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Internacionais
Apresentação
Objecto de Estudo;
Metodologia de Ensino;
Metodologia de avaliação;
Bibliografia base.
Objecto de Estudo: fazer uma abordagem e análise cronológica aos factos e fenómenos
que nortearam a evolução do sistema internacional e a construção da Ordem Mundial;
O Sistema Internacional vincula a rede de pressões e interesses que levam Estados a considerarem outros Estados
em seus cálculos e desígnios;
A Sociedade Internacional vincula o conjunto de regras comuns, instituições, padrões de conduta e valores que são
compartilhados e acordados por Estados.
AULA: Sumário
A História das Relações Internacionais nasce da crítica dos historiadores aos procedimentos
metodológicos da História Diplomática;
Uma não substituiu a outra, ambas coexistem, todavia actualmente pouco se fala da existência
da História Diplomática, sobretudo devido ao atual enquadramento da diplomacia enquanto
instrumento da Política Externa;
A História Diplomática (História dos Tratados) nasceu no século XIX , no seguimento da
consolidação do moderno Estado nacional, nascido de Vestefália e fortalecido com a
Revolução Francesa;
Seu surgimento visava justificar e legitimar a existência do Estado, na sua organização e na
sua interação no sistema global.
Abordava as relações entre os Estados, como principais Actores do SI, a partir das descrições
contidas nos documentos oficiais do Estado;
A História Diplomática investiga e relata as relações econômicas, sociais e políticas que se codificam com base
nos Tratados, Convenções, Memorandos de entendimento, etc.;
Trata-se de uma história institucional, na medida em que o seu objecto e metodologia de estudo é reduzido aos actos
oficiais, porquanto não se preocupa em compreender as características específicas das sociedades que são objecto
de estudo;
Nasce num contexto marcado pelas unificações da Alemanha e da Itália (1872);
Para a História Diplomática interessa apenas a relação formal entre Estados (governo), ignorando deste modo a
dinâmica desenvolvida entre povos e comunidades;
Resumidamente a abordagem da História Diplomática (ou História dos Tratados na Itália) não identifica a
importância daquilo que Pierre Renouvin viria mais tarde a chamar de Forças Profundas;
Deste modo, a História das Relações Internacionais nasce da necessidade dos pensadores e académicos tentarem
perceber a natureza complexa das relações entre os Estados, sociedades e culturas--- A Dinâmica das relações passam
a ser o centro de estudo;
Desvendar as motivações da falência do sistema de Equilíbrio de Poder que vigorou durante o século XIX, com o seu famoso
instrumento – o Diretório.
A História das Relações Internacionais pode deste modo ser considerada como uma renovação
historiográfica na abordagem dos assuntos internacionais;
Seu surgimento significou a redefinição do objeto de estudo e da metodologia até então contemplados
pela tradicional História Diplomática;
Mesmo considerando a importância do Estado enquanto ator principal das relações internacionais, a nova
História das Relações Internacionais passou a contemplar a interpretação das influências geográficas,
econômicas, culturais e ideológicas que condicionam a ação dos Estados em suas relações externas;
O francês Pierre Renouvin foi o grande percursor da crítica à História diplomática, o que fez dele o
arquiteto da primeira sustentação teórica sobre o estudo da História das Relações Internacionais;
A partir dele a explicação e a interpretação da evolução da vida internacional passaram a incluir outros
atores e fatores que não eram tradicionalmente considerados na bibliografia disponível, falamos
concretamente das Forças Profundas, de acordo com a sua denominação.
Pierre Renouvin representa a transição entre a História Diplomática tradicional e a História das Relações
Internacionais;
Com a sua doutrina sobre as "forças profundas", Renouvin considera não apenas o papel do Estado e a
pesquisa nos arquivos diplomáticos, mas também a história económica e social, a história das idéias e das
instituições, entre outras no estudo das RI;
Outrossim, com a obra de Renouvin, inaugurou-se não só a História das Relações Internacionais, mas
uma verdadeira Escola francesa da disciplina. O que levou à criação em 1935, do Instituto Pierre
Renouvin, na Sorbonne;
Este processo veio a ser consolidado com o lançamento em 1950 do seu livro formado por 8 volumes,
intitulado Histoire des relations internationales;
Todavia, a institucionalização da História das Relações Internacionais no mundo académico só seria
concretizada apenas na década de 1970;
Contudo, com o decorrer dos anos começaram a surgir algumas críticas à abordagem da Escola francesa;
Por assumir a perspetiva de construções analíticas excessivamente centradas na inserção internacional da França.
