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6º SEMINÁRIO – PODAS

NO CAFEEIRO

Camila Soares
Luiz Fernando Coelho
Thales Donato
DEFINIÇÃO DA PODA
• A poda consiste em uma operação para eliminar partes das plantas
que perderam ou diminuíram a capacidade produtiva, cuja
possibilidade de recuperação natural seja praticamente nula. Por
meio da poda, a dominância apical é suprimida como consequência
da alteração do equilíbrio hormonal, havendo assim um estímulo na
emissão e no desenvolvimento dos brotos a partir de gemas latente.
FINALIDADE DA PODA
• As podas de renovação ou de recuperação tem o objetivo de
restabelecer o potencial produtivo da lavoura. São realizadas com a
finalidade de renovar os ramos produtivos em casos de desgaste ou
recuperá-los devido a traumas sofridos pelas plantas.
ÉPOCA DAS PODAS
• A época mais indicada é logo após a colheita; de preferência, entre
julho e agosto. Em regiões com riscos de geadas, devem ser realizadas
após o período de maior ocorrência desse fenômeno. Além disso, a
poda deve ser realizada após o ano de safra alta, quando a
perspectiva é de baixa produção no ano seguinte
NECESSIDADE DA PODA
Fatores que podem tornar necessários a adoção da poda:
• Geadas, granizo e faíscas elétricas;
• Depauperamento;
• Idade;
• Renovação;
• Plantios adensados;
• Altura dos cafeeiros.
TIPOS DE PODA - RECEPA
• É uma poda drástica, isto é, há uma retirada de grande parte do tronco, que provoca,
como consequência, um rebaixamento acentuado do índice de reservas de planta, com
morte de grande parte das raízes absorventes, as quais ressurgem posteriormente. Uma
vez recepado, o cafeeiro ficará por uma safra sem produção e irá retornar a uma boa
produtividade para a cultura somente na segunda safra.
• A recepa consiste em cortar o ramo ortotrópico a uma altura de 20 a 40 cm do solo,
chamada de “recepa baixa”, ou de 40 a 100 cm, denominada “recepa alta”. É utilizada,
normalmente, quando a planta já perdeu grande parte dos ramos baixios, sendo a altura
do corte determinada em função destes ramos, visando preservar o que restou deles.
Nesta condição, tem-se a chamada “recepa com pulmão”, que tem como resultado uma
brotação mais vigorosa da planta.Dependendo do estado dos ramos laterais da “saia”
preservada (muito compridos ou pouco produtivos), pode ser recomendável o seu
encurtamento, após o surgimento das novas brotações.Na ausência destes ramos, faz-se o
corte, deixando apenas o “toco”, caracterizando a “recepa sem pulmão”.
TIPOS DE PODA - RECEPA
TIPOS DE PODA - ESQUELETAMENTO
O esqueletamento consiste no corte dos ramos laterais associado a um decote. O ideal do
corte lateral é fazê-lo em forma cônica, iniciando-se o corte no terço superior entre 20 e 30 cm
de distância do ramo ortotrópico e terminando no terço inferior com 30 a 50 cm. Caso esse
corte seja mais longo entre 50 e 70 cm de distância do ortotrópico, essa poda passa a ser
chamada de desponte. Dentre as diversas finalidades do esqueletamento, podemos citar:
• Abertura de lavouras fechadas;
• Recuperação da saia de lavouras sombreadas (antes da morte desses ramos);
• Recuperação de lavouras depauperadas ou atingidas por intempéries como granizo e geadas;
• Promover um reequilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular;
• Reduzir a altura da planta melhorando a colheita;
• Escalonamento de colheitas (Sistema Safra Zero);
• Racionalização de custos;
• Aumentar e renovar a quantidade de ramos produtivos.
TIPOS DE PODA - ESQUELETAMENTO
TIPOS DE PODA – DECOTE LENHOSO
• O decote lenhoso é realizado
em cafeeiros com grande parte
dos ramos laterais com
potencial produtivo para a
próxima safra. O decote pode
ser alto (corte entre 1,5 m e 2,0
m do solo) ou baixo (corte
entre 1,0 m e 1,5 m do solo).
Como reduz o tamanho dos
cafeeiros, o manejo e a colheita
são facilitados. Além disso,
aumenta a incidência de luz na
planta, com consequente
aumento das brotações.
TIPOS DE PODA – DECOTE HERBÁCEO
• O decote herbáceo é realizado
para controle da altura dos
cafeeiros, quando há espaço o
bastante nas linhas do cafezal.
Caso contrário, os ramos podem
fechar ou definhar. Após o
procedimento, podem surgir
brotos a serem (ou não)
mantidos na planta.
TIPOS DE PODA - DESBROTA
• A desbrota consiste na retirada de brotos que
nascem no ramo ortotrópico da planta,
denominados ramos “ladrões”. Esses ramos
podem utilizar as reservas energéticas da
planta para seu crescimento, dessa forma
em cafeeiros adultos, podem acarretar em
prejuízos na produção, além de prejudicar a
estrutura da planta e reduzir a vida útil da
lavoura. Já em cafeeiros jovens, esses ramos
podem acarretar em enfraquecimento das
plantas.
TIPOS DE PODA - DESBROTA
TIPOS DE PODA - DESBROTA
TIPOS DE PODA - DESBROTA
Fatores que agravam a brotação e que podem levar a um número elevado de hastes:

