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POLICIAMENTO

DE CHOQUE

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 2020

1
CAPÍTULO I
TÉCNICA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS

FASES COMPORTAMENTAIS DO COLETIVO SOCIAL

a. Aglomeração: Grande número de pessoas reunidas temporariamente.


Geralmente, os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos
isolados e não organizados. A aglomeração poderá resultar da reunião acidental e
transitória de pessoas, tal como acontece na área comercial da grande cidade em
seu horário de trabalho ou nas estações ferroviárias em determinados momentos.

b. Multidão: Aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. A


formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome "nós" entre os
seus membros, assim, quando um membro de uma aglomeração afirma - "nós
estamos aqui para cultura", "nós estamos aqui para prestar solidariedade", ou "nós
estamos aqui para protestar" podemos também afirmar que a multidão está
constituída e não se trata mais de uma aglomeração.

c. Turba: Multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob estímulo de


intensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão e respeito à lei, e passam a
obedecer a indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações desatinadas.
Uma aglomeração poderá se transformar em uma turba quando a totalidade dos
seus membros estabelece um objetivo comum a atingir e manifestar intenção de
realizá-lo, sem medir conseqüências.
A transformação poderá ser desencadeada pela alocução convincente e vibrante de
um líder popular, pelo aparecimento de uma pessoa de certa importância para
conduzir os membros da aglomeração, ou pela realização bem sucedida de um ato
de violência.

d. Tumulto - Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a


um desígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação planejada
contra quem a elas possa opor. ( O desrespeito à ordem é uma perturbação
promovida por meio de ações ilegais, traduzidas numa demonstração de natureza
violenta ou turbulenta)

e. Subversão: É o conjunto de ações, de âmbito local, de cunho tático e de caráter


predominantemente psicológico que buscam de maneira lenta, progressiva,
insidiosa e, pelo menos inicialmente, clandestina e sem violência, a conquista física
e espiritual da população sobre a qual são desencadeadas, através da destruição das
bases fundamentais da comunidade que integra, na decadência e perda da
consciência moral, por falta de fé em seus dirigentes e de desprezo às instituições
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vigentes, levando-as a aspirar uma forma de comunidade totalmente diferente, pela
qual se dispõe ao sacrifício.
f. Distúrbios civis : são as Inquietações ou tensões que tomam a forma de
manifestações. Situações que surgem dentro do país decorrente de atos de
violência ou desordens prejudiciais à manutenção da Lei e da ordem .

FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM O


COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS

a. número: a consciência que os integrantes de uma turba tem do valor numérico


da massa que a constitui influindo-lhes uma sensação de poder e segurança.

b. sugestão: nas turbas por sugestão, as idéias se propagam desapercebidas, sem


que os indivíduos influenciados raciocinem ou possam contestá-las, aceitam sem
discutir as propostas de um líder influente.

c. contágio: pelo contágio as idéias se difundem-se e a influência transmite-se de


indivíduo a indivíduo nas turbas. Assim elas tendem sempre a atrair novos
manifestantes.

d. anonimato: dissolvido na turba, acobertado pelo anonimato o indivíduo poderá


perder o respeito próprio e consequentemente sentir-se-á irresponsável por seus
atos, quaisquer que sejam.

e. novidade: face às circunstâncias novas e desconhecidas nem sempre o


indivíduo reage conforme suas normas de ação habituais. Não encontrando
estímulos específicos, que de ordinário controlavam seus atos, deixará de aplicar
sua experiência anterior, que costumava guiá-lo na solução dos problemas
cotidianos, seu subconsciente poderá até bendizer a quebra de rotina normal e
acolher com satisfação as novas circunstâncias.

f. expansão das emoções reprimidas: preconceitos e desejos insatisfeitos,


normalmente contidos, expandem-se logo nas turbas concorrendo como perigoso
incentivo à prática de desordens, pela oportunidade que tem os indivíduos de
realizarem afinal, o que sempre almejaram, mas nunca tinham ousado.

g. imitação: o desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo, poderá


levar o indivíduo a tornar-se parte integrante de uma turba.

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CAPÍTULO II

CONSTITUIÇÃO BÁSICA DO PELOTÃO DE CHOQUE

O Pel de Chq é organizado de modo que cada homem tenha sua função
definida dentro do Pelotão a fim de ter uma flexibilidade tal que lhe permita
adaptar-se às mais diversas situações.
O efetivo do Pel de Chq é de 26 homens, podendo variar de acordo com a
disponibilidade de pessoal, mas nunca ter um efetivo inferior a 18 homens.
No Pel Chq, exceção feita pelo Cmt e aos Sgt, cada homem possui ainda um
número de ordem que facilita as formações e o controle do Pelotão.

