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Hidrologia

Bacia Hidrográfica e Balanço Hídrico

Carlos Ruberto Fragoso Jr.


http://www.ctec.ufal.br/professor/crfj/

CTEC - UFAL
Programa da aula

 Parte 1 (Bacia Hidrográfica)


 O que é uma Bacia Hidrográfica?
 Características de uma Bacia Hidrográfica

 Parte 2 (Balanço Hídrico)


 O que é o balanço hídrico?
 Exemplos práticos
Ciclo Hidrológico

precipitação

transpiração evaporação (interceptação)

evaporação infiltração escoamento


superficial

zona de aeração
ou percolação
fluxo
zona não saturada
ascendente

lençol freático
escoamento
zona saturada
sub-superficial

rocha de origem
Processos do ciclo hidrológico
Precipitação e evaporação
no espaço e no tempo

Precipitação direta em
Precipitação sobre Interceptação
lagos, rios e
áreas impermeáveis vegetal
Evaporação e reservatórios
evapotranspiração

Interceptação por
diferentes superfícies

Infiltração de
superfícies
permeáveis

Balanço no meio
não-saturado
Evaporação e
evapotranspiração

Escoamento Escoamento no meio


Percolação
superficial não-saturado

Escoamento
subterrâneo

Vazão superficial
Bacia Hidrográfica
 Uma região em que a chuva ocorrida em qualquer
ponto drena para a mesma seção transversal do curso-
d’água.

 Área de captação natural das precipitações, que faz


convergir os escoamentos para um único ponto de
saída: o exutório.

 Para definir uma bacia:


• Curso d’água
• Seção transversal de referência (exutório)
• Informações de topografia.
Definição de Bacia Hidrográfica
 Diferenciar áreas que contribuem para um ponto

 Identificar para onde


escoa a água sobre o
relevo usando como
base as curvas de
nível. adaptado do original de Francisco Olivera, Ph.D., P.E.
Texas A&M University
Department of Civil Engineering
• A água escoa na direção da maior declividade
• Assim, as linhas de escoamento são ortogonais às curvas de nível.
Seção de
referência,
ou exutório

Fontes de dados de topografia


Seção de
referência,
ou exutório

Divisor não corta drenagem


exceto no exutório.

Divisor passa pela região mais


elevada da bacia, mas não
necessariamente pelos pontos
mais altos.
Bacia Hidrográfica
Bacia Hidrográfica
Bacia Hidrográfica
• Bacias hidrográficas são compostas por sub-bacias
hidrográficas, sendo também estas bacias
hidrográficas que podem ser subdividida em sub-
bacias, etc.

• A bacias do riacho Pau D´Arco, riacho do Sapo e


riacho Gulandim são sub-bacias da bacia do rio
Reginaldo  bacias urbanas.

• A bacias dos rios Caçamba, Porangaba, Bálsamo,


Seco, Paraibinha, .... são sub-bacias da bacia do rio
Paraíba  bacias rurais com pequenas aglomerações
urbanas.
Bacia Hidrográfica
• A bacia hidrográfica do rio Reginaldo: 26,5 km2
Bacia Hidrográfica
• A bacia hidrográfica do riacho Pau D’Arco: 2,74 km2
Bacia Hidrográfica
• A bacia hidrográfica do riacho do Sapo : 1,85 km2
• A bacia hidrográfica do rio Paraíba: 3.127,83 km2
-7

-8
RECIFE

PERNAMBUCO

-9

O
IC
NT
RIO


ALAGOAS MACEÍO

AT
-10 O
FR

NO
AN
CIS

EA
C O

-11
-42 -41 -40 -39 -38 -37 -36 OC-35 -34

Fonte: Plano diretor do rios Sumaúma,


Remédios e Paraíba
Sub - bacia
Discretização em Sub-bacias
vários níveis de subdivisão da bacia

Sub1
3
1

Sub2 represa
2
Sub3

4
Sub4

saída saída
Bacia Hidrográfica
Divisor:
 divisor superficial x divisor subterrâneo

