a origem dos
400 mil a Europa 1 200 cm –3
H. neanderthalensis
40 mil anos e Ásia
1,55 m – 1,64 m
1 750 cm3
robusta, dentes Homo sapiens foi apresentada
pequenos e queixo
como tendo ocorrido há cerca
proeminente
de 300 mil anos.
Esqueleto menos O quadro presente no Livro
robusto, crânio maior
do estudante apresenta algu-
do que o dos demais
Cerca de mas características de espécies
Todo 1 200 cm3 – hominínios, exceto H.
H. sapiens 300 mil 1,6 m – 1,85 m
anos até hoje
o planeta 1 700 cm3 neanderthalensis, os do gênero Homo. Auxiliar os
neandertais; queixo estudantes a interpretar essas
e dentes menores do
que os neandertais.
informações. Pedir que obser-
vem que as espécies mais an-
Fontes dos dados: WHAT does it mean to be human? Smithsonian National Museum of Natural History. Washington, D.C., 2022.
Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species.
tigas eram mais baixas e que
CHARLES Darwin: 1809-2009: etapas evolutivas: o gênero Homo. Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquista Filho". Assis, o volume de seu crânio era
2009. Disponível em: http://www2.assis.unesp.br/darwinnobrasil/humanev2b.htm. Acessos em: 12 maio 2022.
menor em comparação com
espécies mais recentes. Obser-
177 vando o quadro, pode-se notar
uma tendência evolutiva de
aumento no volume do crânio
10:05 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24_AV1.indd 177
#FICA A DICA, Professor
19/07/22 08:41 e aumento da estatura média
das espécies do gênero Homo.
O Canal USP disponibiliza um curso, dividido em Ao abordar o volume do crânio,
12 vídeos, sobre a história da evolução humana.
é possível realizar a atividade 3
Para mais informações e acesso ao link, consultar o
da página 178.
seguinte endereço.
• A SAGA da humanidade em 12 vídeos. Agência
Fapesp. São Paulo, 7 mar. 2018. Disponível em:
https://agencia.fapesp.br/a-saga-da-humanidade-
em-12-videos/27272/. Acesso em: 22 jun. 2022.

177

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ATIVIDADES • ATIVIDADES

SUMIKOPHOTO/SHUTTERSTOCK.COM
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

1. Para contribuir com a contex-


tualização da atividade, se 1. Analise as fotografias de duas espécies
possível, convidar previamente de esquilo a seguir.
o docente de Geografia da es-

B CHRISTOPHER/ALAMY/FOTOARENA
cola para fornecer mais infor-
mações sobre como se deu a 20 cm

formação do Grand Canyon ao Rio Colorado no Grand Canyon, Arizona,


Estados Unidos.
longo dos anos.
a) Resuma as informações do texto, expli-
a) O texto informa sobre cando o evento de especiação ocorrido.
a origem evolutiva das es- b) Que tipo de especiação ocorreu com os
pécies de esquilo Ammos- esquilos citados no texto?
permophilus leucurus e
­Ammospermophilus harrisii,
2. Pesquisadores identificaram duas espé-
Esquilo da espécie Ammospermophilus leucurus.
cies distintas de caracóis vivendo na
encontradas em re­giões distin- base de uma montanha. Uma das espé-
DANITA DELIMONT/SHUTTERSTOCK.COM

tas do Grand Canyon (Norte e cies ocupava apenas o lado A, enquanto


Sul, respectivamente). Estudos 24 cm a outra espécie ocupava o lado B, como
apontam que tais espécies mostra a ilustração a seguir. Durante
teriam se originado de uma as investigações, por meio de análises
população ancestral que ha- genéticas, os pesquisadores chegaram à
conclusão de que as duas espécies têm
bitava o Grand Canyon e que
um ancestral comum.
foi separada geo­graficamente

JEMASTOCK/
SHUTTERSTOCK.COM
durante a formação do cânion.
Com o tempo, as populações Esquilo da espécie Ammospermophilus harrisii.
se tornaram espécies distintas.
b) Especiação por isolamento Essas espécies de esquilo são encontradas A B
geográfico. em regiões diferentes do Grand Canyon,
uma formação geológica localizada no Elabore uma hipótese que explique a
2. Espera-se que os estudantes estado do Arizona, nos Estados Unidos. história evolutiva das duas espécies.
mencionem que existia uma No caso, a espécie Ammospermophilus Resposta pessoal.
3. Observe os crânios fósseis a seguir.
população ancestral, que foi leucurus, caracterizada por apresentar
E. R. DEGGINGER/
SCIENCE SOURCE/
FOTOARENA

separada fisicamente por uma uma mancha branca em sua cauda, é


1 2
barreira geográfica – no caso, encontrada na região norte do Grand
a montanha. Com o passar do Canyon. Já a espécie Ammospermophilus
tempo, as duas populações harrisii, desprovida da mancha, é encon-
trada na região sul. 1. Homo erectus. 2. Homo sapiens.
foram se modificando, de for-
ma comportamental, genética Estudos realizados por pesquisadores Retorne ao quadro da página 177 e faça
e morfológica, a ponto de se apontam que essas duas espécies teriam uma comparação entre as informações
sido originadas de uma população ances- do quadro e o que observa nos fósseis da
tornarem espécies distintas,
tral que foi separada geograficamente imagem. Que tendência evolutiva pode
isto é, caso se encontrassem
ao longo de milhões de anos da erosão ser observada entre as espécies do gênero
no mesmo ambiente, não cru-
das rochas do cânion pelo Rio Colorado. Homo em relação ao volume do crânio?
zariam e/ou não produziriam 1. Respostas nas Orientações para o professor. Uma tendência de aumento do volume do crânio.
descendentes férteis. 178
O objetivo dessa atividade é
que os estudantes respondam
sobre como pode ter ocorrido D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 178 17/07/22 10:06 D3-C
o surgimento das duas espé-
cies. Questionar a turma sobre
o que aconteceria se a barreira
geográfica desaparecesse an-
tes do processo de especiação
ocorrer. Explicar que, nessa
situação, as duas populações
conseguiriam se intercruzar
e, possivelmente, permanece-
riam como única espécie.
178

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 178 19/08/22 10:06


4. a) Resposta pessoal. Con-
6. II. Está correta. versar com os estudantes
I. O possível registro de arte pré-histórica mais antiga do mundo foi feito por crianças, há cerca de 169 a 226 mil anos a.C.
III. Não é possível afirmar a qual espécie de hominínio pertenciam as crianças cujas marcações de mãos e pés fossilizadas sobre os museus poderem,
foram encontradas no Planalto Tibetano, na China. por exemplo, representar a
4. Entre os dias 2 e 3 de setembro de 2018, e explicou o que havia aprendido nas
cultura de um local; fornecer
um grande incêndio destruiu o Museu aulas de Ciências.
a) Que explicação Luara pode ter dado a subsídios à pesquisa científi-
Nacional do Rio de Janeiro, instituição
científica de 200 anos de existência. A Ricardo? ca; divulgar, de modo acessí-
maior parte do acervo do museu, cerca b) Que evidência você utilizaria para sus- vel à população, informações
de 20 milhões de itens, foi destruída tentar sua explicação? Respostas nas históricas, culturais, artísticas,
Orientações para
pelo incêndio. Registros históricos, 6. Leia o texto a seguir. o professor. científicas etc. Aproveitar
obras de arte, múmias e fósseis foram para destacar a importância
perdidos. Entre os fósseis estava o crânio Uma pesquisa publicada no periódico dos museus quanto à valo-
de Luzia, encontrado em Minas Gerais, Science Bulletin descreve o que pode ser a rização dos conhecimentos
que, com cerca de 11 500 anos, é o mais arte pré-histórica mais antiga do mundo.
antigo fóssil humano das Américas. Um
historicamente construídos,
Marcações de pés e mãos fossilizadas no
mês após o incêndio, 80% do crânio de desenvolvendo a competên­
Planalto Tibetano datam de 169 mil a 226
Luzia foi encontrado, com alterações mil anos a.C., segundo pesquisadores da
cia geral 1.
causadas pelo fogo. [...] China. De acordo com a análise, elas Ao realizar essa atividade, é
devem ter sido feitas por crianças.
GREGG NEWTON/REUTERS/ALAMY

importante que os estudantes


A datação ultrapassa qualquer regis-
tro de arte pré-histórica conhecido. Para
percebam o impacto do in-
efeito de comparação: uma intervenção cêndio do Museu Nacional na
artística recentemente atribuída aos Ciência do Brasil e do mundo.
neandertais foi feita há 64,8 mil anos, Destacar que grande parte da
enquanto o desenho de um javali, tido informação lá existente não
como a arte figurativa mais antiga do poderá ser recuperada. Sobre
mundo, tem 45,5 mil anos.
a importância desse museu,
[...]
Não é possível afirmar a qual espécie
apresentar aos estudantes o
[...] estas crianças pertenciam [...]. conteúdo do texto indicado
no #FICA A DICA, Professor.
Crânio fossilizado de Luzia e uma FIORATTI, Carolina. Impressão de mãos infantis
reconstituição artística de sua cabe- pode ser a arte pré-histórica mais antiga do mundo. b) Homo sapiens. Há cerca de
Superinteressante, São Paulo, 16 set. 2021. Disponível
ça, que estavam expostos no Museu em: https://super.abril.com.br/historia/impressao-de-maos- 300 mil anos.
Nacional. Rio de Janeiro (RJ), 1999. infantis-pode-ser-a-arte-pre-historica-mais-antiga-do-
mundo/. Acesso em: 12 maio 2022.
c) Os fósseis contribuem para
a) O incêndio do Museu Nacional do Rio os estudos evolutivos, pois,
de Janeiro foi considerado uma perda
Considerando o texto e o que você
a partir de sua análise, pode-
irreparável. Qual é a importância dos mos conhecer espécies que
museus para a sociedade? estudou, corrija as afirmações a seguir,
quando necessário. já foram extintas e entender
b) Luzia era um fóssil de que espécie de
hominínio? Quando essa espécie prova- I. O possível registro de arte pré-histórica como diferentes grupos de
velmente surgiu no planeta? mais antiga do mundo foi feito por seres vivos se modificaram ao
c) Como os fósseis podem auxiliar os crianças, há cerca de 64,8 mil anos a.C. longo do tempo, estabelecen-
estudos científicos? II. A arte figurativa (que representa ele- do parentesco entre os seres
Respostas nas Orientações para o professor. mentos da natureza) mais antiga do
5. Em uma conversa com Luara, Ricardo mundo é de um javali, registrado há
extintos e os atuais. Retomar
comentou que os seres humanos “evo- cerca de 45,5 mil anos. com os estudantes que os fós-
luíram dos macacos”, isto é, ele quis III. As marcações de mãos e pés fossiliza- seis também podem auxiliar o
dizer que os seres humanos seriam des- das encontrados no Planalto Tibetano, estudo das camadas do solo e
cendentes dos macacos. Luara disse ao na China, pertenciam a crianças da contribuem para a compreen-
colega que essa visão não está correta espécie Homo neanderthalensis.
são da teoria das placas tectô-
nicas.
179
5. a) Os seres humanos não evo-
luíram dos macacos, mas sur-
10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 179 17/07/22 10:06
giram a partir da evolução de
#FICA A DICA, Professor uma linhagem que divergiu
Sobre o Museu Nacional, acessar: de um ancestral comum dos
• COSTA, Camilla. Museu Nacional: de dinossauros primatas.
nunca identificados a línguas extintas, o que a b) Espera-se que os estudantes
ciência perde com o incêndio. BBC News Brasil, mencionem as análises genéti-
São Paulo, 4 set. 2018. Disponível em: https:// cas e os achados fósseis.
www.bbc.com/portuguese/brasil-45404257.
Acesso em: 22 jun. 2022.

179

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 179 19/08/22 10:06


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O ASSUNTO É...
O ASSUNTO É...
IMAGENS FORA AS CORES NÃO
DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.

Comentar com os estudantes


sobre a importância dos antibióti-
cos ao terem tornado possível a re-
alização de procedimentos invasi-
vos, como transplantes, cirurgias,
Resistência bacteriana
partos prematuros e procedimen- Os antibióticos são muito importantes para
tos profiláticos ou terapêuticos o tratamento de doenças infecciosas causadas por
que auxiliam a promover um au- bactérias. Leia a seguir algumas informações sobre
mento na expectativa de vida das bactérias e uso de antibióticos.
pessoas. Destacar essa importân-
cia enquanto implicação científica
à sociedade, contribuindo com Desde a descoberta dos
antibióticos, as taxas de
o desenvolvimento da compe­ mortalidade associadas a
tência específica 4. Ressaltar infecções bacterianas reduziram-
-se no mundo inteiro. No entanto,
que, no passado, era comum que o mau uso desses medicamentos
pessoas viessem a óbito após a tem contribuído para acelerar
o processo de resistência de
realização de procedimentos in- bactérias em relação a eles.
vasivos, por causa de eventuais
infecções no organismo.
A resistência bacteriana é atu-
almente um grande problema
de saúde pública. Ao abordar o
assunto, enfatizar a importância
de somente fazer uso de medica- Em nosso organismo, os antibióticos
promovem a morte de bactérias,
mentos sob orientação médica, como as que estão causando uma
trabalhando o tema contempo- infecção. A forma de atuação de
cada antibiótico pode variar, mas, de
râneo transversal Saúde e opor- modo geral, diferentes antibióticos
tunizando o desenvolvimento da são eficientes para matar diferentes
espécies de bactérias.
competência geral 8 e da com­
petência específica 7, relativas
ao cuidado com a saúde física.
Os antibióticos agem de dife-
Algumas bactérias que causam infecções têm se
ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO

rentes formas contra as bactérias mostrado resistentes aos antibióticos. Os dados a seguir
em nosso organismo. Entre elas, mostram a porcentagem de bactérias resistentes ao
antibiótico ciprofoxacina, usado para tratar infecções no
impedem a síntese da parede ce- sistema urinário de diferentes pacientes.
lular bacteriana, inibem a síntese • De 8,4% a 92,9% para Escherichia coli.
• De 4,1% a 79,4% para Klebsiella pneumoniae.
proteica das bactérias, desorga-
nizam a membrana celular bac-
teriana e interferem diretamente
no metabolismo celular. Fonte dos dados: ANTIMICROBIAL resistance. World Health Organization. Geneva, 17 nov. 2021.
A resistência a antibióticos Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/antimicrobial-resistance. Acesso em: 24 maio 2022.

pode ser uma característica in-


trínseca a algumas espécies de 180
bactérias, que podem resistir à
sua ação por conta de algum
componente estrutural ou ca- material genético exógeno,
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 180 anteriormente pre- pazes de alterar a permeabilidade de sua mem- 17/07/22 10:06 D3-C

racterística funcional inerente sente em outros microrganismos e propagados brana etc. Esses mecanismos bioquímicos irão
à espécie. Além disso, ela pode por transferência gênica horizontal. conferir resistência às bactérias, dependendo do
ser adquirida como fruto de Os mecanismos bioquímicos de resistência a mecanismo de ação dos antibióticos. Por exem-
mutações, que podem ocorrer antibióticos podem ser vários. Algumas bactérias plo, alterar a permeabilidade da membrana é um
durante a multiplicação celular, são capazes de produzir enzimas que degradam mecanismo de resistência aos antibióticos que
ou ser induzida por agentes mu- ou inativam o antibiótico; outras são capazes de penetram a membrana das bactérias. No entan-
tagênicos. Por fim, a resistência modificar o alvo do antibiótico, alterando algum to, algumas espécies de bactérias são resistentes
bacteriana a antibióticos pode componente estrutural celular; outras são ca- a mais de um antibiótico.
ser adquirida pela aquisição de

180

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 180 19/08/22 10:06


Assim, pedir que codifiquem os
participantes com letras alea-
tórias ou nomes fictícios e que
apenas indiquem sua idade.
Bactérias que não são afetadas por determinado antibiótico continuam
se multiplicando no organismo e são denominadas resistentes. Como Essa atividade oportuniza o
as bactérias produzem clones de si mesmas ao se reproduzirem desenvolvimento das compe­
assexuadamente, em pouco tempo pode se observar o aparecimento de
uma população de bactérias resistentes. tências gerais 4 e 10 e da
competência específica 8.
A resistência bacteriana representa um sério
risco para a população humana e para a
saúde pública, visto que reduz as opções de #FICA A DICA, Professor
medicamentos efetivos para o tratamento
de infecções e aumenta as possibilidades de Para saber mais sobre os antibi-
complicações de saúde. Bactérias resistentes óticos, recomenda-se acessar:
a múltiplos antibióticos são particularmente
perigosas em internações hospitalares, • BRASIL. Agência Nacional de
especialmente para pacientes cujo tratamento Vigilância Sanitária. Antimi­
exige acesso aos vasos sanguíneos, pois a cro­bianos: bases teóricas e
infecção pode ser fatal.
uso clínico. Brasília, DF: Anvisa,
[2019?]. Disponível em: https://
O aparecimento da resistência www.anvisa.gov.br/servicosaude/
bacteriana pode ser acelerado pelo
controle/rede_rm/cursos/rm_
uso inadequado de antibióticos: ou
pelo uso de medicamento sem o efeito controle/opas_web/modulo1/
desejado, ou pelo uso de doses não antimicrobianos.htm. Acesso em:
recomendadas, diferentes daquelas 22 jun. 2022.
determinadas pelo médico. Por esse
motivo, é importante que o uso desse Para saber mais sobre a resistên-
tipo de medicamento seja feito de
cia bacteriana a antibióticos, reco-
forma correta e consciente. Por isso, a
venda de antibióticos sem prescrição menda-se acessar:
médica é proibida no Brasil desde o
• LOUREIRO, Rui João et al. O uso
ano de 2011.
• Atividades NÃO ESCREVA de antibióticos e as resistências
NO LIVRO.
bacterianas: breves notas sobre

ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO


1 Que atitudes indicadas no infográfico podem acelerar o aparecimento, na população de bacté- a sua evolução. Revista Por­
rias, da característica que leva à resistência bacteriana? Resposta nas Orientações tu­guesa de Saúde Pública,
para o professor. Lisboa, v. 34, n. 1, p. 77-84, jan.-
2 Forme um grupo com seus colegas e realizem entrevistas sobre o tema “Venda de antibióticos”, -abr. 2016. Disponível em: https://
com pessoas da comunidade, com base em três perguntas:
www.sciencedirect.com/science/
• Você segue as recomendações médicas quando precisa utilizar antibióticos? article/pii/S087090251500067X.
• Você concorda com a norma que estabelece que antibióticos só podem ser vendidos sob Acesso em: 22 jun. 2022.
prescrição médica? Justifique.
• Você sabe o motivo dessa norma?
Anotem os resultados das entrevistas no caderno. Os resultados devem ser apresentados à
turma em gráficos de colunas de duas variáveis: no eixo x devem estar as respostas das pessoas
(sim ou não); no eixo y deve estar o número de pessoas que deram cada resposta.
A partir de uma média dos resultados encontrados pela turma, elaborem um panfleto informa-
tivo que contenha os resultados das entrevistas realizadas por você e por seus colegas e uma
explicação sobre a importância do uso correto de antibióticos. Caso seja necessário, realizem
pesquisas em livros e em sites confiáveis sobre o assunto. Ao final da atividade, distribuam o
panfleto às pessoas da comunidade. Se possível, durante a elaboração do panfleto, produzam
um pequeno vídeo, que mostre o trabalho realizado, e postem-no na rede social da escola.
Resposta pessoal.

181 AVALIANDO
Durante o desenvolvimento
dos Temas, é possível avaliar os
conhecimentos dos estudantes.
10:06 Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U5-LA-G24.indd 181 conscientização de sua comunidade17/07/22no que
10:06
Neste momento, sugerimos uma
se refere à utilização de antibióticos com base avaliação que compreenda os
1. O aparecimento da resistência bacteriana
no tema desta seção. A filmagem pode ser conteúdos presentes em toda a
pode ser acelerado pelo uso inadequado de dos bastidores da atividade, entretanto, caso Unidade 5, ao longo da qual pu-
antibióticos: ou por medicamentos sem o efei- os estudantes desejem apresentar os momen- deram desenvolver e mobilizar as
to desejado ou pelo uso de doses diferentes tos das entrevistas, é necessário a autorização habilidades EF09CI10 e EF09CI11.
das recomendadas pelos médicos. do uso de imagem dos entrevistados. Ver orientações sobre avaliações
na página XLVIII deste Manual do
2. Orientar os estudantes na realização desta ati- É importante que os estudantes não identifi- professor.
vidade. O objetivo é que contribuam para a quem nenhum dos participantes entrevistados.

181

D2-F2-2104-CIE-V9-U5-MP-146-181-G24_AV1.indd 181 22/08/22 18:22


BNCC NA UNIDADE

6
Competências
Gerais: 4, 5, 7, 9 e 10
Específicas: 3, 5, 6 e 8
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI12

BIODIVERSIDADE
BIODIVERSIDADE
E E
• EF09CI13

Temas contemporâneos
transversais
• Educação ambiental
SUSTENTABILIDADE
SUSTENTABILIDADE
• Educação para o consumo

Há comentários sobre como as habi-


lidades, as competências e os temas
contemporâneos transversais podem
ser desenvolvidos no trabalho com
esta Unidade na seção BNCC na As diversas relações entre os seres
vivos em um ecossistema, de maneira
prática da página LXXII deste Ma-
geral, estão em equilíbrio. Sua manu-
nual do professor. tenção é fundamental para a estabilidade
dos biomas e das espécies de seres vivos
que neles habitam.
Embora os seres humanos façam
ORIENTAÇÕES parte dos ecossistemas, as atividades
DANIELA BAUMANN/SHUTTERSTOCK.COM

DIDÁTICAS humanas têm gerado impactos que po-


dem levar ao desequilíbrio ambiental.
Ao mesmo tempo, existem muitos
ABERTURA DE UNIDADE esforços para proteger a biodiversi-
dade. Essa proteção pode ser realizada
As páginas de abertura apre- de forma individual, por meio de ações
sentam um copo com canudos que realizamos em nosso cotidiano, por
feitos de palha. Esses objetos, exemplo, pela destinação adequada dos
além de serem feitos de materiais resíduos domésticos; por órgãos gover-
biodegradáveis, são reutilizáveis. namentais, como pela criação e fiscali-
zação de áreas específicas de proteção;
Verificar se os estudantes identi-
e por algumas empresas, por exemplo,
ficam essas características após pela adoção de políticas e medidas sus-
analisarem a fotografia. tentáveis em sua gestão.
Na sequência, perguntar aos Nesta Unidade, estudaremos algu-
estudantes sobre a importância mas áreas ambientais protegidas previs-
de se utilizarem materiais reuti- tas por lei e algumas iniciativas de pro-
lizáveis e/ou biodegradáveis em jetos sustentáveis que têm por objetivo
proteger os ecossistemas.
detrimento de materiais descar-
táveis e/ou não biodegradáveis,
considerando implicações à bio-
diversidade. É possível, que, de
antemão, eles tenham dificulda-
des em elaborar uma resposta. 182
Caso isso ocorra, fazer pergun-
tas orais que contribuam com o
estabelecimento de uma linha D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 182 17/07/22 10:06 D3-C

de raciocínio condizente com a são os impactos ambientais decorrentes da pro- evitando a contaminação e a morte de muitos
resposta esperada, como: Qual dução excessiva de resíduos?, entre outras ques- seres vivos.
é a diferença entre materiais reci- tões. Dessa forma, espera-se que concluam que Essa dinâmica com os estudantes auxilia na
cláveis e materiais reutilizáveis?; reutilizar materiais reduz a produção excessiva identificação dos conhecimentos prévios e possi-
Qual é a diferença entre materiais de resíduos descartados e/ou a possibilidade de bilita diagnosticar diferenças de conhecimentos
biodegradáveis e não biodegra- descarte de forma indevida e de acúmulo no am- na turma, comuns em grandes grupos.
dáveis?; Quais deles contribuem, biente. A utilização de materiais biodegradáveis Após esse momento inicial, solicitar que volun-
de modo geral, com o aumento também reduz o acúmulo de materiais no am- tários façam a leitura do texto em voz alta. Por fim,
significativo de resíduos?; Quais biente, já que serão rapidamente decompostos, realizar as atividades presentes nesta abertura.

182

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV2.indd 182 23/08/22 21:20


Comentários sobre
as atividades
1. Convém pesquisar previamen-
te a existência de Unidades de
Conservação (UCs) na região
em que a escola se localiza,
utilizando como referência o
site Unidades de Conservação

E no Brasil, vinculado ao Institu-


to Socioambiental. Disponível

E em: https://uc.socioambiental.
org/mapa, acesso em: 23 jun.
2022. Caso não existam UCs
na cidade em que a escola se
localiza, pesquisar em outras
cidades do estado.
2. Espera-se que os estudantes
citem ações individuais, como
economizar água; não des-
cartar óleo na pia; descartar
resíduos sólidos corretamente;
não fazer queimadas nem con-
tribuir para que ocorram etc.
3. Neste momento, não é espera-
do que os estudantes conhe-
çam a definição de sustenta-
bilidade, mas que expressem
seus conhecimentos prévios
sobre o assunto. É possível
que eles mencionem que o
material do qual são feitos os
Canudos e copo produ-
objetos é natural, favorecendo
zidos a partir de palha. sua decomposição. Isso não
aconteceria caso os objetos
fossem produzidos de plás-
1 Na região em que você mora, existe alguma área
tico, que pode levar cerca de
ambiental protegida prevista por lei? Converse com 450 anos para se decompor
seus colegas. totalmente. O descarte incor-
reto e o tempo de decompo-
2 De que forma você pode contribuir com a proteção sição dos resíduos causam
da biodiversidade em seu dia a dia?
impactos ambientais, como
3 A fotografia apresenta uma ação sustentável? a poluição do solo e de reser-
Converse sobre isso com um colega. Respostas pessoais. vatórios de água, favorecen-
do desequilíbrios ambientais
e prejudicando a biodiversida-
183 de. Dessa maneira, o exemplo
da fotografia é uma ação sus-
tentável, que, nesse caso, é
10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 183 17/07/22 10:06 prevista por meio de leis mu-
nicipais ou estaduais, que pro-
íbem a produção e a comercia-
lização de canudos de plástico.

183

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV1.indd 183 22/08/22 18:26


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

1
1. PRESERVAÇÃO E TEMA
CONSERVAÇÃO DA PRESERVAÇÃO
BIODIVERSIDADE
Ao iniciar o assunto, propor
E CONSERVAÇÃO
outras perguntas para identificar
os conhecimentos prévios dos
DA BIODIVERSIDADE
estudantes a respeito de alguns
assuntos a serem estudados nes-
Observe as imagens a seguir, que mostram alguns componentes da biodiversi-
se tema. Por exemplo, é possível
dade brasileira.
perguntar qual é o entendimento
deles sobre o termo "biodiversi-
dade" e como justificariam a im-

FRANCO BANFI/NATURE/FOTOARENA
portância de protegê-la. É espe-

ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS


rado que muitos respondam que
o termo se refere à diversidade de
espécies existentes em um local
e que sua proteção se faz impor-
tante para a manutenção das es-
pécies no ambiente. Diante desse
cenário, explicar que a biodiversi-
dade também compreende a di-
versidade genética existente en- 40 cm

tre os indivíduos de uma mesma


espécie (retomando conceitos Peixes piraputanga (Brycon microlepis) em Aquário
estudados na Unidade 4 no Livro Cachoeira da Andorinha, no Parque Nacional de
Natural, Reserva Ecológica Baía Bonita, em Bonito (MS).
do estudante), além da diversi- Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS), 2022.
dade de comunidades biológicas
presentes em um ecossistema

NICK GARBUTT/NATURE/FOTOARENA
e as relações que estabelecem
ONDREJ PROSICKY/SHUTTERSTOCK.COM

entre si e com os componentes


abióticos do meio. Nesse senti-
do, destacar que a importância
de se proteger a biodiversidade
também considera a manuten-
ção dos conjuntos genéticos exis-
tentes em uma população e dos
papéis que os seres vivos exercem 1m
no ambiente em que vivem.
Na sequência, explorar as fo- 90 cm
Jaguatirica (Leopardus pardalis) no Pantanal Norte (MS).
tografias presentes nesta página
e na página 185, que evidenciam
Arara-vermelha (Ara chloropterus) no Pantanal.
parte da biodiversidade brasi-
leira. Aproveitar para retomar
os biomas brasileiros, sua loca-
184
lização e suas características,
estudados em anos anteriores.
Enfatizar as principais diferenças D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 184 17/07/22 10:06 D3-C

entre os biomas em relação às es-


pécies típicas da fauna e da flora,
para que os estudantes reconhe-
çam sua singularidade e sua con-
tribuição à vasta biodiversidade
de nosso país.

184

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV1.indd 184 20/08/22 11:47


Comentários sobre
as atividades

DIRK ERCKEN/SHUTTERSTOCK.COM
COULANGES/SHUTTERSTOCK.COM
1. Os estudantes podem, por
exemplo, ressaltar a grande
diversidade de seres vivos pre-
sente no território brasileiro,
além da variedade de paisa-
gens naturais.
2. Espera-se que os estudantes
resgatem os conhecimentos
2m

5 cm
prévios e valorizem a manu-
tenção de paisagens naturais
Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) no Rio e dos seres vivos nelas exis-
Rã da família dos dendrobatídeos
(Dendrobates tinctorius) na Amazônia.
Amazonas. tentes. É possível também que
mencionem que a proteção
das paisagens e dos seres vivos
ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS

pode ser feita, por exemplo,


evitando o desmatamento de
florestas, a poluição de am-
bientes aquáticos e terrestres,

FLAS100/SHUTTERSTOCK.COM
entre outras formas de prote-
ção. Verificar se os estudantes
percebem que alterações cli-
máticas, redução da qualidade
Rio Amônia em vista aérea, em Marechal Thaumaturgo (AC), 2021. do ar, aumento de doenças,
problemas na produção de
1 Ao observar as imagens, quais são suas impressões sobre a biodiversidade alimentos, entre outras ques-
brasileira? Resposta pessoal.
tões, podem estar relaciona-
2 Você considera importante a proteção de paisagens naturais e de seres das direta ou indiretamente
vivos de um local ou de um país? Por que e como isso pode ser feito? Resposta pessoal. à redução da biodiversidade.
Esse assunto será abordado
O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta. O posteriormente.
termo biodiversidade ou diversidade biológica refere-se ao conjunto
de seres vivos existentes no planeta ou em determinado ambiente. Esse
conceito considera a diversidade de organismos, incluindo a variabilidade
genética das espécies.
Quando falamos em biodiversidade de um ecossistema, estamos
nos referindo, então, à variabilidade existente entre os seres vivos desse
ecossistema, tanto entre indivíduos da mesma espécie (abundância)
quanto entre seres de espécies diferentes (diversidade).
Os ecossistemas brasileiros abrigam muitas espécies de plantas,
animais e outros organismos, como fungos e microrganismos. Essa biodi-
versidade associada à grande diversidade de paisagens naturais, incluindo
praias, cachoeiras, florestas, rios, lagos, cavernas, montanhas, entre outras,
tornam o Brasil mundialmente reconhecido por suas riquezas naturais.

185

10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 185 17/07/22 10:06

185

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao longo deste Tema, é possível
Apesar da consciência ambiental ser fundamental para todos os
abordar o tema contemporâneo
habitantes do planeta Terra, o fato de o Brasil apresentar elevada bio-
transversal Educação ambiental. diversidade implica grande empenho e responsabilidade em protegê-la,
Solicitar que diferentes volun- o que diz respeito aos governantes e a toda a população brasileira.
tários realizem a leitura do texto Então, por que é importante proteger a biodiversidade? Leia o texto
presente no Livro do estudante, a seguir.
incentivando o exercício da orali-
[...]
dade. Após a leitura, pedir que a
A diversidade biológica é o recurso do qual dependem famí-
turma expresse, com suas pala- lias, comunidades, nações e gerações futuras. É o elo entre todos
vras, o conteúdo do texto. Nesse os organismos existentes na Terra, que liga cada um deles a um
momento, aproveitar para avaliar ecossistema interdependente, em que cada espécie desempenha sua
sua competência leitora. função. É uma verdadeira teia da vida.
Destacar a importância da O patrimônio natural da Terra é composto por plantas, animais,
biodiversidade e nossa respon- terra, água, a atmosfera e os seres humanos! Juntos, fazemos todos
parte dos ecossistemas do planeta, o que equivale a dizer que, se
sabilidade, como cidadãos, em
houver uma crise de biodiversidade, nossa saúde e meios de sub-
contribuir para sua proteção, in- sistência também entram em risco.
centivando os estudantes a agir [...]
com base em princípios susten- Indo direto ao ponto: a redução da biodiversidade significa que
táveis em seu cotidiano. Reto- milhões de pessoas estão diante de um futuro em que os estoques
mar as respostas dadas por eles de alimentos serão mais vulneráveis a pragas e doenças e a oferta
à questão 2 presente na abertura de água doce será irregular ou escassa.
[...]
desta Unidade (página 183), rela-
A natureza oferece tudo isso gratuitamente. Ela só pede que
cionando-as a essa fala. cuidemos dela em troca.
Se desejar, é possível realizar COMO a perda de biodiversidade afeta a mim e as outras pessoas? WWF Brasil.
uma atividade de ampliação para Brasília, DF, [2019?]. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/
biodiversidade/consequencias_perda_biodiversidade/. Acesso em: 1 jul. 2022.
valorizar a importância de se pro-
teger a biodiversidade, conforme
PREFEITURA DE IGARATINGA- MG

descrito no Ampliando.

No dia 22 de maio, é celebrado o Dia Internacional


da Biodiversidade. Cartaz do Dia Internacional da
Biodiversidade, Prefeitura de Igaratinga (MG).

186

AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 186 17/07/22 10:06 D3-C

Solicitar que os estudantes formem grupos para a de expor os cartazes na escola, com o objetivo de cons-
elaboração de cartazes sobre o Dia Internacional da cientizar a comunidade escolar sobre a importância de
Biodiversidade (dia 22 de maio). Os cartazes podem ser valorizar e proteger a biodiversidade.
feitos manualmente, utilizando cartolina, lápis de cor, Essa atividade pode ser realizada em conjunto com o
canetinhas hidrocor, tinta e giz de cera, ou digitalmen- docente de Arte. Para isso, consultar previamente sua
te, utilizando programas de edição de imagem disponí- disponibilidade para participar.
veis gratuitamente na internet. Verificar a possibilidade

186

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O relatório mencionado no Li-
Como vimos no texto da página anterior, a proteção da biodi-
vro do estudante é a Avaliação
versidade é importante por diversos motivos, que, muitas vezes, estão
Global sobre a Biodiversidade e
relacionados com a sobrevivência da espécie humana. Isso ocorre porque
os seres vivos de um ecossistema estão todos inter-relacionados, e a
Serviços Ecossistêmicos, publicada
extinção de uma espécie afeta, direta ou indiretamente, outras espécies. pela Plataforma Intergovernamen-
A extinção é um fenômeno que pode ocorrer naturalmente: diante de tal sobre Biodiversidade e Serviços
condições ambientais adversas, algumas espécies desaparecem, enquanto Ecossistêmicos (IPBES), em 2019.
outras, com determinadas características, sobrevivem e geram descenden- O relatório afirma que as espécies
tes. Entretanto, muitas atividades humanas causam impactos negativos no invasoras também estão entre
ambiente e intensificam a extinção de espécies. os principais fatores que impul-
De acordo com um relatório publicado em 2019 pela Plataforma sionam mudanças no ambiente,
Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), além dos citados. Apresentar aos
existe cerca de 1 milhão de espécies de animais e de vegetais ameaçadas estudantes essa informação, ex-
de extinção, muitas delas previstas para desaparecer nas próximas décadas. plicando que as espécies invaso-
Esse número se deve, principalmente, às mudanças climáticas, à poluição e ras são espécies introduzidas em
à exploração dos seres vivos e dos ambientes naturais pelos seres humanos um ambiente que não é de sua
em escala sem precedentes e de forma desenfreada.
ocorrência natural e que podem
Por isso, proteger a biodiversidade é fundamental para a manutenção
ameaçar a biodiversidade local,
da vida no planeta, o que pode ser feito de duas formas: preservando ou
conservando. Apesar de parecerem sinônimos, esses termos representam
uma vez que podem se sobressair
duas formas diferentes de proteção da natureza, como veremos a seguir. na competição por recursos com
espécies nativas. Caso queira saber
mais sobre o relatório, acessar os
RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

materiais indicados no #FICA A


DICA, Professor.
Antes de explicar a diferença
entre conservação e preserva-
ção, solicitar que os estudantes
formem grupos para conversar
sobre o significado dos termos
e que, depois da conversa,
compartilhem as ideias com a
turma. Utilizar esse momento
RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS

para identificar suas percepções


iniciais sobre o assunto, pois é
Interior da Floresta Nacional do Pesca sustentável no Parque Indígena do possível que muitos considerem
Tapajós, em Belterra (PA), 2019. Xingu, em Gaúcha do Norte (MT), 2014. os termos sinônimos. Depois
da explicação, solicitar que os
A preservação da biodiversidade refe- A conservação da biodiversidade refere-se ao uso
mesmos grupos conversem no-
re-se à proteção integral de um recurso consciente dos recursos naturais, de forma planejada vamente e avaliem suas percep-
natural ou de um ecossistema. O objetivo é e sustentável, com o objetivo de garantir que esses ções iniciais, identificando se
manter os ecossistemas livres de alterações recursos estejam disponíveis para futuras gerações. estavam corretas ou não. Essa
causadas pelos seres humanos. dinâmica tem como objetivo
incentivar a autoavaliação dos
estudantes.
187

10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 187 17/07/22 10:06


#FICA A DICA, Professor maio 2019. Disponível em: https://news.un.org/pt/
Para saber mais sobre a Avaliação Global sobre a story/2019/05/1670971. Acesso em: 22 jun. 2022.
Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos de 2019, • GLOBAL assessment report on biodiversity and
acessar os links disponíveis a seguir. ecosystem services. IPBES. Bonn, [2019?]. Disponível
• 1 MILHÃO de espécies estão em risco de extin- em: https://ipbes.net/global-assessment. Acesso em:
ção, revela relatório da ONU. ONU News, [s. l.], 6 22 jun. 2022.

187

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV1.indd 187 22/08/22 18:27


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Unidades de Conservação
A partir desse momento, são
Unidades de Conservação
apresentados conteúdos que Considerando a importância da biodiversidade, em 2000, no Brasil,
permitem a abordagem da habi- foi aprovada uma lei que estabelece critérios e normas para a criação,
lidade EF09CI12. a implantação e a gestão de áreas que serão protegidas, denominadas
Unidades de Conservação (UC). Essa lei instituiu o Sistema Nacional
As Unidades de Conserva-
de Unidades de Conservação (SNUC).
ção são instituídas pela lei
As UCs são espaços territoriais, incluindo águas costeiras, que
no 9.985/00, disponibilizada na
devem ser protegidos por apresentarem características naturais parti-
íntegra no link indicado no #FICA culares. Esses espaços são estabelecidos por lei, têm limites territoriais
A DICA, Professor. definidos e estão sob administração especial, que estabelece as medidas
De acordo com o Portal Brasi- adequadas de proteção.
leiro de Dados Abertos, até o ano As Unidades de Conservação são classificadas em dois grandes
de 2021, o Brasil contava com grupos: Unidades de Conservação de Proteção Integral (preservação
2 544 Unidades de Conservação, da biodiversidade) e Unidades de Conservação de Uso Sustentável
das quais 814 são de Proteção (conservação da biodiversidade). No mapa a seguir estão destacadas as
Integral e 1 730, de Uso Sustentá- áreas onde algumas delas se localizam.
vel. Se possível, ao trabalhar esse
assunto, pesquisar dados mais re- Localização de algumas das Unidades de Conservação do Brasil (2020)
GUIANA

SONIA VAZ
centes sobre a quantidade de UCs VENEZUELA Guiana Francesa (FRA)
COLÔMBIA SURINAME
existentes no Brasil. RR
Equador AP 0°

#FICA A DICA, Professor AM


PA MA CE
RN
Para saber mais sobre a lei PI PB
no 9.985/00, recomendamos o AC PE
link a seguir: RO AL
TO SE
• BRASIL. Lei no 9.985, de 18 PERU BA
de julho de 2000. Institui o MT

Sistema Nacional de Unidades DF


OCEANO
GO ATLÂNTICO
de Conservação da Natureza e BOLÍVIA
MG
dá outras providências. Brasília, OCEANO MS ES
DF: Casa Civil, 2000. Disponível PACÍFICO
CHILE
PARAGUAI
SP RJ
em: http://www.planalto.gov.br/ Capricórni
o
Trópico de
ccivil_03/leis/l9985.htm. Acesso PR
em: 23 jun. 2022. SC
ARGENTINA
RS
AMPLIANDO
Proteção integral 0 380
URUGUAI
Reservar um dia do cronograma Uso sustentável
50° O

escolar para fazer uma visita com Fonte dos dados: INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Unidades
os estudantes a uma Unidade de de conservação federais, RPPN, centros de pesquisa e coordenações regionais. Brasília,
DF: ICMBio, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/servicos/geoprocessamento/
Conservação próxima da escola. mapa-tematico-e-dados-geoestatisticos-das-unidades-de-conservacao-federais/copy_of_mapa_
Para isso, realizar uma pesquisa oficial_08_2021_150.pdf. Acesso em: 15 maio 2022.

antecipadamente para saber se


existem UCs próximas. Caso seja 188
inviável a visita, solicitar uma pes-
quisa aos estudantes sobre alguma
UC presente em seu estado, com
sensoriais para inclusão
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 188 de estudantes deficientes sobre a importância de protegê-la e outros que consi- 17/07/22 10:06 D3-C
informações sobre sua localização,
visuais. Sob autorização, pedir aos estudantes que derarem relevantes. Com o vídeo finalizado, escolher
seu tamanho e sua biodiversidade.
registrem fotografias e vídeos para evidenciar as um colégio localizado em outro bioma do Brasil para
Para a visitação, escolher uma de
principais características do local visitado. compartilhar as informações sobre a UC visitada.
fácil acesso, preferencialmente
com recursos de acessibilidade, Posteriormente à visita, solicitar que os estudantes O vídeo pode ser utilizado como instrumento para
como rampas, e, se possível, que façam um vídeo informativo sobre essa UC, utilizan- avaliar o aprendizado dos estudantes com relação à
ofereça atividades recreativas ou do os registros que fizeram previamente. Orientar que habilidade EF09CI12.
de educação ambiental. Verificar considerem os seguintes assuntos no vídeo: nome da
a possibilidade de realizar registros UC visitada, categoria, atividades permitidas/realiza-
de imagem no local e trabalhos das, características da flora e da fauna, justificativa

188

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
3. Resposta pessoal. Unidades de Conservação
Unidades de Conservação de Proteção Integral Professor, caso não de Proteção Integral
Nessas Unidades de Conservação, o objetivo é a proteção integral existam Unidades de
da natureza, mantendo os ecossistemas livres de ações humanas. Conservação de Proteção Se desejar, apresentar outras
Nesses locais, não são permitidos o consumo, a coleta ou qual-
Integral próximas da categorias de Unidades de Con-
região da escola ou os servação de Proteção Integral,
quer tipo de interferência sobre os recursos naturais, que só podem ser estudantes não conhe-
usados de forma indireta. Assim, são permitidas apenas atividades como çam nenhuma, comentar além das Reservas Biológicas e
o turismo ecológico, a educação ambiental e as pesquisas científicas. São sobre algumas dessas dos Parques Nacionais citados no
exemplos as Reservas Biológicas e os Parques Nacionais.
UCs. Livro do estudante. São elas:
Em uma Reserva Biológica, são permitidas medidas de recupera- as Estações Ecológicas, os Mo-
ção de ecossistemas e de preservação da diversidade biológica e visitas numentos Naturais e os Refúgios
com objetivo educacional, como aulas de Educação Ambiental. atol: conjunto circular de Vida Silvestre, cujas informa-
Um exemplo de Unidade de Conservação de Proteção Integral é a de ilhas oceânicas ções estão descritas a seguir.
Reserva Biológica do Atol das Rocas, localizada na costa do Rio Grande formado por recife de • As Estações Ecológicas são
corais. áreas destinadas à preservação
do Norte.
da natureza e à realização de
pesquisas científicas. Podem ser
3 Você já ouviu falar de alguma Unidade de Conservação de Proteção Integral?
visitadas somente com objetivo
Se conhecer alguma, converse com um colega sobre ela.
educacional. São exemplos: a Es-
tação Ecológica Terra do Meio, no
Pará (PA); a Estação Ecológica de
Reserva Biológica do Atol das Rocas,
Aiuaba, no Ceará (CE); a Estação
REPRODUÇÃO - ARQUIVO ICMBIO

próximo ao arquipélago de Fernando


de Noronha (RN), 2016. Ecológica de Aracuri-Esmeralda,
no Rio Grande do Sul (RS); entre
outras.
• Os Monumentos Naturais são
áreas destinadas à preservação
de lugares únicos e de grande
beleza, onde são permitidas
diversas atividades de visita-
ção. Um exemplo é o Monu-
mento Natural das Árvores
Fossilizadas do Tocantins (TO),
apresentado na atividade 3 da
página 192. Outros exemplos
são: Monumento Natural dos
Pontões Capixabas, no Espírito
Santo (ES); Monumento Natu-
ral Estadual Gruta Rei do Mato,
em Minas Gerais (MG); Monu-
mento Natural Vale dos Dinos-
sauros, na Paraíba (PB) etc.
• Os Refúgios de Vida Silvestre
são áreas destinadas à pro-
teção de ambientes naturais,
para garantir a existência de
189 condições para a reprodução
ou a existência de espécies de
fauna e flora locais. Alguns
10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 189 17/07/22 10:06 exemplos são: Refúgio de
Vida Silvestre Mata do Junco,
em Sergipe (SE); Refúgio de
Vida Silvestre dos Campos de
Palma, no Paraná (PR); Refú-
gio de Vida Silvestre Corixão
da Mata Azul, no Mato Gros-
so (MT); entre outros.

189

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Unidades de Conservação Os Parques Nacionais são, em geral, áreas de grande beleza
de Uso Sustentável natural. Nesses locais, é permitido o desenvolvimento de atividades
Se desejar, apresentar outras ca- recreativas, educativas, ambientais e de pesquisas científicas.
tegorias de Unidades de Conserva- O Parque Nacional do Itatiaia é um exemplo de Unidade de
ção de Uso Sustentável, além das Conservação de Proteção Integral. Seu território está distribuído entre
os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Criado em 1937, é o mais
Florestas Nacionais e das Reservas
antigo Parque Nacional do Brasil.
de Uso Sustentável citadas no Li-
vro do estudante. São elas: Área

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS


de Relevante Interesse Ecológico
e Área de Proteção Ambiental,
cujas informações estão descritas
a seguir.
• As Áreas de Relevante Interesse
Ecológico têm objetivo de pro-
teger ecossistemas naturais de
importância regional ou local.
Geralmente têm pequenas ex-
tensões, com pouca ou nenhu-
ma ocupação humana e com
características naturais únicas.
São exemplos: Área de Relevan-
te Interesse Ecológico Águas de
São João, em Goiás (GO); Área
de Relevante Interesse Ecológi-
co Japiim-Pentecoste, no Acre
(AC); Área de Relevante Interes-
se Ecológico do Morro do Iririú,
em Santa Catarina (SC); entre
outras.
• As Áreas de Proteção Ambien-
tal apresentam atributos natu- Formações rochosas no alto do Parque Nacional do Itatiaia, em Itatiaia (RJ), 2021.
rais, estéticos e culturais impor-
tantes para a qualidade de vida Unidades de Conservação de Uso Sustentável
e o bem-estar dos seres huma- As Unidades de Conservação de Uso Sustentável buscam conciliar
nos. Em geral, são extensas e a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais.
têm objetivo de proteger a bio- Nelas é permitida a instalação de moradias, desde que não representem
diversidade, ordenar o proces- formas de agressão ao ambiente.
so de ocupação humana e ga- A expressão uso sustentável refere-se à utilização dos recursos
rantir os recursos naturais. Um naturais de maneira responsável, sem provocar seu esgotamento e sem
exemplo é a Costa dos Corais, prejudicar o ecossistema e os seres vivos. As Florestas Nacionais e as
apresentada na atividade 2 da reservas (com exceção da Reserva Biológica) são exemplos de Unidades
de Conservação de Uso Sustentável.
página 192. Outros exemplos
são: Área de Proteção Ambien-
tal Carapiá, no Rio de Janeiro
190
(RJ); Área de Proteção Ambien-
tal de Campos de Manicoré,
no Amazonas (AM); Área de D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 190 17/07/22 10:06 D3-C

Proteção Ambiental das Dunas


do Rosado, no Rio Grande do
Norte (RN) etc.