FUNÇÕES:

Como vimos, cada PM possui função específica dentro do Pel Chq e são as
seguintes:

Escudeiros: responsáveis pela proteção do pelotão, contra arremesso de objetos


que possam causar lesões.
Lançadores: encarregados de lançar manualmente munição química em poder do
Pel Chq.
Atiradores: quando o objetivo a ser atingido pela munição química estiver a uma
distância que o lançamento manual não consiga atingi-lo, os atiradores farão o
arremesso, utilizando armas especiais para lançamento de granadas, bem como o
uso de munições de elastômero.
Op. canhão-d'água extintor: no caso de tropa embarcada em carro de combate o
PM tem por missão, operar o canhão d'água, caso a tropa esteja a pé, será o
responsável pela condução do extintor de incêndio.
Sgt Cmt de Gp: tem a responsabilidade de corrigir e orientar o grupo sob o seu
comando para que atuem de forma correta e evitar que ocorra o isolamento dos
homens durante a ação.

Material Logístico: Todos os componentes de Pel Chq conduzem cassetete e


capacete de choque, o Oficial e os Sgt estão armados de revólveres e pistola; os
escudeiros empunham escudo (de acrílico ou amianto); os lançadores e atiradores
carregam uma bolsa de lona com munição química, sendo que estes conduzem,
ainda, o armamento necessário ao lançamento da munição.
Estes são materiais básicos, podendo ser adicionados o megafone, binóculos,
coletes balísticos, máscaras contra gases e uma sacola suplementar de munição
além de uma arma de proteção coletiva empunhada pelo segurança do Pel.

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FUNÇÕES ( SIMBOLOGIA)
LEGENDA

A E

M L

S Hex

CAPÍTULO III

FORMAÇÃO DO PELOTÃO DE CHOQUE


Os pelotões de Choque, mediante comando, adotam formações específicas de acordo
com o objetivo desejado. Assim, utilizamos as seguintes formações:

1) POR TRÊS,

2) POR DOIS,

3) EM LINHA,

4) EM CUNHA,

5) ESCALÃO À ESQUERDA,

6) ESCALÃO À DIREITA

POR TRÊS : É a formação básica de CDC normalmente utilizada para deslocamentos e para
enumeração do Pel Chq e também para conferencia de efetivo ou formaturas militares

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FORMAÇÃO POR TRÊS

E 3 E 1 E 2

E 6 E 4 E 5

E 9 E 7 E 8

E 1 2 E 1 0 E 11

L 15 L 13 L 14

A 1 8 A 1 6 A 1 7

S M H e x

POR DOIS : É também uma formação básica do pelotão, utilizada para deslocamento em locais
estreitos ( corredor de presídios).
Assim , o pelotão estando na formação por três, ao comando,0 1º grupo se
dividirá deslocando-se os números pares para a direita e os ímpares para a esquerda, infiltrando
no 2º e 3º grupos , seguindo a ordem numérica do PelChq .

FORMAÇÃO POR DOIS

E3 E1

E6 E2

E7 E4

E9 E5

E12 E8

L13 E10

L15 E11

A18 L14
6
M A17

S Hex
EM LINHA: É a mais comumente utilizada e servimo-nos dela para bloquear o deslocamento
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de uma massa, ou mesmo para empurrá-la. 16
Ao comando correspondente, os PM do 2º grupo do Pel Chq ficam dispostos um o lado do
outro, à direita do homem base; o mesmo procedimento será adotado pelos homens do 3º
Grupo, à esquerda do homem base. Os PM integrantes do 1º Grupo infiltrar-se-ão no lado
esquerdo se forem nº ímpar e no lado direito forem nº par (daí a importância da numeração do
Pel Chq)

FORMAÇÃO EM LINHA

12
E12 E9 E7 E6 E3 E1 E2 E4 E5 E8 E10 E11

A18 L15 A16 L13 L14 A17

M Hex

EM CUNHA: Esta formação será utilizada sempre que o objetivo for penetrar na massa e
dividi-la (na media em que a divisão a enfraquece)
A disposição dos homens será a mesma do pelotão em linha quanto à numeração, diferenciando
apenas quanto a formação geométrica que terá13os PM, não um ao lado do outro, mas um a
retaguarda (diagonal) do outro de ambos os lados (à esquerda e à direita do homem base) e
voltados para a mesma frente , tendo como bases o escudeiro nº 1 e escudeiro nº 2.

