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11.

º TÉCNICO DE TURISMO
TIAT
Turismo – Informação e Animação Turística
MÓDULO 5
Turismo – Património
Local e Regional

Tempos:44
Horas: 33
Prof. Marcus Martins
Ano Letivo 2021/2022
APRESENTAÇÃO
Este módulo visa fornecer aos alunos um conjunto de
conhecimentos teóricos que facilitem a identificação do
património local e regional como oferta turística, em
conformidade com o perfil desejável de um técnico de
turismo.

A identificação e descrição do património local e regional e a


associação do património enquanto recurso turístico,
constituem os conteúdos a ministrar neste módulo.
Conteúdos / Programa
1. Turismo e Património
1.1. O Património e a História
1.2. Património Local e Regional
1.2.1. Património natural
1.2.2. Património cultural
2. O Património como Recurso Turístico
2.1. Definição de recurso turístico
2.2. A Tipologia de recursos turísticos
2.3. A Avaliação dos recursos turísticos
.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Conhecer o conceito de património;
 Identificar os diversos elementos constitutivos do
património;
 Distinguir património cultural de património histórico;
 Descrever o conceito a importância da História;
 Reconhecer o património como recurso turístico
Identificar e descrever as diversas tipologias de recursos
turísticos;
1. Turismo e Património
1.1. O Património e a História
A palavra património contém dois vocábulos: "pater" e
"nomos". "Pater" significa, etimologicamente, o chefe de
família e, em um sentido mais amplo, os nossos
antepassados. Vincula-se, portanto, aos bens, ou heranças
por eles deixados e que podem ser de ordem material ou
imaterial. "Nomos" significa, em grego, lei, usos e costumes
relacionados à origem, tanto de uma família quanto de uma
cidade.
Portanto, património está ligado ao contacto
permanente com as origens que fundaram uma
sociedade e à ética de uma determinada
comunidade.
O termo Património Cultural relaciona-se com a
cultura e a memória de um povo, sendo os
principais fatores de sua coesão e identidade,
Património histórico' refere-se a um bem móvel,
imóvel ou natural, que possua valor significativo
para uma sociedade, podendo ser estético, artístico,
documental, científico, social, espiritual ou
ecológico.
Património histórico refere-se a um bem móvel,
imóvel ou natural, que possua valor significativo
para uma sociedade, podendo ser estético, artístico,
documental, científico, social, espiritual ou
ecológico.
A preservação do património histórico teve início
como atividades sistemáticas no século XIX, após
a Segunda Guerra Mundial e Revolução Industrial,
inicialmente para restaurar os Monumentos
destruídos na guerra.
A História é o estudo do homem no tempo,
concomitante à análise de processos e eventos
ocorridos no passado. Por metonímica, o conjunto
destes processos e eventos. A palavra história tem
sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo
termo em grego antigo é Ἱστορίαι (História).
Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar
métodos críticos, como o cruzamento de dados e
fontes diferentes.
O estudo histórico começa quando os homens
encontram os elementos de sua existência nas
realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do
ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes
períodos: Pré-História e História.
Os historiadores usam várias fontes de informação
para construir a sucessão de processos históricos,
como, por exemplo, escritos, gravações,
entrevistas (História oral) e achados arqueológicos.
Algumas abordagens são mais frequentes em
certos períodos do que em outros e o estudo da
História também acaba apresentando costumes e
modismos (o historiador procura, no presente,
respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado
pelo presente). (veja historiografia e História da
História).
Os eventos anteriores aos registos escritos
pertencem à Pré-História e as sociedades que co-
existem com sociedades que já conhecem a escrita
(é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura
de La Tène) pertencem à Proto-História
1.2. Património Local e Regional

Património cultural é o conjunto de todos os


bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor
próprio, devam ser considerados de interesse
relevante para a permanência e a identidade da
cultura de um povo.
O património é a nossa herança do passado, com
que vivemos hoje, e que passamos às gerações
vindouras.
Do património cultural fazem parte bens imóveis
tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos
urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor
para a história, a arqueologia, a paleontologia e a
ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por
exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos
bens imateriais considera-se a literatura, a música,
o folclore, a linguagem e os costumes.
As entidades que procedem à identificação e
classificação de certos bens como relevantes para a
cultura de um povo, de uma região ou mesmo de
toda a humanidade, visam também a salvaguarda e
a proteção desses bens, de forma a que cheguem
devidamente preservados às gerações vindouras, e
que possam ser objeto de estudo e fonte de
experiências emocionais para todos aqueles que os
visitem ou deles usufruam.
No Mundo:

A Organização das Nações Unidas para a


Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
promoveu em 1972 um tratado internacional
denominado Convenção sobre a proteção do
património mundial, cultural e natural visando
promover a identificação, a proteção e a
preservação do património cultural e natural de
todo o mundo, considerado especialmente valioso
para a humanidade.
Como complemento desse tratado foi aprovada em
2003 uma nova convenção, desta vez
especificamente sobre o património cultural
imaterial.
Na Europa:
O Conselho da Europa, organização que engloba
46 países num total de 800 milhões de habitantes,
considerando que o património constitui também
um elemento de identidade e diferenciação dos
povos europeus no contexto mundial, desenvolveu
um programa de cooperação no domínio do
património cultural e natural que visa
essencialmente a definição de políticas e
nomenclaturas comuns, bem como o
desenvolvimento de redes de cooperação
transnacionais, apoio técnico aos países membros e
iniciativas de sensibilização dos valores e do
património.
Em Portugal:
A Constituição de 1976 determina no seu Artº 78 que
"incumbe ao Estado, em colaboração com todos os agentes
culturais promover a salvaguarda e a valorização do
património cultural, tornando-o elemento vivificador da
identidade cultural comum."
Compete ao IPPAR-Instituto Português do Património
Arquitetónicos e ao IPA-Instituto Português de Arqueologia
- atribuições que serão assumidas pelo IGESPAR-Instituto
de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, no
âmbito da nova lei orgânica do Ministério da Cultura -
proceder à inventariação e classificação dos bens culturais
portugueses.
De acordo com a lei, os organismos competentes
definem os critérios de seleção dos locais, quer
numa ótica histórico-cultural, estético-social ou
técnico-científica, quer ainda na perspetiva da
integridade, autenticidade e exemplaridade do
bem.
A evolução destes critérios ao longo dos anos leva
a que, por exemplo, se incluam hoje em dia no
património cultural obras de arquitetura
modernista ou de arquitetura industria que antes
não eram sequer consideradas.
A inventariação e classificação dos bens culturais
leva a que sejam desencadeados mecanismos de
proteção a esses mesmos bens, quer no que diz
respeito à sua manutenção e conservação, quer à
sua eventual alienação ou alteração.
1.2.1. Património natural

Os bens naturais devem:

- Ser exemplos excecionais representativos dos


diferentes períodos da história da Terra, incluindo
o registo da evolução, dos processos geológicos
significativos em curso, do desenvolvimento das
formas terrestres ou de elementos geomórficos e
fisiográficos significativos
- Ser exemplos excecionais que representem
processos ecológicos e biológicos significativos
para a evolução e o desenvolvimento de
ecossistemas terrestres, costeiros, marítimos e de
água doce e de comunidades de plantas e animais

- Conter fenómenos naturais extraordinários ou


áreas de uma beleza natural e uma importância
estética excecionais
- Conter os habitats naturais mais importantes e
mais representativos para a conservação da
diversidade biológica, incluindo aqueles que
abrigam espécies ameaçadas que possuam um
valor universal excecional do ponto de vista da
ciência ou da conservação.
1.2.2. Património cultural

Inicialmente, a categoria do património que


mereceu a atenção foi a que se relaciona mais
diretamente com a vida de todos, o património
histórico representado pelas edificações e objetos
de arte. Com o passar do tempo foi alargada até
uma nova perspetiva mais ampla que incluiu o
“cultural”, incorporando ao “histórico” as
dimensões testemunhais do quotidiano e os feitos
não-tangíveis.
Sendo a noção de património cultural vaga e
imprecisa para chegar a ser efetiva e operativa,
inúmeras discussões teóricas foram conduzidas no
âmbito internacional e somente em 1982 a
UNESCO conseguiu chegar a um acordo sobre a
necessidade de uma definição mais abrangente
para a cultura, que passa desde então a ser
referência:
“Conjunto de características distintas, espirituais e
materiais, intelectuais e afetivas, que caracterizam
uma sociedade ou um grupo social (....) engloba,
além das artes e letras, os modos de viver, os
direitos fundamentais dos seres humanos, os
sistemas de valor, as tradições e as crenças”.
(Gamarra, 1998: 71)
2. O Património como
Recurso Turístico
2.1. Definição de recurso turístico

Recursos turísticos - todos os bens e serviços que, por


intermédio da atividade humana, tornam possível a
atividade turística e satisfazem as necessidades da procura.

O património turístico constitui o elemento fundamental


que o homem transforma em recursos turísticos utilizando
meios técnicos, económicos e financeiros.
Os recursos turísticos são constituídos pelo património
turístico que, mediante uma intervenção do homem, se
transformam em património utilizável.
Tal como são oferecidos pela natureza, os recursos naturais
são insuficientes para garantir a permanência dos viajantes
cuja deslocação originam.
Torna-se necessária a construção de equipamentos que, por
um lado, permitam a deslocação (transportes, organização
de viagens) e, por outro, assegurem aquela permanência
(alojamento, restaurantes).
Sem estes equipamentos não existirá atividade turística
embora possam existir deslocações.

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