Características da Bacia Hidrográfica:


• Área de drenagem
• Comprimento
• Declividade
• Curva hipsométrica
• Forma
• Cobertura vegetal e uso do solo
• ……
Área da Bacia Hidrográfica
• Característica mais importante da bacia

• Reflete o volume total de água que pode ser


gerado potencialmente na bacia
• Bacia impermeável e chuva constante:
• Q=C.P.A
• Se A = 60 km2 (60 milhões de m2), C = 1
• e P = 10 mm/hora (2,7 . 10-6 m/s)
• Q = 166 m3/s
Área da Bacia Hidrográfica
• Uma vez definidos os contornos (divisor), a área pode ser
calculada por uma integral numérica (SIG) ou por métodos
manuais (planímetro, contagem, pesagem).
Comprimento da Bacia Hidrográfica

 Comprimento da bacia

 Comprimento do rio
principal

• Os comprimentos da bacia e do
rio principal são importantes para
a estimativa do tempo que a
água leva para percorrer a bacia.
Ordenamento dos canais
• Trata-se de uma hierarquização dos canais
fluviais

• Cada linha de drenagem pode ser


categorizada de acordo com sua posição
(ordem ou magnitude) dentro da bacia

• A ordenação pode ser utilizada para descrever


a linha de drenagem e dividir a rede de
drenagem em partes que podem ser
quantificadas e comparadas
Ordenamento dos canais
• como fazer a ordenação?
• linhas de drenagem que não possuem nenhum
tributário são designadas como linhas de 1ª ordem
• A ordem ou magnitude das demais linhas de drenagem
depende do método utilizado  Horton, Strahler e
Shreve

• Strahler  linhas de 2ª ordem são formadas pela


junção de 2 linhas de 1ª ordem, as linhas de 3ª ordem
são formadas pela junção de 2 linhas de 2ª ordem e
assim sucessivamente  as linhas de 3ª ordem, por
exemplo, podem também receber um canal de 1ª ordem
Ordenamento dos canais

Strahler
(1945)

http://www.dpi.inpe.br/cursos/tutoriais/modelagem/cap2_modelos_hidrologicos.pdf
Ordenamento dos canais
• Shreve  magnitudes somadas todas as vezes que há a
junção de duas linhas de drenagem  exemplo 
quando 2 linhas de 2ª ordem se unem, o trecho a
jusante recebe a designação de 4ª ordem
• Algumas ordens podem não existir.

• Horton canais de 2ª ordem têm apenas afluentes de


1ª ordem. Canais de 3ª ordem têm afluência de canais
de 2ª ordem, podendo também receber diretamente
canais de 1ª ordem  canais de ordem u pode ter
tributários de ordem u-1 até 1.

• Isto implica atribuir a maior ordem ao rio principal,


valendo esta designação em todo o seu comprimento,
do exutório à nascente
Ordenamento dos canais

Shreve

http://www.dpi.inpe.br/cursos/tutoriais/modelagem/cap2_modelos_hidrologicos.pdf
Ordenamento dos canais
Horton
• como decidir qual é o
rio principal numa 1 2
32
confluência? 32
2
1
Partindo da jusante da
3 2
confluência, estender a linha 1
1 4 43 1 2
do curso d’água para 2 3 2 1
montante, para além da 2 2
bifurcação, seguindo a mesma 2
3 2 4 2 1
direção. O canal confluente 4 32 4 1
1
que apresentar maior ângulo é 4 1
o de ordem menor
1
2
Ambos com mesmo ângulo  2 4
rio de menor extensão é o de
ordem mais baixa 4
Ordenamento dos canais
Horton
1 2
3 2
3 1

1 2
1 4 3 1 2
24 2 1
2 2
4 4 2 1
4 2
1 1
4 1
1
2
2 4

4
Declividade da Bacia Hidrográfica
• Diferença de altitude entre o início e o fim da
drenagem dividida pelo comprimento da drenagem.
• Tem relação com a velocidade com a qual ocorre o
escoamento.

