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Os Lusíadas

A estrutura da obra

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Oitavas

Decassílabos

abababcc
A natureza da obra – Epopeia

Poema narrativo (narrativa em


verso), marcado pela beleza da
expressão, destinado a celebrar
ações elevadas e grandiosas
cometidas por um herói de valor
excecional.
A natureza da obra – Epopeia

Herói – Protagonista de feitos


extraordinários que merecem louvor e
reconhecimento. O herói de Os Lusíadas,
ao contrário dos das epopeias anteriores, é
real e coletivo/múltiplo, uma vez que
Camões procura celebrar as qualidades
notáveis dos portugueses, representados
nos protagonistas da primeira viagem
marítima à Índia e em figuras destacadas
da História de Portugal.
A estrutura da obra

Proposição

Invocação

Dedicatória

Narração
A estrutura da obra

O poeta relata os acontecimentos


Proposiçãoque constituem a matéria
da epopeia, associando diferentes planos (da viagem, da
OHistória
poeta apresenta
de Portugal Invocação
o assunto
e da da sua epopeia,
mitologia) enunciando
e neles o que
intercalando
se propõe pessoais.
reflexões cantar.
Dedicatória
O poeta dirige-se às Tágides, pedindo-lhes inspiração para
cumprir, em estilo adequado, grandioso e solene, a tarefa que
O poeta oferece a sua obraNarração
a D. Sebastião.
anunciou.
A estrutura da obra

História de Portugal
das reflexões
do poeta

mitologia
A estrutura da obra

Planos narrativos

Plano da viagem Plano


das
Plano da História
reflexões
de Portugal
do poeta
Plano da mitologia
A estrutura da obra

Em Os Lusíadas verifica-se a interdependência entre os diferentes


planos narrativos, pois são relatados (com um começo in medias
res) os acontecimentos que decorrem durante a viagem de Vasco da
Gama à Índia (plano da viagem), assim como as intrigas dos deuses
que a acompanham (plano da mitologia) e que decorrem em
paralelo com a viagem dos nautas lusitanos. Em Melinde e em
Calecute, Vasco da Gama e Paulo da Gama narram episódios da
História de Portugal, de que falam também algumas figuras
mitológicas, em prolepses, que anunciam o futuro dos portugueses.
A estrutura da obra

Estes planos narrativos articulam-se ainda com um quarto plano


presente na epopeia camoniana, plano esse de natureza não
narrativa: o plano das reflexões do poeta, correspondente aos
momentos em que, geralmente no final de canto e a propósito dos
acontecimentos anteriormente relatados, o poeta tece
considerações de valor genérico sobre o ser humano ou alusivas
aos portugueses do seu tempo.
Imaginário épico

Matéria épica

▪ Factos e heróis da viagem de Vasco da


Gama à Índia (1497-1498) e da História de
Portugal

▪ Valorização do herói através da


intervenção da mitologia (adjuvantes e
oponentes)
Imaginário épico

Matéria épica

A matéria épica diz respeito aos elementos que


constituem o objeto da epopeia e em torno dos quais, e
respetiva excecionalidade, se desenrola o relato.
Corresponde, no caso de Os Lusíadas, ao conjunto dos
acontecimentos e das entidades merecedoras da
exaltação épica (factos e heróis da viagem de Vasco da
Gama à Índia em 1497-1498 e da História de Portugal).
Imaginário épico

Sublimidade do canto

▪ Tom grandioso e solene, adequado à


grandeza da matéria épica abordada

▪ Estilo apropriado à exaltação e


imortalização dos heróis, descrito na
Invocação: «som alto e sublimado»,
«estilo grandíloco e corrente», «fúria
grande e sonorosa», «tuba canora e
belicosa» (est. 4 e 5 da Invocação)
Imaginário épico

Sublimidade do canto

A sublimidade do canto remete para a qualidade e a


perfeição do estilo épico, procurada para fazer corresponder
à excelência da matéria épica uma linguagem e uma forma
de expressão adequadas.
Corresponde à grandiosidade necessária para se
contarem, condignamente, os «feitos da famosa / Gente»
(Canto I, est. 5, vv. 5-6) lusitana através de um canto
equivalente em qualidade, um estilo pautado pela elevação
e pela magnificência.
Imaginário épico

Mitificação do herói

▪ Valorização progressiva dos


heróis, por confronto com
obstáculos e entidades (reais
ou mitológicas) diversos,
culminando na receção na Ilha
dos Amores e na obtenção de
imortalidade
Imaginário épico

Mitificação do herói
A mitificação do herói corresponde ao processo de construção
e valorização gradual do herói, através da superação dos
diversos obstáculos (naturais, humanos e mitológicos) com que
se depara.
Corresponde à forma como, de modo progressivo, no decorrer
da narração e com o contributo dos diferentes planos, o herói se
eleva a um patamar de excelência e garante a sua imortalidade,
tal como é apresentada na Proposição: a libertação da «lei da
Morte» através da concretização de «obras valerosas» (est. 2, vv.
5-6) e a obtenção da imortalidade.

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