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INTRODUÇÃO À
TIPOGRAFIA
Me. Aristeu Simon

INICIAR

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introdução
Introdução
A tipografia é uma arte que consiste em trabalhar com códigos gráficos e, a
partir deles, ampliar o potencial da comunicação visual. Por meio dela,
revelam-se grande riqueza e alta complexidade da comunicação escrita. O
poder que a tipografia possui ao conectar pessoas de diferentes lugares e até
de períodos históricos distintos, sem que tais indivíduos precisem conhecer
um ao outro ou estabelecer contato presencial, é algo fascinante.

Os avanços técnicos e tecnológicos que a civilização ocidental experimentou


desde o século XV impactaram de forma intensa na atividade da tipografia. Ela
era inicialmente marcada por uma forte materialidade, característica dos tipos
móveis e da forma de atuar em processos mecânicos e manuais e que, com o
passar dos tempos, avançou para um processo de desenvolvimento por meio
da inserção da informática que, além de sua aplicação, trouxe à atividade
tipográfica uma redefinição de materialidade. Como efeito ainda mais notável,
permitiu o acesso de um número cada vez maior de pessoas às técnicas de
criação e de manipulação de tipos.

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História da
Tipografia/Escrita

A origem das palavras está nos gestos do corpo, dessa forma, os primeiros
tipos foram modelados diretamente sobre as formas da caligrafia. No
entanto, as letras não são gestos corporais, mas imagens manufaturadas para
repetição infinita. A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a
mão e a máquina, os processos fisiológicos e os mecânicos. Essas tensões,
que marcaram o nascimento das letras impressas há mais de quinhentos
anos, continuam a energizar a tipografia hoje.

Para Lupton (2013), os tipos móveis, inventados por Gutenberg, na Alemanha,


no início do século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente. Seguindo o
caminho contrário dos escribas, que fabricavam livros e documentos à mão, a
impressão com tipos permitia a produção em massa. Grandes quantidades de
letras podiam ser fundidas a partir de um molde e organizadas em espécies
de formas para serem reproduzidas em papel e tornarem-se livros e
impressos. Um fato interessante dessa descoberta da escrita de forma
reprodutível é que, depois de impressas, as letras poderiam ser guardadas
para reutilização.

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Conforme Lupton (2013) explica, na Itália do século XV, escritores e


acadêmicos humanistas rejeitaram essas escritas góticas em favor da lettera
antica , um modo clássico de escrita manual com formas mais largas e
abertas. Essa herança de processo vinha do Renascimento da arte clássica e
da literatura clássica. Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo
Garamond, Bembo, Palatino e Jenson, herdaram seus nomes de impressores
que trabalharam nos séculos XV e XVI, essas fontes são conhecidas como
humanistas.

Vemos muitas revisões e atualizações de fontes antigas e históricas que hoje


são projetadas para adequarem-se às tecnologias modernas e às exigências
atuais por precisão e uniformidade. Cada uma delas responde ou reage aos
métodos de produção, estilos de impressão e hábitos artísticos de seu tempo.
Algumas baseiam-se em tipos de metal, punções ou desenhos que
sobreviveram.

Lupton (2013) nos explica que as letras itálicas, além de terem surgido na
Itália, foram modeladas a partir de um estilo manuscrito mais casual
pertencente ao século XV. Quando tratamos das letras humanistas eretas,
estas apareciam em livros caros e prestigiados. A forma cursiva, que podia ser
escrita com mais rapidez do que a cuidadosa lettera antica , era usada por
gráficas mais baratas.

Avançando, segundo Lupton (2013), no século XVI, os impressores começaram


a integrar as formas romanae itálica em famílias tipográficas com pesos e
alturas-x (a altura do corpo principal da letra em caixa baixa)
correspondentes. Hoje, o itálico, na maioria das fontes, não é apenas uma
versão inclinada do romano: ele incorpora as curvas, os ângulos e as
proporções mais estreitas das formas cursivas nas aplicações.

Os artistas do Renascimento buscaram padrões proporcionais em corpos


humanos idealizados. Lupton (2013) afirma que o designer e tipógrafo francês
Geofroy Tory publicou uma série de diagramas, em 1529, que vinculavam a
anatomia das letras à do homem, fazendo uma analogia entre elas. Essa visão
seria interrompida somente com uma nova abordagem, distanciada do corpo,
já na Era do Iluminismo científico e filosófico.

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Tivemos uma mudança muito interessante dessa forma de estruturar os


tipos, segundo Lupton (2013), em 1693, um comitê francês nomeado por Luís
XIV, colocou-se a trabalhar no processo de construção de letras romanas em
um grid finamente tramado. Ao contrário dos diagramas de Tory, que eram
gravados em madeira, as representações do conhecido alfabeto do rei eram
em chapas de cobre. As fontes de chumbo derivadas desses diagramas de
grande formato refletem o caráter linear do processo e a abordagem
científica do comitê real.

Para Lupton (2013), as reproduções entalhadas da arte caligráfica


disseminaram a obra dos grandes mestres calígrafos do século XVIII. Nesse
período, muitas obras foram produzidas graças à técnica apresentada em
livros, como The Universal Penman (1743), de George Bickham, que traziam
letras romanas e, como característica da técnica, cada uma delas era gravada
como um caractere único e trazia manuscritas destacadamente curvas,
enfatizando e caracterizando o estilo.

