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BARRAGENS
CONTEUDISTA: MARIA APARECIDA BEZERRA OLIVEIRA
MÓDULO III
Conteudista: Maria Aparecida Bezerra Oliveira, Engenheira civil, Mestre, Doutoranda. contato: 000599@fsmead.com.br
BARRAGENS
•Observar o aspecto das redes de fluxo bem desenhadas; quando a figura estiver
bem gravada, tentar reproduzi-la de memória;
•Para uma primeira tentativa, não traçar mais que 4 ou 5 vias de fluxo, pois a
preocupação com maior número poderá desviar a atenção de outros detalhes
importantes;
•Não tentar acertar detalhes antes que a rede, como um todo, se apresente
aproximadamente correta;
•Notar sempre que todas as transições, entre trechos retos e curvos das linhas, são
suaves e de forma elíptica ou parabólica. os “quadrados”, em cada via de fluxo,
mudam gradativamente de tamanho.
E quais são os métodos mais utilizados para determinação das linhas de fluxo?
É importante apresentar que a estrutura do solo é rígida, isto é, o solo não sofre
deformações e não há o carreamento de partículas durante o fluxo.
Lei de Darcy:
Onde:
Q = Vazão de água;
i = Gradiente hidráulico (Perda de carga total por unidade de comprimento);
A = Área da seção transversal do permeâmetro.
K = Coeficiente de Permeabilidade do solo (Mede a resistência viscosa ao
fluxo de água e varia numa faixa muito ampla de valores).
É importante destacar que as redes de fluxo são formadas por 2(duas) famílias de
curvas ortogonais entre si, que formam um reticulado, que são:
AB = Equipotencial – limite;
AD e BC = Linhas de fluxo – limite;
BC = Fluxo – limite: Linha de Saturação – Separa a parte quase saturada da parte
quase não saturada – Pressão neutra é nula nela;
CD = Linha – limite ou linha – livre;
BC e CD = Carga altimétrica.
✓ Uma superfície de saída na rede em contato com o ar, se não é horizontal, não é
nem linha de fluxo, nem equipotencial, de forma que os quadrados limitados por
essa superfície podem ser incompletos;
Fase de viabilidade
Que deve satisfazer uma barragem para que apresente segurança satisfatória.
Evitar, tanto quanto possível, que a água penetre na região onde é indesejável;
Facilitar, até o “impossível”, a sua saída dessa região.
Dentro do primeiro método, quatro tipos de obras podem ser utilizadas, elas são:
d. Injeções de impermeabilização.
Esta solução tem sido mais intensamente utilizada, em vista da evolução dos
equipamentos de terraplanagem, que a têm tornado mais econômica para
profundidades cada vez maiores. Profundidades até 25 a 30 m são, hoje,
perfeitamente razoáveis.
Esquema da escavação
abaixo do lençol freático
Esse tipo de solo é formado por uma espessa camada de solo superficial e
podem ser solos residuais típicos e solos coluviais. Provavelmente se originam
numa evolução pedogênica de solos superficiais preexistentes, quer sejam esses
residuais ou transportados. Tem-se conhecimento de camadas superficiais
porosas de solos nitidamente residuais, de solos coluviais e também de argilas
terciárias.
A fundação de barragens sobre camadas de solos porosos e colapsíveis está
associada a recalques acentuados, praticamente instantâneos, que se processam
com a construção do aterro e com o enchimento do reservatório. Durante a
construção, a pressão aplicada pelo peso próprio da barragem à camada de solo da
fundação é crescente no sentido dos pés dos taludes para a região do eixo e, sendo o
solo também muito compressível, é de se esperar recalques acentuados, crescentes
no mesmo sentido.
Sendo o solo de fundação colapsível, com o enchimento do reservatório o fenômeno
se processa no sentido inverso: os recalques serão maiores junto aos pés dos
taludes, onde as pressões atuantes, anteriormente à saturação, são menores.
Ao longo do eixo longitudinal da barragem, a carga aplicada pelo aterro à fundação
varia com a altura da barragem e a camada de solo poroso pode também ter
espessura variável. É de esperar, então, recalques diferenciais na seção longitudinal
que podem, eventualmente, provocar o aparecimento de trincas transversais, que
são as mais perigosas, pois podem comunicar a face de montante com a face de
jusante da barragem.
As principais características dos solos porosos são sua elevada porosidade
volumétrica e seu baixo teor de umidade, o que resulta em solo de baixo grau de
saturação. É comum observarem-se nesses solos porosidade volumétrica e grau de
saturação da ordem de 50% e 40%, respectivamente.
