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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
PROJETO DE REATORES QUÍMICOS I – EQI023

Grupo:
Clara Beraldo Vilela Marques – 2018008675
João Victor Salgado de Souza – 2018008906
Nícolas de Souza – 2018018009

Exercícios

Exercício 1 – A reação irreversível A(l) → 2P(l) é processada em um reator CSTR ideal em


estado estacionário de 5,0 litros. A alimentação é feita com 1,0 mol/litro do reagente A. As
medidas de concentração do produto em função da temperatura são mostradas na tabela
abaixo. Calcule a conversão, sabendo-se que o fluxo de alimentação é igual a 0,5 litros/min a
50ºC.

v 0 ( L/ min ) T (K) C P ( mol /L )

0,12 286 1,8

0,90 286 1,5

0,90 357 1,8

Resolução:

Do enunciado é fornecido que a reação é processada no estado líquido, não existindo,


portanto, expansão do volume do reator, além de que é dado pela estequiometria que
possivelmente a cinética da reação é de primeira ordem. Dessa maneira, calcula-se a
conversão do reagente A para cada medida de concentração do produto em função da
temperatura fornecida considerando que a aliemntação é feita somente com o reagente, ou
seja, inicialmente a concentração de produto é zero.

CP0
C P =C A 0 ∙ ( CA 0
+2 X A )
Dispondo dos valores de conversão do reagente A em cada caso, é possível calcular o
valor da constante cinética suposta de primeira ordem.

C A 0 ∙ v0 ∙ X A
V=
k ∙ C A 0 ∙ ( 1− X A )

Os resultados encontrados para a conversão e constante cinética para os dados


fornecidos estão dispostos na tabela abaixo.

v 0 ( L/ min ) T (K) C P ( mol /L ) XA k ( min−1 )

0,12 286 1,8 0,90 0,216

0,90 286 1,5 0,75 0,540

0,90 357 1,8 0,90 1,620

Dispondo dos resultados acima, realiza-se a linearização da Equação de Arrhenius


relacionando a constante cinética da reação com sua temperatura.

Ea
ln ( k )=ln ⁡(A )−
RT

Substituindo os dados obtidos, vem que:

1
(
ln ( k )=4,9078− 1579,9∙
T )
Dessa maneira se torna possível o cálculo da constante cinética da reação à
temperatura do reator igual à 50ºC.

1
[
ln ( k 50ºC ) =4,9078− 1579,9 ∙
( 50+273 ) ]
k 50ºC =1,0166 min−1

Dispondo do valor de constante cinética à temperatura do reator, é possível calcular a


conversão, visto que o volume do reator, concentração e fluxo de alimentação são conhecidos.

C A 0 ∙ v0 ∙ X A
V=
k ∙ C A 0 ∙ ( 1− X A )
Substituindo os dados fornecidos no enunciado e os parâmetros calculados, obtém-se
uma conversão de 90% do reagente A.

X A =0,90

Exercício 2 – A reação irreversível, em fase gasosa, 3A → B é processada em um reator


CSTR ideal em estado estacionário de 10.000 litros. A alimentação é uma mistura de 1/1
molar de A e N2, a uma pressão total de 5,0 atm e temperatura de 50ºC. O reator opera a
350ºC, com uma pressão total de 5,0 atm. A vazão volumétrica na alimentação é de 8.000
litros/hora, nas condições de alimentação. Sendo k = 4,0⸱10 -5 h-1 a 100ºC e a energia de
ativação é de 90,0 kJ/mol, calcule a conversão de A na corrente que deixa o reator.

Resolução:

Do enunciado vem que trata-se de uma reação gasosa. Logo, é necessário primeiramente o
cálculo do fator de expansão ou contração do volume do reator. De acordo com a
estequiometria da reação vem que existe uma contração de 0,66 no reator, como evidenciado
abaixo.

1−3
ε= =−0,66
3

A partir dos dados de constante cinética, temperatura de energia de ativação fornecidos no


enunciado, pela linearização da Equação de Arrhenius obtém-se o valor da constante cinética
à temperatura de operação do reator.