190

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Se possível, acessar com os
As Florestas Nacionais são áreas flo- estudantes o link indicado no

REPRODUÇÃO - ARQUIVO ICMBIO


restais onde predominam espécies nativas da 35 m #FICA A DICA do Livro do
fauna e da flora. Nelas, os objetivos são o uso estudante. Caso haja dispo-
sustentável dos recursos naturais e a pesquisa
nível na escola uma sala de ví-
científica, mas é permitida a permanência de
deo ou computadores para os
populações tradicionais que habitam a área e
estudantes, pode-se reservá-la
que já estavam ali antes da criação da unidade.
Existe uma grande diversidade de Reservas
antecipadamente para esta
de Uso Sustentável. Elas podem estar voltadas atividade. Essa abordagem
para a extração de recursos (Reserva Extrativista), contribui para desenvolver a
para a conservação de espécies de fauna nativas competência geral 5 e a com-
(Reservas de Fauna) ou para a conservação de petência específica 6.
sistemas sustentáveis de exploração de recursos Ao finalizar o trabalho com
naturais por populações tradicionais (Reserva de as Unidades de Conservação,
Desenvolvimento Sustentável). sugere-se a realização da ativi-
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável dade descrita no Ampliando,
de Mamirauá foi a primeira área desse tipo que pode ser utilizada como
criada no Brasil. Desde 1999, a reserva de instrumento avaliativo do con-
Mamirauá faz o manejo sustentável do pira- teúdo deste Tema.
Floresta Nacional de Três Barras, onde ocorre
rucu, peixe endêmico da região e de grande a conservação por meio do uso sustentável de
importância econômica para as comunidades recursos nativos, como a araucária (Araucaria
locais, mas que quase foi extinto por causa da angustifolia). Três Barras (SC), 2018.
pesca intensiva e sem controle legal. #FICA A DICA, Estudante
As reservas também podem ser áreas

WOLFGANG DIEDERICH/ALAMY/FOTOARENA
privadas, cujo proprietário assumiu o com- # FICA A DICA O link disponibilizado a seguir
pode ser indicado como sugestão
promisso de conservar a biodiversidade. Nelas Acesse o link disponível em: https://tvbrasil.ebc. de fonte de pesquisa aos estu-
é permitida a entrada para fins de pesquisa com.br/parquesdobrasil, acesso em: 15 maio 2022,
e conheça mais sobre a biodiversidade dos parques
dantes para obterem maiores in-
científica e visitação turística. São as Reservas
nacionais e outras Unidades de Conservação brasi- formações sobre as Unidades de
Particulares de Patrimônio Natural (RPPN).
leiras por meio da série de TV Parques do Brasil. Conservação brasileiras.
• UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
endêmico: que só existe em NO BRASIL. [S. l.], [2019?]. Site.
determinada região geográfica. Disponível em: http://uc.socioam
biental.org/pt-br. Acesso em: 23
jun. 2022.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável


de Mamirauá, Tefé (AM), 2019.

191

10:06
AMPLIANDO
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Solicitar aos estudantes que formem duplas para realizar uma pesqui- A apresentação dessas informações pode ser feita em diferentes formatos.
sa a respeito de uma Unidade de Conservação localizada em qualquer Para incentivar o interesse dos estudantes, uma maneira de apresentá-las é
região brasileira. Para diversificar os exemplos que serão pesquisados, solicitar que elaborem uma publicação de rede social, buscando valorizar a
realizar um sorteio com as categorias de UC entre as duplas. Pedir aos UC pesquisada. A publicação precisa conter diferentes imagens (como foto-
estudantes que pesquisem algumas informações, como localização, área grafias constituídas por algumas informações do local) e uma legenda. A edi-
de abrangência, ano em que foi instituída como UC, categoria de UC à ção das imagens pode ser feita em aplicativos de edição gratuitos que ofere-
qual pertence, objetivo dessa UC, atividades permitidas/realizadas no lo- cem diferentes ferramentas ao usuário, como a inclusão de textos, figuras etc.
cal e outras que julgarem relevantes (uma sugestão de fonte de pesquisa
está indicada no #FICA A DICA, Estudante).

191

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ORIENTAÇÕES
2. c) As APAs, em geral, são áreas naturais extensas, que são protegidas com o objetivo de conservar a diversidade bio-
DIDÁTICAS lógica, ordenar o processo de ocupação humana e garantir o uso sustentável dos recursos naturais. São usualmente áreas
que contêm atributos naturais, estéticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar do ser humano.
ATIVIDADES livros e sites confiáveis sobre como se
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. caracteriza uma APA e escreva as infor-
As atividades 2 e 3 oportuni- mações encontradas.
zam a mobilização da habilida- 1. Nos últimos anos, muitas populações 3. Uma categoria de Unidade de Conservação
de EF09CI12. Na atividade 5, a

2. a) A reportagem informa que a poluição e a degradação ambientais nos manguezais está prejudi-
de abelhas desapareceram. Entre as

cando a flora e a fauna e que o peixe-boi, um mamífero, é um dos animais ameaçados de extinção.
de Proteção Integral são os chamados
competência geral 4 pode ser causas podem estar a destruição dos
monumentos naturais, áreas destinadas
desenvolvida. hábitats pelos seres humanos e o uso
à preservação de lugares únicos (raros),
de agrotóxicos. Considerando o papel
1. A produção agrícola de alimen- desempenhado pelas abelhas no
onde são permitidas visitas turísticas. Um
tos será prejudicada, visto que exemplo é o Monumento Natural das
ambiente como polinizadoras, elabore
grande parte dela depende da Árvores Fossilizadas do Tocantins, que
uma explicação de como sua possível
polinização realizada sobretudo abriga a mais completa floresta fossili-
extinção afetaria a espécie humana.
Resposta nas Orientações para o professor. zada do mundo.
por abelhas. O objetivo dessa
atividade é que os estudantes 2. Leia o trecho da reportagem a seguir.

CARLOS ELLER/FOTOARENA
percebam as relações que se
estabelecem entre diferentes Poluição em manguezais
componentes dos ecossistemas prejudica fauna e flora da Costa
e como as atividades humanas dos Corais, entre AL e PE
podem prejudicá-las, ameaçan- A poluição e degradação ambien-
tal na área de manguezais da maior
do a existência dos seres vivos –
unidade de conservação federal costei-
o que traz consequências,
ro-marinha do Brasil, a Área de Proteção
inclusive, aos próprios seres Ambiental Costa dos Corais (APA), é Monumento Natural das Árvores Fossilizadas
humanos. prejudicial para a fauna e a flora.
do Tocantins, Filadélfia (TO), 2015.

2. Retomar com os estudantes [...] a) O que são as Unidades de Conservação


os manguezais, ecossistemas O peixe-boi, mamífero marinho que de Proteção Integral?
costeiros de transição entre os corre mais risco de extinção, depende b) Qual é a importância da preservação de
da conservação do estuário. E há mais áreas como os Monumentos Naturais?
ambientes terrestre e marinho,
de 30 anos, um programa – atualmente Converse com seus colegas sobre o
estudados em anos anteriores. coordenado pelo ICMBio – luta para assunto. Respostas nas Orientações
Os estuários são locais parcial- garantir a sobrevivência da espécie. para o professor.
mente fechados e podem se POLUIÇÃO em manguezais prejudica fauna e flora da 4. Como as ações humanas podem afetar
comunicar com o mar aberto de Costa dos Corais, entre AL e PE. G1, [s. l.], 27 set. a biodiversidade? Resposta nas Orientações
modo permanente ou periódico. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/al/ para o professor.
Nos estuários a água é salobra,
alagoas/noticia/2018/09/27/poluicao-em-manguezais-
prejudica-fauna-e-flora-da-costa-dos-corais-entre-al-e-
5. Forme um grupo com seus colegas e
pe.ghtml. Acesso em: 15 maio 2022. realizem uma pesquisa em sites con-
por causa da diluição da água fiáveis sobre algum animal que esteja
do mar pela água doce. Comen- ameaçado de extinção no Brasil, iden-
tar que o peixe-boi-marinho é estuário: foz alargada de um rio que sofre influência tificando suas características, seus
um animal típico dos estuários. das marés oceânicas. hábitos e os motivos pelos quais está
Esses animais são de espécies ameaçado. Com os resultados de sua
diferentes do peixe-boi-ama- pesquisa, façam um cartaz que promova
a) O que é apresentado na reportagem?
zônico, que vive nos rios. a conscientização das pessoas para a
b) Com base na situação apresentada na
preservação da biodiversidade.
3. a) Unidades de Conservação reportagem, justifique a importância da Resposta pessoal.
de Proteção Integral são áreas
proteção da biodiversidade. 6. A proteção da biodiversidade pode
c) As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) ser feita de duas formas distintas: pre-
cujo objetivo é a preservação são Unidades de Conservação de Uso servando ou conservando. Explique a
da biodiversidade, mantendo Sustentável. Faça uma pesquisa em diferença entre esses termos.
os ecossistemas livres da ação 2. b) A proteção da biodiversidade é importante para a manutenção das Resposta nas Orientações
de seres humanos. 192 espécies de seres vivos, incluindo o ser humano, e das relações existentes para o professor.
entre elas e o ambiente, para que o ecossistema permaneça em equilíbrio.
b) Espera-se que os estudantes
considerem a importância de
lugares de grande beleza e de promover desequilíbrios nos ecossistemas,
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 192 de Conservação da Biodiversidade. Disponível 17/07/22 10:06 D3-C

rara ocorrência serem mantidos prejudicando a fauna e a flora. em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais


livres de interferência humana. -de-conteudo/publicacoes/publicacoes-diversas/
5. Solicitar que os grupos escolham animais di-
Comentar que a visitação públi- livro-vermelho/livro-vermelho-da-fauna-bra
ferentes, de modo que não haja repetição. Se
ca e a realização de pesquisas sileira-ameacada-de-extincao-2018, acesso
possível, orientar que considerem invertebrados
científicas são permitidas, desde em: 23 jun. 2022.
e vertebrados, para enriquecer os exemplos
que sejam seguidas as normas que serão apresentados. Uma sugestão de 6. A preservação da biodiversidade refere-se à
legais de cada área. fonte de pesquisa é o link do Livro vermelho proteção integral de um recurso natural ou
4. Ações humanas, como o desma- da fauna brasileira ameaçada de extinção de um ecossistema. O objetivo é manter os
tamento e a poluição, podem 2018, publicado pelo Instituto Chico Mendes ecossistemas livres de alterações causadas pelos

192

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à água potável, polinização de
8. a) Unidades de Conservação de Uso Sustentável, pois são áreas que buscam conciliar a conservação da biodiversidade com o plantas etc.).
uso sustentável dos recursos naturais. Diferentemente, nas Unidades de Conservação de Proteção Integral, não são permitidos o
consumo, a coleta ou qualquer tipo de interferência sobre os recursos naturais. Como entre as imagens está a extração de látex, c) Não. Na reportagem, é dito
uma forma de interferência sobre um recurso natural, estas se referem a uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável.
7. Leia o trecho retirado de uma reportagem. 8. Analise as imagens a seguir. que o relatório da ONU prevê
a possibilidade de extinção de

MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS


cerca de 1 milhão de espécies de
Um duro relatório acerca do
animais e de vegetais em algu-
impacto humano sobre a natu-
mas décadas (“Um duro relatório
reza mostra que quase 1 milhão
Turismo acerca do impacto humano sobre
de espécies de animais e plantas
ecológico. a natureza mostra que quase 1
correm risco de extinção dentro
milhão de espécies de animais e

VE.STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM
de décadas. Os atuais esforços
plantas correm risco de extinção
para conservar os recursos da
Terra devem falhar caso não
dentro de décadas.”). A men-
sejam tomadas ações radicais,
sagem encaminhada afirma a
Pesquisa extinção futura dessas espécies
disseram especialistas das Nações científica.
Unidas [...].
até o ano de 2050 e não cita

NATTANAN ZIA/SHUTTERSTOCK.COM
[...] nenhuma fonte de referência.
O relatório também examinou Essa atividade oportuniza o de-
cinco fatores impulsionadores senvolvimento da competência
de mudanças “sem precedentes” Extração
leitora dos estudantes, uma vez
na biodiversidade e em ecossis- de látex. que precisam identificar fragili-
temas ao longo dos últimos 50 a) Considere que as imagens represen- dades na mensagem enviada
anos. Os impulsionadores foram tem as atividades realizadas em uma pela pessoa. Aproveitar o con-
identificados como: mudanças no Unidade de Conservação. A qual grupo texto para alertar os estudantes
uso da terra e do mar; exploração de Unidades de Conservação elas se sobre a criação e veiculação de
relacionam? Justifique sua resposta. fake news, já que, muitas vezes,
direta de organismos; mudança
b) Que imagem(ns) representa(m) ativida- ocorrem dessa maneira. Orientá-
climática, poluição e invasão de
des que podem ser realizadas em ambos
espécies estrangeiras. os grupos de Unidades de Conservação?
-los a sempre buscar pelas fon-
RELATÓRIO da ONU mostra que 1 milhão Turismo ecológico e pesquisa científica. tes originárias das informações
de espécies de animais e plantas enfrentam
risco de extinção. Canal Saúde: construindo
9. Analise as afirmativas a seguir e corrija veiculadas para checar se são
cidadania. Rio de Janeiro, 8 maio 2019. as falsas. condizentes. Além disso, dizer
Disponível em: https://www.canalsaude.fiocruz. I. As Unidades de Conservação são para verificarem a confiabilidade
br/noticias/noticiaAberta/relatorio-da-onu-
mostra-que-1-milhao-de-especies-de-animais-e-
espaços territoriais, com exceção de das informações, buscando-as
plantas-enfrentam-risco-de-extincao08052019. águas costeiras, que devem ser prote-
Acesso em: 8 jul. 2022. gidos por apresentarem características
em diferentes fontes.
naturais particulares. 8. Se desejar, incentivar os estu-
II. Em Unidades de Conservação de dantes a produzir cartazes com
a) De acordo com a reportagem, quais são Proteção Integral não é permitido
os fatores relacionados ao risco de extin- imagens que representem as
qualquer tipo de interferência humana
ção de espécies nas próximas décadas? sobre os recursos naturais. atividades que podem ser re-
b) Quais consequências podem estar rela- III. Em Unidades de Conservação de Uso alizadas em Unidades de Pro-
cionadas à extinção de espécies? Sustentável não é permitida a instala- teção Integral e Unidades de
c) Considere que uma pessoa, após ler ção de moradias. Uso Sustentável. É possível que
essa reportagem, tenha feito circular a IV. Reservas Biológicas e Parques Nacionais as imagens sejam buscadas na
seguinte mensagem nas redes sociais: são exemplos de Unidades de internet, em revistas e jornais
“Até 2050, mais de um milhão de Conservação de Proteção Integral. ou que sejam produzidas pelos
animais vão desaparecer”. A mensagem V. Florestas Nacionais e Reser vas estudantes.
traz informações corretas? Justifique sua Extrativistas são exemplos de Unidades
resposta utilizando elementos do texto. de Conservação de Uso Sustentável. 9. II, IV e V estão corretas.
Respostas nas Orientações para o professor. Resposta nas Orientações para o professor. I. As Unidades de Conservação
193 são espaços territoriais, incluindo
águas costeiras, que devem ser
protegidos por apresentarem ca-
10:06 seres humanos. A conservação da biodiversidade
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 193 climática, poluição e invasão de espécies
17/07/22 10:06
racterísticas naturais particulares.
refere-se ao uso consciente dos recursos natu- estrangeiras. III. Em Unidades de Conservação
rais, de forma planejada e sustentável, com o de Uso Sustentável, é permitida
b) A extinção de espécies pode prejudicar o a instalação de moradias, desde
objetivo de garantir que esses recursos estejam
equilíbrio do ecossistema em que vivem, con- que não representem formas de
disponíveis para futuras gerações. Ao realizar
siderando que suas funções deixarão de ser agressão ao ambiente.
essa atividade, retomar a dinâmica sugerida
desempenhadas. Isso pode prejudicar, dentre
neste Manual do professor para o trabalho
outras funções, as relações alimentares exis-
com os termos conservação e preservação.
tentes no ecossistema. Com isso, também,
7. a) Mudanças no uso da terra e do mar, ex- podem ser extintos bens ou serviços que nós,
ploração direta de organismos, mudança seres humanos, utilizamos diretamente (acesso

193

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
1. Resposta pessoal. Professor, perguntar aos estudantes sobre
2. AÇÕES SUSTENTÁVEIS TEMA as atividades humanas que contribuem para que esses problemas
existam, principalmente em centros urbanos.
Ao iniciar a aula, explorar a
ilustração, que retrata alguns
problemas ambientais encon-
AÇÕES SUSTENTÁVEIS
trados em centros urbanos. Co-
mentar que esses problemas são
Observe a ilustração a seguir, que apresenta alguns problemas
intensificados pela expansão
encontrados em centros urbanos, decorrentes de atividades humanas.
desordenada das cidades e pelos
hábitos de consumo exagerado. 2. Resposta pessoal. AS CORES NÃO IMAGENS FORA

Perguntar aos estudantes que Professor, não é esperado SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.

que os estudantes saibam


atitudes adotadas no cotidiano quais são as medidas para
podem contribuir para a intensi- resolver problemas

EBER EVANGELISTA
ficação desses problemas. É pos- urbanos. O objetivo da
questão é incentivar a
sível que citem o desperdício de reflexão sobre os
alimentos, a circulação de veícu- problemas e possíveis
los movidos a combustão interna soluções. Se houver
sistema de coleta
(poluição do ar), o despejo na pia seletiva de lixo no Poluição do ar Desperdício
de óleo de cozinha usado (polui- município ou de alimentos
ção da água), a troca desneces- tratamento de esgoto,
é possível que eles os
sária de aparelhos eletrônicos, mencionem.
como celulares e notebooks (ge-
ração de resíduos) e outras. Com
base nas atitudes citadas, solici-
tar que proponham atitudes para
minimizar os problemas em dis- Poluição da água Produção excessiva
cussão, estimulando-os a exercer de resíduos
sua consciência socioambiental.
Se desejar, é possível trabalhar,
nesse momento, a seção Pense
Bem presente adiante nesta Uni-
dade (páginas 202 e 203). 3. Resposta pessoal.
Possíveis respostas:
Comentários sobre coleta seletiva de Representação de algumas situações que podem ser observadas em centros
resíduos sólidos; imple-
as atividades mentação de programas
urbanos.
de reciclagem de resí-
As atividades 1, 2 e 3 têm ob- duos; saneamento básico 1 Você identifica algum desses problemas no município onde você vive?
jetivo de introduzir o assunto que adequado, incluindo o Quais deles?
será estudado sobre problemas tratamento de esgoto;
locais para descarte de 2 No município onde você vive, existe alguma medida para resolver proble-
ambientais e ações sustentáveis lixo eletrônico; reapro- mas como esses? Qual? Explique.
que podem mitigá-los. Incentivar veitamento de alimentos;
os estudantes a refletir sobre os compostagem para os 3 O que você acha que poderia melhorar no município onde você vive com
resíduos orgânicos; entre relação a problemas como os apresentados na imagem?
papéis executados pelo governo, outras melhorias.
pela sociedade e pelos indivíduos
na resolução desses problemas. 194

D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 194 17/07/22 10:06 D3-C


#FICA A DICA, Estudante
O documentário 2012: Tempo de mudança des-
taca a importância da conscientização e da mudan-
ça das ações cotidianas para a configuração de uma
sociedade sustentável. Apresentá-lo aos estudantes
e promover um debate sobre o assunto.
• 2012: TEMPO de mudança. Direção: João G.
Amorim. EUA, Brasil, França, México, Suíça: Gian-
carlo Canavesio, Sol Tryon, João Amorim, 2010.
DVD (85min).

194

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Por uma sociedade
Por uma sociedade sustentável sustentável
Os problemas ilustrados anteriormente são enfrentados por muitos municípios O termo sustentabilidade
no Brasil. Se as ações sustentáveis não forem realizadas de forma eficiente, isso pode não é novo, mas vem sendo
afetar o ambiente de maneira irreversível, com graves desequilíbrios nos ecossistemas
amplamente utilizado nas últi-
e severa redução da biodiversidade.
mas décadas, sobretudo com
O conceito de sustentabilidade, assim como o de desenvolvimento sustentável,
está apoiado no tripé: social, econômico e ambiental. Para garantir a integridade do
relação ao desenvolvimento da
planeta e, ao mesmo tempo, a sobrevivência da sociedade humana, nesta geração e sociedade. Se desejar, mencio-
nas próximas, é fundamental que esse tripé funcione em harmonia. nar que a expressão desenvolvi-
mento sustentável ganhou des-
taque durante a Conferência
sobre Meio Ambiente e Desen-
volvimento (Eco-92 ou Rio-92),
que aconteceu no Rio de Janei-
ro em 1992, quando se discutiu
a importância de se adotar um
modelo de desenvolvimento
que evitasse o esgotamento
dos recursos naturais. Nessa
RAFAEL MARAGNI

conferência, também foram es-


tipuladas metas aos países para
firmar seu comprometimento
com questões socioambientais.
Entre as metas brasileiras, esta-
vam a conservação ambiental,
a justiça social e o crescimento
econômico.
Enfatizar aos estudantes que
os três pilares da sustentabilida-
de ocorrem juntos, destacando
que esse conceito não se limita
Representação do tripé da sustentabilidade: fatores sociais, econômicos e ambientais devem apenas ao fator ambiental. Por
funcionar em conjunto. exemplo, as ações de uma em-
presa não são sustentáveis caso
A parte social refere-se a um grupo social, como os habitantes de um municí-
se limitem a reciclar o papel
pio. Considera-se que uma sociedade sustentável deve ser saudável e justa, por isso
devem-se promover ações que melhorem a qualidade de vida de todas as pessoas,
utilizado e a substituir copos
nas áreas de educação, saúde, segurança e lazer. descartáveis por reutilizáveis,
A parte econômica vai além do aspecto financeiro de uma sociedade. Ela propõe enquanto os salários de seus
que a sociedade se desenvolva sem comprometer o ambiente. funcionários não forem justos
A parte ambiental refere-se à conservação do ambiente. Nesse sentido, são e a qualidade do ambiente de
propostas maneiras de desenvolver projetos que gerem o menor impacto ambiental trabalho não for adequada. É
possível, com alternativas sustentáveis de acordo com o contexto de cada região. preciso, portanto, que os fato-
res ambiente, sociedade e eco-
195 nomia estejam em harmonia.

10:06 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 195 17/07/22 10:06


#FICA A DICA, Estudante
O Ciclo da Sustentabilidade é uma iniciativa cultural que
visa reconhecer e inspirar pessoas a replicarem ações com
foco na cultura da sustentabilidade. Por meio de suas
ações, foi produzido um documentário que conta a traje-
tória de diversas iniciativas sustentáveis em nosso país. Se
julgar pertinente, apresentá-lo aos estudantes ao discutir
o desenvolvimento sustentável.
• CICLO da sustentabilidade. Direção: Fernanda Leite.
Brasil: Ministério da Cultura, 2016. (56min).

195

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ações sustentáveis
bem-sucedidas Ações sustentáveis bem-sucedidas
Ao longo deste tópico, são Vamos estudar agora alguns exemplos de ações sustentáveis que
apresentados exemplos de ações foram desenvolvidas em diferentes locais no Brasil e que obtiveram sucesso.
que podem ser tomadas por ór-
gãos públicos ou pela socieda- A questão da água
de, de forma coletiva, visando à A escassez de água é um dos principais problemas enfrentados no
proteção do meio ambiente e ao Brasil e no mundo. Além das mudanças climáticas causadas por ativida-
bem-estar da população. Mas é des humanas, diversos fatores contribuem para intensificar essa situação.
importante lembrar aos estudan- A poluição da água causada pelo despejo de esgoto de indústrias e
tes que todos devemos ter ações de residências nos rios e em outros corpos-d’água é um desses fatores.
biodigestor: sistema Isso pode levar à contaminação da água por fertilizantes, metais
sustentáveis em nosso cotidia- alternativo de pesados, óleo de cozinha e organismos causadores de doenças, além
no, que são destacadas na seção tratamento de dejetos
de outras substâncias que prejudicam a vida aquática e comprometem
Pense Bem desta Unidade. em que se produz
biogás e biofertilizantes. a qualidade da água, tornando-a imprópria para o consumo.
Ao trabalhar os exemplos, é im-
fertilizante: mistura Para que não falte água para as gerações futuras, é preciso reverter
portante incentivar os estudantes o quadro de contaminação e de desperdício. Ações sustentáveis, como
de substâncias
a analisá-los, pensando em como constituídas por o tratamento de esgoto, o consumo consciente e o reúso da água
incorporá-los às suas vivências. As- nutrientes necessários em residências, na indústria e na agropecuária são algumas medidas que
sim, contribui-se com o desenvol- ao desenvolvimento das
podem reduzir o problema.
plantas.
vimento da habilidade EF09CI13, Um exemplo de ação sustentável bem-sucedida está na comuni-
da competência geral 10 e da dade do Vale Encantado, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Desde
competência específica 8. que a primeira família se instalou no local, em torno de 1860, a comu-
nidade não dispunha de tratamento de esgoto. A partir de um projeto
A questão da água comunitário desenvolvido por dois engenheiros e colocado em prática
Destacar que a escassez de em 2015, o esgoto das residências passou a ser tratado e utilizado para
água é uma das grandes preo- gerar biogás, por meio da construção de biodigestores.
cupações mundiais referentes ao Após a retirada de resíduos
TABOA ENGENHARIA/COOPERATIVA VALE ENCANTADO

acesso a recursos naturais pelas maiores e da gordura que vem


gerações futuras. Se desejar, co- principalmente da higienização
mentar que, em 2021, o Brasil das louças e das panelas, o esgoto
é colocado no biodigestor, onde
vivenciou os efeitos de uma ex-
fica um tempo em repouso, em
pressiva crise hídrica, intensifica-
ambiente sem oxigênio. Lá ocorre
da pela falta de chuvas no país.
fermentação, promovida por bacté-
Uma das consequências foi a rias, com a liberação do biogás, que
criação da bandeira tarifária “Es- pode ser utilizado, por exemplo,
cassez hídrica”, para compensar nos fogões das residências. A água
os custos da geração de energia resultante desse processo é devol-
elétrica, já que os reservatórios vida ao rio.
de boa parte das usinas hidrelétri-
cas atingiram níveis muito baixos
Biodigestor utilizado para o trata-
e outros tipos de usinas precisa-
mento do esgoto doméstico no Vale
ram ser acionadas. Aproveitar Encantado (RJ), 2015.
para retomar a geração de ener-
gia elétrica por diferentes tipos 196
de usinas elétricas, estudada
em anos anteriores. Destacar a
importância de pesquisadores, D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 196 17/07/22 10:07 D3-C
empresas e órgãos públicos bus- #FICA A DICA, Professor
carem, em conjunto, possíveis O link a seguir traz informações sobre a construção do sis-
soluções para evitar cenários si- tema de tratamento de esgoto a partir de biodigestores na
milares ao daquele ano. comunidade do Vale Encantado situada em Petrópolis (RJ).
• RODRIGUES, Paula. Engenheiros e comunidade do RJ
Para saber mais sobre a ação
constroem tratamento de esgoto ecológico. Ecoa uol, São
desenvolvida na comunidade do
Paulo, 17 jun. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/
Vale Encantado, recomendamos ecoa/ultimas-noticias/2021/06/17/engenheiros-e-comu
a leitura do texto indicado no nidade-do-rj-constroem-tratamento-de-esgoto-ecologi
#FICA A DICA, Professor. co.htm. Acesso em: 23 jun. 2022.

196

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao comentar sobre a asso-
Outro problema que pode ocorrer em decorrência da contaminação ciação entre bactérias fixa-
da água é a eutrofização, processo em que reservatórios de água adqui- doras de nitrogênio e raízes
rem coloração turva e passam a apresentar baixos níveis de gás oxigênio
de leguminosas, se desejar,
dissolvido.
comentar que esse processo
A eutrofização decorre do acúmulo excessivo de nutrientes na água, o
que favorece a propagação de algas e cianobactérias. Esses microrganismos também ocorre em gramíneas,
formam uma densa camada na superfície de rios e lagos, limitando a pas- como o milho, o trigo e a
sagem de luz pela coluna de água. Isso impede a ocorrência de fotossíntese cana-de-açúcar, mas sem a
nas partes mais abaixo na coluna de água, o que reduz a quantidade de gás formação de nódulos. Além
oxigênio dissolvido na água, provocando a morte de diversos seres vivos. da fixação do nitrogênio, a
Além de impactar diretamente o equilíbrio de ecossistemas aquáticos, a maioria das bactérias que par-
eutrofização torna a água imprópria para o consumo humano. ticipam desse processo tam-
bém produzem hormônios de

MANISHANKAR PATRA/SHUTTERSTOCK.COM
crescimento das plantas, que
melhoram a absorção de água
e nutrientes, potencializando
Embrapa a produção e a resistência a
estresses ambientais.
A Embrapa é uma Ao finalizar esse tópico,
Aspecto de lago eutrofizado, com camada de microrganismos cobrindo a empresa vinculada ao é possível apresentar outros
Ministério da Agricultura,
superfície da água. exemplos de ação sustentável
Pecuária e Abastecimento.
De modo geral, o aumento excessivo de nutrientes em reservatórios Seu principal objetivo é criar
relativa à água. Com relação à
de água está relacionado a atividades humanas, como o uso excessivo um modelo de agricultura sua economia, é possível reali-
de fertilizantes químicos no preparo do solo para o plantio. Essa prática e pecuária eficiente para zar o aproveitamento da água
aumenta a disponibilidade de nutrientes no ambiente que, quando não o Brasil, por meio de ino- das chuvas por meio de cister-
são utilizados totalmente pelas plantas, podem ser carregados com a vações tecnológicas. São nas, que realizam sua captação
água das chuvas para os rios e os lagos. várias unidades espalhadas e filtragem. Um projeto promo-
Uma forma de reduzir os impactos desse problema é utilizar os fer- pelo país, com pesquisas
tilizantes químicos de maneira controlada, realizando uma análise prévia
vido por estudantes da Univer-
voltadas à agropecuária e
do solo. A partir dos resultados dessa análise, o agricultor pode escolher ao meio ambiente.
sidade Federal do Pará (UFPA)
com mais certeza a quantidade e o tipo adequado de fertilizante, evitando possibilita o reaproveitamento
o desperdício e a contaminação dos corpos-d´água. de água das chuvas para uso
Outra maneira é a melhoria da eficiência de um processo natural doméstico por meio de cister-
TOMASZ KLEJDYSZ/SHUTTERSTOCK.COM

chamado fixação biológica de nitrogênio. No solo existem natural- 50 cm


nas. O projeto visa atender co-
mente bactérias fixadoras de nitrogênio. Elas são capazes de capturar o munidades de Belém, no Pará,
nitrogênio do ar e de disponibilizá-lo em formas utilizáveis pelas plantas. que não têm acesso à água
As leguminosas, família de plantas que inclui o feijão, a lentilha, a soja potável. Em 2019, cada cister-
e a ervilha, necessitam de grande quantidade de nitrogênio para se
na era capaz de atender 171
desenvolverem de forma adequada. Elas são capazes de se associar a
bactérias fixadoras de nitrogênio, que formam nódulos em suas raízes, Nódulos pessoas diariamente. A ideia
aumentando a disponibilidade de nitrogênio no solo. do projeto é que, a cada cinco
Há muitos anos a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária cisternas vendidas, uma seja
Nódulos em raízes de soja.
(Embrapa) realiza estudos para compreender e melhorar a eficiência da A presença deles aumenta doada para as comunidades
fixação de nitrogênio atmosférico, desenvolvendo tecnologias e fornecendo a absorção dos compostos carentes de Belém. Para saber
conhecimentos sobre o assunto a agricultores de todo o Brasil. nitrogenados pela planta. mais sobre o projeto, sugere-se
acessar o link disponibilizado
197 no #FICA A DICA, Professor.

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#FICA A DICA, Professor
Para saber mais sobre o projeto desenvolvido por estu-
dantes da UFPA para o reaproveitamento de água das chu-
vas, ler o material disponível no link a seguir.
• VIEIRA, Mariana. Projeto liderado por estudantes da
UFPA ganha classificação de 3a melhor iniciativa sustentá-
vel do País. Portal UFPA. Belém, 9 maio 2019. Disponí-
vel em: https://portal.ufpa.br/index.php/ultimas-noticias2/
10129-projeto-liderado-por-estudantes-da-ufpa-ganha
-classificacao-de-terceira-melhor-iniciativa-sustentavel-do
-pais. Acesso em: 23 jun. 2022.

197

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A questão do solo
A questão do solo

CASSANDRA CURY/PULSAR IMAGENS


Se desejar, apresentar aos es-
A degradação do solo decorre de um
tudantes outras formas de de- conjunto de fatores que alteram suas carac-
gradação do solo, como a erosão terísticas físico-químicas, como fertilidade e
e a salinização. A erosão consiste permeabilidade. De forma geral, esses fatores
no desgaste do solo e no subse- estão associados a práticas humanas, como
quente transporte dos sedimen- uso intensivo e indevido do solo na agricultura,
tos a outros locais pela ação da na pecuária e na mineração. Entre os diversos
água e dos ventos. Esse processo problemas relacionados à degradação do solo,
ocorre naturalmente, de forma podemos citar a desertificação e a contaminação.
lenta e gradual ao longo do tem- A desertificação consiste no esgo-
tamento dos solos, tornando-os áridos e
po. Contudo, pode ser intensi-
inférteis. Normalmente, ocorre em solos
ficada por algumas atividades arenosos de regiões de clima seco. A contami-
humanas. Processos erosivos in- nação, por sua vez, compreende a alteração
tensivos podem afetar a fertilida- da composição química dos solos que, muitas
de do solo, em razão da perda de vezes, pode torná-los inférteis. Solos inférteis
nutrientes. impossibilitam o crescimento de plantas e, por
Já a salinização consiste no au- consequência, impedem o estabelecimento de
mento significativo da concentra- comunidades biológicas.
ção de sais no solo, que pode ser A degradação do solo pode ser evitada
a partir da adoção de técnicas de manejo
ocasionada naturalmente, duran-
Desertificação do solo em Maturéia (PB), 2014. sustentáveis, como a Integração Lavoura-
te sua formação, ou por atividades
Pecuária-Floresta (ILPF). Essa estratégia
humanas, como a irrigação com

GABRIEL CABRAL/FOLHAPRESS
combina diferentes sistemas produtivos em
água com alto teor de sais mine- uma mesma área, no caso, o plantio agrícola
rais. Altos níveis de sais no solo (lavoura), o plantio de pasto (pecuária) e o
podem ser prejudiciais ao desen- plantio de árvores (floresta). Isso otimiza o uso
volvimento de algumas espécies do solo, aumentando sua produtividade sem
de plantas, comprometendo a comprometê-lo. A estratégia ILPF tem sido
produtividade agrícola. adotada em diversos estados brasileiros, como
Após apresentar formas de Mato Grosso do Sul (MS), Mato Grosso (MT),
Minas Gerais (MG) e Rio Grande do Sul (RS).
evitar a degradação do solo, reto-
Outra forma de reduzir a degradação do
mar as técnicas de manutenção solo é utilizar agrotóxicos de forma consciente
do solo apresentadas em anos e, quando possível, evitar seu uso. Uma alter-
anteriores, como a rotação de nativa aos agrotóxicos é o uso de predadores
culturas (alternância das plantas naturais no combate de pragas agrícolas. Ao se
cultivadas em um local ao longo alimentarem, os predadores, que não causam
do ano) e o plantio direto (plantio danos às plantas, regulam o crescimento da
diretamente sobre os restos da população de pragas, ao que se denomina
colheita anterior). controle biológico.

1,5 m
Propriedade que utiliza a estratégia de
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF) em Esperança Nova (PR), 2017.

198

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A questão do ar
Ao falar sobre a poluição do
ar, retomar com os estudantes
os fatores relacionados a essa
problemática estudados em
anos anteriores. Enfatizar que
o uso de combustíveis fósseis
como fonte energética (sobre-
tudo, no setor industrial, no
setor elétrico e no setor de trans-

SHUTTERSTOCK.COM
JMAUROGSANTOS/
portes) é o maior causador de
poluição atmosférica. Também
destacar sua expressiva relação
Área verde em centro urbano de Joinville (SC), 2021. com as mudanças climáticas.
A questão do ar Nesse sentido, o combate
Outro problema mundial decorrente de ações humanas é a à poluição do ar no planeta
poluição do ar. Entre as principais causas da poluição do ar estão as precisa envolver uma tomada
queimadas e o uso de combustíveis fósseis, como gasolina e óleo diesel, de ações que reduzam a utili-
ambos refinados do petróleo, por indústrias e veículos. A poluição do ar zação de combustíveis fósseis.
é prejudicial para os seres vivos, podendo causar doenças e comprometer Uma delas, em nível global, é o
a qualidade de vida. investimento em fontes reno-
Existem diversas ações sustentáveis que podem ser tomadas para váveis de energia pelos países
reduzir a poluição atmosférica, como o incentivo ao uso de fontes de ao redor do mundo. Aproveitar
energia renováveis, a instalação de filtros em escapamentos de veícu-
para relembrar que o Brasil é o
los e em chaminés de indústrias, o incentivo ao uso dos biocombustíveis
país que possui matriz energé-
e de meios de transporte alternativos aos veículos automotores, a
fiscalização e a proibição das queimadas, a proteção de áreas flo-
tica mais renovável do mundo.
restais, a criação de áreas verdes nas cidades, entre outras. Em nível individual, a redução
Um exemplo de ação sustentável para reduzir a poluição do ar é a da circulação de automóveis
criação dos ônibus híbridos, que possuem dois motores: um elétrico e movidos a combustão é uma
outro movido a diesel. Em alguns modelos, quando o ônibus freia ou se ação que os estudantes podem
mantém em velocidades baixas, o motor a diesel é desligado e apenas o entender como possível e pró-
motor elétrico sustenta o ônibus em funcionamento, evitando a libera- xima a eles. Uma atividade in-
ção de gases poluentes. Quando o ônibus atinge velocidades maiores do dicada no Ampliando propõe
que 20 km/h, os dois motores passam a operar juntos. Esse um trabalho com essa ação.
sistema possibilita a economia de combustível
e reduz a emissão de gases poluentes.
RODOLFO BUHRER/LA IMAGEM/FOTOARENA

Existem também projetos para a imple-


mentação de ônibus 100% elétricos. Ambos
os modelos de ônibus já estão sendo testa-
dos em alguns estados brasileiros.

Ônibus híbrido em Curitiba (PR), 2021.

199

10:07 AMPLIANDO
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Solicitar que os estudantes formem grupos e produ- ao uso de transportes coletivos, sistemas de carona,
zam um panfleto informativo para conscientizar seus caminhadas etc. A confecção do panfleto pode ser
familiares e os demais membros da comunidade esco- feita utilizando ferramentas digitais e compartilhado
lar sobre os problemas relacionados ao uso de meios por meio das redes sociais da escola. Outra possibili-
de transporte que utilizam combustíveis fósseis. No dade é produzi-lo à mão e o distribuir pessoalmente
panfleto, eles devem apresentar propostas para a re- aos membros da comunidade.
dução do uso desses automóveis, como o incentivo

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A questão dos resíduos
A questão dos resíduos
Se possível, apresentar outros
O excesso de resíduos é um dos problemas mais sérios na socie-
exemplos de ações sustentáveis
dade atual. O consumo excessivo gera cada vez mais resíduos, como
realizadas no Brasil quanto ao plásticos, isopor, embalagens diversas, papéis e, sobretudo, resíduos ele-
manejo de resíduos. Algumas trônicos, que, por conterem metais pesados, se não forem descartados
delas são realizadas pelo Instituto da maneira correta, podem causar sérios danos ao ambiente.
Lixo Zero Brasil (ILZB), uma organi- O manejo sustentável de resíduos domésticos, isto é, aqueles produzi-
zação da sociedade civil autôno- dos onde moramos, incluem a separação seletiva dos resíduos, de modo
ma, sem fins lucrativos, fundada que os resíduos orgânicos sejam descartados à parte dos recicláveis. É
em 2010. O ILZB foi pioneiro na importante também a redução do consumo de produtos descartáveis
disseminação do conceito Lixo (canudos, copos e talheres plásticos, por exemplo), priorizando produtos
Zero no país, que consiste em reutilizáveis (canudos, copos e talheres de metal, por exemplo).
reduzir, ou até mesmo eliminar, Com relação aos resíduos eletrônicos, especificamente, é preciso
o envio de materiais recicláveis e realizar seu descarte adequado, para que, sempre que possível, sejam rea-
orgânicos para aterros sanitários proveitados ou reciclados, ou, no caso dos não recicláveis, que sejam
ou para incineração. Por meio de tratados de maneira que não causem poluição ambiental. O descarte de
resíduos eletrônicos não deve ser feito com os resíduos domésticos, mas
cursos e palestras, o Instituto visa
em pontos de coletas específicos existentes em diversos municípios.
atender às demandas das empre-
Um exemplo de ação sustentável bem-sucedida para o problema
sas e da sociedade na viabilização do lixo eletrônico é o da cidade de Valparaíso, em Goiás. A Organização
e na implantação de sistemas de Não Governamental (ONG) Programando o Futuro transforma o plástico
gestão de resíduos sólidos para o das carcaças de computadores em filamentos para impressoras 3D. Além
Lixo Zero. disso, a ONG oferece cursos de capacitação técnica. Os computadores
consertados pelos estudantes são doados para instituições filantrópicas.

#FICA A DICA, Estudante

ALPA PROD/SHUTTERSTOCK.COM
O documentário indicado a se-
guir destaca os impactos decor-
rentes do descarte inadequado
dos resíduos produzidos em todo
o mundo, considerando conse-
quências ao meio ambiente e à
saúde da população. Se julgar
pertinente, apresentá-lo aos estu-
dantes e levantar uma discussão
sobre o assunto.
• TRASHED: para onde vai nosso
lixo. Direção: Candida Brady.
Reino Unido: Blenheim Films,
2012. DVD (97min).

#FICA A DICA, Professor Algumas ONGs recebem computadores quebrados, que são reciclados ou
Para saber mais sobre o ILZB, re- reaproveitados.
comenda-se o site a seguir.
• INSTITUTO LIXO ZERO BRASIL. 200
[S. l.], [2019?]. Site. Disponível
em: https://ilzb.org/. Acesso em:
23 jun. 2022. D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 200 17/07/22 10:07 D3-C

O livro indicado a seguir traz di-


cas de como reduzir a produção de
resíduos no cotidiano, consideran-
do possíveis ambientes de uma re-
sidência, como cozinha, banheiro,
área de serviço, escritório e quarto,
além de como compartilhar essas
dicas com a comunidade.
• MUNIZ, Cristal. Uma vida sem
lixo. São Paulo: Alaúde, 2018.

200

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A questão dos alimentos
A questão dos alimentos
Comentar com os estudan-
Como vimos, a utilização excessiva de agrotóxicos e fertilizantes
tes que a perda de alimentos
para a produção de alimentos pela agricultura gera poluição do ambiente.
Outro grande problema mundial relacionado aos alimentos é o des-
pode ocorrer no início da ca-
perdício. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio deia de produção, em razão,
Ambiente (Pnuma), em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos por exemplo, da falta de tecno-
vendidos a famílias, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais logias no manejo das lavouras,
foram desperdiçadas. da estrutura inadequada para
Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas estocagem e transporte, entre
(ONU), 14% dos alimentos produzidos para o consumo são perdidos outros fatores. Essas perdas
entre sua colheita e sua venda final. podem ser evitadas ao se ado-
Ações sustentáveis relacionadas aos alimentos envolvem o uso ade- tarem algumas medidas, como
quado de agrotóxicos e de fertilizantes, ou mesmo sua substituição investir em melhorias no acon-
por opções que não prejudicam o ambiente. Também é necessário evitar dicionamento dos alimentos
que alimentos em boas condições sejam descartados. durante seu transporte até os
Pensando nisso, a ONG Banco de Alimentos atua combatendo o locais de venda, melhorias nas
desperdício de alimentos na cidade de São Paulo desde 1998. Uma de
embalagens onde os produtos
suas ações é coletar, em estabelecimentos comerciais, alimentos exce-
são acondicionados, aprimo-
dentes que estejam dentro do prazo de validade e distribuí-los para
instituições filantrópicas. Além disso, eles atuam ensinando como mani-
rando sua conservação para
pular adequadamente os alimentos, como utilizar partes de vegetais com que durem mais etc.
alto valor nutricional – e que geralmente são descartadas, como talos, Mencionar que, ainda no
folhas, cascas, entre outras – e na conscientização da sociedade com campo, muitos vegetais apro-
relação ao desperdício. priados para o consumo são
descartados por não atender a
padrões estéticos exigidos pe-
ONG BANCO DE ALIMENTOS/ARQUIVO

los supermercados e pelos con-


sumidores, como a massa, o ta-
manho e até mesmo o formato
e a coloração. Pensando nisso,
existem empresas que buscam
esses vegetais que seriam des-
cartados diretamente pelos
produtores e os disponibilizam
junto a um sistema de entrega
de cestas, evitando, assim, seu
desperdício.
Enfatizar a importância de se
incentivar o comércio local dos
alimentos, favorecendo peque-
nos produtores da comunidade.
Alimentos sendo selecionados para serem aproveitados de forma completa e evitar Além da perda, o desper-
o desperdício. São Paulo (SP), 2017. dício de alimentos também é
grande e ocorre com frequên-
201 cia por parte do consumidor.
Explicar que entre os principais
motivos de desperdício estão a
10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 201 17/07/22 10:07
falta de planejamento na com-
pra dos alimentos e o desinte-
resse em aproveitar integral-
mente os alimentos.

201

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
PENSE BEM
Os assuntos abordados nessa
seção trabalham o tema contem-
PENSE BEM
porâneo transversal Educação
para o consumo.
Antes de iniciar o trabalho Ações sustentáveis no cotidiano
com a seção, questionar os es-
A sustentabilidade está cada vez mais em evidência em nossa sociedade. Além das entidades
tudantes sobre as ações susten- governamentais, muitas empresas têm implementado práticas sustentáveis em suas operações.
táveis que podemos adotar no No entanto, também é dever de cada cidadão agir de forma sustentável, na preservação e na
cotidiano. Também incentivá-los conservação do meio ambiente.
a refletir sobre as ações que já A seguir há uma lista com exemplos de ações sustentá-
realizam, se as consideram sus- veis individuais que podemos adotar em nosso cotidiano.
tentáveis e o que poderiam fazer
para melhorá-las.
Se desejar, é possível dividir os Água
estudantes em pequenos grupos
e pedir que listem ações susten- Diversas atitudes contribuem com a redução do desperdício de
água, proporcionando economia de seu consumo. Outras evitam sua
táveis que podem realizar no dia
contaminação, favorecendo a manutenção de sua qualidade. A seguir estão
a dia em um pedaço de papel e algumas atitudes voltadas para o cuidado com a água.
que discutam a importância de
adotá-las, considerando o con- Fechar Tomar Lavar Não descartar
Não
a torneira ao banhos de calçadas, resíduos na
teúdo estudado neste tema. escovar os curto período carros e regar rua nem em despejar
Não descartar
óleo de cozinha
Depois, pedir que compartilhem dentes, ao e fechar o as plantas córregos, rios
usado no ralo e
medicamentos
ensaboar as chuveiro ao com água de ou no oceano na pia ou no
suas listas com o restante da tur- mãos e ao se ensaboar. reúso. e descartá- descartá-lo de
vaso sanitário e
ma, apresentando as principais lavar a louça. -los de forma forma adequada.
descartá-los de
adequada. forma adequada.
ideias discutidas. Registrar as
ações mais mencionadas pelos
estudantes na lousa, separan-
do-as pela questão à qual se re-
lacionam: água, ar, resíduos e/ou Ar
alimentos. Depois, fazer a leitura
O cuidado com a qualidade do ar pode
da seção. Se possível, incentivar ser feito em conjunto com ações
alguns voluntários a realizarem que evitam, ou ao menos reduzem, a
a leitura em voz alta. Após a lei- emissão de poluentes na atmosfera,
tura, solicitar que comparem as como as que estão a seguir.
ALEX SILVA

ações mencionadas no livro com


Dar preferência Utilizar Fornecer ou Preferir Não realizar Plantar árvores em
as propostas por eles, verificando para o uso de bicicletas pegar carona biocombustíveis, queimadas e sua residência ou no
se são as mesmas ou distintas. transporte ou optar por com pessoas como o etanol, não destruir bairro onde reside,
coletivo no lugar caminhadas conhecidas e a derivados de a vegetação com autorização
Ao final da seção, se desejar, de automóveis. para se deslocar de confiança petróleo, como a nativa. legal.
apresentar aos estudantes as su- a curtas sempre que gasolina.
distâncias. possível.
gestões de ações sustentáveis que
podem ser implementadas na es-
cola, incentivando-os a adotá-las,
sempre que possível. 202
• Conversar com os pais ou res-
ponsáveis sobre a possibilidade
de realizar um rodízio de caro- encontro e seguir juntos,
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 202 sempre acompanha- • Conversar com a direção da escola sobre a 17/07/22 10:07 D3-C

nas, para levar e buscar os es- dos de um adulto responsável. possibilidade de construir uma composteira,
tudantes na escola, levando-os • Orientar os estudantes a levar suas próprias ca- utilizando-a como local para destinação de re-
à conscientização de que um necas reutilizáveis à escola para beber água, em síduos orgânicos produzidos na escola, como
veículo circulando polui menos vez de utilizarem copos descartáveis. cascas de frutas e restos de alimentos. O adubo
do que dois ou três. • Orientar os estudantes a evitar o desperdício produzido pode ser utilizado na horta da escola
de comida, incentivando-os a pegar somente a (caso exista) ou doado a pequenos agricultores
• Incentivar os estudantes que
quantidade necessária de alimentos para suprir da comunidade.
moram perto da escola a fazer o
trajeto a pé ou de bicicleta. Eles a sua fome durante as refeições, evitando que
podem combinar um ponto de sobras sejam descartadas no lixo.
202

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Comentários sobre
as atividades
1. Incentivar os estudantes a
Resíduos apresentarem seus pontos de
vista com base em argumen-
Os resíduos que produzimos em
nossas residências também
AS CORES NÃO
SÃO REAIS. tos fundamentados, elabo-
devem receber nossa atenção, IMAGENS FORA
rados com base nos conheci-
para que não se acumulem no DE PROPORÇÃO.
mentos construídos ao longo
ambiente de forma indevida. do estudo da Unidade. A ar-
Alguns cuidados com os resíduos
são apresentados a seguir.
gumentação contribui com o
desenvolvimento da compe-
tência geral 7.
Reduzir o consumo Separar Destinar resíduos Recolher as embalagens Não jogar lixo
de produtos os resíduos eletrônicos em pontos de produtos consumidos nas ruas ou em 2. Algumas sugestões são: provi-
descartáveis e produzidos e de coleta seletiva em praias, parques corpos-d’água e denciar uma cisterna ou outro
priorizar o consumo descartá-los em específicos. e locais públicos e descartá-lo de
de produtos locais adequados. descartá-las de forma forma adequada. tipo de reservatório para cap-
reutilizáveis. adequada. tação de água da chuva; fazer
uma composteira na escola,
para transformar em adubo
os restos de alimentos gerados
Alimentos na cozinha; fazer uma horta
de orgânicos.
Também podemos agir de
forma sustentável com As atividades 2 e 3 têm o ob-
relação ao consumo de jetivo de levar os estudantes a
alimentos, pensando em refletir sobre ações sustentáveis e
evitar seu desperdício, por
sua importância para a conserva-
meio das ações a seguir.
ção e a preservação do ambiente.
Conversar com eles sobre os pro-
Dar preferência Evitar comprar Pegar somente Aproveitar Encaminhar blemas que observam na escola
para alimentos quantidade de a quantidade de integralmente os os resíduos
orgânicos e alimento além da que alimento que vai alimentos, utilizando, orgânicos para ou na comunidade e quais eles
de produção será consumida. comer, ao se servir em quando possível, talos, uma composteira. acreditam que precisam de ações
local, livres de uma refeição. folhas e cascas.
agrotóxicos e
ALEX SILVA
mais urgentes, incentivando-os
fertilizantes. a propor soluções. Orientá-los a
partilhar suas ideias e os resulta-
1. Resposta pessoal. Professor, o objetivo da atividade é fazer os estudantes refletirem sobre a importância das
ações individuais para a sustentabilidade e a conservação do ambiente. dos que obtiverem. Dessa forma,
• Atividades NÃO ESCREVA é possível mobilizar a habilidade
NO LIVRO.
EF09CI13 e desenvolver a com-
1 Você acha que essas ações são importantes? Explique. petência geral 10 e a compe-
tência específica 8.
2 Escolha um grupo de pessoas, como os colegas de sala, a comunidade escolar, as pessoas com
quem você mora, ou de outro grupo que considerar adequado e, com base na lista de ações
anteriores, proponha colocar em prática uma ou mais delas. Resposta pessoal.