FORMAÇÃO EM CUNHA

E1 E2

E3 A16 L13 E4

E6 E5

E7 E8
Hex
M
E9 E10
L14
L15
E12 E11
A17
A18

S
7
6

ESCALÃO À DIREITA: Tal formação visa direcionar a movimentação da massa para a direita.
A posição numérica dos PM permanece a mesma da formação em linha ficando a retaguarda
direita do PM a sua frente, todos voltados para o mesmo objetivo.

9 18 17
FORMAÇÃO EM ESCALÃO À DIREITA
14 8

10
E12

E9

A18 E7

E6
L15
E3

E1
M
E2

A16
E4

L13 E5

E8

E10
Hex L14
E11
S
A17

12
ESCALÃO A ESQUERDA: Idêntico ao anterior porém, sendo para a esquerda

FORMAÇÃO EM ESCALÃO À ESQUERDA

E11

E10

E8 A17

E5 L14

E4

E2

E1 L13 Hex
E3
A16
E6

E7

E9 L15
M
8
E12
A18
S

Guardas:
Esta posição possui quatro variantes :

ALTA este comando os


escudeiros permanecem ombro a
ombro com os escudos oferecendo
8
proteção na parte superior do corpo.
Todo o efetivo restante, será recolhido
à retaguarda dos escudeiros para
também serem protegidos contra
eventuais arremessos de objetos.
O cassetete empunhado pelo
escudeiro efetua apoio na parte
inferior do escudo e os policiais da
retaguarda, o apoiam em sua parte
superior, para maior firmeza.

Alta Emassada : Mantendo-se as


posições do corpo e do escudo, ost
três escudeiros de cada extremidade
irão retrair formando uma proteção
nas diagonais , tornando uma a
formação semelhante a uma meia lua .

Baixa quando os escudos são


apoiados ao solo de forma unida, e
todos os integrantes do PelChq
abaixam-se para realizar a proteção de
todos seus integrantes

Baixa emassada : Quando os escudos são


apoiados ao solo , sendo que os três
escudeiros da extremidades se posicionam
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acima dos outros seis escudeiros que abaixo
que formam a base da formação .

EMBARQUE e DESEMBARQUE

Embarque : Se processa na seguinte conformidade :estando o Pel Chq por


três ao comando de preparar para desembarcar imediatamente o PelChq entra por
dois e faz meia volta volver e ao comando de embarcar com rapidez e
ordenadamente embarca na vtr pesada (Caminhão, Centurion ou Microônibus).

Desembarque : Estando o PelChq embarcado ao comando de preparar


para desembarcar todos ficam de pé e ao comando de desembarcar todos
desembarcam da vtr também de forma rápida e ordenada e imediatamente entra
em forma por três do lado direito da vtr pesada .

Comandos

Os comandos para as formações e apoios poderão ser dados por voz e gesto.

Comandos Por Voz

São dados em três tempos : advertência, comando propriamente


dito e execução. O Cmt deve sempre que possível, indicar o local, a frente, o
intervalo, caso contrário o pelotão entrará na formação comandada, no local em
que se encontrar o homem base (nº 1) .
Exemplo (1) Pelotão em Linha:

a. advertência: Atenção pelotão !!


b. local : 10 metros à frente !!
c. frente : frente para o tal ponto !!
d. formação : em linha !!
e. execução : marche-marche !!

À voz de execução, o nº 1 (homem base) ocupa o ponto e a


frente indicada, e os demais se colocam na ordem já descrita.

A situação exigindo, o Cmt poderá comandar intervalos


diferentes dos normais, determinando a voz de comando e o intervalo que deseja:

a. advertência : Atenção pelotão


b. local : 20 metros à frente
c. frente : 2 passos de intervalo entre os homens
d. formação : em linha
e. execução : marche-marche
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A nível de companhia de Choque o cmt comandara :
a. advertência : Atenção companhia
b. local : 20 metros à frente
c. frente : frente para o tal ponto !!
d. formação : 1º Pel em linha , 2º Pel em apoio complementar
, 3º Pel em apoio central , ...
e. execução : marche-marche

Formações Básicas ( nível Pelotão de Choque)

1) Em Linha: o Cmt estende ambos os os braços lateralmente, na horizontal,


palmas das mãos para baixo.