−Ea
RT
k=A∙e

Ea
ln ( k )=ln ⁡(A )−
RT

90 ∙10 3
ln k =18,895−
( )
8,314 ∙ T

k 350ºC =4,57 h−1

Para calcular a conversão de A na corrente de saída do reator utiliza-se a equação abaixo.


F A0 ∙ X A
V=
( −r A )

Sabendo-se que é uma reação irreversível de primeira ordem, vem que:

F A0 ∙ X A
V=
k ∙C A

Por se tratar de uma reação em fase gasosa, a taxa molar de reação de A pode ser reescrita:

v 0 ∙ y A 0 ∙ P0 ∙ X A
V=
k ∙ C A ∙ R ∙T 0

Além disso, a concentração de A também pode ser reescrita, obtendo-se:

v 0 ∙ y A 0 ∙ P0 ∙ X A
V=
F
k ∙ A ∙ R∙ T 0
v0

Reescrevendo a vazão molar de saída de A, vem que:

v0 ∙ y A 0 ∙ P 0 ∙ X A
V=
( F A 0 −F A 0 X A )
k∙ ∙ R ∙T 0
v0

Sabendo-se que o fator de expansão do volume do reator é diferente de 0, sendo a expressão


reescrita em função deste.

v 0 ∙ y A 0 ∙ P0 ∙ X A
V=
F A 0 1−X A
k∙ ∙
(
v 0 1+ ε X A
∙R∙T0
)
É possível substituir os dados na equação acima, visto que todos são fornecidos no enunciado,
com excessão do valor da conversão de A, da constante cinética e a pressão parcial inicial de
A. A constante cinética foi calculada anteriormente, enquanto que a pressão parcial inicial de
A é dado pela estequiometria da reação e da alimentação do reator. Como a alimentação é
feita em 1/1 molar de A e N 2, vem que para cada 2 mols de Nitrogênio existe 1 mol de A.
Logo, a pressão parcial de A na alimentação é 0,33. Dessa maneira, substituindo todos valores
vem que:
X A =0,89

Assim, admitindo que o volume final já considerando o fator de expansão do reator seja
10.000 litros, a conversão de A obtida é 0,89.

Exercício 3 – A reação de decomposição em fase vapor, A → B + C é processada em um


reator CSTR ideal a 4,00 atm e 600ºC. A composição da alimentação é 80% molar de A e
20% de inerte. Sabendo-se eu o fluxo mássico de alimentação de A é igual a 250 kg/h, calcule
o volume do reator para obter uma conversão de 65% e o tempo de residência médio.
−38200
Dados: k =7,8 ∙10 9 ∙ e( RT ) [ −1 ]
s
MM A =134 g/mol
cal L
R=1,987 ∙ K =0,082 atm ∙ ∙K
mol mol

Resolução:

Do enunciado vem que trata-se de uma reação gasosa. Logo, é necessário primeiramente o
cálculo do fator de expansão ou contração do volume do reator. De acordo com a
estequiometria da reação vem que existe uma expansão de 1 no reator, ou seja, ele dobra seu
volume durante a reação, como evidenciado abaixo.

2−1
ε= =1
1

Nota-se que a constante cinética foi dado em função da Equação de Arrhenius. Analisando a
estequiometria da reação, conclui-se que se trata de uma reação de primeira ordem,
evidenciada pela unidade da constante cinética dada em s -1. Dessa maneira, inicialmente é
calculada a constante cinética da reação à temperatura do reator de 600ºC.

k 600ºC =2,129 s−1

Para o cálculo do volume do reator desconsiderando o fator de expansão para uma conversão
de 65% se utiliza a equação abaixo.
F A0 ∙ X A
V=
( −r A )

Sabendo-se que é uma reação irreversível de primeira ordem, vem que:

