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Dislexia

“Dislexia é um distúrbio ou transtorno de


aprendizagem na área da leitura escrita e
soletração.
Não é o resultado de má alfabetização,
desatenção, desmotivação, condição
socioeconômica ou baixa inteligência.
A Dislexia é herdada, e portanto uma criança
dislexia tem algum pai, avô, tio ou primo que
também é disléxico.”

(ABD - Associação Brasileira de Dislexia).


Por que saber sobre dislexia?
 De 5% a 17% da população mundial possui
dislexia.

 No Brasil, 15% da população é disléxica


(ABD)
Informações úteis também para
educadores!
 Foi comprovado pelos
pesquisadores que a dislexia
é um problema genético...

 Há diferença no cérebro dos


disléxicos não só na
anatomia, mas também na
fisiologia.
Mas que crianças
difíceis!!! O que acontece com
Ou serão preguiçosas e estes alunos? Por que
acomodadas? eles não conseguem
aprender?

Eu dou minhas aulas


muito bem! São elas
que não aprendem!!
O disléxico tenta se esforçar
mas...
Causas e conseqüências
Na educação infantil, é preciso que o
professor preste atenção em alguns
sintomas:
 Falta de atenção
 Não ser capaz de interagir com outras crianças,
 Atraso no desenvolvimento visual,
 Falta de coordenação motora,
 Dificuldade em aprender cantigas rimadas,
 Falta de interesse em materiais impressos, entre
outros.
Na Educação Infantil
 Falar tardiamente
 Dificuldade para pronunciar alguns
fonemas
 Demorar a incorporar palavras novas ao
seu vocabulário
 Dificuldades para
 aprender cores, formas, números e escrita do
nome
 seguir ordens e seguir rotinas
 habilidade motora fina
 contar ou recontar uma história na seqüência
certa
 lembrar nomes e símbolo
Na Classe de Alfabetização e 1ª série
do Ensino Fundamental
 Dificuldades em
 aprender o alfabeto
 planejamento motor de letras e números

 separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )

 rimas (habilidades auditivas)

 discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-


v, k-g, x-j, s-z
 seqüência e memória de palavras

 aprender a ler, escrever e soletrar


Na Classe de Alfabetização e 1ª série
do Ensino Fundamental
 Dificuldade em
 orientação temporal (ontem – hoje – amanhã,
dias da semana, meses do ano)
 orientação espacial (direita – esquerda,
embaixo, em cima...)
 execução da letra cursiva

 preensão do lápis

 copiar do quadro
Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental

 Nível de leitura abaixo do esperado


para sua série
 Dificuldade na sequenciação de letras
em palavras
 Dificuldade em soletração de palavras
 Não gostar de ler em voz alta diante da
turma
 Dificuldade com enunciados de
problemas matemáticos
Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental

 Dificuldade na expressão através da escrita

 Dificuldade na elaboração de textos escritos

 Dificuldade na organização da escrita


 Podem ter dificuldade na compreensão de
textos
Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental
 Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas

 Dificuldade em:
 compreensão de piadas, provérbios e gírias

 planejar e organizar (tempo) tarefas


 conseguir terminar as tarefas dentro do tempo
 compreensão da linguagem não verbal
 memorizar a tabuada
 figuras geométricas
 mapas

 Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafema


Ensino Médio

 Leitura vagarosa e com muitos erros

 Permanência da dificuldade em soletrar


palavras mais complexas

 Dificuldade em
 planejar e fazer redações
 reproduzir histórias
 habilidades de memória
Adultos
 Permanência da dificuldade em escrever em letra
cursiva

 Dificuldade em planejamento e organização


 Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam
tarde ou esquecem)
 Falta do hábito de leitura
 Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros,
arquitetos, artistas)
DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO
 É feito por uma equipe multidisciplinar formada por
psicóloga, fonoaudióloga e Psicopedagoga,que irão
identificar com precisão o que está ocorrendo.

