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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA IV

EXPERIMENTOS DE REATORES
OPERAÇÃO ISO TÉRMICA

Professor: Nilton Silva


Equipe:
Danilo Alencar Mayer Feitosa Ventura
Paulo Guilherme Góes

Campina Grande, setembro 2013


Reator Batelada - Operação Isotérmica

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conhecimento da constante de equilíbrio de uma reação química


possibilita a previsão e interpretação de vários aspectos da composição do sistema
em equilíbrio.
A magnitude de K indica a “posição” de um equilíbrio químico, se os
reagentes ou os produtos são favorecidos no equilíbrio.
O conhecimento das propriedades de K faz com que se possa interpretar a
mudança na composição, resultante de alterações nas condições da reação, tais
como a temperatura e pressão.
Estas aplicações são importantes na química, e são usadas para discutir à
respeito da solubilidade, comportamento de ácidos, bases e sais, e ocorrência de
reações de óxido-redução.
Para uma reação envolvendo hidróxido de sódio e acetato de etila, tem-se
que:

Assumindo que as concentrações iniciais são iguais e que o total de reagente


usado até depois de um tempo t é X, assim as concentrações no tempo t são:

Para a análise cinética de uma reação geral de segunda ordem, tem-se que:

Onde k é a constante de taxa de reação e t é o tempo de reação.


Usando a notação da nomenclatura:

Substituindo X na equação acima, tem-se que:

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Consequentemente, plotando-se contra t, dá uma linha reta de

coeficiente k.

2. OBJETIVO

Encontrar a constante de taxa de reação para um reator batelada agitado e


determinar os parâmetros da equação de Arrhenius.
Determinar a ordem de reação para o acetato de etila utilizando os dados
experimentais coletados na reação. Variou-se a concentração do acetato de etila
mantendo-se a concentração de hidróxido de sódio constante.

3. METODOLOGIA

Etapa I
 Inicialmente preparou-se soluções de hidróxido de sódio a uma concentração de
0,1 mol/dm³, assim como soluções de 0,1, 0,07 e 0,05 mol/dm³ de acetato de etila.
 Posteriormente, ajustaram-se os parâmetros do controlador para manter a
temperatura do reator uniforme em T = 30ºC;
 Em seguida, adicionamos 0,5 L de cada solução ao reator e iniciamos a coleta de
dados durante certo intervalo de tempo.
 No fim da reação os dados coletados pelo software foram transferidos para uma
planilha Excel para as posteriores análises dos dados.
 O mesmo procedimento foi realizado para todas as diferentes concentrações,
totalizando 3 reações, com está explícito na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Condições das reações realizadas no experimento.


Hidróxido de Sódio (mol/dm³) Acetato de etila (mol/dm³)
Reação 1 0,1 0,1
Reação 2 0,1 0,07
Reação 3 0,1 0,05

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Etapa II
 Preparou-se 0,5 litros de uma solução a 0,1 M de hidróxido de sódio e 0,5
litros de uma solução a 0,1 M de acetato de etila (usando como indicador
0,00001 Mol/L de violeta cristal).
 Fez-se os ajustes no software para operação isotérmica com ajuste do
circulador de água quente e foi escolhida a temperatura de operação como
sendo 25 ºC.
 No reator batelada foi inserida a solução de hidróxido de sódio e ligou-se a
agitação e circulador de água quente, sendo que a água irá começar a
circular na jaqueta do reator.
 Os dados envolve armazenamento de condutividade através da conecção
com o computador e o equipamento.
 Posteriormente ocorreu a adição da solução de acetato de etila no reator e
foi determinado o grau de conversão dos reagentes pela condutividade dos
componentes no reator.

O esquema experimental utilizado segue ilustrado a seguir.

Figura 1- Esquema experimental utilizado.

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

4. RESULTADOS

ETAPA I

Determinação da velocidade inicial de reação


Com os dados coletados, calculamos a concentração final de NaOH em cada
tempo de reação, tendo em vista que a conversão para cada instante de tempo é calculada
pelo software. Seguimos a equação abaixo para os cálculos:

C A0  C A
XA   C A  C A0 (1  X A )
C A0

Com os devidos cálculos realizados plotamos gráficos do Tempo vs.


Concentração final de hidróxido de sódio, para determinarmos a velocidade de reação
inicial, utilizando a seguinte equação (válida para reatores batelada):

dCNaOH ,0
 (rA )
dt

onde, a derivada pode ser calculada pela inclinação da curva no t = 0.

