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1. A questão: Como sempre acontece entre nós, uma importante questão estratégica foi
aflorada por parte da imprensa nacional, de forma muito rápida, sendo que a grande maioria da
imprensa e, por conseqüência do público, nem tomou conhecimento do caso:
pesquisa sobre o nível de resposta aos testes de QI, em todo o mundo, realizada pelos
pesquisadores Richard Flvnn professor emérito de psicologia da Universidade de Ulster
e professor Tatu Vanhanen, da Universidade de Tampere, na Finlândia, mostraram que
os níveis de Q.I. , na América Latina são muito baixos.
A tabela do referido estudo, divulgado em Londres, indica que a média de Q.I. na
América Latina é 85, sendo que o Brasil ficou classificado com a média 87.
1. Japão QI 110
2. Coréia do Sul QI 106
3. Alemanha QI 103
4. Suíça QI 101
5. Inglaterra QI 100
6. Austrália QI 99
7. EUA QI 98
8. China QI 98
9. França QI 97
10. Espanha QI 96
11. Argentina QI 96
12. Portugal QI 91
13. Israel QI 90
14. México QI 88
15. BRASIL QI 87
16. Iraque QI 87
17. Cuba QI 85
18. Índia QI 82
19. África do Sul QI 72
20. Nigéria QI 69
Fontes: O Estado de São Paulo – 10/11/2003
Veja - 19/11/2003.
2. Tendência histórica
Para quem acompanha estas importantes questões estratégicas, esta nova pesquisa só veio
confirmar o que já se sabia e reforçar a necessidade de providenciarmos, urgentemente, por uma
melhoria do nosso sistema de educação e - igualmente - por uma melhoria drástica na qualidade de
nosso sistema de comunicação de massa.
Com efeito, a mesma revista Veja já tinha publicado a seguinte nota, há mais de vinte
anos atrás, em seu número 721 (1982).
1. Japão QI 111,0
2. Holanda QI 109,4
3. Alemanha QI 109,3
4. Polônia QI 108,3
5. Itália QI 103,8
6. Portugal QI l02,6
7. Espanha QI 100,3
8. EUA QI 100,0
9. Grécia QI 99,4
10. França QI 96,1
“o ano letivo no Japão é de 243 dias, com seis aulas diárias de 48 minutos cada uma
e a obrigatoriedade escolar é de nove anos e são dadas aulas, inclusive aos sábados.
Isto eqüivale a dois meses a mais do que o ano escolar de 180 dias em países como o
Brasil e os Estados Unidos. Levando em consideração, também, a duração do dia
escolar, conclui-se que uma criança japonesa durante os 12 anos da escola de 1º e 2º
grau, quando comparado ao americano, recebe, na verdade, o equivalente a 4 -
quatro - anos a mais de escolarização: (p. 79).
Na época, o cálculo indicava, ainda, que os japoneses tinham férias muito mais curtas que
os americanos, que as tem mais curtas, ainda, que os brasileiros...
Lembremos que o Brasil, até recentemente, tinha um ano escolar de 180 dias,
recentemente aumentado para 200 dias.
Não é o caso de recomendar um ano escolar para o Brasil igual ao japonês, mas sem
dúvida, tal carga escolar, mais o uso de equipamento eletrônico, mais alimentação, ambiente
familiar, ótimo quadro de professores, etc, ajudam a explicar esta questão, em parte.
Outra questão é o problema genético, que iremos comentar em maiores detalhes mais
adiante.
Por enquanto, basta a seguinte citação:
4. O que é o QI.
Naturalmente, devemos agora indagar sobre o que é o QI. Existe muito preconceito em
torno desta questão e alguns, mal informados, dizem que os testes não tem valor, são muito antigos
e outras bobagens mais.
Os estudos mais sérios e completos sobre o assunto, afirmam, sempre, que a genética e
responsável por mais da metade da inteligência, que é um fator herdado, como qualquer outro, em
nossa natureza.