 É pela avaliação multidisciplinar que se tem


condições de um encaminhamento adequado a
cada caso, considerando as várias possibilidades,
inclusive de manifestação da própria dislexia.
SUPORTE
 Não há nenhuma linha de tratamento que seja
considerada “a melhor” ou “ a única”. O
importante é a aceitação e adaptação do próprio
disléxico a linha adotada pelo profissional.
Ah, como eu Às vez
es
gostaria de ser vontad tenho
bom aluno!!! e
de sum
i r ! Nã o
consig
o
aprend
er!!!

Puxa, parece As pessoas acham


que sou um que sou preguiçoso!
E.T! Não Eu tento... mas não
consigo ir bem consigo ler ou
nos estudos! escrever bem!

Até meus pais estão


começando
a acreditar que sou burro!!!
Objetivo
 Falta de conhecimento dos professores sobre a
dislexia.
 Abordar o conhecimento que os professores
graduados e graduandos em pedagogia têm
sobre a dislexia.
Método
 Realização de um questionário com perguntas
abertas e fechadas.
 Realizada com 8 graduados e 21 graduandos em
pedagogia do sexo feminino com idade que variam de
20 a 42 anos.
 Os sujeitos foram obtidos em escolas aleatoriamente
e na própria Fundação Santo André.
 Após ser feita a coleta de dados, foi realizada a
análise dos questionários, que constou da verificação
da exatidão das noções que os professores possuíam,
quando comparados à literatura sobre o assunto.
Conceitos e mitos relacionados à
dislexia.
O que é 75
dislexia? 80,9

75
Há cura?
52,4

É uma 67,5
Doença? 52,4

graduados
0 20 40 60 80 100
graduandos

COLLARES E MOYSÉS(1992); MORAIS (1992); JOSÉ E COELHO(2002);


MYKLEBUST (2002 ) ; NOVAES(1975)
Causas Manifestações e diagnóstico da
dislexia.
Idade do 75
diagnóstico 71,4

Como é feito o 50
diagnóstico 34

100
Manifestação
95,2

Causas
4,8

0 20 40 60 80 100 120
Graduados
Graduandos

ZORZI (1998); POPPOVIC (1981); PINKER (2007); BARONE (1987); DAVIS


(2004); NICO (2005); ANTONIUK ( 2006)
Dificuldades dos alunos disléxicos e sobre
como trabalhar em sala de aula.

14,3
Como trabalhar?
34

Qual a dificuldade 90,5


do aluno? 87,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Graduandos
Graduados

COLL (1995) ; FONSECA ( 1995)


Aspectos da escolarização do aluno
com dislexia.
Estudar na escola comum? 100
87,5

Avaliação diferenciada? 90,5


87,5

N ecessitará sempre de suporte? 71,4


75

São necessárias adaptações na avaliação 90,5


75

0 20 40 60 80 100 120

Graduandos
Graduados
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Ensino de melhor qualidade para todos;
 Inclusão como realidade;
 Alunos mais felizes e comprometidos com o
aprendizado;
 Professores mais profissionais e capacitados.
PROPOSTA PARA OS
PROFESSORES:
 Tratar o aluno com naturalidade
 Usar uma linguagem direta, clara e objetiva.
 Dê uma instrução por vez.
 Preferir falar olhando diretamente para o
aluno.
 Certifique-se que o aluno entendeu sua
explicação.
 Observar, se o aluno fez as anotações da
lousa corretamente antes de apagá-la.
Sugestões:
 MELHORANDO A AUTO-ESTIMA:

 Incentive o aluno a restaurar o confiança em si


próprio, valorizando o que ele gosta e faz bem feito;

 Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não


enfatize os erros;

 Valorize o esforço e interesse do aluno;

 Atribua-lhe tarefas que possam fazê-lo sentir-se útil;


 Evite usar a expressão "tente esforçar-se" ou outras
semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no
momento;

 Fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-


lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las;

 Respeite o seu ritmo, pois a criança com dificuldade de


linguagem tem problemas de processamento da informação.
Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que
ela viu e ouviu;