3 Com base nas ações relacionadas, faça uma autoanálise e crie um quadro com duas colunas
para registrar as ações que você pratica e as que não pratica. Em seguida, elabore estratégias
para incluir em seu cotidiano as que ainda não pratica.
Resposta pessoal. Professor, auxiliar os estudantes na autoanálise e na elaboração das estratégias.

203

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ORIENTAÇÕES
1.a) Sustentabilidade: conjunto de ações voltadas a suprir as necessidades humanas, sem comprometer a disponibilidade dos
DIDÁTICAS recursos para as futuras gerações, com base em um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.
Uso sustentável: utilização dos recursos naturais de maneira responsável, sem esgotar os recursos e sem prejudicar os ecossis-
temas e a biodiversidade.
ATIVIDADES utilizados mais rapidamente do que
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
a capacidade do ambiente de repor
A atividade 3 oportuniza a mo- esses recursos, causando degradação
bilização da habilidade EF09CI13
e a atividade 6, da habilidade
1. Leia o trecho a seguir. ambiental. Com os modos de produção
e consumo atuais, é possível alcançar o
EF09CI12. desenvolvimento sustentável?
O consumidor consciente busca o
1. b) Os estudantes devem obser- Resposta pessoal.
equilíbrio entre a sua satisfação pessoal
var a lista construída e relacioná- com a sustentabilidade do planeta, que
3. As imagens a seguir representam alguns
-la às suas experiências e vivên- dos problemas ambientais enfrentados
implica em adotar um modelo ambien-
mundialmente.
cias, refletindo se consomem ou talmente correto, socialmente justo e
não de forma sustentável. economicamente viável.

DANIEL CYMBALISTA/FOTOARENA
A
Tal tarefa não é fácil, pois o atual
2. O objetivo da questão é fazer
sistema de produção e consumo utili-
os estudantes refletirem que,
za-se de vários métodos de indução ao
para alcançar o desenvolvimento
consumo, principalmente dos veículos
sustentável, é preciso fazer uso
de comunicação. [...]
consciente dos recursos naturais, Por meio de gestos simples podemos
o que não acontece quando o fazer a diferença em nosso dia a dia, como
consumo é exagerado. Espera-se por exemplo observar o uso sustentável
que eles percebam a necessidade dos recursos naturais, além da escolha
de ser alterada a maioria dos mo- de empresas que atribuem a função de
São Paulo (SP), 2020.
delos de produção e consumo. responsabilidade socioambiental.
Aproveitar a oportunidade e pedir Desta forma o consumidor respon-

GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS


B
que citem sugestões para alcançar sável contribui para a construção de
um modelo mais sustentável. um mundo melhor e por conseguinte
3. a) A: poluição do ar; B: polui- para com a natureza, que é quem nos
fornece toda a matéria-prima para a
ção da água; C: produção ex-
produção de tudo o que consumimos.
cessiva e descarte inadequado
CONSUMO consciente. Centrais de Abastecimento
de resíduos; D: desperdício de do Paraná. Curitiba, [2019?]. Disponível em: https://
alimentos. www.ceasa.pr.gov.br/Pagina/Consumo-Consciente.
Acesso em: 16 maio 2022.
b) Espera-se que os estudantes Florianópolis (SC), 2022.
citem ações sustentáveis gover- a) Escreva o significado das palavras em
namentais e/ou coletivas, como o destaque no texto.

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS


incentivo ao uso de fontes renová- b) Você sabe o que significa consumo cons- C
veis de energia; o incentivo ao uso ciente? Converse com um colega sobre o
de biocombustíveis; a oferta de significado dessa expressão e elaborem
transporte coletivo de qualidade uma lista de atitudes de consumo sus-
e a construção de ciclofaixas para tentável e de consumo não sustentável.
Você e seu colega consomem de forma
incentivar o uso de bicicletas; o
consciente?
tratamento adequado do esgoto
e dos resíduos sólidos; o reúso da 2. Vivemos em uma sociedade extrema-
água em residências, em indús- mente consumista. Com o consumo
trias e na agropecuária; a coleta exagerado, os recursos naturais são Rio de Janeiro (RJ), 2021.
e o descarte correto de resídúos 1. b) Resposta pessoal. Professor, ajudar os estudantes a chegar a uma conclusão satisfatória. O consumo cons-
eletrônicos, com reciclagem de 204 ciente busca o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a sustentabilidade do planeta.
materiais; o evitamento do uso
de agrotóxicos e fertilizantes; o
evitamento do desperdício de no lugar dos carros; reduzir o consumo e descar-
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 204 a) Espera-se que os estudantes respondam que 17/07/22 10:07 D3-C
alimentos. tar adequadamente os resíduos sólidos; utilizar sim, pois entre as causas da poluição atmosférica
c) Espera-se que os estudantes integralmente os alimentos e adquirir somente a está a queima de combustíveis fósseis durante o
citem ações individuais como quantidade suficiente para o consumo; consumir funcionamento de veículos – como caminhões,
fechar a torneira ao escovar os produtos de forma consciente. ônibus e parte dos automóveis – e durante o
dentes; tomar banhos curtos e 4. Comentar com os estudantes que a redução das funcionamento de alguns tipos de máquinas
fechar o chuveiro ao se ensa- emissões de gases poluentes durante a pandemia industriais. O isolamento social em 2020 propor-
boar; captar a água das chuvas ocorreu por um curto período, visto que, após a cionou a redução do fluxo de veículos em diversos
para lavar carros, quintais e regar flexibilização do isolamento social, as emissões países e limitou o funcionamento de indústrias
as plantas; dar preferência ao voltaram a aumentar. Para saber mais sobre o e empresas. Com isso, houve uma redução da
transporte coletivo e à bicicleta, assunto, acessar o #FICA A DICA, Professor. emissão de gases poluentes na atmosfera.
204

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das receitas. A publicação deve
comunicar os ingredientes e o
6. a) O crescimento sem planejamento sustentável dos municípios reduz a área dos ecossistemas naturais, o que destrói modo de preparo, com ima-
o hábitat de diferentes organismos, provocando desequilíbrios ambientais e perda da biodiversidade.
gens (fotografias, ilustrações
animais silvestres e a população humana.
D Uma das hipóteses sobre o início da pan- etc.) e legendas. Pedir que pes-
demia da covid-19 trata justamente do quisem aplicativos de edição
fato de esse vírus ter sido transmitido de imagem gratuitos para a
de morcegos para humanos. Com base realização da atividade, assim
nesses fatos, é possível conceber a ideia os estudantes podem utilizar
de que a sustentabilidade pode auxiliar a
reduzir o surgimento de novas doenças
diversas ferramentas de edi-
e a ocorrência de pandemias? Forme um ção, como a inclusão de textos,
grupo com seus colegas e conversem ícones, figuras etc. Se possível,
sobre o assunto. Respostas nas Orientações preparar uma das receitas pes-
Salvador (BA), 2022. para o professor.
5. Uma das maneiras de reduzir o desperdí- quisadas e levá-la para os estu-
a) Indique os problemas ambientais que cio de alimentos e ainda fazer economia dantes provarem na sala.
estão exemplificados em cada foto. na feira e no supermercado é o aprovei-
7. O objetivo desta atividade é
b) Que ações sustentáveis podem ser tamento integral dos alimentos. Talos,
tomadas para combater esses problemas
que os estudantes proponham
cascas e folhas de alimentos de origem
coletivamente? vegetal possuem alto valor nutricional e
soluções sustentáveis para o
c) Quais ações individuais podemos adotar podem ser utilizados em diversas receitas. uso do solo. É possível que ci-
em nosso cotidiano para minimizar esses Em grupo, façam uma pesquisa em tem a estratégia da integração
problemas? Respostas nas Orientações fontes confiáveis sobre receitas com lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
para o professor. ou que pesquisem outras téc-
4. Uma das medidas adotadas no ano de aproveitamento integral dos alimentos
2020 na tentativa de conter a dissemina- e compartilhem-nas no site da escola nicas, como a rotação de cul-
ção da covid-19 foi o isolamento social. ou na rede social da turma. Conversem turas, o plantio direto, entre
Grande parte da indústria, do comércio e com os outros grupos sobre as receitas outras. Orientar os estudantes
do setor de serviços permaneceu fechada escolhidas, para evitar a publicação de na elaboração do relatório. Su-
por dias, e até meses. Ao retornar, receitas repetidas. Resposta pessoal. gerir que utilizem como base a
muitas empresas optaram pelo sistema 6. Com a ocupação humana na zona costeira seguinte estrutura: introdução
híbrido, no qual parte das tarefas é feita do Brasil e o crescimento das cidades, a (breve contextualização sobre
na empresa e parte, em casa, o chamado Mata Atlântica ficou reduzida a aproxi- a temática da atividade: a de-
home office. Essas medidas foram madamente 7% de sua área original. gradação do solo), desenvol-
importantes para limitar a circulação a) Cite alguns problemas ambientais causa- vimento (principais problemas
de pessoas e reduzir a probabilidade de dos pelo fato de os municípios crescerem que afetam o solo do bioma em
novos casos da doença. Um dos efeitos e invadirem ecossistemas naturais. que a escola está situada, com
dessa ação foi a redução da emissão de b) Qual é a importância das Unidades de as possíveis soluções para es-
gases poluentes na atmosfera. Conservação para a situação citada no
item a?
ses problemas propostas pelo
a) É possível dizer que o isolamento social
grupo) e considerações finais
teve como consequência não planejada 7. A degradação do solo é um problema pre- (o que o grupo concluiu sobre
uma ação sustentável? Por quê?
sente em diversas regiões do país. Forme
b) Além da degradação ambiental e da a temática). Informar que, no
um grupo com seus colegas e realizem
redução da biodiversidade, o crescimento item desenvolvimento, é possí-
uma pesquisa sobre os principais pro-
urbano desenfreado também contribui vel criar diferentes tópicos para
blemas que afetam o solo da região do
para o desenvolvimento de zoonoses, organizar os assuntos que se-
doenças infecciosas transmitidas de bioma em que vocês vivem. A partir dos
resultados da pesquisa, proponham solu- rão discutidos.
animais para os seres humanos. Quando
o ser humano ocupa regiões silvestres, ções para esses problemas. Apresentem
ocorre um aumento da interação entre as conclusões do grupo em um relatório.
Resposta pessoal.
6. b) As Unidades de Conservação são importantes para proteger os ecossistemas
da ação dos seres humanos, preservando, dessa forma, a biodiversidade. 205
#FICA A DICA, Professor
A reportagem indicada a seguir
10:07 b) Espera-se que os estudantes concluam que,
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 205 urbano e, por isso, é fundamental que o 10:07
17/07/22 tra- traz informações sobre a emissão
se o ser humano adotar ações sustentáveis, balho das diversas secretarias que compõem de gás carbônico durante a pan-
como a preservação das áreas silvestres, o ris- a administração pública – planejamento, meio demia da covid-19.
co de interações entre seres humanos e ani- ambiente, mobilidade urbana, saúde, entre • APESAR de fechamentos pelo
mais silvestres será menor e as possibilidades outras – seja feito em conjunto, para que se mundo, queda de emissões de
de zoonoses e, consequentemente, de pande- alcancem os objetivos do desenvolvimento CO2 durante pandemia não
sustentável. Essa atividade contribui com o de- foi suficiente. ONU News,
mias, também serão reduzidas. É importante
senvolvimento da competência específica 3. [s. l.], 23 nov. 2020. Disponí-
que eles compreendam que ações sustentá- vel em: https://news.un.org/pt/
veis nos municípios e nos estados estão dire- 5. Sugerir aos estudantes que produzam uma story/2020/11/1733752. Acesso
tamente relacionadas com o planejamento publicação de mídia social para a divulgação em: 23 jun. 2022.

205

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

INTEGRANDO COM INTEGRANDO


GEOGRAFIA
Durante o planejamento de
com
GEOGRAFIA
trabalho com a seção, verificar
previamente a possibilidade de
realizá-la em conjunto com o do-
cente de Geografia da escola. Re- Corredores ecológicos
servar cerca de 15 minutos para Os corredores ecológicos, também chamados de corredores de biodiversidade,
que ele auxilie os estudantes a são faixas de vegetação que têm grande importância biológica. Eles estabelecem
elaborar o mapa da atividade 4. uma ligação entre fragmentos florestais e Unidades de Conservação que foram
Uma maneira de trabalhar a separados em consequência de atividades e ações humanas, como a construção
seção com grupos grandes de de estradas e o desmatamento para a abertura de áreas agrícolas ou a criação de
estudantes é dividi-los em gru- animais, entre outras.
pos menores, de 5 integrantes, Os corredores são planejados para reduzir a fragmentação de ecossistemas
naturais e favorecer a manutenção de processos fundamentais para a conservação
e solicitar que façam a leitura do
da biodiversidade, como a polinização, a dispersão de sementes e o ciclo hidrológico.
texto em conjunto, discutindo os
Eles são construídos por meio do plantio de espécies nativas características dos
principais pontos apresentados. ecossistemas que estão sendo conectados. Dessa forma, a fauna encontra disponibi-
Após a discussão inicial, orientar lidade de alimentos e de abrigos e pode deslocar-se de uma região para outra, o que
os grupos a registrarem eventu- favorece a troca de material genético entre diferentes populações de uma espécie,
ais dúvidas que tiveram sobre o proporcionando maior variabilidade genética.
texto e solicitar que as comparti- Garantir a variabilidade genética de uma população é extremamente importante,
lhem com outro grupo, de modo pois ela tem um papel fundamental na evolução das espécies. Sem a variabilidade
que integrantes de grupos distin- genética, uma população inteira poderia ser suscetível a mudanças ambientais, cor-

ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS


tos conversem entre si na tenta- rendo maior risco de extinção.
tiva de sanar as dúvidas de seus
colegas. Outra possibilidade é su-
gerir que cada grupo apresente Vista aérea de parte de corredor ecológico entre
suas dúvidas em voz alta à turma plantação de eucaliptos em Ortigueira (PR), 2020.
e solicitar que outros grupos as
respondam. Essa dinâmica exer-
cita o diálogo e o respeito ao ou-
tro, conforme previsto na com-
petência geral 9 da BNCC, que
pode ser desenvolvida neste mo-
mento. Além disso, oportuniza o
trabalho com grupos maiores de
estudantes que apresentem dife-
rentes conhecimentos.
Comentar com os estudantes
que os corredores ecológicos
que conectam Unidades de Con-
servação são protegidos pela lei 206
que institui o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação
(SNUC), citada anteriormente Explicar que a delimitação
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 206 de reservas e par- tacar a importância da implementação de cor- 17/07/22 10:07 D3-C
neste Manual do professor. ques, por si só, não garante a proteção da bio- redores ecológicos entre fragmentos florestais
Nesse sentido, os corredores diversidade. Se essas áreas se mantiverem frag- para oportunizar a existência de um fluxo gênico
ecológicos devem ser mantidos mentadas, é possível que ocorra o isolamento entre as populações. Eles também são importan-
livres da exploração humana, das populações de uma mesma espécie, que tes para a manutenção de diferentes relações e
ou, quando permitida, esta deve pode prejudicar sua sobrevivência. Isso porque funções ecológicas importantes à manutenção
ocorrer de forma sustentável. haverá uma redução na variabilidade genética de áreas de floresta, como a polinização e a dis-
Destacar a importância de prote- das populações, que pode levar à sua extinção persão de sementes.
gê-los, trabalhando a habilidade local em decorrência da ação de fatores evoluti- Para saber mais sobre corredores ecológicos, aces-
EF09CI12. vos, como a seleção natural. Nesse sentido, des- sar o link indicado no #FICA A DICA, Professor.

206

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV1.indd 206 20/08/22 11:47


Comentários sobre
1. Os corredores ecológicos ou corredores de biodiversidade são faixas de vegetação de grande importância
biológica que têm o objetivo de ligar fragmentos florestais e Unidades de Conservação separados por áreas as atividades
utilizadas por seres humanos, como estradas, áreas agrícolas, áreas de desmatamento, entre outras.
2. Ao trabalhar essa atividade,
Os corredores ecológicos relembrar assuntos estudados
Corredor Central da Mata Atlântica
brasileiros são protegidos pela na Unidade 5 referentes à evo-

ALLMAPS
40° O
mesma lei ambiental que instituiu
lução dos seres vivos. Destacar
o Sistema Nacional de Unidades de
que genótipos mais variados
Conservação (SNUC). Isso quer dizer
permitem que as chances de
que eles são unidades de proteção
da biodiversidade. Alguns dos cor-
sobrevivência de determinada
redores biológicos brasileiros são:
BA espécie, em caso de uma altera-
corredores Norte, Central, Leste ção ambiental, sejam maiores.
e Oeste da Amazônia, Corredor 4. Uma sugestão de fonte de pes-
Central da Mata Atlântica, Corredor quisa para auxiliar os estudantes
da Serra do Mar, Corredor Araguaia-
na realização desta atividade
-Bananal, Corredor do Cerrado e o
é o site Unidades de Conser-
Corredor Cerrado-Pantanal.
O Corredor Central da Mata
vação no Brasil, vinculado
Atlântica se estende do Espírito
OCEANO ao Instituto Socioambiental.
ATLÂNTICO
Santo até o sul da Bahia. Ele apre- Disponível em: https://uc.so
senta extrema riqueza biológica e MG
cioambiental.org/mapa. Aces-
abriga muitas espécies ameaçadas so em: 23 jun. 2022.
de extinção e de distribuição res-
5. Se possível, organizar uma vi-
trita, isto é, que ocupam pequenos
sita a um local que tenha um
espaços territoriais específicos.
ES corredor ecológico. Solicitar
20° S
aos estudantes que levem um
Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Meio celular para tirar fotografias e
Ambiente. Série corredores ecológicos: 12 anos realizar filmagens para a pro-
de trabalho pela conservação da biodiversidade
nacional. Brasília, DF: MMA, 2015. p. 13. Minicorredor ecológico terrestre dução do vídeo.
Disponível em: https://www.terrabrasilis.org. Corredor Rio Doce
0 72
br/ecotecadigital/images/abook/pdf/2016/abril/ RJ Corredor central da Mata Atlântica
Abr.16.28.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
2. Os corredores ecológicos possibilitam a troca de material genético entre
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
diferentes populações de uma espécie, garantindo a variabilidade genética,
que tem um papel fundamental na evolução das espécies.
1 O que são os corredores ecológicos? 3. Os corredores ecológicos possibilitam a mobilidade da fauna de um local
para outro, aumentando a disponibilidade de alimento e de abrigos, além de
2 Qual é a importância dos corredores ecológicos para a evolução das espécies? possibilitar maior variabilidade
genética e proteger espécies de distribui-
3 Como os corredores ecológicos ajudam a proteger a biodiversidade? ção restrita e ameaçadas de extinção.

4 Corredores ecológicos podem ligar Unidades de Conservação. Elabore um mapa de seu estado
com os principais corredores ecológicos e/ou Unidades de Conservação presentes nele. Escreva
um texto sobre os impactos de sua criação para a região. Resposta pessoal.

5 Reúna-se com seus colegas e pesquisem o corredor ecológico mais próximo da região onde
vocês moram. Pode ser que o corredor ecológico seja uma grande área ou esteja em alguma
propriedade rural, ligando fragmentos de mata. Levantem informações sobre os animais que
usualmente se encontram nessa área, bem como a localização e o tamanho do corredor sele-
cionado por vocês. Façam um vídeo no formato de documentário e apresentem-no aos colegas.
Resposta pessoal.

207

10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24_AV1.indd 207 19/07/22 08:42


#FICA A DICA, Professor
O link a seguir traz informações sobre corredores
ecológicos.
• BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Institu-
to Chico Mendes de Conservação da Biodiver-
sidade. Mosaicos e corredores ecológicos.
Brasília, DF: ICMBio, 10 dez. 2014. Disponível
em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/
mosaicos-e-corredores-ecologicos. Acesso em:
8 jul. 2022.

207

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV2.indd 207 29/08/22 22:25


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
1. Os dados apresentados em C têm maior relação com
O ASSUNTO É... as informações apresentadas em D, pois o desmatamento

O infográfico busca chamar a


atenção dos estudantes, por meio
O ASSUNTO É... pode ocorrer por diversos fatores, entre eles, a agricultura,
a expansão urbana, a produção de energia (inundações das
hidrelétricas), as queimadas e a mineração. Já em relação às
informações em E, os dados mais relacionados são os apre-
de dados, para algumas atividades sentados em A, principalmente a poluição.
humanas que impactam a biodi-
versidade, sobretudo no Brasil. Dados que impactam
Ao trabalhá-lo, explicar como as
Diversas ações do ser humano impactam negativamente o ambiente e
atividades apresentadas podem
os seres vivos. Observe no infográfico a seguir dados sobre algumas delas.
afetar as relações ecológicas en-
tre os seres vivos existentes nos
ecossistemas, prejudicando sua IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.

existência.
Com relação à poluição das B RESÍDUOS
RESÍDUOS
RESÍDUOS
SÓLIDOS
SÓLIDOS
SÓLIDOS
águas pelo despejo de esgoto em toneladas
em
empor
toneladas
toneladas
ano (2021)
por
porano
ano(2021)
(2021)
sem tratamento em corpos-
-d’água, retomar a eutrofização,
apresentada anteriormente nes-
11 651
ta Unidade. Explicar que o des- Disposição Disposição
final 45
Disposiçãofinal802 44845
final 45802
30
802
277
448
448
39030
30277
277390
390
Disposição Disposição
final
Disposiçãofinal
final
pejo aumenta a oferta de maté- adequada adequada
adequada(60,2%) (60,2%)
(60,2%)
(39,8%) (39,8%)
(39,8%)inadequada inadequada
inadequada

ria orgânica nos corpos-d’água,


favorecendo a proliferação de
alguns seres vivos e causando a
morte de outros.
Quanto aos resíduos sólidos, A TRATAMENTO
TRATAMENTO
TRATAMENTO
DE ESGOTO
DE
DEESGOTO
ESGOTO
(2020) (2020)
(2020)
explicar que sua destinação in-
correta favorece seu acúmulo no
ambiente (seja ele terrestre ou 50,8%
50,8
50,8%% 49,2%
49,2
49,2%% 2007

aquático), o que pode provocar a do esgoto do doesgoto


esgotodo do do esgoto dodoBrasil
esgoto
esgotodo doBrasil
Brasil
Brasil é tratado
Brasil
Brasilé étratado
tratado retorna ao retorna
ambiente
retornaaoaoambiente
ambiente
contaminação do solo, da água e antes de retornar
antes
antesde deretornar
retornar sem tratamento
sem
semtratamento
tratamento
dos próprios seres vivos, depen- ao ambiente.aoaoambiente.
ambiente. algum. algum.
algum.

dendo da composição química


dos resíduos. Além disso, pode
provocar a morte de animais,
pois eles podem confundir resí-
duos com alimentos e ingeri-los.
Ao comentar o descarte de
resíduos sólidos, explicar aos es-
Fontes dos dados: BRASIL. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Esgotamento sanitário: 2020. Brasília, DF: SNIS,
tudantes que ele pode ser feito 2020. Disponível em: http://www.snis.gov.br/painel-informacoes-saneamento-brasil/web/painel-esgotamento-sanitario.

em aterros sanitários, em aterros PANORAMA dos resíduos sólidos no Brasil 2021. Abrelpe. São Paulo, 2021. Disponível em: https://abrelpe.org.br/panorama/.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção.
controlados e em lixões a céu Brasília, DF: ICMBio: MMA, 2018. v. 1. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-
diversas/livro_vermelho_2018_vol1.pdf
aberto, mas apenas os aterros BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Estimativa de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal para 2021 é
sanitários tratam os resíduos de de 13.235 km2 Prodes. São José dos Campos: Inpe, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/inpe/pt-br/assuntos/divulgacao-de-dados-
prodes.pdf/view. Acessos em: 16 maio 2022.
forma adequada. Se necessário,
utilizar o material indicado no 208
#FICA A DICA, Professor para
obter mais informações acerca
do assunto. Como os recursos são
D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 208 limitados, os indivíduos pode provocar a morte dos seres vivos recém- 17/07/22 10:07 D3-C

Sobre o desmatamento, ex- recém-chegados aos novos ambientes competi- -chegados, levando à sua extinção nesse local).
plicar que ele ocasiona a des- rão com aqueles que já os ocupavam, podendo Sobre as causas de ameaças para espécies ter-
truição do hábitat de diversos ter vantagens sobre eles (o que pode provocar restres e aquáticas, pode-se mencionar que elas
seres vivos, forçando-os a se a redução populacional das espécies que já ocu- estão relacionadas principalmente à destruição
deslocar para outros ambientes. pavam esse ambiente) ou desvantagens (o que de hábitats ou à remoção direta da natureza.

208

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV2.indd 208 30/08/22 13:52


Comentários sobre
600 592 ESPÉCIES
600 592
600
ESPÉCIES
ANIMAISANIMAIS
592 D ESPÉCIES ANIMAIS
TERRESTRES
TERRESTRES
AFETADAS
TERRESTRES AFETADAS
AFETADAS as atividades

Número de espécies

Número de espécies
Número de espécies
500 500
500 PELAS PRINCIPAIS
PELASPRINCIPAIS
PELAS PRINCIPAIS
CAUSASCAUSAS
CAUSAS
DE AMEAÇAS
DEAMEAÇAS
DE AMEAÇAS 2. Comparar as respostas dos es-
400 400
400
313 313
313
300 300
300 tudantes com os resultados da
191 162191
191 162
162
200 200
200 147 147
135147 135
135
123 123
111123 111
111 pesquisa: em 2º lugar os brasilei-
100 100
100
0 00 ros citaram a poluição das águas,
Agro- Expansão
Agro- Produção
Agro- ExpansãoPoluição
Expansão Produção Caça/
Produção Poluição
Poluição Queimadas
Caça/ Mineração
Caça/ Queimadas
Queimadas Turismo
Mineração Turismo
Mineração Turismo
pecuária urbana
pecuária
pecuária de energia
urbana dede
urbana energia
energia Captura Captura
Captura desorde- desorde-
desorde- com 26%; em 3º lugar, empata-
nado nado
nado
dos, estão a caça e a pesca ilegais
ESPÉCIES
ESPÉCIES
ANIMAISANIMAIS
E ESPÉCIES ANIMAIS
MARÍTIMAS
MARÍTIMAS
AFETADAS
MARÍTIMAS AFETADAS
AFETADAS e as mudanças climáticas, com
Número de espécies

Número de espécies
Número de espécies
140 140
140
121 120 121
121
120
100
120
100
100
PELAS PRINCIPAIS
PELASPRINCIPAIS
PELAS PRINCIPAIS
CAUSASCAUSAS
CAUSAS
DE AMEAÇAS
DEAMEAÇAS
DE AMEAÇAS 16%. A construção de hidrelé-
80
60
8080
6060
60 6060 tricas, rodovias e portos ocupa
40 4040 31 3131
23 2323
21 162121 1616
14 1414
o 4º lugar, com 15%. Apresen-
20 2020
0 00 tar esses dados e promover uma
Pesca/ Poluição
Pesca/ Transportes
Pesca/ Poluição Transportes
Poluição Expansão
Transportes Expansão
Turismo
Expansão Espécies
Turismo Mineração
Turismo Espécies Mineração
Espécies Mineração
Captura Captura
Captura urbana desordenado
urbana desordenado
urbana desordenado
exóticas exóticas
exóticas conversa sobre eles.
3. Espera-se que os estudantes
montem uma apresentação
DESMATAMENTO
C DESMATAMENTO
DESMATAMENTO
DA AMAZÔNIA
DA
DAAMAZÔNIA
AMAZÔNIA destacando que a agropecuá-
em km2 em
emkm
km2 2
ria é responsável pela produção
13 235 1313235
235
12 911 1212911
911 (estimativa) (estimativa)
(estimativa) de alimentos, gera milhões de
11 651 1111651
651
empregos, é fonte de matéria-
10 851 1010851
851 -prima para grande quantidade
10 129 1010129
129
de produtos, entre outros as-
pectos. A agropecuária no Brasil

ALEX ARGOZINO
7 893 7 7893
893
7 464 7 7464
464 7 536 7 7536
536
7 000 7 7000
6 418
000
6 6418
418
6 947 6 6947
947 ocupa grandes extensões terri-
6891
207 6 6207
207
5 891 5 5891 toriais, gerando desmatamento
4 571 5571
012
4 4571 5 5012
012
e, portanto, destruição da bio-
diversidade. Quanto à redução
dos impactos, é possível que
2007 20082007
2007
20092008
2008
20102009
2009
20112010
2010
20122011
2011
20132012
2012
20142013
2013
20152014
2014
20162015
2015
20172016
2016
20182017
2017
20192018
2018
20202019
2019
20212020
2020 2021
2021
citem a estratégia da integração
lavoura-pecuária-floresta (ILPF),
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
ou que pesquisem outras técni-
cas ou tecnologias que, de ma-
1 Entre os dados A, B e C, qual possui maior relação com as informações apresentadas em D? neira geral, permitam o aumen-
E com as informações em E? Explique. 2. Resposta pessoal. to da produtividade sem neces-
2 Segundo pesquisa encomendada pela organização internacional Fundo Mundial para a Natureza (WWF) sariamente aumentar o espaço
em 2018, 27% dos brasileiros consideram o desmatamento a principal ameaça ao ambiente. Você con- de cultivo/pastagem.
corda? Cite outros dois problemas que, para você, estão entre as maiores ameaças ao ambiente.
4. Em um ecossistema, as relações
3 Os dados apresentados em D indicam que a agropecuária é o maior fator de ameaça para as
que se estabelecem entre os
espécies de animais terrestres. Entretanto, essa área é fundamental para a economia do país.
Forme um grupo com seus colegas, façam uma pesquisa na internet e montem uma apresentação seres vivos e entre eles e os re-
que explique a importância da agropecuária para o país, como essa atividade ameaça espécies cursos abióticos são diversas e
nativas e como seria possível a redução de seus impactos na biodiversidade. Resposta pessoal. complexas. A alteração de uma
4 Forme um grupo com dois colegas e respondam: manter áreas naturais protegidas por lei, onde dessas relações pode implicar a
seja proibida ou controlada a retirada de qualquer recurso, contribui para a manutenção da bio- alteração de outras, compro-
diversidade? Elaborem um texto argumentativo que justifique sua resposta. Resposta pessoal. metendo a sobrevivência de
uma ou mais populações de
seres vivos. Assim, pode-se di-
209 zer que a existência e o manejo
adequado de áreas protegidas
por leis contribuem para a ma-
AVALIANDO
10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U6-LA-G24.indd 209
#FICA A DICA, Professor 17/07/22 10:07 nutenção da biodiversidade.
Durante o desenvolvimento dos Te-
Essa atividade incentiva o exer-
A reportagem presente no link a seguir detalha as possibili- mas, é possível avaliar os conhecimen-
cício da argumentação, contri-
dades de descarte dos resíduos sólidos produzidos no Paraná, tos dos estudantes. Neste momento,
as quais são similares a boa parte dos estados brasileiros. sugerimos uma avaliação que compre-
buindo com o desenvolvimento
enda os conteúdos presentes em toda da competência geral 7 e da
• GIMENES, Erick; HISING, Ederson. Aterros sanitários, aterros
a Unidade 6, ao longo da qual puderam competência específica 5, do
controlados e lixões: entenda o destino do lixo no Paraná.
desenvolver e mobilizar as habilidades diálogo e da cooperação, opor-
G1, Paraná, 1 ago. 2017. Disponível em: https://g1.globo.
com/pr/parana/noticia/aterros-sanitarios-aterros-controla EF09CI12 e EF09CI13. Ver orientações tunizando o desenvolvimento
dos-e-lixoes-entenda-o-destino-do-lixo-no-parana.ghtml. sobre avaliações na página XLVIII deste da competência geral 9.
Acesso em: 23 jun. 2022. Manual do professor.

209

D2-F2-2104-CIE-V9-U6-MP-182-209-G24_AV1.indd 209 22/08/22 18:39


BNCC NA UNIDADE

7
Competências
Gerais: 1, 2, 3, 4 e 5
Específicas: 1, 3, 4 e 6
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI14

• EF09CI17

Tema contemporâneo ESTRUTURA


transversal
• Ciência e Tecnologia DO UNIVERSO
Há comentários sobre como as ha-
bilidades, as competências e o tema
contemporâneo transversal podem ser
desenvolvidos no trabalho com esta
Unidade na seção BNCC na prática
da página LXXIII deste Manual do “Nós somos feitos de poeira de
professor. estrelas.”

SAGAN, Carl. The Cosmic Connection: an


Extraterrestrial Perspective. Anchor Press: Norwell,
1973. p. 149. Tradução livre dos autores.
ORIENTAÇÕES
Você concorda com essa frase? Ela é
DIDÁTICAS de autoria do astrônomo estadunidense
Carl Sagan (1934-1996) e está cientifica-
ABERTURA DE UNIDADE mente correta, pois somos constituídos de
elementos químicos originalmente produ-
A abertura da Unidade procu- zidos pelas estrelas. Essa frase traz con-
ra despertar a curiosidade dos es- sigo uma relação que temos com os as-
tudantes sobre a composição e a tros do céu. O vínculo com o Sol, as outras
estrutura do Universo. Ao explo- estrelas, a Lua e os cometas está presente
desde as primeiras civilizações e até hoje
rar a fotografia, questionar o que
influencia diversas áreas de nossa vida.
eles conhecem sobre os astros Ao observar os astros, de certa ma-
que compõem o Universo, a fim neira, estamos olhando para nossas ori-
de levantar seus conhecimentos gens, o lugar de onde viemos.
prévios acerca do assunto. As- O conhecimento que temos do Uni-
sim, será possível planejar ativi- verso será um dos assuntos que estu-
dades para nivelar os diferentes daremos nesta Unidade.
saberes, caso surjam diferenças
significativas. Aproveitar para in-
ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

centivá-los a refletir a respeito de


como a observação e os conhe-
cimentos que possuímos sobre o
Universo mudaram ao longo do
tempo e como isso pode ter refle-
tido em nossa sociedade.
Ao iniciar a leitura do texto, 210
destacar a frase apresentada do
astrônomo Carl Sagan. A par-
tir dessa frase, levantar alguns sobre a composição das
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 210 estrelas e dos seres huma- 17/07/22 10:07 D3-C

questionamentos para discussão, nos. Entre os elementos químicos mais comuns


como: o que vocês entendem por presentes na constituição do corpo dos seres hu-
essa frase? O que quer dizer “po- manos e na composição das estrelas estão: oxi-
eira de estrelas”? Existe relação gênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre,
entre as estrelas e os seres vivos? magnésio, silício e ferro.
entre outros. Utilizar as respostas
dos estudantes para identificar
suas percepções iniciais sobre o
assunto que será estudado. Na
sequência, comentar brevemente
210

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV2.indd 210 23/08/22 21:21


Comentários sobre
as atividades
1. Espera-se que, por meio desse
questionamento, os estudan-
tes pensem sobre o assunto.
Duas vertentes podem ser
discutidas: a primeira é sobre
a importância da observação
do céu, e a segunda, sobre a
utilização equilibrada de tec-
nologias como celulares e ou-
tros aparelhos eletrônicos em
nosso cotidiano. Se desejar, é
possível apresentar aos estu-
dantes aplicativos de celular
que podem ser baixados gra-
tuitamente para aprimorarem
seus estudos sobre o Universo.
Alguns aplicativos possibilitam
a identificação de planetas e
de constelações presentes no
céu a partir da posição exata
do usuário; outros realizam
simulações sobre as posições
dos planetas do Sistema Solar
em suas órbitas em datas futu-
1 Parte da tecnologia presente em ras; etc. É importante verificar
aparelhos digitais, como os celula- previamente quais aplicativos
res, é consequência dos estudos do são adequados à idade escolar
Universo. Entretanto, a utilização dos estudantes.
dessa tecnologia, algumas vezes,
nos tira o tempo de admirar o céu. A 2. O objetivo desse questiona-
observação do céu noturno, no passa- mento é introduzir o assunto
do, fez surgir perguntas, hipóteses e
a partir das curiosidades ou
teorias fundamentais para o desen-
volvimento da Astronomia. Observe das dúvidas que os estudantes
a fotografia: você tem o costume de possam ter sobre o Universo.
olhar o céu e contemplar as estrelas? Esse levantamento é impor-
Como você se sente ao fazer isso? tante, pois possibilita motivar
Respostas pessoais.
os estudantes, incluindo os
2 O que mais chama a sua atenção
que não têm afinidade com o
quando o assunto é o Universo?
Converse com os colegas sobre isso. assunto, para iniciar o estudo
Resposta pessoal. desta Unidade.
Fotografia da Via Láctea vista da
3 Entre os astros presentes na foto-
grafia estão aqueles que constituem 3. O objetivo desse questiona-
Terra, produzida por técnica de longa
exposição. Aquidauana (MS), 2021.
a Via Láctea. Você sabe o que é a Via mento é levantar os conheci-
Láctea? Resposta pessoal. mentos prévios dos estudantes
sobre um dos assuntos que se-
211 rão estudados na Unidade. A
Via Láctea é a galáxia na qual o
Sistema Solar está localizado.
10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 211 17/07/22 10:07

211

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 211 22/08/22 21:23


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

1
1. A ASTRONOMIA TEMA
Ao comentar sobre o cometa
Leonard, perguntar aos estudan-
tes se eles se lembram de terem A ASTRONOMIA
observado a passagem do co-
meta no céu, ao final de 2021. É Em 2021, o cometa Leonard passou próximo à Terra e pôde ser
possível que alguns estudantes observado a olho nu, iluminando o céu em diversos lugares do mundo,
tenham vivenciado esse evento. incluindo o Brasil.
Nesse caso, solicitar que compar-
tilhem o momento com seus cole-

HAOQI YANG/500PX PLUS/GETTY IMAGES

ANTON PETRUS/GETTY IMAGES


gas, destacando, também, como
se sentiram.
Ao mencionar o encontro da
sonda Rosetta e do cometa 67P/
Churyumov-Gerasimenko, forne-
cer aos estudantes mais detalhes
sobre essa missão. Explicar que
a sonda Rosetta foi lançada em
março de 2004 com o objetivo de
estudar a estrutura e a composi- Cometa Leonard visto no céu noturno Cometa Leonard visto no céu
ção de um cometa. Após 10 anos na Califórnia, Estados Unidos, 2021. noturno na Ucrânia, 2021.
de viagem, a sonda interceptou
o cometa 67P/Churyumov-Ge- O estudo de cometas pode auxiliar na compreensão da origem
dos planetas e da vida na Terra. Muitos deles permanecem a maior
rasimenko, que viajava a uma
velocidade de 135 000 km/h, e
# FICA A DICA
parte do tempo distantes do Sol, em locais sem luz e frios, o que pos-
o robô Philae foi lançado em sua Acesse o link a seguir e sibilita a preservação de suas características originais, as quais podem
leia um pouco da história conter informações sobre as condições que o Sistema Solar apresentava
superfície. Embora seu pouso te- do encontro da sonda
nha sido acidentado, a missão foi Rosetta com o cometa 67P/ muito tempo atrás. Leia o trecho de reportagem a seguir sobre esse
considerada um sucesso, pois, Churyumov-Gerasimenko. tipo de estudo.
Assista também a um vídeo
durante dois anos, a sonda ficou produzido a partir de imagens
orbitando ao redor do cometa e reais do cometa. Disponível A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em
coletou diversas informações, em: https://canaltech.com.br/ inglês) quer lançar mais uma missão em direção
espaco/video-emocionante
como a presença de moléculas -reune-40-mil-fotos-do-co a um cometa.
de água, oxigênio e glicina, uma meta-67p-explorado-pela Após o bem-sucedido encontro da sonda Rosetta com o cometa
pequena molécula essencial para -sonda-rosetta-158809/.
Acesso em: 11 maio 2022. 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014, as autoridades já escolhe-
a vida como a conhecemos. ram qual será sua nova empreitada, a ser lançada em 2028.
Utilizar esse contexto para des- Chamado Comet Interceptor (“Interceptador de Cometa”, em tradu-
tacar que dos cometas podem 1 De que maneira estudos como ção livre), o projeto tem como objetivo capturar e estudar um cometa
ser obtidas diversas informações os descritos anteriormente que avança em direção ao Sol a partir dos confins do Sistema Solar.
sobre a origem do Sistema Solar, podem auxiliar no conheci- AMOS, Jonathan. Os ambiciosos planos da Agência Espacial Europeia para interceptar um cometa.
além de eles estarem potencial- mento sobre o Universo? BBC News Brasil, São Paulo, 20 jun. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
geral-48702476. Acesso em: 11 maio 2022.
mente relacionados com a ori-
Resposta pessoal. Professor, os estudantes podem dar exemplos diversos, como a possibilidade de
gem da vida na Terra, pois são
ricos em compostos orgânicos.
212 ampliar os conhecimentos científicos que temos sobre o Universo, incluindo o planeta Terra, e de
desenvolver novas tecnologias para sua exploração.
Explicar que esses são alguns dos
principais motivos pelo qual os
cometas são objeto de estudo Comentários sobre a atividade
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV3.indd 212 21/07/22 23:52 D3-C

em pesquisas científicas. 1. Ao realizar essa atividade, incentivar os estudantes


a observar que a Ciência é um empreendimento
humano e, assim, é historicamente construído,
conforme a competência específica 1. Dada
essa construção, a aquisição de novas informa-
ções permite a ampliação dos conhecimentos
sobre o Universo.

212

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 212 18/08/22 09:55


que ainda não tenham refletido
sobre o assunto ou que tenham
muitas dúvidas. Ainda assim, in-
centivá-los a expor suas aspira-
Olhar para o céu e tentar entendê-lo sempre foi uma prática da
humanidade. Desde as primeiras civilizações, o ser humano percebeu que
ções e sonhos.
alguns fenômenos terrestres, como o desabrochar de algumas flores ou O estudo da Astronomia ao
os longos períodos de frio, relacionavam-se, de alguma maneira, com os
longo dos anos
astros. No princípio, as observações tinham como objetivo compreender
a influência dos fenômenos celestes sobre a vida cotidiana. Os conteúdos apresentados
Os cometas, o Sistema Solar e o Universo como um todo são assuntos ao longo deste tópico permitem
estudados pela Astronomia. o desenvolvimento das compe-
A Astronomia é uma ciência que estuda os corpos celestes, tências gerais 1 e 3 e da com-
incluindo a Terra, e os fenômenos que ocorrem no Universo. Também petência específica 1.
estuda a organização desses corpos, situando-os no Universo, a fim de Aproveitar a imagem da aldeia
compreender suas origens e seus movimentos. Como toda ciência, ela indígena para conversar com
envolve a observação, o levantamento de hipóteses e a construção de os estudantes sobre os conhe-
Professor, nas
modelos e de teorias. Orientações para o cimentos desses povos sobre a
O estudo da Astronomia possibilitou o desenvolvimento de diversas professor há comentá- Astronomia. Explicar que, nas
áreas da sociedade, como a área das comunicações, facilitando nosso rios sobre a construção aldeias dos povos que fomam o
de aldeias por povos do
cotidiano e melhorando nossa qualidade de vida. Alto Xingu.
alto Xingu, entre eles os Kalapa-
los e os Kuikiros, as praças e es-
Fotografia do céu tradas radiais que partem da pra-
O estudo da Astronomia ao longo dos anos noturno registrada
em aldeia do povo
ça central são orientadas nas di-
Os estudos da Astronomia estão ligados com a cultura e as tradições Kalapalo, em reções cardinais (norte, sul, leste
de um povo. Os egípcios, por exemplo, tinham muitos conhecimentos Querência (MT), 2018. e oeste), revelando conhecimen-
referentes a planetas, constelações e movimentos aparentes do Sol e da
Conhecimentos to arquitetônico, geométrico e
astronômicos tam- astronômico. A conversa sobre
Lua no céu, o que lhes possibilitou criar uma forma precisa de medir a bém estão presentes
passagem do tempo, prevendo as estações do ano, as épocas de cheia esse assunto promove uma opor-
na cultura de povos
dos rios e de estiagem, entre outras. indígenas brasileiros. tunidade de abordagem sobre a
etnoastronomia, que abrange o
estudo dos conhecimentos astro-
nômicos de um povo por meio de
seus costumes. Para saber mais
sobre esse assunto, assistir ao ví-
deo sugeridos no link do #FICA A
DICA, Professor.
#FICA A DICA, Professor
O link a seguir traz a classifica-
ção das áreas do conhecimento
proposta pelo Conselho Nacional
SERGIO RANALLI/PULSAR IMAGENS

de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
• BRASIL. Governo Federal. Tabe-
la de áreas do conhecimento.
Brasília, DF: Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, [2019?]. Disponível
em: http://lattes.cnpq.br/docu
213 ments/11871/24930/TabeladeA
reasdoConhecimento.pdf/d192f
f6b-3e0a-4074-a74d-c280521b
23:52 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 213 17/07/22 10:07 d5f7. Acesso em: 25 jun. 2022.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS organizá-la em campos de menor abrangência. Se O vídeo no link a seguir apre-
achar importante, é possível apresentá-los. Para senta uma conferência sobre a
Ao apresentar a Astronomia como Ciência, isso, utilizar o material indicado no #FICA A DICA, etnoastronomia promovida pela
pedir aos estudantes que citem diferentes áreas Sociedade Brasileira de Física.
Professor.
de atuação científica. É possível que apontem as Aproveitar o contexto para questionar os es- • ETNOASTRONOMIA. 2021. Ví-
grandes áreas do conhecimento. Então, explicar tudantes sobre as áreas de que mais gostam de deo (113min). Publicado pelo ca-
que a Ciência tem o objetivo comum de compre- nal Debate Consciência. Dispo-
estudar. Se julgar oportuno, conversar sobre as
nível em: https://www.youtube.
ender o Universo e os fenômenos naturais, mas, carreiras profissionais que pretendem seguir. Na com/watch?v=Dr-xTSl3gAE.
para facilitar a sua compreensão, costuma-se idade escolar em que se encontram, é possível Acesso em: 4 jul. 2022.
213

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ao apresentar o modelo geo-
cêntrico, destacar que, em boa Diversos estudiosos formularam hipóteses e pro-

UNIVERSAL IMAGES GROUP EDITORIAL/GETTY IMAGES


parte do período em que perma- puseram teorias sobre o Universo. Na Grécia antiga,
neceu aceito, a observação mais alguns filósofos, entre eles Aristóteles (384 a.C.-
322 a.C.) e, posteriormente, o astrônomo Ptolomeu
marcante era a de que os astros
(c. 90 d.C.-168 d.C.), propuseram modelos astronô-
se movimentavam no céu e, por-
micos em que os planetas e outros astros se moviam
tanto, a conclusão foi de que os
em movimentos circulares ao redor da Terra.
planetas, a Lua e o Sol orbitavam Segundo Aristóteles, a Terra estava em repouso
o planeta Terra. Acrescentar que no centro de um sistema de astros, que giravam ao
se acreditava que, quanto mais seu redor em trajetórias circulares, e seria o centro
tempo demorava para o corpo do Universo, o que ficou conhecido como modelo
celeste dar uma volta na Terra, geocêntrico. Nessa época, já eram conhecidos outros
mais longe ele estaria do planeta. cinco planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e
Assim, era sugerido que a ordem Saturno. Esse sistema de Aristóteles foi reformulado
dos planetas do Sistema Solar e por Ptolomeu, que fez uma série de ajustes nas órbitas
da Lua que orbita a Terra era dos de alguns planetas.
mais centrais para os mais exter- As descobertas de Ptolomeu prevaleceram por
nos: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Xilogravura de Ptolomeu e a Astronomia. mais 1 500 anos, aproximadamente, até a Idade Média.
REISH, Gregor. Margarita philosophica.
Marte, Júpiter e Saturno. Freiburg: Johann Schott, 1503. p. 262. Ela
O modelo geocêntrico de representa Ptolomeu fazendo observações
Ptolomeu trazia algumas modi- astronômicas com um instrumento Saturno

ficações em relação à concepção chamado sextante, e sendo


orientado pela musa da
inicial de que todos os corpos
Astronomia, Urânia.
celestes orbitavam em torno da Júpiter
Marte
Terra. Ptolomeu explicava, por Sol
exemplo, o movimento dos pla-
Lua
netas por meio de uma combi-
nação de círculos, denominados Vênus

epiciclos e deferentes. Para saber

LÁPIS13B
mais sobre o assunto, acessar o AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Terra Mercúrio
link indicado no #FICA A DICA, IMAGENS FORA
Professor. DE PROPORÇÃO.