2) Em Cunha: o Cmt ergue os braços para cima da cabeça, de maneira que a ponta
dos dedos médios de cada mão se toquem formando um ângulo de 90 graus.

3) Em Escalão à Direita ou Esquerda: o Cmt estende o braço esquerdo ou direito


para o lado e para cima, formando um ângulo de 45 graus em relação ao solo,
ao mesmo tempo que o outro braço estende-se no lado oposto e na mesma
direção.

4) Em Coluna por Três: o Cmt faz o gesto de reunir, isto é, com o braço estendido
para cima, faz o movimento de circundação do mesmo.

Guardas

1) Guarda baixa : Com o braço direito a frente( aprox. 50cm) na altura dos olhos ,
palma da mão volta para frente executando um movimento oscilatório da
direita para esquerda e vice versa;

2) Guarda alta : Com o braço direito a frente( aprox. 50cm) na altura da cintura ,
palma da mão volta para o corpo executando um movimento oscilatório da
direita para esquerda e vice versa;

3) Guarda baixa emassada : idem ao guarda baixa e em seguida o braço


posicionado lateralmente ao corpo , com a palma da mao estando o dedo
médio voltado a frente para baixo executando movimento oscilatório de cima
para baixo e vice versa em posi anterior e executando :

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4) Guarda alta emassada : idem ao guarda alta e em seguida o braço posicionado
lateralmente ao corpo , com a palma da mao estando o dedo médio voltado a
frente para baixo executando movimento oscilatório de cima para baixo e vice
versa em posi anterior e executando ;

CAPITULO IV

TÁTICA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS

DOUTRINA DE CONTROLE DE DISTURBIOS CIVIS

TIPOS DE MASSAS

Como sabemos o emprego de efetivo de controle de distúrbios civis é


fásico, ou seja, acompanha a atualidade política do país : seus anseios , aspirações
, suas mudanças compartimentais e seus problemas de toda a sorte.
Temos visto que o número de ocorrências que se englobam no perfil :
Controle de Distúrbios Civis vem aumentando, ultimamente, de forma rápida e
considerável .Até meados dos anos 80 um PelChq atuava de uma a duas vezes por
semana, hoje o acionamento é bem maior chega atuar de 02 a 03 vezes no
mesmo período em ações diferentes .
Os causadores desses distúrbios, podem ser :manifestantes comuns,
presidiários, invasores de terras, torcedores e outros tantos grupos de toda sorte
que além da disposição que possuem de resistir tem mudado constantemente sua
forma de atuação visando alcançar de forma mais efetiva seus objetivos , sejam eles
justos ou não .
Não cabe ao Policial Militar discutir essas questões cabe a ele sim impedir
que essas manifestações ocorram dentro da legalidade evitando-se que ocorram
danos ao patrimônio de quem quer que seja , dano a integridade física de terceiros
ou dos próprios participantes, enfim que a ordem pública seja preservada a todo
custo a preservação da ordem .
Ante a estes antagonismos que se apresentam desenvolvemos , calcados na
experiência de inúmeros eventos de CDC , algumas formas de atuação da Tropa de
CDC e também analisamos o comportamento de algumas destas coletividades .

Características de algumas massas ( dentro da realidade do Brasil) :

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1) MASSAS PACÍFICAS :

Reúnem se por motivos “justos” ou pacíficos, pela própria


característica do grupo não demonstra atitudes radicais .

PACIFICADORES : Grupos que se reúnem esporadicamente quando há


eminência de um conflito universal ou regional , demonstrando se claramente
contra qualquer conflito armado ou violento .
RELIGIOSOS : É um grupo que normalmente se reúne para mega eventos mas
devido a sua peculiaridade raramente causam incidentes ;
GRUPOS RACIAIS E COMPORTAMENTAIS : São grupos que se reúnem
esporadicamente com a presença de lideranças não muito militantes , mas que,
normalmente, atuam de forma pacífica .

2) MASSAS ORGANIZADAS :

São grupos que possuem uma liderança mais definida , possuem relativa
disposição para enfrentar o policiamento local , alem de terem objetivos
específicos de interesse de seu grupo social .