A seguir as Figuras x, x e x, apresentam os gráficos em que calculamos as


respectivas inclinações.

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Solução de acetato de etila 0,1 M


0,045

0,040

0,035
C de NaOH (mol/dm³)

0,030

0,025

0,020
y = -0,0039x + 0,0388
0,015
R² = 0,9816
0,010

0,005

0,000
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Tempo (min)

Figura 2 – Determinação da velocidade de reação para concentração de acetato de etila de


0,1 mol/dm³.

Determinando a velocidade da reação, tem-se que:

(-r A ) = 0,0039 mol


dm 3.min

Solução de acetato de etila 0,07 M


0,09
0,08
0,07
C de NaOH (mol/dm³)

0,06
0,05
0,04
0,03
y = -0,0073x + 0,0807
0,02 R² = 0,9596

0,01
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Tempo (min)

Figura 3 – Determinação da velocidade de reação para concentração de acetato de etila de


0,07 mol/dm³.

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Determinando a velocidade da reação, tem-se que:

(-r A ) = 0,0073 mol


dm 3.min

Solução de acetato de etila 0,05 M


0,12

0,10
C de NaOH (mol/dm³)

0,08

0,06

0,04
y = -0,0091x + 0,0934
R² = 0,954
0,02

0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
Tempo (min)

Figura 4 – Determinação da velocidade de reação para concentração de acetato de etila de


0,05 mol/dm³.

Determinando a velocidade da reação, tem-se que:

(-r A ) = 0,0091mol
dm 3.min
Determinação da ordem de reação para o acetato de etila
Como mantivemos a concentração inicial de hidróxido de sódio constante para
as três reações, podemos realizar algumas simplificações.

( rA )  kC AnCBm
( rA,0 )  kC An 0CBm0
( rA,0 )  k `CBm0
onde
k ` kC An 0

ln( rA,0 )  ln k ` m ln CB 0

Com os dados calculados temos que:

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Tabela 2 – Resultados obtidos para lei de velocidade da reação.

(rA,0 ) ln(rA,0 ) CB 0 ln CB 0

0,00625 -5,075 0,1 -2,303

0,015 -4,200 0,07 -2,659

0,02 -3,912 0,05 -2,996

A plotarmos o gráfico, podemos obter um ajuste pra uma reta, e determinamos


a ordem de reação para o acetato de etila, como está apresentado abaixo.

Figura 5 – Gráfico da linearização da equação da velocidade inicial.

lnCB0

-3,50 -3,00 -2,50 -2,00


-3

-4

ln (-rA0)
-5
y = -1,6855x - 8,8668
R² = 0,93

-6

A partir da equação obtida no ajuste do gráfico, podemos obter a ordem de


reação para o acetato de etila, logo temos que a mesma é m = 1,6855.

ln(rA,0 )  ln k ` m ln CB 0

y  1, 6855 x  8,8668

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

ETAPA II

Para verificar a variação da conversão de NaOH ao longo do tempo plotou-


se um gráfico conforme observado a seguir.

X vs. tempo
0,8
0,7
0,6
Conversão (X)

0,5
0,4 T = 30 ºC
0,3 T = 35 ºC
0,2 T = 40 ºC
0,1
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Tempo (s)

Figura 2- Variação da conversão ao longo do tempo.

Para calcular o valor de k, plotou-se o gráfico contra t e obteve-se o

valor da constante de taxa de reação pelo coeficiente angular.


Os gráficos plotados e os parâmetros de ajuste linear seguem representados
a seguir.

NaOH(0.1) / ACT (0.07) / T = 30 ᵒC


45
40
35
30
(a0-a1)/(a0a1)

25
20
15 y = 0,0188x + 10,814
R² = 0,8799
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
t-t0
{a0 - a1}/{a0*a1} Linear ( {a0 - a1}/{a0*a1}…

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Figura 3- Linearização para o experimento em 30 ºC.

NaOH(0.1) / ACT (0.07) / T = 35 ᵒC


60

50
(a0-a1)/(a0a1)

40

30

20
y = 0,0298x + 14,565
10 R² = 0,8575

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
t-t0
{a0 - a1}/{a0*a1} Linear ( {a0 - a1}/{a0*a1}…

Figura 4- Linearização para o experimento em 35 ºC.