Se julgar importante, apresen-


tar também o modelo híbrido de
Heráclides (388 a.C.-315 a.C.).
Esse modelo foi construído em RIOGA, Letícia.
Geocentrismo e
cima da observação de que os heliocentrismo. Espaço
planetas Mercúrio e Vênus, ao do Conhecimento
UFMG. Belo Horizonte,
contrário dos outros corpos ce- 2 fev. 2021. Disponível
em: https://www.ufmg.br/
lestes, nunca eram observados espacodoconhecimento/
longe do Sol. Ou seja, eles apa- geocentrismo-e-
heliocentrismo/. Acesso
receriam perto do nascer ou do em: 11 maio 2022.

ocaso dessa estrela. Assim, foi Representação do modelo planetário geocêntrico proposto por Aristóteles.
proposto que, enquanto os ou-
tros planetas giravam em torno 214
da Terra, Mercúrio e Vênus orbi-
tavam em torno do Sol.
Aproveitar para ressaltar o D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 214 17/07/22 10:07 D3-C
#FICA A DICA, Professor
caráter de constante constru-
ção da Ciência, em que teorias Para saber mais sobre o modelo de Ptolomeu,
e leis podem ser confirmadas ou acessar:
reformuladas a partir de dados • OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Ma-
obtidos por novos e mais com- ria de Fátima Oliveira. Movimento dos planetas.
pletos estudos. Departamento de Astronomia do Instituto
de Física da UFRGS. Porto Alegre, 21 ago. 2006.
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm.
Acesso em: 25 jun. 2022.

214

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Destacar que, com o desen-
Durante o Renascimento, entre os séculos
volvimento de novas técnicas
XIV e XVI, várias transformações ocorreram em
de observação dos astros e
muitas áreas, como Literatura, Arte e Ciências
com o avanço dos estudos,
Naturais. Nesse período, conhecimentos gregos

SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/FOTOARENA


percebeu-se que o movimen-
foram retomados e reformulados, propondo-se
to aparente dos astros no céu
uma nova maneira de pensar e de agir, com base
não correspondia ao modelo
na observação, na experimentação e no uso de
geocêntrico. Em meio a esse
modelos matemáticos.
Dessa maneira, novas proposições sobre
cenário, foi proposto o mode-
o sistema planetário foram realizadas. Entre
lo cosmológico heliocêntrico.
os cientistas da época, destaca-se o matemá-
Contudo, sua aceitação en-
tico e astrônomo polonês Nicolau Copérnico frentou resistência na época,
(1473-1543), que, em um observatório construído por influência de alguns fato-
por ele mesmo, fez uma série de análises dos res, como as crenças religiosas
movimentos dos corpos celestes. Modelo planetário publicado por Copérnico em da sociedade. Aproveitar para
1543. As escritas em latim destacam o Sol realizar a atividade 3 da página
As investigações de Copérnico o levaram a ao centro e as órbitas circulares de Mercúrio,
concluir que o modelo geocêntrico de Ptolomeu Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. Mesmo
216, sobre a não aceitação do
não era o mais adequado. Um modelo que teria com imprecisões, esse modelo foi revolucionário modelo heliocêntrico na época
o Sol ao centro e os outros planetas, incluindo a em sua época. em que fora proposto. Utilizar
Terra, movendo-se ao redor dele seria capaz de esse contexto para destacar
explicar melhor as suas observações. Esse modelo, que o conhecimento científico

DE AGOSTINI PICTURE LIBRARY/ALBUM/FOTOARENA


denominado heliocêntrico, foi proposto em 1543. é histórico, isto é, que está re-
Foram necessários vários anos e muitas obser- lacionado ao contexto cultural,
vações para que o modelo de Copérnico fosse aceito social, econômico e político em
pela comunidade científica e reformulado por outros que se desenvolve.
astrônomos. Entre várias contribuições, destacam-se Ao comentar sobre as contri-
as do astrônomo e matemático alemão Johannes buições de Kepler, se considerar
Kepler (1571-1630), que, em 1609, chegou a impor- pertinente, é possível apresentar
tantes conclusões que davam mais sustentação ao aos estudantes brevemente suas
modelo heliocêntrico e corrigiam algumas impreci- duas primeiras leis, indicando
sões, atualizando esse modelo. A principal alteração que as órbitas não são circulares
proposta por Kepler refere-se ao fato de as órbitas e que os movimentos ocorrem
dos planetas não serem circulares, e sim elípticas. com velocidade variável (não
Também por volta de 1609, o telescópio constante). Utilizar o material
passou a ser utilizado em observações astronômi- apresentado no #FICA A DICA,
cas. O físico e matemático italiano Galileu Galilei Professor como apoio.
(1564-1642) foi um dos primeiros a utilizar esse
instrumento com fins científicos.
Galileu era adepto do modelo de Copérnico.
Por meio do telescópio, fez observações que
apoiavam esse modelo, além de ter descoberto e
analisado as crateras da Lua, os anéis de Saturno Telescópio original de Galileu, exposto no Museo
e mais de quinhentas estrelas. della Specola, em Bolonha, na Itália.

215

10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 215 17/07/22 10:07


#FICA A DICA, Professor
O link a seguir discorre sobre as três leis de Kepler.
• OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria
de Fátima Oliveira. As três leis de Kepler sobre o
movimento dos planetas. Departamento de As-
tronomia do Instituto de Física da UFRGS. Por-
to Alegre, c2022. Disponível em: http://astro.if.ufr
gs.br/Orbit/orbits.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.

215

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 1. b) O modelo geocêntrico é aquele no qual a Terra é considerada
o centro do Universo, enquanto os outros astros se movem ao
redor dela, como o Sol e os outros planetas. Já o modelo helio-
ATIVIDADES • ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
cêntrico, atualmente aceito no meio científico para representar
As atividades 1 e 6 propõem o Sistema Solar, é aquele no qual os planetas e os outros corpos
celestes movem-se ao redor do Sol.
comparações entre o modelo 1. As imagens a seguir apresentam duas propostas de modelos planetários da história da
geocêntrico e o heliocêntrico a Astronomia estudados neste Tema. Observe-os para responder às questões a seguir.
partir de ilustrações que os repre-
A B
sentam (no caso da atividade 1) e
de associações entre afirmativas Marte
Marte
(no caso da atividade 6). Utilizar Lua
essas atividades para verificar o Mercúrio Saturno
Vênus
aprendizado dos estudantes a Saturno Vênus Terra
Lua

SELMA CAPARROZ

SELMA CAPARROZ
respeito dos modelos cosmoló- Mercúrio
gicos apresentados. Caso sejam Terra
Sol
identificados equívocos concei-
Sol
tuais, retomar a apresentação
deste conteúdo utilizando dife- AS CORES NÃO Júpiter Júpiter
SÃO REAIS.
rentes abordagens.
IMAGENS FORA
2. Essa atividade permite que DE PROPORÇÃO.

os estudantes entendam a
Representação dos modelos planetários. 1. a) A ilustração A representa o
Ciência como um empreendi- modelo geocêntrico e a ilustração
mento humano, ao destacar a) Que modelos estão representados nessas imagens? B, o modelo heliocêntrico.
as contribuições de Galileu b) Qual é a diferença entre eles? Qual desses modelos é atualmente aceito no meio científico?
Galilei à Astronomia. Dessa 2. As ilustrações a seguir foram feitas por Galileu Galilei em 1609 e publicadas em seu livro
forma, oportuniza-se o desen- Sidereus Nuncius (Mensageiro das estrelas), em março de 1610.
volvimento da competência
2. a) Galileu fez as 2. b) Professor,
ILUSTRAÇÕES: SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

específica 1.
imagens utilizando um espera-se que os
telescópio/uma luneta. estudantes comentem
b) Ao realizar essa atividade, que os telescópios
destacar que as fases da Lua se possibilitam fazer
observações mais
apresentam como Galileu as nítidas e precisas do
observou do Hemisfério Norte. Universo e ter mais
Retomar informações de anos informações sobre
estruturas, fenôme-
anteriores sobre a as fases da nos e movimentos
Ilustrações da Lua em quarto crescente (esquerda)
Lua e questionar os estudantes e quarto minguante (direita) feitas por Galileu Galilei. dos astros.
como elas poderiam ser ilus-
tradas se Galileu as tivesse ob- a) Se você olhar para a Lua no céu nas fases descritas na legenda, não é possível observar alguns
dos detalhes desenhados. Para fazer essas observações, que instrumento Galileu Galilei utilizou?
servado do hemisfério Sul, do
Brasil, por exemplo. Comentar b) Qual é a importância do instrumento utilizado por Galileu Galilei para fazer essas observações?
também que a rotação da Lua 3. Na época em que o modelo heliocêntrico proposto por Nicolau Copérnico foi divulgado,
e a sua translação ao redor da houve grandes manifestações na sociedade contrárias a esse modelo. Com um colega,
Terra possuem a mesma du- façam uma pesquisa sobre o que ocorreu nesse momento da história da Ciência e da
ração, de, aproximadamente, humanidade e sobre os motivos que levaram a essa negação do modelo heliocêntrico.
27 dias. Por esse motivo, a Professor, espera-se que os estudantes encontrem em sua pesquisa que o modelo geocêntrico estava
associado à idealização do ser humano como o centro do Universo. Tirar o planeta dessa posição
Lua sempre está com a mesma 216 significava um conflito do ser humano com sua própria criação.
face voltada para a Terra.
3. Essa atividade possibilita o de-
senvolvimento da competên- Por exemplo, na época, acreditava-se que, as-
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 216 por anos, passaram a ser contestadas por testes 17/07/22 10:07 D3-C

cia específica 1. O modelo sim como sentimos o movimento de um veí- empíricos e por observação, e algumas ruptu-
geocêntrico foi proposto na culo quando estamos dentro dele ou quando ras ocorreram, como a do modelo geocêntrico.
Antiguidade Grega e, devido estamos andando a cavalo, deveríamos sentir o Mesmo não sendo aceito de imediato e enfren-
à grande influência dessa civi- movimento da Terra, caso ela estivesse em mo- tando resistência da sociedade, novos testes e
lização, várias ideias propostas vimento. Com a chegada da Idade Moderna, as observações apoiaram o modelo de que a Terra
eram até então incontestáveis. proposições científicas feitas até então, aceitas estaria em um sistema heliocêntrico.

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5. Espera-se que os estudantes
respondam que a Astronomia é
4. b) Os estudos propostos por Galileu Galilei e Johannes Kepler confirmaram o modelo heliocêntrico proposto a ciência que estuda as carac-
por Nicolau Copérnico, no qual a Terra se movia ao redor do Sol.
terísticas dos corpos celestes,
4. Copie as frases a seguir e corrija-as, se negro, feita em 2019 por um grupo de
incluindo a Terra, e os fenôme-
necessário. pesquisadores que analisou imagens
obtidas por diferentes radioteles- nos que ocorrem no Universo.
a) Segundo as proposições de Aristóteles Também busca situar os corpos
e de Ptolomeu, a Terra estava em movi- cópios espalhados pela Terra. Até o
mento ao redor do Sol. momento, sabia-se de sua existência celestes no Universo e compre-
b) Os estudos propostos por Galileu e presumia-se sua configuração no ender as origens e os movimen-
Galilei e Johannes Kepler confirmaram espaço, a partir dos estudos teóricos tos deles.
o modelo geocêntrico proposto por propostos pelo físico alemão Albert
7. Essa atividade permite o de-
Nicolau Copérnico, no qual a Terra se Einstein (1879-1955). A imagem per-
movia ao redor do Sol. mitiu confirmar as simulações feitas
senvolvimento da competên-
sobre sua estrutura: um grande anel cia específica 1. Além disso,
5. Com suas palavras, explique o que é luminoso ao redor de uma forma trabalha o tema contempo-
Astronomia. Resposta pessoal. escura. No entanto, isso suscita outras râneo transversal Ciência e
perguntas que incentivam os pes- Tecnologia, ao destacar as
6. Associe cada afirmativa a seguir ao quisadores a se dedicar aos estudos: relações que se estabelecem
modelo geocêntrico ou heliocêntrico.
Como o anel luminoso é formado? O entre esses conceitos utilizan-
I. Modelo geocêntrico. I – b, c, f; II – a, d, e. que acontece quando um objeto entra do como contexto a estrutura
II. Modelo heliocêntrico. no buraco negro? E assim a Ciência e do buraco negro. Ao eviden-
a) O Sol está ao centro e os planetas, suas diversas áreas avançam na busca ciar essas relações, também é
incluindo a Terra, movem-se ao redor dele. por respostas. possível desenvolver a compe-
b) A Terra está em repouso no centro de
tência específica 3.
um sistema de astros e seria o centro do

MAXIMILIAN LASCHON/SHUTTERSTOCK.COM
Universo.
a) Espera-se que os estudantes
c) Modelo proposto por Ptolomeu.
relacionem a importância do
d) Modelo proposto por Nicolau Copérnico.
desenvolvimento da tecnolo-
e) Várias contribuições foram importantes
gia para a Ciência e vice-versa,
para a aceitação desse modelo, como as
observações astronômicas feitas com o possibilitando a ampliação dos
auxílio de um telescópio. conhecimentos da atualidade.
f) Esse modelo foi proposto na Antiguidade Além disso, o desenvolvimen-
e se manteve aceito por muitos anos. to de ambas é importante para
a sociedade, em suas diversas
7. A tecnologia possibilitou aos seres dimensões (social, política,
humanos ampliar seus conhecimentos a econômica etc.).
respeito do Universo. Com o desenvolvi- Primeira imagem de um buraco negro, feita em
mento de instrumentos de observação 2019, por meio de telescópios em órbita na Terra. b) O objetivo da atividade é que
astronômica de alcance cada vez maior, os estudantes entrem em con-
muitas dúvidas sobre a estrutura do a) Com base nas informações apresentadas
e em seus conhecimentos, elabore um tato com descobertas recentes
Universo foram sanadas, assim como
texto que relacione os termos: Ciência, importantes na área da Astro-
muitas outras surgiram, deixando
tecnologia e sociedade. nomia que foram possíveis por
lacunas que instigam a curiosidade e
incentivam a busca por respostas.
b) Realize uma pesquisa em sites e fontes causa do aprimoramento da
confiáveis sobre conquistas importan- tecnologia – seja de equipa-
Uma das grandes conquistas atuais no tes feitas recentemente no campo da mentos, seja de programação
campo da Astronomia foi o registro Astronomia por causa do desenvolvi-
da primeira imagem de um buraco mento tecnológico.
e análises. Alguns exemplos:
4. a) Segundo as proposições de Aristóteles e de Respostas nas Orientações para o professor. constituição dos planetas do
Ptolomeu, o Sol estava em movimento ao redor da
Terra. Esse modelo foi chamado geocêntrico.
217 Sistema Solar, análise de dados
coletados em cometas, desco-
berta de corpos celestes até
então não observados etc.
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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ENTRE CONTEXTOS ENTRE


O assunto dessa seção se rela-
ciona ao tema contemporâneo
CONTEXTOS 1. Instrumentos como os telescópios possibilitam obser-
var objetos distantes, componentes do Universo que não
podem ser vistos sem equipamentos. O texto apresenta
transversal Ciência e Tecnolo- dois exemplos que destacam essa importância: a des-
coberta das luas de Júpiter por meio das observações
gia, ao evidenciar a relação entre de Galileu Galilei no século XVII e o estudo do Universo
o desenvolvimento científico e o A história dos telescópios pelos telescópios espaciais Hubble e James Webb.
tecnológico a partir da evolução
Embora não exista consenso sobre quem inventou o primeiro telescópio, sabe-se que foi
dos telescópios. O estabelecimen-
Galileu Galilei quem aprimorou o telescópio e descobriu detalhes de astros conhecidos.
to dessa relação oportuniza o de-
senvolvimento da competência
específica 3. [...] A primeira vez que Galileo viu esses objetos [quatro luas de Júpiter] foi na noite
Durante o trabalho com a seção, de 7 de janeiro de 1610. Nessa data ele viu três pequenas “estrelas” enfileiradas próximas
retomar a invenção dos microscó- a Júpiter, que lhe chamaram a atenção. Na noite seguinte Galileo observou que essas
pios, estudada em anos anteriores. “estrelas” haviam se movido, umas em relação às outras. Galileo continuou observando
Destacar que novidades tecnológi- Júpiter e essas estranhas “estrelas”, noite após noite. Na noite do dia 13, Galileo conse-
cas permitem a ampliação dos co- guiu visualizar uma quarta “estrela” na mesma linha das três demais. Na noite do dia 15
nhecimentos até então disponíveis ficou claro para Galileo: esses quatro objetos nunca se afastavam de Júpiter e constan-
e, no caso dos microscópios e dos temente alteravam suas posições uns em relação aos outros e em relação a Júpiter. Daí
telescópios, ainda, a observação foi fácil concluir: esses quatro objetos não eram estrelas, mas sim satélites de Júpiter. [...]
de uma realidade antes invisível. LAS CASAS, Renato. Há 400 anos... a invenção do telescópio. Observatório UFMG. Caeté, 2 fev. 2009.
Disponível em: http://www.observatorio.ufmg.br/Pas88.htm. Acesso em: 12 mar. 2022.
Comentar que as tecnologias
presentes no telescópio espacial
James Webb permitem que sejam Centenas de anos depois do início do uso do telescópio na

DESIREE STOVER/NASA
feitas observações em frequência Astronomia, os cientistas perceberam que a atmosfera da Terra
do infravermelho, diferentemen- impedia uma visão mais nítida do Universo. Desenvolveram-se,
te do Hubble, que operava nas então, os telescópios espaciais, como o Hubble, colocado
frequências da luz visível e ultra- em órbita pela Nasa em abril de 1990. Ele está a cerca de
violeta. O infravermelho é emitido 550 quilômetros de altitude, ou seja, acima da atmosfera, e já
por todo corpo aquecido e é ca- possibilitou a obtenção de muitas imagens do Universo.
paz de atravessar nuvens de poei- Em 2021, foi lançado pela Nasa, pela Agência Espacial
Canadense e pela Agência Espacial Europeia o telescópio
ra interestelar, permitindo que ob-
James Webb, 100 vezes mais sensível do que o Hubble.
jetos cósmicos distantes possam
Ele está a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da superfície
ser observados.
terrestre, aproximadamente quatro vezes mais distante do
Ao final, apresentar aos estu-
que a Lua! Seu principal objetivo é observar as primeiras Montagem do telescópio James
dantes o Telescópio Gigante Ma-
estrelas e galáxias formadas há bilhões de anos. Webb, em 2017.
galhães (GMT), um aparato que
está sendo construído no Chile
por um consórcio que envolve di-
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

versos países, entre eles o Brasil. 1 Qual é a importância de instrumentos como os telescópios para a Astronomia? Explique sua res-
Esse telescópio terá um poder co- posta utilizando elementos do texto.
letor cerca de 100 vezes maior do
que o do Hubble, o que amplia- 2 Junte-se a outros dois colegas e busquem na internet imagens capturadas por telescópios atuais.
Elaborem uma apresentação digital com os resultados da pesquisa, indicando a que se refere cada
rá as possibilidades de estudo do imagem, que telescópio a capturou e a localização do telescópio. Resposta pessoal.
Universo profundo.
218
#FICA A DICA, Estudante
Sugerir aos estudantes que
acessem o link a seguir para visua- Comentários sobre as atividades
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 218 Disponível em: https://www.ufmg.br/espa 17/07/22 10:07 D3-C

lizar características do Telescópio 1. Essa atividade permite avaliar a capacidade codoconhecimento/saiba-como-ver-as-ima


Gigante de Magalhães. dos estudantes de interpretar textos, ao soli- gens-do-telescopio-hubble/; Image gallery.
• CONSTRUÇÃO do telescópio Gi- citar que utilizem elementos do texto apresen- Publicado por: National Radio Astronomy
gante Magalhães é tema de ví- tado para elaborar sua resposta. Além disso, Observatory. Disponível em: https://public.
deo. Agência Fapesp, São Pau- oportuniza o desenvolvimento da competên- nrao.edu/gallery/; e Hubble Space Telescope.
lo, 4 maio 2017. Disponível em: cia específica 4. Publicado por: Nasa. Disponível em: https://
https://agencia.fapesp.br/constru- 2. Para essa pesquisa podem ser utilizados os www.nasa.gov/mission_pages/hubble/main/
cao-do-telescopio-gigante-maga- sites: Como ver as imagens capturadas index.html. Acessos em: 25 jun. 2022. A com-
lhaes-e-tema-de-video/25230/.
pelo telescópio Hubble em tempo real. Pu- petência geral 5 e a competência específi-
Acesso: 25 jun. 2022.
blicado por: Espaço do conhecimento UFMG. ca 6 podem ser desenvolvidas nessa atividade.
218

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV2.indd 218 23/08/22 21:21


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

2
1. Resposta pessoal. Que o Universo é tão grande e tão antigo (13,8 bilhões
TEMA de anos), que ele fica feliz de poder estar com sua esposa no mesmo local e
no mesmo tempo.
2. ALÉM DA TERRA
Ao iniciar esse Tema, se de-
ALÉM DA TERRA sejar, é possível fazer algumas
perguntas para levantar os
conhecimentos prévios dos es-
2. Resposta pessoal. Professor, espera-se que os estudantes citem ao menos
os planetas, as estrelas e as luas. É possível que também mencionem outros tudantes sobre assuntos que
componentes do Universo, como os asteroides e os cometas. serão estudados, como: Quais
são os componentes do Siste-
Leia a seguir outra frase de Carl Sagan, desta vez, uma declaração de amor por ma Solar? Qual é a localização
sua esposa Ann Druyan. do Sistema Solar no Universo?
O que é via Láctea? Existem pla-
“Na vastidão do espaço e na imensidão do tempo, é uma alegria com- netas fora do Sistema Solar? Até
partilhar um planeta e uma época com Annie.” onde vai o Universo? e outras.
SAGAN, Carl. Cosmos. Tradução: Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 3. Se desejar, é possível solicitar
que registrem suas respostas
1 Qual é a mensagem transmitida por Carl Sagan na frase apresentada?
iniciais no caderno, para que
as revejam e as reformulem, se
2 Você sabe quais são os astros que compõem o Universo? necessário, durante o estudo do
Tema.
Carl Sagan ficou famoso pela maneira simples que explicava conceitos complexos Explorar o contexto inicial
sobre o funcionamento do Universo. desse Tema, que destaca a vas-
Detalhes sobre o Sistema Solar e outras partes do Universo, incluindo outras tidão do Universo por meio da
estrelas, sistemas de planetas, galáxias e buracos negros, foram descobertos conforme frase de Carl Sagan e das ima-
novas tecnologias foram sendo desenvolvidas, possibilitando o avanço científico e a
gens obtidas pelo telescópio
proposta de novos estudos.
Hubble. Utilizá-lo para instigar
O telescópio espacial Hubble, por exemplo, foi de grande auxílio nessas desco-
a curiosidade dos estudantes.
bertas. Por meio das imagens que ele capturou, foi possível estimar que o Universo
tem aproximadamente 13,8 bilhões de anos. A seguir, estão algumas imagens obtidas
Aproveitar esse contexto
por esse telescópio. para explicar brevemente aos
estudantes a origem do Uni-
verso, explicada pela teoria do
ESA/HUBBLE/NASA

NASA/ESA/HUBBLE HERITAGE/STSCI/AURA

Big Bang, a mais aceita pela co-


munidade científica. No caso,
de acordo com essa teoria, o
Universo surgiu de uma singu-
laridade extremamente densa
e com alta temperatura, que se
expandiu gerando o Universo
como conhecemos hoje.
Essa teoria criou as bases teó-
ricas para a realização de cálcu-
Imagem do arranjo dos braços espirais na galáxia Imagem mostrando o lançamento de matéria e energia los sobre a idade do Universo.
Messier 63, registrada pelo Hubble, em 2017. no espaço por uma estrela superquente, em 2016.
Entre eles, a medição da ra-
diação cósmica de fundo. Essa
219 radiação eletromagnética pode
ser considerada um vestígio do
Big Bang, e sua detecção pos-
10:07
#FICA A DICA, Estudante
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 219 Comentários sobre a atividade 17/07/22 10:07
sibilita estimar a velocidade e,
O filme indicado é uma adaptação do livro de 1. Perguntar aos estudantes se eles conhecem assim, a duração da expansão
mesmo nome escrito por Carl Sagan. alguma das obras de Carl Sagan. Caso não do Universo.
• CONTATO. Direção: Robert Zemeckis. EUA: Warner
conheçam, sugerir o filme do #FICA A DICA,
Bros. 1997. DVD (150 min). Estudante.

219

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 219 18/08/22 09:55


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Sistema Solar
Nesse momento, inicia-se o tra-
Sistema Solar
balho com a habilidade EF09CI14, O Sistema Solar é formado por uma estrela, o Sol, e por planetas,
a partir da descrição dos compo- planetas anões, luas e pequenos corpos celestes, como asteroides e
nentes do Sistema Solar. cometas. Todos esses corpos celestes giram ao redor do Sol.
Uma possibilidade para iniciar

ESTÚDIO AMPLA ARENA


o trabalho com este assunto de Netuno Saturno

forma atrativa é explorar o si-


mulador chamado Solar System
Urano
Scope (do inglês, escopo do Sis- Júpiter
Marte
Sol
tema Solar), cujo link está dis-
ponibilizado no #FICA A DICA, Lua

Estudante. Para utilizá-lo, clicar


no botão “start online model” e
aguardar o simulador carregar. Terra
Selecionar a tradução para por- Cinturão
de asteroides Vênus
tuguês no navegador. Selecionar AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Mercúrio
os planetas representados e clicar IMAGENS FORA
em “explorar” para obter mais DE PROPORÇÃO.

informações sobre sua localiza- Representação artística do Sistema Solar.


ção, sua estrutura e outras ca-
racterísticas. Utilizar o simulador Sol
para fazer um pequeno resumo O Sol é a estrela do Sistema Solar. Ele tem cerca de 1,4 milhão
dos planetas do Sistema Solar. de quilômetros de diâmetro e emite luz e outras radiações. A atração
Alternativamente, é possível re- gravitacional que o Sol exerce é a principal responsável por manter a
comendar o acesso pelos estu- trajetória dos corpos celestes do Sistema Solar ao seu redor.
dantes em suas residências, em
um período que antecede a aula, Planetas
solicitando que explorem previa- Os planetas são corpos celestes de formato aproximadamente
mente as características dos pla- esférico, que orbitam uma estrela e são dominantes em sua trajetória,
netas e que tragam suas dúvidas ou seja, não encontram outros astros de tamanho similar a eles em sua
à aula. órbita. No Sistema Solar, existem oito planetas orbitando o Sol: Mercúrio,
Ao apresentar os planetas do Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A seguir, estão
Sistema Solar, destacar algumas os tamanhos aproximados desses planetas.
de suas características, como
Diâmetro dos planetas do Sistema Solar
número de luas, temperatura
média, tempo de rotação e de Mercúrio: 4 878 km de diâmetro Júpiter: 142 984 km de diâmetro
translação e apresentadas adian- Vênus: 12 100 km de diâmetro Saturno: 120 536 km de diâmetro
te. Se possível, reproduzir essas Terra: 12 756 km de diâmetro Urano: 51 108 km de diâmetro
informações na lousa para que os Marte: 6 786 km de diâmetro Netuno: 49 538 km de diâmetro
estudantes possam estabelecer
Fonte dos dados: OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira.
comparações entre elas. Astronomia e astrofísica. 4. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2017. p. 118.
• Número de luas: os planetas
têm diferentes quantidades de 220
satélites naturais. Mercúrio e
Vênus não possuem luas, a Ter-
ra possui uma, e Marte, duas. guida, temos Mercúrio220(167 °C), Terra (15 °C),
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV2.indd Rotação (horas) Translação (dias) 19/07/22 21:33 D3-C

Outros planetas possuem uma Marte (_65 °C), Júpiter (_110 °C), Satur- Mercúrio 1 407 88
quantidade bem maior desses Vênus _5 832 224
no (_140 °C), Urano (_195 °C) e Netuno
satélites: Júpiter tem 79, Satur- Terra 24 365
no, 82; Urano, 27; e Netuno, 14. (_200 °C). Marte 25 687

• Temperatura média: o pla- • Tempo de rotação e translação: Os planetas Júpiter 10 4 331


Saturno 11 10 747
neta mais quente do Sistema do Sistema Solar, do mais próximo do Sol ao Urano _17 30 589
Solar é Vênus, com uma tempe- mais distante, apresentam os seguintes tempos Netuno 16 59 800
ratura média de 464 °C; em se- aproximados de rotação (em horas) e transla- Fonte dos dados: WILLIAMS, David R. Planetary fact
sheet - metric. Nasa. Washington, D.C., 27 dez. 2021.
ção (em dias terrestres). Disponível em: https://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/
factsheet/. Acesso em: 26 jun. 2022.

220

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 220 18/08/22 09:55


Com base nas informações
apresentadas, chamar a atenção
para alguns pontos importan-
S A/
JH UA
P L/ S W R I
tes, como: certos planetas têm
Planetas-anões NA
o tempo de rotação expresso
São astros celestes que orbitam uma estrela, têm formato aproxi- em valores negativos, pois essa
madamente esférico e podem ter outros astros de tamanho semelhante rotação ocorre no sentido opos-
em sua órbita. Atualmente, consideram-se cinco planetas-anões no to à rotação da Terra; e, quan-
Sistema Solar: Ceres, Plutão, Éris, Makemake e Haumea. Todos eles to mais longe do Sol, maior o
são menores do que Mercúrio. Plutão. tempo para o planeta completar
uma volta ao redor dessa estrela,
Satélites naturais ou luas PL
pois as suas órbitas são maiores

/J
e suas velocidades de translação

SA
NA
São astros que orbitam outros corpos do Universo, como os pla-
são inferiores.
netas e os asteroides. A Terra possui apenas um satélite natural, porém
existem centenas no nosso Sistema Solar. Em relação à classificação dos
corpos celestes do Sistema Solar,
comentar com os estudantes que,
Pequenos corpos do Sistema Solar até 2006, Plutão era considerado
Os pequenos corpos do Sistema Solar são os asteroides, os meteo- Ganimedes, um dos um planeta. No entanto, devido
satélites naturais de
roides e os cometas. Esses corpos têm características próprias: ao fato de Plutão não ser domi-
Júpiter, é a maior lua
• Asteroides são blocos de rocha que orbitam o Sol e são menores do Sistema Solar. nante em sua órbita (isto é, por
do que um planeta. Dezenas de milhares deles estão reunidos em um se encontrar com outros astros de
cinturão, situado entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também há tamanhos similares em sua órbi-
outro cinturão além da órbita de Netuno. ta), passou a ser considerado um
• Meteoroides são rochas menores do que os asteroides que vagam planeta-anão. Essa decisão não
pelo Sistema Solar. Quando atingem a atmosfera da Terra, incendeiam- ocorreu rapidamente; na verda-
-se – fenômeno chamado de meteoro ou estrela cadente. Quando de, decorreu de diversas discus-
atingem o solo, também recebem o nome de meteorito. sões entre astrônomos da União
• Cometas são corpos de massa relativamente pequena que contêm Astronômica Internacional (UAI).
rocha e gelo em sua composição. Quando sua órbita passa próxima ao A decisão foi firmada na Assem-
Sol, são iluminados e se aquecem, liberando poeira e gases na forma bleia Geral da União Astronômica
de uma cauda típica. Internacional (UAI) ocorrida em
Praga, na República Tcheca, em
2006. Para saber mais sobre o
assunto, há um link disponível no
#FICA A DICA, Estudante.
A reclassificação de Plutão
como planeta-anão é um fato
que pode ser explorado para evi-
denciar o aspecto dinâmico da
NATHAN B. NIYOMTHAM/GETTY IMAGES

Ciência, em que ideias podem ser


contestadas e reformuladas com
base em novas comprovações
Cometa NEOWISE, em científicas. Se achar convenien-
julho de 2020, fotografado te, explicar que ainda existem
nos Estados Unidos.
discussões para reconsiderar Plu-
tão como planeta, mas sem fatos
221 que refutem as condições esta-
belecidas pela UAI sobre este ser
um planeta-anão.
21:33 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 221 17/07/22 10:07
#FICA A DICA, Estudante O link a seguir apresenta mais detalhes sobre a mu-
dança na classificação de Plutão como um planeta-
O link a seguir direciona o acesso ao simular Solar
‑anão, ao invés de um planeta.
System Scope.
• PLUTÃO é rebaixado. Agência Fapesp. São Pau-
• SOLAR SYSTEM SCOPE. [S. l.], [2019?]. Site. Disponí-
lo, 25 ago. 2006. Disponível em: https://agencia.
vel em: https://www.solarsystemscope.com/. Acesso
fapesp.br/plutao-e-rebaixado/5995/. Acesso em:
em: 26 jun. 2022.
20 jun. 2022.

221

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 221 22/08/22 21:34


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Planetas rochosos do
Sistema Solar Planetas rochosos do Sistema Solar
O trabalho com a habilidade Dos oito planetas do Sistema Solar, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são chama-
EF09CI14 é continuado neste tó- dos rochosos ou telúricos. Os planetas rochosos estão mais próximos do Sol, têm
AS CORES NÃO o núcleo de ferro e níquel, superfície sólida e poucos ou nenhum satélite natural.
pico, ao se discorrer sobre carac- SÃO REAIS.
Embora as condições ambientais dos quatro planetas rochosos sejam bem dife-
terísticas dos planetas rochosos IMAGENS FORA
rentes, sua estrutura básica apresenta algumas semelhanças.
que compõem o Sistema Solar. DE PROPORÇÃO.

Dizer aos estudantes que os

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM
planetas do Sistema Solar podem
ser divididos em rochosos (Mer-
cúrio, Vênus, Terra e Marte) e ga-
Núcleo Núcleo
sosos (Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno) e que as diferenças entre
os grupos e as características de
cada planeta serão detalhadas ao
longo da Unidade. Representação da estrutura interna de Mercúrio. Representação da estrutura interna de Vênus.

Terra
VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM
Ao explicar sobre a Terra, co-
mentar que nosso planeta possui
uma massa de 5,974 sextilhões Núcleo Núcleo

de toneladas. Destacar que, ape-


sar de esse ser um número muito
grande, é cerca de 300 000 vezes
menor que o Sol. Representação da estrutura interna da Terra. Representação da estrutura interna de Marte.
Comentar também que a at-
Elaborado com base em: PLANETS. Nasa Science: Solar System Exploration. Washington, D.C., 2022. Disponível em:
mosfera se mantém próxima à https://solarsystem.nasa.gov/planets/overview/. Acesso em: 12 maio 2022.
superfície por ação da força da Representação da estrutura interna dos planetas rochosos do Sistema Solar, mostrando as camadas a
gravidade. Acrescentar que a at- partir de seu núcleo.
mosfera terrestre também pos-
sui, em adição aos gases citados Terra
no Livro do estudante, vapor de A Terra é o quinto maior planeta do Sistema Solar,
água, argônio, dióxido de carbo-
SA

com diâmetro de 12 756 km. Aproximadamente 75%


/N A
AA

no, hélio, metano, entre outros.


NO

da superfície da Terra é coberta por água, em grande


maioria no estado líquido, e o planeta é envolvido
por uma atmosfera. Os principais gases que formam
a atmosfera terrestre são o nitrogênio (78%) e o oxi-
gênio (21%).

Terra. Imagem capturada do espaço


pelo satélite GOES-18, em 2022.

222

D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 222 17/07/22 10:07 D3-C


#FICA A DICA, Professor
Para conhecer mais sobre planetas rochosos e ga-
sosos, acessar o link a seguir:
• HAMILTON, Calvin J. O Sistema Solar. Departa-
mento de Astronomia do Instituto de Física
da UFRGS. Porto Alegre, [2019?]. Disponível em:
http://astro.if.ufrgs.br/solar/solarsys.htm. Acesso
em: 26 jun. 2022.

222

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 222 18/08/22 09:55


retando, assim, um aumento na
temperatura média do planeta.
NA S
A Ao comentar sobre as uni-
dades de medida utilizadas no
A atmosfera da Terra promove o efeito estufa, possibilitando
que a temperatura do planeta oscile entre um valor mínimo e um
campo da Astronomia, dizer
valor máximo de, aproximadamente, _88 °C e 58 °C, sendo que, devido à grande extensão
15 °C a média. Sem o efeito estufa, a temperatura média da das distâncias astronômicas, são
Terra seria de _18 °C e não haveria água no estado líquido utilizadas unidades de medida
disponível, a não ser abaixo de grandes camadas de gelo. não convencionais ao nosso co-
O período de rotação da Terra em torno do próprio eixo é tidiano, como metros e quilôme-
de, aproximadamente, 24 horas, e o de sua translação ao redor tros. No caso, são amplamente
do Sol, cerca de 365 dias. A Terra é o terceiro planeta com a órbita utilizadas a Unidade Astronô-
mais próxima ao Sol, estando a cerca de 150 000 000 de quilôme- mica (UA), que equivale a cerca
tros de distância do Sol. Essa medida foi definida pelos astrônomos e de 150 milhões de quilômetros
representa uma Unidade Astronômica (UA). (1,5 x 108 km), e o ano-luz, que
A Terra tem um satélite natural, a Lua, localizada a, aproximada- Cumes de rugas equivale a cerca de 9,5 trilhões
mente, 384 400 km de distância. em uma região
de quilômetros (9,5 x 1012 km).
da Lua chamada
Mare Frigoris, re- Se considerar oportuno, comentar
Logo ali gistrada pelo Lunar que existem outras unidades de
Reconnaissance medida que podem ser utilizadas,
Aproximadamente dois milênios atrás, Ptolomeu havia estimado Orbiter (LRO) da NASA, como, por exemplo, o parsec, que
que o Universo apresentava cerca de 130 milhões de quilômetros. em 2019.
Apesar de ser uma enorme distância em relação aos padrões que equivale a cerca de 3,3 anos luz. Se
estamos acostumados na Terra, atualmente, sabemos que esse valor possível, convidar o docente de
é menor do que a distância da Terra até o Sol, ou seja, menor do que Matemática para contribuir com
uma Unidade Astronômica (UA). o trabalho sobre este assunto.
Hoje em dia, sabe-se que o raio do Universo observável é de cerca Se necessário, realizar o cálcu-
de 432 x 1021 km, ou seja, aproximadamente 2 900 trilhões de UA lo relacionado à determinação de
ou 2,9 x 1015 UA. Por causa das grandes dimensões do Universo,
um ano-luz a partir da velocidade
os astrônomos criaram outra unidade de medida, chamada ano-luz.
Essa unidade equivale à distância que a luz percorre no vácuo em vácuo: região no da luz no vácuo juntamente com
espaço que não os estudantes, utilizando a lousa.
um ano de viagem. A velocidade da luz no vácuo é de 300 000 km/s;
contém matéria.
logo, um ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros ou, O cálculo pode ser feito a partir
aproximadamente, 63 000 UA. de uma regra de três simples:
300 000 km 1s
x 31 536 000
VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM

segundos em um ano
x = 300 000 ? 31 536 000 =
= 9 460 800 000 000 km

Representação do Sol e da Terra. A luz do Sol demora aproximadamente


oito minutos para atingir o nosso planeta.

223

10:07 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV1.indd 223 19/07/22 08:43

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS de calor decorre da presença de gases do efeito


estufa (como o gás carbônico, o metano e o óxido
Retomar o efeito estufa estudado em anos an- nitroso) e é o que torna a temperatura média do
teriores. Relembrar que, ao atingir a atmosfera planeta favorável à manutenção da vida.
terrestre, parte da radiação solar é refletida, parte Retomar também o processo de intensificação
é absorvida pela atmosfera e parte chega à super- do efeito estufa, relacionado à emissão de gases
fície, aquecendo-a. A superfície terrestre aquecida de efeito estufa. Explicar que o aumento da con-
emite calor, sendo parte irradiada ao espaço e par- centração atmosférica desses gases amplifica a
te absorvida pela atmosfera terrestre. A retenção retenção de calor pela atmosfera terrestre, acar-
223

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 223 18/08/22 09:55


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Mercúrio
Ao apresentar as caracterís-
Mercúrio
ticas de Mercúrio, acrescentar F WASH
INGTON Mercúrio é o planeta do Sistema Solar com
ON O
U TI
que esse planeta tem uma massa I EI
NS
T IT órbita mais próxima ao Sol, a uma distância
EG
CA
RN
aproximada de 0,4 UA. Ele é o menor
muito pequena, que representa RY
/

planeta desse sistema, além de ser

TO
cerca de 5% da massa da Terra.

RA
BO
menor do que alguns dos satélites

LA
Por esse motivo, sua gravida-

IC S
YS
naturais de Saturno e Júpiter. Seu

PH
de superficial também é baixa,

IED
volume é cerca de 0,06 vezes o

APPL
aproximadamente um terço da volume da Terra.

P KI N S U NI V E R SIT Y
gravidade da Terra. Explicar que, Não apresenta atmosfera
devido a sua baixa gravidade, a significativa, o que torna sua
atmosfera de Mercúrio é uma

HNS HO
temperatura variável. Durante
camada muito fina, constituída o dia, pode alcançar 430 °C

A/ J O
NAS
principalmente por átomos de e, durante a noite, _180 °C.
oxigênio, sódio, hidrogênio, hé- Mercúrio leva aproximadamente
lio e potássio. Comentar que sua 88 dias terrestres para completar
atmosfera não significativa não uma volta ao redor do Sol. Já seu
é capaz de reter calor, o que faz período de rotação é longo, corres-
com que as temperaturas diárias pondendo a cerca de 59 dias terrestres.
Mercúrio. O planeta não apresenta satélites naturais.
variem significativamente, po-
dendo atingir 430°C durante o
dia e _180°C durante a noite.
Vênus
Vênus Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol, estando a uma dis-
Ao comentar sobre Vênus, di- tância de 0,7 UA dele. Seu volume é cerca de 0,86 vezes o volume da Terra.
zer que o planeta pode ser ob- Sua superfície apresenta pressão atmos-
servado no céu após o pôr do sol / J PL férica de 90 atm e temperaturas de
SA
ou antes do nascer do Sol, sendo NA cerca de 480 °C. Mesmo não sendo
popularmente chamado estrela- o planeta mais próximo do Sol,
-d’alva. Também mencionar que é o mais quente por causa
da sua composição atmosfé-
Vênus possui uma atmosfera
rica, que apresenta gases de
com ventos muito intensos. Para
efeito estufa. A consequência
isso, utilizar o seguinte texto
de sua densa atmosfera é a
como apoio: temperatura praticamente
O dia custa a passar em Vênus. não variar entre o período ilu-
É que o planeta gira bem deva- minado (dia) e o período não
gar. Quase do tamanho da Terra, iluminado (noite). Vênus não
Vênus leva 243 dias terrestres
apresenta satélites naturais.
para dar uma volta em torno de
Para completar uma volta
si. Com rotação tão lenta, os me-
teorologistas esperavam que a ao redor do Sol, Vênus leva, aproxi-
atmosfera venusiana fosse uma madamente, 225 dias terrestres, e seu
das mais calmas do Sistema So- período de rotação corresponde a cerca de
Vênus.
lar. Mas as sondas enviadas ao 243 dias terrestres.
planeta observaram uma venta-
nia constante na alta atmosfera, 224
onde os ventos atingem 400 qui-
lômetros por hora (km/h). Ventos
dessa intensidade só ocorrem na
mais lenta, é provável224que um padrão específico
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 17/07/22 10:08 D3-C
Terra durante furacões ou, es-
de oscilações nos movimentos da atmosfera, as
poradicamente, a altitudes ele-
chamadas ondas atmosféricas, ajudem a criar
vadas. Em Vênus, eles sopram
um intenso jato de ar que se concentra no equa-
o tempo todo, em especial no
dor e cobre quase todo o corpo celeste. [...]
equador.
ZOLNERKEVIC, Igor. Atmosfera conturbada. Pesquisa
[...]
Fapesp, São Paulo, ed. 225, nov. 2014. Disponível em:
[...] Os pesquisadores [...] con- https://revistapesquisa.fapesp.br/atmosfera-conturbada/.
cluíram que, além da rotação Acesso em: 26 jun. 2022.

224

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 224 22/08/22 21:35


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Marte
Marte N AS
A/J
PL
/M
SS

Marte é o quarto planeta do Sistema Solar em relação Ao explicar sobre a variação

S
à sua distância do Sol, que é de 1,5 UA. Seu volume é de temperatura em Marte, des-
cerca de 0,15 vezes o volume da Terra. O período de tacar também que o gradiente
rotação de Marte é de 24 horas e 37 minutos, e seu de temperatura na superfície
período de translação corresponde a 687 dias terrestres. desse planeta é bem mais acen-
A superfície de Marte é formada por rochas e tuado que na Terra. Por exem-
pó de rochas de aparência avermelhada por causa da plo, se uma pessoa estivesse na
grande quantidade de minerais de ferro presentes no superfície de Marte, em uma
solo marciano. Por esse motivo, Marte também é conhe- posição equivalente à linha do
cido como planeta vermelho. equador, ao meio-dia, ela sen-
Sua atmosfera é estreita se comparada à atmosfera ter- tiria que seus pés estariam na
restre, com temperatura que pode variar entre 20 °C e _153 °C. Marte.
primavera (24 °C) e sua cabeça,
Essa variação ocorre porque o calor escapa facilmente para o espaço por NAS A
/J P
L-C
AL
T no inverno (0 °C).
causa da fina atmosfera.

EC
Aproveitar para citar que,

H/
UN
Marte tem dois satélites naturais, chamados Phobos e Deimos.

IVE
desde a década de 1960, o pla-

R S IT Y
Várias sondas já visitaram esse planeta. Imagens feitas da super-
neta é explorado por diversas

OF ARIZO
fície de Marte indicam que seus polos têm água congelada e que sua
superfície é alterada constantemente por grandes tempestades de areia. missões realizadas por agên-

NA
cias espaciais, principalmente a
Nasa. Essas missões pertencem
NASA/JPL-CALTECH
Deimos. ao Programa de Exploração de
Marte (MEP, sigla do inglês).
Algumas delas enviaram robôs
para explorar sua superfície,
como a missão Mars Science
Laboratory, lançada em 2011
Superfície de Marte, com o veículo Curiosity, que
capturada pela câmera
do rover Perseverance
aterrissou em Marte em 2012, e
Mars, 2021. a Mars 2020, lançada em 2020
com o veículo Perseverance,
que aterrissou no planeta em
2021. A exploração de Marte
NASA/JPL-CALTECH

será trabalhada na Unidade 8


deste Volume.

Pôr do sol em Marte,


capturado pela sonda
InSight da NASA, 2019.

225

10:08 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 225 17/07/22 10:08


#FICA A DICA, Estudante
Se desejar, sugerir aos estudantes que observem algumas
das imagens capturadas pelo veículo Curiosity e pelo veículo
Perseverance na superfície de Marte:
• MARS Curiosity Image Gallery. Nasa. Washington, D.C., 4
ago. 2017. Disponível em: https://www.nasa.gov/mission_
pages/msl/images/index.html. Acesso em: 26 jun. 2022.
• MARS 2020 Mission Perseverance Rover. Nasa. Washington,
D.C., [2021?]. Disponível em: https://mars.nasa.gov/mars2020/
multimedia/raw-images/. Acesso em: 26 jun. 2022.
225

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 225 22/08/22 21:35


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Planetas gasosos do
Sistema Solar Planetas gasosos do Sistema Solar
De forma similar ao tópico Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são planetas do Sistema Solar chamados
anterior, o trabalho com a habili- AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
gasosos ou jovianos. Os planetas gasosos localizam-se mais afastados do Sol, após
dade EF09CI14 é continuado, ao o cinturão de asteroides. São maiores do que os planetas rochosos, apresentam
discorrer sobre características
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.
atmosferas densas em gases, grande número de satélites naturais e anéis.
dos planetas gasosos que com- Hidrogênio metálico Núcleo (rocha e gelo) Hidrogênio metálico Núcleo (rocha e gelo)

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM
põem o Sistema Solar.
Chamar a atenção dos estudan-
tes para o fato de que, apesar de
receberem o nome de planetas ga-
sosos, eles não são completamente
compostos de gases. Destacar que
apresentam um núcleo rochoso, Hidrogênio e hélio gasosos Hidrogênio e hélio gasosos
que representa uma pequena fra- Representação da estrutura interna de Júpiter. Representação da estrutura interna de Saturno.
ção do volume total dos planetas.
Júpiter Água, amônia e metano Núcleo (rocha e gelo) Água, amônia e metano Núcleo (rocha e gelo)
VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM

VADIM SADOVSKI/SHUTTERSTOCK.COM
Ao comentar sobre Júpiter,
acrescentar que o planeta é
composto principalmente por
gás hidrogênio e gás hélio. Des-
tacar que esse planeta possui
um papel importante na esta-
Hidrogênio e hélio, além de gás metano (CH4) Hidrogênio e hélio, além de gás metano (CH4)
bilidade do Sistema Solar, como
mostrado no trecho a seguir. Representação da estrutura interna de Urano. Representação da estrutura interna de Netuno.

