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XILOGRAVURA

A xilogravura já era conhecida dos egípcios, indianos e persas, que a usavam para a
estampagem de tecidos. Mais tarde, foi utilizada como carimbo sobre folhas de papel para a
impressão de orações budistas na China e no Japão.

Com a expansão do papel pela Europa, começa a aparecer com maior freqüência no Ocidente
no final da Idade Média (segunda metade do século XIV), ao ser empregada nas cartas de
baralho e imagens sacras. No século XV, pranchas de madeira eram gravadas com texto e
imagem para a impressão de livros que, até então, eram escritos e ilustrados a mão. Com os
tipos móveis de Gutemberg, as xilogravuras passaram a ser utilizadas somente para as
ilustrações.

A descoberta das técnicas de gravura em metal relegou a xilogravura ao plano editorial no


transcorrer da Idade Moderna, mas nunca desapareceu completamente como arte. Tanto que,
no final do século XIX, muitos artistas de vanguarda se interessaram pela técnica e a
resgataram como meio de expressão. Alguns deles optavam por produzir obras únicas,
deixando de lado uma das principais características da xilogravura: a reprodução.

No Brasil, a xilogravura chega com a mudança da Família Real portuguesa para o Rio de
Janeiro. A instalação de oficinas tipográficas era proibida até então. Os primeiros
xilogravadores apareceram depois de 1808 e se alastraram principalmente pelas capitais,
produzindo cartas de baralho, ilustrações para anúncios, livros e periódicos, rótulos, etc.

Estas matrizes, que foram produzidas ao longo do século XIX e abarrotavam as tipografias
nordestinas, aparecem nos primeiros folhetos de cordel impressos, no final deste século (o
mais antigo que se tem notícia é de autoria de Leandro Gomes de Barros - 1865-1918).

Os editores dos livretos decoravam as capas para torná-las mais atraentes, chamando a
atenção do público para a estória narrada. Para isso, utilizavam o que estava à mão: poderiam
ser os clichês de metal (são como carimbos) que começavam a substituir os de madeira no
início do século XX ou simples vinhetas decorativas. A xilogravura como ilustração, feita sob
encomenda para determinado título, nasce da necessidade de substituir os clichês de metal já
gastos. Por isso, não é difícil encontrar xilogravuras de capas de cordel imitando desenhos e
fotografias de clichês. Mas, a xilogravura popular nordestina ganhou fama pela qualidade e
originalidade de seus artistas.

Hoje em dia, muitos gravadores nordestinos vendem suas gravuras soltas além de
continuarem a produzir ilustrações para as capas dos cordéis. Gravadores como J. Borges, José
Lourenço, Jerônimo e muitos outros, expõem seus trabalhos em importantes instituições no
Brasil e no exterior.

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