Não queremos esgotar este assunto e preferimos, nesta reunião de final de ano, deixar o
dado principal para os integrantes destas reuniões e sugerimos que realizem suas próprias leituras.
Neste sentido, o livro “ O grande debate sobre a inteligência”, que reuniu H.J. Eysenck (
genética ) e Leon Kamin ( ambientalista ) deve ser procurado e lido com muita atenção. Saiu pela
Universidade de Brasília Editora, em 1981.
Mais recentemente, muitos estudiosos se encantaram com a especulação de Howard
Gardner, sobre o que ele chama de inteligência múltipla, ou seja, que existiria uma inteligência
musical, uma outra espacial, etc, além das conhecidas lógico-matemáticas-linguísticas.
A questão, entretanto e como sempre, permanece sendo a validade do QI clássico por uma
razão muito simples:
Assim, até podem existir, no limite, outras inteligências, digamos assim, mas elas não
criam o sistema tecnológico, científico, industrial e de conhecimento que criam a riqueza e o
poderio do Ocidente. Logo tais outras “inteligências múltiplas” ou o que se queira, são irrelevantes,
quando de trata de desenvolvimento econômico, criação de riqueza e administração social capaz de
distribuir esta riqueza da forma mais eqüitativa possível, compensando as deficiências individuais
ou, ainda de classes sociais.
Por uma questão de “politicamente correto”, entretanto, tanto os testes de QI , como a
herança genética da inteligência, não gozam de popularidade entre pedagogos, sociólogos e,
mesmo, entre psicólogos. Todavia, e uma questão mais do domínio da biologia e, dentro deste
campo, dos geneticistas
Num trabalho bastante recente, o professor Nílson José Machado, rapidamente, lembrou
que : “de modo geral, porém, para o baixo número de crianças examinadas, os resultados da
comparação foram absolutamente não conclusivos, o que levanta questões interessantes sobre as
hipóteses de Gardner... as críticas de Gardner ao fato de a escola privilegiar no máximo duas das
componentes de seu espectro, ainda que permaneçam pertinentes, podem ressaltar bastante
enfraquecidas, a partir de tal alargamento nas concepções...” (p. 103 de “Epistemologia e Didática”,
Corte: Editora, SP, 1999, 2º ed. ,).
Prof. Fernando G. Sampaio -4
-
ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLÍTICA E ESTRATÉGIA
Reunião Mensal de Atualização e Debate – 18/12/2003
QI
5. Definições:
E vamos tratar de examinar, agora, um trecho do relato sobre a tabela de QI que revelou a
posição muito fraca do Brasil:
6. Como mudar?
E preciso pensar em termos de agir contra esta situação. O que poderíamos colocar, como
resposta?
Não podemos mudar a genética, a herança, a historia ou a geografia. Mas podemos
mudar, isto sim, a qualidade em educação e outros indicadores ambientais.
Ainda que o ambiente tenha 20+ ou 30% de influência sobre o desenvolvimento da
inteligência, a verdade é que um ganho de 20% ou 30% é muito! Significaria um aumento médio do
QI entre 88,74 a 89,61 pontos!
Subiríamos de patamar, ficando entre Israel e México, ou seja, de l5º para 14º, quem sabe,
até mais?
Se, pela hipótese do meio uterino, 20% da inteligência viessem do tempo de gestação
(quando o cérebro de organiza ), uma melhoria nas condições de pré-natalidade poderia aumentar
em mais um outro ponto a média do QI.
A questão é, entretanto, difícil. A alimentação da maior parte da população e suficiente,
mas é inadequada e a moda, entre as mulheres jovens e das classes populares ( que tem mais filhos )
é fumar e continuar a fumar durante o processo de gestação.
Como se sabe, a cada tragada, o feto perde irrigação sangüínea, afetando o
desenvolvimento das células cerebrais, até causando queima de muitas delas...
