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DIREITO EMPRESARIAL IV

(Recuperação da Empresa e Falência)

Prof. WILDEMAR
ROBERTO
ESTRALIOTO

1
Falência

2
Lei 11.101/2005

CRÉDITOS

CONCURSAIS
3
Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à


seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação trabalhista,
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por
credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o
limite do valor do bem gravado;
III - os créditos tributários, independentemente da sua
natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos
extraconcursais e as multas tributárias;
4 IV e V - (revogados);
Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

VI - os créditos quirografários, a saber:


a) aqueles não previstos nos demais incisos
deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo
produto da alienação dos bens vinculados ao seu
pagamento; e
c) os saldos dos créditos derivados da legislação
trabalhista que excederem o limite estabelecido
no inciso I do caput deste artigo; 
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por


infração das leis penais ou administrativas, incluídas as
multas tributárias; 
VIII - os créditos subordinados, a saber: 
a) os previstos em lei ou em contrato; e
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem
vínculo empregatício cuja contratação não tenha
observado as condições estritamente comutativas e as
práticas de mercado;
IX - os juros vencidos após a decretação da falência,
6 conforme previsto no art. 124 desta Lei. 
Lei 11.101/2005

Alguns

Destaques
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO –
Art. 83 [...]
I - os créditos derivados da legislação trabalhista,
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor [...];
VI - os créditos quirografários,
quirografários a saber:
c) os saldos dos créditos derivados da legislação
trabalhista que excederem o limite estabelecido
no inciso I do caput deste artigo; 
artigo
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO –
 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

1º PONTO – ADIN 3.934-2


 

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

2º PONTO –
Agravo de instrumento – Falência – Créditos trabalhistas – Limitação
prevista no artigo 83, I, da Lei nº 11.101/05 (150 salário mínimos) –
Decisão que fixou o salário mínimo vigente da data do pagamento –
Inadequação – Observância da disposição contida no artigo 9º, II, da
Lei nº 11.101/05 – Impossibilidade de utilização do salário mínimo
como indexador de reajuste (CF, art. 7º, inc. IV) – Aplicação do valor
do salário mínimo vigente na data do decreto falimentar – Decisão
reformada – Recurso provido. (TJSP;  Agravo de Instrumento 2060087-
24.2019.8.26.0000; Relator (a): Maurício Pessoa; Órgão Julgador: 2ª
Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro de Rio Claro - 4ª. Vara
Cível; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019)
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

2º PONTO – Fábio Ulhoa Coelho


“O salário-mínimo a ser considerado, na definição do limite do crédito em
concurso na classe dos empregados e equiparados, deve ser o vigente na
data do pagamento. A lei não estabelece critério temporal para
identificação do parâmetro máximo, mas deve ser adotado o valor vigente
no dia do pagamento para que não se frustre o tratamento privilegiado a eu
têm direito os assalariados. Se fosse adotado, por exemplo, o valor do
salário-mínimo da data da decretação da falência, e o pagamento
retardasse alguns anos, como esse índice tem sido anualmente reajustado,
menos empregados teriam o tratamento preferencial. Em suma, deve ser
usado o critério que melhor preserve o poder de compra do dinheiro, valor
que leva o intérprete a escolher o salário-mínimo vigente na data do
pagamento como a base para cálculo do limite de preferência.” (Lei de
19 Falência e de Recuperação de Empresa, p. 310)
Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

3º PONTO –
-Outros credores equiparados a empregados:
1)Representantes comerciais pelas comissões e
indenizações devidas pela representada falida (Lei nº
4.886/65, art. 44, acrescido pela Lei nº 8.420/92);
2)Caixa Econômica Federal pelo FGTS (Lei nº
8.844/94, arts. 2º e 3º); e,
3)Advogados pelos créditos de honorários de
sucumbência (não os contratuais - quirografários).
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

4º PONTO –
-Impugnação ao crédito trabalhista - Justiça
Trabalhista.
-Quando ingressa no Juízo Universal o
crédito é líquido e certo.
-É possível a impugnação perante o Juízo
da Falência desde que não adentre no
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mérito da decisão da Justiça Trabalhista.
Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

5º PONTO –
-Multas do art. 477 e do art. 467 da CLT e
multas derivadas de acordo trabalhista
-As multas do art. 477 e art. 467 da CLT são
devidas na classe I do art. 83.
-As multas derivadas de acordo trabalhista
são devidas na classe VII do art. 83.
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

6º PONTO –
-Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza
estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses
anteriores à decretação da falência,
falência até o limite de
5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador,
trabalhador serão
pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
- O art. 151 cria um privilégio dentre os credores do
inciso I do art. 83, pois permite que o trabalhador que
se enquadra nos seus critérios, receba seu crédito
antes dos demais credores trabalhistas.
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

7º PONTO –
- § 4º - Os créditos trabalhistas cedidos a
terceiros serão considerados quirografários.
(Revogado).
Revogado
§ 5º - Para os fins do disposto nesta Lei, os
créditos cedidos a qualquer título
manterão sua natureza e classificação.
classificação
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

8º PONTO –
II - os créditos gravados com direito real de
garantia até o limite do valor do bem gravado;
-Redução do spread bancário
-ex. Hipoteca, penhor etc.
-Sob a forma cartular: cédulas rurais, industriais,
comerciais, hipotecárias, pignoratícias.
-As debêntures podem ter garantia real.
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