F A0 ∙ X A
V=
k ∙C A

Por se tratar de uma reação em fase gasosa, a taxa molar de reação de A pode ser reescrita:

v 0 ∙ y A 0 ∙ P0 ∙ X A
V=
k ∙ C A ∙ R ∙T 0

Além disso, a concentração de A também pode ser reescrita, obtendo-se:

v 0 ∙ y A 0 ∙ P0 ∙ X A
V=
1−X A
k ∙ CA 0∙
( 1+ε X A )
∙ R ∙ T0

Assim, para o cálculo do volume do reator, nota-se a velocidade cinética da reação é


conhecida, bem como a conversão do reagente e sua pressão parcial, além da temperatura e
pressão de operação, visto que a primeira já foi calculada anteriormente, enquanto que os
últimos foram fornecidos pelo enunciado. Com isso, torna-se necessário o cálculo da vazão
volumétrica de entrada no reator, bem como a concentração inicial de A no reator. Dessa
maneira, vem que:

m 250 ∙ 103 g
n= = → n=1865,67 mols
MM A 134 g /mol

n 1865,67
F A 0= = =0,518 mol /s
3600 3600

Admitindo que o comportamento de A pode ser aproximado pelo comportamento de um gás


ideal, vem que:

n P
=
V R∙T

4
C A 0= →C A 0=0,056 mol/ L
0,082 ∙ ( 600+273 )
F A 0 0,518
v 0= = =9,25 L/ s
C A 0 0,056

Dessa maneira, substituindo os parâmetros fornecidos no enunciado, bem como os valores


encontrados no cálculo do volume do reator, vem que:

9,28 ∙0,8 ∙ 4 ∙ 0,65


V=
1−0,65
2,129 ∙ 0,056∙ (
1+ 0,65 )∙0,082 ∙ ( 600+273 )

V =16,3 L

Dispondo do volume do reator, é possível obter o tempo de residência médio. Como se sabe
que a reação ocorre em fase gasosa, vem que o tempo de residêndia médio no reator é dado
por:

τ
t́=
( 1+ ε X A )

Onde o tempo espacial é dado por:

C A0 ∙ X A
τ=
(−r A )

Dessa maneira, por se tratar de uma reação de primeira ordem cinética, é possível substituir a
expressão da velocidade da reação, bem como o valor de concentração inicial já calculado.

0,056 ∙0,65
τ=
1−X A
k ∙C A 0 ∙
(
1+ ε X A )
0,056 ∙ 0,65
τ=
1−0,65
2,129∙ 0,056 ∙ (
1+0,65 )
τ =1,44 s

Substituindo o valor de tempo espacial obtido na expressão do cálculo do tempo médio de


residência no reator, bem como os valores do fator de expansão e conversão de A, vem que:
τ
t́=
( 1+ ε X A )

1,44
t́=
( 1+0,65 )

t́=0,87 s

Exercício 4 – A reação elementar A(l) ⇌ P(l) é processada em um reator CSTR isotérmico de


100,0 litros. O reagente A a 2,5 mol/litro entra no reator a uma vazão molar de 1500 mol/min.
Sabendo-se que a temperatura de operação a constante de equilíbrio é igual a 2,0, determine:

(a) A menor concentração de A possível na saída do reator na temperatura T, quando a


alimentação é pura.

(b) A constante de taxa de reação direta, quando a concentração real de A na saída do reator
for igual a 1,5 mol/litro.

Resolução:

Do enunciado vem que trata-se de uma reação reversível de primeira ordem que ocorre em
fase líquida e em um reator isotérmico. Logo, não é necessário calcular o fator de expansão do
reator, visto que seu volume será constante, bem como a constante cinética fornecida.

(a) A menor concentração de A possível na saída será a concentração de A quando a


conversão máxima for atingida, isto é, a conversão de equilíbrio. Sabendo-se que a reação é
de primeira ordem, vem que:

CP0
+ X Ae
CA 0
K=
1− X Ae

Admitindo que a alimentação é feita somente com o reagente A, ou seja, a concentração


inicial de P na alimentação é zero, obtém-se a conversão de equilíbrio.
0+ X Ae
2=
1− X Ae

X Ae =0,667

Dispondo do valor da conversão de A no equilíbrio é possível obter a concentração de A na


saída do reator, visto que sua concentração inicial também é conhecida. Assim, vem que:

C A=C A 0 ∙ ( 1−X Ae )

C A=2,5 ∙ ( 1−0,667 )

C A=0,825mol / L

(b) Inicialmente obtém-se a conversão da vazão molar de entrada para mol/s.

F A 0=1500 mol /min=25 mol /s

Dispondo da vazão e concentração molar fornecidas, obtém-se a vazão volumétrica.