Figura 2.1 - Tipografia seguindo o estilo da obra The Universal Penman (1743)
de George Bickman
Fonte: Invaluable (2018).
A tipografia do século XVIII foi influenciada por novos estilos manuscritos e
suas reproduções gravadas, segundo Lupton (2013), impressores como
William Caslon, na década de 1720, e John Baskerville, na de 1750, optaram
pelo uso da pena metálica flexível e da pena de ave com ponta fina e, como

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resultados, conseguiam com seus instrumentos produzir linhas fluidas e


ondulantes.

A autora ainda traz que, na virada do século XIX, o severo vocabulário de


Baskerville foi levado ao extremo por Giambattista Bodoni, na Itália, e Firmin
Didot, na França, por meio de suas fontes com eixos verticais, contraste
intenso entre traços grossos e finos e serifas nítidas e muito bem marcadas,
sendo a porta de entrada para uma visão da tipografia desvinculada da
caligrafia.

praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:

Os tipos móveis, inventados por Johannes Gutenberg, na Alemanha, no início do


século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente. Ao contrário dos escribas, que
fabricavam livros e documentos à mão, a impressão com tipos permitia a produção
em massa.

Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos . Editora GGBR. 2 ed., 2013, p. 9.

Considerando o texto acima apresentado, sobre o uso dos tipos, assinale a


alternativa correta:

a) Grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde,


depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eram
dispensadas em caixas subdivididas para reutilização.

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Feedback: alternativa correta , os tipos móveis permitiam esse reuso e eram


trabalhados de forma manual, necessitando que fossem usados várias vezes,
pois era trabalhoso gravar cada um.
b) Pequenas quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde
de madeira, depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as
letras eram inutilizadas.
Feedback: alternativa incorreta , no processo de fundição dos tipos, a base
utilizada sempre era uma liga metálica e os tipos eram aproveitados para
muitas aplicações e cópias.
c) Grandes quantidades de letras podiam ser produzidas a partir de um
molde, depois que as páginas eram impressas, as letras eram trituradas e
armazenadas em caixas subdivididas para reciclagem.
Feedback: alternativa incorreta , é correto afirmar que grandes quantidades
de tipos eram produzidas a partir de um molde, porém, o processo de
direcionamento final era o descarte, as caixas eram subdivididas para
diferenciar as famílias, os tamanhos e as maiusculas de minusculas.
d) Grandes quantidades de textos podiam ser impressas a partir de um
molde em rolo, depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e
impressas, as letras eram dispensadas em caixas subdivididas para
reutilização.
Feedback: alternativa incorreta , é correto afirmar que grandes quantidades
de tipos eram produzidas a partir de um molde, porém, elas eram individuais
e colocadas em uma sequência, onde passavam para uma espécie de prensa
para gravar.
e) Grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de moldes
metálicos, depois que as páginas eram revisadas, poderiam ser corrigidas e
impressas, em diversas cores sem a possibilidade de reutilização.
Feedback: alternativa incorreta , é correto afirmar que grandes quantidades
de tipos eram produzidas a partir de moldes metálicos, as páginas eram
revisadas e corrigidas antes de se iniciar a rodagem das impressões para
evitar erros e a troca de cores envolvia ajustes de máquinas, mas não o
descarte dos tipos.

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História da Tipografia

O crescimento da industrialização e do consumo no século XIX impulsionou a


Publicidade, que exigiu novas formas tipográficas para a comunicação de
massa.

De acordo com Martins (2014), vivemos ainda a Era do “homem tipográfico”,


em que a escrita e leitura ainda são práticas indispensáveis para a produção e
transmissão de conhecimentos que movimentam a ciência e a cultura
contemporâneas: do ensino nas universidades aos comandos para operar
gadgets tecnológicos.

Vamos entender um pouco da trajetória de alguns grandes nomes e suas


relações com a história da tipografia:

1. Paul Renner , nasceu na Alemanha, no final da década de 20.


Passou pela crise global, sofreu com o desemprego em massa e a
inflação da época, mas sua história tem um grande trunfo ou melhor
uma grande fonte chamada FUTURA, criada por ele mesmo, uma
fonte de formas claras e sóbrias. De todas as sem serifa dos anos 20,

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na Alemanha, a Futura é hoje a mais usada e apreciada. Renner


estudou arquitetura e arte em Berlim. Em 1907, Renner foi
introduzido no mundo das artes gráficas (TIPOGRAFART, on-line ).
2. Adrian Frutiger , filho de um tecelão, sempre foi apaixonado por
escultura, seu pai era contra sua inserção no mundo das artes e, em
um ato de rebeldia, criava tipos de letras diferentes indo contra a
escrita tradicional européia daquele tempo. Suíço, nascido em 1928,
foi incentivado por seus professores a estudar artes gráficas, devido
ao seu grande talento. Algumas das suas famosas tipografias são
(TIPOGRAFART, on-line ):
● Meridien (1955);
● Egyptienne (1956);
● Univers (1957);
● Serifa (1967);
● Didot (1991);
● Apollo (1962);
● Frutiger (1968);
● Avenir (1988);
● Vectora (1990).
3. Ludovico Vicentino degli Arrighi , escriba papal e um dos calígrafos
que participou na criação da cultura tipográfica ocidental durante o
Renascimento italiano. Ludovico foi colaborador assíduo de Aldus
Manutius no desenho dos tipos móveis humanistas (TIPOGRAFART,
on-line) ;
4. Henri Estienne , nascido em 1460, imprimiu o Quintuplex
Psalterium, sua obra mais importante. Produziu algumas das
melhores edições de livros produzidos durante a época
Renascentista. Seu trabalho incluía obras acadêmicas e bíblicas
(TIPOGRAFART, on-line );
5. Eric Gill , nascido em 1882, era socialista, sensualista, católico,
polêmico e um grande artista. Foi um dos maiores tipógrafos do
século XX, também se dedicou à gravura, à escultura e à ilustração.
No início de sua acidentada carreira profissional, Eric gravou em
pedras e madeiras, letras como folhas de rosto para livros.
Transpassou para suas obras toda sua energia, procurava colocar em