• Desnutrição;
• Estresse por seca;
• Ataque severo e continuado de pragas e doenças;
• Colheita mecânica;
• Geada;
• Danos mecânicos causados por granizo;
• Maltrato, que agrava a seca de ramos laterais, expondo o tronco;
• Vergamento pelo vento;
TIPOS DE PODA - DESBROTA
• Santinato, Figueredo e Silva (2008). Avaliação da desbrota do
cafeeiro de forma total, ou seja, com eliminação de todos os tipos
de brotos ladrões e a desbrota parcial, eliminando somente os
ramos ladrões que vergam para o centro das ruas.
• O ensaio foi instalado em uma lavoura da cultivar Catuai vermelho
(IAC-144), irrigado sob Pivô central, com 6 anos de idade, de
espaçamento 3,7 m x 0,5 m. A partir dos resultados do estudo, os
autores concluíram que o melhor tratamento foi a desbrota total
em todos os anos, acrescentando 42% na produtividade (Tabela
1).
TIPOS DE PODA - DESBROTA
TIPOS DE PODA - DESBROTA
• Jordão Filho (2017) estudou a condução da brotação após
poda do tipo decote e esqueletamento, a fim de obter
informações sobre a desbrota, na região da Mogiana Paulista.
O estudo foi realizado com lavoura da cultivar Mundo Novo
379/19, espaçamento 3,5 x 0,70m, plantadas em fevereiro de
2006. Em agosto de 2013, foi iniciado o trabalho aplicando a
poda, sendo para três tratamentos do tipo decote +
esqueletamento (safra zero) e outros três apenas o decote,
considerando um tratamento como testemunha, onde não
recebeu nenhum tipo de poda.
TIPOS DE PODA - DESBROTA
TIPOS DE PODA - DESBROTA
• Lacerda et al. (2016) realizaram um experimento com o intuito
de verificar a influência da desbrota na primeira produção após
a poda por esqueletamento associado ao decote em altura
média. Os ensaios foram instalados em modelo fatorial com
duas cultivares e cinco tratamentos de condução de brotos,
sendo uma da cultivar Mundo Novo IAC 376/4, com
espaçamento de 3,8 x 0,8 m, e outra com a cultivar Catuai 99
com espaçamento 3,7 x 0,7 m. A poda foi realizada no inicio do
mês de setembro com esqueletamento e decote a 1,7 m de
altura.
TIPOS DE PODA - DESBROTA

• Dessa forma, conclui-se que o sistema de livre crescimento, ou seja,


sem desbrota, reduz significativamente a produtividade.
TIPOS DE PODA - DESBROTA
• Portanto, apesar dos prejuízos provenientes da não realização
da desbrota normalmente não serem percebidos no primeiro
ano, quando os brotos ainda se encontram pequenos, os
estudos mostram as consequências de não realizar a desbrota
na produtividade da cultura. Por isso, mesmo sendo uma
prática dispendiosa e com grande demanda de mão de obra, a
não realização dessa atividade, pode acarretar em prejuízos
nas produtividades das safras seguintes, perda do formato da
planta e até redução da vida útil das plantas.
TIPOS DE PODA - DESPONTE
• Poda lateral, semelhante ao esqueletamento, com a diferença de que é
realizada mais distante do tronco, em torno de 60 cm a 70 cm. Serve para
estimular a emissão de ramos produtivos secundários e terciários, graças
ao aumento da área produtiva da planta.
• Quando se efetua o desponte, deve-se fazer conjuntamente o “decote”,
como no esqueletamento visando quebrar a dominância apical e induzir
as brotações laterais.
• O desponte é indicado, quando a lavoura se encontra fechada, com os
ramos plagiotrópicos longos, com poucas gemas produtivas nas
extremidades dos ramos, mas, ainda sem perda da “saia” e sem
cinturamento.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
• Manual: Foices, facões, machados, podões, serrotes, motosserras e
podadoras costais motorizadas.

https://youtu.be/tTAzfC0GTwM

• Mecanizada: Os equipamentos mecanizados são acoplados aos tratores


sendo utilizados normalmente em recepas, decotes e esqueletamento.

https://youtube.com/shorts/JM7_v9HO258?feature=share

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