Você está na página 1de 4

CURSO TEOLOGIA DE UMBANDA TUIF CONT.

(GUIAS E LINHAS DE
TRABALHO)

Segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, Umbanda é uma linha de demanda para a
caridade, ou seja, um caminho aberto pela espiritualidade superior, para que os bons espíritos
possam deixar mensagem e levar o consolo e alívio espiritual para todos que assim o desejam.
Não obstante, ainda é função da Umbanda permitir a manifestação de todo e qualquer
espírito, sendo que os mais adiantados ensinarão, os mais atrasados aprenderão, e, entre
estes últimos, se desejarem mudar o curso de suas existências para trabalhar para a Lei e para
a Luz, haverão de receber o encaminhamento da espiritualidade para que sejam doutrinados
para este fim.
Por último, porém não menos importante, com relação aos espíritos desencarnados que
persistirem no caminho das trevas, também é de obrigação da Umbanda aprisionar e
encaminhar para locais onde não mais possam continuar com suas intenções malignas.
Podemos entender a Umbanda como um exército da salvação, que prioritariamente leva o
auxílio através da caridade, mas também dispõe da força necessária para um embate militar,
caso seja preciso.

A Umbanda só trabalha para o bem?


Sim. A Umbanda trabalha exclusivamente para o bem.
Por este motivo na Umbanda não fazemos amarrações, não existe sacrifícios, não demandamos
contra ninguém. Umbanda também não é magia negra como muitos pensam e dizem.
Não é possível praticar a caridade causando danos ou sofrimento para qualquer criatura, ainda
mais um espírito humano.
Infelizmente, da mesma forma que a igreja católica tem seus escândalos com sacerdotes
promíscuos, as igrejas de matiz evangélica ou neopentecostal, tem seus pastores que ostentam
riquezas acumuladas pelo sofrimento de seus fiéis, também com a Umbanda ocorrem esses
desatinos.
Pessoas mal-intencionadas, cheias de segundas intenções, utilizam indevidamente o nome de
nossa sagrada religião para seus próprios interesses. Objetivam conseguir dinheiro, poder e
favores dos mais diversos tipos às custas da boa-fé de pessoas angustiadas e desesperadas por
soluções a qualquer preço.
Outros ainda, por desconhecerem a verdadeira doutrina umbandista, submetem seus filhos de
fé a práticas estapafúrdias, muitas vezes extremamente prejudiciais a seus frequentadores.
Situações que nada tem a ver com a humildade e caridade preconizadas por nossa religião.

Guias e protetores
Guiar e proteger são funções de todo espírito benfeitor que nos acompanha perenemente.
Uns podem ser guias e protetores, outros podem ser apenas protetores.
As entidades que nos acompanham, estão conosco normalmente desde o dia do nosso
nascimento, podendo que alguns tenham acompanhado até mesmo a nossa gestação, para
certificar-se de que viríamos ao mundo sem maiores problemas.
Diferente do anjo da guarda, somos nós que escolhemos nossos protetores. Quando
recebemos a autorização para reencarne, definimos nossa missão a ser cumprida. Dessa forma
procuramos sempre convidar espíritos amigos ou que respeitamos, ou ainda que temos
certeza que serão imprescindíveis para o bom andamento de nossas tarefas. Eles podem
aceitar ou negar, não tem obrigação para conosco. Dessa forma montamos nossa guarnição
espiritual.
Muitos de nossos guias e protetores podem ter compromisso com partes de nossa missão,
outros ainda deverão certificar-se de que encontremos as pessoas certas para nos ajudar ou
para que possamos efetuar nosso resgate, outros ainda são responsáveis por garantir que
certos desafios se coloquem para nós encarnados.
Com tanta proximidade, não é difícil que possamos absorver certas características de
personalidade de nossos guias, quando enfrentamos as mais diversas situações da vida.
Podemos nos sentir, eventualmente, fortes, rápidos, corajosos, sábios, velhos, novos, entre
tantas outras sensações. O importante é saber que a cada desafio, teremos sempre um
especialista à nossa disposição para nos auxiliar a superar aquele obstáculo.
Nossas entidades podem se afastar ou ser afastados de nós. Podem ser afastados de nós
quando estamos desleixados quanto à nossa espiritualidade, sendo assim alvos fáceis para as
hostes negativas. Um trabalho de magia negra pode afetar a nós e até mesmo nossos guias.
Por isso é tão importante uma visita ao terreiro para um passe ou exercitar a mediunidade nos
trabalhos. Assim ficamos menos vulneráveis e caso algo do gênero aconteça, poderemos
rapidamente tomar providências. Nunca se esqueça: orar e vigiar sempre!
Podem afastar-se voluntariamente de nós quando nos desviamos radicalmente do caminho de
nossa missão, ou quando abrimos portas para a negatividade. Afastam-se muitas vezes pela
dificuldade que encontram em manter-se próximos, pela polaridade de nossa energia, por
nossa energia estar muito diferente da vibração deles. Então, é como se nós os mandássemos
embora; mas, mesmo distantes, estão nos vigiando e tentando prestar a ajuda que for
possível.
No caso de médiuns de corrente, esta situação é ainda mais complicada, pois além de
estarmos deixando que o plano inferior nos guie, nos dias de trabalho são estes espíritos
malfazejos que virão em terra, fazendo-se passar pelos verdadeiros guias de luz. Neste caso
cabe ao sacerdote oficiante da gira detectar a situação e encaminhar o intruso. Também o
assentamento vibratório dos terreiros é indispensável para estes momentos, pois mina a força
dos espíritos negativos.
Muitos têm dúvidas sobre se todos os encarnados possuem guias e protetores; e a resposta é
sim, independentemente de serem médiuns, todos possuímos nossos guias e protetores que
nos acompanham, orientam e protegem.
Não podemos esquecer de que nem todos os espíritos que nos acompanham foram escolhidos
por nós antes do reencarne, alguns se aproximam por afinidade espiritual, e no caso dos
médiuns de trabalho, podem se aproximar pela oportunidade de prestar a caridade.
Os guias podem ser de diversas origens e falanges. Somente na Umbanda são conhecidas as
linhas de caboclos, pretos-velhos, crianças, baianos, cangaceiros, boiadeiros, marinheiros,
ciganos, malandros, exus e linha do oriente. As diversas correntes se aproximam da Umbanda
pela oportunidade de manifestar a caridade que a religião lhes proporciona.
“ Texto retirado do Curso de Teologia de Umbanda do Pai Marcio Kain ”