Surge assim a perspetiva Inglesa, que desenvolveu um campo próprio da História das Relações
Internacionais, sendo que esta ficou mais conhecida como História Internacional;
O ponto de partida foi o ano de 1954, sendo que a London School teve um papel determinante na formação
dos pesquisadores da área;
Os britânicos privilegiaram o estudo do Estado nas Relações Internacionais, a perceção do duradouro
sobre o imprevisível, a ordem sobre a anarquia e os processos de continuidade nas relações internacionais;
Um marco na Escola britânica é a contribuição da obra de Adam Watson. Watson discute o funcionamento
dos sistemas de Estado ao longo do tempo, comparando-o e elencando as suas particularidades;
Desenvolveu uma verdadeira teoria de base histórica para a evolução do sistema internacional, desde os
primórdios até a chamada sociedade internacional contemporânea;
Por outro lado, discute a distinção entre um “Sistema Internacional” e uma “Sociedade Internacional”.
Mais tarde, a obra do historiador francês Jean-Baptiste Duroselle publicada na década de 1980, Teoria das
Relações Internacionais, surge como um marco importante nos estudos das Relações Internacionais,
particularmente porque o autor procede a uma abordagem que contempla o conhecimento histórico no
centro dos estudos das relações internacionais contemporâneas;
Duroselle foi assim herdeiro de uma importante tradição francesa, iniciada por Pierre Renouvin ainda na
década de 1930, e propôs uma teoria com forte base empírica, de acordo com a renovação teórica e
metodológica do conhecimento social;
Finalmente e pouco mais de 80 anos passados e de uma longa maturação, um novo balanço examina o
estado da pesquisa sobre as “forças profundas de Pierre Renouvin” numa obra organizada pelo professor
Robert Frank, sucessor de Renouvin e Duroselle;
Em suma, a História das Relações Internacionais foi também influenciada pela renovação da
própria disciplina de História, que estava em curso na França durante a década de 1930;
Inicialmente contemplou uma abordagem civilizacional, na qual havia uma clara indissociabilidade entre a
História das Relações Internacionais e a própria História das Civilizações;
Finalmente houve uma grande preocupação para com a ampliação das fontes de pesquisa, que deveriam
contemplar outros documentos além dos tradicionais ou convencionais (documentação oficial e
diplomática).
1.2. Conceito de Forças Profundas
O conceito que mais popularizou a obra de Pierre Renouvin é, sem dúvida alguma, o de “Forças
Profundas”. No vasto e ambicioso panorama traçado pelo historiador francês, não são apenas os Estados que
estão em causa, mas também os povos e os interesses dos agentes económicos, enfim o conjunto das
circunstâncias históricas, culturais, económicas, políticas e sociais, em um momento dado;
Estas forças profundas actuariam sobre a acção do Estado, constrangendo-lhes e limitando-lhes dentro de
determinadas direcções. Mais propriamente, Duroselle e Renouvin afirmam que estas forças actuam sobre o
“Homem de estado".
O "homem de estado" apresentado por Renouvin representa nos dias de hoje o elemento decisor do Estado,
executivo ou do responsável máximo pelo processo de tomada de decisão política de um Estado;
O conceito de forças profundas surge assim associado a figura ou a personagem do homem de estado, mas
também ao conjunto de circunstancias que influenciam no processo de tomada de decisão e no
estabelecimento da Ordem internacional;
Portanto, não deve ser nigligenciado o papel dos homens de Estado, que foram de forma mais ou menos
consciente, influenciados por essas forças, na medida em que a sua ação pessoal interessa sobretudo na
forma como ela modifica o curso das relações internacionais;
Por sua vez, cada Estado possui determinados objectivos presentes em seu sistema de finalidades, no
sentido em que essas forças profundas variam de acordo com o contexto, espaço geográfico e intervalo
temporal;
Esta interação entre os Estados, o sistema de causalidade e o sistema de finalidades, definem a vida
internacional, ou seja o sistema internacional, e finalmente a Ordem Internacional.