Se a camada de solo poroso foi muito espessa para uma remoção econômica, ou
constituir um tapete “impermeável” natural sobre uma camada subjacente muito
permeável, pode-se ter as seguintes situações:
1. O solo poroso é muito compressível, mas não colapsível. Neste caso, estudos de
recalque devem ser feitos visando, por exemplo, uma remoção parcial do solo, como
foi feito para a barragem de Promissão.
2. O solo poroso é colapsível. Neste caso devem ser tomadas medidas que assegurem
a ocorrência dos recalques da fundação durante a construção. Isto pode ser
conseguido por meio de uma pré-saturação do material de fundação.
FUNDAÇÕES EM ROCHA
Limpeza final – No caso de apoio em rocha, após a limpeza com jatos de ar e água, não
há necessidade de remoção manual adicional de fragmentos de rocha. O somatório de
pequenas exigências desnecessárias, como esta, pode atrasar o tratamento de
fundação em caminho crítico do cronograma.
Por outro lado, o lançamento das primeiras camadas com teores de umidade mais
elevados, acarretam somente um acréscimo de recalque nas mesmas, desprezível
perante o recalque de toda a barragem.
Assim sendo, especificações de compactação menos rígidas no que concerne ao teor
de umidade para as primeiras camadas podem reduzir consideravelmente estes
serviços provisórios de tratamento, além de conduzir, no conjunto, a uma melhor
solução.
Uma cortina pode ser constituída por uma única linha de furos pouco espaçados ou
por 2 ou mais linhas com furos mais espaçados. Um critério bastante utilizado, é o de
executar uma primeira linha e reforçá-la com uma 2ª ou mesmo 3ª linha nos trechos
onde as absorções de calda foram superiores aos limites pré-estabelecidos.
Como regra geral procura-se executar furos pouco espaçados nos primeiros metros
a partir do contato aterro x fundação onde os riscos de carregamento são maiores,
aumentando-se o espaçamento para furos mais profundos. Nesse critério são
programados furos intermediários ou adicionais sempre que:
1. O furo precedente tenha absorvido quantidade de sólidos superior a 25 ou 50
kg/m até 5 ou 10m de profundidade;
2. O furo precedente tenha absorvido quantidade superior a 100kg/m abaixo de 10m
de profundidade, e assim por diante.
Quanto à profundidade máxima da cortina tem-se adotado até 2/3 da altura da
barragem (2/3H), pelo menos para alguns furos exploratórios, mas a profundidade de
0,5H pode ser considerada como suficiente a menos que ocorram grandes cavidades
abaixo dessa profundidade.
E A PRESSÃO DA CALDA?
As pressões aplicadas variam de 25kPa por metro de profundidade (escola
americana) a 100kPa por metro de profundidade (escola européia). No caso da escola
americana a pressão aplicada equivale ao peso do terreno, de maneira que durante o
processo de injeção não ocorram deformações do maciço rochoso, sendo injetadas
apenas as fraturas com aberturas superiores a dimensão dos grãos de cimento. Na
escola européia, com aplicações de altas pressões, podem ser injetadas fraturas
menores que a dimensão dos grãos graças à abertura forçada dessas fraturas.
Por um lado as altas pressões favorecem a injeção de fraturas menores, podendo
ainda reduzir o número de furos pelo maior raio de alcance da calda, por outro lado
podem corresponder a um maior consumo de cimento que irá atingir distâncias
desnecessárias, além de poder danificar o maciço rochoso.
É importante destacar que para a aplicação da pressão devem ser levados em conta: o
peso próprio da calda, o nível do lençol freático e perdas de carga na tubulação.
A calda para injeções é constituída basicamente por uma mistura de água e cimento.
Eventualmente outros componentes podem entrar na mistura como areia, pozolana,
bentonita, etc., sejam para melhorar as características da calda ou mesmo como
medida de economia.
Antes do início das injeções as caldas devem ser dosadas procurando-se obter uma
relação água: sólidos que tenha boa fluidez ou seja boa capacidade de penetração nas
fraturas. Uma calda bastante fluida (rala) entretanto apresenta alto fator de
sedimentação (F.S.) ou seja uma maior facilidade de separação dos constituintes da
mistura, resultando o preenchimento apenas parcial dos vazios.
A calda ideal seria aquela que apresentasse baixa sedimentação e elevada
capacidade de penetração nas fraturas.