F A 0=C A 0 ∙ v 0

25=2,5∙ v 0

v 0=10 L/s

É possível obter também a conversão do reagente A correspondente à concentração de saída


de A fornecida no enunciado.

C A=C A 0 ∙ ( 1−X A )

1,5=2,5∙ ( 1− X A )

X A =0,4

Com isso, calcula-se o valor da velocidade cinética da reação, visto que o volume do reator é
constante e conhecido.

C A0 ∙ v0∙ X A
V=
(−r A )
2,5 ∙ 10∙ 0,4
100=
( −r A )

(−r A )=0,1mol / L∙ s

A partir do valor da velocidade cinética obtido, encontra-se a constante cinética de taxa de


reação direta, visto que sua concentração é conhecida.

(−r A )=k D ∙ C A−k I ∙ C P

Como foi fornecido pelo enunciado, K = 2. Logo,

kD
K=
kI

kD
2=
kI

kD
k I=
2

Substituindo na equação anterior, vem que:

kD
(−r A )=k D ∙ C A− ∙ CP
2

kD C
0,1=k D ∙ 1,5−
2 [ (
∙ C A0 ∙ P0 + X A
CA 0 )]
kD
0,1=k D ∙ 1,5− ∙ [ 2,5 ∙ ( 0+0,4 ) ]
2

k D =0,1 s−1

Exercício 5 – A reação elementar A(l) + 2B(l) ⇌ P com equação da taxa igual a

L2
(−r A )=
−1
2 (
r B= 12,5 2
mol ∙ min )
C A C B2−( 1,5 mi n−1) C P em [mol/L⸱min], é processada em um

reator CSTR ideal de 6,0 litros. Duas correntes, uma contendo 2,8 mols de A/litro e outra
contendo 1,6 mols de B/litro, alimentam o reator com vazões volumétricas iguais. Deseja-se
uma conversão de 75% do componente em menor proporção. Calcule a vazão volumétrica e
cada corrente do reator.

Resolução:

Observando a estequiometria da reação e a concentração inicial fornecida para cada reagente,


nota-se que o reagente limitante, ou seja, o componente em menor proporção é o reagente B.

Além disso, do enunciado vem que as duas correntes são misturadas com vazões volumétricas
iguais. Logo, ocorre uma diluição na qual as concentrações dos reagentes na corrente
resultante são exatamente metade dos valores iniciais. Dessa maneira, vem que:

mol
C A 0=1,4
L

mol
C B 0=0,8
L

Dispondo dos valores das concentrações iniciais dos reagentes na corrente de alimentação do
reator e da conversão de 75% para o reagente limitante, no caso B, calcula-se as
concentrações finais de cada componente na corrente de saída.

mol
C B=C B 0 ∙ ( 1− X A ) =0,8 ∙ ( 1−0,75 )=0,2
L

CA 0 1 1,4 1 mol
C A=C B 0 ∙ ( ) (
− ∙ X A =0,8 ∙
CB0 2 )
− ∙ 0,75 =1,1
0,8 2 L

CP0 1 1 mol
C P =C B 0 ∙ ( ) (
+ ∙ X =0,8 ∙ 0+ ∙ 0,75 =0,3
CB0 2 A 2 ) L

Dispondo dos valores fornecidos no enunciado, como o volume do reator, conversão do


reagente limitante B e expressão da velocidade cinética da reação, além dos parâmetros
calculados, como concentrações de cada componente na corrente de saída do reator, calcula-
se a vazão volumétrica do reator.

C B0 ∙ v0∙ X B
V=
( −r B )
C B 0∙ v0 ∙ X B
V=
(12,5 ∙ C A ∙ C B2 )−( 1,5∙ C P )

0,8∙ v 0 ∙ 0,75
6,0=
( 12,5 ∙ 1,1∙ 0,22 )−( 1,5 ∙ 0,3 )

L
v 0=1,0
min

Exercício 6 – A reação A(l) ⇌ P é processada num reator CSTR ideal de 2,0 m3 alimentado
com 100,0 mmol de A/litro numa vazão de 100,0 litros/min. A equação da taxa de reação é
(−r A )=0,04 ∙C A −0,01∙ C P em [mol/L⸱min]. Determine:

(a) A conversão de equilíbrio.