Estas "forças profundas" são de diversos tipos e Renouvin as enumera na primeira parte da sua obra
"Introdução à História das Relações Internacionais" publicada em 1964 em francês e reeditada em1967;
Para si além das relações entre Estados, através da sua diplomacia e dos homens de estado, existem forças
que determinam os destinos e influenciam na tomada de decisão pelos homens do estado;
Estas podem ser materiais – factores geográficos, condições demográficas, poder econômico; como
espirituais – cultura, sentimento nacional, etc.;
Renouvin as enumera na primeira parte da obra como: geográficas; demográficas; econômicas; da
mentalidade colectiva; e correntes sentimentais. Sendo a primeira composta por atributos de posição e
espaço que orientam a alocação dos agregados humanos. No segundo caso, discorre-se sobre o papel dos
surtos demográficos e movimentos migratórios como constrangimentos do ambiente internacional;
Quanto às forças económicas, estas são divididas entre materiais e financeiras e entre conflitivivas e
cooperativas. No tocante à mentalidade colectiva, destaca-se o papel constitutivo de sentimento nacional;
E, finalmente, dentre as correntes sentimentais Renouvin dá ênfase aos movimentos nacionalistas e aos
pacifistas. A única característica comum a todas as forças é o seu carácter perene enquanto causa
histórica potencial do desencadeamento de fenómenos e sua regularidade observável no tempo.
Aula: sumário
Idade da pedra Paleolítico 2,5 milhões -10.000 A.C. Sistema econômico de caça e colheita de frutos silvestres
Mesolítico 12.000 – 9.000 A.C. Período intermédio, no qual usavam, ao mesmo tempo, instrumentos de pedra lascada e
pedra polida.
Neolítico 5.000 – 3.000 A.C. Sistema econômico produtivo e sedentário: agricultura e pecuária
Idade dos metais Idade do cobre 3.300 – 1.200 A.C. O ser humano começava a dominar, ainda que de maneira rudimentar, a técnica
da fundição.
Idade do bronze 3.300 – 700 A.C. O emprego do bronze começou na Mesopotâmia, num momento que coincide,
aproximadamente, com o apogeu de outras grandes civilizações antigas
como Síria, Canaã e o vale do Nilo.
Idade do ferro 1.200 – 1.000 A.C. Caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente
através da emigração de tribos indo-europeias, que a partir de 1 200 a.C. começaram a
chegar a Europa Ocidental
Idade Antiga
O período subsequente a Pré-História, que se inicia com as civilizações da Antiguidade Oriental, as primeiras a
desenvolverem um código escrito. De facto, até os nossos dias ainda não existe consenso acerca dos primeiros
registos da escrita;
Para uns a escrita cuneiforme (4.000 A.C) originária da Mesopotâmia marca o aparecimento da escrita enquanto
elemento de comunicação e civilizacional; para outros o hieróglifos são os primeiros registros da escrita (5.000
A.C.);
Não obstante, a Idade Antiga ou Antiguidade, na periodização das épocas históricas da humanidade, é o período que
se estende desde a invenção da escrita(de 4 000 a.C. a 3 500 a.C.) até a queda do Império Romano do
Ocidente (476 d.C.);
Embora o critério da invenção da escrita como delimitador entre o fim da Pré-história e o começo
da História propriamente dita seja o mais comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura
material das sociedades têm procurado repensar essa divisão. Assim, é comum afirmar-se que a Idade Antiga se inicia
em aproximadamente 4 mil anos a.C., com as civilizações da Mesopotâmia, Egipto, Fenícia, Hebreus e Pérsas;
O período se encerra com 476 d.C com a Queda do Império Romano do Ocidente.
Portanto, a Idade Antiga é o primeiro período da História, sendo dividido em Antiguidade Oriental e
Antiguidade Ocidental ou Clássica.
A Antiguidade Oriental é marcada pelo aparecimento dos primeiros povos civilizados, ou seja, egípcios,
mesopotâmicos, fenícios, hebreus, etc.
Esses povos eram fortemente influenciados pelo espaço físico-geográfico que habitavam. Em geral, possuíam uma
economia baseada na agricultura e na pecuária e utilizavam a mão-de-obra de escravos;
Os fenícios, que não possuíam condições favoráveis a uma economia agrária, acabaram por desenvolver a navegação
e o comércio;
Antiguidade clássica refere-se a um longo período da História da Europa que se estende aproximadamente
do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império Romano do
Ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476;
Essa fase é marcada por um grande desenvolvimento comercial, tendo o mar Mediterrâneo como principal rota de
comércio;
No eixo condutor desta época, que ao contrário de outras anteriores ou posteriores, estão os factores culturais das suas
civilizações mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas;
Foi neste período que se desenvolveram as cidades-estado, o poder grego sobre o mundo antigo, a democracia
ateniense, bem como a ascensão romana.