 Um professor pode elevar a auto-estima de um aluno


estando interessado nele como pessoa;
MONITORANDO AS ATIVIDADES:
 Certifique-se de que as tarefas de casa foram
compreendidas e anotadas corretamente;

 Certifique-se de que seu aluno pode ler e


compreender o enunciado ou a questão. Caso
contrário, leia as instruções para ele;

 Leve em conta as dificuldades específicas do aluno


e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os
deveres;

 Estimule a expressão verbal do aluno;


 Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem
confusões;

 Dê "dicas" específicas de como o aluno pode aprender ou


estudar a sua disciplina;

 Oriente o aluno sobre como organizar-se no tempo e no


espaço;

 Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos,


pois isso não diminui a sua dificuldade;

 Dê explicações de "como fazer" sempre que possível,


posicionando-se ao seu lado;
 Utilize o computador, mas certifique-se
de que o programa é adequado ao seu
nível. Crianças com dificuldade de
linguagem são mais sensíveis às críticas, e
o computador, quando usado com
programas que emitem sons estranhos
cada vez que a criança erra, só reforçará
as idéias negativas que elas tem de si
mesmas e aumentará sua ansiedade;

 Permita o uso de gravador;


 Esquematize o conteúdo das aulas quando o
assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a
professora terá a garantia de que ele está
adquirindo os principais conceitos da matéria
através de esquemas claros e didáticos;

 Não insista para que o aluno leia em voz


alta perante a turma, pois ele tem
consciência de seus erros. A maioria dos textos
de seu
 "Uma imagem vale mais que mil palavras":
demonstrações e filmes podem ser utilizados para
enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los.
Auxiliam na integração da modalidade auditiva e
visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o
aluno organizar a informação. Por exemplo: para
explicar a mudança do estado físico da água líquida
para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a
água fervendo;
AVALIAÇÃO
 As crianças com dificuldade de linguagem têm
problemas com testes e provas:
 Em geral, não conseguem ler todas as palavras das
questões do teste e não estão certas sobre o que está
sendo solicitado.
 Elas têm dificuldade de escrever as respostas;

 Sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro


do tempo estipulado;
 Recomendamos que, ao elaborar, aplicar e
corrigir as avaliações do aluno disléxico,
especialmente as realizadas em sala de aula,
adote os seguintes procedimentos:
 Leia as questões/problemas junto com o aluno, de
maneira que ele entenda o que está sendo
perguntado;
 Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe
eventuais dúvidas sobre o que está sendo
perguntado;
 Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com
calma;
 Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja
necessário, confirme com o aluno o que ele quis
dizer com o que escreveu, anotando sua(s)
resposta(s)
 Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do
aluno, pois frases aparentemente sem sentido e
palavras incompletas ou gramaticalmente erradas
não representam conceitos ou informações erradas;

 Você pode e deve realizar avaliações orais


também.
  
 Alunos disléxicos podem ser bem
sucedidos em uma classe regular. O
sucesso dependerá do cuidado em relação
à sua leitura e das estratégias usadas.

Se o disléxico não pode aprender do jeito


que ensinamos, temos que ensinar do jeito
que ele aprende.
Hoje levantei cedo pensando no que fazer, antes que o relógio marque
meia-noite. É minha função escolher que tipo de vida vou ter hoje. Posso
reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a
poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado
para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso
reclamar por minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me
queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria, ou
posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que trabalhar ou
agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com as tarefas de casa ou
agradecer à Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções
com os amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas
amizades. Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por
ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o
que quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo
depende de nós!
(Charles Chaplin)
“Todos os nossos sonhos
podem tornar-se realidade, se
tivermos a coragem de
perseguí-los.”