8º PONTO – Fábio Ulhoa Coelho


“[...] o bem sobre o qual recai a garantia real será vendido
pelo juízo falimentar e o seu produto destinado
prioritariamente à satisfação do crédito a que se encontrava
vinculado. A preferência da classe dos titulares de garantia
real é limitada ao valor de venda da coisa onerada. Desse
modo, se o bem sobre o qual recaía a garantia alcançou, na
venda judicial, valor inferior ao do crédito a que se vinculara,
pela diferença concorrerá o credor na classe dos
quirografários. Em outros termos, o valor do crédito que
supera o preço de venda judicial do bem onerado classifica-
26 se como quirografário.” (p. 315)
Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

8º PONTO – Fábio Ulhoa Coelho


“Há uma hipótese em que o credor com garantia real,
a despeito de ter sido o bem onerado vendido por
valor que supera seu crédito, não é pago na falência.
Verifica-se quando o produto da venda dos bens foi
inteiramente consumido no atendimento dos créditos
extraconcursais e dos empregados e equiparados.
Quando isso ocorre, em razão da preferência desses
beneficiários de pagamento, o crédito com garantia
real não é satisfeito.” (p. 316)
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

9º PONTO –
III – Créditos tributários
compreende os previdenciários, parafiscais e
contribuições.
Independem de sua natureza e tempo de
constituição.
Não se compreendem as multas tributárias.

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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

9º PONTO –
III – Créditos tributários
Créditos fiscais - tributários

- não tributário
Quando inscritos em dívida ativa, os não
tributários também devem ser pagos na terceira
classe dos credores concursais (Lei nº 6.830/80,
art. 4º, § 4º).
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Falência – Classificação dos
Créditos – Créditos Concursais

9º PONTO –
III – Créditos tributários
Código Tributário Nacional – art. 187, par. único; Lei
de Execução Fiscal – art. 29, par. único.
Subclasses

1 - União
2 - Estados, Distrito Federal, Territórios e autarquias
3 – Municípios e autarquias
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Falência – Créditos
Extraconcursais

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e


serão pagos com precedência sobre os mencionados no
art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 (pagamento
antecipado indispensável à administração da falência,
inclusive na hipótese de continuação provisória das
atividades) e 151 (créditos trabalhistas de natureza
estritamente salarial) desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em
recuperação judicial pelo financiador, em conformidade
31 com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;
Falência – Créditos
Extraconcursais

I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição,


conforme previsto no art. 86 desta Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e
aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a membros
do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de
trabalho relativos a serviços prestados após a decretação
da falência;
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos
praticados durante a recuperação judicial, nos termos do
32 art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;
Falência – Créditos
Extraconcursais

II - às quantias fornecidas à massa falida pelos


credores;
III - às despesas com arrecadação, administração,
realização do ativo, distribuição do seu produto e
custas do processo de falência;
IV - às custas judiciais relativas às ações e às
execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos
após a decretação da falência, respeitada a ordem
33 estabelecida no art. 83 desta Lei.
Falência – Pedido de Restituições

 Pedidos de restituição previstos na Lei:


1) Caput do art. 85;
2) Parágrafo único do art. 85;
3) Art. 75, § 3º da Lei nº 4.728/65 – restituição de
adiantamento ao exportador feito com base
num contrato de câmbio (ACC); e,
4) Art. 136 – Credor de boa-fé na hipótese de
revogação ou ineficácia do contrato.
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no


processo de falência ou que se encontre em
poder do devedor na data da decretação da
falência poderá pedir sua restituição.
restituição
Parágrafo único. Também pode ser pedida a
restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias
anteriores ao requerimento de sua falência, se
ainda não alienada.
alienada
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:


dinheiro
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de
restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor
da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda,
o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado;
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente
nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio
para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º , da Lei nº
4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da
operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o
previsto nas normas específicas da autoridade competente;
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 86.
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante
de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do
contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
IV - às Fazendas Públicas, relativamente a tributos
passíveis de retenção na fonte, de descontos de
terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos
pelos agentes arrecadadores e não recolhidos aos
cofres públicos.  
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a


coisa reclamada.
§ 1º. O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os
documentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, do
Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, no prazo
sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a
manifestação contrária à restituição.
§ 2º. Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o
juiz designará audiência de instrução e julgamento, se necessária.
§ 3º. Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para
sentença.
  
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 88. A sentença que reconhecer o direito


do requerente determinará a entrega da coisa
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo único. Caso não haja contestação,
a massa não será condenada ao pagamento
de honorários advocatícios.
  

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Falência – Pedido de Restituições

Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o


caso, incluirá o requerente no quadro-geral de credores,
na classificação que lhe couber, na forma desta Lei.
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição
caberá apelação sem efeito suspensivo.
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que
pretender receber o bem ou a quantia reclamada antes
do trânsito em julgado da sentença prestará caução.
  
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Falência – Pedido de Restituições

Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade


da coisa até o trânsito em julgado.
Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido
ressarcirá a massa falida ou a quem tiver suportado as
despesas de conservação da coisa reclamada.
Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de
restituição, fica resguardado o direito dos credores de
propor embargos de terceiros, observada a legislação
processual civil.
  
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