Civilização Grega
A Antiguidade Clássica foi na verdade o longo período histórico onde as civilizações grega e romana se destacaram
de modo excepcional em meio a qualquer outra sociedade nos mais variados aspectos do desenvolvimento humano;
Formalmente, foi estabelecido que o ponto inicial da Era Clássica no primeiro registro da poesia do grego Homero,
nos séculos VII-VIII a.C.;
Em um espaço de tempo tão dilatado, a sociedade grega passou de uma colecção de cidades-estados pouco
coordenadas a metrópole de um imenso império legado por Alexandre o Grande, que por sua vez acaba conquistado
por Roma e finalmente se torna o centro do Império Bizantino;
Do mesmo modo, a construção cultural da civilização Grega foi consolidada por um longo periodo de alianças e
guerras, dentre elas as Guerras Médicas e a Guerra de Peloponeso;
As Guerras Médicas, conflito entre gregos e persas, foram vencidas pelos gregos. Para combater a presença persa no
Mediterrâneo foi formada a Liga de Delos, com objectivos claros de promover a segurança do território grego. A
Liga de Delos foi a base da concentração de poder por parte de Atenas, que mais tarde viria a consolidar-se na
democracia ateniense;
No entanto, nem todas as pólis gregas viviam a partir de uma organização democrática. Muitas delas organizavam-se
a partir de oligarquias, com a concentração de poder na mão de poucos e a cidadania muito mais restrita. Essas outras
cidades formaram uma aliança que tinha em Esparta seu centro, a Liga do Peloponeso.
Guerra de Peloponeso
A Guerra do Peloponeso foi um conflito ocorrido entre as duas principais alianças da Grécia Antiga: a Liga de Delos
e a Liga do Peloponeso, comandadas respectivamente por Atenas e Esparta, entre os anos de 431 e 404 a.C. Assim,
o mundo grego foi dividido entre dois poderes: Esparta e Atenas;
Além da vitória de Esparta sobre Atenas, a Guerra do Peloponeso deu lugar a uma maior integração entre as
cidades-estado ao longo do Mediterrâneo, na medida em que foi sobre esta guerra que um dos primeiros
historiadores do mundo escreveu. Tucídides procurou narrar em “História da Guerra do Peloponeso” o conflito e
seus principais embates;
O declínio de Atenas marcou a ascensão de Esparta e desfez a unificação política do mundo grego, bastante
afectada pela devolução aos Persas das cidades da Ásia Menor em troca do seu ouro;
Roma, por sua vez, absorveu muito do legado da civilização grega, e soube difundir tal cultura entre os diferentes
povos que conquistou. Ao contrário dos gregos, o espírito romano era mais pragmático, concentrado no domínio de
territórios e no poder.
A Fundação de Roma
Roma Antiga foi uma civilização itálica que surgiu no século VIII a.C. Localizada ao longo do mar Mediterrâneo e
centrada na cidade de Roma, na península Itálica, expandiu-se para se tornar um dos maiores impérios do mundo
antigo, com uma estimativa de 50 a 90 milhões de habitantes (cerca de 20% da população global na época) e
cobrindo 6,5 milhões de quilômetros quadrados no seu auge entre os séculos I e II;
Os primeiros habitantes de Roma foramos latinos e sabinos, que integravam o grupo de populações indo-
europeias originárias da Europa Central que vieram para a península Itálica em ondas sucessivas em meados
do milênio II a.C;
A data tradicional da fundação (21 de abril de 753 a.C.) foi convencionada bem mais tarde por Públio Terêncio
Varrão, atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete mitológicos reis.
Segundo a lenda, Rômulo, o fundador de Roma, matou o irmão e se tornou no primeiro rei de Roma;
A documentação do período monárquico de Roma encontrada até hoje é muito precária, o que torna este período
menos conhecido que os períodos posteriores.
