Manual de Ecoturismo Planejamento do Ecoturismo Capitulo 1
Professor: Fabio Casara
Aluno: João Vanderlei de Melo Filho O planejamento do Ecoturismo Introdução Este capítulo tem como objetivo delinear os diferentes tipos e níveis de planejamento do ecoturismo e como o planejamento e essencial para a preservação da sociedade e do meio ambiente, a partir de uma base bem delimitada de princípios e características desejáveis. Para o planejamento do ecoturismo não bastam técnicas e ferramentas práticas de elaboração de planos e projetos. Desta forma entende-se que refletir intensamente sobre a atividade e seus objetivos de sustentabilidade econômica social e ambiental é fundamental para o sucesso na implantação do ecoturismo, atendendo aos seus princípios. Planejamento
Planejamento pode ser entendido como a definição de estratégias e meios para
sair de uma situação atual visando alcançar uma situação futura desejada. Planejamento é um processo lógico de pensamento mediante o qual o ser humano analisa a realidade que o cerca e estabelece meios que lhe permitirão transformá-la de acordo com seus interesses. E um bom planejamento sempre estar em atualização ou seja se replanejando com as mudanças do meio que o cerca. Existem várias dimensões de planejamento consideram os seguintes elementos: Elemento temporal – planejamento de curto, médio e longo prazo; Elemento Politico – regulador, incentivador, financiador e integrado; Elemento Administrativo – publico ou privado; Elemento social – participativo ou de gabinete; Elemento Geográfico – internacional nacional, regional, local ou sitio. E outros adotam outras visões para definir o planejamento os classificando-os como; Estratégico – sendo um espaço de tempo para implementação de médio e longo prazo; Tático – envolve um horizonte de cerca de um ano e o Operacional – que o curto prazo de semana ou meses. Contudo, um planejamento deve ser flexível e com frequentes avaliações para permite ajustes em todas as etapas, Sem planejamento não se pode buscar parceiros, financiamentos e apoios, pois não está claro para os futuros parceiros qual a situação que se deseja alcançar, assim, possuir um bom planejamento facilita a avaliação e a tomada de decisão por parte de parceiros e investidores. Turismo
O turismo é movimento de pessoas, é fenômeno econômico e social. Por um
lado, é uma necessidade para o bem-estar psicofísico do ser humano, principalmente para aqueles que vivem nos conturbados centros urbanos. Por outro, o turismo é uma fonte importante de riqueza econômica e um dos setores de crescimento mais rápido na economia mundial, considerado um fenômeno pelo mundo inteiro, e envolvendo um número crescente de postos de trabalho. Porém, enquanto o turismo pode contribuir sensivelmente para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de amplas regiões, tem, ao mesmo tempo, o potencial para degradar o ambiente natural, as estruturas sociais e a herança cultural dos povos, e ai que implantado o ecoturismo como um de meio de ser preservar. O turismo vem sendo considerado um dos maiores salvadores da economia para países com dificuldade econômica e que são detentores de vastos recursos naturais, paisagens e cultura. E o crescimento ocasiona varias situações positivas e negativas, por isso necessita de planejamento para um turismo responsável como: orientar a nova atividade econômica, desenhar que tipo de turismo; valorizar a cultura locais e manutenção da paisagem e da biodiversidade; evitar ou minimizar os efeitos sociais, econômicos e ambientais negativos; diversificar e qualificar a mão de obra local; usar instalações e infraestrutura local do território; estabelecer os marcos legais da atividade; orientar a circulação de veículos e pedestres; usar produtos e identificar mercados locais e estabelecer um programa de marketing estratégicos; educar o visitante e identificar o perfil da demanda; entre outras. Os princípios do ecoturismo são: O dever de contribuir para a conservação do meio ambiente, promover onde possível, a valorização cultural das comunidades, bem como sua capacitação para o gerenciamento participativo e de mínimo impacto dos recursos envolvidos, buscar a diversificação e integração econômica para a melhoria da qualidade de vida das comunidades, a integração e equilíbrio entre conservação ambiental, respeito pela cultura local e a diversificação de atividades econômicas devem ocorrer via processo participativo. Este capítulo sugere um processo de planejamento especialmente adequado para o ecoturismo de base comunitária, ou seja, para uma atividade que objetiva o desenvolvimento econômico e social aliado à conservação da natureza em regiões, municípios e sítios de visitação. Assim, o capítulo tratará do planejamento do ecoturismo para diferentes abordagens e estratégias de desenvolvimento em 6 etapas. 