Você está na página 1de 8

Relatório 2 - Determinação espectrofotométrica simultânea

de dois componentes em uma mistura (cromo e cobalto).

Aluna: Victória Hellen Chagas


Bacharel em Química
Espectroanalítica

Instituto de Química – UNESP Araraquara - dezembro de 2020


1. É possível calcular a concentração dos padrões de calibração utilizando a equação
de diluição:
𝑪𝟏 𝑽𝟏 = 𝑪𝟐 𝑽𝟐
• Balão 1 da solução Cr(NO3)3:
0,0500 . 0,005 = 𝐶2 . 0,025
𝐶2 = 0,01 𝑚𝑜𝑙/𝑙

• Balão 1 da solução Co(NO3)2:


0,188 . 0,005 = 𝐶2 . 0,025
𝐶2 = 0,0376 𝑚𝑜𝑙/𝑙

Utilizando a equação para todas as soluções de Cr(III) e Co(II) teremos:

Cr(NO3)3 0,05 mol/L Co(NO3)2 0,188 mol/L


Balão V(mL) Concentração Balão V(mL) Concentração
0 0
1 5 0,01 1 5 0,0376
2 10 0,02 2 10 0,0752
3 15 0,03 3 15 0,1128
4 20 0,04 4 20 0,1504
5 - 0,05 5 - 0,188
2.

Cr(NO3)3 0,05 mol/L ʎ = 510nm


Balão Concentração Abs
0 0
1 0,01 0,065
2 0,02 0,127
3 0,03 0,192
4 0,04 0,26
5 0,05 0,319

Cr(NO3)3 - 510nm
0,35
0,3
ABSORBÂNCIA

0,25
0,2
0,15
0,1 y = 6,4143x + 0,0001
0,05 R² = 0,9998
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
CONCENTRAÇÃO

Cr(NO3)3 0,05 mol/L ʎ = 575nm


Balão Concentração Abs
0 0
1 0,01 0,14
2 0,02 0,277
3 0,03 0,416
4 0,04 0,562
5 0,05 0,69
Cr(NO3)3 - 575nm
0,8
0,7
0,6

ABSORBÂNCIA
0,5
0,4
y = 13,871x + 0,0007
0,3 R² = 0,9998
0,2
0,1
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
CONCENTRAÇÃO

Co(NO3)2 0,188 mol/L ʎ = 510nm


Balão Concentração Abs
0 0
1 0,0376 0,222
2 0,0752 0,421
3 0,1128 0,629
4 0,1504 0,827
5 0,188 1,022

Co(NO3)2 - 510nm
1,2

1
ABSORBÂNCIA

0,8

0,6
y = 5,4202x + 0,0107
0,4 R² = 0,9996

0,2

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2
CONCENTRAÇÃO
Co(NO3)2 0,188 mol/L ʎ = 575nm
Balão Concentração Abs
0 0
1 0,0376 0,023
2 0,0752 0,044
3 0,1128 0,068
4 0,1504 0,09
5 0,188 0,11

Co(NO3)2 - 575nm
0,12

0,1
ABSORBÂNCIA

0,08

0,06
y = 0,5889x + 0,0005
0,04 R² = 0,9995

0,02

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2
CONCENTRAÇÃO

3. A regressão linear apresenta uma reta que é equivalente a lei de Lambert-Beer,


sendo Y = ax = A = εbC, onde b=1, C é a variável e o coeficiente angular das retas será
equivalente a εb, portanto, obteremos os coeficientes de absortividade molar
experimentais a partir da regressão linear.

Onde:

• Para o Cr (III) - ʎ = 510 nm

Y = 6,4143x
𝐿
ε = 6,41
𝑀𝑜𝑙.𝑐𝑚

• Para o Cr (III) - ʎ = 575nm

Y = 13,871x
𝐿
ε = 13,87
𝑀𝑜𝑙.𝑐𝑚

• Para o Co (II) - ʎ = 510nm


Y = 5,4002x
𝐿
ε = 5,40
𝑀𝑜𝑙.𝑐𝑚

• Para Co (II) - ʎ = 575nm

Y = 0,5889x
𝐿
ε = 0,59
𝑀𝑜𝑙.𝑐𝑚

4. Quando colocados em solução aquosa os íons metálicos se reorganizam e ao realizarem


ligação de complexação com os ligantes aqua formam complexos octaédricos, sendo eles
[Cr(H2O)6]+3 e [Co(H2O)6]+2, que são as espécies absorventes da radiação. Esses complexos
absorvem radiação quando ocorre aproximação do orbital d dos metais com os ligantes. Os
orbitais d se desdobram em até 2 níveis de energias diferentes e perdem sua
degenerescência completa, essa degenerescência que ocasiona o desdobramento em 2
níveis sendo eles eg e t2g, gera um delta de energia entre os mesmos e a excitação de
elétrons que leva a transição eletrônica (do t2g que é o de menor energia para o eg o de
maior energia) ocorre com a absorção de radiação. Quando ocorre o decaimento do elétron
para o seu estado de menor energia, a energia inicial que o excitou é liberada em forma de
fótons em forma de comprimentos de onda na região do espectro visível.

