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Introdução

• Antes de entrarmos no assunto propriamente dito, é necessário fazermos algumas


considerações sobre o material de que são feitos alguns dos mais importantes
componentes eletrônicos, tais como: diodos e transistores entre outros; este material
é conhecido como semicondutor.
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Bandas de Energia

• Um átomo é formado por elétrons que giram ao redor do núcleo (prótons e


nêutrons).
• O número de elétrons, prótons e nêutrons é diferente para cada tipo de elemento
químico.
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Figura 1 - Modelo atômico de Niels Bohr

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Bandas de Energia

• A quantidade de elétrons da última camada define quantos deles podem se libertar


do átomo em função da absorção de energia externa ou se esse átomo pode se ligar
a outro através de ligações covalentes.
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Figura 2 - Elétron Livre e Banda de condução

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Bandas de Energia

• Os elétrons da banda de valência são os que têm mais facilidade de sair do átomo.
• Eles têm uma energia maior
• Por causa da distância ao núcleo ser grande, a força de atração é menor (menor energia externa)
• A região entre uma órbita e outra do átomo é denominada banda proibida, onde não
é possível existir elétrons.
• O tamanho da banda proibida na última camada de elétrons define o
comportamento elétrico do material.
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Bandas de Energia

Energia Energia Energia

Banda de condução Banda de Condução Banda de Condução

Banda Proibida Banda Proibida

Banda de Valência Banda de Valência Banda de Valência

Figura 3 - Isolantes, Condutores e Semicondutores


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Bandas de Energia

• Material isolante: banda proibida grande exigindo do elétron muita energia para se
livrar do átomo.
• Material condutor: um elétron pode passar facilmente da banda de valência para a
banda de condução sem precisar de muita energia.
• Material semicondutor: um elétron precisa dar um salto pequeno. Os
semicondutores possuem características intermediárias em relação aos dois
anteriores.
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Definição – Materiais

• Condutor é qualquer material que sustenta um fluxo de carga, quando uma fonte de
tensão com amplitude limitada é aplicada através de seus terminais.
• Isolante é o material que oferece um nível muito baixo de condutividade sob pressão
de uma fonte de tensão aplicada.
• Um semicondutor é, portanto, o material que possui um nível de condutividade entre
os extremos de um isolante e um condutor.
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Definição – Materiais

• A classificação dos materiais em condutor, semicondutor ou isolante é feita pelo seu


valor de resistividade (ρ).
• A Tabela I apresenta os valores de resistividades típicos dos materiais.

Condutor Semicondutor Isolante


1.72x10-6 Ω-cm (Cobre) 50 Ω-cm (Germânio) 1012 Ω-cm (Mica)
2.82Ω-cm (Alumínio) 50x10³ Ω-cm (Silício)

Tabela I – Valores de resistividade típicos


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Definição – Materiais

• Semicondutores Intrínsecos
• Os semicondutores mais comuns e mais utilizados são o silício (Si) e o germânio (Ge).
• Eles são elementos tetravalentes, possuindo quatro elétrons na camada de valência.
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Figura 4 - Representação Plana dos Semicondutores

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Definição – Materiais

• Semicondutores Intrínsecos
• Cada átomo compartilha 4 elétrons com os vizinhos, de modo a haver 8 elétrons em
torno de cada núcleo
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Figura 5 – Compartilhamento de elétrons

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Semicondutores Tipo N e P

• Se um cristal de silício for dopado com átomos pentavalente (arsênio, antimônio ou


fósforo), também chamados de impurezas doadora, será produzido um semicondutor
do tipo N (negativo) pelo excesso de um elétron nessa estrutura.

Figura 6 – Semicondutor tipo N


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Semicondutores Tipo N e P

• Material semicondutor tipo N


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Figura 7 – Semicondutor tipo N com Arsênio

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Semicondutores Tipo N e P

• Assim, o número de elétrons livres é maior que o número de lacunas. Neste


semicondutor os elétrons livres são portadores majoritários e as lacunas são
portadores minoritários.

- - - + - -
- - - - - -
- + - - - -
- - - - - -
- - - + - -
- - - - - -
- - + - - -
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Figura 8 - Semicondutor Tipo N

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Semicondutores Tipo N e P

• Se um cristal de silício for dopado com átomos trivalente (alumínio, boro ou gálio),
também chamados de impurezas aceitadora, será produzido um semicondutor do
tipo P (positivo) pelo falta de um elétron nessa estrutura.
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Figura 9 – Semicondutor tipo P

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Semicondutores Tipo N e P

• Material semicondutor tipo P

Figura 9 – Semicondutor tipo P com Índio


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Semicondutores Tipo N e P

• Assim, o número de lacunas é maior que o número de elétrons livres. Neste


semicondutor as lacunas são portadores majoritário e os elétrons livres são
portadores minoritários.