O último rei de Roma teria sido Tarquínio, o Soberbo (534–509 a.C.) que, em razão de seu desejo de reduzir a
importância do senado na vida política romana, acabou sendo expulso da cidade e também assassinado;
Este foi o fim da Monarquia em Roma. Durante esse período, o monarca acumulava os poderes executivo, judicial e
religioso, e era auxiliado pelo senado, ou conselho de anciãos.
De acordo com a tradição e historiadores, como Tito Lívio, a República Romana foi fundada por volta
de 509 a.C., quando o último dos sete reis de Roma, Tarquínio, o Soberbo, foi deposto, por Lúcio Júnio
Bruto, e um sistema baseado em magistrados eleitos anualmente e em várias assembleias representativas foi
estabelecido;
Uma constituição estabeleceu uma série de pesos e contrapesos e a separação de poderes. Os
magistrados mais importantes eram os dois cônsules, que juntos exerciam autoridade executiva, como
o imperium, ou o comando militar;
Os cônsules tiveram que trabalhar com o senado, que inicialmente era um conselho consultivo da nobreza,
ou patrícios, mas cresceu em tamanho e poder. Os romanos garantiram suas conquistas fundando colônias
romanas em áreas estratégicas;
No século III a.C., Roma enfrentou um novo e formidável adversário: Cartago, uma rica e próspera
cidade fenícia que pretendia dominar a região do mar Mediterrâneo;
As duas cidades eram aliadas nos tempos de Pirro, que era uma ameaça para ambas, mas com a hegemonia
de Roma na Itália continental e a talassocracia cartaginesa, essas cidades se tornaram as duas maiores
potências no Mediterrâneo Ocidental e sua disputa pela região levou ao conflito.
As Guerras Púnicas
Essas guerras entre Roma e Cártago resultaram nas primeiras conquistas ultramarinas de Roma (Sicília, Hispânia e
África) e a ascensão de Roma como uma potência imperial significativa, o que deu início ao fim da democracia;
A Primeira Guerra Púnica foi o primeiro de uma série de três conflitos entre Roma e Cártago;
Na fase inicial, a cidade de Cártago era muito próspera no Mar Mediterrâneo. Cártago era de origem fenícia e tinha boas
relações comerciais no Mediterrâneo e também com Roma. Sua posição a favorecia estrategicamente para o
desenvolvimento de relações comerciais, uma vez que se situava de tal forma que permitia o fácil contacto com a África e
com várias ilhas próximas da Europa;
Com o processo de expansão a civilização Romana, Roma buscou conquistar a ilha da Sicília, com a qual Cartago tinha suas
relações comerciais. A Sicilia era de grande importância econômica para os cartagineses, perder seu domínio
representava grande insatisfação para este povo. Assim, a relação entre Roma e Cartago se estremece;
A Primeira Guerra Púnica começou no ano de 264 a.C. em conseqüência da invasão romana na ilha da Sicília. O conflito
colocou em choque as duas maiores potências existentes na região do Mediterrâneo na época. É bem verdade que o Império
Romano, até então, não desfrutava de uma grande e poderosa frota marítima para investir na conquista de uma ilha, mas a
política de guerra de Roma era só terminar os combates quando a vitória fosse total. Por esse motivo, foram muitas as perdas
humanas e materiais para os dois lado;
Por mais que os cartagineses dispusessem de grande e estruturado exército, além de recursos financeiros acumulados ao
longo de vários anos de comércio, os romanos tinham a determinação. A habilidade tática de Roma superou a vantagem
numérica de Cartago no campo de batalha;
O conflito se estendeu por longos 23 anos. Em 241 a.C. a Primeira Guerra Púnica chegou ao fim com a rendição imposta
pelos romanos aos cartagineses. Roma conseguiu estruturar sua frota marítima e superar Cartago também nos mares. O
resultado foi a declaração de Cartago aceitando o domínio romano sobre a Sicília e mais uma série de punições sofridas.