[...] De acordo com as teorias Elaborado com base em: PLANETS. Nasa Science: Solar System Exploration. Washington, D.C., 2022. Disponível em:
atuais, a formação de planetas https://solarsystem.nasa.gov/planets/overview/. Acesso em: 12 maio 2022.

com a massa de Júpiter desem- Representação da estrutura interna dos planetas gasosos do Sistema Solar, mostrando um núcleo sólido e as
penha um papel importante na camadas gasosas que os envolvem.
arquitetura de sistemas planetá-
ON A
rios. A existência de um planeta O FA
RIZ Júpiter
ITY
com a mesma massa e numa ór- ER
S
Júpiter situa-se logo após o cinturão de aste-
V

bita semelhante à de Júpiter em


NI
L/ U

roides. É o maior planeta do Sistema Solar, está


/JP

torno de uma estrela do tipo do


SA

localizado a 5,2 UA do Sol e seu volume é


NA

Sol abre a possibilidade de que


1 321 vezes maior do que o da Terra.
o sistema planetário em torno
dessa estrela seja semelhante ao Em consequência de sua distância do Sol,
nosso próprio Sistema Solar. [...] a temperatura média estimada nesse planeta é
de _173 °C, porém a observada é em torno de
[...]
_113 °C, sugerindo haver uma fonte de calor própria.
[...] a arquitetura do Sistema
Solar, tão propícia ao desenvol-
vimento de vida, foi possível gra- Júpiter.
ças à presença de Júpiter e da sua
influência gravitacional exercida
no Sistema Solar durante a fase 226
da sua formação. [...]
GRUPO liderado por astrônomo do IAG
descobre gêmeo de Júpiter em torno de Verificar se os estudantes
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 226 percebem um pe- 17/07/22 10:08 D3-C
gêmea do Sol. Universidade de São Pau-
lo. São Paulo, 15 jul. 2015. Disponível em:
queno ponto preto circular sobre a superfície
https://www5.usp.br/noticias/pesquisa-noti de Júpiter na imagem do planeta. Comentar
cias/grupo-liderado-por-astronomo-do-iag que a imagem é uma composição de quatro
-descobre-gemeo-de-jupiter-em-torno-de
-gemea-do-sol/. Acesso em: 26 jun. 2022. imagens feita pela nave espacial Cassini em
2020, e a sombra retratada é de uma das luas
de Júpiter, Europa.

226

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 226 22/08/22 21:36


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Júpiter leva cerca de 11,9 anos terrestres para completar uma volta em torno do Sol, porém
Saturno
a volta em torno de seu próprio eixo tem duração de apenas 9 horas e 54 minutos. Essa rápida Ao comentar sobre os anéis
rotação é o que comprime os gases e aumenta o atrito entre suas moléculas, fenômeno que de Saturno, explicar que eles são
libera calor ao planeta. constituídos por partículas de di-
Júpiter possui 79 satélites naturais conhecidos. ferentes tamanhos (comparados
Ganimedes
a um grão de poeira até a uma

DIEGO BARUCCO/SHUTTERSTOCK.COM
Calisto montanha), formadas por gelo e
rocha revestidos por outros ma-
Io
teriais. Visivelmente, é possível
Europa
distinguir sete anéis, que se es-
tendem até cerca de 282 000 km
do planeta. A velocidade com
que cada anel orbita o planeta
é distinta. Se desejar, recomen-
dar que os estudantes observem
Os maiores satélites naturais de Júpiter foram descobertos por Galileu Galilei, em 1610. imagens dos anéis de Saturno
acessando o link disponibilizado
NASA/JPL

Saturno
-CALTE
CH/SP
ACE
SCIE
no #FICA A DICA, Estudante.
NCE
INS
TIT
UT Comentar que Júpiter, Netu-
Saturno é o sexto planeta no Sistema E
no e Urano possuem estruturas
Solar em relação ao Sol e o segundo maior
semelhantes, na forma de anéis,
planeta do Sistema Solar, com volume
mas são tão tênues que passam
aproximadamente 763 vezes maior do
praticamente despercebidas.
que o da Terra. Ele está a 9,5 UA do Sol
e tem temperatura média de _139 °C. O
Com relação às luas de Satur-
período de translação de Saturno é de cerca de
no, é importante destacar que,
29,5 anos terrestres e seu período de rotação, de apenas Saturno.
no momento de produção deste
10 horas e 39 minutos. material, existiam 53 luas con-
Uma das características marcantes de Saturno, mas não exclusiva, firmadas e 29 luas prováveis. Se
possível, realizar uma pesquisa
NASA
são seus anéis, formados por fragmentos de gelo e rocha que giram ao
redor do planeta. Saturno apresenta 82 satélites naturais, sendo os mais para verificar novamente esses
conhecidos Enceladus e Titã. números quando o assunto for
trabalhado em sala de aula.
Enceladus (à esquerda) com Titã ao fundo
Urano (à direita), duas das luas de Saturno. Urano
Apresentar aos estudantes que
Urano está a 19,8 UA do Sol. Seu volume é aproximadamente
Urano foi descoberto em 1781
63 vezes maior do que o terrestre. Seu período de translação
pelo astrônomo alemão William
é de aproximadamente 84 anos terrestres e seu período
de rotação, de 17 horas e 15 minutos. A temperatura
Herschel (1738-1822). Herschel
inicialmente pensou que se tratava
NA

média na sua superfície é de _193 °C. Urano possui


SA

27 satélites naturais conhecidos. de um cometa, mas, com mais


observações, concluiu que era um
planeta. A conclusão também se
deveu às contribuições do astrô-
Urano. nomo alemão Johann Elert Bode
(1747-1826). Se desejar, utilizar
227 esse contexto para destacar o
papel da colaboração na Ciência,
importante para o aprimoramento
dos conhecimentos científicos.
10:08 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 227 17/07/22 10:08
#FICA A DICA, Estudante Comentar que, ao contrário
Para ver imagens dos anéis de Saturno feitas pela dos outros planetas do Sistema
sonda Cassini, acessar o link a seguir: Solar, Urano possui um eixo de
rotação inclinado aproximada-
• SATURN. Solar System exploration. Washington,
mente 98° em relação a sua ór-
D.C., [2019?]. Disponível em: https://solarsystem.
nasa.gov/missions/cassini/galleries/images/?pa
bita ao redor do Sol. Esse fenô-
ge=0&per_page=25&order=created_at+desc& meno teria decorrido da colisão
search=&tags=cassini%3Asaturn%3Arings&con entre o planeta e outro corpo
dition_1=1%3Ais_in_resource_list&category=51. celeste do tamanho da Terra
Acesso em: 26 jun. 2022. em tempos remotos.

227

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 227 18/08/22 10:14


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Netuno NASA/J
PL

Expor o contexto histórico em


Netuno
que Netuno foi descoberto. No Netuno está a 30,1 UA do Sol. É o quarto maior planeta
século XIX, todas as órbitas dos do Sistema Solar, com volume cerca de 57 vezes maior do
que o terrestre. Seu período de translação é de aproxima-
planetas do Sistema Solar, com
damente 165 anos terrestres e seu período de rotação, de
exceção de Netuno, eram bem
16 horas e 6 minutos terrestres. A temperatura média da
conhecidas. No entanto, alguns superfície de Netuno é de cerca de _214 °C. São conheci-
dos cálculos realizados na épo- dos 14 satélites naturais orbitando esse planeta.
ca não conseguiam prever com
exatidão o movimento de Ura- Netuno.
no. Dois astrônomos, o britânico
John Couch Adams (1819-1892)
e o francês Urbain Jean Joseph
Le Verrier (1811-1877), propuse- Sol
ram que essas anomalias no mo- O Sol é composto, em sua maior parte, dos elementos hélio (He)
vimento desse planeta estavam e hidrogênio (H), que totalizam 99,8% de sua massa total. Tem aproxi-
associadas à presença de outro madamente 1 400 000 km de diâmetro – cerca de 109 vezes o terrestre
planeta ainda não descoberto. – e volume 1 304 000 vezes maior do que o da Terra. Sua temperatura
Baseando-se nas informações de varia de cerca de 5 800 °C na superfície a cerca de 15 milhões de graus
Le Verrier, o astrônomo alemão Celsius no núcleo.
Johann Gottfried Galle (1812-
1910) foi o primeiro a observar Ciclo evolutivo do Sol
Netuno, em 1846, com uma po- As estrelas nascem, transformam-se e morrem. Isso significa que,
sição apenas 1° distante da ini- daqui a alguns bilhões de anos, o Sol terá seu brilho apagado.
cialmente prevista por Le Verrier. Vamos estudar como pode ocorrer a evolução de uma
Utilizar esse contexto para, mais estrela, tomando o Sol como exemplo, e o que pode
DO
uma vez, destacar a importância /G
SF
C/S
acontecer com a Terra nesse processo.
A
AS
da coletividade na Ciência. N
As estrelas geralmente nascem em regiões
Sol do Universo com gás e nuvens de poeira.
Durante bilhões de anos, essas nuvens se
Ao apresentar as característi- contraem e se tornam mais densas até
cas do Sol, explicar que ele é a formarem uma estrela.
estrela em torno da qual todos Segundo estudos, o Sol nasceu há
os planetas do Sistema Solar 4,6 bilhões de anos. Como toda estrela,
orbitam. Por sua vez, o Sol tam- ele vai passar 90% de seu tempo
bém orbita ao redor do centro transformando o hidrogênio de seu
da galáxia na qual estamos pre- núcleo em hélio, por meio de reações
sentes. Esse movimento ocorre que liberam grande quantidade de
com a velocidade de 250 quilô- energia. Quando não tiver mais hidro-
metros por segundo e é acom- gênio no núcleo, a estrela entrará em sua
fase final. Segundo estimativas, isso vai
panhado por todos os planetas
acontecer com o Sol quando ele atingir apro-
do Sistema Solar. O Sol também
ximadamente 11 bilhões de anos.
apresenta um movimento de Sol.
rotação ao redor do seu próprio
eixo, mas, ao contrário de plane-
228
tas rochosos, como a Terra, essa
rotação não é igual para todas
as regiões dessa estrela, sendo Ciclo evolutivo do Sol
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 228 17/07/22 10:08 D3-C

mais rápida no equador e mais O estudo do ciclo evolutivo do Sol está asso-
lenta nos polos. ciado com a habilidade EF09CI17.
Comentar que, no núcleo do Questionar o que os estudantes entendem
Sol, ocorrem as reações de fusão como o ciclo de vida de uma estrela, como o Sol.
nuclear responsáveis por gerar É possível que eles associem ao ciclo de vida de
a luz e o calor que essa estrela um ser vivo, com nascimento, desenvolvimento
emite, fenômeno que será ex- e morte. Explicar que essas fases também acon-
plorado na seção O assunto é... tecem com o Sol, mas o processo é muito lento
desta Unidade. (leva alguns bilhões de anos).
228

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 228 18/08/22 09:55


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Se considerar adequado, é
Nesse estágio, o núcleo do Sol não terá mais condições de suportar colapsar: passar
por um estado de possível mencionar aos estu-
a massa das camadas externas e vai colapsar, aumentar sua temperatura
desmoronamento, dantes que o ciclo de vida apre-
e queimar o hidrogênio das camadas externas. Nessas condições, o Sol
vai se expandir e se tornar 200 vezes maior e 2 000 vezes mais luminoso
arruinar-se. sentado no livro é similar para
e mais frio, transformando-se em uma gigante vermelha. as estrelas que possuem massa
Um pouco antes de esse evento acontecer, a Terra e os outros planetas até 8 vezes maior que o Sol. No
do Sistema Solar vão sofrer diversas consequências. Assim, conforme o Sol entanto, o ciclo de vida estelar
aumenta de tamanho, a temperatura média da superfície da Terra aumen- para estrelas cuja massa mais de
tará, fazendo toda a água existente evaporar. Com isso, o planeta se E S A/ H U
BBLE
&N
8 vezes superior à do Sol é dis-
AS
tornará um gigantesco deserto sem vida. No céu, o Sol apare- AA
CK
NO
W
tinto. Essas estrelas, denomina-
cerá como uma enorme bola laranja. Quando o Sol for uma
LE
DG
das estrelas massivas, também

EM
gigante vermelha, as rochas podem derreter e a superfície transformam hidrogênio em hé-

EN
T:
UDJ
da Terra, virar um mar de lava. No céu, o Sol aparecerá lio durante boa parte de seu ci-

YS
CH
como uma enorme bola vermelha. clo evolutivo, formando outros

M ID
T
Apesar de o Sol se tornar maior, sua massa vai elementos químicos mais leves.
reduzir, assim como a força da gravidade que prende Ao final desse processo, a estre-
os planetas em suas órbitas. Isso pode fazer que a
la se torna uma supergigante.
Terra escape de sua órbita atual e se afaste do Sol.
Devido à sua grande massa, ao
Ao final da fase de gigante vermelha, o Sol
perderá muita massa para o Universo e suas camadas
final de sua vida, ocorre uma ex-
externas vão se espalhar, formando uma nebulosa plosão e a produção de grande
planetária. Após 100 000 anos dessa fase, o Sol se quantidade de energia, assim,
transformará em uma pequena e quente estrela anã a supergigante se torna uma
branca, aproximadamente do tamanho da Terra. Sem a pro- supernova. Nesse processo, ele-
dução de energia, gradativamente, essa anã branca esfriará e se mentos químicos mais pesados
transformará em uma anã negra. Exemplo de nebulosa planetária. são formados e se espalham
pelo Universo. Dependendo da
sua massa inicial, a supernova

MARUSYA CHAIKA/SHUTTERSTOCK.COM
pode se tornar uma estrela de
Agora Gigante Nebulosa
vermelha planetária nêutrons ou um buraco negro.
Aquecimento gradual Anã
branca Para saber mais sobre o assun-
to, há um material indicado no
#FICA A DICA, Professor.
Nascimento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Em bilhões de anos (aproximadamente)

Elaborado com base em: ALL About the Sun. Nasa Science Space Place. Washington, D.C., 1 set.
2021. Disponível em: https://spaceplace.nasa.gov/all-about-the-sun/en/. Acesso em: 13 maio 2022. AS CORES NÃO IMAGENS FORA
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.
Esquema do ciclo de vida do Sol.

O ciclo apresentado ocorre para estrelas com dimensões similares


às do Sol. O ciclo de vida de estrelas com massa no mínimo oito vezes
maior do que a do Sol pode terminar em uma grande explosão. Nesse
processo, a estrela é chamada supernova e a nuvem de gás quente
formada após a explosão é chamada nebulosa.

229

10:08 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 229 17/07/22 10:08


#FICA A DICA, Professor
O link a seguir traz mais informações sobre o ciclo
de vida de estrelas de massa similar à do Sol e de
estrelas massivas:
• OLIVEIRA FILHO, Kepler de S.; SARAIVA, Maria de
Fátima O. Evolução final das estrelas. Departa-
mento de Astronomia do Instituto de Física
da UFRGS. Porto Alegre, 12 maio 2007. Dispo-
nível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/explores
trelas.htm. Acesso em: 26 jun. 2022.

229

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 229 18/08/22 09:55


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Localização do
Sistema Solar Localização do Sistema Solar
A apresentação da localização Se alguém nos perguntasse o endereço de nossa casa no planeta Terra, facil-
do Sistema Solar na Via Láctea e no mente indicaríamos o continente, o país, o estado, a cidade, a rua e o número de
Universo complementa o trabalho nossa casa. Mas e se alguém lhe perguntasse onde é seu endereço no Universo
com a habilidade EF09CI14. observável? Você saberia responder? O esquema a seguir vai ajudar nessa resposta.
Ele mostra como o Universo está estruturado.
Sobre o Universo observável, es-
E/SH UT TER
TEN D
clarecer aos estudantes que nós só NI
BE
NIN
ST O
CK
.C
AS CORES NÃO IMAGENS FORA
conseguimos observar as estrelas

OM
N
SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.

VA
GIO
cuja luz chegou até a Terra. É pos-
sível estimar que recebemos a luz Galáxia (Via Láctea)
de estrelas que estão no máximo a SC
IE N
C

E
46 bilhões de anos-luz, um núme-

PH
OT
MURATART/SHUTTERSTOCK.COM

OL
ro maior que a idade do Universo,

I B R A RY - S P L / F O T
porque este está se expandindo. O Aglomerado
que está além do Universo obser- de galáxias

OA
vável ainda é incerto.

RE
N
A

Uma forma alternativa para


trabalhar assuntos relativos ao Superaglomerado
campo da Astronomia é utilizan- de galáxias
do modelos didáticos. Os modelos Sistema
Solar
podem enriquecer o processo de
aprendizagem dos estudantes, ao Terra
oportunizar o desenvolvimento de
habilidades manuais e cognitivas.
Quando construídos em grupo, in-

TY
RA
K.C OM

NNO
centivam, ainda, o exercício do di-

SA UR U
STO C

álogo, da colaboração e da divisão


TER

S REX/SHUTT
UT
/S H

de tarefas. Se desejar, há uma su-


O
RC
KA

gestão de atividade com modelos

E
M

RST
OC
para ser realizada pelos estudantes

K.C
OM
no Ampliando. Essa atividade Elaborado com base em: COMINS, Neil F.;
KAUFMANN III, William J. Descobrindo o universo.
pode ser realizada após o trabalho 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 480-482.
com o tópico estudado. Esquema localizando o planeta Terra
no Universo observável.
O Universo observável é formado por superaglomerados de galáxias. Cada
superaglomerado é formado por aglomerados de galáxias. Por exemplo, a Via
Láctea, galáxia na qual se encontra o Sistema Solar, está agrupada com outras 20
galáxias. Cada galáxia pode ser formada de milhões, bilhões ou trilhões de estrelas
e ter formatos diferentes umas das outras.
A galáxia em que vivemos é a Via Láctea. Seu formato assemelha-se a um disco
espiral e ela tem entre 200 e 400 bilhões de estrelas. Uma delas é o Sol, estrela do
Sistema Solar onde se localiza a Terra, planeta onde vivemos.

230

AMPLIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 230 17/07/22 10:08 D3-C

Solicitar aos estudantes que construam modelos di- obtenção de materiais, construção do modelo, apre-
dáticos que representem a estrutura do Sistema Solar sentação à turma e outras). Para os materiais, pedir
e sua localização no Universo. Para tanto, dividir a para que priorizem materiais recicláveis ou que já pos-
turma em grupos de seis a oito membros e orientar suem em casa, incentivando seu reúso.
cada grupo a construir ambos os modelos. Instruir os Verificar a possibilidade de reservar uma aula do cro-
grupos a se subdividir em duplas para a realização das nograma para que os grupos apresentem os modelos
tarefas necessárias à construção do modelo (como construídos à turma. A partir de suas apresentações,
organização de um cronograma, pesquisas com in- é possível avaliá-los quando à habilidade EF09CI14,
formações complementares do assunto, listagem e que poderá ser mobilizada ao longo da atividade.

230

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Outros planetas
Outros planetas do Universo do Universo
No dia 6 de março de 2009, a sonda Kepler foi enviada ao espaço com o objetivo Se possível, verificar previa-
de descobrir outros planetas que possam sustentar vida. Essa sonda, que já foi desa- mente o número de exoplanetas
tivada, ajudou a identificar, até o dia 13 de abril de 2022, 5 009 planetas que orbitam
confirmados pela Nasa durante
outras estrelas e mais 8 738 possíveis candidatos, que ainda estavam em estudo. Planetas
o planejamento da aula referen-
que orbitam outras estrelas, que não o Sol, são chamados exoplanetas.
Apesar de o número de exoplanetas confirmados ser amplo, poucos parecem
te a esse assunto, uma vez que
ter características que possibilitariam a existência de vida como a conhecemos. é possível que o número tenha
aumentado desde a produção
deste material. Para isso, acessar
Estranhos novos mundos o site disponibilizado no #FICA
De forma geral, os exoplanetas apresentam características bem distintas da Terra. A DICA, Professor. No site,
você irá encontrar o número de
Kepler-16b exoplanetas confirmados (“con-
firmed”), o número de possíveis

NA
Foi um dos primeiros exoplanetas descobertos pela sonda

SA
Kepler. Este planeta orbita duas estrelas, mais frias do que candidatos a exoplanetas (“Nasa
o nosso Sol; assim, teria dois pores do sol. Entretanto, candidates”) e o número de sis-
não é um planeta que tenha condições de receber vida temas planetários descobertos
da forma como a conhecemos, pois ele provavelmente (“planetary systems”). Ao clicar
é frio e parcialmente composto de rochas.
em expandir (“click to expand”),
Concepção artística do exoplaneta Kepler-16b. aparecerão diversas informações
relativas às descobertas desses
exoplanetas, como uma classi-
55 Cancri e

NA
ficação conforme os tipos deles

S A/
Um lado do planeta apresenta temperaturas extremas,

J P L-
e os métodos utilizados. Como

CALTECH
maiores do que 2 400 °C, provavelmente por causa de
fluxos de lava. O outro lado do planeta, cuja face não se as informações estão em inglês,
volta para sua estrela, tem temperatura próxima a 760 °C. se necessário, verificar a possi-
bilidade de o docente de Língua
Concepção artística do exoplaneta 55 Cancri e.
Inglesa auxiliar na tradução das
informações, contribuindo com
seus estudos complementares
Kepler-452b
sobre o assunto.
Foi o primeiro planeta descoberto com tamanho mais
NAS
A

próximo ao da Terra, rochoso, e que orbita uma estrela


com dimensões e temperatura similares às do Sol.
Apresenta condições que indicam a possibilidade de
abrigar vida.
Concepção artística do exoplaneta Kepler-452b.

AS CORES NÃO IMAGENS FORA

3 Considerando seus conhecimentos atuais, que fatores são necessários SÃO REAIS. DE PROPORÇÃO.

para um planeta sustentar vida como a conhecemos?

Resposta pessoal. Professor, não se espera que os estudantes respondam indicando corretamente
os fatores, mas que os associem a conhecimentos que têm sobre a Terra (é um planeta rochoso, tem
água no estado líquido, tem atmosfera etc.).
231

10:08 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 231


#FICA A DICA, Professor Comentários sobre a atividade 17/07/22 10:08

O link a seguir traz dados e informações atualiza- 3. Essa atividade explora as características que
das sobre os exoplanetas. um planeta deve possuir para sustentar a vida.
• EXOPLANET EXPLORATION: PLANETS BEYOND Perguntar o que é importante para a existên-
OUR SOLAR SYSTEM. Washington, D.C., [2019?]. cia de vida na Terra e explorar a ideia de que
Site. Disponível em: https://exoplanets.nasa.gov/. outros planetas precisam apresentar as mes-
Acesso em: 26 jun. 2022. mas características. Esse assunto será traba-
lhado na Unidade 8.

231

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 231 18/08/22 09:55


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 1. a) Sugestões de legendas: I. Asteroide Ida, um pequeno corpo. II. Cometa Ison, um pequeno corpo.
III. Planeta Saturno e seus anéis. IV. O planeta-anão Plutão.
ATIVIDADES a) Monte uma legenda para cada foto-
• ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. grafia utilizando, ao menos, dois dos
As atividades 1, 2 e 4 oportu- termos do quadro para cada imagem.
nizam a mobilização da habili- 1. Observe as imagens a seguir. b) Defina com suas palavras os corpos
dade EF09CI14. Já a atividade 3 I.
celestes apresentados nas fotografias I,
oportuniza a mobilização da ha- II, III e IV. Resposta nas Orientações

NASA/JPL
para o professor.
bilidade EF09CI17.
2. Leia as características a seguir e rela-
1. b) Os asteroides são blocos de cione-as com os planetas aos quais
rocha que orbitam o Sol. Mui- pertencem.
tos se encontram reunidos no I. Rochoso; atmosfera com gases de efeito
cinturão de asteroides (I). Os estufa; presença de água em abundân-
cometas são corpos de massa cia no estado líquido.
pequena, recobertos por gelo II. Gasoso; localiza-se logo após o cinturão
e rocha que, ao passar pró- II. de asteroides; rotação rápida que oca-
ximos do Sol, refletem a luz NASA/MSFC/MEO/CAMERON MCCARTY
siona liberação de calor próprio.
solar e brilham, aquecem-se III. Rochoso; solo com presença de mine-
rais de ferro; dia terrestre com 24 horas
e liberam poeira e gases na
e 37 minutos.
forma de uma cauda típica
IV. Gasoso; quarto maior planeta do
(II). Planetas são astros que Sistema Solar; 14 satélites naturais
orbitam ao redor de uma es- orbitam ao seu redor; temperatura
trela central, com formato média de cerca de _214 °C.
aproximadamente esférico e III. V. Rochoso; segundo planeta do Sistema
massa elevada, que dominam Solar em relação à distância do Sol;
TRISTAN3D/SHUTTERSTOCK.COM

sua órbita (III). Planetas-anões apresenta superfície inóspita; atmosfera


são astros celestes menores com gases de efeito estufa.
que os planetas, de forma VI. Gasoso; encontra-se a 19,8 UA de
distância do Sol; realiza uma volta com-
aproximadamente esférica e
pleta ao redor do Sol a cada 84 anos.
que podem encontrar outros
VII. Rochoso; menor planeta do Sistema
astros de tamanho similar em Solar; temperaturas variáveis de _180 °C
sua órbita (IV). a 430 °C.
IV.
3. Ao mencionar a sonda SOHO, VIII. Gasoso; segundo maior planeta do
NASA/JHUAPL/SWRI

se desejar, é possível mostrar Sistema Solar; presença de anéis carac -


terísticos orbitando em sua região
aos estudantes algumas ima- equatorial.
gens por ela captadas utilizan-
a) Mercúrio. VII.
do o link presente no #FICA A
b) Vênus. V.
DICA, Professor. Ao comen-
c) Terra. I.
tar sobre a sonda Solar Orbiter,
d) Marte. III.
mencionar que ela é um dos
e) Júpiter. II.
objetos construídos pelos seres
Asteroide Ida anéis planeta satélites f) Saturno. VIII.
humanos com maior velocida- Saturno planeta-anão Plutão
de alcançada. Em alguns pon- g) Urano. VI.
Cometa Ison cauda pequeno corpo
tos de seu trajeto, a sonda já al- h) Netuno. IV.
cançou mais de 500 000 km/h.
232
a) Espera-se que os estudantes
associem que, sendo o planeta
Terra diretamente influenciado
Durante bilhões de anos, essas nuvens se con-
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 232 te vermelha, 200 vezes maior e 2 000 vezes mais 17/07/22 10:08 D3-C
pelo Sol, seu estudo auxilia a
traem e se tornam mais densas até formar uma luminoso; no entanto, mais frio que atualmente.
compreensão de sua ação sobre
estrela. O aumento do tamanho do Sol elevará a tempe-
a Terra. Além disso, o estudo do
ratura na Terra, e toda a água existente nela eva-
Sol possibilita compreender um c) No fim do ciclo de vida do Sol, o esgotamen-
porará, as rochas podem derreter, e a superfície
pouco mais o Universo e as ou- to do hidrogênio no núcleo dessa estrela terá do planeta, virar um mar de lava. Ao final, o Sol
tras estrelas. provocado um colapso das camadas externas, o perderá muita massa, tornando-se uma nebulo-
b) As estrelas geralmente nas- que aumentará sua temperatura e queimará o sa planetária e, após essa fase, uma anã branca,
cem em regiões do Universo hidrogênio restante. O Sol se tornará uma gigan- que se esfriará até se tornar uma anã negra.
que têm gás e nuvens de poeira.

232

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 232 22/08/22 21:36


4. Essa atividade oportuniza o
desenvolvimento da compe-
4. c) A poluição luminosa impossibilita a visualização das estrelas, da Via Láctea e de outros
astros, além de prejudicar a saúde humana e alterar os hábitos noturnos dos animais, por exemplo. tência geral 4, ao possibilitar
que os estudantes se utilizem
3. Em 2 de dezembro de 1995, a sonda Considerando as informações do texto,
outras formas de linguagem
SOHO (Observatório Solar e Heliosférico) responda às questões a seguir.
a) O que é a Via Láctea? para ilustrar a localização da
foi lançada ao espaço com o objetivo de
b) Monte um esquema no caderno que Via Láctea no Universo.
estudar a estrutura interna do Sol e sua
atmosfera. Em 2020, outra sonda, a Solar apresente a estrutura do Universo e b) Os estudantes podem usar
Orbiter, foi lançada para estudar mais indique a localização da Via Láctea. como modelo para localização
de perto o Sol, capturando imagens das c) Quais são as consequências da poluição da Via Láctea o esquema da pá-
luminosa? 4. b) Resposta pessoal.
regiões polares dele, nunca antes vistas gina 230.
pela humanidade. d) Na região em que você reside, é fácil
ou difícil observar a Via Láctea? Por d) Orientar aos estudantes a
a) Qual é a importância de se estudar o conversar sobre locais próximos
quê? Converse com os colegas sobre o
Sol?
assunto. Resposta pessoal. à escola que sejam potenciais
b) Descreva como nasce uma estrela. 4. a) A Via Láctea é a galáxia em que vivemos. observatórios naturais das es-
c) Descreva o que acontecerá com o Sol e 5. Os dados a seguir apresentam uma trelas. Discutir quais são as ca-
com a Terra no fim da vida dessa estrela. comparação entre os valores das
Respostas nas Orientações para o professor. racterísticas desses locais. Caso
distâncias dos planetas ao Sol, em uni-
4. A Via Láctea, cujo nome significa cami- dades astronômicas, determinados por
o município em que a escola
nho de leite pela associação com sua Nicolau Copérnico e valores considera-
se encontra possua um obser-
aparência, pode ser observada no céu. dos atualmente. 5. b) Sim, pois as medidas são
vatório astronômico aberto ao
Entretanto, por causa da poluição lumi- muito próximas às atuais. público, procurar organizar uma
nosa ocasionada por diversas fontes Comparação entre os valores das visita com os estudantes.
de iluminação artificial presentes nas distâncias dos planetas ao Sol (UA) 5. Explicar que os dados apre-
cidades (como faróis de carros, postes de
Cálculo de sentados nesta atividade
iluminação e semáforos), boa parte da Planeta Valor atual
Copérnico não incluem Urano e Netu-
população mundial não consegue obser-
Mercúrio 0,38 0,387 no, pois esses planetas só
var a Via Láctea do local onde reside.
Além de comprometer a observação do Vênus 0,72 0,723 foram descobertos mais de
céu noturno, a poluição luminosa pode Terra 1 1 200 anos depois que Copér-
prejudicar a saúde humana e interferir Marte 1,52 1,52
nico fez suas observações.
nos hábitos noturnos de alguns animais.
Júpiter 5,22 5,2
Saturno 9,17 9,54
ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS

Fonte dos dados: SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira; OLIVEIRA


FILHO, Kepler de Souza; MÜLLER, Alexei Machado. Aula 5:
movimento dos planetas: o modelo heliocêntrico de Copérnico.
Porto Alegre: UFRGS, [2019?]. Disponível em: http://www.if.ufrgs.
br/fis02001/aulas/Aula5-122.pdf. Acesso em: 13 maio 2022.

a) O que é uma unidade astronômica?


b) O modelo geocêntrico tornava a explica-
ção de alguns movimentos observados
no céu bastante complicada. No século
XVI, Nicolau Copérnico desenvolveu o
modelo heliocêntrico. Ele teve sucesso
ao realizar as medidas das distâncias com
esse modelo? Compare as medidas atuais
Via Láctea vista no céu na Chapada dos Veadeiros, (feitas a partir desse modelo) com as de
em Alto Paraíso de Goiás (GO), 2019. Copérnico para responder a essa questão.
5. a) É uma unidade de medida criada pelos astrônomos para facilitar os cálculos por causa das
grandes distâncias do Sistema Solar e do Universo. Equivale à distância da Terra ao Sol, medindo
cerca de 150 000 000 km.
233

10:08 D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV2.indd 233 19/07/22 21:33


#FICA A DICA, Professor
O link a seguir apresenta imagens captadas pela
sonda SOHO.
• SOHO: solar and heliospheric observatory. Nasa.
Washington, D.C., 27 jul. 2020. Disponível em:
https://soho.nascom.nasa.gov/data/realtime/realti
me-update-1600.html. Acesso em: 26 jun. 2022.

233

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 233 22/08/22 21:38


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

INTEGRANDO
MATEMÁTICA
INTEGRANDO COM
MATEMÁTICA
com
Verificar a possibilidade de re-
alizar uma aula conjunta com o
docente de Matemática. Solicitar
que ele explique a conversão feita
entre quilômetros (km) e unidade Viagens interplanetárias
astronômica (UA), ressaltando a Em 1977, as sondas idênticas, Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas ao espaço com o obje-
importância do uso desta última tivo de estudar Júpiter e seus satélites naturais, além de Saturno, seus satélites naturais e seus anéis.
em estudos astronômicos. O projeto das sondas foi tão bem-sucedido que, além desses planetas, conseguiram
Antes de iniciar o trabalho com estudar Urano e Netunoe, até hoje, viajam no espaço coletando mais informações, incluindo
a seção, solicitar que os estudan- o espaço fora do Sistema Solar. Observe a seguir o percurso de cada sonda.
tes estimem o comprimento da
sala de aula em diferentes unida-
EDITORIA DE ARTE

des de medidas. Como sugestão, Voyager 2


eles podem fazer essa estimativa 55 346 km/h

em metro, milímetro, palmo, pas- 8


1
so ou quantidade de lápis. Orien- 2
tá-los a observar que a mesma 3 7
4
medida pode ser feita com várias 6
unidades. Entretanto, a utilização Voyager 1
da escala de grandeza adequada 5
61 198 km/h
(por exemplo, metro em vez de
milímetro) facilita a mensuração e
Sol
a disseminação dos dados. Além Posição dos planetas durante o trajeto da Voyager 1
disso, o uso de unidades de medi- Posição dos planetas durante o trajeto da Voyager 2
Trajeto da Voyager 1
da que não variam entre pessoas Trajeto da Voyager 2
(por exemplo, o tamanho da pas- 1 Lançamento – 5 setembro de 1977
sada de cada estudante pode ser 2 Lançamento – 20 agosto de 1977
diferente) diminui o erro da medi- 3 Júpiter – 5 março de 1979
Sonda especial
ção. Depois dessa dinâmica inicial, 4 Júpiter – 9 julho de 1979
Voyager, em com-
fazer a leitura da seção e realizar as 5 Saturno – 12 novembro de 1980 posição com uma
6 Saturno – 25 agosto de 1981
atividades com os estudantes. imagem do Universo.
7 Urano – 24 janeiro de 1986
Planeta Distância do Sol
8 Netuno – 25 agosto de 1989
Comentários sobre Mercúrio 58 milhões de km
DOTTED ZEBRA/ALAMY/FOTOARENA

Vênus 108 milhões de km


as atividades Percursos das sondas Voyager 1 e Terra 150 milhões de km
Voyager 2 no espaço.
As atividades 1 e 2 requerem Fontes dos dados: A ONCE-in-a-Lifetime Alignment. Nasa: Jet
Marte 228 milhões de km
Júpiter 779 milhões de km
que os estudantes trabalhem Propulsion Laboratory. Washington, D. C., [2019?]. Disponível em:
https://voyager.jpl.nasa.gov/mission/timeline/#event-a-once-in-a- Saturno 1,4 bilhões de km
com unidades de medida utili- lifetime-alignment.
Urano 2,9 bilhões de km
WILLIAMS, David R. Planetary Fact Sheet – Metric. Nasa.
zadas em estudos astronômicos. Washington, D.C., 27 dez. 2021. Disponível em: https://nssdc. Netuno 4,5 bilhões de km
Ao oportunizar o uso da lingua- gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/. Acessos em: 13 maio 2022.

gem matemática em sua reso-


lução, é possível desenvolver a 234
competência geral 4.
Ao realizar essas atividades,
procurar destacar que as medi- Essa variação também ocorre
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24_AV1.indd 234 no caso dos demais 3. Espera-se que os estudantes compreendam 19/07/22 08:45 D3-C

das citadas são médias e apro- corpos celestes. Pelo mesmo motivo, a distância que é muito mais fácil fazer os cálculos utili-
ximações. Citar, por exemplo, entre os planetas citados na atividade 2 tam- zando UA quando se trata das distâncias den-
que a distância média entre a bém pode variar. Por exemplo, a distância entre tro do Sistema Solar. Entretanto, essa unidade
Terra e o Sol é, mais precisamen- os planetas Terra e Marte varia entre cerca de de medida não é factível quando se trata de
te, 149 597 870 km, sendo esta 55 000 000 km e 401 000 000 km. Se julgar ne- trabalhar com distâncias entre estrelas, por
a Unidade Astronômica. Como cessário, pedir aos estudantes que transformem exemplo. Nesse caso, questionar sobre qual
a órbita da Terra é elíptica, essa esses valores em Unidades Astronômicas. seria a melhor unidade de medida. Espera-se
distância varia ao longo do ano que eles reconheçam o ano-luz.
entre 0,9833 UA e 1,0176 UA.

234

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 234 18/08/22 09:55


Considerando a escala pro-
posta, as distâncias dos planetas
em relação ao Sol seriam:
• Mercúrio: 580 milímetros (58 cen-
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
2. Terra e Marte: aproximadamente 0,5 UA. Marte e Netuno: aproxi- tímetros);
madamente 28,5 UA. Mercúrio e Vênus: aproximadamente 0,3 UA. • Vênus: 1 080 milímetros (1 me-
1 As duas Voyager passaram bem próximo de alguns planetas antes de saírem do Sistema Solar.
De acordo com o esquema apresentado, e lembrando que 1 UA corresponde à distância da Terra tro e 8 centímetros);
ao Sol, quais foram esses planetas e quais são suas distâncias aproximadas do Sol em UA? • Terra: 1 500 milímetros (1 me-

2 Segundo o quadro, qual é a distância média, em UA, entre Terra e Marte, entre Marte e Netuno e tro e 50 centímetros);
entre Mercúrio e Vênus? • Marte: 2 280 milímetros (2 me-

3 Converse com um colega sobre a importância de utilizar uma unidade de medida adequada às
tros e 28 centímetros);
dimensões do que se está estudando. Escreva no caderno um pequeno texto com as principais • Júpiter: 7 790 milímetros (7 me-
ideias que vocês discutiram. Resposta pessoal. tros e 79 centímetros);
4 Forme um grupo com os colegas para criarem um modelo que represente em escala as distân- • Saturno: 14 000 milímetros
cias dos planetas no Sistema Solar. Esse modelo deverá ser construído na escola e apresentado (14 metros);
à comunidade com o objetivo de mostrar aos observadores as grandes distâncias que existem
• Urano: 29 000 milímetros (29 me-
entre os componentes do Sistema Solar. Resposta nas Orientações para o professor.
Para a montagem do modelo, sigam estas orientações: tros);
• A escala deve ser feita no chão e, sobre ela, devem ser colocadas as representações dos • Netuno: 45000 milímetros (45 me-
planetas. tros).
• Na escala adotada, 1 milímetro deve representar 100 000 quilômetros (1 mm/100 000 km). Na escala proposta, se fosse
Assim, será necessário que vocês calculem a distância dos planetas do Sistema Solar em
considerado também o diâmetro,
relação ao Sol, conforme a escala proposta.
o Sol seria uma pequena esfera
• Não há necessidade de que os tamanhos dos planetas obedeçam à mesma escala proposta
para as distâncias, mas que exista uma proporção entre eles. Por exemplo, se o Sol for uma
com aproximadamente 14 mm de
bola de tênis, torna-se inviável a representação de Mercúrio e de outros planetas. diâmetro, e a Terra, com aproxima-
1. Voyager 1 – Júpiter e Saturno; Voyager 2 – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Júpiter está a aproximadamente damente 0,13 mm. Nesse caso,
5 UA do Sol; Saturno está a aproximadamente
9 UA do Sol; Urano está a aproximadamente seria impraticável tentar represen-

DANIEL BOGNI
19 UA do Sol; e Netuno está a aproximadamente tar a Terra, mas esse trabalho
30 UA do Sol.
com escalas é importante para
desenvolver a percepção nos
estudantes sobre as grande-
zas envolvidas na Astronomia.
Caso a escala proposta para a
distância dos planetas no Sis-
tema Solar seja inviável devi-
do ao tamanho, alterar para
1 mm/200 000 km ou 1 mm/
1 000 000 km.
Considerando esta última es-
cala, as distâncias dos planetas
em relação ao Sol seriam: Mer-
cúrio: 58 milímetros (5,8 cen-
tímetros); Vênus: 108 milíme-
tros (10,8 centímetros); Terra:
150 milímetros (15 centímetros);
Marte: 228 milímetros (22,8 cen-
235 tímetros); Júpiter: 779 milíme-
tros (77,9 centímetros); Saturno:
1 400 milímetros (1,4 metros);
08:45 4. A elaboração de um modelo que representa as
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 235 Mercúrio: 17/07/22 10:08
Urano: 2 900 milímetros (2,9 me-
distâncias entre os planetas do Sistema Solar em tros); Netuno: 4 500 milímetros
1 milímetro 100 000 km (4,5 metros).
escala oportuniza o desenvolvimento da com-
petência geral 2 e da competência geral 4. x 58 000 000 km
Auxiliar os estudantes na realização dos cál- X = 580 milímetros = 58 centímetros.
culos. Basta fazer uma regra de três simples.
Como exemplo, apresentaremos os cálculos
para um planeta.

235

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV2.indd 235 30/08/22 13:53


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
O ASSUNTO É...
Pedir aos estudantes que citem O ASSUNTO É...
diferentes formas de produção de
energia que a humanidade utiliza
atualmente. Com base nas res- As estrelas podem ser nosso futuro
postas, retomar as diferentes usi-
nas geradoras de energia elétrica, Muitos dos corpos celestes que compõem o Universo, como as estre-
como eólica, solar, hidrelétrica, las, apresentam dimensões enormes. O planeta Terra é muito pequeno se
termelétrica e termonuclear, estu- comparado ao Sol, que, por sua vez, é minúsculo se comparado a outras
estrelas do Universo.
dadas em anos anteriores.
Depois, apresentar as informa- ALEX SILVA

ções a seguir, destacando como AS CORES NÃO


SÃO REAIS.
IMAGENS FORA
DE PROPORÇÃO.

os diferentes processos citados


podem gerar quantidades muito
diferentes de energia. Ao longo
dessa explicação, enfatizar que
está sendo apresentado quanto
tempo cada energia, liberada
pelos diferentes processos, é Sirius
Sol

capaz de manter uma lâmpada


de 100 W acesa. Ou seja, quan- Pollux
to maior o tempo apresentado,
maior será a energia gerada. Representação comparando o tamanho de algumas estrelas,
incluindo o Sol. Nela, as proporções foram mantidas.
ENERGIA LIBERADA POR 1 KG DE MATÉRIA

Tempo (Essa Arcturus Gráfico apresentando a abundância


coluna mos-
tra o tempo (% da massa total) dos principais
Forma de
durante o
As estrelas são constituídas, em componentes do Sol
Processo qual a ener-
matéria
gia manteria sua maior porção, pelos elementos quí-
acesa uma
lâmpada de micos hidrogênio (H) e hélio (He), que
100 W.)
também são os mais abundantes em
Queda- todo o Universo.
Água -d’água 5s Gás
de 50 m
O brilho e a energia das estre- hidrogênio
Gás hélio
19,7%
las vêm da fusão termonuclear: os 78,5%
Combus- átomos de hidrogênio (H) se fundem
Carvão 8h
tão
para formar átomos de hélio (He) em
UO2 enri- Fissão em Outros
690 anos uma sequência de reações químicas. 1,8%
quecido um reator
Essa fusão só é possível por causa das
3 x 104 condições de altíssimas temperatura e Fonte dos dados: NOSSO Sol. Instituto de Física da UFRGS. Porto
U
235
Fissão total
anos Alegre, [2019?]. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/sol/sol.
pressão presentes no núcleo das estrelas. htm. Acesso em: 13 maio 2022.
3 x 104
Deutério Fusão total
anos

Matéria e
antima-
Aniquila- 3 x 104 236
ção total anos
téria

Elaborado com base em: HALLIDAY, David


et al. Fundamentos de Física. Rio de
Janeiro: LTC, 2012. v. 4, p. 237. Se julgar necessário, diferenciar a fissão em
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 236 Chamar a atenção para a quantidade de ener- 17/07/22 10:08 D3-C

um reator da fissão total. No primeiro caso, a gia que pode ser obtida com a fusão nuclear e,
Apresentar também que só os energia proveniente da fissão é utilizada para em seguida, apresentar mais informações sobre
três primeiros processos citados aquecer a água, a qual é utilizada para movimen- como esse processo ocorre no Sol, conforme
são utilizados atualmente e que os tar uma turbina, gerando, assim, energia elétri- descrito na seção O Assunto é...
três últimos refletem um potencial ca. No segundo caso, é estimado o quanto de
energético teórico que dificilmen- energia seria obtido se toda a energia da fissão
te será atingido pela humanidade. fosse aproveitada.

236

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV2.indd 236 29/08/22 22:29


do núcleo entre dois átomos,
formando um átomo mais
pesado; já na fissão termo-
nuclear, ocorre a quebra do
núcleo de um átomo para a
liberação de energia. Como
sugestão de texto para pes-
quisa, As diferenças entre:
fissão e fusão nuclear. Pu-
blicado por: Blog Divulgando
Sol
Ciência: conectando pessoas
ao conhecimento acadêmi-
co. Disponível em: https://
www.ufrgs.br/divulgacaoda
ciencia/2016/11/29/as-dife
Representação comparando o tamanho rencas-entre-fissao-e-fusao
da Terra e do Sol. Nela, as proporções -nuclear/. Acesso em: 26 jun.
foram mantidas. 2022. A competência es-
Terra
pecífica 4 e a competência
geral 5 podem ser desenvol-
A fusão termonuclear gera uma quantidade enorme de energia. Estima-se que, se o vidas com esta atividade.
hidrogênio presente em 5 litros de água do mar sofresse fusão termonuclear, seria possível
suprir toda a demanda de energia do Brasil por uma hora. Se desejar, é possível introdu-
zir uma discussão sobre os di-
versos impactos negativos que
podem ser provocados por tec-
nologias relacionadas à fissão e
1h à fusão nuclear, por exemplo,
como fins bélicos. No caso, é
5 L de água
possível citar a bomba atômica,
Elaborado com base em: FERRARI, David. Evento on-line explica a fusão nuclear, fonte segura e quase inesgotável de energia.
que funciona com a fissão nu-
Jornal da USP, São Paulo, 6 abr. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/evento-on-line-explica-a-fusao- clear, ou seja, com a separação
nuclear-fonte -segura-e-quase-inesgotavel-de-energia/. Acesso em: 13 maio 2022.
do núcleo de um elemento quí-
Cientistas já conseguiram reproduzir a fusão termonuclear em pequena escala. mico pesado, como o urânio ou
Entretanto, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas com o objetivo de se ter energia o plutônio. Pode-se citar tam-
elétrica a partir da fusão termonuclear. Professor, uma das dificuldades em realizar o processo de fusão bém a bomba de hidrogênio,
termonuclear em larga escala está em conseguir atingir as altas temperaturas e pressões necessárias para a fusão.
que funciona com a união dos
núcleos de formas alternativas
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. do hidrogênio, chamadas isó-
Respostas nas Orientações para o professor.
topos, formando o elemento
1 Explique qual é a fonte de energia que mantém as estrelas durante bilhões de anos. químico hélio (fusão nuclear).
2 O processo de obtenção de energia utilizado nas usinas termonucleares é a fissão termonuclear. Essa reação é semelhante à ob-
Forme um grupo com mais dois colegas e pesquisem qual é a principal diferença entre a fissão e a servada no Sol e, para que ela
fusão termonuclear. Em seguida, comparem esses dois processos de obtenção de energia, citando aconteça, é necessária gran-
as vantagens e as desvantagens de cada um. Exponham os resultados da pesquisa por meio de uma
de quantidade de energia. Por
apresentação, que pode ser em mídia digital (vídeo ou slides), e compartilhem o material com a turma.
isso, a fusão dos núcleos em
uma bomba de hidrogênio é ini-
237 ciada com a detonação de uma
pequena bomba atômica.
Incentivar a reflexão dos es-
tudantes sobre as implicações
10:08 AVALIANDO
D3-CIE-F2-2104-V9-U7-LA-G24.indd 237 Comentários sobre as atividades 17/07/22 10:08
políticas e socioambientais da
Durante o desenvolvimento dos Temas, é possível 1. A fusão termonuclear. Na fusão termonuclear existência dessas armas. Também
avaliar os conhecimentos dos estudantes. Neste mo- que acontece nas estrelas, os átomos de hidro-
mento, sugerimos uma avaliação que compreenda os
destacar a importância e os be-
gênio expostos a grandes pressões e tempera- nefícios do uso do diálogo para a
conteúdos presentes em toda a Unidade 7, ao longo
da qual puderam desenvolver e mobilizar as habilida-
turas têm seus núcleos fundidos, formando o resolução de conflitos, reconhe-
des EF09CI14 e EF09CI17. Ver orientações sobre ava- hélio em um processo que envolve várias reações cendo, assim, que todas as pes-
liações na página XLVIII deste Manual do professor. químicas. soas do planeta fazem parte da
2. A diferença entre um processo e outro é mesma coletividade e promoven-
que, na fusão termonuclear, ocorre a fusão do, por fim, uma cultura de paz.