- + + + +
+ + + + +
+ + + - +
Figura+8 -+Semicondutor
+ + + Tipo P
+ - + + +
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+ + + + +
+ + + - +

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Diodo Semicondutor

• Junção PN
• A união de dois cristais (P e N) provoca uma recombinação de elétrons e lacunas na
região da junção, formando uma barreira de potencial.

íons negativos íons positivos

- + + + + - - - + - -
+ + + + + - - - - - -
+ + + - + - + - - - -
+ + + + + - - - - - -
Figura
+ - 9 + –+Barreira
+ - -de- Potencial
+ - -
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+ + + + + - - - - - -
+ + + - + - - + - - -

P N
Barreira

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Diodo Semicondutor

• Junção PN
• Cada lado do diodo recebe um nome: O lado P chama-se de anodo (A) e o lado N
chama-se de catodo (K).

A K
P N
Figura 10 – Imagem e símbolos do Diodo
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A K

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Diodo Semicondutor

• Polarização direta da junção PN


• Consiste em colocarmos o terminal positivo da bateria no elemento P da junção PN e
o terminal negativo da bateria ao lado N.
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Figura 11 – Junção PN polarizada diretamente

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Diodo Semicondutor

• Polarização inversa da junção PN


• Consiste em colocarmos o terminal positivo da bateria no elemento N junção PN e o
terminal negativo da bateria no lado P.
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Figura 12 – Junção PN polarizada inversamente

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Diodo Semicondutor

• Principais Especificações do Diodo


• Na polarização direta só existe corrente elétrica se a tensão aplicada ao diodo for
maior que Vd (0,7V). Existirá uma corrente máxima que o diodo poderá conduzir
(Idm) e uma potência máxima de dissipação (Pdm): Pdm = V.Idm
• Na polarização reversa existe uma tensão máxima chamada de tensão de ruptura ou
breakdown (Vbr) e uma corrente muito pequena denominada de corrente de fuga.
(If)
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Diodo Semicondutor

• Curva Característica do Diodo


• Na polarização direta

Figura 12 – Diodo polarizado diretamente e sua curva característica


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Diodo Semicondutor

• Curva Característica do Diodo


• Na polarização inversa
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Figura 13 – Diodo polarizado inversamente e sua curva característica

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Diodo Semicondutor

• Curva Característica do Diodo


• Gráfico completo
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Figura 14 – Curva característica do Diodo

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Diodo Semicondutor

• Reta de Carga
• Método para determinar o valor exato da corrente e da tensão sobre o diodo.
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Figura 14 – Reta de carga do Diodo

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Diodo Semicondutor

• Aproximações do Diodo
• 1ª aproximação (Diodo ideal)
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Figura 15 – Diodo como chave

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Diodo Semicondutor

• Aproximações do Diodo
• 2ª aproximação
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Figura 16 – Diodo como chave e fonte

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Diodo Semicondutor

• Aproximações do Diodo
• 3ª aproximação
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Figura 17 – Diodo como chave, fonte e resistência

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Diodo Semicondutor

• Teste de Diodos com Multímetro Digital


• Coloque a chave seletora na posição com o símbolo do diodo e meça o componente nos
dois sentidos.
• Num sentido o visor deve indicar um valor de resistência e no outro ficar apenas no
número "1". Veja a seguir:
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Figura 17 – Diodo como chave, fonte e resistência

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Diodo Semicondutor

• Teste de Diodos com Multímetro Digital


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Figura 18 – Diodo como chave, fonte e resistência


Fonte: http://www.burgoseletronica.net

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Circuitos Retificadores

• Tem por objetivo transformar as tensões alternadas (CA) senoidais em tensões


contínuas (CC), para alimentação de aparelhos eletrônicos.
• A tensão alternada da rede, antes de ser ligada ao retificador, precisa ser reduzida,
trabalho realizado pelo transformador.
• A tensão contínua, depois do retificador, por vezes precisa eliminar as variações para
que a mesma torne-se constante, o que é feito através de filtros ou circuitos
reguladores de tensão.
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Circuitos Retificadores

• Transformador elétrico

 I2

V2
I1 N2

V1 N1

Figura 7 – Modelo do Transformador Elétrico


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d N1 V I
femi   N rt   1  2
dt N2 V2 I1
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Circuitos Retificadores

• Diagrama de blocos de retificador


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Figura 8 – Diagrama de Blocos de Uma Fonte de Alimentação

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Circuitos Retificadores

• Transformador abaixador
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Figura 9 - Transformador Abaixador

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Circuitos Retificadores

• Retificador de Meia-onda
• É o mais simples dos retificadores. A sua constituição básica é um diodo em série com uma carga
RL.