Professores : Grupo muito numeroso que com a aliança com outros grupos se
mostra sugestionável e com atitudes de revolta ;

Metalúrgicos : Grupo também numeroso ,altamente politizado e com fortes


lideranças que em outros anos demonstrou ser violento , causando muitos
problemas para as autoridades policiais ;

3) MASSAS VIOLENTAS :
São grupos que muitas vezes sem possuir lideranças definidas , que por
suas características tem demonstrado ser uma preocupação quanto a ordem pública
.

Punks : tem características violentas ,sem objetivos definidos a não ser chamar
atenção e causar danos ;

Torcedores(uniformizadas) : Causadores de focos de violência momentâneos com


planejamento adequado do comandante da operação há possibilidade de evitar
danos .

Detentos : Grupos extremamente violentos sem imprevisíveis todavia confinados a


um determinado local
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Perueiros e camelôs : Grupos que vem se destacando muito ultimamente com atos
de violência e demonstrando fácil comunicação entre si .

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PEL CHQ

Afim de padronizar e disciplinar a forma de atuação do PelChq foram


estabelecidos princípios básicos que resultaram no êxito do cumprimento de qualquer
missão :

É INDIVISÍVEL

Com a finalidade de manter seu caráter de tropa disciplinada e de


atuação como um todo, salvo em situações extraordinárias , o PelChq atuara como
um grupo compacto indivisível. Tal procedimento além de facilitar o comandamento
, fiscalização e controle , visa causar o impacto ou um temor no manifestante que
não é causado por um PM atuando de forma individualizada .

TODO PM E RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA DO PELOTAO E


PELO CHOQUEANO DO LADO

A segurança do PelChq é o principal fator para obter o êxito em


qualquer operação .quando um Policial militar é atingido o PelChq se mostra
vulnerável aos olhos do antagonista .deve se ressaltar que quando ocorre alguma baia
no PelChq também ocorre um descontrole emocional de parte ou de totalidade de
seu efetivo alterando drasticamente a conduta do PelChq e de quem o comanda no
momento .portanto a segurança do PelChq é fator de grande importância para o
sucesso de qualquer operação de CDC .

TODO O PM DO PELOTAO ZELA PELO SEU EQUIPAMENTO


INDIVIDUAL E O CONHECE PERFEITAMENTE

O que caracteriza o policial militar da tropa de choque, além de seu


conhecimento técnico profissional , é também o equipamento diferenciado que porta
devendo zela pelo mesmo de maneira a utiliza lo de forma coerente e dentro dos
princípios de legalidade , princípios doutrinários e de forma coerente.Deve mante lo
sempre em condições imediatas de uso e efetuar um check list ou verificação
pormenorizada de suas reais condições de uso

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ESCUDEIRO SEMPRE TEM PRIORIDADE SOBRE OS DEMAIS PM DO
PELOTAO

Alem de sua indiscutível importância dentro da célula de choque (


proteção) , o PM escudeiro , devido ao equipamento que conduz , tem sua
mobilidade, visibilidade diminuídas consideravelmente , portanto o cmt de PelChq e
os demais integrantes do PelChq devem tem uma atenção maior com este elemento .

CONHECE A MISSÃO E TODOS OS OBJETIVOS A SEREM


ALCANÇADOS

O integrante do PelChq não deve se limitar a cumprir seus


objetivo sem conhecer suas implicações legais e possíveis desdobramentos que
possam ocorrer . Deve conhecer a missão como um todo zelando sempre pelos
pontos principais e que ofereçam mais riscos .

SÓ DESEMBARCA MEDIANTE ORDEM DE SEU CMT ;

Este ponto na realidade é uma forma do Cmt de PelChq ou Cmt


de CiaPChq analisar até que ponto tem o PelChq sob seu total controle .apesar do
PelChq possuir em seu efetivo PM especialistas neste tipo peculiar de ação, deve ficar
bem claro que como um todo só age mediante ordem de seu Cmt que o empregara
sempre de forma legal e utilizando os meios proporcionais .

O PELOTAO SÓ ATUA QUANDO HÁ VISIBILIDADE DO TERRENO


E DO OPONENTE ;

Trata-se de um ponto fundamental para o sucesso de qualquer


missão a falta de visibilidade de uma determinada área onde deva atuar o PelChq
poderá colocar em risco, desnecessariamente o próprio PelChq ou até mesmo do
antagonista .