1. Identificando as etapas do planejamento do ecoturismo: Assim, no momento da elaboração de um plano de desenvolvimento de ecoturismo, seja para uma região ou município, uma empresa ou uma ONG, quatro perguntas básicas devem ser respondidas; Onde estamos? Análise da Situação; Aonde queremos chegar? Objetivos e metas; Como chegaremos lá? Ações, e; Como saberemos se já chegamos? Avaliação. 2. Planejando o ecoturismo em busca de sustentabilidade:
a) Refletir sobre se o ecoturismo é apropriado: se tem motivação necessária,
interesse da comunidade, conhecer os marcos legais e políticos, um certo grau de salubridade, segurança, oferta de atrativos, estruturas organizacional. b) Verificar as vantagens potenciais para a conservação da natureza: isso requer um equilibro entre a comunidade e a conservação da natureza. c) Identificar as necessidades e expectativas dos atores sociais envolvidos: d) Aproximar a visão de planejamento às visões das comunidades e do mercado: Atentando para os conflitos culturais, atendendo aos anseios e expectativas das comunidades envolvidas, ampliando os benefícios do desenvolvimento do ecoturismo, adotando uma visão de precaução, observando acessibilidade como fator chave no ecoturismo, percebendo as potencialidades dos recursos para se atingir mercados, identificando, atraindo e mantendo o público alvo, avaliando os acessos. e) Dosar as expectativas: cada setor vai criar uma expectativa e tem que saber esperar o previsto acontecer, uma empresa geralmente começa a dar lucro com 2 anos, no ecoturismo e um pouco mais cedo, mais isso não e regra. 3. Planejando o ecoturismo regional e local:
a) Avaliando e diagnosticando a situação atual: levantamento e analise de
dados locais geral, como capacidade de lotação, leitos de hospitais, infraestrutura como hotéis e restaurantes, números de empregados, oferta de produtos, trafego, nível de formação dos profissionais, entre outros. b) Estabelecendo uma base política, legal e administrativa: a partir do diagnósticos e com um membro de cada setor envolvido criar um conselho para adotar uma politica de ecoturismo visando o senso comum sem maiores favorecidos, conhecido como (COMTUR), e esse conselho e responsável pelo plano de desenvolvimento do ecoturismo. c) Estabelecendo o prognóstico: o conselho terá que responder a famosa pergunta “Aonde queremos chegar?” a resposta em forma de um plano para as potencialidades e perspectivas do mercado, mais nem todas as regiões tem a obrigação de optar pela atividade econômica. d) Elaborando o Plano de Desenvolvimento do Ecoturismo Local / Regional: aqui e estabelecido a missão, de forma direta e expressando a escolha da comunidade e sempre atendendo os princípios do ecoturismo, seguinte será detalhar os objetivo para alcançar a missão em foram de planos, respondendo a pergunta “Como chegaremos lá”. e) Priorizando objetivos:
f) Áreas mínimas a serem contempladas no plano de ações: Definição do
zoneamento, da infraestrutura urbana e rural e serviços necessários; Zoneamento dos atrativos e infraestrutura de apoio turístico; Desenvolvimento do produto ecoturístico regional e a interação com outras atividades da comunidade; Estratégia de marketing local ou regional. g) Estratégia de implantação do Plano de Ações: onde as ações são organizadas de maneira cronológicas, além do cronograma físico, deve – se avaliar e definir um cronograma financeiro, onde insere-se os custos da implantação do plano, ordenados por atividades, permitindo-se observar, de maneira coerente, a necessidade de captação de recursos. h) Monitoramento, avaliação e continuidade do planejamento: e o acompanhamento da realização das atividades de acordo com seus prazos, a avaliação periódica da efetividade das atividades para alcançar as metas e objetivos, e a adequação do plano de ações de acordo com os resultados da avaliação, a continuidade do processo de planejamento é de responsabilidade do mesmo grupo que o iniciou, daí o preferência pela criação do COMTUR. 