Guias e Linhas de Trabalho dentro da Umbanda:

Dentro da religião de Umbanda o forte e o ápice das giras são os atendimentos com os guias de
trabalho, são através dos médiuns utilizando a incorporação trazem os guias (espíritos) em terra
para os atendimentos. E através dos atendimentos eles nos orientam, nos aconselham, mostram
os caminhos, nos guiam, nos acalentam, nos acalmam, enfim mostram tudo aquilo que é
necessário para nós alcançarmos nossos objetivos, nos aconselham quais os caminhos devemos
seguir e nos auxiliam na vivencia do dia a dia tanto material, afetivo e espiritual.
São através deles que nós temos nossas perguntas/ dúvidas respondidas/esclarecidas, temos
nossas aflições e angústias acalentadas, nossas dores e medos curados, pedidos/conquistas
orientados, buscas/caminhos aconselhados e são através deles que temos nossas energias
renovadas seja através de descargas (limpeza) ou simples gestos/palavras de carinhos para nos
acalmar.
Linhas de Trabalho dentro da Umbanda:
- Quem são? Quais áreas eles atuam? Porque eles nos ajudam? Quais são os guias dos
médiuns? O que é falange? Como saber meus guias? Como saber e confirmar o nome dos
guias que trabalham comigo? Quem é meu guia de frente?
Essas e muitas outras perguntas são muito comuns dentro da religião tanto para os médiuns
que atuam em uma corrente mediúnica quanto os consulentes que frequentam a casa.

Através destas perguntas vamos explicar linha por linha de trabalho, campo de ação e atuação
para podermos compreender e responder todos esses questionamentos.

Principais Linhas de Trabalho e seus campos de atuações:

Caboclos: São espíritos que se plasmam com a aparência de índios ou mestiços de várias tribos
pelo mundo. Como habitantes da floresta, são fortes caçadores, curandeiros experientes,
habilidosos para rastrear e encontrar seres perdidos ou escondidos, e possuem uma criatividade
superior, utilizando recursos da natureza de forma inteligente, mas sem nunca destruí-la.
Defendem a necessidade do conhecimento e entendimento do mundo para viver nele de forma
harmônica, a paciência ao aprender e a sabedoria ao agir. Espalham suas fortes energias aonde
vão e passam, dominando o local e facilitando todos trabalhos ali realizados.
Os caboclos na Umbanda são uma linha de entidades dentro desta religião, evoluídos e sérios,
guerreiros e enérgicos, são procurados principalmente pelos seus conselhos sensatos e pelos
seus passes poderosos. É uma entidade tipicamente brasileira, buscando resgatar os valores de
nossa terra antes que fosse culturalmente modificada pelo homem branco, trazendo saberes
milenares através da manipulação de ervas e evocação de espíritos ancestrais, respeitam muito
hierarquia e os mais velhos, nos ensinando com poucas palavras a sermos mais sensatos e gratos
pelo pouco que temos, nos encorajando e dando força para que possamos enfrentar nossas
batalhas do dia a dia, são guias que trabalham muito o equilíbrio espiritual, afetivo e emocional.

Trono: Conhecimento
Regência principal: Oxóssi, Ogum e Xangô
Atuação: Doutrinadores e equilibradores
Saudação: Okê Caboclo
Cores: Verde, marrom, branco e vermelho
Ervas: Guiné, samambaia, palmeira, erva doce e combate.
Frutas: Todas
Ferramentas: Arcos e flechas, cocares, chocalhos
Bebidas: Água, cerveja branca ou preta, vinho branco
Comidas: Milho cozido, peixe grelhado, mandioca, frutas variada (laranja principal)
Sementes: Todas
Pedras: Quartzo, granito, jade, esmeralda
Flores: Todas as comestíveis

Você também pode gostar