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DESENVOLVIMENTO DE UMA FONTE DINGBAT INSPIRADA NO FILÉ ALAGOANO

DO PONTAL DA BARRA.

Géssy Ferreira Barbosa

Orientadora: Profª. Me. Mariana Hennes Sampaio Lôbo.


 
INTRODUÇÃO

Design gráfico

Tipografia

Cultura
JUSTIFICATIVA
Esse trabalho se justifica por não existir nenhum tipo de fonte dingbat que mostre a cultura de
Alagoas. O projeto pretende tentar fortalecer o bordado alagoano, estabelecendo uma ponte entre o
bordado e o campo da tipografia dingbat, ressaltando os aspectos formais da sua estrutura, seus
aspectos culturais e sua variação de estilos dos pontos.

Assim, sua proposta é sair de um único meio de exploração do seu uso (o bordado manual para
artefatos de moda) e encontrar novas formas de ampliar sua marca, genuinamente alagoana, em um
espaço novo no meio digital. Popularizar seus pontos, seus detalhes construtivos, podendo ser
aplicados em diversos trabalhos, como trabalhos digitais, impressões, customizações ou até
estampados em qualquer superfície que desejar. Onde todos poderão ter acesso gratuito e utilizá-la
em qualquer programa com edição de texto, tanto por designers como por qualquer pessoa que se
identifique com os ícones gerados a partir do trabalho proposto.
Desenvolvimento de uma fonte dingbat inspirada no bordado do Filé Alagoano.
OBJET IVO G ERAL

OBJETIVO ESPECIFICO

 Analisar fontes dingbats com referência cultural, com ênfase nos meios de produção,
quantidade de caracteres e características iconográficas presentes;
OBJETIVO ESPECIFICO
 Investigar os diversos pontos do filé, enquanto construção gráfica, criando categorias de
análise, como: dos nomes, formas geométricas e processo de síntese dos pontos;

 Desenvolver sínteses gráficas a partir da análise dos pontos de filé investigados;

 Mapear ferramentas gráficas que possibilitem a transformação de ilustrações gráficas


digitais em fontes tipográficas digitais, observando quais são mais adequadas a esse
projeto.
Primeira tentativa de geração de linguagem

REFERE NCIAL TEÓR ICO

Alguns sinais da escrita cuneiforme sumérios, 3.200 A.C .

Os nomes de Ptolomeu e de Cleópatra escritos


em hieróglifos , Egito. 3000 a.C.

(FONSECA, 2008)
 Livros manuscritos;
AV ANÇO DA CO MU NICAÇÃ O

 Máquina de impressão tipográfica – por


Johannes Gutemberg (1450-1480),

 O primeiro livro impresso produzido em


série da história, conhecido como a
bíblia de Gutenberg, ou bíblia de 42
linhas.

(NYEMEYER, 2001) (MEGGS & PURVIS, 2009).


Os tipos de Gutenberg:
AV ANÇO DA CO MU NICAÇÃ O

 Vantagem de serem móveis;


 Resistentes feitos em chumbo;
 Muitos caracteres,
 Podia ser reutilizado em outros
trabalhos impressos.

(CLAIR & BUSIC - SNYDER 2009)


M ESTRE DO B RALHO

 Criou desenhos em uma lamina de metal;


 Seu melhor trabalho é um conjunto de cartas de
baralho com imagens de pássaros, animais e
homens selvagens,
 Nesse tempo, percebe-se que já existia uma
preocupação de criar caracteres mais figurativos.

(MEGGS & PURVIS, 2009)


U NIV ERSO SIM BÓLICO

Tem a função de:

 Ornamentar,
 Destacar;
 Permitir a interpretação da
informação de forma mais
instantânea,
 Refletir determinados períodos ou
culturas.

(STRAUB, 2009).

William Caslon amostra dos tipos


romanos e itálico, em 1734
(MEGGS & PURVIS, 2009).
EV OLUÇ ÃO TIPOG RÁFICA A PARTIR DO SUR GIMEN TO DE FON TES DIGITAIS

 Segunda metade do século XIX;

 Impressoras a vapor;

 Criação de softwares mais elaborados para o


desenvolvimento de fontes digitais,

 A tipografia deixa de ser uma ferramenta cara, restrita e


especializada, tornando-se mais uma facilidade
disponível na elaboração do design gráfico.