• Equação de Manning: V proporcional a S0.5


Ponto mais baixo:
20 m

Ponto mais alto:


300 m

Comprimento drenagem = 7 km
Declividade = 0,04 m/m ou 40 m por km
Declividade no rio
• Comprimento do rio principal (L): para cada bacia existe
um rio principal. Define-se o rio principal de uma bacia
hidrográfica como aquele que drena a maior área no
interior da bacia. A medição do comprimento do rio pode
ser realizada por curvímetro ou por geoprocessamento;
n
• Declividade média do rio (Sm) : l S i i

H(0,85L)  H(0,10L)
Sm  i1

Sm  L
0,75L 2
 
 

Se  n
L 
• Declividade equivalente do rio (Se) :  -1/2 
  liSi 
 i1 
Declividade no rio
• Exemplo: Bacia hidrográfica do rio Paraíba
Foram utilizados o índice de declividade de Roche
e o índice global IG Altitude para a qual há
n 95% da área de bacia
ID  L1/2  aidi acima dessa altitude
1

Altitude para a qual há


5% da área de bacia
Intervalo entre duas acima dessa altitude
Fração em curvas de nível.
porcentagem da
superfície A,
compreendida entre
H5  H95
duas curvas de nível IG 
vizinhas L
Declividade no rio
• Exemplo: Bacia hidrográfica do rio Paraíba
n
H5  H95
ID  L1/2
1
aidi IG 
L
SUB-BACIA ALTITUDE di FRAÇÃO ai x di SOMA
Id Ig
ai (ai x di)1/2
260 - 280 20 0,0224 0,448 0,669328
280 - 400 120 0,172 20,64 4,543127
400 - 600 200 0,626 125,2 11,18928
Caçamba
600 - 800 200 0,165 33 5,744563
800 - 850 50 0,015 0,75 0,866025
23,0 4,5 17,3
70 - 80 10 0,025 0,25 0,5
80 - 200 120 0,482 57,84 7,605261
Porangaba 200 - 400 200 0,405 81 9
400 - 550 150 0,088 13,2 3,63318
20,7 2,9 9,4
360 - 400 40 0,057 2,28 1,509967
400 - 480 80 0,261 20,88 4,569464
480 - 600 120 0,438 52,56 7,249828
Balsamo
600 - 800 200 0,226 45,2 6,723095
800 - 880 80 0,018 1,44 1,2
21,3 4,4 16,5
570 - 600 200 0,146 29,2 5,403702
600 - 800 200 0,382 76,4 8,740709
Seco 800 - 900 100 0,454 45,4 6,737952
900 - 930 50 0,018 0,9 0,948683
Perfil Longitudinal
Valores típicos:
Baixa declividade: alguns cm por km
Alta declividade: alguns m por km
Perfil típico:
Altitude do leito

alto médio baixo

Distância ao longo do rio principal


Curva Hipsométrica
• Descrição da relação entre área de contribuição e
altitude.
Altitude (m)
890

350
Fração da área
0 0,25 0,5 0,75 1,0
Curva Hipsométrica
Curva Hipsométrica
Curva Hipsométrica
950

930

910

H5 890

870

850

830

810

790

770

750

730 H95
710

690

670
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% 100%
Tempo de escoamento
Tempo de viagem = 2 min
Tempo de viagem = 15 min
Chuva de curta duração

15 minutos tempo

Q
Tempo de concentração

• Tempo necessário para que a água precipitada no ponto


mais distante da bacia escoe até o ponto de controle,
exutório ou local de medição.
• Relação com:
 Comprimento da bacia (área da bacia)
 Forma da bacia
 Declividade da bacia
 Alterações antrópicas
 Vazão (para simplificar não se considera)