MANTÉM – SE SEMPRE DISTANTE DO OPONENTE (MÍNIMO


TRINTA METROS DE DISTANCIA ;

Se não observado este principio o efetivo de CDC ferirá o principal


ponto no caso de uma ação de CDC , que é dispersar o antagonista , pois haverá um
contato físico entre manifestante e antagonista que em 90 % dos casos é
desnecessário .Óbvio se torna dizer que deverá haver uma equipe próxima a este
efetivo para efetuar as possíveis detenções que darão todo o embasamento legal para
a ação . Experiências anteriores nos mostram que o contato próximo entre Tropa de
CDC e antagonista pode resultar em danos irreparáveis . O contato próximo do
antagonista com o PM da tropa de choque pode causar uma sensação de desconforto
15
no policial que ficara a mercê de olhares curiosos além de gerar de poder gerar ações
de cunho pessoal .Ex . O PM marca um determinado rosto na multidão ou vice
versa .

ATUA ESTRITAMENTE DENTRO DA LEI E DEMONSTRANDO


AUTORIDADE SEMPRE, DEIXANDO AS QUESTÕES SOCIAIS OU
POLÍTICAS A CARGO DAS PESSOAS RESPONSÁVEIS ;

Como já é sabido por todos , nós policiais militares , não nos


envolvemos em questões de ordem política ou de caráter social.O que nos deve
mover é a proteção de vidas , dignidade e integridade física dos envolvidos além da
proteção do patrimônio público ou particular , proporcionando com isso a
restauração dos direitos individuais de todo cidadão e da sociedade que hora se vêem
ameaçados .

AGE SEMPRE OBSERVANDO OS CRITÉRIOS DE PRIORIDADE DE


EMPREGO DE MEIOS

Sua importância é tão grande que tal assunto pauta toda a ação de uma
tropa de Choque e norteia toda a sua doutrina de emprego de forma proporcional,
coerente e profissional . Muitas vezes não estaremos lidando com criminosos e sim
com pessoas , que podem até reivindicar algo teoricamente justo todavia utilizando de
meios contrários a legislação existente .

Prioridade no Emprego dos Meios.

Considerando que o objetivo principal da Tropa de Choque é dispersar a multidão


em distúrbios, o Cmt da Tropa deve usar de todos os meios possíveis para cumprir
a missão e, ao mesmo tempo, evitar a violência. Assim sendo, deve ser obedecida
uma ordem de prioridade de emprego dos meios disponíveis. Ex. - nunca devemos
dar a carga de cassetete antes de prever se existem vias de fuga suficientes para a
multidão.
Enumeramos então, as séries de providências ou uso de meio em ordem de
prioridade:

a) Vias de Fuga: O reconhecimento prévio do local do distúrbio é de suma


importância, para permitir o deslocamento e aproximação da Tropa por vias de
acesso adequadas, para que sejam asseguradas aos manifestantes, vias de fuga.
Quando mais caminhos de dispersão forem dados à multidão, mais rapidamente
ela se dispersará. A multidão não deve ser encaminhada em direção ao
equipamento e viaturas, da Tropa, ou em direção à estabelecimentos públicos
(pontos sensíveis), a fim de evitar depredação.

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b) Demonstração de Força: A Tropa deverá desembarcar em local das vistas dos
agitadores e, tão próxima quanto possível a fim de que a Tropa possa agir
rapidamente, e sem desgastes. Deverá o local ser escolhido a não comprometer a
segurança das vtr. A demonstração de força deve ser feita através da disposição da
tropa em formação disciplinada e no ponto mais próximo do contato.
A finalidade de demonstração de força é provocar efeito psicológico sobre a
multidão, pois as formações tomadas pela Tropa, dão uma idéia de organização,
disciplina e preparo da Tropa.
Sabendo-se que a multidão está bem armada, e havendo informes de que os
agitadores pretendem disparar arma de fogo, o Cmt da Tropa deverá fazer
demonstração de força, devendo lançar um ataque químico de uma posição
abrigada ou empregar viaturas blindadas.

c) Ordem de Dispersão: Deve ser dada pelo Cmt da Tropa através de


amplificadores de som (alto-falantes em vtr ou bons megafones) de modo a
assegurar que todos os componentes da multidão possam ouvir claramente. A
proclamação deve ser de modo claro, distinto e em termos positivos. Os
manifestantes não devem ser repreendidos, desafiados ou ameaçados. Por
exemplo, o Cmt dirá: "Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através
de outros meios", se os agitadores não obedecerem às suas ordens para que se
dispersem pacificamente, deverão ser tomadas novas medidas.