De qualquer forma, o QI só poderá ser aumentado pela ação da população, por um esforço
nacional, nestes dois pontos:
É óbvio que o QI precisa, também, de estimulação e alimentação. Isto caberia aos meios
de comunicação de massa. Se continuarmos inundados pelas rádios evangélicas, pela propaganda,
pelo futebol e pelas novelas, entremeado do auditório vulgar e mais criminalidade, pouco de
contribuição será dado pelos meios de comunicação para estimular o QI.
7. A questão é grave
Deixamos para o final o problema de situar o QI dentro das tabelas conhecidas, testadas e
aplicáveis quanto ao significado dos números em termos psiquiátricos e educacionais.
De fato, o que quer dizer um QI médio de 87?
As tabelas estabelecidas, já fazem cem anos, sobre o nível do QI indicam o seguinte:
8 - Idade Mental
Ao QI entre 80 e 90 correspondem idades mentais variadas entre 9 a 11 anos. Isto
significa que a nossa população é, no geral, infantil? Ou tenderia a se comportar como infantil?
Estas questões, a que somos levados, pela lógica da própria exposição, mostram claramente porque
a questão do QI é sistematicamente empurrada para baixo do tapete entre nós.
Ela é politicamente incorretissima. Horrivelmente constrangedora. Mas, quando vemos o
primeiro mandatário da república a jogar peladas, com aquela enorme barriga de cerveja e a deitar
discursos de analfabeto e jóias de sabedoria ao estilo “nove meses..” e quetais, aí nos damos conta
que, realmente, a inteligência média de QI 87 para o Brasil é um dado estratégico comprometedor
para nosso futuro.
E isto é tanto mais comprometedor para o nosso futuro quando observamos que estes
níveis de QI, estes níveis de semi-analfabetismo, acabam por comprometer nossa capacidade de
desenvolvimento, pela impossibilidade de tais parâmetros permitirem um desempenho eficaz da
própria força de trabalho da nação.
Infelizmente, não estamos levando a sério esta análise.
Se as autoridades já sabem, muito bem, que temos esta situação catastrófica de níveis de
QI, como, então, não se combate pela melhoria da escola, pré-natal e nível dos meios de
comunicação.
É verdade que muitos e muitos se queixam, mas, quando vamos mudar?
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Reunião Mensal de Atualização e Debate – 18/12/2003
QI
VEJAMOS, sobre isto, o que nos conta essa carta de uma leitora da Gazeta Mercantil (e
que existem inúmeras em todos os jornais e revistas do Brasil), de 2001:
Heloísa Lück
Diretora educacional do CEDHAP
e diretora-superintendente
da Mobilização Educacional.
Curitiba, PR
Outra seria a questão do próprio desemprego, praga maior que nos assola, se o nível geral
de inteligência e preparo da nossa população fosse melhor!
Ou seja, embora exista o fenômeno da globalização, etc., muito do que poderia ser feito
não o é, porque insistimos em tratar com descaso o problema essencial de melhorar e melhorar
sempre o nível, muito baixo, de nossa população.
Infelizmente, nossos acadêmicos escondem a questão do QI e nossos políticos, no geral
ignorantes e, portanto, totalmente desqualificados, não conhecem esta e outras questões estratégicas
básicas.
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Reunião Mensal de Atualização e Debate – 18/12/2003
QI
significado da idade mental - os testes de QI, etc... não se trata, por conseguinte, de uma
medida de inteligência em si, mas de um processo de classificação relativo tanto à
natureza da prova quanto a qualidade da população sobre a qual o teste é padronizado...
a idade mental não pode, por conseguinte, ser considerada senão como uma indicação
relativa, embora preciosa, para um determinado meio.”
Ora, se os testes de QI foram padronizados para os vinte países, seguindo certos padrões
comparativos e o resultado mostrou que a qualidade de nossa população, neste sentido, está bastante
comprometida, teríamos que ter experimentado um verdadeiro escarcéu nacional sobre esta questão.
E, no entanto, nada... De futuro, voltaremos a abordar esta questão de QI, sobre outras angulações.
Por ora, me permitam, para concluir e, com isto, também concluir este ano, citar uma
poesia do ilustre Millor Fernandes, muito apropriada: