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TIPOGRAFIA

Curso: Design Gráfico/ 3º termo


Prof. Fernando Chade
SEMANA 5
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Atividade Prática – Módulo 1

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RENASCENÇA
1400 até o final dos anos 1600

● Processo mais barato e prático


que as edições copiadas à mão;

● disseminação da palavra escrita;

● mais barato e prático que as


edições copiadas à mão;

● reprodução em massa de textos


com acesso a mais pessoas

https://youtu.be/4p6aH7n26pA?si=kfzQY9d1hpTDI95x
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RENASCENÇA

A brilhante inovação de Gutenberg


foi produzir caracteres individuais,
reutilizáveis, em vez de fundir
uma página inteira como uma
peça sólida.

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RENASCENÇA
O refinamento da prensa de impressão, a invenção do tipo móvel
reutilizável, com letras individuais fundidas em metal ou gravadas em
madeira, a formulação de tintas adequadas e a manufatura de maiores
quantidades de papel viabilizaram o aumento da produção livresca.

https://youtu.be/Ip9lS7khTtY?si=KMJ43C_mGKkJlrp4
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https://youtu.be/rbuFANKBgyM

https://youtu.be/9W64dK9aszQ

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Bíblia
de Gutemberg
B42
Página de um exemplar
da Bíblia de 42 linhas,
o primeiro livro europeu
impresso por processo
industrial, na oficina de
Gutenberg em Mainz.
https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k9912811/f5.item

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O DESENHO DOS PRIMEIROS TIPOS

Littera Antiqua

Os primeiros caracteres para composição tipográfica consistiram de modificações


dos alfabetos desenhados à mão pelos escribas.

Caracteres tipográficos começaram então a ser desenhados especificamente para os


livros impressos, com letras menores mas mais legíveis.
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Com Serifa – Humanista: Esta tipo simula a caligrafia clássica feita a mão. Faz parte
dos primeiros tipos de metal produzidos na Itália e França entre os séculos XV e XVI.

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O DESENHO DOS PRIMEIROS TIPOS

● Verticalização sistemática dos


caracteres;
Littera Antiqua
● Letras mais rigorosas e estáveis devido
as serifas;

● “G” minúsculo que até então era aberto,


torna-se fechado em sua parte superior
e no jaço descendente;

● Letra “V” se torna distinguível do “U”.

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AS ROMANAS E AS CURSIVAS
Modelo híbrido - entre os modelos
góticos e humanísticos

50 anos após a invenção da


imprensa, os italianos começavam a
desenhar tipos com estilo baseado na
escrita humanística.

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AS ROMANAS E AS CURSIVAS
Niccolò Niccoliadaptou a escrita carolíngia às necessidades de
rapidez da escrita diária. Para tanto, inclinou as letras levemente
(resultado de segurar a pena em um ângulo mais confortável), ligando
algumas delas entre si. Juntar letras não era novidade.

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Tipos Old Style ou Estilo Antigo

As letras em Estilo Antigo (Old Style) são geralmente consideradas mais “quentes”, ou mais
leves, devido às suas origens no humanismo do Renascimento.
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Tipos em Estilo Antigo ou Old Style

Claude Garamond foi o primeiro


desenhista de fontes tipográficas a trabalhar
com independência em relação às casas
impressoras. Seus caracteres eram
desenhados com uma perfeição inédita;
graças a eles, os impressores franceses
produziram livros de extraordinária
legibilidade e clareza.

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Designer de tipos /

Sua maior e mais


profunda inovação, no
entanto, foi separar as
funções do designer de
tipos das do fundidor,
tornando-as
independentes e
diferentes das funções
do impressor,
que fazia tudo.

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Prova dos tipos de Garamond. Folha de specimens de Engeloff-Berner. Fonte: http://tipografos.net/historia/garamond.html
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Punções originais de Claude Garamond' para o tipo
Grecs du roi, hoje propriedade do governo francês.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Garamond

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Matrizes de Garamond,
no Museu Plantin Moretus
Fonte: http://tipografos.net/historia/garamond.html

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A âncora da itálica Aldina
Por volta de 1490, Aldus Manutius, o mais
famoso impressor humanístico da Renascença,
estabeleceu-se em Veneza com sua oficina,
denominada Imprensa Aldina.

Aldus Manutius
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A âncora da itálica Aldina
O mais importante tipógrafo de sua
oficina foi Francesco Griffo, produtor de
diversos tipos romanos, gregos e hebraicos,
mas cujo maior feito foi criar os primeiros
tipos em estilo itálico, mais tarde
identificados por seu próprio nome.

Grifo, ou grifado, é uma alternativa para


o termo itálico.

Francesco Griffo
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A âncora da itálica Aldina
As itálicas, ou letras inclinadas, nessa altura ainda eram designs
independentes. Um livro inteiro podia ser composto em itálicas.
Provavelmente a letra itálica mais famosa desse período era a Arrighi
(1524), hoje conhecida na forma itálica da Centaur.

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TIPOS TRANSICIONAIS

Os tipos de estilo “transicional” são assim chamados


devido à sua posição intermediária entre o Old Style e o
estilo que viria a ser conhecido como “moderno”.

As características dos tipos transicionais incluem


ênfase vertical e contraste levemente maior do que nos
tipos em Old Style, combinados com serifas horizontais.

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Com Serifa – Transicionais: Possui serifas mais finas e planas com acabamento
agudo. Além de possuir seu eixo vertical levemente inclinado.

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Os estilos modernos
Os caracteres
tipográficos
“modernos”
(denominação que só
é válida para sua
respectiva época)
distinguem-se por sua
ênfase vertical súbita
e agressiva e pelo seu
forte contraste.
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Os estilos modernos
Apesar da
aparência agressiva,
essas letras são as
vezes criticadas por
sua frieza ou rispidez,
não sendo muito
legíveis para
trabalhos com textos
de grande extensão,
como nos livros.
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Os estilos modernos
Vários designers criaram as primeiras letras modernas no final dos anos
1700 e início dos 1800. Um dos primeiros e o mais influente foi Giambattista
Bodoni, natural de Parma, na Itália.

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Os estilos modernos

Outra letra com os princípios de Bodoni é a Didot,


uma reinterpretação de J. E. Walbaum, de cerca de 1800.

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Tipo sem serifae com serifa retangular

Os tipos sem serifa (ou sans serif)


e os com serifas retangulares
apareceram pela primeira vez entre
1815 e 1817.

• letras mais simples,


• relativa uniformidade de peso sem
contraste significativo
• geométricas no contorno de seu
design.
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Tipo sem serifa e com serifa retangular
A princípio, as letras sem serifas, ou grotescas, não foram muito
utilizadas, mas vieram a alcançar enorme importância no século XX. A mais
conhecida delas é sem dúvida a Helvetica, de Max Miedinger (1956). Trata-se
de uma família de tipos versátil, com enorme variedade de pesos e larguras, e
seu caráter universal a torna fácil de combinar com outros tipos.

Outras letras sem serifa de uso geral incluem a Univers (Adrian Frutiger,
1952), a Arial (Robin Nicholas e Patricia Saunders, para a Monotype, 1990-
1992), a Franklin Gothic (Morris Fuller Benton, 1903, e Victor Caruso, 1980) e a
Frutiger (Adrian Frutiger, 1975).

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Tipo sem serifa e com serifa retangular
Algumas letras sem serifa por seu design
humanístico a tornam mais adequada para compor
corpos de texto do que a maioria dos caracteres sem
serifa.

❏ Gill Sans, de Eric Gill (1928)

❏ Eras (final do século XX)

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Tipo sem serifa e com serifa retangular
Algumas letras sem serifa por seu design
humanístico a tornam mais adequada para compor
corpos de texto do que a maioria dos caracteres sem
serifa.

❏ Gill Sans, de Eric Gill (1928)

❏ Eras (final do século XX)

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Tipo sem serifa e com serifa retangular
Os tipos de serifas retangulares têm as serifas como blocos, estendendo-se
horizontal ou verticalmente, em geral com a mesma espessura dos traços do corpo da
letra. Os primeiros estilos de serifas retangulares foram desenhados por Vincent Figgins
em 1815, tendo recebido o nome de egípcias (egyptiennes) devido ao modismo quanto a
tudo o que se relacionasse com o Egito na época em que apareceram, nada tendo a ver
com a cultura egípcia, antiga ou moderna.

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Os ”tipos gordos” ou fat face
Os tipos gordos, ou fat face, são descendentes dos estilos de tipos modernos,
desenhados para ser chamativos na utilização em grandes dimensões,
particularmente na propaganda. Os primeiros desses tipos apareceram entre 1810 e
1820. Bodoni Ultra, Normande e Elephant são exemplos de tipos gordos baseados
em originais da metade do século XIX, hoje disponíveis também em forma digital.

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Tipos de madeira
Os tipos de madeira foram uma solução para a propaganda de dimensões
muito grandes, como cartazes, títulos de anúncios ou vitrines. Em vez de ser
feitos em metal, esses tipos eram recortados em madeira, perpendicularmente à
fibra.

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Tipos de madeira

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Os caligráficos ou script e brush

Os caracteres tipográficos
script são baseados na escrita
manual, ou caligráfica, embora
muitas vezes seu design seja
feito com uma pena de aço
flexível ou com uma pena de
bico largo, resultando em letras
que não se parecem com a
escrita manual real.
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Os caligráficos ou script e brush
Os tipos em estilo brush, ou de pincel, parecem desenhados com
esse instrumento, e a maioria deles, pelo menos no design original, foi
realmente criada com pincéis e, a partir daí, transformada em
matrizes de metal, filme ou digital.

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https://designculture.com.br/familias-tipograficas/

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BIBLIOGRAFIA
FONSECA, Joaquim. Tipografia & Design gráfico: Design e Produção de Impressos.
Porto Alegre: Bookman; Artmed, 2008. Disponível em: VitalSource Bookshelf Online

FETTER, Sandro R.; CUNHA LIMA, E. L.; CUNHA LIMA, G. S. A escrita cursiva no renascimento: origem e evolução dos
modernos caligráficos cursivos e dos tipos itálicos. In: Anais do 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento em design. 2010.

Explore diversos fatos sobre a história da tipografia a partir do século XVI, consultando os itens da seção História da
Tipografia do site tipógrafos.net. Disponível em: http://www.tipografos.net/historia/index.html Acesso em:
16/11/2020

Acompanhe o processo de desenvolvimento de uma tipografia atual usando como referência tipografias antigas no
artigo: O resgate tipográfico como método de design de fontes variáveis. Disponível em
http://pdf.blucher.com.br.s3saeast1.amazonaws.com/designproceedings/9cidi/4.0331.pdf Acesso em: 16/11/2020.

Explore diversas técnicas de impressão e composição tipográfica consultando os itens da seção Tecnologias da
Tipografia e da Impressão do site tipógrafos.net. Disponível em: http://www.tipografos.net/historia/tratadistas.html
Acesso em: 16/11/2020.
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Inovações
tecnológicas

PRENSAS MANUAIS PRENSAS À VAPOR


As duas máquinas de maior êxito para a composição de textos
foram a Linotype de Mergenthaler, de 1886, e a Monotype de
Lanston, de 1887.
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O movimento Arts and Crafts
O movimento Arts and Crafts, uma celebração
do design individual e do artesanato,
desenvolveu-se como uma reação aos
aspectos massivos, antiestéticos e impessoais
da Revolução Industrial na Inglaterra da
metade do século XIX. O movimento serviu de
estímulo para o modernismo do século XX,
atraindo especial atenção para a revitalização
de tipos clássicos antigos e de transição,
esquecidos havia muitos anos.

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O movimento Arts and Crafts
Um dos inspiradores do Arts and Crafts foi William
Morris, artista, arquiteto, poeta e escritor, famoso por
suas criações de desenhos para tecidos e pelos belos
e inovadores livros que publicou em sua Kelmscott
Press.

Morris, em sua Kelmscott Press, criou, entre 1888 e


1891, várias fontes tipográficas que caracterizavam
seu estilo e simbolizavam o ideal de uma revivência da
Renascença. Representativas dessas fontes são a
Golden e a Troy, uma combinação do gótico com
elementos romanos.
https://morrissociety.org/ William Morris (1834–1896)
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O movimento Arts and Crafts

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O movimento Arts and Crafts

http://tipografos.net/blowups/KelmscottPressChaucer.htm

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Art nouveau
O final da era vitoriana, de 1880 à
Primeira Guerra Mundial, foi
caracterizado pela art nouveau (do
francês, significando “arte nova”) , um
estilo de arte ornamental, com linhas
orgânicas, assimétricas, intrincadas e
fluentes, inspiradas na natureza. Esse
estilo produziu uma tipografia
notabilizada por seu design peculiar,
revivido nos anos 1960.