• Como estimar?
• Relação com comprimento do rio
• Relação com a declividade
Tempo de concentração
• Fórmulas empíricas para tempo de concentração
• Kirpich 0,385 tc em minutos
L 
3
tc  57    L em km
 Δh  h em m
• Ventura  para regiões planas

tc  4,54  A A em km2
• Ventura  para regiões em declives

A A em km2
tc  4,54  I em m/km
I
• Passini  para regiões planas tc  345,6  A  I
Índice de conformação
ou fator de forma e índice de compacidade:
Fator de forma
I alto: cheias mais rápidas
 I baixo: cheias mais lentas
I  A L2
índice de compacidade
L • Relação entre o perímetro da
bacia e o perímetro que a bacia
teria se fosse circular.

K = 0,28 P / A0.5
mede mais ou menos a mesma
coisa que o fator de forma
Exemplos: Alongadas

São Francisco

Outras:
Tietê;
Paranapanema;
Tocantins.
Exemplos: Alongadas
Paraíba  PE e AL
Exemplos: Circular

Taquari Antas - RS

Rio Itajaí - SC
Cobertura Vegetal

 Florestas: maior interceptação; maior profundidade


de raízes.

 Maior interceptação = escoamento demora mais a


ocorrer.

 Maior profundidade de raízes = água consumida pela


evapotranspiração pode ser retirada de maiores
profundidades do solo.
Uso do solo

 Substituição de florestas por


lavoura/pastagens
 Urbanização: telhados, ruas, passeios,
estacionamentos e até pátios de casas
 Modificação dos caminhos da água
• Aumento da velocidade do escoamento (leito
natural rugoso x leito artificial com revestimento
liso)
• Encurtamento das distâncias até a rede de
drenagem (exemplo: telhado com calha)
Uso do solo

 Agricultura = compactação do solo


• Redução da quantidade de matéria orgânica no
solo
• Porosidade diminui
• Capacidade de infiltração diminui
• Raízes mais superficiais: Consumo de água das
plantas diminui
Tipos de solos

 Solos arenosos = menos escoamento superficial

 Solos argilosos = mais escoamento superficial

 Solos rasos = mais escoamento superficial

 Solos profundos = menos escoamento superficial


Geologia

 Rochas do sub-solo afetam o comportamento da bacia


hidrográfica.

 Rochas porosas tem a propriedade de armazenar grandes


quantidades de água (rochas sedimentares – arenito).

 Rochas magmáticas tem pouca porosidade e armazenam


pouca água, exceto quando são muito fraturadas.

 Bacias com depósitos calcáreos tem grandes cavidades no


sub-solo onde a água é armazenada.
Partes da Bacia

 Vertentes:
• Escoamento superficial difuso
• Não há canais definidos
• Escoamento sub-superficial e subterrâneo

 Rede de drenagem:
• Escoamento superficial
• Canais bem definidos
Rede de Drenagem
 Densidade da
Rede de
Drenagem:
• Controlada
pela Geologia e
pelo Clima

 Forma da
Rede de
Drenagem:
• Controlada
pela Geologia
Forma da rede de Drenagem

Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX)


Forma da rede de Drenagem

Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX)


Forma da rede de Drenagem

Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX)


Forma da rede de Drenagem

Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX)


Balanço Hídrico
• Balanço entre entradas e saídas de água em uma bacia
hidrográfica
• Principal entrada  precipitação
• Saídas  evapotranspiração e escoamento.
• A equação abaixo tem que ser satisfeita:

ΔV
 P E Q
Δt
Onde
V  variação do volume de água armazenado na bacia (m3)
t  intervalo de tempo considerado (s)
P  precipitação (m3.s-1)
E  evapotranspiração (m3.s-1)
Q  escoamento (m3.s-1)
Balanço Hídrico
Balanço Hídrico
Intervalos de tempo longos (como um ano ou mais) 
variação de armazenamento pode ser desprezada na maior
parte das bacias

P EQ
Reescrita em unidades de mm.ano-1, o que é feito dividindo os
volumes pela área da bacia