(NYEMEYER, 2001) Desenvolvida a partir de referências culturais


(CRIMESTIPOGRAFICOS, 2018)
SU RGIM ENTO D E FO NTES DING BAT S

ANÁLISE DE PROJETOS A PARTIR DE REFERÊNCIAS CULTURAIS

 A dingbat é uma fonte tipográfica digital que utiliza símbolos ao invés de


letras e números no lugar dos caracteres.

O dingbat surge, portanto, como:

 forma simbólica,
 trazendo aspectos de uma cultura a partir do reconhecimento dessas
referências culturais nos símbolos criados.

 Gera-se, então, uma leitura de significados ao invés de leitura verbal,


mas nunca esquecendo a correspondência com a letra comandada nas
teclas do computador.
(JUSTO, 2017)
DINGBAT COBOGÓ
Dingbat cobogó | Set de Caracteres
apresenta 36 símbolos nas versões
positiva e negativa.(LUIGI, 2013).
DINGBAT CARROCERIA
Dingbat Carroceria | Set de Caracteres apresenta
62 símbolos, que registrou os elementos visuais
decorativos das carrocerias dos caminhões no
estado de Pernambuco (Finizola & Santana,
2013).
A IMPORTÂNCIA DO FILÉ PARA A CULTURA
LOCAL ALAGOANA

 Grande variação de pontos;


 O filé tem sua importância gráfica;
 Seu conhecimento é repassado por gerações;
 Suas peças geralmente são produzidas sem utilização de livros
ou manuais;
 Registrado como patrimônio cultural imaterial de Alagoas;
 Marca Alagoana,
 Um bom objeto de estudo.

(INBORDAL, 2016)
O TRABALHO ARTESANAL DAS BORDADEIRAS DO
PONTAL DA BARRA: MODO DE TRABALHO

Principais instrumentos de trabalho para a confecção do bordado filé Etapas do processo de produção do bordado
VISITA IN LOCO: REGISTRO FOTOGRÁFICO
E ENTREVISTA POR PAUTAS
ENTREVISTA POR PAUTAS
PRINCIPAIS PONTOS
METODOLOGIA DE PROJETO

Busca por referências fotográficas


Escaneamento das imagens
Traçado vetorialmente do desenho
Impressão de testes
Ajustes no computador
Fechamento do arquivo em fonte digital
Metodologia de Finizola.
BUSCA POR REFERÊNCIAS
FOTOGRAFICAS:
 Entrevista por Pautas

 Inbordal, 2016.
ESCANEAMENTO DAS IMAGENS:
 
Conforme demonstrado, as referências fotográficas pré-
existentes na coleção do Caderno do Bordado Filé
(INBORDAL, 2016) foram suficientes para o
desenvolvimento do presente projeto, sendo imagens de
boa qualidade e já tratadas, não fazendo sentido fazer
novamente o escaneamento das mesmas.

Exemplo de imagens encontradas já tratadas, para a


geração da fonte dingbat do bordado filé.
TRAÇADOS VETORIAIS DO DESENHO:

 Adobe Illustrator;
 Mesa digital;
 Caneta digital,
 Efeito mais manual.
CLASSIFICAÇÃO
DOS PONTOS:
Nomes:
Formas geométricas:
 Características principais

Processo de síntese:
 Se trata de um trabalho manual;
 Ter uma lógica geométrica na sua elaboração;
 Todos os pontos têm como base uma malha modular,
 Contorno dos pontos.
Sínteses gráficas:

 Estudo dos contornos de cada


ponto do bordado.