237

D2-F2-2104-CIE-V9-U7-MP-210-237-G24_AV1.indd 237 22/08/22 21:40


BNCC NA UNIDADE

8
Competências
Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9
Específicas: 1, 2, 3, 4, 5 e 6
UNIDADE
Habilidades
• EF09CI15

ASTRONOMIA
• EF09CI16

Temas contemporâneos

E SOCIEDADE
transversais
• Diversidade cultural

• Educação para valorização do multi-


culturalismo nas matrizes históricas e
culturais brasileiras
• Trabalho

• Ciência e Tecnologia
O Universo sempre fascinou a huma-
Há comentários sobre como as habi- nidade. Os astros e seus movimentos,
lidades, as competências e os temas incluindo os da Terra, levaram as socie-
contemporâneos transversais podem dades humanas a criar diversos mitos
ser desenvolvidos no trabalho com e lendas, além de tentar compreender
cientificamente o Universo.
esta Unidade na seção BNCC na
Mesmo antes dos avanços tecnológi-
prática da página LXXV deste Ma- cos que permitiram compreender parte
nual do professor. da estrutura e do funcionamento do Uni-
verso, o ser humano utilizava os astros
de maneira prática, para se localizar, de-
ORIENTAÇÕES marcar a passagem do tempo, plantar e
colher, entre outras tarefas.
DIDÁTICAS Atualmente, o ser humano estuda o
Universo na busca de respostas que pos-
sibilitem compreender melhor o desen-
ABERTURA DE UNIDADE volvimento e a manutenção da vida aqui
na Terra e, quem sabe, encontrar vida
As páginas de abertura desta
fora do nosso planeta.
Unidade têm o objetivo de pro- Nesta Unidade, conheceremos al-
vocar questionamentos e refle- gumas interpretações do Universo e
xões para o levantamento dos as aplicações delas em atividades do
conhecimentos prévios e das cotidiano de diferentes culturas. Além
disso, analisaremos os fatores que via-
opiniões dos estudantes sobre os
bilizam a vida em nosso planeta e dis-
assuntos abordados na Unidade, cutiremos a possibilidade da existência
iniciando o desenvolvimento da de vida em outros locais do Universo.
habilidade EF09CI16.
Alguns anos atrás, o progra- Lançamento de um foguete espacial levando para a
ma de ônibus espaciais da Nasa, órbita da Terra o telescópio espacial James Webb, em
que levava astronautas e satéli- Kourou, Guiana Francesa, 25 de dezembro de 2021.
tes para o espaço, foi encerrado.
Um novo programa está sendo 238
desenvolvido e utilizará fogue-
tes mais modernos e potentes
do que os antigos. Atualmente, A Unidade irá abordar
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 238 as relações entre as di- bactérias, ou as lentes refletoras de raios ultra- 17/07/22 10:10 D3-C
foguetes produzidos por outros versas culturas e a observação e a pesquisa sobre violeta e resistentes a arranhões, utilizadas em
países ou empresas privadas são o espaço. O questionamento sobre a importân- óculos. Se julgar pertinente, é possível trabalhar
utilizados para levar e trazer as- cia e a necessidade dos investimentos terá impli- com estes assuntos de maneira antecipada, ao
tronautas até a estação espacial. cações durante o conteúdo, ao abordar o assun- iniciar a Unidade. Independentemente da se-
Muitas destas empresas estão to Viagem ao espaço e a seção O Assunto é…, quência adotada, retomar a resposta inicial dos
desenvolvendo foguetes reutilizá- pois, ao discutir os spin-offs, é possível abordar estudantes sobre a importância de investimentos
veis, que lançam materiais ao es- a utilização de novos materiais e tecnologias de- destinados à exploração espacial (atividade 2 da
paço e retornam, assim como es- senvolvidos para as pesquisas e as viagens espa- abertura) para que, a partir das novas informa-
paçonaves projetadas para levar ciais que passaram a fazer parte de nossa vida ções e aprendizagens desenvolvidas posterior-
turistas para um tour no espaço. cotidiana, tais como o filtro de água, que elimina mente, possam reformulá-la.
238

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semelhante, a fim de compa-
rar as respostas nos diferentes
momentos. Esta atividade con-
tribui para o desenvolvimento
1 Alguns planetas no Universo têm características da competência específica 4.
que favorecem o desenvolvimento da vida como a
conhecemos. O que é preciso para que esse desen- 3. A exploração espacial contri-
volvimento aconteça? Converse com seus colegas. bui para o estudo do Universo
Resposta pessoal.
e, consequentemente, para a
2 Algumas pessoas acreditam que explorar o Universo
pode auxiliar a resolver problemas que temos na ampliação do conhecimento
Terra. Outras, que não se deveria gastar recursos que temos a seu respeito. É
para esta exploração, mas buscar soluções para os bem provável que a opinião
problemas do planeta em que vivemos. Como você se dos estudantes sobre esse
posiciona sobre esse assunto? Resposta pessoal. assunto seja limitada a seus
3 De que forma você acha que esta fotografia se rela- conhecimentos prévios. Por
ciona com o conhecimento que temos do Universo? isso, é necessário auxiliá-los
Resposta pessoal. na identificação de potenciali-
dades da exploração espacial,
desde novos conhecimentos
até a obtenção de recursos.
Explicar, por exemplo, que,
entre as profissões do futuro,
está a de minerador espacial.
Assim, ao abordar evoluções
no mundo do trabalho, con-
tribui para o desenvolvimento
da competência geral 6. Por
outro lado, pode-se questio-
ná-los sobre os problemas que
temos aqui na Terra de uma
maneira geral, relacionados

JODY AMIET/AFP/GETTY IMAGES


à manutenção do ambiente
natural, à sociedade – como a
superpopulação –, à produção
de alimentos, entre outros, de
modo que tenham argumen-
tos para emitir suas opiniões.

239

10:10 Comentários sobre as atividades


D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 239 neira que os estudantes estabeleçam17/07/22
compa-
10:10

ração com outros fatores, como a distância de


1. Espera-se que os estudantes considerem as
um planeta a uma estrela e o tamanho dessa
características que possibilitam a existência de
estrela. Esta atividade contribui para o desen-
vida na Terra, como uma atmosfera que pro-
volvimento das competências gerais 2 e 9.
mova e mantenha temperaturas adequadas
Durante a discussão, ficar atento para garantir
para a presença de água líquida e que proteja
que exista diálogo e incentivar o respeito às
contra radiações. É importante destacar que
diversas opiniões existentes na sala de aula.
utilizamos um parâmetro sobre a vida: aquela
que se desenvolve aqui na Terra. Utilizar esses 2. Anotar a opinião dos estudantes, para, ao fi-
parâmetros para ampliar a discussão, de ma- nal da Unidade, propor um questionamento
239

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 1. A Lua e as estrelas. A Lua pertence ao Sistema Solar, já as estrelas representadas,
que não incluem o Sol, estão fora do Sistema Solar.

1
2. Professor, espera-se que os estudantes identifiquem que a recriação foi feita com
1. OS POVOS E OS ASTROS TEMA um mosaico de fotografias tiradas do espaço e que pode ter sido inspirada, por-
tanto, no Universo.
Este tema contribui para o de-
senvolvimento da competência
geral 1, da competência espe- OS POVOS E OS ASTROS
cífica 1, da habilidade EF09CI15
e do tema contemporâneo trans-
versal Diversidade cultural. Observe com atenção as imagens a seguir.
Este assunto apresenta exem-

VAN GOGH - MUSEU DE ARTE MODERNA, NOVA IORQUE


plos que se vinculam à etnoci-
ência, pois propõe o estudo dos
diversos conhecimentos produ-
zidos e utilizados pelos povos
sobre os processos relacionados VAN GOGH, Vincent. A noite estrelada. 1889. Óleo
à observação e à interpretação sobre tela, 73,7 cm x 92,1 cm. Museu de Arte
Moderna, Nova Iorque.
das posições e dos movimentos
dos astros no céu, buscando o
entendimento do mundo natu-
ral. A partir dos exemplos apre-
sentados, incentivar o respeito
às diversas culturas e aos conhe- ALEX HARRISON PARKER/HUBBLE SPACE TELESCOPE

cimentos de diferentes regiões.


Aproveitar a oportunidade para
ressaltar as diferenças entre et-
nociência e pseudociência, con-
forme apresentado neste Manu-
al do professor na página XXX.
As obras de arte presentes no
início do Tema têm o objetivo de
despertar a curiosidade dos estu-
dantes a respeito do estudo do
Universo, mostrando o fascínio
que os corpos celestes desper-
taram e ainda despertam na hu-
manidade por meio do exemplo
PARKER, Alex. [Recriação da
de representações artísticas. Essa obra “A noite estrelada”]. 2012.
abordagem contempla a com- Elaborada a partir de uma
1 Que astros vemos no quadro original de Van Gogh? Esses astros pertencem
ao Sistema Solar?
petência geral 3. montagem em computador
Comentar com os estudantes usando diversas fotografias do 2 Como o artista Alex Parker recriou a obra de Van Gogh? No que ele pode ter
que, utilizando programas astronô- Universo tiradas pelo telescó- se inspirado, além da obra A noite estrelada?
pio espacial Hubble. No detalhe,
micos de computador que recriam é possível ver uma parte da
a posição dos astros na data e na imagem ampliada. Como vimos na Unidade 7, o estudo dos astros se iniciou na
hora escolhidas, como o software Antiguidade. Esses estudos continuam nos dias de hoje, possibilitando
chamado Stellarium, astrônomos novas descobertas.
conseguiram decifrar a data e o ho-
rário que o quadro A noite estre- 240
lada foi pintado: na madrugada do
dia 23 de março de 1889.
AMPLIANDO D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 240 17/07/22 10:10 D3-C

Em conjunto com o professor da disciplina vendo, pedir que utilizem o programa Stellarium mostrando o céu da região onde se encontra na-
de Arte, pedir aos estudantes que façam uma para recriar o céu na cidade na data e no horário quele momento. Se estiver no período diurno,
pintura, um desenho ou uma colagem represen- combinados. Esse programa se encontra dispo- para ver as estrelas, basta clicar no ícone “atmos-
tando o céu e os corpos celestes à noite, em nível no link a seguir. phere”, e aparecerão todos os astros presentes
uma data e horário preestabelecidos. Organizar • STELLARIUM. [S. l.], [2019?]. Site. Disponível no céu naquele instante, e que não podem ser
uma exposição dos trabalhos e pedir aos estu- em: http://stellarium.org/pt/. Acesso em: 30 vistos por causa da luz solar.
dantes que comparem sua produção com os jun. 2022.
trabalhos dos colegas, discutindo as semelhan-
Para fazer a simulação sem baixar o programa,
ças e as diferenças. Caso o tempo não permita
clicar em “Stellarium web”. O simulador irá abrir
a observação do céu (se estiver nublado ou cho-

240

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 240 22/08/22 22:10


horizonte, como as posições do
nascer e do pôr do Sol e da Lua ao
longo do ano. Esses monumen-
tos megalíticos são autênticos
Quando falamos do Universo e dos astros, não podemos nos
restringir somente aos aspectos científicos, como sua estrutura e sua
observatórios destinados à previ-
composição. O fascínio pelos astros é naturalmente humano e pode são de eclipses.
ser evidenciado na cultura de diversos povos, em suas manifestações No Brasil, estrutura seme-
artísticas, suas crenças, seus costumes e sua mitologia. Isso fica evidente lhante é encontrada no Amapá.
na clássica obra de Van Gogh mostrada anteriormente. Se desejar, suas características e
Além de admiração, os astros influenciaram, e ainda influenciam, a história podem ser objeto de pes-
sociedade humana, fornecendo bases para o conhecimento das estações quisa por parte dos estudantes,
do ano, a determinação de épocas de plantio, entre outros aspectos. São relacionando os povos antigos da
esses aspectos que vamos estudar a partir de agora. região à localização geográfica
do sítio arqueológico de Calçoe-
ne (AP) e seus possíveis usos.
Marcação do tempo Explicar que medições siste-
O movimento do Sol no céu ao longo de um ano é um reflexo do máticas realizadas nos últimos
movimento de translação da Terra. A periodicidade, associada a esse anos, sempre na data de 21 ou
movimento, possibilitou a diversos povos fazer previsões relacionadas à 22 de dezembro, que marca o
duração do ano e às estações. solstício de inverno (Calçoene
Em diversas regiões do mundo, existem monumentos que foram está acima da linha do equador),
construídos há milhares de anos, relacionados à marcação do tempo, que mostraram que um fino monó-
são evidências de conhecimentos astronômicos de civilizações antigas. lito dessa estrutura parece estar
Um exemplo são os monumentos megalíticos ou megálitos, construídos
alinhado com a trajetória do Sol
com grandes rochas, encontrados no sítio arqueológico de Calçoene (AP).
ao longo desse dia. No Hemisfé-
As estimativas de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) apontam que o sítio arqueo-
rio Sul, esse solstício ocorre pró-

RICARDO AZOURY/PULSAR IMAGENS


lógico tenha sido ocupado por indígenas amazônicos há pelo menos ximo ao dia 21 de junho. Reto-
mil anos. A hipótese é a de que o local tenha tido relação com estudos mar, nesse momento, a inclina-
astronômicos, visto que o posicionamento de um dos megálitos está Megálitos do Parque ção do eixo de rotação da Terra,
Arqueológico do relembrando que o ângulo de in-
alinhado à trajetória aparente do Sol no solstício de inverno, isto é,
Solstício, em Calçoene
no dia em que tem início o inverno. Nessa região, o inverno marca a (AP), 2015.
cidência dos raios solares é dife-
estação chuvosa. rente nos dois hemisférios e que
isso, associado ao movimento de
translação da Terra, determina as
estações do ano (assunto estu-
dado em anos anteriores).
Se julgar pertinente, realizar
neste momento a atividade 3 da
página 247 e comentar que, de
forma semelhante ao que ocorre
no monumento de Newgrange,
na Irlanda, Calçoene também
deve ter sido usado como cemi-
tério, possuindo urnas funerárias
feitas no estilo cerâmico aristé,
marcado por desenhos verme-
lhos sob um fundo branco ou
241 pontuado por gravuras feitas na
argila ainda úmida.

10:10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 241 As mais antigas datam de, aproximadamente,
17/07/22 10:10

50 000 anos atrás. Em algumas dessas constru-


Marcação do tempo ções, existem gravações feitas nas pedras, que
Ao iniciar o assunto, retomar com os estu- representam estrelas, como as Plêiades, as cons-
dantes os movimentos relativos da Terra, re- telações Ursa Maior e Ursa Menor, entre outras.
lembrando o movimento aparente do Sol e o Estudando os sítios megalíticos, como os de
movimento de translação, assuntos estudados Callanish, na Escócia, o círculo de Stonehenge,
em anos anteriores. na Inglaterra, e os alinhamentos de Carnac, na
Comentar com os estudantes que essas gran- Bretanha, os astrônomos e arqueólogos concluí-
des construções de pedra do período pré-históri- ram que os alinhamentos e círculos serviam como
co recebem o nome de construções megalíticas. referência a importantes pontos observados no
241

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 241 22/08/22 22:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ERKKI MAKKONEN/SHUTTERSTOCK
As constelações, regiões do céu que contêm deter-
Ao comentar sobre a constela-
minadas estrelas e outros astros, também foram utilizadas
ção de Órion, explicar aos estu-
para indicar o início das estações do ano por diferentes
dantes que a Grécia se localiza no Três Marias
povos. Os gregos antigos, por exemplo, observavam a
Hemisfério Norte. Assim, em um posição da constelação de Órion no céu para saber o
mesmo momento, no Hemisfério início do inverno e do verão. Quando a constelação de
Sul, ocorre o contrário, ou seja, o Órion podia ser observada no céu durante o amanhecer,
aparecimento da constelação no concluíam que o verão já havia chegado. Em contrapar-
início da noite indica a chegada tida, quando observavam Órion nascer no início da noite,
do verão. concluíam que o inverno já havia chegado.
Explicar também que, na foto- O conhecimento do ciclo de fases da Lua, por sua
grafia, as três estrelas alinhadas vez, influenciou a criação do calendário de diversos povos,
representam o cinturão de Órion como os babilônicos. O calendário babilônico dividia o
e que a estrela avermelhada, ano em 12 meses lunares, de 29 ou 30 dias cada. O ano
na região superior esquerda da somava 354 dias. Assim, para que as estações do ano não
constelação, é Betelgeuse, uma ficassem defasadas em relação à passagem do tempo, os
babilônicos adicionavam um 13o mês a cada três anos.
estrela centenas de vezes maior
do que o nosso Sol. Algumas das estrelas da constelação de Órion vistas durante a
No link apresentado no #FICA noite, no inverno, no Hemisfério Norte. As Três Marias são estrelas
que pertencem à Constelação de Órion.
A DICA, Professor, são apre-
sentadas informações sobre a
constelação de Órion, incluindo Agricultura e caça
o contexto mitológico que a en- # FICA A DICA
O conhecimento sobre a periodicidade, o início e o fim das estações
volve e a sua localização no céu. Você sabe a origem do do ano e, consequentemente, sobre os períodos de seca e de chuva
nome “Três Marias”?
de uma região favorecia o planejamento de plantios e colheitas. Na
Agricultura e caça Acesse o link a seguir
Antiguidade, os egípcios, por exemplo, realizavam o cultivo às margens
para mais informações
Comentar que o conhecimen- sobre estas estrelas. do rio Nilo em função das cheias anuais do rio. Eles sabiam que as cheias
to da periodicidade dos períodos Disponível em: https:// se iniciavam quando a estrela Seped – conhecida atualmente como Sirius –
de chuva e de seca proporciona- www.ufmg.br/espa aparecia antes do amanhecer.
codoconhecimento/
va maior eficiência no plantio e

BABAK TAFRESHI/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


tres-marias/. Acesso
nas colheitas. em: 12 maio 2022.
O estudo da Astronomia Estrela Sirius, a mais brilhante
de grupos étnicos ou culturais do céu, vista do Irã.
contemporâneos, inclusive dos
povos indígenas brasileiros, é
chamado de etnoastronomia, Sirius

assunto abordado no #FICA A


DICA, Professor da página 213.
Mencionar que fenômenos as-
tronômicos que não podiam ser
previstos, como os cometas e os
eclipses, causavam bastante ter-
ror, sendo explicados por meio de
mitos, conforme será abordado
mais adiante na Unidade. Desta- 242
car, mais uma vez, a importância
de se respeitarem e valorizarem
as manifestações culturais de di- D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 242 17/07/22 10:10 D3-C

ferentes povos. #FICA A DICA, Professor


Para mais informações sobre a constelação de
Órion, acessar o link a seguir.
• PIRES, Henrique di L. Órion. Observatório Astro-
nômico Frei Rosário. Caeté, [2019?]. Disponível
em: http://xingu.fisica.ufmg.br:8087/oap/public/
dicas05.htm. Acesso em: 30 jun. 2022.

242

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 242 22/08/22 21:52


Hemisfério Norte e comentar
que, por causa do eixo de incli-
nação da Terra, a estrela Polar
do Norte (Polaris) é a única que
As fases da Lua também são bastante utilizadas por diversos povos
indígenas brasileiros, dentre eles os que se comunicam pelas línguas da
permanece em um ponto fixo
família tupi-guarani. Esse conhecimento é utilizado para marcar as épocas no céu, próximo ao Polo Norte,
de plantio e os dias de caça. Como exemplo, esses povos consideram que também podendo ser observada
a melhor época para a realização da caça seja próxima à lua nova, pois a apenas naquele hemisfério.
redução da luminosidade deixa os animais menos agitados. Comentar, ainda, que, da mes-
ma maneira, a Constelação do
Cruzeiro do Sul somente pode ser
Orientação espacial observada no Hemisfério Sul ou
Uma das formas mais antigas de orientação espacial era realizada em regiões do Hemisfério Norte
por meio da observação dos astros. A navegação marítima, por exemplo, próximas à linha do equador.
baseou-se por muito tempo na posição deles no céu, que podia ser # FICA A DICA O vídeo apresentado no link
interpretada com o auxílio do astrolábio, um instrumento que ajuda a do #FICA A DICA do Livro do
Para saber mais sobre
identificar a posição dos astros no céu. o funcionamento de
estudante possibilita que os es-
O primeiro astrolábio foi construído pelos gregos por volta de 150 a.C. um astrolábio, acesse tudantes aprendam sobre o fun-
Ao longo dos anos, esse tipo de instrumento foi aperfeiçoado pelos árabes o vídeo a seguir. cionamento básico do astrolábio,
e, no século XV, começou a ser utilizado para auxiliar nas navegações em Disponível em: https://
youtu.be/wN_rHPGCLVo.
instrumento no qual o ângulo
alto-mar. A identificação da estrela Polar (ou Polaris), por exemplo, localizada Acesso em: 17 maio 2022. obtido é analisado em uma tabela
na constelação Ursa Menor, servia como guia para que os marinheiros astronômica, que permite iden-
no Hemisfério Norte localizassem a direção norte. Com tificar a latitude e, a partir disso,
o desenvolvimento de novas tecnologias, o astrolábio

ADAM HART-DAVIS/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


obter diversas informações, como
entrou em desuso; no entanto, a orientação espacial
o tempo restante para amanhecer
ainda pode ser feita por meio dos astros.
ou para anoitecer.

Astrolábio sendo utilizado por um marinheiro. O astrolábio,


pendurado pelo dedo, fica alinhado ao horizonte e a
haste alinhada ao astro de interesse.

Alguns povos indígenas brasileiros utilizam a


SCIENCE PHOTO LIBRARY - SPL/FOTOARENA

constelação Cruzeiro do Sul para se orientarem.


Quando a cruz formada entre as estrelas – popular- Rubídea

mente conhecidas como Mimosa, Rubídea, Pálida e


Magalhães – está em pé, como na fotografia ao lado,
o prolongamento do braço maior da cruz aponta Pálida

para o sul. Mimosa

Magalhães

Constelação do Cruzeiro do Sul,


vista no céu do Hemisfério Sul.

243

10:10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 243 que a observação de fenômenos astronômicos,
17/07/22 10:10

como o movimento aparente do Sol, as fases da


Retomar as fases da Lua, conteúdo estudado Lua e as estações do ano, para contagem dos
em anos anteriores. Comentar que os povos in-
dias, dos meses e dos anos está relacionada à
dígenas tupis-guaranis, assim como os Incas, os
orientação temporal. Já a observação dos cor-
Maias e os Astecas, possuíam calendários basea-
pos celestes para se localizar no espaço, como a
dos no mês lunar, ou seja, nas fases da Lua.
observação das constelações Ursa Menor e Cru-
Orientação espacial zeiro do Sul durante as navegações, refere-se à
Quando iniciar o assunto sobre orientação orientação espacial.
espacial, estabelecer a diferença entre orien- Explicar que a constelação Ursa Menor, por
tação temporal e orientação espacial. Explicar causa da sua localização, é visível somente no
243

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 243 22/08/22 22:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Mitos e lendas
Esse tópico favorece o traba-
Mitos e lendas
lho com as competências ge- Os astros também têm influência na cultura dos povos, e muitos
rais 1 e 3. Ao apresentar a lenda deles criaram mitos que explicavam observações relacionadas ao Sol, à
de Nhamandu, contempla-se o Lua, às constelações, aos eclipses e a outros fenômenos astronômicos.
Os antigos egípcios, por exemplo, explicavam a ocorrência de
tema contemporâneo transver-
eclipses por meio do mito de Apep. De acordo com esse mito, Apep,
sal Educação para valoriza-
o Senhor do Caos, representado como uma serpente gigante, era
ção do multiculturalismo nas
Representação de oponente da luz. Já o deus do Sol, Rá, era reverenciado como pro-
matrizes históricas e culturais tetor da luz das colheitas. Rá lutava contra Apep, garantindo a luz
Apep na parede de
brasileiras. tumba egípcia locali- e iluminando diversas regiões do mundo. De vez em quando, Apep
Se desejar, apresentar aos es- zada no Vale dos Reis, conseguia enfraquecer Rá, resultando em um eclipse solar. Entretanto,
tudantes outras mitologias sobre Egito. Estima-se que Rá sempre conseguia fugir da sombra de Apep, e o resultado era a
os eclipses, como a nórdica e a foi feita entre 1550 a.C.
volta da luz solar.
e 1070 a.C.
persa, resumidas a seguir. DE AGOSTINI/S. VANNINI/AGB PHOTO LIBRARY

Segundo a mitologia nórdi-


ca, o deus Loki comanda Fenrir,
um lobo gigante que criou uma
dupla de homens-lobos chama-
dos Sköll e Hati. Esses monstros
tentam, sem conseguir, engolir o
Sol e a Lua. Quando finalmente
mordem um deles, a luz do mun-
do se extingue em suas barrigas,
ocasionando os eclipses.
Já de acordo com a mitologia
persa, existiam criaturas huma-
noides aladas chamadas Peri.
Essas criaturas eram capazes de
ajudar as pessoas, mas também
podiam ser maldosas, arruinan-
do colheitas e escurecendo o Sol.

244

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
No link apresentado no #FICA
No Brasil, vários povos indígenas explicam a origem da Terra, do Sol
e da Lua pela lenda de Nhamandu. Em uma das variações dessa lenda,
# FICA A DICA A DICA do Livro do estudan-
te, é possível conhecer um pou-
Nhamandu, ou Nhanderuvuçu, existia antes do início de tudo. Ele criou, Acesse o link a seguir e
aprenda mais sobre os co mais sobre os mitos e sobre
apenas com um sopro, Kuaray. Kuaray fez surgir Tupã de seu coração. Tupã,
mitos. Disponível em: sua vinculação com a tradição
ao dançar e cantar, criou o Sol, as estrelas e a Terra. https://mirim.org/pt-br/ de um povo. Nele, pode-se co-
Na Terra, Tupã criou os mares, as montanhas e o primeiro humano, como-vivem/mitos.
Acesso em: 18 maio nhecer alguns temas comuns
Tupã-Mirim. Este, por sua vez, criou os animais, as plantas e a primeira
mulher, Mavutzinim, que se tornou sua esposa. Juntos, deram origem
2022. aos mitos dos povos amerín-
a diversos povos que hoje existem. Cansado de andar pela Terra, Tupã- dios. Nesse momento, comen-
-Mirim decidiu partir e seu espírito voltou para o Sol; sua esposa, então, tar que o termo “ameríndio” é
decidiu fazer o mesmo, transformando-se na Lua. Desde esse momento, usado para designar os nativos
eles ficaram no céu, olhando e cuidando dos povos tupi-guarani: Tupã- do continente americano,
-Mirim, de dia, e Mavutzinim, à noite. em substituição às palavras
"índios" ou "indígenas".
Representação
artística da lenda
tupi-guarani da
formação do Sol e
da Lua por Tupã.
EDUARDO FRANCISCO

245

10:10 D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 245 17/07/22 10:10


#FICA A DICA, Estudante
Se desejar, propor a leitura do link a seguir para discutir • RIBEIRO, Rosa C; LUNA, Julia F.; ALMEIDA, Bárbara
os mitos e sua importância para as sociedades indígenas. C. K. de B. A importância dos mitos para as so-
• MITOS e cosmologia. Povos Indígenas no Brasil. ciedades indígenas. In: CONGRESSO INTERNACIO-
[S. l.], 20 ago. 2018. Disponível em: https://pib. NAL DE HISTÓRIA, 7.; ENCUENTRO DE GEOHISTO-
socioambiental.org/pt/Mitos_e_cosmologia. Acesso RIA REGIONAL, 35.; SEMANA DE HISTÓRIA, 20.,
em: 30 jun. 2022. 2015, Maringá. Anais [...] Maringá: Universidade
Federal de Maringá, 2015. p. 1421-1432. Dispo-
Para saber sobre a importância dos mitos para as
nível em: http://www.cih.uem.br/anais/2015/traba
sociedades indígenas, acessar o artigo a seguir.
lhos/1152.pdf. Acesso em: 30 jun. 2022.

245

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS 2. a) O Sol possibilita a realização de plantios e, como consideravam que ele era
protegido e guiado pelo deus Rá, o deus do Sol, era importante que rezassem todas as
noites a esse deus, para que o Sol pudesse nascer na manhã seguinte.
ATIVIDADES • ATIVIDADES NÃO ESCREVA
2. b) Um eclipse lunar acontece quando a Terra fica entre o Sol e
NO LIVRO.
a Lua. Um eclipse solar acontece quando a Lua fica entre o Sol e a
As atividades 1, 2 e 5 possibili- Terra.
tam a mobilização da habilidade 1. Os astros podem ser utilizados para a localização e orientação espacial. No Hemisfério
EF09CI15. Norte, uma constelação muito utilizada para esse fim é a Ursa Maior, assim como a
1. a) Retomar com os estudantes estrela Polar próxima a ela.
o funcionamento de um astro-

SCIENCE SOURCE/FOTOARENA
lábio. Relembrar que, no He-
misfério Norte, as navegações
eram guiadas pela estrela Po-
lar, que tem uma posição qua- Ursa Menor
se fixa no céu. Sendo assim, a Estrela Porlar Céu noturno no Hemisfério
latitude era determinada me- Norte mostrando as cons-
dindo-se o ângulo formado telações da Ursa Maior, a da
entre a posição da estrela e o Ursa Maior Ursa Menor e a estrela Polar.
horizonte. Aproveitar para ex- Os traços pontilhados foram
acrescentados para repre-
plicar que no Hemisfério Sul, sentar o padrão que pode ser
não há uma estrela que pos- reconhecido em cada uma
sua posição fixa no céu, como dessas constelações.
a Polar; por isso, a orientação
1. a) O astrolábio auxiliava a identificar a altura e a posição dos astros no céu.
era feita medindo-se o ângulo a) A orientação espacial a partir dos astros pode ser auxiliada por instrumentos como o astro-
entre o Sol e o horizonte ao lábio, utilizado em navegações marítimas no passado. Nesse contexto, como o astrolábio
meio-dia, horário em que ele contribuía para a orientação espacial?
atinge a posição aparente b) Como você se orienta e se localiza espacialmente? Que relação você consegue estabelecer
mais alta no céu (zênite). entre sua resposta e o desenvolvimento tecnológico? Resposta pessoal.
b) É importante que os estu- 2. Diversos povos interpretaram o Sol e sua posição no céu ao longo do dia de formas únicas,
dantes relacionem o desen- relacionadas a suas respectivas culturas. No Egito antigo, por exemplo, o deus Rá era o
volvimento tecnológico à ela- protetor e guia do Sol, e com sua presença era possível cultivar plantações. Dessa forma,
boração de mapas de grande Rá era reverenciado por fornecer a luz necessária para a colheita. Ao amanhecer, Rá era
parte das cidades do mundo vislumbrado como um recém-nascido, ao meio-dia, como um pássaro voando, e, no pôr do
e, sobretudo, à possibilidade sol, como um velho, indo em direção à Terra dos Mortos. Durante a noite, ele guiava o Sol
de acessá-los gratuitamente. pelo submundo e lutava contra Apep, a serpente que representava todo o mal presente na
humanidade. Sem as orações noturnas de seu povo, para que o Sol voltasse no dia seguinte,
É possível que a turma cite o
Rá ficaria fraco, Apep venceria e não haveria Sol para o cultivo das plantações.
GPS do aparelho celular como
a) Por que os egípcios acreditavam ser importante fazer orações todos os dias ao deus Rá?
instrumento para localização.
b) Os povos antigos, de forma única e considerando suas culturas, conheciam e interpretavam
Com isso, torna-se possível
os fenômenos da natureza. Para os egípcios, por exemplo, a ocorrência de eclipses era
questionar os estudantes so- explicada por meio do mito de Apep. Atualmente, conhecemos as explicações científicas para
bre a forma como poderiam os mesmos fenômenos. Explique, com base em conhecimentos científicos, como ocorrem os
se localizar na ausência dessa eclipses totais, solares e lunares. Se necessário, faça uma pesquisa sobre o assunto.
tecnologia, relacionando o c) Crie uma lenda sobre o Sol que se relacione à necessidade de orientação temporal, por
avanço tecnológico às neces- exemplo, a passagem do dia. Essa lenda precisa conter o motivo de o Sol nascer e se pôr e
sidades e possibilidades das como isso é importante para marcar o tempo. Resposta pessoal.
sociedades em cada época.
246
2. b) Retomar com os estudan-
tes a ocorrência de eclipses,
conteúdo estudado em anos rização dos conhecimentos historicamente
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anteriores. construídos, percebendo-os como constru-
c) O objetivo da atividade é ções humanas vinculadas a uma cultura local
que, ao criar a lenda com base e temporal. Esta atividade contempla o desen-
nos requisitos do item, os es- volvimento das competências gerais 1 e 4.
tudantes associem as lendas
a determinadas necessida-
des dos povos. Aproveitar a
oportunidade para enfatizar
a importância do respeito às
diferentes culturas e da valo-
246

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Dessa forma, a atividade con-
3. a) O monumento Newgrange demarca a passagem de um ano, pois no dia que marca o início do tribui para o desenvolvimento
inverno (solstício de inverno), o Sol ilumina seu corredor e sua câmara central – esse evento ocorre da competência geral 2.
apenas uma vez por ano.
3. Newgrange é um monumento megalítico que foi construído em 3200 a.C., na Irlanda. 4. a) Entre outros nomes, os es-
Acredita-se que esse monumento tenha sido usado para marcar a passagem do tempo. tudantes podem encontrar in-
Sua construção foi feita de tal forma que no solstício de inverno o Sol ilumina seu formações sobre a denomina-
corredor e sua câmara central. ção “Caminho da Anta”, dada
pelos indígenas brasileiros. A
Via Láctea recebeu esse nome

MNSTUDIO/ALAMY/FOTOARENA
pelo fato de suas constelações
formarem desenhos similares
a esse animal.
b) Os estudantes podem en-
contrar explicações mitológi-
cas sobre os deuses que repre-
sentam planetas do Sistema
Fotografia aérea de Solar, como o deus romano
Newgrange, Irlanda,
2019.
dos mares, Netuno; o deus
romano da abundância e da
a) Utilize elementos do texto para elaborar uma hipótese que explique a maneira como o riqueza, Júpiter; entre outros.
monumento Newgrange demarca a passagem do tempo.
Caso não seja possível orga-
b) Forme um grupo com seus colegas e conversem sobre as hipóteses levantadas pelos inte-
nizar uma apresentação das
grantes do grupo, analisando-as. Depois, realizem uma pesquisa em sites confiáveis para
confrontar as hipóteses do grupo com os resultados encontrados. Ao final, apontem se as peças de teatro, pedir aos es-
hipóteses foram confirmadas ou negadas. Resposta nas Orientações para o professor. tudantes que gravem vídeos
de suas apresentações para
4. A mitologia de povos antigos possui influência em nossa sociedade até os dias de hoje.
compartilhá-las nas redes so-
Por exemplo, o nome de nossa galáxia, “Via Láctea” (que significa “caminho de leite”),
ciais da turma.
tem origem na mitologia grega relacionada ao semideus Héracles (mais conhecido como
Hércules). De acordo com esse mito, Zeus, o deus dos deuses, teria tido um romance com 5. Se possível, estabelecer uma
uma mulher mortal, Alcmena, enquanto seu marido, Anfitrião, estava na guerra. Com conversa com a turma, organi-
o passar dos meses, Alcmena deu à luz duas crianças: Íficles, mortal, filho de Anfitrião; zando a sala como uma grande
e Héracles, semideus, filho de Zeus. A mulher de Zeus, Hera, perseguia Héracles desde mesa redonda, para que todos
os primeiros dias de sua vida. Entretanto, de modo que ela não percebesse, Héracles foi possam dar suas opiniões. Este
colocado para mamar em seu seio enquanto a deusa dormia. Hera, ao afastar rudemente
questionamento pode ser uti-
Héracles, derramou gotas de leite pelo céu, formando várias estrelas da Via Láctea.
lizado para abordar a etnoci-
a) A Via Láctea foi interpretada de formas distintas por outras civilizações. Realize uma pesquisa
ência. Sobre este assunto leia
em sites e fontes confiáveis sobre outros significados atribuídos à Via Láctea.
o texto descrito na página XXX
b) Forme um grupo com seus colegas e realizem uma pesquisa em sites e fontes confiáveis
sobre outros mitos relativos aos astros. Escolham um dos mitos encontrados e organizem deste Manual do professor.
uma peça de teatro para apresentá-lo à turma. Respostas nas Orientações para o professor. Espera-se que os estudantes
argumentem sobre a impor-
5. Leia a frase a seguir e redija um texto argumentativo, posicionando-se em relação a ela.
tância desses conhecimentos
tanto para as sociedades an-
Os conhecimentos sobre Astronomia existem desde tempos antigos. No entanto, com tigas (de forma prática e utili-
o desenvolvimento da tecnologia, esses conhecimentos antigos deixaram de ser impor-
tantes para a nossa sociedade.
tária) quanto para a sociedade
atual. Tais conhecimentos nos
Resposta pessoal. dizem muito sobre a cultura
247 dos povos antigos, bem como
sobre o contexto histórico e so-
cial em que foram construídos.
Eles foram e ainda são impor-
10:10 3. No passado, acreditava-se que a construção
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 247 e iluminem todo o corredor de 19 metros até
17/07/22 10:10
tantes para compor os conhe-
do monumento de Newgrange tenha tido im- chegar ao centro do monumento.
cimentos vigentes no campo
portância apenas religiosa, uma vez que era b) O objetivo desta atividade é que os estu- da Astronomia.
utilizado como túmulo de passagem. Contu- dantes se envolvam com procedimentos rea-
do, atualmente, sua importância astronômica lizados em parte das investigações científicas.
também é reconhecida. O alinhamento solar No caso, eles precisam testar suas hipóteses,
em Newgrange é muito preciso, fazendo com confrontando-as com as informações encon-
que, no solstício de inverno do Hemisfério tradas em suas pesquisas. Caso as hipóteses
Norte (21 de dezembro), os raios de sol entrem levantadas no item a estejam relacionadas à
pelo vão que fica acima da entrada principal passagem de um ano, elas serão corroboradas.
247

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

INTEGRANDO COM ARTE INTEGRANDO


A seção possibilita o desenvol-
vimento da competência geral
com
ARTE
3. Ela também possibilita um
trabalho em conjunto com o pro-
fessor de Arte. Conversar com o
Astronomia e cinema

LEGENDARY PICTURES,SYNCOPY FILMS,LYNDA OBST PRODUCTIONS DISTRIBUIÇÃO:WARNER BROS.PICTURES


docente responsável referente à
possibilidade do trabalho refe- Quando o cinema surgiu, no final do século
rente à história do Cinema. XIX, foi considerado entretenimento para a popula-
Antes de iniciar o trabalho ção. No entanto, a partir de 1911, com o manifesto
com a seção, perguntar aos estu- apresentado pelo italiano Ricciotto Canudo (1877-
dantes se eles costumam assistir 1923), o cinema passou a ser referido como arte,
a filmes de ficção científica. Pe- mais precisamente como a “sétima arte”. Canudo
dir que digam quais são os seus era um teórico e crítico de cinema e o definiu como
filmes favoritos do gênero e que uma síntese moderna de todas as outras artes: arqui-
comentem sobre eles com um tetura, música, pintura, escultura, poesia e dança.
colega. Pedir, também, que refli- Entre os gêneros cinematográficos, a ficção
tam sobre alguma cena que con- científica é o que mais explora os astros e os fenô-
siderem que não seja real e que menos que os envolvem. Em muitos filmes desse
tentem explicar como ela poderia gênero, podemos observar uma explicação do
ser cientificamente correta. Auxi- Universo similar às propostas pelos estudos em Física
liá-los na discussão. e Astronomia. Um exemplo é o filme Interestelar,
Após esse momento inicial, de Christopher Nolan, lançado em 2014. Nesse filme,
solicitar que voluntários façam a Cartaz do filme INTERESTELAR. Direção:
por exemplo, aborda-se o buraco negro rotativo, um Christofer Nolan. EUA, Reino Unido: Paramount
leitura da seção, incentivando o fenômeno que é previsto com base em teorias de Pictures/Warner Bros. Pictures, 2014. DVD
exercício da oralidade. pesquisadores como o físico alemão Albert Einstein (149 min).
Perguntar se os estudantes (1879-1955) e apoiado por evidências astronômicas.
assistiram a algum dos filmes Já em outros filmes, o Universo é interpretado

LUCASFILM LTD./BAD ROBOT PRODUCTIONS/WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES


mencionados na seção. Em caso mais livremente, sem considerar os conhecimentos
positivo, pedir que comparti- científicos. Um exemplo é a franquia de filmes
lhem um breve resumo do filme, Guerra nas estrelas, em que se representa a
ou que detalhem a cena que propagação de som no espaço, por exemplo, o
mais lhes chamou a atenção. Al- que não ocorre na realidade, pois o som não se
ternativamente, é possível trans- propaga no vácuo.
mitir à turma um trecho de cada
filme citado para que conheçam Cartaz do filme GUERRA nas estrelas: a ascensão Skywalker.
superficialmente como eles fo- Direção: J. J. Abrams. EUA: Lucasfilm Ltd. Bad Robot
ram dirigidos. Productions/Walt Disney Studios, 2019. DVD (142 min).
Um estudo realizado por pes-
quisadores da Universidade Esta-
HE
RO
ME

dual Paulista (Unesp) do campus


N3
0/S
HU

de Bauru (SP) concluiu que a fic-


TTE
RS

ção científica pode ser uma ferra-


TC
OC
K.C

menta didática importante para


OM

o ensino de Ciências, atuando


como desencadeador de apren- 248
dizagem. Nesse trabalho, foi
utilizado como estudo de caso o
filme Parque dos dinossauros
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 248 28/07/22 08:08 D3-C
(direção de Steven Spielberg. Es- #FICA A DICA, Professor
tados Unidos, 1993). Caso quei- Sobre a ficção científica e o ensino de Ciências,  a reportagem a seguir, pesquisadores da Unesp
N
ra saber mais sobre o estudo, o acessar: indicam filmes para saber mais sobre Ciência e
trabalho está indicado no #FICA Tecnologia.
• GOMES-MALUF, Marcilene C.; SOUZA, Aguinaldo R.
A DICA, Professor. Também é
de. A ficção científica e o ensino de Ciências: o ima- • D’AMBRÓSIO, Oscar. Filmes para saber mais de ciên-
possível encontrar outras indica-
ginário como formador do real e do racional. Ciência cia e tecnologia. Universidade Estadual Paulista
ções de leituras complementares e Educação, Bauru, v. 14, n. 2, p. 271-282, 2008. "Júlio de Mesquita Filho". São Paulo, 26 jun. 2015.
que relacionam o trabalho com Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/MT658 Disponível em: https://www2.unesp.br/portal#!/noti
filmes ao ensino de Ciências da NsDTcjbwGpP6NgXTJQ/?format=pdf&lang=pt. Aces- cia/18202/filmes-para-saber-mais-de-ciencia-e-tecno
Natureza e que podem contribuir so em: 30 jun. 2022. logia/. Acesso em: 30 jun. 2022.
para sua formação continuada.
248

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do conhecimento relacionado
à Astronomia e das necessida-
des manifestadas para a explo-
ração espacial ou para o estu-
Alguns filmes não se enquadram no gênero ficção científica, pois relatam
fatos relacionados à Astronomia, especificamente à exploração espacial. O
do dela. Eles são chamados de
filme O primeiro homem, de Damien Chazelle, lançado em 2018, mostra a spin-offs e serão apresentados
jornada do ser humano em sua primeira viagem à Lua, apresentando parte na seção O assunto é…, ao
da vida do astronauta estadunidense Neil Armstrong (1930-2012). Já o filme final desta Unidade. Um exem-
Apollo 13: do desastre ao triunfo, de Ron Howard, lançado em 1995, relata plo são os próprios satélites de
a luta de um grupo de astronautas para retornar à Terra em segurança, depois comunicação.
que ocorre uma explosão no tanque de gás oxigênio na nave que os levaria
2. A atividade requer a inter-

HER
em outra missão para a Lua.

OME
pretação do texto pelos estu-

N30/S
dantes. Esclarecer dúvidas, se

HUT
UNIVERSAL PICTURES/DREAMWORKS SKG/PERFECT WORLD PICTURES/TEMPLE HILL ENTERTAINMENT/
UNIVERSAL PICTURES/UNITED INTERNATIONAL PICTURES

IMAGINE ENTERTAINMENT/UNIVERSAL PICTURES

TERS
houver. É importante que eles

TCO
reconheçam a importância do

CK.C
OM
cinema como arte e como fer-
ramenta de aprendizado, além
de entretenimento.
3. Ao trabalhar esta proposta,
orientar os estudantes a iden-
tificar conceitos astronômicos
apresentados no filme que se-
jam cientificamente corretos e
outros que não sejam. Apro-
veitar para discutir com eles
que a linguagem artística não
necessariamente reflete a re-
alidade. Sugerir alguns filmes
Cartaz do filme O PRIMEIRO homem. Cartaz do filme APOLLO 13: do desastre ao ou aceitar sugestões da turma,
Direção: Damien Chazelle. EUA: Universal triunfo. Direção: Ron Howard. EUA: Imagine
considerando sempre a classifi-
Pictures/United International Pictures, Entertainment/Universal Pictures, 1995.
2018. Blu-ray (141 min). Blu-ray (140 min). cação indicativa, que pode ser
2. Quando o cinema surgiu, no final do século XIX, era considerado entretenimento para as consultada na página do Minis-
grandes massas. A partir de 1911, foi considerado como “sétima arte” pelo teórico e crítico de tério da Justiça, disponível em:
cinema Ricciotto Canudo, que o definiu como uma
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO. síntese moderna de todas as outras artes: arquite- http://portal.mj.gov.br/Classi
tura, música, pintura, escultura, poesia e dança. ficacaoIndicativa/jsps/Consul
1 Com o avanço dos estudos e o desenvolvimento tecnológico, foi possível ampliar os conhecimentos tarObraForm.do?inicio_action,
sobre os astros. Parte deles é explorada na arte, em alguns filmes de ficção científica. De que outras acesso em: 30 jun. 2022. Con-
formas você acredita que a ampliação do conhecimento astronômico influenciou nosso cotidiano?
Resposta pessoal. vém estabelecer um filme por
2 Explique como o cinema passou a ser considerado “a sétima arte”. grupo, ou grupos, de manei-
3 Forme um grupo com seus colegas e assistam a um filme de ficção científica que trate de algum
ra que cada um possa buscar
tema relacionado ao Universo ou às viagens espaciais. Selecionem uma cena do filme e analisem a cena que mais lhe chamou
os conceitos astronômicos apresentados nela, avaliando se estão corretos cientificamente ou a atenção. Caso isso não seja
não (se necessário, façam pesquisas). Em seguida, descrevam a cena e apresentem aos colegas viável, verificar a possibilidade
as divergências ou coerências que ela apresenta quanto aos conceitos científicos. de reproduzir alguns filmes em
Resposta pessoal.
sala de aula ou em uma sala de
vídeo, em horário escolar.
249

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#FICA A DICA, Professor Comentários sobre as atividades 17/07/22 10:10

 o levantamento feito pela Fapesb, encontra-


N 1. Ao trabalhar a atividade, comentar com os
-se a indicação de onze filmes sobre Ciência e estudantes que o conhecimento astronômico
Tecnologia: permitiu prever melhores épocas de plantio
• #FAPESBINDICA 11 Filmes sobre Ciência e Tecnologia. e colheita e, aliados ao desenvolvimento da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da tecnologia, propiciam melhor aproveitamento
Bahia. Salvador, 11 abr. 2017. Disponível em: https:// do solo e maior produtividade. Diversas tecno-
www.fapesb.ba.gov.br/fapesbindica-11-filmes-sobre logias, materiais e procedimentos realizados
-ciencia-e-tecnologia/. Acesso em: 30 jun. 2022.
e utilizados no cotidiano, como a localização
por GPS ou outros materiais, originaram-se
249

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
1. Resposta pessoal. Professor, o objetivo desta questão é que os estudantes compar-

2
tilhem suas experiências pessoais, além de despertar o interesse sobre o assunto; eles
2. ASTROBIOLOGIA TEMA também podem perceber que é possível participar efetivamente de projetos espaciais.
2. Resposta pessoal.
O trabalho com este Tema Professor, aproveitar para
possibilita o desenvolvimento da
habilidade EF09CI16 e da com-
ASTROBIOLOGIA discutir com os estudan-
tes como o incentivo
à pesquisa científica é
petência específica 2. necessário em qualquer instituição de ensino, seja em escolas ou universidades,
Para iniciar o assunto, é visto que contribui para a construção dos conhecimentos de diversas áreas.
Leia o trecho da reportagem, a seguir.
apresentada uma reportagem
cujo objetivo é aproximar a tur- Duas equipes de estudantes brasileiros apresentaram nesta
ma do estudo da Ciência, mos- segunda-feira, no Museu Nacional do Ar e do Espaço, em Chantilly,
trando o exemplo de estudantes na Virginia, Estados Unidos, projetos para testar interações físicas e
da mesma faixa etária deles en- químicas na Estação Espacial Internacional [...].
volvidos em experimentos cien- Os dois projetos podem contribuir para o futuro da vida humana
fora da Terra: um quer melhorar a proteção de seres humanos da
tíficos. A intenção é evidenciar
radiação em construções no espaço e outro tem como objetivo cons-
que, havendo incentivo, interes- truir um sistema mais apurado para filtração de água para consumo
se e muito estudo, todos podem humano em espaçonaves.
participar de experimentos cien- DE ORTE, Paola. Com apoio de NASA e SpaceX alunos brasileiros apresentam projetos para a
tíficos, o que abre caminho para Estação Espacial Internacional. O Globo, Rio de Janeiro, 2 jul. 2019. Disponível em: https://oglobo.
globo.com/brasil/com-apoio-de-nasa-spacex-alunos-brasileiros-apresentam-
a formação de novos cientistas. projetos-para-estacao-espacial-internacional-23777283. Acesso em: 18 maio 2022.
Além disso, busca-se destacar
que a curiosidade e o interesse 1 Você já participou de algum projeto que envolva Astronomia?
pela Ciência devem ser estimu-
2 Você considera importante o incentivo das escolas à pesquisa científica?
lados desde cedo, seja em casa, Converse com seus colegas.
seja na escola.
Explicar que a Astrobiologia Há muitas coisas que
O texto nos mostra que o estudo da Astronomia, e de qual-
não é uma ciência nova e que ter- podemos fazer para
quer área da Ciência, não é desenvolvido apenas por cientistas,
mos como “exobiologia”, “cos- novas descobertas.
mas pode ser feito por outras pessoas.
mobiologia” e “bioastronomia” Estudos e observa-
ções do céu noturno, Diversos pesquisadores brasileiros iniciaram suas carreiras por
são utilizados desde a década de por exemplo, podem causa da curiosidade por determinados assuntos, como o biólogo
1940. Na língua portuguesa, o estimular o desenvol- e astrobiólogo brasileiro Dr. Ivan Gláucio Paulino Lima (1979-), atu-
primeiro registro de Astrobiologia vimento de projetos almente pesquisador da Agência Espacial Americana (Nasa), do
data de 1958, no livro do biólogo inovadores. governo dos Estados Unidos. Leia a seguir uma entrevista que ele
concedeu exclusivamente para este livro.
brasileiro Flávio Augusto Pereira,
Introdução à Astrobiologia
(São Paulo: Sociedade Interpla-
netária Brasileira de São Paulo,
1958). No entanto, foi apenas em
1998 que a Astrobiologia ganhou
FRANTIC00/SHUTTERSTOCK.COM

reconhecimento como uma área


de pesquisa, quando a Nasa reno-
meou seu programa de exobiolo-
gia (a busca de vida fora da Terra)
para Astrobiologia. Segundo a
Nasa, o motivo da mudança foi o 250
fato de que, para entender a vida
em outros planetas, precisamos
primeiro compreender melhor a
sentem falta de desenvolver
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24_AV1.indd 250 mais experimentos 19/07/22 08:45 D3-C
vida na Terra. #FICA A DICA, Estudante
científicos na escola. Caso haja interesse e curio-
Comentários sobre as sidade em questões científicas, realizar mais ati- Para saber mais sobre a Astrobiologia e sobre as
vidades relacionadas a isso. Caso os estudantes pesquisas que estão sendo feitas no Brasil, é possí-
atividades vel baixar o livro indicado a seguir, que foi desen-
Ao trabalhar as atividades 1 e se mostrem desinteressados, é importante bus-
volvido por pesquisadores brasileiros do Núcleo de
2, conversar com os estudantes car saber o motivo e estimular a curiosidade. Pesquisas em Astrobiologia da USP.
sobre a realidade da escola com • GALANTE, Douglas et al. (orgs.). Astrobiologia:
relação ao incentivo à Ciência. uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edi-
Debater sobre o interesse ou não ção: IAG/USP, 2016. Disponível em: https://www.
por esse estudo e questionar se iag.usp.br/astronomia/sites/default/files/astrobio
logia.pdf. Acesso em: 30 jun. 2022.
250

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 250 22/08/22 22:10


(núcleos atômicos constituídos de
prótons e nêutrons) que viajam no
espaço a velocidades próximas à
da luz. Essas partículas chegam
1 à nossa atmosfera, mas acabam
sendo barradas pela colisão com

DIO
Dr. Ivan, o que é Astrobiologia?

