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Reologia de óleo bruto de

microalga Scenedesmus
obliquus BR003
Luísa Filgueira Pengo¹; Arthur Vinícius Machado Rodrigues²; Rejane de Castro Santana³

Pseudoplástico, temperatura, cristalização

¹Bach. Em Engenharia Química, Universidade Federal de Viçosa – UFV, campus Viçosa, MG, Brasil; ²Bach. Em Engenharia Química, Universidade Federal
de Viçosa – UFV, campus Viçosa, MG, Brasil; ³Departamento de Química, Universidade Federal de Viçosa – UFV, campus Viçosa, MG, Brasil
INTRODUÇÃO

• Biodiesel
• Esterificação e transesterificação de ácidos graxos em ésteres alquílicos

• Microalgas
• Elevado conteúdo de material graxo
• Alternativo ao óleo de soja
• Propriedades

• Estudo reológico
• Dimensionamento de processos de produção e bombeamento
OBJETIVOS

• Analisar e comparar o efeito da temperatura no comportamento


reológico do óleo de microalga (Scenedesmus obliquus BR003) e
óleo de soja refinado (marca ABC) para comparação.
MATERIAIS E MÉTODOS

• Curva de escoamento, com taxa de cisalhamento variando entre 0 e 1000 s-1 nas

temperaturas de 5°C, 10°C e 15°C em reômetro de cilindros concêntricos (RHEOTEST®


RN 5.1).
• Curva de viscosidade a taxa de cisalhamento constante 200 s-1 avaliada entre 3°C a
80°C em rampa de resfriamento (0,77 ± 0,03 °C/min) seguida de uma rampa de
aquecimento (4,9 ± 0,6 °C/min) com uso de banho termostático com circulação de
água (RE206, Lauda).
• Os ensaios foram realizados em duplicata.
• O modelo de Ostwald de Waele (tensão=k*(taxa de cisalhamento)^n) foi ajustado às
curvas de escoamento, onde n é o índice de comportamento e k o índice de
consistência
MATERIAIS E MÉTODOS

Imagem 01 - RHEOTEST® RN 5.1 Imagem 02 - Banho termostático com circulação de água (RE206, Lauda)
Fonte: https://www.lactea.com.br/brand/rheotest/ Fonte: https://www.laborglas.com.br/banho-termostatico-lauda
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• A viscosidade do óleo de soja refinado a 200 s-1 aumentou continuamente com


a redução da temperatura de acordo com a equação ln(⁡μ) =
0,01298+323,8/(T+61,55) com erro médio estimado de 0,07601 ± 0,0198,
variando de 8,350 mPa.s a 80°C para 134,5 mPa.s a 3°C. Já o óleo de microalga
sofreu um efeito maior da temperatura, variando de 6,500 mPa.s a a 80°C para
315,5 mPa.s a 3°C, de acordo com a equação ln⁡(μ) = 0,1034+221,3/(T+37,13)
com erro médio estimado de 0,07816 ± 0,0210. Além disso, observou-se um
aumento expressivo da inclinação da curva (viscosidade versus temperatura)
em temperaturas abaixo de 10,5°C. Tal fenômeno pode estar relacionado ao
início do processo de cristalização do óleo de microalga nesta temperatura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• Óleo de soja

Viscosidade vs temperatura
0.16
0,01298+323,8
0.14 ln ( 𝜇 )=
𝑇 +61,55
0.12

0.1
Viscosidade

0.08 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑚 é 𝑑𝑖𝑜=0,07601 ± 0,0198


0.06

0.04

0.02

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Temperatura

Resfriamento Aquecimento
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• Óleo de microalga

Viscosidade vs temperatura
0.35
0,1034+ 221,3
0.3 ln ( 𝜇 )=
𝑇 + 37,13
0.25
Viscosidade

0.2
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑚 é 𝑑𝑖𝑜=0,07816 ± 0,0210
0.15

0.1

0.05

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Temperatura

Resfriamento Aquecimento
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• Fluidos Newtonianos e não Newtonianos

Imagem 03 – Classificação do comportamento reológico de diferentes suspensões


Fonte: KAWATRA, 1996
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• Os ensaios realizados a temperatura fixa (5°C, 10°C e 15°C)


mostraram que o óleo de microalga apresenta comportamento
não-Newtoniano. A pseudoplasticidade aumentou com a redução
da temperatura, com índice de comportamento (n) igual a 0,673 ±
0,023, 0,718 ± 0,012 e 0,826 ± 0,00014 a 5, 10 e 15°C,
respectivamente. Já o índice de consistência (k) diminuiu com a
temperatura, sendo igual a 2645 ± 514, 1318 ± 189 e 337,3 ± 3,54
mPa.s a 5°C, 10°C e 15 °C, respectivamente
RESULTADOS E DISCUSSÃO

• Óleo de microalga

Cisalhamento vs Rotação
1.20E+05

1.00E+05
T (°C) n k (mPa.s)
8.00E+04
5 0,673 ± 0,023 2645 ± 514
Cisalhamento

6.00E+04
10 0,718 ± 0,012 1318 ± 189
4.00E+04
15 0,826 ± 0,00014 337,3 ± 3,54
2.00E+04

0.00E+00
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Rotação
5°C 10°C 15°C
CONCLUSÃO

• Conclui-se que a reologia do óleo da microalga S. obliquus BR003 é


influenciada pela temperatura, apresentando comportamento
pseudoplástico entre 5°C e 15°C e maior efeito em temperaturas
abaixo de 10,5°C devido, provavelmente, ao início do processo de
cristalização. Tal fenômeno não foi observado no óleo de soja
refinado.
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer ao Laboratório de Biocombustíveis da UFV


pelo óleo de microalga e pelo empréstimo dos equipamentos.
Ao Maurício pelo auxílio durante os testes e pelo conhecimento.
À professora Rejane de Castro por toda calma, ensinamentos e auxílio
durante o processo.
REFERÊNCIAS

• Batista, F. R. M., Lucchesi, K. W., Carareto, N. D. D., Costa, M. C. D., & Meirelles, A. J.
A. (2018). Properties of microalgae oil from the species Chlorella protothecoides and
its ethylic biodiesel. Brazilian Journal of Chemical Engineering, 35(4), 1383–1394.
• Esteban, B., Riba, J.-R., Baquero, G., Rius, A., & Puig, R. (2012). Temperature
dependence of density and viscosity of vegetable oils. Biomass and Bioenergy, 42,
164–171.
• De Farias Souza Filho, Manoel. Biodiesel de mistura de biomassa de baixo custo e
óleo vegetal refinado por transesterificação alcalina em único estágio: produção,
caracterização, reologia e estabilidade oxidativa. Orientador: Profª. Drª. Sandra
Maria Sarmento. 2016. 145 f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) -
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, 2016. Disponível em:
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24733/1/TESE%20Manoel%20de
%20Farias%20Souza%20Filho.pdf.
• D’Amico de Alcântara, Anna Laura. Análise reológica de azeite de abacate em
diferentes temperaturas. Orientador: Prof. Dr. Admilson Lopes Vieira. 2014. 34 f. Tese
de conclusão de curso (Curso superior de tecnologia em alimentos) - Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, PR, 2014. Disponível em:
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/12465/3/LD_COALM_2014_1_01.p
df.

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