(b) A conversão no reator.

Resolução:

(a) Pela estequiometria da reação vem que se trata de uma reação reversível de primeira
ordem, evidenciada pelas unidades fornecidas da taxa de reação. Dessa maneira, calcula-se a
conversão máxima, isto é, a conversão de equilíbrio utilizando os valores das constantes
cinéticas da reação direta e inversa associadas à taxa de reação.

C P0
+ X Ae
k D C A0
=
kI 1−X Ae

Admitindo-se que a corrente de entrada do reator é composta somente por alimentação de A,


ou seja, que a concentração inicial de P é zero, vem que:
0,04 0+ X Ae
=
0,01 1− X Ae

X Ae =0,8

Ou seja, a conversão de equilíbrio, ou conversão máxima é 80% do reagente A.

(b) Nota-se que a reação ocorre em fase líquida, não sendo, portanto, necessário o cálculo do
fator de expansão do reator. Assim, realizando a conversão de alguns dados fornecidos no
enunciado, vem que:

V =2000 L

C A 0=0,1 mol / L

Dispondo dos valores de vazão volumétrica e concentração molar inicial fornecidas, calcula-
se a vazão molar de entrada.

F A 0=C A 0 ∙ v 0=0,1 ∙100,0=10 mol /L

Com os valores dos parâmetros de volume do reator, concentração inicial de A, vazão


volumétrica e taxa de reação fornecida, calcula-se a conversão do reagente A no reator.

C A0 ∙ v0∙ X A
V=
(−r A )

C A 0∙ v0 ∙ X A
V=
( 0,04 ∙ C A ) −( 0,01∙ C P )

C A0 ∙ v0 ∙ X A
V=
CP0
{ 0,04 ∙ [ C A0
{ [
∙ ( 1− X A ) ] }− 0,01 ∙ C A 0 ∙
( CA 0
+XA
)]}
0,1∙ 100,0 ∙ X A
2000=
{ 0,04 ∙ [ 0,1∙ ( 1−X ) ] }−{0,01 ∙ [ 0,1∙ ( 0+ X ) ] }
A A

X A =0,4
Ou seja, a conversão do reagente A no reator é 40%.

Exercício 7 – Um reator de mistura de 2,0 litros é alimentado com um líquido a 1,0 L/min,
que contém os reagentes A e B com C A0 = 0,1 mol/L e CB0 = 0,06 mol/L. O efluente do reator
é composto de A, B e um produto R com CA = 0,02 mol/L e CR = 0,04 mol/L. Proponha uma
estequiometria para a reação e determinar as velocidades de transformação de A, B e R.

Resolução:

Pelos dados fornecidos no enunciado é possível obter a conversão do reagente A, visto que
suas concentrações iniciais e finais são conhecidas. Dessa maneira, vem que:

C A=C A 0 ∙ ( 1−X A )

0,02=0,1∙ ( 1− X A )

X A =0,8

Para a determinação da estequiometria da reação, adota-se:

aA +bB → rR

Dispondo da conversão de A, calcula-se a relação entre os coeficientes estequiométricos dos


componentes A e R a partir dos dados fornecidos.

CR 0 r
C R =C A 0 ∙ ( + ∙X
C A0 a A )
0,04=0,1 ∙ ( ra ∙ 0,8)
r
=0,5
a

Assim, a relação encontrada evidencia que o coeficiente estequiométrico do reagente A é o


dobro do mesmo para o produto R. Com isso, adota-se:

r =1
a=2
Por consequência, o coeficiente estequiométrico do reagente B também possui a relação
obtida acima. Dessa forma, adota-se também:

b=1

Com os valores encontrados, adota-se a seguinte estequiometria para a reação fornecida.

2 A + B→ R

Conhecendo a estequiometria da reação, vem que a relação entre as velocidades de


transformação de A, B e R é definida por:

(−r A )=2∙ (−r B )=2 ∙ ( r R )

Assim, ao se obter a velocidade de transformação de A, por meio da estequiometria


encontrada é possível calcular a velocidade de transformação para as outras espécies químicas
presentes na mistura reacional. Tal velocidade é calculada utilizando dados do reator e
alimentação fornecidos no enunciado.