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seus tipos linhas grossas e finas escuras e claras. Algumas fontes de


Gill (TIPOGRAFART, on-line ):
● Gill Sans 1927–1930, a única sem-serifa;
● Perpetua ,1929–30;
● Golden Cockerel, 1929;
● Floriated Capitals, 1932;
● Bunyan, 1934;
● Pilgrim, 1934.
6. Rudolf Koch , é um tipógrafo alemão que dedicou quase toda sua
vida ao mundo das tipografias. Sua mais vigorosa fonte foi Wilhelm
Klingspor Gotisch , embora fosse direcionada para um mercado local
restrito, essa letra fiel aos padrões renascentistas da Fraktur marca o
apogeu do desempenho artístico de Koch. Algumas de suas mais
famosas criações são (TIPOGRAFART, on-line ):
● Fette Deutsche Schrift (1906-1910);
● Schmale Anzeigenschrift (condensada, para anúncios);
● Deutsche Zierschrift (abecedário ornamental de 1921).
7. Claude Garamond , nascido em paris, em 1490, com apenas quinze
anos já tinha gravado um jogo de punções. Com vinte anos, começou
sua aprendizagem na oficina de Antoine Augereau, como gravador de
punções. Foi precursor no desenho e na gravura de punções para
tipos móveis, como serviço prestado a outros impressores.
Perfeccionista como era, insistia em margens na página, qualidade de
impressão, qualidade de papel - e claro - na qualidade do desenho.
Inspirou-se em Aldus Manutius, Francesco Griffo e Simon de Colines .
O que se sabe sobre o modo de trabalho de Garamond era que sua
oficina era pequena e, aos seus aprendizes, não ensinava sua arte de
gravador, mas as técnicas de fundição (TIPOGRAFART, on-line );
8. Giambattista Bodoni , foi um artista cuidadoso ao elaborar seus
tipos, com contrastes de escuro e claro, as hastes finas e grossas.
Segundo Bodoni, os caracteres tinham quatro fontes de beleza. A
primeira era a regularidade, pois todos os caracteres de uma família
de fonte deveriam ter alguma semelhança, criando uma espécie de
identidade e, ao mesmo tempo, cada um com sua singularidade, mas
sem destoar do inicial. A segunda era a nitidez, o que mostra a

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perfeição que Bodoni tinha, tudo teria de estar perfeito para uma
melhor apreciação dos tipos. Em terceiro temos, a escolha de formas,
concordando com o bom gosto, espírito de nação e espírito do
século, o que é, de certa forma, uma resposta a quem insulta os tipos
de Bodoni, pois ele fez suas fontes de acordo com a época e o país
em que vivia e tinha um dom sem igual para isso. A quarta e última
fonte de beleza era a graça, o compreender, o apreciar, a beleza que
o tipo nos passa (TIPOGRAFART, on-line );
9. John Baskerville , possuía formas mais arredondadas, leves,
serifadas e tinham algo que lembrava as caligrafias feitas à mão da
época. Foi nomeado impressor oficial da Universidade de Cambridge,
em 1758, onde publicou sua obra-mestra tipográfica, uma Bíblia in-
folio , impressa com os seus próprios tipos, tinta e papel. O curioso
era Baskerville ser ateu e ter publicado uma das mais famosas
edições inglesas da Bíblia. Os livros de John eram caros, fazendo da
elite o seu “público alvo”. Ele não usava muitos elementos
decorativos em suas edições. Em seus layouts, os espaços entre as
linhas eram muito abertos e margens nas páginas extremamente
generosas. De um jeito ou de outro mudou a moda da época
(TIPOGRAFART, on-line ).

praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:

“(...) Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo, Bembo, Palatino e Jenson,
herdaram seus nomes de impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI Essas
fontes são geralmente conhecidas como “humanistas”.

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Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos . Editora GGBR. 2013, p. 11.

Sobre o texto colacionado, assinale a alternativa correta que indique o nome da


tipografia que herdou o nome de seu criador:

a) Garamond.
Feedback: alternativa correta , a palavra Garamond refere-se aos tipos
originais baseados na escrita de Claude Garamond para sua tipografia em
1530, aproximadamente.
b) Helvética.
Feedback: alternativa incorreta , helvetica é uma fonte tipográfica sem
serifa considerada como uma das mais populares ao redor do mundo. Foi
criada em 1957 pelos designers Max Miedinger e Eduard Hoffmann.
c) Monotype.
Feedback: alternativa incorreta , a Monotype era um escritório de
desenvolvimento de fontes no Reino Unido, lá grandes fontes foram
desenvolvidas, como Arial e todas suas derivações.
d) Arial.
Feedback: alternativa incorreta , arial é uma família tipográfica sem serifa,
um conjunto de fontes e suas variações (como Arial Bold, Arial Italic e Arial
Bold Italic) criado nos escritórios da Monotype, em 1982, por Robin Nicholas
e Patricia Saunders.
e) Comic Sans.
Feedback: alternativa incorreta , é uma tipografia/fonte digital da Microsoft
Corporation desenhada para imitar as letras de histórias em quadrinhos
(comics, em inglês) para situações informais. Foi criada pelo desenhista da
casa Vincent Connare em 1994.

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História da Tipografia

Graças à função ambivalente entre técnica e forma, a tipografia pode ser


entendida segundo diferentes pontos de vista. Em oposição à escrita manual,
o termo tipografia se refere às formas padronizadas e predefinidas de
desenho da letra para reprodução. Se observada em relação às técnicas
posteriores e modernas, ela se refere ao processo de impressão tipográfica a
partir de matrizes moldadas em relevo, basicamente, obtidas pela
composição de tipos e pelo clichê, fazendo alusão ao arranjo dos elementos
tipográficos, que tradicionalmente caracterizava o trabalho do tipógrafo.
(FONSECA, 2007).

A capacidade intrínseca da tipografia de traduzir a comunicação pela sua


capacidade e necessidade de intermediar entre os domínios do verbal e do
visual propiciou a exploração da forma tipográfica, que permitiu a
manifestação do poder de comunicação por meio da escrita.

Segundo Fonseca (2007), essa capacidade contribuiu para o desenvolvimento


de uma nova atitude na comunicação impressa, que eclodiu no início do

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século 20 e cuja evolução seria representativa para as direções que foram se


definindo ao longo desse período.

Vamos entender esse processo de organização e racionalização do sistema


tipográfico, que começou na Inglaterra e na França com os primeiros manuais
de descrição e divulgação dos métodos adotados de Joseph Moxon (1683), na
Inglaterra e, com Martin Dominique Fertés (1723), que teve o primeiro
publicado na França.

Para Fonseca (2007), a partir daí, a modularidade que iria se constituir na


essência do sistema tipográfico pôde ser desenvolvida e instaurada, a
natureza modular viria a ser reinterpretada e explorada como recurso
instrumental para organização e estruturação dos elementos gráficos no
espaço impresso pela abordagem da “moderna tipografia” na primeira
metade do século 20.

As fontes modernas abriram o caminho para modernizações no desenho das


letras e indiretamente contribuiu para a explosão de variações e exageros nos
tipos display da tipografia comercial do século 19, que avançaram para uma
focalização no elemento gráfico, o que Fonseca (2007) aponta que viria a ser
uma condição determinante para o desenvolvimento da linguagem moderna
no Design Gráfico do século 20. Nessa fase, passamos pelas fat faces , tipos
derivados da Bodoni com contraste e peso ampliado pela expansão de seus
elementos, que apareceram com grande presença na Inglaterra ainda no
século 19.

As novas características de uma sociedade urbana e industrial e suas novas


relações comerciais requerem meios mais ágeis e a abundância de impressos
de divulgação, como cartazes, panfletos, anúncios, rótulos e catálogos de
produtos. Esse perfil de impressão exigia uma tipografia cuja presença fosse
mais expressiva e, nesse período, as fat faces foram muito aplicadas.

Fonseca (2007) detalha que a importância dessa aquisição está na valorização


do peso da letra, resultando, a partir do final do século, em uma variação
aplicável a qualquer fonte (as versões bold ou negrito). Esse recurso de ênfase
e contraste foi amplamente explorado na tipografia do século 20. Fonseca

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(2007) explana que, no mesmo período, os tipos sem serifas surgiam na


Inglaterra, em 1816. A partir disso, surge a primeira espécie, conhecida como
as maiúsculas de William Caslon IV ou Two Line English , denominação adotada
na Inglaterra e Alemanha para designar as sem serifa anônimas.

Na Inglaterra, as sem serifa eram consideradas deselegantes e adequadas


apenas para títulos e destaques de fim publicitário. No início, foram pouco
usadas, começando a difundir-se somente a partir de 1830. Com os naturais
avanços tecnológicos, o uso fotográfico entrou em cena na impressão
escalonada, introduzida em 1839, com os aperfeiçoamentos técnicos de
Daguerre, a fotografia começou a ter participação importante no material
impresso quando pode ser incorporada à impressão tipográfica pela
produção de blocos em meio-tom ou clichês.

Dali Fonseca (2007) destaca que tivemos um salto com a entrada da Kelmscott
Press, editora criada por William Morris, em 1890, partindo de referências
ancestrais e, assessorado nas técnicas de impressão pelo amigo tipógrafo
Emery Walker, Morris buscava recuperar uma beleza perdida em um tempo
em que a concepção do livro era, em si, uma arte. Fonseca explana que
tinham como intenção inicial produzir pequenas tiragens de qualidade
excepcional, com textos escolhidos, para distribuição entre amigos. Seu
formato de atuação e a apresentação dos materiais colocava-o em um
intervalo de indefinição entre o “antigo” e o “novo” e iriam instigar os
movimentos relacionados à constituição do Design moderno do início do
século 20. Sua influência significou um avanço para a retomada da qualidade
na concepção do livro e para o desenho e uso do tipo, que penetrou no século
20. Sob a inspiração de Kelmscott, surgiu um movimento de revival na
impressão que se caracterizou pela proliferação de editoras privadas,
principalmente, na Inglaterra e nos Estados Unidos (FONSECA, 2007).

Vale ainda lembrar dos tipógrafos americanos, que começaram a trabalhar


sob o impulso tradicionalista de Kelmscott, ganhando projeção nas primeiras
décadas do século 20 tanto na esfera do desenho de livros quanto no
desenho de tipos. Fonseca ressalta que, no início do século 20, começou a
estabelecer-se na Inglaterra um outro movimento reformista que, embora
derivado das mesmas ambições de recuperação da qualidade, consciência e

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estética de Morris, tinha uma natureza diversa: centrava-se na automatização


da impressão.

Avançando e observando outra participação importante, Sandusky (2001)


aponta que na obra Bauhaus tradition and the new typography (original de
1938) nega-se a dicotomia entre belas artes e artes aplicadas e busca-se, com
isso, o alinhamento com a máquina. A Bauhaus oferecia, sem qualquer
paralelo na história, as condições corretas para o nascimento “do novo”. “Veio
na hora certa, estabeleceu-se no local certo e atraiu os homens certos”
(SANDUSKY, 2001, p.129). Para o autor, a tipografia geometrizada
característica da Bauhaus foi influenciada tanto pelo neoplasticismo holandês
quanto pelo construtivismo russo e húngaro. O minimalismo de cores e
formas do movimento liderado por van Doesburg parecia apropriado aos
princípios da tipografia pensados naquela época (SANDUSKY, 2001, p.133).

Figura 2.1 – Escola de Bauhaus


Fonte: Claudiodivizia / 123RF.
As características do neoplasticismo em relação a essa nova tipografia se
apresentavam por meio da liberdade expressiva que esse movimento artístico
permitia aos designs e aplicações tipográficas em geral. Sandusky (2001)
observa que da mesma forma que parte da Bauhaus entendia a arquitetura
como criadora de “máquinas para viver”, sob tal faceta a tipografia era vista
como uma “máquina para comunicar”. Esse olhar rompante demonstra que o
período foi de grande agitação criativa, a indústria estava como forte

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precursora da modernidade no mundo e os mais variados setores sentiam


essa interferência da presença industrial.

Figura 2.2 – Selo com tipografia da Bauhaus


Fonte: Alexander Mitrofanov / 123RF.
A tipografia modernista só viria a desenvolver seu corpo teórico e se
evidenciar a partir de meados dos anos de 1980, tendo como base teorias
pós-estruturalistas e a desconstrução proposta por Derrida. O ponto de vista
de Derrida é que escrever é uma forma de representação e seu meio é a
tipografia, cujo uso influi na construção da linguagem e, portanto, também na
cultura (BONEMY, 2009. p. 123).

Em processo seguinte, estaríamos nas chamadas tipografias pós-modernas,


de maneira abreviada, pode-se descrever essa fase, de acordo com Lupton
(2006), como um estilo que favorecia a sobreposição de camadas, formas
fragmentadas e retalhadas, frequentemente, imbuídas com imagens de
aparência futurista.

A história do Design Gráfico moderno está entrelaçada com os


desenvolvimentos da tipografia, principalmente, quando observamos os
elementos que dizem respeito à evolução formal do desenho dos tipos e dos
processos de composição do texto.

A constituição de uma linguagem propriamente moderna, característica do


Design Gráfico, não representa uma ruptura com essa história, mas está

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relacionada à uma nova visão da tipografia como elemento gráfico que, por
sua vez, é uma nova aproximação com relação ao seu uso para a configuração
do texto e a organização do espaço, um processo de constante mudanças e
evolução que o design participa em todas as etapas, seja por base técnica ou
na vivência social por meio de meios da comunicação.

No instrumental do design gráfico moderno, especialmente, o relacionado à


comunicação impressa, a tipografia se destaca como elemento fundamental
para a definição de parâmetros, a natureza do processo tipográfico envolve
procedimentos que são semelhantes com os processos que tradicionalmente
caracterizam a atividade do Design. Na tipografia, os processos de
desenvolvimento andam juntos, na medida em que implica a sistematização e
coordenação de elementos e se insere nas condições de produção por meios
industriais, o design está junto perfazendo este processo também.

A tipografia se operacionalizou por um sistema construtivo modular que


passou a orientar os procedimentos do fazer do design gráfico: em um
primeiro momento por necessidades ditadas pela própria técnica e, mais
tarde, com a liberação dessa técnica como recurso para estabelecer diretrizes
de orientação no espaço, adentrando em campos modernos, como as novas
mídias e a internet. A tipografia na internet tomou novos rumos, que não
podem ser comparados aos processos tradicionais, mas precisam ser
entendidos como processos evolutivos.

praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:

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“(...) As letras entalhadas, cujas linhas fluídas não se atêm ao grid mecânico da
prensa tipográfica, ofereciam um meio apto ao lettering formal. Reproduções
entalhadas da arte caligráfica disseminaram a obra dos grandes mestres calígrafos
do século XVIII. Livros como The Universal Penman (1743), de George Bickham,
traziam letras romanas – cada qual gravada como um caractere único”.

Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos . Editora GGBR, 2013, p. 13.

Sobre os tipos que eram gravados como caractere único, assinale a alternativa
correta:

a) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços


de contraste forte, eixo vertical marcado e serifas bem desenhadas com
precisão.
Feedback: alternativa correta , suas fontes, com eixos totalmente verticais,
contraste extremo entre traços grossos e finos e serifas nítidas, como
lâminas, foram a porta de entrada para uma visão da tipografia desvinculada
da caligrafia.
b) A tipografia, nesse caso, sempre era com maiúsculas para ser vista como
um modo amplo e capaz de realizar significados apenas textuais, sem
qualquer interpretação cultural e social.
Feedback: alternativa incorreta , as tipografias possuem carga cultural e
social, pois além de serem desenhadas e criadas a partir de contextos e com
intencionalidades, assim, a diferenciação feita a partir do uso de maiúsculas,
além de gramatical, tem função de destacar.
c) Esses tipos individuais eram gravados com minúsculas, mantendo traços
de contraste forte, eixo vertical inclinado marcado e sem serifas.
Feedback: alternativa incorreta , a tipografia citada possui como
características os eixos totalmente verticais, contraste extremo entre traços
grossos e finos e serifas nítidas, como lâminas.
d) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços
finos, eixo vertical marcado e finais curvados com adornos.
Feedback: alternativa incorreta , esses tipos possuíam como destaque eixos
totalmente verticais, contraste entre traços grossos e finos e serifas nítidas,

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como lâminas, que deram suporte de entrada para uma tipografia


desvinculada da caligrafia.
e) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços
orgânicos e curvilíneos fortes, marcados com serifas bem desenhadas com
precisão.
Feedback: alternativa incorreta , esses tipos contemplavam eixos
totalmente verticais, contraste extremo entre traços grossos e finos e serifas
nítidas.

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Sistemas de Composição
Tipográfica

Agora, vamos fazer um breve resgate histórico. Até meados da década de


1870, quase toda a ilustração editorial, jornais, revistas e livros e parte da
ilustração comercial eram feitos pela técnica da gravura em relevo. Fonseca
(2007) afirma que os desenvolvimentos dos processos fotomecânicos de
gravação de imagens começaram a surgir e se popularizar a partir de 1870.
No início, faziam apenas as ilustrações a traço.

Em 1885, já era possível a reprodução do meio tom com a graduação obtida
por meio de retículas de pontos produzidas mecanicamente, permitindo sua
gravação no processo tipográfico, instaurando as condições para o
desenvolvimento do jornal e revista modernos.

Fonseca (2007) aborda que, embora houvesse uma tendência natural de


modernização, a composição manual e a impressão movida por pedais
permaneceram ativas até o século 20, mesmo nos países industrialmente
avançados, como a Inglaterra e os Estados Unidos. No final do século, a
modernização desses processos - por meio de máquinas movidas a vapor,
sistemas mecânicos de moldagem e, finalmente, sistemas mecânicos de

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composição - já estava implantada na maioria das oficinas e lojas de


impressão.

No entanto, o salto efetivo para a mecanização da composição de textos se


deu na década de 1880, com a incorporação das matrizes de fundição para
dentro das máquinas, que podiam moldar os tipos no próprio processo: linha
por linha (a Linotype) ou caractere por caractere (a Monotype).

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Linotipo ou linótipo é uma máquina
inventada por Ottmar Mergenthaler, em
1884, na Alemanha, que funde em bloco cada
linha de caracteres tipográficos. É composta
por um teclado, como o da máquina de
escrever. As matrizes que compõem a linha-
bloco descem do magazine , onde ficam
armazenadas e, por ação do distribuidor, a
ele voltam depois de usadas para aguardar
nova utilização.
As três partes distintas — composição,
fundição e teclado — ficam unidas em uma
mesma máquina. A capacidade de produção
é de seis mil a oito mil toques por hora. Suas
matrizes (superfícies impressoras) são em
baixo relevo, justapostas em um
componedor (utensílio no qual o tipógrafo vai
juntando à mão, um a um, os caracteres que
irão formar as linhas de composição). O
próprio operador despacha para a fundição,
a 270 graus Celsius.
Fonte: Adaptado de Wikipedia (2019, on-line ).

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A máquina de composição Monotype nasceu
da imaginação do norte-americano Tolbert
Lanston. Essa máquina de composição tinha
dois componentes: uma fundidora de tipos e
um módulo de teclado, separado da
fundidora. A primeira patente, de 1887, foi
obtida para um modelo que não chegou a ser
construído em série. Em 1896, surgiu a
primeira máquina Monotype funcional. No
módulo com o teclado de 276 teclas, que
obteve a sua forma definitiva, em 1908, uma
bobina fornecia a longa fita de papel que era
perfurada para registrar digitalmente a
sequência dos glifos batidos no teclado. Esse
registo transmitia à unidade fundidora as
matrizes a serem fundidas, saindo os textos
compostos em linhas justificadas. Os
principais campos de aplicação da Monotype
eram os trabalhos de composição de livros e
as tarefas de composição mais complicadas,
como as tabelas. Como diferença de
destaque, podemos citar que a Monotype
fazia a gravação de tipo por tipo, já na
Linotype era feita uma linha inteira de uma
vez.
Fonte: Adaptado de Tipógrafos.net (2019, on-
line ).

Fonseca (2007) ainda aponta que a composição mecânica ampliou ainda mais
a esfera de inserção do impresso, com efeitos principalmente na área de
publicações, que envolvem grandes extensões de textos, o que refletiu na
edição maior e mais diversificada de livros, jornais, revistas ilustradas,
catálogos e demais materiais gráficos.

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A tipografia não deve ser entendida restrita a apenas um sistema lógico de


escrita, mas também como uma linguagem estética. O design e o arranjo de
tipos definem objetivamente a identidade e o discurso de suas formas: é um
desenho que se faz por meio das letras (COSTA et. al, 2009).