d) Recolhimento de Provas: Na verdade é uma providência que deve ser tomada


durante toda a operação, consiste em fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos
ocorridos para posterior apresentação à justiça. As provas devem ser reunidas
quanto à identidade dos líderes e seus auxiliares, seus meios (cartazes, faixas,
armas, intenções, etc.). Muitas vezes a simples presença de um fotógrafo atuando
junto à Tropa, causa um efeito nos manifestantes que temem sua posterior
identificação e, os que se aproveitam do anonimato, procurarão se esconder ou
abandonar o local.

e) Emprego de Agentes Químicos e munição de elastomero : Deve ser


destacada a importância da direção do evento, que deve ser observada, sendo a
melhor situação quando o vento soprar da tropa para a multidão. Ao utilizar-se de
agentes químicos, a tropa deverá estar protegida por máscaras contra gases.
Conforme o grau de intensidade da concentração dos agentes químicos, variam
seus efeitos. Baixas concentrações farão com que a multidão se ponha em fuga,
enquanto que as altas concentrações, causam temporariamente, cegueira e outros
transtornos.
Os distúrbios podem ser atacados a distância de 150 m, por meio de projéteis de
gás lacrimogêneos disparado por armas especiais. Em distúrbios menores o uso de
granadas é eficiente. A utilização de petrechos de efeito moral e granadas
fumígenas provocam grande efeito psicológico.

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f) Emprego de Água: Jatos de água lançados por meio de veículos especiais
(Centurion) ou por meio de mangueiras de incêndio, sendo empregadas para
movimentar a multidão. Tinta inofensiva poderá ser misturada à água, a fim de que
as pessoas sejam marcadas para identificação posterior, ou mesmo para aumentar o
efeito psicológico.

g) Carga de Cassetete: O avanço sobre a multidão deve ser realizado através das
formações. A carga deve ser rápida e segura. A velocidade com que a multidão se
dispersa é importante, pois dará menos tempo para os agitadores se reorganizarem.
O cassetete é provavelmente o mais útil dos instrumentos de força que se pode
empregar contra desordeiros. Seu valor reside no efeito psicológico que provoca.
Componentes de um tumulto, podem desafiar com sucesso as tropas armadas
apenas com armas de fogo, pois bem sabem da hesitação normal que precede o
emprego de disparos contra a massa humana. Por outro lado, a presença da tropas
empunhando cassetetes ostensivamente incute maior respeito a multidão, pois
sabem os manifestantes e curiosos que os bastões serão usados vigorosamente.

h) Detenção de Líderes: Deve ser feita de preferência durante a carga de


cassetete. Porém sabemos que os líderes são os primeiros a fugir com o avanço da
tropa, daí a necessidade de policiais à paisana para uma perseguição discreta e
detenção posterior.

I) Atiradores de Elite: durante um distúrbio, Atiradores de Elite, dotados de


armas de precisão procuração, mediante ordem, neutralizar elementos que
disparem contra a tropa, desde que haja bom campo de tiro, pois nunca se deve
atirar contra a massa. Estes manifestantes armados poderão atirar contra a tropa,
de posições de franco-atiradores, como por exemplo de janelas de edifícios,
veículos, ou outros pontos estratégicos.

j) Emprego de Arma de Fogo: é a medida a ser tomada pelo comandante de


tropa e deve ser utilizado como último recurso, quando se defronta com ataques
armados. Todo cuidado deve ser tomado para que não sejam atingidos pelos
disparos outros elementos da multidão e para isso devemos ter sempre um bom
campo de tiro.
Importante: somente utilizamos armas de fogo em legítima defesa. para a defesa da
Tropa, podemos utilizar Vtr blindadas.

BIBLIOGRAFIA
M-8-PM - MANUAL DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS - PMESP -
2011.;
MONOGRAFIA : ATUAÇÃO EM PRESÍDIOS ,Cel RES PM JOSÉ CARLOS
BONONI ;
NORMAS GERAIS DE AÇÃO DO BATALHÃO DE CHOQUE - PMMS
18
ERRATA – APOSTILA POLICIAMENTO DE CHOQUE

Onde constava:
FUNÇÕES:

Como vimos, cada PM possui função específica dentro do Pel Chq e são as seguintes:

Escudeiros: responsáveis pela proteção do pelotão, contra arremesso de objetos que possam
causar lesões.
Lançadores: encarregados de lançar manualmente munição química em poder do Pel Chq.
Atiradores: quando o objetivo a ser atingido pela munição química estiver a uma distância que
o lançamento manual não consiga atingi-lo, os atiradores farão o arremesso, utilizando armas
especiais para lançamento de granadas, bem como o uso de munições de elastômero.
Op. canhão-d'água extintor: no caso de tropa embarcada em carro de combate o PM tem por
missão, operar o canhão d'água, caso a tropa esteja a pé, será o responsável pela condução
do extintor de incêndio.
Sgt Cmt de Gp: tem a responsabilidade de corrigir e orientar o grupo sob o seu comando para
que atuem de forma correta e evitar que ocorra o isolamento dos homens durante a ação.