(Walt Disney)
DISGRAFIA
Disgrafia

"A disgrafia é uma desordem de um distúrbio


de integração-motora. A criança não tem um
defeito visual e tampouco motor, mas não
consegue transmitir as informações visuais
ao sistema motor". (JONHSON; MYKLEBUST,
1993, p. 235).
A disgrafia não consiste em um simples
atraso da evolução geral, pois na maioria das
crianças trata-se apenas de um atraso gráfico.
Programa escolar adaptado
Compreensão e tolerância.
Tarefa do professor  trabalhar com crianças
que apresentam problemas sérios de
aprendizagem e tentando tudo para solucionar
suas dificuldades, a fim de realizar um trabalho
eficiente.
Sintomas
 distúrbios de orientação espacial - invertem e
omitem letras, números e sílabas;
 transtornos de orientação temporal;
 dificuldade na organização perceptiva, no esquema
corporal e na lateralidade;
 distúrbios de motricidade, sobretudo, da fina e da
coordenação viso-motora;
 distúrbios de esquema corporal;
 distúrbios de linguagem oral e de ortografia;
 distúrbios afetivo-emocionais;
 dificuldade para pegar no lápis e para cópia de
palavras, desenhos e números;
Disgrafia
Caracteriza-se por:
 erros gramaticais de pontuação,

organização pobre de parágrafos,

múltiplos erros de ortografia

grafia deficitária

DSM IV
Disgrafia
 Dificuldade na escrita, em que os problemas
podem estar relacionados com a componente
grafomotora (padrão motor da escrita)
 forma das letras,
 espaço entre as palavras,
 pressão do traço;
Para adquirir a escrita...
 Coordenação visuo-motora para que se possam realizar os
movimentos finos e precisos que exigem o desenho
gráfico das letras;
 da linguagem, para compreender o paralelismo entre o
simbolismo da linguagem oral e da linguagem escrita;
 da percepção que possibilita a discriminação e a
realização dos caracteres numa situação espacial
determinada; cada letra dentro da palavra, das palavras na
linha e no conjunto da folha de papel, assim como o
sentido direcional de cada grafismo e da escrita em geral.
Manifestações
 traços pouco precisos e incontrolados;
 falta de pressão com debilidade de traços;
 traços demasiado fortes que vinquem o papel;
 grafismos não diferenciados nem na forma
nem no tamanho;
Manifestações
 a escrita desorganizada que se pode referir não
só a irregularidades e falta de ritmo dos signos
gráficos, mas também a globalidade do
conjunto escrito;
 realização incorreta de movimentos de base,
especialmente em ligação com problemas de
orientação espacial, etc.
Disortografia ou distúrbio da
leitura e escrita?
 Troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação)
ou separação indevidas das palavras, confusão de
sílabas, omissões de letras e inversões.
 Dificuldades em perceber as sinalizações gráficas
como parágrafos, acentuação e pontuação.
 Textos reduzidos
 Desinteresse para a escrita.
Características
 Não compromete o traçado ou a grafia.
 Comete um grande número de erros.
 Cuidado: Até o 3º. Ano confusões ortográficas
são comuns  relação com sons e palavras
impressas.
Causas
 90% das disortografias têm como causa um
atraso de linguagem ou atraso global de
desenvolvimento.
 Alterações de processamento auditivo
Diagnóstico
 Avaliação Fonoaudiológica
 Avaliação do Processamento auditivo
Tratamento
 Terapia fonoaudiológica
 Treinamento auditivo formal ou informal
 Orientação à escola
 Intervenção psicopedagógica institucional
4º. Ano, 9 anos
Após 3 meses de terapia
fonoaudiológica
O processo de avaliação
 Anamnese:
 Queixa
 História da queixa
 Dados sobre o desenvolvimento
 Constitucionais
 Circunstanciais
 Impressões do avaliador
Como avaliar a escrita?
 Atividades com nomes próprios
 Documentos pessoais
 Localizar letras em jornais, revistas,
propagandas, livros diversos
 Bingo de letras ou sílabas;
 Nome de funcionários da escola, da família
 Leitura e reescrita de contos de fada.
Monteiro (2010, p. 96-109)

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