NaOH(0.1) / ACT (0.07) / T = 40 ᵒC


50

40
(a0-a1)/(a0a1)

30

20 y = 0,0281x + 16,847
R² = 0,7963
10

0
0 200 400 600 800 1000 1200
t-t0
{a0 - a1}/{a0*a1} Linear ( {a0 - a1}/{a0*a1}…

Figura 5- Linearização para o experimento em 36,2 ºC.

Assim, pode-se determinar que:


Para T=30 ºC: k = 0.0188
Para T=35 ºC: k = 0.0298
Para T=40 ºC: k = 0,0281

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

O efeito da temperatura na taxa de reação é determinada pela energia de


ativação através da lei de Arrhenius:

Onde k0 é o fator de frequência, E é a energia de ativação, R é a constante


dos gases ideais e T é a temperatura absoluta.
Uma vez que a constante cinética é conhecida para as três diferentes
temperaturas, aplica-se a lei de Arrhenius e calculam-se os termos de fator de
frequência e energia de ativação pela seguinte relação:

Plotando-se o gráfico de ln k versus 1/T pode-se determinar o fator de


frequência como o coeficiente linear e E através do termo do coeficiente angular.
Assim, tem-se que:
Assim, linearizando os valores obtidos, tem-se que:

Ln K vs 1/T
0,003 0,003 0,003 0,003 0,003
-1,5
Ln K vs 1/T
-1,55 Linear (Ln K vs 1/T)

-1,6

-1,65
y = -1666,8x + 3,8118
-1,7

-1,75

Figura 6- Linearização para obtenção dos parâmetros da equação de Arrhenius.

Desta maneira, determina-se que:

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Assim, a relação entre a constante de taxa de reação e temperatura pode ser


representada por:

Elevados valores para energia de ativação implicam em uma significante


sensibilidade dos parâmetros cinéticos com a temperatura.

PFR
Metodologia
Desejava-se preparar 2,5 litros de uma solução de hidróxido de sódio a 0,1
M e 2,5 litros de uma solução de acetato de etila a 0,1 M.
Removeu-se as tampas dos reservatórios e completou-os com as soluções
dos reagentes preparadas e ajustou-se novamente as tampas do reservatórios e o
tubo de silicone por onde ocorrerá a sucção através de uma bomba de
deslocamento positivo.
O experimento envolve a coleta e armazenamento de dados de
condutividade. Um computador foi conectado ao amparato experimental e foram
obtidos os valores de condutividade, taxa de fluxo, temperaturas e intervalo de
tempo para análise coleta de informações.
Preencheu-se com água no lado da camisa do esquema experimental de
forma que a água fosse aquecida e a temperatura de aquecimento desta água foi
controlada e com valor de 30 °C. Ajustou-se o fluxo desejado de cada uma das
soluções e a bomba de deslocamento positivo fez este processo. Em seguida, os
reagentes encontram-se no fundo do reator tubular e misturam-se ao longo de
todo o reator e, por fim, é coletada a condutividade do produto gerado pela reação.

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

A operação deveria ser iniciada com a opção de aquecimento e sendo


determinado o grau de conversão dos reagentes através da condutividade. Sendo
que a conversão foi determinada a partir do momento em que a temperatura de
estabilizou na temperatura desejada de 30 °C.

Resultados

Para verificar a variação da conversão de NaOH ao longo do tempo plotou-


se um gráfico conforme observado a seguir.

Figura 7- Variação da conversão ao longo do tempo.

Figura 8 – Linearização para o experiemento de PRF

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Reator Batelada - Operação Isotérmica

Logo, a constante calculada para o PRF foi

K= 0.0284 s-1

5. CONCLUSÃO

A partir do experimento concluiu-se que:


 O experimento apresentou metodologia eficiente para a determinação da
taxa de reação.
 Os valores obtidos são coerentes pelo elevado valor de ajuste ao
linearizar as curvas.
 A partir do experimento foi possível observar o comportamento de um
sistema de reação em batelada em diversas condições de reação. Além disso, foi
possível obter, através de procedimentos da cinética química, parâmetros da
reação do acetato de etila.
 Com base nos resultados obtidos verificou-se a eficiência do
experimento, pois foi possível observar, mediante aos fatores considerados, a
ordem de reação utilizada.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOGLER, H. S; Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 3ª


Edição, 1999.
Manual de Operação – Bancada de reator batelada. Nova Didacta

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