 Definição da espessura de traço


adequada, não podendo ser tão
largo nem tão fino.
IMPRESSÃO DE TEXTE AJUSTES NO COMPUTADOR:
FECHAMENTO DE ARQUIVO DE FONTE
DIGITAL:
 Primeira opção FonteForge,
 Programa Calligraphr.
AJUSTES NO COMPUTADOR:
FECHAMENTO DE ARQUIVO DE FONTE DIGITAL:
Fonte primeira versão Fonte segunda versão

47 37
TESTES ESCALONAMENTO
DETALHES
APLICAÇÕES
DIVULGAÇÃO NO MEIO DIGITAL

 A fonte foi disponibilizada na internet, em


uma plataforma online – o Behance

 Podendo ser visualizada e baixada


gratuitamente pelo link:
https://www.behance.net/Gessy, por
qualquer pessoa que se interesse pelo
tema da sua criação.
DIFICULDADES ENCONTRADAS

 A falta de referências bibliográficas sobre tipografias


dingbat inspirada no Estado de Alagoas;

 Grande responsabilidade, de criar a primeira fonte


dingbat, que se tem conhecimento, inspirada na cultura
local do Estado,

 Achar metodologias de design para esse tipo de


criação, sendo a metodologia adotada uma das
publicações mais recentes sobre o tema.
O presente estudo permitiu para o design gráfico:

 Perceber diversas fontes de referência que podem se tornar objeto de


estudo;

 Servir como exemplo para futuros trabalhos com essa mesma temática,

 Permitiu maior aproximação com a temática tipografia dingbat e com a


cultura local do Bordado Filé.  
 
 
Para os bordadeiros, o estudo funciona ainda
como homenagem ao seu trabalho tão
expressivo e bem elaborado, pela sua qualidade,
originalidade, força cultural e representatividade
junto a cultura do Estado de Alagoas.

Obrigada!
REFERÊNCIAS
 
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em: 05 de fev. 2018.
ARAÚJO, L.N; ALMEIDA, J.D. 2017. A importância da identidade visual: caso dos bordadeiros de filé do Pontal da Barra, Maceió – Alagoas. Maceió, 2017.
 
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BRANT, L. O Poder da Cultura. São Paulo: Peiropolis, 2009. Disponível em:< http://www.culturaemercado.com.br/site/pontos-de-vista/cultura-e-poder-2/>
Acesso em: 16 de nov.2017.
 
CLAIR, Kate; BUSIC-SNYDER, Cynthia. Manual da tipografia: a história, a técnica e a arte. 2. ed. Tradução Joaquim da Fonseca. Porto Alegre: Bookman,
2009.
 
CRIMES TIPOGRAFICOS, 2010. Disponível em: <http://www.crimestipograficos.com/?go=zine> Acesso em: 16 de abri. 2018.
 
DESIGNVERNACULAR, 2013. Disponível em: <http://www.designvernacular.com.br/carrocerias/> Acesso em: 17 de fev. 2018
 
FARIAS, Priscila. Os baralhos da Copag entre 1920 e 1960. In: CARDOSO, R. (Org.). O design brasileiro antes do design. São Paulo: Cosac Naify, 2005,
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FINIZOLA, Fátima; SANTANA, Damião. Iconografia das Carrocerias de Caminhão de Pernambuco. Disponível em: <http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-
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FONSECA, Joaquim. da. Tipografia e design gráfico: design e produção de impressos e livros. Porto Alegre: Bookman, 2008. 296p.
 
 
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Ediitora Atlas SA, 2008.
 
HENNES, Mariana. Letreiros populares do Recife:uma analise dos seus aspectos semânticos e morfologicos. Recife, 2012. https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11580/1/Disserta
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INBORDAL 2017. Patrimônio Imaterial de Alagoas. Disponível em: <http://www.inbordal.org.br/sites/default/files/caderno-bordado-file.pdf> Acesso em: 06 Out. 2017.
 
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JUSTO, Thiago Cesar Teixeira. Diagramação: Fundamentos e técnicas Gráfica e editorial. São Paulo: SESI SENAI Editora, 2017. p. 112 páginas.
 
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Rosangela. 2012. Compilação de métodos para desenho tipográfico usados
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STRAUB, Ericson. Tipografia: os signos da palavra. AbcDesign. Curitiba: 2009. Disponível em: <http://www.abcdesign.com.br/tipografia-os-signos-da-palavra-atraves-da-escrita/> Acesso em: 10 mar.
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