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de sol a sol
Soldado
de sal a sal
Salgado
de sova a sova
Sovado
de suco a suco
Sugado
de sono a sono
sonado
Sangrado
de sangue a sangue
Os recursos visuais são
utilizados por Augusto de
Campos como no poema
abaixo intitulado Eis os
amantes:
Em Pós-tudo, escrito no fim da década de
80, Augusto de Campos parece fazer o
inventário de sua participação no
concretismo, identificando o seu papel nas
mudanças poéticas e reconhecendo que o
caminho revolucionário acabara na mudez*:
Mudo aqui tem um sentido
ambivalente.
Além da indicação de mudez, o termo
poderia ser interpretado como forma
verbal de mudar, traduzindo assim o
início, uma nova busca de alternativas
por parte do autor, após a experiência
concretista.
beba coca cola
babe cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
c l o a c a
"beba coca cola" (1957), Décio Pignatari
POESIA-PRÁXIS
Práxis se auto-define como um processo literário
marcado por:
Poema com função Social
Valorização da Palavra
Considerar as palavras que integram um
vocabulário não como um mero objeto inerte de
composição, e sim energia, matéria-prima
transformável (repudiando a palavra-objeto dos
concretistas).
Objetivar que a forma-conteúdo do texto seja uma
estrutura genérica e aberta, de tal modo que o leitor
possa intervir crítica e criativamente no texto,
exercendo uma função de co-autoria.
A Poesia-Práxis filia-se às vanguardas
concretistas, ainda que procure contrapor-se a elas.
A poesia práxis preocupou-se com a palavra-
energia, que gera outras palavras, uma valorização
do ato de compor.
O movimento teve como principal teórico o poeta
Mário Chamie.
AGIOTAGEM
um
dois
três
o juro:o prazo
o pôr / o cento / o mês / o ágio
p o r c e n t a g i o.
dez
cem
mil
o lucro:o dízimo
o ágio / a mora / a monta em péssimo
e m p r é s t i m o.
muito
nada
tudo
a quebra:a sobra
a monta / o pé / o cento / a quota
h a j a n o t a
agiota.
PLANTIO
Cava,
então descansa.
Enxada; fio de corte corre o braço
de cima
e marca: mês, mês de sonda.
Cova.
Joga,
então não pensa.
Semente; grão de poda larga a palma
de lado
e seca; rês, rês de malha.
Cava.
Calca
e não relembra.
Demência; mão de louco planta o vau
de perto
e talha: três, três de paus.
Cova.
Molha
e não dispensa.
Adubo; pó de esterco mancha o rego
de longo
e forma: nó, nó de resmo.
Joga.
Troca,
então condena.
Contrato; quê de paga perde o ganho
de hora
e troça: mais, mais de ano.
Calca.
Cova:
e não se espanta.
Plantio; fé e safra sofre o homem
de morte
e morre: rês, rés de fome
cava.
POEMA / PROCESSO
Desenho , Pintura, computação Gráfica