Vamos detalhar cada sistema para ficar mais nítido como funcionam os
sistemas de composição tipográfica, mecânicos, fotoquímicos e digitais. O
início do século XX revolucionou os processos de impressão com o sistema
offset, elaborado pelo tipógrafo Ira W. Rubel, que teve grande repercussão
mundial.

Para Costa (et. al, 2009), a composição gravada em chapa de metal flexível é
transferida para o papel por intermédio de um cilindro de borracha,
revolucionando não apenas o processo de produção, mas também a criação
gráfica e as potencialidades da comunicação visual enquanto meio de
informação e pesquisa estética.

No sistema mecânico e manual, a composição tipográfica era feita por meio


de um linotipo (linha a linha). Depois de geradas as linhas de texto e
compostas as páginas, a matriz de tipos em chumbo servia para gerar uma
placa de cobre, que era mais resistente e suportava mais impressões.

É interessante destacar que todo o processo era mecanizado, já que era


direcionado à impressão de altas tiragens.

No caso de baixas tiragens, era mais comum a composição manual e muitas


etapas feitas à mão, como o corte e a encadernação. Ao final, as capas tinham
seus títulos impressos em hot-stamp , processo tipográfico que permite
imprimir letras metalizadas. Esse processo era conhecido como composição a
quente, o primeiro sistema mecânico de composição e fundição de tipos,
produzido por Ottmar Mergenthaler em 1884.

Esse sistema se assemelha ao funcionamento da máquina de escrever: o


operador pressionava uma tecla e a matriz do caractere era liberada
sucessivamente até que se formasse uma linha, transportada mecanicamente
para fundidora, que fundia uma linha de cada vez.

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Figura 2.3 – exemplo de Linotipo


Fonte: Simone Maruccia / 123RF.
Já os sistemas de fotocomposição eram mais rápidos que o processo
mecânico, visto que as matrizes traziam o caractere negativo, que era
projetado em suportes sensíveis à luz e processado graficamente. A
fotocomposição é a composição tipográfica feita por projeção de caracteres
sobre papel (ou película de filme) fotossensível.

Essa tecnologia foi introduzida em 1944, mas só se impôs nos primeiros anos
do decénio de 1950. As duas primeiras fotocompositoras foram o aparelho
francês Photone o Fotosetter da empresa Intertype. Para essas máquinas, os
typeface masters eram uma película transparente em forma de disco. Uma luz
focada projetava a imagem dos glifos sobre papel fotográfico. O disco rodava
para permitir focar os diversos tipos. Um sistema óptico ajustava o tamanho,
escalando a fonte ao corpo pretendido. Com luz devidamente focada, era
projetada uma imagem dos glifos dispostos nesses masters sobre um papel
fotográfico.

Em poucos anos, a fotocomposição fez desaparecer as máquinas de


composição (Linotype, Monotype e Intertype). A fotocomposição foi chamada
de composição a frio, por oposição à linotipia, chamada composição a quente.

O advento da tipografia digital e o constante aperfeiçoamento dos softwares


subsidiam permanentes mudanças nesse cenário temático. Os tipos deixaram

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de ser objetos com propriedades físicas transformando-se em sequências de


códigos binários (ROCHA, 2002).

Passada essa parte que tem maiores ligações com a história, você deve se
perguntar sobre os processos digitais tipográficos. Devemos considerar que
um dos principais meios usados pelos tipógrafos e designers hoje é o digital.

A grandes discussões que permeiam acerca da qualidade de criação


envolvida, já que os processos se tornaram mais automatizados e menos
artísticos e técnicos do que nos manuais, têm relação com a velocidade que
ocorrem. Hoje, um software de vetorização consegue desenhar uma fonte,
agilizar um processo de impressão que antes demoraria dias. Agora, em bem
menos tempo, consegue-se estruturar o projeto tipográfico e direcionar à
uma gráfica offset , por exemplo, podendo ter em mãos uma amostra da
composição.

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reflita
Reflita
No dia 25 de setembro de 2007, uma mulher chamada Vicki
Walker cometeu um erro tipográfico tão calamitoso que lhe
custou não somente o emprego, mas quase sua sanidade.
Walker estava trabalhando como contadora em um
asseguradora de saúde da Nova Zelândia e precisava enviar
um e-mail. Lamentavelmente, ela ignorava a única regra
conhecida por todos os que já enviaram e-mails na vida:
LETRAS MAIÚSCULAS DÃO A IMPRESSÃO DE QUE VOCÊ ODEIA
ALGUÉM E DE QUE ESTÁ GRITANDO COM A PESSOA.

Era uma tarde de terça-feira, Walker digitou essa orientação e


clicou em “enviar”:

PARA GARANTIR QUE O PEDIDO DE SEU PESSOAL SEJA


PROCESSADO E PAGO, SIGA, POR FAVOR, A LISTA DE
CHECAGEM ABAIXO.

“(...) Vicki Walker foi demitida três meses depois que seu e-mail
foi acusado de ter provocado “desarmonia no local de
trabalho”, o que teria sido motivo de riso se não lhe tivesse
causado tanto dissabor”.

Fonte: Garfield (2012, p. 20-21).