As unidades de mm são mais usuais para a precipitação e


para a evapotransipiração

Uma lâmina 1 mm de chuva corresponde a um litro de


água distribuído sobre uma área de 1 m2.
Coeficiente de escoamento
Percentual da chuva que se transforma em
escoamento

Q
C
P
O coeficiente de escoamento tem, teoricamente,
valores entre 0 e 1. Na prática os valores vão de 0,05
a 0,5 para a maioria das bacias.
Balanço hídrico de algumas regiões
hidrográficas do Brasil
Q
C
P
Região Área Chuva Vazão Evapo Chuva Vazão Evapo Vazão
transp. transp. %
km 2 m 3/s m 3/s 3
m /s mm mm mm Chuva
Amazonas - Total 6112000 493491 202000 291491 2546 1042 1504 41
Amazonas- Brasil 3884191 277000 128900 139640 2249 1047 1134 47
Tocantins 757000 42387 11300 31087 1766 471 1295 27
Atlântico Norte 242000 16388 6000 10388 2136 782 1354 37
Atlântico Nordeste 787000 27981 3130 24851 1121 125 996 11
São Francisco 634000 19829 3040 16789 986 151 835 15
Atlântico Leste (1) 242000 7784 670 7114 1014 87 927 9
Atlântico Leste (2) 303000 11791 3710 8081 1227 386 841 31
Paraná 877000 39935 11200 28735 1436 403 1033 28
Paraguai 368000 16326 1340 14986 1399 115 1284 8
Uruguai 178000 9589 4040 5549 1699 716 983 42
Atlântico - Sul 224000 10519 4570 5949 1481 643 838 43
Brasil - Amazonas Total 10724000 696020 251000 445020 2047 738 1309 36
Brasil - Amazonas Parcial 8496191 479529 177900 293169 1780 660 1088 37
(1) Do Japaratuba (SE) ao Pardo (BA)
(1) Do Jequitinhonha (MG/BA) ao Paraíba do Sul ( SP/MG/RJ)
Exemplo:
Qual seria a vazão de saída de uma bacia
completamente impermeável, com área de 60km2,
sob uma chuva constante à taxa de 10 mm.hora-1?

Cada mm de chuva sobre a bacia de 60km2  volume


total de 60.000 m3 lançados sobre a bacia  em uma
hora são lançados 600.000 m3 de água sobre esta
bacia.

A bacia é impermeável  toda a água deve sair pelo


exutório a uma vazão constante de 167 m3.s-1.
Exemplo:

A região da bacia hidrográfica do rio Taquari recebe


precipitações médias anuais de 1600 mm. Em Muçum
(RS) há um local em que são medidas as vazões deste
rio e uma análise de uma série de dados diários ao
longo de 30 anos revela que a vazão média do rio é de
340 m3.s-1.

Considerando que a área da bacia neste local é de


15.000 Km2, qual é a evapotranspiração média anual
nesta bacia? Qual é o coeficiente de escoamento de
longo prazo?
Exemplo:
O balanço hídrico de longo prazo de uma é dado por

P EQ
onde P é a chuva média anual; E é a evapotranspiração
média anual e Q é o escoamento médio anual.

A vazão média de 340 m3.s-1 em uma bacia de 15.000 km2


corresponde ao escoamento anual de uma lâmina dada por:

Q(m 3  s1 )  3600  24  365 (s  ano 1 ) 1


Q(mm/ano)  2
 1000 (mm  m )
A(m )
Exemplo:
Q(m 3  s1 )  3600  24  365 (s  ano 1 ) 1
Q(mm/ano)  2
 1000 (mm  m )
A(m )
ou
3,6 . 24 . 365
Q(mm/ano)  Q(m 3  s1 )
A(km2 )
3,6  24  365
Q(mm/ano)  340   715 mm  ano 1
15000