Figura 10 - Retificador de Meia-onda


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Circuitos Retificadores

• Retificador de Meia-onda (funcionamento)


• Neste circuito vê-se que durante o semi-ciclo positivo de V2, o diodo conduz (polarização direta),
fazendo com que a tensão de saída seja igual à de entrada.
• Porém, no semi-ciclo negativo, o diodo corta (polarização reversa), fazendo com que a tensão de
saída seja nula e a tensão de entrada caia toda em cima do diodo.
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Circuitos Retificadores

• Retificador de Meia-onda (formas de onda)


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Figura 11 - Formas de ondas para retificador de meia onda

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Circuitos Retificadores

• Retificador de Meia-onda
• Como a forma de onda na carga não é mais senoidal, o seu valor médio deixa de ser nulo:

• Nota: Considerando o diodo com Vγ, o mesmo deverá ser considerado no cálculo do Vm.

V2 P Vm
Vm  Im 
• Para que o diodo não queime, eledeve suportar a corrente
R média (Im) e a tensão de pico reversa
(VBR): L

V2 P  V
Vm 
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IDM  Im VBR  V2 p 38
Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte


Figura 12 – Esquema Elétrico do Retificador em Ponte


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Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte


• Durante o semiciclo positivo, os diodos D1 e D3 conduzem e os diodos D2 e D4 cortam.
Transferindo, assim, toda a tensão de entrada para a carga.
• Durante o semiciclo negativo, os diodos D2 e D4 conduzem e os diodos D1 e D3 cortam, fazendo
com que toda a tensão de entrada caia sobre a carga com a mesma polaridade que a do semiciclo
positivo.
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Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte

Figura 13 - Comportamento do Retificador em Ponte


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Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte

Figura 14 - Comportamento do Retificador em Ponte


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Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte


• A tensão de saída dobra de valor, a tensão média na carga também dobra, ou seja:

• Os diodos são especificados a partir dos seguintes critérios:


2. V2 P Vm
Vm  Im 
 RL
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Im
I DM  VBr  V2 p
2

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Circuitos Retificadores

• Retificador de Onda Completa em Ponte


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Figura 15 – Formas de onda do Retificador em Ponte

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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo
• Para que a fonte de alimentação fique completa, falta ainda fazer a filtragem do sinal retificado
para que o mesmo se aproxime o máximo possível de uma tensão contínua e constante.
• A utilização de um filtro capacitivo é muito comum nas fontes que não necessitam de boa
regulação, ou seja, que podem ter pequenas oscilações na tensão de saída. Um exemplo é o
eliminador de pilhas de uso geral.
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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo
• A figura abaixo mostra a ligação de um filtro capacitivo a um retificador de onda completa em
ponte.

Figura 16 - Fonte com Filtro Capacitivo


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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo
• Com o filtro capacitivo o sinal de saída fica com a forma mostrada abaixo
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Figura 17 - Forma de Onda na Saída da Fonte

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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo (funcionamento)


• Com o primeiro semiciclo do sinal retificado o capacitor carrega-se através dos diodos D1 e D3 até
o valor de pico. Quando a tensão retificada diminui, os diodos que estavam conduzindo ficam
reversamente polarizados, fazendo com que o capacitor se descarregue lentamente pela carga RL.
• Quando no segundo semiciclo, a tensão retificada fica maior que a tensão no capacitor, os diodos
D2 e D4 passam a conduzir carregando novamente o capacitor até o valor de pico, e assim
sucessivamente, formando uma ondulação chamada ripple.
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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo (funcionamento)


• Quanto maior o capacitor ou a resistência de carga, menor será a ondulação. O valor médio da
tensão de saída será chamado de Vmf.
• O valor de pico a pico do ripple pode ser calculado pela equação abaixo:

• Onde:
• Vmf: Tensão média após filtragem
• f: frequência da ondulação
• RL: resistência de carga
• C: Capacitor de filtro
Vmf
VR 
f. R L .C
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Circuitos Retificadores

• Filtro capacitivo (funcionamento)


• Assim, para o projeto de uma fonte de alimentação deve-se antes estipular a tensão média de
saída e o ripple desejado, para em seguida, calcular o capacitor necessário para a filtragem, as
especificações dos diodos e as especificações do transformador.
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