GO
MO
Astrobiologia é um empreendimento científico multidisciplinar, outras partículas. Por esse motivo,

R EIR
ou seja, envolve diferentes disciplinas científicas, como Biologia, são mais abundantes em maiores

A/A 2IM G
Astronomia, Química, Física e Geologia, em pesquisas que visam altitudes do que ao nível do mar.
responder a questões profundas da curiosidade humana, como a Os experimentos mencionados
origem da vida, o futuro da vida e se existe vida em outros locais no
na entrevista são realizados com
Universo, além da Terra.
a utilização de um simulador de
raios cósmicos, no Brookhaven
Dr. Ivan Gláucio Paulino Lima,
pesquisador da Nasa, em 2016. National Laboratory, em Nova
2 York, Estados Unidos. O trecho a
seguir explica sobre raios cósmicos.
Qual é a importância dos estudos da Astrobiologia para a sociedade?
Nós vivemos em uma época privilegiada da história da humanidade, pois é a primeira
A maioria dos raios é muito
vez que temos tecnologia capaz de investigar essas questões utilizando o método científico. energética podendo atingir vá-
Hoje em dia, é possível enviar sondas a outros planetas para investigar a composição química rios centímetros de chumbo.
desses ambientes. O avanço desses conhecimentos irá proporcionar grandes missões de Como a radiação cósmica […]
exploração tripulada ao Sistema Solar, abrindo caminho para a expansão da presença pode causar alterações genéti-
humana no espaço. Ao longo desse processo, novas tecnologias são geradas, tanto para a cas, muitos cientistas acreditam
sobrevivência humana no espaço como também na Terra. Portanto, a Astrobiologia reflete que essa radiação tem sido im-
o espírito humano de querer conhecer mais, de querer entender os motivos pelos quais portante no processo evolutivo
nós estamos aqui hoje. da vida em nosso planeta. [...] De
qualquer forma, nossa atmosfe-
ra é uma proteção natural contra
os raios cósmicos. Astronautas e
3 viajantes espaciais em viagens
Nos Estados Unidos, o senhor trabalha na Nasa. Qual é o seu trabalho? longas devem encontrar um
modo eficiente para minimizar a
Sou cientista do Blue Marble Space Institute of Science (BMSIS), um dos diversos
exposição aos raios cósmicos.
institutos de pesquisa que prestam serviços para a Nasa. Meu local de trabalho é o Centro
Ames de Pesquisas da Nasa, no Vale do Silício, Califórnia, EUA. Lá eu faço parte de dois RAIOS cósmicos. Instituto de Física
da Universidade de São Paulo.
projetos de pesquisa. São Paulo, c2022. Disponível em:
Um deles é a Missão Espacial que tem como objetivo coletar dados para verificar https://portal.if.usp.br/fnc/en/
como a variação da gravidade interfere no crescimento e nos processos de reprodução de node/353. Acesso em: 30 jun. 2022.
determinadas bactérias. Queremos saber se esses processos biológicos irão se comportar
da mesma maneira em outros planetas. Ao finalizar a leitura da entre-
O outro projeto visa testar como as radiações a que os astronautas podem estar expostos vista, questionar à turma se eles
no espaço afetam o DNA de glóbulos brancos do sangue humano, buscando algum padrão sabiam que estudantes podem
que possa ser usado para a seleção dos futuros astronautas que irão a Marte nas próximas participar indiretamente de mis-
décadas. Ou seja, queremos buscar um fenótipo, que já exista, de maior resistência aos efeitos sões espaciais, por meio de proje-
SVEKLOID/SHUTTERSTCOCK.COM

nocivos dos níveis de radiação presentes no espaço. Esse conhecimento poderá beneficiar tos e experimentos que são reali-
também tratamentos de câncer por radioterapia aqui na Terra, pois permitirá o uso de doses de zados por astronautas no espaço.
radiação mais eficientes e específicas para cada indivíduo, aumentando as chances de sucesso
Aproveitar a oportunidade
e reduzindo os efeitos colaterais associados a esse tipo de tratamento.
para verificar o interesse deles
pelo assunto e para encorajá-los
a procurar mais informações, au-
251 xiliando-os nas pesquisas.

08:45 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS


D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 251 para os avanços das pesquisas em Astrobiologia.
17/07/22 10:10

Ao apresentar aos estudantes uma profissão


que, possivelmente, era desconhecida por eles, in-
É importante salientar aos estudantes que a clusive com o recurso de uma entrevista exclusiva
Astrobiologia não é, como muitos acreditam, sim- de um astrobiólogo, este assunto contribui para o
plesmente a busca por vida fora da Terra. Trata-se desenvolvimento da competência geral 6 e dos
de um empreendimento científico que procura temas contemporâneos transversais Trabalho e
compreender como seria a vida fora do planeta, Ciência e Tecnologia.
utilizando como modelo a vida que conhecemos. Ao ler a entrevista com os estudantes, explicar
Por esse motivo, os conhecimentos científicos so- que a radiação a que o Dr. Ivan se refere são os
bre as formas de vida na Terra são fundamentais raios cósmicos, que são partículas de alta energia
251

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 251 22/08/22 22:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
REIRA/PULSAR IMAG
O FE R EN S
CHIC

Incentivar os estudantes a 4
conversar sobre áreas que lhes O que o senhor pode falar a
interessam e a adquirir conheci- respeito dos clubes ou grupos de
mento sobre elas. Caso alguém Astronomia espalhados pelo Brasil?
da turma demonstre interesse Qual é a importância desses movi-
em seguir uma carreira cientí- mentos para a Astronomia e a
fica, incentivá-lo a conhecer os Astrobiologia?
Institutos Federais de Educação, Esses clubes preenchem um
espaço muito importante na formação
Ciência e Tecnologia e a infor-
de qualquer pessoa que gostaria de tra-
mar-se sobre os cursos que são
balhar com Astronomia ou Astrobiologia.
oferecidos. Essa é uma maneira Eles permitem o acesso a um tipo de conhe-
de auxiliar os estudantes a iden- cimento prático que coloca as pessoas em uma
tificar sua vocação profissional, conexão material íntima com o Universo. Adolescente observando início
que poderá ser melhor elucidada Também amplia as noções de espaço e de eclipse da Lua em telescópio
e aprofundada durante todo o de tempo e, ao mesmo tempo em que nos durante evento no Rio de Janeiro
Ensino Médio. Além disso, diver- faz sentir pequenos em relação ao Universo, (RJ), 2018.
sas universidades oferecem cur- também nos faz sentir grandes em relação ao que conhecemos e ao que ainda
sos gratuitos para a comunidade. temos por conhecer. Isso gera um empoderamento que pode ser o grande
Incentive-os a pesquisar sobre diferencial em qualquer carreira.
a disponibilidade de cursos nas
universidades da região.
5
Comentários sobre
Que conselhos o senhor daria aos estudantes brasileiros que
as atividades gostariam de participar de projetos semelhantes aos que o senhor
4. Resposta pessoal.
3. Enfatizar que a pesquisa cien- Professor, incentivar participa ou participou?
tífica voltada à compreensão e uma conversa entre Meu conselho é que os estudantes identifiquem o quanto antes uma
os estudantes sobre paixão intrínseca por alguma área do conhecimento em que eles queiram
à manutenção da vida na Terra o assunto. Caso
também é uma das principais exista algum clube saber mais sobre um determinado assunto e aprimorem suas habilidades nessa
da Astronomia/ área. A partir daí, é fundamental ter bastante disciplina e foco para manter
contribuições da Astrobiologia Astrobiologia na uma rotina regular de estudos diários. Com o tempo, as oportunidades irão
para a sociedade. cidade, ou na região,
surgir. Aí, é preciso ter coragem para fazer escolhas. Ao longo desse processo,

SVEKLOID/SHUTTERSTCOCK.COM
promover uma visita
4. No link a seguir, é disponibili- dos estudantes certamente existirão altos e baixos, mas isso faz parte da própria vida, que,
zada uma lista de diversos clu- até o clube ou dos por natureza, está em constante transformação. O importante é termos em
membros do clube mente o foco e, no coração, o combustível que nos moverá para as nossas
bes de astronomia no Brasil. até a escola, para
Pesquisar antecipadamente se uma observação dos conquistas e realizações.
astros. Caso não
existe algum na sua cidade. exista, é possível LIMA, Ivan Gláucio Paulino. Biofísico e cientista do Blue Marble Space Institute of Science.
entrar em contato Entrevista exclusiva para esta obra.
• CLUBES e associações de As- com algum grupo já 3. Gerar novas tecnologias, tanto para a sobrevivência do ser humano no espaço quanto na Terra.
tronomia do Brasil. Google organizado e pedir
informações sobre 3 Cite uma das importâncias da Astrobiologia para a sociedade de acordo com o biólogo e
sites. [S. l.], [2019?]. Disponí- como proceder para astrobiólogo Dr. Ivan.
vel em: https://sites.google. realizar uma obser-
com/site/proflanghi/clubes. vação, que materiais 4 Você conhece ou tem vontade de participar de algum clube ou grupo de Astronomia?
são necessários etc.
Acesso em: 27 jun. 2022.
252

#FICA A DICA, Professor D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 252 17/07/22 10:10 D3-C

No link a seguir, é possível acessar a lista de to- ricas da USP disponibiliza, no link a seguir, livros, das pesquisas brasileiras em Astrobiologia,
dos os Institutos Federais que existem no Brasil. apostilas e cursos de Astronomia com diferentes em português.
• BRASIL. Ministério da Educação. Instituições níveis de aprofundamento. • PAULINO-LIMA, Ivan G.; LAGE, Claudia de
da rede federal. Brasília, DF: MEC, c2018. • LIVROS e apostilas. Instituto de Astronomia, A. S. Astrobiologia: definição, aplicações,
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/re Geofísica e Ciências Atmosféricas. São Pau- perspectivas e panorama brasileiro. Bole-
de-federal-inicial/instituicoes. Acesso em: lo, [2021?]. Disponível em: https://www.iag. tim da Sociedade Astronômica Brasilei-
30 jun. 2022. ra, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 14-21, 2010.
usp.br/astronomia/livros-e-apostilas. Acesso
Disponível em: https://sab-astro.org.br/
O Departamento de Astronomia do Instituto em: 30 jun. 2022. wp-content/uploads/2018/10/Paper2.pdf
de Astronomia, Geociências e Ciências Atmosfé- O artigo a seguir discorre sobre o panorama Acesso em: 30 jun. 2022.

252

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 252 30/08/22 13:55


[...]
[...] Mas é importante frisar
que um mundo se localizar nes-
sa zona não implica necessaria-
Explorando o Universo mente que ele pode desenvolver
e abrigar vida. A zona habitável
Tanto a Astronomia quanto a Astrobiologia têm como um de seus objetivos é apenas um dos fatores que os
fornecer informações suficientes para promover futuras viagens espaciais tripuladas. astrônomos utilizam para saber
A partir de agora, vamos estudar alguns assuntos relacionados a essas Ciências. quais planetas são promissores
na busca por vida fora da Terra.
Zona habitável [...]
Antes de explorarmos o Universo à procura de formas de vida, é preciso olhar Até onde se sabe, já foram en-
atentamente para onde vivemos. As condições presentes na Terra a tornam um planeta contrados cerca de 40 planetas
habitável, ou seja, capaz de possibilitar a existência de vida como a conhecemos. com tamanho aproximado ao da
Terra, dentro das zonas habitá-
Uma dessas condições se relaciona ao fato de a Terra orbitar uma estrela
veis de suas respectivas estrelas.
estável, ou seja, que vai viver por bilhões de anos.
[...] Mas isso pode mudar no fu-
Outra condição está relacionada à presença de água no estado líquido.
turo. É que uma estrela pode ter
Sem água no estado líquido, a vida como a conhecemos não pode existir. E isso só é sua luminosidade tão alterada
possível na Terra porque ela é um planeta rochoso que orbita o Sol a uma distância na ao longo do tempo, que sua zona
qual a energia recebida, na forma de luz e calor, permite a existência de temperaturas habitável também muda.
entre 0 °C e 100 °C, em condições normais de pressão. Além disso, a presença da
CAVALCANTE, Daniele. O que é a zona
atmosfera da Terra possibilita a ocorrência do efeito estufa, que mantém a tempe- habitável de um sistema estelar e onde
ratura do planeta em valores adequados para a vida. ela fica? Canaltech. [S. l.], 21 mar. 2021.
Segundo os cientistas, essas são as condições mais importantes para a existência Disponível em: https://canaltech.com.br/
espaco/o-que-e-a-zona-habitavel-de-um-
de vida, como a conhecemos, em qualquer lugar do Universo e, por isso, são utilizadas sistema-estelar-e-onde-ela-fica-181011/.
como parâmetros para definir uma zona habitável. Acesso em: 10 jul. 2022.

Ao mencionar a atmosfera, ex-


plicar aos estudantes que a pre-

ALAMY/FOTOARENA
sença dos gases por si só não é
capaz de manter o efeito estufa
por longos períodos. Também é
necessário que existam meca-
nismos que regulem a presença
desses gases na atmosfera, im-
pedindo que seu excesso aqueça
demais o local ou que sua escas-
sez torne a temperatura baixa
demais.
Se julgar pertinente, explicar
que esses mecanismos são fenô-
menos geológicos, como a ativi-
dade vulcânica, que lança esses
A vida como conhecemos depende da gases de maneira contínua na
existência de água líquida. Na fotografia, atmosfera; a tectônica de placas,
tuiuiú (Jabiru mycteria) se alimentando, que recicla o material rochoso
no Pantanal (MS), 2016.
presente no magma; e a erosão
e o intemperismo, que levam os
1,5 m
253 minerais a reagir com os gases
presentes na atmosfera, contro-
lando a sua concentração.
10:10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 253 Zona habitável 17/07/22 10:10

Se julgar pertinente, comentar com os estu-


Explorando o Universo
dantes que a zona habitável pode variar com o
Retomar os conhecimentos sobre o Sistema
passar de milhões de anos. Sobre isso, ler o tre-
Solar, abordando as características dos plane-
tas rochosos e dos gasosos, bem como as dis- cho a seguir.
tâncias entre eles. Abordar a importância dos
conhecimentos astronômicos que possam con- Na astronomia, o termo “zona habitável” é usa-
tribuir para a exploração do universo, principal- do para definir a região de um sistema estelar
mente aquelas que possam interferir em futuras em que as condições permitem, em teoria, a
viagens tripuladas. existência da vida. [...]
253

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 253 29/08/22 22:33


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
A zona habitável pode ter variações relacionadas ao tamanho da
Explicar aos estudantes a esca-
estrela e do planeta e à distância em que esse planeta se encontra dessa
la utilizada no esquema. A massa IMAGENS FORA AS CORES NÃO estrela, ou seja, o raio de sua órbita. Observe o esquema a seguir.
do Sol é considerada o referen- DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS.

cial, ou seja, ela representa o


valor de 100% (1). A massa das
outras estrelas é indicada por sua
porcentagem em relação à massa 2 Zona habitável
do Sol; sendo assim, o valor de
0,1 significa que a estrela possui Planeta X

Massa da estrela em relação ao Sol


uma massa de 10% com relação Estrela Z Planeta Y

à massa do Sol. Já o valor 2 signi-


fica que a estrela possui o dobro 1 Sol
da massa do Sol (200%).
O mesmo raciocínio foi utili-
Marte
zado na escala do raio da órbita.
A referência é o valor do raio da Terra

órbita da Terra, considerado igual 0,1


Vênus

a 1 (100%). No caso de uma ór-

SELMA CAPARROZ
0 0,1 1 10 40
bita com raio 10, isso significa
que seu raio possui 10 vezes o ta- Raio da órbita em relação à Terra
manho do raio da órbita da Terra
(1000%), e assim por diante.
Explorar a figura e a localiza- Elaborado com base em: GALANTE, Douglas et al. (org.). Astrobiologia: uma ciência emergente.
São Paulo: Tikinet Edição: IAG/USP, 2016. p. 76.
ção do planeta fictício Y propicia
Esquema comparando a zona habitável do Sistema Solar com a zona habitável
condições para a mobilização da de outros possíveis sistemas planetários. As escalas utilizadas no esquema
habilidade EF09CI16. Enfatizar # FICA A DICA não apresentam proporção.
que, apesar de a Terra ser o único Apesar da existência
planeta do Sistema Solar localiza- de inúmeras zonas Observe na ilustração que a Terra é o único planeta do Sistema
do na zona habitável, pode haver habitáveis no Universo Solar localizado na zona habitável. Agora, considere que os planetas X
e da esperança de e Y formem outro sistema planetário, ao redor da estrela Z, que possui
outros planetas de outros siste- poder encontrar alguma
massa 1,5 vezes maior do que a do Sol. Em virtude do tamanho da
mas planetários nela, assunto forma de vida em outros
locais dele, um novo estrela e do raio da órbita dos planetas, nessa situação, o planeta Y
que será estudado mais adiante estudo reduziu essa apresenta condições de abrigar vida, enquanto o planeta X não, pois
na Unidade. possibilidade. Acesse o está fora da zona habitável.
A análise do esquema contem- link a seguir e entenda
os motivos. Disponível
pla a competência geral 2 e a em: https://br.sputni Luas habitáveis
competência específica 3. knews.com/20190612/
motivo-reduz-espe Se o principal critério para classificar um astro como tendo con-
O #FICA A DICA disponível no rancas-vida-extrater dições para abrigar a vida é apresentar água no estado líquido, então,
Livro do estudante apresenta restre-14047733.html. algumas luas (satélites naturais) de nosso Sistema Solar podem apresentar
um estudo que reduz a possibi- Acesso em: 18 maio
essa condição, mesmo estando fora da zona habitável. Por isso, esses
2022.
lidade de encontrarem planetas astros têm sido explorados por pesquisadores nas últimas décadas.
nas zonas habitáveis nos quais a
vida seja possível. Discutir com os 254
estudantes os argumentos apre-
sentados no estudo.
em Titã, maior lua de Saturno
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24_AV1.indd 254 e segunda maior 19/07/22 08:46 D3-C
Luas habitáveis do Sistema Solar. Na lua Enceladus também há
#FICA A DICA, Professor
Comentar com os estudantes evidências de presença de água líquida sob a Para saber mais sobre a missão espacial Cassini-
que, além das luas de Júpiter, há superfície de gelo. -Huygens e sobre a lua Titã, ler a reportagem dis-
evidências da presença de água ponível no link a seguir.
em algumas luas de Saturno. A • ZOLNERKEVIC, Igor. Paisagens de Titã. Pesquisa
missão espacial Cassini-Huygens Fapesp, São Paulo, ed. 248, out. 2016. Dispo-
orbitou Saturno de 2004 a 2017, nível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/paisa
e os dados recolhidos pela sonda gens-de-tita/. Acesso em: 30 jun. 2022.
revelaram evidências da existên-
cia de água (na forma de gelo)
254

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 254 22/08/22 22:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Comentar com os estudan-
Até o momento, o satélite natural Europa, uma lua de Júpiter, tes que a Nasa prevê uma mis-
apresenta-se como o candidato mais plausível, pois nele foi encontrada são espacial para a lua Europa
água congelada. Abaixo da camada de gelo, pode haver água líquida, de na década de 2020, a missão
acordo com os dados da sonda Galileo, da Nasa. A camada de
Europa Clipper. Explicar, tam-
gelo manteria a água líquida abaixo, mesmo que à órbita
bém, que a nave da Europa
de Júpiter chegue pouca luz solar – como ocorre no
Clipper orbitará ao redor do
oceano Ártico, em que há água líquida abaixo da
camada de gelo.
satélite à procura de plumas de
As condições de frio extremo nesse satélite água que foram avistadas pela

OCEANICWANDERER/SHUTTERSTOCK.COM
têm direcionado os cientistas a pesquisar por sonda Galileo. O objetivo da
seres vivos na Terra que vivam em locais de missão é obter algumas amos-
condições semelhantes. Bactérias foram encon- tras desse líquido, para buscar
tradas sobrevivendo no interior das camadas possíveis microrganismos que
de gelo da Groenlândia e da Antártida, a cerca existam ali. Comentar que es-
de 3 000 m de profundidade. Nesses locais, as sas plumas de água, que po-
temperaturas são muito abaixo de 0 °C, a luz está dem ser jatos de água líquida
ausente, a pressão é muito alta, a concentração de ou vapor de água, também fo-
gás oxigênio é baixa e existe pouca disponibilidade ram detectadas pelo telescópio
de água líquida. Ainda assim, a existência de vida espacial Hubble.
nessas condições apoia a possibilidade de haver vida Representação artística do satélite
na lua Europa. Europa, uma lua de Júpiter. Gelo em Marte
Explicar aos estudantes que,
Gelo em Marte juntamente com Europa, Marte
é um dos principais alvos para
Apesar de não estar em uma zona habitável, Marte apresenta água
a busca de vida fora da Terra.
congelada. Segundo estudos, Marte teve água líquida há milhões de
No ano de 2018, uma nova
anos e, por isso, acredita-se que teve condições de abrigar vida.
Não se sabe ao certo que eventos aconteceram para que Marte
missão não tripulada foi envia-
virasse um grande deserto vermelho, com água congelada em seus da a Marte, a InSight, com du-
polos. Diversas sondas foram enviadas para estudar o planeta, para o ração prevista de quatro anos.
qual também há planos do envio de missões tripuladas por volta de 2030. O objetivo da missão é estudar
ESA/ROSCOSMOS/CASSIS/CC BY-SA 3.0 IGO
o interior do planeta e suas ca-
madas. As missões enviadas a
Marte serão estudadas com
mais detalhes mais adiante na
Unidade.
Se desejar, indicar aos estu-
dantes a leitura da matéria do
#FICA A DICA, Estudante, em
que são divulgadas algumas
descobertas da sonda InSight
relacionadas à estrutura de
Cratera na região polar norte de Marte contendo água congelada. Fotografia Marte, permitindo a formula-
obtida pela sonda espacial ESA/Roscosmos ExoMars Trace Gas Orbiter, em 2021. ção de hipóteses em relação à
idade marciana em compara-
255 ção com a da Terra.

08:46 D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 255 17/07/22 10:10


#FICA A DICA, Estudante
Para saber mais sobre as descobertas feitas a partir
dos dados coletados pela sonda InSight, acessar o
link a seguir.
• ISÍDIO, Ricardo. InSight: Marte possui um núcleo
maior, menos denso e mais líquido. TecMundo.
[S. l.], 23 jul. 2021. Disponível em https://www.
tecmundo.com.br/ciencia/221689-insight-marte
-possui-nucleo-maior-denso-liquido.htm. Acesso
em: 30 jun. 2022.

255

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 255 23/08/22 21:30


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ENTRE CONTEXTOS ENTRE


Explicar aos estudantes o que
é uma zona hadal, que se carac-
CONTEXTOS
teriza por ser um ecossistema
situado em regiões com mais
de 6 000  m de profundidade. A A busca pela vida fora da Terra
falta de luz e a intensa pressão Diversos ambientes presentes na Terra são propícios à biodiversidade. Entretanto, alguns
desses locais criam condições apresentam condições extremas que limitam a presença de seres vivos. Um exemplo são as zonas
muito hostis para a vida. Por hadais do oceano, regiões abaixo dos 6 000 metros de profundidade que possuem alta pressão,
exemplo, em uma região situada temperaturas de 1 °C ou 2 °C e ausência total de luz.
a 11 000 m de profundidade, a Estudar estas regiões é importante para a busca de vida extraterrestre, como mostra o trecho
da reportagem a seguir.
pressão atinge 1 100 atmosferas.
Nesse momento, comentar
que, a cada 10 metros de pro- As profundezas dos oceanos da Terra são surpreendentemente similares a algumas
fundidade na água, a pressão das condições que a Nasa espera encontrar em outros mundos do nosso Sistema Solar.
aumenta 1 atmosfera e que, nos Elas poderão até fornecer indicações sobre onde os cientistas deveriam procurar vida
seres humanos, isso pode ser alienígena.
percebido por meio do aumento [...]
Descobrir organismos que podem não apenas sobreviver, mas se proliferar nesse
da pressão dentro das orelhas.
ambiente opressivo levanta questões importantes para os biólogos que examinam
Comentários sobre além dos domínios do nosso planeta — como se esses organismos poderão também
as atividades ser encontrados em oceanos de outros mundos. AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
IMAGEM FORA
DE PROPORÇÃO.
[...]
A atividade 2 contribui para o Ou seja, a cada passo que damos rumo à
desenvolvimento da competên-

PAULO CÉSAR PEREIRA


exploração de outros mundos, aprendemos
cia específica 5 e das compe- também um pouco mais sobre algumas das
tências gerais 2 e 7. partes mais inexploradas do nosso próprio
1. Propor a discussão sobre quais planeta azul.
GERRETSEN, Isabelle. Por que a Nasa está explorando as
aspectos da Terra podem ser profundezas dos oceanos. BBC News Brasil, São Paulo, 22 jan.
associados ao que se espera 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-
fut-60087784. Acesso em: 5 maio 2022.
encontrar fora do planeta e
de que modo o conhecimento
daqui pode contribuir para a Representação do peixe-caracol (Pseudoliparis swirei), descoberto
em 2017, há aproximadamente 8 000 metros de profundidade.
busca de vida fora da Terra.
1. Sim, pois a Terra possui alguns ambientes com condições limitantes ao
2. O objetivo da questão é que • Atividades desenvolvimento da vida, semelhantes a outros encontrados no Sistema Solar.
NÃO ESCREVA

os estudantes compreendam Conhecer esses ambientes aqui na Terra e os seres vivos que nele habitam pode
NO LIVRO.

orientar as buscas por evidências de vida em ambientes fora da Terra.


que a expectativa de encontrar 1 Conhecer melhor a Terra é essencial para encontrar a vida fora dela? Justifique sua resposta.
vida alienígena no Sistema So-
2 Considere a existência de vida alienígena no Sistema Solar. Forme um grupo com os colegas e,
lar não está relacionada a seres com base no texto e em pesquisas na internet, levantem uma hipótese sobre que tipo de vida seria
humanoides, dotados de inte- possível encontrar. Montem uma apresentação digital com dados que fundamentem a hipótese do
ligência, mas a seres vivos mais grupo sobre o assunto, bem como de que maneira ela poderia ser comprovada. Apresentem também
simples, que evoluíram em um desenho da forma de vida extraterrestre que vocês imaginam existir. Resposta pessoal.
ambientes com condições ex-
tremas quando comparados à 256
maioria dos ambientes terres-
tres. Espera-se que eles citem
que, para a comprovação das D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 256 17/07/22 10:10 D3-C

hipóteses, é preciso estudar os


locais com potencial para o de-
senvolvimento da vida.

256

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 256 22/08/22 22:10


próxima possível, conforme seus
movimentos de translação e ro-
tação. Ainda assim, o tempo de
viagem estimado é de, aproxima-
Viagem ao espaço damente, seis meses.
Viagens ao espaço fascinam os seres humanos há muito tempo e a possibili-
Comentar com os estudan-
dade de que elas ocorram está progredindo com o avanço dos estudos científicos e tes que, se considerarmos, por
do desenvolvimento tecnológico. No entanto, ainda existem muitos problemas que Na imagem produ- exemplo, uma viagem até Próxi-
zida pelo simulador ma Centauri a uma velocidade de
impossibilitam viagens interplanetárias.
Stellarium, as letras
As explorações espaciais demandam recursos tecnológicos, cujo desenvol- S e SE referem-se 500 000 km/h, velocidade mais
vimento e a manutenção é extremamente custoso financeiramente. Além disso, as às direções sul e alta já alcançada por um apare-
distâncias astronômicas a serem percorridas são muito longas. Para se ter uma ideia, sudeste, respecti- lho construído pelo ser humano
vamente. Há mais
uma viagem tripulada à Marte, que está a aproximadamente 1,5 UA do Sol, teria, em
informações nas até o momento, obtida pela son-
média, seis meses de duração. Agora, uma viagem para a Próxima Centauri, a estrela Orientações para o da Parker Solar Probe, que orbita
mais próxima do Sistema Solar, envolve um percurso de 267 UA, ou 4,22 anos-luz. professor. nosso Sol, essa viagem levaria,
aproximadamente, 9 115 anos.
STELLARIUM-WEB.ORG

Auxiliar os estudantes a in-


terpretar a imagem indicada no
Livro do estudante produzida
no simulador Stellarium. Explicar
S Cen Imai a Mus que, nessa imagem, não é possível
Acrux
Gacrux
visualizar a Próxima Centauri; –
Mimosa apenas indica-se a região em que
Muhlifain
está localizada no céu na data e
horário simulados na região de
Próxima Centauri Londrina (PR). Se possível, reco-
mendar que os estudantes aces-
e Cen
Hadar Y TrA sem esse programa (link está in-
dicado na seção Ampliando da
Rigil Kentaurus
Atria página 240 deste Manual do
Alnair professor) e simulem a imagem
do céu do munícipio em que re-
Localização da estrela Próxima Centauri no céu da cidade de Londrina (PR). A imagem foi sidem para a mesma data e ho-
produzida pelo simulador Stellarium para o dia 9 de novembro de 2024, às 3h20 da manhã. rário. Solicitar que comparem a
Apesar das dificuldades, há viagens ao espaço que estão sendo planejadas. A
imagem do céu obtida para sua
Nasa tem como meta enviar novamente astronautas para a Lua ainda na década de região com a apresentada no Li-
2020 – a primeira mulher e o próximo homem – em um projeto chamado Artemis. vro do estudante, reconhecen-
Será estabelecida uma base no polo sul da Lua para que novas tecnologias sejam tes- do aspectos similares e distintos.
tadas para explorar e utilizar recursos lunares, como água e minerais. Posteriormente, Esta atividade oportuniza o de-
essa base será o local de lançamento de espaçonaves que devem levar o ser humano senvolvimento da competência
para Marte em uma missão prevista para a década de 2030. O Brasil assinou um geral 5 e da competência espe-
contrato de parceria com a Nasa para essa missão. cífica 6.
Marte foi escolhido por diversas razões estratégicas, práticas e científicas. Esse Ao trabalhar o assunto so-
planeta é bastante próximo da Terra, em relação aos demais planetas e satélites. O bre a viagem a Marte, conver-
estudo do planeta pode auxiliar o entendimento de como a vida surgiu na Terra. sar com os estudantes sobre os
Marte também pode ser um destino para a sobrevivência da humanidade no futuro. problemas que podem levar a
humanidade a buscar outros lo-
257 cais para garantir a sua sobrevi-
vência, como a superpopulação
do planeta, o esgotamento dos
10:10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 257 missão que levou o ser humano à Lua. 17/07/22
Destacar
10:10 recursos naturais e o aumento da
aos estudantes que a missão Artemis será a pri- temperatura global.
Viagem ao espaço meira a levar mulheres e pessoas negras à Lua.
No planejamento dessa aula, verificar como Relembrar aos estudantes as unidades de me-
está o andamento do programa Artemis, identi- dida astronômicas, estudadas na Unidade ante-
ficando o que já foi realizado e o que ainda não rior. Reforçar que 1,5 UA equivale a 225 milhões
foi. É possível que, no momento da realização de quilômetros e explicar que, para a possível
da aula, a exploração humana da Lua por esse viagem a Marte, os seres humanos percorreriam
programa já tenha sido iniciada. Comentar sobre uma distância bem menor do que essa, visto que
o nome da missão: Artemis é irmã de Apolo na o lançamento do foguete seria programado para
mitologia grega. Apollo foi o nome da primeira quando os planetas estivessem à distância mais
257

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 257 22/08/22 22:10


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

Ao comentar sobre a possibi- Atualmente, diversos robôs estão na superfície de Marte, cole-
tando e analisando amostras e enviando dados para nosso planeta.
lidade de exploração humana,
Em 2020, foi enviado a Marte o robô Perseverance (do inglês, per-
mencionar que o Programa de
severança), com a missão de investigar a potencial existência de vida
Exploração de Marte determinou
no planeta. Entre suas tecnologias, está um instrumento capaz de
e determinará diversas missões
gerar gás oxigênio a partir do gás carbônico encontrado na atmos-
com objetivos específicos ao pla-
fera marciana – o que seria fundamental para suprir os astronautas
neta. Explicar também que, até
durante a missão.
meados de 2022, existiam oito
Diversas tecnologias têm sido desenvolvidas e testadas para
missões da Nasa em curso em auxiliar nessa missão, como novos foguetes para o lançamento, naves
Marte, todas não tripuladas. A espaciais, instrumentos de análise do relevo e da composição química
missão Mars Odyssey, por exem- de materiais, além de trajes adequados, que confiram proteção aos
plo, enviou uma sonda à órbita astronautas
de Marte em 2001, cujas medi-
ções permitiram aos cientistas Representação artística da nave espacial Orion. Desenvolvida pela Agência
criar mapas dos elementos quí- Espacial Europeia (ESA), foi projetada para longas viagens espaciais, permitin-
micos encontrados e identificar do missões por todo o Sistema Solar.
regiões que apresentavam gelo.

NASA
Além disso, a sonda identificou
locais de radiação alta em Mar-
te – informação essencial para a
exploração humana do planeta,
por conta de seus efeitos prejudi-
ciais à saúde.
Apresentar também aos estu-
dantes a missão Mars Exploration
Rover – Opportunity, que enviou
um robô à superfície de Marte em
2003. Explicar a eles que essa mis-
são auxiliou os estudos e a carac-
terização da variedade de rochas e
do solo marciano, além de, recen-
temente, ter encontrado evidên-
cias que sugerem que o planeta
pode ter abrigado vida em tempos
antigos. Uma delas seria a desco-
berta de moléculas formadas por
carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio e outros elementos –
moléculas associadas à vida.
O vídeo disponibilizado no link
do #FICA A DICA, Professor
traz boas informações sobre a
pesquisa acerca de exoplanetas,
as quais auxiliam as discussões
sobre mundos muito diferentes
do nosso.
258

D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 258 17/07/22 10:10 D3-C

#FICA A DICA, Professor


O curta-metragem sobre exoplanetas indi- • EXOPLANETS 101. 2019. Vídeo (3min53s).
cado a seguir, da National Geographic, en- Publicado pelo canal National Geographic.
fatiza as descobertas de exoplanetas: mun- Disponível em: https://youtu.be/EUU0-Zp
dos localizados fora do sistema solar, com FoK4. Acesso em: 30 jun. 2022.
formas totalmente diferentes do nosso. O
conteúdo está em inglês, mas é possível ati-
var legendas em português.

258

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fluido por esses órgãos, princi-
5. Resposta pessoal. Professor, o objetivo da questão é que os estudantes se posicionem criticamente diante das duas visões palmente água, maior é a proba-
apresentadas sobre as viagens espaciais. Incentivar o pluralismo de ideias, de modo que argumentem sobre ambas as visões,
justificando se concordam com elas ou discordam delas. Comparar as respostas dos estudantes com as obtidas na questão bilidade de se formarem cálculos.
3 da abertura dessa Mencionar à turma que, além
Viagens tripuladas por longas distâncias exigem a disponibilidade e manutenção Unidade. Para ampliar
dos problemas fisiológicos, o lon-
de recursos à tripulação, como alimento e gás oxigênio, além de treinamento físico e a conversa, se desejar,
psicológico, entre outros fatores. Muitos problemas podem acontecer por causa da desenvolver a seção O
go confinamento pode deixar os
ausência de gravidade e da incidência de radiação. assunto é... que está astronautas sujeitos a problemas
no final desta Unidade. psicológicos. Sobre isso, ler o tre-
cho a seguir.

HÉCTOR GÓMEZ
A coordenação motora, o equilíbrio Problemas de visão podem ocorrer.
e a locomoção são afetados.
Além dos problemas fisiológicos,
também pode haver consequên-
cias psicológicas. Ter quatro pesso-
Os ossos perdem as [...] em uma cápsula durante seis
densidade. meses pode provocar incompatibi-
Os fluidos corporais são lidade entre elas. Por isso, os gru-
distribuídos de forma anormal pos da expedição são selecionados
pelo corpo, concentrando-se O organismo pode se
tornar mais suscetível cuidadosamente levando em conta
na parte superior.
a alergias. que possam trabalhar eficazmente
em equipe. [...] A isso se deve somar
possíveis transtornos do ritmo cir-
Os músculos Pode haver mudanças cadiano, já que, segundo Clemente
esqueléticos perdem na pressão sanguínea.
massa e força. [diretor do Museu da Ciência de
Barcelona], “em uma nave orbital
você pode ver um nascer e um pôr
do sol a cada 90 minutos. Portanto,
O risco de desenvolvimento o ritmo de 24 horas se desmonta”.
de cálculos renais aumenta
por causa da redução do RUBIO, Isabel. Por que os astronautas
volume de sangue que crescem até 5 centímetros quando
Ocorrem problemas na produção
passa pelos rins. de células de defesa do corpo. vão ao espaço. El País, Madrid,
10 jan. 2018. Disponível em: https://
brasil.elpais.com/brasil/2018/01/10/
Elaborado com base em: THE HUMAN Body in Space. Nasa. Washington, D.C., 2 fev. 2021. Disponível em: https:// ciencia/1515596656_020248.html.
www.nasa.gov/hrp/bodyinspace. Acesso em: 18 maio 2022. AS CORES NÃO Acesso em: 30 jun. 2022.
SÃO REAIS.
Esquema indicando os efeitos da gravidade e das radiações no corpo humano durante longos
períodos no espaço. IMAGEM FORA Propor que os estudantes dis-
DE PROPORÇÃO.
cutam as posições defendidas
Estimativas da World Population Data Sheet do ano de 2020 apontam para a
existência de cerca de 9,9 bilhões de pessoas no mundo em 2050. Esse aumento pode
pelos dois grupos de cientistas em
provocar o esgotamento de recursos naturais disponíveis na Terra. Além disso, ativi- relação aos altos custos das via-
dades humanas descontroladas podem intensificar ainda mais o efeito estufa natural. gens espaciais, estimulando-os a
Com base nesses fatos, alguns cientistas afirmam que os altos custos das missões buscar soluções consensuais.
espaciais deveriam ser revertidos para áreas de pesquisa que tenham aplicação direta para
resolver esses problemas. Pelos mesmos motivos, outros acreditam que a exploração inter-
Comentário sobre
planetária será essencial e necessária para a sobrevivência de nossa espécie, a longo prazo. a atividade
Alguns defendem que as viagens espaciais propagariam a vida humana pelo Universo 5. Aproveitar para fazer um de-
e seriam interessantes para atender às curiosidades de exploração dos seres humanos. bate com os estudantes. Se-
parar a turma em dois grandes
5 E você, considerando seus conhecimentos atuais, como se posiciona em relação ao
grupos, um com aqueles que
investimento em missões espaciais? Converse com seus colegas.
concordam com os investi-
mentos em viagens espaciais
259 e outro com aqueles que não
concordam. Estimular que de-
fendam seus pontos de vista,
mas que também prestem
10:10 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 259 Com relação aos ossos, explicar que 17/07/22
eles ten-
10:10

dem a perder cálcio, mineral que os forma, o que atenção aos argumentos dos
Ao abordar os danos causados pela ausência pode levá-los a se tornar fracos e quebradiços. colegas com opiniões contrá-
de gravidade, comentar que, nessa situação, o Comentar que estudos feitos nas viagens das rias às suas. Aproveitar a opor-
sistema cardiovascular tende a redistribuir o flu- missões Apollo 14 e Apollo 16, missões que fo- tunidade para reforçar que
xo sanguíneo dos membros inferiores aos mem- ram até a Lua após a Apollo 11, demonstraram devemos sempre respeitar opi-
um índice de perdas de minerais no osso calcâ- niões diferentes das nossas.
bros superiores e à cabeça, o que pode provocar
neo de 5% a 6%, que são valores muito acima
o aumento da pressão sanguínea na região, oca- do esperado, de 0,1% ao ano.
sionando problemas de saúde, como um aciden- Em relação aos efeitos sobre os rins, explicar
te vascular cerebral. aos estudantes que, com menor passagem de
259

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ORIENTAÇÕES
1. É um empreendimento científico que envolve diferentes disciplinas que visam responder a ques-
DIDÁTICAS tões como a origem da vida, seu futuro e se ela existe em outros locais no Universo, além da Terra.
2. a) Não, pois Marte não se localiza em uma zona habitável e, portanto,
até agora, tudo indica que é um planeta sem água no estado líquido.
ATIVIDADES • ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO. 4. a) O investimento em pesquisas e explorações espaciais que
buscam vida, no caso, em Marte; enquanto na Terra as atividades
As atividades desta seção mo- humanas que exploram os recursos estão destruindo a vida.
bilizam a habilidade EF09CI16. 1. O que é Astrobiologia? 4. b) Resposta pessoal.
4. c) O entendimento de que a exploração
1. A atividade tem o objetivo de 2. Leia a tirinha a seguir e responda às questões. espacial será essencial para a sobrevivência
verificar se os estudantes com- de nossa espécie a longo prazo. Outros

ADÃO
preenderam o que é Astrobio- argumentos seriam a
logia e qual é a importância propagação da vida pelo
Universo e a curiosidade
de seus objetos de estudo. Ao exploratória do ser
trabalhar com a questão, enfa- humano.
tizar à turma que as pesquisas
realizadas pela Astrobiologia
são de grande importância
para o conhecimento da vida ADÃO. [Acabo de
na Terra e para a compreensão encontrar vida em
Marte!!!]. O Mundo
de como poderia ser a vida em Maravilhoso de Adão
Iturrusgarai. [S. l.], 2003.
outros locais do Universo.
a) O contexto da tirinha refere-se à descoberta de vida no planeta Marte. Considerando o que
2. Aproveitar a oportunidade para você estudou, isso seria possível?
descaracterizar a representa-
b) Considerando as características da vida na Terra, cite alguns fatores que os cientistas procu-
ção da vida extraterrestre em ram em outros planetas para classificá-los como com potencial para abrigar vida.
Marte tradicionalmente feita
pela mídia, como representada 3. Ao estudar a zona habitável na galáxia, um estudante fez a seguinte afirmação: “A Terra
é o único planeta em que existe vida no Universo por causa de suas condições únicas
na tirinha por criaturas verdes.
de temperatura, que permitem a existência de água no estado líquido”. Você concorda
Dizer que boa parte das pesqui-
com o estudante? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
sas que buscam pela existên-
cia de vida em outros planetas 4. Analise a charge a seguir e responda às questões. 4. d) Resposta pessoal.
do Sistema Solar consideram a) O que é representado na charge?

