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HIDRÁULICA

PROF.MA.: DANIELA MARTINS ARAUJO LELES NUNES


ESCOAMENTO EM SISTEMAS DE CONDUTOS FORÇADOS

CONDUTOS EQUIVALENTES

 Definição: um conduto é equivalente a outro quando transporta a mesma vazão sob a


mesma perda de carga. Este conceito é utilizado para simplificar os cálculos
hidráulicos de tubulações interligadas, cujas características dos condutos são
diferentes, quer pelo coeficiente de perda de carga, quer pelo seu diâmetro;

 Os condutos interligados podem estar em série ou em paralelo, e podemos usar o


conceito de condutos equivalentes, transformando os mesmos em condutos simples,
cuja maneira de calcular já é conhecida.
CONDUTOS EM SÉRIE

 Quando uma tubulação é formada por trechos de características distintas, colocados na


mesma linha e ligados pelas extremidades, de tal maneira a conduzir a mesma vazão, é
considerada constituída por condutos em série;

 Δhe = Δh1 + Δh2 + Δh3 + ... + Δhn

 Q1 = Q 2 = Q 3 = Q n

 A figura a seguir ilustra o caso de uma tubulação formada pelos trechos 1, 2 e 3


colocados em série e a substituição destes, para efeito de cálculo, por outro
equivalente.
CONDUTOS EM PARALELO

 Os condutos em paralelo são aqueles cujas extremidades de montante estão reunidas


num mesmo ponto, o mesmo acontecendo com as extremidades de jusante em outro
ponto. Assim, a vazão é dividida entre as tubulações em paralelo e depois reunida
novamente a jusante;

 Δhe = Δh1 = Δh2 = Δh3 = Δhn

 Qe = Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn

 Nota-se na figura a seguir que os condutos em paralelo estão sujeitos à mesma perda de
carga, uma vez que as diferenças entre as cotas piezométricas de montante (ponto A) e
jusante (ponto B) dos três condutos em paralelo são as mesmas.
Condutos Interligando Reservatórios

 Quando os condutos interligam dois reservatórios, é fácil identificarmos o sentido do


escoamento, pois o mesmo se dá do reservatório mais elevado para o mais baixo;

 Contudo, quando os condutos interligam três ou mais reservatórios, não é possível


saber a priori o sentido de escoamento em todos os trechos da tubulação. É evidente
que o reservatório mais elevado fornece água ao sistema, enquanto o mais baixo
recebe água deste, entretanto, os reservatórios intermediários poderão tanto receber
como fornecer água ao sistema, dependendo das cotas piezométricas das
interligações.
• Problema dos três reservatórios:
 Problema dos três reservatórios:

 Para se determinar a vazão nos condutos que interligam três reservatórios, é


necessário conhecer as cotas dos níveis de água nos reservatórios, bem
como os diâmetros, os comprimentos e os coeficientes de perda de carga
em todos os trechos da tubulação;

 Considere Z1 > Z2 > Z3, assim pode-se concluir que os sentidos de


escoamento nos trechos 1 e 3 são de B para E e de E para G,
respectivamente. Já no trecho 2, o sentido de escoamento tanto pode ser de
E para D como de D para E, dependendo somente da cota piezométrica em
E, como demonstrado a seguir.
 Se ZE + PE / γ < Z2  reservatório R3 é alimentado pelos outros dois
reservatórios;
Q1 + Q 2 = Q 3

 Se ZE + PE / γ > Z2  reservatório R1 alimenta os outros dois reservatórios;


Q1 = Q 2 + Q 3

 Se ZE + PE / γ = Z2  reservatório R2 não recebe e nem cede água;


Q1 = Q3; Q2 = 0;
 Problema dos três reservatórios:

 A forma mais simples de se determinar o sentido de fluxo no trecho DE é


fazendo a hipótese de que ZE + PE / γ = Z2, ou seja, fazendo Q2 = 0. Assim,
calculamos Q1 e Q3 através de uma equação de perda de carga; se os valores
encontrados forem iguais, a hipótese está correta e o problema está
resolvido;

 Do contrário, se Q1 > Q3 é porque Q1 = Q2 + Q3 e o sentido de fluxo é de E


para D. Se Q1 < Q3 é porque Q1 + Q2 = Q3 e o sentido de fluxo é de D para
E.
REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

 As redes de distribuição de água se caracterizam pela distribuição de água


ao longo dos condutos, como nos sistemas de abastecimento de água e de
irrigação. Para efeito de cálculo, as redes são classificadas em ramificadas e
malhadas, conforme a disposição dos condutos;
Redes Ramificadas
 Redes Ramificadas:

 Redes típicas de sistemas de abastecimento de água pequenos,


caracterizadas pela ligação de vários tubos com um principal;

 Dependência dos outros condutos em relação ao principal, pois qualquer


interrupção acidental neste paralisa todo o abastecimento de água a jusante
do local onde ocorreu o acidente;

 Nas extremidades das redes, como não há escoamento, a tendência ao


depósito de sedimentos é muito grande.
 Redes Ramificadas:

 Para o cálculo das redes ramificadas admite-se que as vazões sejam


uniformemente distribuídas ao longo das canalizações, também
denominadas vazão de distribuição em marcha;

 qm = Q / L

 Onde: qm = vazão de distribuição em marcha;


L = comprimento total da rede em metros;
Q = vazão total que abastece a rede.

Para o cálculo e dimensionamento são utilizadas planilhas.


Redes Malhadas:
 Redes Malhadas:

 Não há tanta dependência de um conduto principal;

 Não há depósito de sedimentos nas extremidades;

 Um acidente na rede não causa prejuízos relevantes na área afetada, já que a


água pode encontrar outros caminhos e a sua circulação no sistema ocorre
sempre que houver consumo de água na rede.
Cálculo das redes malhadas
 BAPTISTA, M. B.; LARA, M. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. Belo Horizonte, Editora UFMG e

Escola de Engenharia da UFMG, 2a Edição Revisada, 2003, 440p.

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