C A0 ∙ v0∙ X A
V=
(−r A )

0,1 ∙ 1,0∙ 0,8


2,0=
(−r A )

mol
(−r A )=0,04 L ∙ min

A velocidade de transformação de B é dada por:

(−r A )
(−r B ) = 2

mol
(−r B ) =0,02 L∙ min

Analogamente, calcula-se a velocidade de transformação de R:

(−r A )
(r R)= 2
mol
( r R ) =0,02 L∙ min

Exercício 8 – A reação anterior é realizada no mesmo reator, no entanto a alimentação é feita


com soluções separadas de A e B, com concentrações iniciais C A0 = 0,4 mol/L e CB0 = 0,08
mol/L. Quando as vazões dos reagentes são vA = 0,25 L/min e vB = 0,75 L/min, encontra-se na
saída do reator as mesmas concentrações que do exemplo anterior. Explique o resultado.

Resolução:

Analisando o enunciado, nota-se que a alimentação no reator é feita com uma mistura diluída
das correntes de alimentação de A e B. Assim, calculam-se as concentrações de A e B na
corrente de alimentação do reator.

C A 0 ∙ v A=C A alimentação
∙ ( v A +v B )

0,4 ∙ 0,25=C A alimentação


∙ ( 0,25+ 0,75 )

CA alimentação
=0,1 mol/ L

C B 0 ∙ v B =C B alimentação
∙( v A+ vB)

0,08 ∙ 0,75=C B alimentação


∙ ( 0,25+0,75 )

CB alimentação
=0,06 mol / L

Analisando as concentrações de A e B na alimentação, percebe-se que são os mesmos valores


de concentração fornecidos no enunciado da questão anterior. Portanto, como a proporção
estequiométrica foi mantida e as concentrações iniciais que entram no reator são as mesmas,
logo, as concentrações na corrente de saída do reator também devem ser as mesmas
fornecidas anteriormente.

Exercício 9 – A reação A + B → P é processada, a 25ºC e 1,0 atm, com grande excesso de B.


Deseja-se produzir 25,0 kg/h de A, a constante da velocidade é igual a 0,0583 min -1, a
concentração inicial de A é 200 g/L. Determine o volume do reator CSTR ideal para obter
uma conversão de 90%.

Dados: MMA = 86,0 g/mol; MMB = 18,0 g/mol e MMC = 60,0 g/mol
Resolução:

De acordo com o enunciado, o reagente limitante é o A, visto que a reação ocorre com grande
excesso de B. Além disso, é dado que a reação ocorre em um reator isobárico e isotérmico.
Assim, inicialmente se calcula a concentração final do reagente limitante A a partir de sua
concentração inicial e conversão de 90% fornecida.

C A=C A 0 ∙ ( 1−X A )

C A=200 ∙ ( 1−0,9 )

C A=20 g /L

Como a massa molar de A é conhecida, converte-se sua concentração final de maneira a


tornar possível cálculos posteriores.

mA
nA=
MM A

20
nA=
86

n A =0,2326 mol

Logo, a concentração final de A é dada por:

C A=0,2326 mol/ L

Para o cálculo do volume do reator CSTR é necessário primeiro a obtenção da vazão molar de
entrada de A no reator. Essa vazão foi fornecida no enunciado, mas em unidades não usuais.
Portanto, é necessária a conversão do valor da vazão molar de A para a unidade de mol/min.
Assim, fazendo uso de conversões utilizando informações fornecidas como massa molar, vem
que:

F A 0=25 kg /h

F A 0=0,4167 kg/min
F A 0=4,845 mol/ min

Dispondo dos valores de vazão molar de A, concentração final, constante cinética da reação e
conversão requerida pelo processo é possível obter o volume final do reator CSTR ideal para
essa reação, admitindo-se que a mesma, como evidenciada pela unidade da constante cinética
fornecida, além da informação de que o reagente B está em excesso, é de pseudo-primeira
ordem.

F A0 ∙ X A
V=
( −r A )

F A0 ∙ X A
V=
k ∙C A

4,845 ∙ 0,90
V=
0,0583 ∙ 0,2326

V =321,56 L

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