JEAN GALVÃO/FOLHAPRESS
a possibilidade de se tratar de b) Essa charge pode ser interpretada como
formas de vida simples, como uma crítica à exploração espacial que
microrganismos. Sobre outros busca condições favoráveis à vida, con-
siderando que não exploramos o nosso
sistemas estelares, não é possí- planeta de forma a valorizar e a preser-
vel fazer afirmações. var a vida aqui existente. Você concorda
As atividades 2 e 3 visam reto- com essa crítica? Por quê?
mar as características necessárias c) Alguns cientistas apresentam argumentos
a um planeta ou a uma lua para favoráveis à exploração espacial, indepen-
dentemente de como vem sendo feita
que possam abrigar vida. Nesse
a exploração dos ambientes da Terra.
momento, retomar o conceito Explique alguns desses argumentos.
de zona habitável, local onde há d) Elabore uma tirinha, uma música ou um
maior chances de se encontrarem poema que mostre e contraste ambos
planetas e luas com essas carac- os entendimentos em relação à explo-
terísticas. Explicar aos estudantes ração espacial. Apresente o material GALVÃO, Jean. [Charge Marte e Amazônia]. Folha de S. Paulo,
que, até o momento, não há evi- produzido aos seus colegas. São Paulo, 28 jun. 2008.

dências de vida fora do planeta, 2. b) Existência de uma estrela estável, de vida longa; ser um planeta rochoso; ter água líquida em
mas a presença de gelo e a possi- 260 sua superfície; ter uma atmosfera semelhante à da Terra.

bilidade de que exista água líquida


por baixo das camadas de gelo,
como em Titã e Europa, trazem es- verificação de aprendizagem
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 260 dos estudantes so- tribuem para o desenvolvimento da compe- 17/07/22 10:10 D3-C

peranças aos cientistas de que se- bre as características locais que podem possibi- tência geral 7 e da competência específi-
jam encontrados microrganismos litar a existência de vida e sobre a definição de ca 5. O objetivo é retomar as diferentes posi-
extremófilos nesses locais. Além zona habitável. ções dos cientistas e da população em geral
disso, há possibilidade de que exis-
3. Nesta atividade, é possível que os estudantes com relação às viagens espaciais. Aproveitar a
tam planetas com características
considerem a possibilidade de que existam, oportunidade para reforçar que, independen-
semelhantes às da Terra em locais
em algum lugar do Universo, condições para temente de ser contra ou a favor de investi-
do Universo ainda desconhecidos.
a existência de vida similares às da Terra. mentos para as explorações, é preciso tomar
É possível utilizar estas duas
atividades como avaliação para 4. Esta atividade possibilita discussões que con- medidas e ações sustentáveis, a fim de reverter

260

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 260 30/08/22 13:56


possibilita o desenvolvimento
5. b) Problemas na produção de células de defesa do corpo; concentração dos fluidos corporais na parte da competência específica 6
superior do corpo; problemas de visão; mudanças na pressão sanguínea; alterações na coordenação motora, no
equilíbrio e na locomoção; perda de massa e força dos músculos esqueléticos; perda da densidade dos ossos; e da competência geral 4.
maior risco de desenvolvimento de cálculos renais; maior suscetibilidade a alergias.
5. Leia um trecho da reportagem a seguir e responda às questões. 5. A atividade tem o objetivo de
reforçar aos estudantes as al-
Missões de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas
terações fisiológicas sofridas
pelos astronautas durante as
Passar longos períodos no espaço não gera apenas atrofia muscular e reduções na
viagens espaciais.
densidade óssea nos astronautas, mas também parece ter efeitos duradouros no cérebro.
MISSÕES de longo prazo no espaço afetam cérebro dos astronautas. Diário da saúde, [s. l.], 14 out. 2021. Disponível 6. a) Zona habitável é a região ao
em: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=missoes-longo-prazo-espaco-afetam-cerebro-
astronautas&id=14978. Acesso em: 18 maio 2022. redor de uma estrela na qual
sua energia permite tempera-
a) Para você, que fatores, entre os quais você aprendeu, podem estar associados às alterações turas suficientes para a existên-
notadas no corpo dos astronautas? cia e a manutenção de água no
b) Cite algumas outras possíveis consequências para a saúde do ser humano após a permanência estado líquido em condições
no espaço por muito tempo. normais de pressão e tempera-
6. Gliese 581 é uma estrela que está a 20 anos-luz da Terra. O sistema planetário dessa estrela é tura, entre 0 °C e 100 °C. Além
constituído de seis planetas: Gliese 581 e, Gliese 581 b, Gliese 581 c, Gliese 581 g, Gliese 581 d disso, as características da at-
e Gliese 581 f, sendo alguns considerados habitáveis. A seguir, há um esquema da zona mosfera dos planetas na região
habitável no sistema planetário de Gliese 581, em comparação com o nosso Sistema Solar. também são importantes, pois
devem facilitar e possibilitar a

SELMA CAPARROZ
existência de água no estado
1
líquido.
b) Gliese 581 g, Gliese 581 d e
Gliese 581 c. Professor, consi-
Sol
derar, caso os estudantes res-
Massa da estrela (em massas solares)

Zona habitável pondam que Gliese 581 c não


se encontra na zona habitável.
e b c g d f
c) Não, pois a distância entre
a Terra e esse sistema plane-
Gliese 581
tário é muito grande. Além
disso, existem diversos efeitos
nocivos à saúde do ser huma-
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
Possível extensão da zona habitável no provocados pela exposição
IMAGENS FORA
relacionada a diversas variáveis prolongada à ausência de gra-
DE PROPORÇÃO.
vidade e à radiação do espaço,
0,1
para os quais ainda não há
0,1 1,0 10
Distância da estrela (AU)
tecnologia desenvolvida que
possa compensá-los.
Elaborado com base em: GALANTE, Douglas et. al. (org.). Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edição:
IAG/USP, 2016. p. 350.
Zona de habitabilidade do sistema planetário de Gliese 581, comparada à do Sistema Solar. #FICA A DICA, Professor
As escalas utilizadas no esquema não apresentam proporção. Para saber mais sobre Gliese,
a) O que é zona habitável? Respostas nas Orientações para o professor. acessar a reportagem disponível
b) Qual(is) planeta(s) do sistema planetário de Gliese 581 está(ão) classificado(s) na zona habitável? no link a seguir.
c) Com a tecnologia de que dispomos atualmente, seria possível realizar uma viagem tripulada
• POSSIBILIDADES cósmicas. Pes-
ao(s) planeta(s) habitável(is) do sistema planetário de Gliese 581? Justifique sua resposta.
5. a) Professor, espera-se que os estudantes citem a ausência de gravidade no espaço. Considerar correto se quisa Fapesp, São Paulo, ed. 136,
eles citarem a radiação e o fato de os astronautas ficarem na mesma posição na nave por muito tempo. 261 jun. 2007. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/possi
bilidades-cosmicas/. Acesso em:
as mudanças climáticas e de evitar o esgota- fendendo uma das opiniões sobre o 28/07/22
assunto. 30 jun. 2022.
10:10 D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 261 08:10

mento dos recursos no planeta. Incentivar a manutenção do respeito ao plura-


b) Avaliar os argumentos apresentados pelos lismo de ideias.
estudantes para a defesa de seus pontos de d) Na elaboração da tirinha, da música ou do
vista (concordância ou discordância da crítica) poema, os estudantes utilizarão outras lingua-
e orientá-los na realização da atividade. Caso gens, bem como outros conhecimentos, para
os estudantes tenham interpretações distintas se expressar, havendo, assim, a possibilidade
da charge, incentivá-los a compartilhá-las com de trabalho integrado com os componentes
a turma. Uma alternativa para esta questão é curriculares Arte e Língua Portuguesa, da área
direcionar dois grandes grupos, cada um de- de Linguagens. Dessa forma, esta atividade
261

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 261 29/08/22 22:36


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

O ASSUNTO É…
Se desejar, é possível orientar
O ASSUNTO É...
os estudantes a realizarem a ati-
vidade 3 da seção Ciência em
ação (página 267 do Livro do Spin-offs
Estudante) antes de trabalhar
esta seção. A atividade referida Diversas tecnologias foram criadas com o objetivo de garantir o
solicita que façam uma pesquisa sucesso de missões espaciais tripuladas, oferecendo aos astronautas condi-
sobre derivações de tecnologias ções seguras de sobrevivência no espaço. Muitas dessas tecnologias foram
adaptadas para uso em nosso cotidiano; elas são conhecidas como spin-
espaciais utilizadas em sua co-
-offs. Observe alguns exemplos.
munidade, analisando sua fre-
quência de uso. Ao finalizarem
o trabalho com a atividade, os
estudantes podem avaliar se as MONITOR CARDÍACO
O monitor cardíaco
tecnologias consideradas são as atualmente utilizado
ALIMENTOS LIOFILIZADOS
mesmas que as trazidas no info- Os alimentos liofilizados em hospitais derivou de
um sistema criado para
gráfico desta seção ou se são dis- apresentam baixíssimo teor de
monitorar os batimentos
PURIFICADOR DE ÁGUA água e devem ser hidratados
tintas, compartilhando-as, nesse O purificador de água utilizado no momento do consumo. Esse cardíacos dos astronautas
caso, com a turma. em residências derivou de um tratamento é interessante para em viagens espaciais.
sistema de filtros capaz de a conservação do alimento,
O infográfico presente nesta se- limpar as fontes de água de pois reduz a decomposição e
ção tem o objetivo de despertar a naves espaciais. a contaminação e aumenta
a estabilidade. Eles foram
curiosidade dos estudantes a res- desenvolvidos para alimentar
peito da exploração espacial e de astronautas durante viagens
aproximar o assunto do cotidiano espaciais longas.

deles, ao lhes mostrar que diversas


tecnologias que utilizamos atual-
mente originaram-se de pesquisas
científicas desenvolvidas para a
exploração do Universo.
Comentar com os estudantes
que o termo em inglês spin-off
significa desdobramento. No
contexto exemplificado no info-
gráfico, os spin-offs referem-se
às tecnologias que inicialmente
foram desenvolvidas para as ne-
cessidades das explorações espa-
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
ciais, mas que, posteriormente, POR SATÉLITES
deram origem a produtos com MATERIAIS NÃO INFLAMÁVEIS GPS, televisões, internet e
Os materiais não inflamáveis monitoramento do tempo, de
aplicações em nosso cotidia- queimadas e de desmatamentos
que constituem os uniformes
no. Boa parte dessas derivações dos bombeiros foram fabricados, são algumas das utilizações dos
ocorreram a partir do trabalho de inicialmente, para uso em trajes e satélites atuais.

grupos de pesquisa acadêmicos 262 naves espaciais.

ou de outras empresas.
Apresentar outro contexto em
que o termo spin-off costuma ser das por agências espaciais
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 262 que utilizamos em Comentários sobre as atividades 17/07/22 10:10 D3-C

utilizado, como para filmes e sé- nosso cotidiano, como o creme dental comes-
ries desenvolvidos a partir de ou- tível, utilizado para a higiene bucal de pacien- 1. Spin-offs são tecnologias desenvolvidas com
tros já existentes. Normalmente tes incapacitados, e o termômetro que mede a determinada finalidade, mas que acabam ten-
spin-offs de filmes ou séries são temperatura corporal em segundos, fabricado do aplicações em outra área também. Entre
produzidos para explorar uma utilizando-se a mesma tecnologia que mede o os exemplos que foram apresentados estão
nova narrativa a respeito de uma calor das estrelas. o purificador de água, o monitor cardíaco e
personagem que ganha notorie- Esta seção contribui para o desenvolvimento a espuma viscoelástica, derivadas de tecno-
dade do público. da competência específica 2, além de abordar logias desenvolvidas em programas e mis-
Comentar sobre outras tec- o tema contemporâneo transversal Ciência e sões espaciais. A atividade tem o objetivo de
nologias que foram desenvolvi- Tecnologia. levar os estudantes a interpretar o infográfico,
262

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 262 29/08/22 22:36


nitoramento ambiental e o
DETECÇÃO DE aperfeiçoamento do sistema
VAZAMENTO DE GÁS
Os instrumentos de detecção em tempo real do
TÊNIS ESPORTIVOS criados para identificar desmatamento no Brasil.
O solado de borracha de a presença de gás
metano em Marte (o que
alguns modelos de tênis
seria um indício de vida)
Para saber mais sobre o as-
esportivos foi fabricado com
base em um procedimento de auxiliam a detectar sunto, há informações no link
moldagem capaz de absorver vazamentos em ductos indicado no #FICA A DICA,
impactos. Esse procedimento de gás natural na Terra.
foi inicialmente realizado nas Professor.
ESPUMA VISCOELÁSTICA borrachas dos capacetes de
4. O objetivo desta atividade é

CRIS ALENCAR
A espuma viscoelástica astronautas.
atualmente utilizada em
travesseiros e colchões
que os estudantes conheçam
ortopédicos foi desenvolvida a origem de tecnologias que
para absorver impactos em são comuns em seu cotidia-
assentos de ônibus espaciais.
no, analisando comparativa-
mente a finalidade que pos-
suíam quando foram criadas
e a finalidade que passaram
PURIFICADOR DE AR
a ter posteriormente em nos-
O purificador de ar utilizado em sa sociedade. Caso não seja
residências e em estabelecimentos possível produzir um vídeo,
comerciais para eliminar eventuais
patógenos no ambiente derivou incentivá-los a produzir uma
de depuradores de ar criados apresentação utilizando slides
ÓCULOS DE SOL para eliminar a presença de gás
A tecnologia capaz etileno, responsável por acelerar e outras mídias digitais. Esta
de filtrar a radiação o amadurecimento de frutos. A atividade contribui para o de-
ultravioleta utilizada nas presença desse gás não é desejável
lentes de óculos de sol em viagens espaciais muito senvolvimento da competên-
foi derivada de cortinas longas, nas quais os astronautas cia geral 5 e da competência
de soldagem. Essas possivelmente precisarão cultivar
cortinas foram criadas em seu próprio alimento em estufas específica 6.
laboratórios espaciais para espaciais.
absorver, filtrar e dispersar
a radiação danosa #FICA A DICA, Professor
produzida em trabalhos Elaborado com base em: SPINOFF. Nasa. Para saber mais sobre a Agência
com laser e soldagem. Washington, D.C., [2019?]. Disponível em: https://
spinoff.nasa.gov/. Acesso em: 18 maio 2022. Espacial Brasileira, acessar o link a
seguir.
• Atividades NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
• AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEI-
RA. Brasília, DF, [2019?]. Site.
1 O que são spin-offs? Cite um exemplo. Resposta nas Orientações para o professor.
Disponível em: https://www.
2 A partir dos exemplos citados, é possível dizer que a Astronomia influencia o cotidiano da so- gov.br/aeb/pt-br. Acesso em: 30
ciedade humana? Por quê? Sim, pois para uma missão espacial, diversos estudos são realizados e muitos jun. 2022.
acabam propiciando o desenvolvimento de tecnologias que acabam por influenciar nosso cotidiano.
3 O Programa Espacial Brasileiro, desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), também con-
tribuiu com o desenvolvimento de novas tecnologias. Um exemplo é a produção de um aço leve e de
alta resistência. Esse material é utilizado nos trens de pouso de aviões comerciais, além de ter outras AVALIANDO
aplicações. Você sabia que, no Brasil, também há uma agência espacial? Qual é a importância disso? Durante o desenvolvimento dos
Resposta pessoal.
4 Forme um grupo com seus colegas e realizem uma pesquisa sobre outras duas tecnologias que Temas, é possível avaliar os conhe-
foram desenvolvidas para pesquisas espaciais, destacando qual foi sua finalidade inicial e qual cimentos dos estudantes. Neste
é sua utilização aqui na Terra. Com os resultados obtidos, produzam um vídeo e o compartilhem momento, sugerimos uma avalia-
em redes sociais ou no site da escola. Resposta pessoal. ção que compreenda os conteúdos
presentes em toda a Unidade 8,
ao longo da qual puderam desen-
263 volver e mobilizar as habilidades
EF09CI15 e EF09CI16. Ver orien-
tações sobre avaliações na página
XLVIII deste Manual do professor.
10:10 refletindo sobre como os estudos astronômi-
D3-CIE-F2-2104-V9-U8-LA-G24.indd 263 3. O objetivo deste questionamento é aproximar
17/07/22 10:10

cos contribuem não somente para ampliar o os estudantes da realidade brasileira sobre a
conhecimento científico sobre o Universo, Astronomia. Apesar de o Brasil não ter tantos
mas também para o desenvolvimento de no- recursos e tecnologias disponíveis quanto ou-
vas tecnologias. tros países, os pesquisadores brasileiros fazem
importantes contribuições para a Astrono-
2. Comentar que os estudos são voltados para au- mia. Ao trabalhar a atividade, comentar um
mentar as chances de sucesso das missões e a pouco mais sobre a Agência Espacial Brasilei-
segurança dos astronautas e que grande parte ra e seus programas, por exemplo, a missão
dessas tecnologias acaba gerando aplicações Amazônia 1, que prevê a construção de três
derivadas, ao que se denomina spin-offs. satélites de sensoriamento remoto para o mo-
263

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV2.indd 263 23/08/22 21:31


BNCC NA
CIÊNCIA EM AÇÃO
Competências
Gerais: 2, 4, 5, 7, 9 e 10
Específicas: 2, 3, 4, 5 e 8
CIÊNCIA EM AÇÃO
Habilidade
• EF09CI13
• Orientações gerais
Temas contemporâneos
transversais Forme um grupo com, no mínimo, seis integran- 5 Ao final de cada etapa, produzam um relatório
tes. Para executarem as atividades propostas, com os materiais e os procedimentos utilizados
• Educação ambiental organizem os membros do grupo conforme as na produção desenvolvida pelo grupo.
• Ciência e Tecnologia orientações a seguir.
DICA: Registrar as etapas possibilita identificar
Há comentários sobre como a habi- 1 Escolham um líder para o grupo. Ele deve acom- problemas com mais agilidade e achar solu-
lidade, as competências e os temas panhar o cronograma, dividir as tarefas, mediar ções. Algumas soluções podem ser replicadas
contemporâneos transversais podem a resolução de conflitos e incentivar os demais. com mais facilidade quando há um histórico
ser desenvolvidos no trabalho com a ATENÇÃO: a cada atividade, o líder deve ser registrado.
Ciência em ação na seção BNCC trocado.
6 Com a ajuda do professor, elaborem um cro-
na prática da página LXXVIII deste 2 Criem um nome e um logotipo para o grupo. nograma para a execução das tarefas e para a
Manual do professor. apresentação dos resultados.
3 Leiam as informações, procurem prever os
Sugestão de cronograma possíveis problemas e identificar momentos 7 A cada atividade, o líder deve organizar uma
• Atividade 1: 4 aulas em que a atividade pode ser decomposta em conversa para distribuir as tarefas e definir as
tarefas menores. Se as tarefas menores forem responsabilidades de cada integrante.
Aula 1: pesquisa e levantamento de divididas entre os participantes do grupo, a ati-
ideias. vidade pode ser resolvida mais rapidamente. logotipo: símbolo que representa
Anotem as dúvidas. uma empresa, instituição, produto,
Aula 2: elaboração dos mapas mentais. podendo ser formado por uma letra,
Aula 3: produção do manual digital 4 Elaborem uma lista de materiais necessários um grupo de letras ou uma imagem.
para cada atividade.
com instruções sobre como elaborar
mapas mentais.

SPEEDKINGZ/SHUTTERSTOCK.COM
Aula 4: produção do vídeo informativo
sobre o manual.
• Atividade 2: 3 aulas

Aula 1: análise dos dados e resolução


da situação-problema.
Aulas 2 e 3: elaboração de propostas
de redução de impactos ambientais e
produção do relatório.
• Atividade 3: 5 aulas

Aulas 1 e 2: pesquisa e seleção de


derivações de tecnologias espaciais
utilizadas no cotidiano e definição das Os trabalhos em grupo favorecem a mobilização de habilidades como comunicação, gestão de tempo,
estratégias que serão adotadas para o solução de problemas, autoconfiança e cooperação, habilidades muito procuradas por empresas de todos
os segmentos.
levantamento de dados e para a apre-
sentação dos resultados.
264
Aulas 3 e 4: levantamento e análise
dos dados referentes à frequência de
uso das tecnologias selecionadas.
habilidades como a identificação
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24.indd 264 e decomposição do o cronograma apresentado. É importante que 17/07/22 09:58 D3-C
Aula 5: elaboração do formato escolhi- de problemas, o reconhecimento de padrões e a todos tenham atribuições em todas as aulas, pos-
do para apresentação dos resultados. capacidade de raciocinar em algoritmos. Para mais sibilitando a participação ativa em todas as etapas.
informações sobre o pensamento computacional, O número de integrantes de cada grupo deve
ORIENTAÇÕES ver a página XXXVII deste Manual do professor. permitir a formação de duplas, trios ou quarte-
Antes de realizar a seção, sugere-se a leitura das tos, objetivando a divisão de tarefas. Essa dinâ-
DIDÁTICAS orientações gerais com a turma, para solucionar mica permite aprofundar o desenvolvimento da
O conjunto de atividades desta possíveis dúvidas. Dividir os estudantes em grupos competência geral 9.
seção oportuniza o desenvolvi- e orientá-los na escolha de um líder, que será al- Sugere-se que as aulas referentes às etapas
mento do pensamento computa- ternado entre as atividades, e no planejamento da de cada atividade sejam distribuídas ao longo do
cional, pois sua resolução envolve divisão de tarefas entre os integrantes, consideran- cronograma escolar, de forma que ocorram con-
264

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pas, conforme descrito no Livro
do estudante, com os seguintes
conceitos: matéria (relacionado aos
assuntos estudados na Unidade 1),
Atividade 1 • Mapa mental ondas mecânicas (relacionado aos
• Considere que... assuntos trabalhados na Unidade 2)
e ondas eletromagnéticas (relacio-
Uma Organização Não Governamental (ONG) educacio- # FICA A DICA nado aos assuntos da Unidade 3).
nal quer ensinar estudantes a produzirem mapas mentais para Sugere-se que, para a produ-
O mapa mental pode ser
ajudar em seus estudos. considerado uma técnica de ção do mapa mental da Unidade
Seu grupo deve desenvolver um manual digital que auxilie estudo. Leia algumas estra- 2, os estudantes trabalhem com
outros estudantes a produzir mapas mentais para estudar qual- tégias para organizar um
quer tema que queiram. mapa mental e onde encontrar os conceitos relacionados às ca-
O manual deve conter explicações sobre como elaborar aplicativos que facilitam sua racterísticas gerais das ondas.
criação. Em um segundo momento, os
um mapa mental, como utilizar essa estratégia para estudar
• NOVO, Benigno N. O que é estudantes podem partir dos três
e três exemplos de mapas mentais. O primeiro exemplo
um mapa mental? Para que
deve trazer os principais conceitos da Unidade 1 deste livro. serve? Passos para fazer mapas produzidos anteriormente
O segundo deve ser sobre os conceitos da Unidade 2; e o um. Jusbrasil. [S. l.], 23 ago. para produzir um único mapa que
último, sobre os da Unidade 3. Assim, os assuntos centrais serão: 2020. Disponível em: https:// abarque os conteúdos das Unida-
matéria, ondas sonoras e ondas eletromagnéticas. benignonovonovo.jusbrasil.com.
br/artigos/916473889/o-que- des 1, 2 e 3. O conteúdo sobre as
O manual digital deve ser um documento que possa ser
e-um-mapa-mental-para-que- características gerais das ondas
publicado na internet e que tenha, ao menos, um link para um serve-passos-para-fazer-um. pode ser utilizado para conectar
vídeo produzido pelo grupo para auxiliar na compreensão das • MELHORES aplicativos
instruções. Após a produção, o vídeo pode ser publicado em uma os conceitos das Unidades 2 e 3.
para criar mapas mentais.
rede social ou em uma plataforma de vídeos da internet, para Porvir. São Paulo, 15 jul. A elaboração do manual digi-
gerar um link ativo. O próprio manual digital pode ser inserido 2019. Disponível em: https:// tal pode ser feita em programas
porvir.org/melhores-aplicati
em redes sociais ou no site da escola. de edição de texto gratuitos. O
vos-para-criar-mapas-mentais/.
Para realizar esta atividade, acesse os links disponibilizados no Acessos em: 14 jun. 2022. documento pode conter os se-
#FICA A DICA. Se necessário, faça outras pesquisas sobre o assunto. guintes tópicos: o que são mapas
mentais (definição); elementos

BENTINHO
Comer e
hidratar-se
LEMBREM-SE: existem diversas maneiras de se construir um de um mapa mental (estrutura);
mapa mental. Escolham a maneira que mais agrade ao grupo.
como construir um mapa mental
(passo a passo e apresentação
Alongar-se
Corpo
Fazer pausas
curtas
Organizado dos exemplos dos mapas confec-
Tomar sol
cionados); e recomendações de
Iluminado
Fixar
links externos complementares
Ler livro sobre
outros assuntos
Mente horário
Tempo ao assunto. Caso essa estrutura
Silencioso ou Música calma
Ambiente
ambiente seja adotada, sugere-se que pro-
Conversar Foco nos
estudos
duzam um vídeo informativo so-
Objetivos
Arejado bre os três primeiros tópicos, de
modo que contribua para o en-
Organizar a
sequência do Offline Bloquear tendimento dos futuros leitores
estudo Desligar sites fora
celular do estudo do material produzido.
O vídeo pode ser gravado com
Priorizar o
que é mais a câmera dos celulares dos estu-
Como? Deixar
importante
Preparar computador
dantes e editado com o auxílio de
computador offline aplicativos gratuitos de edição de
Exemplo de mapa mental com o assunto central “foco nos estudos”.
vídeo, que permitem corte de ce-
nas, inserção de efeitos sonoros,
265 entre outros recursos.
Esta atividade oportuniza o
desenvolvimento das compe-
09:58 comitantemente ao trabalho com as Unidades
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24_AV1.indd 265 verificar se eles compreenderam o que19/07/22
são ma-
08:53
tências gerais 4 e 5.
do Livro do estudante às quais se relacionam. pas mentais, sanando eventuais dúvidas.
No momento reservado para o levantamento
ATIVIDADE 1 • MAPA MENTAL de ideias iniciais, orientar a turma sobre a melhor
maneira de planejar o modo como irão elaborar
Para a pesquisa de informações sobre mapas os mapas mentais (como será seu design, quais
mentais, verificar previamente a disponibilidade pontos serão destacados etc.) e a organizar a
da sala de informática da escola para possibilitar estrutura do manual digital (quais tópicos serão
aos estudantes o acesso à internet. Caso isso não abordados).
seja possível, orientar que realizem previamente Para a elaboração dos mapas mentais, em um
essa etapa em suas residências. Após a pesquisa, primeiro momento, sugere-se produzir três ma-
265

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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS

ATIVIDADE 2 • Atividade 2 • Análise ambiental


ANÁLISE AMBIENTAL
• Considere que...
Orientar os grupos a definirem
Você e seus colegas montaram uma startup ambiental e foram chamados para
o líder para esta atividade e a pla-
investigar denúncias de impactos ambientais que estariam sendo causados pelas
nejarem a divisão de tarefas entre
empresas X e Y em determinada região de sua cidade.
os integrantes.
Uma das empresas era acusada de poluir as águas de um rio e a outra, de retirar
Explicar aos estudantes o que madeira ilegalmente do ambiente para ser utilizada como combustível em suas máquinas.
é uma startup, utilizando o texto Para verificar esses casos, analise
a seguir como base. Localização das empresas X e Y a localização das indústrias e as áreas

BENTINHO
estudadas. Elas foram retratadas em
[...] Startup é um termo usado R1 dois momentos diferentes.
para classificar empresas novas e R2
R3 Para facilitar a investigação
que oferecem produtos inovado- R4
Reserva
R5 sobre a poluição das águas do rio
res. Normalmente, esses negócios florestal
estão ligados a soluções tecnoló-
R6 próximo às empresas, a área foi divi-
R7
gicas que tentam atender a algu- dida em 12 setores, indicados de R1
R8
ma necessidade do mercado. […] R9 R10 R11 R12
até R12. Em cada um desses setores,
foi analisada a quantidade de gás
GARRETT, Filipe. O que é startup? Entenda
o significado e como funcionam essas oxigênio dissolvida na água, indicada
empresas. Techtudo. [S. l.], 15 abr. 2020.
R1
em miligrama de oxigênio por litro de
Disponível em: https://www.techtudo.com.
R2 água (mg/L). Os dados obtidos foram
br/noticias/2020/04/o-que-e-startup-en R3
tenda-o-significado-e-como-funcionam-es Reserva R5
R4 comparados com os de uma análise
sas-empresas.ghtml. florestal semelhante feita anteriormente, no
R6
Acesso em: 30 jun. 2022.
R7 ano de 2013, quando as empresas
R8 ainda não estavam instaladas ali, con-
Os dados apresentados no Li- R9 R10 R11 R12
forme mostrado no gráfico a seguir.
vro do estudante são fictícios. Local de Área
Empresa X Empresa Y
Auxiliar os estudantes a analisá- coleta desmatada

-los, relacionando-os ao mapa Direção da correnteza


que traz a localização das empre- Fonte: Dados fictícios.
sas e as áreas de coleta de água. Gás Empresa
oxigênioX
dissolvido na águacoleta
Empresa Y
(mg/L)
Local de Área
desmatada
Para ajudá-los nessa etapa, verifi-

EDITORIA DE ARTE
Quantidade (mg/L)

car a disponibilidade do professor 10


Direção
9 8 9 8da 8correnteza
7,5 8 6 9 4,5 8 3 9 3 9 2,5 8 3,5 7 3 8 4 9 5

de Matemática para auxiliar a tur-


ma na interpretação dos dados. 0
R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12

Com relação à quantidade de 2013 2023 Fonte: Dados fictícios.


gás oxigênio dissolvido na água, Para avaliar os impactos possivelmente causados pelas empresas, foram utilizados os seguin-
os dados mostram que ela foi tes parâmetros gerais.
menor em 2023, se comparada a • Organismos aeróbicos expostos a 5 mg/L de gás oxigênio estão em condição estressante.
2013, ao longo de todos os pon- • Organismos aeróbicos expostos a menos de 2 mg/L acabam morrendo pela falta de gás oxi-
tos de coleta do rio. Além disso, gênio dissolvido na água.
é possível verificar que, em 2023, Para investigar a ameaça à fauna e à flora local, foi realizado um levantamento das espécies
houve uma considerável redução de vertebrados e de plantas presentes na região. Observe os dados a seguir.
a partir do ponto de coleta R5,
em que foram identificados valo- 266
res abaixo e/ou iguais a 5 mg/L de
gás oxigênio – condição estres-
sante aos organismos aeróbios. derado, populações de algumas
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24.indd 266 espécies podem apontar a empresa Y como responsável por eles. 17/07/22 09:58 D3-C

Considerando a proximidade da ter sido forçadas a migrar para outras localidades Considerar também os estudantes que aponta-
empresa X do ponto de coleta ou podem ter sido extintas localmente. Os dados rem ambas as empresas como responsáveis.
R5, os estudantes podem inferir também evidenciam que houve um aumento sig- Esta atividade contribui para o desenvolvi-
que ela foi responsável pela con- nificativo no número de espécies ameaçadas em mento da habilidade EF09CI13, além das com-
taminação da água. 2023, o que permite levantar a hipótese de que petências gerais 2, 7 e 10 e das competên-
Sobre a quantidade de espé- as operações das empresas X e Y representem fa- cias específicas 3, 5 e 8. Também é trabalhado
cies existentes na região, os da- tores de ameaça à existência de algumas popula- o tema contemporâneo transversal Educação
dos mostram que em 2023 foi ções encontradas no local. Essa análise não permi- ambiental.
menor que em 2013. Isso sugere te a inferência de qual empresa esteja ocasionan-
que, ao longo do período consi- do esses impactos, mas, por eliminação, pode-se
266

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 266 22/08/22 22:11


home”). Então, deve-se clicar
sobre os pontos de destaque em
azul para obter informações das
aplicações das tecnologias em
Levantamento de espécies na região (2013 e 2023)
cada um desses ambientes.
Ano 2013 2023 Com relação às estratégias para
Total de espécies Espécies Total de espécies Espécies o levantamento de dados, sugere-
encontradas ameaçadas encontradas ameaçadas -se a elaboração de um questio-
Aves 63 3 60 7 nário simples (impresso ou feito
25 1 25 1 à mão) com uma breve descrição
Mamíferos
de cada tecnologia e campos para
Répteis 15 1 13 1
assinalar a frequência de uso,
Anfíbios 7 0 5 3 além de espaços para anotar as
Peixes 34 2 28 10 principais ideias obtidas nas en-
Plantas 87 5 70 12 trevistas. O questionário e a entre-
vista podem ser feitos com mem-
Total 231 12 201 34
bros da família dos estudantes e
Fonte: Dados fictícios. com a comunidade escolar.
Independentemente da forma
A partir desses dados, montem um relatório que contenha:
de coleta dos dados, ressaltar que
a) uma discussão sobre os dados obtidos; é importante manter o anonimato
b) os possíveis impactos ambientais e a empresa responsável por cada um deles; dos participantes. Para isso, podem-
c) soluções para tentar reduzir os impactos ambientais. -se utilizar códigos ou nomes fictí-
cios. Sugerir que ao menos a idade
dos participantes seja revelada, am-
Atividade 3 • Tecnologia ao nosso redor pliando, assim, as possibilidades de
• Considere que... análise dos dados (é possível fazer
uma análise por faixa etária, por
Com o objetivo de incentivar as pesquisas espaciais,
cientistas gostariam de saber quais tecnologias inicial-
# FICA A DICA exemplo, identificando as tecno-
logias mais utilizadas entre jovens,
mente desenvolvidas para a exploração espacial estão Sobre as aplicações das tecnologias
espaciais em nosso cotidiano, acesse:
adultos e idosos).
atualmente presentes no cotidiano das pessoas e com Destaca-se que o objetivo des-
que frequência elas são utilizadas. Como parâmetro para • BRASIL. Agência Espacial Brasileira.
Aplicações espaciais. Brasília, ta atividade não é expor a realida-
a “frequência de uso”, esses cientistas estabeleceram os DF: AEB, 2020. Disponível em: de estudantil, visto que alguns es-
seguintes critérios: ht tps://www.gov.br/aeb/pt-br/
programa-espacial-brasileiro/
tudantes podem não ter acesso a
• Pouco: menos de uma vez por semana;
aplicacoes-espaciais. Acesso em: 14 algumas das tecnologias em suas
• Razoável: entre uma e duas vezes por semana; jun. 2022. residências, mas permitir que
• Frequente: entre três e cinco vezes por semana; • INOVAÇÕES do setor de exploração avaliem a frequência de uso delas
• Diário. aeroespacial que você usa no
dia a dia. Museu WEG da ciência pela comunidade em que vivem.
Como seu grupo poderia realizar essa tarefa, e tecnologia. Jaraguá do Sul, 28 Esta atividade contribui para
utilizando o parâmetro descrito? Conversem entre si e ela- fev. 2022. Disponível em: https:// o desenvolvimento das compe-
borem uma estratégia para o trabalho. Combinem também museuweg.net/blog/inovacoes-do-
setor-de-exploracao-aeroespacial- tências gerais 2 e 4 e das com-
a maneira como os resultados serão apresentados. Uma que-voce-usa-no-dia-a-dia. Acesso petências específicas 2, 3 e 4.
sugestão é selecionar quais tecnologias serão consideradas em: 14 jun. 2022. Também é trabalhado o tema
no levantamento e entrevistar diferentes pessoas de seu
contemporâneo transversal Ciên-
bairro sobre a frequência com que as utilizam.
cia e Tecnologia.
267 #FICA A DICA, Estudante
O link a seguir mostra aplicações
de tecnologias espaciais no coti-
09:58 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24_AV2.indd 267 da escola para possibilitar aos estudantes o aces-
19/07/22 21:34
diano.
so à internet, ou realizar previamente essa etapa
• TRACE space back to you: have
em suas residências.
ATIVIDADE 3 • TECNOLOGIA you ever wondered how space
Além das sugestões de pesquisa presentes no exploration and research impact
AO NOSSO REDOR Livro do estudante, é possível recomendar o uso your daily life? Nasa Home and
Orientar os grupos a definirem o líder para a do simulador indicado no boxe #FICA A DICA, City. Washington, D. C., 2022.
atividade e a planejarem a divisão de tarefas en- Estudante. Como ele está em inglês, sugere-se Disponível em: https://homean
tre os integrantes. que o professor de Língua Inglesa seja convidado dcity.nasa.gov. Acesso em: 30
Para a pesquisa das derivações de tecnologias para auxiliar com a exploração do simulador. Ao jun. 2022.
espaciais utilizadas no cotidiano, verificar previa- acessar o link, é preciso escolher entre as opções
mente a disponibilidade da sala de informática “cidade” (“explore city”) ou “casa” (“explore
267

D2-F2-2104-CIE-V9-U8-FINAIS-MP-238-272-G24_AV1.indd 267 22/08/22 22:11


ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
OUTRAS MANEIRAS DE
APRENDER OUTRAS MANEIRAS
Visitar DE APRENDER
As sugestões de visita apre-
sentadas possibilitam que os es- A seguir, há sugestões de locais de visita, filmes e livros com conteúdos que
tudantes ampliem o aprendizado contemplam o que você estudou neste livro.
dos conteúdos trabalhados ao
longo deste Volume. Visitar
Ao visitar centros de ciências
• Centro de Ciências da • Monumento Natural Estadual das
e museus cujas exposições se
Universidade Federal de Juiz Fora Árvores Fossilizadas
relacionam a temáticas relati- Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Praça Bielândia, a 50 km de Filadélfia (TO).
vas a transformações químicas Cívica do campus da Universidade Disponível em: https://pit.turismo.
e físicas, ondas sonoras e ondas Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora to.gov.br/pt/atracoes/filadelfia/natureza/
eletromagnéticas, pode-se apro- (MG). Disponível em: https://www2.ufjf. monaf-monumento-natural-das-arvores-
fundar o trabalho com objetos br/centrodeciencias/. fossilizadas-do-tocantins.
do conhecimento da unidade te- • Museu Interativo da Física – • Observatório Astronômico – UESC
mática Matéria e energia do 9o UFPA Rodovia Jorge Amado, km 16, bairro
ano da BNCC. Av. Augusto Correa, 1, Campus Básico Salobrinho, Ilhéus (BA) Disponível em:
do Guamá, Belém (PA). Disponível em: https://www.oauesc.org/.
Ao visitar museus cujas expo-
https://www.minf.ufpa.br/. • Planetário de Vitória – UFES
sições se relacionam à Genética
• Museu Virtual da Evolução Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras,
e à evolução dos seres vivos, bem
Humana Vitória (ES). Disponível em: https://www.
como Unidades de Conservação, é ufes.br/planet%C3%A1rio.
Rua do Matão, 277, Cidade Universitária,
possível abordar objetos do conhe- São Paulo (SP). Disponível em: https:// • Planetário – UFSM
cimento da unidade temática Vida evolucaohumana.ib.usp.br/. Praça Santos Dumont, prédio 45,
e evolução do 9o ano da BNCC. • Parque Nacional da Chapada dos Cidade Universitária, Santa Maria (RS).
Por fim, ao visitar Observató- Guimarães Disponível em: https://www.ufsm.br/
rios e Planetários, pode-se am- Rodovia Emanuel Pinheiro, MT-251, orgaos-suplementares/planetario/.
pliar o trabalho com objetos do km 50, Chapada dos Guimarães,
conhecimento da unidade temá- Cu i a b á ( M T ). D i s p o n í v e l e m:
tica Terra e Universo do 9o ano ht t p s: // w w w.i c m b i o.g o v.b r/ p a r na
guimaraes/guia-do-visitante.html.
da BNCC. (Acessos em: 14 jun. 2022.)
Se desejar, realizar uma visi- A Cachoeira Véu de Noiva, formada pelo rio Coxipó, tem
ta conjunta com a turma. Para 86 m de queda livre e é o principal ponto de visitação do
isso, verificar se a instituição de Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT).
interesse tem um site para obter
REISEGRAF.CH/SHUTTERSTOCK.COM

informações sobre como fazer o


agendamento de visitas, como
os exemplos indicados no Livro
do estudante, ou mesmo se
apresentam uma visita on-line
interativa. Uma vez agendada, é
preciso solicitar a autorização dos
pais ou responsáveis pelos estu-
dantes. Alternativamente, pode-
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-se recomendar que eles visitem
esses locais acompanhados de
seus responsáveis, oportunizando AMPLIANDO
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uma atividade em família. Orientar os estudantes a levarem consigo um ce- pedir que tentem relacionar os conteúdos estudados
Uma sugestão de atividade a lular para registro de imagens e sons e um caderno em sala de aula com os ambientes visitados.
ser desenvolvida durante a visita a para anotações. Durante a visita, dizer para fotogra- Como forma de avaliação, os estudantes podem
esses locais está descrita na seção farem ou gravarem, por meio de vídeos ou áudios, os produzir um relatório digital que descreva os locais
ambientes que conhecerem e os objetos e/ou seres visitados, o que aprenderam durante a visita e o que
Ampliando.
vivos que observarem. Solicitar, ainda, que façam mais lhes chamou a atenção, além de sentimentos ou
registros das informações fornecidas pelo guia do impressões pessoais. No material, eles podem anexar
local ou disponibilizadas em painéis ou placas e que as fotografias tiradas ou os vídeos e áudios gravados,
anotem tudo o que considerarem relevante. Também caso o relatório seja digital.

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envolvem a inclusão social, pre-
sentes na Unidade 4. Há também
o filme Criação, cuja apresenta-
ção pode ser feita ao trabalhar as
Assistir contribuições de Charles Darwin
• Césio 137 − O brilho da morte, de Luiz Eduardo Jorge. Brasil: 2003. (25 min). à consolidação do pensamento
O documentário retrata o maior acidente radioativo da história do Brasil, em que evolutivo, temática vista na Uni-
dois catadores de resíduos sólidos encontram Césio 137 de um aparelho radiológico. dade 5. Já a animação Wall-e,
Passado de mão em mão, o elemento químico, que brilhava no escuro, contaminou pode ser exibida após o trabalho
centenas de moradores. com a sustentabilidade, assunto
• Uma dobra no tempo, de Ava DuVernay. Estados Unidos: Whitaker Entertainment da Unidade 6 deste Volume.
Pictures, 2018. (109 min). Com relação aos objetos de co-
Dr. Murry, com seu incrível conhecimento de física, consegue desenvolver um dispositivo nhecimento da unidade temática
que transforma ondas sonoras em ondas e luz; essa invenção cria uma instabilidade
Terra e Universo do 9o ano da
temporal que gera uma dobra no espaço, ocasionando a abertura de um portal para
outros planetas.
BNCC, sugere-se a apresentação
do filme Geração Marte após a
• Extraordinário, de Stephen Chbosky. Estados Unidos: Paris filmes, 2017. (113 min).
abordagem de assuntos relativos
Auggie Pullman apresenta alterações no formato de seu rosto por causa de uma síndrome
genética que afeta o desenvolvimento dos ossos. Por alguns anos de sua vida, ele foi
à exploração espacial, presen-
educado em casa, por seus pais. Aos 10 anos de idade, ele começa a frequentar uma te na Unidade 8 deste Volume.
escola regular, onde terá novas experiências. O filme destaca questões relacionadas à Além dele, pode-se exibir o filme
discriminação, ao preconceito e à inclusão social, sobretudo escolar. Perdido em Marte ao discutir as
• Criação, de Jon Amiel. Inglaterra: Recorded Picture Company (RPC), 2009. (108 min). questões que envolvem a viabi-
Charles Darwin tem alguns bloqueios para analisar os dados coletados durante a expedi- lidade da sobrevivência humana
ção que fizera ao redor do mundo, o que dificulta a redação de sua obra A origem das fora da Terra, temática também
espécies. Esses bloqueios se relacionam às crises que enfrenta por causa da morte de sua explorada na Unidade 8.
filha, Anna, e ao dilema oriundo de suas crenças religiosas. Os filmes podem ser exibidos
• Wall-e, de Andrew Staton. Estados Unidos: Pixar Animation Studios, 2008. (98 min). ao longo de duas aulas. Caso
As ações não sustentáveis dos seres humanos foram responsáveis pela destruição do não seja possível, uma alternati-
planeta Terra, tornando-o inadequado à existência de vida. Por isso, a humanidade passa va é selecionar previamente tre-
a viver em uma gigantesca nave no espaço. O plano era que esse retiro perdurasse por
chos relevantes de cada filme, re-
alguns anos, enquanto robôs realizassem a limpeza do excesso de entulhos que recobria
a superfície do planeta. Durante seu trabalho, o último desses robôs, Wall-e, depara-se
comendando que os estudantes
acidentalmente com uma planta, o que deixa os seres humanos esperançosos para retomar assistam aos vídeos completos
sua vida na Terra. em suas residências em momen-
• Geração Marte, de Michael Barnett. Estados Unidos: Netflix, 2017. (97 min). tos posteriores. Uma sugestão
O documentário mostra o treinamento de adolescentes que desejam ser astronautas em de atividade para trabalhar com
um acampamento educacional nos Estados Unidos. O treinamento é direcionado à explo- filmes está descrita na seção
ração do planeta Marte. Ampliando.
• Perdido em Marte, de Ridley Scott. Estados Unidos: 20th Century Fox, 2015. (144 min).
Uma forte tempestade atinge Marte durante uma exploração por um grupo de astronau- AMPLIANDO
tas, o que obriga o cancelamento da missão. O grupo é forçado a retornar à Terra sem Solicitar que os estudantes pro-
um de seus membros, Mark Watney, que foi dado como morto. Watney, no entanto, está duzam uma resenha crítica de um
vivo. Sozinho e com poucos recursos, ele precisa lutar por sua sobrevivência no planeta dos filmes trabalhados, na qual
marciano, utilizando seus conhecimentos para produzir alimentos, água e gás oxigênio, e terão que descrever e analisar o
tentar se comunicar com a Terra para um possível resgate. enredo assistido. Pedir que corre-
lacionem algumas cenas ao conte-
údo estudado em aula. A resenha
crítica pode ser utilizada como
269 parte da avaliação do aprendizado
dos estudantes sobre os respecti-
vos conteúdos abordados.
Césio 137 – o brilho da morte, após a17/07/22 Verificar a disponibilidade de um
09:58 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
D3-CIE-F2-2104-V9-FINAIS-LA-G24.indd 269 aborda-
09:58
trabalho com o docente de Língua
gem do contexto histórico relativo à descoberta
Portuguesa e/ou Arte em atividades
Assistir da radioatividade, estudado na Unidade 3 deste
com filmes, para a interpretação ar-
As sugestões de filmes apresentadas opor- Volume. Além dele, sugere-se o filme Uma do- tística ou produção textual.
bra no tempo, que pode ser apresentado du-
tunizam a ampliação do aprendizado dos estu-
rante o trabalho com ondas eletromagnéticas,
dantes sobre os conteúdos trabalhados ao lon- conteúdo também presente na Unidade 3.
go deste Volume. Com relação aos objetos de conhecimento da
Com relação aos objetos de conhecimento unidade temática Vida e evolução do 9º ano da
da unidade temática Matéria e energia do 9o BNCC, sugere-se a apresentação do filme Extra-
ano da BNCC, sugere-se a apresentação do filme ordinário, após o trabalho com questões que
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ORIENTAÇÕES
DIDÁTICAS
Ler
Ler
As sugestões de livros apresen-
• Elemento incomum, de Richarde Guerra. São Paulo: Valores

EDITORA VALORES EDITORIAL


tadas oportunizam a ampliação
Editorial, 2021.
do aprendizado dos estudantes
Essa história em quadrinhos conta a jornada de autoconhecimento do
sobre os conteúdos trabalhados jovem Hidrogênio, que quer descobrir suas origens. Nesse livro, você
ao longo deste Volume. poderá aprender mais sobre a tabela periódica de uma maneira divertida.
Os livros Elemento inco-
mum, A colher que desapare-
• A colher que desaparece: e outras histórias reais de loucura, amor e

EDITORA ZAHAR
ce: e outras histórias reais de morte a partir dos elementos químicos, de Sam Kean. Rio de Janeiro:
loucura, amor e morte a par- Zahar, 2011.
tir dos elementos químicos Nesse livro, o autor nos guia por uma incrível história desde a descoberta
e As cientistas: 50 mulheres do átomo, a organização da tabela periódica e a criação de elementos
que mudaram o mundo po- artificiais a como alguns elementos revolucionaram nossa vida.
dem ser sugeridos como leitura
complementar a objetos de co- • As cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo, de Rachel

EDITORA BLUCHER
nhecimento relativos à unidade Ignotofsky. São Paulo: Blucher, 2017.
temática Matéria e energia do Conheça as importantes contribuições de 50 mulheres à ciência e à tec-
9o ano da BNCC, estudados ao nologia, desde a antiguidade até a contemporaneidade.
longo das Unidades 1, 2 e 3 deste
Volume. • Novos dinos do Brasil, de Luiz Eduardo Anelli. São Paulo: Peirópolis,

EDITORA PEIRÓPOLIS
Recomendar a leitura dos li- 2020.
vros Novos dinos do Brasil e Nesse livro, você vai conhecer algumas das espécies de dinossauros
Um dia, um rio como forma de que existiam no Brasil há milhões de anos, bem como a história de sua
aprofundar o trabalho com ob- descoberta.
jetos de conhecimento perten-
centes à unidade temática Vida • Um dia, um rio, de Leo Cunha. São Paulo: Pulo do Gato, 2016.

EDITORA PULO DO GATO


e evolução do 9o ano da BNCC, O livro retrata a consequência da negligência com o meio ambiente, de
vistos durante o estudo das Uni- forma a ilustrar a voz de um rio indefeso e morto por um dos maiores
dades 4, 5 e 6 deste Volume. desastres ambientais que aconteceram no Brasil: o rompimento de uma
barragem de resíduos de uma mineradora.
Sugere-se a leitura dos livros
Histórias da terra e do céu e
Contato como ampliação da • Histórias da terra e do céu, de Douglas Tufano. São Paulo: Moderna,

EDITORA MODERNA
abordagem de objetos de co- 2014.
nhecimento da unidade temática Conheça histórias mitológicas de povos indígenas brasileiros sobre fenô-
Terra e Universo do 9o ano da menos que ocorrem na natureza e no Universo.
BNCC, estudados ao longo das
Unidades 7 e 8. • Contato, de Carl Sagan. São Paulo: Companhia de Bolso, 2008.

EDITORA COMPANHIA DE
BOLSO
Orientar que os estudantes fa- Esse romance nos coloca em dúvida quanto a tudo que conhecemos,
çam a leitura dos livros em suas mostrando que vida extraterrestre não é sinônimo de homenzinhos
residências e marcar uma data verdes vivendo em Marte.
para uma discussão sobre eles
durante a aula. Alternativamen-
te, pode-se realizar a atividade
descrita na seção Ampliando. 270

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Pedir aos estudantes que produzam um resumo


do livro lido, destacando o que mais lhes chamou
a atenção (uma cena em específico, alguma perso-
nagem, a forma de escrita do autor etc.). Solicitar
também que apontem de que modo a leitura do
livro contribuiu para seu aprendizado. Esse material
pode ser utilizado como instrumento avaliativo.
Verificar a disponibilidade do docente de Língua
Portuguesa para auxiliar a turma nessa atividade.

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química: questionando a vida
moderna e o ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018.
Apresenta princípios de Química, como estados físicos da matéria, átomos e moléculas, reações quí-
micas e outros.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII
da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e
dá outras providências. Brasília, DF: Vice-presidência da República, 2002. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm. Acesso em: 14 jun. 2022.
Lei que determina o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, definindo suas cate-
gorias e atividades permitidas em cada uma delas.
BROWN, Theodore L. et al. Química, a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2016.
Discorre sobre diversos assuntos relacionados à Química, entre eles mudanças de estado físico,
modelos atômicos, estrutura atômica, tabela periódica, reações químicas, equações químicas e
balanceamento.
EXOPLANETS. Nasa. Washington, D.C., 9 jul. 2022. Disponível em: https://exoplanets.nasa.gov/.
Acesso em: 14 jun. 2022.
Site da Nasa que apresenta dados atualizados sobre os exoplanetas descobertos (confirmados e can-
didatos).
GALANTE, Douglas et al. Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edição:
IAG/USP, 2016.
Apresenta fundamentos da Astrobiologia, além de discussões fundamentadas sobre temas perten-
centes à área, como origem da vida, zonas habitáveis e busca por vida fora da Terra.
GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 2016.
Discorre sobre conceitos e fundamentos relativos à Genética, como genes e alelos, genótipo e fenóti-
po, padrões de herança monogênica e heredogramas.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: gravitação, ondas
e termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 2.
Apresenta fundamentos de gravitação, ondas e termodinâmica, como tipos de onda, suas proprieda-
des e som.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física mo-
derna. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 4.
Apresenta fundamentos de Óptica e Física Moderna, como ondas eletromagnéticas e espectro eletro-
magnético.
MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Aborda aspectos da Microbiologia, como as contribuições de Louis Pasteur à refutação da geração
espontânea.
MAYR, Ernst. O que é a evolução. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
Aborda aspectos relacionados à evolução dos seres vivos, como um breve histórico do evolucionismo,
as principais contribuições de Lamarck e de Darwin ao pensamento evolutivo e evidências da evolução.
PICAZZIO, Enos (ed. coord.). O céu que nos envolve: introdução à astronomia para educadores
e iniciantes. São Paulo: Odysseus, 2011.
09:58 Aborda assuntos relativos à Astronomia, entre eles leituras do céu feitas por diferentes civilizações e
um histórico dos modelos cosmológicos.

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PIERCE, Benjamin A. Genética: um enfoque conceitual. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2016.
Discorre sobre conceitos relativos à Genética Clássica, como os princípios básicos da hereditariedade,
análise de heredogramas e exames genéticos, à Genética Molecular, como a estrutura do DNA, e à
Genética de Populações.
REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
Uma síntese detalhada dos assuntos que compõem os principais ramos da Biologia, como Genética,
Evolução e outros.
RICKLEFS, Robert; RELYEA, Rick. A economia da natureza. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.
Discorre sobre temas relativos à Ecologia, entre eles a conservação da biodiversidade.
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
Apresenta aspectos anatômicos e fisiológicos dos sistemas que compõem o corpo humano, entre eles
os órgãos dos sentidos, como o olho.
SNUSTAD, D. Peter; SIMMONS, Michael J. Fundamentos de genética. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
Aborda fundamentos da Genética, entre eles os experimentos de Mendel e os princípios básicos da he-
rança mendeliana, além do cariótipo humano e de síndromes genéticas.
SOLAR System Exploration. Nasa. Washington, D.C., [2019?]. Disponível em: https://solarsystem.
nasa.gov/. Acesso em: 14 jun. 2022.
Site da Nasa que detalha as características do Sistema Solar, como sua estrutura, seus componentes
e outras.
WHAT does it mean to be human? Smithsonian National Museum of Natural History.
Washington, D.C., 2022. Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/
species. Acesso em: 14 jun. 2022.
Aborda características e aspectos evolutivos de diferentes espécies de hominínios.
WILLIAMS, David R. Planetary Fact Sheet: Metric. Nasa. Greenbelt, 27 dez. 2021. Disponível em:
https://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/. Acesso em: 14 jun. 2022.
Site da Nasa que apresenta dados métricos sobre os planetas do Sistema Solar.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: termodinâmica e ondas. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2015.
Trata de conceitos e fenômenos físicos relacionados a termodinâmica e ondas, entre eles ondas mecâ-
nicas e suas propriedades.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 14. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2015.
Trata de conceitos e fenômenos físicos relacionados ao eletromagnetismo, entre eles ondas eletro-
magnéticas e espectro eletromagnético.

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Ciências
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIAS

ISBN 978-85-96-03668-9

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