5. Quando a amostra apresenta duas ou mais substâncias que não interagem entre si ou com
o meio reacional se comportando individualmente, ao realizar o tratamento obteremos
absorbâncias individuais que serão aditivas na lei de Lambert-Beer e a partir disso
poderemos determinar as concentrações esperadas das espécies diferentes que existir na
amostra a partir das suas propriedades de absorção de radiação. Nesse caso do experimento
realizado, foi possível realizar o princípio da absortividade aditiva pois os complexos de
Cromo e Cobalto não apresentam interação entre si, pois ambos são ións complexos estáveis
em solução e ambos seguem a lei de beer, sendo assim, ambos absorbem mais radiação
quanto mais concentrados estão, ou seja, no meio reacional há mais moléculas absorventes.

6. Para realizar medidas eficientes e obter resultados bons e confiáveis deve-se escolher um
comprimento de onda para cada uma das espécies onde em um determinado comprimento
de onda ocorra máxima absorbância para uma espécie e baixa absorbância para a outra
espécie e assim sucessivamente. Então teremos 2 valores de comprimentos de onda, em um
uma espécie terá máxima absorção e a outra mínima e na outra a amostra que teve baixa
absorção terá alta e a que teve alta absorção terá baixa. Caso uma faixa de 400nm fosse
escolhida, não haveria uma absortividade máxima para o Cromo, fazendo com que o seu
coeficiente de absortividade molar e o do Cobalto não seriam os maiores possíveis. Fazendo
da forma correta, teremos comprimentos de onda com a maior diferença entre os
coeficientes de absortividade molar das espécies e a soma de ambas absorbâncias será o
valor da absorbância da mistura.
7. Temos os dados das absorbâncias relacionadas com os volumes de cada amostra que foram
utilizadas. É possível determinar os dados das absorbâncias totais nos comprimentos de
onda de 510nm e 575 nm seguindo o princípio da lei de Lambert-Beer.

Balão nº 1 2 3 4
V Cr (mL) 5 10 5 10
V Co (mL) 5 10 10 5

A (ʎ = 510 nm) Cr 0,065 0,127 0,065 0,127


A (ʎ = 510 nm) Co 0,222 0,421 0,421 0,222
A total
(ʎ = 510 nm) 0,287 0,548 0,486 0,349

A (ʎ = 575 nm) Cr 0,14 0,277 0,14 0,277


A (ʎ = 575 nm) Co 0,023 0,044 0,044 0,023
A total
(ʎ = 575 nm) 0,163 0,321 0,184 0,3

Tendo estes valores, calcula-se os erros experimentais em relação às absorbâncias


totais observadas no experimento:

Absorbâncias medidas experimentalmente

ʎ 510nm 575nm
A1 0,27 0,164
A2 0,538 0,322
A3 0,468 0,183
A4 0,335 0,304

Comparação

ʎ = 510 nm
Balão 1 2 3 4
A esperada 0,287 0,548 0,486 0,349
A medida 0,27 0,538 0,468 0,335
Erro Exp.
(%) 5,923 2 3,704 4,011

ʎ = 575 nm
Balão 1 2 3 4
A esperada 0,163 0,321 0,184 0,4
A medida 0,164 0,322 0,183 0,304
Erro Exp.
(%) 0,613 0,312 0,543 1,333
8. Seguindo o princípio da aditividade da lei de Beer e utilizando as equações:
𝐴510 = 𝜀𝐶𝑟 . 𝑏 . 𝐶𝐶𝑟 + 𝜀𝐶𝑜 . 𝑏 . 𝐶𝐶𝑜
𝐴575 = 𝜀𝐶𝑟 . 𝑏 . 𝐶𝐶𝑟 + 𝜀𝐶𝑜 . 𝑏 . 𝐶𝑐𝑜
Substituindo os dados nas equações, temos:

0,449 = 6,41 . 1 . 𝐶𝐶𝑟 + 5,33 . 1 . 𝐶𝐶𝑜


0,259 = 13,85 . 1 . 𝐶𝐶𝑟 + 0,58 . 1 . 𝐶𝐶𝑜
Resolvendo o sistema:

𝐶𝐶𝑟 = 0,019
𝐶𝐶𝑜 = 0,062
Os valores obtidos são para 25mL, calcula-se para 15mL (alíquota original):

• 𝐶𝑟: 0,016 . 0,025 = 𝐶𝐶𝑟 . 0,015

𝑀𝑜𝑙
𝐶𝐶𝑟 = 0,032
𝐿

• 𝐶𝑜: 0,062 . 0,025 = 𝐶𝐶𝑜 . 0,015

𝑀𝑜𝑙
𝐶𝐶𝑜 = 0,103
𝐿
9. O experimento não foi realizado em duplicata, portanto, não é possível calcular a média
dos valores obtidos e realizar o teste t.
É possível fazer uma análise para saber o erro experimental e deduzir se o experimento
obteve um resultado satisfatório.
Temos as concentrações reais de Cromo, sendo 0,0300 mol/L e de Cobalto, sendo 0,100
mol/L, calculando o erro experimental obtem-se:

𝐸𝑟𝑟𝑜 exp 𝐶𝑟 (%) = 6,6%


𝐸𝑟𝑟𝑜 exp 𝐶𝑜 (%) = 3%
Com isso pode-se afirmar que o experimento apresentou um erro razoável que pode ter
sido motivado pelo fato de não ter realizado as medidas em triplicata e também os
coeficientes de absortividade molar são consideravelmente pequenos, o que pode tornar a
sensibilidade do método não tão boa.

Você também pode gostar