Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Se você não almeja minha morte, em nome da piedade (não ouso dizer
do amor), faça-me saber quando poderei vê-la. Imploro-lhe graça,
perdão… de joelhos, com lágrimas!!! Oh! Infeliz como sou, não acreditei
merecer tudo quanto sofro, mas bendigo os golpes provindos de sua
mão. Espero sua resposta como a sentença de um juiz”.
H. Berlioz
Idée Fixe k
Na Obra de Berlioz
Aparece pela primeira vez no compasso nº 72 do 1º movimento, acompanhado
apenas pelo naipe de cordas, tornando-se o enfoque do ouvinte.
Berlioz se utiliza de constantes cromatismos, saltos e movimentos
harmônicos inesperados e/ou progressivos (aumento/redução da tensão) para
tornar o tema bastante expressivo e simbólico, o que se percebe ao longo da
sinfonia. Interessante notar, também, a maneira como o compositor modifica o
tema em alguns momentos, para enfatizar alguma ideia/imagem/representação
sonora que liga-se ao contexto do movimento corrente (por exemplo, o final do
quarto movimento e durante todo o quinto).
Idée Fixe
Doença e Genialidade
Inicialmente começa com uma valsa tranquila que se acelera ao decorrer das
aparições da idée fixe, que se apresenta de forma calma e esbelta, significando a
chegada da bela moça no baile;
O jovem não anseia mais pelo amor inalcançável pois sua amada se encontra no
mesmo local que ele, onde podem festejar e dançar juntos.
A música tem um ápice de agitação logo depois da apresentação da idée fixe que não se
finaliza (a imagem de sua paixão, na forma da “ideia fixa” volta a atormentá-lo) e depois volta a ficar
tranquila;
A idée fixe se apresenta mais como uma lembrança da amada do que a chegada dela no
local do jovem, é apresentada como tensão, o que foi conquistado no movimento anterior agora se
desfez, o jovem apaixonado procura e anseia sua amada distante;
Nesse movimento o jovem fuma ópio e sonha que matou sua amada, sendo
condenado à morte por tal ação, conduzido-se ao cadafalso;
Apresenta uma marcha na qual o jovem caminha para sua morte, ora sóbria
e soturno, ora brilhante e solene;
A idée fixe aparece no final do movimento como um último pensamento da
amada, interrompido pelos tambores e metais que sinalizam a chegada do golpe final
de morte, de modo triunfante.
Inicialmente mostra o jovem já morto encontrado em um sabbat de feiticeiras, cercado por uma
multidão de monstros e criaturas que gemem, gritam e gargalham, todos reunidos para seu enterro,
festejando-o junto ao jovem.
A idée fixe é apresentada no início do movimento mas não mais com características românticas,
ou tímida ou de lembrança, mas de forma brincalhona, grotesca e se junta a orgia com as feiticeiras. A
idée fixe não é apresentada de inteiro, entrecortada pela celebração das bruxas. Com a apresentação do
Dies Irae, ao som de sinos funerários, o clima se torna fúnebre e solene, representando a realidade da
morte do jovem, e sua ida ao sobrenatural.
O movimento se intercala, e logo se mistura, entre a festa das feiticeiras e o Dies Irae, crescendo
em fúria incontrolável até o ponto culminante e final de toda a Sinfonia.
ideia fixa tenebrosa
Bibliografia
ROSEN Charles, A geração romântica, Editora da Universidade de São Paulo, 2000;
CANDÉ Roland, Os grandes clássicos, História da música clássica volume II: O Romantismo e seu
legado. Ediciones del Prado, S. A, 1995;
CHAVES JR. Edgard De Brito, Mistérios Da História Da Música, Biblioteca Mentor Cultural,
1987;
CARPEAUX Otto Maria, Uma Nova História da Música, Demora Tecnoprint S.A, 1976;