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Conversinha Mineira
Fernando Sabino
– É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? – Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às
vezes não vem. Só que no dia que devia vir em
– Sei dizer não senhor: não tomo café. geral não vem.
– Você é dono do café, não sabe dizer? – Mas ali fora está escrito “Leiteria”!
– Ninguém tem reclamado dele não senhor. – Ah, isso está, sim senhor.
– Então me dá café com leite, pão e manteiga. – Quando é que tem leite?
– Quando o leiteiro vem.
– Café com leite só se for sem leite.
– Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de
– Não tem leite? quê?
– Hoje, não senhor. – O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de
que é feita a coalhada?
– Por que hoje não?
– Está bem, você ganhou. Me traz um café com
– Porque hoje o leiteiro não veio. leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai
indo a política aqui na sua cidade?
– Ontem ele veio?
– Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
– Ontem não.
– E há quanto tempo o senhor mora aqui?
– Quando é que ele vem?
Conversinha Mineira
Fernando Sabino
Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros.
Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e
aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista
tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.
O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de
leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da linguagem
coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão
sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.
Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm
Crônica – uma palavra,
muitos conceitos
• Vários tipos de obras recebem o título de
crônica, e diferenciar uma da outra muitas
vezes dá mais trabalho do que simplesmente
encontrar os diferentes textos e aponta-los
como sendo deste “gênero”.
• Quais outros tipos de uso que você
reconhece para a palavra crônica?
Discutindo a crônica
• “A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes
cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e
poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse.
Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor. “Graças a Deus”, seria o caso
de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de
caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura (...).
• (...) Ora, a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das
coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos
e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma
singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais
diretas e também nas suas formas mais fantásticas, sobretudo porque quase sempre utiliza
o humor. Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e
da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o
livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada
para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.”
3. Leia:
[...] mas do jeito que o senhor descrevia, parecia uma
coisa enorme, cavalheiro! [...]
O que levou o vendedor a fazer esse comentário?
Comunicação
Luis Fernando Verissimo
4. Na crônica “Comunicação” o narrador procura interagir com o leitor.
a) Registre no caderno a passagem em que isso ocorre.
b) Com que objetivo ele faz isso?
6. Antes que o objeto fosse identificado, o que você imaginou que ele era?
Palavras na lupa
1. Os substantivos de sentido genérico são chamados de hiperônimos. Os
hiperônimos ajudam a construir a continuidade temática e a evitar repetições
desnecessárias. Veja um exemplo:
Levei meu carro à oficina. O veículo está velho e tem apresentado muitos
problemas
Crônica humorística
Você leu duas crônicas humorísticas com diálogos:
"Conversinha mineira" e "Comunicação" Agora, você
vai produzir uma crônica humorística com diálogo,
assim como fizeram Fernando Sabino e Luis
Fernando Verissimo. Sua crônica fará parte de uma
antologia, Antologia é uma seleção de textos em
prosa e/ou em verso da qual participam diversos
autores. Para produzir o seu texto, siga as
orientações a seguir:
Produção de textos
Preparação
1. Imagine uma situação do dia a dia que possa
provocar humor e que envolva duas personagens,
2. Essa situação pode ter acontecido com você ou
com algum conhecido,
3. Qual foi o fato inusitado que provocou humor na
situação?
4. Pense em como você vai apresentar a situação e
narrar o início da história.
5. Considere que a crônica terá diálogos e que por
meio deles os leitores conhecerão as personagens
e o cenário.
6. Planeje os diálogos contemplando alguns detalhes
que componham as personagens e o cenário, a fim
de "transportar" o leitor para a cena.
Produção de textos
Realização
1. No primeiro parágrafo, o narrador em terceira pessoa deve indicar a
situação que provocou a complicação entre os interlocutores e
informar o lugar onde os fatos aconteceram,
2. Nos parágrafos seguintes, a história deve ser narrada por meio do
diálogo entre as personagens.
3. Por meio das falas das personagens, o leitor deverá ser informado
sobre quem são elas, como são, o que sentem, como tentam
resolver a complicação e como se dá o desfecho.
4. As falas devem vir entre aspas ou separadas por travessões.
5. A linguagem deve estar adequada à situação vivenciada e à faixa
etária das personagens.
Produção de textos
Realização
6. Pense em como usar os recursos da ironia, do
exagero, do duplo sentido das palavras -
acontecimentos inesperados.
7. Dependendo da situação e do contexto, você
pode também usar gírias e expressões coloquiais
8. Como se trata de uma situação informal de fala,
use expressões para indicar dúvida,
concordância, discordância, hesitação,
interrogação etc.
9. Use as marcas próprias da modalidade escrita.
Produção de textos
Avaliação e reescrita
Você escreveu a primeira versão da crônica, mas sua
produção ainda não está finalizada. Como todo escritor,
você deve revisá-Ia e, em seguida, fazer os ajustes
necessários.
Avalie você mesmo ou peça a um colega para avaliar a
crônica que você escreveu, observando os seguintes
aspectos:
1. Os diálogos expressam a situação humorística?
2. Essa situação explora um acontecimento do dia a dia?
3. A linguagem é adequada à situação, assim como às
características das personagens?
4. A crônica apresenta um narrador de terceira pessoa
que situa o leitor, indicando-lhe o local emque a
complicação ocorreu e apresentando as suas causas?
Produção de textos
Avaliação e reescrita
5. Os diálogos são suficientes para descrever as características
das personagens e criar uma situação humorística?
6. A situação complicada é claramente apresentada pelas
personagens por meio dos diálogos
7. O texto está legível?
8. Os sinais de pontuação, como aspas ou travessões, foram
empregados com adequação para indicar a mudança de
interlocutores?
9. O texto está claro? O leitor vai entendê-Io?
1. Após a redação final da crônica, junte-a à dos demais colegas, para organizar
uma antologia de crônicas da turma.
2. Façam o sumário, que deverá conter o título de todas as crônicas e o nome
dos autores, por ordem de autor ou de título, e o número da página de cada
uma delas. O sumário deve ser colocado nas páginas iniciais da antologia,
antes dos textos.
3. Escolham um título para a antologia e elejam um colega para fazer a capa.
4. Encadernem a antologia e façam fotocópias para mostrar aos familiares e
amigos.
5. Ofereçam um exemplar para a biblioteca da escola. Ele passará a fazer parte
do acervo da biblioteca e poderá ser lido por todos os interessados.
6. A antologia também pode ser veiculada pela internet, no site da escola ou no
blog da turma. Para isso, se possível, organizem a digitação das crônicas e
providenciem a produção da capa e a edição do material digitalmente.