4. Planejando o ecoturismo em áreas protegidas ou propriedade rural particular: a) Levantamento e revisão das informações disponíveis; b) Levantamento de campo e mapeamento para o uso recreativo; c) Diagnóstico do uso recreativo incluindo o potencial de visitação, fragilidade ambiental, necessidade de infraestrutura, definição de temas interpretativos; d) Zoneamento do uso recreativo na área (incluindo descrição das características de cada zona); 5. Planejando produtos ou empreendimentos de ecoturismo: a) Levantamento de informações e diagnóstico: coletar informações sobre o potencial de ecoturismo da região em geral e de sua propriedade ou tipo de empreendimento, em particular. b) Elaboração tentativa do produto: o empresário potencial deve esboçar o seu produto, seguindo as orientações fornecidas na elaboração do produto de ecoturismo, esta fase precede o desenvolvimento de qualquer infraestrutura ou investimento do porte. c) Verificação da viabilidade econômica do produto: o passo seguinte é realizar o estudo de viabilidade econômica do empreendimento e do produto, seguindo as orientações do capítulo Viabilidade Econômica. De acordo com os resultados, é possível que se necessite adequar o produto. d) Preparando o Plano de Desenvolvimento: O plano organiza, de forma racional e operativa, os produtos e serviços passíveis de serem imediatamente oferecidos ao público visitante com a estrutura existente, bem como a programação de ações de curto, médio e longo prazos, compatibilizando os recursos e os atrativos disponíveis, associados ao potencial de demanda e à capacidade de investimentos. 6. Esquemas de certificação como indutores de um turismo mais responsável: a) Como funciona a certificação: os programas de certificação em turismo sustentável objetivam fazer com que tanto os produtos e empresas sócio ambientalmente responsáveis como os que não respeitam o meio ambiente e as relações sociais se afiliem a programas de certificação. Eles devem ser motivados pelo ganho em competitividade no mercado, levando a uma mudança progressiva em favor da maior sustentabilidade da atividade, a certificação permite atestar que as mensagens enviadas ao comprador sobre a qualidade e/ou característica do produto ou serviço turístico que ele está adquirindo são verdadeiras. b) Benefícios da Certificação do Turismo: Benefícios econômicos proporciona um diferencial de marketing; gerando vantagens competitivas aos produtos e empreendimentos; Facilita o acesso a novos mercados, principalmente o internacional, desenvolve e melhora a imagem pública da empresa; Benefícios ambientais; Contribui para a conservação da biodiversidade e de seus valores associados: água, solos, paisagens e ecossistemas, entre outras coisas, favorece a manutenção da qualidade ambiental dos atrativos turísticos, auxilia na proteção de espécies ameaçadas ou em perigo de extinção e de seus habitats. b) Benefícios sociais; auxilia na legalização da atividade, favorece a melhora das condições de trabalho, promove o respeito aos direitos dos trabalhadores, povos indígenas e comunidades locais; proporciona um novo espaço de participação para os trabalhadores e comunidades locais na definição dos padrões e no monitoramento das operações certificadas, reconhece os valores culturais locais, tais como a gastronomia, arquitetura folclore e artesanato, entre outros. c) O CBTS: Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável, fundado em 29 de junho de 2002, é o órgão executivo e consultivo da certificação e promotor e controlador do processo. A missão maior do CBTS é desenvolver e implementar uma metodologia para a certificação do turismo sustentável no Brasil baseada nos desempenhos econômico, social e ambiental de produtos, serviços e destinos turísticos e com caráter independente, tecnicamente consistente, não- discriminatória, transparente e voluntária. Pontos de ecoturismo no Brasil: Pantanal Mato-grossense, Caravelas na Bahia; Chapada Diamantina na Bahia; Floresta Amazônica; Chapada dos Veadeiros em Goiás; Fernando de Noronha em Pernambuco; Bonito no Mato Grosso do Sul; Chapada dos Guimarães no Mato Grosso; Pantanal Mato-grossense; Caravelas da Bahia; Floresta Amazônica; Chapada Diamantina na Bahia; Chapada dos Veadeiros em Goiás; Fernando de Noronha em Pernambuco; Bonito no Mato Grosso do Sul; Chapada dos Guimarães no Mato Grosso; Fim