Passa a constar:
FUNÇÕES:

Como vimos, cada PM possui função específica dentro do Pel Chq e são as seguintes:
1) Comandante do pelotão.
Geralmente é um oficial subalterno, excepcionalmente um Aspirante-a-oficial. Sendo ele um
oficial ou uma praça especial, o que realmente importa é que seja técnico em operações de
choque, da mesma forma convém que os demais policiais militares também o sejam. É
responsável pelo emprego do efetivo no terreno, cabendo-lhe toda a coordenação das
operações. Sua maior preocupação é o emprego técnico, tático e legal de sua tropa, bem como
mantê-la coesa e pronta para a missão. Deve ter uma boa voz de comando, isto é, audível,
firme e forte. Um comando dado com energia provoca uma reação enérgica dos seus
comandados, da mesma forma o contrário.

2) Sargento auxiliar ou adjunto do pelotão.


Responsável pelo auxílio imediato ao comandante do pelotão, atuando no controle dos policiais
militares e no repasse de ordens. Estará atento ao desempenho dos demais policiais no
cumprimento das ordens emanadas pelo comandante do pelotão. Tem a preocupação extra de
manter-se atualizado acerca do planejamento tático do seu comandante, uma vez que é o seu
substituto imediato. Tem o total controle sobre o efetivo disponível e indisponível (aptos, feridos
etc.)

3) Sargento comandante de grupo.


É o responsável pela fração do pelotão, devendo manter-se atento ao comandante do pelotão,
de modo a coordenar o seu grupo. É também responsável pela segurança do pelotão.
Enquanto o comandante do pelotão preocupa-se em manobrar o seu efetivo e a ocorrência, o
graduado em tela está preocupado com a execução fiel e eficiente dos movimentos de sua
fração, isto é, garante que os escudeiros estejam ombro a ombro e que os atiradores executem
seus disparos no momento certo e da forma correta.

4) Atiradores
Empregados para a utilização de armas com munições não-letais conhecidas por munições de
impacto controlado, quando a situação o exigir, sempre a comando do comandante da
operação. A ação do atirador visa bater alvo especifico e não zona.

5) Escudeiros.
Responsáveis pela proteção do pelotão, como um todo, contra o arremesso de objetos que
possam causar lesões (paus, pedras, ferros etc.). Devem preocupar-se com a coesão da linha
de escudeiros. Não devem deixar a formação para atuar sozinhos no afã de resolver o
problema.
6) Lançadores.
Encarregados de lançar ou arremessar, a comando do comandante do pelotão, munições
químicas não letais, manualmente ou com o emprego de armamento específico. Devem
assessorar o Comandante quanto ao emprego de agentes químicos não-letais. São
responsáveis pelo consumo dessas munições dentro de um universo de aceitabilidade, para
tal, devem saber aproveitar cada tipo de munição disponível para sua missão.

7) Segurança.
Responsável pela segurança do pelotão. É o policial que possui o maior poder de fogo dentro
do pelotão de choque. Opera com fuzil ou carabina e não possui munições de impacto
controlado, operando e portando somente armamento e munições letais.

8) Homem-extintor.
É o responsável pela condução de extintor de incêndio ou de manta para abafamento, para
combater o fogo provocado por arremesso de bombas incendiárias contra a tropa ou em
barricadas que provoquem risco de incêndio ou queimaduras em desfavor dos policiais
militares. É necessário ter conhecimento sobre os tipos de extintores para um melhor
aproveitamento do equipamento e de forma a evitar um resultado lesivo ao socorrido.

9) Motoristas.
Responsáveis pela condução das viaturas. Quando a tropa estiver desembarcada, os
motoristas devem permanecer atentos executando a guarda das viaturas e dos demais
materiais que estiverem sob seus cuidados.

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