e a evapotranspiração é dada por

E  P  Q  1600  715  885 mm  ano -1

O coeficiente de escoamento de longo prazo é dado por

C  Q P  715 1600  0,447


Bacia Hidrográficas e SIG
• SIG  Sistemas de Informação Geográfica

• Equivalem a sistemas CAD para a hidrologia

• Além de CAD são bancos de dados e permitem


análises dos dados
Representações do relevo
no computador

• Isolinhas = curvas de nível

• Matriciais = modelos digitais de elevação

• TIN = Triangular irregular network


MDE ou MNT

• Representação do relevo na
forma de uma matriz

91 92 87

88 82 85

83 81 78
MDE ou MNT

• Representação do
relevo na forma de
uma matriz
Identificação da direção de escoamento para
cada elemento (célula) da matriz:
Codificação da Direção

64 128 1

32 2

16 8 4
Direção de escoamento
• Cálculo declividade para cada uma das 8 direções
possíveis.
• Direção de fluxo é aquela que tiver a maior
declividade.

• Se todas as células do entorno tem altitude maior do


que a célula central estou numa depressão.

• Se todas as células tem a mesma 64 128 1


altura estou numa depressão, ou
região plana. 32 2

16 8 4
• Equação declividade ....
O que pode ser obtido do MDE
• Direção de escoamento
• Rios principais (rede de drenagem)
• Definição de Bacia e Sub-bacias

• Áreas das bacias

• Declividade das bacias

• Comprimento do rio principal, etc..


Definição de Bacia Hidrográfica
 Identificar para onde escoa a água sobre o relevo
usando como base as curvas de nível.

• A água escoa na direção da


maior declividade.

• Assim, as linhas de
escoamento são ortogonais
às curvas de nível.

adaptado do original de Francisco Olivera, Ph.D., P.E.


Texas A&M University
Department of Civil Engineering
Definição automática de bacia
observe a grade
sobreposta

• Se, em vez de um mapa,


temos um DEM

• Exemplo com 30-meter


DEMs do USGS

adaptado do original de Francisco Olivera, Ph.D., P.E.


Texas A&M University
Department of Civil Engineering
Direção de fluxo

Function: Flow direction


Argument: DEM

78 72 69 71 58 2 2 2 4 4

74 67 56 49 46 2 2 2 4 4

69 53 44 37 38 1 1 2 4 8

64 58 55 22 31 128 128 1 2 4

68 61 47 21 16 128 128 1 1 4

DEM Códigos de direção Rede de drenagem


(vetorial)
adaptado do original de Francisco Olivera, Ph.D., P.E.
Texas A&M University
Department of Civil Engineering
Área da bacia
• Usando as direções de fluxo
seria possível contar o
número de células que
drenam um ponto.

• Mas existe um método


automático um pouco
diferente...
Área acumulada 1

1 1 1 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 2 1 1

1 1 1 1 1 1 2 1

1 1 1 1 1 1 1 2
Área acumulada 2

1 1 1 1

1 3 1 1

1 1 3 1

1 1 1 3
Área acumulada 3

1 1 1 1

1 3 2 1

1 1 4 1

1 1 1 4
Área acumulada no Idrisi
• No IDRISI existe a função Runoff que calcula área de drenagem (área
acumulada) onde são realizadas de forma automática as operações
intermediárias
– Remoção de depressões
– Determinação de direção de fluxo
– Área acumulada
Área acumulada no TAS
• No TAS também existe uma função que calcula área de drenagem
(área acumulada) onde são realizadas de forma automática as
operações intermediárias
– Remoção de depressões
– Determinação de direção de fluxo
– Área acumulada
Área acumulada ArcGIS
Área acumulada
Área acumulada
Rede de drenagem e sub-bacias
Triangulated Irregular Network

Edge

Node

Face
3D Structure of a TIN
Real TIN in 3D!
Softwares

• ARC-GIS
• Idrisi

• GRASS

• Erdas
Exercício
Delimite a bacia hidrográfica definida pelo ponto D na
figura abaixo:

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