Após a 1ª guerra, Roma se tornou um dos maiores impérios da Antiguidade. As fronteiras de influência foram
definidas através de uma linha imaginária que cortaria o Mediterrâneo. De tal modo que Espanha, Córsega, Sardenha e
África continuavam sob domínio de Cartago, e tudo que estivesse ao norte da linha seria de Roma;
Os cartagineses procuraram se recompor através de sua região de influência e deslocaram o palco dos conflitos para
outra região, o que teve como consequência novas guerras entre Roma e Cartago;
A Segunda Guerra Púnica foi consequência da Primeira Guerra Púnica. Quando os cartagineses perderam o primeiro
conflito, saíram quase totalmente destruídos economicamente e demograficamente. Um tratado de paz foi assinado com os
romanos no qual ficavam estabelecidas as áreas de influência de cada cidade. Cartago manteve o domínio sobre regiões da
Espanha, onde tentou se reerguer após os prejuízos sofridos;
Esta foi a mais importante para Roma, pois com a vitória neste conflito o Império Romano realmente se consolidou como
grande potência na Europa. A nova vitória determinou a conquista romana da Península Ibérica e das outras regiões que
ainda estavam sob domínio de Cartago, além de solidificar o poder na Península Itálica e partir para a conquista do
Oriente;
Cartago, por sua vez, saiu aniquilada economicamente e enfraquecida para qualquer combate. Mesmo assim, uma
nova Guerra Púnica ainda ocorreria.
Em 149 a.C. teve início a Terceira Guerra Púnica. Os romanos invadiram a cidade já debilitada há seis
anos para concluir a aniquilação que tanto desejavam. Cartago foi completamente destruída desta vez,
literalmente apagada do mapa;
A Terceira Guerra Púnica acabou em 146 a.C. com mais uma vitória romana, mas absolutamente
devastadora;
Mais tarde, com as crises da República Romana, decorrentes da instabilidade política e agitação social,
culminou com o fim da República Romana e o advento do Império Romano, entre 134 a.C. e 27 a.C;
Os últimos dois séculos a.C. foram marcados por uma imensa instabilidade política, na qual revoltas de
escravos, guerras civis, ditaduras, tentativas de golpe e governos formalmente ilegais sucederam-se na
República Romana;
Os quatro anos da ditadura de Júlio César foram marcados por crescentes atritos com o Senado;
Tais atritos nasciam de sua origem pobre, ainda que aristocrática, e, principalmente, da percepção
que os senadores tinham do real projecto político de César: instalar um regime monárquico, fortemente
apoiado no Exército; regime no qual, inevitavelmente, o Senado teria sua importância restringida.
Com o fim da República em Roma (509 a.C. a 27 a.C.) com a morte do general Júlio César, no ano 31 a.C,
perpetrado por um grupo de senadores ligados a Pompeu e, também, de senadores do próprio círculo íntimo
de César;
Caio Octávio, sobrinho e herdeiro de Júlio César, assumiu o controle e é nomeado o único general, e teve
aprovação do senado, que o nomearam Príncipe. No ano de 27 a.C Otávio recebe o título de Augusto (do
latim “o venerável”);
Entretanto, a reacção militar e popular que se seguiu ao assassinato de César deteve o projecto
senatorial de restaurar o poder. Ao contrário do que pretendia o Senado, a morte do ditador teve o efeito
de motivar a unidade do Exército e de transformá-lo em um real elemento de poder. Surge assim o Império
Romano;
O Império Romano foi assim o período da história de Roma que se iniciou com nomeação de Octávio
Augusto no ano 27 a.C. e termina com o fim do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. que marca o fim
da Idade Antiga e início o da Idade Média;
Augusto vai comandar o Império juntamente com os poderes as várias instituições que se mantiveram da
República, tais como o senado e o exército. Octávio Augusto iniciou um período na história romana de
abundância e relativa paz interna, que duraria cerca de 250 anos, e ficou conhecido como a “Paz Romana”
(Pax Romana);
O período da paz romana foi marcado por inúmeras transformações, novas conquistas e foram
estabelecidas, a grande movimentação da cultura e da economia.
A pax romana foi um período assim denominado pela tomada de controle sobre um amplo território,
garantindo certa estabilidade e tranquilidade. O termo é da língua latina, e significa a paz romana. O
período assim chamado teve uma duração considerável, desde 27 a.C. a 180 d.C.;
Roma buscava expandir o seu território, e ao mesmo tempo precisava de lidar com a elevada extensão do
seu território, porquanto foi necessário desenvolver formas de garantir o controle e a paz, tendo em vista
que Roma havia passado por um longo período de constantes guerras civis, antes da sua fundação;
Em suma, o início da Pax Romana se deu durante o governo de Augusto, o primeiro imperador romano, e
marcou o início do Império Romano que foi marco para este período de paz.