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Art nouveau
Existe um número razoável de releituras digitais dos
caracteres tipográficos da art nouveau. Entre as formas
digitais mais comuns desses tipos estão a Arnold
Boecklin (Weisert, 1904), a Artistik, a Desdemona, a
Galadriel e a Victorian.
Font Arnold Boecklin (Weisert, 1904)

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Art nouveau
Font Desdemona
Font Artistik

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Art nouveau

Font Victorian
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Futurismo, construtivismo e dadaísmo
A partir do início do século XX, os desenvolvimentos
experimentados no desenho de cartazes se
estenderam para os cartões postais, as etiquetas
adesivas, os selos e as embalagens. A Primeira Guerra
Mundial definiu a importância do design gráfico. Os
gráficos, os mapas, a ilustração e os letreiros
ajudavam a informar e a instruir de maneira
econômica e direta. A identificação militar das
máquinas de guerra era um código entendido
instantaneamente. Os governos usaram os cartazes
de propaganda para mobilizar os cidadãos a
compartilhar do esforço de guerra.

Quero você no Exército americano


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Futurismo, construtivismo e dadaísmo

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Futurismo, construtivismo e dadaísmo

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Futurismo, construtivismo e dadaísmo
Esses novos experimentos com os caracteres
tipográficos constituíram parte do programa dos
futuristas, cuja mensagem era a glorificação dos
aspectos do mundo moderno, como a velocidade,
os automóveis e os aeroplanos.

Na Itália, o movimento foi conduzido pelo poeta


Filippo Tommaso Marinetti, que em 1909 havia
publicado o primeiro e mais famoso manifesto
futurista. Os futuristas incorporaram em sua
literatura os elementos da propaganda e
estenderam o movimento à publicidade,
fascinados pela tecnologia e pelos elementos da
produção industrial.

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Poesia de Ardengo Soffici Capa da revista Der Dada Nº 1, design de Raoul Hausmann
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Futurismo, construtivismo e dadaísmo
Em 1915, a direção do serviço de transportes de Londres encomendou ao designer
Edward Johnston um sistema de sinalização para o metrô londrino. Johnston criou
para esse programa de identidade visual um alfabeto especial, conhecido como
Johnston Sans.

O alfabeto tornou-se uma referência criativa para as novas letras sem serifas, então
chamadas de grotescas, que apareciam na época. Johnston publicou vários livros
sobre o desenho de letras e dedicou quase toda a sua vida ao ensino da arte de
desenhar letras. Um de seus alunos que se tornaria famoso foi Eric Gill, criador de
inúmeras fontes tipográficas, entre as quais a Gill Sans.
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O logotipo do metrô de Londres,
com a aplicação da fonte Johnston Sans
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Para a próxima aula dia 05/04
Explore e estude o conteúdo digital:

MÓDULO 2
Descrever conceitos gerais dos sistemas e
unidades de medida tipográfica.

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BIBLIOGRAFIA
FONSECA, Joaquim. Tipografia & Design gráfico: Design e Produção de Impressos.
Porto Alegre: Bookman; Artmed, 2008. Disponível em: VitalSource Bookshelf Online

O imaginário tipográfico pós-moderno. Disponível em: http://www.compos.org.br/data/biblioteca_968.pdf


Acesso em: 18/11/2020

A imagem da palavra: Retórica tipográfica na pósmodernidade. Disponível em


https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/131701/000366398.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Acesso em: 18/11/2020.

Neville Brody (1957). Disponível em: http://www.tipografos.net/designers/brody.html Acesso em: 18/11/2020.

Aprenda mais sobre a tipografia pós-moderna assistindo ao vídeo: Wolfgang Weingart: 2013 AIGA Medalist.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WA5CYRrd8qo Acesso em: 18/11/2020.

http://tipografos.net/designers/morris.html

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obrigado!

Alguma dúvida?
fernando.chade@professores.unitoledo.br
grupo whatsapp: Tipografia/Projeto DE

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