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saiba mais
Saiba mais
Entre os tipos sem serifas mais notáveis da
época entre a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial, está a fonte Futura. Desenhada
entre 1924 e 1926 por Paul Renner, é uma
letra bem representativa da clareza
defendida nos manifestos da Bauhaus, com
evidente construção geométrica.
Inicialmente, a Bauersche Giesserei editou a
Futura, em 1928, com seis estilos diferentes;
a fundição francesa Deberny & Peignot
comprou uma licença e editou-a na França
com o nome Europa. As fundições American
Typefounders Corporation e Mergenthaler
Linotype pouparam os custos do copyright e
emitiram uma imitação da Futura com o
nome de Spartan.
Fonte: Tipógráfos.net (2014, on-line ).

praticar
Vamos Praticar
Leia o excerto a seguir:

Com a explosão da propaganda e a popularização da internet, uma nova forma de


comunicação tipográfica se desenvolveu. De acordo com Walker (2001, p.15), “as
pessoas crescem com uma consciência voluntária ou involuntária sobre a história

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da linguagem gráfica e o que é culturalmente apropriado. Poucos escapam da


influência da palavra impressa na forma de livros, jornais, etc. (...) e da crescente
influência da palavra digital, como o e-mail e a web”. Dessa forma, entendemos que
a tipografia digital se popularizou pela facilidade de ser desenvolvida e
acessibilidade.

Fonte: WALKER, S. Typography and language in everyday life : prescriptions and


practices. London: Pearson Education. 2001.

Considerando o excerto apresentado sobre a evolução da tipografia, assinale a


afirmativa correta:

a) Os softwares de criação e de manipulação de fontes e layouts são


chamados vetoriais.
Feedback: alternativa correta , os softwares de criação e de manipulação de
layouts e fontes são vetoriais, atuando em um processo de desenho a partir
da manipulação das localizações matemáticas, por exemplo, o Adobe
Illustrator e Corel Draw, permitindo o ajuste dos desenhos facilmente.
b) Os softwares de criação e manipulação de fontes e layouts são chamados
nodais.
Feedback: alternativa incorreta , os softwares que fazem o trabalho de
desenhar e criar artes a partir de pontos são chamados vetoriais.
c) Os softwares de criação e de manipulação de fontes e layouts são
chamados processadores.
Feedback: alternativa incorreta , os softwares que fazem o trabalho de
desenhar e criar artes a partir de pontos são chamados vetoriais.
d) Os softwares de criação e de manipulação e fontes e layouts são
chamados modelistas.
Feedback: alternativa incorreta , os softwares que fazem o trabalho de
desenhar e criar artes a partir de pontos e são chamados vetoriais.
e) Os softwares de criação e manipulação e fontes e layouts são chamados
tipográficos.
Feedback: alternativa incorreta , os softwares que fazem o trabalho de
desenhar e criar artes a partir de pontos e são chamados vetoriais.

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indicações
Material
Complementar

LIVRO

A Linguagem Invisível da Tipografia -


Escolher, Combinar e Expressar com Tipos
Erik Spiekermann.
Editora: Edgard Blucher
ISBN: 978-85-212-0615-6
Comentário: o autor possui muita experiência na área
de desenvolvimento e aplicação tipográfica, além de
contar sobre sua experiência e seus trabalhos e
peculiaridades, Erik nos apresenta nessa obra formas
de ver o design inserido nas novas tecnologias e
buscando atuar com elas, bem como maneiras de
entender e buscar tipos recentes. Traz também uma

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discussão de como escolher tipos que atuem melhor na


web, e-mails, telas e monitores de todos os tamanhos.

FILME

Prenda-me se for capaz


Ano: 2002
Comentário: o filme gira em torno da figura de Frank
Abagnale Júnior, esse personagem é interpretado por
Leonardo DiCaprio que fica milionário aplicando golpes
e se passando por profissionais, como médico, piloto, e
advogado. Ele aplicou seu primeiro golpe emitindo e
distribuindo pela praça cheques sem fundo. O enredo
mostra que Frank descobriu que esse feito era possível
quando foi forçado a fazer cheques com quantias
superiores aos que tinha guardado em sua conta
bancária e, mesmo assim, esses pagamentos eram
aceitos sem problemas. Isso, entretanto, funcionou até
o momento em que o banco parou de emitir cheques, o
que fez com que ele abrisse mais contas em bancos
diferentes e, eventualmente, criasse novas identidades
para isso. Os seus cuidados minuciosos com detalhes e
com as tipografias, as identidades dos bancos e as
características tipográficas dos cheques faziam com
que ele atingisse um nível muito alto de precisão em
seus golpes.

TRAILER

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conclusão
Conclusão
O tema da tipografia propõe imediatamente a ideia de tradição, mas também
denota a capacidade de transição e demonstração de modernidade. A
invenção de Gutenberg, em 1450, situa-se no período equivalente ao
Renascimento Italiano, frequentemente visto como um sinalizador da
transição entre o mundo Medieval e o Moderno.

A capacidade de expressão que a tipografia carrega remete a um traçado


histórico, não somente com o desenvolvimento social ao qual ela está
envolvida, mas com todos os períodos que carrega e com as mudanças que
intermediou. Entender a tipografia como um processo de informação e de
comunicação social nos coloca como designers em uma posição de
responsabilidade técnica.

Mesmo com os mais diversos meios digitais e de impressão que temos


disponíveis, desenvolver obras e processos modernos e responsáveis fazem
parte de um desenvolvimento do design como área. Podemos, por meio de
peças gráficas, dialogar e levar comunicação a diversos âmbitos sociais. Dessa
forma, refletir sobre a intenção, qualidade, tipologia da tipografia é um
processo diário e que nos cabe.

referências

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Referências
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TIPÓGRAFOS famosos – Renner, Frutiger, Arrighi e Estienne. Tipografart .


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IMPRIMIR

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